Você está na página 1de 18

('t)f't)t.,J.f)ltt .

l(X)'t I )rttl Srlrrrtrisi t ArltLt S,tlt'rt,l,rr

'Iodos os direitos desta edição reservados à


Editora Contexto (Editora Pins§ Ltda.)

Projeto gráfico e diagrarnação


Gustavo S. Vilas Boas
Reaisão
Luciana Salgado
Capa
Antonio Kehl
Foro Dad Squarisi
Aureliza Correa
Foto Arlete Saluador
Orlando Brit<.r

Dados Internacionais de Catalogaçáo na Publicaçáo (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Squarisi, l)ad
A lrte dc escrever bcm : trtti gtti:r prrra
jornalisras e proiissionais tlo tcxto / l),rd
.§qu:rrisi, Arlcte Salvirdor. São l)rrrlo : (irntexto.
2005 l.cd.

Ilibliografie
lSlrN 85,7244 279,0

1. Arte dc cscreveL 2. fornalisnro 3. PortLtguês -


F.srrrrlo c ensilo I. Salvaclor. Allete. II. 'I ítulo.

04-6760 cDD-80u.0.169

Índices para catíogo sistemático:


1. Arte de escrever: Português : Estudantes e
jornalistas : Técnicm de redaçáo 808.0469

Eorlona CoNrrxro
Diretor editorial: Jaime Pinsky

Rua Acopiara, 199 - AIto da Lapa


05083-110 - São Paulo - sP
PABX: 11) 3832 5838

www. edito racontexto. com. b r

4rt
Para r\urgusto Nl :r l'z:rr,,; r,,,
l'roibitl:r lt l-cproclttçirtr (otltl otl p,tt, i,rl'
( )s iníi;ttores sct'ali) [)r(x('sstt,l,,s li,r'lrlr ,l,r lci' llrt.t;ll('
',,t
52 A ante de esereven bem

20 t 30: rr-rrrito rlilít'il


31 a 40 lingrurrlt.rrr tt'r:nica
acima cle 4l : rrr.lrr rL rsitlldcr

Testemos o parzigr:rli I ;rl r:rixo:

O "Ert boca.fi:tltt/tlrt //rtr) r,///t.rt /il0.tcn", di7.a uouó reTr$t,r/1. ,paem


não erra ptnh ,t tlt,rtrti'rlt'tt*,rhtr,', responde o neto.rabitJo. E/e
aprendea (f//t,, ltrt.t ot..!)t////\,1/O(\t rtodernas, a umpelição é o pri_
meiro rurtttrl,tutr'tt/o. I '., ( r/(11/ t,t:7, ruois, irtpõe-se a nece.çsiclatle rJe

Jàlar en prilt/irr. t\ lrrr/o.ç .rt,t.r,irlrtru.r, porám, concordam coru a uoult.


ll.çtreructrt,t.çri rlt'i,t,tt,itt,/t'(/ l)i/)óre.te de abrir a boca rJiante d,
uma pLt/íirt. l)i:itlt ,f /lt, t/,tt) //tt.ttl,rnr/ ?drd o_r refletores. Faha_
.I tir,:/t,r',r ft1it111 1t tr)//trji0. Fa/ar beru nào é tlort
/ht:.r rot.itçàr,.
rliuino. lir/,rt ltr',t (r///o //t/d,/r ltent, e.rcre!.,er bem, sa/tar beru _
t: /t,1ll/i,1,,,1, . I ..,i.:',, /t, itt,,. GêneFos
(lon fl ra:

I. rlo 1r:rr-:igr.lrtir: 101


l):rllrvr.rrs
2. NLirrrr.ro tlr. Ír,lrscs: 12
ioFnalístieos I Iá qaeru.fale da fruqer dt t.rtrt/,t.
(.orylesso qut nãa Íenho nenlwn ftr,q, r'.
3. Nl[.rli, rl^ Palavr. frase (101 divic]iclo pcx l2): B,l1 Parzt nin e.çtrercr { 1v,1111/ltt.
4.8,41 + l2 (núrncro c1e polissílabos) = 20,41 José Srr:ttlt:tt',,,
5.20,41x0,4=8,1(r
Resultaclo: legibilidacle excepcional

Agora, ar.alie um texto seu. podc ser uma carta, um aÍtiu(), Lull:l
reportagem. Antcs cle começar, lembre_se: aplique a reccit, rlr.
1r:rr_,r
grafo cm parâgrafo. Se o rcsultado ficou acima clc 15,
F'acilite a r.icla do leitor. \bcô tem dois caminh.s. flrr:^br-..,ilr,,.
tlirrrirrrr:r ,
tamanh. clas frascs. O outro: mancle al.qumas prr,;lar.xíl,r:rs tlrll.trrrr:r:;
voltinhas por aí. () melhor: abusc clc arnbos.

l\rcl:rs(s('t(\'(ll:i()t)(l(,s, lr:til':ris,tt'tlt,tt,lillr:rs. l'l os;ttl,lt:;rll.tltt


,,,,r,1,r',, 1()nt;lt)((:,,(()ltl{)l,. N,t ,sttil;t,,,,,,ttlttlrlosttlrol,lllt:t r,, ,t l,,t
rrr r ( )lolil;tll',1|()ll.lr)1,,1,,1 1,tt,,t:t l.r't',lt lll('',llllllll,l',(r,ll',.11'l.l(1,t";,.,r'r
A :rrt() dc obcrc'vltr bcm Grlrrotog lorni.ll$t.i(:oq 55
54

rrrrlo. avaliaÇão sobre a importância esbatra na subjctivicLltlt' tlt,s


A
jornais, Íevistas, rádio e tevê. Longas reportagens e pequenas n()tas
eclitorcs. Não há como negar que, âPesar da tão propalada obictiVr
exigem estilos diferentes. As primeitas dão passagem â textos ma.is ela-
clacle da imprensa, a seleção e publicação das matérias seguetn
os
boàdor. As segundas, ao contrário, costumam ser diretas' Embora se
originem do mesmo marerial bru to - a ^Púràção do fePóf teÍ - são dis-
critérios deÍinidos pelos mandachuvas'
ti.rius na apresentação. Cada umâ tem lâ as proprtzs especificidades.
Algunsteóricosfazemdistinçãoentrenotíciaereportâgclll.
Conhecer de antemão o gênero que se vai produzir é meio ca- Notícia, pata eles, é o fato que se esgota em si mesmo' Em gcrrrl'
minho pâra escfever bem. Funciona como forma de bolo onde as aparece forrnu de pirâmide invertida Porque a pÍeocupação tltr
.-
informações assam e crescem. Pode parecer cruel pâra os corações r.pórt.r é reprodtzir com fidelidade um âcontecimento. Repoftlt
vâttas faces <1o mesmo âssunto' O text<l
dos que sonham com a independêncta da escrita, mas é real no mun- !]cÍn, ao contrário, apfesenta
do dus redações. Os veícuios impõem limitações' Nem sempre"são :rbre espaço à criatividade do autor.
restrições de mérito. Mas são semPÍe físicas - de tamanho e gênero' Âqui, não se faz diferença entre notícia e repoÍtagem' Reporte-
lJem sempre é notícia. O
que vana é o tipo de reportagem - factual'
Háformaseformasdeapresentaçãodetextos.C)nomecom
clue são designaclos varia. Às vczcs ganharn apclidos itônicos. Rrca, .special ou em série. São formas difetentes de apresentar um fato.
pr>r cxcr-npl«r, si[nif-ica nntória c()rn (]l ("c1ucm inclica") - fecomeÍr-
.lacla pcl,r clircq:ão. sir.n, r-:lâs cxistcr-r'r. ()s rcprirteres as odeiam, mas, Reportagem factual
vira c fi'tcxc, algtti'tn é cscalaclo llara uLma rJelas' onomediztudo-sãotextosquefelatzmumfato.Estãtll/r
A fortrlt tlcf-inc () t()ln clo contcúclo' Perfis abrem espaço para pof meÍrofe s da notícia, declarações de entlevistados, dados estatístic(}s.
I-lm essência, constifuem trabalho descritivo. Amaiorparte do
matcrill
linguagcm casu,.rl e intimista. Reportagens sobre descobrimentos
científicos exigem precisão e sobrieclade. Àrtigo fequef afgumento publicado pelos jornais diários zLparece nesse formato. Refere-sc
a

pzu:l- a defesa de um Ponto de vista. Enfim, cada gêneto


pede um acontecimentos do dia anterior ou a eventos prestes avu àlwz'
jeitinho de produção. Quer ver? Ànalise estes textos:

O Protesto deixa três ônibas qaeirnados em SC


Três ônibus qaeimados durante a madrugada de ontem, otrlrrtr
delcom uidros estilhaçados nofinal da tarde, trânsito corufllit,atlo,
A fonça da notícia terminais urbanosfechados, acessos interrompidos' Es're .ftti o rt/
tlo rlo terceiro dia deprotestos de centenas de estudantes 0 il'tillítio\
puando am cacborro mttrde amapessoa, is.ro nãtt é nothia'
de transorte coletitto corutra o reqaste médio de 15,6% Ltd
ltilifrt.t
puando umapessoa marde am cachorro, isso é nolicia'
Chades A. Dana dos coletiaos en FlorianóPolis.

Por uo/ta da.ç 19h10 rle ontem, a Polícia Milititr lertc o frirutiro tttrr

e.çtudantc-ç no que dafirtir'r crttttrt autpurrir rttttftrtr'r' ( )t


.fionlo cont rt-ç

ltrtnifi.rluntu lutkruru.fiu'ltar, r//di.ç /t//,/d u("1, rtttt rlo.r /t:nttirtrrlt trrlt'r


Afinal, o que é notícia? Reúna mais de um iotnalistaPaf^ üscu-
qttl fitirttt tto ttulro rlrt t'Lltrlt, t: o.r I t'r/rr,
ftrt/il,ri.ç nt(t,{'itit//t. rtt
I l, t tt
tir o assunto e perceberâ que não existe fespostâ consensual pàf2- ^ tto.r

Mas t<>dos concorclam clue notíciâ é fato imp«rftâflte e inusi- /r'fiitlt'/irlrtt'lilt,nr,ltt r:///rt,'t',/tirfrr'(l 'ltllt't rh' '\''l"rtht l''' ''()()l)
ÍrerÍ+r11râ.
ug

O Agrexão faruiliar em deboÍe


erul45urltaçõesrlainteres'radogluarnoL,alana(,li.rrlara,Maril
A uiolência contra a mu/ber será um dos prunupai.r texta.ç da Ilcia só erteue etu latlo do prtsidente Luillná.cio Lula da '\'ihrt
pnmeira ConJerência Nacional de PolíÍicas para Mulhereg eml4,3ohdoscasos.,Ecornplicadomesmaparacandidato.ra
que
cargos e/et)uos estar com 0 80t')ern0 em temas antipáticos
como tt io
clm€ft napróxima quinta-feira, no Clabe do Exérdto, em Brasília.
Delegados e representantes de grupos.feminista.ç de todo o />aís uão salário mínimo. A
eteição torna-se ama dficuldade adicional",
rltl
discutir forma.ç de combate à agressão doméstica obserua o analista político Cristiano Noronha, da conswltoria
familiar. Os
e

debates seruirão paraJàchar o texto de um proleto de ki, que che- análise Política Arko Aduica
gará ao Congrexo até o Jim do ano.
Cristianoobseruoaocomportamentodosdeputadosesenadoresqae
tlisputarão prefeitwras municipais ern outubrl em l4 uotações
na
O principal auanço da proposta, debatida desde abilpelos mini.ç-
tários e organiTaçõu não-gouernamentais (ctNcs), é a mudança de Câruaraeseten0senadosobretemasdaagendadeinteressedogo-
pouquís'rimas
conceito c/o agres.ror domástico, que deixa de .çur soruente o contpa- uerno. O trabalho leua a algumas conc/asões' Foram

nheiro e passa a ser toda fetsoa q/./e mara //.(1 cílsd. (Correio oscandidntosinteiramenteféisaogouerno,principahnentendsa0'
candidato'
Braqiliense, / .7.2004). taçoes menas populares' Mas também não há neruhwm
me§mTnospartitl,osd,eopasição,quetenhasidointeiramentecontrá-
(Correio Braliliense, í
j.7, 2004),
Ambos os exemplos sc{fllcm o modelo factual de reportagem. rio aos interesses do gouerrt.o Lala.
Descrel-em um fato cm clctzrlhcs. () primeiro trata de acontecimento
Viu? O rcpôrter recorreu à apresentação de um personagem (a
do dia anteri()r. () scgr-u'rclo, clc cvento futuro. C)s dois respondem,
logo na abcrttrra, às scis pcrguntes cssenciais do texto jornalístico.
thante se observa nesÍa m têrtli
Segucm a cstrr-lfLrra clc pirârnicle invertida, em que as informações
mris impr )rtrnfLs tprrecem primciro. O Os dois quarteirões mais lwxaosos de SP
Na matéria da t'-olha, o repórter cleixa muito clara a escolha ao O painel na auenida Reptibtica do Líbano dá o torn
do que será
expücar que ônibus incendiados e depredados, trânsito congestiona- trgrlAo no terreno de i tnil metros quadrados: "Mansões
do e terminais fechados são o "saldo" do conflito entre policiais e sxlspensas"' dilo anúncio' Os 26 andares terão wm @artamento
manifestantes. O resultado da notícia está no lead. O Correio BraTrliense cadaum-aRff5milhões,omaisbaratinho'Dooutrolado'o
também se preocupou em destacar o assunto mais importante a ser edfrcioAltana,d'e22andares,rualsaiudochãoetemreseruados
debatido. Ambos os exemplos detalham, ao iongo da reportagem, o os dúpkx Até a cobertura, cr'io preço é mantido
d'o / 5. em srye'
conteúdo do lead. do, mas se estima chegar a R# / 0 milhões'
Ye1a, agon, este exemplo:
H éli o P ttegri n 0' 0 S e ff;tp re dirn en to s .fà -
S ep ara d'o s p e la a u e ni d a e en

O Inféis, mas nem tanto qr* uqriio com a auenida Repribtica do Líbano' um do lado de
bairro'r
A deputada Maia Lúcia (r'mnn-r1) é da base do gouerno. Mas Moema e outro d.o lado da vita Noua conceiçã0, dois dos
ela é tarubém carudidata a preJ.eita de Belford Rctxo, munictpio da maisnobresdacid.ade'etêmoParquedolbirapueraasewspôs,da
Baixada Fluminense. Maria Ltícia não uotou a fauor do sa/ário oatro lad.o d'a auenida' Essa cornbinaçãofeTdas esquinas as aruil
ntinimo de Rfi 260. l{em e.çteue czm 0 gzuerno que seu paúiclo luxuosas d,a citlade - para o mercado imobiliáio' daa,r pérrlltl'r
apóia no.r íemas relatiuas à reforrua da Preuidêncio. lla uerdade, nam Íudr d'e concreto' (O Estado de S' Paub; 13'7'2004)
lim vcz clc personagem, o jornalista optou por clcscrcvc.r ()
«rs rltt.\'trrt (tt') em t0 du deTcatbru lo ano ftt't'*rrlo'
l/r.rlst:L'critir
e.ri,tfsre.rário e lx--çegilrdnçtt foi denunciado pttr lLonticírlio
prédios que ocupam os quarteirões mais luxuosos de São paul.. () trip/'t
qtre seria reportagem ârida e chata, pois aborda nova tenclência ncr mente tlualifcado e estauapreso rJesde 11 de deTembro rJe
200)'
mercado imobiliário pauüstano, virou texto atraente sobre como vive Ele nega ter Praticado rt crime'
a parcela endinheirada da cidade. criativo, o repórter respondeu às
seis perguntas fundamentais de uma repoftagem sem apoiar-se no O primeiro parâgtafo relata a notícia do dia anterior - a decisã<;
padrão clássico de lead. clo sTF de libertar sérgio Gomes da silva. Âo mesmo tempo, relembra
a história do crime do qual ele é acusado. o fato original,
conclusão: ÍepoÍtagens factuais também podem ser interessantes. o assassina
to do prefeito de Santo Ândré celso Daniel, ocorreu há mais de dois
A suíte anos. À m téflz' tÍouxe o passado de volta para explicar ao leitor
a

Coberturas do dia-a-dia, as repoÍragens facruaisãependem do importância dada à liberação do empresário. Sem os detalhes, seria
desenrolar dos acontecimentos. Às invesúgações sobre um crime que clifícil saber quem é Sérgio Gomes da Silva'
chamou aatenção da sociedade, por exemplo, podem demorar sema_
nâs para ser concluídas. os jornais costumam acompanhar os detalhes
do trabalho poüciai, publicando matérias diárias sobre assunto. Aí en-
tÍa em cena figurinha carimbacla nas redações a suíte, nome das ma-
-
tédas que são scqtiências clc ()Litras. Elas trazem as conseqüências da
primeira, clesdobrarnr:ntos, clescobertas, repercussão púbüca.
As suítcs atualizam a notícia, mas também relembram o fato
original. Muitas pcssoas sã, leitoras esporádicas de jornais. podem
não estar famthanzadas com o novo escândalo da porítica ou com o
último assassinato de gente famosa. o texto, portânto, precisa in-
cluir informações do acontecimento-mãe.
Observe este exemplo:

O srr liberta acusado de ter mandado matar Daniel


o presidente do sr. (supremo TribunalFederal), minirtro Ne/-
son Jobim, liurou ontem da prisão o empresário Sárgto Gomes da
S.ilua, que responde aprocesso cimina/ sob acusação de ser o man_
dante do assassinato do prefeito de Santo Andre, Celso Daniel
(r,r), emlaneiro de 2002.

Jobim liminar em habeas corpus mouido peb aduogado


concedeu
de Come.ç da Silua a0 s-r-F. Ele considerou que não hauia ra7ão

1urídica para a prisão preuentiua, decretada pela Justiça de


Reportagem espeeial firr,t/ rl,r /ttftl( l(u'(t L'//t'/ir///// lttrftf;1t Lnrrt',
rtrirt.fà.t.rttrtt 0.t tto///('-t ('

Algumas notícias, pcla importância, dimcnsãci ,u ir,pucr., rc 0.t (;t't .t: tlrtlltti| \lrna/1 (,arcl\Ío cle l.'i/rtnoru u Ailt.x'lloqtíitt
querem tratamento especial. costumam ser mais longas que as factuais ,Alrtus. Daiç do.r tluatro rapa79s de c/asse ntidir.t e alht contfuil,rrlo.r
e extrapolam os acontecimentos do dia anterior. uma especial obje- a 14 anos de prisãa em regirte integralntente fec/tado por lat'cttt

ú-uatÍataÍ com profundidade assunto específico, relevante e atemporal. irucentliado uiuL o indio pataxó Galdino Jesus dos Santo-r, ern
tltri/
Exige muita transpiração pelas horas consumidas na busca das me- de /997.
lhores fontes, entrevistas e, não raro,o repórter tem de fazer viagens.
Os qaatro ra?arys receberam a sentença do Tribunal do Júri drt
E muito esforço na constÍução de text. capaz deapresentar as infor-
Brasíliaemnouembrode200/.MuesdEois,tambémpordeci.
mações cle tal forma que mantenha a atenção do leitor até o fim.
são da Justiça hrasiliense, ganharam autoriTação para traballtar e
A especiai pecle redação elaborada, fora dos padrões utilizados
estudarfora das dependências do presídío da Papada. Agraciado.t
nas coberturas do dia-a-dia. De preferência, com descrições
rarT entre Presos condenados, os assassinos dc
Ç0m /.//u beneficio
minuciosas e boa dose de emoção. No caso, o modeLito o que_quem_
Galdino acharam pouco. E se esbaldaram'
quando-oncle-como-por qlre não tem vez. pior: não hâ modelo
pronto. Âbre-se campo para talcnt.s. NIas, comc) tudo em que o céu
é o ümite, ílnr(.scnlx risc,,s.
Nos dois primeiros parágrafos, a repórter Âna D'Ângelo
I irr.s
gran'rat i*r s r],cr, r r.s, rr l,iclr is, infi lrmações incompletas
apfesefltou a história - denúncia de que os assassinos do ínclirr
i

ganhanr rlirlcnsio tlt'r::rr:islrrfl c u fhlt.a clc cncadcamcnto lógico clas Galdino, crime que horrotizott o país, gozavam de tratamento
irlóils clcsunirnlrc lcilrr'. lJr;rs rcl)()rtâgcns especiais são resultado da priviiegiado na prisão. "Quando se escreve uma repoÍtagem especial'
corrjrrnq:iro (lc rll)LrrllÇaro rigorosir c texto bem cuidaclo. Uma depencle com muitas informações", ensina Âna, "não se pode perder a pauta
os r^pazes
de vista". No caso, o obietivo era mostÍar os privilégios que
tl, r rrril',. ( ) r', ,ltrrn. tlr' infi rrrnlções p, rdc lever o repórter n p"rd", .,
fio crrrrclutor cla histciria, attapalhar-se em detalhes irrelevantes e dei- recebiam na prisão. O resto era acessório'
xar a notícia escapâr peios declos. Ào longo do texto, dividido em vátias retraÍrcas, Ana descrevett
A recíproca é verdadeita. Sem saber aonde chegar, o repórter de forma minuciosa a rotina de três dos assassinos do índio Galdino.

pcrde tempo em apurações infrutíferas, ouve fontes erradas e até se Acompanhe este trecho:
excede nos personagens repetitivos. Ter claro o objetivo é o segredo
O Na quarta-feira passada, Antonio l\ouefi e Max Rogério clta'
para súr ileso do labirinto.
gdram ao Bar Bedrock dirigindo os próprio't carros' Max s'çlat)'r
veja esta matéria, publicada na edição de 14.10.2003 clo carreio
em wmAstrapreto 1 999, registrado em flLme do padrasto. I\rturtllt
BraTiliense:
guiaua um (Jno a7u/ escuro, comprado em sea nome' Nrtrtl/1t
em urt tuhforttt
também foi ftagrado na noite seguinte falando
O paartafeira da semana passada, / Bhl 2. S'entados en uma das celular eilqudntl dirigia. Outro condenado, Eron C/tutlt'ç' liti
mesas da bada/ado Bar Bedrock, na comercial da 201 Norte, uisto guiando um Golf 2.0 cLx uermelho, de placa 1rz' l9Ç'\ "
doi.r rapaTe.r de 26 anos Íomatn ceruefa e haÍem papo. Doi.ç clien_ ano 1998. Tomás de oliueira tirou recentamente cut/titir ft,trit
tes comct tantas oatro.ç que, ao
fm do expedientq aproueitam o guiar moto.
Max e L,ronJicararu até às /9ltJ0 no l)ulrock, nu )04 [\nrk. Valc a pena ler este trecho
B eb e ram p e /o m en o s q uatro nruel as.
D E o i s foraru e m b ora gu i a n -
do os carros. Max deueia irpara afaca/dade, ctyas au/as
come_
O Umftash de lw7, um monumentalflash, e dEois um estronrk4 ti'r'
çam às / th. No mínimo, cbegoa atrasado.
em resurtl' o que é a explosão de wma bomba atôntica' O.lrtutttt
os quatro condenados pera morte do índio Galcrino trabalham
em
ofcial mititarTakashi Morita descera hauia cinco ruinwto.r de tt»t
órgãos públicos, emfunçõu administraÍiuas. Eron e Tomás
despa_
bond.e, em Hirosbima, e caminbaua pela rua, naque/a ruanhà'
cbam no prédio anexo do Ministério do Trabalho, na Esplanatla quand.o sentiu um calor nas costas. Foi jogado longe, acredita qilc
()
dos Ministáios, na Coordenação de Documentação e Infornaçao. a ans I 0 metros' e perdeu 0 quepe. O que será que acontecera?
Max utá lotado na Companhia de Abastecimento àe Ágrn , Exército mantinha ali perto aruaf,íbrica de póluora, e ele pensou:
E sgoto de Brasília (caub). A Antonio r{oue! foi oferecida uma 'AJiibrica deue ter explodido". O menino Noboru Shigemiclti, du
allga n0 Hogital Regional da Asa NorÍe (IJran), eryecialiqatro 1 0 anos, estaaa na escola. O prédio desabou' E'k fcow soterrado
na tratarnento de aítimas de queirtadwras. entre os escombros e achou que ia morrer' Pensou: "Como ti qtttt
i um homem morre? Em que ordem acontecem as coisas?"
A repórter fez uln retrato sem acljctiv-s .u julgamentos, só apÍesen-
tou fatos da tealidaclc carccrívir b*rsircira. "(]uLis mostraf .1r.,
ro Brasil, A senhora t'-umiko Fwrula, de 23 anos, estaua soTinhtt em ct$d,

riccrs e pobres rcccbcm rrarâr)rcrr() rrifcrcrrciackr rlalustiça;,


üz era. ,
deitada nd cdmd, e de repente filtna - coisa extraordinána - qua

I)'Ângcl«r i' r's1-rc'cilrlisr,l crn rcrp()1rt2r,qcns investigativas, es-


Ar-ra o "shEi" diaisóia depapel que osjaponeses asam
de seu quarto, a
pócic dc sr-rlrrlivisi. tlas r-c.1r,rluur-'rrs csPcciais. lisse tipo
de trabalho para separar ambientes internos, estauapegandofogo' Pensoa: '?re-
cxigc :rPrrr;rçrio rlclicltlrr c lonua. ()l;jctiva escancarar algo ciso apagar essefogo" e-foi à co{nha apanhar um balde com ágaa'
que al_
grró.'r c, gcrrrl, rl.
lr,clcr púlrricci - gostrria de manter .À ,.gr.do.
50 anos de Hiroshima mãrcdm também os 50 anos da era
Iircluarlra.r-sc rrcrssa catcgoria as denúncia de corrupÇão na O-ç
distri- nasce no momento mesl?'o em qwe explo-
br-riçã. e us, cle'erbas públicas, por exempro. concruída atômica no mundo. Esta
com êxit.,
a Ícportagem investigativa tÍaz prestígio ao profission al, dâ rle sobre a cidade acluela bomba de Jànuato cilíndrico, nedindtt
credibilidade aos veículos de comunicação e contribú para três metros de comprimento por 70 centímetros de diâmetro, pe-
o apri-
moramen[o da democracia. sando qaatro toruladas e apelidada de "l'ittle Bo1"' Então iemol

Tào valorizadas quanto as reportagens investigativas são as qile) na casa da senhora Fumik'0, no momento Tero da era atôtni
cre
caráter humano, nas quais se descrevem os acontecimentos cd, ilmapess\a tenta nntornar o nouT problema tendo c0m0 affn()
sob o
prisma das pessoas que os viveram. Âí, a sensibiliclade clo um baLle d'água. Foi inútit. Quando ela uoltow ao quarto, o sltofi
autor subs-
titú a frieza da apuração. Â emoção sobrepõe_se aos dados. O jorna_ tinha uirado cinla.
Lista nào conra uma hisrória. os personagcns o
{azem. Em agosto de
1995, quando a explosão da primeira b'mba atômica
do m.rr.ào .,r-- Enquanto Ana D'Ângelo optou pof estfutufa de texto clássic:r,
pletou cinquenta anos, Vela publicou ÍepoÍtagem de clezenove
pági_ Roberto Pompeu de Toledo seguiu caminho inverso, enveredantl,,
nas assinada pelo jornaüsta Roberto pompeu de Toledo pela literatura. Assuntos diferentes f equefem tfatamentos difercn t t
s.
chamada
"Memórias dos filhos do clarão", relato pungente dos sobreviventes Âssim são as especiais: especiais. Não têm modelo pronto, nãt' st'
dos ataques a Hiroshima e Nagasaki sobre aqueles dias guem padrões lingüísticos nem obedecem a regras de estilo'
de inferno.
Quem?
A ptimcira clit-iculdacle é a escolha do entrevistacl«r. À liste rlt'
crrpccilhos equir.ale à distância entre a Terca e aLua. Não po«lc strt-
Lrlna personalidade óbvia, que fala a torto e a direito' O arrot'-dc
ftsta enfraquece a repoftagem. Quanto meÍros aparecer em público,
o que dará carâter de exclusiüdade à rnatéria, melhor. As declaraçõcs
tambóm não podem ser óbvias. Um ministro de Lula defenderia <r
presidente da República. Não vale. Pareceria release de assessoda clc
imprensa do Palácio do Planalto.
Ministros e aliados só devem ser considerados se forem c p^zes
de fazer análises e emitir opiniões isentas de paixões sobre o govefno
que Íepresentam. Nunca se r: spem que critiquem o chefe, mas não custa
nadaaorepórter esforçar-se por arÍancat opiniões sinceras' Aí a entre-
vista vale mais ainda. Como se diz nas redações, ltcaria "saborosa".
ainda o artifício de comeÇar pelo fim. Por se tratar de Perguntas e respostas, o fi1é mignon das efltre-
. Crie subtítulos para dividir os assuntos, vistas são as declarações. O entrevistado deve ter o que dizer e suas
novos temas e dar tempo para respirar. opiniões precisam da força do inusitado ou da surpresa. Devem con-
. Defina o final antes de comeÇar. ter revelações ou abordagens inéditas de um assunto recoÍrente.
Conclua
Íormação tão Íorte quanto a do início. Entrevistados evasivos, escorregadios, que falam sem dar nome aos
a sensaÇão de que valeu a bois, resultam chatos e inócuos. Publicá-1os náo faz falta nenhuma
no iornal. Gastam-se papel e espaço precioso à toa.

Declana çâo é notícia O quê?


Umaperguntapode ser mab impoúante do que qualquer respurtn. Prepatar as Perguntas certas desafia qualquer repórtcr. Só se
'§ü'alct
r Carrasccr conseguem bons tesultaclos somando-se clois elementos - conheci-
mento prér,io c1a fonte e inturção aguçada. O primeiro está nos ar-
quivos cle jornais e bibLiotccas. Já o segundo... bem, o segundo re-
A entnevista pingue-pongue quer talento natural para cleixar o enttevistado tão à vontade â ponto
O exemplo brasileiro mais famoso de entrevista de esquecer que há um grar'ador Ligado na escrivaninha do escritóri<r
pingue_pongue
é o da revista Ve1a, chamad,ct d.e aruarelas
_ referência à cor'das pagi.r^ ou na mesinha de centro da sala. Requer coragem e sensibilidadc
em que é publicada. À primeira,isra, o trabalho para fazer perguntas constrangecloras sem constranger o intedocutor.
parece fác,. áasta ü-
gar o gravador, fazer as peÍguntas e clegravar
a fita depois. Grande en_
trxige conceritÍação absoluta nas ÍesPostas e habiLidade mental para
gano' Trata-se de um dos gêneros mais clifíceis
d. prádrrir e escrever. formular questões cadavez mais intensas e intimistas. É exaustivo.
Nrrrrt-rr llrvc'rti cs[),lq]() sLtflcicnlc para ptrl',lic:I1'ttlrl:t
(lllrt'\'isl'l
(l('
trrclhor' Nrjr I
nos mo- tlrlrs ltor'us ntr úttegra. Muitacclisa serácxcluícla. Quc sobrc o
sc ac,;uthc crn ccütat as declarações. À fonte tende a set
coloquial, cot-tlclt'
e repete-se. Acerte a construção gtamatical' tite
exagc-
crros lingüísticos
trascs' tlt i-
r,,s c ol-rservaçôcs paralelas ao assunto principa-l' Encurte as
clar
xando as diretas e incisivas. crie perguntas e diúda as Íespostas para
idéias. Sobretuclo, enxugue o texto' Fique apenas com o
cora-
clarcz.aàs
ção das informações. Â fonte agtadecerâ' O leitor também'
Vá com calma na hora do tomelá- dâ-câ. Prepare pauta cscrita
com âs perguntas. Comece pelos temas mais amenos. Sentindo_sc
seguÍo em tratar de temas de pouca rclevância, o entrevistado se
solta e relaxa as defesas preparados antes do encontro com o jorna
lista. sim, a fonte chegará com respostas na ponta da língua e a crefi-
nição clara dos limites sobrc o que p.clc e o quc não pode rcverar.
cabe ao repórter, com jcitir-rho, clcsm«rntar a barreira. Portanto, ape-
sar cla p2luta, nãri sc atcnlrlr a c'la. Abantlor.rc ,.r se perceber espaço  ttansctição das declarações na íntegra deve ser feita com
do
p:rra irrvcstirlas «ir-rsrclas. Bols l)crgulrlus crslão cmbutidas nas própri- parcimônia. Serve para mostrar ao leitor o estilo de linguagem
as fespo stas. Aproveite as oportunidades. so-
--: entrevistado, cacoetes, sotaques ou ironias' Dosada, acrescenta
noridade à expressão e personalidade ao entrevistado. o
I\S vezes, não dá tempo pàre pteparação. No mundo dos jor- repórter
n:ris rlir'rlios, . rc'lrollc'r' lrotlc scr tlcslocaclo pata efltfe\.istar alguém vieira,
Ricardo valladares aceftou a mão na entrevista com suzana
clc rrnrl lr.rl llrm ()Lrrrâ. Plantõcs de fim de semana e feriados são três vezes'
publicada pela tevista Vela em maio de 2003' E'ie incluiu
pr.pícirs prrra isso. ()s jornalistas costumam estar à disposição para
em três páginas, a expressãt) "men bem", uttltzada pela attiz pzra
colrcrtura cle qualcluer tema, mesmo os pouco reiacionados com sua
cnccrrar as falas. Ilicou assim:
ârea de atuação. Bate o desespero. Âdeus, pesquisa aos arquir,-os e à
biografia do dito-cujo. É o .1.r" se chama cair de pára-qredas num
VtJo -Â idéia de seu maddo vir a se interessar por uma
essunto sem conhecimento prévio. Tremenda saia justa. Fazcr o quê?
mulher mais iovem a PreocuPa?
Suqana - Ele se interessou por mim, meu bem'
Âcho
Como?
E dite o texto. Quem disse que entreüsta de pergunta e resposta não que, se um dia meu câsâmento entfâf em cfise, náo vai
exige e sforço na hora de escrever? N{etade da qualiclade do trabalho está ser pela üferença de idade (..')
na edição. o que se obtém com a conversa entre iornaüsta e fonte é ma- ()
terial bruto, carente de lapidação. Â entrel.ista foi evoltou sobre úrios VtJo - É mal-humorada no trabalho?
âssuntos, pulou de um temapâfa outfo sem conexão apareflte e abordou Saqana-Náo. A1iás, dificilmente fico mal-humorada ("')'
questões alheias à pauta. orgatizat o marerial, dando-lhc forma lógica Eu me faço respeitar, Ínàs não sou louca, meu bem'
scm alterar o sentido das palavras da fonte, demanda horas de suor. ()
VtJo - Um salário como o scu gzrÍantc r_rnr ritirlo I lri os 1rt,t'lrs lrioqt-liflcos, ,ll)tcsclltâ(los lrclos jortr:ris tlLtrttltlr, :tl
1:laclri<r
de vicla. Como usa o seu dinheiro?
qtrórrr tonlr l)()SSc crlrl LtlI Cafg() ou rcccbc prônrio it-tlllottetltt'. Nt's
J.uTana _ Eu tenho um belo apaÍtamento
em Botafogo, scs câS()s, ltsscssorias de imptensa Se encâffegam dc clivrrlgar tllttl.,s
no Rio deJaneiro, uma bela casa de l,erão, um
belo carro sobre a vicla profissional do Pcfsonagem. Inclucm lugat dc rr'rst'i
importado. Mas não sou cle ostentar. Também
faço um lnento, postos ocupados antefiofmente, outfos prêmios reccbiclos,
pouco de crridadc (...) Assim como existem os
invejo_ pr6jett-rs reaüzados. Trabalho burocrático, obietiva apresentar e Pcs
sos, existem aquelas pessoas que acham
que os artistas soa com quem o leitor conviverá clali pra frente.
têm de ser santos. Nunca fui santa, meu bem.
N{ais: na reportagcm-perfil, entra em campo o olhar do repórtet. I ilc
ocr-lpa a maior parte do tempo de apuração l'endo e ouvinclo. De perto,
 expressão coloquial, espalhada pelo rexro, reproduz jeito
o de poderá constataf as teações do çretsonagem em momefltos de tensão, clc
suzana vieira falar.Faz o leitor "ouviÍ" as declaraçõ.r, urro.iu.do
o t *- nervosismo. Presenciar cenas emocionantes.Ou anotar exPlessões de lin
to imagem da atriz na televisão. Recursos como
à
esse enriquecem a en_ guagem usaclas com freqüência - palavrões, ffataÍnentos carinhosos, ef-
ttevista' usados em demasia, porém, sujam
o texto e atrapdham aleitvra. ros gramaticais, regionalismos. Ou assistjr a reuniões clecisivas, acomPa-
rthar achegada de notícias inesperadas e detectar frusmações. Testemu-
nha ptivilegiada, darâ ao leitor informações cle primeiríssima mão.
Pe rfis não são biografias autorizadas. A1iás, nã<l são nem biografias.
Gente é notícia Ao contrátio. Biografies encofltfam-se em clocumentos oficiais c

narrativas curticulares. Numa repof tagem-Perfil espefa-se encofltfef as


Para apareureru no.r jornais,
bri al.rasino.r qat ara.rsinam.
informações que as biografias escondem. Na cntrevista pingue-pongpe,
Eça cle eueiroz o fio condutor é o próptio entfevistado. No perfil, é o repórter. Ele clevc
passaf semanas - acompanhando o Personagem'
meses, se possível -
À jotnalista Neuza Sanches €Jastou um mês e meio de trabalho
para constÍuir um perfil da aplcsentaclora Xuxa, publicado pela re-
Perfil vtsta Veja em 1997 . Durante vinte dias, quase morou na câsa cla apre-
Ào contrário das pingue_pongue, perfis ffatamcia
personalidade sentadota, no Rio de Janeiro. Nos primeifos encontfos, chegava clc
de alguém. Conram histórias de vida, preferência,
p.r.ouir, hobbies manhã e só ia embora de madrugada. Depois, passou algumas noitcs
e idiossincrasias. preocupam-se com a
intimida<ie do entrevistaclo e por lá. Na época, Xuxa eta o maior fenômeno de público na televi
com âspectos pouco conhecidos de sua trajetôúa
profissionar. são brasileira entre crianças e aclolescentes'
opiniões são importantes, mas não constituem
o núcreo^ do trabalho. Xuxa concorclou em abrir as poftas da casa e do coração. NÍas ltli
Pcrfis até prescindem de rongas entrevistas.
Decrarações
cle outras exempios m que o perfilado odeia a imprensa. Nesses casos extf enl( )s,
e
pessoas sobre o pefsonagem ganham destaque. (
Amigos, acrversários, come-se pelas bordas. ()u seja, acompanha-se a criatura à distâncil. )
inimigos, concorrentes, parenres. frlhos, prir,
.t-,"f"r, ....,À.,riinu,lo., repórter poderá assistir ao show de um artista naplatéia, freqüclrlirl.( )
todos podem acrescentar detaihes esquecidos
ou crcspercebidos, mesmo festâufante - e checar Com o gafçOm, mais tarde, tl vakll-rlrr
revelar manias e contâf basticlores dus passrg.ns
reievantes dos gorjeta - esperá-lo na saída de casa, efitfevistaf o cabeleireir(), c( )lr\'('l'
perfilados. Perfis não seÍvem paru agradar,
mas para revelar. Saf com a camareira do hotel, falar com ex-namoradas. A apr-r rltçlt r I, t I lr : t
I

mars trabalho, mas o resultado surpreende.


[i pr,vhvcl cluc scja rrra.is .rlç',)o tt,.ttlrt rdkt(//./ ,\'irtrt/rr,r rturlttu/rr ftritttttit'tr .t(///tt//(t rh, //rtt't,t/t
interessante que umâ conveÍsa com o próprio
pefsonagcÍn. lro, rtttt tn,i"ç ante.r de .re'tr clilinquagásitto dniuer'çririrt'

.\'it:tatra e5taua;faTendo am.filrue q//e /1g0rd o abctrreci, e iltio ,itr rr


hora de terminá-/o; estaaa cansado de toda afalação da iraftnttt't't
sobre seu 1'tam0r0 com MiaFarrow, então com uinte anL'r, qu'c rr/iti'r

não deu ds cdrds ndquela noite; estauafitrioso cLm uru docurtenfuiritt


da rede de teleaisão ctss ilbre a uida dele, que ao ar dentrr.t rlr iia
daas semana.ç e que) segundo se dilia, int)adia a saa priuaddarl'c t:
chegaua a esperularsobre suas ligaçõu com os chefes da máf'a; estaut
preocapado coru saa atuação num espedaldaNnc intitulado sinaírrr
Parte dos profissionais enrende que um bom * um homem e swa mrisica, no qual ele teria de contar deTrtito can-
perfir dispensa entre-
\'lsta com o personagem. Foi o jornaústa norte*americano ções com amd uT<que, naqaela ocasiã0, pouca-r noites antes do início
Gay Tarese,
hoje com TL anos,que tornou popular a repoffagem_perfii das grauaçõu, estaua debilitada, doloida e insegura' Sinatra eilaut
sem ouvir a
vedete do trabalho. F,m l966, public, rtr rrrn pcrfrJ doents. Padecia de uma doença tão czffxam qae a maioria das pe'r-
cJo cantor Frank Sinatra
na reüsta E -rqaire .Passou mcscs tcnta.rr« r
ràlar c« rr.r r crc, mas o astÍ() sem_ soas a consideraua banal. Mas quando aconÍece coru sinatra, ela o
pre tinha r-rma de sculpa para .sc,l[);rr. ( iay'l nergulha num es/ado de angislia, de proJanda depre'esào' pâniat t'
irrcsc clcsistiu e passou a assis-
tir a t<tcl<ts r>s sh<lys rlo canlor,:r atéiiia. Frank Sinatra está resftado
l-rcr.scgtri,lr) cr.rl fcstaurantes.e festas de_
1'r<iis ilas ,llrr('s('nr,lç(i's t ;r lâlrrr c()ln
l)css()ils a seu rec]or. A matéria, Sinatra resfriado tinta, Ferrari sem combusth''el -
é Picasso sem
"sirr:rt rlr cstli grilrrrti.", c,rrrrr « r tlcscspcr«r,
ar()rcloamento e confusâo que
só qae pior. Porqae wm resfriado clmam despoja Sinatra de anr't
sc irrslrrlrrrra nu c.r1rri1-rc rlo ciurlor u cac.la espirro
seu.
l',is,,s tlcs Pr-irrrt.iros jóia que nao dá para pôr no seguro - d ul<dele - , mina as ba'ws
1r11-1iq11ls5;
de saa confiança e afeta não apenas seu estado psicológico, rttrr'r
O parece prou\car tambért uma espécie de contaminação psicossottálinr
[,iank ,\'inatra, segurant/o um copo de Bourbon
numa mão e um de pessoas que trabalbam para e/e, hrthatt
que a/cança delenas
ctgdrr, na oatra, estaaa num canto e'curo r/o
ba/cão entre daa.ç
com e/e, gostam dele, pessoas cujo bent-estar e estabilidade duput
/oiras atraentes, maslá um tanta passar/as,
que esperauam ouuir
algama palaara dele. Mas ele não rli7ia
dem dele. LIm .ginatra resJiado pode, em pequena escala, utti/it'
nati; passara boa parte
uibrações que intet'erem na indústria do entretenimento e nttri.t
da noite calado; sti que agora, naque/e crube particu/ar
em Beaer/1
Hills, pareria ainda ryai.ç além, da metmaforma qae a -rúbita doença de um presidentu tlo'ç
distanÍe, Jinarl[
abaués tla funtaça e
Estados Llnido.r pode abalar a econontia do país'
da meia-laq um largo salão depois tlo bahã0,
onrle deyena.r de
casais se e.prentiam em yo/ta de pequenas
me-çd.t 0a dançauam no
neio dapiÍa tt, .t,/t/ lrepidante dafork rock que
o trabalho tofnou-se um mafco na história da imptensu. Itl.'rr
uinha tro esÍtireo. tificado com o Novo Jornalismo norte-americano, coffcntc tt:t tlrr:rl
Ás dwas loirat .rabiam, como tarubém .çabiart o.ç qadÍrr aruigos ( ('ri( I
de se misturam notícias e iiteratura e da qual faz pat;te tambónr ) I

J'inatra qae estauam plrpe7.t0, que não era boa irléia


forçar ana tor Tom §7olf, Gay Talese escfeveu, no fi.nal da clécacla <[r ll( ), r ,r rl t ;t
czna€rcd czln e/e quando e/e ruergu/haua nuru si/êndo soturno, di.rpo_
fepoftagem contando os bastidores da apuraçãg do ptrt'l-il lrislort' "
clc Franlç Sinatra. Publicaclo pela revista
Neat \r1yrt1y, clr;rrnnvil_sc
"como não entrevistar sinatra". Desde o trabarho lil, (lultlt(l() () l)ili t'llt'tlltt'ilt, ('StltVll tlislltlttt'' l;tttt ltt,,tltt7tt :t l()lrr 'r"'llrr
or:iginar crc l9(16, nlCst)t(), t,lr.rattclo tl lilt«igratil cllatrlott lt. lclrof lt t' lltllll ('illlllltlr" '1"
as redacões perceberam que bons perfis dependem *ui, d., repórter LlLrâl't()Colctirrtt,C()mquatÍoCamas.M'aiSCrllcrticlll('( t-oltltt'tttl"t 'lr
que do personagem. Gay Talese .ri,r, puruàigmas
para reporrrg..r_ fotnra e ttabalhat em Ve1a, elc alcrtor-L:
cle pcnsar
perfis que estão em vigor até hoje.
Não dá. É t.,do muito feio, o hospital,,.rs f()Lrl)iIS,. l:rt,Ílt:r. ,\
mãe está com câfa de sofrimento, nem sabe direito sc vai lcr lit't tt,,;r
maternidrde. A revistr quer uma coisa pra cima. ct)ln {(nl( lrortll:t '
feliz. Vamos pfocufar em outÍo lugâr.
O outro lugar era um hospital privado. É r"-pr" mais clifícil clrl|irl.
nesses lugares e fotografar as Pessoas. Gente rrcanào gosta cle sc cxl)( )l'('
sabe que pocle se fecusaf a dar entteústâ e não deixat-se fotografar. l)r
I

bres não costumam reclamaf, não perpyntamastazõtes da foto, não tôrrr


noção dos direitos. Por isso, são usados com fteqüência pelos iornalistts
quando precisam de personagens complicaclos para ilustrar as matcrirts.
Mas, naquele dia, como se trataYa de acontecimento feltz par"r
qualquer familta, encontraram os personagens ideais parà a reporta-
gem. Gêmeos! Papai e mamãe, otgulhosgs, desfrutando dos direitrls
que a Constituição lhes gatantia, concordaram em filat e posar para a
ginal para "nós con foto com os pimpolhos no colo. À foto abriu a edição de Brasii daque-
la semana e tocla a apuração da iornalista flcou resumida à iegencla.
Pensonagem Personagens de matérias são assim exemplos concretos do -
Nrr tl, ,no clc 19Bg para 1989, Velaincumbiu uma repoÍ_ que está escrito na ÍepoÍtagcm. lnclú-los no texto humariza ulrrrn
'ir^cl^
lcr rlc cÍrc()lrtrar uma agulha num palheiro. Era descrição fljla, cvâ nome, endereço e identiclade a um acontecimento'
o primeiro ano em
vierrr cla nova (lonstituição. como nenhuma
outra arites, a Carta ga-
rantia muitos direitos sociais, e a revista
pretendia mostÍaÍ o início de
uma fase na história brasileira. para ilustrar chegar a
o momento, era teria de muitos
enconrfaf um bebô nascido no dia 1" de janeiro,
já sob as garandas
da no'a consriruiçàr. se Fosse só issr, seria
fácil. l\las a -rlJ.u".i,
estar em ücença-maternidade de quatro
meses, e o pai, em licença-
paternidade duas novidades incluídas na
- vicla btasileira.
 repórter eofotógrafo foram a um clos hospitais públicos
de
São Paulo" À{uitos bebês haviam nasciclo
ali no primeiro dia do ano, Em algumas rePoftegens, os personagens âssumem papel tãtr
mas apenas um com as características
exigiclas pela revista. tramíiia central que os clepoimentos sào aprcsentados em primeira pessoa' Na
robre, a mãe estava sozinha com o firho no
hospitar. -{ hora de visi- edição de2 (r . 4.200 4, a rcvrstz Ep o c a pubLicou matéria s obre as acusa ç ci c s
de estupro de sete meninas
menofes de 14 anos contfâ o
\'ot/rt .t'/// rlrt liirt, rr ftr/rtt't'rt rltt otth:tu I ot'9rtttl";'rtçitt. , ll,rj.ç r, tt,tt
prcf-eito cra
cidacle de Goiás, Boadyr Veloso.
O prefeito escapou da condenação, ciatutla da ltdrurdt4 /lua e.Joilo, ttlltrthttttnfu tott J //ttt.çr:.ç, o r'tt.trt/
üz anottcia. ao apfesentaf as sete certidôes
de casamento das vítimas. Gu.rtaurt, de )4 anos, e Viuiane Kruer, du )2, laru illt f)o///(t (l()
LIma delas, Rosilma dos Santos, -I'udo
deu este depoimento à Epotca: lápis a dia-a-dia rhs bebês. Literalmerute. o qtre -re ftt.r.rrr trtrrt
O Foi ek, BoarfurVeloso, qae Íiroa
a minha uirgndade. Eu rinba
cada am dos trigêneos é anotado numa plani/ha de.çsnt'rtluil,r .wl,
// oientação m,ldica. A;família1á testou mais de dnco ruodel0s. N,t
aruos. Agente cbamaua
ele cle tio. E u erapeqaeia.
L[e sentia sryra. Fi1
rlj pek dinh€ir, mesmo- Na hora' folha papel são regisírados os medicamento-r pre.rritos Í)dtit tt.ç
de
no motel, eafalei que queda
ir embo- cianças, com hora e dosagem, todas as 30 rtamadas, com ltrtrririo
rd, mas elefaloa qae eu tinlta
defaTer o *i,
,r*;ço,S*ã0, * oão e quantidade ingerida por bebê. "Se a gente nãa fryr assint, trt
ganbaua dinbeiro. Ea era criança ainda.
tas ueTes com
Comprau).rpo. Frl rri meio da corlfasão clrreml.ç o isco de dar o remédio erradct forl
e/e. A,[as dEois que euperdi a minba
aí ele não quis sair mais cumtgt.
rrg,o,lndr rr r/r, um da.ç bebês, sem contar qae am pode ser mais alimentado do rlur:
lr],ão posnfakr oà), ,al o outro", explica Viuiane.
hnbo rtedo. peço muin a Dear qwe
minbaf/ba não sela c0m0 e/.t Alért do regi.rtro fel da rotina clos tigênteos, o casa/ teae de crior
.fui. E rsa coisa de cbegar aru homeru, qlàrecer
dinheira ni/o,1o*oir. técnicas para recanltecer as c/tapetas e distinguir os bicos da.ç rua-
Eu sóitai mesrnoporque nào tinlLa
cabeça e tauaprecisanro
muito de ruadeiras qae agradan (t am e desagradam aos oatros. As chape-
dinheiro. Eu acho qnte aru cara
igaala rt, A r* ,oorií,
ryal tas, por exempk, são guardadas em potinhos qae fcam utrategi-
texto em primcira pcss()a, c()m camente ao /ada de cada berç0, para não hauer trocas.
o prtiprio personagem contan_
do a hist«iria, tÍollxc
a
e
ringuagcm * i_pr.,
vulnerabiliclaclc
trHJilff:,i J:,T:il;
cliantc clc nrt pc,lítico importante
*;.;:m:x; Os exemplos dão a idéia c1o tipo de texto utilizado para aprc-
sentação cle personagens. Na prâtsca,eles seguem as mesmâs regrinhas
da cidade. Não está
escrito cm ncnhrrrr I
dos perfis. Com uma diferença: são mais curtos.
çââsacusâÇo"..,,nn:L1ill#,':':*:.t,ü:::;::[-,:llffi::
condição soci.cc.nômica cras vítimas para obter favores
sexuais.
Há ouffos fr:rmat s pan arpr.r..rrrçà.
a", p;rr""ffi. f*_
tamento diferente f.,i crad- p.la
personagens de uma rcportagem
À.sma revista r, À.r-u ãiçao
uo, Opine, não aehe
sobte o boom de nascimentos
gêmeos e trigêmeos n«r l3rasil, de puem exagera o argumento pr/adica a causa.
resurtado da populad zaçào
cas de reprodução assisticra. das técti- Fdedrich Hegel
sob o título ,.-a safra dos
Epoca contou a história de -Jr,iplor,,,
várias famílta que íveram gêmeos
trigêmeos, todas acompanhacras ou
cle fotos. Matérias de opinião ocuPam cadavez mais espaço em iornris .
Veja este exemplo:
rer,-istas. O excesso de informação despeiado sobre os leitores pc,los
O Organiqaçào é a alma dafamília meios eletrônicos de comunicação, mais ágeis e instantâneos, obrigotr os
No apartamento de dois veículos tradicionais a buscar saídas para ir além da noúcia. Hoic, cstrrr'
qwartos no bairro do
Jadin Botânico, infotmado não basta. É pteciso estar ltem informado - entcntlcr rts
I

nritícias, conhecer-lhes as causas e conseqüências, contcxt.r_rali;zii-l^s c, t()rll()tl t:otritltrtit'()''li-lttlt st'


NOS írltitrros lrlros, n()v() lcctlfs()
sc:

acima de tudo, ter opinião sobre e1as. Esse é o papel das matórias clc ou gtatrrlt's co lrctltrt'rts.
r1'.ts rtnlrliscs, cluc complcn-lcntzur fcPoftzrgcns
opinião. Elas ttazem pontos de vista diferentes sobre um tema, às r,,ezcs
NOcaso,Col-Iv()Câ-seumespecialistaourepóftcfclal.ctlitçlitllllrt.lt
contraditórios, para que o leitor possa tirar as próprias conclusões. e conscqtlôncilts'
atahar o acontecimento, explicar suas câusas
Existem clois tipos principais cle opinião nos jornais editoriais
-
e artigos. os primeiros aprcsentam a posição da empresa sobre urn
Hácluasfotmasconsagradascleesctevereditoriais,artigtlscatrli
âssunto a ser tratâ(l()'
lises. Uma: apfesentâ, tto p'i*"iro patâgtafo'o
fato. os segundos, o pensamento de colaboradores: cientistas políú- necess ârtas pa,, entenclcr
dando ao reitor o contexto e as informações
cos, patlamentaÍes, economistas, jornalistas, especiaListas em áreas mais usado' À tese aparece' c11r
a opinião que ürá a seguir' É o modelo
técnicas c quem tiver pontos de vista a apÍesentar. inverso' Aprc-
g"à, u puràr do terceià patágrafo' Ãoutrâ: segue roteiro
senta ao leitor a t"r" iogá d"
início do texto' Em ambos os ftrr
Editoniais 'utu,no sustentam a opinià' I'
os cditoriais expressam a opinião cla emprcsa. os veículos de matos, o miolo desdna-se aos argumenlos quc
de 24'6'2004:
comunicação têm eclitorialistas dcdiczrclos a cssc trabalho. De forma Eis um editorial extraído da Folha de S ' Paulo
pejorativa, são chamados de "pcna clc urlugr-rcl", rcferôncia ao fato cle
da soberania para 0 gluerutl
defenclerem teses de tcrceir,s. Iilcs, ,a prá1ic^, ft,em o mesmo ffa- O A al>enas seis dias da transferêntia efl/ L'it/it)
balho c'kis rep<irtcrcs -,tr'il . tr;rrrsnritir-a,pinião de suas fontes. prouisóio iraqaiano, uma 'çérie de ataqaes concentrados
de )00
No caso, tls clll)r('sas cictadupmrtury'w cerca d'e arua centena de mortes e mais
l)ltil ,ls tyrrlris lr.lllrllrrrrt. repilattt
( )s rrrcios tlc t-orrrrrrrir-;rç:io rlt'ri.rrrlc.nr A preuisão é que nouas ações em grande escala 're
int.crcsses, cobramprgr.idên- feridos.
cifls,r:riric:rrrr insrilrrit,'t'rr.s. l).sit.iorrrrnr scrliantccloslcitorescdasautori_ nos Próximos dia'r'
rllr<lr-'s. I)rrtlrr r irnlr,r.lrirrt'irr tlt'r1ur.s(: 1'cvcstcrn, são escritos ãs'çttme sob o signo de am di/atn'r
emlingua_ A noua achninistração naqaianalá
gcnr t-rrir Irr,lrr, t"rr r lírrlr rr ( l(. l('r'n( ) (.l::l-uvrrte. [trros poclem popular' gzuerfil stl'çtentr't-'ttt
custaÍ a cabeça qae Pdrece insolúuel' Sem leginmidade
0

clo rrr-rlor. Nirt, ;rr )l'ir('jls( ),


l)r1 )llssi(,nlis r.nais vclhos e experientes, conhe_ principalmentenaforçamilitarclacoaliTãodetrrtpasestran'gtira'rlidtt
ceclorcs cl:r 1rolfI it:rr irrlt.r.n:r rl:r crts;r, rcspcindcm pela editoria de opinião. apruença dessu soldados aprincr/trr/
racla.rpelos eu't' E
'íjastamente
conÍra a administraçitt'
motiuação tla ruistênria para lançar ataques
Antigos, colunas e análises agouernoprouisóritt uti; 'çt
Seas tropas saem t|'opais' quase certo qae
'i
Artic()s c lrriilis,-s r'( l)r-('\(.nr.ur-r a opinião de quem assina o texto. para que cessem os atentados qtre rlittt
ficam, nA há
nenhuma ra7ãrt
c)s jornais Prr[rli.,.rrr l)('(l.c.lrs nrtas de rociapé com informações
desestabiliTandoopaís,prouocandttcentenasdemoúeseminando'tfi
sobre o autor, par^ tl:u'r'r'r'tlilrilitlarle ao cscrito e ajudar a compreencler
co m b ali da infa-e s trutura
iraclui an a'
as intenções p()r tr'íis tlrs
1r.rt.s cle vista apresentados. Â crítica ao
programa de g,vcr., rl. Prcsiclcnte Lula feita por um adr.ersário permartecerão rrlttrl'r
Ao qae tuclo indica, os soldarlos estrangeiros
tem menos força cl. (l.c ( ). t*r, 1ro mesmo sentido, feita por um aliad.. por muitos d'ttls /10 lraque' A
estraté§a de e'nabiliTaçà:o ftrrrt't
-porekiçõesqueconferiiamlegltimidadeeaceitaçã0a0.çgaucrlt(lt//l'.\.
Espera-se, claro, op«rsiçlio cle oposição.
,Eclaroqueaspo'rsibilidadesdeerrosãoinúmeras.])aftln//t,1,tt'
Há ainda ,utr. ti1-r, clc matéria opinativa nos jornais e revistas
as colunas assinaclas. I,,las apzirccem em todos os cadernos dos jor-
- q'ol caberá organilar o'r pleito'r' é r''tttr"
o atual gouerni, oo .tti'ç/tt
lançar dúuidt: .t()f )tt'()\
nais, conforme o essunto tratado. os autores, sempÍe os mesmos,
se umJanloche dewashington, o quepoder'
hastante imPrttrrittl tlrr'' r't
tornam donos do espaço e, às vezes, Ihe dão o próprio nome. resultarlos eleitorais' De resto' parurc
I

EUA) c,m cercd de / 30 mi/ homens no lraque,


aceitem uru euentua/ ntr ftrt.r/o rlt .r,rrirltt orr Lut.rf ti/,r/,
flr
ruitli.ttr, ll(ti.ç.ttli(ujlllt/( l(t.ç.vt
gzaernl islârzico hostil à Caru Branca. nrt.ç rla nttslrar..reruiço prtra as centenas de rnilltartt.r
(h
f)(.ç.r0(t.t q//t'

.rc utilizraxt diariamente da rtallta ntetroviária'


O que parece mais certo nessa bistórja toda
é que o pruidente
Ceorge V Bush cometeu wmformitláael err, a0 ;orndi,
lraque
e a90ft1 ruão sabe como
o
A essa altara, apopalaçà01á se acostamou a ser rega/aclu crtrtt
/iurar_y da erucrenca. Ent a/,ytrrl
benfeitorias rJe cliuersos calibres às uésperas de eleições.
,nês quartos do texto são dedicados a contar
a situação conflituosa grau, i s s o faq p arte d a p rópri a din ârt i ca d as de m o cra ci a'ç l'rt r I o
do lraque, pano de fundo para os atentados aclministrador tende a mostrar realiTações perto e não longe do'r p/t'i
"
aos quais o jornal se refere,
que foram manchete naquele dia ataques matâm Afonteira entre a inicialiua legttima e a apenaspopulista fotlr
- ao menos gg no tos.
Iraque. Â opinião está exptess u no purâgrafo
finar. A Folbaatribuiu ao ser traçada a partir dos rudimentos da lógica. puando a prttpo't/rr
presidente George sil Bush , ,.rpárrrrbilidade encerra a/gurn ssntido econômica oa socia/, á aceitáuel, mas não quaarlo
pelo conflito ao inva_
dit o país. considera a atitude de Bush "erro formi
d,âver,,. ela nada acrescenta além da yi.çibilidade para o gouernante. No ut.ro
Agora, acompanhe este exemplo, reprodução das farm áci as e leitorai s, infe ti ryu n te n en h um a de /as p as s a p e kt / c't
.
da mesma edição da Follta:
de outro editorial
e

te da consistênda.

O No quelá confgura ama uerdadeira gincana de populismo, o go_


Ncsse caso, a F'olha al>út o editorial criticando as iniciativrts
aernador do Estado de ,rão pauro, Gerartro
aik'*irl, acaba de populistas dos governantes. "No quc iá configura uma verdadcirr
lançar seu prograna de di.rtribuição de me,icamentor.
À, uésperas gincana de populismo..." constitui opinião eníâttca. o leitor soube, ctrr
da c,nuenção tutztna qru inrimrá
José serra para concorrer à poucâs palavras, que o iornal ataca o novc'r sistema de distribuicão
tlt'
Pr(àilura rle .\'ãrt pauh, , correlisonário Atckmin
criou, na
pital tlirrruár'io l)o.re certa. serào creqportos em utações
ca_
medicamentos. o argumento clue iustifica a idéia de que as tais fart]l,i
cias sejam apenas fecufso de marketing eleitoral ficou para o flnal.
do
ruúni c|ttc di.rpen.rarão gratuitaruenie 40 tip,os tle
remédio a usaá
io.ç do .ri.rtenta púhlico de satíde.

O llarmricia Do.re Cefta uem apenas duas semanu


tlepois do
Farrurida popu/ar, qwe á o nome do programa
federal i, ,rorln
sabsidiada de nnricarzentos. I\ão p,r ocd',,
a retre rriada pero
presidente I .ai7.Inário Lula da si/aa se
concentra em são pau/0,
orude a prefeita petisÍa Marta S'aplic1t tenÍará a reeleiçà0.
com
F,.m comurn, arnbos os prEetospaftilham,
além tlo caráter demagi_
gico, a tota/ in,onaeniência. No contexto tlo su.r, remárliot deaemTer
leitor se
distribaidosgratuitartente nasfarmácias depostos c|e saúde e de apresente
hospitais no.r quais o paciente á atendido. Forn
,loí, entra_se no terri_
tóno do marketingekitoral. proua-a apnípna
escolha tla local onde
da tese.
0 g,aern, do E stado pretende montar suas bancas: o meÍrô. Nào se
Níenos do quc
trata tanto defacilitar a aida do doentq que, para obter a receita
Vo l ta llado n da (co n tro l a d a p o r B e nj a m i n 5' te i n b rtt ú ) "\' c ri a op e'
como
mção estratégica igwal àqaela que leuoa () BNDII') em noueruhro, u
adquiriry porR# 1,5 bi, 8,50k da Vale.

O A bolada de Milene
Pelo acordo de separação assinado ontem entre Ronaldo Fenôrueno
eMilene Domingues na corte de Ahobendas, na Espanba, a ex'
mulher do craque uai recebery por mês, 23 mil euros' São W
Quanto menon, melhon 86.454,89.
O bom, se conriso, é dwas ueqes bom.

Ilzrltasar (-iracihn Nos dois exemplos, os textos são curtos e gÍossos. Sem florti,,s
ou meias-palavras. O modelito pafa escfeYê-los é o clássico do tcxlt,
onde, como e por quê' Funcioll:r
colunas cle notas se populari zarirn rrr,s Liltim.s ancis, quando iornalístico - o que, quem, quando,
tão bem quanto o vestido tubinho preto, acessório indispensávc:l r-rr I
os icrrnais comeÇaram e rcdt't,ir'. [.rra.lr. clas mzrtérias para atencler
guarda-toupa das mulheres. Não admite nenhum enfeite.
() chatt'nt'
à alegada falta cle tcmpo cla ,irr, rrr.tlcrr.. I)ara cluem tem
p.teguiça das colunas de notas reside na oferta apenas e tão-somente da nolí
de ler, j.rnal, sir. r,csnr. . gô.r'r, irlc;rl tlc r.tícies diretas,
-
tas, rír;ricl^s. As r.r,\,,s cr»lrrrlrs l()r,rl1-:lr) cr,prcstada a linguagem
enxu_ cia nua e crua. Nfais básico, impossível.
co_
loclurial rlrrs an1ig,:rs t-olrrrr;rs sor.i;ris c. int-orlroraram noícias de outras
ár.lrs "nrrris si'ri;rs" tl, j.r-rr;rlisnr(), .()1rr() poLítica, economia e espof_
rcs. (,.lLrr, tlt' rr.(:rs (lrr( s(
l)11',.1r, lrrjc, precisa de informação exclu_
siva, tl['rn tlr' lirlirr.rs, lrr.irrr.;rrlcirls c bom humor. Acessónios tnabalhosos
A. c., tr:i'i. t L r t1r rr. 1r.r k.
l,rcccr à primeira vista, escrever notas A palaura, como se sabe, é am ser utuo.
é tão cLficil (J.,lrrr( ) ('s('r'(.v('r ,nl,r rcportagem especial. ou mais difí_ Victor Hugo
cil, porquc cxiqc' u ,1rli.rrr;h, rrririmzr das regras do texto jornalístico.
Nelas, clatczn, c.rr.isrir . ,bj.tir,iclzrcle são elevadas à décima
pcltên_
cia, com pitadas tlc' irrrirr, tlc'sc.ntracão e leveza. Na prática, Nos bons tempos da imprensa ,havra os copidesque s, profissit '
cada
nota eclliivale a urrr.r lc,rril rlc t-cl)()Ít?tgcm. nais contratados para feescfeyef textos, dar título às matérias t: lt'
uma das c.lur-r:rs r.^is lrrcstigiadas da imprensa brasileira é a de genda às fotos. Eles sumiram das.redações. As novas tecnologils
Âncelmo Góis, purbli*rrl. rliariarncnte em o Globa. Eis as duas pri- ábrigu- o repórter a escrever na tela do computador, obeclccctttlr
meiras notas do clia 1.7 .2004: ao tamanho àa matétra definido pela diagtamação, e a fazer (tr, rrrt
nimo, sugerir) legendas, títulos e subtítulos.
o BNDES aAi às comprds os três elementos da edição (título, subtítulo, e legentlls) s:r,,
Carkt.ç L,a.r-ra pen.ra em comprar ama peqaend participação nas inseparáveis..Falam a mesma língua. Completam-se um ao oltll'o' l):t
(]m clltc lrrtsl:t lt
asinas de 'lubarão (agora ginas bem ed-itadas, üz-se nas redações, são aquelas
t

em poder da europáia Arnlor) e de


,.penduricalhos,'para saber o conteúdo inteiro da matórie. Nrtr I 1r, ,t
os
acaso, a distdbuição dos acessórios nas páginas seglic o movir.ncnlo il,s N. lr1irrrt.it-()
N6 scqrrtrtl(), lr6cltlillrr) ('()lll:l
('1s(), títtrl«r tlctrurl.
olhos dutante a leitura. No mundo ocidental,lemos de forma horizrn- ( rt(:l it()s vo(os tlos ltrincipzris crrncliclatos a prcfcito cl«l llio clc'-f ltrrt
it'"
tal, de cima para baixo e da esqucrda para a direita.
Japoneses lêem da (.s1rrs crílicas à lrçãci clas autoriclades Contfa o cgmércicl amlurlalltt'
direita para a esquerda e cle cima para baixo, mas no sentido vertical. il:ls rLl2IS cla ciclacle. Note que, no segundo exemPlo, a ftase nãtl tctrt
Assim, é natural e automático que, zo abrir jornais e revistas, os vr.rlr<r. l,)ntrou em ação aí outro Componente - a fetÍanca.
NO caso,
olhos clo leitor recaiam sobre a parte superior das páginas, em qlle "L'lciçõrcs 2OO4",iclentificação de uma série de reportagens sobrc <r
trôs
estão os títulos. Eles são o começo de tudo, a cenouÍa que conduzirá irríciri da campanha municipal em todo o país que se repetia em
o leitor até o último ponro do texto, o elemento de seduçào. No da eütoria de Política. A rettanca deu a idéia de continuiclzr-
Pzluinas
rádio e na tevê, as chamadas para âs Íeportagens garantem que c) rlc à reportâgem, mantendo a unidade de estilo e trâtamento'
telespectador esteja de volta ao sofá depois clos comerciais. Fátima correio Bra{/ienseé um dos jornais mais criativos nos títulos.
Ncr
o
Bernarcles e §Tillian Bonner encerram os blocos dc notícias do rlcsenho das páginas, o subtítulo aparece acima do títr,rlo. PoÍtanto,
o leittlr
Jornol
l\acional dizendo 'A seguir..." Â apre sentação das notícias seguintes rccebe primeiro um resulno do conteúdo damatéttae. em seguida,
um tí-
precisa ser tão fortc quanto a prripria notícia ou mais. tulo forte, que funciona como conclusão da história.Yeiaestes exemplos:
-
 principal característica clc r-rm títul«i (c rlas chamadas cle tevê e
rádio, suas similares nzrs n-ríilias ck:trôr'ricas) ó apresentar o fato o
- O oRrL-N7E MEDK)
quc ac()ntc'cer-r. () sLrbtíl trlo act'cst-c'nl;r inf,)ÍnlltÇõcs ama obra essencial contra os terroristas.
- como aconte- Para os israelenses, ele é
ccu, (luclr) cslcrrc t.trv()lVirlo L'(-()nr(). l,c.gcnclas são um pouco mais Para os pa/estinos, é ama fonaa de o gouerno S haron conJiscar
c«rrnlrlic'rrtlrrs. l',lrrs s('r'v(rn llrr'r c'rlrliclr Lrma foto e Tocaltzâ-la no terras. Tibufl.alInternacional de Jastiça anuncia sua decisã.0
hoje
c()iltcxl., <ln t'r'1rr)r-11r1,('n). Nll., tlCv,.'rrr ilcscrcver a imagem (o leitor
cstr'r ollr:rnrl() l)1u'íl t.lrr), nr:rs irlt.ntillclrr pcssoas e iugares. Ifs.çe maro é legak
( )s uc.ssri.i, rs rl. lillr.,t.. lleportagens factuais "peclem" (edição de 9.7.2001)
'rrr-i,rrr
títulos objctiv.s. l)c'r'l'is, t'nrlt'visl;rs c rcportagens especiais aclmitem
útu]os zrbranqcntcs, t-,n,1:rriv.s. Ncssc caso) aumenta a responsabi- O MEMIRuA
Espanba cumemurd grande exposição no Maseu Rainha So-
com
lidadc do subtítLrl.. I'i r'l. r1.r'c:.rn1rrirá a função de apresentaÍ o teor
fa o centenário de Saluador Dali, pintor qile renzuza a linguagem
da reportagem â() lcit.r'. Ii.r srrrrr: .s três clementos da página for
artística em todos os campos em que atuou
mam um con jurrr,, l)t lli it,,.
Veja estes exer-rpkrs, cxl,ríckrs cla eclição de 8.7.2004 de O Glotto: Sarreal ao alcance do Pouo

(edrçào de í1.7.2004)
O Ataque à fraude nos combustípeis
P a líci a lle d uu /. f i d u d,p ri.r i Ío c /a n du /t n o q a e ue n di a ga.r o l) n a a du lte ra da

Nos dois exemplos, edição de tínrlos e subtítulos (se é que potlt'trr


a
O Eleições 2001 ser chamad os assim, pela posição ocup ada na pagina) vem
amparacla rt' r 1
I ;

c t\4uth
Comércio ambwlante de zsotos ÍetfaÍrca explicativa do assunto tratado na m atétn- Oiente Médi7
('( )tr I
Ilo pnrteiro dia da carupanba, Criuella, Bittar e Jandira uzticam ia.Elaajuda a cont exí)zhzar a fepoftâgem, facilitando a leitura c 1l
ação da Caarda contra came/ôs preensão. Também compensam os títurlos vagos, interpretativos'
84 A arte de escneven bem

O uso do ponto (lc intcrrrogação nos acessórios das páginas é


proibido em vários rn:rnturis clc rcdação, mas o Correio provou que há
exceções. L]sorr o rccrrrs() rlc firrma apropriada no caso da constru-
ção, pelo g()vcnt() isr';rt.lt'nsr', rl«r muro que deve sepafaf o país dos
territririr>s prrlcslirros rl;r (,isj«rrclâni..r. Esse muro á legít? resume a ques-
tão a scr rcs1r, rr rt l it ll 1rr.lo' l i'il rtrnal Internacional de Justiça.
Nrr rr:rlór'irr s,rlrl. S:rlvlrl.r- l)rLli, o título Surrea/ ao alcance dopoao
cxlrlict o olrit'livo tl:r t'xlrosit;lio, tirginclo do tratamento convencio-
nll rlrr. l,r is tr'1rr)t'1r1,('ns l:rcltr:ris.

Quente ou fi.la? I

Palavras têm tcmpcrarllra -


você sabia? Como elas são a base dos
tíhrlos, a simples toca cle sinônimos mucla tuclo, o contexto, o tom, a in-
terpretação. Veja este exemplo, cle O E.rtdfu dr.\' . Paalo,eüçáo de11.7 .2004:

O Justiça ruanda Eslácict indeniTar ahtno ln/t:oda Toque final


l{ão gasto de escreuer Costo de ter ctri/o.
A matéria coÍ7ta a decisão daJustiça de condenar a Universidade Armando Nogtrcit'rt
Estácio de Sá a pagar indenização de R$ 950 mil a uma vítima cle bala
pe rdida no campus da escola. O assunto é polêmico, mas o título o trans-
formou em matéria de segunda categoria. O ptoblema está na palavra
indeniTor. Trata-se de linguagem técnica dos tribunais e advogados. O
que seria uma matéria humana virou registro de decisão judicial. C)
As palavtas sáo a fercamenta do jornalista. Conhecê-las é o pri-
resultado foi um título frio, distante das pessoas e cla sociedacle.
meiro tequisito de quem quef escÍever p^ra ser entendido. O mau
O título fi.carta mais atraente assim:
português compromete o esforço de pesqúsa e tedação, mutila rts
informações e prejudica a clareza. O emprego do termo adequaclo ó
O Aluna baleado receberá R# 950 tnil da esco/a
uma das regrâs fundamentais do estilo.
Não se concebe um pintor que desconheça as cores, um com-
Essa é mais quente - dispensa teÍmos técnicos, inclui elemen-
positor que ignore âs notas musicais ou um escritor sem familjariclrr
tos humanc)s e âpÍesenta a nottcla sob o ponto de vista da vítima,
clc c<;m a língua. O iornalista precisa manejar o idioma com clescrtt"
não daJustiça. O que eÍa uma informação burocrática tom()Lr FrrÍnr:l
vr>ltura. Não raras veues, pofém, cai em pequenâs atmadilhas cprc
dc histirria de vida, mais próxima das pessoas â clr.r('sc,tlcslirr;r o
pircm abaixo sório c pen()so trabalho. Algumas, relacionaclas ti ttor
iot'rrll. Motrl <la histriria: cm títul()s, rlô prcfcrônr:il ris 1r:rl:rvr';rs (1r(.n
nra gramatical; outr;ts, afinaclns mâis com o bom g()sto c o l:tltn sctt
It s, t'ttr qt r:rl trr:ris ('ut'l1ts tlo tlut :rs ll'i:rs.
s() (lt"lc: c()111 () L:crt() (t () crrarlo.

Você também pode gostar