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\( rl).ll\.

As rcsctrhas podem auxiliar, e muito, neste pro-


( (',',(). (]rre estc livlo não scja um manLral, etrfadonho
por
n.tllil('z:t. lllils um curso, r'rm seminário ou uma conver- jorna lismc
\.r. (luc sàrt coisas muito mais sedutoras'
e literatu ra

ri

Gran-
\. '.rrrtltiose entre litcraturtr e jornalismo é antiga'
imprensa'
I , r ,r,rres brasileiros tiveratn passagem pela
L ,L ,,,r ( r'llic()s ou cronistas antes
de se tornar ficcionis-
E'le afinou a
, lr,ttlo cle Assis é um desses câsos'
"l ', diário cla es-
, .,r', 1,:iginas clos iornais' e o exercício
, ir r ,r,l,l,rt «rs.,,'-tto'nott da
sua ficção' Se a influência
já é outra questão' C)
, r ,r r ,lrttlt ()Ll pâra o mal, isso
entre
1 r,lr'.t'r'Vil por ora é o diálogo estabeleciclo
,,rrr\,,l.r,ltc()rltra)mesffloqueopróprioâutornão
l ,,rrl,r tltsso rtum primeiro momentcl"
Desde que
r | 111r i I tspt'ctor J ot""' loom exemplo'
.,,, r ( "( r','vt'r crônic?Is semânals - tinha uma colu-
Brasil-' a dicção de sua
'| .t,1,'trr,, ll,tl<» ltmtal do
19

clc f«rrlrltr sistctliáticit'


trais pe sso.il, tnais coneÇiac13 colrl os;
Irtt'r';r i irlrr 1.(irri()r.l-st' l,r.intcircl lugar, apt:endi a escrever
L. irr;r-,,rs l..le colctânr^ 6 ;j{5t:oberíd t:lo rnuutlrt, que reú- , ()nl olt serl "il-lspir:ação", clue é umtr coisa clue às vczcs

)rirc por ntttito temptl, deixando o escritor frustrado' l{'r


nr' Itilrtt .irsscs rscritot, flIclice c()I]fcss(]Ll: '.(

r, r'tirtdc, o ieito de caçar a inspiração é escrcvetldo' ll:rl'l-


\ r.r p(txA paiavra, frase puxa frase e cle reperite lá está
ir
i...i ba*lrr et: s,tbtr quc csti)Lr escrevelicl«, 1tara jornal. isto
i:, i,;1;,i rligtr abr:rto ítaciltncntt prtr toclo o t'tttttli-1o, e nàtr ,,lt r.l, rt lrosse espera. À seguncli't coisa que aprerrcli foi scr
,1,1r livo. 1',1-o passaclo, os escritores se deixavaÚl llrrãst'1r
f,;rrri Llnr livro, clLtc sí-r é altcrtlr por qtlern reelmcnte cittcr, '

piil-.:i (luej serli rilcsn.l() sfntir, {) nrcldtl de escro\:er se trilns- 1,, I,r tt'rto, que não raro se tornàv:l cauclalclscl' fazendtr
Iorrne, 1...1 lr outta ct.tisa: ttr)s nleii:^ li\,r()li rltier,.l prtlítilt- ,,rr (luc o âutor simplesmente esquecesse de rlnrle virrha

cl,rnretrte a r.t'rr-r'rut'tit:açào profurlda cornigrt e conl o leitrlr. ;, ,,,r ,rttcle ia. (Scrtsn, 2002, P. 13)
,drlLii no j<ii'nrrl falo apcnas colll o lcjlor c ap;ratia-me qtte
r'lc ii,-iuc agr-acl.ido" (1.1.\PL(,1(11{, 1992, p. i t2) Ir, Irro, os literatos do passado dominavatn os diá-
, ilr ( \(:('ss()s beletrist:rs. lsso, em parte, se explic;1:
(ioutcrnpot-anellnlelttc a iilterâÇão ent!'r literxtLrra (' I rr r, lrrrvil iornalistas formaclos nem regrãs a se-
iorn,rli."nro se rcpcíe: basta vcr n gratrde ttiimetro dc frc ', ,rrl)r('nsr do início do século XIX foi rodâ mar-
t i,rlnisl'as quc irtcgr'.1i1] J itttplt'ttsrt, tãls coil-l{} I()ã() I , 1,, I r ,rluitçi() de escritores que, tlâturalmente, ai]ro-

Ilbalilo tr(il',crro. I.uis Fenranclo Vcr:issimo, C)arlos IIci ,,,, .r lnrqtlr.tgerl do livro à llnguagem do fornal'
lrrr ( ony, htorcyr Sciiar; clltre mLlit(ls oltrrc§. Sclirlr', ,r ir I (. 1,'r.ttrliismo se confundiam tanto quc, basta
.r lilis, I'cz r..ura ilrtcrrssânte reflexào sollre o Ée nlã, illl:l I , , \ u r,r\ .rl.rirs clássicas nasceranl nos jornais, na
lisrrnclo irs ciinfluênciâs entrc o texto cle iivro c o text() 1,, l,,llrt'tirts, con-lo foi cl caso da produção c{e Io-
.lt" jrirnal: l, rr, u t ..lo prírprio lvtachado de Assis'
e[â
I, r, ( ) rt'st't'vrtclt) à iiteratura, nâturalmellte,
Nlro s,ru rnlis o esct'rrtlr rlue (.tt crrl LlLll-tndo me tornci (() ,1rr, ,, 1 1iq1çrltc hoie, quando a "desliteraturiza-

l,ilror.,rtiot' dr jorrrais. O que mudoul Várias coisas. lirrr 1 1, ,r r, rl (\ tN t l^(;o, 1 993, p. 12), para usar LIrl
10 l-rtera l.lre nos lolfl;l; 21

t('nro cle Silviano Santiago, é uma realidade inconteste.


/\ r rítica nascente e seus cacoetes
Isahel Tr:avancas, em O liuro no'jnrnal, observa:
,'\ crítica literária nasceu, colno na França, na impren-
l...lo jornal se tornou men()s opinativo e mais informati- , llrrr bom apanhado do que foi a crítica do século XIX
vo, gerando um empobrecimento do lugar na literatura; l rr,, livro de Ubiratan Machado, A uida literária no
I...1 Não é mais como entigãmenre quando a literatura t ,,, tl ,ltrrante o romantismo, em que há exemplos hiiários
fazia parte dos jornais, sendo a piàce de résistence de al- I , ,,rrr) () excesso verbal, espécie de cacoete da época, do-
gr:ns veículos. A linguagem dos primórdios do jornalismo ,, r\.r ,rs páginas dos jornais. As frases eram poéticas,
também foi bastante influenciada pela literatura até ir se | , ,rr(,: "[...] turíbulo perfume do céu, cantos inocen-
afastando clela, se definindo melhor e se diferenciando. ,,,,, o balbuciar das criancinhas, singelos como es-
passando a apresentâr un'r estilo rnais objetivo, mais con- , ll,,r, ', singelas de nossos campos", publicada em pá-
ciso e mais claro. (TneraNc,ts, 2000, p. 43) ,, , ,1,, \ Nltrmota,em 1861 (Macuaoo,200L, p.230)'
{ ) ,',, tlo frocadilho também erâ comum, como se
Ir quanto à crítica literária? Como ela surgiu, desen- , r, tr((lto clue noticiava a estréia da peça de Joa-
volveu-se e se tornou o que se vê atualmente em jornais , , \lrrrrrr'l clc Macedo, Lusbela, em artigo assinado
r
e revistas? As primeiras críticas literárias publicadas na , , I i r.rrn() Xrvier de Novaes e publicado no jornal O
imprensa distanciavam-se dos textos jornalísticos produ- , 1, l l'irr ): "E,u creio
piamente que na Lusbela há
ziclos a partir do momento em que o jornalismo criolr ils ! ,,,, ,r lrt'lrr lLrz do talento do autor" (MecHaoo,
próprias regrâs, os códigos e se estabeleceu como profis 1rt'l{)).
são. Para compreender o desenvolvimento da atividatlt, . ,, ,, e inimigos - eÍa umâ cons-
, rrlt't' ltt.ttigos -
crítica ao longo do tempo até a contemporaneidack., I l,,r'.r u lil'r'os cle colegas ou, por outra, destruir a
unra pcrspectiva histórica remonta ao cenário da imprctr ! I ,l, ,,rlt lr)s nr()strava o quão parciais e inexpe-
s,r rlo si'culo XIX e ao espaço reservado para os colncntir , rrr ()', r tltictls c1e então, que viam os jornais
lios sobrc rr litcratura da época. i,,, , ilr !r.r ( nl ,1trc expunham suas rixas pessoais
fecun-
,,r é a mais cômoda, m:ls nãcl pocle preterlder ;l seÍ
por lneio cla palavra, usando-a como armâ' A agressivi- que seja
,1,r. [...] Para que a crítica seja rnestra' é precist'
não era incomum.
cl,rcle dos seus ilmi-
,,rr1',,ircial, - armacla contra a insuficiência
Exemplo disso foi a série de críticas publicadas por ,,.,,s, solícita pelo mérito dos seus adversários l"'i' (Assts'
Bernardcr Guimarães no jornal Atualidade, no Rio,
entre
jul- t',r,1, ir. 798)
os anos 1859 e 1860. Esquecido da relatividade do
gâmcnto crítico, Guimaràes destrói a obra Sátiras' epi- oportuna' Sobretuclo quandcl
I . ,,r r,'olta ao tempo é
grdmds e outras poesias, do padre Correia de Almeida'
I ,,,l,rt'c1ue a prática do elogio fácil e da "ação en-
âo escÍever: "Se a vulgaridade da idéia, a sordidez do
,,r",,\ r inlelizrncnte' e ()ntilltla a eristir' Contudo'
pensamento, se a trivialidade dos conceitos, a insipidez
e
1 ,,,".r ttttrclou do século XIX ao XXI' No meio do
a clissonância do verso fossem os grandes dotes do cul-
, , ,1,,,, ( ntl-c a crítica surgida com os escritores que
tor dirs musas, o Sr. Padre Correia seria o maior poeta dcl
nrLindo" (MecHeoo, 2001, P.232)'
, r, ru:ls obras e a crítica multifacetada e multi-
1 lrrr rr ,l, irojc, eristiram
os r:odapés - importante
Um escritor dessa época que jamais reudeu-se ao ilt-
sulto, embora tenha sido bastante polêmico, foi Machacl«r , ,,, 1,, ,,, ,',.r ltistórra que merece tanibém uma revisão'
de Assis, autor do texto breve, mas importante e âtuâl'
"()
iileal do crítico", em que analisa a conduta de um crítictr
literário meticulosamente. Machado escreve: F . ritr, 1 ill r«rdâpé e seus detratores

tlr
Outra, entretanto, deve ser a marcha do crítico; longc ,,1,, alargou o espâço para a
\ \, :t itttprensa
resumir em duas linhas, - cujas frases já o tipógraf, 'rr rrrr, ,r rlt' r'otlrrpé"'. O gênero era denominado
rrrr
tem feitas, - o iulgamento de utna obra, cumpre-lhe r. , rrr\.iln( nl('. 1,,1r aqueles que vieram depois
a

ditar profundamente sobre ela, procurar-lhe o senticl() ill l l r r 1,r.rltr:ttlo pelos chamados "homens de
timo, aplicar-lhe as leis poéticas, ver enfim até que Polll{' \lr,rr,, lrrrs. rctlator-chefe do Correio da
a in-raginação e a verdade conferenciaram para atlrclÉ ,l ,1 ,,i r,l,r .r'.\t(ltl() tlo Diário deNotícias'
produção. [...] Crítica é análise - a crítica que não irrrrlll*
.::ii-l,l :\i ir.l
' i ,r.trr I to. l('r l 25

Situaclo entre a crônica e o noticiário, o rodapé era /in- esse tipo de crítica e considerá-la inválida só pelo
assinado por intelectuais, que, a exemplo de Lins,
cultiva_ l,rto de não ser acadêrnica. Não foram poucos os exce-
varn a eloqtiência e a erudição com o intuito de
conven_ li nte's críticos impressionistas, a exemplo de Ronald de
cer rapidamente os leitores num tom subjetivo e persona_
i .rrvalho, Sérgio Buarque de Holanda e Sérgio Milliet,
lista. Álvaro Lins atuava num cenário extremamente
fértil u rl()l es de textos saborosos que anuncieram nomes pÍo-
para as letras brasileiras, pois, nas décaclas seguintes
ao , r n\sores da literatura brasileira.
rnodernismo, brindava-se o surgimento de autores novos,
r\ partir de fins dos anos 1940, o impressionismo
como C]arice Lispector, com perto do coração seluagem,
, rrrito pâssou a ser combatido pelo professor Afrânio
de'1944, e Gr-rimarães Rosa, com Sagarana, de 1946.
Am_ r , ,rrlinho, autor de seção "Correntes Cruzadas", publi-
bas as estréias foram analisadas por Lins em suas
cr:ôni_ ,,1,r no suplemento literiirio do Diárict delt[otícias, inin-
cas, que costumavam influenciar enormemente
o gosto do ,, ,rrl)trrmente, de 1948 a 1966. Recém-chegado dos Es-
público. O tom da crítica, porém, não era muito cliferen_
,,,1,,,, tLridos, oncle assistiu aulas nas universidades de
te do usualno início dos 1900. Sem o respaldo de
teorias , ,,l,rrrrbia e Yale, além de ter sido redator-secretário da
- afinal, ainda não havia faculdade cle Lerras nem teóri- , | ,r.r licader's Digest, ele retornou ao Brasil influencia-
cos da disciplina -, os textos ficavam entre o ensaístic.
c I ;,, 1.r nova tendência cla teoria literária divulgada so-
o professoral e eram carregados de digressões.
,,, rrr,lr, por René §7ellek. Coutinho levantou a bandeira
Importante fazer aqui um parêntese pâra que se en
l, ,rr.r nretodologia de análise, impondcl aos críticos a
tenda o que é a crítica impressionista. A palavra inr
, .,,,1.r,.1c de incorporar uma investigação da literatr-r-
pr:essionista surgiu quase simultaneamente às
artes plás t ,(,irrrrrt à atividade científica contra o que chamava
ticas e pâssou a ser sinônimo de diletantismo, ou
scjir, I rr,,r,lor-ismo" dos autores de rodapé.
cla prática de uma arte ou ofício de forma (),,,r r( (l ue, no cenário em qlre imperava o rodapé,
amadora, scrrr
levirr em contll norfltas de ordern intelectual. Nesse , 1 ,rrr, ,1,, ilrício dos anos 1,940, contecarent a surgir lo
cirsr,,
rcfcrc-sc a textos quc apenas justificam Lrm gosto,
s(,nr , l,r rrrcirrrs tLrrmas fclrmadas nas faculdades de Le-
pt'r'ocLrprlçõcs teóricas. Não se pode, entretanto, ,,,rr
desprt. t.l;rs, os scholdrs, que tomavaln para si o di-
2l

rcito cie escrever as críticas, pt,lis se consideravam mais Nos anos 1970 e 1980, entrilram elll cenâ os relettses
prcparaclos para a atividacle. Iniciavir-sc, então, um due- 1,,,,,1u2i<1os pelas assessorias de imprensa, o cllle facili-
Io entre os que praticavam ir crltieã autodidata e os que r , r,i parâ
- o bem ou para o mal - o trabrrlho dos jorna-
tenfavam usurpar o domínio das páginas, exercenclo o , rr.i críticos, que pâssâm a clar à crítica um tratamento
clue Alrânio Coutinho defendia colro "crítica estética". ,, ,,., srrperficial se comparado ao texto dos especialistas,
Os recérn-cl-rcgados críticos-sc/: olars foram colocando os ,,lr,rrrtlo-se para os lançamentos do mercado editorial'
imirressionistas eir desconfortrt. Enquanlcl isso, pt.ruco a '!;r contelnporaneiclade, os acadêmicos voltam a co-
pouco, os editores dos suplementos eliminavam os roda- 1,, rr ,' ('spllÇo dos suplementos literários, nos quais en-
pés dos jornais e privilegiavaín textos nleis cultos, me- , rr ur) rr oportunidade de estabelecer diálogo com os
nos cligressivos e mais objetivos. i,,r, ', l)ru'â além dos domínios da universidade' No en-
Muita coisa aconteceu a partir daí. Se por um lado r, l)ir|i't que os acadêmictls possam participar da crí-
lrouve a separação entre scholars e autodidiltas, por olltro, ,, l,r,,,lrtzic1a para iornais, precisam abrir mão dos jar-
o iornalismo organizou-se como profissão. As duas ativi , 1,,.i,tlizados e se adaptar às regras do jornalismo
el:rdes - literatura e jornalismo - atfastarailI-se à mediclrr . 1 rrr,'. (lue são: objetividrrde, concisão e clareza'
clLre as técniczrs jornalísticas foram criacl:rs. O terto jorna- '| rr r .( 1 ( rltri(), uml curiosa estruttll'll ctn quiasmo:
lístico ganhava seus próprios cíidigos. ' , ,ur, nrrs universitiades os prtlfcssores elaboram e
No cenário das universidades, já nos anos 1960, a crí 1 , ,lr.,,rrtt crt(la vez mais os discursos, nos meios de
tica literária, inchaila de teoria, especializou-se cada vt'z ,r r( 'r,, sintplifica-se a linguagem escrita xo gosto
mais. Com isso, os profissionais da imprensa viram n.rs i I rr, ,lr,,rrro tn<lclerno.
jargões acadêmicos uma linguagem excessivamente hct , ,, ", r trlnt os espaços literários disponíveis hoje no
'1

mética para o público de jornal. C)s teóricos, por sua v('2, r I ,r,,,, ,,s strplementos literários poderiam melhor
fechavam-se nas salas de aula, dialogando âpenas c()rl ,r r,r ( stt'tttrrra interna na tentativa de conciliar ir
selrs pares. Os acadêmicos encastelaram-se ttes univt'rtt ,, , ,1,,.l( \l()s rrssinados p<tr scholars e a necessida-
clec'les. Era também um momento político delicado enr (lur' i ' r, , ,r(l.rl)tir(los à lógica do discurso jornalístico?
«rs infclectuais se retraíram, muitos acr,rados pela censrrr',t, ' r ,,, I t.rl ,r1',rorinlação incrementar o diálogo aca-
L lêr,rirf.t ra)! ia)rita : )o

rlôrnico, evitando que ele se transforme num monólogo, ;,,,r' jornalistas que, muitas vezes, não têm nenhuma es-
rlistante do público que não circula pelas universidades e ;,,, irrlização na área. São clois mundos distanres, pois re-
obviarnente desconhece seus jargões? ',l,urr formas diferentes de perceber as obras e de trans-
A seguir, veremos que outros duelos e conflitos se es- rr rrl ir. cssâ percepção aos leitores.

tabelecem na crítica contemporânea. Veremos também al- l'.nquanto os pescluisadores das universidardes meÍ-
lcrnrltivas para alguns impasses. ,rllr.rrrr fundo nas obras e nos autores canônicos, os jor-
, rlr,r,tS «tu resenhistas, seja por falta de tempo, preparo
,,,, , .l).1ç-o, fazem vôos rasantes. Os jornalistas são, por-
1 , ,r,,. .r('usildos de esvaziarem o conteúdo mais substan-
A crítica de hoje e suas querelas
,,,,1:r crítica e de estarem comprometiclos com o as-

Para a professora Leda Tenório da Motta, autora dc r r,, t,,ruercial das edições. Escreve-se sernpre sobre os

Sobre a crítica literária brasileira no riltimo meio século:


,, rn( ntos mais recentes. Livro lançado há mais de seis
"o crítico literário brasileiro moderno sai desse cadinh<r l).rrrl um editor de suplemento, é considerado ve-
enr que se fundem os cronistas e os especialistas, os con-
i \ l,ri.. i frente, veremos o que acontece nos basticlo-
ceituais e os impressionistas, os amadores e os profissio
, l, ,,lrt-:io de um caderno literário e como se proces-
l,ir, rl t'scolha cle um livro a ser resenhado.
nais, os técnicos e os desarmados... como uma figurrr
, |rr rnr() e() esvaziamento da crítica nos
mutante" (Morra, 2002, p. 193). ]'ornais da
Na prática, a crítica encontra-se dividida. Há, basic,r
, , ,1,,1,,1,., crítico Luiz Costa Lin-ra defende a idéia de
mente, dois tipos de texto: um mais técnico, produzido p,,r'
, , ,, ,,l.r..lcira crítica literária permanece em livros e
acadêmicos dc divcrsas áreas (sociólogos, historiadort's,
,lr( ,.irculam pouco. Em um artigo intitulado
,,, ,1r.r,,,,,,,,,r, cle crítica literária", ele escreve:
antropólogos, professores de literatura), que voltam às p,r
ginas dos suplementos na tentativa de escoar sua protlrr
irr r ',ul)()(' ri telttâtiva de clar a compreencler a ttovi-
ção intelectual num ambiente extra-acadêmico, cscrc
vcnckr textos ensaísticosl outro livre de jargões, assin;rrl,,
,Lr .r rn( snricc cle algo qr-re chama text«r literário. [...1
Sua furição primeira, rilramente exercida, seria â de fr-in- I{á, portanto, iitúnreras arcstits a serem lapidadas
. ir,11;1 1' c( )nl( r i r)terprct(; iilterprctc (l u(' c\pi,c urne t('\rtrrJ ,yrrrnto à qr,icstão da crítica iiterária no llrasil. Vi'rrios
giiste - c«nte eia ou não com seu endosso - ou umâ nova, ,,rrllitos esperam por unrit conciliação, plincipalrreilte
clLr;rlqirer qr-re seja seu grau de entendintcnto. Obviarrente, ,r,, (lrlc tocii âo duclo resenha acadêmica uersíls resenh:r
não é isso que nos mostra a maioria dos que resenhatn en't rrr rli:;tica. Recorrendo às reflcxões do cscritor Nelsou

suplernentos e revistas 'de cultura'. Por quê? Tanto porque


l, i 'rli1rgi12, cn Yerdades prouisórias, olrsenra-sc que exis-
, ,,,n rri-ris:Í-r-l() entre uma atividacle e outra:
são contribuiçires mal pagas, corno porquc se alega que o
pÍrbiico não tem tenrpo para coisas cornplicadas. (Cosrn
\ L r'íii.rl literária erLlciita, levadir a cabo nas universidadcs,
l.lltrt. 200-i, p. 42)
\,';1rr [){]los jor:nalistits e pekts leitores conlo a Crítica Li-
I rr rir. conl tnicrais nraiúsculas, entidade monstrlrosal abso-
Nelson de Oliveila, num artigo publicado no ldéias o'
I r, r. r, i'r{-'t'e1ie, transcendenlc" [".. I Essa C-ríticrr, senlprc cunr
Liurcts do.lB, intitulado "Llma cajaclada no cocoruto clrr
,,, rrl iraiúscuia, rica enr sutilezas do pensamento, é algo
crítica", retorrra o "duelo" acadêmicos uersus jornalistas:
,, , ,,lri rruiito disrante do r;otidiano, do leitor .,,t u,r. É
!
.:
, ,
' (l!r(, c0rn freqiiêr'rcia, não chega il interessar nerTl Ínes*
A crítica literiíria brasiieira está em crise. 1...1 O mais prt',, I
,
T r,r. 1'r1-1-i11lrcs. É a crítica dos críticos, produzida c
cupânte é que essa nova crise é diferente da crise mais:ttt lli
,r ,rrrriilrl xpelras por eles. É cl:rro que vez on outra ela es-
F
tiga, provocada pela falta cie empatia e sincronia ..'ttt', ,r rr( nt( 1.;sin'rila eiementcts de sua printa pobre, irn-
duas hermenêuticas bastante temperamentais: a da critiq,r , , rrr pipcl jornal. Mas o faz da me.nrl llaneira qur
universitária e a cla crítica jornalísticir. A verticalidaclc ..l,r', ,,r, , rrr,litr'r cosfuma absorver elementos cla cultura po-
teses acadêmicas, ruminadas ao longo de meses ou rlll()s, t 1,, rlr,,t:r|rtCfcl'izartdo-cts, recobrind«t-os de aura. (Ot.t,
a hclrizontirliclade das resenhas jornalísticas, noticintrtl,,,'t t r
,tlli l, p. i9)
primeira nrão os n1()merttos mrtis promissores dtl tlttttt,l,,
c'ditorial, irinda não deram à luz o híbrido cottcili,t,l,,r L 1, r,l, .1r. rrriônrico cscreve profundidades inaces-
(C)r.rvurn,t, 2005, p. 1) , rrrrl ,r (()n) rnicial nraiúscula é privilégio dos
ta,i irrf :l llo! lír:llili!
32 ( ,rrr,i; ['.]ina
r

scholars? Essa mesma crítica é sempre difícil? Apostar rrr, [ôrn a obrigação de escrever textos à sernelhança de
nisso talvez seja incorrer no mesmo erro de creditar toda ,,,,,,r rcsenha acadêmica ou de um capítulo dc iivro, por
( nrplo. No entanto, também não se deve esvaziar toda
a culpa do esvaziamento crítico ao despreparo dos jor-
nalistas. Sobre esse assunto, x professora de literatura da r rr,r'irl em prol de um texto fácil demais quc seia ptrra-
pllc, Verâ Follain, nume entrevista concedida ao Traça ' ,, rrl( irrpressionista. Com otl senl reoria. () comPromis-
On-line, defende um interessJnte ponto de vista: ,, (,)nr it clareza das idéias é uma obrigaçào, como en-
L,r, .r () professor e crítico Antonio Candido, que, em
Antonio Candido e Silviano Santiago são exemplos de , , l,,nsrl carreira de critico militante, fez sempre ques-
, ,,, ,l, lrisar que, entÍe â clareza e a profundidade, pre-
acadên.ricos com textos excelentes e bem claros. Escrever
de maneira obscure, tanto pârr os jornalistas quanto paril .l ,.'llrreza,
r, I I I
( ,ln() resolver os paradoxos e encontrar uma alter-
os acadêmicos, é sintoma de não dominar o assunto' Mui-
, ,Ir\ r l)il|ll que textos reflexivos ganhem, conquisrem e
tâs vezes, o jornalista foge do impasse, optando por ulll
texto que não diga nada. Afinal, se não há compromisso ,r,,rrrr rrr.ris espaços na imprensa é um grande desafio
com o desenvolvimento de idéias, não se corre o risco tlt' 1 ,, | !(,,los «)s que exercem â críticâ.

ser obscuro. Os acadêmicos, muitas vezes, não digercrrr


bem as teorias lidas e, âo mesmo tempo, se sentem obri
gados a ler tudo que sai de novcl, achando que assim estio I rtrr' ,r intuição e a teoria: "a crítica viva"
atualizados. O munclo acadêmico tem modismos e qrl('rll
tenta seguir a moda não tem tempo de amadurecer () (lll(' ,, ,lrs, ttrso iornalístico predomina a funçao refe-
pensa sobre cada te<tria. (www.trâcaonline.com.br) ,l o objetivo é construir uma mensagem com
1,,,is
!' rr l,rros rcais. No caso dos discursos literários, pre-

Por outro lado, os iornalistas, mesmo os especializ,r


L,,,,,, r lrrrrçrio poética ou estética, em que há uma li-
dos, ou seja, aqueles que se lançararn nlrm mestratl«' "tt
I l,l, rrr.rr.r'rlc criação. E o iornalismo praticado nos
num doutorado em Letras, ou em qualcluer árerr rrlitrr, ,r | ,,,' ,r, )',. ( ()nl() se enquadra nessas definições?
2q
i,rL llit tr;t,,

Essa é uma questão polêmica. Ao longo da história, rr sua visão pessoal. [...] Por isso, a crítica viva usa larga-
nrente a intuição, aceitando e procurandt, rxprinlir as su-
rrcrítica foi vista de cliferentes formas. Para alguns, como
ricstões trazidas pela leitura. (C,tNntno, lL)97' p.31)
Mário de Andrade, que foi crítico durante vários arlos, a
ativiclade é, em essência, criação, arte: "A crítica é uma
obrir de arte, gente. A crítica é uma invenção sobre um de- ,\nt«rnio Cairdido foi um dos primeiros a valorizar
terminaclo fenômeno ardstico, da mesma forma que a obra 1i'r('s como Clarice Lispector, João Cabral de N4elo
, r,, , ( iuirnarães Rosa, enxergando a preciosidade cles-
cle arte é unra invenção sobre um detern-linaclo fenômeno
naturai" (Axun,mn, 1993, P. 13). rrr ., 111'3n6[gs autores, que, nâ época, eram quase des-
crí- ,,rl' i rtlr)S. Foi um risco, sim, mas uln risco calculado e
Já para outros, colrlo o francês Roland Barthes, a
ticrl ocupa utn lugar intermediário cntre a ciência e a lcr- , ,,1,r rra boa e velha inttlição. É co,-t esse espírito que
tura: a linguagem da crítica é uma linguagem segunda, istrr ,, , rrlrrstrr cieve dizer claramente se Elostou ou não do
é, uma coerência clos sig,nos, como explica en Crítica e ucr
,. ,rr! scm usâr o toln de quem está obrigando o lei-
tiade (tstrxtHtis, 1987). Utr]a das definiçires mais iúcidas t'
, , , l, , ,,rr proibindo a leitura, como se fossc um juiz ro-
oportunas da crítica venl clr.- Ailtonio Cirnclido, enl,' Fornt't
i L ,,1' r.so tletertor da verdade literária - que não exis-
ção da lite.ratura brasileira:
, , ',, ,1.' passagem - querendo impingi-la ao leitor.
! l r'.r,rrr,lc desafio da crítica literária praticada na

Toila crírica viva - isto é, que ernpenha a personaliti't'l'' |, , r i, t'rtfão, o de conciliar uma reflerão apro-
elo crítico c ir.rtervém na serrsihilid,,rde do leitor - prlltt'rlr . I ,.i, ,,,lrrt'() temâ, com objetividade e clareza- re-
uma impressão para chegar a um !uíz'cl' l"'] h'ni frttt''1"
, , ,.,1,,iornalisrno -, além cle incluir uma per-
L,,rurrr\rr" c ilté impressionista, do fato literário
texto, surgcm tro ilosso espírito certos estacl(ls cle pl'lz' r'
r ,(,, ( .1 oltra. Uma dica importante é entender
tristeza, constatação, , reprovaçiio' sitltplt'r rIr
seret.ridacle

teresse. Esfas ittrpresstles são preliminares intpt'rt'tttlt "' "


l,' r',,rt ,,r's sã«l uecessárias. Mas jarrais deve-se
,i , ,,rrr,, ,lt'ssrls icléias e cleixar qlle elas naveguem
crítico tem de experirnentá-las c dcve nratrifestii-lrts' 1"" '
irr[títrio, qttt tl,.Itrr, lrrr,,
cl,ts rcprcsentam:1 closc necessária c1c
,rr1lr\rr,
a,ilt , I .l 37

Na maioria das vezes, a obra induz o caminho a to-


r , r, uÍge outro problema: o esvazianrento das polêmi-
rlar. Não se pode analisar o trabalho de um autor con-
, ll raro ver um crítico, seja ele jomalista or,r acadê-
tcnrporâneo, clue implode a linearidade da narrativa,
r, , ,, criando algumtipo dc discr-rssão no ambiente inte-
por exemplo, com base em um instrumental clássico. I rrr,rl c literário. A crítica está morna e ircomodacla.
Explico: um romance corrro os de Balzac terá todos os
I rir r o clebate das idéias.
elcrnentos de uma narrativa bem posicionados - perso-
l',,1'is51y, um eremplo recente vale a pena ser comen-
nilgcns, tempo e espaço definidos. Num romance nào ( ) crítico rX/ilson Martins escreveu uma rcsenh;r
tradicional, tais fronteiras podem se dissolver e às vezes
,i, rrrrrclo o livro de Daniel Piza, Machado de Assis:
não há sequer personagens.
, rti,t lryasilelro. Os argllmentos que utiliza parâ ãnu-
O crítico tem de estar preparado para compreender
,,lrr':r são fracos do ponto de vista da tertria. ril/ilson
o :rlcance da obra e não destruí-la só porque não está dc
L, r rrr,, l,rla rnal sem consistência teórica, embora tenhir
acordo com seus padrões de expectativa. Analistas mui-
,l,,lrrrsfante incôrnodo ao autor do livro. Erl cor-r-
to rigorosos em matéria de teoria, ou muito presos a scu\
,, ,r I r( l,r, Piza escreveu Llmâ cartâ-réplica contundcnte
pontos de vista e a um irredutível gosto pessoal, acabarrr ,1, rr 1,1 111 discrrstà,, que conscguiu criar.
estreitando os horizontes de análise. É preciso que sc r(.
,, t rrbc aqui, pela extensão do texto, citar a críri-
nha a liberdade de usar a teoria, se for o caso de uma r(.
| \ I rr.tnrs na íiltegra. Convém, entretallto! ressaltirr
senha mais elaborada, como amparo e não como carrri
r rr t lros, alguns deles alvo da resposta de Piza. Nes-
sa-de-força.
, ,, rl(). () rlufor da resenha comenta as alusõcs feitas
, rr, , yr1'lipf ios r,rtilizados em Machado:

O esvaziamento das polêmicas , ,,,r( 'r \ ,. r'cferências aiusivas em praticamente todos os


L , l)r(,l,rios, r) qr_re já foi moda universitríria em outros
São poucos os que se dispõem a valorizar o eSf.r:1q.
,,t ' \ ploptisiro de Brás Cubas, por exerlplo, erpli-
dos cadernos literários com resenhas realmente crífir.rrr.
r I r, l( r\,llll(,rtre o c]Lle é uma cuba, :rcrescentando qtre
I-Iá rnuita complacência, consenso e superficialidade. (,,,rrr
I , ,lrrrrinrrtivo de brasileiro (?), mas, c«tnro paulista,
i ii.:;iiti.i ftas ti)llla J
i,rlrLlr,,i l.l ll.l

ro, que nunca soube aclmirirr o talento cle .foão Cabral de


í: estranho que haja esquecido o fundador da cidade
de
Melo Neto e que tampouco deixou marca nos estud<ls ma-
Santos. (NlanrrNs, 2006, P' 7\
cl'r:rdianos. Mas a função do rodapé literário não é deba-
rer icléias? Milrtins opta por ol'servações impertinentcs:
Neste segunclo trecho, vê-se o preconceito instalado
po- .r,.'lr:l que ter uln empregildo negro é o mestllo c]ue ter Llm
na afirrnação de que, sendo iornalista, Daniel Piza só
(.;crâvo; não vê significado nenhum nos nomes clue Ma-
deria escrever "ao correr do computador", o que equi-
, lr,rdo dava a seus personagens; não sabe a importância
virle a dizer qr-re escreve sem prestar muita atenção no
,1,, hrrile cla llha Fisc:ti, presente por isso mesnlo em Esaú e
que faz ou talvez o faça seln uma pesquisa prévia do
as-
r, t't; e cliz que a traição de Capitu é um "pressttposto" (sic),
sunto que analisa. Diz'§7ilson Martins em seu artigo:
|,

,.r( ) ulle "hipótese". Pi<tr, confr-rnde autor e n:rrredor quan-

escreve rrtr ,1,,1111116111. minha observação,-le que NÍirchado - e não


Percebe-se que, sendo jornalista, Daniel Piza
l',r,rs (.uhas - rrão era.lvesso à idéia de ter filhos, embora
correr do computador, como José de Alencar escrevia
rttr

e contrâ-sens()\
r rlrrlrrl recusado provavelmente por câusâ de suas doen-
correr da pena, origem de erros materiais
, , li desde quando RLrbião termina como um vencedor
cle literatura. (Me.nrms, 2006, p' 7)
rr r r rrl;l? Martins não diz nada, por exen.iplri, sobre a crí-
,, , ,,r.rchadiana à religião, âspecto funclamental do rneu
Em represália, Daniel Piza escreveu a segttinte c.lrlir'
, ,, , i .strí tão cansado que só viu o que lhe convinha ver'
transcrita aqui na íntegra:
I r r. 1{)06, p. 7)

§íilscin Martins leu com pressa ou n-lá vontade a biolir,r


, ,rr rs infcÍessante nessa história ó a discussão ge-
Éia que escrevi. Machudo de Assis: um gênio brasilttr"
! t,r trr.tlo terto c1e N4artins: tlual é" afinal' o papel
(Imprensa Oficial). Na semana passada' neste cacl('r'rr,'
r , r ( )s stiplementos deveriam abrir espaqlo pâra
âpontotl alguns erros de revisãrl, iá emendad<)s na s('lirrll
de [trrr'1" r, ,r rrlrisirrs ialem n-rirl c1e Llma obra quanclo os es-
cla edição. mas não disctttiu nenhuma questão
( r\,r(los à crítica iá são tão exíguos? Será que
Não que se pudesse esperar :rlgo diferente de um tlllt"'
,r,, tli rrrrr livt'o rtiim. caso um crítico assinr () qua-
que consiclera Josué Montello o maior romancista hrrrsrl'
t
40 ,r rl : l'l,lll

lifique, não seria o esquecinrentol


fli t':1:':::i]:;
que' em nome dessa
::::: yvr""---- aberta: seráq.-
il;;;ece
cuss:rL' Lluu
economia de espaço, a- crítica
---!+i'-^.ãn t()rnou condescen-
não se.tor
^....,loclpn-

:--:^^ El,-.
A resen ha:
:::}:ffi ; il
Lrcrrtç uv"'*-""'-' il';elas sã o também :^":':u'l':::::: rlef inições, troPeços
trtl c5ll
""t'i^il o ctrin-ra da polêmica' Apontar
gitls
5"'" "'-- --
cxccss() r - ...:., ,i .ncn.r\ lnlpor-
intnor'
elententrls negatlvos
clr) uma obra rrão é apenas
.- lr+-..íri,r
litertiria
e a rmad ilhas
faltaclo na cenâ
;:'i,.:..,.i.,-',;'ti*ttu""'' lsso tem
da contemPoraneidade'
porque coloca o dc
A resposta tle Piza é consistente enl nc
clo na ferida - §íilson
Martins' de fato' não tocott
ao analisar o livro resenhaclo'
nhruma cluesfão de funclo
Ficou àpenas mârgerrrr ( )r.rncio se mabalira em um suplemelrto literário' a pri-
,t"r"t Uà ter causado burburinho'quando priorizou o rrtrt
de livros
il, o.r"rro", secundárias' Falhou pârâ a polênlica' 1-rol ,, , ,,,isrr clue se observa é tl enorme volume
,,',. §e
(luL. 'L
nor Ltlrl iacio abriu espaço , ,1,),rri()s ao redor cla mesa de quem edita o caderno'
porque rentou rlnPrrr toda
;;;r.,. .r.,,., nu close, especiahnenre ,r.r(lrtmcnte cem ti'tulos chegam à r:edação
a sua leitura partictllrrr
gir ao leitor uma ú"'ica uertlacie - , , r lrso quando rrão é época de feira
ou Bienal' cm
posst
clas clen-rais ieituras
dc Machaclo - eln eletrimento , rttirttero costuma tr:iplicar' O que tazer com tan-
lriza' , , ,' ( lotrro escolher os que virarão
resenha' os que
veis, inclusiver a de
crítico quando entrrrrrr L r, rnle entrevista com o autor e os que simples-
E clifícii encontrar equilíbrio , lt't
n"tttuitlade de obrigar
em cella o liosto O*""f " ' a tlrt'
r.r() l'clLrllados ao abandono?
forn-ia) seil1 induzi-io ,l,r,,r tscolirc os prioritários com base em setls
cri-
tor a pensar de detern-rinacla amarrel' t()ll
rcftrexões' Na verclade' I o gosto pessoal influencia' claro - e tam-
*", ,, suas prírprias de fazer uma resenha
é linrit'rr 't
r lr'(:to -
clusões qttanclo se tr"1ta , I ,t t l, col'Il i1 linha editorial do caderno' O ptoces-
tssta lição de crítica
nã. 1rt"lr
compreensãt tl" ';l'i;ro" i ,,ll,.r ..ios títulos que se tornarão resenhir ou ensaio
é de nacla'
,r*r,- ser esquecicla: ninguérn iuiz

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