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G

ARISTÓTELES
54
ser realizado
bom em si claro que ele não poderia - ,r=---
20 ou não haverá ã. u"m? Nesse iÃ" u.rcunçado pelo homem; masdeo
nada de
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Mas que t"Ll'"iã,not' então' ,,] "* elas' em-
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por ..,.o, .o*o ã"


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bem e procurem
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ao bem que -e0


estratégia a
15 Voltemos novamente
e indaguemos o Na medicina e a saude' na :Jfl
P.ocurando ;ü;i;, ;" arduiteturauma uma casa''em 20

"uàãràt afigura^igual n11 coisa dire. -E


oue é ele. pois nao se na l'J;iàlJ^;";;;;'i"'u rIt
ãi"rrüt-içõ"t e artes; é diferente
eT todas as rente. e em todas as açôes pt?po-tit^oj
-finalidade;
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cada uma. delas'r "r"ã
ô. os homens se existe uma Í-rnali-
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Iãil,:*;;* cujo inte- Por conseguinte'
É"uià"ni..tnte' aquilo em

L---
ÉrrceANICôMACo-I 55

dade para tudo que fazemos, essa será Considerado sob o ângulo da auto-
o bem realizixel mediante a ação; e, se suficiência, o raciocínio parece chegar
há mais de uma, serão os bens realizá- ao mesmo resultado, porque o bem
veis através dela. absoluto é considerado como auto-su-
_?j Vemos agora que o argumento, ficiente. Ora, por auto-suficiente não
tomando por um atalho diferente, che- entendemos aquilo que é suÍiciente
gou ao mesmo ponto. Mas procuremos para um homem só, para aquele que
I 097 a expressar isto com mais clareza ainda. leva uma vida solitária, mas também t0
--' Já que, evidentemente,.os fins são vá- para os pais, os filhos, a esposa, e em
rios e nós escolhemos alguns dentre geral para os amigos e concidadãos,
eles (como a riqueza, as flautass e os visto que o homem nasceu para a cida-
instrumentos em geral), segue-se que dania. Mas é necessârio traçar aqui um
nem todos os flns são absolutos; mas o limite, porque, se estendermos os nos-
sumo bem é claramente algo de abso- sos requisitos aos antepassados, aos
luto. Portanto, se ú existe um fim descendentes e aos amigos dos amigos,
absoluto, será o que estamos procu-
rando; e, se existe mais de um. o mais ,teremos uma série infinita.
i''' absoluto de todos será o que busca- Examinaremos esta questão, porém,
em outro lugarl o; por ora definimos a
mos.
auto-suÍiciência como sendo aquilo
Ora, nós chamamos aquilo que me- que, em si mesmo, torna a vida desejá- t5
rece ser buscado por si mesmo mais vel e carente de nada. E como tal
absoluto do que aquilo que merece ser entendemos a felicidade, consideran-
buscado com vistas em outra coisa, e do-a, além disso, a mais desejável de
aquilo que nunca é desejável no inte- todas as coisas, sem contá-la como um
resse de outra coisa mais absoluto do bem entre outros. Se assim fizéssemos,
t0 que as coisas desejáveis tanto em si é evidente que ela se tornaria mais
mesmas como no interesse de uma ter- desejável pela adição do menor bem
ceira; por isso chamamos de absoluto que fosse, pois o que é acrescentado se
e incondicional aquilo que é sempre torna um excesso de bens, e dos bens é :o
desejável em si mesmo e nunca no inte- sempre o maior o mais desejável. A
resse de outra coisa. felicidade é, portanto, algo absoluto e
Ora, esse é o conceito que preemi- auto-suficiente, sendo também a finali-
. 'er b nentemente fazemos
da felicidade. É dade da ação.
ela procurada sempre por si mesma e Mas dizer que a felicidade é o sumo
.nunca com vistas em outra coisa, ao bem talvez pareça uma banalidade, e
passo que à honra, ao pÍazeÍ,àrazão e falta ainda explicar mais claramente o
a todas as virtudes nós de fato escolhe- que ela seja. Tal explicação não ofere-
mos por si mesmos (pois, ainda que ceria grande dificuldade seipudéssemos
nada resultasse daí, continuaríamos a determinar primeiro a função do
escolher cada um deles); mas também homem. Pois, assim como para urn ?.l
os escolhemos no interesse da felici- flautista, um escultor ou um pintor, e
)0
s dade, pensando que a posse deles nos em geral para todas as coisas que têm
tornará felizes. A felicidade, todavia, uma função ou atividade, considera-se
ninguém a escolhe tendo em vista que o bem e o "bem feito" residem na
algum destes, nem, em geral, qualquer função, o mesmo ocorreria com o
t coisa que não seja ela própria. homem se ele tivesse uma função.
s Cf. Platâo, Eutidemo,289. (N. do T.) ,o I, l0-I1;IX, 10. (N, do T.)
56 ARISTÓTELES

Dar-se-â o caso, então, de que o bom homem é uma boa e nobre reali-
carpinteiro e o curtidor tenham certas zaçáo das mesmas; e se qualquer ação t5
funções e atividades, e o homem não é bem realizada quando está de acordo
:o tenha nenhuma? Terá ele nascido sem com a excelência que lhe é própria; se
função? Ou, assim como o olho, a realmente assim é] , o bem do homem
mão, o pê e em geral cada parte do nos aparece como uma atividade da
corpo têm evidentemente uma função alma em consonância com a virtude, e,
própria, poderemos assentar que o se há mais de uma virtude, com a me-
homem, do mesmo modo, tem uma lhor e mais completa.
função à parte de todas essas? Qual Mas é preciso ajuntar "numa vida
poderá ser ela? completa". Porquanto uma andorinha
A vida parece ser comum até às pró- nào faz verão, nem um dia tampouco;
prias plantas, mas agora estamos pro- e da mesma forma um dia, ou um
curando o que é peculiar ao homem. breve espaço de tempo, não faz um
Excluamos, portanto, a vida de nutri- homem feliz e venturoso.
r0e8a ção e crescimento. A seguir há uma
Que isto sirva cômo um delinea- 20
vida de percepção, mas essa também mento geral do bem, pois presumivel-
parece ser comum ao cavalo, ao boi e a mente é necessário esboçá-lo primeiro
todos os animais. Resta, pois, a vida de maneira tosca, para mais tarde pre-
ativa do elemento que tem um princí- cisar os detalhes. Mas, a bem dizer,
pio racional; desta, uma parte tem tal qualquer um é capaz de preencher e
princípio no sentido de ser-lhe obedien- articular o que em princípio foi bem
te, e a outra no sentido de possuí-lo e delineado; e também o tempo parece
s de exercer o pensamento. E, como a ser um bom descobridor e colaborador
Fvida do elemento racional" também
nessa espécie de trabalho. A tal fato se
tem dois significados, devemos esclare- devem os progressos das artes, pois 25
cer aqui que nos referimos a vida no qualquer um pode acrescentar o que
sentido de atividade; pois esta parece falta.
ser a acepção mais própria do termo.
Ora, se a função do homem é uma Devemos igualmente recordar o que
atividade da alma que segue ou que se disse antesl 1 e não buscar a preci-
implica um princípio racional, e se
são em todas as coisas por igual, mas,
dizemos que "um tal-e-tal" e "um bom em cada classe de coisas, apenas a pre-
tal-e-tal" têm uma função que é a cisão que o assunto comportar e que
mesma em espécie (por exemplo, um for apropriada à investigação. Porque
tocador de lira e um bom tocador de um carpinteiro e um geômetra investi-
t() lira, e assim em todos os casos, sem gam de diferentes modos o ângulo reto.
maiores discrimina$es, sendo acres- O primeiro o faz na medida em que o
centada ao nome da função a eminên- ângulo reto é útil ao seu trabalho, :o

cia com respeito à bondade pois a enquanto o segundo indaga o que ou


função de um tocador de lira- é tocar que espécie de coisa ele é; pois o geô-
lira, e a de um bom tocador de lira ê metra é como que um espectador da
fazê-lo bem); se realmente assim é [e verdade. Nós outros devemos proceder
afirmamos ser a função do homem do mesmo modo em todos os outros
uma certa espécie de vida, e esta vida assuntos, para que a nossa tareÍa prin-
uma atividade ou ações da alma que cipal não fique subordinada a questões
implicam um princípio racional; e
acrescentamos que a função de um 11 1094 b I l-27. (N. do T.)
ÉrrcaaNrcôuaco_r
57
:: nlenor monta. E tampouco
devemos
e:iamar a causa em toâos hábito, e outros ainda de diferentes
o, ;;J;;à, maneiras. Mas a caaa conjun;;-;;
:,r: igual. Em alguns casos basta que
::o esteja bem estabelecido,
o princípios devemos inu.rtiguiãã".ãl
. .;;;-;, .
neira_natural e esforçar_nos para
os primeiro, ;;à;i;;r, ;
t*:.-' ilo.â corsa pressá-los com precisáo. pol;;.;; ex_
primária ou primeiro rem grande influência sobre
::rncípio. o'que se
segue. Diz-se. com efeito, qu.
dos primeiros princípios o àã."_
_-,9.u. desco_ ço é mais-que metade oo íoáà,;;;;
alguns pela indução,- or,Ã
:_i1"t
-'cra percepÇáo, outros como que das questôes que f,ormuru-o.'.ao-u"iã]
por radas por ele.

8
I
_Devemos considerá_lo, no entanto, car na felicidade ,uTléT
:ào ú à luz da nossa conclusão e das tencer todas
parecem per_
:ossas premissas, mas também à deÍmrçao que demos
do que efeito. alguns io.-,rtin"rrl
a seu respeito se costuma aizer;
pàis Í:lu, 59,
retrclclade com a virtude. outros
:om uma opinião verdadeira todos com a
os sabedoria prática. outros
'rado1 se harmonizam, mas com uma com uma
especle de sabedoria filosofica,
:pinião falsa os fatos não t-d;;;;;:
com estas, ou uma destas, acompa_
ort.oi
-:ar em conflito. lr
nhadas ou não de prazer;
os bens têm sido divididos em e
ainda também incluem a prosperidade
outros
^Ora,
:rês classesr2, e alguns r".ã*ã.l""riiá, Ora. atgumas deitas tpinrã.,
;omo exteriores, outros como lll-.tjgl
relativos rem tido muitos e antigos defensores-
a alma ou ao corpo. Nós outros
consi_ enquanto outras foram sustentadas
deramos. como mais propri;;;"" por
poucas. mas eminentes pessoas.
lerdadeiram€nte bens às qu" E não
cionam com a alma, e como
," ..fu_ que qualquer delas esreja
tais classi_ .:_.ll_.-"r*1
rnrelramente equivocada. mas
as açôes e atividade, prlqri sim qüe
fcalos
;as. Logo, o nosso ponto de |.llurn razão pelo menos a algum ràs_
vista dàve pelto, ou mesmo a quase
ser correto, pelo menos
de acordo com todos os
respeitos.
esta. antigaopinião, com a quuf
cordam muiros Íilósofos. É't;_úã; "on_ _Também se ajusta à nossa conceD_ r0
correto pelo fato de identificarmos çao a dos que identificam a felicidaáe
o virtude em gerat ou com ufgrãu
!: :., c.ertas açôes e ::-T ? particular.
vrrructe
"fi"iJ;;;;;à
oesse modo ele vem incluir_se
a o* pertence a atividade
pois que à viituae
bens. da alma, e nao .ntr"- "nt
;;;;; uma diferenrr";T:';3à#;
exteriores. 1{vez.
cotocarmos
:;'
,' Outra crença que se harmoniza o sumo bem na posre ou
_ concepção é a de que o homem
com no uso, no estado de ânimo
ou ,o uta
3_,1ot.3
rcuz vrve bem e age bem; pois Porque pode existir o estado
de ânimã
defini_ sem produzir nenhum bom
mos praticamente a feticiàaae resuttaãà, r0eea
:::: no homem que dorme ou qu.
cãmà
uma espécie de boa vida
e ú;; ;ô; permanece
As características que se costuma
bus_ vlrtuosa, não: _inativo; mas a atividade
essa daua .n"aaaauai*
mente agir, e agir bem. p,
assim cãÁo
ll1!âo, Euridemo, 279: Filebo, -4.
,\.., do
nos Jogos Olímpicos não são
T.)
48: Lít),
Leis, .,43.
tqJ.
Deros e os mais fortes que
;;-;;;;
conquistam

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