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Eliot
OT. S.
Selected Essays
Eliot 1932,1934,195t
Ensaios Escolhidos
To Criticize the Critic
@ Valerie Elior 1965,1978 Selecção, tradução e notas
de Maria Adelaide Ramos
The Use of Poetry and the Use of Criticisru
@T. S. Eliot 1933,1964
George Herbert
O T. S. Eliot 1962
i. It'l I , ..-,
o euE,É um clÁsslcor'
rt
I rr;',.q it_i,:.,
130 ENSAIOS ESCOLHIDOS o QuE É un'r ct'Ásstcol rlt
tico» de um determinado período"
Um clássico
- dois termos que pertencem à política literária e por isso estl.
mulam ventos de paixão qu. ,ogo u Eálo, .le tcordo com a visão da vida quando
nesta ocasiã o, pataguafd{l n,'r Dode ocorrer
q"unao*"Àã-tiuiti"çao atingiu a maturidade; a obra
no saco.
atingirlm.' g"túidude; e deve ser
Isto leva-me ao ponto seguinte. De acordo
com os termos da con.
l;,,,fil;;;^r*ilii"""ra; ;ff;iããat' B,a dessa civiliza-
[e rrm espírito que .imPortância
trovérsia clássico-romântico,
úamar <<crássica»> a quarquer obra de art'
,
"'*t;
ft;í,r1-Ei^;bem:-conio a compreensiv'idade do espírito
do poeta
implica ou o maior elogio ou o mais d.rd.rioro
inzulto, .orrfo.rn. à p*.
ü; ouase impossível definir
tido a que se pertenci. Implica ..rto, m?rito. irrclividual, qo. tontt"'i"a""i"*t'irdade sabeó .E que
sienifica: digamos'
ou a perfeição da forma ou o zero absoluto
o* d.f.it*-ãrp".à"o*
-õ".ri-r.rgr, waturidàd'er.* n""'p'# il;üi;i; iá
d, fr;;;. amadurecidos e somos também
definir uma espécie dé arté, e nâ. aa prêãiupâ quê-séja ctttão, que ,. .,tuto"uf'áp'i'á*t"te e
e em todos os aspectos melhor ou pior
absoruramenrc
l)essoas insmuídas,
poaào' reconhecer maturidade numa civilizaçáo
que encon-
io q.r. outra espécie. Enumerarei nr-rma literatufa, como
recoúecemos nos outros seres
humanos
c,ertas qualidades queesperaria que o crássico ostentasse. Todavia, maturidade realmenteapreen-
to'"ut-" significado de I
uma língua paru rcalizat as suâs próprias potenciaridades dentr.o das suas pôde surgir muito
próprias limitações. ,rrrtt's clc pocler enfrentâr outras com êxito: um Malory
.rrrlt's clc um Hooker, um Hooker antes de um Hobbes e
um Hobbes
Deve observar-se que uma sociedade e uma literatura, que tenha-
individual, não atingem necessariamente a maturidade
como um ser .rrrtcs cle um Addison. Quaisquer que sejam as dificuldades
!r()s cm aplicar est" paÀão à po.ti', é possível ver que o
Jrymano de forma desenvolvi-
idêntica e simultaneamente em todos os aspectos.
A criança precoce é rr . to de ,,,,u proru iásricu é o desenvolvimento em direcção a um estilo
muita-s vezes, de alguns modos óbvios, infantir r
paÍa a suaiJuã.'.À .o*- com.isto que os melhores escritores não se dis-
paração com as crianças vulgares- Há argum ,,,,',1;o. Nao qrr..o dizer
perícdo da literatura i.rgr.ru essenciais perma-
que_possamos apontTjomo tendo atingido i,,g,r..,, r", àor outros. As diferenças características e
a maturidade plena de modo são mais
englobante e em equilíbrio? penso qu. ãão' e, como ,,,^.1Á' não é que as difere[ças sejam em menor número' mas
repetirei mais tarde, ,,rrlrtis e upl"r.uàur. Para um palato sensível, a diferençâ entre a prosa
espero que assim não seja. Não podemos dizer
qr. u-lgr_ poeta indivi_ ,l,.Addíson e a de Swift s"rá tão matcada como a diferença entre dois
dual em inglês se tenha, ao longo du sua vida, toirrrdo"rÀ'À.*ã*
amadurecido
*^i, virrhos de qualidade para um conhecedor' O que encontramos num
{o que Shakespeare: não podemos sequer dizer que
qual- é uma simples convenção comum de escrita'
quer poeta tenha feito tanto para tornai aHnguainglesa.upr, 1,.'r?àão á. p.oru clássica não
àá.rpri- página' mas
mir o pensamento mais subril, ou os mais deli"cados t'orno o estilo médio dos redactores de notícias de primeira
ãu*uirit., ãá ,..rri_ ,;;;;iàra. à. goti" À época que precede uma época clássica pode
bilidade- Todavia, não podemos senão achar que .Way
monotonia por-
uma peça como ,,xibir não só excentiicidade, mas também mónotonia:
of the World de Congreve tem, de alguma forma,
maior maturidade do ,,,r. o, ..."tsos da língua ainda não-foram explorados' e-excentricidade
que qualq,,elpeça de Shakespeare: mÃ
gin.qr" ui.d, nãohá.rir padrão geralmente aceite - se, de facto'
só neste aspecto, porque reÍlecte aquela
uma sociedade mais amadurecida
- isto é,ár.r.uia
de rnaneirus. A sociedade para que_Congr.,r.
refrecte *uio. *uru.idud.
," poa. chamar .".êrtri.u q,,uttdo náo.há centro' A sua escrita pode
umâ
ponto de vista, bastante rude e br.rtu'i, contudo,
era, segundo o nosso
ser simultaneâmente pedante e desregrada' A época que se segue â
.rra *ri"r-frO"i*, a" ó;roca clássica pode também exibir excentricidade e monotoniâ: monoto-
nossa do que a sociedade dos Tudors: talvez
por essa razão a iulguemos nia porque os recursos da língua foram, pelo menos temporariamente'
mais.severamente. Apesar disso, era uma socieàad.
Àri. .a".rir-."i.ro, .,rgo,rdár, e excentricidade porque a originalidade pâssa a ser
mais apre-
provinciana: o seu espírito era mais frívoro,
a sensibiridade mais limi .iíd" do que a correcçáo. Tid^,í^, a épocaem que encontramos
um estilo
tada; perdeu alguma .ip.rurç, d" ,,utrrriduà., de ordem
mas realizou outra. Ássim, em que a sociedade atingiu um momento
à maturidade de espírito devemos somar a maturidade rnédio serã uma época
progresso em direcção à maturidade du li"g"ug.À1,
d.e ruaneiras. .r,^bilidude, de equilíbrio t h"*ot'ia; como a época que manifesta
p.írã, *ri, "
ãr-Àuio.., .*í..-orà. estilo individual será uma época de imaturidade
facilmente identificado e mais prontamenre reconhecido
no desenvorvi- .-- umâ
ou época de senilidade.
mento da.prosa do que no da poesia. Á. ..Àia.rr. -Éãd.'.ruturalmente
, p.;;;r";;;;r., esperar_se que a maturidade de linguagem acom-
perturbados por diferenças individuais de grandezu,
postos a exigir aproximação relativament.
. .rráÁor-"r"i.'air-
-" panhe a maturidade de espírito e de- maneiras' Podemos esperar
que a
u ,r* padrão .o_.ra, ,r* da maturidade no momento em que os ho-mens
vocabulário comum e a uma estrutura de frase ii.rgrug"- se aproxime
tas vezes a prosa que se afasta mais
comum: de facto, é mui-
terí ,r-rr, ,entidã crítico do passado, conÍiança no presente e nenhuma
destes padrões comuns, q,r. i irràiur- que o poeta
em exrremo, que nos inclinamo, u d.nà*i.rar aJ"iau consciente sobre o futt,ro' Em literatura, isto significa
!;al <(prosa páeii."r. ú**" consciência dos
arrura em que a lnglatera já.tealizara milagres tem consciência dos seus antecéssores, e que nós temos
era relativamente imâtura, suficientemente
.* po.riu, a sua prosa ântecessores que estão por detrás da sua obra, como
podemos estar cons-
dãsenvolvida para certos fins,
mas não para outros: nessa mesma altuta, quando ;i;;;;ã"t ,ràço, un..'rtrais de uma pessoa que é simultaneamentee indi-
u ff"g"u f.r"..;; ;.r, grandes vene-
de poesia tão grande como a poesia Jm inglês,
vidual e única. Os antecessores deveriam ser eles próprios
u proru ser tais que sugiram recursos da
i"::.^1Trf::11eas
Írancesa atingha maturidade muito maior rados: mas as suâs realizações devem
do que a prosa inglesa. T..o,
up.."3r- de comparar qualquer escritor Tudor iingr* ui.rdu por desenvolver, e não que oprimam os escritores mais iovens
.ãm Montrigrã _ . ,.U
prio Montaigne como estilista é só um precursor, " ;;; . r...iá d. que Íoi feito tudo o que pode ser feito nâ sua língua'
com o estiro insuficien- pode ainda obter
temente sazonado para preencher as e*1gência, Certâmente que o poeta, numa época de maturidade'
Írrn..ra, ;; q;;;;., estímulo da esperança de {azer alguma coisa.que os seus antecessores
peito ao clássico. A nossa prosa estava pronta um
pura ulg.rÁa, ,u..fu, não fizeram; pàd. uia sentir revolta cofltra eles' como adolescente
t )4 riNS^t( )s tis(iot,t UIx)s ( ) (.)l lll l1 llM (;l'ASSI(;()/
, t. r)
que já atribuí ao
É burturrt. óbvio que a rearização das quaridades crássicas devidr Gostaria primeiro cle enumerar as características
à sua civiliza-
foi obtida por alto preço t'*tt^i""ã^ Vi'gflio' à sua iíngua'
1P:p. - opera excrusão de algumas potenciali. clássico aplicando-as
hirra.á.dessa ríngua e civirização em
dades maiores do verso inglês. ora sacrifício de argumas poiencialido. cão e ao momento .rô;i;;; exige a história' ae
des para rcakzatoütras é, ãté certo ponto, uma condição
da criação artÍs. ::. ffi,ii;^;;;;i; ü;;;;ú& de espírito:.esta
p"odt estar comple-
tica, como_ uma lcondição. da vida em geral.
Na údr, o noÁ". qo. consciência du hi'tOti"'t*t"l"iê"ti' a' Ui'tAã"ao gtEii a"
t.:yr1 -é
sacrificar,quialquer coisa para obrer
f,,ralqr.r outra'acabà- nar*aio- tamente desperta t.tt;;;;;;'há' ou"uhi"óá;;J;!
ver o nosso próprro Iugar
ou, no
f§**I91 embora, por outro lado, haia o especialista que próprio povo do p"o'i ptttit'*"s disto P.ar]
:t'o.11t ãa história de pelo menos um
sacrtrcou demastado por demasiado pouco, ou que nasceu demasiado com. na história. Deut huver"o"ànf"ti*t"to cuia civilização seil sufi--
ouÚo povo altamente ffi;J;;J-"*.povoe peneffado
pletamente especialista para ter tido
lualquer .ái* p"ru sacrificar. Temos, ,,t1-1!r*nÍ'*
cientemente idêntica ;;;i'lfi";nciadà
por9m, razão pata sentir que no sécuro dezoito ingrês se '
excruiu dema"
;;;-ffi*t:l;.Tffi:,';*i#;,-I'^::f lllli; j,'-i"##:J:
siado. Havia o espírito que atingira a maturidade,"*u, .ru
"* .úfrir"
tacanho. A sociedade inglesa e as retras inglesas não eram provin.ianas,
avoravsllo§lg[ç -gYS P'
f 'mui' pot e'ste motivo não ÇQn§e$uü@m po§'1"
f^ta[d:e qu..
P9 estavam isoladas e de não.rrrr.rn'u fitcar atrás, t#-trdffiiu.*,,' -
próprio Virgílit Í:'
das melhores sociedade e letras europeias. A época.- ri, .ontoào, .aa suir. Era certamente ' ilã*;;tiã;t1à-eo"-.o T:'^:
por assim dizer uma época provinciana. 'l;# il;;"iã,' pttít o i"ítio que virgílio' como os seus contempora-
euanào se pensa nom shake- as dçs:'
uáàptuuu, usava constanfemente
neos e antecessores ,rri.ú,.r,
speare, num Jeremy Taylor, num Milton, em Inglaterra _
num Racine, de uma litera-
num Moliàre, num Pascal em França no sé.l_rlã dezassete, t.m_r. t.n- cobertás, tradições t #;õ;t
iu pot'iu greuat Íazer uso
dência paru dizer que o século dezoito - aperfeiçoara o seu jardim civitizacional posterior'
at"t't'oãJ";t;;i; "*ã fà'semais antigas da sua pró-
formar tura estrang.i,u
restringindo apenas a ârea .oltivada. sentimos que se o ciássico
é real- oue está pata além aZ*,.i^ *tii^ç^o de fases
mente um ideal meritório, deve ser capaz de.rú, ,r*, amplitude, podtt*o:dl*toue neúum poeta mos-
nria literaturu
mais delicado do que Virgflio'
nos
catolicidade que o século dezoito não pode r"ivindicãr;
uma
q".
- "*üoffig"
i.ou ulgum" u.' "n'iiá7Jp"'opo'çao.
ô;iiá;ã: á.rtigu . da poesia grega.E este desen-
estão presentes em alguns autores grandes, como Chauceq
q,_r. não pod.m usos que f.z da po.ria"ilil;; civilizaÇão' em relação ^ oÚua
dt
volvimento de uma ü;'u,.,];;-;
ser considerados na miúa acepção como clássico. d^ lii.iat,r.u
e que estão integralmente presentes_ no espírito medieval
iigt.ru; "L'
ao assunto da'épica de Virgflio' Em
de Dante]por- oue dá um significJo peculiar alcance
que na Divina Comédia, r. ulg,rrer,Hôããiãfrô;-õãâs;iô";iüffi
iíiú Ho*.ro, o conflito #;"t:'ã;*"t
t tt iroi^to' diiitilmtnte tem
europeia moderna. No século dezoito oprime-nos o âmbito Ji;"::-#; otr.idud.-estado sresa e uma coliga-
limitado da mais vasro do que a cons-
d:.ttá: da história de Eneias está
:::'+!ll9:i:, e especialmenre a nível do sentimento religioso. Não que
é cão de outras cidadet;t""dt';;;
em air,i'i'iàÍ"*'Ii';Ji;;' ;11
rnglaterra, pelo mefios, a
-poesia não seja cristã. Não é sequer que
os poetas não fossem cristãos devotos; podemos procurar, -
iiê.,cia de uma ctlstlnçau 'r4rr
ciência
r4st!É^' ---:'..-
parelttesco
1t'^t5:Ti,:f fft'#i
entre du grà"á.rcultu1as,
e- Íin-ah.
uma idealização, de um certo tip, claquela sociedade, e não estrutura complexa não só de
vcz desenvolvido um maior domínio da
iiri
uma anteci.
pação de qualquer ou*a. Penso que estâmos conscientes,
em Virgflio mair ;;;-td";;r;ruÀre* d;;;-, ;; desperdiçar o recurso {a simpllcidade
Não preciso
do^que em qualquer outro poetalatinoporque em comparaçío c*uÍu ' ,,rrrnreendent" . br.u", dlitt'u, qt"náo a açasiáo a exigia' iil
- palavta
-""9-!-1-9.pórcio parecem rufiões e Horácio um tanto
prebeu
" farticulal.- ,i.t;.;il;;;; ;.b-. i";;;' p*'o q"' vale coisa que não poáemos
a pena dizer uma
p,int.á -e privada
mente através dessa prova de maneiras, a cond,rtà
entre ;;;.#; estito rnéd'ío, pttq"t t"t é ulg'*a
gr.:.*gr, de um requinte de maneiras que provém de uma sensibilidade e emlela'ção à qual ten-
puiti' à' pot'iu inglesa'
ilustrar perÍeitament. u
euro-
Na literatura
delicada. Não me compete a mim, num conjunto de pessoas todas possi.
velmenre mais eruditaJdo que eu, rememor;
:i"il;ffi;;;;;ã;?;;ãJ.iã *..,oi do queiuÍiciente. um estilo médio hão-
; hiJórilJ. ú;;", . ó;il, ir.i^ã"a..tr, ^ *rio,t'ãpto"i*^ç*s
ao ideal de
Todavia, sempre considerei o encontÍo de Eneias com o fantasma l.i" prorrrrr.lmente encont"t-" em Dante e Racine; a maior que temos
da
Dido, no Livro VI, não só um dos mais pungentes, mas também êstilo médio que' em compa-
um
dos trechos poétícos mais civilizador. É .o-plJ*o .m rignifi.;;;..o"
.* p""ti, inglesa é Pope, e o de Pope'é-ím médio é um estilo que
âmbito muito limitado' Um estilo
nómico na expressão, pois não só nos conta à atitude de"Dido
;;á,ãá génio avsat.a língua», ma1
de
ainda nos faz exclamar não <<este é um homem
mais importante é o que nos conta sobre a atitude de Eneias. - isto quando lemos Pope'
tamento d: Dido aparece quase como uma projecção da própria
O compor_ ã;";;li;. íeri" a"iágou"' Não dizemos
de todos or- r.*.ror da língua
cons- ü;#=#i-a-í=aà..uriá.'.onscientes
ciência de Eneias: este, sentimos, é o modo como a consciência podemos' o,ando muito' dizer <<isto
de Eneias inglesa de que nop. náo se serve;
e:perarr! que Dido procedesse para com ele, O essencial, parece-me, época>>' Não dize-
não realizao génio du lí,'gtii;;ü a" "*u dttt'mit'^du
é que Dido seja inexorável tt:"T"-t, t^t1nnt'
- embora
invectivá-lo merâmente o rejeite
seja importante iue .* u., d. ã"rltr" i,rrndo lemãs Shakespeare ou-Milton porque a l^zer
talvez a rcjeiçao mais reveladora de
- é que Eneias não perdoa áa grandeza do homem' e dos milagres que ele estál.
.o"t.i.nr.'t
toda a poesia: o que.importa mais *ui' que Chaucer
prio e isto, de modo significativo, apesar do {acto, dà qrr.
a si pró- com a língua; ,p.o*i..ruão-no' talvez com Chaucer
- só
sesundo t:::^f*'
- está muito ;;';;ii;;,rãg.* diferente, mais rudimentâr 9
ciente, de que tudo o que fez foi de acordo com o destino, o,, posterior demons*a'
.a conse- d;;;;. r-3tu"t..p.ute e Miiton, como a história
quência das maquinaçõis de_ deuses que são .t.. prJfrior;;;ir";;rp. de ouffos usos do inglês em
deixaram em aberto ."ii"t fo"iUitidua*s
nas instrumentos de um poder inescrutáver ,,rp.r1or.
Neste ponto, o que poesia: enquanto q"t;';;;i:;t Virgflio'rcorresponde mais à verdade '
escolho como exemplo de maneirus ciwrizaias passa a atê alíngv
conhecimento e a consciên cia çivilizados: mas todãs o,
testemunÀar o ãL* q". "ao foi po*iuti'n*t'"* g'ád" d-t"nuolvimentq'
mos considerar um determinado episódio pertencem a um
.i, l,r.-fod.-
"t todo.u obsârvar- latina ie tornar uma coisa dif91-ente,
':l:''l:fr"":---;^iiio , sugeri: ^ questão
--.'!. a ^..r
gorturi, dê vóltar à questão qYe iá
-se-á, finalmente, que e comporramento dãs personagens
o* clássico' no sentião em que tenho estado
de Virgíio (podia de saber ,. u .orrr..r.,iio-át
exceptuar Turnus, o homem sem destino) nrrn.u pãr...
estarie u.o.do sempre a usâr o ,..r.ríZ ,ot'út"tt,
para o.povo t pur.i alíngua de ori-
;;ra bênção _ seja indubitavelmente umâ causa
com um código de maneiras puamenre *ibaI ou"roca, i i",*ã;;" que
gü.;; mesmo
não só romano, mas também europeu. Certamente que no nosso espírito' quase-que basta
r Virgíio, no rr
--o----) --v plano de orgulho. Para que esta questão surja
das maneiras, não é provinciano. potsia latina ulterior a Virgílio' ter
ter simplesm.rr,. Ín.ãii'i() 'obtt u
tardios viveram e ffabalharam
considerado até que p""i" pttt" Ã'is
Tentar demonsrrar a maturidade de Iinguagem e estiro de
virgflio
é, na ocasião presente, uma tare{a supérflua: muitos de vós pod'i"m que os louvamos ou depreciamos
na sombra da sua grJdt'u'^dt modo
executá-la melhor do que eu, e penso que estaríamos às vezes por descobri-
segundo padrões qr,. t*Utttttu -
todos de àcordo. adrnirando-os
oa por meramente reordenarem
kl:,^:::iy,l1,,!.pena
repetir quã o .rtilo d. Virgítio nao t..iu ,iáo por- rem alguma vattaçaoô;-!ã;ta' até
srvel sem uma literatura por detrás dele, e rem qrre tivesse vaga agta
um conh^eci_ ã. pdurtu','de modo a oÍerecerem uma lembrança francesa
mento muito íntimo desta Titerutwa: de modo
!o., .- certo sentido, "qffi;;
dável do otiginal t;;;' A poesia inglesa' contudo' e a poesia
estava a reescrever poesia latina maiores poetas exau-
como quando pede emprestados a ,rÀilett, poã.* considerar-sã aÍortunadas nisto: os
um antecessor uma expressão ou -um artifício e os aperÍeiçoa. N* podemos dizer que tenha havido algum
Era um riram só determinadatã"'
autor culto, cujo saber era todo ere rerevante para a sua em Inglaterra ou em
tarcfa; e tinha i.r*" p.Jt"o tealmente de primeira qualidade
atrás dele, para seu uso, apenas a literatura ,rii.i"rrt. de Shakesoeare e desde o tempo
. rrão d.-uriudu. França, respectivameti" dttdt a época
Quanto à maturidade de estilo, não penso que algum po.ru *niu ,-tg,r*u de Racine; ,,ao ,iut*ã;il;"i ffiát pot*á épico desde Milton'
140 .ÚNSAIOSBSCOL}JIDOS
( ) ( )t II': lr I lM ( LASSI( :( )/
ssrá sempre moderada pela nossa consciência das possibilidades da lín. que estejam mgll?s, po19u"9. .eJI?Y§§ -da qu.A ryefS t9q1Sryj, j1
-::§t'
gua, reveladas na obra de autores mais antigos que foram ignorador.
ffit, :| #iíd"'."rrem mortas .gl r1 propíío n1ô !r.s daria valor,
d3j+Ppg
..
{ época clássica da literatura inglesa não é representativa do gZnio total i ndeoá ndenteme nte do f ac t o- de s,re-to.dgg -q
§-p*oJ91
r ao- ley:*
daruça: como insinuei, não podemos dizer qrã .rr. génio se r"-"lir" de Koma, penso
u.nêfi;ia.iar. E de todos os grandes poetas daGrécia e
pletamente num qualquer período "o*. t
nosso padrão do clássico: o.Que'
- com o resultado de podermos ainda,
ao referirmo-nos â um ou outÍo período do passado,
fu;?'à§runio que d"u.mo, mais pelo que,é o *'i9l'.?" o único
possibili. r'epetirei, iao e imesma coisa que-prercnder
dades para o futuro. A língua inglesa é uma língua"o.rrid.ru,
que oÍeràe vasto â duem de todos o, rnodo' *ui' dàut*ot
* e de uma dívida especial
âmbito parulegítimas divergências de estilo; prr... s.r tar que nenhurna :i';;;;p;;;;;i,iã'à', o seu género peculiar de -compreensi-
ã,:"f ;i; latina
época, e decerto nenhum escritor, pode estabelecer uma ,rãrrrrr. Á lín-
gua Írancesa tem parecido estar muito mais intimamente presa a um estilo
iiarJ., deve-se à pàsição única io Impéiio Romano e da línguaao seu
nu norm história: umá posição que se pode dizer conformar-se
'arrrlr*.-p'rrt O pró-
conforme às normas; contudo, mesmo em francês, embora a língua pare* sentido do dt'ii'o torna-se consciente na Eneida'
cesse ter-se constitúdo de uma vez por todas no século dezaisetã, há
,ti" g".i.t é, do princípio ao fim, <tum homem predestinado»>' um homem
um espüt gaalois, um elemento de riqueza presente em Rabelais e em um intrigante' nem um vagabundo
villon, cuja consciência pode moderar o norro iaízo acerca da totatidaile $iã"tffiá""ãÍ;"L *àr"t.iro nem destino não sobcom-
nem um ooortunista, um homem que cumpre o seu
de Racine ou Moliêre, visto que podemos sentir que não só não está devido ao estímulo da
representada, mas também não está harmonizada. porlanto, podemos úe.
,l
Hirar;"i;.ràiã" rlUirtario, e não certamente
mais alto Por detrás
gar à conclusão de que o clássico perfeito deve ser um clássico em que ;ü;;, ;;;;:;b*.r". u vontade a um
camiúo
poder
ou o guiaria' Teria prefe-
dos deuses, que se atravessaria no seu
todo o génio de um povo estará latente, se não todo revelado; e que exilado' e algo maior e mais sígnifi-
rido ficar emTtóia,-u,'ot"'-" um
só pode aparecer numa língua tal que todo o seu génio porru .riu. pr"- maior do que
cativo do que um exilado; é exilado com um obiectivo
sente ao mesmo tempo. Devemos, por consequência, acfescentar à nossa
il;til;ur-qo. aceita; e não é,
1"T
t"*ld"-ho**o'--A[:::
lista de características do clássico a da sua
il;;;Jid;;"í.u;- É, psr(q. -oxs-m a aiig^Lo**;ç
qímbo1g E"rqq
L'5'-rs
í a Europl' D ste modo' Ic
.iiirí
estâ Darr- Rg,ma,,a§§i ãfr 3"4Íigã p é
q áqr»4
de toda a. sç iéiitimeáio
gama dà qur iip..rà"ja
DçuLurrElllu qrrê rrp.rcsellfa o carácrer oo povo que
carac[er do ffisfliã"ããf,üire ;;;ã;;'
ocz ;;t^í do"ctá§siõà único; êilá no centro da
''^.?;"'L"- _::"t1:.T: ---a* -.:;-.. *:;r::^Í^* i:..,,;i .lál_,iil'ãiláô Írôerâ node oarti-
falá essa língua. Representará este 4q.s"eu melhgy, .. çXçrr*rá*amâffi europela, numa poslçao que nennu
civilização europeia,
civiliCãÇãô
â maior atracçãó: no meiô do-pàvo gu. p.rt.rr.l, gra.qr glalqye;
3 thar ou usurpar. O tmperio'nonmnqe a língualatina 1ão
entre todas as classes e condifões de"hoóê.ns. "nçà"trrr4 um destlllg' ;"#
'' i*reti. . q"ulqil=-iiqâgêr-lgas fnip,e-rlq e umà líÁsuu çom i
Quando uma obra literfuia possui, paru além desta compreensivi- ,ili*t.*ti;iü; "-
Á&-p.?ptiot; e 9-P9.9ta 9T qt" esse Império e eqi?'
dade em relação à sua própria língua, igual significado em rerição a um
iüü;;i#;k;r*dkÉi-d í. .;i,}e;ú*, é o* po't" com um detu '
certo número de literaturas estrangeiras, podemos dizer que tám igual-
tlno
'--- unlco.
mente uniumalidad.e. Podemos, por exemplo, f.alar bastaite justamente voz suprema da sua
s.t vi;;íio é assim a consciência de Roma e a
da poesia de Goethe como constituindo um cláss_ico, po, .uor" do lugar pode exprimir-se com-
língua, d"rrã t", para nós um significado que não
que ocupa na-súà própria língua e literatura. Todruir, por causa da sua pletamente em termos de apreáção e críiica literárias. Sem abandonar-
parcialrÍíade, da impermanência de algum do ,.., .orrt.údo e do germa_ '-ãrl..ti"a", o, problemÀ da úteratura ou os termos da literatura ao
nismo da sensibilidade; porque Goeúe aparece, a olhos esffangefuó umi- insinuar mais do que afirma-
tado pela sua época, pela sua Iíngua e pela sua cultura, de-modo que
;."pr;-; á; íidu, poa. ser-nos permitido teside em propor-
-"i p"r, nór, o va^lor de Virgliá em termos literários
nos regozi-
não é representativo de,toda a tradição europeia e, como o, ,rorro, pró- l[;;;;;t,-1,.*itério.ioà.'íot, to*o disse, ter razõesporpara
um poeta que
prios aytores do século dezanove, é um pouco provinciano, não Dodemos proporcionado
i;;;;, ;"* o facto de este critério ser
chamar-lhe um clássico untíoeisal. E-üm
""qüê
;";;r
ili;ãffi1;;õ-àããttroE- ;;;;;;; iG"" Jif.,.n" da nossa: mas isso não é ruzáo pata reiei-
por ele toda a obra
é'üif àütiir"êôrii'cújáíô6ràI iodos os europeus devem estar familiari- tar o critério. pr.r.ruui o padrão clássico e medir
como um todo
zados: mas isso é uma coisa diferente. Nem, por um modvo ou por outro,
literária individual é ,r.r qot, embora a nossâ literatuta
podemos esperar descobrir o exemplo aproximado do clássico em qual-
;;;;;;.ráo, .rd, obr" isolad, pode ser imperfeita em alguma.coisa.
Pode ser um defeito necessário, ,* d.f.ito sem
quer língaa moderna. E-::::::Í:i:'y.**r1s línguas mortas;.é importanre o qual falta.ria alguma
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7
144 ENSÁIOS ESCOLHIDOS o QUE É Utvt cl,Ásslcol r41
hast
thou seen, and art come to a place where
t7---- -etrv'e t'
I,
of rnyself, discern no further.
Não tento aqui uma avaliaçáo judiciosa de Edgar Allan
Poe;
-não
otiginalidade
tento decidir a sua câtegori,.o"to poeta ou isolar a sua
Se_ exami-
.rr.n.iul. poe é de facto irm empecilho para o crítico iudicioso.
naÍmos a sua obra em pormenof, p*"tt-'otnão encontrar nela nada senão
escrita negligente, pensarnento púril o apoio de leitura vasta ou erudi-
"*
experiências foriuitas .m vários tipos de escrita
principal-
;;;.#dr, qualquer
ilà,. *U p.árraã de necessidades financeiras, sem perfeição em
fotrn"n.r. irto ,rão seria iusto. lti*b
tt,.t1 vez de considerarmo§ a sua
úsão distanciada como um todo,
ãU., ,"aiti.rmente obtúrmos dela uma
vemos um aglomerado de forma única e dimensão
impressionante' a que
Poe é igualmente
os olhos constantemente regressam' A influência de
p.rr*tunr.. Em Ftança, a-influência da sua poesia e das suas teorias
parece quase- negli'
;;éri;;t ;.* sido imenra. Em Inglaterra e na América
estilo pareça ter sido for-
!.r.iau.l. Podemos indicar algut poeta cujo
se insimra
il;ã;;;i" esrudo de poe? o único cuio nome imediatamenteque a nossa
não podemos tet a certeza de
é Edward Lear. E, contudo,
-
própria escrita não temsido inÍluenciada por Poe' Posso nomear categori-
posso nomear outlos. cuja
camente certos poetas cuia obra me influenciou,
obra, teúo rrrt r , não o Íez;pode haver ainda outros de cuia inÍluência
^ levado a recoúecerl mas
estou inconsciente, mas cuja influência podia ser
acerca de Poe nunca terei a certeza' Escreveu muito poucos poemas' e
mas esses poucos
desses poucos só meia-dúzíatem tido grande sucesso:
,io-i#.orlrecidos de tão grande númãro de pessoas, são tão lembrados
por toda â gente .o*o qrrà'i,qoer poemas alguma vez escritos'
E alguns
tido importante influência sobre autore§' e em
ào, u.o, .orto, têm uma
tipos de escrita, em que tal iniluência dificilmente seria
de espetar'