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T. S.

Eliot

Títrlo: En saios Es co lb idos

OT. S.
Selected Essays
Eliot 1932,1934,195t
Ensaios Escolhidos
To Criticize the Critic
@ Valerie Elior 1965,1978 Selecção, tradução e notas
de Maria Adelaide Ramos
The Use of Poetry and the Use of Criticisru
@T. S. Eliot 1933,1964

Notes Towards the Definition of Calture


O T. S. Eliot t948,7962

On Poetry and Poets


@ T S. Eliot 1957

George Herbert
O T. S. Eliot 1962

The Idea of a Christian Society


@ T. S. Eliot L%9,@ Valerie Eliot 1982

O Edições Cotovia, Lda., Lisboa, 1992

1.'edição: Abril de 1992


2.'edição: Junho de 2002
)." edição: Outubro de2074

ISBN: 978-972 -7 95 -)42-4 Cotovia


7

i. It'l I , ..-,

o euE,É um clÁsslcor'

pergunta: <<O que é um


O assurito que escolhi é simplesmente a
dárrá;;ú; é ornu pergunta Há, por exemplo' um Íamoso ensaio
"o"ã'
il.il BJ;;.;- àte"título' É óbuiu a pertinência desta persunta'
;;Hã#.4 ã."ã'"uretudo VitgÍlio'. qualquer que seja 3,i'|yçto
que exclua Vrrgillo
a oue cheguemos, não pode ser uma definição
que expfessa-
-
p"à.i.rãfrer confiadamente que deve set uma definição
mente o tenha .* .o*u'-i"aivia, antes de ir mais' longe' gostaria de
certos equívocos' Não
oôr de Darte certos pa.to"ttito' e de prevenir prece-
palavra <<clássico» que o
íi* t"Ulr*it, ou banir, qualquer uso da aiteT'"Yátia§
dente teúa rornado uà*ittru.i4:gtevlg-t.çF.s. ç-qnllÍIq4rá'
nsm qó çon.
sisnificados em vários cogtp;tgfiffig -aç."g.'"t-t.9igryÍiç"dg
a' de tuturo'
m;;. Àoã.fúir-o Gi*o dtttt modo não me comprometo
que tem sido usado'
ffi;;. t r..ã" à. qoulqo.t dos ou*os modos em ao falar
;;p";;;.õ,o, me à.,t;'it"*em ocasião futura ao escrever'
pâra
a palavra <<clássico» meramente
iúbli.o, oo uo .oru.'sat, a usâr
"*
;f.ilJglggl"J-padrão» em qualquer língua ausâ-la - meramente como

i,ffiffi"drHãd.*ã;;fa; Ém;maa e importância 'le um escri-á'Jk"ÍtÍ{\1y


"*,
tor no seu próprio .u*po, como quando falamos n'
St. Dantinic,scomo um àársi"o dos
romances para rapãõ'ó'u de*fl..Lndley
ninguém espere que peça
ffi;;rui" clássico no campo*cine-gét§.9 - to tbe
ffiü;.-h ha o* livro muito iitêreàiante chamado A Guidc
Derby. Nouftas oca-
z;s;;, & lhes diz como escolher o vencedor do
latina
#;;;;:,Ã;ir"-*. *rJtpor uos-clássicos» quer a Iiteratura grega e
indi-
in totoquqr os *ao,t'-uoiores dessas línguás' conforme o contexto
a definiçío do cIássico que me proponho
Ãil;;
oue. E. finalmente,
da aniít.se entle «qlásuco» e 1*o1nân-
H; #|à.", ;l;;áí, da'área
i ") i i' i -'
' ''lt '
''
'i' "'4r "'^'r)\
r  Alocução Presidencial dirigida à Virgil Society' em 1944' Publicada por
Faber & Faber em 1945'

rt
I rr;',.q it_i,:.,
130 ENSAIOS ESCOLHIDOS o QuE É un'r ct'Ásstcol rlt
tico» de um determinado período"
Um clássico
- dois termos que pertencem à política literária e por isso estl.
mulam ventos de paixão qu. ,ogo u Eálo, .le tcordo com a visão da vida quando
nesta ocasiã o, pataguafd{l n,'r Dode ocorrer
q"unao*"Àã-tiuiti"çao atingiu a maturidade; a obra
no saco.
atingirlm.' g"túidude; e deve ser
Isto leva-me ao ponto seguinte. De acordo
com os termos da con.
l;,,,fil;;;^r*ilii"""ra; ;ff;iããat' B,a dessa civiliza-
[e rrm espírito que .imPortância
trovérsia clássico-romântico,
úamar <<crássica»> a quarquer obra de art'
,
"'*t;
ft;í,r1-Ei^;bem:-conio a compreensiv'idade do espírito
do poeta
implica ou o maior elogio ou o mais d.rd.rioro
inzulto, .orrfo.rn. à p*.
ü; ouase impossível definir
tido a que se pertenci. Implica ..rto, m?rito. irrclividual, qo. tontt"'i"a""i"*t'irdade sabeó .E que
sienifica: digamos'
ou a perfeição da forma ou o zero absoluto
o* d.f.it*-ãrp".à"o*
-õ".ri-r.rgr, waturidàd'er.* n""'p'# il;üi;i; iá
d, fr;;;. amadurecidos e somos também
definir uma espécie dé arté, e nâ. aa prêãiupâ quê-séja ctttão, que ,. .,tuto"uf'áp'i'á*t"te e
e em todos os aspectos melhor ou pior
absoruramenrc
l)essoas insmuídas,
poaào' reconhecer maturidade numa civilizaçáo
que encon-
io q.r. outra espécie. Enumerarei nr-rma literatufa, como
recoúecemos nos outros seres
humanos
c,ertas qualidades queesperaria que o crássico ostentasse. Todavia, maturidade realmenteapreen-
to'"ut-" significado de I

digo que se uma literatura há-de ser ,-ã g.ura. nâo


Iiteratura deva ter um
;tr*";;;;;;u*' :.d; êialveT ""1
autor qualquer, ou um período qualquer, sível para o imaturo iE;i;'i'áã-r"-*esããâ"itá"'1-
á
qrr. ,oau, .r,u, qàiãua**
impossível. Todavia,,se já atingimos a^maturidade' ou a recoúecemos
se manifestem. Se, como penso,-devem com um contacto mais íntimo'
encontrar-se todrs em VirgÍlio, imediatamen,. o" utuoitiã'po'ãnhttc-la deixar de reconhe-
isso não é afkmar que seja o maior poeta
q". ufg".lu.?.r.r.*" I
aÍkmação acerca de qualquer pooã pu....--e ,rf Nenhum leitor de ilffiõt' n9'11tryt"' qode
gradual
sem sentido _ e não é ;àiã;; ã1" própriã tíáL'i' a mattt'açáo
cer. cada vez mais à
c€rtamente af.fumar que a literaiurulatinaé desenvolvido pode notar
maior a" qu. q*fqrá oorru
Iiteratura' Não precisamos de consid.ru. .o*o i'j;*on.;".'§il^t.'ot^"' uà o* ltitoremeno'
do drama isabelinos como um
um defeito de quarquer da literatura
Iiteratura que neúum ,:tor,:l neúum período, ;r;r"*Hár,"t1"i"Lt"t às peças de Shakespeare' e
notar
clássico; ou que, como é verdade rerativaÃànt
,+ .;;;]ir.nr* todo, desde u ,'rrre'u--Tludor inicial também obser-
período que mais aproximadam.rrr. p...*he
à literatura inglesa, o declínio na obra d"' ;';';;;t'
it Snufttpáare' Podemos
as peças de Christopher
o maior. Penso que essas literaturur, d. que
a definifao .iirJ* iàã *i, var, depois de um ;;il;ü!ti'-'á"t'.0"t
de espírito e de estilo do que as peças
em qle as quatidades ctássicá
a inglesa é uma das mais Marlowe exibem *uio. *rt,r.idade
I:i:::: .rrtãirp*i;;;.; ;;;.r-l,,ror., cue shakesp.u,t
idade: é interessante especular
e drversos períodos, podem bem ser as
mais ri.ãs. Toáas ffr*"*-ie* ""i"u'tí;;;;;;*;
ter vivido tanto como Shakespeare,
o seu desen-
os seus próprios recursos eos seus próprios ^
ümites. A;;rdi;õ.:ã.
lJ:;,o,ffiil"ilJ;. com o mesmo.ritmo' Duvido'
porque obser-
da história'd.-;;;; que a Íata, p,ãJ_ pã,
o.r' i
volvimento teria continuado do que 9ulrosf
l,:r^::":=:l
de questâo a ll_ldiiõ.:
expectativa de um período clássico oo
r"* ,

vamos que alguns espírit9s


atingem.a matrlidade màis cedo
muito cedo nem
d. .rm urrto. ãlár.i.o. e observamos que aqueles que atingem a maturidade
Essa não é em si própria maor'razão puiu
á.ruporru..rriããqu. pr.u sempre se desenvolvã* *"iio' t'iu!*ttao para lembrar' Pri-
Levãnto
resozijo. Aconteceu reaÍmenre que a história
il;i;;;a", iiJ" do valor daquilo que a atinge,
J. .*a"- meiio, que o valor irl;i"riâ;aãã.f."a.
ter da língua latina foi tal, que i r...rto Ão*.rrro f"i p"rír;i;À po.,u e segundo, q,,t att'rlÁJ' t'Utt q"^à-ao estâmos da maturidade
a tralat
incomparavelmente clássicó: embora da maturidade relativa de períodos
de escritores i"ai'id"li' ; ;;"à"
d.urrrro, recordar que foi preciso
esse poera exrraordinário, e uma tem um espírito mais ama-
literários. U* t"'ilo"t-;"; iJ;ii"almente amadurecido do que ouffo'
vida de trabarho por furl* a^Jr.'io.rr,
para criar um clássico a partir dos
durecido, poat pt*t"tti "
seus materiais.'E, .iuro, virgni" rr* período menos
podia saber que lsso era o que Íazia. "a" matu-
Estava, ,.-quáqu.ip".,""ri*r_; nesse;;;;;J" obra será menos amadurecida"'A
vez esteve, agudamente cônscio do que de modo que .*
q,r. é geiadar ur4
'nâo tentava fazet aúni., coiri q.re ridade de uma rir.rX"r"r'à"ri#. ;_.d1;.i;á;à;
podia visar, ou saber que ..,"rr, á f;;;r, e virgíio gode faTer'
porque é só olhando p*^ tiá,r.
.;;;;*r;;;Hiri.ó, "
autor individurl -'ttpec;ü"**tSr'&t'ptuitpode cànduzir êsiá -
.. p.rrp.*iuu
!.vs'rolvrtL4r
hirtArlir, qr.
lu. ,.*aar_
ur'rr ""rnrito para desenvoú;;-; língua: mas nãó 'língua
sico se pode coúecer como tal. "'
nã;';;;;;o;;; dos antecissores a tenha preparado
à maturidad.,
, Se há uma palawa em que nos podemos fixar,
que sugerirá o máximo '
pma oseu toque final' Uma literatura
que atingiu
i,Ti'::1d:Í:'
conse-
do quero dizer com a expressão <<um clássico», história que não é mera-
-que é a parawa rnaturi- quentemente, tt* r'itiãti' á"at de si: uma
-dade. D.istinguirei en*e o clássico *mo Virgflio, . .Hrí.; "ilu
.'o*t'l"i' de manuscritos e documentos desta
que o é apenas em relação à outra""i;;;:d " mente uma ^t""f^íat ttatn'Jã' t*rora inconsciente' de
literatura na sua própria língua, ou espécie e daquela,;;;;* p'ogtti'o
t)?, liNSAt()s tis(:()t,ilil)()s ( ) (-)tlli Íi tln,t r;t,Asstt;<lt IJl

uma língua paru rcalizat as suâs próprias potenciaridades dentr.o das suas pôde surgir muito
próprias limitações. ,rrrtt's clc pocler enfrentâr outras com êxito: um Malory
.rrrlt's clc um Hooker, um Hooker antes de um Hobbes e
um Hobbes
Deve observar-se que uma sociedade e uma literatura, que tenha-
individual, não atingem necessariamente a maturidade
como um ser .rrrtcs cle um Addison. Quaisquer que sejam as dificuldades
!r()s cm aplicar est" paÀão à po.ti', é possível ver que o
Jrymano de forma desenvolvi-
idêntica e simultaneamente em todos os aspectos.
A criança precoce é rr . to de ,,,,u proru iásricu é o desenvolvimento em direcção a um estilo
muita-s vezes, de alguns modos óbvios, infantir r
paÍa a suaiJuã.'.À .o*- com.isto que os melhores escritores não se dis-
paração com as crianças vulgares- Há argum ,,,,',1;o. Nao qrr..o dizer
perícdo da literatura i.rgr.ru essenciais perma-
que_possamos apontTjomo tendo atingido i,,g,r..,, r", àor outros. As diferenças características e
a maturidade plena de modo são mais
englobante e em equilíbrio? penso qu. ãão' e, como ,,,^.1Á' não é que as difere[ças sejam em menor número' mas
repetirei mais tarde, ,,rrlrtis e upl"r.uàur. Para um palato sensível, a diferençâ entre a prosa
espero que assim não seja. Não podemos dizer
qr. u-lgr_ poeta indivi_ ,l,.Addíson e a de Swift s"rá tão matcada como a diferença entre dois
dual em inglês se tenha, ao longo du sua vida, toirrrdo"rÀ'À.*ã*
amadurecido
*^i, virrhos de qualidade para um conhecedor' O que encontramos num
{o que Shakespeare: não podemos sequer dizer que
qual- é uma simples convenção comum de escrita'
quer poeta tenha feito tanto para tornai aHnguainglesa.upr, 1,.'r?àão á. p.oru clássica não
àá.rpri- página' mas
mir o pensamento mais subril, ou os mais deli"cados t'orno o estilo médio dos redactores de notícias de primeira
ãu*uirit., ãá ,..rri_ ,;;;;iàra. à. goti" À época que precede uma época clássica pode
bilidade- Todavia, não podemos senão achar que .Way
monotonia por-
uma peça como ,,xibir não só excentiicidade, mas também mónotonia:
of the World de Congreve tem, de alguma forma,
maior maturidade do ,,,r. o, ..."tsos da língua ainda não-foram explorados' e-excentricidade
que qualq,,elpeça de Shakespeare: mÃ
gin.qr" ui.d, nãohá.rir padrão geralmente aceite - se, de facto'
só neste aspecto, porque reÍlecte aquela
uma sociedade mais amadurecida
- isto é,ár.r.uia
de rnaneirus. A sociedade para que_Congr.,r.
refrecte *uio. *uru.idud.
," poa. chamar .".êrtri.u q,,uttdo náo.há centro' A sua escrita pode
umâ
ponto de vista, bastante rude e br.rtu'i, contudo,
era, segundo o nosso
ser simultaneâmente pedante e desregrada' A época que se segue â
.rra *ri"r-frO"i*, a" ó;roca clássica pode também exibir excentricidade e monotoniâ: monoto-
nossa do que a sociedade dos Tudors: talvez
por essa razão a iulguemos nia porque os recursos da língua foram, pelo menos temporariamente'
mais.severamente. Apesar disso, era uma socieàad.
Àri. .a".rir-."i.ro, .,rgo,rdár, e excentricidade porque a originalidade pâssa a ser
mais apre-
provinciana: o seu espírito era mais frívoro,
a sensibiridade mais limi .iíd" do que a correcçáo. Tid^,í^, a épocaem que encontramos
um estilo
tada; perdeu alguma .ip.rurç, d" ,,utrrriduà., de ordem
mas realizou outra. Ássim, em que a sociedade atingiu um momento
à maturidade de espírito devemos somar a maturidade rnédio serã uma época
progresso em direcção à maturidade du li"g"ug.À1,
d.e ruaneiras. .r,^bilidude, de equilíbrio t h"*ot'ia; como a época que manifesta
p.írã, *ri, "
ãr-Àuio.., .*í..-orà. estilo individual será uma época de imaturidade
facilmente identificado e mais prontamenre reconhecido
no desenvorvi- .-- umâ
ou época de senilidade.
mento da.prosa do que no da poesia. Á. ..Àia.rr. -Éãd.'.ruturalmente
, p.;;;r";;;;r., esperar_se que a maturidade de linguagem acom-
perturbados por diferenças individuais de grandezu,
postos a exigir aproximação relativament.
. .rráÁor-"r"i.'air-
-" panhe a maturidade de espírito e de- maneiras' Podemos esperar
que a
u ,r* padrão .o_.ra, ,r* da maturidade no momento em que os ho-mens
vocabulário comum e a uma estrutura de frase ii.rgrug"- se aproxime
tas vezes a prosa que se afasta mais
comum: de facto, é mui-
terí ,r-rr, ,entidã crítico do passado, conÍiança no presente e nenhuma
destes padrões comuns, q,r. i irràiur- que o poeta
em exrremo, que nos inclinamo, u d.nà*i.rar aJ"iau consciente sobre o futt,ro' Em literatura, isto significa
!;al <(prosa páeii."r. ú**" consciência dos
arrura em que a lnglatera já.tealizara milagres tem consciência dos seus antecéssores, e que nós temos
era relativamente imâtura, suficientemente
.* po.riu, a sua prosa ântecessores que estão por detrás da sua obra, como
podemos estar cons-
dãsenvolvida para certos fins,
mas não para outros: nessa mesma altuta, quando ;i;;;;ã"t ,ràço, un..'rtrais de uma pessoa que é simultaneamentee indi-
u ff"g"u f.r"..;; ;.r, grandes vene-
de poesia tão grande como a poesia Jm inglês,
vidual e única. Os antecessores deveriam ser eles próprios
u proru ser tais que sugiram recursos da
i"::.^1Trf::11eas
Írancesa atingha maturidade muito maior rados: mas as suâs realizações devem
do que a prosa inglesa. T..o,
up.."3r- de comparar qualquer escritor Tudor iingr* ui.rdu por desenvolver, e não que oprimam os escritores mais iovens
.ãm Montrigrã _ . ,.U
prio Montaigne como estilista é só um precursor, " ;;; . r...iá d. que Íoi feito tudo o que pode ser feito nâ sua língua'
com o estiro insuficien- pode ainda obter
temente sazonado para preencher as e*1gência, Certâmente que o poeta, numa época de maturidade'
Írrn..ra, ;; q;;;;., estímulo da esperança de {azer alguma coisa.que os seus antecessores
peito ao clássico. A nossa prosa estava pronta um
pura ulg.rÁa, ,u..fu, não fizeram; pàd. uia sentir revolta cofltra eles' como adolescente
t )4 riNS^t( )s tis(iot,t UIx)s ( ) (.)l lll l1 llM (;l'ASSI(;()/

prometedor se pode revoltar


contra as cfenças, os hábitos e as maneiras a complexidade pela complext
de seus pais; mas, em retrospectiva, ,k, que os de outros géneros' Toclavia'
podemos ser' primeiro' â expres-
nuador das suas tradiçôes, q". pr.r"';u"
ver que é também o conti-
-."rr.t.rírti.as ,li:.riãJ; r- fim ^dtq'tudo' o seu objectivo deve e pensamento; segundo'
ciais, e que a sua diferença;! de família essen-
são precisa de mais ;;;ã" tt"tiuilia'de
*d;;;rÃ.rrro é uma diferença nas cir- '"bJil
t;**;t e variedade de música' Quando um âutor
cunsrâncias de ourra época. E, poi
o,r* hd;,-.;;;;;;;t;;" l intodução de maior
vezes observamos homens cujas 0", l)arece, no seu *o"o
ptli t'trutura elaborada' ter perdido a capacidade
torna tal
quando o.""ítio i' fo'mu se-
vidas são ofuscada;
pai ou avô, homens d: ;;il;;,de um
cle dizer algo simples*t'*,
ny,... á*fqr.. pr* za d,e quesão capazes parece deviam uitoptiudu-ente dizer-se de
comparativamente insignifi.rnt.,
iumbém uma epo.u ,...ri.ãã po.riu que diz elaboradamet;;;;;;;; de
pode ser conscientemrit in . u,,i"t.iiài,l-l;" âmbito dt t*prt"ao' o processo
upura-.orp.tia com a sua distinta ascen- modo simple, per-
saudável e o escritor está a
dência' Enconrramos.poeras dÉrt.
tipo,oiÁ;ü;;il;'jJ: .'".nrd;iJ; a"i"' at^ttt i""i'u*"nttAinda que o verso
apenas com um sentido do passado,
ou alternatrvamente poetas cuja
o*r* der contacto .o* tittgllugtm assim'
Í'l'dn' à medida
rança no futuro se baseia na tentativa espe- ^ pot'u atrás de ouuo tende da monotonia
á. ,.ror.iu, ao passado. conse- se desenvolv. nu' *ao"'*Jl
'rn a complexidade; à medida que
quenremente, a persistência
da criatividade literáii" ."i qraq".) p^Ía avariedade, da simplicidade pata
embora possâ perpetuar a' estru-
declina, rende de t'ouo p"^ a monoània'
consiste na manutenção de um oo.ro
.q"ilfbrio irrconsciente .rri..-i *aiçao pro-
e signiÍicado' Julgareis por vós
"

tura {ormal a que o gét"i" d;;;iJa


no sentido mais lato *.a personal-idade
colectiva, por assim dizer, con_ e seguidores
uo' antecessores
prios quanto ..tu ,tt'J'il 'f,ç;.' e u'ptnáitl
*etizada na rireratura do passado
- .-, á.igi""iid;d.;;;:*r- viva. ,.

inferior nos imitadores


Não podemos consrderar literuiur^- ver esta monotonia
ao período isabelino, grande cle Virgflio: podemos todos altura
como é' totarmente amadurecida, ^ não poá.-os
setecentistas d. Miltoril_
que nunca é monótono' Chega uma
chamar-rhe crássica. Não pode ser
pode traçar-se nenhum pararero
.r,r.i,ã .ri.. o desenvorvimento da lite- mesmo uma relativa crÚeza'
em que uma novâ 'i*plltidád"'
ratwalatina e da grega, porque o
latim teve o grego por trás dele; menos a única alternativa'
ainda podemos traÇaf um pararero que me tenho estado a encaminhar:
entfe e§tas e quarquerliteratura Terão previsto a conclusão pâra
moderna' porque as riteratuàs
*"À.,J rem não só o ratim, mas tam- essas qualidades do q"t até àgor.a,mencionei maturidade de
tlrf"'i* -
bém o grego por trás deras. matridade de linguagem e perfeição
ú. R.;;r.rr".nt. rra uma aparência iniciar espírito, maturidade ;;;;;;t'
{
Ot t:Ti
d.e maturidade, que é pedida
.-p;;;;;; Antiguidade. Temos cons_ I do estilo médio - hã*i;' ;rn
literatura.inglesa' ser ilustradas
na poesla
ciência de, com Milton, nos aproximarmos
mais da maturidade. Milton ;il-il";i*ud^ dt'*t'tt o século dezoito; e' em poesia' mais
estava em melhor posição prm
t., um sentido ..iri;ã;;rJ"i",l a. de Pope. Se isso Ítt;;;;;
q* t" tinha a dizer sobre o assunto não
um passado em literatura ingresa mera-
ao qrr. o, seus grandes antecessores. e não valeria â pena dizêlo"Seria
Ler Mitton é ser confirm"ão - constituiria...t"*t"tl """ia'aà'
gratidão a spenser DoÍ ter "o,..Ç-iào;;;;;;;^;*;;;"r;",.
contribuíào prã'ro.rr.. possíver
r, I mentepropot"::i*'âr;lÍí:m[i""Hi"::i:rui1"1,ff':1l
Milton' o estilo d. À4ilton, conrudo, o verso de tt;..pção desacredi rad a'
não é um estilo clássico: é um "r clássica d.uí^ r.'r total mente
de uma língua ainda f9rrffi-;;rrl";. estilo i'jtlri,T; H: nenhuma época clássic": itl-l;1r t
não eram "q
ingleses, mas latinos
um escritor cujos mestres A minha opinião é ;il;";os por que motivo isto é assrm'
mar isto é unicamente.dizer o
, .. grrrãàor, ,r.ror. penso que afir_ ;;;;úrti.o, t* it'g=ú';que quando virmos
o l'-tn'u'; Àut q"t'
disso' deve-
seram' quando se oueixavam áe ry.yofr"ror-.-Lurdo, sucessivamente dis_ não teremos u *'-ni'i-'*iop"u 'pttut
o estiro à. uaron não ser totarmente ânte os nossos olho'' Potqt-re devemos mantê-
inglês. Ponhamos ,.r"ru* a mos manter o ideal clássico aÍazet
este juízo dizendo imediatamente que linguagem tem tido outras coisas
ton Íez muito para desenvorve* Mil_ -1o, e porque o génro inglês.da quer de reieitar quer
ir*.,"-ü*
relativamenre a um .rtilo_ darri.o,
-i;; dos sinais d. ,p.o*im"çao que não realizá'lo, ãaà'?ãàtt'"'
ãu'"n* ao luxo
litera-
;;."volvimento em direcção de atribuir uutot t*tl"iuo a
epot' de Pope; não podemos ver a
maior complexidade de esrurura uma
:I^ d. p.ríodo e frase. Tal desen_ visar cotrectamente o futuro' sem
:volvrmento
é aparente na obra única de tura inglesa como um todo' ou
q"aiaades clássicas são exemplifica-
apreciação ..itit' a" g'^"'ã o"t ^t
shaiespeare, quando reconsti-
tuímos o seu estilo das primeira,
a, ,iltim^, peças: podemos até dizer qo" que' excepto se formos capazes
que nas últimas peÇas avança
em direcção à;;ú;"iã;;;;;r;;r*r. das na obra de I';;'; 'igt'ifitu
podemos chegar a umâ compreensão
é possível dentro dos limites
au po.riu de aprecia* ou'ul"t ;#' "ão
ãu Ãiirru,que são mais resrritos
plena da Poesia inglesa'
136 ENSÁIOS ESCOLHIDOS, o euE É utvt clÁsstcol t17

, t. r)
que já atribuí ao
É burturrt. óbvio que a rearização das quaridades crássicas devidr Gostaria primeiro cle enumerar as características
à sua civiliza-
foi obtida por alto preço t'*tt^i""ã^ Vi'gflio' à sua iíngua'
1P:p. - opera excrusão de algumas potenciali. clássico aplicando-as
hirra.á.dessa ríngua e civirização em
dades maiores do verso inglês. ora sacrifício de argumas poiencialido. cão e ao momento .rô;i;;; exige a história' ae
des para rcakzatoütras é, ãté certo ponto, uma condição
da criação artÍs. ::. ffi,ii;^;;;;i; ü;;;;ú& de espírito:.esta
p"odt estar comple-
tica, como_ uma lcondição. da vida em geral.
Na údr, o noÁ". qo. consciência du hi'tOti"'t*t"l"iê"ti' a' Ui'tAã"ao gtEii a"
t.:yr1 -é
sacrificar,quialquer coisa para obrer
f,,ralqr.r outra'acabà- nar*aio- tamente desperta t.tt;;;;;;'há' ou"uhi"óá;;J;!
ver o nosso próprro Iugar
ou, no
f§**I91 embora, por outro lado, haia o especialista que próprio povo do p"o'i ptttit'*"s disto P.ar]
:t'o.11t ãa história de pelo menos um
sacrtrcou demastado por demasiado pouco, ou que nasceu demasiado com. na história. Deut huver"o"ànf"ti*t"to cuia civilização seil sufi--
ouÚo povo altamente ffi;J;;J-"*.povoe peneffado
pletamente especialista para ter tido
lualquer .ái* p"ru sacrificar. Temos, ,,t1-1!r*nÍ'*
cientemente idêntica ;;;i'lfi";nciadà
por9m, razão pata sentir que no sécuro dezoito ingrês se '
excruiu dema"
;;;-ffi*t:l;.Tffi:,';*i#;,-I'^::f lllli; j,'-i"##:J:
siado. Havia o espírito que atingira a maturidade,"*u, .ru
"* .úfrir"
tacanho. A sociedade inglesa e as retras inglesas não eram provin.ianas,
avoravsllo§lg[ç -gYS P'
f 'mui' pot e'ste motivo não ÇQn§e$uü@m po§'1"
f^ta[d:e qu..
P9 estavam isoladas e de não.rrrr.rn'u fitcar atrás, t#-trdffiiu.*,,' -
próprio Virgílit Í:'
das melhores sociedade e letras europeias. A época.- ri, .ontoào, .aa suir. Era certamente ' ilã*;;tiã;t1à-eo"-.o T:'^:
por assim dizer uma época provinciana. 'l;# il;;"iã,' pttít o i"ítio que virgílio' como os seus contempora-
euanào se pensa nom shake- as dçs:'
uáàptuuu, usava constanfemente
neos e antecessores ,rri.ú,.r,
speare, num Jeremy Taylor, num Milton, em Inglaterra _
num Racine, de uma litera-
num Moliàre, num Pascal em França no sé.l_rlã dezassete, t.m_r. t.n- cobertás, tradições t #;õ;t
iu pot'iu greuat Íazer uso
dência paru dizer que o século dezoito - aperfeiçoara o seu jardim civitizacional posterior'
at"t't'oãJ";t;;i; "*ã fà'semais antigas da sua pró-
formar tura estrang.i,u
restringindo apenas a ârea .oltivada. sentimos que se o ciássico
é real- oue está pata além aZ*,.i^ *tii^ç^o de fases
mente um ideal meritório, deve ser capaz de.rú, ,r*, amplitude, podtt*o:dl*toue neúum poeta mos-
nria literaturu
mais delicado do que Virgflio'
nos
catolicidade que o século dezoito não pode r"ivindicãr;
uma
q".
- "*üoffig"
i.ou ulgum" u.' "n'iiá7Jp"'opo'çao.
ô;iiá;ã: á.rtigu . da poesia grega.E este desen-
estão presentes em alguns autores grandes, como Chauceq
q,_r. não pod.m usos que f.z da po.ria"ilil;; civilizaÇão' em relação ^ oÚua
dt
volvimento de uma ü;'u,.,];;-;
ser considerados na miúa acepção como clássico. d^ lii.iat,r.u
e que estão integralmente presentes_ no espírito medieval
iigt.ru; "L'
ao assunto da'épica de Virgflio' Em
de Dante]por- oue dá um significJo peculiar alcance
que na Divina Comédia, r. ulg,rrer,Hôããiãfrô;-õãâs;iô";iüffi
iíiú Ho*.ro, o conflito #;"t:'ã;*"t
t tt iroi^to' diiitilmtnte tem
europeia moderna. No século dezoito oprime-nos o âmbito Ji;"::-#; otr.idud.-estado sresa e uma coliga-
limitado da mais vasro do que a cons-
d:.ttá: da história de Eneias está
:::'+!ll9:i:, e especialmenre a nível do sentimento religioso. Não que
é cão de outras cidadet;t""dt';;;
em air,i'i'iàÍ"*'Ii';Ji;;' ;11
rnglaterra, pelo mefios, a
-poesia não seja cristã. Não é sequer que
os poetas não fossem cristãos devotos; podemos procurar, -
iiê.,cia de uma ctlstlnçau 'r4rr
ciência
r4st!É^' ---:'..-
parelttesco
1t'^t5:Ti,:f fft'#i
entre du grà"á.rcultu1as,
e- Íin-ah.

tempo, um modelo de ortodoxia de princípios e ãe autênrica


duranie muito ilad
*ãente .r*u aÍfumaçáo Ae
ttU u1 dt'tit'o que tudo abatca'
piedade de da sua
sentimentos antes de encontrarmos um poetâ mais genuíno do q,r.
sr-"a '"to"tiüffi
.. A maturidade a"'átpàià-ãg-ír1qnior. a-Àaturidade da sua época
hittOtiu' A maturidade de espírito
asso-
Johnson. Há, contudo, evidência d. ,rma mais profunda sensibiridade revelam-se ,"rt"on"à"ítiu-áu
dt provincianismo' Suponho
religiosa na poesia de Shakespeare, cuja Íé e pritica podem
ser apenas ciei a maturidade de ffiá;t;:;tê*iu
matéria de conjectura. E esra resrrição da própria ,.nribilidud.
origina uma espécie de provincianismo (emborá d;"Á;;.;;;Jrffi,r.,
relisiosa que,para,**I?odug;x,'tt*:tlnl*::i"::*;'?Íft r:,:ffi -
neste sentido, o século dezanove foi mais provinciano
tJIiffLiilt:::iliu"" roduui" o'po"^ ê capaz'de des-
ainda): o proíir_ "i"'iuo' '" é de modo
cianismo que indica a desintegração da cristandade, o
dectínio + crever alguma toi'u 'op"'io'
à ptáticacontemporân ea' náo o
rg e mals
comum e de uma cultura comum. pareceria então que ao
nosso "À, a antecipar ulg'* taáigo d"
tà*po'tumento bastante diferente
século próprio povo
dá q" a conduta do seu
dezoito, âpesar da sua realização clássica
- uma reàlização qrr., .r.io, tardio, mas por ai"#i-t"to As festas familiares dos
ainda tem grande importância como um exemplo p*u o fut,rro'-'tiiuru no seu próprio "felhor'
alguma condição que torna possível a criação de um verdadei.o
.úrri.o.
"*nlpi'';1F1i; t'uÀ exactâmente aquilo
abastados nu f'ghtJ'á eduardiana "ão mas a sociedade de James era
sobre

que lemos na' páginas d;H;;y James:


remos de regressar a Virgílio para descobrir qual é esta
condição.
I'8 I1NSAIOS ISCOLIIIDOS o QUE É, un clÁsslcor L1e

uma idealização, de um certo tip, claquela sociedade, e não estrutura complexa não só de
vcz desenvolvido um maior domínio da
iiri
uma anteci.
pação de qualquer ou*a. Penso que estâmos conscientes,
em Virgflio mair ;;;-td";;r;ruÀre* d;;;-, ;; desperdiçar o recurso {a simpllcidade
Não preciso
do^que em qualquer outro poetalatinoporque em comparaçío c*uÍu ' ,,rrrnreendent" . br.u", dlitt'u, qt"náo a açasiáo a exigia' iil
- palavta
-""9-!-1-9.pórcio parecem rufiões e Horácio um tanto
prebeu
" farticulal.- ,i.t;.;il;;;; ;.b-. i";;;' p*'o q"' vale coisa que não poáemos
a pena dizer uma
p,int.á -e privada
mente através dessa prova de maneiras, a cond,rtà
entre ;;;.#; estito rnéd'ío, pttq"t t"t é ulg'*a
gr.:.*gr, de um requinte de maneiras que provém de uma sensibilidade e emlela'ção à qual ten-
puiti' à' pot'iu inglesa'
ilustrar perÍeitament. u
euro-
Na literatura
delicada. Não me compete a mim, num conjunto de pessoas todas possi.
velmenre mais eruditaJdo que eu, rememor;
:i"il;ffi;;;;;ã;?;;ãJ.iã *..,oi do queiuÍiciente. um estilo médio hão-
; hiJórilJ. ú;;", . ó;il, ir.i^ã"a..tr, ^ *rio,t'ãpto"i*^ç*s
ao ideal de
Todavia, sempre considerei o encontÍo de Eneias com o fantasma l.i" prorrrrr.lmente encont"t-" em Dante e Racine; a maior que temos
da
Dido, no Livro VI, não só um dos mais pungentes, mas também êstilo médio que' em compa-
um
dos trechos poétícos mais civilizador. É .o-plJ*o .m rignifi.;;;..o"
.* p""ti, inglesa é Pope, e o de Pope'é-ím médio é um estilo que
âmbito muito limitado' Um estilo
nómico na expressão, pois não só nos conta à atitude de"Dido
;;á,ãá génio avsat.a língua», ma1
de
ainda nos faz exclamar não <<este é um homem
mais importante é o que nos conta sobre a atitude de Eneias. - isto quando lemos Pope'
tamento d: Dido aparece quase como uma projecção da própria
O compor_ ã;";;li;. íeri" a"iágou"' Não dizemos
de todos or- r.*.ror da língua
cons- ü;#=#i-a-í=aà..uriá.'.onscientes
ciência de Eneias: este, sentimos, é o modo como a consciência podemos' o,ando muito' dizer <<isto
de Eneias inglesa de que nop. náo se serve;
e:perarr! que Dido procedesse para com ele, O essencial, parece-me, época>>' Não dize-
não realizao génio du lí,'gtii;;ü a" "*u dttt'mit'^du
é que Dido seja inexorável tt:"T"-t, t^t1nnt'
- embora
invectivá-lo merâmente o rejeite
seja importante iue .* u., d. ã"rltr" i,rrndo lemãs Shakespeare ou-Milton porque a l^zer
talvez a rcjeiçao mais reveladora de
- é que Eneias não perdoa áa grandeza do homem' e dos milagres que ele estál.
.o"t.i.nr.'t
toda a poesia: o que.importa mais *ui' que Chaucer
prio e isto, de modo significativo, apesar do {acto, dà qrr.
a si pró- com a língua; ,p.o*i..ruão-no' talvez com Chaucer
- só
sesundo t:::^f*'
- está muito ;;';;ii;;,rãg.* diferente, mais rudimentâr 9
ciente, de que tudo o que fez foi de acordo com o destino, o,, posterior demons*a'
.a conse- d;;;;. r-3tu"t..p.ute e Miiton, como a história
quência das maquinaçõis de_ deuses que são .t.. prJfrior;;;ir";;rp. de ouffos usos do inglês em
deixaram em aberto ."ii"t fo"iUitidua*s
nas instrumentos de um poder inescrutáver ,,rp.r1or.
Neste ponto, o que poesia: enquanto q"t;';;;i:;t Virgflio'rcorresponde mais à verdade '
escolho como exemplo de maneirus ciwrizaias passa a atê alíngv
conhecimento e a consciên cia çivilizados: mas todãs o,
testemunÀar o ãL* q". "ao foi po*iuti'n*t'"* g'ád" d-t"nuolvimentq'
mos considerar um determinado episódio pertencem a um
.i, l,r.-fod.-
"t todo.u obsârvar- latina ie tornar uma coisa dif91-ente,
':l:''l:fr"":---;^iiio , sugeri: ^ questão
--.'!. a ^..r
gorturi, dê vóltar à questão qYe iá
-se-á, finalmente, que e comporramento dãs personagens
o* clássico' no sentião em que tenho estado
de Virgíio (podia de saber ,. u .orrr..r.,iio-át
exceptuar Turnus, o homem sem destino) nrrn.u pãr...
estarie u.o.do sempre a usâr o ,..r.ríZ ,ot'út"tt,
para o.povo t pur.i alíngua de ori-
;;ra bênção _ seja indubitavelmente umâ causa
com um código de maneiras puamenre *ibaI ou"roca, i i",*ã;;" que
gü.;; mesmo
não só romano, mas também europeu. Certamente que no nosso espírito' quase-que basta
r Virgíio, no rr
--o----) --v plano de orgulho. Para que esta questão surja
das maneiras, não é provinciano. potsia latina ulterior a Virgílio' ter
ter simplesm.rr,. Ín.ãii'i() 'obtt u
tardios viveram e ffabalharam
considerado até que p""i" pttt" Ã'is
Tentar demonsrrar a maturidade de Iinguagem e estiro de
virgflio
é, na ocasião presente, uma tare{a supérflua: muitos de vós pod'i"m que os louvamos ou depreciamos
na sombra da sua grJdt'u'^dt modo
executá-la melhor do que eu, e penso que estaríamos às vezes por descobri-
segundo padrões qr,. t*Utttttu -
todos de àcordo. adrnirando-os
oa por meramente reordenarem
kl:,^:::iy,l1,,!.pena
repetir quã o .rtilo d. Virgítio nao t..iu ,iáo por- rem alguma vattaçaoô;-!ã;ta' até
srvel sem uma literatura por detrás dele, e rem qrre tivesse vaga agta
um conh^eci_ ã. pdurtu','de modo a oÍerecerem uma lembrança francesa
mento muito íntimo desta Titerutwa: de modo
!o., .- certo sentido, "qffi;;
dável do otiginal t;;;' A poesia inglesa' contudo' e a poesia
estava a reescrever poesia latina maiores poetas exau-
como quando pede emprestados a ,rÀilett, poã.* considerar-sã aÍortunadas nisto: os
um antecessor uma expressão ou -um artifício e os aperÍeiçoa. N* podemos dizer que tenha havido algum
Era um riram só determinadatã"'
autor culto, cujo saber era todo ere rerevante para a sua em Inglaterra ou em
tarcfa; e tinha i.r*" p.Jt"o tealmente de primeira qualidade
atrás dele, para seu uso, apenas a literatura ,rii.i"rrt. de Shakesoeare e desde o tempo
. rrão d.-uriudu. França, respectivameti" dttdt a época
Quanto à maturidade de estilo, não penso que algum po.ru *niu ,-tg,r*u de Racine; ,,ao ,iut*ã;il;"i ffiát pot*á épico desde Milton'
140 .ÚNSAIOSBSCOL}JIDOS
( ) ( )t II': lr I lM ( LASSI( :( )/

qualq,er poeta vivo pode dizer'


embora teúa havido grandes poemâs longos. É verdade que todo o poerâ [rá nenhum clássico em inglês: por isso,
de mim' visto
supremo, clássico ou não, tende a exaurir o terreno que cultiva de àodo
. i:; ;il;;;perançâ de que eu - e os qYl vrerem depois
que este deve, após dar colheita cada vez mais escassà, ser deixado final-
;";&;iod. ànttt'i;á tq"ut'imid^de' uma vez que compreenda seia capaz
mente de.pousio durante algumas gerações. I q". .lia implícito, a ideia dt '"i - Dotalvez
o últirno poeta
presetvat' ponto de vista
Pod.i'aqüi objectar-se q,re o .f.ito ,Lb.. ,*u riteratura que atribuo de escrever alguma coisa que valerá apenâ
-
ao clássico resulta não
do carácter clássico dessa obra, mas siÁplesmente da eternidade, porém, ;i;;;;
it'*'o não tem significado: quando
da sua grandeza: porque neguei a Shakespea re e a Milton o título de "o
Hnguas mortâs'. não podemos dizer
que uma é
#1il;;;í;-;Ér. ou-â outra'
clássicos no sentido em que estou sempre a empregaf o termo, e contudo ;;l; ;.;t. devido ao númÃo e à variedade dos seus poetâs
na obra de um só
admiti não se ter escrito desde entãà nenhuma poesia supremamente porque o seu génio t. *ptirnt mais. completamente
é isto: por causa
grande da mesma espécie. É indiscutível que toda a grand. àbr*
de po.- nnera O rtlle ouefo afirmar, a um só e mesmo tempo'
sia tende a impossibilitar a produção de obras d, m.sm^ espécie igual- a língua em que vivemos, podemos
ã."" iõ,#;J;-G;^'riuu e.
mente grandes. A razão pode enunciar-se de forma parcial^em termos
;;;:;;.t o*o"t n'ãtu realizou completamenlt ry :b:u de um
" o critério clássico é de,importân
só ooeta clássico; t,,, po' ou'ro lado'
de objectivo consciente: nenhum poeta de primeira quaridade tentaria
f:u: 1. novo o que já se fez tão bem quanto se pode fazer na sua língua. à'l'para jutsar os nossos poetas indivi-
E só depois da língua
:;H;i;ffi';;'.'P;;#;;; a nossa literatura como um todo
- a sua cadência, ainda mais do que vocabulário dualmente, embora "tt"trno' iulgir
e sintaxe se ter alterado suficientemente com o t.-po e a mudança em comparação com ;; q"t tttfiu gtt'do um clássico' Se uma litera-
- ,.u questão.de sorte. Desconfio
social, que se pode tornar possível outro poeta
dramático ião grande
--Não como tura culmina ..^l-.nt. nuá clássico, ?
questão do gra* de fusão dos elementos
;;. ;, ; grande puti" ,,** q"
Shakespeare, ou outro poeta épico tão grande como Mirton. só todo
o grande poetâ, mas também todo o poeta genuíno, embora menor, rea_
dentro dessa língua; de modo u' línguas latinas podem aproximar-se
latinas' mas
lizam de úma vez por todas alguma pássibiliãade daríngua, e assim áeixa
âos sucessores uma possibilidade a menos. o veio que exauriu pode
;;i;-i.il;*.n1. áo .lárri.o áão simpÉsmente porque são
Jinglês' e por óonseguinte tendem
um veio muito pequeno; ou pode representar alguma {orma Àaior de
ser ffiõã;;ilú#ne;;á;;;
pu.]-o es;tilo ntédio: enquanto o inglês, sendo a
mais
mais natural-.n.
poesia, aépica ou a dramática. o que o grande poeta exâurÍu, contudo,
;;à; nos seus tot"iit"int"t' tende para a vaile'
J;; grrnd., iit'gt'^t
é meramente uma forma e não toda a língaa. euando o grande poeta precisa de mais tempo paru tealizat
dade mais do que p^'^-Z- p"teição'
é também um grande poeta clássico .**,r.. não uma forma-apenar, au, possibilidades inexploradas.
; ;;;;il^i "i"a, -" tém,'talvez,mais -contudo'
ela
Tem talvez a maior t;p;;ià-n^JÉ àt *"a"
a língua do seu tempo; e a língua do seu tempo, como é ,rruà, po, .1., e' de permanecer
será a7íngua na sua perfeição. De modo q,r. rrão é só o poeta q,r. d.rr.-
ntu'+:, o relativo'
mos ter em conta, mas também a língua em que escreve: não se trata agoÍatt^tatda distinção entre o clássico,-bt:]Y-t
meramente de um poeta clássico exaurir a língua, mas também de uma
a distinção entre a il;;;;^ qot podt ser chamada clássica em relação
Iín-
à sua própria líng,,u t a que é clássica
língua exaurível ser da espécie que pode g.rr, ,- poeta clássico. em relação
Podemos ter tendência para pergunt at, então, se não somos afortu-
" '1Ti:,:^.tras
uma característica do clás-
guas. Todavi^, p.i.,"itã {t'àto "gl"ur mais distin-
estâ
sico, além daquelas ;;; t;;;tttil
nados por possuir uma língua que, em vez de ter gerado um clássico, que ajudará a estabelecer
um clássico
pode orgulhar-se de uma rica variedade no parr"do'e
da possibilidade ;;;'.;;;". aii*t"iu t"t" "m clástico como Pope eque [iz antes.
de mais novidade no futuro? ora, enquanto estamos dentri deuma lite- p" cerras afirmações
como virgílio. .oni"íJnt" ,..upitrlar
tatvra, enquanto falamos a mesma língua e temos fundamentalmente a qt'ã;;;ôittquente' se não universal' da matu-
Sugeri d. irri.io
mesma cultura como a que gerou a literatura do passado, queremos de selecção (não totalmente
man- .^çã" ã;; i"divíduos podt "' um processo
algumas potencialidades com. exclu-
consciente) ao a.,tátlotui*nto dt
ter-duas coisas: orgulho no que a nossa literaturã já rcaÍizàue fé no que
pode ainda realizar no futuro. Se deixarmos de acreditar no Íuturo, semelhança no desenvolvtmento
o são de outras; e que se pode descobrir
esperâr descobrir que
da língua . du lit.*tt'á- St "'i- é' devíamos
passado deixaria de ser integralmente o nosso passado: tornar-se-ia pas-
o
sado de uma civilização morta. E esta considãração deve agir, .or, p".- a nossa do fim do século dezassete
numa literatura clássica menor, como
ticular intensidade, sobre os espíritos daqueles que estão emp.nhádo, par.a.chegar à maturidade
e do século a.r.ir.,'*-.f.;;;;.t excluídos
com o resultado
na tentativa de contribuit para a abundância da úteratura ingiesa. e que a àatisfaçãõ
Não serão mais nr*..o.à. ãu mais sérios;
142 EN§AIO§ESCOLI{IDOS o QUE É UtVt clÁsstcol r43

ssrá sempre moderada pela nossa consciência das possibilidades da lín. que estejam mgll?s, po19u"9. .eJI?Y§§ -da qu.A ryefS t9q1Sryj, j1
-::§t'
gua, reveladas na obra de autores mais antigos que foram ignorador.
ffit, :| #iíd"'."rrem mortas .gl r1 propíío n1ô !r.s daria valor,
d3j+Ppg
..

{ época clássica da literatura inglesa não é representativa do gZnio total i ndeoá ndenteme nte do f ac t o- de s,re-to.dgg -q
§-p*oJ91
r ao- ley:*
daruça: como insinuei, não podemos dizer qrã .rr. génio se r"-"lir" de Koma, penso
u.nêfi;ia.iar. E de todos os grandes poetas daGrécia e
pletamente num qualquer período "o*. t
nosso padrão do clássico: o.Que'
- com o resultado de podermos ainda,
ao referirmo-nos â um ou outÍo período do passado,
fu;?'à§runio que d"u.mo, mais pelo que,é o *'i9l'.?" o único
possibili. r'epetirei, iao e imesma coisa que-prercnder
dades para o futuro. A língua inglesa é uma língua"o.rrid.ru,
que oÍeràe vasto â duem de todos o, rnodo' *ui' dàut*ot
* e de uma dívida especial
âmbito parulegítimas divergências de estilo; prr... s.r tar que nenhurna :i';;;;p;;;;;i,iã'à', o seu género peculiar de -compreensi-
ã,:"f ;i; latina
época, e decerto nenhum escritor, pode estabelecer uma ,rãrrrrr. Á lín-
gua Írancesa tem parecido estar muito mais intimamente presa a um estilo
iiarJ., deve-se à pàsição única io Impéiio Romano e da línguaao seu
nu norm história: umá posição que se pode dizer conformar-se
'arrrlr*.-p'rrt O pró-
conforme às normas; contudo, mesmo em francês, embora a língua pare* sentido do dt'ii'o torna-se consciente na Eneida'
cesse ter-se constitúdo de uma vez por todas no século dezaisetã, há
,ti" g".i.t é, do princípio ao fim, <tum homem predestinado»>' um homem
um espüt gaalois, um elemento de riqueza presente em Rabelais e em um intrigante' nem um vagabundo
villon, cuja consciência pode moderar o norro iaízo acerca da totatidaile $iã"tffiá""ãÍ;"L *àr"t.iro nem destino não sobcom-
nem um ooortunista, um homem que cumpre o seu
de Racine ou Moliêre, visto que podemos sentir que não só não está devido ao estímulo da
representada, mas também não está harmonizada. porlanto, podemos úe.
,l
Hirar;"i;.ràiã" rlUirtario, e não certamente
mais alto Por detrás
gar à conclusão de que o clássico perfeito deve ser um clássico em que ;ü;;, ;;;;:;b*.r". u vontade a um
camiúo
poder
ou o guiaria' Teria prefe-
dos deuses, que se atravessaria no seu
todo o génio de um povo estará latente, se não todo revelado; e que exilado' e algo maior e mais sígnifi-
rido ficar emTtóia,-u,'ot"'-" um
só pode aparecer numa língua tal que todo o seu génio porru .riu. pr"- maior do que
cativo do que um exilado; é exilado com um obiectivo
sente ao mesmo tempo. Devemos, por consequência, acfescentar à nossa
il;til;ur-qo. aceita; e não é,
1"T
t"*ld"-ho**o'--A[:::
lista de características do clássico a da sua
il;;;Jid;;"í.u;- É, psr(q. -oxs-m a aiig^Lo**;ç
qímbo1g E"rqq
L'5'-rs
í a Europl' D ste modo' Ic
.iiirí
estâ Darr- Rg,ma,,a§§i ãfr 3"4Íigã p é

q áqr»4
de toda a. sç iéiitimeáio
gama dà qur iip..rà"ja
DçuLurrElllu qrrê rrp.rcsellfa o carácrer oo povo que
carac[er do ffisfliã"ããf,üire ;;;ã;;'
ocz ;;t^í do"ctá§siõà único; êilá no centro da
''^.?;"'L"- _::"t1:.T: ---a* -.:;-.. *:;r::^Í^* i:..,,;i .lál_,iil'ãiláô Írôerâ node oarti-
falá essa língua. Representará este 4q.s"eu melhgy, .. çXçrr*rá*amâffi europela, numa poslçao que nennu
civilização europeia,
civiliCãÇãô
â maior atracçãó: no meiô do-pàvo gu. p.rt.rr.l, gra.qr glalqye;
3 thar ou usurpar. O tmperio'nonmnqe a língualatina 1ão
entre todas as classes e condifões de"hoóê.ns. "nçà"trrr4 um destlllg' ;"#
'' i*reti. . q"ulqil=-iiqâgêr-lgas fnip,e-rlq e umà líÁsuu çom i
Quando uma obra literfuia possui, paru além desta compreensivi- ,ili*t.*ti;iü; "-
Á&-p.?ptiot; e 9-P9.9ta 9T qt" esse Império e eqi?'
dade em relação à sua própria língua, igual significado em rerição a um
iüü;;i#;k;r*dkÉi-d í. .;i,}e;ú*, é o* po't" com um detu '
certo número de literaturas estrangeiras, podemos dizer que tám igual-
tlno
'--- unlco.
mente uniumalidad.e. Podemos, por exemplo, f.alar bastaite justamente voz suprema da sua
s.t vi;;íio é assim a consciência de Roma e a
da poesia de Goethe como constituindo um cláss_ico, po, .uor" do lugar pode exprimir-se com-
língua, d"rrã t", para nós um significado que não
que ocupa na-súà própria língua e literatura. Todruir, por causa da sua pletamente em termos de apreáção e críiica literárias. Sem abandonar-
parcialrÍíade, da impermanência de algum do ,.., .orrt.údo e do germa_ '-ãrl..ti"a", o, problemÀ da úteratura ou os termos da literatura ao
nismo da sensibilidade; porque Goeúe aparece, a olhos esffangefuó umi- insinuar mais do que afirma-
tado pela sua época, pela sua Iíngua e pela sua cultura, de-modo que
;."pr;-; á; íidu, poa. ser-nos permitido teside em propor-
-"i p"r, nór, o va^lor de Virgliá em termos literários
nos regozi-
não é representativo de,toda a tradição europeia e, como o, ,rorro, pró- l[;;;;;t,-1,.*itério.ioà.'íot, to*o disse, ter razõesporpara
um poeta que
prios aytores do século dezanove, é um pouco provinciano, não Dodemos proporcionado
i;;;;, ;"* o facto de este critério ser
chamar-lhe um clássico untíoeisal. E-üm
""qüê
;";;r
ili;ãffi1;;õ-àããttroE- ;;;;;;; iG"" Jif.,.n" da nossa: mas isso não é ruzáo pata reiei-
por ele toda a obra
é'üif àütiir"êôrii'cújáíô6ràI iodos os europeus devem estar familiari- tar o critério. pr.r.ruui o padrão clássico e medir
como um todo
zados: mas isso é uma coisa diferente. Nem, por um modvo ou por outro,
literária individual é ,r.r qot, embora a nossâ literatuta
podemos esperar descobrir o exemplo aproximado do clássico em qual-
;;;;;;.ráo, .rd, obr" isolad, pode ser imperfeita em alguma.coisa.
Pode ser um defeito necessário, ,* d.f.ito sem
quer língaa moderna. E-::::::Í:i:'y.**r1s línguas mortas;.é importanre o qual falta.ria alguma
,.\
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7
144 ENSÁIOS ESCOLHIDOS o QUE É Utvt cl,Ásslcol r41

qualidade presente: mas devemos vê-lo como um defeito


ao mesmo tempo rrrandemos as nossas crianças para as me§mas escolas'
Aqui' porém' trato
que o vemos como uma necessidade. Na ausência deste padrão provincianismo em literatura' E preciso lembrar-
de que rlpenas do correctivo do -Err.opu
falo, um padrão que não podemos manter craramente ante nós ,.
.onr*. tno-nos de que, como a é um todo (e não obstante' nâ sua pro-
só com a nossa própria literatura tendemos, primelto a a partir d-o qual se deve
lnos
de génio pelas razões_e*adas
admirar obras ;rri*;"1ítuçao .desfigurâção, o otganismo
- visto q,r. .nJr...riH nut. p.t" ,,r, ll"r*uolu., maiú hutmonia do mundo) assim a liter-atura euro-
q,rálqrr.,
filosofia e Hopkins pelo seu estilo: e a patir disto continuu-or ^u .o*.- t"a., d" qr. os diversos membros não podem florescer se
ter emos maiores, a conferir à segunda ordem categoria igual à da pri ü;; "* todo o corpo';! cor-
1 mesma corrente ,utgrri.." não circular attavésde
meira ordem. Em resumo, sem a constante aplrcaçãJ da*áid,
.lárri.r, ,*r. ,r"*"i"ea da fitãraturl eurgpgia.é latinl e sreça r 3ão como dois
que devemos a Virgflio mais do que a qualquer outÍo poeta, Roma que deve
de
tendemos sistemas árcuiatórios, mâs como um só, pois é através
a tornar-nos provincianos. g"gÁ' Que medida comum de exce-
reconstituir-se a nossa ascendência
. 9o* o termo çrovinciano»> quero dizer alguma coisa mais do que
descubro nas definições de dicion,írio. euero di"zer mais, poi .*.o,pto,
iili;;*"t-.ú lir..urrra, entrê u' t'o"u' diversas línguas' que não seja
de
À.aia, clássica? Qr. *úto' inteligibilidade podemos ter esperanç.a
do que <<com (alta da cultura o., do requinte da capitalr,'..úoru ..rru- ^n....ruu, excepto dàntro da herança comum de pensamento e sensibili-
mente Virgíio fosse da Capital, num grau que f.iz parecer um pouco qua§ nenhum.povo
àade naquelas-duas lÍnguas, pâra compreender as
provinciano qualquer poeta mais tardio de igual esta;rr; . qo..o eu-alguel outrol §çnliuma
dir., .orop.,, àstá em posiçãã de vantagem i9b1e-
mais do que <<tacaúo em pensamento, em loltura, .a.dã, _ .r*u útn,i, pàdit urpirar à universalidade do latim' ainda que vies-
definição escorregadia esta porque, segundo um ponto "* de vista liberar "r"a.trru quê al'.,mavez talaramlatim, e ainda que
modefno, Dante era <(tacanho
*,iTfãá-f, ,"^i, Àiff.O., do

contudo pode ser o Eclesiástico "*


p.norrr.nto, eà cultuta, em credor>, ;;;tê;;J; À.i" univetsal àt tÃ"titução entre povos de todas as
Libãral, mais do que o Eclesiár,i.o i".u.
úo, que seja mais provinciano. euero dizer também uma deturpação 1"""r, . ..f*r^. N.rrho*a |íngua moderna pode ter esperança de gerar
,,o ,.ntido .* q'ã chamei. Yllgflig um clássico' O nosso
de valores, a exclusão-de_ alguns, o .*rg.ro de outros, q"" pr.rZrí ""i.iãtSr.";
da faka de vasra deambulação geogrâfiJa, mas de ,pti.*fuárão
,a. *-::T;r**-- -nâí de toda u Eotop', é Virgílio'
;íãrí.q'á';lássico
qu-e nos
Àôsras diveisas literaturas, muita riqueza de
ridos denrro de uma á'rea limitàdi ao toáo da experiênciâ hrr.rnr; "àq"i mas cada litera-
qrr. vangloriarmos a que o latim nada tem que se compare;
confunde o contingente com o essenciar, o efémào .o* o
Na nossa-época, quando os homens parecem mais do qrr. ,r,rrr.,
f.rãurlnr.. ;;t.- u ,,ru gràrrd. za náo em isolamento, mas por cau§a do seu,lugar
em Roma' Falei da
sos a confundir sabedoria com conhecimento . .onhe.im.rrro
;;;;."- num esquema Ãai, vasto,.um -e,ique-mâ estabelecido
.oÀ irrfor- nova serieda a, groriioa', podiu dizer - á nova compràensão da his-
mação, e a tentâr resolver os problemas da vida em termos - futuro muito
a nascer.uma es1Écie nova de provincianismo que talvez
técnicos, está ,ãriu, il rrrrrdu p.ú dedicaçáo de .Eneias a Roma' a um- pouco.mais
foi
n9me. E um provincianismo não de espaço, mas de tempo;
mereça um novo
i^ií'^lê*ai, ,,rà, ..iá!*s em vida' Asua recompensa
casamento político
u* prouir_ do que uma pequena test; de ponte numa praia, e um
cianismo para o qual a história é merámánt. a crónica ã.'.r,p.ài"rr., a juventude, a sombra dela movendo-
humanos que desempenharam a sua função e foram *r"araã.
n m, m.ia-iàade cansada,
"ntà"'du disse eu' se
fr.^ , -se com os fantasmas do outto lado de Cumes' E assim'
sucata, um provincianismo para que o mundo é propriedad. podemos pensar na literatura
e*ci.rsiv"- ;r;i;;.l.tri"o áa antiga Roma' Assim
mente dos vivos, uma propriedade em que os mortos não possuem limitado' com um
A ameaça destaespécie de provincianismo é qo. pod.mo, ,oa*,'rãao,
acções. rotnãrrr' à primeira vistr-umu literatuta de alcance
neúuma ortra lite-
.,.,f-r." ,ol dá srandes nomes, contudo universal como
os povos do globo, ser provincianos em conlunto; e
os que na" fi""* #*l;:,t'ü;;;ii;;;;;hÍ"ãi;í'iiríc"riáconscientéménte'deacordo
satisfeitos por ser provincianos, podem up.ru. tornar-se ermítas.
se esta
".o* oi.o destino na Europa, a opulência e variedade de línguas mais
espécie de provincianismo levasse a maior torerância, no padrão tivesse
sentido d. pu.iêrr-
cia, talvez houvesse mais-a dizer a seu favor; mas pârece mais provável
tardias per^ getar, pu., nó-s, o clÀsico' Basta que este
a tem de realizar-se nova-
sido fixàdo d. uma u", po. todas; tarcÍanão
levat a que nos tornemos indiferentes .m qu.stões em que preço da nossa liberdade'
devíaÀs man- mente. Todavia, a subsistência do padrão é o
ter um princípio ou padrão distintivo, e a que nos tornemos intolerantes o Podemos lembrar-nos desta obriga-
em questões que podiam deixar-se à preÍerência pessoar
d.f".u da liberdade contra caos-.
ou locar. pode- ^.ao ,ru altwa da piedosa observância antal paru com o grande espectro
mos ter tantas variedades de religião quantas quisãrmos, J. Úur,r., que, como era suâ função conduzir
desde que todos ài,".ü"rãiili;;.ilçã"
146 ENSAIO§ ESCOLHIDO§

Dante no sentido de uma visão que ele próprio


nunca pôde gozaÍ, con.
duziu a Europa no sentido du .rrtoru .ri.ií q". nunca pôde conhecerl
e que, ao pronunciar as palavras
derradeiras ,ru-rror, tr"g* irai"rã,'ãi*
a despedir-se

_ il temporal foco e l,etemo


,,rd1!o hai, figlio, e sei uenati in parte
dou'ro per me pià oltre noru d.iscemo.

Son, the temporal fire and the etemal, DE POE A VALÉRY 1

hast
thou seen, and art come to a place where
t7---- -etrv'e t'
I,
of rnyself, discern no further.
Não tento aqui uma avaliaçáo judiciosa de Edgar Allan
Poe;
-não
otiginalidade
tento decidir a sua câtegori,.o"to poeta ou isolar a sua
Se_ exami-
.rr.n.iul. poe é de facto irm empecilho para o crítico iudicioso.
naÍmos a sua obra em pormenof, p*"tt-'otnão encontrar nela nada senão
escrita negligente, pensarnento púril o apoio de leitura vasta ou erudi-
"*
experiências foriuitas .m vários tipos de escrita
principal-
;;;.#dr, qualquer
ilà,. *U p.árraã de necessidades financeiras, sem perfeição em
fotrn"n.r. irto ,rão seria iusto. lti*b
tt,.t1 vez de considerarmo§ a sua
úsão distanciada como um todo,
ãU., ,"aiti.rmente obtúrmos dela uma
vemos um aglomerado de forma única e dimensão
impressionante' a que
Poe é igualmente
os olhos constantemente regressam' A influência de
p.rr*tunr.. Em Ftança, a-influência da sua poesia e das suas teorias
parece quase- negli'
;;éri;;t ;.* sido imenra. Em Inglaterra e na América
estilo pareça ter sido for-
!.r.iau.l. Podemos indicar algut poeta cujo
se insimra
il;ã;;;i" esrudo de poe? o único cuio nome imediatamenteque a nossa
não podemos tet a certeza de
é Edward Lear. E, contudo,
-
própria escrita não temsido inÍluenciada por Poe' Posso nomear categori-
posso nomear outlos. cuja
camente certos poetas cuia obra me influenciou,
obra, teúo rrrt r , não o Íez;pode haver ainda outros de cuia inÍluência
^ levado a recoúecerl mas
estou inconsciente, mas cuja influência podia ser
acerca de Poe nunca terei a certeza' Escreveu muito poucos poemas' e
mas esses poucos
desses poucos só meia-dúzíatem tido grande sucesso:
,io-i#.orlrecidos de tão grande númãro de pessoas, são tão lembrados
por toda â gente .o*o qrrà'i,qoer poemas alguma vez escritos'
E alguns
tido importante influência sobre autore§' e em
ào, u.o, .orto, têm uma
tipos de escrita, em que tal iniluência dificilmente seria
de espetar'

1 LFilho, ttiste o fogo temporal e o


.§üashington,
por mim pniprio, mais não disiingo. fogo eterno, e__cbegaste a ilm lugar onde ea, 1Uma conferência pronunciada na Biblioteca do Congresso,
em
tpuieo;;r;o, íXVil. t27_129).1 numa sexta-Íeira, 19 de Novembro de 1948'

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