Você está na página 1de 47

'ri Jurl^ Pir.A lúplrÂcrdN Di tsrt Dios Ë iÍv!{iiclcroNE! cÈni.

füleÁiì
CENTRODE ESTUDIOSHISTÓRICOS

AUTOSPORTUGUESES
DE CILVICENTE
Y DELAESCUELAVICENTINA
EDICÌÓ:,I
F.\CSi]{IL

COì" Cì_Á I:iTRODUCCIO]i

C.\ROLINÀ
ì,ÍICHAÈLIS
DE V.\SCONCELLOS

?ORT^
FrcrldedE a" ìúrs
Èt8üio;iruì'.r
í{r ..!,1LLS /
t"," i Ë t ;; tràá.-

MADRID
r922

'r l
9 Du, 8
/' e ') t L,,-' 2,
I o ]. O' d -

AUTOS
DEZANOVE PORTI,GUtsSES
XVi
DO SECULO

O lènómeno dc quaiquer parcela do .'l tigo ïêdtro ?olttgtôs,


eÍempl aÍ uni c o, mui to raro, c onhec i do apc nas .l e fama, ou reP utâdo
pcrdido, Íeâpareccr nos nossos dias no lìÍmamcnto da -\rtc, estrela de
primeira, sccundaria ou pouca grandcza, costuma alvoroçâr alegre-
rnente o pequeno munrjo dos ìusófrlos, quer seja -lt4t .1z
Fy-&.,. .ic um c
.'l ro:?-:F.lta. na_cronalização
latino, ou mera :Ìmoslm ,la humrldc baixa-comedlaou iiteraturâ de

'
ía pobrera do rcpeÍrorìo loÍtuguôs justinca bem esse alvoroço
festi!o.
.\testam-no. p. ex., os apÌausos sinceros com que Íoi acolhido en-
frc nós, cm !9c,6, o .*n ,l,t ,Fest,zdo próprio Gil Vicente que, repre-
sentado em casa de um pcrsc,nagem particüiar, talì'ez por ele guardaÍ
o autogralo e os c:(emplares íja imprcssâo Íeaìizada a sua custâ, não
a^ko'r nL Ca?il,tc,io .le t;ó: nem nn Ílc I í36 L, ficando escondido clu-
Íanle tíes seculos e mcio, a espera quc um nobrc academico tmordomo
cntão del rei D. Carlos. e então c hojc u,n dos moídomos mais distin-
. loF dl CoJte- ÍJe.j\polo) .0 -deseqça4tasse.n' imt 'relh^ llisêcla ea da C!-
iosidades dz st:a opttlentâ e sugestionante livraria e o apresentasse ao
público em l'estinìenta no!a, de invulgar,elegancia- Fotografou-o, c de-
pois rle lido, graiado c pontuado, tlanscreveu-o criteriosamente segun-

t A prioeira irnpressiro dãs Olld de GrL VrcENr!, completa! tanto quanto


os nlhos Paula e Luis Vicentc puddam conscguir, chaúàda Cò!ì/dçào, durcn íte
J de sct. de t56r até 12 de set. de r5ó2. Ã dr segunda, amput.dÍssima pcla Cen-
sura inquisitorial, dc { dc te!. de 1585 ! ta dê fev. de 1586.-5ã(, porlanto
]ÍÁDED. -Iopúrr dc ìos suc$ore d. H@.ndo, Qúintân.t J3.
- ó-
do os_preceitosda Filologiâ, desfazendoabrevjetuÍase a traÍDe, drarr,aüca lorãq asd, oandaodo_osiÍnPrimiÍ : tÍes do seculo 'i'sl' e ìtm
às
vezesbern emmaranhadadas estÍofese do dialogo, e acompanhou-o Ì
segündoas âPerênoasbastantePosterior
de |JmaE /tXd?io lit rdzã que se Iê cortr verdadeiro orazer r. Se eu tenho sido menos feliz con a Prálica dz tles lastorts qrle
publiquei, foi porque rcdigi o meu comenta.io em âlemão,e isso
haja bons quaÍênta anos, quando o gosto pelas antigualhaslitêtãrias
aiída estavâ Pouco desenvolvido.-'\inda aisim não me fâltaÍam lou'
vorcs :l-
Íros,íDasdestavez nos paçosdo muito alto Íei D. Com taes precedentescÍeio e esPeronão me engrnar,6uPondoque
Joãoltr, frca"do em llllll I lllt
seglide igualíne[tê esquecidoê arrecadadono volume indicado. a pÍeente ressuscitação de não loenas ìÚ,t-ínásde deÊaoueatios lo/'
até
que o Ínesmotitular culto e iluskâdo lhe deu vida flova,
do os mesmos processos modeÍoos de coptaÍ e cuidedosaôente
pretar !.
eEpregan.
inter_ H#;##Éi::"::i";Ïl'ïï:li:l"JïÏ:;:ï:::ï
parte se trata dc rcdacções PÍimeiras, não'emendadas Por ordem do
Ncm me desmenteo sobÍcsaltoque o grande publico Inquisidor-mór, o cátdeal-infante D. Henrique; em Parte, de textos
denifestou
repetrdâslezes,Íuidosamente,quando etr| Lisboa e no porto
a victo- completamentc desconhecidos ou bistante desejados e discutidos como
nosa cadrpaniÌa vicentina do Í:ravioso poeta de S. pedro
dc ilIuel, se- o At.to d2 D. -l,ui.ri è o de D- Lús c os Tutcos.
cuÍlctaoopor um séquitonumeÍosode âÍtistar il$trâdos
ê dè doutos Cottteúdrttattto haverá seguramente no seio da Academia' à qual
êscritoresì inscenou em rraduçào portugucsa o tenho a lìonra de pertencer e dedico esta Inlroduçio, nã esPerança de
-llouilogo do Vaqnciro,
e pouco dcpois, no quarto centenario do teaÌÍo necionel,a Barca ela continuar a cr.ri<Iar'io dr-ama $aciooal, que embora pobre e de
do lrr_
ferzo, e lámbem z illqíza Mtndas do íiesatè ge^iel que fazia os autos deminuto valor, comparado ao dos nossos vlzinhos, é uma mina esr que

Neo tão pouco desdizem de minha afirmação as apreciações


leu_ I Eisos títulG dessts rl{onuú.ntot, qt\c oar]omlm€ôtc são dê r'âlorc t:m'nho
daticiasque algunseruditosconfndes da Academia ars
Scicncias ae
Lisboa teceÊm a lespeito de poÍ o.a quatro rl1o,&rrrrrtos I e, Esi'ronna dc jo"ct lìirur^ D! V^rcorcEuos. rlâdã ! lu'. coníormc I
da Litzratr.l;
r ar Ís s i h; -h p Í c $ À o d c | 5 o r. P o r. \ u b rc L F. G B c l l
'9'9
t O Coodc dê Sãbogosajá
Doriciálr êm r9o. ã êí?,tênct dcjílc Aa,o d. I:êrr.
eú.Gd nchE. ntn atcdo,.rc. C4hros, trrcbdta dà un;
,!""i:ffi,#ffi.ìl'ï:::,,* ï1",':1'.ïLiïL"j
rán Pc.s dc Oliva tiEtâ n^ El..tra'
l;I;ï: d. soptroct s'
,.,T:ãt:I.!to
tu cot -v.rt4.'.t d.Saàupn, Conaa& S. Iozrènço ^o(p..r
ôÍ;o7). publicou-odoi, eh
._ lll O Áuro do .Fisi.o, por ,3xórNo Rthltso; rêcditado do t'sto rmPrcsso
ãno. d.poir, coúo Oôra .t reost.cida .oú ,D. .s4li.açAo .
faic E*rc o: viati | 5ó?, Poí !.srêfer rcr.|É.
c_tÀnrot Co*lt t-r.tdtt, em jom.ês c rêvilta! dê qu. fu'o dc l'ãa dtAdr'
sci. os Eâis subsblciaca lV O Árro.tat R.sdr.irú, composto porum Ã'a&'Lo!o, - '
3ãodc Lcitc dc Vücoocêuos nosEco, dd.4o.nidd dê ró
dc dcr. dc !9oó; A.;;;: úádo deìúãã--tfir BiblioÌcca Nacioo.l' € iotcÍprct'do Pclo sÌcldo E3-
caíap.Flcilc m Joín r d. C6.rcio d.5 c 19 dc rcv.
dc ,9or; Éo Rib€iÍo n. tcves Pdêi.â, 19r9.
R.ttr,a da Acadzãía ú Rra,il, vol. llt. íis. 8_ ! Eit ?ortalì.titctl.t Prdrita dt trtt lattor" nd noilt do Nd'
í:f.irs@htt-Atto:
t+t". ,t*"nio Ri!,.iro C*ì.d., êrz-d. .v.!,r.! r,w,rd, B^^a^, E!.ota d. Cil Vi..,a.' t69a. p 4o''1tsi
.*. ctí _ ,ar. Braunschlv.ig, rs8t. CÍt.'f.
^i,-!11 * ..Ncaçà!, tr.,id turo cond. dz saòuso,aúxh€, q\. Poúo PoìrÌtsttêt,lÍ. .r'if. c sobrctudo. Fr' d Âr!ÂDÉ OtÌÍEta^. :Llotog'aíta do
::::-*:!-f .i'f" -^ quc_cisr pubricÂçãoiõrpirou, o! rD!i! disod
:"jj 1,":. dc rrcnçã; Con.lho dt btu, Pôno, reo5. Nessâ. o nutor Publicou ulna tcdicçâo, bâltâttc
Iorâú d. Ágctioho dc caínpos, no 7olnal do Co6,,r,.o do
Rio,-dc ,E d" ;;;; dclu.pacta. do tèxto, quê dê h dois scculos pÁE cá, é Ícpr€c'ntador dcldt o
de relE; Bell .Ã n.lttoún Lmryas. Raicv, jltr, in,s,
l. i, N;:,, N.td âté diâ dê .êis, ctn casa dc qualquêr Ìav.idoÍ âb6tldo di aldcir dc Tôr
da R.rirb ^ublcy
Laiitod, vol. XXI (ou Alôrì, frcgucaia dc QücÍcrç!. B.3e da cóPia manusclita é uFa €dição dc tó59'
I Vid. Árarso Lopt! Vrqra,t
Ce-?ala |ti.c4tirra, tgtt (dc Dotrirros C.nciÍo),
-8 -
se podeÉ colhe! preciosas ioformações dativas à linguãgem, aos usos guida todos sairão Pouco â Pouco, em tradscrição cÍiteÍiosa coÍn o aPa_
e costumesjà etice e esteticâdo povo. ràto preciso.
AÍldusos \rirão, selvo erro, de fora do recinto academico, de eÂtre Ela foi promovida e é custeadapelo ilustre castelhanoque os des-
âquel$ iítelectuaese artistas, a que já aludi, que nos lltimos lustros cobriu, o activissimo D. Ramóo ìlenéndez Pidal, que pâtrioticâmen-
se entusiâsmarampelo genio realmeírteextraordinario de Gil Vicente r, te e com vasto saber vai evocandodas trevas do Pessedoo que a lite'
o píotegido da rainha Dn Leonor, e seu irÍrão el rei D. Manuel, em ratura da peninsula possue de melhor: CronicasgetaesL, C!\,td/es dê
cujo seíviço Íeze custodia de Belem, depois de, a sete dejunho de I5o2, gêst4 2, Roraa cêstelhos 3 e Toias rrio s6 do Antigo Teatro esPaãol,mas
se have! estreado como dramaftrÍgo, estreando ao Ítresúro teílpo os do Têarro his?a ico en geral t. fie.ún&3
espectaculos teatraes de Portugal, aos quaes deu, em mãis de tres de_ Foi esseinsig[e Íomanista íque de ha muito me distingue com a sua
cênios de actividadeìninteÍrupta, urn impulso vigoroso, abrilhaotando 1'., À.-{ -qt
arüizader5 quem. em buscas sistemalicxs. encontrou estes autos na -.
as festâs pe.lacianasde D. Maouel e D. João III, iofelizme[te sem DodeÍ Biblioteca Nacional de fÍadrid, entre as folhas volaÍttes seÍni-góticâsl \'- v r 1" .íi
impedir que o facho por ele aceso, se apagassedepois de Aliacer- classificadasde ÍaÍas íR) 6, quando, comprazendoâ Pedidos meus! pÍo'
Quebir, bruscameote.
\\ è }J.Iì
curava edições avulsas,de quinhentos e seiscentos,dos autos de Gil
Vicente. daquelasque o proprio autot ch''mavaenlrimidts Tolo nru'
7
d?, e os lnquisidoÍes m:Ìrcava\ncomo andandofora da corpograzdz
A presenteediçâo,fac.similada, de dezanoveeutos.Darea oual Claro q,-redesde que leio \lestre Git. e sobretudo desde que pìa-
escËvãìiË!{iías,'",á oeio editaÍ obías dele, todas as imoÍessõesavulsas rne interessavâme
possivel,pde publicaçãode"@o
meisdois autos de Mestre Gil. E em se_ intelessam- Em especial comtüdo, eü vìsâva duas obras-Primas com

1 Entre d obras úodcrnÂs .êlatitras a


cil Viccntc, cjtâlc! ap€Ms as rnaÌs I Vió.- Cstüogo dz r't R.al BiòIiot..a: Cftt'ticdt Gèn rdlèt dt Erl^à4 Oa9q.
importaotes. A ioiciatirã partiu de T. Bragâ qre, Euito oovo, fcz o cptossal ês_ (i' cd. !9oo; 3' êd. ryta eon notai'Ict ênniêndas, adicion.! t ,n.iorat)
forço de escrcvcÍ â ,?6rr/id do t atlo,olttguk em quârlo votunca, cujo pri- , La Lct.tdd dê /o' Í"íaní.t d. Lara iEeg), C,ítdl ttê llIío Cid, T.Êto, G/d'
meiÍo conrêE a Vidô dz Git Vic.itê c .tua Escola l.ai,o). Obra llecsrivâ. emborâ
c!g+q;43elyr reedirou. basrantc mo.ritcaaa na pa,t:ãiãúrãffi_,d6s
údtüa ) Vocaò'.1a1.íoI tgogJ.
! Rona"..fa d.l Condc F.ndi GoíliLt, Cdrrcion ío d. Poiaic.t, Poasít Po- É.- L' "-- à*-
(2 vor.). :ro úëmo ãno hvemos a adnirâvêt aprêciaçãodo eénio de cil VicêDic
?tuId'., Rona,tc.,o- i ck
por lÍêaéÁdez pêlâyo Do vol. Vlt da Aúotog,a (c.p. III, p. ,ó3_225).Eú ,9oo | ?catlo antis"o .rldàôt: I, Luts'\'ltÊz DÊ GsB.g^s^, La Sërra,t. dt ld v'zrd -t\.,rìÉ
vieraÍ! à luz os nuito utets Ì.rdiêa, ú Carniotuilo d. R.r.ndz . d6 Otrds d. GiI (cm coìaboraçãocoú su csposa D.'lÍaria Govri' que valênternentc o aiudr, q.i:I.Ì-.li \
Vi.ait., do VÊcotíDs luúo Dr CrsrrlEo e A. Bs.Àaicrüp-FMls.. No quaÍto cctr-
\\.;L-
sobrctudo nos trahãlhos reìativos aos .oúanccsì.
teoá.io do têatro poÍrugüês sãiram, âlem dê Âunrcíosos opúsculos comcmorati_ ! Seja-me permitido rccoÍdâr ao icitor que D' Ramón ìÍe'éndez Pidal úc
vâs, as E ,rsto, HüUrírar, II, dê BÈIÌo RilrLo (completâmetrtc rcfcitãs âo cãbo ii-.i.r.c ';. i:<i ''
dedicou em 9% La LëJ.nda d.l Àóad Dofl J@í d. tvot t.mdfot vol t' dãs pu-
de trm dcceoio ío vol. II dos c/ard., V-,ito! Lì/t./ahç.
4irtó,.icor),-ar5sira como uE.êstudo _ "- -- - bliceçõé dâ C.Nllslnlr lìirRonadtctt 'ì'ì{.-ia\,jr ( '.,
- - ' - aÌítiëo dó Atto d; Al;a, do V tscorDE D!
OucuEÍr (con o fac€imitê do ÍroÍtis- i R -J6 or,3óo9,3ó' 5,3616,3630' 3ó3I' J 632,3ó33.3635,38ta' aoa3)4o5o' 4o5I'
picio da cdiçio de , 5Só, ortÍo do prdnto d, Mêríd pard4 c c .td e! rcì e uBâ prcelas' cm lugtr dc
João III sobrê o têÍrcmoro dc rstr). Obrã tuôlumentât, quê^ dcixa ^atrás dc si
dom ao53,8r8t, 3'8.Í. 3592,'96ó4,9ó65,9óio. 996t: virtc . ,_.-.,,.,,.
,.i- t', .,
dêtânovc, potque ha doÉ cxeúplar.s óo A"/o do !V6cìã.ttto, de R^Lt^t^e Dt^t'
tudo.quanlo se cscÍcvcra dê antes, é o GiI Vn:zrrrê,?roradoì ê Martr. d. I'ií2"tt Aí.s Jocila, como hêi de mostrâr no deculso dcata
dõ Ba- ê dois do ld,
/aíu, dc BRu!úcrÍp-FEEn! (r9re). O cuÍioso elcooirâ rcla ã listâ dãs .'
úttimÂs IDtÍodüCão. el-; ....ì .: t
publicaçõ€s viccDünas (â p. I | ó). ApcDãs dci peÌã fâlte de uD artigo Ecu, ? No vol'rmc dc BBâmcamp Frcire esáo rcgistãdas umas dozc imPrc'sõca t.i
cscrito
parâ t Bìótìot.êa lrrtrrvaaioìat d, Oòr&t C êtrd, (ty
5) assim colEo da tradução avulsas de Âutos de Gil Vicente. DeYerêmos calcular todaviâ quc rcalmente d\'
pa.â iÍlgtès do Atrto ítd At,rd, poÍ BbLL(Mod.r,, Lon*ag. Rçoi.w,
i;n., houvc, peto meíos tantas quaDtâs são as obras dclê, e P.ovavclncptc úútâ!
r9'E), ^nsa..\
Íqâis. Entrc quatêntâ ê Dovcota.
que pretendia e pretelrdo iniciar o meu tÍabalho: a Bdrca do lr.íerno,
e pelo deposito dèIas ío Centro dos Estxdios lristoricos, âtraiú a aten'
cOmo mais traoscendêÃtaldas rêÍraesentaçõessacras, intimâmente liga-
€o de outros iovestigadores que se adiantarâm às minhas delongas,
da a ideias e con.epções universaesde moralidades e misterios de Fá.
coÍtforme terei de contar Ì.
ça, Inglaterra e Alemanha r; em segundo lugar a Tragicotedia dz Dom
Duardos, como primeira das manifestações dramâticas da alÍla roman-
ticamente cavalheirescapeoinsulâr, uojca das coínposições do Mestre,
Delongas realmente graodes.
da qual uma lindissima parcela se desprendeu e popularizou, e aiÍlda
Entre o pÍimeiro acto da nossaobra comum, em I9Io: e o segun_
hoje está viva na memoria do povo 2.
do, que se lealiza agora, [este verão tÍistissimo de I92o, ha um tama-
Foi eie quem, depois de me haver ioformado do echado de tres
ÍÌho tíacto de tempo que é preciso esPlicâr, coÍtto o emDreguei.
?lìegos st cltos diversos, co4teodo a Barca, e ulteriormeírte, da desco-
berta dê dois exemplares do D. Duardos entte os Rèsen)ados o! Ro- Sem me referir à minha actividade oncial e extra-o6cial na Univer-
sidade de Coimbra pÍovarei com làctos que não deixei de me ocupar
,'aJ da Biblioteca, à vista da viva satisfacção que essasnovas Íoe inspi-
do Antigo Tedtro Poltttguês, muiio embora só ultimasse trabalhos pre-
raraÍD, mandou espo$taneamente tira.r fotogra6as para o meu uso,
paratorios, scienle de que é preciso cavar fundo Para comPrêender ê
Foi ele quem, ao cãbo de pouco tempo, Íesolveu publicar os outÍos
saber interpretar convenienEããiìãì5ã6ìõõõ- a Histoia de Deus, o
dezaÍrove eutos poÍtugueses que lhe tinham passado pelas mãos du-
Aua da Atma, Tilogia das Barcas, saidas das Íaizes multiseculares
çrnte as suas pesquisas,preciosidades quâsi intangides, segundo pude ^
da lgreja cristã, tal corno eias ramificaram-ãõlíGõÌó nããìam-ente dÍ-
inforará.lo, Iogo que soube dos titulos. E para essa publicação, que
Pãíilüã-iirãaca, mas de toda a EuÍopa occidental.
enteÍrdeu deve! ser uoa verdadeira ressurreiçâo, mandoü tirar fotogra-
fias irltegraes, Enviando-me um exemplar de todas, convidou-me a
estudai os textos parâ oportunamente esclever uma [atrodtqão geral, I t T/aticon.dia al.goríêd I PaÍaJso I &l Inf./í4 íoi ptthlic da cm t9r3,
't
e Pouco a pouco oÌrtr-àsparticulares para cada uma das peças que me vol. X, d^ Soci.dad de Bi6l iflor -llad.il.ãot, lÍadrid, r9r3, PoÍ URB^I{ Cro:ÍÀ{
quc desconhecia os meus planos. .ì Íârça de folgãr dc lrrèt P./.í/a, e'rttott 1..
parecessem merecer edição especial, critica.
muito bcml na obra moÍurncnÈÀl dc Ba$rcelr-Fxrrra, p. 363'a8a. E Farça
Foi ele quem, com in6nita paciencia, esperou que me fosse possi- ^
Prnada Íoi cscoihida por um romanista Èancês, que Prcpara unta ediçio ctitica
vel desincumbiÍ-meda missão.não desanimandomesmo quando uma òa,Prolaladio, òe To[rrs Nrxrnro. para cvcotuâl Ícprodugão.
ou outla das obras tiradas a meialuz, pela multiplicaçào heliografica,

I Documentci a minha predilccção petl


Bdtca do fn/.rno nas Notar Vic.,r-
tinat: Í c1l ('9r2 e r9r8ì. ê râmbcm n\tmas Caítat ,oór. u,t z.r$d.C í/ic.rrt.-
pttblicadas w Diaio d..Ìb/,rr'dJ (r9r3) e novamcnrc em A Cah?arla Vb.,rtina
(p. .26-2a9). Q'ranto às comcdias e Íarsas dc folgar hcsitci longamenre .ntre
a
,r'fotíM M.ndër .lnis p'rr')o. lÍas d;;ì;;õì-€Èì'uc pude coiirontar a redac_
ção sancionada pclo proprio autor e scus fiÌhos na Colitaçào de 1562 com a dâ
edição âvulsa quc rqui reproduzo, bastante mais complcta c perfeita, dci ã prê-
[erercia a cssc Prèa.rtio, cuÍioso dêbâixo dc muitos pontos dc viste. S€rd Dor
'isso
na ordcm cronoligica a tcrcêira obra de Cit viccnte quc publicarci
1setlvqr
vidâ c saudc).
t Ocupei-mc dcssâ
!'arcctã, o lindo Ronanec d. Fl.rida . D- Dtaldor, nos
Rona:t r Vrtlbr d: (Cuttzla E'?aàota, d. tloi, c p. rJ3-r53 da sêpa-
lortusat
Í a t a , i s t o é c a p. XXVIII) .
AUTOSDE GIL VICENTE,
DE OÜEHA iMPRESSOES
PRECIOSÁSEM MADzuD

Os trabalhos que publiquei di2em Íespêito, como devia ser, a Gi/


V;cttte, frg].)ra priocipal da aÍte scettica em Portugal, cuja vida e cujas
obras, assim como as suas funções na côrte de D. llanuel e de dom
João IIÌ, e a sua úìentalidade, tem sido estudadas,com carinho particu.
lar, no periodo indicado, levando a resultados positivos r.
Nesses trabalhos que entitulei lyotds I/icefttirzds - Prelimittares de
tuna edição crìtica das oótds de Gil Vicente 2, fui utilizaodo as descober-
tas dos autos dele, feitas.em )Iadrid. Na primeira reveiei os factos se-
guiotes, deduzidos do unico exemplar conhecido da edição"principe da
Barca do Infemo (R-9438) que, a !t!eu ver, é a rüaioÍ das preciosida-
des portuguesas qì,rea Biblioteca Nacional de ì{adrid possue.
I" O poeta obtiveÍa, depois rJe essa Barca ter sido represeotadâ
ao ?odcroso frirõ!ê e ttty atto rq, dtrn Manuz4 lirrdlo de Porttrgal
dêsle onz, isto é depois do Natal de 15Ì6, privilegio para imprid|ir
não sòmente essa obla-píima, úas as suas obras todas, êornds Pênas e
?elo teor da licença que no mesmo ano fôra coocedida a Garcia de Re-
sende para o Cancioneito geral3.

I Â p. 8, citei na anotâção a obrâ pdncipal dedicÃóa.a.Gít Vic.r|fu, lronador .


,n.ttrc da Balança.
I A primeira entitula-se Gil Vic.trt..m Brt tcclasot o fubilet d. Ano/ (tgt2)i
a segrjnda, A Raiiia V.Ìia t o flonotogô do Vaqudro \1918), a lèrccitr', Rorndn-
ê.s à doítc d. D. Mat t.t . .ntronaçòo ./c D. Joàt Il (tgrq, Sa,Ìam na R.zkra da
Unio.ísidadt d. Coirnòra, yol. I, lV, VI, e cm separata. AlêíÌr das Cdrtar, mcn-
cloq?dqs 1 p.-!or n.. r',_anotação, Íg-laciona-se Gil !-icütc uta tÌitadito
-cpm
meu sobrc a caoção áÍabe Calôi o labi (rgtÒ.
3 Dâs idpÍessõcs ãvulsas dc obías de Gil Vìcerte, de qüc subsistc üm cxú-
plâ.í, só o Prar2to tu Àídría Par./a (coEposto em rS22) emparclha com o da Bar'ra
do fzÍ.Ì'no quaato ao arcârsmo dã gÍavura ilustÍativa,
_ t,+ _ _ 15 -

zb A Batca ào Ìnfern, fôÍa compostâ, como a do Purgatorìo e a posiçôes, coordenando-as em cinco livros, segundo as espécies, e q\pli-
do Pataiso (que coopletam ideação on !Íej,grração), !o/ amor da, cando quando, e onde e diante de quem ele havia inscenado cada peça,
^
e,z obsegaio a, ou (como oautor diz) lor contern?ldção da sertxissina e oão sem bastantes vezes se enganar quanto aos anos r.
,nailo cotolüa rainha Doza Leoror, a yerd,adeira llecenate do ourives No título-argumento, redigido então e destinado a ser de6nitivo,
tÍovador; e foi insceaada diante do rci D. Maouel, por ela assim o aquele que fõra au.ctor et aêtor coínecê. judiciosamente com informa-
mandar l.
ções geraes sobre a trilogia iateiÍa:
3o Ao eìaborar as Bdrca,s, entíe 1516 e 1519, o autoÍ considera-
^l,:*, ^:,jp494
t' t.- Reprcscntascoa obra seguintehúa prcnguraçãosobÍe a ícguÍosa âcusãçam
va-as como Moralìdadcs (peças alegoricas de tendência Ítroràlizadora), e
ar que os immigosfazcürã todas as almas humanâsno ponto que PeÍ rDorte de
assim pensava aiÍrda qlando ecr 1525 dedicou a D. João IÌI a sua pri- seus terÍestes corpos se p Ítcm- E por tÍâtar desh materia Põe o âutor por
"b(i'lte
s, cingindo-se ao costume de Fran-
t hJá,ri./a mo^e-meira tragicomedia (o D. Duardos) Âguraque no dito momeotoÊllaschegãoa huú profundo brâço de mâr' ondc
ça, cujo repertoÍio quâtrocentista é rico em Moralitës, e ao da Ingla- estam dous batos: hü d€lle.3psssapcra a g/rttb, o otruo per^ o ttrgator'io Gicl2.
_!^*,o\3
? He repartidaem tres pârtess. de cadâembarcaçamhúa ceÍrr t, -Esta priÍneyÍâ
teira noÍmanizada, que tambem tinhâ predileção pot moral llays on
he da viagé do infêtno; tr^ta4.. pollâsfigurâsseguilrtes:Primeyrameotea bâÍca
tuolal intelh.des 3, facto digno de nota e de qtame. Corn modestia
do iofernor ârniz & ba.queyro d€lla,dür,r. Barcado parayso,arraiz& baÍqucy-
excessiva de cortesão, lestre Gil designa oa Cada dedicatoria a d,oÍn
João IIÌ as suas obms como mero eco das suas leìtuías, ass, eì, metro
como ?m fr.osa, dc autoles antigos e modzntos, que não lararatt Em seguida o poeta desculpa-se per arìte os leitores futuros, com
ntua
òoa 2or dizer, nmz bnnçõo lixda por achar, nem graça por destobrir. gentil ingeruidade, de um erro de classificação,isto é de haver metido
entre as obras de droríio uma scena que não foi Íepaeseitada ern ct -
4" A Diìascdlia da edição-príÍtcipe, escritâ quando D. Manuel rei-
nava r, divelge notavelmente da que o poeta redigiu no fim dâ vida pela! a. E e*.plica que poÍ estaÍ enferma a segunda esposa de D. Manuel,
(entre 1536 e r54o) para a posteridade, ao juntar por sua rnão, mas
t O auror de Gil íticcrrl., h'oúado\ etc.t é de opinião que o corDcdirtrafo
poÍ oÍdem de D. Joãc IIt, rtum cartâpãcio muito grande, as suas corn-
aprontou apenas um Brrúo dc catãlogo das süas obras. Eu, pclo contrario, êstou
pelsuadìda de que as D;ddtêtttias, ranto dâs ediçõcs âvulsas como d^ Còlilaçã,,
I A escolhâ, da parte de Gil Vicente, da pâla'rra, para as suas
lr.fplação úo do pÍópíio pocta, o qu€ e{identemcntc não queÍdizc!quc todas sêjam cKac-
inve Êõcs ítlat;,ct ao f'Íaío da hundnidadc, tembra..Ãe dc Írc4o, Jtnrin nto, tâs. Sei o contfario. E âcho natural que a mcmória do velho d!ãmatuÍgo Íalhassc
y'rrrrz, âplicâda pelo beDigno ccnsor Frci Bârtoìomcu F€lreira ^
aos eiementos dc às vcres, quaoto is datas sobrctudor e que os apontaEentos dele a esse rcs-
mitotogia pãgãJcontidos nos Zrrrrirddr. Não cheguci a âpura! se o pocta poÍtu- peito não fossem nenr muito metodicos ncm complelos.
guês foi o primeiro que aiDtroduziu no vocâbulârio ou se tcvê pÍcdeccssor, qucÌ ! Taìvcz hajã aquÍ um snlto de paÌavms como na Didascália do Monologo do
cntrc nós, qrcr em EspaEhe. Vaqu€iro, de y'r,"a para izra: hí d.Iês ?asta ?êrd a Glori4, o oüro ?./ao Iflícrno
, Estou a ãludir à CdÌta-frí;Iogo q\c aco1panhava, sãlvo
erro. a edição-pÍin- ê p.ra o Pulgatolioì V cja-sc a nota imcdiata.
cigc do D, Dr.ardot, porque é nelã que Git Vicentc âlude â ,nolatìdadzs por elc ! Como haia só dars bateis e ,,"2r destinos, é ccrto quc um deles Íaria duas
compostaa cm serviço da niaha Dâ Lcooor. Muito pÌorâvcj é que clc considc- viageís ou embarcaçòes- O p€quedno, quando havia passagêilos, guiãdo poí
resse como Moralidad. tambem o Aúo da Alzta c a. Eistoria de D.t t . anjos, ou um ânjo Ì€vava os inocentes ao Paraiso; e o guiâdo po! diabos levavÂ
t gldnto a Moldlitát, trloral
llalt, Morat i"!.rlud.s veja 3e CEÌ,ns G.- os pecadorcs aos dois Ìugares de castigo, fãzendo duas viagcis. Ênlaraação sig-
scÌrüh/c dzt N.t r.n Draf,at, eoL l,livro \.1I, p. 460-49r de 2. ed., c ^cB. vol. IlI, íiÊc or^ a,nlatcananto, ota barca. Ê. poÍ serem mais numcrosos os pccadorcs
Ìivro V c X. do que os inocentes, é dado i Bdree .lo IrrÍ.rzo, muito maior que a outrar variag
. I s t o é e m 1 5 l? , r 5 1 8 o u r S1 9 ,p o r q u c só n e ss€ sa.os
bavi a, depoi s do trcs. vezes o nome d.e caraocla.
Dasse da scguDdaesposa de D, lÍaruel-(cm trtqrço dê 5 r ?) c antcs da viadâ.da r ' À tsÍminologie úediévafêra hesitante, natúrâlúeÍrlc. Tz'rÍo ;noraliditdc
'tèrcciÈ, rÍÌ|a zm;d '
Raitrha cm Portugal à quat cil ViceDte podc teÍ dâdo c apti. coDo ,rr:r/rrr7 tinha uín sentido ìato, e outro restrito. E Dão se apÌicavâ cxclusi-
cado o titulo dc RainLa tursa: a viuvâ dê D. João II c iríDã de D. MaDucl, vamente à peças religlosas. As noralìdtdzs proíânas (disputas entre entidadci
Vid. BrâamcampJp. 288, abstÍactôs, personificâdâs) eram mesrno íÌruito numcrosâs.
_Ì 6_

da doença grave de que não úais se levantou, o auto fôra reoresentado.


para consolação dela, d.ecanara. Evidentemelte, o discreto palaciano úãdado ao podetoso príocipe e úuy alto Ícy dõ ltanueÌ plioeyro de portugal

lão podia falar dessa doença, enquaoto durava, oem logo depois do
triste desenlacêque teve em março de I5IZ. por isso tinha começado Não falava da rainha I)o lJaria e do seu quarto de dorrnir. E conti-
na ed;ção-lrhui?e di2endo apenas: nuava com a declaração-arguDento, que ja conhecemos, in nuce, con-
quanto Da primeira redacçâo haja diveÍgelcias signi6cativâs.

P.imeyrameate no presente auto se fegula quê no põio qu€ acabamos des-


pirâr chcgamos süpitametrte a huü rvo: ho qual peÍ Íorça auemos de passar:
cm huü de dous batecs q. Daquelle porro est:í.L huú dellcs pa?Ía pera ho ?aratro :
z ho olutro p. ho i4f.lrro. os quacs bar€es tem cada huú seu araez na proa: ho
do parayso h!ít anjo . ho do inícrno huü ar/ac. ìnfernal e h ú, co ?a"/EJ/o,
etcéterâ, êtc. ,.

De outra edição avulsa, de que recebi íoïografra (Miscelaua, R, @ôra r&is


ÌIO59) apenas direi que, embora bastãnte posterio!, como sê reco- qealJlDa ,/
,)q''-
Írhece dos tipos de irnpressão, clas gnfias, e do nome do impressor
Yq;Jtr\L''FÀ'.t'l
.ìntonio -ìlvares, que se estabeleceu ero Lisboa, na Rua dos Dourado-
rcs pouco a[tes dê I59o, ela deaiva, etú segunda ou terceira mão, da \u- v' &q
r\i1v 1ínuìP,
1 O primei.o erüdito que citotJ o ).Lto dc *toralidad. foi fÍonernr no seu Dr'I ôA &>*'
/
Catálogo Hitt.irico )t Crítico dc ?it.ar dron.iliêat ant rioÍtt a Lopc dc Vcga, Pa-

ftãffiÃA!9 oemo?lrltoeoe gctÉil pi(á


compoíìo rís, 1838, p. ?8, e Büliot.ca Ríoad.?r.!ra, ìI, p. r93. O exemptar, que viu, peÍ-
 -o í!{ ' s ìA Ìr(ro
tcscia a Caropo AÌaDje e é o m€smo que hoje sê guâÍda na Bibliorecâ NacionaÌ .^5*.ax trfle*
llt$# nl:ffiï'lfiif,fl'l,Hffiur#ffi
llse' 2ltl|rníÒ€Do
ffi
soF$oúcíoúndtps,rrnu?slÍôÍGfoõ.tDjmúrl
de lÍâdrid. OutÍo fÂzia paúe da Colonüía, i. é da preciosa cotecção de iivr.os
adquirida e minuciosamente catalogâda poÍ Femâodo Colon, filbo do descobri-
pnmctroÒ.porüd$loríÌrnoríc.lloincrç4eÒ:díÍsóa aÌqlflt€to dor da AmcÍica. À imprcssío do Rag,trrl lÌbrorum Don. Fcrdirazdt Colon, etc.,
òaobfu. (JFrtm-crtsnrnÍÈ Ìrop:.ÍcnÍaóÍoícfegurlqucnìpfuo tai como está no Ezra-rr, de GaLLrBDo,no r87o, voi. II. c. Sr4-S5?,é iÍìcompleta.
.õ dcsbdnos ò.íDÍrsrcbc(3nrosÍupü€míúísbuúrto:Doquslpa Só ab!âDgc uma selecta, de 42jt papclctas. Âs quê estive!ÂÍr cm pode! dc ìÍe-
folg auanoeoj
folçe otíÊr: ambuúDdoarlg
ocjreíÊr:.õ bearrs{ 4CttglcPfcloqÊÉ
ì;crnbearrg Déad€z Pclayo c foram aprov€itadas porcotâreÌo para o scu Cdt.ítogo dc.obral
.ÍljniioclkepaÍÍi prtul2upare2Ío: t Nocuro I d;anótìre; (r9or), chegam até i?r6? e talvez ainda utrrapasscm esse numero.
bgtads ldfl csOEb0úÍeuarradtrs p:oarFoato
F IgnoÍo quaotas torao tacsimiladas por HuNrrxcroN, no t8 ôo Catufog.t oÍ p -
N ÍrtÍmo Duüürao rníemalr b!ú (qÍpgnl tlicatìoni oÍ tI. Eittaii. Socict! oÍ At'.rìca. Q$anto a, cefio Auto d.
slrdootrì, Fbuú írúlgoquccÊigu4
óú | .í eo?let lort"gactas elc teE a rumeração r5r3.{ (n' rj? de CoÌÁRrLo!'no,.atidad.
CIr.: Bo-
rahopu?conpüu'4FübcaDúErao€lpoloa ìtr-L^, -balêt, p. 2j6. Com a numeração 14486 rêgistou-se (no 6 de Cor.rRsrr)
.toftlttrnooeÍìâ
nB (Èraíntequìbof
o4l$t0ecnF, BõrcLt d.l Paraiio ! dzl Ltftrío, Se'lilta, r 534, com o por ora ins(plicâdo acrcs-
cento n Colhs d.l P.ni (por veDtura lapso por | êott c. d. 1.ì O priícipiol
Bibliotêca NÂcional dê MadÌid: Rj438.
D!.1 loEb.c dê J.ru El a.

Atto d. mo/alì!ü& composro per cil Vicéte por coÍrteÍnplaçâm da sercds- to oo D. .r!.ro n .obr

slma e müyto câtholica raynha dooa Lianor lossa sefiora rcpr.eseÃtadapea seu
mostra que essa barca é distinta da de Gil Vicente, e tambefi da TragicoTìtcdia.
_ rg _
- ii-
ediÇo-principe,vistó que repetetodos os dizeresdo frontispicio ori-
ginal. Facto importante,tipico e modelarr. Quanto à terceira preciosidademadrilena,relativa à trilogia, ela ê
a livre traduçãocastellìanad,a Bd/cô rlo I4ferto qloesaiu eÍÍ! Burgos,

B AR C A PRIM EIRA rosKonledmglecorcg


ôetpsrsvfovôsl
mflãnlo.

VTO . D B M O R ÀI,ID ^ ,D E, C OMP V E S | TO.


o Í G,i Vr.ch.e,Fo.<onscmpbçíodarcrcnif:rmr,& muito C:rlto
lre. R rínt Oôna Lrarror,&rcprcÍin oedapor íca mrnd.do ,o Do.
dcroÍoPrincipcDoraMüu.l pÍtrncro dc Porrugrlr c0c'
no'Ír., Co[ieç.r d.clrüçãor&.rgürDcoro drõbíirÍ
Ptrrncyrlmçp1ç1qp1.ícnrcruroÍ< tiguetquc tD po.rlo gúe ,cátra
ïror
ror drçjír
Ittot dítll rar ch.lr:ior/opnamérc
dílpt C!.fl:iouutnllnatc
cË.lt:iolfupntlnatc :tron
bo'll rro"o
â hott! rlo-o qutl
rloyo ouel oor
n"' Íorç:
Íorcr luc
ror d. p.íIü,.m àutn dc dousbtcir quc.n:goclia 9òrro cÍláo,"re Il
runrd.llc:rr.6rpsrcènãÍ46a outôpcraó Iofcìoo. O, ourts
) r(GúrcÍnc:ili hú n lbc:.rrlç3nr proÍ: o'doprrrçóofrrtin'Àniir
,k do rrÍcrns6qr.rr.c_z rnícrlrL& fiuo.corlF.rlior'r..O.plo.i lf lìbolstreprfetüaaió
(gmínoqsebo5cn
Del
ro roc,n,E|llo.
roccrlo.cus6l 6o* qg
lt. ou.p
nc go. guc cI|cgr(o.n
6{119o.gu-c chcgrcooi_}rom
òom palcqìI.
palcqic Illíc lBssrÍmgEpsÍícÍdo Drlt.vzeLnt.\tl.
' lcür nu Èbc ttrqt co|rtpaido,ahúa cldr tr. daÍprldrr.E corn(- dsfrgoÍod!pot los006lrquÍosquc0quÍpáÌcÍdcr : sltno
Ír oaar:czdoinfcrnod_aíla Íìanctráqucoliílâlgüyanht. Dclúlclo? aloro ü ftfrcrno. EtrysÍ0búÍnocrl(to||f ns,
çô''*',i: *::::',i:.::Hil' E:t-L-r:P': teíâ€leltrclrtcl|loDclsob:t ÍeÍrllcdc!€r.'|1te.
Nrrur dóscourrdotcs, l:r rnrãnià
. iryrrdo l.r rçrirtolü:.
Àiurìcz.
Bibliotecâ Nacional de ìÍadrid: R-94r9.

em I53q, com o título alterâdo de Tngicotxetlia alegorica,/al |arayso


BibliotecaNacionâldê Madrid: R-rrotg. y del infetxo (R-q+lg) t, e saiu outra vez, quer pouco antes, quer
I O conftooto das dir.crsas cdições
avulsas Ínostre eô gcôl quc as oais taa- I Vid- IÍoRÂal{, p.
dias são meras rcproduçô€s das ãnrerioÍes, ?8 (rj39), que tadbem nesse caso viu o e:iedpla! do f,Ia!-
quès de Câínpo Alânge, hojc na BibliorecÀ Nacionai.
- 2 t-
preparavaf a peça de grande aParato, chaÍnada Trag"icouedia de Dom
pouco depois, s. l. o. a.1, documentendo a profunda impressào que â
Duardts, eis eÍr poucas palavÍas o que devo a D. Ramón Menéndez
obra de }Íestre Gil produzira, aioda em vida dele, não sòmente deotro
Pidal, e a que ponto chegaÍam as minhas iovestigações, demoradas e
do reino (coroo sabemos dos louvores de Garcia de Resende, João de
atrasadas poa carêírcia de Ílateriaes, e agora em certo sentido ultra-
Barros, Fernâo de Oliveira, -{ndré de Resende), mas tambem alêm da
passadas pelas do autor do volume moÂumental Gil Vicetu, Troz'ador
fronteira, oode a ideia das Barcas prospetot siÍrgulaímente, por justos
motìvos. e Mestle da Balarat.
Corno do D. Duardos existam duas redacções, bastante diversas,
Deixando os pormedorês para a edição prometid4 nada dais pa-
ì , !-._ uma na Co@Ë-l6z (e suas reproduções)' outra ra de 1586 (e
\lirô*.",, tenteei do que a sua dcrivação, aliás maÍlifesta, de um dos è,(empla-
em edições avulsas), cujo confrorto eu 6zera, à custa de trabalhos e
Ccìg$?no ÀA res do Aato de orulìdadz, visto que acrescenta ao útulo indicado de
despesas, com cuidado e curiosidade, reconheceodo que oão ha ne_
Tragiconedia, o subútulo de Moral repTesentdcioz- Aqui ladçárei, a6m
de provocar críticas, uma hipótese; o anóoimo que em Lisboa assistira Âhuma outra composição 'Jicentifla tão âlteÍada' mas não chegando a
a uma represertação da.Barca (mas ondeì), talvez fosse um do impor- apura! qual das duas redacçòes seria a Primitiva, eu aírsiava natural-
alnclasuponhoJ
C"úfl' ' tante grupo câstelhano de erasmistas nados, e criados. pof ventura mente por encontrar a ediçào-Príocipe,que s-upunhaLe
publièáda, Ul gval a Balêa dg ltfeno,logo depois da sua comPosição
Mestre Peclro de Lerma I (de Burgos), visto que Francisco de Encinas
e Juan de Va.ldés, esse famigerado attot d,o Dialogo er,trê Merc ào e est!.e!a.-
! na
Carott, não eram teÍnos e eÌegarrtes poetas como Lerma, embora se- Que esta datâvã de Ì525, sâbia-o, não da Didascíia contida
priÍneiô Colildção, pois meociona apeoas a presença de D. João III sem
guramente seguiriam com siopaúa â actividade do comediógrafo por.
tuguês 3. indicar o lugar e o ano 2, mas sim da Carta-Prtilogo que acomPanha o
.\ respeito da outra ôbra de Gil Vicente, cuja edição crítica eu drama na impressão de 1586 e oas repetições avulsas de 1613' 1623'
1634, 1647 e I720, e segurameote acompaoharia a suposta edição-Prín-
cipe 3.
I O unico exemplar coohecrdo dessa bela impressão esú
exo Muricb, para
cuja Biblioteca veio da livrâda dos Fugger. Desde quê F. Wolf o descrcvêu ro
I Git Íriantc, tlooadol, etc., p. I16'340 ê1a$ri, como Yerá com facilidade' no
irbporlan!€ opúsculo Zlr rlanitcJut .Frolml.ic/otant-qüt ooi Todt ,rtars F\i.E,
t8S2), traduzido logo por J. Sanz d€l Río, ele foi citÂdo por todos quantos sc ocu- óptimo indicc de matclias que acompanhâ o voÌume' aquele que o consultâr'
2 Com relação às datas das ediçõês da novela de cavalaria em qÌre GiÌ Vi-
param do anúgo T.atlo ct?aãol (Von Schãcli, Ba.rcra y Leirado, Câicte, Mcnétr_
dct v Pelâyo, Cotârclo, Booillã, e entre nós por T. Braga e Braamcaop-Freirc). cente se iffipilou, sobjugado pela impressão nora que o génêro lhc fez' é pre-
ciso complêta! as indicadas poÍ T. Brâga e BraamcamP'FÍeirc. O Prit'1úIeoa
Gaflardo intercatou ío Enrdlo, i" ror2, alguns passos, quc Braga tlanscrcveu.
segunda paÍte do Paln r;n dë Olìoa, aParêce'r seis meses depois dessc, a 5 de
Já disse a pag.6, n. r', quc Urbân Cronar reproduziu o texto de Ì539.
3 Pedr-ode Lerm-a, a rcspeito do qual,é preciso coasrltar,os j ul ho de 15r 2; êm s egundaedi ç ão,ed I5 tó; pel a terc ei Ía v ez .em t 52r; c â s egui Í
H.tclodoíor,.de
MìinÈroez v Perevo (iivÍd tv; câp. i, .Os Èla;miitas cspanrroãs,; crttr,r:oo, Ea. cm ÍS28, rS34; São cssâs âs-imPressões quc Gil Vicente Pode ter lido. Mâs tão
Ja.r4 do 2ó93, etc., e CoÌ^RELo,no ro3, escreveu em tSoS uma comedìa, ou farsa. ha motivo para não acreditarmos q ue chegassea manusearum exemplarsómente
da terceira iEpressão, tal era o entusiasmo com que a obra foi acolhida ê gasta
s€gundo P. FIRNíNDEZDsL Pv.,c^a, Wdd, ctc. d. Citn.ros (16:í]'ì,.
I em Espanh.. Vid. H. VÀc^NoY, Lêt Rorrtarrt dt chroal.ie itali.t t d'i"tli74tio"
Quanto a Cdron Carontê ê Áqurorz Aq'.fontc (dois termos da noitologia
Ca$cllana (3' a' r'lo\,
.r?agrclc: Pn t dt.orr, Fireoze, t9o9; CB!^rro.., LitcrLtula
hclénica, completamenie divcrsos, ÍDas coúundidos nã groaurcia dos pcoirsu-
r9r5; II. TdoÍ,rs, Sla'!r, afld Portag't.t, Ror,tanctt oÍ L:liralry, Cãmbridge' I92o
Ìares e tâmbem oo scu pênsaq porique tanto o vclho barqueiro coúo o rio, um
(em espccial p. 95).
dos rios, são do TaÍtaro), tratei dcle nas Cartat toò/. &rn o.fto d. cil fiêcntê, já,
3 Eu conhccia apc!âs de fama todas cssas ediçõ€s do D, Duat'dos; de
varias vezes citadas, pcÉuadida de qtJe o ú/ais inrtrttal de Mest e Gil c.a o 'tistÀ'
só ur! exemplar da de I?2o, pertcneccntc ao DR. LEITE Ds VÂsconc8Llos, e outro
Cd,.rr, barqueilo dos Antigos; e isso em harmooia com o traduto! câstclheno
da Bibliotccâ do Porto (Mitcêlan.4, no 8-7a) Que nuito des€java ver a de 1647'
quc Íesolutamente lhe haviâ dado o nome de Caronta. Mas í)ão aiudi a coD.iec-
que 6e parecia rÌais irüportante do quc rêalmetìtc é' Pelos direrçs de Gallardq
turâg sobre a identidade dos dois nomes.
-23-
Est^ Calta-prdlogo, t\""" O* *rr" O" ì,Iestrê Gil, é notabilíssi-
""" los V, por palavrasde pÍêsente,da formosa6lha de D. Manuel que o
Ína, porque nos ioforma directãÍlleote de uma evolução do sêu géÍrio pincel de Ticiaoo imortalizou,ceÌebradoero Almeirim a I de novem-
iÍÌveotivo e do seu ideal estético r, evolução mundanal, r, é conjectura
depois da oual bro de r52!, assistindoos embaixadoÍes espanhoes
só duas vezes se aplicou â assuntosreligiosos:.
As pecas o.iginâes, plausibilíssimado grande vicentistaportuguêsAnselmo Braamcamp-
representadas de aí eÍt! diante na côrte, são muito ÍÍtais
teatraes, retó- Freire, a qual adopto e faço minha,jubilosa.Ela e:<plicao emPregodo
ricas, poeticamente exageradas na clição. E por isso
mesmo começa_ idiomâ irmão, em regrcssoao cosrumeinicial ãõlãõÌãlãlãêiãnófãã
ram, suspeito eu, a dèspertar ate[ção pela laboriosidade
do poeta por_ comìôr-ã?amasem--ããGir,ãõt" timtem o eiiito ['ããiiiloàúò, ãlti.-
tuguês, da palte das autoÍidades eclesiasticasque
desde r5ir, doutri_ soante,e a escoÌha dãum assuniocavalheiresco, tantoem vogano país
aadas por bulas de Leão X, vigiavam livros e manuscritos
com Íecero vi,iiËõêsãã!ï- sqtgíi ^oÀ-ìdi" rÊ tedacçãode J'199-t4-v:3.õuÌõs
d,eI rd!;tates haeret; cas.
traços rovos ha na composiçâo<ieD. Dzazdo.r,p. er., soliloquios4; mas
Na Carta ele confirma-nos, alèm disso ío que de resto
está deflniti- de poroenores nào possotratar aqui.
vamente provadol que tudo quaÍrto até e ..tão ve*iicata _
maralidadzs,
cmaedíase i,.arsds- fôra composto em sêrviço
da rainha D. Leonor s.
e como a esse nome não acrescentassea fohula a rni pobrc fustã. Y assí con desseo de ganaÍ su conteDtâmiento heilé Io que eD
cotsagrada qne satzta
g!.: haja., o! otía parecida, é certo que a ilustre viuà êstÍeEo desscaua quc ftle D. DLa os t lÇlcrry'oquc son tân ãltas figuras como
\ de D. João ü
- .Dt"rér:6 anoa contrnuavaviva. su bistoria rccuênta, con tan duice rethórica v escogido estilo quânto sc pucdc
'} /r queo
A quem sabe 1êr alcançar cn Ìa huÍlana inteÌligcnciÂ: lo quc 1o aquí hizicra si Pudicra tanto como
IÊÍ e ioterpretar,
inteÍP, a carta mostra a mais, Ãão somente
,,---^ \oG Ia mitad dcl dcss€o quc de seruir â V. A. tengo. Peío yo me canfié cn Ia bondad
- \,
. que com crsd
Yuclur essaooÍa:1lv
obraGil Vicente
lceote passavaviÍtual e efectivaÍqente do serviço
. (, , l_ dc la historia quê cucnta cómo D. Duardos. buscando por eì mündo pcligrosas
Lo".rul/ lq de D'Leonor ao sfr rco oe-LJ.Joro aueDturãs para conse-guirfàEa, se coÌDbãtió cõ Plidalcon, vno dc los más esfoÍ-
lflmas tambem que a novidade
oramauca, propositadamente espleodorosa, se destiÍrava
crraÍtlauca, çados cãuâlÌeros quc âvía em írr4 Europa sobrc la hcrmosuÍa dc Glidonia' Ia
o (rz1/
Cjrrat \,
b destinava a uma cere-cere_
')'(\. extÍaordináÍia. única até então oa históÍia ponugues,a. qual PÍimâleóí tenía enoiadr.'
,,
\{.r\ . à., ,r
, i::'i essa
(iue ::"*, PoÍ oão ser cartâ, m.s ?'peías Plol\o em íorína de caÍtÀ não teÍJ'l. d.rltccLa'
òt-n"-. ceremónia solene 1 losse o casamento com o Emplrador
Car- e passa a scr indicação scenica: rY comi€ça luego D. Duãrdos a hablar pidi€ndo
campo al Emperador cont!ã Primaledn su lìijo.' Na copilação dê | 5ó2 ondc falta
(n'r5;5r, dei-o a conb€cer em r90ï no esrudo a câÍta-prologo. nêm mcsno ha Didascáli D ePois d^ lormúla Cot t.ç4m .rt oblas

l-\*Àl p. tao. E com tio bom resuttado oue ô


fotogrâfiâ de um cxemplar que pos"uc.
sobrê,?rrzrrrr or ro, .^ po,.tuÈdl.
Condc de Sabugosa írte *;i., l;;
do tìrío lëreclr'o !,r. h. das tÍagiconëdi4! contiDua: .E cstÀ primêyra he sobre os
dc D. DuaÍdot, PrincìPc dc Ítgtarrfta, con Fl ?ida, flha do Inpcrador.,
^mores
3aúl V ov I Chârlcs Popet. Mr. de la Chaulx e D. Juan dc Zúniga. -Vid S^ rÂREn'
FtC*'redo distitrsuc critêriosamcntc tres épocas
_l oa vidâ lirê- Crõ i.d, I, caP. ;6 e 33. - O cronista íala do sc!ão,
tl * -{ Í -a r i altd:l:r:.j.
d e G i l V i c e t r t c. ìÍìs n à o fr isa b e m a cvo lu çio .tu ê - Qrddro,ll, 3r,. À,NDr.l.Dr,.
l 'c ! E'rr r iuÌgonoru..Ín ,,r.. mas Dão da Ícpíesentação do auto da.h)r e muYto bem feita comcdia' quc
" 526, ou r s28ì êsctcveu a Hütorie dc ó*r;.* rslo o ,tri ì-C' '"
po! rogo daÁbãdessa de OudiveÌas o, García dê Rcsebdc menciooarl com reìaç;io às fcstâs do casãmcnto da infaotâ
sobrg o assuír.tointerlacional das tÍcs Lêis: .D'B€atriz. Isso, num-opusculo esoeciâì, mís.aiDda assim sem.toíneÂr o autor,
o da Natuleza, o dâ EscÍitura, e o da craça.
3 Ela falcccu a apesar dc scr quem erât e mui to s eu ãmi go e c omP anhei ro,e s em o ti tul o da
17 de oovêmbr, dc r5r5. .4 tormula .r, ,./rip dd
Rairrrd (c peça- (Át Cirl.t d. irilitcr.)
y:1: O,: *ní.m/açào, corno o,Jtras vczcs diz) talvez signifiquc . cooìo 2 Gìl Vh.t t , tro?ador, etc., p. I44 c s€g.
:!*U, :"
servrdo!, morâdor da côrle dcla; co&o
seLrouÍivcs c trovador,. 3  edição mais antiga de que Íestâ um csemplãÍ (no trÍuseu BritÂnico) é
m m o d i d â d e d o le ito r r e p r o d u zo .a a q u i: .Como qui era
Dr - P í r â
rnncÌpc e Key muy poderosoì que tas i cxcel entc de rjo8.. Na üÍraria dcl .ei D. lÍôDuel existia um, mâs não se sãbe de quc edi-
Co6diar, /arçar I notatida&s grsc hc
compucsto,. en scruicio de la Rerna vuestrr ç.1oera, ncm quendo dcrâ eotrada na côrtê poÍtugLresa.
tía, quânto eo caso ac amorls ìue- r Do gosto dos Poítugücsca pelo D. Duardor ha si!ães dc valoÍ. Bastc âgora
rcD nguras rtaxas,cn las qunles Do avíâ
cõu€nientc rcthórica que pudicsse satis- lembrar Ào lcitor o rrlrnolíal .la tacola Raloida, ou Sagrazror', dc Jotcr Frrmr-
lazer frl? al delicado spíritu de V.
-{., codoscí qu. .. .o_pfà _.t.. f,^ D4v^scon !r!os, e o Palntìlin í. Inglatcff4 dc FRÂÌrcÍsco D! MoR !s.
-L ".ii"
. -25-

Por desgraç, as minhas esperanças não se realizaram. Ern ÀÍa- laivos de paganismo 1. Defeitos esses que são fíequentíssimos oo
drid ha úÍricamente uúla separata,. por assim dìzer tirada d,a Coli- D. Duardos, e tâmbem Ío Atnadis que, tendo escapado em I55I à
hção d,e 1586 (f. ro5, alias Iio a 168), e um ereúplar da impressão atenção, í{ada Ío D' Dutrdts, foi Posto no fnder em 13592, teÃPo'
avulsa de 1642 (R, IIo59), a qual só em eÍros de caixa se afaste da ÍariaÍneírte- Curioso é que ío Rol Português, Ía s no lndzt ctltte-
^ão
outra. lhdno de r35gt, o de Valhadolid, assinado Por Pedto de Tapia, a for'
A edição-príncipe (com as supostas reimpressões suas, anteÍiores mrla como foy emendado corrtiírue T aisto ?o/ 'ni'n' Naturalmente os
a I5ó2), continua a ser ignorada. Parece que desapareceu por com- poÍtugueses devem estar dispostos a refeÁí ?o/ nint ao c tdeal-infante'
pleto, talvêz pela grande voga que tivera, talvez por te. sido cooâscâda, sabendo dos oandados e das Provisões PaÍticìrlares com que esse
rccolhìdz segvndo o terÍlo tecnico usual, quer em I 532, quer em Ì 536, hiper-conscieocioso inquisidor-úor oídeÍrou riscar e coÍtar e PÍòibir
r;
quer eÍtr 1539, em Roma, Espanha, ou em Portugal onde o tribunal da palavràs, kechos, scenas e livros ioteiaos ou então ao seu lugar-tenente
fé pela primeira vez vingou eÍÍ! I53I, mas sem dum. Frei Jeronimo d'Azambuja, que assinava. As dúvidas a respeito dos
Sabemos apenas, pelo Rol dos liz.trosdefesosde I55I, pdmeiro co- dois aspectos diversos da Trag"icouedìa, rePito que não as sei solucio-
ohecido dos publicados por ordem do cardeâl-iofarte D- Henrique r, oar. Se a redacção originária, impressa uma vez ou verias vezes en_
que antes dessa data já houvera uma, ou vaaias iínpressões de uÍn teÍto tre 1525 e I55I, foi então expurgada por ordem superior icoÍno foi
que desagradava aos cedsores; não em absoluto coíD,oo Tuiilen d, que eítrou sem eírendãs, com todos os defeitos que àcima apontei' ne
drnoles, a Adlte/cnrìa do paço e a Vida do faço, mas em particularidades òopilação de 1i62, revista tambem pelos dêputados da Santa Inquisi'
como a Lusitaria e o Pedrcanes (ou Cleigo da Beira). Nesse Rol, o
D. Daardos ocupa o lugar primacial, entre os livros ero lioguagem- r Outtos trcchos iocriminados dizem Ícspcito a texto3 bíblicos' Na êdição
O lance Ar,to de dom Dt ardos qtle não tiaer cettsara de cotto fo| emen- dc r 562 (c pro vavclmcnte Éâ edição-pÍiÍtciP.) Ìia'sc, P cx', no D ' D uardos :
dado, talvez queira dizer que 6cava pròibido reirnpriúir a redacção Por Yot c..tú S'loúé'
.l c.EuÍ
original que co!!ia, sem as altêraçòês impostas na mesa de ceôsu.a, d€ lo. c.lt:rd n'Eo"dot'
mas tambem que em cada elemplar ainda existente daquela edição,
Na dc t58ó, ctc., .sdlrrtrh tev€ dc ccder s€u lug.r ao mirico --lz-ltào'quc caotou
ou daquelas edições, os revedores haviam de ÍiscaÍ com traço pÍeto
.a!.llot in.rd qÀlü.t

,8tosso, toÍnando os iÌegiveis, ceÍtos vocabulos, considerados cooo


pecaminosos contra o segundo dos Íoandame[tos de Deus 2; o abuso
f Cuanto ao continuo cndcusamcnto da mulher é Prccrso confessar que Íras€3
de qualifrcativos como sar,to, sagtado, coxsagta.do, üoino, üuina!, mila-
/
ÍlloJo, o abuso do \erbo ado/dl por anat ;nxito, assim como do subs- Á ri rdoro' diorr Bi.'
{ E {!. r los diord.rgÉdo.'
tanti'to deus (dios) e o íemiúno detsa (tliesa), aplicado a entidades rnor-
I
( tâes, e sobretudo do pIu.al der,ses e deusas (drbses) em invocações, com nos dcsagÍ-adaú como cxcesslvas, uma vcz quê a nossa ntcnção 3e Áxc Âcla!'
i vid: RxuscE, p. :3i.-É uma aas curiosidâdes dcssc'1t/'-! q'rê o Auto l"cho
dc
,txeozítcítê lor' Gi! I,ì.cntc @òrt lot nry altot t Itu! dulctr dno7" dt Anadk
Gatla aott ta Otiarra, tiid d.t rê! Litaar,, 6gurc cÍtrê os livlos capa-
?rinttÍa
I Vid. Irocr'roo X, p. 385,e as úinhas Notat y;.lntinat. níocs c o D. Duardoq escrito tambcm em castelhÀno, entrc os 1'utggt'i sct'mo"'
r Escandalosos, irrcveÍcntes,caluÍriosos, no dizê! dos Íevcdorês.euento a ,6rlcrr?o (c acm o nome do aütor).
excEplarcscm quê palavra3dcssaordcm cstãoborladas,coÃheçopcssoalEcotc t O Á"tadrt jâ Ão 6g.{l..aio Ií&5 de r 5?o. Po.queì E porquc foram proibi-
alg|unsdo Ca,tcion.ir-og./al: dc Íaína,\m d^ Co?iIaçAode r5ó2 quc, paesârdo quc
dos os âütos dc ,. ,rat'dos e Amadit, Â* nttncâ âs novclâ3 dc cavalariã de
por mãosda igleja, foi notâdo,emeodado,malcâdoe liscado,sêgundodisre uE dcrivâÍrü
colabofado. do Nffi.fo llir.ntiao do Pattatcrreo Do ãío do Centcnario, É o guc . À cssc rcapêito, vcjãm-sc a! Rcgrat, dc FRlx BarÌoloxsu Fxarrrr'
pertcncêà Bíbliotccadc ìíafr!. (RBUscE,p. 36? ê 369,)
_26_

çâo? E se, achaodo heréticas, ê coodenando muitas das maneiÍas de lgnoro-o. E hesito quaÍÌto ao valor dos dois textos, emboÍa sle
dizer oela empregadas, os censores de 1585 âs coffigiraro ico6o foi incline, como À. Braamcamp_Freir€, a achar superior a ledacção mais
que regressaram, quaoto âO resto do conteudo, à primeira impressão! cuÍta, e a imaginar que mestre Gil, retocaodo e abÍeviando a pÍimitiva'
cujo terto é em alguns passos mais extenso, em outÍos metros coÍn- mais longa, sen! todavia se imPoÍtar com a eventuâl censura de Pala-
pletoi Será possivel que o pÍóprio Gil, já conhecedor dos rigores do rrâs, melhorou a obra bastante.
tribund, por experiência com o Tubileu de íftzor, alteíasse oa revisão Da atribuição do Auto de D. Duardos ao infaote D Luis, irmão do
6nal o contexto, debaixo do ponto de vista dramático, deixaodo toda- cardeal-infante D. IÌenrique, absolutamente iüÌotivada, ainda teÍeì a
via subsistiÍ todos os exageros retóricos que a Igreja coodeoavaì Creio dizer düas palavras.
que não. E se o próprio autor escolheu o texto, que selê n Colila$o Por ora faço-lhe as Íninhas despedidas' formulando votos Para que
de 1562, por o filho-editor assim o haver conservado, cumprindo pie- apa.eça a edição-PrinciPe.
dosamente o seu dever icomo e porquê foi então que elclusivarneÀte
quanto ao D. Duardos os editoÍes responsáveìs de 1585 (eÍltre eles
Frei Bartolomeu Ferreira) desprezaram o texto já duplamente coosa-
grado, e escolheÍam aquele que Gil Vicente e os filhos haviam regei-
tadoì Por ser mais extetrso e pitorescol GostãÍiam tanto das scenas có-
micas, em que entram Maúnondz, a mais feia creatura do Ílundo, e
Gimanesa, a labrega, em quê ha grossarias improprias do estilo cava-
lheirescol
Moçamachueladobladã,
pescuezo tuertot amassada,
saladâcomo la sal,
ìos dedostuertG y gruesos,
cr€spala cejâ,y babosa,
pretellonay gÍaciosa,
juro a tâl que he3telos huessos
€s buenapãra lâ cosa
Grimãnesa,etc.

Ou será de crer que em 156r o 6lho, sabendo que a censura procede-


íia, por motivos especiaes,com grande benignidade, teve o atrcvimen-
to de substituir o texto.puriÂcado êm I55I-r. metido- pelo pãi no livro -
grande, pela redacção anterior, ainda não aprcsentâda aos ceosoresì
Que significa o facto de nâo sómente todas as impressões avulsas,mas
tambem a L-olilação d.e 1586 ãcrescentar ao tít\tlo a. foÍmtl,z Agora d2
ntteuo arerulado )/ ?t,esto con gr.ar, ?eúctioz? Aludirá ela apenas à subs-
tituição de diesa mia por vìda mia, diesas soberanas poí l.einas soúera-
,tas, etc., etc., ordenada pelos ceosoresì ou alude tambem ao tÍecho
relativo a Grimanesa, na cooveísa do disfarçado D- Duardos e do ver-
dadeiro hortelão, intÍoduzido ou[ra impresqão posteÍior a Ij5Il
AUTOS
OSDEZANOVE AOUIPUBLICÁDOS

Da Barca do hqfeno e da Tragicotnedia de D. Duardos, obras-pri-


mas do fundacior do TeatÍo português que, vindas de Madrid, frcam
excluidas desta publicação, porque exigem edições críticas indepeÍr-
deotes, passo aos dezanove autos poÉugueses que foram fotografados
em I9Io. Dois são tambem obras-primasde Gil Vicente, a que dou o
lugar de honra em ambas as secções,a religiosa e a profana- Dezasete
pertencem a poetas que constitveí a Es.ola dz Gil Vi-catte,o.bas;o3$
ou -iìêiõÈ-õãiãõ-tdrGtiõãíqìê, ïè nãõ trans-forríaiiï í 6gura magra e ma-
.,tsl:1!1ifi[13:!:L]gg1g.e:1 99.T'!-99::"le':9s emoutÍaIao-
excepcionaimentevigorosae bela como a castelhaoa,semprc lhe comu-
.-.----+...-.-..-
nicam aÌgo de côÍ e vivacidade.
Eis em primeiÍo luga! a lista bibliográ6ca, coín os títulos na ínte-
gra, pela ordem que Írle paÍeceu aiuizado dar-lhes.

ã
.\. - AUTOS DE DE\TOçÃO
!F
* [. Crr- Vlcer,rre,Surrerro or lJrsrópur or Deus,R-363t).

DentÍo da portada das duas edições dos lzsiadn^ç d:nLa.das de r572,


muito tÌtilizada integralmente e aos bocados na 6o7ildçao de 1586, aqÈi
com o pelicano voltado para a esquerda do Jeitor, ha uma gravurita
represeotando a Ressuíeição, qqe reapaÍece numa impressão de Àn-
tonio AÌvares de I598; e o título tal qual coosta de ambas ns Co?ilaçòes.

Ho auto quc sê scgüc he intitula I do breue fúmarioda historia de I Deos


Feyto porcil Viccnte Ì Foy representadoao muyto alto | , muyto poderosoRey
dõ João I o telceyro destenome em Portugal a aa lercniffima e ínuyto ef I cla-
recidâ Râynha dona CateÍi I nã er! Âlm€!'ÍiE, !a eÍa de i
lÍ. D. xxvll.
Impr. en 4o a z col.: Sign.-'\rr, Arty, Arry, Av, Avt- A fol- ro acaba
com Gloria la*s z honor tibi sit rer Chliste Redêt.rto/. Na rrn pÍin-
-3r-
-3 o -
Douctores'chamados lonas'Abiaw' & Svluano'O'lô] l"]:'
6rio seú pajc,& tte ricamclte vestidas'& diz a mav'
cipìa o Dialogo dz ltts tes judars z dotu certutios sobte are lsurrey$o olerina' & Íua miv' duv
-iir*lJõ-!*."
de Christo ÍrossoRededrpto!,z os nomesdellesrabi Leui, rab i Samuel, Av' av1' avu' avru -Àcaba: Fim'
f" +'l rO Íol.: Art, Aüt' An1' xvl
dous ceÁturios z rabi Aroz. Eotra primevro rabi Leti z diz. muito gasto' de fins do sec
Tipo Íelativamente moderno'
Acaba na fol. t3^ corí Ld.us Deo. ---'---'"-
- -{"t" ": J""ïï-gy2
( ri. .rro^-.oAr"v.rnes.
II. Belr:-rs.rt DIez, -Auro oo rescrurmo (R-8r84). quasi inteirae
lffiina irado corno se erPul_
d" Cristo
um presepio e a reoÍesenta o Santo a câvalo' "orn "oá com a sim'boüca
adora@o dos pastores (muito gasta) e de cada lado tres folhas de hera ÏÏïìï'""iin*" tt tempto de Jerusalem' de chaPeu
de tres Íamos na diÍeita,
(ou sejam corações de naipes de jogar, como as que aparecem oa .ï".* ." levantada na frente, um chicote com
"rr" sem embiema' a-ìiourama' a cavalo
Cofilaç'io cJeI5ó2 e eÍtr duziâs de ìmpÍessões quitthentistas, e pos- e na esquerda um estandaÍte
aos seus Pes'
teriores). . Samulas de meia lua, e a Pé' caida
Auto do nascimentode nossoSeior Iesu Christo nouâ I metrte feyto por dobêauêturado.:'*'
Auto ll'11*l;l"i!u!ïi'ff ï:'i:lï:;:'Ji.':Ï
nï::
as nsurasseBuintes, Í. hl
BaltcsârDiaz.ed o quai entrãoas 6gu I ras seg'rintB. I dotÌs pastores hú che- ìbÏ':'hú pastor'',."1ï.";;;:;;
Anjo' r) u..t"t d€ noírasc | ,iora.
âbiús dc Ermi ' ú: hú
madoBedto, & ou I tro Bartolo.E dêpoisoutro que sc chamaLlorëte, ho Em I
p€radorAugustoCesar,Cêrino EdbâyxadoÍ, el Rey Hcrodes,dous Iudeus, bú Fim com úusica' na fol 7''pri-
In 40,8 fol.: arj, aul, aÍIj'-Àcaba:
vilã. hila ïelha, Ioseph,NossaI Setrhora,hum Anjo z os trcs Reys }íagos.Entra e preeochiclo com dois íomarlces (que
rneira coluna. O papel íestaote
logo Benito cantando. cstilo fera cdtar do
CornPriuilegìo RenÌ' .*'J"-ôi it*tl' : Seguefe htt rol dttu ê in (ar

In 4', 16 fol.: .{r;, Arr;, Aru;, av, aq, arJ.-{caba : Fim. Aqui se vay i"1,,-), , R?':"'!'::'::",,ïiil,,:,ÏÏii
"e.1,*,i, ï)'lïi,"1;iÌ,i,i');ì,";
col. z'. -Signefe las?gtnda farteq '
o Anjo & yr seham os tres Reys ì'Íagos per outro caminho & lenece a (rÌttci\e do yoà t?r'et o Re-tie Porttrgal'
lmatúatlo io/ Rè.ve! fiujt atto
obra ern louuor & gioria de Deos. ..-...-."_.
'-o oe S'rsro-ì'*rosto-P818tl'
Tioos claros. relativaíneote modeÍnos. flas anteriores a 1624. Texto
w D e n t r o d eh u m a ce Íca d u r a 'co m Po sta Je tr e sta Íj a si n te i Ía s'e tr e s
uma til'ïiï'""J':
III. Belresrn Dr,rz.- Auro oe S.rlnr (R-3tug). meias taÍjasinte'iores #
direiía um livro abeÍto, nr "-"ïujll:J":::'.',ll""
esqueÍoa ''"'" "':-:^:.'"'','l ..- ^-^"
um
ãè ;óat'òt' coÍi DaPèl
At to de Saftta - Gravura que Íepresenta a Santa, coroa- ;;"il;" azulejos; aos se's pés um tipi''
da, um livro na mão'esquerda, na direita uoa espada, a seus pés um na mào diÍeita.
entre duas tarjas lateraes, de desenho Por bai:io: Auto do bcníauentulaoo
PoÍ ciÍna dela :lttto dc Su"ctoAntonio
rei que segura um sceptro,
diverso.
"J; il:ì"-Ë;;.,.. l.l. ry,,111ï.f,ïji::.
oe ïï.:j"1il,"Ï,ï.ï,T:i
honÍrados, t tirtuosos I Conegos
Obra nouamente fcyta da vida da bemaucnturada I sancla Câterina Virgcm & vida'
gra"iofo,tiÍâdo d€ sua mesma
pl*."
martirr Filhã del Rey Co I sto (tic.) dc Al€xaDdria, em a quâl conta Íeu marty- -oy um estenso ârgumento'
rio & gloriofo fim, muyto deuota & contemplativa. Feytâ pcÍ I Baltelar dias da No verso do frofltiscipio ha -
Àcaba: SaenÍe cantàdo Eefledictus uo'
ylha da madeiú, homem cârccido da I vista. Em a qual obra eitram as figuras
i" ol, ã r"t.r Au, Anl, ÀrIrl
scguintcs f. Ían I cta Catelinâ,Iua6ãy & hum lrmitam, Christo, Àoffa I Sefiora,
miuts Deus !s/ael' Deo gratias'
b0 pajc de sancta CateÍinã, & o Emperador I Maxcncio, & a Empelatriz, & P!o-
-l { - _ J! :
dom Simaa,dô lcr I nâdo,Aadradc,Liookâ, callego, Florãça,üilam, Pay dc
FÌora| ça,TbcodoraI pastoràlMartiÃholatioho,Ucnturâ,rles fabiG I cânto- Galha[rdo]à esquerda,e à direita uma tarja do mèsÍÌìoteÍnarho cortl
Íes.ComÌicc!çaiÍnprcffo. uma panoplia.
Ìn 4',r4 fol.: Âry, ny,rrg, v, vJ, yrt. Aca6acomFim. Na ultima pagi_
In 4o, ro fol.: Arr, Arrr, A:lr, Av. Acaba coo uma cantiga e .Fà.
na ha apenas urs vinte e seis_y.ersos,impressos. O verso em b.anco.
XI. SesesrrÀo Prnrz - Arro oe Brr,r.r, varrxe (R-36r5).
IOII. Fe.ns,rprn,*or (R-af \
Da Bella nzzfua.- Cercadode tres tarjas diversas avulsas,puatro
grâvuras, agrupadasàs duas : O_escudeiroe uma criada. Um paì, ves- rr-*-r"lh"aírr"/n1. - euatÍo qravüras,
tido de Íoupâo e a rpgg3,que já coohecemos. b35É : o Pg. o M*, o sãrãã-ã-âìõÈ
Ìaq
"=-f_"9.lhecidas
côamado aqur 1t4oç0,a criada, chamada aqui Donzela. por baixo
Autonouamente fcyto,dosbcmcõpostGe gra I ciososamores d. Bcllanrc.
nina com hum fidâlgode FrancafÍ4, Fcyto r cÍleôdadopo! Sebastiãopircz, una tarja de flores e um passáiìïãl
naturaÌde cidadedo Porto.Onde se cõtclr as fguras seguiDtes
.í. huro pâBtor, FaÍsapenadade graçastoda atestada.Em â qual entÍam dozefiguras.f. hura
peÍ notDc Vicente, Ìêpreseitado!, I ho psy r roãy da BeÌla EcDina, Bclla mêoi-
pastoÌ reprefeÂtadoÍ,hum Escudeyro,z seu D:oçorhoa DoDzel4hum
na, Pasibuie sua criada, hú Paruo, huÍd Fi I dalgo, z hum seu negro. Entra o rc- Diabo,
húa Scrra | Ìr4 huE Paruo,hum Juiz,huÍÌl Es I criuão,a Fortuoa a Uenus,Ago-
PÌeseotadoÍ. ra rouamente feyto. CoÍn hüh chiste no cabo muy scntido.
Outra tarja.
Outra tarja. E dos dois lados, eú! toda a altura, oukas duas, com.
In 4", rz fol.: Ari, Arr, Am;, Av, Avr. Acaba depois de JÌ:zrs coto
postas de variâdos objectos e medalhões. Na ÍDetade superioÍ à direita
a cantrga
Que vcltura tãrrl diuioar
ha na base a data I542,
o que beEavcotunnçe, In 4', 3 fol.: Ary, Au1, Aru1. O Chiste arLrtnciadocomeca no fol. g.
pois o 6dâlgo de Flanqâ e é... o melancolico solau de quebrados pelsatdo zLos,srou
lettou. a Bclto at t ine!
[ìl/ta. de
Bernardin Rióeiro. \!as antes dele já ha outros dois ltors_d'tcuore,
Laas Deo.
por o pobríssimo auto acabar na segunda coluna da setima folha.
Urna é um cltistoso dialogo castelhano eotre mãe e frlha, edtitulado
Copla-s muy grdcìosas ,lt rVekrte qúero
lo ,rronjd, eú doze estro_
fes desiguaes- A outra um Vilhadct de n o grrììl do-o a utc gakbt
-l'1"- ,Y?^'
àttÀ/e lg u-W -
gt enamorado.
---- .,_ -.^_: -:L .}oulq,r mogo
mado,seu escudeiroa pé, e um galgo a correr. 'dó 'íqÇD

Sobre os muy scntidos amorcs q. teue o Du I quc de Floreaça cõ a muy feÍ. Í-t[..^,v Ày hos'
mosa Gracibcliâ, lfilha do raarqucs dc Fcrrafri cm q. se iotroduré as ôgurâs
seguintes .L Marqucs: Gracibelia cõ duãs daEas Bclicia ã pauliDa; hÍ Ensoo cha-
mado Rosibcl, z húm ortelão cha I mado Orcastoi MahomAo, aouro; o Duquc
com dous loldedos, hum Pc$iaoo, z outto lJoã teEeioso, huú Âbcgã, , Íua
I
{1c3'ça qu"
que frgura z Filha
.*:...+.-:__-j Fitha.
fÀau.-l'-
ì\*+t,A .
flha Brãíia, r dous ratiDhos crirdos do abcgã, (úaEados huE cil ã out o BÍâs,
z hÍa moça chamâda Joanâ, r dous vilõcs, LoutcÍCo z Vasco.
Àuto uouancntefeyto,.noqualse coutemI muytasgrâçãs,
. tem húacarta \\t,
;.
mìrto C.àcio I Íâ, z ctrtÍão as 6güràs 1
legúnrca .Í. ttüa Rcgnt€ifa, húa íua frIha,
Estes dizeres entre uúa 6ta enrolada coo o oome de Germa[m] húa comadre,hum Uilão Earido da lcgateirâ, ho ratirìo poi oomc Uicente è-l Il4
ancs -F,p'i-L
ìodn- hÍ
ioeira, hfi CÌcrigo,
íì- ám .dous
l ô , t a . r-, , rã r--
cÍcudeiros que
^ . . ^ -raão hÍra oulica
oo mcyo do auto, bua . ' 'lI r
'
1"9u fa+"1r" "
Gen*ì" G"\\*J..
o{t,{.èlr^'''
- 36-
pelo guerreiro de vara longa; a.poi" o escudei.oe a moca oue são
hèglío ócatrÊ dc Mcdccina, hum Raünho Ícn moço quc ho ncgro cDlina a cu- "
os noivos Don Silvano e Dona Paula.
rÀr.- r574.
Aü";;;dtãf6^o-los -"....
bcú compostosz gracrofosaoorcs dc doÍn sil
In 4o, ro fol.: Arr, Aqr, A!rl, -Av--Acaba com .Firz, sêm â caÍrtiga uano com dooa Parü!. Agor. oouaErcÍtc impreÍIo, z cmmëdado' tirâdo ao Pcc
quê se devia caotar. da lctrÀ | do pÍoprio origin.l. E vao comcodados Euytor crrros lq. nas outÌas
imprc{lõcs Íc 6zcram. No qual Àuto cntra as figuras fcguintes.
NDo(R-3632). loterloctrtorcs.
RcprcícDtador, o gay dc dom Silueno, h{t scu Veâdor, dom Siluaoo, dons Paula,
Atto dz Dom Fcna dous vilõcs pay z 6lho, châlmados GiÌ vaz, t o filho l!âÍçal, dous Elanos. bo
per I norüe B.üchct, outÍo FloÌind, t h0 Castelhano, com h'Í lBouo fcu €riado,
vinho. O escndeiro,de rome Antonio Pacheco,o Caval.iro D. Fernat z hÍra Sabia ltaliâna.
tas, sey:W, a moça chamadaIsabel. Etrtra logo o Rcprcfêntedor, z dir.
do, o so
Auto trouamêntê Íeito cÍr quê íc rcpÍcÍcntam trêzc figuÍâr .Í. ho moço dca- In 4', 8 fol.: aÍJ arrJ allrJr.ly--:-----\
poms ÍcprcscntrdoÍ. doth Fcmãdo, bud Doço scu, do|rs vilãos chamãdG Joã
Lousãdo e Pcro dornchs, dous moços do paço, huD chamado Abrcu a o outro
Sâã, hos moça chamãda ÍsâbêI, hutB Cast€lhano, hum êÍdrdcyro pcr nomc Anto-
xuIl. (R-363r).
NDRÉ
oio Pâchcco, com um moço quc fc chaEa Sêquctra, hüÍD Ncgro. hila vclha mãy
da moça. O titulo numa taÍja de fundo preto. Cinco gravuritas,das quaessó
uma é nova para nós (emboraeu a conheçade outros Âutos). O Dora
.Lrulre é o D. Fenando de no XY; a sua mulher e Sazlara é a Leonor
m Fíu. Vaglk:,[-8ês-P-ereira;Ylatia é ctiada e donzela; Dota Belicia olha para o
esqrdeiro Doz Belchior, que Ítos aParcceequi virado para a esquerda.
XVI. Avro
Auto dc dom Andrc, no quel cotrã cato.z€ ì figuras Í. Dô Andre' sua moÌh€r'
z hüa yÍrnãa dà scnhorâ chama I da dona Beìicia, z hüã criada dc ca3a Por lomc
Debaixo de Auto das Capellasfrgurasnossasconhecidas,O-*pSg- ylaria. , hú vcadoÍ | . hum Paje, z hú Ratinho leu ]rmão,. hum Uilam, t sua
desporas,que aqui lãz o papel do Ratinho, o soldadovisto de costas,o irolhcÍ | z hú 6lho do úe3mo vilesr, chantado Fernando, z hú Fidalgo quc aDda
Escudeiro, e as d"e:h^o ! A"r@r. drmor€s cõ dona Bclicia, pcr nome doír I Bclchior, z hÍ Escudcyro chaDado
Arrrique lcy ì tão, z outÍos dous Escudciros, hú PcÍ noÍDe Bras Tavciía' t
Áuto noüâmcntc fcito chamado das Câpcllas, cE o qüal ctrt!:io âr |iguÍâs
outro Aítãm Colaço. Entra logo dõ Aodré . sua molbcr cõ húa crianç[a] pcÍa a
scguiotcs,Í. Huú homcm robrc por nome Àndrc Uclcz, , sua molhcr Ínca dc
dârcmacrl ar,rdi a
rbïcèdo. c aua 6Ìh! Àotonia-Uêlar,: hür criad. poÍ loBc ClÍr, ho úìão por
nomc Louícíço, c ho Ritioho, z dous lÍatartca,. hüm rôoço, , büú" Musico,. In 4", tz fol.: Arr, Âru, Aut, Av' A \..6.p ha uma cânrvele.
hú Clcligo. E cnt.a lugo ho fay , amãy, doDos de cas|, t diz o Pay.

Dez versosdo tcxto preeíchem a paginafrontispicio. lüX. .A.tn DE DOM LUIS & (R-36r6).
I ,
^.:

Debaixo desse título ha, como de costume' quatro 6guras: o escu'


xvII. deiro que aqui subiu a ser o 6dalgo dom Luis; a moça e donzela que
repíeseÍrta a nobre doaa Clara; o guefeiro viÍado de costas, chamado
O titulo. QuatrogravuÍas\,aÍvo q}( tendo sido Pastor-RatiÍrho agora Bras l.onrenço; e como uÍrica 6gura nova um turco, 9!e todatuil
e Moço desporas,é agon o Marçãlílho do vilão; Gil Vaz, frgndo
-3 8 - - 39-
não signi6caLopeanes,o Cativo,como seria verosimil,mas o Cristão monie do que êmPregavaPara corn Poetascultos e alamadoscomo
Fernâo Gil- Gil Vicente, Beroardim Ribeiro, Jorge de Montemor, Jorge Ferreira de
Vasconcellos.
Auto nouaEeote feito em o qual eDtraú âs figul-as segui! | tes, coôuem a
sabcr hum fidako pcr DoEê dom Luis, r [hu6l pric Iêu, p€r ÂoEê Mêrai r huE A esse pooto voltarei. Por ora baste dizer qruene Biblioteca Ltsi'
chadâdo Ferltã I Gil , o outroBÍas loure!ço, z dooa Clala, ?âricio scu pay, Theo. tana, de Batbosa Machado, no Diccionatio Büliogrdfco' de Inocêncio
úi-[."trÃ*
dom seu criâdo. Hum pÍíncipc turco.peÍ norne Oli6macl, dous chaEados Solino da Silva, na Historia do Teat 'o Po/tttgt ês, de T. Braga' r.os Catalogos )o
z Zaide, O Turco velbo, Lope | Âles crptiuo.
IepreíTo atroo de MDLX)qJ.
de Barren y Leirado, Salvá, Fernando Palha, Coode de Sabugosa'etc" ,\. )r'; À, sUà
e no Ezsa!0, de Gallardo,ha em regra (com excepÇões' bem sevê) lem-
In 4o, rz fol.:Ary, Aly, Alr.-y, Av, Av;. Acaba: com Luts Deo, brança apenas de ÍeimPressões (expurgadas), feitas depois de r58r,
l o jr r ( lgozhe
depois da rubrica lgui fczecea obra. úlais vezesdepoisde 16oo, Ãa imPrensade Antonio Alvares e na de
Vicente Alvares,que Parecetioham a con6ançaesPecialdos inquisi- l, rr' À'r
A [u.".r'
dores. t1\vtt'e-' '
Os nossosexemplares,serflig(iticos, s. l. tr. a. da BibliotecaNacional U(Lr-&
Conforme se vê, seisdos dezanoveautos são obras hieraticas (I-VI) óe MrÌtili?Ëffiffiffifficensura, são Por isso, qúaoto à
e tocam portaoto em coisasda fé e da biblia, que são o verdadeiro raÌidade,um verdadeirotesouro.Póde'sesuPôÍ, entrassemcedo, logo
asslJ;tltoda Censlra inqaìsinrizl. Os o*ros t eze,profaoos, sãoíecortes depois de imPressose exPostosfla âfamadafeira de Medina del Cam-
da vida real,dooestica,do povo,e lessesos e!Íos contra os bods cos. po, oa posse de algum ilustre r castelhano, bibliófilo como Fernando
_ \ fumes, que deveriara ser assunto da Cezwta cíÚì|, mas foradr atribui- Colon, mas postelior a esse(que faleceuem 1539),e que das mãos do
e
l.Orlrta 4o" à eáesiasüca, devem ser naturalÍoente freqüentes. colecciooadorparticular, passassem(ignoro como e quando) aos
O facto de s6 existirem segl5gplg5gs de cada um (desculpeo tesouÍosnaciooaes,onde dormiram sossegados até l9ro.
o pratico aÍcãismo)pode ser devido apeoas,conforoe já obse.vei cotu E-'<emplares, úÍricossó quaotoà ediçãoespecialde quê se kata, mas
respeitoao D, Duardos.à dentaduraroedorado de íesto conhecidos, sãoos dois Aatos dc Gil Vicente,os de Baltosar
com certeza, com facilidade, folhas rolantes Diaz, Alftzso Ah.tarese Aatonìo Ribeiro Chiado,imediatos e impoÍ-
os )-:Ege:L q-João III e-D:;Se!ê9tiig*soltas, isto é nerD tantes sucessorcsdo mestrê, de relativa fecundidade e que ainda coÍr_
tnesmo ;.legÉ-&ÉEg9ss-$lgs ;; d" "p"n"sfiãìì seÍvavamaigoda graça,invencionicee quanto ao cego da Ìlha da NÍa-
deiÍa, taÍnbem do lirismo e da seriedade moral do mêstre' O mesmo
mais a mais por mãos calejadas e rudes de leitores pouco delicados. vale do anónimolnto do Dia do lún. Quantoa autosque eram biblio-
Se cresmo dos grossos in-folios dos romances de cavalaria, publi- lógicamenteÍegr9bqo.:!sem que se-soubesseda existênciacerta de
_cãdos entre I5oo e- 1600 (ou.I6o5, aÍro-êm que Cervanteslhes deu o-
golpe de morte) desapareceram numerosasedições,semvestigio;e isso ' r Alco das Battot (cott. 4oqtat do ?.r! qtrc jà citci c cujo autor tanto
apesarde a ceosuÍanão os haverpròibido! ^3
podc tcr sido castelheío como português) havia na biblioteca de Fcrlâld9 C-o_
Mas tambem pode ser que essa dependencia do Tribunal da Fé, ìoa w Aato d. Saz Arzso de ssB$ttÍo Ptn&s (t5.r?I) e o Atto da oida de Saa
estabelecido de6nitivamente Potuqd pd" Bdr d.23 d" Roqt por loao V^z(ts.I?2), aslitu como nuúcroaãs íarsas, corncdiâs c eglogas
"-
dg 1536, recolhesse, apaíenteílente -
para exarne, expurgação e even- dcìutorcr castclhaoos (p. ar., dc Ferofu LóP€z de Yãoguas c vasco Dlaz Tanco
dc FlercDâl, quc não toÍosrad a aPetecc!) ê dc quc ncdl os titulos conhccc'
tuaes condeÍÌações,os exemplares de autos populares que existiao llas dê 1339.
riarlog sc não tivesscm sido rcgi6tãdo3 Ào f4t#t'um
impreosas e livra.ias, e as fizesse desaparecer sem processo, anulando 1 Mârquês dc CaÍrpo'Alalgc, Gâllardo, Gayaagos, Norton são os tromca dc
por esse meio meqmo a megloria de edições alttigas, çooa Íqe[os çeÍç. çolcccrotrêdoÍca guc tqaig vcrca são citador cam rcsPcito a autos.
- :to -

exeÍrptares,ÍenasceÍnagora, èm do Auto de D. Lais, e do de Dom


Andrl, o D*qu de Fkrmça, a,Farsa penada, e a tarsa dosDo*s ladrôes,
diversatodavia de um auto de devoção,que tem útulo igua.l,e talvez
sêja do mesúroautor.
CompletamenteÍlovos,nuncacitados,que eu saiba, sãoo Aratod, I]OSIUTOS
OSAUTORES
D. Fernaxdo, o da Bela Mmina, o de Vicent .4tes Joeìra, o das Ca-
y'eles, o dos Etaaos, e o de Florcnça, confundido por T. Braga com o
do Dqu dz Flormía, e mal Íegistado pelos bibliografos cocro '-- \
-Fidalgo osquetem autorco'
y'redominam
No grupodosautqíhieráticos
dc FloTença.
Temos,portanto,uma colheita notável de autos novos,de versi6- nhecido: no dos autos pìDtâf,€oíííãnóoimos. .\ ÍespFito de dois havia
câdoÍes que constituem a Escola dz Gil Vicente.E de novo o digo, a suposições,que tenho ãe combater, senÌ Poder substituilas Por fáctos
figura magra e macilentada antigaarte draú!áticãde portugal sai ãesta documentados.
publicaçãouÍn pouco Íuais rutrida e côrada,seo todavia ostentaÍ a Á testa do primeiro grupo marcha, coroo já metrcionei, !ÍestÍe Gil
saude,força e alegriaque lhe desejariamos como compositor d^ Hìstor"ìo da Derrs, seguida do Dialogo da Ressu'
ê que adEtiramosno teatro
espanhol. /reiçã|,\ri das stJ s obras mais profundamentê medievaese teológicas'
E como o leitor ye!á, tanto aosautos conhecidoscomo aos aDenas mas ao mesÍno tempo (ou poí isso rnesmo) das mais universaes que nos
como rePre---
legou. Tal oual franceses e espanhoes em | .ìdcs fu -.111,i0,
suspeitados,liga.seuma assazlonga serie de recti6caçõesrelativasa
seotante dõ?enero humano, o portuguÈs intÍoduz sucessivamente Per'
datas,autores,ÍEecedatesr assuntos.
soìãÉ;;ãoi-Ërhàr..ii-.ì'tõì?E.=Àoìlé!'-Ci"ãi",qu-ciãoéòìiìãe'
raãõéìõõõ-f?ãiunciadores do Redentgr. -\trás dele veem dois seus
coìïõíõãìilãããe s'a"tos, gÌnero mal começado pelo inicìador, entle
t5o3 e Iio6, com o singelo .lxto de San .lfurtiaho O cego da Ilha
da Madeira, Baltasar Dias, que erú liiT conseguiu privilegio real para
as suas obras, mas sob condição de aPresentar os teÍtos dê devoçio
(note-se isso beml ao flestrê Pedro llargalho aparece com o lalo
dz Santz C,zterìna2, que tânto agradou que ainda " hoje o povo o comPÍa
e lê íem redacçio puri6cada em 162-+,e um tanto Íítodernizada); e com

I Víd. DEst-J:Éps;s,Dodtmr4tot laÍa a Hírtorìa.lz TJl'ogrd,hid Í'o/tug{"4 not


r.cxtas xvI c XtryÍ (ú82\, vol.lI. P. 3-a. .E poícm, se êlle fizcr algüas obras
que toquem êÍn cousa de nossa santâ fce, oam sc implimiram scm PrìmêiÍo
scrcrD üstas c cDjaminãda3 poÍ mcstre Pedro ltarguàÌho, c scrdo poí êlÌc vis-
tas e âchando quc [nam] Íalla êm cousa que se oarn deva fallar, lhc Passc disso
ccÍtidão com a qual cêrtidÃo cy Por bcm que se imPrimam as taes obrãs' ê dou-
tra maneira nom.'
r vid. T.8.,\c.{, Eteola dc Gil l/i.,ntt ít898), p. r3o-'5o -As êdições quc
citã são de 16ró, fó33, !ó5o, ró59, postcÍiores à dc t6t3 ãleg da Ío Indic. de 1624'
A quc o conde dc Sabugosa possuc é d€ 1592, impÍessa Por Antonio Alvarcs'
çoú liccnça, vista c cmcrdada por Frci BaÍtoloneu Fcrrej.a.
+42_
-41 -
rrrLNa$cinentodc Ch,"rit, raríssimoou mesÍnodescolhecido,coÍrside- paÍece ser a p.imeira, de I523, gastâ coÍo cerleza por ávidos leitores 1,
rado como destruidopela Inquisição.De AfonsoAlaares,esseÍrìulato Ínas deriva evidentemeote dela. ìIostra-o a redacçâo .nais aceÍtada logo
de geoio fâcil para a poesiaque, nado e criado oo paço do bispo de oo principio, com a cartiga Quicn con leroi lerta ! r .uere (2 ê harã
Evora, D. .A.fonsode Portugal(nêto do primeiro duque de Bragança), q,,arrdo ,to os oieleì, caítada por Inês Pereiral e sobre tudo a Íedacção
tivera em l-isboa,onde ela mestaede meninos,uma desbragadaque- do título, êm qüe o discreto palaciano oão fala da afronta qüe lhe 6ze-
lela literaria com o Chiado, posso apÍeseotar o Ado dc Santiago, ram, particuìaridade que no 6m da vida ele Âão tinha motivo paÍa enco-
de que não se conhecianrexemplaresr) e o de SantoAatonio, de qre brir, desejando, pelo contrario, ÍaturaÌmente, revelála á posteridade 2.
1'. Bragaregistaraapenasimpressões do séculoxvrr. Emboraos nos;os Dei o segundo logar as Re.çateiras_do g?qeJ0.1i'10t"!q/"&q!r!! 1|Lryt-
exerlplarcsnãotenhamindicio disso,é certo que ele tambem teve y'zl- da1An!99rg__BltËlp!dçalsunhaiggiigatlv.q-g ChiallâtFrei Ao.tonio-
r)ilegioreal, pÍovavelmentecom a condiçãoimposte a BaltasarDiL ,. do Espirito Sancto,apenas,e mal, dqÍaotggj.ug-ç!{g-9!gd-a-ç4$9_9!___
Por ser novidade para portugueses,Ítenciono uú coevo dos tres, cha- .-'':-:-- patria).
fran-õì3õanosde Evora, sua De propósito pedi e aconselhei que
oado JoãoVaz, como autor de ua Auto dc San Ro4rc em coplaspor- .. iì6lióá"rè essë texto por.". í casa de Germam Galharde, segura-
tuguesas,impressoem Lisboa eÍs I533, confoÍde à papeletaI5I72 do Ínente aÍrterior a I5fur mas provavelmente de ceÍca de I5+5, aPesar
Registram de l'. Colon 3. de já possuiÍmos a meritoria impressão, aootada, de Alberto Pimen-
3,íónimo é apenaso Alto do Dia dt Juizo r, do qual a ediçãoquê tel t, feita sobÍe outro exemplar, cooseÍvado eotre os ReseÍvados da
âgora apaÍece,é a única quinhentista.Outro exetnplar,na Biblioteca Biblioteca de Lisboa. E estou convencida de que todos os interesstdos
Nacionalde Lisboa,é de 1665;o do conde de Sabugosa,s.l. n- d., pa-
receser aioda do séculoxvr, mas DosterioÍao nosso, I As quâtro gravuritas bcln poderiãm ter sido inventâdas de propósiro para
ãs figuras principacs da pcça: o escudeiro, Inês, a mãe. c a patusca conadic Lco-
Dor vaz. llas o pé quebrado do cscudeiro, e em geÍal â mãior antiguidadc, do-
cumentada. dos mrdeiÍos, môsiri {ìue fornd apenâs bcm escolhidas.
: Tânto neste cnso! como nâ alteração .lue Giì Viccnte f€z na Didascália
da Trilogir dÂs Barcas, dc quc iâlêi no texto! temos pÍovãs do cuidado conì quc
o pÍópíio pocta pÍ.paÍav^ a. Colilotào das suas obras, mÂs âo mesmo tempo dc
como todos sabem, ao poeía parâ tema por <ceÍtos hoúelrs de boÍn que na csc.rlha dos t€\tos nem senprc acetlou. Ou seÍiam os fÌlbos quc, igno-
saberr, detúctores seus, que duvidavam se o autor fazia de si mesoo rando ns difcrcnças qüe halria nos tcxtos. escolherâm, parâ â reprodução inte-
Brâ1,c:(cmplârcs mcDos estragados maleíialmente:-Bfaamc:ìmp-Freirc. grândc
as suas obras, ou se as furtava a outros autores. Compromisso de que
apreciÂdor da aleere farsa. crjo assunto expõc (p. a rj.r) com nlacridadc
ele se saiu magistralmeÍrte, com bom humor e bela iovencionice, cor!- '28
cncaotadora, gostou ttnto do texto mãdrileno, que rêsolv.u intercâlálo como
firmando podeÍosameote os seus créditos. i l ustração no sêu v ol uD e (p. .:6j -38!).J á o dei :i €i di to. mai s àc i nÌa.
I Ob,'at do
A edição, de que o exemplar únic9 se guarda eo nao me lo.ta Chiad, (1889).-CoE essa pubìicnçõo prestou-sc um verda-
lhfrid, deiro scrviço, embola o apârato frlologico e â descÍição dos origioaes sej4 iDsu-
ficicntê...-O Yolumc (sc& Ìidiec) rcpÍodttz os tr€s autos contidos na prcciosÍssima
I Bn^c^, p. S5-8rt Miscclanca no : r8 íla Bibiioteca Nacional de Í-isboâ. com privilegio rcal'. Prolic'
r BR^o^, p. 165.-É incxacta a rlolJtcia qttc o Dia do Tzrzo fôÍe D.oibido no dc oito Itglíet (p.3-ti), Atto dar R.gotzirÚ (p. sÒ,Pratha dos cô 1adr4(p. taì,
Iadc-t dc 1359. transÍoímados em dois compadrês nos catalogos castclhãuos. S€gucm-sc as
, Cttdhgo, p, roí.
obras não-dÍâmaticasi Aílasosqdla gudrdar (p. tSt), Pernoíc.s, que cu podcia
. Cor Bsro, Catdlogo,ao t3t-
complctâr coín ajudâ de uda lÍiscelâoe dâ Biblioteca do Porto (p. r7o), ?l,-
I Verdadc é quc â s€cnâ entre
Maimonda c CaÌãijote, cspecic de intêrmczzo ltla en|l"e o Chiado e Afooso AÌvares (p. ,or), Rcgr.t .Úh'itrcÌ lp, 2t61, Léh'.i-
comico Ãa tÍagicorncdie dc alto coturno dc ,. Durdo' po:oco postcrioÍ à ,ar4 ror (p, 232),Pì'o/.ciar (p. 2?,), iÍDitadâs em fins do seculo por Fernio Rodriguca
Pçrtila, podê'l, rãt o úttio dc Qu.tr oÍtìo ar.a, õonito lt ?ar..çr, Lobo, o Sorolita: e ãoaltuenre Carrar (2a2).
terão pràzer em confrontar ,.)(,a t,a"O*,"do com o facsimilado,
vendo ora con6rmadas, ora ".ectiÂcadas as hipoteses do eotusiâstico Tratando-se de úúsica ,"".rt1t"","-r-"t,e às obras de Jocquim
admirador da oeia d.o vulgar mas chistoso co?rdkte, c,rjas tfovas tinham de VascooceÌlos. Nos twu.sicos ?ot!*gaeses esse beneÍttéÍito dá como
agradado a Jorge Ferreira de Vasconcellos, e tambem a Luis de Ca- título suposto da obra citade Por BaÍbosa ì{achado ique não conseguira
mões, na idade em que ele taúbem (chasqueava>, prologando Rzi vet\ Colecçãode Moteks, e menciona outra, aiegada rc Catdtogo dc M"-
Selmco t, ica dc D.lo'io 12, mas sem indicar se fóra imptessa ou frcara rnanus-
Em19g1d-a surgggì rres aurores d_a. es.cgla11c3g-ç19q,não ignorados crita 1. Indagando nos dois volumes verifiqÌÌei que o artista escreve-
em ãbsoluto, mas muito mal conhecidos: yo,;o ae eicnã)," früiiljT^ ra realrnente uma A71e de tusica teorìca el)ratica, o que fala a favor do
professorado. E igualmente, que se Âzera frade trinitario. Como fe-
!ì"!õ\qrya-r-;;;:t;-õõË:p;;;;e'a-gaïã,;-"'esFËìã"
cleles se acham lavÉdas na cuodo coÍtlpositor de ,ttotetes, nissas, lìçôes dz difttntos e oilh.atcicos é
Bìólioteca Lutitaxa, e dessa obra funda_
meotal, mas incoínpleta e imperfeita quanto ao século xvÍ, passaras! sempre Frei Jo,io de Escooat', ov simpl*mente Frei /0,ìo Escoaat!.
ao Catuilogo biòtiognifto e biogniJìco de Barrera, e ao Dicciotario de Se realmeote se tÍataÍ de um só individuo (como PaÍece) devemos
Inocencio da Silva e Brito Aranha, recebem agora leves Ínas positivos doravâÍlte alinhavar a sua biograffa dizeodo: Poeta na mocidade, foi
retoques. compositor de umluto de Flolenca, que dedicou a D Sebastiâo(I56r).
jodo dz Escoztar,que aparece nesta colecçâo
como compositor do Entrado na Ordem da Trìndade cultivou a musica que talvez estudasse
Atto de Florença (isto é relativo a uma donzela dess. ,rornli feito ao de antes; e escreveu nâo sòmente uma ionga serie de obras de musica
rei D. Sebastião no \atal do ano de 156r, quando o reizito contava sagÍada, que D. João r\t adquiriu Para a sua livraria, mas tambem sma
sete aros, acha-se registado na obra do abade de Sever !. lÍas sabedor, obra teoretica que, muito embora a digam impressa em I-isboa em 162o,
de ouvidos, da dedicatoria ao rei, nâo o era da data exacta, neto do paÍece peleceu manuscrita no terremoto de 1755 com todo o arquivo
título exacto, que falsiÂca, seguÍameoie por coníusão col[ outro auto, da Casa de Bragança.
dos nossos, o d,oDuqu.e dz Florença (cidade), visto que o chamz O Fi. O mesmo caso, ou um caso parecido deu-se com A onio de Lts'
dalgo dz Florença 3. ôoa, attot em verdes òo Á to dos Laúòes, que hoje publicamos,
^íos
Alêm disso, constãra-lhe qüe o poeta fôra tambem rnúsico (liasr3zzr, assaz rude e liviano. Nele mostla como dois escudeiíos Pobres' com
-bem se desejos de brilharem no paraiso da côrte, se fazem bandidos, rouban-
vê), compositor de Motetes ìmprcssos em Lisboa, no aoo de r6zo.
A anrmaqão nada improvavel em si, que exercera o professorado dessa do na estrada um judeu que passa e um vilão, aúm de rnantetan estado:
arte, e que o auto indicado se imprìmira úuitas vezes, precisa de do- quc. por viYcrdeshonrado'
cuÍneotação. que furtcis, zà é Pecado!
O que Barbosa llachado ignorava, é que João de Escovar tomara o
habito. llusão amoral e funesta de que, dê vez, os tiÍa o meirinho com seus
- beleguins, preodendo-os; guiado Pelo vilão que haviim Prejudicado
I Baste um ererÌrplo dãs
intcrpÍetâções erradas. No &t Que o autor era então ÍaPaz, eÌe próprio o Proclamã' no papel de
da, Rêgaüila, ha,
na gêrilgonça da Negra (p. ó8), a prcgu|'ìt^ ,"e, ot' tunoì g- 6s), oro- cn moço-representador, chaÍEaltdo se bc* ,roz'oueìX'rrìster' E ;j,ratmen_
ld !u'c
tíint t.rt! Alberto PimcDtcl vê cin e/o abreviâtuÍâs dc aa7o,
cm vez de Ìer siIE- te, nui aoz.tiç0,vocabulo que pode signi6car nd)el, no''ato' ìrur?elìentc,
plcsme[te blo (r.ô; i u): ottdc o raóoì, osdc a ctt?a a.?rend;z, mas tambem Íutt,lo religioso tto t1rtu da \rotaçlio. E como
2 Bíblíotrca L?àitorra, lu .x tcnhoì
II, r89; Brrtrrra, s. v;. ficcttcio, \1, 365, com atgrmas
Ícflcxôcs scosatas.
3 Confusão que, alterada I Vol. Í, pá9,96.
erniora, passou i Ercola & cit Vitcttc dç T, Bna_
cÀ P. róó. 2 Irrd.t da tríolãlia dc núsico da D loàa IV,'tol. I' p' 8' r r5, | 36, 223'225,
2S 3,389,4S S,4ó4,473,s c guôdo s ê v ê Â P .2I2 do v ol II.
-41 -
-46-
depois nos ãpáfeça Ítas obras bibüográ6cas I w ftancisczno Frà An- sar Dids. Qttanto a Aúoxio de Lüôoa, transformado ea Frei Antoxio
tonio de Lisboa, a segunda interpretação talvez seja preferivel. dc Lüboa Írancisano (segundo o Abade de Sever, e os que a esse se
Q Auto dos Ladfies, caso de montâ, nào foi representado a nenhum encostao), ele escreveu um auto de devoçâo entitulado Auto dos dois
Íel' .<-+=--------.-_
qe rortugat, mas--..slm
. ao concle qe vtmloso noDre e culto tltutar, Ladrõas que forão cruifcados jtt rtanente con Christo Nosso Senhor,
apareÍrtâdo com a Casa Real,ãffiãiã-p6ãã{ãcujos paços, segun- impresso eÍn Lisboa, no ano de 1603 edt casa de Antonio Alvares 1.
do uma ideia convidativa do conde de Sabugosa, fôn representado o EmquaÀto não aparecer uo exemplat da edi$o-principe ou de

Auto da Festa de Gil Vicente, eÍn todos os sentidos muitissimo supe- qua.lquer edição dessa nulrca vista obra, frco a scismar, se algum pre-
rior à pobre estreia de Antonio de Lisboa. Contra a probabilìdade decessor de Barbosa Machado, lendo Ar.to dos Ladrôes de Antonio de
dessa hipótese alegou o Exúo S' Bràamca mp a alocvção de Vossa Mercê, Lisboa, se viu Ìevado a transfornrá-lo !!:rs suas íotas- maduscritãs, nos
eíí yez de I/oss6 Senhoàa, a.qre os cond,es tinham jus 3, dadaao sazhot Ladrões bíblicos, e o autor eo frade franciscanoì
d6 cdsa, falta conftã o protocolo que parece realmente estranhável num Mas se realmente suígiÍ o exemplar' podeÍemos suPôí Peld con-
palaciano. Mas o facto que estou a levelar é um forte argumeoto a favor t!á.io, que o rapaz, depois de te! tomado o hábito, expiou o pecado
da conjectura. cometido en veÍdes aoos, ocupando-se do Bon Ladr'itì Outra expia-
ção teve. O texto mundano foi coodenado em globo, e segurameote
Que o conde de \rimioso, tanto no caso relativo a Gil Viceote
como no de Ântonio de Lisboa, fosse o primeiro desse nome é quasi destruido. Mas haòt tt sua Jalo tìóelti: rm exemplar, levado cedo a Es-
panha, lá ôcou escondido ou bem guardado, Suponho que o conde de
certo. Esse ,. Fraxcisco dt Potugal, primogénito do bispo de Evora
Vioioso ficaria desgostoso com a estreiã do talentoso mas indisciPli-
D. Afonso dc PoÍtugâ.I, era autoÍ de dicacidade coÍrcisa, como se vê
nas suas Sentexçasem prosa e eÍì verso, e varâo tâo amigo da Verda- nado qoviço.
Oraúo a Seòastião Pires, citado por D. Francisco Manuel de Melo
de e Justiç, que lhe deram o nome de Catio Ceusorino. Legitimado
no Hostital da"ç-Letras,o sewÁuto da Bela nenina (XJ), 6cou tambem
ed! I5O5! coode desde I5I5, faleceu em 6Írs de 1549, e conheceu se-
desconlecido até boje; nenhum?õ38i6fiãgtztlì-ãÉ?gou a vêJo, embo-
guramente, coÍno vêdoí da Fazenda, alêm de todos os moradores da
ra todos registem o lacto de ele ter sido natural da cìdade do Porto 2, e
côrte, que versejaram no C-ancìoneio geral e foram satirizados nos
Autos de Gil Vice te, taínbeÍí\ os dÍamatuígos populares, em especial ocupado em I556 como leitor na Alfándega da llha do Faial. Ignoram
igualmeote que seu lult de Saxto Aleizo en coplts' deia entrada, e
o anlato AJonso Áloares qu.e nasceta e se criara nos paços do bispo,
seu pai, coÍrfoÍme jà disse mais àcima, rrras tambem o Chiadp e Balta- mais târdar, em 1539, na riquissima Biblioteca de Fernando Colóo,
ilustrado fuho do imortal descobridor das Indias occidentaes' cujo Rr-
I B*aose trÍrcrroo,I, p. 3o8,Inorê cio,I, t84.4 Írase quasi esleleotipada gistrum 3 oos Íevela taotos factos, sem isso esquecidos, a respeito da
quc o autor compÕs varioS autos Íeprescntâdos coÍD grardes ãplausos dos existencia e perda dão só de numerosos irlr'?B'rs.nrrl1rs dos priÍDeiros
capcctadores, claro que'não se-podrligar importancia. decênios do século, mas de outros tantos volumes-zz.rfa/à'conr nove-
, Vid, Átto dz Ì'.!te, cap, IX, p. ? Í. Ha cdição modcrna dos scus vcrsos : lp de cavalaria, gastos como se fossem meras folhas volantes, confor-
vol. VII dos Süótidios ldla o .ttudo da Hitloria dd Littcl,atufa ?ofttguzse do me já deixei dito. Os dois autos, que são atribuidos a Sebastião Pires
Dr MBI{DESDos RE!íÊDrôs(r9o3).-O scgundo conde D, Afonso de Portugal
(falecido em r5?8, cm Álcâccr-Quebir) cÍa pocta tambeD; oâs o quc rcsta dêlc,
nz Biúlioteca Lusitaz4, e tem os curiosos títulos Ã/y'r'estztación dz glo-
são .t r./rr no gosto camoniano, alguos tão belos que foram atribüidos ao autoÍ
I ChÌo qrc Dão foi cm princípios do seculo xr'l quc florcccu, mas sim cÍn
dos Ltsiadet.-D', prrm€iro coode ha ìrrú vilancete, traduzido pãrã alcÍbão por
GêibêI e musicado por Schumâno, meados do Ívt. A edição de Aotoíio Alvares dcve scrreiÍDprcssão com liccÍtça.
t Vid. Gil l/ic.it., t"o.tad.r, p. 82-83. I B^ssos^ M^cEÀDo, lll,69gi lrloc.ncio, \ll, p. 22.
- Crcio que ne datação do tcÍDpo da t Cor rrúo (uo tro) é queD nos diz quê o âuto únha na Colombina o
viuvc. do poete (r j r S) o Ex.o S'Brâã|Ìlcamp âc€rtoü. Cfr. p. r5o seg. Mas talvcz
o Atto & ,Fe$z Íossc escrito :rotcs dc Francisco de Portugal scÍ rorleado condc. Ã 'r517Í.
:
Ì
g
z
!


- !8 - -a9-

/iosos Í?itos, tinda do sagrado tztto e A lVdta do flho dz Da.s, corrr etceleotíssioo, dotado de valor, letras, entendimento, juizo, ingeniô,
uma Êgloga ir.titt lddo asitttria,, oingueÍ! os conhece. huroanidade, e de mais a mais um vcÍdadeilo portugì.rêsde graode cor-
Destruidospelosturbilhõesdo tempo?ou pela mão castigadorado tesia e damoradissimo r, pois que, apaixonado por uma forrnosa judía,
SaatoO6cioì Cli /o srìl Ninguem,maseu estouobrigadaa preguntáJoI desprezou os cãsamentos ínais auspiciososl O iofante D. Luis, que
Todos os maisautos(,KII a -\OX) sàoanónimos.E quasi desconhe- em 1535, por sue livÍe vontade, acompanhara o emperador Carlos V,
cidos. Só quanto ao DuEre de Florcz.çl-fiããÂe umãã-fìãìl-outro. seu cunhado, a Tuois contla os ,rí,'ros, distinguindo-se no cerco dae
ra do conselheiro Minhava, descrito por T. Braga, de uma êdiio müito Goleta e libertaSo de viÂte e dois úil clistãos ddtrz'rs.
posterior à nossa, e datada de t632 2. Ha lembrança dele to Izdzt Nesse seu Auto que deve ter sido todo pessoal e.subjecúvo, ele
de 1624, que o pòibe sans qhfase. A Farça Penada de gratas toda havia de fundar-se forçosanente em alguos dos episódios históricos
alettdd4, \ejo-a taÍnbem cìtada e pròibida oo mesmo ltdtz. Os qta- dessa jornada: a graode sede que atordìentara os soldados, a scena da
tro iÍnêdiatos (D. Fenandt, Vìcente Anzs Joeb.a, As Capelas, Os Eta- adoração da Cruz que os sitibuídos insceÍraram, imploraodo chüva, a
ros,) nem lá mesmo sâo nomeados. Já não existiriam naquela data ert Íevoltã dos Reoegados, etc., etc.
rrassa Recolhidos e supliÍlidos, escapariam.apenas os exemplares que O subtítulo Os Catiaos dete ser o verdadeiro. Dom Lús o das ltr-
tinharn sido vendidos em Espanha. .oJ, pelo contrário, o que lhe foi aposto pelo vulgo, que pouco aotes
Os últidos dois. D. Atdrá e o Auto dz D. Luis e dos Ttrcos lê!ír kwentar: lQuem tet faretosì 2 para a farsa do Escadeiro poórc; ì|,[ofxa
fama,foram vistos, discutidose desejados.E por isso ÍuesÍno,e por tVmdes para o Auto dts Misterios da Virgen; Pedreates para o Cleri-
tèrem vaÌor superior,coloquei-osno frm do volume, a 6m de o fechar go da Bàra, de Gil Vicente, e por venturè Vida do paço pzra a Rona-
com chave de oiro. Dados durante loogo teÍnpo pot perdidas, foraorr gaz dos Agraaatlos 3.
apoírtados ha pouco como conservados,D- André em quatÍo exem.
plaÍes8, e o D. Luis exclusivamelteno que hoje reproduzioos. I As a.ccdotas que dele se contam (p. cx., em Suprco, Álolatcena! .no-
Principalmentea íespeito da tragicomediaíomântica dos arzores raúcit) dizem íespeito à sua g.andc coÍtcsia, Quaoto aos amoÍ6 quc i sua ga-
de D. Lui4 correÍam e correm fábulasliterarias, assentadasainoa na laÃtaÍia iospiÍava, Faria c Sousa contà na sua Aíâca. Portryusa que uma 6lha
primeiaèmetade do séculoxvn, que nos legou tantos contos fantâ- do Xarife ìÍulcy AbeÌ 1ÌIumên, clsro quc a mais linda das Ìindas, pondo uÍna
coroa dê flores Da sua câbecita, exclamdrat P.rrnila Diot !rc fo no ttc dltra
siosose te.(tosapócrifose tantasfábulasquè a leitura,só agorapoÍ nós lcsta (dc) oê/n cata.da coí .tr ì Íanté D. Lzit ricndo rq dc Port gal.
possibilitada,do auto ha de felizmentedestruir r, 2 Todas essas lucubÍaçõcs divinatorias são de T. Braga, c foram enunciadïs
' O título ,, L*is e os Trrcos, co-roo subútulo de Os Catioos. tnÍrs- em rSio na Ilistotid do ?èctro Itortapà, yol. l, )ivr. llt ,Etcole /. Gil yicêntc,
formado por iÍrteÍ?retação arbitraria esr D. Luis de tos Turcos, otí$. cap. I, p,.2of-.o7; O. izJÍa,rt. D. Luit tcfÍ. p. .8r € 3ra), c rovâmenre em r89E.
Eí@la d. Gil yü.ttt., p. ta-t'.-Dclc é ãiodâ o'rtra htrÉtesc quc lançó à màr-
oot! a lenda.
gcm por ela €xcedcr os limitcs do admissível, Ei-la aqui: o Àa.o lot Ciftioo!,
Na exegesedos fa.ltasistasingéÍruos(de eotão, e de l,oje), um Dax d!âmatiraçiio de succssos pariiculnlcs em quc o iníante teve paítc em rj35,
Lais de Ttrcos e Catioos r.ão podia deixar de ser, devia ser, era posi- dcvia sc!... imitação dos Ca?thot do e.rózóciro l'lauto lnúoo! !,orquêì por causa
tivameíte o infante D. Luis, o ÍÌrâissimpáticodos 6lbos del rei D. Ma- do tituÌo, bem se vê. Mas taÍnbem poÍque Luis de Câmões tirha imitado perto
ouel, amado e louvadopelos coevos,e pela posteridadecomo varão dc rs5o o vclho dramatuÍBo latiDo nos seus .rzy'trôrr.
I E suposição dc B.aaÍ!caúp-Frci!., à quaÌ todavia oão acho razão sufi-
ciaÍtle. Adalancier, adareitc-r . tar.ntês da cõíte, ou scja as funestas conscquên-
I Bsrbosa Machado dá-os por ilsprcssos êm CoiDbra cm t557, cias da ernpeohoca, não áotr tadas na Rortagan. Ncm mcsmo esses vocabulos,
t E @la d. Git nc.nt., p. 166-17.- ãliàs fÍêqücDtes Da liDguâgêm dê MêstIc cil, ocorÍêm nela,-Vida do tato, ha-a
t Iò., p. 228. cvidcntcúcnte na l?orrdgâr iot Agfaoadot, mas nio tAo d.asticamentc caÍactc-
r Bnl,xclur-Fnrnr. p. 3or. ritada como ere de espcrar dc uma coÍncdia a quc o vulgo dessc essctítulo.
jt j
- jd - -

teca Lusìtana(Ítl,4$; Barrera y Leirado (Catdlogo, p. 4Z6r.\; PadÍeïha.


Ó primeiro escritor que concisaÍneírte, sem insistir, reprovando
mesmo, assentou eÍrt lctra rcdonda a futilissima, suPer6cialissimahipó- mas José de Aquino (vol. V, p. X.\II) nas Obrus de Canões,(ed. rS r 5),
tese, baseada apeías no nome D. Luìs dos Turcos \pela sentença de e ainda outÍos '.
.',lomct omat) foi Faria e Sotrsa;o que modernaÍllente a esPalhou e in- No segundo coíto, suplementar, que Faria e Sousa narra, de passa-
teípíetou do modo iodicâdo é o autor da Histoia do Teatro lotlt- gem, embora seja de espaveÍrto 3, narr seÍn hesitaçâo que o verdadeiro
autor da tragicooedia de D- Daardos era..... o lofante! r E coúpleta-o,
6'zet, a quem críticos de pulso chamaÍ! o Faria e Sousa de hoje.
Esse beoeméÍito polihistor, erudito e laborioso comentador dos insinuaÍrdo repetidas vezes que esse adorava e cantava a Fleridt, ao
Lusiadas e rfas Rinas tarios, íÍrzs idfelizmente fácil receptador de passo que um 6lho de Gil Viceote celebrava Clara, L protagooista d,o
^
quantas fabuÌas e leÍIdas enguirlandam a histolia de Portugal e a his- Aato de D. Izis! í.
toria da poesia portuguesa, como demonstrei eío diveGos escritos so_ A aplo).iúação entre o D- Duard.os de Gil Vicente e o infante Dorn
bre Luis de Camões, repete evidentemente uma leÍrda que corria de Luis de um lado, e de outro lado entre esse infaote e a peça de D, Luis
boca em boca entre os letrados: e dos Ttrlcos (muito provavelmente ainda em vida do mestre, e com
oPor suyo [por obra del irlantel es tenido el'.... auto iitulado /rr, ceÍteza pelos intelectuaes, morbidamente lantasiosos, da época de deca-
Lu.is de los Turcos, y parece dió carsa o esto el ,tortór'e deste ?irrcì?e dência que decorre de r58o a 1640, ìr qual Faria e Souza pertence) 6
el aver passado a Carlos V a pelear con ellos âcomPaõando-lo'' ela explica-se, a meu ver, do modo seguinte.
-v
Conta a lenda, mas não lhe dá fé. Porquô) porque acha mais boni-
I O arliguito Vìc.11. (Gil, hio) catí chcio de erlos, oÌt mcÌhor €sú compos.
tes outras duas e se faz propagador delas.
to de incxãctidõcs, como qüasi todos os quc Barrera y Lcirado extÍâiu da.Bj-
r\ primeira, odiosamerte caluniadoú, arquitectada dePois da morte
bliot ca Lusìta,ta-
do Plauto portì.iguês por seus antagonistas, atribue o Auto de D- Lús t Bernrro Frro. na ./zt,odtçã. i cdição dc Hamburgo, declâra (a p. xvt não
a um filho do ì'Iestre, chamado 6e7 I''icente, o Moçl, poÍ urÌs, e Zr.rJ daÍ fé à ânecdotâ do dcatcrÍo c dos ciumes, contadi por Faria e Sousa, mas ainda
Vicenlc por otrttos. Seu taleoto sobeÍano acirrou, alr'zerz,os ciumes do assim rcmcte o lcitor à obra cm quc BâÍbos. llachado a rcpctia.
! Tão cspaecntosâ quê não foi âdmirida ì obra moDumcDtal dê BrãamcâÍDp.
pai a ponto tal que o destêrrou para a India, onde morreu r! ]Ías Braam-
I Rir,tar oarias, p.
camp-Freìre pulverizou tal tradição'. Todavía ela aioda teÍú Íestos de :3a: Sura ê! lõ com.did gr.c l.rman c. irs?Ì.tta con litúto d.
Aulo dë D, Drc'.dot ) ll.na dé ìh.str.s ?oÌlticor j naraü oros aÍ.dot.
vida, propagada como foi por homens de crédito coíno yoão Bdqtista t RÌnat t'aíiar,l, p. |4o. Fazcndo o caúlogo alfabético das damâs cantadâs poí
dz Castro 3 to de Portugal (lÍ 32o), Barbosa ìIachad'o oa Biôlio- poctas ilustres, iítgcrê Cil 14..4t..1 ,Voço, ê C/a/a; e D. LLit, d Flëàda. AÃr-
'lIapa
mação que raturalissimamcntc Íoi rcpctida. P. e\.: pelo crúdito tría!.ans y Sis-
- - -ca\ \|o Prdlogo d EI Pd.ttoì dc Fílida, de GíLvEz Dr ìÍorrrlvo; c úodcóamcnrc
por Hazaõas y la Rua oâs Oár?r dc curlsirB rrt CBtrÌr^, vol. I. p. r-v':
I Rìtnat oaridr d. Co,ni.r vol. Ì.U, p. !33. -Outro paslo do mcsÍho ttccho, Qudnto ü'
prcnhe de invcncioniccs, já foi trasladado por BR^ÀMcrMp,P. 262. Nclc atribüc Faria c Sousa, ha oaiercfcrcncias ao Infantc como aútot óo D. Díardot, t p. 53,
82, 92, ro2, ?5 3.
o Ar.to dt D- Lait ao 6lho do MestÍe. E chamà os dclc .tanêrümadot tcônl ?o9t2i-
lUJb, ti .I lti.íd ctclito Coú Faria e Sousã como autoridâdc iÍrsuspcita (!) crmitrha o jo Condc dc
stinz ea sa lll, lodi.rrdolo !.r cor' ünchí lot d. '
'rtr.chot Vimioso, autor da Vida ,lo I fattt. \1135)! p. r4o; e C.ì,srl.ro Ds Sous^, Ititto|ia
lqt.r corno êtt.; qu larrlri.n ?or.tto tê y'ado lrenzrir tcr &l ìr.Íantê D. Luirb.
t Fa.ia e Sous (1. c.) a6rma rcdondâmcDte . Pêlo .I Ísc. ÁLto dr D. Ltât) .t G.tt atógtcd da Car6 R.aI, vol. lIÍ, 365, Isso quânto à autoÍia do D. Dlardot.
A atribuiçio do
d. Cil Vi.ê?ttc .l noç1, üjo dê Gil írìc.nt., .I (tc .lcriüo tantos A.ttot'. E depois' --tdo./e r. Zrú (pêÍdido) ao Infantc, cssa foi rcpctida corD in-
sistcocia tal pclo Padrc Thomás José dc Âquino nas imprcssô$ dds Obr^r da
.Cantó cít. moto tattto d ladrc ?ot' oct |tu lc r.ncia d. ìngcnio... quc k ldTt d.s-
Cattô.r, de r77g, rï83 c rErS, c por T, Bn^câ, etc., quc mcsmo escritorcs com
t.ftal lala la Inúe, dottlt nurü.,
t PulveÍizoü-a, cacíêvendo e documentaodo ã vida do Mcstre, do3 filhos do crltica iDdcp€ndcntc cooo o Dr. Mcndcs dos Remèdios (cd. Gil Vicrntc de r9o7,
p. xlr), o Coôdc dc Sabugosa, Carlos Malhciro Dias c outros muitos, jtrlgâram
pliEciro matrimooio com Braoca B.zefi-À, c do seguôdo com Àícliciâ (Bclicia)
dcgcr Ícpcú-Ìa.
Rodrigucs, assim corho :s biograÍas do3 qctor e bisDctos,

i--al t.
-\
> 3 .' -53-
O auto anónimo é evidentemente imitação da uagiconzdia. Nurrcz (pelo irmão do falecido). Livianamente larçada (em I87o) ela foi repe-
teria sido escrito, se essa não existisse. Ambos são Íomanticamente tida coú tal iosistência, e parecia aparenteÍnente con6rmada pela pôi-
bonitas, cheias de espírito cavalheiresco. Mestre Gil era (aos olhos de bição positiva d,o D. Drardos (e pela suposta de varios outtos autos
druitos invejosos e detlactoÍes, que já tinha êm 1506) Ínero plebeio e antigos de imitadoÍes de Gil Vicente), que os aderentes e paredtes de
trúo, eocarregado de divertir a côrte, pago por isso; e tirava os assun- T. I3raga lhe deram fé, e a repetiram fieqüentes vezes.
tos dos seus autos, e mesmo os textos, oingueÍn sabe de onde! Inca- No capitulo lelativo aos lodices pròibitorios e expu€atorios espe.o
paz portanto da eloqüeocia, dos 6nos pensamentos, apuiàdas políti- coovence! os meus ciÍrco leitores de qlu.eo Arto de D- Lt.ìs, toaqrnertle
cas e maÍavilhosos afectos que todos gabaÍú e addiraÍn ro D. Dxar- feito en t57zI, dezaseteanos depois da morte do Infante' e treze de-
/zs r. Só o melhor cavalheiro, cortesão e cultor da arte de galantaria pois do [ndzr de 1559, escapou ainda aos olhos tão perspicazes do
nos paços de D. João III, podia ter i[ventado as lindas flores de retó- padre Frei Bartolomeu FeÍleira eÍn I58r, e eí! Ì583 a Quiroga, mas
lica que saem da boca do príÍcipe-aveotuíeiÍo 2. Descooheciasr de não em 1624 ao purificador dos purificadores, D. Fernão Martins de
veras, ou fingiam oão conhecer a Catta-Púlogo de I524 ou I525, por Mascarenhas ou seu delegado Baltasar Alvares. Entre os livros em vul-
Gil Vicente dirigida ao Íeinaote, que o leitor leu (ou ainda aão leu, gar romance, cujos titulos começaÍn com A, clue esse coodeÍlava em
mas tãlvez leia agora, voltando as folhas até chega. à p. 22), globo, sa'.r ?hrase, 1â está (como ultimo lance da p. 95, sem mais
Falsa como a atribuição èo D. D*ardos e D. Luis ao infante, e explicagio), Au;o dos Catícos, chama.do dz Dorn Ltrys & dos Turcos 2.
como as suposições Íelativas ao assuoto desse auto, é tambedr a datã, Â quem sabe algo da historia dos lttdices não é pÍeciso expôÍ que
dele deduzida por T. Braga, que o coloca no ser Re?eltorio dt Tedtro a condeoaçio de 1624 passou às edições posteÍiores, sempre aumenta-
Porütgïês (p. 324) entre 1535 e 1556, isto é eôtÍe a joqada de'lunis, das. No ultimo dos Catdlogos espar.hoes, qtie é !íí E!ìtoíte dos fndicei,
e o falecimento (suposto) de D. Luis (na verdade ele moÍreu em I555). impresso em lladrid ern I79o3, é que o mesmo laíce de ró24 se encoí-
Falsa é igualmeote a afirmação que o auto fôra pròibido em Ì559 tra a p, 2ob, isto é ra pagina citada por T. Braga (nìas como pertencente
ao [ndc.í d,e 1539)t. EÃse Elitotru íoi e*cetptado, na sua paÍte poÍtugue-
I Do grâ6de âprêço dddo eo D. Dtatdot como guia na aÍte dc coÉcjar, derêi sa, por monsenlror J. J. Ferreira Gordo, no próprio ano da impressão
as proves na edição critica do Auto. ríadrìlena, nas,Vetuoias de Literahtd foltt.(uesa (lll, p.22-2 5). T. Bra-
I Não entro cm pormcnores àcerce do Infantc como homem, cevalciro, c!Ìr-
ga, porêm, lendo e tiraodo lotas seÍn a devida escrupulosidade, confun-
dito (csti.nado c obscquiado por Pedro Nodes, Villalobos, c Jorge Ferrcira de
VasconceÌlos) € sobretudo como poeta e pensador. Apenas direi quc alguos diu o texto, relativo a l7go, coÍn as Artotaçôeseú que o erudito escri-
letÍados pcnsaíam, paÍa coociliar as opiniõca opostas, cnt colatìoração cntre
Mestre Gil e o Infante! Não ha cootudo, prova alguEa dc a6Didâdes êDtre os t A fo.mula nooamcntt
ftito, qtrc não dcveria tet acompaohado scnão a edi-
- dois- Pelo contrario. Contoüne foi dcínoÍlslradg po! Braamcamp (p.. 38t),-antes
ção-príncipe dc câda Auto, e talvez teDba esse seu vaior oÌigrnario nos nossos
pãrcce .ìuc o Iníaotc nio se dava bem com o pocta comico, quc, abstraiodo do dèzascte Autoq era; c airda hoje é mec{âicaÍrelte. Íepctido eq PoÍtugal, nas
.*trndt ctttioso que prego no diÀ do oâsciEcDto dc D. Luis, só tÌes vezca o rcpÍoduções posteÍioÍes, exactamenle coííto fn*liío acoínpanha poesias já uma
menciona de p.ssagcÍí | t5t3 n ErlurtufAo da G4.ta; ÍS2r,t* C6,.ídrdc Julí- duzia de vczês Íeoctidas- ,Vontlrnoridadcs da lÌortuna!
/rr', rcprêsentadâs oa lda da infanta D" Bcatri4 c 6Delmeítc oo Romancc I Dcsscs dizeres do padre Baltasar Alvares, e do frontispicio da cdição
duplo à morte dc D, trlanuel c erialtação ão trono de D. João lII. dc rSZ2 conduo qu€ lulo dot Catbos e.tà Íea.lmente o título que andava na boca
Eu sou dc opinião quc o Infante, bom matcmatico e bom laúoistã, sc indi- do publico. A respeito do D. Lr.tt, íro lrrdet de ú4, hâ mais outro crro oa
nava como poeta pôra ! Escola nova italianâ, advcrsa a Gil Viccntc. Sá dc Mi. obÍã de T. Brãga. A p. 4a da .cdacção de r87o anrma quc aÍ o Àuto verd ãt!i-
raoda dcdicou-lh€ sua C.lid, eg,loga eE oitâva-Íima. E as poesiâs, coltt mais buido ao lÍrfânte! Outros passos relativos ao mcsmo assunto taobetlr, ioconsis-
^
probãbilidade dc acêltar atribuidas ao Iníantc, são bcÌíssimos sonetoa Íêligiosos, tcÀtcs, achah.se a p, tssr rS? e 2or,
ern cstilo camooiaúo, coÍrÍofmc cxpliquei ed dívcÉas lfi.tligaÈct toór. Soac- t Salwi, to 2478.
tot c Sonalí as. I Eitt, Téct. Port,, r87o, p. zod e 1898, p. ,29,
-54-
artor dosDois Ladtões""" nouiçol-"orno n"ou dito' Seru ser 'Fazir dos
tor se refere ao velho Indez de 1559 (o de Valdés)l E essa confusão
nunca a tectincoul Pelo cootrado, Íepetiu-aiÍr6nitasvezese a respeito Ingexios e Moastnto da Nat*reza o poeta Feliciano da Silva redigiu o
selimo tivro do Anadis quaodo llenino. F'rancisco Rodrigues Lobo
de mais seigou sete autos.
publicou os seus Rofiarrus, coítar'd.o dezaseisanosi l'laoasse Ben Israel
A primeira decimado Arto dz D. Zzú, monólogo inicial do pro-
tagonistafilosoÍaírtesobrea vida e a ÍDorte: era prègador e PÍofessor na mesma idade.
Tendo es! consideraSo o conto tradicional, vago e lâlso emboÍa'
Vivd eÍü ÍDcngoa, tcmcodo
que codia em ró46 de um lado, e do outro lado os dizeres dê um Írta-
dc morÍcÍ, é viYcr fâlto, ctc.
riuscrito genealogico da Colêcçâo Pombãlina da ÌJiblioteca Naciooal
a qua.lFaria e Sousaalegara,e depoisdele ThomasJosé de Aquino t, de Lisboi (de pouco valor embora)1, que aPreseotab oeto de \Iestre
e em terceiÍo lugar T. Braga, prova-nos que, a-pesar da proibição Gil como composito í de Arttos q e os c?gos '.'efld;d"' (ìsto é dos taxados
de 1624, hevia em Madrid, eín 1646 2, pelo menos um exeoplar do eÍtr dez Íeis ou oito reis de Papel) malèvolamente Por veotura; existindo
auto, quer mãos do proprio Faria e Sousa,quer de qualqueroutro de mais a mais no exemPlar do Auto ie D' '-lndr! da mesma biblio-
'las teca a no'.a manuscrita Anctot Gìl I/icentu!; e sobrctudo atribuindo-se
biblió61o,conhecidodele. Por ventura o próprio que hoje pertenceà
BibliotecaNaciooalde Madrid, e êstâmosa reproduzirÌ em letra redonda o Áulo dz Doneela da Torre, c/unado do Fidalgo
r,
Quanto a 6il Vicente,o Moço, que o polihistor perecè ter sido o Porh.gr.ês, descrito por Salvá 3 e flenéodez PeÍa;-o a tm Gil Wcatte
primeiro a dencioíar! verdâdeé que houve um dessenome- Mas não (com o apelido da Torre), acho jtsto deixarmos em abeÍto o ProbleÍna
era filho do Ourives e Trovador e de Braoca Bezerra, como atrás dele da e\isteícia de um Gil Vicente, junior, aclivo como dramaturgo, a
supuselame afrrrnararìBarbosa1lachado(lI, 384), Barrera y Leira- espera de achados decisivos. E sentenciemos PoÍ om aPenas que os
do (l- c.), Btagt e outros.Hoje estápíovado, em viÉude das crridado- .4utos ic D. Ltàs e de D. Andr"'em que lransParcccm muito mais tra'
outros
sas pesquisasde Braamcamp-Freire,que assi6 se chamavaurn neto ços da mascaÍa comica do verdadeiro Gil Vicente do que nos
autos de versi6cadores da sua Escola, talvez sejam obÍas do seu oeto
de Gil Vicente, o Velho, filho de Luis Vicente e de D. Mór de Almei-
e homónimo 5. E assim mesmo a Dotsela tút Totte!n'
da, e por isso nomeadotamben Gil Vicente de Almeida, em livros
genealogicos.
Nascidoem t553, baptizadoa 2I de DezernbÍo,estecootavadeza- quc o
I É Íalaodo dessa ,3cncâlogia danuscrib' nuncir PírÍ nìrm rlanuscãda'
nove anos em Í572t íazãOporque o conscienciosoVicentista (que viu ilustre autor dit o sêguintc a rcsPeito do ncto .lo Poeta. 'Sc mais nenhuma píova
o A*to dz D. Luü, em Madrid, na BibliotecaNacional)regeitacomo e.\iste, alêú dãs insinuadas por Faria e Soosa, e das cooÍusões de ial ms ' havc'
impo$ivel-a autoria do Íapaz. mos forçosamcnte dc lançar à conta de fabula â ïcia Poetico'draÌnática atribuida
Talvez seja ir longe dernais.Lope de Vega começouaos treze e a Gíl Vìcêítc dc Almcida.,
2 dt D. -lndtl na BibÌioteca Nâcio_
escrever para o teatro; Villegas aos qúatorre as suesAnacreorrtidas;o Quàodo cm t877 e t886 maDuscci o .1úo
Dal, a inscrição q'rc hrçia no fim, Pârcccu'mc muito mo<lcrna'
3 C atátog o,íto r49o,ed.dc ró5: B arbo$ ]Íac hado c i ta urna de Ió43'
I Antologtc, vol. VII, p. z:4.
t O pâdrc Th. dê.A,quino, bom estilista, mas vulocravel coEo critico c his.
J. í Fidcliio de Figucir.do dá prova dc quê acrcdita na rctividãde drrm-âtica
toÍiador. diz haver cncontrado r decima iricial do Aato d. D. Ltit, c cêttas
de Git ViccoÌc dc Almèida. citaodo o scü nome â P' to5 da Eist' Lit' A^tt'
1Ìuadras seítcnciosas ãtribuidas ao ÍDfântc (cuja discussão Ícsêrvo pal-ào futuro)
Outros gabam-no como ruto! de muitos drafias !a?tt';ot,s aos 'lo auó' exãgcÍos
.+íêttoriot llas tâmbcdÌ ni33o. coÍúo úo í:sto, não Ícr s€não
'nttg.rds ^atutcrilat scn basi quc dcviamos evitar, Ìncsmo en Ca,atogot õiòliosralicot t biq"afuot'
utifizâÍ os dizcrcs dc Faria c Sousr quc aÂr@a hÀvcÍ cocoütrâdo Duma M.noria
p.r" qu. oão propagâsse o neologisBo ?ot'tugt.tar aoÍ,'o sinóoimo dc fabu'
o prircipio dc um soncto do mcsmo IDÍantc. ""
t Em ró4S c ró46 ó quc Fíria c Sousa acãbou dc rcvcr as Rirrat tariarì írlc. Iãr, fÂntãsiâr, dizcr hipcrboles.
t 8om seria tivcssç cntrado ocata publicãção,
ç.cu cm 1619 mas ri cE a obFa chcgou  scr implcasa.
'ó8j
-5õ-

Quaoto à anecdota injuriosa, espalhada por Faria e Sousa, e pro- frÌrtos I poÍ ele ser Íapaz novo, e es'crever num estilo conceituoso, e um
vaveÌmente antiga e tÍadicional, a poÍrtinha de verdade de que saiu, é,
tanto ampuloso que ia caminhandc para o gosto gongórico.
a üleu ve!, o facto positivo que o primogénito do ì,Íestre e sua primei-
ra mulher, Branca Bezerra, embarcara ÍealÍDente para a India, pro_
O Aúo de D- Andté, ne.nos vivo e retolico do que o de D. Luìs,
vavelmente em Ì506 e pelos motivos que então impulsionavam a
mas ainda assim de alglm mêrito, por apresentaÍ figuras novas (como
mocidade aventurêi.a; e lá 6cou, protegido por Tristâo da Cunha e
os pais de uma criancinha de peito, uma ama de leite, e o hoÍnem dela
Albnso de Albuquerque duraÍrte longos anos, desaparecendo logo, de_
que fala de coisas natulaes com Íisonha íatuíalidade de aldeão), é o
pois do seu regresso à patria. Nâs fontes historicas é esse sempre de-
unico da nossa colecção (sempre abstraindo dos do Mestre e seus ime-
signado como y'//ro dz Gil Vìcente, Chamava-se Gaspar. O po"to q,r"
diatos sucessores) que não eroprega a lo útlJla o anentefeìlo. Tal qual
ocupava Íra Casa Real, ao falecer em I5I9, êra o d,e noço de cay'ela.i.;e o .l to de D. Luis, rão foi pròibido em I559, mas sic! em Ió24, jun-
oele teve por sucessor imediato seu irmão Betthior, o qual, quando
tamente com o Duque de Florança e Farço Penada- Os quatrc exeÍ!-
faleceu cerca de I5j2, tioha subido a escudzìro. Os dois eram herdei- ^
pÌares que subsistem, a pesar da condeoação peÍemptoria, são o nosso,
Íos, poÍ tanto, quando não do taleoto dlamatico, pelo rqeoos do talen_
s. l. n. a., não amputado; dois de 1625 (Lisboa, Antooio -{.lvares, com
to musical do pai, talqual entre os Êlhos do segundo matrimonio a
liceoças de 1619), dos quaes um loi de Saivá r, ao passo que o outro
a,Íaanda Paula {tângedóra da infanta D. Maria, dãsde a morte do pai:
se eocontra na Biblioteca Naciooal de Lisboa 2, e mais um que peí-
mas já nomeada talvez um pouco antes) l.
teoceu a Ànibal Fernandes Thomas. Já observei que o exempla! da
Luis Victnte, que oo frm da vida acrescentou ao seu noÍne paterno
Biblioteca tem no âm a nota manuscrita : Auctol Gil V;cerúê3,
o dc Castro (gue era dâ suã terccira roulheÍt, por prurido nobiliarquico,
:\ culpa <le o estilo desse auto ser insulso e às vezes ininteligivel,
pai de Gil Vicente junior e testa de lefto d,^ Co!;laçrío de r56i, era
não posso atÍibui-lo, como'f. Braga, aos detulpadores da llesa Cen-
filho do segundo matrimonio do ourives e tlovador corn ì.lelicia Rodri_
soria, porque veriflquei que eies riscaram apenas como irrevereÍrte a
gues, Não ha prova alguma de que tivesse costela de artjsta. O próloeo
frase bibÌica F;at aahlrìtds ttaa!, aa hoca de um Íatiírhol uma alusão ao
às obras do pai. redigido poÍ venturir pela irmã mais velha, o unilo
escrito que assina. "r fïoÍ'eta yerêüias; e outra às ituh geucias lleuatias, na Íisivel deturpa-
çâo popular diligeÌtci., ferrtar;tz. Tazado en ro rciJ, bem pode teÍ sido
rt vista desscs íactos, pocle supôr-se que no conto dos ciumes de
üm dos .{r,/4J que, juntamente com Cartilhas, iam vendendo nas feiras
Mestre Gil, que pelas suas sátiras e irooias tinha incorrido no odio ou
e aldeias os pobÍes privados da vista, reduzindo a litemtura de cordel,
ressentimeÍlto de Ínuitos cortesãos, e pelo feitio livre do seu pensar e
do vulgo, as partes da literÀtura nacionalque tinham sahor populâí.
arquitectar de comedias, no desagrado cle muitos poetas humani"tas d.
gosto italiano e caracte! austeÍo e comedido como Sá de Miranda ítrue
o tÍatava de PasrJuim), digo que no conto dos ciumes. se cristuraram I Cdtdlogo, í" ttoi,
2 Rascna<ks, tô zot-
ditos antigos sobre a ida de um frlho à India, que morreu, mal voltâra
3 Reseroadot,a" ,71 thojc .-\ óoì. À üÍâvela, gravada como colofon do lzlo
(fado que se transfoÍmou em morte lá mesÍno Írúm campo de batalha),
dê D. -[,rdÌà, é ã mesmr qt'c- Íteúín no N.raJragio d..t.?tt/-reda, de ríSa, Ícpro-
com outros tardios soble o ÍÌotavel talerto poetico do seu horÍronimo d|lzida.io Dicc. Btbl., Íol, X, p. 2ó. Em ra96, nos dias de Vasco da Gama, cla Íôra
e dêsceÍrdente, notavel talvez sobretudo (visio que nào deu abundantes tirâda do natural por V cnti d€ ltomviâ, prrA x EÍtoÌia do EltQ.rador l'ct/d.-
rrdrro e repetida cm tsoz no Lioro d.
-l[a.rro P'ralo,
r
Quanto mais me ocupo dos âlhos de Mcstre Gil, tânto Eâis pcrsuadida 6co
dc quc Paülã (r519-1576)scria a veÍdÂdeirâ intcrêssada na puuic;ção
das ohas
do pai, c sua ajudantc oa colcccionação e copia oo cartaÉúo graràc.
E O TEATROPORTUGUES
INOUISNORIAL
Á CENSURA

Um só dos autos sagrados,reimpÍessosflestacolecção,o do À'asai-


fiento, de BaltasatDias, de frontispiciotipogË6camentemais moderno

l
do que os outros, teÉ indicio de que a autoridade ci.r'il se ocupou dele;
uo só dos profanos, o Auto de Fltrmça, tem sioal de que a autoridade
Rrrk c\.4.) edesiastica o vira e oão reprovara, julgando-o danoso à fé e aos bons
costumes. Era preciso repetir estes factos aqui.
Ì'"rtJ""..
B"ü** l'" - Ìvlsi" De outras fontes sabemostodavia,que alguns dos coevose iBita-
\üçr !!rtìJ dores de Gil Vicente, mais novosdo que o fundador do teatro, p' ex.
A\t-"9 '
^ \1\-* BaltasarDias, o cego da Iiha de Madeira,Antooio Ribeiro Chiado,o
frade folião do centro de Lisboa, e Afooso Alvarez, o mulato de Evo-
j ..
ra, os tres úais cotados representantes do vulgo português portanto'
''" possliam lãúlegio real e alêo disso haviam apreseôtadoâs suasobÍãs
\'-*É '
aos censores, visto que os imprimiaÍn cun licexça da Santa lxgtriti-
ìF\u,t' cda.lÍas desdequandol
São sobretudoreiopressõesposterioÍesa I58o e não edições-prin-
cipesde cercade r545 (de 1585,r59r, r593, r598, Itu2, 1605,etc.),
as oisbs e aaendadas(p. e.r., pelo R. P. Mestre Frey Bertolomeu Fe-
rreira) que ôos ensinam esse Íacto,
Pelo confronto delas com os nossostextos s. l- n. a.' ãnterioresà
data indicada,reconhece-se que essesnão foraoramputados.O tempo
de 1536 (ou 1539)a Ì58o, considelo-ocomo de traosição.
. OS ppt gut{1.:-p-q9c9que-exactaÍnenteIr9 t!6go'. da ngrlscên:ia,._
do Auto Viceotino, Êto é no reioado de D. João Itr e ainda no de doo
Sebastião, as folhas-volantesciÍculavao livreoeote, fenómeoo que es-
taria em contradição com tudo quanto (oo sentido
de sem erame sulícìenteda causa)r se tem dito em Portugal (e tambero

1 Ê de proposito que !êpito o terao &ctarnatoliarn.n/r, quc já cEPrcgüci


nas pÍimcirrs totar yiccntiaat, coÍÃÍcj.ação aos cacritos quc tÍataú dô ltrqui-
sição.

I
t'
i
I
t
- t 8- -79-

ern Esparha, até qüe a veldadeiÍa critica todou à sua codta o úelin- soes eclesiasticas,em lugares santos, mas de oodo algum o genero
droso âssunto) da <ac$o írefasta que a Censr.ra ìnquidtorial exetce't draroaticoeo si. A,efrcaciadas representações coíDover e arlas-
sobre o Teako português, causaodo a sua rapida decadência e ruiÍra>.
Cotno explicar o casol de ahoa, duraote toda a idade
Historiando, Íesuúridissimasreôte embora, a Histo.ia do teatÍo úo- e do teÍúpo oa KelorÍna e
derno e a actividade da Censura, claro que apenas com Íelação a esse
teatto- Frederico da Turingia, tão intimaroente aba.ladopela .epresentação
(em 1322) de :uaa Paraõola das oirgens loucas, conduzidas ao Inferro
pelas suas Ììviandãdesinconscientes,sem que os logos da ViÍgêm e
O Teako oascera da Ìgreja e dentro dela, dê artisticas ceÍeílonias de todos os santosas pudessemsalvar, que se ÍeliÍou à Wartburg,
liturgicas, inspiradas pelos Evangelhos autênticos, e alguns apócrifos, passoucinco dias em desespero,e fulainado pela dôr morreu 1.
como o de Nicodêúo. Mero caoto alternado a principio, ou sejejlg:_ Alêo de dramas biblicos, tirados do Velho Testamento ou do Novo,
logo caatado, as represeu@mente nos quaeso elementocomicose ia desenvolvendo cadavezmais,ligan-
beËslõ-NãiÉìmeoto do meoiío Jesus, a Adoração dos pastorcs e a dos do-se a tipos de6nidos como o Judas,o Judeu em geral, e o medico
Reis magos; ou profundaroeote edi6cantes, a Paixâo e a Ressurreiçâo por ser ÍÂuita vez judeu, mas sobretudoao Diaóol.s, ou aos Diabos,
de Jesus Cristo, nas festas tradiciooaes do NataÌ e da Pascoa. havia,desdea Pqtchottaqu.ia(combatede alma) de Prudencio(c. 4oo),
Pouco a pouco essas representações religiosas iam acolheddo toda- ero que as \tiúudes fazema guerraaosVicios, em desa6oshomericos,
via, eÍtr virtude das tendêÍrcias teÍrestres da natüÍeza hurnana, eleÍtren- a especie dos Deòax4'-C6ôàìíil6ïtrasteq Dis?ttds, en que qoal-
tos pÍoíanos, huúroristicos, e mesmo lascivos. Havia danças dê Salodé, queÍ dos objetos ou das iostituições naturaes, ou uma das infioitas
a frlha de Herodes; mundaoices de lyÍaria Magdalena, em contraste coÍn qylggg::_" ir3leÍiaes ou-õãiìiüãõ, do
ïS-dt*:.jgÍflinaJgesr
o seu arrepelldimento; tÌaficâÍIcias de mercadores com as tÍes üÍariâs, genero humano,discutee lutãffiìã-s*üïóãÌfaãita', lutaScomoda-
na compra dos oieos e das uflturas para o corpo santo do cÍuciâcado. mente reduzidasà formula de cootaasteelltre o esoirìto e a caÍ!e. o
Havia sobretudo chalaçâs e parvoices e briocadeiras de pastorês e za- Èõ:;ã .õal, luz ë trevas,Ormuzd í.Luramazda)è Àhriman. TIãi3 deà-
gaes, ingenuos simplistas, ou parvos rudes e obsceoos 1, envolvidos são os dramas predilectos do seculo xv. chamados Morali-
Por isso os hdts teatracs provocirrarn, do secuÌo xrÍ eú diaote, dzdzs e Misteios, cuios protagonistassào exclusivamen-Ëffi-ãÇã:
. decletos pròibitivos e coÍoinatorios, leletidos d\raÍ.te seculos, porque de parte, abstrâçõespersonificadas, mais ou menos pÍofanas.cofto a
---.=---..-
v ercraoee a ,\tenuta,a raz e a uuetra, A par deles prospeÍavamlarsas
a resistêocia plovoca a insistêÍlcia. Tanto da parte das autoridades
edesiasticas como das civis e canonicas. Ao lado dc uma ordem do em forma de pìòtê6!õ]ìõfrã-õ*famoso Martrc Pathetin dos franceses,
pontifice Inocêocio III de I2Io, ha leis regias como a 34' do titulo VI e verdadeirasentrudadaslsotaas)cheiasde chalacastradicionaes2.
'- ' ' '
új-í.io;iÍã aas Sìa Paniaas iiè A.lfonÀd o Sabiolr)55), è ãais tarãe Fõra dos lug'úes saÍttcis;tìeE se-iê; represéiitâdaí ein clãustroii;
Constituições sinodaes como a de Aranda (1473), coÍttiouadas eté àE teÍreiros, corros, pftrçAs, casas paÉicü.laÍes, paços regios ou priaci-
de Evoia de 1534. Pescos.
Essas pròibições e cominações e!am, com tudo, apeÍras parciaes e A mãe lgreja, essadesinteressara-se ÍraturalÍlente dos espectacu-
condicionaes. Visavam utrica@ente excessos: histÍionices, jogos de es-
carÍrio, arremedilhos grosseircs, canções escâtrda.losas, da paÍte de pes- I Scrrerr, Getdtichtad.r D.t&citcn Lüêrdtzr,6a cd., p, 235.
I Lêia-sc no livro citadb dc Scherer o rcsumo quc ha no cap, VlIl
írdr arar-
I Vid. Crüzrr^cq, eackickz út Nct ./.n Dìznas, !ol. L t tan& lvittclzlt.r) rcf^tiro e t6tÍo i Dcs Scbantti.t,
- 8o- -8r-

los desde que o cordão umbitical que os prendia a ela 6cãÍa coÍtado' otiaeito útdct dc Rota saisse. daborado oo Concilio tÍidcnüno ír íd( -
propagadorts dc erÍoÍÊt
contcotando_se coo vigiaa que nem Íosseo ja1q-*o9.:1',9t jg".-"0g1eq.!-rÊarer,urr--.
de costümca e Pr'ret de- '5"r;il;;;G;q".
ão,rt io".io", heterodorias dãgmaticas' neÍ! O ensejopaÍ-. os aclosque conduzirao à Reforoa e Contra-rcforoa,
coÍo resPeito a outros geÂ'ros oào_ e portanto p.r. a creaçãodo lt&z liôrcmm Trohióitonot e o útdzz
orevadas, exactacrerrtc coloo o fazia
drarnaticos. lìónrrm uftqanà:,txrt, paÍtiu, coúo acabo de dizer, dc Leão X.
lValdcnscs e
A luta contra cheresiagr como as dos Albigenses e Tendo coocedido a e<ploraçãodas graças cÁaaadasladulgèrias ou
Hu*:iËÇãéiEãilãïes!!1"3-3-illÊ$&'19 Jyflb"Si]lslllecn" Pcrücs 2 og Domiaìcznos(Domiai-caxcs),por es6aordco iaquisidore
de ideias - ^^i-iÃ^.ôíâq
--:-ì-F^:,t-:ì-
orooaganda Ítasras v."re
quc bastas
e oPiniô€s noviut' êe duê v'zre-lê|Errr{r'lc' ser rigorora co tudo, e o Pootince precioarde quâútias e.lonnc! patil
t;;ãoStltx (liõËõËìããuico4 t, conduziunoalÍíenre' a conrtruSo de Basüca de S. Pcdro de Rooa, a vcnda foi realizadaoa
"*."p.-Ë
ob"^, no teropo da Reforoa e CoÍrtrâ-Ícfotúa' ao catã- Suissae or A.leoenha pelo agentcTetzel tão iodbcÍetâmeatc que irri.
"o.iffiã! deotro do Trib"r:l de
úi""i-".r,o do Ildtt. 1ot uoa
w ::2í-' --- Congegação,
- tou o capirito scisúador de Luúcro (agostiahoc idcalista).A efraSo,
(fundado dePois da hoÍÍenri" it"t". a" religiio chaoada dor da paÍte delq n.s poÍtas da cated.al dc Wittenb.rg, das 95 te5e3con-
Ioquisiçio
e elcideraéo
Alúigenses) Para exaÍDe e exPu.gâção' ou condeoação trô clse Eercadejar (ar quaes se rêgumernna úroação qlu'esó Ders
e exteriorita€o ú'i3 aôsolac);a eaciaertÇo da bula de escorouohãos; a publicaçãodâstrês
de iãpressos e oanuscritos c!6o quiot*senci!
2'
DeÍfeita das aÌdas e consciencies obras fundamertae do Prot€statttisrro ou Eoaagclioto ri a defeca
a coobater
Claro que a iostafação das Mesas Ceosori'r' destinades audaz das suas doutdaas anti.ÍooaÁzs ÍÉr aole a diete dc Worms
oordT* oos diversos paises' e a d'bor'ção de ts Idcr levaratno Papaa dirigir à crirtandade o Breve a que já aludi, e logo
n^r;tot"r't
'scra.l. 6xa, clas cada vez mais volumoso, assio coÉo dc outÍos d.pois, outro csp€cia.lao Eúrperadore ao Rei de Portugal.
de base
Foi obiâ 6uito
Ltalogog especiaes,não sc Pôde realizaÍ coÍn ÍaPidez' rsuspcitaodo que aquele perdido c Ílaldito hodreo teatc diwlgãr
D."du que o PaPa Leâo X pôibira oa livrca dÀ nova 'herc- eo liogua cspaúola os scus livÍo!, já dc o6s e de Santa Sé coodcoa-
lcnt"
"ìé. igÍeia! da cÍi8-
sia tudesca' por ucr breve de 1521, diÍigido a todas as ! dos.,. pede encarecidaoenteque o Í€i vigie dê sorte que ncm a mais
iJol"ao ç.al, em especial ao erupirador Cados V e D' João III pcqucnaprrceh delcs seja admitida Ãastert.s lusilanas' !.
"- ãte qu." cooeçagsê a ioteÍveoção Íegulat e sistes'tica d'
à. fo*o$,
qrciooal dos iivror' c o
Censura inq-úsitoial no mercado ioteroaciooal e r E$ê pÌiúciÍo vcdrdciro.õr&r ê dê rj59 (vid. Rftics, p. r?62ot). Rc-
fcito por lEr CoEirrão do Corcilio, !âit| Fb s.Suodr vc, ctn t5ó+ E !G.s.
r dúto
rÌi& úúto e cacincÍâcão
coohccido, é â
corhccido, dc pârtc dr lrvnÍrr
9^-I!g! cltedo é. büc do quc úndr hojc cslá c6 yigor. í/r" ,43-28r).
cÍcúPto, rÌi&
Uo cÍcúplo,
Uo lnciíGr'ção 9.9Jgç
a"r"lì'.ã.'viri"'..(orciti::rro,..^"9:E1ryl*9.:"-.ï-ïï"-
dc!ÀÍÍicot@ Gú ra3')'-vid'
. As Iúlgc*tos .-faa gratas, DcÌ|s quâcs a krêir cooc.dir, do scculo E
ìr.i;i"ÌÃ'" ;; o;;,ì,iü),-fci!a Por.D'.Lopc cú dirútc, rb.oluÈo irtcgral ou r€úilrão parcial da! pcrú dc ccrto! pêc.doll
iã^orrl-X.""t, ü"a. Poí Bolllur' ltitt' Lü' âtt" P' t4o' contn câ3tigo! 6croÍc!, pcdtêoci& c diDhciro!, Em portuguê! o tcrrDo popu-
t A Cc[suíâ ií Íô.! dccrctads por Alc_:atrdrc VI (ta9''t5o3)' o ôolstnt|olâ_ Lrirou-lc- Prorüncjãdo Iadúcxça gus{n z*t.t&ryat,. a zplictt*.et 9cÍ-
âustcro ê faoadco GiÍohEo S'Yoor-
|lcatc viciGo Bo.giq quc fc' qucioar o dõc! dr Scdúa Salta co cspcciÂI, apÍ€go.dG com ccÍcEodira iEpÍÉ3sio-
;;- ü*-; tlu.ì" Porordc'n,dtc'not t"ooisò'!'-,^ c!ry4-e- rrÃtê. a. quiltr.Ícin ü lnixão,
"" r.gül-alúcotc scaão -c co lstr Pêto paP' rÌo Y' I Alcrodto,. cui.s irss coôtr. Gil VicÉntc tcÍci dc rcÍcriÍ-mc ú.i3 .bdto,
&&r c.s oão íoi iíltitüidr
-fõìiooiìao. Rc'
g"ral quc cJ r 5:r rcccbcu o bÍcvê dc Lcio x' ÍtLtivo à Pcrtêtrcd": à CooisÉão quê c.€oltuôgou ÌrtüêÍo.
quc logo dcpoii chcgou â scÍ Papa AdÍi'io Vl . /tt d.t úrittlickt
fo".r, ,fdtillo, Ád., dcr.ttcl." .Vatn,.,t.- Di. baòtbrórch. C.Íat g."t faÍt
"t"a.i"fgcrúaoicâ, dG aBtcrr sioPlicidadc' Coovcscido dr Í'cclsi'
ofú-" "o-oa. k Ní"d| .-tro, d./ Fr.ikit àí8 Cht'ittclr*t tclãr.
".ig". curtbsimo tcoPo do lcu poob6_ . ... ,t r. udtd'g
aadc da rcfoÃe da lgr€iâ aÍo corscguiu, no !r.i&t dicLìltí ltôío"r.t tt&.la à, r.gni t,!i Ulr.t reirb-
cadì. cncaninhá'la risse
gcntiao. ncm tão Pouco 6oubc rcãlizar o !€u looho ,rrr. -Oi BÍcvca dc 23 dc mãrço c ,o dc âgosto dc tsrt cícootrrÉ-lc rro Cor.
oo[dco. a rccouciliação dc Cârlos V com Fraocirco I' /o r,ìtl., vol. l(I, rsa (Supl.) c II, .t7,
ô
_83_
- Ú2'

vez vâgaôente as Celestinasem geral) altes que se citasse a lrafco-


De t524 em diante se elaboraram(não entre nós, onde oão haven-
acdia dz Calisto e Meliúea- itcompatavd fonte de verdade. Unica-
do luteraoos e ainda não numeíosos eÍasínistas' havia numerosos
Paris) meÍtte tralspostos para as Íegiõ$ do tnisticismo é que as Cavalarias
cristãos-oovos,mas em Lovaina, Bruxelas, Ì-ondres' Coloniae r'
forma de Cartas e Cattates forao coodeoadas,coúo, p. ex,, ceÍta CelestialL,
listas de livros e folhetosperigosos.Em
O oue veio condeoadoÍrelessão exclusivameíltetratados doutrioarios e:!::9"_i"jreC,-991 gu-eq Pel?S-lgtl1ge as linguas neo-latinas _
meÍidiooa$ eotram oos Catálogos.são,
d. i"teródo"o", vivos ainda' ou moÍtos de havia seculos'De Hufs e não é de admirar que.sejao, ;,Ii,r
trVikleff, <le um lado; de Erasmo, Luthero, Melanchthon, Hutteo' do o Dccaacront, de Boccaccio,e o Gargaaüu, de Rabelaisr. i' , ,:
outro lado; de Zwingli e Calvino, Servet,etc', nos Catalogosdo
quarto Quantoà literatura díe6ática, cootri ã qual não houve, êm teoria" U at ','- ,\
do seculo. Hdp:&*plfirtB' saúa algtoa, as primeiras peçasque vejo co[deÍradas,por sinal no \ { àh'}
e qüiílto decenio -AlggjçSigg*9Í4ts'Prfu
2; cr:mentzlrgs.9e Catdlogobispánico de I55 r (Va.ldés)e ro de r559 (Tapia), sãoredigi-
ass]im)o livro dos livros' a Biblia t"t oulgat .li-vro:
fúi;""irr1-99 q""""' 1Q19!es.em qu: inÍruoerâs s€-Pgiiaq
vezes -
das eo laüm ou alemão poÍ hetoÍodoxos sobre assudtos religiosos:
aìãus coiíã'Ììí-flíopìiãsTinf'Jnìis' Trqcdias t coaeüas tindzs do t\aw c Velho Testarrrarrto,iÃprsas
"
A verdadeiialìtèiatúra não Iigura naq'relesembriòes de Indice' em Basilea, pelo heterodoxo Nicolau Brylinger 3; uoa tragedia Dz
Nem mesmo no primeiro Inder pontifrcïo' üôcro arütrio; e coaedias representadasem Gand sobre o teoa: @ral
é a cozsolaçãoaais Staz do uoàóutdo?, este em verso alemão.Temas
Só depois de o Concilio tridentino estar em Plena actividade.é
de e probleoas cr.rjasolução ou disclssão a Igteja se reservavar.
ot.re Igr"i. começoua olhar coru algü6a atenção para.as obras '
" e moralidade neles Sem
flntasia'e arte, e a eventualfalta de oítodoxia
plano preestabelecido,parece. Os liyror-de-caraLada.p' e:'' cuja 6ores- (1564) à! autoridadca cclcsiasticâs a6o dc as convêacer da occessidede dc pròi-
àenciavai de r5oo a I550' comquanto co[tinuassem a ser os predilec- birc6 livros dc faotâsie: o coato do sirccÌdote quc juteva quc tudo qüôoto sc
ironias'esca-
' ioà dos leitores até Cervaotesos exteíminar com as suas lis oo ,{rizói cr"a vcrdâdc, visto sc! iEpoâsiecl quc o trooo e o altâr dcsscm
paraÍo, p. qr.! comPleto, de sorte que se dá o caso cu'i:Bo de os priviÌegios a iosigrcs dcútirãs, - Vid. HrüÌ TEoÍ^s, ,$ar8, attd PsTlnïct
PoÍ
. Attos ie D. Dtardos e o lzradri, dç Gil Vjcenle. seregpg|ibidc' -es
Roi.zízar of C"hioaLt, caEbídgc, r9ro,
s. (e I Vìú R:osa,
9. u3: : fuallan:a akrtüL,lor
1 nàã-"" ,,ãu"t"" de que derivam E a Ressurrei@ de Celestìna 'uc.a
otlo nornil.: .t ?i, dc !ô lotu
Ídgôttc- Prì-c"d ! t ttrdo y'aÌt . (Irdar àe r S59, de Valladoüd, p. r 59' ê rovN-
i mcrtc ô .t39.)
Tíbiígcttt r8Ál -lú Dlc IadXcs t Vid. RrúscÉ, p. 85 c rz2 (Carga!.rt6| r8o (Bocca.cio). - Qluaato â livÍos
r RssscÁ, ,r/ Ind., úcrbot.,t.t' Bú'h'/,
1886 Fol' 176 d' BüIio' clstclbrDoq oÌigiDâca ou traduzido6, uo3 cidco aléd da Biblia, já 6gureE (Ser-
Librortnt Prohüitorar dcs S.cltt'htt.tt ïdhdtt"&rtt,
lrna seric d' lbtÂs ilglcsas (dc4 ou úaÈ) ttona htttato) Do príÃai.o fut.íÌoto, iDptcsso 6 Espaúha, quc cu couhcça (V.-
,tt A da! Litt ,.arttctan V.t,ins).-A9ós
m.odados fazcÍ qucl po' Carle V' qucr pêIa lclcia, l55 r), rcpcti€o do que saira co Lovaìna co r 55o. Todos, dc rcügião (uDo
dl ,5ra ,555, u... Catalogos
" dc Lovaina, qucr pêla SorboDnc' qucÍ poÍ-cidadca italia- do eÉ3mista Fiâlci3co dc EíziDas), !futo qüc a, Pcl.grinoção z z.fttrêLfi, dc
r"coiaaa" aiï.aogia
E Ânalderte os vcÍdÀdêiros lídi"t dc rSSg Pcdro (Ximéoez) dc UrÍÊâ, foi coosidcrâdi c trâtadâ codo tocaDtc â cousas da
n.3 corno Lucca, úitlo, v.n.'"'
dc Rcusú' Íë. No Indas dc tS59, orgaoirado por V.ldê, já ha cotlo Scguda partê, um Cd-
a r <ao. Ao todo 23 (ou 33, cootândo cada üsta)' AlêE da3 Publicaçõé
çag7' 21 ed.\ c tóhgo sleial ú ctd.itot teít!íc1tlôt (dG,, pagl!]Ãs coo 166 parcclas) êltrc sâgrâ-
n i""" p"t,*.i.", ii Hot:-qrcs. Das ürchtú:h' Rtzttr"cíúot
dos c proÍ.tros. Um sq sc abstÍaiftlG do opúscúo sobrc e moÍtê dc Joôo Diât
dc Líú'.Gsts. frrd.t dal o.tòot n n Bútlt'l \rgoa)'
- riêth' (p. r.1o), passou aos ./aüczr catrasgeiÍos cocvos: o D'tdtogo d. Múctrio
t--N" il"- potitico'dlosoôco dc I{' s' cÃrrGürrÂm' za Cdtàt du XIN' t Ca"ont ,
da Bibüa Pclo L'dtr' q\Le í!.cl'ce ser atribuido a Juan de Vald&, quc pcla! idciôs e e übêdade de liogüag€m, tcltr
he u6a trotã a rcspeito das pôibições
scDclha!ças com â5 Baráar de Gil Viccntc.
Ecditãdâ, t Rroscr, p. ,r9, ,S8 c
i Ha decrctG rclativos à exportâFo de üYros dc caÍãlaÍia peÍa e Aúcricã' 473, ât oaôac .t t?zgaiiaa ., lro.o ct Vctai ?ast?.
autoridades civis' Quâes €raú' ,tât o, impÍcssac Besilcre ânno r5{o pcÍ Nicolauo BryliDgcrue,
Mas csses tiaham fios prÀticos e proviDhad das
a. o- por Mnr-cuor Cxo' Dc locír tlalogicb' líòri XIÌ' '
R:oscu, p, 24f,29E, j9& {73: Lttdt ttúornct ,.i$rnX. cortêri?i .t G@t-
aJo?.""
"onto,_narrado
- 85 -
-8 a ..
guês D. Pedro de Mascarenhas,onde um selectoauditorio celebravao
Se agora nos transportaÍmos a Portugal, não é extrernamente curio- , r nascimeotode um <muito desejado, 6lho de seusreis, a z6 de dezen-
so, à vista dos factos indicados, Sue lggg-g9gll:ifS-F:! 4.tyf":A--.|i bro de I53I 1. E as diatribes contn Roma, que haüa na peça, em que
Êsos em vernaculo de que ha noticia, e fôra ajttn$5[3qlq$go de | /
um cardeal se servia de uma auteotica mitra, horrorizarao o legado
r-ìãt.ììì53õ, o cardeal-| |
põÍõrããã dó-rá{uìËiiroï-ÌÍõflilãP-orurgal, ponti6cio a ponto tal que julgava estar na Saxooia, em preseoçade
infanìe'D. Henrique, fossem expostos no pelourinho ".e Auto"
Luthero; ou então em Roma, assistindo ao saque.
".tu [ |
Íracionaesì Mostrei que numa carta, escrita na própria noite da representaçãos,
Autos de quemì Todos eles de llestre Gil, embora s€u oome úo e por isso prudentementeretida uns dias e,a Saoga,secretaÍiodo papa
seja enunciado: o Mestre, de quem já dois decenios antes, quaodo ClementeVII r, Aleandro requereu uma adooestaçãopaternal de Sua
esiava em ptena actividade, havia sido destruido um Auto, ou dois ou Santidadeao Emperador 5. A{moestação contra a ìndiferençagu.f1gu.,
tres Autos, por protectores e fautores do Santo O6cio, ainda antes de -
1.
ele estar oôcialmente instalado ern Portugal
iNão tive Íazão em salientar o facto de o lanático legado AJeandro
haver acusadoao Papa, e por ele ao Emperador, a libetdade ou licen-
ciosidade do poeta aulico de D. João IIII, rnonarca desnúsico (Para de linguagem que é prdpria dos portugueses.
empregar um termo favorito de Francisco de Holanda), üsto que nào Em terceiro lugar provei que exactamente esse Jtóileu de antor
havia harmonia entÍe o seu gosto Pelas irooias e invectivas lançadas (ot do Amor, ou de amores), assim sentenciado e condenado a imediato
no palco contra o clero e a curia, e o seu desejo ardente de introduztr desaparecimento por ordem !a!al, impcial e rcal, foi de novo publi-
o Tribunal da Fé no seu reino, tão ardente que confessou que se este camente pròibido laguele Rol de livros dzfesos que citei e, vinte anos
caÍgo (de inquisidor-iÌIor) fôra de principe secular, coo muy grande depois da rcpresentação em Broxelas e da secreta admoestação que,
gosto se empregara nele. sem duvida alguma, levan logo à sua secretae discretadestruição.Isto
Demonstrei na primeira das .Volas Vicmthrcs como o caso do Ttbi'
2.
leu dz anor se deu. Aqui reduzo-o a poucas linhas
Levada (em manuscrito ou iopressa) para fóra do Íei!o, enacta' t  a6 de dcrcmbrc dc r53r pclo Caleodado GÍcgoriero. Pelo do aDo do
mente àquele territorio germánico enke os do patriroonio de Cados V, oasciecnto sêria o dia scgundodè rj32.
t Vid. IÌnco LÀErvrs, :Vont ntantd l/alicarra,p. gr.g!,
em que a luta de religião já se ateara, a comédia ot fatsa do luôileu I UEa nota darginal de caÍtr diz: ìtêr&ta
de attnr toí represeotada em Bruxelas, em casa do embaixador portu- ir, . lttatto ,.ltlmo d, di dacaat.
,r4-AlêandÌo rcflcdiu por tanto âDtcs de a dcspachaç Ítrâs fíalmcotc scguiü
o prieeiro impulso e acusou.- No resumo latioo da Cârta, fcito por Lacmmer;
lê-se: Cut'ia rorrdna ií corroaüt ilèlrectala ac blatli.t aía.
dìvi a!(Ìtibili t1!lt.r iat quattiot4 quod tit harnini ,toriênti ,Ìeit rltt tolatittt t. . Senga"secrctârio do Papq dc idade provectâ, feleccu antes dc t3 dè agos-
A.p.2r9 Corno.diaarepracsentatd Gandavi super the6a: Qtaar.a6 rt lotirti' to de 1539,Aleandro coatuÍnâva$crêver-lhe cada dia duas cattas: u6e o6ciâ1,
ic coítolatio hat tir.it ttoticrrtit. CÍr. 473. - Outas co6cdia3 e tÍâgcdiãg Pròi_ dcsthada ao Papa; outra particular. Âcêutuava todaeia quc o sccretario a podia
bides são es dc Reuchlid (r58r). - Uúa chãÃròa Com.did trógica d. sílta,,a íiost ar a Sr.a &ttità, cxi ornníalatat t &õaít qrra ad rdn/driaít,
(Rauscs,354,4?3 e 545),cujo autor e data Ãão ioc é descoÂhecido' tcE Provo_ 5 Por via do sèu cooÍcssor,
toão dc QuiDtao4 doutor cm Tcologia dê Paris,
cado hitrúteses faotasiosas da Partê de T. BÍaga e Cotarelo.-O úcs6o valê dê qoe era htiúo de Âleandro, e rclacionado com o cotrfesgor dc D. João IlI, aquclc
uEla R rrrd.-Baste dizer que ambestambcm são obtas dc heteaodoxosalcmãca' Frei Diogo da Silva" do! lIíniiôos de S. Franciscodc Paula,que foi fcito loqui-
t Logo terei de lecÂpitular as datas úais iÍtrpoÍtâÃtes para os meus Âos. Eo sidor pcla Bule dc 8 de nov. de r 532,- Vid. ÍIaraiazo, vol.l,livro II c IIL
gclal reEeto o leitor à Ilittor'ia dd oligarí c .ttatakei,ranto da ltqlisiçib at" Po/' õ
Já iodiquci, co6o tugar ondc ha porúcooí9 aÉca do Rol dot tblot d.faíot,
t.taL o Dicc. Blbl,, vol. X, p, 385. Rcusch nao o conhccêu,
2 lyotat l/iêêntirror,I, Ê 16-2o.
_t r _
é, na primeira ocas,r" .0","t Or" sertzua-E à caúela,não tivesse oalgar, vol reproduzir dc novo o r?a/ dos sete eE que a Igreja distin-
""ïrl"
escapadoqualquer exemplar, impresso, ou um. oÍigioaÌ manuscritor, guiu ideias e proposições teroeralias, e coisas que podem ofeoder
à rede que a Inquisição ia estendendo de vagar, telvez dcsde 1536, a orelhascristaosde pios leitores quando, estudiososda verdadecatolica,
mais târdar desde I539 ,. pegaa por engano nas farsas Íuderoente comicas de um poeta de fan-
Quanto aos outros Autos, coodeoados juntanentc coa o ftülza, tasia iÍrveotiva e atrojada, em vez de se deleitarem com Saoto Agos-
em globo ou condiciooalmente, ha entre eles dus comediag nunca tiaho e S. Crisostooo, ou coro Dante e Petrarca r.
vfutas e por veotura destruidas tzabem, a Aderczcia fu Paço e a Vidz Ei-lo aqui:
dt Paço. E mais quatro que úo sucuobiram e €o scmprc de novo I- O Arrro oe Dou Durnoos, que noo tiuer censura cooo foy
l;r " '
impressas,e lidas, e admiradas.Todas de Gil Viccate t. eoeadado [por arim] t. De 1524.
;r ,i i . .r r
Como documento comprovativo, e como lista Eais antiga, eotre as 2. O Atrro oe Lusrrlln, coo os diabos, sem eles poder-se-haem.
conhecidas até boje, em que se pròibem Autos ndzzzos rrn n rnanÍ. priÍlir. De I532. Àr,.0-.r;; l.'
J. O Amo oe Proree-rrs, por causadas matinas.De 425 ou t526. : ,;,r.lu.l'
4. O Arrm oo Juarleu DEa!ÍoB!s. De I53I.
I Sê o pocta maadou o scu menuscÍito e BÍuxeles, dcvcrnoa ioputar so pÍó-
p.io lcg.do a culpa dc havcr tomado coahccid|! as têtrdencies do fulila+ daado- 5. O Auro p,r Aorneycre oo PÂço. De 1532 ou 1533ì
lhe o que Dós costumamoschemar etêmidadc. Inédito êdbord, pâslou dc ,r&t 6. O Auro oe Vroe oo Pe.ço. Id.
psra ã&r, ern virtudc das i6forúaçõ6, dedas Âa CaÍta de Âlcandro À Sroga"- 7. O Arrro oos Pnysrcos.De r5r2ì !.
Haò.nt floÍata lilúlli. Autos profanos. Neohum de devoção.
| Âté hojc conúouaoros a íão coÂbecrr Ìivros portugucac! .progrdo! ãntca tjsses dizeÍes do inquisidor português passarao textualEente paÍa
dê r 539 pêlos Revêdorcs (coúo I^tirrt Chritâo e a Cartinlu, deJo-to Dt BÀtros).
o prioeiro verdadeiro Indtz Lispaúeo, elaborado pelo arcebispo de
É todavi.e ccrto quc houve ccísuÍe ê ceúsores astes da DoEcação do GÍdeil-
Idfaotê para laquisidor. Prova-sc pclo privilégio dado co r53? a Brltasrr Dies, Sevilla D. Fernando de Valdés r. Nova é nele apenas a pròibi$o do
gub coDdição de elc submctca o! seus cscÍitG dc dcvoção a Mcltrc Pcdío Mar-
galho (profcssor dc Tcologia, priruciÍo cô Selamatrca,ertr sêguidacm Lisboa, e I McocioÍlo esscs quatro autorcs ilustrissiEos e acetadissiÍoos porque a
6nalrBctrteem Coiílbrâ). IgrEa eacontÍou orcamo Dclcs proposiçõca que não lhc parccism dignos dc
t' Ao todo, coatando-sc tembcE oa crcritos não-dradaticos, Í€digidos cE aplauso. Dê Petrarcâ os quatro soDetos fulmineÂtca codtaa a Roúa-Bnbiloaie
poÍtugués (qucr originaca, qucr tÍÂduçõca), são daz. os qne o ,?r, dê r55r Íê. dc r 3oo :
gista colDo pròibidos por Frci JeóoiEo dc AraEbuja (Olclrtro) e; üagzagat: D.tl .slia Baóitrorrb ond'èÍt4güd -.Fiaataa dat cicl fi. h tr.. t4.o.liooo-
t. Gdt aJi.l. tontaio di úIola, altargo è ira - L'aocÍd Baàilonit ho cottto'l taôro.
9. A rczelaçito dc &; Pa o. t Estê
?o" mirí,gtta podi scr traçado pclo cardcal-iofaotc D. Hcorique ou
ro. As ,toualla, ú Toat, Boc4tio. Í!o. scu lugar-teacntc Olcastro, felta Do .Po,dê r 55r e aparccc no lrrdcr üs?a-
rr. O tasaafiznto d. C,rirto crr. liígoajat . aico dc rSSg, confo.oc já indiquêi ao íalâr da trâgicoõcdia dc D. Dta/ú!.
ra, Collas d. la tí.//d. Tâlvca proecÃha de uo r?o/ dcsconhecido, attcíor aioda a I 55| ì- Vid. R-toscs,
Já dissc quc a ocsoa lista cútrou Do /r&5 dc r569, dê T.pia (RroscE,p. 24r- p.24r, Liòlí d.lgaìi tart on L.sü@rico.
2?2). No de r58r as parcclâs aparcccÍD eÁcorporadas ro &tdlogo afstlrbo dos PS. de rgrr.-Na TorÌc do To6bo foi dcscubclto ha pouco,pclo s€u solÍcito
Lìoror ?"úidot .rí lingoaj.rí (p. 357-3ó2), augílcDtâdos co'! EnJÍroina c UbÈ dircctor Aotonio Baiãot ud fr, Eaduscrito dc rr'rr.or d.Jfclor nattat Rqmot da
.rry'1, (c tâmbeD com BaaÌarra, ^
ll{t tind c ll|ota, Rolica Naeta), as obras de Portugal, assiíado pclo caÍdeal-;nfaateD. Hetriquc, Datado dc ÍS47 é úoldado
^
TorEê da lvoratcrr,ór, assim as dc devoção como as de aírores pÍarfaoos,c as obras oo dc Invaina de 1546.Ern tringoagcmsc pròibcm no lim a Biólía, oa Nooor 7êr.
dc gÍaçag e zoEbaÌias do Carrcionaro gaìdt ?oth.gaêt . c^ttêlbú. -No Iada tdm.n 0s, A raclaçfu da S, Pado e o Gdratit AÌÍonri.
de 1583,pelo cootrario (p.44o44r), repete-sc a lista priÍdoÍdial, euEcntada t As dâtas são aocaccutos úeus-
todaüâ coú cioco obras não.drânaÌiças e a Urytiltlo (a E.fro.irra nío ãgtr! I Rroscr, p. zo9.r4:. Â p.4r, Carólogo dt los üòt ot aí rot dnca llte sc
Fclc), ItroltiõãÀ
- 89-
Atnadis, etregístado eÍrtre as oor"lt"]l e desta vez com iodi- Tidea de Fotcisco de las Natas r e as comedias de autor desconhecido
1. ",n"o"o
cação do oome do autor Pròibição que não foi rtântida, de resto, e entituladas Orfea, Cfustoüa, foseftza e Los etamoradas (ot Dos ma-
passou a ser substituida, como nos Âutos do r?z/ sò condicionalmente morados)2 assim como'a Raszrreccirfu dz Celeslinat. Se alguoas des-
condenados,por uma assazbenigna purificação !. apareceram 60 coropletamente como o ïabilea, outras sobreviveÍu e
Verdade é que oessemesúo ano de r 55g já sofreram condeaação tiveram reedições modernas '.
bastantêïcomedias de autores castêlhaoos. adnoestação de I53r
offi fniüfrcarao. E"l'e a; Egbgos de da Litcrrtüre cspâiola, e queô Portugal muito dcvc.-Vid. Ftosur.o or Ftoutt-
Juan del Encioa, o fundador do Teatro espaohol, foi pôibida, a de N\Do, M.nlrr&E ! Pclato c ot .studot ?orhBtuscr aín Rarìrta dê fft5bri6,Yll, t9t9
I São c!6cdias mediocrca de ihitadorcs dc Torrcs Naharro, imptcssas
PkXicl.ay Victoriono por qrusa do suicidio da ptotagonista, e da Zz'-
c- dc í5So,c pôibidas cm r5S9Erúscr, p. 2J3), tstt (ü., p. 35E)c 1563(r.438
gilia dzssanatorada ,nortd, coíí?oat? de haitzturio, Psalmo, Rcqaicm,
e 439), Foraú tcimprÊssâs modcÍraÍneote coo mais algumar, como a ,'idaiara'
Antifona, etc t. De Torres Naharro, o inteligente sucessor que viveu por Urban Crooao. ao rol. X do. Biòlüflor Madril.àos coE.o T.atro .tlatìol dcl
durante longos anos,e ero cootacto corn prelados ern Roma, onde En- sigh XVI, scgtndo o exemplâr unico conservado na preciosa Miscalenca dc
ciôa tambem estacionaÍa,todas as obras contidas la Propaladia, e ea RâÌidadc! z?3 da Biblioteca dc Muôich,descrita em r85: por F. \:ttolf no opúscu'
$pecial a Aquikna e a Tachtta r. A Tesorina de Jaime de Huete, a lo 3ob.e &? Slanisôhct Fmblzicui&s-rritl oorr. Todtêrra t. Ao ocaeo grupo
pate!r:. a Radiaat (de t 535)dê Ag. Ortiz, cditada por R. E. Housc (Salvá' t 3f7)'
por ter as 6csúas graelufts da Tastìirra c tlidrieta.
I Atto h.cho ,araaoatíanta lot Gil Vïcaníesoôrc ht du, olat t stt d4lczt 6.0- r ou.úto à3 farat (de c. r54o), citades !o lrd.r dc rítg' RtuscE P' t34' c
/2t d. Arna& de eatb con la lìinc.sa Oàarra, Lüa dct lct Litua ..-E/diqão ooyadeltc cm r58r (p, 358)c r5t3 (p. t34, .í3J e 436),vcja'sc G,rrrrrDo, !umc-
cvidcnteúentc avulsa.Talvcz a edição-priocipe. Mas já sãbeúo8, o lcitor c cu, ro 44E3,c CotAREro,Catdtogodc oôldt dr@n.itiêei nÔ rS,:r c 4t. T. Brage' uos
que a íormula n.aoaunantaàaéhaov aoodrntn . Ícito sc rcpctc êE Podugdl ,t capitulog do ?êatro /olttqlër qnc dedicott à,Infrancid b Sttíto OÍtcio P ?eaëo
iaÍrittt"" Pr4?rr 0ivm It, cap. V, isto é vol. II, p. I r5-r34, rclativo aos lzdiêcs de r'6a'
I A pròibifão !ão entrou oo.arU, dc AtrtÌrct'pia de r57o, mar siu oo hispa- r58r ê r59t; c Ìiero [V,c,p,nl,O Ind.r ctltrgdlorio de 1624,FÂE Ít5'.to)' Eis-
Àico dc 1583(RsuscE, p. al2). Dc ró24 em diaDtê passou âo E ltÍgdo"b c lt tura. brralbi ê cooirndc a3 obrâs vêÍdadcirâuÌeotc poÍtugucsas co|tt as @stê_
sc cooseÍvou até r 74?. Ih|!.!, itatiaDag e lâtiors, paodìrtildo ãssim sobÍc ai Íôcaúo a imprcúo dc
t Rroscr, p. 233 c q34. Desa Egloga, itterc)ssarltc debaixo dê vados pootos iúcosrs riqüczas.
dc vista, ocuparãd.se ultiÍnsmcnte Dr. Eúcln KotIB, Sab. Srarircte Dr6rô- t Rltgsca, p. 238, 35E e 49.-No Itde dc r58l cstão regbt das 4t Caktli-
ttrôi. EÈlog.r., \ol. 2j de Gcsclkchaft Jür Rorrrdnírêk Lü.ratgr (rgrr), c c. M. Dr ,.ot (tÃdas\ atti a dc Cdlttto a trlcüt,c co o a R.sn/rail^o or S.glnú Cottadla' atc'
VÀscolacsrr8, ì//fu/4J rotrt conta/6 a vilhdnciaot?aíins46ct a 4 lêty'airod. fudn IIa 6ais umã coÍdedia, chamada Ld Sar.tz, it\paeF3^ em Veneza cm t551, quc
del Exzixa !gt8), ncle sc proscrcvc (p- 358);c não oo de 1559,como asscvcla Cotrrrlo, oo 4{. -
. Rrüscr, p. 233 : Comdia llamadd J,|cJtt^t cosit atta . iulratd cor.,.na cltt-
Qraato a Pcrcgriao c Gcaclra (p. 338 e 365),que foi rêgistada coEo comêdia ltoÍ
tohÍattilíar (í tepcito d'ela vcja€ê S^Lvi, oo 1459,e MütúrDE Pa.^ro,.E úo CoÌrúrô (tr" 59, coo a data t543), é tadução dc uúa novela itâlieoâ dc Jacopo
lreliadnaT, p. l-XVÍ). -1b., Cont di4 llanafu Aguu-r,x,^,Ma lor Molonë dc Caviceo. Em r58r (p- 358), acÍcsertou-sc ainda à listã dâs coúcdi$ rcProvadas
Torra rlahoto (cfr. p. 3sE, a32 c 433). - Ib., 4a, Pro2aldta h.cL4 pr B. uúe Nota geral e r€sp€ito dc Cot adiat, t'dg.diat,Íoltar, anlot, orda cnlraú lot
d. 7. ,^Í. (cír. p. 36r).- O gratrdc valor do coojulto des obras reunidas sob o tíhr- fgr."4t lètto\t aôcksiatticet t ta /ctctznta alSstr tdôflutanto ou eto taafattt ttal
lo altiÂcioso de P/,irrtcia, dc PaAar (forúa dcrivãda do gtcgo rptntov llcilaôog), ol sê ralrznda êy',,dgr.cja dat lastoLt grcÍrrqA.ntêìo os tacrarrr.r.tos a ot tatn?trot,o.t
iraprcssascm Rorna cm a5r7, e quc sclt pcias tiÁhaÍn corrido até r5S9, lcyou taÍat hjat ia a dlg/ana old.rr o{ êstado altrooadoltola Igry'a. F)a é rcpctida cú
naturalmeDte a rcclaÉâçõca da partê cults da oâção, c eú t 583 à substitúção redacçãocÂstelhaoamais breve úo &y'rr de rSEg(p. a33).
do maodado dê DoÍte, por simples cxporgação (supressão dc ccrtas poesiag . Indiquei Âas quatro ootas prccedetrtes as priacipaes cdiçõe8 úodcÍnâs
satíricas cotrtre Rol!â ê do Coocilio de Galaücs) de quc âioda toroeÍci a Íalar dc Âutos proscÌitos pela loqúsição. - Claro quc tra outros, imlroÌtantcs pera
(p. 43: c a33).-Para a modcroa ÍeimpÍcasão dc Caiete ( r88o) cscreveu lÍcaéD- a Ilistoria do Teatro, quc, aêE scrdtr Írostos no Iab, sc tomaraE taÍtasiEos,
d.t y Pelayo o E ttdio ?/.lirflinar gtrè mèÃ.ioDei (r9oo), dc boa cÍitica e grandc ou sc perderam de todo pclo úotivo exposto logo cE rE52 lücidamctrtc por
clêgânciade exposição,como tudo quaato saiu da peoa do graÃdc histoÍjador F, \Yolf, e rcpetido pelo cdïtor d^ Ra!Ìianar .Es liêgt io dcÍ Natqt dcr Sachc
)o - - 9r -
Com relaçâo a Git Vicente seja dito que, apcsar da catástrofe de I os tqÍtos, DaÍa Ìoão Alvares, tipografo regio na Universidade de Coim'
Bruxelas, ele nâo perdeu as boas graças de D. Joâo III. Depois do lzla I bro, os rmpflmrr, oao se tmPoru
dt Lusitdnia deu ainda várias provas do seu taleqto, na Romagcmdos e-GÌfrOiãiabos hca.am n" Lusitznia; as matinas no Cleligo do Bà-
Agraoados, em que os clerigos palacianos sào ironizados com franca zz,ìiõõãxcessos de linguagem aduladora, to D. Duzrdos e to Atadìs;
alegria na 6gura engraçada de Frei Paço; nos llfísteios da Virgcm, a o Auo dos Fisícos tão foi riscado. Sòmente as tres comedias radical'
que o vulgo deu o título de Mofna Mmdzs; e ao último fruto sabo- t'
mente destruidas entre r53f e r55t não toroaram a reaparccer
roso, a Florcsla dos mganos, representada em honra do principezioho Causa dessa singular benignidade seria a Protecção que- a iofaota
D. Manuel,em 1536. D'Maria e a rainha D'Caterina dispensavami Paula Viceote, a Pre-
A data é significativa. dilecSo que o peffiãõ-õ-. SêEãíiao lnha pelas comediasc faÍsas
Quanto ao conselho, então dado pelo monanc:l ao seu poeta, que do-Mãã[iãììfu-r zor /aasÍos favoresque o rei D. João, falecido de ,ha
jáeÍn t53I se dissera aizinho da morte, d,e coleccÂoaare preparar para poucosãnos,e antesdele D:rãããtã?ffiË6'-Lïóïõihã"ià""iã"'
a impressãoas suasobras, bem pode ser influisse nele verdadeirasio- cedido ao poeta.
Patia, c o desejo de o poupar a ulterio.cs c€n$E:u! e admoestações O aparecimentodo btdtz kidentino, de Rorua 1564, úodificou
que forçosmeote devia prever quem, hesitando embora, preparando todavia o procedimeotodas McsasCensorias:o todos os Paisescato-
de longa data a eotrada do Santo O6cio, a erecção do Tribuoal da Fé, licos r. Ao elaboraro Indcr portugnèsaf3@f tei BartolomcuFe-
coÍrseguiraafinal raquilo para que tantos individuos por tanto lempo rrcira, que o acompanhouat" n gr* cr2ffiaas, tornado cm gera'
haviam lidador sem se iroportarem cortr as garaotias de segu!ìroçaque roaissevero,continuou todavia a ter consideraçõescoE o PoetaPor-
em I5OZ tinham sido outorgadasaté 1534 aos det€stadosjudeus. tuguês,protelando a purificaçãodas suasobras,embora a declarasse
Deixando incompleta a Co!ìlação das suasobras faleceuGil Vicente, necessária:fus oôrasdc Gíl Vicmtc qu adzm iantLs cr,t um corlo sc
_ - j_:- -_
antes de 9 de abril de r54o. -:---.;ï_ '-___
ha d.criscar o lnilogo G.g9=-gl!9lg! ggl_"_sed€duar
" '
guar o agrôoo
---'-
Nas mãos dos herdeiros, Paula e Luis, é que o caÉapacio graode, cóÀ oue oe ieis hâviau aplaudido essas obras) all qtra sc !/@.Jd ía
em que as reunira, 6cou durante viote anos, por ootivos que só pode. em'rjiáa ús sets Avtos gu tnr ttcctssida& ú muita cmsva e reforma-
mos adeviohar, até ambos solicitaresr e obterem eú 156I priyilégio t. tarobem
ção -No Iadtx hispaoo de 1583 (QuiÍoga)' acoopao.bado
por dez anos. Os deputados da Inquisição, encarreqados então de rever
=!--- 1.-
r Ouasto à fars. fooro"t a"6íÇ")it1quc o proprio cil Vicelte
dass solchc fúr das Volk gcschÍieb€íc uod voo deú Volk da.gcatcllc Stúcke e6rmÂ-tcÍ tido cntre -oios dedos 1en t! r!@pois ac I SrE) c Ptrecc dc*
von geriogcrcm Umfaog glcich den flicgcndeo Blãttcrtr durch VcÍbrâuch uod tioava ao coúde dc Vimioso (ed, IlaEbuÍgo, ttr, p. 38t-3t3), igoora'sê cú abso-
Nichtbcachtungdem Vcrdêrbcí prcisgcgcbcn sich in our schr geringcr Alzahl luto, se  terúinou, ou que foi fcito dcla. - Vid. Git lrtcêr.tê, tíooado"' P. W'92
erhaltcn hrb€n.r TambêÍn dc vâdas dessÂsha cdições Ínodemas. À 6ais valiosr e j r 7, - Com Íclsção a Gooçalo Ayora. sêir lcobrado apênâs que l{crculaoo o
colccçãoé a do afsmado Manuscrito grÂndc da Bibliotcca Nacionat de )íadrid mcüciooou n t:arút. 1tí. (vol Ì, P. .93 d. cd. dc rE64), loueaodo-sc ctn Lrorlr-
(M. 2?3), coohccido corno Aídi.ê da bs antot oiajot, co6 96 Áttrot, Faatat t CoL- ra Eitt. hq.,I, p. 3qgc sq.
gtiot dzt iglo XVt, pttblicada po. Léo Roüanet cú r 90 r. Citârei aioda c!úo pr.- t Do oe3mo ôúo dc 1564(scgundo Brro Arexgà rit . ,,,,., YoL X' p. 38E),
ticularocntê intclcasantc parà osquesc ocupam de Gil Viceatc, e o3 !úatr3 úc- datada dc outubÍo, é outt"â listâ poúugucaa. ÍúâÂdadâ fazêr p€lo CaÍdaal-loírnte
norcs dâ soa cacole, a Farço d manzía & t"agzdr'a (dc r 5J?) reiúprcasa por Hugo coo as r?4rar á Rol gcral gnc ociob &*to Cot rü. - Rcusch igooÍr e cÍi!_
Rco[crt (r9r f ); assit|r coúo Feta llat tda &laúantina, cltia poblicâção dcvc- tclciã dca9€ iEpÍcsso dc 156+ E eü úo o tivc I oão. Por ioforEtçõc!' qüc
nros â Â. Morcf.Fatio (tgoo)',^ Farta Ardat rid, na cd. Roüanêt ( rgoo\i c a 6rra- Parcccltr cxâcta!, sci quc o quc oclc sc pròibc dc trovo é a Abilo (P2 algÚ6
dio d to lrartoril ?dra la zoche^& :Yooidad, tirada de um maouscrito da Bibliotcca a ta.&a, tú litançd & ltarrr lba" o caft.go dor lhftt) co Taro{lo dqr Avlot èt/e'
Naciooal por Wickcrsha6 Crarvford (r9rr), prcciosa por uda scrig dê nota! ,roer, colccç:o quê oão sci idcntiôcaf.
rchtivq! aq Bo4o coúo el4 fai rêprcscqtade nr lgrêjâ" I RÌvlcr, p. 3ór,
das Regras, .epete-seapenas,com relação a Portugal e seu Gil Vicen-
te, o que se ordenara em I559, só com os pequenilros acrescentosa que da cortarôro diversos autos. O iotJ.".oao encontÍa a lista no grosso
r' mas tambem rt,
me referi. htder atrctorunt darn tataa ,,t€rnoriqt (P. 625'626)
2. AcomPanhaodo o Processo
Em 1585 o trabalho de expurgação, preaoonciado, estave pronto. ,tuQt r:ra obra'. de Braamcamp-Freirc
O Prologo de Luis Vicente a D. Sebastião; a Cartd-dedicatoria qo até 1747, esse benemérito expõe inaluente num resumo geral' como
próprio Git a D. João lÍI:. a Carta, ao mesmo, e respeito do terremoto enke os quarenta e quatro dramas (coatando os perdidos) qaatorze
de I53I, esse belíssimo e audacíssimoAuto do Mestre, em defesados foram achados indigoos de aprovação, e alêm deles varias obras
judeus de Santarem; o Sermão que o leigo pregara em Abrantes, e rqiudas3
mais outros tres Autos foram suprimidos em globo; e dentro dos apro-
vados em tese as supressõese alterações de trechos são in6nitas r:
e iofinitas tambem as substituições de vocabulc !. É o que roe iopoÍtava estabelecer. Porque ú assim posso funda-
Salvo erro, não existe dramaturgo quinhentista qrle seú &r auato/ daÍnente repetir o que já deixei dito em r9t2. Ni" i*gi-
" "t$"t.'.
dan natt s, irritasse mais ou taoto como Gil Viceate os quali6cadores de extrac€o popular, feito aulico,
"oltg5!9giggg99&gl$lglgç"
com as suirs invectivas e liberdades e graças cómicasl oa côrte de D. João Itr e D" Caterina, oqde dois dos iafaltes eram
Os de 1624, capitaoeadospelo inquisidor-mor D. Feroão Martins prelados, o próprio rei teria gostado de ser ioquisidor e o cardeal'
Mascarenhas, e seu lugar.teneote, o P, Baltasar Alvares r, que já ca- infatrte D. Henrique chegou a sêJo ainda em vida do poeta. Nunca o
r.
racterizei como puriÊcador dos puriÍicadores, ainda acharam, depois arvorei em (Drecursor de Erasmor Mas continuo a descobrir nele'
da barrela de 1585, numerosasmanchas na Íoupagem do poeta e ain- alêm do seu gÍande talento de escritor, tendêocìãs-Eï
às do humanfstade Rotterdaql, q"e nos deüï É/ogra lournra e
,1.@^lJ'ì.L*o" d. algons dos aspectosda luta de ideias que origi-
I O cstudioso pode vcr hoje com facilidadc os rêsult dos
da ccnlura cxer_ nou a Reforma, e conduziu à Cootra-reforma da Inquisição, do Jesuitis'
cida pclâ Inquisição a respcito de Gil Vicente, eÂtrê r58r c 1596,sêrBo tra-
bâlho fãtigâotc e dcmorãdo qìrc cu tive eÍÌr Lisboã, oo porto e elô Gocttiogen, mo e do Concilìo tridentino.
far€ndo âos bocados a colacionação da priDcir. c da scgunda edição das OÈar- Sem alvo dogmático, sem teodeocia ou intenção heterodoxa sobre-
Basta-lhc abrir o Gil Victrla, trooaèor, ê pcÍcoaret coE ateoção as
çngioas 3o5 túdo, o poeta estava cooveocido, como tantos outros bons pensadores'
a 355. O serviço que o cxcclcotc e gcneroso trabalhãdoÍ prcstou a toaos os tris- oão só do Centro e Norte da Europa, oas tambem das duas Peniosu-
paooÂlos é realmcotc grâode; iflaprccirvet para quem oorDo eu treta dÀ cdicão
las bespericas, da necessidade de uma reforma das almas e das menta-
cÍitica dê obras vicenüoas.
r Dou trcs exeíÌ,ptos,ò.tL.ap! orï**::*Fl.jgl/.. lidades; taoto em fé como em costumes, e tanto dos leigos como do
f.:.?1 ,.")
rci, corn relílção a gênrrirs.õããããìãos os las tossem úr ilor,c ldgaa todos I dero todo: cabeçae sle.obros. Reforma dentro da Igreja.
oslr$l&r.têtl Creio que já o dissê no têsto. J Por isso podemos chamá-lo crasmista, coÍu o mesmo direito com
t Baltdsdl Aloaft. (Akêt nas obras dc T. Bràga, quc
lhe atribuc os rigo- que o autor dos Het"rod0ms esÍdãoles, ortodoxíssimo católico, como é
Íca meticulosos desse htdar, p. c*., oo vol. ll, p. 186, r8E y:o9) assioa um
brevc EpiÌogo, como encarregadoda Inquisição e membro da S..Í._Eis cssc
Tattirrôniurn dt hac ,tooa c fda editio* Catalog: Balta.ta, Aloaree t Societuz r O coepacto voluBc coostâ dc ro{7 paginas i!.folio Paqueúo.
7a1t, Doctor flt ologr, gcnaralis?a 7a, Ltsitania"t Ingtiritìorrt I Brr.rlc rn p, J5r.3S4.
Carrsor,ãà Irrdi-
can hrlt t confraiarrdi,a.8 Ì.liqno Ccrrtont r Colhsio cr.fa &irarrdara qt, aó ftfut_ ! A rcspcito dc Gil Viccatc ê sêus succssorcr oão ha oedâ noao no It dar
tritrião Dozu'rtocldÍisri,nof.. d. Gar,a/ali fngr.iitor.c D. ,F.nt. ilíattias Marca- dc | 592 (d€satcodido por Reusú, como o de r 5ó4).
fcgndt, JídamÍdôio .ditioncn Lôiê (lractaí sultc,iora .t lar.ca l@io/. a/rdt6) ctn | Â vida dc Gil viccotc csteddc-se dc c, r4ó5 âté dcpois de !53ó' ê a dc
fllo auttogrdpho (sìc) nantltcrilto dplt i,,r. aonotnilç. - Otlssilorr., aarro Ió21. _ Erasoo dc 1467a r53ó. EraD polbnto coetancos. Mas o ptccocc, cruditigsimo
Bdltaro/ .:Iloarèt- c argütissiúo huúanista de Rotterdam ja goteve dê fadra cüÍoPcia quaado o
pocta coDico ai[dr ôão hevi. Ícvêlado os scug talcntos.
-94-
r?
.. rsU sabido, deu essetítulo, p. ex., a Torres Naharro, poeta cómico-dramâ-
V\-;.ï tico como Gil Vicente r, culto, moralizador, e austero; e dedicou na
--. obra indicada, primeiro dois capítulos inteiros aos rErasmistasespa-
- 441-
l4lç' ohoes,, separando-osdos que chegaram a ser protestantese luteranos; A CENSURA E AS FOLHAS-VOLANTES
INOUISITORI.AL
- e depois, outro capítulo ao aErasmismo em Portuga.l', cujas 6guras
principaes, perseguidas,são Gil Vicente e Damião de Goes r.

Da Iigura realmente grande, extraordioaria, do iniciador Piìttso aos


t Convido o historiadot dl Igr.ja ëm Pêrtr.gal e todos quatrto8 duyidaú da que, infe.lizmente,foram meros
sucessores.Do mestre, aos discipulos
justiçr cotn que chamo erasErista a Gil ViceÍtc, a relêrcm o Ettìtdio 1rr-disirrar ,..--ã*-€+ÈÉ+.._.:r*+Ê

iÍnitadores,longe de sereo verdadeiroscontiouadores que, melhoÍao- St4.,Jè4:Ú,,


dc Petayo c a Pr'olel4dìa dc Torres Neherro; ôas sobretudo os capitulG dos
Hataìodoros drlaàoht, relativos aos Erasrnittar atlat lto6 e o .Erasaìsmo cs Por- aïãffiitiv" tecnica rudiÍqentar, separando e acrisolaodo os elemen- 'ü
,rgaL O poeta catÍcmcnho, mais hoocm dê teatro, mas úeoos pocta qüc Gil tos heterogeoeosque nos autos de Gil Vicente estavaro úuita rez Ç.ì1r*n[
Viccotc, peÉooa güta na côrtc dc Leão X, de qucÍ! têve privilcgio, Eostrou-lc misturados. os desenvolvessem em linba ascendente. Imobilizaràm
tão crarúista que foi posto !o ãy'rr, coEo o lêitoÍ viu- Chcio dc rcpügúhcia as formas, cultivando apmas ucra das mais sinRelasj-g-@-,qg k
coDtra as dcsordcns c escâúdalos quc presêaciara eo Roma, nas casas dê prc- qç.ga$a r. .^Jdr,.ì! 'r'
lado3 c !a curiã, mas sobletudo coútra a siEoôia e o tra6co dc pcrdõeq iotcr-
coìtuoes ouo ú acto, sem divisão scenica,em ÍIge .P":ougo
calou Íeg suas obras n"rrrrr.rntcs c,,et rritãtot,ÌÃo tttdazês como os dc Gil Viccote. Rffiãnãïãsagern tao-ïarãã'-as iingt àgettJ dive"sas dos perso- o,, ì'Á- *
Sobrctudo o câpftulo lll, aeua cosa .t Rornaì, êstá cbeio dêles, a poEto trl quc oageosdnoaticos úcenúnos, ao falar comesinhodo vulgo 8,gig!- , ,; co'-l,
ura sabio alcarão dissc a caEê rêpêito o quc Aleaadro dí!€.úa do Wilet da do abundaÍttementecorr a eraca plebela, oE chistgs grosseiros.as cha'{Ìnq. Ìro,.rq
arnor: Eitttê Lúhar di t gctcificò.n, io aoãldr ,nan sialt ,óc/t, doÍ1ióar,útlnd.rn: q.ç.".gca"tes, numa palabra o ndespejo de üogua' que caracteÍiza a o, \o r.",
.Sc Luthero fosse autor dcssas frâsês, trioguco o estraohaÍia'.
c-nversa pitoresca daqueles populares poÍtugueses que tem o doo ou, f?,1..5),", n
Eis algutrs trcúos i
púrarto.io dê boód.d,
ioli.õo d. *id.d.
condão do verbo. Os Eetros tambeD varieqados=*.-*- *":*':-taoto
do dramatuÍRo,
- wü" i'
qrg
D.nib d. htúri. quaoto o estado das literaturas penigglar-9s--g admitia--lntes & uhü.1, ô.1 ,,."1
--:* __ -'-:ì t_'i
Espaoha e a ida de Sá de Miranda a Italia 3, resumi-o
I
deïavagiero;
--_-=- t,,r*
do q!4. rir. íú !.tr o fu^
p.rd q!. ü^c. ü.rto.
-, J']
pu.. lo. p.c.rlo. úoltrlè i**" r*ba divisãodc scerraseÍr acnhumrute pÍioitivo. !'Às, S;hc
.ô! téido 9úi.ci9tl6 quatrtoà ,rolr4 sim. Eú Gil viccatc t"ar"", ai"""' , *úf , f^
obú d. 6l&.ico.di]
útas partesda Iaã Pcràra; ttes sccdasna Rxôcna; TlisrrJfodo Vzriìo ar,ni' a nfl
"fe," duasío"ii&n6'-É;ì
lqra &od o rrú i..dí! . ú ftucìnô,ctc- rÌÉek.rc
d. oqóu lôt . pobL.lo; I Gif Vi..hfe
to! l{ loÈt d. jEaô
do3 Dortuguesesdc rroo: o gttg'
'ry!!!b
ór.a,..r p6 r cúa.i!, rrrsúijíIt; ambes as catcgonat do c3Patttoli cc vc, cú quatrdo um lbüoo dê rtarr-
dtq !o. ú @õ.ilo. o 4úqlurJS!-pgê:*
no e fraÀcès mascayado; o p3!geggg!-Jg9Ã-êLÊuiú;
l.té d. Dla t l .rúú., ne5; c a 6iudc intcrcaleva tros s€us Auto3 tÍ:g!gú&l4liEt-
qr. r€ p.t ! Doréció. t- Utilizâva todos os dctros da cscolã veúa: o longo, dc dozc silabâ!, úa-
. Èil o..to. d. i!d'll!!!ci&
Dado de arte Eaior, cm oitavãs siEples (abbacddc).A mesúa oitan rcPsrtidl
b.íÀ. qú @ RoD., . at Ê, ct! duas merrdcs interroopidas por uú pé quebrado' segündo o sistcoa Íelir
úo q!àh e.l por hrat
ble qe vdgr .Á êféro.
dc TorÍcaNaharro;
o ryIg-çg*g-g:: ?ià{-d".Igg Va-í:qiiãffiãitï
maõíãËãõi cm todas ag suas variacõcli e nos iDtcrEezzos liÍicos cânttdos ê
. Ectcrodoros, vol.Il, libro IV, cap. IL-A Gil Vicetrte, coloca-o los P.cludios daosados, uma iDÂoidade dc forúes arcâicâs da pÌimeila cpoca da litcr"atura oa'
do Eras6irdo (o que não cquivalc a farcr dcle .u6 prcclrrsor de Erasoo,), crotr.al,A lôctba da Cil ,.àrrt podia scÍ â!€unto pari utla tcac dc doutoaaEaúto
os Sec€o dc Fúologia rooaoica dê uÍna das très UoiveÍlidadca Portugucsas,
-9 6 - - 91 -

.tuà'.g,noram-n'os tambem num só: a redondilha maior ou menor, de sete o1r De ensaiosespeciaes,aÍtisticos, como a iotrodu$o ao Auto da na
tural inumçãa, esctitacom admiravel e simpaticacompreeo€o da atÍna
"ig9g-"ü!g-"s'.-9gqdrcf 9*-s$?r9:@
á\, ç i.€ ) t!rdr_gg!gh*.S_d"glgg", metro belo e verdadeiramente naciooal, mas e musa vulgar, ou coÍno a de Alberto Pimeoiel ou Esteves Pereira,
monótooo, e contrapÍoduzeote quando aplicado a todos os estilos e levarão algo do perfume agreste de alfazema e macela de áridas char-
estadosde alma, necas soalheiras, graças à babilidade da exposição, mas não ideias subs-
Desse modo foram aíundando o auto oa iosigni6cancia,e no ano- taqciâesque proviessendos textos publicados.
nimado da literaíta uulgar. Fidelino de Figueiredo empreg? o termo A rica seoetrteira do Mestre oão produziu senão frutos de frac<r
ri eu prefiro chrmâ-lz literatura dz cordcl, baseando-me no sabor.
lolular
seu feitio nada artístico, nada belestrístico, e no facto de diversosautos Valor ético e estético,sopÍos de arte, que a escolhade um assunto
dos sucessoresdo cego da lladeira, do mulato de Evora, do anonimo elevado exhala, profundeza de pensamento,verdadeira religiosidade,
do Dia do juiao, etc., fazerem parte ainda hoje das üorerias do Pwo, quer inçnua e inata, quer adquirida à força de reflexão e exlxriencias
constituidas por folhas-volantes,sem capa, nem mesmo cosidas, que dolorosas, fantasia creadora, poesia que, brotando da altoa, prende
colportadoresde rnateriaimpressa eKpõemsobre cordelinhos oasesqui- almas, lirismo itgenito, veemencia dramatica, graciosa vivacidade no
nas de praças, por onde passao vulgo; e de vez em quaodo são insce- dizer ionde a ha nas obras de Sebastião Pires, João de Escovar, Anto-
nados em teatÍiobos improvisados de aldeia por gente do povo !. oio de Lisboaì Qual delas faz chorarì E mesmo qual delas provoca um
Quem alguma vez se ocupou da escola de Gil Vicente, estudando riso franco e benefico, logo que não possa ser inertinguivel como o
a Histoia dt Teatt'l lorhaguês de T. Braga, quer na redac$o meritoria dos deuses felües de Homerol Qual é entre os autos de devo$o o
de r87o, quer na refeita de Ì898 (refeita quanto à date.ia ooticiosa, que se possir comparar ao Auto da almz, tão cheio de coooção, apesar
não quanto ao espirito) creio sairá da leitura do volume segundo com da complicação e das hesitações da fraseologia! A Historia dz Det Eì
uma impressãodesoladora,embora lealÍnente se esforçassea interessar- A trilogia das Barcasì Onde está a Farsa de folgar que igtale a hu't
se peÌas minucias bibliograficas, etnograficas,folkloricas, paremiologi- Pereira em ds comicaì orrd,euma prosa viril como a da Cartt sobre os
cas que o ilustram, e tambern pela guerra constante feita à Inquisi€o judeus de Santarem?Quero soube imitar a retorica excessivasim, mas
e aos sectaÍios de Loyola. etev'ada, e o cava.lheirismo do rooattico D. Daardosì Quem entôa
hinos à Natureza, como os de Gil Vicette no Tiunfo do btoernoì Quem
foi.capazde encantar os palacianoscom musicas da sua pr6pria lavraì
I Leialo. Eistoria d4 Litardturt chksica (p. r o5- r08) a3 pagiíâs múto con-
^a Nem mesmo souberam escoiheÍ etrtre as que o povo cantava naquele
cisâs c scnsatâs quc o autor dedicou à tsr ld d. Gil Yic.tla.
t Vi tel cxposição aqui ro Porlo, na esquioa da Uoiversidadc, quc olta par tempo do rei felicíssimo quando em Portugal havia
o dcrcado do Anjo, c assisti a uma inscenaçãodo Ár.to & 'hnlo Antot io, nupo'to-
âção de Corvo (Arcozelo).- Na LivÍalia do PoÍo, tamtlcm dcstâ cidâdc (atrtiga- em cadacasapaDdeiÍo,
úcÀte dc Cluz-Couünho, agora Lcllo & Irmão)' rcimprimco-se cotrstadteúcd- c gaita eô cadapa.lheirol
lc,, p. ex., o Atto da '&nto Ákiao, ôc fultasar Diazi o Atto da Sattta Bórõard, óè a @Ìl^ Fotlz tn ta'reilo,
Afonso Alvarc? (trÀnsíoroado de ha ntuito p€la ignorancia c dcscuido dos im- cãdaaldci., dezfolias
prcssorcs co Alfonso Rodrigues); o llro da Paitaô, de Frâncisco Vâz dc Gui- cadaca8a,atabâquciro?
E,arãesi o Dia fu Vdsr, ctc. EÀtre os textos pÍofaDos, o ]|1dryt ét da i{dntaa, a
Enpaatri. Porcita, etc, De passagcÉ seja dito quc os prihciÌos opusculos vul- Nos tres a quatro deceoios em que o reino e as suas possessõesultra-
gaÍes, oão.dramaticos, que deram oa vista dos quali6cadorcs das lcituras. foram Earinas começâvan a decair rapidamente, os fazedores de autos não
a.Dontalõ ?.odor (1624) ê Roòêrto o Diaóo l5ar). Teapo scria de se rcfoúar
aÍrancavaÍn aos seus instrumeÍltos sons de iovialidade veranil. Sons
coE titro cgsa bibliotec aÍÌreda, pÊra poder íivalizar coru as scicnti6cas quc sc
oÍcrccee ao povo. Ìaourieatos, carregados de fadiga, isso sim. ó próprio Gil Vicentlií
7
L9tr

meçavaà queixâr-s"0"""" ; orque soaa ,r,e!0d;o-td!c dl ttaterir imflessã, quer espalhasseoca_rtilhas e oraçôel {l91toma11e-s,
l1ca o coração.Altos -';:: cjglsljfI9q.!99ljg!9gas, quer altos novaúente Íeitos. Em teoria
dc catilo úui eloqüentc, pereceque sim, uma vez que sem aprovação dos qualificadores,nen-
de mui nova! iüveÍçõeq buoa obra havia de alcançar a luz da publicidade. Mas na praxe, co-
só ele os produzira. Os outros viviam, cooo muito beru dissc o Soro- modista, conforoe ensina o proverbio rl{tzirna r,ão cua,tlroztor, parcce
pita perto de 1590, das varredurag do Mestre; repeüam, amortecidas, que as deirevam correr üvreroenüe, corn indiferença ou desprezo r. A
as toadas dele. Por isso não entusiasmavam, não inspirava.oninguem, coshrúeira dos prioeiros tres a quatro deceuios do seculo, em que
como o criador da Barca do Infemo havia sugerido as Cortcs de Ia havia autos (privilegiados por D. Manuel), qras aioda não havia censura
Mnerte, z Tragicotnedia alegorica dcl Iniíznto y del Paraiso, o Viaje dzl o6cial, apenas provisões especiaesem casos extraordinarios como o do
alma de Lope deVegal a Historia dz De*s, a Vìctoria Christi deBatto- Jubílm d.canor, cootinuou provaveloente iÍralterada âté I 5go. Só cer-
lomeu Paltu; a Conedia do vüao, o primeiro acto da ,?zdzza de Agor tos autores solicitaran e obtiveraa ltivibgio raal, quc com rcatrição
tinho Ortiz r. Ninguem os reimpriÍtriu ou Íepresentou lá fora. Ninguem os obrigava a proqurar o o;rto, aotes de 1539, de um determinado
os traduziu para câstelhaoo,francês, inglês, alemão. Nioguem os toroa teólogo; depois dessa data, do censor oôcial.
a let depois de os haver explorado uma vez. E eo vida deles, ninguem 84,.".:Di*, já sabemos,obteveeÍo r 532, dgèlgg9.-tr1,-eúi-
"
tomou a serio as suas ideias, e píeocupou-se com elas, como Aleandro, l"E9_lg=j9g1l,re publican e outns que tenciooavairoprioir. E
pero Êor oo tespecüvoalva_ra
ncavaobngado a apresentaras quc-.--
o cardeal-infante, Bartolomeu FerreirÀ com as de Gil Vicente, cujo in- Íos_
fluxo receavam. sem de devoçãoao examede MestrePedro Matgalho,saelcfaer alga-
Mas deixemos o confronto enke o Mestre e os discípulos para o
6o. Veiamoe primeiro qual foi o procediúeato da censura inouisito-
\<----l----:- Ínuito sa+jta!_c.9flg 99_P"S9t?! sê_plggqdjao_I-
' { S!p9.!99,1"__---"ogirã3 ,
4al paracomos fazedoresdejg!9"r.d3.gg::5|e.154g
,!$.!Lapg1ar_!g o*9'ì634.*;-lr: q9-lvji. r .p-reïF1.i8;"ú"..
ele tem.rea.lmente
jf_gglpgldgjggedgggiÈllggjpitadadoteat:c.nacio- -i-qêi.s.1ii'!1"$Ji"e:
erÁóa Dão coúbcCo livro que setigftca: Dc6 acsmo a Dcdtttcilo croaolo?icd ê atta-
nal; se destruiu enormes valores, o que a raça tinha produzido de oe- /r'tÈ*
lFlc sc o repertorio de rnil e quinhentos era imenso, e o dra.oa, o ç- tra6-!c, co or6c já dci:aci dito, to Dlcc. Biôl de lxwrcro or Swr c Brrro
Arr.E (vol UL u19 c )Ç 3E5 sq.)i Do C^totogo, de Nrrorucrro (ao t8z-86ó);
nero caracteíistico da literâtura portuguesa, como T, Braga úrma coo Sousr, Vrúrlo, -F/d Bd,rtolonar. Fertcira (?. r-5), Coú rd.ção sòllcote ao
veemenciae repetidas vezes. Plauto portugüês êô Br^rxcr!? Fturrr, p. 303-355; c. M. Dr Vlsco||clrlos, ì/o-
Pelo que 6ca dito, o leitor sabe a minha opiniâo, Mas preciso docu- tet Vkdr{er,I" I 16-16 e aBotâçõcr rcapcctiva!. Quadto  Espetha, MDaúrDs,
mentáìa- I PÊrlot H.tcroúrot ês?aâokt, voLll, p.6r&67ó (êpílogo), e AJhtdto pt.lìnÈ
trua, p. rvsf-!.x c cx:vn; Crt Dor, Eittoria da la LiL/a*tla cettêlldia,IJ'
p, r8a (& l3a), - No livto dc Rcusch c.tão rêpÍoduridos, cntrc Euito! outros,
o Inda dt Rona Q559),o hibrríú (tS6a), ttes hispaoicos(Í554, r559, t-r83),c
Ioporta saberoos se asfolhas-volanteir!q*iq!.q:, F:g.Ca;3g_ei!O o portuguà dc r S8r. - O Eüoolrio Hunti.ogto!, fuÀdedor d. Êlt anic Soci.t .
ou dç-zr€is, ou pouco úais, estavad sujeitasà ceosura,cooo a r€stante poblicoü fâc!i6il.do! os dc Valdés r55r, Valledoüd r55r c Tolcdo rS59.Vide
Catalog,a oÍ lttttafiort, oo r 7, r 9to.-Oa quc dc frltarro, 3ão or poÍtugüclca
dc r5ó4 c 1592.Pcaio.lEcdtc aó possuo o dc rór4, de iDportancia capccial para
I O TrisnÍo do Ito.lno foi rcpresentado co Abrit dc r 529 p. r9z). a,Evola dc Gil ,tÈ.r.r.. - O tÍ.zbalho dc quc todos carcccoor, é uo g$Cqgjq_
@urcur,
I R E' Hougc, quê publicoo casa codcdie cm rgro (Chiczgo), dir têrtual- lqge crposiÉo ê orieateção tãtrto lobae â! idcias c doutrinas, foroúas, locu-
Ecotc, comparando ccato tr€cbo dos lamcotos dos Vìuvoa: .While thcÍc is but çocs' paltvras que aj-:___-r__
lgrcia co[sidcrâvr. Ào scculo xvt. susocito3s!cúãboântcs.
üttlê verbal similarity betwcc! thc trro pa3sdgcstheir citlcme likcocs! iú othcr +-- -r--.-- dc nomes de iutorca e titulos de obraa.ê6
crorD ulll! attrb€ticaa ouc as fordas
rcspccts makc8 it sccD iDprobrblc that thcy aÍc of iodcpc[dcút origiÀ.' ctn-iÉr--cstëjio distinguidas dâ9 rcatauradar, c a! latiÂizadas da! vcroecrús.
- too - ot -

mds 1bras qt,c toqaernerncorrsd.le ,,ossa sarctz fër. Das profanas todavia de que Frei Bartolomeu Ferreira trasladaraem I58I as Ãrjzal do Con-
nada se diz. Não estaria portanto obrigado a submetê-las à critica. E cilio trideotioo r, como igualmente em pliegos sueltoscastelhanos,
no principio não o fez, apaíentemeote. Por isso mesmo acohteceulhe Até em foroa [oais explicita, com iouteis repetiçôes,como no se-
que uos versos que 6zera (em castelhanoì)- uma glosa a um rorDance guinte caso em gue Sto.Eloy e ro de Tnho ocorrem duas vezes,e por
muito famoso, de assuoto tragicameote novelesco (o do CondeAl.arcos, duas pessoasdiversasse perÍnite a impressãol.
tratãdo em drama por Lope de Vega, Guilleo de Castro e Mira de
llescua) desagradassequer ao caÍdeal-infante e seu lugar teneote, Frei Slo. Elôt d ro dz 7ulho.
pode.seimpriÍBir. - Fr. FrancoGuerrciro.
Jeronimo de Azambuja, quer aos inquisidores do país vizinho. O caso pode-seidprimir. - Lisboacrn Sto.Eloi,
é que foi pròibido. E desapareceu2.
a ro.deJulhode 1619.- Vicenteda Resurleição,.
Como oão se conservâssenenhum dos autos de devocãodesseBal-
_-:-=-".----i-.--.-.-i._ * f t
Lasar em lmDressao Clo securo xvr. a não ser o nosso exeoolar de Ma- Não ha que duvidar - desenvolvendo-sevâgarosamente,como tudo ïl*' i
í':'9'dó-"Ã:',to-ãó-fï;cü,'e;;o,-ú""io"òpói"àJ!ú"ãrïiiiãà,-"iã'i,r quanto se refereà loquisição em Portugat-, os requerimeqlos d9 licgl
" i.,ï:
esse veúa .marcadg p9Ín I ç[aqqqll-.9c??Jir_tllilqìa.Ieq-!L$as'-sí9-.f.9Í!'-. ça, rarissimos no decenio quarto, raros no ouinto e sento.foram multi- "ì'u'"f- "* '
tTjq;*9q_9Ss.iÍr-eeiç-ider9s,,Fco_T9_.cono-:aut9s,_ggit9.pl-otaq-o-:-Ìgjo_ plicando-sede 1564 eú diútè, e sgQretudog9l9,r-s"qg.:l;8-r. E na Mesa - v '^
Chiado se dê o mesmo caso (quanto aos exeoplares que existem entre bensoria havi# a" ì"t riÍta-ããã!1ìëiáera e o falar À
"oí'à"r.fàaoì "v-,ú.'
oïR;;;ì aà BìbÍiôteèi Nâèional de Lisboa, anteÍioÍes a r 56o) eÍL€ed. solto com alreÍregos e orações livianas, que os distioguia, aas sobre. ;11't
"Ár.'
mos mais adeartados níul nossasiovesügações.\g19i iiggJgfs!," tudo os erros contra as -Ra3'rasrelativas a pessoas eclëiasticas, figuras
.ãtiõìiõõãìã-iicõçt"êõïeììãgHa dezoito eilre os oossos autos, biblicas, actos sac.amettaes,assim como as gÌaças e zombarias sobÍe
es{-9_&Ãl!2/ae4_alAr3gd-!oú':4?t,!2!!sso coisas sagradas.J. fi""" dtr qr" * pri-. Êgrfrg1gÍnjt _
Po" e*t""sr. q - obras de Gil Vic€qte, em 1585, amplamente, Eas ainda qão tâ'o inci-
"lar"
sitorial cabia no esoaco restricto das folhas-volantes.Reduzido a pou- sivamente que não lhe etrcontrassemdefeitos em 1624. No grosso E-
- -,.v - ,\'$k
,.
cas linhas, ou à mera formula Jas &es palavras que acabo de citar, lurgatoio acabado oesse aoo, e que traz RegTas acrescentadas às do ,16'i -
cabia, e coube vezes sem conto, taoto em iÍtrpressões portuguesas, des. Catalogo tniaersal de Roma, mas orja prcpara$o levare seguraaente
bastante tempo, e só desse, assioado pelo jesuita da Cohgio dts Cm-
^ P*"6
soresPadre Baltasar Alvares, como Prarsas, é qluea Ècola dz Gil Vicm-
Dr"t *Dr5. Docú4rto" loro , Pi"to.to do
' t sai castigada de modo tal que não semelha demasiado íalar de satha.
Ior YVI9LY4.!dJJ".gÁ.-
ì-Ípròibição a quc aludo, lealizou-se em 1559.Vid- Rrúscr, p. 234: Glotd São os autores principaes da Escola Viceotina (com excepção da ô- t^ t,' n,
,.uaatt.ttta hêclt4?or. B4ltatd/ Di43 corz.l roríanc. qtc di&z : Rctlatdzattó Ia fn-
Jfanla.Nã,ofoi repctida nêm eE r58l trclr eo 1583,mas sio eo 4y no In&t d,e I Abúmos o Catdl^go do Condc Ãè.Sâbugosapara eacúplilcar, e cncontra-
Romai gto.untq& idia'al, (!), E renovada eú t624 (p- 9E).- Quc eu saib4 não remos a p, ro5 quetro autos iopÍessos êott tiaançad\ttaote o periodo iDdicadoI
subsisteexemplaÍ algum do folheto quc, quaodo úüito, seria de dezaseispagi- Santa Bórõdrd, ÍSgr; &nto Anlor,io, tí98i Santiago, rígEi &rrtd Cútafina, r5g2.
tras,coúquanto o terto glosado,sc eÉ coEo julgo o de Pedro de Riaio: ?z- Nã cdição de 1560ü E aÍrotina, h^ n forhula 6úal a ciplicãção scguinte: Cort
tratda êstd la InÍantõ - òün atí coao tolia, seja exterso (de 234 velsos lorgos,
ir,ioil.gio Rêa.lgzc n nbÍe lètroz a lorso irsl"i,íir, flart oèniLr, tat trdtêr d,trtld
glosadosêE outlas tantaEdcciúâs). Vid. DoEís, Romaaêefo,no 365; GÁrurDo,
?artë ittlr.ssa, soõ Ícnet contardar na Prioilcgio.
3603.- Muito popuìar em Portugal, esse roEâÍrce velbo loi citado por Prestes 2 No Cctrilogo dc^ì Salvá teoos plicgos sueltos Co, licarrcidi p. e:a., eÍ! nume.
Ão D.t.mòafgddor (p.23o), por Fcrreira dc Vascoícellos na Atrilo (f. ,j6), etc.- ro 2 (r59o);no ?6 (1603); Â.7r (1607);oo 95 (160ó);ôo r13; nô tr5, ctc.
Na Ercola d. Gil Wcezte,T. Braga oroitiu a Glasa na Bütriogrdfú, por Erelo des- N P. ex., no Auto tu
laízo de Íó23. - No A.tto de irtolalidad., impresso por
cuido, visto que a citara ío Roríanc.ìro (III, p. 966) e ta6beú ro Paoo lor- .A,ntonio Alvares, ha no f,:ú.Lat s Dco, - Vítto ?.lo D. Torgc Caòral, - Vbta a
tugt it. €or.Jfc/trôid ?oda cot"rcr. - 4rt Litòod, Gar2ar Tci*eíra, - Ftançisco B4/ìclo,
6gura excelsa.de Lri" d" c".;;; d.-"0" o" antigos como gal-
tysar Dias, Afonso Alaares, e o anóoimo do Dia e dentro-dele cortam-se
-"," do fiiízo, o Chiado, a 68J) clo vilâo pero Gil a
"n*ì*l"ìr,
Gonçalo Bras, de sem-ceremonia
Seòasüão Pies, loão de Escaaar, Atztonio dc Lisôoa, aoi
do ultimo rustica r.
quartef do seculo, como Ftancisco Vaz de Guinarães, E:rr" 06 autores anonimos (da
os autores do ,. . classe terceira) é que ha a famosa
Bras Quadrado, Duque de Florcnça, D. Andry', D. Lu)s Iista de uma .intìnidade de autos,t j;";;
c os T*rcos No ,"olidadè
", quinze,porque o ultimo não é dra "lo i";;ï,""
e outros.
Á quiozeúaci.,"odo""","';;;"-d"ïiïì:#;ïL1ïã11","1,,:::i"_::
- liÉ"
,,'
J,li te,ded. roz+c
obras portuguesas,
. w" e destruidos
(6,2, rZ) querapenas
condicionalmente
.''
nto,3itolia 1/o rcgzis L*sitadac qxi frê. ìSi'i.
-'-----! \'v'
l.til
ornttno, 6. Aúo da Adherencìaà paço- 'uir '
?a[ ad cupr.rgdtionên usquc
lrohiômtrar, registam_seas obls Itcm d4 Vida do paço.
em romance vulgar (em português, e por excepção 7.
em castelhaoo)de
autoÍes conhecidos,alfabeticamente. dt Btas euadrado, nâo se emendando
.,-!. lrri como Be oota ro
r:tprlfgotorio (p. 26gl.
&:t" 4 2srtq44!tz" (r).- Itemo de
" ,?, 1g:-{:glg-
J,.v.cente (2).-ltem o de Santa Baròora(3), não se emendando
como
9, Auto dos Catiaos, ehartado de Don LuTs
e dos Turcos.
seÉío

-
Erpurgatorio-ÇCïí í. Stl.- " "' '
Nesse, que constitue a parte III, manda o censor,
em nome do
.",::;,"Í'#"íïff
.'..ï'J:ïï.:iï:r::_"x!::;::,1
en cndechas*"t
"'qma Pagroaque tem por titulo rttilld
Colegio, riscar inücaçôesscenicasrelativas a actos ;;i";;.--'
sacramentaes,como tr.
o.batismo-da Santa (compreendo que riaca os próprios Auto dc Dom Azdre, não se riscando
actos). Alêm , . o que se manda no .Ez-
disso suprime o arrenego populat pcsar dt São'Saàonbo. purgatorio (p. z6g).
E âito u.- tz. Auto do D*qte dc Flora4a.
zes a seguir substitue o titulo de zi e o de pottifcc, relativo
a gentios, 13. Aato dc Deos paa.re,
Pelo d,epltsideate, teoria de onde os chalaceiros podem tirar a certeza lustta & Mìsericordìa.
g|le rcis e lonlifces sempre foram, são e serão 14. Auto do Dia do Juizo. 16., nãc se emendando o que se apoÍIta
cristãos, e todos os n"porgotorrlp.-iãt; '*"' no
lfesidentês são gentios 8.
De Antonio de Lisboa pròibe-se o Aato de do*s tadrôcs dlas eorn adres, não se eÍDendando,
(4), nãose :t 4ry *s etc.
emendando o que Íro Etpurgatotio se nota. Isto é, tres dos Fisícos (p. 126 e 625l t.
dìtos assaz lo-. 1*o
rudes e ingenuamenteamoraes. 17. Attto do lubilcn dt Amorcs.
De Antonio Ribeiro, o Chiado, pròibem_seem globo algumas t8. Auto dz Lrcitazta (com os
obri- diabos).
19. Auto da Farsa patzda. ìt
tas não-dramaticas, cono a pctição ao Comissario e a Rclra
). r-flnqsco. Entre os autos visa_seapenaso da Natural htungão
gcrat de
(l)
a"'-ooq."-,.-;';;;;1";;ï:,ïi:"t"::"ffi::::rliï:"ü;
I fim dcsse peragrafos. v. lrlro o leitor
^No é remetido âos nomcs dc Balta_
rar Días..., Francisco Vâz de Guimerães...,cil
Vicente...,Joam de ;;;;.:ï;"
csse uftimo, procurci-o de b^lde no
Er4r.r.gator.io.
- u. rrtdfda, e PêdrêarrrJcaiÍam cI! esquecimentot
/rb (p. ,5) tornam . âr";.;---"-"' -"r Só aqui' No Er,ffgato-
O? Fin:cos,vem â mençdÌode um st to c.ttitt
I ,-',,I!::"
da !*.'do,
tot ,rat dat iarrlor, tàdoOõra útit
Ponho de banda um passo Ìclativo eos poetalt ctissicos Sá cm Selamahca. 16ô.
dc Mlr.nda c eu,do.qucap.:6aé;ü;;;;;;;t;,"ï:,:.i:;;riy:::"::i:ï;:Xy:"
Al!9li9.f çr-.str"'oç-cqias-cqs!ç-diaïõÉ-rEãú
t{{9.1i;!, 9.i.1,1eor'.'qo"-;;;h;", @flt-o Narêi,i.ato . Vie & g. joao
qoÉ, provevçtmentc
Bauisra (Satraanca,;;;;l:: ;t.ï;f ã"
peÍdidos ou çscordidos, Ibi ,.egistâ;o po; -",
co;Í:ì;.-..'
- lo 4 - r 05 -
20. ALto do Prütcile Cldudiano. Deduzamos agora os resultados positivos, sempre com o 6m de
2r, Auto ou lTistoria de TeodoraDonzela 1. apurarr se é justo falar de uma enorme quantidade de autos sentencia"
E geralmente quaesquer Autos, Comedias, Tragedias, Farsas drs- d,os nos Indices e da extraordinaria riqueza do repertorio dramatico
quinhentista, que a Inquisição despiedosamentedestruia.
Eotre os autos condenadosiocondicionalmente,ouer aotes da intro-
dução do Tribunal da Fé,.por meio de provisõesesieciaes,quer desde
. o ano de 1536 até 1624, isto é durante a verdadeira guerra santa con-
tra o falar solto dos comediografos portugueses,ha alêm dos tres de
I58I e r583 fôra publicada, dando, segundo me pareceraos Inquisido- Gil Vicente, de que já tanta vez falei, um unico de que, segundo as
res, a faculdade de sem processo suprimirem outros autos do que os apaÍencias, não subsiste exemplar algum. O- p:r!glt!.-Ç!",Udl%*"**_.
especi6cados. c{g:egc3qgs ou pecadilhos porranto não pggfmog j.uJgqr.Dos autos,
Na Parte III, o Erlurgalorio (p. r95-Io47), manda o censor substi- prorDrdosapenascondicionaìmente,impondo-se lhes pequeninasmodi.
tuir e riscar num paragralo geral, uns sete passosdos autos anonimos 6cações,tres são os que desapareceram.Talvez por ràzõesextrinsecas:
já citados, do /uizo (ed. de 1609),DotusConlddt es (1605) e Bïds Qua- uma só edição de poucos exernplares,impressossobre papel ruim. São
drado (1613). o Bras Quadrado, espéciede D. João popular, tipo de um
Ouanto aos autos de escÍitores nomeados.ha (abstraccãofeita dos de amor, conÍotme o dizer de Luis de Camõesno prologo ao s.u Fú-
. ^. - . .
oe l.rrr v lcenle, oe que Ja largamente se lalou e de que alguns nguÍam dano, o Cristouaat de Bhnr, a que o ceosor mandou tirar unicamente
na lista supra dos anonimos) cinco de Baltala! Dias, iá re_visionados wa Letrilha flnal; e o Auto dos do*s Comiadrcs,
em I537, ou pouco depois, mas em que agora se suprimem mais uns Seria tambem por deterioração natur-al que se sumiu o auto de
trìËEiiõs de impressõesde I612, 16r3 e Ì617. Todos muito anodinos. Gonealo Chaml,ãoì Ou seria essa peça uma das que sucumbiram à
Na Pairâo, de F-ranciscoVaz de Guimarães (16r3), manda-sealte- acção secretados inquisidores, por recair no grupo úsado na Regra
rar uma unica frase: suprimem-se dois <movimentos>. considerados geralì
sacratrrerúaes: a consagraçãodo pão na ceia, e o desmaio de Nossa Se- (secundada pelo proverbial desleixo português
4JgréS9lLdolÊqFo
nhora. A flagelação dos ladÍões é substituida pelo acto de lhes que- em.conservar)hal,3 49 a*g}
"qtnil_r. iggg
brarem as pernas. solras, sem câpa, nem mesmo cosidas, de que se havia tirado Ìrma só
Eis o essencial.'fudo em forma concentrada,e não dispersoe Íepe- rigj]].ldÊiilia ""
Dï áii;inã;a quôiã-ÂÈã3"ËËãi;àìËË;'diiJilõ-aãï
tido, nem misturado com obras oão-portuguesas,como sucedena unica como D. Lttis, o Duque de Florença, a Farsa Penada.
obra nacional em que até hoje se tratara por extenso da acção dos cg*9-t1-li-ol-g:rgg-.,...u1!".-o,"--:9-99!srcs-ss&&á
jsâte
inquisidores sobre o Teatro português, Por extenso,mas não a fundo'. iggXg5{ggvo-g diqjivls:çm pq$Ado LPspagha.antes da pròi-
orçao; p-orque depqlll-glrgm possuia qlq-lgÀggtplalllfuüuJle-eqlter!í&
' **,t e quem apenas sabia da sua existensia estava obrigaão
1,],119:,-*{o:i
a denunciá-la sob pena de escomunhão.E na enttada de país a país
t A numeraçãoc)aro que é obra mioha.- D@-Ifu4gp,ggJgLi&,-$9ac-_ cada livro era suieito a exame.
tica (vindãde Espãnha,comoa E ?.ratrit Porcina)e para.Espanh4
do Oriente, D-'99
Dosautos.que por.gs.lrrem
ggndenadg: !e jglgltgps{99jggCr{g_
e a Drrmerra oorâ oa uteratula oe coroel oue a censura tnoulsliorlal DrolDtu. "pqo"*C"ç-p:r,.:
n3l9_9ltr
Ja o o€rxer orro mars aoma. \ r(r. t. ttRAG^troúo ?oltagvzs, rrt p. 46s-
o
?g:r'" ay.todç!:*Lak_e ito.:!!:l * jS.e._&,ar!,_e O^
, T. BR^G^, Eitlo ria do Tcatro
lorhtgtê-r,ll,p. | | S. | 3r',Injítrcnc.a do &t to Oféio Uous Ladúes,.o l)uqut de:Florerça e-a .Farsa Pmgda,
-
flQ T.alro ?ortuguêt (r i64, r 5E r, r'gj), ê p. rB'-2rc i Irrd.r ctcÍúEatolto de ú24. ignora{os, impressoç çem liçençar calculo gue aq-
-106- _r o7_
tes de I58r, mas totalmente esquecidosem 1624' eram e permanece- htmanar, e Auto dc Deus Padrc !. Misterios importantea,de concep$o
ram até hoje o At to de D. Fenutdo, o da Bela tnenina, o de Viantt internacional.
Azes Íocira, o das Capelas, o dos Euanos, e o de Floratça, de Joam Quaoto aos autos profanos haveria, alêm das obras dos mesmos,
de Escovar r. um volume com oa sete Antos de Antonb Pzd6 (porque a edição
As novidades que damos, são portanto realmente dignas de consi- de r87I já não satisfaz,muito meoos do que a do Chiado) e o Gotsdlo
deração e de aplausos,conìquanto ainda falte muito para chegarmos a Chambão desse jogral; outro, com o Aalo de Rodrigo e Mcttdo, de lorge
poss\ir o Tesout'o do antigo Teatro forttguês, tão completo como Pode Pinto; a CerzaPoliciana, de Henrique Lopes 8; a Doneela da Torre,
ser, depois das perdas sofridas. atribuida a um Gil Vicente (da Torre, por veotura identico com o de
Seria preciso !Ín co$o inteiro de ediçõ$ criticas, legiveis e co' Afmeida), ainda outro com os Attos anodmos dz .Floistel, os Escri-
mentadas, pelo menos, de todos os textos que até hoje não tiveram a oãts dt Pclourinho, Guiomar do Porto, o Auto das Padciras, o Caseiro
vantagem de sair dos prelos, bem grafados, pontuados, divididos nas dt Alualade, o Escudtiro vtrdo, e os mais que por ventura omiti e apa-
partes estroncas constituintes. Para os reunir seria preciso recorrer recerem '.
não sòmente aos raros da Biblioteca llaciooal de Lisboa mas tambem
às colecçõesparticulares de F. Palha, o conde de Sabugosa,conde de
quc tcm) e 1539(dstâ dâ sua mortc)l Cor^rrl.o, no Í3r. - E ondc parerá o ruto
Tarouca, conde de Sucena,coneelheiroMinhava, Dr. A. Â. de Carva' de Antonio de Âzevcdo, citado pclo Âbãde de Sever sobrc o vêrso do Evan-
lho Monteiro, bibliofilo Rego, a que foi de Fernandes Thomas. Para o gclho Vcnitê lost ,nc: fariarn oor Jíari litôôtor.t lominumì - E o Sattto .Ataiso d.
6m patriotico todos franqueariam, com certeza,as suaslivrarias, sobre- ScbastiãoPires, rcgistedo por Cotarclo como lcndo o numcÍo tst?r di livreri.
tudo se íosse sob os auspicios da Academia das Scienciascomo con- de FernaÌr Colonì (no r ro).
I Não é tÍadução (lo auto cspânhol da lrú.rrilr co,ttra cl gl,ra'o htttiôno, pü-
tinuadora da empresa já iniciada, a que me referi no principio desta
blicado por Rou,rnu, n" Lvrr,conforme ãventou T. BR^c^, p. r57, muito cmbora
Introducção. sc fuode nas mesmasidcias mcdicvaes â respcito da Virgem como advogededo
Dividido em duas partes - a das Oôras de dmoção e a das Oôras Homcm. Vetâ.se Roo^xrr, IV, p. 28S.
a Fc'ito pot wa Íamato a,ator, t^lq\tal a GcìatAô Ìrumana, qtf,e tcm a data dc
lrofartas - deveria compôr-se das Íespectivas representaçõesde Gil
Vicente, Baltasar Dias, Afonso Alvares, Fernão Mendes 2' João de Es- 1516,o A,rto de Dtut Padra tcm imprcsso no ÍrontiÊpicio uúr curiosa quintilha
que ae rcÍere a outra cdição anterior, ou outras cdições antcriorcs:
covar, Frei Antonio da listrela, Frei Antonio de Lisboa, Sebastião
A q!.1 obd v.r .Èc.órd.
Pires, João Vaz t, assim como dos arcaicos e anónimos da Geração lb. \t6 66r Í.ã.t. ur.ri
qo. rta .qút r.d.t. .drihl
il. o.!ll.B rtdr.ih,
| É ccrto que o Árto da l,lorcrrça naòd tem coo' o do Dtqué de tr:Iôrèn|q, M^3 ..6 lêr !.nüuD v o..

visto haver oo brdês dc 1624o lapso que indiquei, pronressade Íalar de João .Íír, apud. T. Brror, p, r57. Vcja-se Roulrrr, no XLIII e vol. lV, p. rS4, .46 c
de Escovãr no Erfrtt'gatorio, qtte depois não se rcalirou, talvezjá confundisscm 6cgúintes.Trâsledei a pobÍe quintilha parâ quc o lcitor a confla com a edvcr-
cnlão es d\ds Flol.r|çdt. tencia já citada do roslo do Axto dot Enanot: Ágora ,tooatrinrc irnTratto a amcí-
t O condc de Sebugositpossue um Aulo dt N.ttcirnaníod. S.7oAo a oitiraÍito dada, lilado dorat da hlra do líoltío olititral. E oom emczdadot ,tuitot arrot gtr.
di &nta r'saò.iltto , <;c Frnxlo Mrr,oes@ ,rat oulldt irrry'raitõct tc Jt4raar.
trìs*ïeìüõõ3ãõìõõ?Ei-o;ls;ìË-fi;iGÃor, c o de Fraocisco RodÍlsuc, Lobo' t O ,4tto do Físìco,de
JenónruoRIEf,IeoSo^rss, da mesmt colccçãodc r587,
aisim cáirro as tenÍãtiiâs ôã rìËi'Àmõió?ílo*"t.g'ìì-F;ïï"Â'irôiiÍõ-díEõ:- .ílinllad^ Prin.íía lalla dot dxlos ê .orr.cdíat ltot llgutrttt,3aÍu em t9t8, coÍrìo
trefa (cmbore até hoie não sc conhcçâ ncnhum excmplãÍ da Plalica dê llca /at' lll do. À{otflntcítot da Lltqlaíula Dldrnótica fulr gtcta,,ttid. p. 1.
/o,,rJ,anterior a 1626). . Podemosacresccntaro nomê de SrìíÍo l\Í^cü^Docomerfu e,4Uaia,dc 160!.
t Ondc cstará o At lo da oida de S. Roqacdes8c João Vaz, quc princiPiava sc lioda o quiserem cnglobar com os dreÍnâturgosde quiÍrheotos, Na Lila,.atú"a
com os veÍsos .assenta muy ben âhl I essamesa fcativstt' Na &ltmürrd de Se- ?orl gaetòltdaica parccc.mc quc íão havcr4 muitas contribuições, mês nFo g
yilhar visto que foi adquirido pelo filho do graídc çrbtóvaq c4trc r5t3 (datâ Étud€i e íuodo,
q.ql-n-o:.T9iql-ereor
Claroestáquen49d9JçT-.-Uar-l9lnt-09 3s.--.
tres tentativasde Luis de Camões,felizes,apesarde o poetasó inci-
"no'
dãïïrËântõ-tï'ttivãi õ gènero e nãb ie esmerar nel" t"nto
"oÀo --
li?ìto -ê-ïõïìtiiô, umã vez qúe, por isso mesmo, ainda não tivesse RESULTADOS
DA CENSURÀ
INOUISITOIìIAL
nìohum devoto verdaileiro, forá W. Stoick. Da mèsma maneíiã cãie-
de rèimpresúo con digtn a Ulysi/o e a Aulegrafa, de Jotge CAUSÁS
DA DECÁDENCIA
DOTEATROPORTUGUÊS
"àõ-ãìnd"de Vasconcellos,os Es?argeiros e os Villnlpatdos, de Sâ'de
Ferreira
Miranda, ao passo que as duas comedias de caracter um tanto celes-
tinescas do Dr. Antonio Ferreira (o Cioso e o Bristo) e a sluaCdstto
Aotecipando o que a geração nova apurará provavelmente, direi,
(que tiveram no visconde de Castilho e Dr. Mendes dos Remedios cui-
concluindo, quaes foranr os resultadosda acçirocondenadorac expuÍ-
dadosos interpretcs) exigem apenasreproduçiro, PaÍa não faltarem no
gadora, exercida pela lnquisição dos livros sobre o teatro quinhentista,
conjúnto.
etrr teoria desdeo tempo das cautelas,isto é de I52I, em praxe de r 53I
Serviço magno que a geração de agora só poderá ultimar, se, ani-
oü I539 em diaote,até 1624.
mada de muito boa vontade, e repartindo o trabalho, sem tardar, van-
Praoidadzs hefetic.ts, erroteq doutrinas falsas, malas, suspeitosas
tajosamente entre todos os academicosda segunda classe, meter mãos
quanto à íé catolica, realmente não as havia em autos portugueses,
à obra sem esperar peÌo dia de àmanhá.
Nem mesmo nos Allos dz Gil Vìcmtc, com quanto as suas sentenças
A proxima geraçãopertencerá emitir em seguida, à vista de todos
audazes contra o oendzr e eontlrar d,e Prona, pa/as adormidos, clétigos
os restos do Aúigo Teah'o torhryés, assim reunido num corpo inte-
devassoscom ninhadas de clerigozinhos, frades sem conto, de corpos
gral, opinião fundamentada acerca do seu valor, metendo em coota
tão robustos que apetecia vestirJhes arneses e mandálos contra os \ Íl
todas as variegadase oPostas manilestaçõesdo esforço dramatico dâ
mouros, bem podiam ter sido consideradose foram consideradoscomo a * Yïi
epoca auÍea da literatura, populares e classicas,em Prosa e em verso,
heterodoxos por fanatizados como Aleandro, Oleastro, o Cardeal-In- i,ouc!- *
sagradase proÍanas,originaes e irnitadas, ou traduzidas como a Vin-
fant ee Balt asarAlvar es. **d'>-
gatzçade Aganetor. Expondo bem, quaes as especiesque Gil Vicente
Invectivas contra a curia e a lgreja, freqüentes mesmo nos autos.p..r& Írr.
iniciou, e frisando de um lado o facto que Ferreira foi o Primeiro bom '1,T
subsistentes do mestreque pousoua pena eÍn r536, realmentenao
Europeuque ideoue realizouuma tragediaà maneiraclassicacom coros "r ?]-
.. jl Ur-
ha nos dos coevos e sucessore" E-!ggg:$fç-glg!,!1g-a1a!q *Srgra--f
que repre3entam d Voí Polt.h, sobre um assunto nacional da idade-
da EscÍitura assuntospara os seusã,t-utos populares,fazendóentrar neles tì 4/'tiç('
media; e do outro tado qre o Anftrião e o Rci Seleuto,de l-uis de Ca-
útv-'
mões, sâo as primeiãí ìeniativàs de reduziì à forma peninsular e aos ""9"1=i."5":e _frguraseclesiçllc,aq ao pa:so .qge em Esp.Sglq lof
cüygg@g:lomedja! d! santos,g.!" 1^e"ln-gsA*t!S-_StgS:._ )
metros curtos de redonàilhaum tema de mitologiaclassica,creio que "s "_
o" chãgarão a o pais i o óirhdõ ïã qdà fói 'coïsi- ry!r!y,t-.i?^ multiplicando-se, revelando um fervor religioso, gosto I
"dito."s "ônu"n.". aitislìõ-Ë poder de creação que a Ceosura n"- i"ntou
deravel o dispendio de força gasto no teatro pela nação, com'quanto "orrrl 1..r,'
bater. -"".o
não fosse o género para o qual estivessesuPeriormente dotado. / ôr
Na guerra contra grossariasdeshonestas,aríenegos, nomes realis-
ticos de coisas e actos, pela regra óe j'all>elle rn chien, un chìm, palba-
. :íl ....(", r çadas carnavalescas,ofensivas dog bons costumes, o sucessoda cen- i'Ì",-:v.
dttl, |r-
L-J>t1'Ì\,ì
r,d-rs ' i<',r.-" f''"'*: sura não foi completo. Na linguagem muito solta e muito pitoresca do

_44,-, ú\,uì .r".54 loo*


povo, os ditos e as pulhas teÍn hoje tanta vitalidade como nos dias de '-^út[.Pk
t4 ('l1|f,'
*"' -,
r'.c 'ì\ilrrof '1
ü\\. ' Tc 1.,,:ü^- á, *-À
-o
úa ir r". Çc,r"wv "\q.
de darern a cada especie o seu feitio apropriado reduziram-n'astodas
Gil Vicente, con a grande diferença apenas(que deriva dos ProgÍessos
. a uma s6: a farça vulgar, em que se apresenta num simples quadro
da cultura geral) de eles não serem enunciadosaÌto e bom som em salas
com um tenuissimo fio de acção o buliçoso ou moÂotono ramerrão da
regiase da boa sociedade.
vida de todos os dias das camadas baixas da nação, sem poesia, senr
Com respeito à tlestruição de autos, julgados imoraes, sensivel e
elevação, sem vida interior nem aspiração ideal; quando muito com
lamentavelquanto aos de Gil Vicente, mas tambeÍIr quanto aos nre-
algunrasluzesde humor, banal ou entrudesco.
diocÍes dos continuadoÍes, porque todos são elos na corre[te de ideies 'I'ivessemelesa fecundidade,a inventiva,o vigor de alma dos nossoS
eticas ou esteticasque caracterizama nação,os íactos PrinciPaesestão
vizinhos; tivessem a observação aguda, o espirito largo, a vivacidade
agora patentes a todos, embora incomPletamente lincarando o con-
, creadora de Mestre Gil, unico gerrio verdadeiramentedramatico que
junto das pròibições, inclusive das que não srlrtirarn efeito, cÍeio que
os criticos irnparciaes,depois de haverem lido as dezanoveanìostÍas' ç$:s
nada más, aqui apresentadas, e rePetidoa leitura das do Chiado e de
Aotonio Prestes,opinarâo cornigo' que não houve sanha e injustiça
contra o Teatro em gctal, qu.etprofano, quer de devoção' - t",.,.f' bem assentouF-idelinoFigueiredo na suaHìstoria da Literalata cldssicd,
Iras contra Gil Vicente, isso sim' E da parte do censor de 1624' . .-o
0 \ +Y
" , ,*''' o auto vicentino conunuou
vrcentlno ,c9l'!t!,!oq. a çv-oÌução.eur
sull evoluÇao
a,,sUa. enr .Espanha-
llsDalllre- l'|ol
Foi laIá que
tambem contra os continuadoresdele' , t,
Lõ[e,-ealãeroà firso ae úàtin", Àíoreto,Alarcón tueramììï!ãiãï--..
E em vez de jurar com 1. Braga gue- o dralEr .[o-i.a--f-o11a ve-r$.11
iiãi-Ë-n"Ciõní!-"1t-e;e!sr3^ pertsglçga'. 131f -d9fr-nb99 . . j ger-úes-Í.eiteiSdo auià, da comedia e tragicomedia, numa palavra do
d"ira-"ffi 'l'eatro peninsular,levaodo às ultimas consequenciasas construçõesque
ã lnquisição desc_arr.e*g-a1q^9o!^r9.9la-golgeq i /
exïlìãiï?iããíGËõe 11or-
Gil_Vic.gnteapenas esboçara. Das inìpeÍfeiçõesdo genero triunfaram '
taü, lãì6ìããíriü;í'eioìos gàios .a-4ar9g1,Jasãg.-q9- :xo-!gtT!o:'lte':
a inraginação e o instinto dramatico e o estro poetico dessesdrama-
mìrr=ãn1ló'oíme:ìisoreperlorio de quinhentos ', crelo que os conne-
ad- turgos.
ceìIõiesdo temperamentó èssencialmentelíricó dos portugueses,
e dos Em Portugal foi pelos mesmosmotivos, e devido aos acootecimen.
miradores da veia épicamente patriótica de Luis de Camões'
tos politicos, que a comedia espanhola,de capa e espada,e o Auto sa.
notabilíssinros prosadores nacionaes'concordarão em que a causada '
pobreza crónica do teatro PoÍtuguês está na falta a9. i1v9-11-io1]c.9 clarverrtalde Calderónde la Barca, prevaleceuem absoluto.Os poucos
{ra-.
artistas nacionaesque se sentiam com vocãçãopara o teatror seguiÍaüÌ
mãfiõã.-náiãËabãciüadËÌlõíljoetaÈdá dài ríoviàento evolutivo à arte
-nãT.ï-ó-ínièiadói, Ëifarantlo os elernentos pasto- as pisadas de Lope, poetando em castelhaÍlo,p. ex., Matos Fragoso e
.Íãã" ina.t*".
- Jacinto Cordeiro, com patriotismo bastante para escolheremassuntos
tiiããõiËãir"".os, religiosos e patrioticos, Palacianose Plebeios'6u'
'-----' ' ava ainda tanta vez' Na incapacidáde
mtstuÍ de historia e tradição portuguesa, os quaes de resto, estiveÍam muito
blimes e baixos, que ele
em voga tambem entre os castelhanosr.
Repito que tambem entre eles não faltou de todo a tendência de
t Prenuncios dessadoutriüa, proPagadepor T Bnecr nos capítulos de ãti_ acusar a Inquisição de haver calcadoaos pés o genio teatral. Mas como
do vol
to/id do T.ato q\e'tll àcima assinalci (livÍo IlI, caP' V, ou P' t rs'rf,r -I' lá não se podia falar se nio de decaimento Íìuito passageiÍo,e não de
no Plottnio'
c cao. III do fivro lú, ib. p. rs5-, to), já os houv€Ía dc entcs; p ' ex"
y;cc"lc, p' vt' O cstudo que T' Iìregâ Ícz 30_ golpes mortaes descarregadospela censura, foi fácil à criticâ recta e
de ioxrs Monrnno às Oólas d. Gil
qoi be3tantc proÍundo' Do irde* dc 1559 falou
brc a Ceuara inquisitolid! não
p' €x" no
scm nunca o tcr visto, razão porquc erra €m tudo qÚanto delc dit; | Àpeser dc acr assúntoóptimo parâ ume dissertação,pãrccc que todos tcrn
quc Íne_
vol. I, p.4.t, zoa,zro, 3ro; vol. ll, p' r17'tt2' Não dcv€mosesquec€r
quc dccaiÍ o tcatro nacional' é atÍibuido PoÍ clc ão mcdo dc tÍetâr o cepLrlo Cdttcüdnot .lorlzgzarar. Toquci ocle divcBas vcrc!
tadc dis culpes, 6zcrem
na Camo idno, da lo,'qullr or Anru;o, mas dc fugida,
prcstigio da rcoasccoçaclassica.
Ì
iâ- $'1^"to"
!çrvsr.r-"'
òú 't!,*U

' - 33-
ào ceo quê Ao Aato dê -Frrra são a Verdade e sua companheira. Ô escudciro, dè
floÍ na Ínão, viÌado para aquêÌa que é a VõIqA!9l!9-l!9qBç!9IIã'
VI. Auro
P!-aúcadc trcze figuras Í. Vclha, Brcatiz I Negra' Cooad.e, Vcro Vaz, Noyuo'
Gravuraque represeÍrta ìlãy, I Ioam dualte, afonso tomet FerDanr I dardlade: Gomcz Godinho:
seus iados dois
GriDarêsâ-
anjos que tocaÉ buzioa; no fundo mortos que saem das sepulturâs.
À diÍeita um santo; à esquerda uma saota, de joelhos. No verso a carta eo ptosa ao virtuoso âuditoÍio.
In 4', 12 fol.: Art, A:rt, Aurr, Av, Avt. Acaba: ía tol. rr". C&.te1r,
Começaa obra com as 6gurasseguirtesI SamJoã EuãgeÌista,Chlisto, nossa
Sõra,SãmPcdro,Íã iguel, Sera6m,LuciÍe!, I Satanas,Dauid, Âbs€lão,Urias, dz tcrrryto qaal q*i/elarz tíes,j]oi*ex'-. ffi1*€rF$rerco.
Caym,Ab I cl, Samsam,DaÌida,hú Uilão, hú efcriuão,hú cardcciro, hüa Íega-
teiIâ, I hü Íooleiro.i EDtÍa lam JoãoEuãgelista. Arlro Dos Dovs LADRõ (R-e665).
IX Amovro Lrxsor. -
Ìn 4', r4 fol,; Ar;, .Arl.1,AruJ, Av, Avl, Avr1. Acaba na fol. t4- Finis-
Verso em branco. Dos dors Ladrões-j avururs. s Pfimeríls sao o jtÈ-
cudeiro, que aqui ÍepÍesenta um mlgdg;ülçg' e a.VÍoça. As uÌtimas:
um guerlero, de vara longa na mâo, outto, virado de costas, levaÂtaÍr-
do o braço esquerdo e pegaodo com a direita r,o sua longa espada;
\,\. (RÍosr).
Gu, Vrcerre. - Áuro us IìrÈsPERETRÁ talvez os dois escudeiros ladrões.
,.
â<
+rvuua \- ,, Àuto noüaEcotc Ícyto poí .4tttonio d. I Liràod, únyto gracioso. RcPrcsen_
l4-aÈ- .--9"-e+JÍqrrEi-d."-B@upadasduas tàòo zo Cond. de ,'irrúrr. Eín o qual entram oúzc 6gurãs | [. dous escudcyÍos, t
.tlf",* humjud€u, hum Uilem, dous moçosde pa | ço ã húa moça,hum meyrinho cõ
(r4Êq w.'
Âa capa curta, de que sar uma flor e o espadim, e úte! Peteira, moçt dous beìcguins,z huú moço Represetrtador.
vs ttt)2 _ ' ,r,ão peito, à direita; Lianor Vaz e a tllgà esquerda de longo
r- )/ d"
\"*f- "o In 4o, tz fol.: ary,arr1,anry,av, avt. -Acaba com a cadtiga do vilam.
uao;gr"uurasque reapaÍecembastasvezesnos autos destapublicação,
ailií5 ^1a
cts Fim, no verso da f' I I. A ultima é PÍeenchida por um ClziÍe que prin-
, a- e em outrâs.
ô.:y ci,pïa Lqt ditila y Ìt trr.ona e teríttlna gue aquel gue no ?erdonó l no cs
ô.!!,r.í\à ,FrfÍ, por GiÌ Viceote, rcprescorãdo ão rnuyto alto, z muy poderoso Rcy dom
ferdonzdo, e as Coplas de Olme la mi seiora lo que os quiero dzdr. E
Joam o terceyro no seu con I vento de Tomar. Era do senhorde À{DX)iÌÌJ. O seu I acaba
ügumclto hq hum e\emplo comum qüe dizcm: mãis quero asno que mc leue, Ni qúero quc mc lo to[Ic
quc cauallo que me de!Íube. I As frguras sâm as seguintes. lnês peÍeyra. sua
ni quierc quc úc lo siga'
mãy I Lianor Vaz, PeÍo mãrquer, dous Judeus, hum chamado Lãtam, z outro d quicle quê úc aquexc
Uidal I Hum Escudeyro com hììm seu I Moço, bum Ermitãm.
-- Entra ìoBo ÍÂes Pcrey.a, z 60gé que èstâ lauìando-soo ém casa,_zcabta esta
csntrga.

In 4', to fol.: Ar, Ary, Au;, Anu, Av. Termina: E assi se vam z
X. Jorv oe Escoven. -Auro oe FLonrxc,rfl-ao53!
\.._ ,/
se acabao dito Auto. Laas Deo. Arto da Floleryd. - q)ìãt o'gra14rra"
, tyg.*Ã" pastoÍ aPoiado
( no seu cajado (em outros autos é entitulado Ratinho), o esctdeìto com
VIII. Arhouo Rrsrvno Csr.{oo.- i\uro DAsnuoi."irn\ 1n-30331. qE, . olsr e uma casa.Por baixo Õ titulo :
---.---*-'_._ "
Aúo -_
dar R.gat yar, feyto por Atrtonio Ribeyro Chiadõ.
-) grâvuras Áuto ícjrto poí roam dc cscouar a cl Rcy dom Scbastiam por Natâì dc Eil c
Quatm
cm pcÍÂl agÍupãdas durs a duas. Um velho, de bastão; duas mulhcres dc olhos quiuhcntos z.ÍclIcnta, bú annos. As figuras sara as Íegúntcs. Í. Hum Ucado!,
* r t2 - * tr3 _
universal de Menéndez Pelayo, pôr termo a essas declamações.Des- pode ser do infante D. Henrique a pròibição, visto qr.renâo se encontra
assombradamentedeclarou nos Hetetodorcs espaíioles,no .F.studio!re- to Ìuder de 1559,mas sim no de 1624 1.
lininar, e nas belas paginas que na Aatologia dedicou a Git Vicente,
Quanto à Ttagicomedia de D. Duardos, escrita e representadaem
que o numero de peças pròibidas era dinrinuto, conrparadocom a õõndtciôìãlïìrê-fitá
riqueza totaÌ. Em todo o caso a Inquisição não pôde estorvar de ma- i ltrÌèll-*ìõ"õa"r.tr
qlquerr
?e.bií-mrr$vú.sque-in*---
urnto em 155I, como em Ì559i e por tanto pelo cardeal,esse
neira alguma a evolução e fecundidadeespantosada forma que efecti- sabia na perfeiçã{--nós todos sa-6êãõsque ela é iriaç:o de Git Vi_
vamente em Espanha é a nÌais nacional das artes literarias 1. cente e indispôs os revedores pelos excessosda sua linguagem poetica.
As pròibições de obras de valor leal não se sustentaramIá (como Sempre é Gil Vicente o personagemque vejo perseguido.Mesmu
entre nós tambem íão viogaram senão temporariaÍnente as de Gil Vi- quanro ao Auío dt U. La$,6em possivelé que a atribuiçãoa um Gil
ceote, da Menún e Moça, da Diana e das comedias de Jorge Ferreira Vicente de Almeida origioasse a sua condena$o. E sempre ele é, do
de Vasconcellos)por serem recebidascom dissabore contrastadastaci- ponto de vista dos inquisidores, o unico que merecia a perseguição,
tamente por amigos sinceros das letras, cuja ortodoxia não pâdecia por causada liberdadedo seu dizer e da audaciado seu pensar.
duvida. Na luta
_contraele é.que para mim se resumea activiàadeanti-tea_
*** tral-.{1.99gquraem Portugal. Âs guerritiiáJ"cìóntrãos póétáè "'
-"nores' .
e contra algumas obras de arre classìããìãõTãò-Àã;iãòì-eììIo-dôìãtú:-
Como eu tivessede documentar repetidas vezesa antipatia natural ral da guerra contra o erasmista mais atr-evidoque portugal plrgüãü
que me iospira a acção do cardeal-infante D. Henrique que, de r53g tõã'o.-ããTõ;ã õ; j?-;à; d;vit;spánrar nem ofender o" p",,rJã"""
a Ì58o, foi efectivamente a alma danada da Mesa Censoria,e em car- designao grupo de intelectua"" qu", no" pil'"liro"
tas e provisões especiaesmandou perseguir obras que supunha dani- iT:*:1J9.q':
qecenlos (lo seculo xvr combatiam os vicios do clero, sem intuitos
de
nhas, tendo de desculpar-se,p. ex., com Damião de Gões, por não ter heterodoxia dogmatica,e colocadosnas raias da Reforma. não as trans_
deixado entrar no país o volume dele rclativo i Religião e dos costt.- puseram quasi nuoca 2,
,ttesdos Etio?es2, acho do meu dever, lavá-lo de uma culpa que lhe foi
atribuida injustâmemte; a de haver censuradoe destruido obras belas I Mais àcima ficou explicado como foi que T.
de seu irmão carnal, o nobre infante D. Luis. Erâga sc persuadiu a si pro_
prio e persüadiu todos os seus leitores de que o Aato dc D, Lui, Íoi coodenado
Repito o que mais àcima expliquei, ao falar do auto que tem o título em t559, pelo CaÌdeâl-lnfante.Com ã conÍusãoentre as notas e o texto de FE-
sugestivamente enganador <le D. Luis e os tur.os: noaarrrertte jfeito eÍ RRErR^ GoRDoinficionou, p. ex.r o Sn. Corrrno, (ìue no seu Catéto1o.l, oòr.ar
1572, ele não pode ser obra de um príncipe falecidoem 1555;nem dr'amdti.dt dá inÍormaçõesinexactas a respeito dos seus no 7, .D. Lir; zo,Dom
Andrl; 3r\,Farsa Penada; 1j, Blas Ouadfddo.Erradas são tãmbem es iodica_
ções relativae ao n" 44, 58, 6r, a üão ser qu ehaja um Irrdct de 1559,nìuito divet_
I 9uanto à realmente espaDtosariqüezado Teâtro espanhol,bãstaÌálembrar so do quc cu conheço.
. Vid. PeL ao, AntoÌogía,VIf, p, rZ8.
ao leitoÍ português que o F€nix dos Ingenios escreveu mil e quinhentaspeçast
Juntarei todavia mais uns numeros signifrcativos:os r04 (96) Autos, contidos no
manuscritograndeda Biblioteca Nacional,publicadospor Rouanet,em quâtro vo-
lumes! as 160peçãs anteriores a Lope de Vegâ, registadospor NÍoratlnem rSzo!
e para daí um exemplo do tempo de Gil Vicente, as 28 peças de um dos suces-
sores de Juan del Encina: SÁNcsEzDEB^DÁJoz, (Vid. SÀLvI,no r406,Rêco?tlación.)
, -Fídcs,r.cligio, ntôr'csgu.Aettioi.,m çSat\. As cãrtas que o Cardeal dirigiu a
este proposito a Dâmião de Gões foram publicadaspor Lopes de MeDdonçano
Beu estudo Damião de Gõesc a Inquisirda da Porülgal (ll, p, 33o).

Você também pode gostar