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T]N{A REVISTA DO CIIARÁ P,,{}TA O BTIASIL

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evento construtot" ile formas equilibrarllls (lu(' st, irr,rcrrrtllr;r ;i


conquista científíca (por consetlüências (,sil)lr' i:lis-vi,,rrri:; irrvr.rr
e, l
cionais) aos s;h-iertcs l.elegruis4tt e, de um rnorlri nr;ris ;rvrrrrr.';rrlo,
ao lançanleni.c cla lua soviética e spuúnihs. luz p;rrlc rlt's:;;r l:r-
mílía terleriil':;il.r.,i, i:i,tr4" a"r-tr]ácia, tambóm, cotní) solutirirr;r lrro
n{l §{J§t§tH,{í,t§M{l,t{t ü0N[R[TIM0 ]tlcmas;.ie u,,,.i;;i;:.rr'Í.,.icl.rva, uitória nâ {..iciroi,a rnot"ui ll:l llotsi;r
basol.r:nj"::. ü {ir,{.rL'i.:ii1ii}, Lr,â pI opaganda polÍtÍr:a na ol.,ltr t{r' trrl.t',
ENS Átü e na cúnEuist;r il*;.,.";il:,,Ie núrnero de adeptos e cull.os cspct.lltl«r-
res. sob a pr+r,:rÍc r.lo pecial concreto coirclutor de cnu'11i;rs,
câem püi' ii:iir1 r,,; iúcios, qs. amantes cia natureza bcla, I'ogt'rrr
oS cor"a(:itc r jlril.ii iii'.j eu.amoratlos para ceder lugar i\ exltcriôtr-
cia pur:i dr.iili L:oIr'.:ü,Lus hltinanísticos. na palavra conr:r'cla ptrlstr
umâ coir.l:ll.r iii;'i.-,oiÉ:lica cluc estabelece pontos rle contutlr»s
úom outral i-r:,iliir,iilt t1 pu"haln como o coração cle ulnl t'urlcl;r,
resistini'io,;1. i;i,l''ii-r rle um s;.,t,;ünik, a tôrla sortc de varilir.'rics cl
o corlcl'etisino na poesia e nas suâs demais manifestações rnátÍcas. nlo I há ca.mpo pà1'a a poes.ia ileuró{ir-'a, arrrlrrr;li;rr.-
artísticas Íjil jriiltí'ge co:rtra o misoneísmo, mas com fortaleza te, aqui, pi'ecis;lnieute, cnrie situamos o sun'ealisuir. () r.iul)r'ir
-real.
tarnanha, a pont.* mÊst11o de não reconhecer como arte senão
o ohjeto fi:.ilr:r.i",,'i;;i-,r a -cer vivo-visto, q caminha ao sol da aten' o sulri.rii.rilii: é uma :oncettiênc;a da psicallálisr:. nr;rirrt' rlc
qáü. at1r.;i ,:,.i.';.li:'ll-rüs o mecanismo operador da palavra em sua biran foi o pllintu'o a cXianiin a a:cnEão pâra a pi'tiíurxtrirlrul,r'rl;r
dinâmica lriri'idi1ri]. experinentamos sua reação no papel, vida psíquica, reagindo contra a psicologia ârisor:jfl:rirr:rir:1,r, rrir ;

consÍc{eranc'lo os f;ltôres, densidade e pêso. a pesquisa concreta Írjrâril, :,uhrei.ui1o. ii:iiiiam james, henry bergson c pit'r'l<' .i;rrrcl.
se estenlie a tôcI;ls as lítiguas cultas, enriquecendo-se, assim, com que âiIâili.,l;:riÍ ii::Lí r-irnainismo. não obstante, foi frcull, o;itrrirrl
a descoheria,:it,:i *scritos de sábios chineses e japonêses de onde se::i.i:tli:i:r. ti.r.m icl cri avante essa intuiçãto, trânslolnr;rrrrlo ;r
se origena e íunte i::ieog;rarnática", dado que as palavras chinesas eln Ca§1í]ü iic pi: , '.rui:es e est'.tilos provárreis. surltxrlisrriÍ,, ;i;rl;r
são vivas e plásticas, uma vez q cousa e ação estão sempre inter- vra criada por Llm dos precursores do concretismo, allollirrlrirr',
ligadas, rirgamos, a exemplo, ii cousa e ação relacionadas 'l- tr
para qi;n1ir{i:;I'!í::rl lri'eilr* os scios de Éirésias, es{l',i'arlo;r 2.,1 rlr,
ol:jetos -i- tempo são :is a) o cavalo e a fazenda / a cri- julho Ce 11,:tr?. iai, lsr:ri ciúvida, o movitnento ai'1,ístir'o (lll(\ I li-
ança e a flor' ,/ a esirêl:, e a maCrugada etc. o poeta concreto í:,,:e:3 t;'l',r':'l'i r':t: i:i'ií:,1. É:tr especial às ar1,es visnais. r'ir1lr':r;r rlo
pretende, elrr sri."l riinâmica objetiva, relacionar os objetos em expressão i:1ár,i.rra e rle :;entído conteudístjr:o: sírnlrolo. scrrs prc
sua l'orma g*s6aãí. associada ao tempo-espaço onde funcione o üfr cllrsortls. 1-,1r 1ti':-rri.i i).1 ,q,.1[,iais paetas artr,hur rinillllrr,l. isirlol'0
pocnla. asrim ôie seillciicia a morte de texto capitular, do tra' ducasse (lai.itrr:;rrront) trouxr:l"am à literatura ulrntlill uli)il lrovir
clicionalísmo Í; cl"rrúü, e proclama. um novo tempo na linguagem Íolrla e um:l r:l:;;" tir:l,:'iô:rcia i,erhal ciiferent,c rl«r r1 ;rió t'nJrro :rc
sociai da poesia. O prcitrut0 concret0 se desenvolve, dada sua conhecia em i:r:.tár:'!r r!.e arte e l.iteratura" !trntír r.sl;lclio no ilr-
alta ohjetivid:rie, ao larlo das ciências positivas em suas_mais {erno e os eni-tcis ile nxllctroror são Iivros q ittÍ'lucltt'iril'iun 1i(,r'ir-
recentes conquistas ífísica nuclear e química orgânica) estabe- ções sueesrivas de poetas e artistas, responsávt'is llclo r1 tlc rrrr'-
Iece seu teci,rlo espêsso; semântico, gráfico, visuai, espacial e lhor se fêz e ainria ie faz no ca"mpo litcrário ttos plríscr ('lnol)(.lrs;
temporal. por oiitro traclo, seu campo invencional (recursts de e em qualqller: cc,Í.xtro onde a cutrtura lonhr cvoluírlo conro Í;rlir-
ver de olhos e ouvir de orividos) comunicação rápida sensorial res ético-cs1 úLicol;. rantltaud e laulr'oatttotttr tlt't':itrt :ro:;irrrllolo,
pela visão gtroh:il e auilitii'a fri-rlg;s1it plasticizada do procluto ao strpra-r'crl, ltura vivôrrci i tlrl cxprt'ss;io lilr í'ori. rlrrr' :;ir ;rrr
(palavra sôbre claros funcionais) Ihe possibilita a realização do figuras clcscontttiurís. rle tiri;r,ttcl irngclo s;ro corrrp;rnrrlirr;. ;trlrri
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te teve seus reprcsentantes máximos com breton (introdutor tlo
a metafísica rili;eana ,,' úillrin se eu gritasse me haveria de ouvir
movimento), arta,tiC, o maior dos poetas surrealistas; odilon rt'
entre as hierariluia:i rlui; ;;sjr: ,/, esboroâ-se, feerttre-se ao golpe Í. dor, o pint*r rnaÍor; chÍrico, miró, salvador dali, ivis langrty
violento da rlcláio::;r rimt:s.ulriritiiiíit / assirn amei a urn porco, I eluar.d, ârâgon, sar:lpar;lt e muitos outros. o concretismo ronl-
ou, lautrean:oui. Éiri1 s!.1íi *xtraordinária concepção rle vida, fa- .pe com csi:iii i;:;,'üjIÊii'Larãc livre, comodista, a q o espírito se ct)-
miliarizanrl"o-sú cürn pl*lhor e eiementos de aparências horripi-
trega: êste c{o're eu.lê";o clos sonhos acordados. a disciplina cttt
Iantes. o strreciii:;Illü, i-r,lve, soh,retucio, a grancle vantagem de
prega*a prir prll: ccncrci;o aÍasta o maravilhoso, a vidência,
libertar a paesia r:ic l:ha';áo traúicional, dure;:a de formas e con-
a subjeí:iviii';,1-. e.rr1:.'l r':. coii]i.s em st'"â face real e objetiva: a
ceitos arraigad,:s ;i ;lli;r iaisa nloral caroiizante" emprestou-lhe
f;lce re;l 6-i,,. i,:iiÍ;. :l!*gre como tudo da natureza. sêres aninra-
grande pla.stlci.i":rJr .$h-ieiiua e embelezamento gráfico, apro-
dos e iu;rii1.'::i"1r'; í ) ra natttrera. não há nacla triste. o slllrea-
veitamento íiü l;.'-,:1':rr;i.r; tladaisia. por outro Iado, a explora- lirmçr ó fr i'r': ri;r r,+:so1,aqão, do suicídio diário. a metafísiea ír
ção dO eu, do .11.11r':';:. r"11. JFie pcsslbiiitoU O enriquecimento psi.- uu gracde {.r*!i)ril{.!. ;l augúsiia da i.maginação dos chamados
cológico. o surl'ealismo esc*pa, digamos, ao domínio, digamos poetas vjtlelli.*:; e nuliirtos ir*u-xeram desgraças irreparáveis à
ainda melhcr, aü contrôie de seu criador. daí, salvador -ãali di juventude" a inco*í.*r'miclade com a vÍda. uma vida q necessi'
zer que não irá riada iic as:,;ofiitlrüso no fato de o púiriico não en- ta ctre ei:yr1ii;rr'ãr,, Xrti:'t morf.is" é palpável a distância q separa âs
tender suas teias, '",rlio ôie próprio não as cornpreender. em duas ccrre11 1::i estétiriil§: -qrlrrealisrro e concretismo. são duus
verdade, isso arixr'lecú cúrii os au|ores de produções dêsse gêne-
cousâs clist.rni.;l:i. divergentes. uln poeta surrealista escrevcrlr
ro. certa ver escrevi um verso em ver.Cadeiro ou em inverda- nos rnol,ilr"q r1e : re elrlclr: ,/ elt não sou eu / ao passo que o poel,;r
deiro transe su-rrealista, êste er"a o versü: / maçá, brilhas pelo concrotc) afir'rnará: ./ etr sou eu, e atual como uma peça de aço,
lado opostr; iils vi::rt*s / ai: reler ou ao tresler o poema, achei um objeto, uma árriore que dá frutos, de raízes prêsas à terra
o verso helÍ"rsi*iÜ. s'!-ir í,i'eüi][icu-me, rnas, por outro lado, fiquei Íirme.
um pouco c1:,lcalir.r, pi,is não travia pensado, irlealizado, inten-
cionado tai verso. irii, porianio, as,qim, uma criação exclusiva com ecÍgar poe, baudelaire, mallarmé e valéry desenvol
do inccnscier:te. não posso aceitar o verso como meu, veram-se nclrss íen;iiincias poéticas. dizia valéry: ,/ a real con"
embora nã* me recordc cie composição idêntica. coniradigo: clíçã-o de um irereladeiro poeta é o que êle tem de f diferenlc
não há naCa ahsolntarne::te exclusivo. houve uma parcela do estado cle scllho /. aí jâ vemos a idéia objetivar-se.
maior do inconsciente no prorluto poétÍco referido. a arte que o concret,ismo é uma arte saudável. uma arte essencialmcn-
foge ao dornínio de seu criador" não lhe perten*e, pelo menos te da vida. antes iie rtrilalquer conquista estética e técnica tlc
êle não de',ze esta-l' ein paz coili sua consciência. só se realiza a sentído a mim me parece que a grande verdade tla
iii",rçLr"r:rio:ri-1,
plenamente em pleno estado de lucidez. e o estado de lucÍdez ar1.e conrre.i.a cr:::r,ri:ir':, antesde mais nada, em devolver ao cs-
náo é outra cousa senão o estado cie atençã-o. de poiiciamento 1. pír'ito humairo a paz Ce q êIe tanto necessita. a arte concrcl:t
conhecimentos t,:cilcgráficos -l- padrão culturai elevado que +,ú der,'clr,'e nãa só a-c mpiírilo do artista a felicidade, como ao do
possibilita o estudo de linguas necessárias a conhecirnentos cr.
l.eircr ou sir::ulr:s e:ir-rectador', pois é sabido a influência q o cs'
gerais
-ais a r:ma cr"iitomarfolngia, ern q situará o poema em sua crito literário f :m ito esiJír'iio do leitor, muitas vêzes levando-<r
sabedoria univer:a}. a psicologia moderna tem demonstrado à loucura ou às portas do stticídio, quando menos criando-lltt:
com q pujança o simbolismo trahalha o inconsciente. por isso '.tm clima t]-e dl:,r.ri:;ãr,, rnori:rente nas pessoas de elern€ntar ctl-
mesmo: o surreaiisruo é ciassiÍicado, também, como a arte dos nhecímento" {loiliro e.'jc;:eveil}os parâ Lrm público e não para o
loucos. em verdâa{e. o iottco possui uma concepção surrealista. públÍco, êste píihlico, ernbora de certo nível cultural que nos
não obstante, segrlrido freuC, êles sabem mais do que nós sôbre entende, nern semlire se entende a si mesmo, daí porq a ncccs-
a realidade irrterior. em síntese, êles nos oferecem uma sín- sidade de sua instrução num instrumento real, alegre e íntcgro
tese do real e do irreal. como a natureza cia-s co-üsas, q êle as aprendeu sem q ninguónr
the ensinasse. é precíso q o público veja a poesia concreta sem
o movimento que se iniciou pela exploração do inconscien-
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mâior"es eri)l-,:a:.r.ri--ri:'5, .),J- illr-:síitr fortna q nãc uma lhe urn sentido" pcis, se "o espirito triste sc,.-it os osst)s", rlir fi-
-se -explica
fior, um pír tlL:':,1.1, ''-i )i-tir!:11"1, ctc' corno não há campo no losofia americana, cio bem viver, ê natural quc tlcscrlcmos As
ü
.onáretlt,i,., ll'lrr i:l'.,cl iis','i1;-6"a, lucrthraçõcs, masoqu'istas, "t, tristezas ctrre nos p,Jrsegllem) e deixemos q o sol da vida ilurninc
insinuações amor*sas lihiCiucsas, não há porq o ieitor .crie tais nossos redutcs interiores. os artistas concretos não trabalhant
problemas ílni i{11.1 t::Pí.r:l+, já c1 não há forrte originária' "o comó rnuita gente pensa, por originalidade, mera vai6adtr pcs-
ôoncretisn,* çyy1-;1:,, ii,.iil *,,t:, iiovil e autêntica atitudr: do artista soatr, pedantistll.o sitoh: mas) sim, corn responsabilidade e cons-
pãià*to a própri:', r,':-<islàttcia, uma nova ótica' a clareza dos ciência da missão que lhe é imposta pelos destinos da própria
problernas i;i:,.:t '.'..,. .'i:.1i,'i,.ll-1o :: abstrar;ões q, conduzem ao poesia cu quaiquer que seia a natureza de sua arte. êles, sabem
*lstério e:1 ';iil."" c.lriilr,iliri ll'rn poeilia coiicreio da mesma forma antes de tuc'Io, i;nptrantar uma linguagem eficiente' antecomove-
e1 olhantos ili:r .,, ..i ,.r,, ',:.ill,-,tr" l-iIn: paisagcin rnarinhe'
uma
porq o dora. I o saiila.pt':i:a,z o saldomundo / osal davida / ou: o sol
óriança brin<:al''i.:. ;.'l':. rr{:lll proúurãrmos sa}:er arrião
o sal / o salc;soi z' o solosal o salosolo da vida /. sal, sol, solo,
ã.iã futo,it. ttüu{r i: e'r!íí:r* :l:li: se l?love, porrí â paisagem está snLo e vida são p;lau;r'as t1 se integram em sua natureza. não há
roxa, porq â c1:!;li:l{r;l i,tt'inr':i. estamcS diante dc belo e isso nos aqui uma re;rçíc cçmovente e sim um raio de ação evolutivo. que
basta. o belo ,il;rlt., pcdit iiiirn diivú ter explicaião' o -poemâ con- resr.rlta de foi,mações integrantes e funcionais (energia físico-
creto é antes rlc ir;rio"çísual. :ria histórla é cxterjor. é o q -química). sal-solo c1 vão integrâr'§e na palavra vida, q recebem
dêle se r'ê. â" :jiijr i)Lif ilt*i'e:'ão, a s:ua gei;tniÚ rlltlll!-' qcr isso d infiuoo casual e conseqüente de tôdas estas palavras. FALA,
ú*rrno o por;tl !ütr.,,i.{:to ti:al:alha rrirra ci,inânric:: ltrtie-subjetiva, I'OGO FÁ:i'{-'iü, esta {rase seria então a resultante da desco-
paia Aescn5rir i r,lcqri: ll* rnun lo q é exteritlr e ol.rjetiva. cos- berta clo misl,árÍo, dtl claro contra o escuro. tudo há de ter a
iu*r--o* f:rl:ii: tiu ,,,,]t'rrtit {s !íi}i.r"ãlvaz prbvc,cada pela b*leza da d':lr
razáo cle sua existência. assim como o pintor não { se define
úriãil"r;. ,:r1-r r'
lr::le::r 1'âr.nil. sr:je h*la" parâ o§ mál'ti- em função r1o Íigr.iraiivo, de per:-pe':tiva, mas em função de pura
rês, rnas p;lltã 0.r ri t:;i,i*l F6ltll.1llgâm ês+"e sacrifício, ppl.dente se visualídade, nssim o poeta concreto abandona a sintaxe discur-
Íaz'prefer:ir nlesi.,ti! i: "he
lr:zrt rla a1cgria., S01I1OS ccntia "a alegria
siva e se situa num campo visual-formal onde opera com inau-
O"nài*o das çra1â';re:i". §ülnos- pela alegria composta de clita precisão geomótrira, redução pela reiteração (chamado
páfrurrt, isl-c é, clq: taaileira mais clara e ohjetiT a' a alegria da perlisllnie ú 'rünÊ;.iri,fi.lttl c'ia frase) ou de certos elementos intc-
iricla precisa:i:r d*:tl:r:1;trl:i. cs pue;as pel'dera*r, âo q p-ârece, a grantes desta de q resulta numa reaiidade isomórfica: ou seja:
orpuàt qo de contlnj.star esta alegna. daí a necessidade" para trxto q exisle no espaçu-tempo pode vlr a ter uma. presenÇa ar-
o-'- àuviào, oa viáa a r,'iver: Frazer-tcr"npor:1 necessarís- tísticí ou estrutriral (forma conteúdo). uma música 11 se.ia dc
sima da mús!r:l. dn t'.lt: ac:l'ilp)L, cja :amhicta' car§leln mÍranCa' * natureza narratLva, carregada de símbolog e interpretação ca-
ãá nrequista jorge vr:jg:. c1: c*me.iiante alegre de circo e pes- pitular, não nos oferece elementos q a possamos classificar de
,ou, quã anrr,iarn prl..';,1r:o-rr,*t raiitifônicos clessa natureza' e daí àoncreta. é necessárii: q exprima aigo verdadeiro do q há dc
tá*nd*, o olvicio,*irara s'-,a 1igit::itção, nos compênriins de auto- '! n -l- preciso, atual e sociatr. o poeta concreto não acaricia a pâ-
res-de real iralcr crl:1"'ivo eru interpretativo. o amigo da.onça iavia. Ínvesi;iga-n. ii.ri*rprula-a. entre*rista-a. êle não traba-
icmzeiro), o sál:io hrimor;rmo lle vã.o gÔgo, -o enúncio lttminoso' lha o pcema., o pcerue a"r:;balha para seu autor. autoproduto quc
à manna,'a tarde" a g':)ina ver:ele, uma mnlher hela, enfim tudo se reáliza" êie respcnd"e às perguntas do espectaclor, como
ãquifo qrà ,no tranimite tlllià seln'saÇão de prazer, em. síntese' qualquer in*ivídito ttrtvlCremente autorizaclo responcle os qttcsi-
ü;;;;á; ciu*t, et o scm .rn ticlo nos interessa ao ouvido pela tôs dô urna e-r:qnete. 1:ela industrialÍzaçáo 6a palavra. sua t:/t-
,ir-artrg"* 6s 3!çílria lt]lhütrâ, q transmite ao coração estropiado tedra. sua donta cultura. Iinguagem superior. universil,á-
pela vlsao surlr:al:sl.;:l cl+ lnrenelo cl&, responÊável por t;"ic'!o, por- ria. cl-outCrrar a palavra, o grande ideal concreto. sua atttltla t'ttl-
[Jó, n importatior até cle obscenrdades: o concretistno:: a 1ã: o tLlra, seu ul.iversausmo. há qitem acredite ser o colrcrcrl,isgto
carneiro, il'asa rl0 píieilnrr,o i.:iii I il3.§liaritc, o estêrco para a f1or. um campo reduzldíssimo. ôit,e cstá longc tla vcrtlatls, otl ('olllo
õm verdade, a vidà é incolor, sem sentido, devemos emprestar- diria rimbautt, longe cla sal:cdoria oriental. o calllpo t:9ttct'er[r)
CLÃ --
94 _ CLÃ a ô

vertente originárla e bibliográfica


é tão vasto q já de inícis) tenios entre nós duas correntes diver-
sivas trabalúando â8,b"1$ coilcretamente a mesma idéia' Tão ts, a a serieclacle d.o movimento concreto consiste, em primeiro
há uma forn'la sÉtntl*rt llo lcilr:l:3tisrno, pois não é apenas téc- lugar, encontrar-se être nos horizontes puros ,/ dos momentos vi-
nica, mas, acitna de tuclei, criaÇão. e tô'Ca criação é variável, jâ vos I associaçã.o pignatariana. a pesquisa demorada e paciente
q náo é possívei pensar cia mesma forma todo dia' não é um -i-, conhecimentos e percepção do fenômeno cultural: irmãos
trabalho cíe roti-ir:r. â:.'-l pali'rir-re a rlific:uirlade, digarnos assim, a li- fu.-s, f décio pignatari em solucionar problemas de fundamen-
rnitação, a antiv*t;i1Éo para a posia concreta de que se ressen- tal importância, ccn:o seja a tradução de poetas maiores. nesta
tem, em especi:il. úi pllêtas cii\-,r'âmingas. os poetas, para os base. ã tendo a contagem dás experiências dadaistas-futuristas,
qrrír, a inspiracão ain;a ó a ,*álvula propulsora da poesia' o rlistencleu-se os estuilos a apollinaire, os ealigramas, mallarmé,
poeta'aorraróto süilli. .-J ii. s,ie nre:lâ tie trabalho ccltlo ull1 instru- r-lm lanee de dados, pound, os cantos, joyce, finne'
io,,, cabina ü'ie.rti] e1r*niü para ciirigi-lo atravês de cáIculos gans wake e as exper!ências de cummings, na alemanha e gom-
matemáticos q nã* pcderãc flalhar. da mesma forma q iltn âr- ringer, secretário de max biil (escola superior de desenho) para
quiteto e*".*iu rlr:i projtl'r: pâra â armação de futuro edifício' a evohlção da .toesia. no brasil, oswald de andrade, com me'
ó poeta concreto a.panhá da ieu fichário palavras domesticadas mórias sen'&i&iemtnis de ioão uriramar e serafim ponte grande,
pr^r" , composii:ão l1o p on:a, q funciona como cltlalquer máqui- que segundo afirma o grupo noigandres, atingem seus _p,oemas
na importante. como em [ôiia arte, e sendo a poesia concreta sínteses díre+'as. propondo um problema de funcionaiidade or-
gâniea, que câusa espócie e em confronto com o vício retórico
uma evotução de ilormiie. de iinguagem, há, sensivelmente' a
nacior:al a q não se furtaram, em derramentos piegas, os próprios
divisão de pensar por ângiltrtis diferentes como dois arquitetos
rnodernistas e qrle anutra boa- parte da obra de mário de andra-
i"*oror apiesentarn piancs er-i contruções diferentes' existem, rIe. a poesia concreta que nâo é intuitiva: o poeta:: o sol e o or-
nesta base, poeta:; rt e h, q não podem, netn de.liàm,
possuir sen-
de s' paulo é diferente valho:ão para e planta (ou seja) necessàriamente a melhor fonte
riüiuA.a.r iiênti,:as. o .grupo a concreto
uma certa lintra estê- de vida pãra a vrila : a aiegria do poeta viver alegre.
ão g.upo b cLo rio. enll,.ora ambos sigam
ticibaseaclcs 113: r..rir-1i11ios princípios, luma co-nitlntura especí-
a cle b, com granúes vantagens' a Ârcrons PiNto
fica de forma.s, rtriri;talicia-se
obedece à estrutrira geométrica em sltâs cornposições, ntâs de
iá.ú, ide6grarnáticl ir acomodt-se no campo da pcética lintar, 0 O
realizando ã cemi;áeà;r",',á*. a ilepuração do grupo a está, eviden-
temente, sÍtuada num crmpo muito eler"ado, enquanto- o grupo
b prende-se a Llma fclnra escrâva da poesia tradicional. a com'
prãende o núcieo princÍpal: haroldo (cle campos) augttslo { a
àécio pignatari, os responsáveis, de início, pela nova forma
poéticá õ seus 1 a.rdoiosos defensores. jun-tam-se a êstes
ionaldo de azeredo, pedro xisto e outros, assim como o
grupo do ceará. h está represer:tado por ferreira gttllar, mário
faustino, manuel hsiliieÍra, reinaldo jardim, oiiveira bastos e
outros novos. os concretistas cearenses aceitatn, sem restriçáo,
a estruturação geonlétr:ca rlo grupo {x (s' p.) e consolida-se ne§ile
conceito f pr.rro e.le arte, por entender que só com a forma
ideogramática a poesia se Ci';,-'lialá sistemàtÍcarrente Cos câ-
nones tradicionais,

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