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{o Nos riórtcos orxÁMrcÂ
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Repensar a natureza dessas traietórias administrâtiv᧠à luz de deter_ to, a formação política do Império baseou-se na transferência de uma
minados contextos históÍicos, demarcados â pârtir de todo unl colriunto série de mecanismos jurídicos e administrativos dâ mctrópole Pâra as
mâis distarrtes regi6es do globo. Padtoailo, poderes concelhios, gover-
de esúatéBias e práticas adíninisuativas exerittadas pela Cor oa portugue'
nadotes, ouvidores e capitanias hereditáriâs Íoranr alguns dos principais
sa em sua gesteo govetnativa ío ultÍarnar no periodo considerado, é a
prtrposta deste artigo. Para tanto, seráo dcstacad⧠ceÍtas conex6es políti_
institutos âcionados pela Coroa poroguesano ptocesso de organizaçáo
de seu governo sobre o complexo ultramarino em expansão.r
co-adminisrÍadval que interligavarn determinadas áre⧠no Atlàltico Sul
Considerando o Atlântico poÍtuguês, entÍe os séculos XVI e início
O estudo Íoma como pontos de ÍetiÍêícia o estabelecimento da Reparti-
(1645), o reconhecinrento do XIX, é possível identificâr uma dâdâ trajet6ria delineada pela forma
çáo Sul (1643), a oiaçáo do Pittcipado do Brasil
como o BÍasil, pârtes da Áfticâ e Portugal estiveram institucionalmenre
do direito de representaçâo do:BÍasil nas Cortes portuguesas (1653), o
entrelaçados no interior deste complexo. Na década de 1530, foi insti
reoÍdenamento dos linlites âdnúnistrativos separando as caPitanias no
centÍo-sul do B.âsil, bem como a criação do TÍibunal da Relaçáo no Rio tuído na ÂméÍicã o sistema de capitanias hetcditárias; em 1548 foi ain-
deJaneiro (1751) e a transferênciâ da cápital vice-Íeiflal pâra cstacidade da aí cstabelecido, por D. Joáo III, o governo'geral. Já em Angola, a
(1763). Definidas essas bases, será considerada a circulaçáo de determi- primeira capi tania hereditária foi concedida por cartâ ré8ia de 1571.r A
instituiçáo de um governo-geral seria estabelecida em 1592, em respos-
nados indivíduos pelos calgos de Sovcrnâdores do Brasil e Augola no
ta às teflsões geradas pelo controle dos vultosos recutsos iá ProvenieÍ_
p€ííodo. A análise será colcluída Por umâ bÍeve âvaliação de deteÍmina-
tes do comércio local e, mais especialmente, do de escÍavos úicaÍros.'
5 dos empreendimentos exploratóÍios reâlizados uas duas conquistas, adi_
O enraizamento polÍtico'administrâtivo portuSuês nessa regiáo foi um
- cionando-se ainda uma análise da decisão régia em procedcr a transferência
dos fatores a propiciar mais tarde, em 1595, a in§tituição do Á§r?rlro -
da Coroa portuguesa para o Brasil.
privilégio do direito de fornecimento de escravos africanos parte
mercados
-por
consumidores
de negociaotes portugueses em relação aos
hispano-arnericanos.
:, CONSTRUINDO UMA GOVÊRNABILIDADE
Foi üo período da União Ibérica que se pôde assistir â um significe-
tivo enraizamento de institúições polÍtico-âdmioistrativas nas duas re_
À expansão ultramarirrâ portuguesa resultou nâ progressiva conquista
giôes, cofltexto esse posto à prova de forma formidável por oca§ião
de rerrilórios, concotrendo para que a Coroa passasse a atribuiÍ ofícios
e ÉaÍ8os civi§, militares e eclesiâ§ticos aos indivíduos encarrcgados do
goveÍno nessas novas áreas. Passava tâmbém a Coroa a conceder privilé8i_
eÍr : ónio Mmu.lH6p.Dhx NíiÍná *í o lnPéÍio po.tu8três"o.rúPlo niisqrrcl€rtuio d.
os cometciais a individuos e grupos ,l§sociados ao procêsso de expansão
um inpériom.rcdo,.o m.sno tanpo, Pd, d6cotrlinúidid.Bpic'{I. P.lá @.riíán.ir d.
curso. 'Iâis corcessóes âcâbârâm por se coÍlstiluir no desdobrarnento de uma mod.lôi,.,ucion.n" G6prnh., 1995, p. 9).
cadeia de poder e de redes de hierarquia que se estendiarn desdc o reino, rÊn 1J71. Prdo DiB d. Novri! íoi rgrâcHdo rcn. cône$io d. trmr.iPilríiá n* mãÍ6.ot
do rio Cúâía. A@mpâíh{dô dc úii. d. c.m colo os, do' Prorkguim.nro I .rprn§io Pôr
dinamizando ainda mais a progressiva ampliaçáo dos interesses nretro-
úBú.s M .G8ilo- Áo mo .., .n 1J89, inicou e úú p.Ííodo d. tnrô.t c .re ditPur i
polit{ros, ao mesmo tempo que estabelecia vínculos estraté8icos com .r!. or BnrpGr.l. rsci.doi, dcÍlxS ndo um qudlo d. cris. $r. ctlmnútr @6 r ulr_
os vassalos no ultrarnar. Materializavâ_se, ,§sim, umâ dada noçáo de pac- çio dí dolÍio dá ciprhhir por prÍ. dr coÍoâ . . cr'.ção do 8ov.!.ô s.àl Íês roos d.Pón,
ktrdo ído .Ítlo íom.rdo sov€.údor Fancitco dc Aln (Cor.E. 19J7, p/$,-. at §.«io,
to e de soberania (Bicalho, 1998 e Couvêa, 1998a), caÍacterizada poÍ 1971, vol. l, pp. 112 154).
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valores e práticas tipicârnente de Antigo Regime, ou, dito de ourra Íor' 'C.r.{ d.509{, dú.icirv6 qtr..h.8.Í.m I Âfléri.r.sP{nholr.m r.idos do §aculo Xvl
ma, por uma economiâ política de privilégios. Neste mesmo movimen- .Írn prov.oi.n.6do.o6arcio r.âliàdo nê§r r.8iio (Àl.n.xrrc, 2000, P.78)-
<^rir !to !
o ..crM. tor rróp,rot a or ÀM,c^ ,spÉ8.Àr
^rÍr6o
Índias das Conquist⧠ultramâri- melhor viabilizassem a resrauração dasoberaria portuguesa naÁfiicá
o ;e.it"ao Conselho das me-
.rro".'""tito
'nas. a âdministrâ- iidional, entáo sob ocupa$o hotandesa. Estratégia essa que deve ser tam-
Estabelecir_"e, ,""im, um óÍ8ão câpaz de uniÍotmizaÍ
t€Íerentes bém avaliada em termos de sua singularidade em facc do quadro de
cão do ulrrámâr. Competiã_lhe a8e$ão de todos os negócios
Verde e Íiagilidade política gerado pelo fim da União lbéricâ. Súdiros e yassâlos de
1.. e",rat" ao e,".if,'irrdia, Cuiné, ilhas de Sáo Tomé e Cabo
A elimi- diferentes regiôes no Império sâo convocâdos a pÍestâÍ os importaníssi-
i. r"J"r .t a".ri. em Áfricâ vinculados à Portugal
mos serviços de defesa de sua Coroa recém-restaurada.
,rr:" ã...."a* "..itórios
iraiâs sinãlizav n a cresceíte importância do Àtlânti-
como o novo Momento singular na história político-administrariva do conrplexo
to no cenário imperial. SiSnilicativã Íoi lâflbém á ÍoÍma
e padÍo- Atlântico, na medida ent que se deseocadeav4 a paÍrir de entáo, uma se-
..gi." i.ir*ri.à ".* n-a busca ile uma maiot racionalizâçáo
esse talvez o qüência de eventos bastanre significativos no desenrolâr d€ umada{iatÍa-
,iir.ao a.ieo*-o a" "eus lerrilóriosul(râmarinos sendo jeróriâ administrativ â do Brasil. Dirrarnizava-se uma
iitif""a" -nÍeÍido à novâ irrstiruição' Esrabelecia se' dessa economia políticâ de
".rt'"irrf
t^ u*ranre poderoso e muito respeitado por parte de
privilégios viabilizada pela concessão de mercês e privilégios dispensados
i"rrn",
"iur*f
io,to. o, qu" la. a"p.ndiãm scndo um ór8ão
deliberativo e bastante tanto ao Brâsil
- enquaÍito área privilegiada no inredor das hierarquias
tomo critéÍio d( espaciais do conjunto impcrial quanto aos homens inter-relacionados
à- ."t""*.if"" a* *cieJades de nutigo ReBime' teve nobreza
-
pelo tonjunto de polÍticas então {riculadas pela Coroa e seus vassalos.
."i..:o a" ,.r. pr.sidentes â lirulâçáo de fidalguia de primeira Nesse sentido, a cârtâ rógia de 26 de outubro de 1645 determinou a ele-
. , ireri".*r.,ien.i,.nr negócios ultramarinos A nomeâçáo do Màr_
do Brasil' ondc vaçáo do Estado do Brasilà condiçáo dc "Itincipado',. Tiâra-se de medi-
irri a" ú""*f,*, 1"'gc Mascarenhcs' recém-thegado
damuito pouco problemarizadâ pclâ historiogÍâIia sobre o período, sendo
ior. vic.-rei entÍê 1640 e 1641, como seu primeiÍo Presidente'-pôde
à".""t"* . p*. a. Srasil em Íelaçáo âo ImpéÍio como um todo ê's apenâs citâda de formâ periférica e assistemárica, tendo sido considerada
poÍ Pedro Calmon como um reílexo dos "melhores propósitos- da Coíoâ
que as relatavam no mo_
mâtéÍias eÍarÍLdistÍibuidas pelas conselheitos'
em resposta às pÍovasde fidelidade demonstradas porseus súditos ameri-
fÍam freqüentes as consultas régiâs' bem como a
-"n,o Aa "o"ro,rçao' cânos por ocÀsião da Resraurâção porruSuesa (Cãl ]mor\ 19 59,
que seriam inteÍpo§tosao parecer do rei
(Cae_ p- 642\. Já
.ooJriçau a. p.á.".tos FÍalcisco Bethcncoürr considerou essa mcdida umâ "compensâção sim-
Âno, 1967, Pnssin\'
'_" governador-do bóiica de :aonta" no âmbiro da ausênciâ de referência ao Brasil nos rítulos
f.t , o*it a" f,,*tnamento desses expedientes quc o utilizâdos pelos r€is portugues€s enrrê osséculos XVI e XVIII (Berh€ncourt,
ti"ie lalei,.r' o célebre Salvador Correia de Sá' toi convocado em 1643
ger;'l '1998, vol.
ll, p. 333). PoÍ seu inrcrmédio o herdeiÍo do úono pâssou a
o tinrlo dc "governador e administrador
'-.. "ttiã'ãn" " ""'mir
Errn â ele atÍibuidos auronomiae poderes indc-
sistematicamenre se intitulaÍ "Principe do Brasil,, até 1g17.?
ã* -i'* i.i- *,ro"
as_
,"f,aa" territórios do sul do Bresil' estâbelecendo'se
I* "r" t.,". a" *"".,.,çào esPecífiG' a "Repartisão armar
".^i.t,", do Sul"' como ficou
"Cls D. JoIo v$iôú,.o !734, ô iituto d. p,iresrd. ú.n p.,rü êr, o_ M.Íii FÍâí.isc.
uma ftota que le6.l, . Í'hn. Írinhr D. Ma.ir l. Eí. ríiulo íoi.nÉo Goí..hido prrá dBHcr.. pojiçto d.
..rfr."ia". f.i .ü ,*tU'im encarregado da misao de polriyêl h.rd.ní dô ro.o .nqúinro rs pris nio riv.sm ú6 fithô !.rio. O ,tvrá d. 9 .t.
que acabou por rea-
poa.... ."rg",r. Lu*a" do domínio holaldês' taÍefa iitr.irô d. r8t71lr.Íoú o ínrto d..,príúcip. do BÍ*il,,p* o {,.,,pÍincipcdo R.iÍo.Unido
I ír- *."t*', *f".ços reuniilos com o apoio de gÍupos iÍstalâdos Íâ P!âça d. Po.'t3rl, do AÍrsil. dd^l8,n.f, nrr,r.ndo ânlllâ o.ído d. princip. dâ B.iÍi
.rrlruro. not r rórr< or À DriÀMrc^ rMpErrÁr
Valc salicntar, cntrctanto, quc essc fâto €onfigurou uma notável ino- .liês
ça de Joâo Fernandes Vieira e Ândré Vidal de Negreiros. anos de,
vaçâo na forma de ser da gestáo administrativa ultÍamaÍinâ. A elevaçáo pois, Luândá erã Íetomâdâ em razáo dâ ação coordenada por Salvador
do Brasil à condição de Principado ÍepÍeseirtou, àquela alturq algo de C.orreia de Sá. Essa reconquisra suÍgiâ conro uma coroaçáo de esf.orços
imerúâ sigrificaçáo política, especiâlmcnte quândo se considera o coutexto coaiugados entre os súdiros luso-c&iocâs, ã Coroa e scus oticiais insrJa-
dâ R€staurasão portuguesa. Â condiçáo de Principâdo €vocava valores e
dos no Brasil. De um lado, a cidade do Rio de e sêus .homens
Janeiro
noç6es de govemabilidade e vassalagem que alçavam o Brasil â uÍlÚ posi-
bons" passavarn a acumular desde 1642 úrulos e privilégios concedidos
. çáo deveras diferenciada no cont€xto imp€riâld€ entáo. Em graflde me- pela Coroa o priviléBio dos cidadáos do porto (1642), a faculdade de
dida, buscava-se aproximar o Brasil, de forma mais Íntime, de seu soberano -
nomear em caso de mortc o sucessor do governadoÍ (1644) e o título de
Íecéin-restauÍado. Um rei ausente fisicarnente, mas que procurav4 poÍ
"leal elreróica" cidade ( 16471 (Bicalho,1998, p.258). De outro, provia-
€s§e expedi€nte, ÍeafiÍmar a §uâ pres€nçâ e os elos que os unia a seus
se finall,lente soluçáo às demandas advindas do gÍupo de traficâÍtes
de
vassalos ultramãriros, e rgaic especificarnente aqueles do complexo Arlân-
êscravos e deproprieriáÍios rurâis da Âmórica portuguesâ e mais especial-
tico Sul.3 mente os da praça merc-antil do Rio deJaneio (Âlencâstro, 2000, pp.23t_
Essa alteÍaçáo se Íelacioravâ a um contexto polÍtico mais âmplo, no 238), Vale áinda lembrar que os homens envolvidos nessa empreitada
quâl a Coroa poÍtuguesa passava a mobilizar mecâiismos quê melhor não
seriam esquecidos pela CoÍoâ posteÍiormente, recebendo uma complexa
promovessem s€u governo sobre o coniunto de território§ vinculâdos àr
trarDâ de mercês e privilégios que favoreciam o conjunto de todas as suas
suâ soberâniâ. No caso do Brasil em paÍticulaÍ, destacã-se o lato de que
atividades socioecon6Í icas, como, por exemplo, no caso bem estuda-
iá
f, essa alteração se inseíiâ em um pÍocesso de gradativa (oncessão de dtulos
do deSalvador Correia de Sá (Boxer, 1973, pdssirz & Fragoso,2000, pp.
à "conquista" americãn4 delinealdo-se uma trajetóÍia político-admids-
71.721.
Eâtiva capaz de explicitd uma dada estrâtégiâ dc goveÍno. EstratéBia fssa
A propósito da elevaçáo do Btasil à condição de principado, vale ain_
informada por uma economia política de privilógios, vale repetir, tecen-
da lembrar que essa decisão aconreceu pouco &rtes dâ realização d.s Cortcs
do vfu€ulos e sentimertos capâzes de relacionâr indivíduos em ambas as portugue$§ de 1645 -1 646 eÍn Lisboa. A convocatória das Cortes foi
acorn_
margens do Atlânlico. panhada da edição do "Parecer do Marqr:ês de Montalvão, D.
O ano de 1645 assistiria ainda à couvocaçáo das Cort€s de Lisboa, à Jorge de
Mascarenhas, para servir nas Cortes que se fizeráo na cidade de Lisboa
recriaçáo do Conselho de Estado, bem como à deÍlâgÍação da iísurreiçáo
em 1645". Nesse texro, al€rtâvâ Moltaváo sobre os perigosque poderianr
luso-brasileira em Pernambuco corrrao dornrnio holaldês. sob alideran-
tesultar do descontentamento gerado pelo "rumot,'do "povo", afirmâl-
do que as populações estâvâm táo insâtisfeitas com a nova ordem portu-
'!oM Áhrcz rÍnnoú N íôrmr .ôhô d H.brbnrSo ácioMrxm inínnior poli.ion oso o
d. v ic.{.indo . o dô Co Í çlho d. Po íngil. .nqurn lo n.iG d. su p.t çiô drs "srud rd.J' do tuesâ que já mesmo questionâvam se não seriâ melhor voltü à ârtigâ
.ci&trtid8no r.ino poÍtu8trê!.6 Ír,,iodódilrrncirmrtrtô íôi.D súsdo p.L Uniio lbérna. ordem castelhana (aprl Cardim, I998a, p. 100). As exiSências fiscais
o "PonuÃ.ldor Filip.3 n:o * tiúIi oÍÍfl'Ido sb.. . rBidôtr.iâ do r.i, aii sin sbr. produzidas pela guerra de Restauração, bem como â instâbilidade políticâ
ünr .üÉnciN'. E.rm asiú §.r r.cu!s! trtiliado! ú.4 d. Ío.o, r{r .rFdGnG, 1í
- *
^litr.l,
ycaituíó!-,Ío* gerada pela quebra da oÍdem oulrora insrituída pelá UDião Ibéiicq âli-
ido d. Eíorça! Íí.culo.. nêniÍrlià. Gntõ6 8.ráds p.l. Íomr coôo
Pôrn'rrltrvir * in..Íidô Íorqudos di mo.lÍquü hnpinicz, krrindo + o E§,tuio dê mentavarn um quadro de instabilidade polírica, concorrendo para uma
TomiÍ (1581). S.sMdo o ruror, lonân.l.toÍâs.060.id. v'c.{.n'{do-. pos'Elm.nt.l maior necessidade de convocação das Corres por parte da Coroa bri-
-sn*ituírú !
d. Pi,rôpido, rqu' cônsid.rrdâ .ú nErinÍG d. Bflndc opo(ircu poli-
Íq, ÀcloordG.m momHÍosd. mÍor ír,gilinrdr Jr sov.í'rbilúlad. r dr so&Í:nrtD.ur. Santina
r (Bora ,illrr.l, 2ooo, .sp..iilm."t. o crpirúlo Iv). A8rãd.çoà P.dro CfdimrtÀ'.to!r Montalvão viriâ tâmbém a ocupar, antes de sua morte em 16j2, ás
n'dk{rô d.§ núpo itrúí,D ..t r.Í0r prestigiosíssimas posições de procurador do Senado da Câmaa de Lis-
RelâÉes enúe e§§e contexto e o período marcado pela existênciâ dâ dos maiores exemplos dess€ coltexto talvez teíhâ sido a ação
._Um
Companhia Geral de Comércio do BÍasil e a atividade missionáÍia do Pa- militár empreendida contÍa o reiDo do Coogo, outrora o grande alia_
dre Antônio Vieira devem ser também estóelecidas (ca 1649-1659). De do de Portugal na região, por grupos luso-brasileitos instalados em
um lado, um 8rânde pÍoieto de integrâção do coíjunto dâs âtividâdes eco- durante o governo de ninguém menos tlo que André lidal de
nômicás e ÍneÍcárúis, envolvenr.lo diversos grupos no complexo impcÍiáI. A ^ngola
Negreiros ex-líder resrauracionista em pernambuco, como indica-
companhia organizou frotas e usuftuiu vários êstancos comerciais no Bra-
-
do acima. À célebre batalha de Ambuilla (1662) marcou â irágicâ e
{ sil. Tinha também competêlcias militares no que se referia à luta coutra os definitiva derrota congolesa frenre ao avanço poÍruguês sobre aifricâ
holandtses em Pernarnbuco. ld€alizada. conc€bida por Vieira ábrigon sob meridional.r, §egr.rndo Luiz Felipe de AlencâstÍo, esse seria um dos
elc-
seu patrôcínio vultosos câpitais de crisúos-novos eÍbteotes em Portugál mentos mâis importântes no restabelecimento do complexo ultrama-
nâquelâ épocâ. De outro, a vigência, a partir de 1655, de um curro período Íino poÍtugüês apósofim do "longo cetiveiro irnposto peiosHabsburgo"
em que os jesuítâs, sob â lidirang de Vieit4 usufruíÍam consideráv€l po- (Alcncâst.o,2000, p.296). Decapitado o rei âfricano, teriasua
caúça
der sobre os íodios do BÍãsil, áÍrgariando plena autonomia na condução dâ enterradâ em Luande e suâs insígnias régias enviadas como troféus pata
atividade missionária entáo empreendida"!o Buscava-se garantir meios que Lisboa, ambos encenados como símbolos da grandc vitória l-lsa (Sou_
mclhor propiciassem o desenvolvimênto daeconornia e do povoamento da za,1999, p.77t.
América portuguesa, possibilitando assim uma maior opeÍacionalização do
)'ÀtrEdaçio ini.i{rcíi. cor«didr .p6!.ó r.hdo.G índi6 do M{.úhro d 1652, ,Prccdo de.xpâ io qN r xLrs.Í,r no íltino qn Êt dô ícnto XvI.com r Índrçio
sído poftriom.nt impliád{.ft r.lição.or d.n.n r.,núriot ü.í.í.lr9l, p.l0r}. ptídiô d. Pu.eo
do aovo po. vohr.l. t67J, toc,tiudo h,r no i"i.rjo..q;.,
rloiô Fêm$dB Viênx íoi gôv.r,rdor dà P.râlbâ (16J5-r6J8). dc rtntol, (lóJ8-1661), d..ú&l(í co jbrom^ndongo
chis.on rí.$rráqninh.nrorq,t6m.i.o!,, hí.d. Lun;r.
.{qü.no Ándré Vidâl d. N.Briror gov.rnou o M.tánhao (r65J-!656), P.ôrúbuo (1657. .xprndnrdo.Í BUrtmrDr. or porrúgu.Ís prrr o,ú1, prrr B.nrmtr (Rns!lt.Wood. I993c,
1661 .1667), Ansolá (1661-1666)c Pdíâibr@ (1661) (Mdio,2000, pôr,r). p. 129).
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setor na burocracia do Brasil
identiiicar ccttos padróes de formaçáo dessc
multicontinental a caracterizar o ImpéÍio
ul- coloniâl À existência de umarelaçáo simbiótica cntre â coroa e os mâgis-
" ';tu*za
porrúguôs coÍcorrcu para que muitos desses
altos oficiais pres_ rados üa.nsÍormava-os nos defeúres maisimpoÍtântes da autoÍidade ré'
tÍamarino paru
,*r"-_...r4* i., aU"Íentês teÍritórios coloniâis. lssodecoltribuiu
ceÍtas lefldôn
*ia, por meio da aplicaçã o d^ iltstiço áo Íei,
Individualmcnte, acabavam
ã"a. ,ir. a" *o."lo de experiências e a de finiçáo muitas vezes enredados nrs *rlh"" g"rr,l"" p"lo. inreresse\ econômicos
possivelmente osdo governo deÀngo_
À. "*
ciâs na ocupâçáo de calgos, como prcvalecentes nos locais prr" o, qo"ir- no*eados, ficando assim vul-
"."ln
ô ;:J.';rJu,:;;;-,.1oú..r,,ao "* .a+o às traietóriai eclesiá§ticâs '6 íeráveis ao rráIico de inÍluôncias quc fazia parte rlo sistemâ de nomeações
alguÍrs hisroriâdoÍes têm identiíicado
ceÍtâ hierârquia para os postos de menoÍ i.porta.r.i, uo ."."lao d, burocracia colonial. Náo
XVlll o
^*i* "..aá,"o i,n..io, aa administraçào portuguesa. sdculoNo '
e o"
tem sido id€Dtificadâ uma preponderância de rlescendentes da nobreza na
""u...*ir"
ãrasil estaria no topo rlessa cadeia, seguido do Eoverno de
.onstituiçáo desse grupo na América portuguesa, contando mais fre'
^rr8olr o"
quâdro contrastavâ
por fim, viriao dc Macau. Esse ncssa área pelo pai na posterior
ão4 e mais além, oüentenlente a plévia ocupaçáo de cargos
rm fins do sé.
I".1" i"**. aí"ir,ira daquele que pode str-observado desempennou ,romeaçáo de um lilho- Havia urna notória hierarquização entre os mem-
quândo o Estàdo da Indiâ
culo XVI e ao longo do xvtl, brosda magistrarura, desiacando.se especialmente os desembargadores da
ultrdÍrâÍina Portuguesã
,íÀa .at ".,,tta na dilràmicâ governativa 1998, p' 2421'
Casa da S'plicaçao de Lisbor, seguidos dos desembargadores da
Relaçáo
rr.a.'rilJ., rsgt, pp. s:9-540 & B€thencouÍt, Jo porro (s;hw;u, D?9, passiÃ). A seguir vinharn os dcsembargadores
"';;;;ú;i.* desracado ainda o fato de que o
pcrfrl geral dos do
das Relaçoes de Goa c de sjrador'e, ,'u ig,.,nda m.taile do setecentos,
vice-reis difetiu muito pouco uIn Rio de Jâneiro. Hâvia idciãlmenre uma rerdêrcia dos desembargadores
de
*o".-làor""L "^pi*iâs,gerais e d,os que, em determinâda§ câPitanias. foi
ã" .r". no s.xf, dt"ntanilo ainda Goá de contâr com melhotes condiçôes para uma posterior nomeação na
desses car8os Destâ:'s::1T-b^:: Casa da suplicaçio de Lisboa situaçáo que se revcrte ao longo
do século
signiÂcativa a longe"idrde na ocupaçáo
o exemplo de Gomes keire a6Ímd como o
i*n.Jil;;-oã" ""
perfil dessa ocupaçáo. xvnl à medida que as regióes do Atlântico passaram a se
pos'
principal cenário polÍtico do ImÉÍio poÍtuguês' À paÍtir de €ntáo, os
io"n"-"si"t."n."b,,"ireiraeramavidarnentepreferidosperoconjuntode
1fl";:ifx;;.;,..;::.1.i,"i:.,":.l;:,*Í:::XtlfJ:'^;iJ1-1T.;#*
l,-,.oô-ie,nvrriô!iÍd,vlduoson,p.rrú"Í8o"quiv';ÚíoBn'l'ro^'{olr'ro candidatos existenles'
.-' (ÀrÚr!nÔ !o0o'pP J06'J07)
I i.*. a.
".i.,"- 'o*iíinÍrnE
xor r.óprco3 À orNÁMr.a rMpÉÀrÀ!
Segundo Stuarr Schwartz, é ainda possível identificar dois tipos de peÍíodo subseqüente, quâ do esreve â caÍgo do
Eoverno-gerâldo Brasil.
caÍÍeiÍa Ía mâgistrâtura poÍtugu€sa â pârtir de 1680: uma que se de- possibilitaram provav(lme le uma maior ârticulaçáo entrc os
interesses
senvolvia no ambiente do Atlântico, atrevés de Porrugal, África portu- preralccentes em ambas as márgens do Àtlârtico (Couvêa, 2000â, pp.
guesa, ilhas atlànticas e Brasili outra coÍlsti tuídâ por aquelesque serviâm 329-330)
no Estado da Í[dia. O reconhecimento público do sucesso das carreiras Já Lourenço de Almâd, se âpresenra como um clássico âdminisrra-
individuais desenvolvidas em ambosos cenários seriademonskâdo pela dor uliramarino serecclrristâ. Após rer sido governador da Madeira, foi
nomeação pâra â Casâ dâ Suplicâsão de Lisboâ ou paÍa o Tribunal da nomeado para o governo de Angola ltTOS-1709). Dali seguiu para o
relaçáo do PoÍto, definiudo-se assim um circuito ampliado da carreira posto de Sovernador-geral do Brajil (1710-1711). Nesrâ po;içáo;com-
dâ maSistÍânrra portuguesa. pánhou, dâ Bahi4 o desenrolar da Gucrta dos Mascâtes, em 1710,
asso_
Vale por fim considerar a possibilidade de se obse ar ümâ reladva ciando-se favoravelmcnte aos interesses da nobreza da terrâ de Olindr.
associâçáo enEe o excÍcício subseqüente de cargos de governador em re- Ao fim de seu governo, permâneceu por iniciativa pÍópria na Bahia,
giôes do Atlânrico Sul, especiâlmenre em Ángola e no Brasil duranre o passando depois a viver €m Lisboa, quando ocupou a posiçãc
de mes-
seculo XVIII. A despeito de Russell-tü(,Iood ter afirmado não ser o cârgo de tre-sâlâ na CoÍte c o posto de presidênte daJunia de Comércio
aré sua
BovernadoÍ deAngola"algo deseiável", é possível perceber o lugar inicial morte, etln 1729.
por ele dcsempcnhâdo no desenÍolaÍ de várias traietóriâs adminisrrativâs Outro ex€mplo éo deAntônio dc Almeida Soáres ê portugal, primeiro
(à
o empreendidas no complcxo imperial (Russell-Wood, 1998a, p- 177). Dos
19 governadorcs-gerÍs e vice-Íeis que esriyeram à frente do governo do
Marquês do lavradio, sobrinlo do célcbre cardeal D. Tomris de Almeida"
primeiro patriarca de Lisboa. A máioÍ Íelevância desta persooâgem devcu_
Brasil eutre 1697 e 1807, pelo menos cinco riveram prévia pr€serça no colrexõ€s familiares e ao fato de ter acumulado, ao Iongo do tem-
se âs suas
goverro do citado território tuso-africâno. Interessâ âqui apenâs avaliaÍ po, funçôes governâtivas de destaque, como a de governador de Angola
brevemente alguns exemplos que podem explicitâr â forma como o perfil (1749-175J) c do BÍasil (1760). Sua curra permaDência naAmérica porm-
de determinadas tÍâietórias administrativas individuais constiiuiu uma gueseresulrou de suanrorre súbita, em
ianeirode 1760.Jáseü filho, segun_
poderosâ €strâtégia de governo do lmpério. do Marquês do l-avradio Luís de Almeida Soares portugal
João de Lencastre, descendente de D. João ll, exemplificâ como de- €nvolvido com - - csieve
a administrâçâo do Brâsil cnrre 1768 e 1779, iDicialmeorc
terminâdâs conjunturâs históricâs possibilitaÍârn a emergência de novos na condiçáo de governador e crpitão-genetal da BrIiâ e, a partiÍ de 1770,
gÍupos no cenÍio político português. Suâ trajetóÍia adminisrrativa ilus- como vice-rei. Suâ administração na Américâ portuguesa corstiruiu um
trâ brm como a combinaçáo em umâ só pessoa de experiências div€rsas, exemplo clássico daquilo que se buscava realizar no r:ltramar na era
serviu como estrâtégia de goveÍno túrto Íto Ícino quaÍrto lro ultÍamâr. pombalina. Além de nobre dc Iinhagem, uma das cÍedenciais que
ranto o
Paticipou ele de forma destacada na guerrâ de Restaureção, entre I640 e habilitavam para o cargo era o fato de ser militar de carreirâ-
1665, período em que constituiu relaçóes clientelares de grânde rele- Talvez o exemplo mais significativo daquilo que se quer equidemons-
vâ[ciâ polÍticâ. PosteÍiormente, deu início à sua cârÍeirâ de oficial ré- tÍar tenha sido a trajerória âdmidstrrtiva de Antônio Álvares da CuIha.
gio, sendo nomeado comissário-gêrãl de caválaiiá" governador de Angola Conde da Cunha. Sobrinho do destacado diplomata poÍiugüês D. Luísdâ
(1688-1691) e governador-geral do Brasil (1694-1702), onde combateu Ctrnha, serviu em alguns dos mais imporrantes postos dâ administraçâo
o quilombo dos Palmares. Em 1704 serviu na 8ucÍra de sucessão espa- imperial na seguDda metade do século XVIlt. Foi depurado nrJunrâ dos
nholâ. A s€Buir, passou pelo Coflselho de Gucrra, rendo sido, mais rarde, Tr6s Estados, membro do Conselho de Cuerra, governador e câpiráo-gc-
nom€ado goveÍnador do Algarve. Sua longa permanênciâ em Angola e o neÍÂf de Angolâ (1753-1758), vice-rci do Brasil 11,263-t767l e, pat fim,
l! r i t t t r t t t ? t t ? t. Q i o r, o a . a . ...,.,.,.r .,.,.).,
)c.tatoaüD Da..Iaaaa aaa a aaaa.a aa aa aaaa aa aa
xor i BóPrco! Àúr(^
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presidente do Conselho Ulrramârino (1768). R.velou §ingulâÍ preocupâ- uma goveÍnabilidade táo caiacterística da forma como se exercra a sobe-
rania portuguesa sobre seu Império ultramarino.
Éo com o alargamento do complexo impeÍiâl poÍtuguês, tendo exPlora'
do aregião do Cuango, em Angola, com o intuito de viabilizar a travessia
d" África-
t Estes exemplos explicitam â associâçáo gradatiYa, eü um nresmo in_ :I REDEfININDO UMA GOVERNAAIIDADE
cÚjos grupos familiares vinham dando provâs de uma íntimâ associâção das longâs distâncias que âs sepâravaro do tÍibunâl da Bahia- tle todo modo,
com â CoÍoa na implementaçáo e defesa d€ sua soberania em ocasiócs cabe destacar que o estabelecimento de tâl instituiçáo nâ capitânia íuminense
chavc como a da RestauÍação poriuguesa. Dâvâm provas dc sua dedica' explicitâva o reconhecimento ré8io da cresccnte importâÍciâ do centÍo-sul
do Brasil em relaçáo às demais regiões dâ América portugucsa- De um lado,
çáo pâra com os interesscs mais cârosda novâdinastia, disponibilizândo
a expáÍrsáo econômicâ gerada pela extraçio do ouro, de outro, os confli tos
Jl recDÍsos de suâs câsas, constituindo laços entre si. Definiâ_se, dcssa íor'
ma, um núcleo mâis coeso de inteÍcsses em redor da governabilidadc nrilitaresem tonro de Sacrarnento, Êzeram do Rio deJaneiro a nov.rrirrual
_ capital do Estado do Brasil. O tribunal foi criado com poderes e competên_
imperial portuguesa. I)€ oütÍo, consubstâociava'se um coniuoto de es'
tratégias, bem como uma meurória, dedicadas ao exercício desse gover_ ciâs similares àquelâs do tribunal instalado na Bahiâ. Suaiurisdiçáo, entre-
no, viabilizadas pelo acúmulo de infornraçóes e pelâ constituição d€ uma tanto, englobava as áreâs situadas desdc a capitaniado Espíriro Sanro âté â
visão mais alargadâ do Lnpério corno um todo, aÍnbos produzidos pclâ Colônia do Sacramento, incluindo ainda o sertão do Mato Grosso.rT
circulaçáo desses homens nos âltos postos administrativos nas rcgióes Outro polto aserdestacado foi â transfeÍência dâ câpitâI do Btasil no
ultrâmarina3, ano de f763, por ocasião dâ nomeação do Conde da Cuúa como seü
Desenvolvia-se, assim, umâ mâior peÍcepçáo da diversidade dos pro- vicê-rei. O ato de suâ nomeação transfedu de forma obrigatória o 6ítio de
blemas enfteirtados, bem como da similirude de situâçôc§ e estratégias Íesidênciâ do vice-rei bem como o local de asseÍto do SoveÍno do Bra'
sil
-
pârâ â cidade do Rio de Jâneiro. Seguindo ordens expressas do pró-
pâssíveis de uso no exercício de soberãtliÀ PoÍtuguesa em âc⧠táo dis_ -
tant€s e dͧpares entre si. Dessa maneira, tomãva tâmbém formâ um com_ prio Marquês de Pombal, o Conde da Cunha passou a implementaÍ
plexo pÍoc€sso de hieÍaÍquização dos homens encaÍregâdos dessa gestáo medidas que propiciaram a melhoÍiado porto da nova capital, bem como
governâtiva, bem como dos espaços geridos. Como visto âcimâ, no sécu_ de suas fortalezas, arnbas em r€sposta àLs necessidades de melhor autiliaÍ
lo XVI ser vice-Íei do Estado da Índiatrazia em si maispÍesúgio e mercês s€u comércio, confiolar a região das minas e defender a nova capital diante
do que ser govetnador-gcral do Brasil. No século Xvlll, e§ta relação se dos conflitos militares em curso no^tlântico Sul.
inverteu completarnente. Hierarquizando os homens por meio dos Privi'
légios cedidos em contrapârtida à Prestação dos "seÍYiço§" de governo, modo, Íiqv, o tibüÍí dá Aâhir.ntio trpoísrv.l P.lâtir..s9üê irm d.d. r Briil
"D6r
pÍoduziam-s€ múltiplas espirás de podeÍ, articuladas cntre si, viâbilizando ft r úpnríiâ do Rio N.sÍo ls.ns^nz. t979, Pô$in).
{ós rróPrcos
^ orNÀMr.a
(ÀPlruto , rM.ÊRrÁr
nr. Bor.*uo., or.int, o d€senvolviÍlento das potmcialidades Vingem filosóficn \1783- 1792), que percorreu ascâpitanias do GÍão-Pârá,
"stimulâr Rio Ne8ro, Mâto Crosso e Cuiabá. (Domingues, 1991; Ramirrelli, 1998 i
econômicas cxi§tentcs r1o lmpério, esPeciâlnrente no complexo Adântico'
de Simon, r983).
De um lado, a preocupaçáo com a mclhor composi§ão d⧠secÍctaÍiâs
Estarlo e a lomtaçáo dos altos administradores ultrârnaÍinos
que âuxiliâ_ OrrtÍo oficial régio também estudado por alguns historiadoÍes, espe"
ssem na implementaSo de tal programa Homens como o célebre secíe- cialmente aqu€les do lnstituto Histórico GeogÍáfico e Brasileiro no sécu-
tário de Estâdo Martinho de Melo e Castro, ou Francisco XâviÊr de loXlx e, mais recentemente, poÍ Sérgio BuâÍque de Holanda, é Francisco
Mendonça Furtado iímão do Marquês de PombâI, govemâdor da ca- José de lacerda e Almeida (Goüvêa, 2000b, p. 112). Natural de São Pâü-
-
pitaniâ do GÍáo'Pará e Maranháo na década de 1750 - e Francisco lo, estudou em Coimbre, ond€ concluiu suâ formaçáo como matemático
Inocêncio de Sousa Coutinho - pâi do futuro ministro de
ktado D' em 1777. Convocado pelâ CoÍoa pâra iDtegÍfi â missão que procedcu à
Rodrigo de Sousâ Coutinho, governadot de Ángola na década de 1760 demacação dos limites fronteiriços enr resultado ao Tratado de Santo
e
] t t e t t I t I I t t t t t t t t t t t t Q t i t t r ) ? 1 ) r, ), .a I n a.ro.,^ Õ-^J
oedicâo. incluindo seu fróprio lídcr, ao chegarà região do Cazembe'
em 1780 em dire§ão â B€léd' no
íorte
[defonso (1777), PaÍtiu de Úsboa in,"i d.lno,..r.* 1798, Lacerda e Almeida escrevelu o Di'áio da uia'
daba(ia amâzóni-
ffiH;;ffi;i; relo curm dos rios integrânres eem de MoLambique no io
Senn. no qual registrou nolícias sobre os
:; ffi*; ;# ;;".:T r'eo;
-':I;*d;'#';:Í::#[.lT:: Io,rfliro. enr.e colonos e o governador, destacarrdo as diliculdades do
as
detalhado acerca da expediçáo explorái coÍtÍole metroPolitano §obreessas áreas' Seus esforços consolidaram
,#ü;il;:;:""t't'l:'I:"'[:'o::':i'J:,[X"'i,|";
t governâdoí d
bases sobre
"s
quais seriam íealizâdas, mai§ tâÍde' a conquista €uropéia
' -
.:-^t^ ior n retomados. na década dc
iilentifrcaçào rlo complexo Atlântico como áreâ ptiorit&ia
. no coniunro d3s
Os Dlânos de Francisco lnocenclo
t;#::"' il;:; ioi'rgo d' sou"u countinho' entáo ministÍo da
dos estudos realizados por Fran-
políticas governativa§ empreendidas pela Coroa'
náo foi por_
*I M;;í;;-ú",.ar' Sabe-se q,e copias em 1796 N€ssà
Co,rs"id..ando_se todos o§ elementos âqui iá apontados,
.iã ino.cn.io foraír entregue§ a Lacerda c Almeida por onde tâÍto sem Íazâo qüe D. Joáo, o pÍíncipe re8ente, acabou
por ordenar a
:X;. ;;';1; ;;;;;'egudJ da 'r''.'rcnçao dus tc*irórios ransferência de sua Corte para a cidade do Rio de Janeiro em
1807'
ffi*$*m*.r*"'ffi
fuo.rpot.ódq.Borh'u
112
<a.lÍuro e No! rióPrror  orr^*,c^
1815 e 1818 traduziram a redefiniçâo de uma Íormâ de seÍ da Prdpriâ correrânr para que màis târde, por ocasião do Íetorno da Corte portu,
a
governabilidade imperial, processo em que as dimensôcs êspâciâle eco' gal, D. .Joáo oprasse por deixar ficar no Rio de
Janeiro o seu herdeiro
nômicl coÍcorreram para uma grande âlteÍaçáo dos estatülos sociâis diteto, seu filho D. Pedro, ele que afinal Íbr^, até 1g17, o plíncipe
clo
eÍrtáo prevalecentes nâs hierârquias viSerrtes naquele coutexto. Proces- Brasil.
so que também recorÍiâ á uma €conomia políticâ de pÍivilé8ios iofor_
mâdâ pcla concessáo de priviléEiosc me.cês€m contrapâÍtida à lealdade
\ e aos serviços prcstados à Coroa em momento dc imensa fragilidade de
cxeÍcício de suâ soberania.
Sob o ponto de vista do Estado do Brasil e dos vassâlos ali instala-
dos, a transmigraçáo da família Íeal pâÍa aAmérica introduziriâ mudâr-
§âs fundámentaisnâ formâcamo estavâm inseridos no coniunto imperial.
Medidãs diversas esvaziarâm parcialmente muitos dosconteúdos formais
que então revestiam o Brasil con) sua roupa8em colonial, em especial a
abeÍtuÍa dos portos em 1808 e o tratado comercial com a Inglâterrâ dc
1810. O ápice desse pÍocesso deve ser observado em dois momenros
chave: a elevaçáo do Brasil à condição de Reino Unido a PorttrSâl c
Algarves (1815) e a aclamaçáo de D. João VI enquanto rei de PortuSâl
no Rio de Jaoeiro (1818). Se por um lado era o Príncipe Regente quem
êm pessoâ goverÍava o Brasil desde 1808, por outÍo, estâs duas ocasi
óes Íornrslizarâm a elevaçáo institucional dâ conquista americanâ â um
patamâr político-âdministrativo nunca aÍtes experimcntâdo. Mudançâ
que concorria positivanrenie para o fortalecimento dos sentimEntos dc
pertençâ âo Império poÍtuguês. Forâm, por €xemplo, os YeÍeâdores do
Senado da Câmara do Rio d€ Janeiro que estiverâm à ÍÍcnte da oÍ8ani-
zação da coletados fundos necessârios à realização de taisenredos ceri'
moniais, bem como encenaraÍn eles pÍóprios- a cerimônia de quebra
-
de escudos por ocasião dâ moÍte de D. Matia I, em 1B 16 (Gouvêa,2000d,
Passiml.
O compl€xo Atlântico aqui considerado havia sido, nesse momenlo,
como que traÍsÍigüÍâdo uo própÍio ImPério mais pÍecisâmente. Portu_
gel coltinental continuava a s€r, evideniemente, â referência fundamental
tâÍrto parâ o exer€ício da soberaria quanto dâ governabilidade portu_
guesa. EntI€tanio, o curso dâ história teimava em situâr o Brasil e as
areas associadasaele em umapo§ição d€veÍâssingular no cont€lto mais
arnplo do lmpéÍio ultrâÍnaiino. Os d€sdobÍamentos desse contexto con-