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Resenha de "O Minotauro Imperial", de Fernando Uricoechea, 1978

Article  in  Dados · January 1980

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1 author:

Simon Schwartzman
Instituto de Estudos de Política Econômica - Casa das Garças
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23,n.2,1980

REVISTA DE
CIÊNCIAS SOOAIS
Uma publicação do INSTITUTO UNIVERSITARIO DE PESQUISAS
DO RIO DE JANEIRO

FAMrLlA. SOCIALlZAÇAO POLfTICA E IDEOLOGIAS


(artigos de Mario 8rockmaon Machado. Helena Maria Bousquet Bomeny,
José Guilherme Cantor Magnaru, Tania Salem, Eunice R. Dumaml

EDITORA CAM PUS


JSSNOO, ,·6258

cdJ@cdJêQ)~
REVISTA DE
CIÊNCIAS SOCIAIS
UmI publgçjodo INSTITUTO UN IVEItSITARIO OE PESOUISAS
00 AIO oe
JANEIRO

FAMrUA, SOCJALlZAÇÃO POLrTlCA E IDEOLOGIAS


Ideologia, Socialização Mario P.rockmann Machado 131
Política 8 Dominação
Educação Moral 8 Cívica: Helena Maria Bousquet
Uma Experiência de Bomeny 16 '
Socialização Pol{tica
I -:I~ol ogia, lazer e Cultura José Guilherme Cantor
Popular: um Estudo do Magnani 171
Circo-Teatro nos Bairros da
Periferia de São Paulo
Conflito, Poder a Negociação T'inia SaJem ; 8S
n. F.mm.: A Quntio
GerlClonal
A F.mm. Op!r6ri8: Eunice R. Durham 201
Consclincl. e Ideologia
ARTIGOS
e.ss·Grandt Ô Senzal. : Maria Alice de Aguiar
Um. InterpretaÇão Medeir05 216
Estado. S.c.de PC.blica no Lviz A. de Castro Santos 237
8 mi I 11889·1 930)
LIVROS RESENHAS
The Ster. elld Stx(ety : Peru (n EUsa Mlril Perl;r, A.II 253
Com!»,.,f"" Perrp«tflmt
da AUr.d Sllpan

O Minotauro Iff/l»""' , 259


dI!I F'/nllndo Ullc<>v..hal

(Engli'h langulge tab1e of tOlltenu on page 265)

Not,1: A Jlu' r, de 1980, cad:! mlufJl. e d(: D.ldDl eorui!te em lri, nlÍmcl~ .nueis, num~dOto ccnstcU--
ri .... r;'\UIlci. O" '01UV.!:5 an te riores, !lu! CI nl? 2l, e'lnl~m .omente UlU nÍlme.ro.

EDITORA CAM PUS


o MINOTAURO IMPERIAL
de Fernando Uricoecheo,
RIO de JonelfO - 560 Paulo. Dife'I-Difusào Edltonol S A .1978. 332 ÇÇl,

Simon Schwartzman
Assim como o entendimento da Revolução de 30 tem ~jdo buscado
como a chave para a explicação do Brasil moderno, estudar o Império tem si·
do a forma que mu itos de nossos cientis ta s ~ociais encontraram para ente n-
der as nÍtes mais profundas do Esta,:lo busileiJo. Esta linha;â inclui pelo
menos dois trabalhos clâssicos. de Raymundo Faoro e de José Muril o de CiU'-
valho l , aos quais deve SCI acre~ce nu d,) O Minotauro / mperiDl, do sociólogo
colombiano Fernando UriCOCChCi.
Met ade humano metade bOVÍno, o Mmotauro vivia no interior do La-
birinto, e devorava 05 que nele se perdiam. O lal?itinto do Império Brasileiro
é ii grande COntradição entre a extemiio do poder privado e a ~nualização
adminiuralíva e burocnitica do poder central. Para uns, a extensã o do poder
privado é prova da naturcza quase feudal da sociedade tradicional brasileira,
um Brasil cuja realidade residia nos sen.hores do campo e seus eSClaVOS e ape·
gados, e em relação aos quais li poll'l ica na corte nio passava de uma tenue e
enganosa superesuutulI . Para OUlros. <:J que sobressai i ii realidade dos cen-
tros urbanos criados pelo emprcendúrnenlO mercantilista dco colonialismo
portugues, a burocraci~ inchada pela Hansmigraçiío da corte ponuguesa no
início do século dClcnove, e pela organ lZação do exé, c"lto a parti, das gutrras
do Pau. e do Paraguai. O Minotauro, que det êm ii chave de ste latririnto, é,
paIa Femando Urlcoechea, a Guarda Nacional .
Metade pública e metade privacia, li Guarda Naci onal teria lido o vin-
culo privilegiado entre o poder públic-D e o poder local, entre as ronn as mais
tradicionais e as fOlmas mais modernu e racionais de condução da coisa pú.
blica, entl e sociedades e Estado. Ela funcionav3 atfllvél de ~rviçO$ grall.litos
prestados peJos "homem livres" e os dotados de re cursos, os honorotiores ,
ao Estado - serviços a que o autor. n,a tradição weberiana, denomina de ·'U·

Raymundo Faoro, Df Donos do Poder, Parlo Alegre, Ed, Globo, 1958: e losé Munia de Carva-
lho, Elite and State Building iII lmpuial Bratil, Stanford Unive!slty, tese de doutoramento, 1974,
a saiJ: parcialmente cm português, como A Conftrução da Ordem: A elite polirica Imperial, Rio de
Jan eiro, Editora Campus.

dados _ Re~istQ de CiêncUls SVCi;lIS, Ri o de J aneiro, VaI. 23, n9 2, 1980, pp. 259 3162.
tulgias". Seda de se espel\l.J que. ao operar aUavel dos "notáveis" locais, o
Império Brasileiro tivesse contdbuido pau a consolidBç«o de seu poder como
estrato social pdvüegiado. Pa radoxalmente, o que mostra Uricoechea é que,
de fato, o caritel hlbrido da Guarda Nacional terminou por impedir qu e.se
consoLida~se no B r~i l uma ordem $Cnhodal, baseada em um a nobreza clitrati·
flcada ~egundo os princípios da honra e do privílégio, e apoiada no monopó'
lia da posse da terra. Ao ~on triÍrio, a aooptação a que esta elite local ela sub-
metida através da Guarda Nacional terminou por enfraq uecê-Ia como grupo
social dotado de força própria, e preparlÍ·la para, pouco a pouco, ir aceilando
a &IadllaJ emergência de um Estado racional e própdo da sociedade bllfguesa
e capitalista que pouco a pouco vinha ~e rllrn~do no Brasil. Como diz o au-
lar em sua concl usâo, a exp~r;ência da Guada Nacional foi "crucial, dialeti-
carncnte, ao contribuir para delinear uma ord.em publica que Uanscendeu o
puticularisql.o de uma soci~dade pauiarcal da quahla própria emergiu. Com
eFeito. o treinamento diário' C" ,homem agrhlo nas prâncas e rotinas, cuja
legitimidade linha que ser prOCurada além do ambiente doméstico, represen-
tou uma escola pala a sociali1:açio do homem brasileiro em fomus alternati-
vas' d~ legitimação de podere de autoridade. Quando visto nesta peupcctiva,
o aparente paradoxo por trâs do fato do se nhor de terru brasileiro e 05 ho-
mens livres pobres serem, Inadvert!damente, atores principais no desenvolvi·
men ta de uma autoridade raciona! l~&~! desaparece pua aparecer, dialetica·
mente. como uma esplêndida sintese çle sua partlelpação pOlítica duranle o
século XIX" (p. 305).
A es trategia de pesquisa adOlada pOl Fernilndo Uricoechea parle da
premissa, derivada da tradição sociológica weberiana, segundQ a qual "os va-
lores sociais são princípiOS efetivos da açâo sodal" , e qu e "o exame da sim-
ples prática da história é sociologicameute insuficiente" (p. 18). São ali vaia-
res, como fenÓmeno de natll leZa coletiva e social, que dariam sentido à ação
dos individuos na sociedade, e :li. mudança dos valores atravé~ do tempo se~ia
a melhor manein de apreender ~ traosfonnaçóes mais profundas pelas quais
o su;telT\4 social vai passando. Para examinar ilto, Uricoechea rei. uma exte n~
sa e origihal pesquisa fiai arquivos da GUilda Nacional em todo o país. tu-
tando de examinar a correspondêncIa oficial entrç ,loeomandantes p.ajrimo-
niais e au totidades bUlocráticu", ou seja, en tJe iIJi. duas pt::l5onalidades do
Minotauro. O material que n05 revela i totalmente inédito e BIé então ioex-
piorado, e dá à Guarda Nacional uma impottincia na vida brElSileira que até
então havia passado despercebida pelos nonos estudiosos. O lipo de evidê n-
cia que Uricoechea procura tem li ver, exatamente, com a mudança ,de valo-
res, 00 espaço e no tempo. t assim, por exem plo, quç. a viitude militar é
uma caracter ística importante na sociedade gaúcha, onde a atividade' guerrei-
e
la ulDa realidade cotidiana, enquanto que as call1cted5ticas de riqueza e ori·
gem social são mais relevantes em outrllS partes do país: E -a,~itn, também,
qu<: a mudança do UIO na correspondéncia ofICial da foml' "de l i~úe V. E,,~
como julsar conveniente ", pura ii. de "V. Ex~, porém, ordenará o quc for de
justiça" revelaria a passagem de um sistema normativo baseado no reconheci-
mento do poder arbitruio e discricionário da auto ridade, próprio das formas
de dominação tradicional, á prevalén~ia da noção de que existe um sistema
abstrato de jusllça que deve Plevalecer, amda que ajuízo da autOridade cons-
tituída.
Sena um equivoco lupor que a preocupação com- valúre! faz desta
uma ob ra "idcilliua", quc considc.rasse que do nível normativo deriva!isem
toda~ as demais caracteristicas da eslrutura social. Na melhor Iradiçio webe·

260
riana, Uricoechea se preocupa com o ,e\acionamento enbe o nornu.tivo e o
enrutural.. Segundo sua própria descrlção, sua oba procura " reexaminu a
0'lardzação políuC9 brasileira do século XIX em tennos das vicIssitudes e
tensões entre essas duas e3truturu do governo", o aparato administrativo
"controlado burocraticamente pelo Escada e impulsionando a burocratizaçiio
toUl do govezno e, de ouuo lado, a ex..istência paralela de um apanlo admi-
nistrativo conlrolado patrimonialmente peJas classe5 sociais e exerce~do pres-
sio para a prebendalização dos cargoa" (pp. 14-15). Terla ele, entretanto,
sucedido?
Parece-me que, em última lllIáJw.-" e apesar de lodo o mérito da obra,
a resposta é não. Surpreendentemente pUll quem conhece Ião bem a obra
de Max Weber, Fernando Uricoechea adota uma vcniio extremamente sim-
plificada de certos conceitos weberianD:l, que terminam por prejudicar gran-
de parte do valor interpretativo de seu l.f3haTho.
De fato, ao se referir ao conceito de "burocracia patrimonial", Uricoe-
chea prefere entende-la como o próprio Minotauro, ou seja, como l combi-
naçifo hlbrida entre um fenômeno das i.ocicdade3 modernu, a l1urocracia, e
um outro fenômeno de socledades tradicionajs, a fonna de dominação polí-
tica patrimonial por ele enlendida basic.IImente como"o COntrole do apara io
adminislra tivo peJas clUlies sociais" em 'um contexto de baixa racionalidade.
Traduzldo pua o Bra..W, isto daria, eXiuamente, na combinação da burocracia
imperial Clo m II Guarda Nacional
No entanto, ele deixa de tomar em consideração o fato, te llamentc
nia negllgenciado por Weber, de que a buroctllcia ê lIln fenômeno Ijue ante-
cede de muitos s~culos sua. forma modema de organização r aciona1-I~ga.1. Em
sua.! fonnu tradicionais, as burocrllcias imperiais do pasndo nio ersm "con-
uoladas pelu classes sociais", ffill5 sistemas de dominação caracterizados pe-
la extensão e complexillcação da domlflação pa!riarcal de tipo tradicional,
através de empreendimentos mllitues ou mercantilinas que colocavun todos
Oli oetOtes da população sob a tutela da máquina admlnistr.ltiva. e coercitiva
do Estado. O que a-Fernando Uricoech,~ surge. como conflito enue aspectos
modernos e tradicionais na política im:perial etll, na realidade, a confronta.-
ção entre duas fonnas de dominação uadlcional, a estamental (ou feudal)
c a patrimonial, havendo prevalecido de fonna predominante I segunda t . Es-
te tipo de dominação política de base burocrática era certamente patrlmo-
nilll, no sentido de que nio havia difenmciaçio entre <:afgos e pessoas, e ha·
via a tendênciil à ilpropriilção dos cargO!. pelos Incumbenles; mu era também
TQcloTUlI, já que cumpria eficientemente u funções militares, mercantilisbs
ou outras que os governan tes buscavam . No entanto, nio tinha!!S cu&ctens-

2 Weber coloca esta distinção fundarnenul da seguinte maneira: "quando existe uma associação de
estilmentos [n05 sistemas feudais), <) Senhor governa com a ajuda de uma 'Ilristocracia' autônoma
e conseqUentemente compute sua ad ministração com elli o Senhor que s.dminlslra de (onna pes-
soallno sistema patrimonial) é ajudado por pessol5 seja de sua unidade familiar, seja por plebeus.
Elel fonnam um estrato sem prioridades e que não tem honra pessoal por mérito próprio; mate-
ria.J.mente, são tOlllmente dependentes do Senhor, e não têm nenhuma fonna de poder competitl·
voo Todas ilS fonnas de poder patri'iUc&l e pauimonial, de Sultanismo despól ico, e os Estados bu-
rocrlÍticO.! pertencem a este último tipo. O .estado bUlocrálico f puticulllmlente importante: em
seu de~envolvimento mais racional, ele é caracteríltico, preciJarnente, do Estado moderno" (Max
Weber, em "Politic5 as a Vocation", em H. H, Gerth e C. Wrigllt Mllls, From M"x W.beT; Emyl
jn Sodology, Nova Iorque, Oxford IJniversity Press, 1958, pp. 81-82).

26 1
\íeu oJ~ dominação rae/oM/·legal que, es ta sim, é tipicamente moderna e Ii-
gaaa ao desenv olvimento do capitalismo.
Não se lI at~ de uma sim ples unplicinC\& sobre nuances conceitua Is. Os
cSlados burocnllicos moderno,; que se d~nvolve r~m nos paiscs ca pitaliu aJ
mais avançados (e que krvium dr base. flm os_ ~ná!ise de Webel da lJUfo-
crada como rorma mais elaborada de dominaçiio ra.~ional-lega1) tive ram ~o­
mo origem historiu, nio IS antigas bu roerada.s patrimoniall, mas, exatamen·
te, SU3 relativa ausência ou seu enfraquecimen to. Nestes paf~s, o surgimento
de uma classe bur!\ocsa mtlítMle t CIOSII de sua au tonomia le vou ao estabele·
Cimento dc conuoh:! e:l<plicilOS c formais ~ açio dos governanh:S, que fOlam
forçados a colocar em segundo plano o ~onleúdo de sua açlo e a obedecer a
um .l.in~ma jurídico tadil vez mais complexo e au tõnomo. E~te processo se
acentuou aindm mais quand o out ros grupos socinis, inclusive o proletariado,
tiveram condições de se uprCSSll e, 1\8 111cdida de suas forças, exelcc r o con-
trole sobre o Estado' .
e:nes le $Cnlido que estas burocrncias exe rcem um, dominaçio racia·
na/./egal - não por que obedecem às leir da racionalidtlde demifica, ma~ pOr
que o~dece m às normal de um IJS/ ema ;uridico legal bem e,t(J~lecido . e:
este componente legal que falIa is blllOc.racias pat rimoniais clãssic&s e $Cus
de$Cendentes modemos. Elu têm normas e lI:gulamentO$ de todo ti po, que
visam ~ontrolilf e reduúr os esforços de au tonomia po r par te dos funcioná·
rios em relação ao poder central; mas lhes falta um ordenamelllo jurídico
que loS torne responsãveis ante a $ociedlllde co nlO um lodo e que seja contro'
lado por um sistema judiciãno aU lõnomo.
O que Fernando Ur;cQCchca nico consldell - e Isto prejudica ~na­
mente suas toncluS~1 - é que ao Brasil faltou uma burgueSIa ascendente, ou
seu equivlllcnte, que desse ao Estado blll5lleiro SU~ Il:galidadc. Ao contrário
do que ele afinna, o desapareci mento da Guarda Nacional nlio signlficou II
criaçio de um Estado moderno no Brll5ll, no scntido ..... eberiano de uma do-
min3ç~0 burocnillca racional·legal. O que ele significou !oi simplesmente o
m:UOf enfr.quecim~n to das formas de poder privado ou semi privado, em be·
neficio de uma administ ração cen u al t:ada vez mais fone, frcqütJ1tcmenle
racional tm seu ~omportamento de autop re5t rvação e crescimenlO, ma:;
sempre inesponsilvel ante a sociedade. I~ por Bta que adquiriram tanta prc-
eminencia no RusU as fonn as de üderança poll'lica basud.u na internledia-
ç:io cnlle o selar público t o privado, que sio a expnasão, não da rorç.i, mas
da debilidade dcst~s lideranças, como Jl1QSlra o I rab~lho cl:i5.sico de Victo r
Nune, LeaJ sob re o ~oroneli.!mo·.
t desta forma qu e podemos entender por que o BrasU de h9je não tcm
uma organização politlcl e um orllenarnenlO jun'dico equivalente a aqueles
paisn mool't1Ios aos quais fali:!. o r>t'o de um passado bu roc rálico-patrim o-
nJal. f. por isto qU<l O probl~m. do esla.belecimen to de uma o rdem pOlítiCa
e social mais jU~la t d~mocrál!cg ê !i(J"lodiuinto nesle e em OUIIOS parsc ~.

Pau uma di5Cl1~~0 mais aprofundad. deste tema, ver S. Scllwart1.man, São Paulo e o Erfado 1'1/1.
donal , Difel, 1975 . caps. I e 2; e " Uack la Weber: Patrimonialism artd Corporatism ln lhe Sev.. n·
IIC5", ~m Jamn M. Mallo)' (ed.), A~/oritarilln/rm and Corporaril m in La/ir! AmtriclI , Pltuburlh ,
Pithbu rgh Universil y Press, 1976.
.. Vic tor Nunes leal, CoWl1 clismo, Enxada e Voto: O municipio t o sisurna reprtUllfarillO 110
BraJil, Riode laneiro, J948. E cutio~ que Femando UricOI:!chew não chega a cillr e~te livro, refe·
ndo a um. ipoca mais r~cente, mas ~cm dÚV ida muito próximo à sua temática.

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Ellislem váriOl lip05 de ~ociedades modernas, umas que se aproximam do
slSlemi racional,lelal e$ludado por We ber , e ou u as - na reaUdade, a maio-
ria - que derivam de uma tr a;etôria histórica totalmen te distin ta, t que tra-
zem em $Cu bojo a debilhlade dos Sl51e!l1\1$ de conuole fonnal e legal do cxel-
elcio do poder_Ao adolar, em última an:wse, uma petspectiJa europeucênui-
ca, Femindo Uri coechea parece nio perceber que o Brasil está muito mais
prôKimo do segundo do que do primeiro grupo, e iuo enfuq ullce bastante o
impllClo de um a obra po,.tantos aspectofelCcc pdonaJ _

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