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AUTOR:
LUCIMARA MARIA SANCHEZ – RA: 000000
SENHOR DO BONFIM – BA
2018
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RESUMO
Mesmo com a criação do Estatuto do Idoso que regulamenta os direitos aos idosos, ainda
ocorrem violações comuns, desde o desrespeito público a não eficiência das políticas
sociais no atendimento a este segmento da população. Desta forma, em função das novas
expressões da questão social, o idoso passa a ser excluído pela família e a própria
sociedade, num posicionamento alienante que não reconhece o direito de cidadania a todos.
E o Estado que na lógica da manutenção do capital, reforça ideologicamente uma
produtividade, na qual o idoso, pelas próprias condições biológicas, fica marginalizado.
Este estudo apoiou-se em autores como Iamamoto, Martinelli e Minayo, em especial, cujos
estudos apontam a intensificação da violação dos direitos dos idosos no país nos últimos
tempos de política neoliberal. Ocorre que a legislação não é suficiente para a garantia de
condições dignas à população idosa face ao imperialismo histórico cultural em nome de
uma sociedade de lucros.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................4
4. CONSIRERAÇÕES FINAIS..............................................................................................................14
5. REFERÊNCIAS .................................................................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é pesquisar sobre a violação dos direitos dos idosos.
A violação dos direitos acontece quando se desrespeita, infringi ou transgredi as leis. Violar
os direitos de um cidadão significa não reconhecer os seus direitos enquanto cidadão.
Envelhecer é um processo natural de todos os seres humanos. O envelhecimento
populacional é um fato real e crescente, e pode trazer sérios problemas sociais e econômicos
para o país. Segundo o IBGE, pelo Censo 2010, os grupos etários de menores de 20 anos já
apresentam uma diminuição absoluta no seu contingente enquanto que houve um crescimento
da população adulta, com destaque para o aumento da participação da população idosa. Para
uma população de 190.755.799 habitantes, a população com idade superior a 65 anos ou mais,
era de 7,4% da população enquanto que era de 4,8% em 1991. A expectativa de vida da
população aumentou devido aos avanços na medicina e na tecnologia, mas as condições
socioeconômicas e culturais limitam ou impedem o usufruto igualitário.
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Este trabalho busca tanto na história, como na atualidade compreender os direitos da pessoa
idosa, o respeito a eles a partir de autores como Iamamoto, Machado, Marx e Engels, Bobbio,
dentre outros.
O envelhecimento sempre existiu, o que até hoje não se encontrou foram dados que para ter
certeza em que momento da história a velhice foi contextualizada. Através de “uma viagem
no tempo" tentar-se-á entender essa transformação começando pela sociedade primitiva.
Nessa etapa da humanidade, os povos viviam em cavernas e lutavam todos os dias em busca
de alimentos, que eram obtidos da própria terra ou através da caça. Aqueles que não
conseguiam adotar esse modo de vida acabavam ficando entregue ao tempo, ou seja,
morreriam com o tempo. Em outro momento da história começam a surgir às organizações
familiares onde os povos plantavam para seu sustento e criavam animais, o patriarca exercia
papel primordial e tinha a admiração de todos. Em um terceiro momento a sociedade buscou
normas e valores pelas quais o velho ganha o poder que o torna detentor da sabedoria e dos
poderes.
No final do século XIII com a chegada da Revolução Industrial com a invenção de maquinas
deu-se a surgimento do capitalismo, que dividiu a sociedade. Com isso, a importância e o
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respeito que antes os velhos detinham foram se perdendo, ocorrendo uma desestruturação do
modo em que viviam. Começa uma inversão de valores, onde a capacidade de produção de
bens e materiais passa a ter mais valor que o próprio ser humano.
Algumas violações acontecem diariamente e passam despercebidas ate mesmo pelos próprios
idosos, que não se queixam com medo de piorar a situação em que vivem. Alguns exemplos
são: a violência e abandono pela família, maus tratos físicos e psicológicos, alimentação
inadequada, falta de cuidados básicos, o serviço público de saúde que não cumprem o que está
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previsto na lei, os transportes públicos, as aposentadorias que não são devidas e nem revistas
pela Previdência Social e dentre outros.
A diferença de classes sociais ao envelhecimento é algo notável em meio aos idosos de baixa
renda, permanece o quadro de idosos trabalhadores, muitas vezes em funções braçais, perdem
a dignidade de viver a velhice. Trata-se de um desdobramento da questão social na sociedade
capitalista, pela qual se impõe aos idosos a condição de trabalhador pelas condições limitadas
de vida que se encontram, mesmo após anos vendendo sua força de trabalho.
A política pública na área de proteção social propõe ações que visam ocupar o tempo ocioso
dos idosos com atividades, lazer, cultura, mas que, porém, não modificam as suas condições
reais de vida. As causas estruturais que colocam a população idosa à margem da sociedade ou
a explora enquanto força de trabalho para complemento do rendimento que lhe garanta um
mínimo de condição de vida não são alteradas a partir destas ações políticas.
A superestrutura é que dita as regras a serem cumpridas, seja elas coerentes ou não, tudo de
acordo com o interesse do capitalismo. Nota-se “que a questão social” existe em todas as
formas de classes para satisfação de necessidades humanas, as quais a sociedade capitalista se
distribui sempre em função da divisão do trabalho e se expressam de acordo com contexto das
históricas desigualdades sociais (Heller, 1978).
Trata-se de compreender a questão social produzida a partir das relações sociais entre os
homens ao longo da história da humanidade desde quando há possuidores e possuídos. Os
fundamentos marxistas dizem que a história de toda a sociedade até hoje é a história da luta de
classes.
Na sociedade capitalista não existe trabalho livre, a sociedade explora de todas as formas
possíveis seus trabalhadores, até mesmo no seu tempo de vida, de suas necessidades que são
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sempre subordinadas às necessidades capitalistas. Segundo Iamamoto (1999, p. 27) A
Questão Social pode ser definida como: O conjunto das expressões das desigualdades da
sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais
coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos
se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade.
A Constituição Federal de 1988 preservou os direitos do cidadão idoso. Através do artigo 230
que diz: A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida.
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos
urbanos.
Este artigo já seria suficiente para garantir proteção aos idosos. Mesmo com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos completando 65 anos e a Constituição Federal com seus 25
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anos, a violação de direitos persiste exigindo muita luta para que todos tenham os direitos
universais garantidos.
Em 2003 surge o Estatuto do Idoso que regulamenta todos os direitos assegurados a pessoas
com idade a partir de 60 anos, define medidas de proteção, além de obrigações de todos os
cidadãos e entidades de atendimento, com penalidades à sua violação.
Os movimentos sociais surgem nos anos de 70-80, mas os movimentos voltados para a
questão da população idosa têm um destaque maior nos anos 90. Fundado em 1975, o MOPI -
Movimento Pró-idosos, surgiu da necessidade de se lutar por leis e iniciativas sociais, em
benefício dos idosos, num momento em que ainda o envelhecimento não era discutido pela
sociedade.
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A maneira que a sociedade trata o idoso é bem complexa, existe uma visão negativa da
velhice, onde a pessoa só tem valor enquanto produz. Esta cultura faz com que o idoso ainda
seja tratado como problema e fique marginalizado pela sociedade.
Ser velho para a sociedade é sobreviver sem seus direitos, sem projetos e ser impedido de
continuar produzindo. Será que ser velho nessa sociedade é viver lutando para ser homem?
A falta de interesse da sociedade pela pessoa idosa é a não aceitação do envelhecimento, por
associar o envelhecer com a falta de produtividade.
Muitas vezes não é dada a devida importância aos nossos idosos, eles continuam tendo seus
direitos desrespeitados, sendo tratados como incapazes, a velhice simboliza para a sociedade
em que vivemos o fim do período de produtividade é isso o leva a se sentir incapaz de fazer
algo que seja realmente visto como útil.
Na própria família, muitas vezes, a “boa velhinha” cuida dos netinhos para as mães
trabalharem ou se divertirem, ou seja, com uma obrigação que não é sua, o vovô leva os
netinhos à escola ensina o dever. E onde fica o direito deles em viver sua vida? Agora vivem
para cuidar de netos, para resolver serviços bancários, fazendo-os esquecerem que tem uma
identidade.
A sociedade constrói para o idoso uma identidade que eles já estão velhos o bastante para
fazer algo, como trabalhar, isso no caso dos idosos com melhor situação financeira, o filho
mais velho vai dando um jeitinho de fazer o Patriarca da família se aposentar mais cedo para
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tocar os negócios da forma que ele acha correto, com sua permissão ou não. Muitas coisas são
mudadas com o tal avanço tecnológicos que é muito eficaz para todos, se esquecendo que o
conhecimento é algo que nenhuma máquina é capaz de fazer.
Os idosos pobres são marginalizados, pois, os que ainda aguentam trabalhar para completar
sua renda, aceitam qualquer tipo de trabalho, seja de vigia, catador de objetos recicláveis e na
maioria das vezes, sem direito a nenhum tipo de auxílio.
Para essa parte da população, muitos nem vão ao médico devido ao valor excessivo dos
remédios. (Machado, 2103) ¹
O homem depende da sociedade em que vive para se adaptar ao que seria correto, não do
ponto de vista dele mais sim do que o outro lhe impõe.
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Nesse contexto, o suicídio é característico de idosos e não de jovens, apesar de também
acontecer entre os mais novos. No final da vida, são acumuladas mais doenças e limitações.
Elas ficam penosas com o passar dos anos e estão associadas com este fenômeno.
Os idosos acreditam que tirando a sua própria vida eles estarão aliviando seus cuidadores é até
mesmo acabando com um sofrimento que o corroí de não ser mais um peso morto.
O fenômeno do suicídio foi abordado tanto por Marx quanto por Durkheim em tempos
diferentes e, sob pontos de vista ideologicamente desconexos.
Segundo, Guerra (2008). A relação de causa e efeito verificada por Durkheim no que tange a
ação da sociedade e o suicídio é permeada, sobretudo pela noção de integração da sociedade e
pela sua coesão moral. No pensamento marxista, por outro lado, não é a integração ou a
coesão da sociedade que definem, em última instância, a intensidade de ocorrência de
suicídios e, sim, o tipo de sociedade existente. Nesse caso específico, ele critica a sociedade
burguesa, a qual se caracteriza por uma esquizofrenia no concernente às esferas públicas e
privadas.
Nesse ínterim, a distinção teórica entre Durkheim e Marx se estende também ao aspecto
dimensional do domínio do fato social suicídio. O primeiro vincula-o à estrutura familiar, a
esse microcosmo representativo da sociedade, enquanto o último estabelece um domínio mais
abrangente para o suicídio, atrelando este fato à sociedade política, religiosa e/ou doméstica.
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Por fim, é de todo incontestável que haja uma convergência entre as formulações teóricas
desses dois sociólogos no tocante à classificação do suicídio enquanto um fato social. Ambos
suprimem do indivíduo a competência exclusiva do ato de retirar a própria vida, deixando-a
recair também sobre a sociedade, a qual exerce uma determinada força coercitiva sobre os
entes que a constitui, seja por meio da opressão e da humilhação, seja por meio da coesão
moral e integração que apresenta.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao pesquisar sobre a violação dos direitos dos idosos, percebe-se um processo sócio histórico
de luta para a conquista destes direitos. No caso do Brasil, entre a Lei dos Sexagenários até o
Estatuto do Idoso houve uma abertura na luta dos direitos, face à efervescência industrial do
país demando força de trabalho para o capital externo. Os direitos estão garantidos em lei,
porém não efetivados. A luta tem que continuar na busca de que sejam de fato cumpridos. A
população está envelhecendo, os governos têm que se prepararem para isso e com um olhar
diferenciado nessa questão.
O Estatuto do Idoso tem que ser usado como um instrumento na busca dos direitos, com
maior divulgação para que todos tenham o conhecimento das leis, que possam cobrar o seu
cumprimento. Trata-se de um dever de toda a sociedade.
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5. REFERÊNCIAS
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: Lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras,
sociedade...velhos/115585...
resgate-da-dignidade-humana-do-idoso-atraves-do-trabalho
1998.
pauloguerra.com/2009/07/o-suicidio-em-marx-e-durkheim/
GONH, Maria da Gloria. Movimentos sociais no início do século XXI; antigos e novos atores
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Ed. Martin Claret
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Movimento Idosos Solidários. Disponível em https://www.idosossolidarios.com.br/ Acessado
em 19/05/2013
14h12minhs
pessoas. Disponível em
http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=1866.
Acessado em 13/junho/2013
Cátia Andrade da, CARVALHO. Lucimeire Santos, MENEZES, Maria do Rosário de. A
construção da violência contra idosos. In: Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. v.10
http://revista.unati.uerj.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180998232007000100009&lng
09/06/2013 as 08:03hs.
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