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Arcabouço de Governança de Rejeitos i

Esta publicação contém apenas orientações gerais e não deve ser


considerada um substituto da perícia técnica adequada. Embora tenham
sido tomadas precauções razoáveis para verificar as informações contidas
nesta publicação à data da publicação, estas estão a ser distribuídas
sem qualquer tipo de garantia, expressa ou implícita. Este documento
foi preparado com a contribuição de vários associados do Conselho
Internacional de Mineração e Metais (“ICMM”) e de outras partes. No
entanto, a responsabilidade pela sua adoção e aplicação é da exclusiva
responsabilidade de cada uma das empresas associada. Em momento
algum o ICMM ou qualquer empresa individual assume responsabilidade
pelas falhas ou responsabilidades de qualquer outra empresa associada,
e renuncia expressamente ao mesmo. Cada empresa associada do
ICMM é responsável por determinar e implementar as práticas de gestão
nas suas instalações, e o ICMM renuncia expressamente a qualquer
responsabilidade relacionada com a determinação ou implementação
de qualquer prática de gestão. Adicionalmente, embora o ICMM e seus
associados estejam comprometidos com uma meta aspiracional de zero
fatalidades em qualquer mina ou instalação, a mineração é uma indústria
inerentemente perigosa, e esta meta infelizmente ainda não foi alcançada.

Em hipótese alguma o ICMM (incluindo os seus executivos, diretores e


afiliados, assim como os seus colaboradores, revisores ou editores desta
publicação) será responsável por danos ou perdas de qualquer tipo,
entretanto resultantes da utilização ou confiança neste documento, ou
da implementação de qualquer plano, política, orientação ou decisão, ou
similares, com base nesta orientação geral. O ICMM, os seus executivos
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e rejeitam expressamente o mesmo.

Exceto quando explicitamente declarado em contrário, as opiniões


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declarada do ICMM, dos seus executivos ou diretores, e este documento
não constitui uma declaração de posição ou outro compromisso
obrigatório que os associados do ICMM devam adotar.

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com as leis da Inglaterra.

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Cover image: ©Codelco

ii Arcabouço de Governança de Rejeitos


Esta declaração de posição define a abordagem dos membros com a governança
das instalações de armazenamento de rejeitos (TSFs) para que a indústria
metalúrgica e da mineração possa minimizar o risco de falha catastrófica nas
instalações de rejeitos.

Os rejeitos são o material sólido e diferentes níveis de escoamento e água do


processo (desperdício) restantes depois que os metais e minerais recuperáveis
foram extraídos do minério. As características físicas e químicas dos rejeitos
variam dependendo do tipo de minério, de sua condição geológica e do clima
onde os rejeitos são colocados. Os rejeitos são frequentemente armazenados
em instalações na superfície, que podem representar uma área expressiva de
perturbação nas operações de mineração.

A base desta declaração de posição é um arcabouço de governança de TSFs que


realça o foco naqueles elementos chave da gestão e da governança necessários
para manter a integridade das TSFs e minimizar o risco de falhas catastróficas.
Os seis elementos chave deste arcabouço de governança de TSFs são:

1. Prestação de Contas, Responsabilidade e Competência.


2. Planejamento e Obtenção de Recursos.
3. Gestão de Riscos.
4. Gestão de Mudanças.
5. Preparação e Resposta a Emergências.
6. Revisão e Auditoria.

Relação entre os Princípios de Exploração


Mineira e as Declarações de Posição do ICMM
Espera-se que todas as empresas associadas do ICMM implementem os Princípios
de Exploração Mineria do ICMM como condição de adesão.1 Incorporando requisitos
ambientais, sociais e de governança abrangentes, validação robusta das expetativas
de desempenho no local e uma garantia credível dos relatórios de sustentabilidade
corporativa, os Princípios de Exploração Mineira do ICMM têm como objetivo
maximizar os benefícios para as comunidades anfitriãs e minimizar os impactos
negativos de modo a gerir eficazmente os desafios societais.

Os princípios do ICMM particularmente relevantes para impedir uma falha


catastrófica de TSFs são:

• Princípio 1: Aplicar práticas empresariais éticas e sistemas sólidos de


governança e transparência corporativa para apoiar o desenvolvimento
sustentável.
• Princípio 2: Integrar o desenvolvimento sustentável na estratégia
corporativa e nos processos de tomada de decisão.
• Princípio 4: Implementar sistemas e estratégias eficazes de gestão de risco
baseados em dados científicos sólidos e que representam perceções dos riscos
das partes interessadas.

1. Espera-se que os membros apliquem os compromissos desta declaração de posição antes de novembro de
2018. A declaração de posição não será aplicável retroativamente.

Arcabouço de Governança de Rejeitos 1


• Princípio 5: Alcançar a melhoria contínua do desempenho em segurança
e saúde com o objetivo final de zero danos.
• Princípio 6: Alcançar a melhoria contínua em questões de desempenho
ambiental, tais como, gestão responsável dos recursos hídricos, utilização da
energia e alterações climáticas.
• Princípio 7: Contribuir para a preservação da biodiversidade e abordagens
integradas para o planeamento da utilização da terra.
• Princípio 10: Envolver de forma proativa as principais partes interessadas nos
desafios e oportunidades de desenvolvimento sustentável, de modo aberto e
transparente. Comunicar de forma eficaz e verificar de forma independente o
progresso e o desempenho.

Desde 2003, foram desenvolvidas Declarações de Posições para comunicar de


forma clara os compromissos dos associados relativamente uma série de desafios
críticos do setor. As Declarações de Posições são aprovadas pelo Conselho do
ICMM e incluem compromissos específicos que os associados devem implementar,
juntamente com as Expetativas de Desempenho.

Os membros do ICMM reconhecem que:

• A produção de rejeitos é inerente à mineração e ao processamento de minerais


e provavelmente continuará sendo no futuro. Estes materiais requerem soluções
projetadas para seu armazenamento seguro de longo prazo e sua gestão
sustentável.
• As TSFs são submetidas a mudanças durante seu ciclo de vida que devem ser
consideradas e geridas para garantir sua segurança contínua e integridade
estrutural.
• As falhas catastróficas de TSF são inaceitáveis e os proprietários e operadores
de tais instalações devem verificar que os sistemas, padrões e recursos sejam
aplicados para impedir falhas;
• O potencial de falhas nas TSF deve ser considerado e tratado durante o ciclo de
vida das instalações, que inclui projeto, construção, operação e fechamento.
• Há orientação técnica disponível para ajudar a evitar as falhas catastróficas
de TSFs através do projeto, da construção, da operação e do fechamento
apropriados. Os proprietários e operadores utilizam esta orientação junto com
a apreciação de projetistas e especialistas competentes. Alguns fenômenos
naturais extremos são impossíveis de prever.
• Cada TSF é única. As condições do local, as características minerais e outros
aspectos de cada mina determinam a tecnologia de rejeitos e solução de
armazenamento adequada. Embora nenhum projeto ou prática de operação
possa ser adotado universalmente, a indústria continuamente busca melhorar
e desenvolver técnicas e tecnologias e aplicá-las de maneira apropriado.

2 Arcabouço de Governança de Rejeitos


Além dos compromissos existentes no âmbito do quadro de desenvolvimento
sustentável do ICMM, as empresas membro comprometem-se a instrumentar as
práticas coerentes com o Arcabouço de Governança de Rejeitos (o “Arcabouço”)
de modo que o risco de falha catastrófica das instalações de armazenamento de
rejeitos seja minimizado.

Arcabouço de Governança de Rejeitos


A finalidade do Arcabouço de Governança de Rejeitos é permitir um maior foco nos
seis elementos de gestão e governança a seguir, que são necessários para impedir
falhas catastróficas das instalações de armazenamento de rejeitos (TSFs).

1. Responsabilidade, Deveres e Competência


1.1. A responsabilidade, deveres e competências associadas são definidas
para ajudar na identificação e gestão adequadas dos riscos da TSF.
1.2. A responsabilidade pela governança integral das instalações é dos
proprietários e dos operadores.
1.3. Estabelecem-se estruturas organizacionais e funções para apoiar a gestão
de riscos da TSF e a responsabilidade da governança.
1.4. Os processos de comunicação são mantidos para garantir que o pessoal
entenda seus deveres. Proporciona-se treinamento para manter atualizado
o conhecimento e as habilidades.
1.5. Os requerimentos de competência e experiência para a função são definidos
para as funções críticas dentro das estruturas organizacionais estabelecidas.

2. Planejamento e Obtenção de Recursos


2.1. Os recursos financeiros e humanos necessários para apoiar a gestão e
governança contínuas da TSF são mantidos durante todo o ciclo de vida
das instalações.
2.2. Os custos capitais e de operação da TSF e as necessidades de recursos
humanos são incluídos nos processos relevantes do planejamento de negócios.
2.3. Os recursos necessários para executar e manter as atividades dentro deste
arcabouço de governança são fornecidos.

3. Gestão de riscos
3.1. A gestão de riscos associada às TSFs inclui a identificação de riscos, um
esquema de controle adequado e verificação do desempenho no controle.
3.2. Os controles de riscos e suas atividades associadas de verificação são
identificadas com base em modalidades de falha e suas consequências,
e avaliados com base nas características específicas da TSF, levando em
conta todas as fases de seu ciclo de vida.
3.3. Especialistas suficientemente qualificados e com experiência são envolvidos
na identificação e na análise de riscos da TSF, bem como no desenvolvimento
e revisão da efetividade dos controles associados.
3.4. Critérios de desempenho são estabelecidos para os controles de risco e sua
monitoração, relatórios internos e atividades de verificação.

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4. Gestão de Mudanças
4.1. Os riscos associados com as mudanças potenciais são avaliados, controlados
e comunicados para evitar arriscar, involuntariamente, a integridade da TSF.
4.2. Aplicam-se processos relativos à identificação, avaliação, controle e
comunicação de riscos à integridade da TSF decorrentes de mudanças de
origem interna e externa, a fim de evitar introduzir riscos incertos,
inaceitáveis e/ou não geridos.
4.3. Documenta e registra que o planejamento, projeto, construção, operação,
vigilância, gestão e governança da TSF sejam continuados e sejam mantidos
atualizados e acessíveis, como necessário.

5. Preparação e Resposta a Emergências


5.1. Os processos estão em funcionamento para reconhecer e responder a
uma falha iminente de TSFs e para mitigar os impactos decorrentes de
uma potencial falha catastrófica.
5.2. Estabelecem-se limiares de ação e a resposta correspondente aos
primeiros sinais de advertência de uma potencial falha catastrófica.
5.3. Estabelecem-se planos de preparação e resposta a emergência proporcionais
às consequências potenciais da falha. Tais planos especificam funções, deveres
e procedimentos de comunicação.
5.4. Os planos de preparação e resposta a emergências são testados
periodicamente.

6. Revisão e Auditoria
6.1. Processos internos e externos de auditoria são aplicados para que o
controle dos riscos da TSF possa ser avaliado minuciosamente e
continuamente melhorado.
6.2. A monitoração e as inspeções do desempenho e as revisões e auditoria internas
e externas são realizadas de forma proporcional às consequências da falha da
TSF para avaliar e melhorar continuamente a eficácia dos controles de risco.
6.3. Os resultados e as ações decorrentes dos processos de revisão e auditoria
de TSF são registrados, revisados, encerrados e comunicados.
6.4. O desempenho dos programas de gestão de riscos para TSFs é relatado,
periodicamente, à gerência executiva.

4 Arcabouço de Governança de Rejeitos


O ICMM é uma organização internacional
dedicada a tornar o setor da mineração
e dos metais mais seguro, justo e
sustentável. Reunindo mais de 27
empresas e 36 associações da área do gás
e petróleo, regionais e nacionais, apoiamos
a exploração mineira com princípios para
gerir de forma sustentável os recursos
naturais do nosso planeta, e melhorar o
bem-estar das comunidades locais.

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United Kingdom
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@ICMM_com Publicado em dezembro de 2016

Arcabouço de Governança de Rejeitos 5

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