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PRINCÍPIOS ........................................................................................................................... 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Princípio da Presunção de Inocência ............................................................................................ 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Princípio do In Dubio Pro Reo (Favor Rei) ................................................................................. 2
1
PRINCÍPIOS
INTRODUÇÃO
Os princípios do Processo Penal são os alicerces do sistema processual penal e
servem como parâmetro na elaboração de leis processuais e na sua interpretação pelos
julgadores.
2
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
A resposta é NÃO.
3
Aliás, prevalece o entendimento de que é vedada a execução provisória mesmo em
caso de condenação pelo Tribunal do Júri:
Por fim, não é admitida a execução provisória da pena restritiva de direitos, conforme
recente súmula do STJ.
4
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
5
SUMÁRIO
Princípio do Contraditório ........................................................................................................... 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Princípio da Ampla Defesa ........................................................................................................... 3
Conceito .................................................................................................................................. 3
Defesa Técnica ......................................................................................................................... 3
Princípio do Juiz Natural .............................................................................................................. 4
Conceito .................................................................................................................................. 4
Princípio da Publicidade .............................................................................................................. 5
Conceito .................................................................................................................................. 5
Publicidade: Ampla e Restrita .................................................................................................. 5
1
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
CONCEITO
O princípio do contraditório está associado ao direito de se manifestar acerca dos
fatos imputados ao agente.
Há previsão constitucional.
1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 57
2
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
CONCEITO
O princípio da ampla defesa está relacionado ao princípio do contraditório, tanto
que, usualmente, é utilizado o binômio “contraditório e ampla defesa”.
DEFESA TÉCNICA
A defesa técnica é a exercida por meio de advogado ou defensor público.
A resposta é SIM.
3
A resposta é SIM. Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
O processo penal admite que o réu possa exercer a autodefesa técnica.
031.721.292-33
Nesse sentido:
2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 414
4
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
CONCEITO
O princípio da publicidade assegura que o julgamento, em regra, é público,
garantindo a transparência da atividade jurisdicional.
É claro que o princípio admite exceções, por exemplo, para garantir o direito à
intimidade ou quando exigir o interesse social.
Nesse sentido:
5
SUMÁRIO
Princípio do Nemo Tenetur se Detegere .......................................................................................... 2
Conceito ........................................................................................................................................ 2
Direito ao Silêncio ......................................................................................................................... 2
1
PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE DETEGERE
CONCEITO
O princípio do nemo tenetur se detegere, ou da não autoincriminação,
consubstancia no direito do acusado de não produzir prova contra si mesmo.
A resposta é NÃO.
Nesse sentido1:
DIREITO AO SILÊNCIO
O direito ao silêncio é constitucionalmente assegurado no art. 5º, LXIII.
Nesse sentido, é dever do agente estatal dar prévia e formal advertência acerca do
direito ao silêncio, sob pena de nulidade da prova.
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Inconstitucionalidade da condução coercitiva para interrogatório.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1f74a54f39b3123ad272ca0a06e7463f>. Acesso
em: 28/07/2021
2
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Trata-se de um famoso julgado ocorrido nos EUA, em que o réu (Ernesto Miranda)
confesso foi absolvido, pois os agentes policiais não lhe avisaram do direito de permanecer
em silêncio e não produzir prova contra si mesmo.
A resposta é NÃO.
Nesse sentido:
3
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
A resposta é NÃO.
4
SUMÁRIO
Direito de Não Praticar Comportamento Ativo ......................................................................... 2
Provas: Invasivas e Não Invasivas ............................................................................................. 3
Princípio da Inadmissibilidade das Provas Ilícitas ......................................................................... 4
Conceito .................................................................................................................................. 4
Princípio da Identidade Física do Juiz ........................................................................................... 5
Conceito .................................................................................................................................. 5
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição.......................................................................................... 5
Conceito .................................................................................................................................. 5
1
DIREITO DE NÃO PRATICAR COMPORTAMENTO ATIVO
Considerando o princípio da não autoincriminação, a doutrina e jurisprudência
entendem que o agente não é obrigado a ter comportamento ativo na produção de
provas.
A resposta é NÃO.
1
RHC 64354/SP, Rel. Min. Sydney Sanches, 14/08/1987.
2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 211
2
“Portanto, se o investigado não é obrigado a participar da
reconstituição do crime, pensamos não ser possível sua
condução coercitiva para tanto.”
A resposta é NÃO.
Por outro lado, as provas não invasivas são obtidas por mera inspeção corporal, por
exemplo, o exame de DNA com material colhido em ponta de cigarro descartada pelo
indivíduo.
3
Capez, Fernando. Curso de Processo Penal. 9ª edição. Saraiva, 2003. Pág. 84
3
PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS ILÍCITAS
CONCEITO
O princípio da inadmissibilidade das provas ilícitas tem amparo constitucional.
Dessa forma, as provas obtidas por meios ilícitos não podem ser utilizadas no processo
penal, devendo ser desentranhadas dos autos e, posteriormente, descartadas (CPP, art.
157).
A resposta é SIM.
4
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
CONCEITO
Segundo Norberto Avena 4 , o princípio da identidade física do juiz “consiste na
vinculação obrigatória do juiz aos processos cuja instrução tenha iniciado, não podendo
o processo ser sentenciado por magistrado distinto”.
É evidente que sua aplicação pode ser excepcionada em situações em que possa
causar graves prejuízos à instrução criminal, por exemplo, quando o juiz estiver afastado
ou atuando junto ao Tribunal.
4
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 35
5
SUMÁRIO
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO .................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Código de Processo Penal (CPP) ................................................................................. 2
1
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
INTRODUÇÃO
No Brasil, o processo penal adotou, em regra, a teoria da territorialidade, conhecida
como lex fori.
É importante ressaltar a distinção com o Direito Penal que tem como regra a
territorialidade, mas admite, também, a extraterritorialidade.
De forma esquematizada:
1Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág.
87
2
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP)
Em regra, o Código de Processo Penal deve ser utilizado nas ações penais em curso
no território brasileiro, conforme art. 1º do CPP.
Art. 1o (...)
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República,
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do
Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts.
86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - Anderson
os processosTiago Meneguellido
da competência Olivatribunal especial
(Constituição, art. 122, n o 17);
andersontiago158@gmail.com
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
031.721.292-33
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos
processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que
os regulam não dispuserem de modo diverso.
3
SUMÁRIO
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO ....................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Teoria do Tempus Regit Actum ................................................................................. 2
Sistema do Isolamento dos Atos Processuais .............................................................. 4
Conceito ...................................................................................................................... 4
1
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
INTRODUÇÃO
TEORIA DO TEMPUS REGIT ACTUM
No Brasil, o processo penal adotou, em regra, a teoria do tempus regit actum,
conhecida como princípio da aplicação imediata.
Dessa forma:
A resposta é NÃO.
Como visto, a lei processual penal é regida pelo princípio do tempus regit actum,
assim, tem efeito apenas após o início de sua vigência.
Nesse caso, ainda que a inovação legislativa seja benéfica à defesa, não haverá
possibilidade de nova audiência, visto que os atos processuais já praticados serão
considerados válidos.
Vale registrar que, no Direito Penal, há previsão do efeito retroativo da lei penal mais
benéfica, conforme art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.
2
Portanto:
A resposta é SIM.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Se nova lei processual for promulgada no curso da ação penal, deverá ser aplicada
031.721.292-33
ainda que mais gravosa para o acusado.
Nesse caso, ainda que a inovação legislativa seja prejudicial à defesa, deverá ser
aplicada a nova lei na audiência de instrução e julgamento de “A”.
3
SISTEMA DO ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, teoria do isolamento dos atos processuais afirma que a lei
nova não atinge os atos processuais praticados sob a vigência da lei anterior, porém é
aplicável aos atos processuais que ainda não foram praticados, pouco importando a fase
processual em que o feito se encontra.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 95
4
SUMÁRIO
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO ....................................................................... 2
Normas Processuais Híbridas e Heterotópicas ............................................................ 2
Normas Processuais Híbridas (Mistas)........................................................................ 2
Normas Processuais Heterotópicas ........................................................................... 2
1
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
O tema é polêmico.
Nesse sentido, diante de sua natureza penal, deverá incidir o efeito retroativo da lei
benéfica, previsto no art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.
Em comparação:
2
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
3
SUMÁRIO
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL ....................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Interpretação Extensiva ................................................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Analogia.......................................................................................................................... 3
Conceito ...................................................................................................................... 3
Interpretação Analógica .............................................................................................. 4
Conceito ...................................................................................................................... 4
1
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
INTRODUÇÃO
Toda lei necessita ser interpretada.
Assim, é importante observar que o processo penal, por expressa previsão legal,
admite tanto a interpretação extensiva, quanto a analogia.
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
CONCEITO
Segundo Jamil Chaim Alves1, a interpretação extensiva é o “processo de extração
de significado da lei, ampliando o seu alcance por considerar que o texto legal expressa
menos do que realmente pretendia.
1 Alves, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal – Parte Geral e Parte Especial. Ed. JusPodivm, 2021. Pág. 157
2
ANALOGIA
CONCEITO
A analogia é uma espécie de integração legislativa, ou seja, em face da ausência
de lei específica para o caso concreto, o juiz utiliza-se de uma lei aplicável a uma situação
semelhante.
O tema é polêmico.
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 99
3
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
CONCEITO
A interpretação analógica é uma técnica utilizada pelo legislador para facilitar a
interpretação da lei.
Para tanto, o legislador cita um exemplo daquilo que vai ser interpretado (fórmula
casuística) e abre a possibilidade de que a lei alcance casos similares ao citado (fórmula
genérica).
A resposta é SIM.
4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................... 2
Polícia: Judiciária, Administrativa e Investigativa ....................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Polícia Administrativa ................................................................................................. 2
Polícia Judiciária e Polícia Investigativa................................................................... 2
1
INQUÉRITO POLICIAL
CONCEITO
O inquérito policial é um conjunto de diligências, presidido pelo Delegado de Polícia,
que tem por objetivo a colheita de elementos de informação necessários para elucidar
materialidade e autoria delitiva.
NATUREZA JURÍDICA
A natureza jurídica do inquérito policial é de procedimento administrativo, pois não é
conduzido pela autoridade judicial e não atende a garantia de contraditório e ampla
defesa.
POLÍCIA ADMINISTRATIVA
Para Norberto Avena 1 , a polícia administrativa está relacionada à segurança
pública, que visa impedir a prática de atos lesivos à sociedade, atuando com
discricionariedade e independente de autorização judicial.
1 Avena, Norberto. Processo Penal, 13. Ed. Método, 2021. Pág. 151.
2
A doutrina mais moderna aponta a seguinte divisão de espécies: a) polícia judiciária;
b) polícia investigativa.
3
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Características do Inquérito Policial ............................................................................ 2
Procedimento Administrativo Escrito ........................................................................ 2
Dispensabilidade ........................................................................................................ 2
1
INQUÉRITO POLICIAL
Por outro lado, o art. 9º do CPP aponta que o inquérito policial é um procedimento
escrito.
DISPENSABILIDADE
O inquérito policial, não obstante sua importância, é um procedimento dispensável,
pois se trata de peça meramente informativa.
Dessa forma, se o titular da ação penal dispuser dos elementos necessários para o
oferecimento da denúncia, não é necessária a instauração do inquérito policial.
A resposta é NÃO.
2
O fundamento é a natureza meramente informativa do inquérito policial.
Nesse sentido:
3
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Características do Inquérito Policial ............................................................................ 2
Sigiloso .......................................................................................................................... 2
Procedimento Inquisitorial.......................................................................................... 3
1
INQUÉRITO POLICIAL
Nesse sentido, para assegurar o sucesso das investigações, é essencial que as diligências
realizadas no curso do inquérito policial tenham acesso restrito.
Por outro lado, é importante ressaltar que o sigilo, também, busca resguardar o investigado
que, pelo princípio da presunção de inocência, deve ter sua intimidade preservada no curso do
inquérito policial.
É evidente que o sigilo do inquérito policial não é absoluto, tanto que não pode ser imposto
ao juiz, Ministério Público e ao advogado do investigado.
2
A resposta é, em regra, NÃO.
PROCEDIMENTO INQUISITORIAL
Segundo a posição majoritária da doutrina e jurisprudência, o inquérito policial é um
procedimento administrativo de natureza inquisitorial, ou seja, não se exige contraditório
e ampla defesa
.
A resposta é NÃO.
3
A Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrimes) alterou o Código de Processo Penal para incluir
a assistência jurídica obrigatória em favor do servidor da segurança pública que seja
investigado pelo uso da força letal no exercício da função.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 192
4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Características do Inquérito Policial ............................................................................ 2
Procedimento Oficioso .............................................................................................. 2
Procedimento Indisponível ........................................................................................ 3
1
INQUÉRITO POLICIAL
Dessa forma, tão logo tome conhecimento da prática de crime de ação penal
pública incondicionada, a autoridade policial é obrigada a instaurar o inquérito policial.
Nesse sentido:
2
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.
Por outro lado, no que tange ao exame de corpo delito, conforme art. 158 do CPP,
quando o crime deixar vestígios, é indispensável sua realização,
De forma esquematizada:
PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL
Uma vez instaurado o inquérito policial, a autoridade policial não poderá arquivá-lo.
3
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Instauração do Inquérito Policial.................................................................................. 2
Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada .................................................... 2
Crimes de Ação Penal Pública Condicionada ....................................................... 4
Crimes de Ação Penal Privada ................................................................................. 4
1
INQUÉRITO POLICIAL
A resposta é SIM.
2
Apesar da redação do art. 5º, II, do CPP, autorizar a requisição de instauração de
inquérito policial pelo juiz, a doutrina é contrária à tese, notadamente por violação ao
princípio acusatório.
Por fim, vale registrar a criticada decisão do STF 1 que, por meio do seu então
Presidente, Min. Dias Toffoli, determinou, de ofício, a instauração de inquérito policial para
apurar fake news contra membros da Corte e seus familiares.
1 Inq. 4.781
3
A resposta é NÃO.
Nessa situação, caso o interessado não se conforme com tal decisão, poderá
recorrer ao Chefe de Polícia, nos termos do art. 5º, §2º, do CPP.
4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Notitia Criminis ................................................................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Espécies ....................................................................................................................... 2
Delatio Criminis ............................................................................................................ 2
Notitia Criminis Inqualificada (Denúncia Anônima) ............................................... 3
1
INQUÉRITO POLICIAL
NOTITIA CRIMINIS
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro 1 , a notitia criminis é o conhecimento, espontâneo ou
provocado, por parte da autoridade policial.
ESPÉCIES
A notitia criminis de cognição imediata ou espontânea ocorre quando o Delegado
toma ciência da infração penal por meio do exercício de suas atividades funcionais.
DELATIO CRIMINIS
Nas palavras de Renato Brasileiro2, a delatio criminis é uma espécie de notitia criminis,
“consubstanciada na comunicação e uma infração penal feita por qualquer do povo à
autoridade policial, e não pela vítima ou seu representante legal”.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 202
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 203
2
Por exemplo. “A” descobre que seu vizinho, “B” pratica maus-tratos a um cão.
Revoltado, “A” comparece à Delegacia para denunciar o crime, ou seja, uma delatio
criminis.
A resposta é NÃO.
Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, a denúncia anônima, por si só, não
é apta à instauração de inquérito policial.
Nesse sentido:
3
investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de
investigação, como interceptação telefônica ou busca e
apreensão. (...) STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 29/3/2016 (Info 819).
4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Indiciamento .................................................................................................................. 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Indiciamento: JECRIM ................................................................................................ 3
Indiciamento: Prerrogativa de Foro .......................................................................... 3
Momento ..................................................................................................................... 5
Espécies ....................................................................................................................... 5
Desindiciamento ......................................................................................................... 5
1
INQUÉRITO POLICIAL
INDICIAMENTO
CONCEITO
O indiciamento é ato privativo da autoridade policial que consiste em atribuir a
autoria de uma infração penal a determinado indivíduo.
Nesse sentido1:
1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d860edd1dd83b36f02ce52bde626c653>. Acesso em:
02/08/2021
2
criminosa, em nítida violação ao sistema acusatório adotado
pelo ordenamento jurídico pátrio.
Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei
12.830/2013, que afirma que o indiciamento é ato inserto na
esfera de atribuições da polícia judiciária.
STJ. 5ª Turma. RHC 47984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
4/11/2014 (Info 552).
STF. 2ª Turma. HC 115015/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
27/8/2013 (Info 717).
INDICIAMENTO: JECRIM
Segundo a doutrina, o indiciamento não se compatibiliza com o rito simplificado do
JECRIM (Lei nº 9.099/95). Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
De forma esquematizada:
3
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
A resposta é SIM. 031.721.292-33
4
Diversa é a hipótese em que o inquérito foi instaurado com
autorização e tramitou, desde o início, sob supervisão de Ministro
do STF, tendo o indiciamento ocorrido somente no relatório final
do inquérito.
Nesses casos, o indiciamento é legítimo e independe de
autorização judicial prévia.
(...)
Em suma: a autoridade policial tem o dever de, ao final da
investigação, apresentar sua conclusão. E, quando for o caso,
indicar a autoria, materialidade e circunstâncias dos fatos que
apurou, procedendo ao indiciamento.
STF. Decisão monocrática. Inq 4621, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 23/10/2018.
Nesse último julgado, o Min. Roberto Barroso entendeu ser dispensável a autorização
do Tribunal competente, quando a própria investigação tem sido previamente autorizada
pelo Ministro Relator do STF.
MOMENTO
O indiciamento é ato relacionado à investigação policial. Portanto, deve ocorrer até
o relatório final do Delegado.
ESPÉCIES
Segundo a doutrina, o indiciamento admite 02 (duas) espécies:
DESINDICIAMENTO
O desindiciamento é o desfazimento do indiciamento quando não subsistir os seus
fundamentos.
5
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Conclusão Do Inquérito Policial ................................................................................... 2
Prazo de Conclusão ................................................................................................... 2
Relatório Final .............................................................................................................. 3
1
INQUÉRITO POLICIAL
2
RELATÓRIO FINAL
Segundo Renato Brasileiro1, o relatório final é “uma peça elaborada pela autoridade
policial, de conteúdo eminentemente descritivo, onde deve ser feito um esboço das
principais levadas a efeito na fase investigatória”.
Segundo a redação do art. 10, §1º, do CPP, o inquérito policial deverá ser
encaminhado ao juiz competente.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 230.
3
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução
do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências,
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
4
SUMÁRIO
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS .............................................................................. 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Preservação de Local de Crime .................................................................................. 2
Apreensão de Objetos e Colheita de Outras Provas ................................................ 2
Oitiva do Ofendido e do Indiciado ............................................................................. 2
Reconhecimento de Pessoas e Acareação .............................................................. 4
Exame de Corpo de Delito e Outras Perícias ............................................................. 4
Identificação do Indiciado e Folha de Antecedentes.............................................. 5
Averiguação de Vida Pregressa .................................................................................. 5
Reprodução Simulada .................................................................................................. 6
Acesso a dados Cadastrais .......................................................................................... 7
Estações Rádio Base (ERB`s) ......................................................................................... 8
1
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
INTRODUÇÃO
Os arts. 6º e 7º, ambos, do CPP, apresentam um rol exemplificativo de diligências a
serem realizadas pela autoridade policial no curso da investigação.
AndersonETiago
APREENSÃO DE OBJETOS Meneguelli
COLHEITA Oliva
DE OUTRAS PROVAS
andersontiago158@gmail.com
No ato contínuo, há a previsão031.721.292-33
de apreensão e objetos e colheita de outras provas,
conforme incisos II e III, do art. 6º, do CPP.
2
O tema é polêmico.
3
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E ACAREAÇÃO
O inciso VI do art. 6º do CPP apresenta as diligências de reconhecimento de pessoas
e coisas e acareações.
Por outro lado, a acareação consiste em confrontar indivíduos que tenham prestado
informações conflitantes em seus depoimentos, com a finalidade de obter a verdade.
A resposta é NÃO.
A acareação é uma diligência que pode ser utilizada tanto na fase preliminar
(inquérito policial) quanto no curso da ação penal (CPP, art. 229).
4
IDENTIFICAÇÃO DO INDICIADO E FOLHA DE ANTECEDENTES
O inciso VIII do art. 6º do CPP aponta a identificação do indiciado e a juntada de sua
folha de antecedentes.
5
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração
penal, a autoridade policial deverá:
(...)
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante
ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a
apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.
REPRODUÇÃO SIMULADA
A reprodução simulada tem previsão no art. 7º do CPP e busca auxiliar as
investigações, possibilitando simular a forma que a infração penal, supostamente, foi
praticada.
A resposta é NÃO.
6
Aliás, segundo o entendimento do STF1, nem mesmo seria obrigado a comparecer ao
local da diligência, sendo caracterizado o constrangimento ilegal a decretação de prisão
preventiva em razão da recusa.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º
do Anderson
art. 158 e no Tiago
art. 159Meneguelli
do Decreto-Lei Oliva
no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal),
andersontiago158@gmail.com e no art. 239 da Lei no 8.069,
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
o membro do 031.721.292-33
Ministério Público ou o delegado de polícia
poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais
da vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24
(vinte e quatro) horas, conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial;
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável
pela investigação.
7
ESTAÇÕES RÁDIOAnderson Tiago Meneguelli Oliva
BASE (ERB`S)
andersontiago158@gmail.com
O art. 13-B do CPP, com inclusão pela Lei nº 13.344/16, prevê a requisição pelo
031.721.292-33
Ministério Público ou pela autoridade policial, mediante autorização judicial, de
informações relativas à localização da vítima ou dos suspeitos no crime de tráfico de
pessoas.
8
Contudo, caso não haja manifestação judicial do pedido formulado pelo Ministério
Público ou pela autoridade policial no prazo de 12 horas, será dispensada a autorização
judicial.
9
SUMÁRIO
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL .......................................................................... 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Procedimento .............................................................................................................................. 3
Desarquivamento: Coisa Julgada ................................................................................................. 4
Introdução ............................................................................................................................... 4
Ausência de Justa Causa........................................................................................................... 4
Atipicidade da Conduta ............................................................................................................ 5
Causa Excludente de Ilicitude ................................................................................................... 5
Causa Excludente de Culpabilidade .......................................................................................... 6
Causa Excludente de Punibilidade ............................................................................................ 6
Arquivamento Implícito ............................................................................................................... 7
Arquivamento Indireto ................................................................................................................ 7
1
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
INTRODUÇÃO
Como visto em tópico anterior, a autoridade policial não pode determinar o
arquivamento do inquérito policial, nos termos do art. 17 do CPP.
Aliás, com a recente alteração legislativa ocorrida com o advento da Lei nº 13.964/19
(Pacote Anticrimes), a atribuição do arquivamento do inquérito policial passou a ser do
Ministério Público.
Nesse sentido:
2
De forma esquematizada:
PROCEDIMENTO
Com base na nova redação do art. 28 do CPP, após o arquivamento do inquérito
policial, o Ministério público deverá comunicar os interessados: vítima, investigado e
autoridade policial.
Por outro lado, nos crimes praticados em detrimento dos entes políticos, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provada pela chefia do órgão ou de seu
represente legal, conforme art. 28, §2º, do CPP.
De forma esquematizada:
3
DESARQUIVAMENTO: COISA JULGADA
INTRODUÇÃO
Inicialmente, é importante entender os conceitos de coisa julgada: formal e material.
Por outro lado, a coisa julgada material vai além dos efeitos endoprocessuais e
impede a rediscussão do tema mesmo em outros processos, tornando a decisão imutável.
De forma esquematizada:
4
ATIPICIDADE DA CONDUTA
O arquivamento do inquérito policial com fundamento na atipicidade gera coisa
julgada material, impedindo o seu desarquivamento.
A resposta é SIM.
De forma esquematizada:
5
CAUSA EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE
De acordo com a doutrina e jurisprudência, o arquivamento do inquérito policial com
fundamento e causa de exclusão de culpabilidade faz coisa julgada material.
A resposta é NÃO.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Prevalece na jurisprudência o entendimento de que a extinção de punibilidade com
fundamento em certidãoandersontiago158@gmail.com
de óbito falsa não faz coisa julgada, permitindo, portanto, a
reabertura das investigações e posterior recebimento da denúncia.
031.721.292-33
De forma esquematizada:
6
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO
O arquivamento implícito ocorre quando o titular da ação penal, sem se manifestar
ou justificar, deixa de incluir na denúncia algum dos investigados ou dos fatos apurados e,
concomitantemente, o juiz não se pronuncia sobre o ocorrido.
7
SUMÁRIO
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL .................................................................... 2
Conceito ..............................................................................................................................2
Requisitos .............................................................................................................................3
Introdução .......................................................................................................................3
Infração com Pena Mínima Inferior a 04 Anos...........................................................4
Infração sem Violência ou Grave Ameaça ...............................................................4
Vedações ............................................................................................................................5
Introdução .......................................................................................................................5
Cabimento de Transação Penal ..................................................................................5
Reincidência ou Habitualidade ...................................................................................5
Celebração Anterior de Instituto Despenalizador ....................................................5
Violência Doméstica ou Familiar contra a Mulher ....................................................5
Condições do Acordo ......................................................................................................6
Introdução .......................................................................................................................6
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Controle Judicial ................................................................................................................6
andersontiago158@gmail.com
Cumprimento / Descumprimento ...................................................................................7
031.721.292-33
1
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
CONCEITO
Com o advento da Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrime), o acordo de não persecução
penal foi introduzido no processo penal, conforme art. 28-A do CPP.
2
O acordo de não persecução penal deve ser celebrado durante a investigação
criminal, tendo como limite temporal o oferecimento da denúncia.
A resposta é NÃO.
De acordo com a doutrina, o acordo de não persecução penal deve ser celebrado
por meio de consenso entre Ministério Público e o investigado. Dessa forma, não seria
possível a concessão do benefício despenalizador, de ofício, pelo juiz.
REQUISITOS
INTRODUÇÃO
O art. 28-A do CPP apresenta os requisitos para a celebração do acordo de não
persecução penal:
3
INFRAÇÃO COM PENA MÍNIMA INFERIOR A 04 ANOS
Segundo o art. 28-A, caput, do CPP, o acordo de não persecução penal só pode ser
aplicado às infrações penais cuja pena mínima seja inferior a 04 anos.
Com base na doutrina 1 , a violência tem que ser dolosa. Assim, em tese, seria
admissível a celebração do acordo de não persecução penal se a violência decorre de
conduta culposa.
De forma esquematizada:
1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 280
4
VEDAÇÕES
INTRODUÇÃO
As vedações à celebração do acordo de não persecução penal estão previstas no
art. 28-A, §2º, do CPP.
CABIMENTO DEAnderson
TRANSAÇÃOTiagoPENAL
Meneguelli Oliva
O inciso I afirma queandersontiago158@gmail.com
não será possível o acordo de não persecução penal se for
cabível a transação penal prevista na Lei nº 9.099/95 (Lei do JECRIM).
031.721.292-33
O motivo é simples, pois a transação penal é um instituto despenalizador mais
benéfico do que o acordo de não persecução penal, possuindo, portanto, precedência.
REINCIDÊNCIA OU HABITUALIDADE
De acordo com o inciso II, a reincidência, assim como a habitualidade, afasta a
celebração do acordo de não persecução penal.
5
CONDIÇÕES DO ACORDO
INTRODUÇÃO
As condições à celebração do acordo de não persecução penal estão previstas no
art. 28-A do CPP.
CONTROLE JUDICIAL
O acordo de não persecução penal exige homologação judicial, conforme art. 28-
A, §4º, do CPP.
6
Inclusive, recusar a proposta:
CUMPRIMENTO / DESCUMPRIMENTO
Inicialmente, é importante destacar que a execução do acordo de não persecução
penal será perante o juízo de execução penal.
Em caso de descumprimento.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Art. 28-A, § 10. Descumpridas quaisquer das condições
031.721.292-33
estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério
Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e
posterior oferecimento de denúncia.
De forma esquematizada:
7
Por fim, o acordo de não persecução penal não constará da certidão de antecedentes
criminais, exceto para impedir outro instituto despenalizador no prazo de 05 anos.
8
SUMÁRIO
PRISÕES................................................................................................................................ 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Espécies ................................................................................................................................... 2
1
PRISÕES
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, conceitua-se prisão como “a privação da liberdade de
locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude flagrante
delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja em face
de transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei”.
ESPÉCIES
No processo penal brasileiro, é possível identificar 03 (três) espécies de prisões: prisão
pena, cautelar e extrapenal.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido:
andersontiago158@gmail.com
1. PRISÃO PENA – É aquela031.721.292-33
que decorre da sentença condenatória com trânsito
em julgado;
3. PRISÃO EXTRAPENAL – É aquela que não decorre do Direito Penal, por exemplo,
a prisão civil do devedor de alimentos e a prisão militar por falta disciplinar;
De forma esquematizada:
1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 963
2
SUMÁRIO
PRISÃO EM FLAGRANTE ....................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................................... 2
Fases da Prisão em Flagrante ....................................................................................................... 2
Sujeito Ativo ................................................................................................................................ 3
Introdução ............................................................................................................................... 3
Flagrante Obrigatório ............................................................................................................... 3
1
PRISÃO EM FLAGRANTE
CONCEITO
A prisão em flagrante é uma espécie de prisão cautelar daquele que é surpreendido
em situação de flagrância, sem que seja necessária ordem judicial.
Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
De forma esquematizada:
De forma esquematizada:
2
A resposta é SIM.
SUJEITO ATIVO
INTRODUÇÃO
O sujeito ativo é o indivíduo que realiza a prisão em flagrante.
FLAGRANTE OBRIGATÓRIO
Nos termos do art. 301 do CPP, a autoridade policial e seus agentes são obrigados a
prender o sujeito que esteja em situação de flagrância.
3
A resposta é SIM.
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Legalidade da prisão em flagrante efetuada por guardas
municipais. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/97785e0500ad16c18574c64189ccf4b4>.
Acesso em: 07/08/2021
4
SUMÁRIO
PRISÕES ..................................................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Espécies ....................................................................................................................... 2
PRISÃO EM FLAGRANTE........................................................................................... 3
Conceito ......................................................................................................................... 3
Fases da Prisão em Flagrante ....................................................................................... 3
Sujeito Ativo .................................................................................................................... 4
Introdução ................................................................................................................... 4
Flagrante Obrigatório ................................................................................................. 4
Flagrante Facultativo ................................................................................................. 5
Prisão em Flagrante: Espécies ...................................................................................... 5
Introdução ................................................................................................................... 5
Flagrante Próprio, Real ou Perfeito ........................................................................... 6
Anderson
Flagrante Impróprio, Tiago Meneguelli
Irreal ou Quase-Flagrante Oliva
...................................................... 6
andersontiago158@gmail.com
Flagrante Presumido ou Ficto .................................................................................... 7
031.721.292-33
Flagrante Esperado .................................................................................................... 7
Flagrante Postergado, Prorrogado, Retardado ou Diferido .................................. 8
Flagrante Preparado ou Provocado ........................................................................ 9
Flagrante Forjado ou Fabricado ............................................................................... 9
1
PRISÕES
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, conceitua-se prisão como “a privação da liberdade de
locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude flagrante
delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja em face
de transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei”.
ESPÉCIES
No processo penal brasileiro, é possível identificar 03 (três) espécies de prisões: prisão
pena, cautelar e extrapenal.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido: andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
1. PRISÃO PENA – É aquela que decorre da sentença condenatória com trânsito
em julgado;
3. PRISÃO EXTRAPENAL – É aquela que não decorre do Direito Penal, por exemplo,
a prisão civil do devedor de alimentos e a prisão militar por falta disciplinar;
De forma esquematizada:
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 963
2
PRISÃO EM FLAGRANTE
CONCEITO
A prisão em flagrante é uma espécie de prisão cautelar daquele que é surpreendido
em situação de flagrância, sem que seja necessária ordem judicial.
Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
De forma esquematizada:
De forma esquematizada:
3
A resposta é SIM.
SUJEITO ATIVO
INTRODUÇÃO
O sujeito ativo é o indivíduo que realiza a prisão em flagrante.
FLAGRANTE OBRIGATÓRIO
Nos termos do art. 301 do CPP, a autoridade policial e seus agentes são obrigados a
prender o sujeito que esteja em situação de flagrância.
4
A resposta é SIM.
FLAGRANTE FACULTATIVO
Em relação ao flagrante facultativo, é aquele realizado por qualquer do povo.
De forma esquematizada:
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Legalidade da prisão em flagrante efetuada por guardas municipais. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/97785e0500ad16c18574c64189ccf4b4>. Acesso em:
07/08/2021
5
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor
da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
A resposta é NÃO.
6
FLAGRANTE PRESUMIDO OU FICTO
O flagrante presumido (ficto) ocorre quando o agente é preso logo depois da prática
do crime, com os instrumentos/objetos que façam presumir ser ele o autor do crime.
De forma esquematizada:
A resposta é NÃO.
Contudo, nada impede que o juiz decrete a prisão preventiva caso entenda que
estão presentes os requisitos da prisão cautelar.
FLAGRANTE ESPERADO
O flagrante esperado ocorre quando a Polícia, tendo conhecimento prévio de que
o delito estava prestes a ser cometido, surpreende o agente na prática da ação criminosa.
7
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após denúncia anônima, a equipe policial tomou
conhecimento de que haveria a entrega de grande carregamento de drogas em um
galpão próximo à delegacia. Os policiais se deslocaram até o local e aguardaram o
momento em que os criminosos desembarcavam os entorpecentes, oportunidade em que
efetuaram a prisão em flagrante.
3 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.039
8
No flagrante prorrogado, a intervenção policial já é possível, pois o crime já está
ocorrendo, ou seja, opta-se pelo retardamento da intervenção.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, policial deixa sua arma ao alcance de “B”, que acabara
de ser abordado, sem que este soubesse que a pistola estava desmuniciada. Assim que
“B” toma-lhe a arma e tenta disparar, “A” o imobiliza e efetua a prisão em flagrante.
4 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.039
9
Apesar de ambas serem consideradas ilícitas, no flagrante preparado o agente induz
ou instiga o indivíduo a praticar a conduta criminosa. Por outro lado, no flagrante forjado
o agente cria situação para provar um crime inexistente.
10
SUMÁRIO
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF) ................................................................ 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Atribuição para Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante .................................... 2
Procedimento do APF .................................................................................................... 2
Oitiva do Condutor e das Testemunhas ................................................................... 2
....................................................................................................................................... 3
Interrogatório do Preso ............................................................................................... 3
Recolhimento à Prisão ................................................................................................ 4
PRAZOS ............................................................................................................................. 4
Comunicação da Prisão ............................................................................................ 4
Encaminhamento do Auto de Prisão em Flagrante ............................................... 4
Nota de Culpa ............................................................................................................. 4
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
1
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
INTRODUÇÃO
O auto de prisão em flagrante é a documentação da prisão em flagrante, conforme
art. 304 do CPP.
Art. Anderson
305. Na faltaTiago
ou no Meneguelli
impedimento do escrivão, qualquer
Oliva
pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de
andersontiago158@gmail.com
prestado o compromisso legal.
031.721.292-33
Nesse sentido, na falta ou impedimento do escrivão, a autoridade policial poderá
designar terceiro para lavrar o APF.
PROCEDIMENTO DO APF
OITIVA DO CONDUTOR E DAS TESTEMUNHAS
O procedimento da lavratura do APF tem início com a oitiva do condutor, que não
precisa, necessariamente, ter efetuado a prisão em flagrante. Aliás, sequer é necessário
que tenha presenciado a prática da infração.
Nesse sentido:
2
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá
esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura,
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso
(...)
INTERROGATÓRIO DO PRESO
O interrogatório do preso ocorre após a oitiva do condutor e das testemunhas,
conforme art. 304 do CPP.
3
RECOLHIMENTO À PRISÃO
Após a lavratura do APF e não sendo hipótese de concessão de fiança pela
autoridade policial, o conduzido será recolhido à prisão.
De forma esquematizada:
PRAZOS
COMUNICAÇÃO DA PRISÃO
A prisão deverá ser imediatamente comunicada ao juiz competente, ao Ministério
Público e à família do preso (ou à pessoa indicada por ele), nos termos do art. 306, caput,
do CPP.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
andersontiago158@gmail.com
serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao
031.721.292-33
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada.
NOTA DE CULPA
A nota de culpa é o documento entregue ao preso e que consta os motivos de sua
prisão, o nome do condutor e das testemunhas.
Segundo o art. 306, §2º, do CPP, o prazo de entrega da nota de culpa é de 24 horas
após a realização da prisão.
4
De forma esquematizada:
5
SUMÁRIO
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA ....................................................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Medidas Judiciais............................................................................................................ 3
Relaxamento da Prisão Ilegal .................................................................................... 3
Conversão da Prisão em Flagrante em Preventiva ................................................ 4
Concessão da Liberdade Provisória ......................................................................... 5
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
1
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO
A audiência de custódia é o procedimento em que o preso é ouvido pelo juiz, antes
de decidir pela conversão da prisão em flagrante em preventiva ou pela concessão da
liberdade provisória.
É importante ressaltar que a audiência de custódia deverá ser realizada no prazo de 24 horas,
inclusive, com previsão legal de responsabilização da autoridade competente que não a realizar.
A resposta é NÃO.
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A falta da audiência de custódia enseja nulidade da prisão preventiva? O preso deverá ser
colocado em liberdade?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/05ae14d7ae387b93370d142d82220f1b>. Acesso em:
10/08/2021
2
MEDIDAS JUDICIAIS
RELAXAMENTO DA PRISÃO ILEGAL
O inciso I, do art. 310, do CPP aponta o relaxamento da prisão ilegal.
A resposta é NÃO.
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Decisão proferida em audiência de custódia reconhecendo a atipicidade do fato não faz coisa
julgada. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a70dab11c90d06b809d0be230731762a>. Acesso em:
10/08/2021
3
A resposta é NÃO.
A resposta é NÃO.
Segundo a jurisprudência3:
3
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Depois da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), não é mais possível que o juiz, de ofício,
converta a prisão em flagrante em prisão preventiva (é indispensável requerimento). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6b5617315c9ac918215fc7514bef514b>. Acesso em: 11/08/2021
4
Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais possível
a conversão da prisão em flagrante em preventiva sem
provocação por parte ou da autoridade policial, do querelante,
do assistente, ou do Ministério Público, mesmo nas situações em
que não ocorre audiência de custódia.
(...)
STJ. 3ª Seção. RHC 131.263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 24/02/2021 (Info 686).
STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado
em 6/10/2020 (Info 994).
Nesse sentido4:
Assim, a segregação do agente somente deve ser decretada quando não for
possível conceder a liberdade, com ou sem medida cautelar.
4
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no entanto, que,
se logo depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a prisão, o vício de ilegalidade que maculava a custódia é
suprido. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b0285cbf334be23be58e7ff353af1af2>. Acesso em: 11/08/2021
5
SUMÁRIO
PRISÃO PREVENTIVA ........................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................................... 2
Características ............................................................................................................................. 3
Excepcionalidade .................................................................................................................................. 3
Prazo ........................................................................................................................................................ 3
Impossibilidade de Decretação de Ofício ......................................................................................... 4
1
PRISÃO PREVENTIVA
CONCEITO
A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz, mediante
representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, jamais de ofício, em qualquer fase da persecução penal
(investigação policial ou ação penal), sempre que os requisitos legais estiverem
preenchidos.
De forma esquematizada:
2
CARACTERÍSTICAS
EXCEPCIONALIDADE
A prisão preventiva é medida excepcional e só deve ser decretada quando as
demais cautelares se mostrarem ineficazes ao atender as hipóteses do art. 282, I e II, do
CPP.
A resposta é NÃO.
Conforme art. 313, §2º, do CPP, incluído pelo Pacote Anticrime, (Lei nº 13.964/19), é
vedada a decretação da preventiva com a finalidade de antecipar o cumprimento de
pena.
PRAZO
O Código de Processo Penal não estabelece prazo de duração da prisão preventiva,
como ocorre com a prisão temporária.
É importante destacar a inclusão do parágrafo único do art. 316 do CPP pelo Pacote
Anticrimes (Lei nº 13.964/19), que prevê a necessidade de apreciação judicial da
manutenção da preventiva a cada 90 dias.
3
Art. 316, Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá
o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
A resposta é NÃO.
4
SUMÁRIO
PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................ 2
Pressupostos ..................................................................................................................... 2
Introdução .................................................................................................................... 2
Garantia da Ordem Pública ...................................................................................... 2
Garantia da Ordem Econômica ............................................................................... 3
Conveniência da Instrução Criminal ........................................................................ 4
Garantia da Aplicação da Lei Penal ....................................................................... 4
Descumprimento de Medidas Cautelares ............................................................... 5
Princípio da Atualidade ................................................................................................. 6
Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/2019) ..................................................................... 6
1
PRISÃO PREVENTIVA
PRESSUPOSTOS
INTRODUÇÃO
A prisão preventiva, como medida excepcional, exige o preenchimento dos
pressupostos legais de sua decretação, previstos no art. 312, caput, do CPP.
De forma esquematizada:
2
A resposta é SIM.
3
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
Segundo Renato Brasileiro 1 , a “prisão preventiva decretada com base na
conveniência da instrução criminal visa impedir que o agente perturbe ou impeça a
produção de provas”.
Vale registrar que não é a mera “conveniência” que enseja a decretação da prisão
cautelar, mas a necessidade ou a indispensabilidade da preventiva que justifica a medida.
A resposta é SIM.
1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.072
2
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 1.031
4
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS CAUTELARES
Caso o haja descumprimento das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares, é possível a decretação da prisão preventiva.
5
PRINCÍPIO DA ATUALIDADE
PACOTE ANTICRIMES (LEI Nº 13.964/2019)
Nos termos do art. 312, §2º, do CPP, a decisão judicial que decreta a prisão preventiva
necessita ser motivada e com fundamentos contemporâneos à decisão.
Por exemplo, a prática do peculato, se os fatos são pretéritos, por si só, não justifica a
prisão preventiva, mesmo que a descoberta do ilícito seja recente. É necessária a
demonstração de elementos atuais que justifiquem a prisão cautelar, como a tentativa de
ocultar o ganho ilícito.
6
SUMÁRIO
PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................ 2
Hipóteses .......................................................................................................................... 2
Crimes Dolosos com Pena máxima Superior a 04 anos .......................................... 2
Reincidente em crime doloso .................................................................................... 3
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Criança, Adolescente, Idoso,
Enfermo ou Pessoa com Deficiência ........................................................................ 4
Dúvidas sobre a Identidade Civil ou não Fornecimento de Elementos
Suficientes para Esclarecimento ............................................................................... 6
Hipóteses em que não é autorizada a Prisão Preventiva ......................................... 6
Fundamentação ............................................................................................................. 7
Revogação da Prisão Preventiva ................................................................................. 8
1
PRISÃO PREVENTIVA
HIPÓTESES
O art. 313 do CPP apresenta as hipóteses em que será possível a decretação da
prisão preventiva. Claro, desde que os pressupostos listados no artigo anterior estejam
presentes.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
máxima superior a 4 (quatro) anos;
De forma esquematizada:
A resposta é SIM.
Nos casos de concurso de crimes (dolosos), deve ser observado o resultado da pena
(cumulação ou exasperação) para aferir o requisito da pena máxima superior a 04 anos.
Por exemplo, se uma associação criminosa (pena máxima de 03 anos) mantém uma
vítima sob cárcere privado (pena máxima de 03 anos), é possível decretar a prisão
preventiva dos envolvidos, pois a soma das penas (concurso material) supera 04 anos.
2
REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO
O art. 313, II, do CPP, autoriza a decretação da prisão preventiva ao reincidente em
crime doloso.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação
Anderson da prisão
Tiagopreventiva: (Redação dada pela
Meneguelli Oliva
Lei nº 12.403, de 2011).
II - se andersontiago158@gmail.com
tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença
transitada em 031.721.292-33
julgado, ressalvado o disposto no inciso I
do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).
De forma esquematizada:
3
Aliás, é possível a decretação da prisão preventiva para crime apenado com
detenção, desde que o agente seja reincidente em crime doloso, nesse sentido1:
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É cabível prisão preventiva no crime de embriaguez ao volante quando se tratar de
réu reincidente com risco de reiteração delitiva. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/66cf21351023f60e092be950584699cb>. Acesso em:
14/08/2021
4
A resposta é NÃO.
Anderson
Segundo a jurisprudência do Tiago Meneguelli
STJ, a redação Oliva
do art. 313, III, do CPP prevê a
decretação da prisão preventiva em caso de crime.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Nesse sentido:
5
DÚVIDAS SOBRE A IDENTIDADE CIVIL OU NÃO FORNECIMENTO
DE ELEMENTOS SUFICIENTES PARA ESCLARECIMENTO
O art. 313, §1º, do CPP permite a prisão preventiva quando houver dúvidas sobre a
identidade civil da pessoa ou quando ela não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la.
6
do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal.
Por outro lado, por expressa previsão legal (art. 312, caput, do CPP), a prisão
preventiva só é admitida para crimes, ou seja, não é aplicada para as contravenções
penais.
A resposta é NÃO.
FUNDAMENTAÇÃO
O art. 315, caput, do CPP exige que a decisão que decreta a prisão preventiva deve
ser devidamente motivada.
7
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo
julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
8
SUMÁRIO
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89) .................................................................. 2
Conceito ...........................................................................................................................2
Requisitos ...........................................................................................................................2
Introdução .....................................................................................................................2
Imprescindível para a Investigação Policial .............................................................3
Ausência de Residência Fixa ou Não Esclarecimento da Identidade .................4
1
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)
CONCEITO
A prisão temporária é uma espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz, no curso
da investigação policial, com prazo determinado, quando a restrição da liberdade do
investigado for indispensável para a obtenção de elementos de informação (autoria e
materialidade).
De forma esquematizada:
Nesse sentido1:
1CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Requisitos estipulados pelo STF para a validade da decretação da prisão temporária.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/7bcbf838aad2d6d4f975380ee45ef8d8>. Acesso em:
15/03/2022
2
IMPRESCINDÍVEL PARA A INVESTIGAÇÃO POLICIAL
Conforme menção anterior, a prisão temporária deve ser indispensável para as
investigações do inquérito policial.
Nesse sentido:
Nesse sentido:
3
AUSÊNCIA DE RESIDÊNCIA FIXA OU NÃO ESCLARECIMENTO
DA IDENTIDADE
O inciso II do art. 1º da Lei nº 7.960/89 autoriza a prisão temporária quando o
investigado não tiver residência fixa ou quando não prestar informações a respeito de sua
identidade.
4
SUMÁRIO
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89) .................................................................. 2
Ausência de Residência Fixa ou Não Esclarecimento da Identidade .................2
Rol de Crimes que Admitem a Prisão Temporária ...................................................2
Justificada em Fatos Novos ou Contemporâneos ...................................................4
Adequação à Gravidade concreta do Crime ........................................................4
Ineficácia de outras medidas Cautelares.................................................................4
Características..................................................................................................................4
Fase Pré-Processual ......................................................................................................4
Provocação...................................................................................................................5
Prazo Determinado.......................................................................................................5
Separação dos Demais Presos....................................................................................7
Conversão em Prisão Preventiva ...................................................................................7
1
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)
Por outro lado, é necessário dar atenção ao rol taxativo dos crimes que admitem a
prisão temporária, conforme art. 1º da Lei nº 7.960/89.
2
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
3
JUSTIFICADA EM FATOS NOVOS OU CONTEMPORÂNEOS
Além dos requisitos legais previstos na Lei nº 7.960/89, o STF condicionou a prisão
temporária à existência de fatos novos e contemporâneos.
CARACTERÍSTICAS
FASE PRÉ-PROCESSUAL
A prisão temporária só pode ser decretada durante a investigação criminal, ou seja,
é vedada no curso da ação penal.
1CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Requisitos estipulados pelo STF para a validade da decretação da prisão temporária.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/7bcbf838aad2d6d4f975380ee45ef8d8>. Acesso em:
15/03/2022
4
A resposta é SIM.
PROVOCAÇÃO
A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, dependendo de
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, conforme
art. 2º da Lei nº 7.960/89.
Por outro lado, quando o pedido decorrer da representação policial, o juiz deverá
ouvir o Ministério Público antes de decidir.
PRAZO DETERMINADO
A prisão temporária tem prazo determinado em lei, que é de 05 dias, prorrogável por
igual período.
2 Cunha, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. 4 ed. JusPodivm, 2021. Pág. 562.
5
A contagem do prazo se inicia com o efetivo cumprimento do mandado de prisão.
De forma esquematizada:
6
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de
prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de
segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
imediatamente após recebido ou de promover a soltura do
preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
A resposta é NÃO.
7
Por expressa previsão legal, o prazo de encerramento do inquérito policial, quando
o investigado estiver preso, é de 10 dias, contando a partir da prisão em flagrante ou do
cumprimento da preventiva, conforme art. 10 do CPP.
8
SUMÁRIO
PRISÃO DOMICILIAR .......................................................................................................2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Hipóteses de Aplicação ....................................................................................................... 3
Prisão Domiciliar: CPP e LEP ................................................................................................. 7
1
PRISÃO DOMICILIAR
CONCEITO
A prisão domiciliar é uma medida substitutiva da prisão preventiva e é empregada
por razões humanitárias e excepcionais, previstas no art. 318 do CPP.
A resposta é SIM.
2
HIPÓTESES DE APLICAÇÃO
O art. 318 do CPP apresenta as hipóteses de admissibilidade da prisão domiciliar em
substituição da prisão preventiva.
De forma esquematizada:
3
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Nesse sentido:
4
A resposta é SIM.
Segundo o STF, o fato de a mulher ser reincidente, por si só, não impossibilita a
conversão em prisão domiciliar.
Nesse sentido:
Dessa forma, por exemplo, não é possível converter em prisão domiciliar a preventiva
decorrente do crime de abandono de incapaz (CP, art. 133) praticado pela mãe contra
seu filho.
5
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
6
De forma esquematizada:
7
SUMÁRIO
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO ....................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Jurisprudência ................................................................................................................ 3
1
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO
INTRODUÇÃO
A prisão cautelar é excepcional, devendo ser evitada sempre que for possível obter
o mesmo resultado prático por meio da decretação de outras medidas cautelares.
2
JURISPRUDÊNCIA
A resposta é SIM.
Nos termos do art. 282, §1º, do CPP, é possível aplicar as medidas cautelares isolada
ou cumulativamente.
A resposta é SIM.
De fato, o Poder Judiciário tem competência para impor aos parlamentares medidas
cautelares previstas no art. 319 do CPP.
3
Nesse sentido1:
A resposta é SIM.
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, no entanto,
a respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/91e82999cf7e45da1070ebd673690716>. Acesso em:
24/08/2021
4
Segundo a jurisprudência do STJ 2 , é possível que o juízo de 1º grau decrete o
afastamento da função pública do vereador, não sendo necessária a autorização da
Câmara Municipal.
Nesse sentido:
A resposta é NÃO.
Segundo a jurisprudência do STJ, não é possível que o juiz determine, como medida
cautelar diversa da prisão, a incomunicabilidade entre pai e filho.
Nesse sentido3.
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Possibilidade de juiz afastar vereador da função que ocupa . Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a89b71bb5227c75d463dd82a03115738>. Acesso
em: 24/08/2021
3
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não se pode determinar a incomunicabilidade entre pai e filho(a), mesmo eles sendo corréus.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4fe5149039b52765bde64beb9f674940>. Acesso em: 24/08/2021
5
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
6
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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031.721.292-33
7
SUMÁRIO
LIBERDADE PROVISÓRIA .......................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................... 2
Classificação .................................................................................................................. 3
Liberdade Provisória: Obrigatória ............................................................................. 3
Liberdade Provisória: Sem Fiança ............................................................................. 5
1
LIBERDADE PROVISÓRIA
INTRODUÇÃO
Segundo Norberto Avena1, a liberdade provisória é “um instituto por meio do qual,
em determinadas situações, concede ao indivíduo o direito de aguardar em liberdade o
final do processo”.
Nesse sentido, a regra deve ser a concessão da liberdade provisória, sendo certo que
o encarceramento só será cabível caso estejam presentes os requisitos que autorizam a
prisão preventiva, conforme art. 321 do CPP.
1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 1.073
2
A liberdade provisória é uma alternativa ao encarceramento do indivíduo,
decorrente de uma prisão legal.
Por outro lado, o relaxamento da prisão decorre da atuação judicial diante de uma
prisão ilegal.
CLASSIFICAÇÃO
LIBERDADE PROVISÓRIA: OBRIGATÓRIA
Trata-se de hipóteses legais em que a liberdade provisória deve ser concedida
obrigatoriamente.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
São exemplos de liberdade provisória obrigatória:
andersontiago158@gmail.com
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3
De forma esquematizada:
Com o advento da Lei nº 13.964/2019, a nova redação do art. 310, §2º, do CPP, veda
a liberdade provisória para o agente reincidente ou que integre organização criminosa
armada ou milícia, ou que porte arma de fogo de uso restrito.
4
LIBERDADE PROVISÓRIA: SEM FIANÇA
O Código de Processo Penal apresenta hipóteses em que o juiz poderá conceder a
liberdade provisória sem a fixação de fiança.
Por outro lado, é cabível a liberdade provisória sem fiança quando o agente for
pobre, nos termos do art. 350, caput, do CPP.
5
SUMÁRIO
FIANÇA ..................................................................................................................... 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................... 2
Concessão de Fiança pela Autoridade Policial......................................................... 3
Valor da Fiança .............................................................................................................. 4
1
FIANÇA
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro 1 , a fiança é uma caução real destinada a garantir o
cumprimento das obrigações processuais do réu.
Nos termos do art. 330, caput, do CPP, a fiança consistirá em depósito de valores ou
bens.
NATUREZA JURÍDICA
Após o advento da Lei nº 12.403/2011, além de ser condição de liberdade provisória
no caso de flagrante de crime afiançável, a fiança presta como medida cautelar
autônoma, conforme art. 319, §4º, do CPP.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Art. 319, § 4o A fiança será aplicada de acordo com as
andersontiago158@gmail.com
disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada
031.721.292-33
com outras medidas cautelares.
Nesse sentido.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.170
2
CONCESSÃO DE FIANÇA PELA AUTORIDADE POLICIAL
Conforme art. 322, caput, do CPP, a autoridade policial poderá conceder fiança
quando a infração penal tiver pena máxima não superior a 04 anos.
De forma esquematizada:
É importante observar que a autoridade policial não pode decretar outra medida
Anderson
cautelar prevista no art. 319 do CPP. Tiago Meneguelli Oliva
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A resposta é SIM.
Segundo o art. 24-A, §2º, da Lei Maria da Penha, somente o juiz poderá conceder
fiança ao crime de descumprimento de medida protetiva, apesar de sua pena máxima
ser de 02 anos.
3
VALOR DA FIANÇA
A fiança deve evitar ser impossível de arcar para os pobres e, também, irrisória para
indivíduos que possuam alto poder aquisitivo.
Dessa forma, o art. 326 do CPP apresenta alguns parâmetros de fixação da fiança.
O valor da fiança poderá ser dispensado, reduzido até dois terços ou aumentado até
1.000 vezes, conforme art. 325, §1º, do CPP.
4
De forma esquematizada:
A resposta é NÃO.
O art. 325, §1º, I, do CPP, ao dispensar a fiança, faz referência ao art. 350, caput, o
qual afirma ser o juiz a autoridade competente para deixar de arbitrá-la.
Nesse sentido:
5
SUMÁRIO
FIANÇA ..................................................................................................................... 2
Crimes Inafiançáveis...................................................................................................... 2
Fiança: Obrigações ....................................................................................................... 4
Quebra de Fiança ......................................................................................................... 4
Cassação da Fiança ..................................................................................................... 5
Reforço da Fiança ......................................................................................................... 6
Perda da Fiança ............................................................................................................ 6
1
FIANÇA
CRIMES INAFIANÇÁVEIS
A Constituição Federal apresenta rol de crimes que não admitem fiança, conforme
art. 5º, incisos XLII, XLIII e XLIV.
De forma esquematizada:
Por outro lado, o Código de Processo Penal aponta outras hipóteses em que não será
possível o arbitramento da fiança, conforme art. 324 do CPP.
2
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação
da prisão preventiva (art. 312).
Assim:
A resposta é SIM.
3
FIANÇA: OBRIGAÇÕES
A liberdade provisória com fiança impõe algumas obrigações ao afiançado,
conforme arts. 327 e 328, ambos, do CPP.
QUEBRA DE FIANÇA
A quebra da fiança ocorre quando1:
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.175
4
Por outro lado, não será concedida nova fiança no processo em que houver sua
quebra, nos termos do art. 324, I, do CPP.
De forma esquematizada:
De forma esquematizada:
5
A consequência da cassação da fiança é a devolução do valor ao afiançado.
REFORÇO DA FIANÇA
O reforço da fiança está previsto no art. 340 do CPP, nos seguintes termos:
Art. 340, Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não
for reforçada.
PERDA DA FIANÇA
Será decretada a perda da fiança
Anderson casoMeneguelli
Tiago o condenadoOliva
não compareça para o início
do cumprimento da pena definitivamente imposta, conforme art. 344 do CPP.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança,
se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do
cumprimento da pena definitivamente imposta.
Coube ao art. 345 do CPP apontar o destino do valor da fiança, caso ocorra a perda
da fiança.
Após a dedução dos valores relativos aos encargos (multa, custas, etc), o valor
remanescente será devolvido a quem tenha prestado a fiança, conforme art. 347 do CPP.
6
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será
entregue a quem houver prestado a fiança, depois de
deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.
7
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL ........................................................................................................... 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Classificação .................................................................................................................. 2
Ação Penal Pública .................................................................................................... 2
Ação Penal Privada ................................................................................................... 4
1
AÇÃO PENAL
CONCEITO
A ação penal é o processo judicial que serve de instrumento para o exercício do
direito do Estado em punir.
CLASSIFICAÇÃO
A doutrina utiliza como parâmetro de classificação das ações penais a legitimidade
ativa, ou seja, leva-se em consideração o seu titular.
Nesse sentido, a ação penal pública tem como titular o Ministério Público, ao passo
que a ação penal privada é de titularidade da vítima (ou seu representante legal).
De forma esquematizada:
2
A ação penal pública subsidiária da pública ocorre quando a inércia do titular da
ação penal autoriza que outro legitimado ofereça a denúncia.
É importante ressaltar que não se trata de hipótese prevista no art. 29 do CPP (ação
penal privada subsidiária da pública), pois o novo titular continua sendo o Ministério
Público.
Por exemplo, no âmbito eleitoral, caso o membro do Ministério Público não ofereça
a denúncia no prazo legal, o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro
promotor para oferecê-la, conforme art. 357, §§ 3º e 4º, do Código Eleitoral.
3
De formar esquematizada:
4
Segundo a doutrina, na ação penal privada subsidiária da pública, a legitimidade é
concorrente do Ministério Público e do ofendido (ou seu representante legal).
De forma esquematizada:
5
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PÚBLICA .......................................................................................................................... 2
Ação Penal Pública Incondicionada ............................................................................................ 2
Conceito ........................................................................................................................................... 2
Regra Geral...................................................................................................................................... 3
Ação Penal Pública Condicionada ............................................................................................... 3
Conceito ........................................................................................................................................... 3
1
AÇÃO PENAL PÚBLICA
De forma esquematizada:
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 332
2
REGRA GERAL
Em regra, os crimes são processados por meio da ação penal pública
incondicionada, conforme art. 100 do Código Penal.
Nesse sentido:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
De forma esquematizada:
2 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 332
3
A resposta é NÃO.
Segundo o art. 5º, §4º, do CPP, o inquérito policial, nos crimes de ação penal pública
condicionada, não poderá ser instaurado de ofício.
4
SUMÁRIO
Ação Penal Pública ............................................................................................................................... 2
Representação ................................................................................................................................... 2
Conceito ........................................................................................................................................... 2
Legitimidade para a Representação ........................................................................................ 5
Destinatário da Representação .................................................................................................. 7
1
AÇÃO PENAL PÚBLICA
REPRESENTAÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, a representação é a manifestação do ofendido ou de seu
representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do
fato delituoso.
A resposta é NÃO.
Nesse sentido:
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 334
2
Inicialmente, é importante ressaltar que o Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/2019)
alterou a natureza da ação penal do crime de estelionato (art. 171 do CP).
3
Por outro lado, as Turmas do STF apontam entendimento divergente:
4
LEGITIMIDADE PARA A REPRESENTAÇÃO
A legitimidade para representar na ação penal pública condicionada está prevista
no art. 39 do CPP.
No caso de morte da vítima, a legitimidade cabe aos indivíduos elencados no art. 24,
§1º, do CPP.
De forma esquematizada:
A resposta é SIM.
5
Apesar de corrente doutrinária entender que a legitimidade do companheiro seria
hipótese de analogia in malam partem, afinal, há reflexos no direito de punir do Estado,
prevalece o entendimento de que o companheiro é sucessor no direito de representação.
A resposta é SIM.
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 338
6
Por exemplo, se o cônjuge não tem interesse em representar e, inclusive, é contrário
a tal manifestação. Ainda assim, se um dos demais sucessores quiser, deve prevalecer a
persecução penal.
DESTINATÁRIO DA REPRESENTAÇÃO
Conforme art. 39 do CPP, a representação é destinada ao juiz, ao Ministério Público
ou à autoridade policial.
7
SUMÁRIO
Ação Penal Pública ............................................................................................................................... 2
Prazo Decadencial......................................................................................................................... 2
Retratação da Representação ................................................................................................... 4
1
AÇÃO PENAL PÚBLICA
PRAZO DECADENCIAL
O art. 38, caput, do CPP apresenta o prazo decadencial para que a vítima ou seu
representante legal ofereça representação.
Anderson
O prazo decadencial Tiago
tem natureza Meneguelli
penal Oliva
(material). Por essa razão, não se prorroga
e o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Nesse sentido:
Por outro lado, é importante destacar que o decurso do prazo decadencial tem início
a partir do dia em que a vítima souber quem é o autor do crime.
De forma esquematizada:
2
A resposta é SIM.
O art. 236, parágrafo único, do CP afirma que o direito de queixa da vítima do crime
de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento só pode ser exercido depois
de transitar em julgado a sentença que anule o casamento.
De forma esquematizada:
3
Segundo a doutrina1, o prazo decadencial flui apenas para o representante legal.
Assim, esgotado o prazo, não poderá exercer a representação.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, menor de idade, é vítima de crime contra sua honra.
Contudo, seu representante legal não exerce a representação no prazo decadencial.
Quando “A” completar 18 anos, na condição de vítima, terá início seu prazo decadencial.
De forma esquematizada:
RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
O Código de Processo Penal admite a retratação da representação, conforme art.
25 do CPP.
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 253
4
A resposta é SIM.
Nos termos do art. 16 da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), a vítima pode se
retratar, mas a renúncia deverá ser feita perante o juiz, em audiência designada para essa
finalidade.
É importante salientar que, no rito da Lei Maria da Penha, a retratação é cabível até
o recebimento da denúncia.
De forma esquematizada:
5
A resposta é SIM.
6
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PÚBLICA............................................................................................ 2
Requisição do Ministro da Justiça ................................................................................ 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Prazo para Requisição ................................................................................................ 2
Destinatário .................................................................................................................. 2
Retratação ................................................................................................................... 2
Comparativo ................................................................................................................ 3
1
AÇÃO PENAL PÚBLICA
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
CONCEITO
Segundo Norberto Avena 1 , os crimes de ação penal pública condicionada à
requisição do Ministro da Justiça são aqueles nos quais o exercício da ação penal está
relacionado à conveniência política em vê-los apurados ou não.
DESTINATÁRIO
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
A requisição do Ministro da Justiça deve ser direcionada ao Chefe do Ministério
andersontiago158@gmail.com
Público, ou seja, o Procurador-Geral de Justiça ou Procurador-Geral da República.
031.721.292-33
RETRATAÇÃO
Há polêmica acerca da possibilidade de retratação de requisição do Ministro da
Justiça.
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 253
2
COMPARATIVO
Para facilitar a assimilação do conteúdo:
3
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PÚBLICA............................................................................................ 2
Princípios da Ação Penal Pública ................................................................................. 2
Princípio da Obrigatoriedade .................................................................................... 2
Princiípio da Indisponibilidade ................................................................................... 3
Princípio da Divisibilidade ........................................................................................... 4
Princípio da Oficialidade ............................................................................................ 5
1
AÇÃO PENAL PÚBLICA
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
O princípio da obrigatoriedade afirma que, havendo indícios de autoria e
materialidade e ausentes causas extintivas de punibilidade, o Ministério Público não pode
deixar de ajuizar a ação penal.
2
No âmbito dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM), há a possibilidade de se firmar
a transação penal, que permite ao Ministério Público deixar de propor a ação penal e
oferecer ao autor do fato a aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
PRINCIÍPIO DA INDISPONIBILIDADE
Segundo o princípioAnderson
da indisponibilidade, uma vez ajuizada
Tiago Meneguelli Olivaa ação penal, o Ministério
Público não pode desistir dela, nos termos do art. 42 do CPP.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
De forma esquematizada:
3
Como exceção ao princípio da indisponibilidade da ação penal pública, tem-se a
suspensão condicional do processo, prevista no art. 89 da Lei nº 9.099/95.
PRINCÍPIO DA DIVISIBILIDADE
Apesar de corrente em sentido contrário, prevalece o que vigora o princípio da
divisibilidade na ação penal pública.
4
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
Segundo Renato Brasileiro1, o princípio da oficialidade preceitua que a legitimidade
para a persecução penal recai sobre órgãos do Estado, tanto na fase pré-processual,
quanto na fase processual.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 332
5
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PRIVADA........................................................................................... 2
Ação Penal Privada ....................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Legitimado ................................................................................................................... 3
1
AÇÃO PENAL PRIVADA
De forma esquematizada:
A ação penal privada personalíssima só pode ser proposta pelo ofendido. Dessa
forma, não é possível a sucessão em caso de morte.
2
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o
outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja
casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
LEGITIMADO
Nos termos do art. 30 do CPP, a ação penal privada poderá ser proposta pelo
ofendido ou representante legal.
3
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PRIVADA ........................................................................................... 2
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública ................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Ofendido Determinado ............................................................................................. 2
Prazo............................................................................................................................. 3
Inércia do Ministério Público ...................................................................................... 3
Atuação do Ministério Público .................................................................................. 4
1
AÇÃO PENAL PRIVADA
Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
OFENDIDO DETERMINADO
Segundo a doutrina, a ação penal privada subsidiária só é cabível quando for
possível identificar o ofendido, ou seja, tipos penais que não apontam uma vítima
determinada não admitem a ação substitutiva, por exemplo, crimes de perigo abstrato
(tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo).
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 266
2
PRAZO
A ação penal privada subsidiária da pública está sujeita ao prazo decadencial de 06
meses.
3
Segundo a jurisprudência 2 , somente as diligências consideradas imprescindíveis
poderiam impedir o ajuizamento da ação penal privada subsidiária.
4
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PRIVADA..............................................................................................................2
Princípios da Ação Penal Privada ......................................................................................................... 2
Princípio da Oportunidade ................................................................................................................ 2
Princiípio da Disponibilidade ............................................................................................................ 2
Princípio da Indivisibilidade .............................................................................................................. 3
1
AÇÃO PENAL PRIVADA
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
O princípio da oportunidade afirma que cabe à vítima (ou ao representante legal)
decidir sobre a conveniência de propor a ação penal privada.
PRINCIÍPIO DA DISPONIBILIDADE
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
O princípio da disponibilidade decorre do princípio da oportunidade, contudo incide
andersontiago158@gmail.com
no curso da ação penal privada.
031.721.292-33
A doutrina aponta 02 hipóteses em que o querelante pode desistir da ação penal:
2
PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE
Segundo Norberto Avena1 , o princípio da indivisibilidade “significa que, embora o
ofendido não esteja obrigado a intentar a ação penal, se o fizer, deverá ajuizá-la contra
todas as pessoas que concorreram para a prática do crime imputado".
Nesse sentido:
Nesse sentido2:
1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 257
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Princípio da indivisibilidade da ação penal privada: omissão voluntária e involuntária. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/23d2e1578544b172cca332ff74bddf5f>.
Acesso em: 10/09/2021
3
SUMÁRIO
PROVAS ................................................................................................................................ 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Espécies ....................................................................................................................................... 2
Provas: Diretas e Indiretas ....................................................................................................... 2
Provas: Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas ................................................................... 3
1
PROVAS
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, prova é “o conjunto de elementos produzidos pelas partes
ou determinados pelo juiz visando à formação do convencimento quanto a atos, fatos e
circunstâncias”.
ESPÉCIES
PROVAS: DIRETAS E INDIRETAS
A prova direta é aquela que demonstra o fato por si só, ou seja, com apenas uma
única análise lógica, como exemplo, a doutrina cita o depoimento da testemunha que
presenciou o ato criminoso.
Por outro lado, prova indireta¸ segundo Norberto Avena 2 , é aquela que não
demonstra, diretamente, determinado ato ou fato, mas que permite deduzir tais
circunstâncias a partir de um raciocínio lógico irrefutável, como exemplo, o álibi.
De forma esquematizada:
1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 472
2
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 474
2
PROVAS: CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS E ANTECIPADAS
Essa classificação se refere às provas produzidas no curso da fase pré-processual, mas
que são aptas a fundamentar a decisão judicial, conforme art. 155 do CPP.
De forma esquematizada:
3
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 658
3
A resposta é NÃO.
Nesse sentido:
4
SUMÁRIO
PROVAS ................................................................................................................................ 2
Provas: Nominadas e Inominadas ............................................................................................ 2
Prova Emprestada .................................................................................................................... 2
1
PROVAS
PROVAS: NOMINADAS E INOMINADAS
A prova nominada é aquela descrita em lei, ainda que não contemple seu
procedimento. Como exemplo, a doutrina cita a reconstituição do crime (CPP, art. 7º).
Por outro lado, a prova inominada é aquela que não consta no ordenamento jurídico
e, desde que lícita, é admitida no processo penal.
De forma esquematizada:
O tema é polêmico.
Por outro lado, há quem defenda a manutenção da mesma natureza que detinha no
processo original. Nesse sentido, Renato Brasileiro.
2
A resposta é SIM.
Nesse sentido1:
1
https://www.dizerodireito.com.br/2014/09/prova-emprestada-oriunda-de-processo-no.html
3
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
4
SUMÁRIO
PROVAS ................................................................................................................................ 2
Fonte de Prova, Meio de Prova e Meio de Obtenção de Prova .................................................... 2
Indício ......................................................................................................................................... 3
Conceito .................................................................................................................................. 3
1
PROVAS
FONTE DE PROVA, MEIO DE PROVA E MEIO DE OBTENÇÃO DE
PROVA
A fonte de prova é de onde se consegue a prova, que pode ser pessoas (fontes
pessoais) ou coisas (fontes reais).
Como exemplo, as pessoas que presenciaram o crime são fontes de prova, pois
poderão prestar depoimento como testemunhas.
Por exemplo, o laudo pericial é um meio de prova e pode ser utilizado como
informação válida a comprovar a materialidade delitiva.
Por outro lado, o meio de obtenção de prova é o procedimento utilizado para adquirir
a prova. Dessa forma, não é apto, por si só, ao convencimento do juiz.
Anderson
De forma esquematizada: Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
2
INDÍCIO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, indício é um fato provado que permite, por inferência,
concluir pela ocorrência de outro fato, ou seja, sinônimo de prova indireta.
O tema é bastanteAnderson
polêmico. Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Prevalece o entendimento 031.721.292-33
de que apenas excepcionalmente é possível a
condenação criminal com base apenas em indícios e presunções.
Nesse sentido, ainda que o sistema processual tenha adotado a persuasão racional
do juiz (CPP, art. 155, caput), deve ser observado o princípio da presunção de inocência.
1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 658
3
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Ônus da Prova ................................................................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Ônus da Prova no Processo Penal ............................................................................ 2
Produção de Prova de Ofício pelo Juiz ................................................................... 4
1
PROVAS
ÔNUS DA PROVA
CONCEITO
Inicialmente, o ônus representa uma faculdade conferida à parte de realizar algo que
lhe permita ter uma condição mais favorável no processo.
Dessa forma, o ônus não se confunde com uma obrigação que, se não adimplida,
configura uma conduta ilícita.
Assim, o ônus da prova é o encargo que as partes têm de comprovar suas alegações
em juízo, sob pena de ter que suportar a decisão judicial desfavorável às suas teses.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL
031.721.292-33
No processo penal, apesar do princípio in dubio pro reo, o ônus da prova não é
exclusivo da acusação, conforme art. 156, caput, do CPP.
De forma esquematizada:
2
A prova diabólica é aquela impossível ou excessivamente difícil de ser produzida
pela parte, como exemplo, a comprovação de fato negativo (e.g. provar que não é
culpado).
Nesse sentido:
3
PRODUÇÃO DE PROVA DE OFÍCIO PELO JUIZ
O art. 3º-A do CPP, com redação dada pelo Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/19),
afirma que:
Nesse sentido, o legislador vedou a atuação probatória, de ofício, pelo juiz na fase
de pré-processual.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 106
2 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 484
4
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Sistemas Processuais ...................................................................................................... 2
Sistema Inquisitorial ..................................................................................................... 2
Sistema Acusatório ..................................................................................................... 2
Sistema Misto (ou Francês) ........................................................................................ 2
1
PROVAS
SISTEMAS PROCESSUAIS
SISTEMA INQUISITORIAL
O sistema inquisitorial é caracterizado pela concentração das funções de acusar,
defender e julgar na pessoa do juiz.
SISTEMA ACUSATÓRIO
O sistema acusatório é caracterizado pela separação das funções de acusar,
defender e julgar, ficando, esta, a cargo de um juiz imparcial.
De forma esquematizada:
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 45
2
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
3
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Sistemas de Avaliação da Prova ................................................................................. 2
Conceito e Espécies ................................................................................................... 2
Sistema da Íntima Convicção ................................................................................... 2
Sistema da Prova Tarifada ......................................................................................... 3
Sistema do Livre Convencimento Motivado ........................................................... 3
Comparativo ............................................................................................................... 4
1
PROVAS
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 681
2
SISTEMA DA PROVA TARIFADA
O sistema da prova tarifada (certeza moral do legislador ou da prova legal) é aquele
em que o legislador preestabelece o valor probatório do meio de prova.
É o sistema adotado no Processo Penal brasileiro, conforme art. 93, IX, da Constituição
Federal.
2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 683
3
Art. 93, IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes,
em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação;
COMPARATIVO
Para facilitar a compreensão do tema ora abordado:
4
SUMÁRIO
Provas Ilegais ........................................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Espécies........................................................................................................................... 3
Provas Ilícitas ............................................................................................................... 3
Provas Ilegítimas .......................................................................................................... 3
Comparativo ............................................................................................................... 3
1
PROVAS ILEGAIS
INTRODUÇÃO
CONCEITO
A prova ilegal é um gênero que admite 02 espécies: prova ilícita e prova ilegítima.
No mesmo sentido:
A resposta é SIM.
2
ESPÉCIES
PROVAS ILÍCITAS
A prova ilícita é aquela obtida por meio de violação às normas de direito material,
ou seja, penal ou constitucional.
PROVAS ILEGÍTIMAS
A prova ilícita é aquela obtida por meio de violação às normas de direito processual.
Por exemplo, o depoimento da testemunha, sem que o juiz lhe tome o compromisso
de dizer a verdade, é considerada prova ilegítima, diante da violação do art. 203 do CPP.
3
SUMÁRIO
Provas Ilegais ........................................................................................................... 2
Prova Ilícita por Derivação ........................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada ................................................................ 2
Exceções à Ilicitude da Prova por Derivação ............................................................ 2
Teoria da Fonte Independente ................................................................................. 2
Teoria da Descoberta Inevitável ............................................................................... 3
Teoria da Mancha Purgada ...................................................................................... 3
Comparativo ............................................................................................................... 4
Inutilização da Prova Ilícita ........................................................................................... 4
1
PROVAS ILEGAIS
Por exemplo, a apreensão de uma arma de fogo com numeração raspada, após a
entrada, sem autorização judicial, na residência do indivíduo.
A vedação à utilização da prova derivada da ilícita é prevista no art. 156, §1º, CPP.
Trata-se de um famoso julgado ocorrido nos EUA, em que o réu (Ernesto Miranda)
confesso foi absolvido, pois os agentes policiais não lhe avisaram do direito de permanecer
em silêncio e não produzir prova contra si mesmo.
Sua previsão legal consta na parte final do art. 156, §1º, CPP.
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 495
2
Art. 156, § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser
obtidas por uma fonte independente das primeiras.
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 658
3
Por exemplo, após a entrada ilegal em sua residência, “A” foi preso com elevada
quantidade de drogas. Após ser solto, “A” resolve, voluntariamente, confessar a prática de
crimes relacionados ao tráfico de drogas.
COMPARATIVO
Para facilitar a compreensão do tema:
INUTILIZAÇÃO DAAnderson
PROVA ILÍCITA
Tiago Meneguelli Oliva
A prova ilícita é inadmissível no processo penal.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Assim, uma vez verificada sua ilicitude ou ilegalidade, a prova deverá ser
desentranhada dos autos e, posteriormente, inutilizada, conforme art. 157, §3º, do CPP.
É importante destacar a inclusão do §4º do art. 157 pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote
Anticrimes):
4
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Teoria do Encontro Fortuito de Provas (Serendipidade)............................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Jurisprudência ............................................................................................................. 2
1
PROVAS
JURISPRUDÊNCIA
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 699
2
A resposta é NÃO.
Nesse sentido:
3
SUMÁRIO
EXAME DE CORPO DE DELITO ................................................................................ 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Corpo de Delito .......................................................................................................... 2
Exame de Corpo de Delito ........................................................................................ 2
Atendimento Prioritário .................................................................................................. 2
Imprescindibilidade do Exame de Corpo de Delito .................................................. 3
Introdução ................................................................................................................... 3
Diligência Obrigatória ................................................................................................ 4
1
EXAME DE CORPO DE DELITO
CONCEITO
CORPO DE DELITO
O corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais (ou sensíveis) deixados pela
infração penal1.
ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
Com a vigência da Lei nº 13.721/18, foi estipulado um rol prioritário de realização do
exame de corpo de delito, conforme art. 158, parágrafo único, do CPP.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 727
2
De forma esquematizada:
Dessa forma, existindo vestígios do crime, esse meio de prova não pode ser suprido
por qualquer outra espécie, sequer a confissão do acusado.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido: andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado.
Por outro lado, se o exame de corpo de delito for necessário para o reconhecimento
de qualificadora, tal circunstância não poderá ser imputada ao acusado, por exemplo,
no furto qualificado mediante arrombamento.
3
DILIGÊNCIA OBRIGATÓRIA
No curso da investigação policial, o delegado não é obrigado a realizar toda e
qualquer diligência requerida pelo investigado. Sendo assim, vigora no inquérito policial o
princípio da discricionariedade.
No entanto, em relação ao exame de corpo de delito, uma vez requerida pela parte,
tanto o juiz quanto a autoridade policial são obrigados a realizá-lo, conforme art. 184 do
CPP.
4
SUMÁRIO
EXAME DE CORPO DE DELITO ................................................................................ 2
Infrações Penais: Transeuntes e não Transeuntes ................................................... 2
Desaparecimento dos Vestígios ............................................................................... 2
Exame de Corpo de Delito: Direto e Indireto ............................................................. 3
Introdução ................................................................................................................... 3
Exame de Corpo de Delito Direto............................................................................. 3
Exame de Corpo de Delito Indireto .......................................................................... 3
Disposições Gerais ......................................................................................................... 4
Laudo ........................................................................................................................... 4
Horário .......................................................................................................................... 4
Quesitos ....................................................................................................................... 5
Não Vinculação do Juízo .............................................................................................. 5
Jurisprudência ................................................................................................................ 5
1
EXAME DE CORPO DE DELITO
Nesse sentido:
Nessa hipótese, o art. 167 do CPP estabelece que a prova testemunhal poderá suprir
o exame de corpo de delito.
De forma esquematizada:
2
EXAME DE CORPO DE DELITO: DIRETO E INDIRETO
INTRODUÇÃO
A classificação do exame de corpo de delito em direto ou indireto é apresentado no
art. 158, caput, do CPP.
1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 731
2
HC 69.591/SE, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 29/09/2006
3
Por outro lado, uma 2ª corrente afirma que o exame de corpo de delito indireto
constitui em prova pericial.
De forma esquematizada:
DISPOSIÇÕES GERAIS
LAUDO
O laudo pericial deverá conter a descrição minuciosa daquilo que foi examinado,
devendo ser concluído no prazo de 10 dias.
HORÁRIO
O exame de corpo de delito poderá ser realizado em qualquer dia e a qualquer hora,
conforme art. 161 do CPP.
4
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em
qualquer dia e a qualquer hora.
QUESITOS
Os quesitos são os questionamentos do juiz e das partes, que deverão ser respondidos
no laudo pericial.
Nos termos do art. 176 do CPP, os quesitos poderão ser formulados até o ato da
diligência.
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
5
A resposta é SIM.
3 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser considerada prova ilícita
nem deve ser excluída do processo. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2ea1202aed1e0ce30d41be4919b0cc99>. Acesso em:
16/09/2021
6
SUMÁRIO
PERÍCIAS ................................................................................................................... 2
Peritos .............................................................................................................................. 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Peritos: Oficiais e Não Oficiais ................................................................................... 2
1
PERÍCIAS
PERITOS
CONCEITO
O perito é um auxiliar do juízo, dotado de conhecimentos técnicos ou científicos sobre
determinada área do conhecimento humano, que tem a função estatal de proceder à
realização de exames periciais1.
É importante ressaltar que o perito oficial deve ser portador de diploma de curso
superior, conforme art. 159, caput, do CPP.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 736
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 737
2
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-
se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação
privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita
pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
transcritos na precatória.
Nesse caso, o juízo de São Paulo/SP vai expedir uma carta precatória (juízo
deprecante) para que o juízo de Rio de Janeiro/RJ (juízo deprecado) requeira a
elaboração do laudo, cabendo a este a nomeação do perito.
3
A resposta é SIM.
Segundo a jurisprudência:
4
SUMÁRIO
PERÍCIAS ................................................................................................................... 2
Assistente Técnico .......................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Perícias: Espécies............................................................................................................ 2
Autópsia e Exumação ................................................................................................ 2
Reconhecimento de Escritos ..................................................................................... 3
1
PERÍCIAS
ASSISTENTE TÉCNICO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, assistente técnico é um auxiliar das partes, dotado de
conhecimentos técnicos, científicos ou artísticos, responsável por trazer ao processo
informações especializadas pertinentes ao objeto da perícia.
Nesse sentido:
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Art. 159, § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente
andersontiago158@gmail.com
de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a
031.721.292-33
formulação de quesitos e indicação de assistente
técnico.
PERÍCIAS: ESPÉCIES
AUTÓPSIA E EXUMAÇÃO
A autópsia tem previsão legal no art. 162 do CPP, nos seguintes termos:
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte,
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que
declararão no auto.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 739
2
Por outro lado, em relação à exumação:
RECONHECIMENTO DE ESCRITOS
O exame de reconhecimento de escritos tem seu procedimento previsto no art. 174
do CPP.
A resposta é NÃO.
3
SUMÁRIO
CADEIA DE CUSTÓDIA............................................................................................. 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Função ............................................................................................................................ 3
Marco: Inicial e Final ...................................................................................................... 4
Cadeia de Custódia: Etapas ........................................................................................ 5
Coleta dos Vestígios ...................................................................................................... 6
Preservação ................................................................................................................ 6
Coleta .......................................................................................................................... 6
Recipiente ................................................................................................................... 6
Central de Custódia ...................................................................................................... 7
1
CADEIA DE CUSTÓDIA
CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, cadeia de custódia é “o caminho percorrido pela prova
desde o conhecimento da prática de uma infração pelas autoridades encarregadas da
persecução criminal até o momento em que, constatada a ocorrência de vestígios e
realizados os exames necessários, for produzido o laudo pericial e descartado o material
que serviu de base para a perícia”.
Por outro lado, o conceito legal de cadeia de custódia pode ser obtido no art. 158-A
do CPP.
De forma esquematizada:
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 548
2
A quebra da cadeia de custódia pode resultar na imprestabilidade da prova
produzida.
Nesse sentido:
FUNÇÃO
A cadeia de custódia tem a função de servir como documentação formal de um
procedimento destinado a manter e documentar a história cronológica de uma
evidência, evitando, assim, eventuais interferências internas e externas capazes de
colocar em dúvida o resultado da atividade probatória 2.
De forma esquematizada:
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 718
3
O princípio da autenticidade da prova preceitua que o vestígio coletado no local do
crime deve ter sua integridade preservada até a sua apreciação como meio de prova
pelo juiz.
De forma esquematizada:
4
CADEIA DE CUSTÓDIA: ETAPAS
As etapas da cadeia de custódia estão previstas no art. 158-B do CPP.
5
COLETA DOS VESTÍGIOS
PRESERVAÇÃO
Antes mesmo da coleta do vestígio, é necessária a sua preservação.
COLETA
Nos termos do art. 158-C do CPP, a coleta será realizada, preferencialmente, por
perito oficial.
RECIPIENTE
Evidentemente, a preservação da cadeia de custódia depende do meio utilizado
para a coleta e guarda dos vestígios.
Por essa razão, a Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrimes) incluiu o art. 158-D do CPP para
disciplinar o recipiente e o seu manuseio.
6
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com
numeração individualizada, de forma a garantir a
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o
transporte.
CENTRAL DE CUSTÓDIA
Segundo o art. 158-C do CPP, todo Instituto de Criminalística deve possuir uma central
de custódia, que é o local destinado à guarda e controle de vestígios.
7
SUMÁRIO
Interrogatório Do Acusado .................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................ 2
Procedimento ................................................................................................................. 2
Assistência Jurídica ..................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, interrogatório é o ato processual por meio do qual o juiz
ouve o acusado sobre sua pessoa e sobre a imputação que lhe é feita.
NATUREZA JURÍDICA
Com o advento da Lei nº 10.792/03, prevalece na doutrina que o interrogatório tem
natureza jurídica de meio de defesa.
PROCEDIMENTO
ASSISTÊNCIA JURÍDICA
O art. 185, caput, do CPP afirma que o interrogatório perante o juiz deve ser realizado
na presença do advogado do interrogado.
Art. Anderson
185. O acusado queMeneguelli
Tiago comparecer perante
Oliva a autoridade
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e
andersontiago158@gmail.com
interrogado na presença de seu defensor, constituído ou
nomeado. 031.721.292-33
Dessa forma, caso o acusado não tenha contratado um advogado, o juiz deverá
nomear um defensor.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 742
A resposta é NÃO.
Em regra, NÃO.
Nesse sentido, o interrogatório do réu obriga a presença de seu defensor, não sendo
necessário que ele acompanhe o interrogatório do corréu.
De forma esquematizada:
2 STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 955).
O interrogatório é caracterizado por ser um ato bifásico, devendo o interrogado ser questionado
acerca de sua pessoa e dos fatos.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os
fatos.
PROCEDIMENTO
FASES DO INTERROGATÓRIO: 1ª FASE
Art. 187, § 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida
ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa,
notadamente se foi preso ou processado alguma
Anderson Tiago vez e,Oliva
Meneguelli em caso afirmativo, qual o juízo do
andersontiago158@gmail.com
processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e
031.721.292-33
outros dados familiares e sociais.
PROCEDIMENTO
FASES DO INTERROGATÓRIO: 2ª FASE
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não
responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo
da defesa.
PROCEDIMENTO
Prevalece o entendimento de que, em relação aos dados qualitativos, o interrogado não pode se
calar. O fundamento seria a redação do art. 186, caput, do CPP, pois o juiz informa acerca do
direito ao silêncio “depois de devidamente qualificado” o interrogado.
PROCEDIMENTO
DIREITO AO SILÊNCIO
É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o investigado, durante a busca e
apreensão em sua residência, sem que tenha sido assegurado ao investigado o direito à prévia
consulta a seu advogado e sem que ele tenha sido comunicado sobre seu direito ao silêncio e de
não produzir provas contra si mesmo. Trata-se de um “interrogatório travestido de entrevista”,
havendo violação do direito ao silêncio e à não autoincriminação. STF. 2ª Turma. Rcl 33711/SP,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/6/2019 (Info 944).
PROCEDIMENTO
A resposta é NÃO.
5ª TURMA 6ª TURMA
STJ STJ
INDIVIDUALIDADE
É importante destacar que o interrogatório entre corréus não pode ser em conjunto,
conforme art. 191 do CPP.
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Acusado não pode assistir interrogatório do corréu mesmo que seja advogado. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/53ed35c74a2ec275b837374f04396c03>. Acesso em: 25/09/2021
Nesse sentido:
De forma esquematizada:
REINQUIRIÇÃO
O art. 196 do CPP autoriza que o juiz, a todo tempo, possa proceder a novo
interrogatório.
INTERROGATÓRIO: VIDEOCONFERÊNCIA
INTRODUÇÃO
O interrogatório por meio de videoconferência foi incluído no Código de Processo
Penal pela Lei nº 11.900/2009.
Em relação à lei paulista, o STF declarou sua inconstitucionalidade formal, uma vez
que somente a União pode legislar sobre matéria processual penal.
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
A resposta é SIM.
Apesar de não expressamente previsto no rol do art. 185, §2º, do CPP, a dificuldade
de deslocamento do acusado até o local da audiência ou risco à segurança pública
Anderson
justificam a realização do Tiago
interrogatório Meneguelli
por meio Oliva
de videoconferência.
andersontiago158@gmail.com
Nesse sentido:
031.721.292-33
1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É válida a realização do interrogatório por videoconferência no caso de dificuldade
de deslocamento do acusado até o local da audiência. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1592104031ceaa405b8a103c399e2633>. Acesso em:
26/09/2021
Nesse sentido:
Nesse sentido:
De forma esquematizada:
A confissão é admissão feita por aquele a quem é atribuída a prática da infração penal da
veracidade da imputação.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
VALOR PROBATÓRIO
Tendo em vista a adoção do sistema do livre convencimento motivado, nos termos do art. 155,
caput, do CPP, é possível afirmar que a confissão tem o mesmo valor probatório dos demais
meios de prova.
CONFISSÃO
PREVISÃO LEGAL
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de
prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existe compatibilidade
Anderson ou concordância.
Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO
CONFISSÃO: EXTRAJUDICIAL E JUDICIAL
A confissão extrajudicial é aquela realizada fora da ação penal, em regra, perante à autoridade
policial.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Por outro lado, a confissão judicial é aquela realizada perante o juiz.
CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO
É possível a condenação do réu com fundamento na confissão extrajudicial, ainda que retratada
perante o juiz, desde que corroborada com outros elementos de prova.
CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO
Por outro lado, confissão ficta é aquela que ocorre quando o acusado não contesta
os fatos a ele imputados.
Por outro lado, a confissão qualificada ocorre quando o acusado confessa a prática
do fato delituoso, mas alega que o praticou acobertado por uma excludente de ilicitude
ou de culpabilidade2.
Para o STJ, é possível a aplicação da atenuante prevista no art. 65, III, alínea “d”, do
Código Penal, desde que tenha sido, efetivamente, utilizada para fundamentar a
condenação.
1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 590
2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 760
CONFISSÃO DELATÓRIA
A confissão delatória é aquela em que o acusado confessa a prática do fato
criminoso e, além disso, delata coautores ou partícipes.
CARACTERÍSTICAS
ATO PERSONALÍSSIMO
A confissão é um ato personalíssimo, ou seja, somente o acusado pode confessar a
prática da infração penal.
ATO ESPONTÂNEO
A confissão deve ser livre, sem qualquer forma de constrangimento para que o
acusado confesse o ato delituoso.
ORALIDADE
A prova testemunhal deverá ser oral, sendo vedado, em regra, o depoimento por
escrito, conforme preceitua o art. 204 do CPP.
Anderson
Parágrafo único. Tiago Meneguelli
Não será Oliva entretanto,
vedada à testemunha,
breveandersontiago158@gmail.com
consulta a apontamentos.
031.721.292-33
Nada impede, contudo, que a testemunha faça breve consulta a apontamentos.
De forma esquematizada:
1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 763
OBJETIVIDADE
O depoimento testemunhal deve ser objetivo, ou seja, a testemunha não deve
fornecer impressões pessoais sobre os fatos, conforme art. 213 do CPP.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas
apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa
031.721.292-33
do fato.
INDIVIDUALIDADE
As testemunhas devem prestar seus depoimentos individualmente e não poderão
assistir à oitiva das demais, conforme art. 210, caput, do CPP.
RETROSPECTIVIDADE
A testemunha deverá ser convocada para prestar depoimento sobre fatos passados,
jamais fatos futuros.
2
Inquérito 4831/DF
EXCEÇÕES
Contudo, o próprio Código de
Anderson Processo
Tiago Penal aponta
Meneguelli Oliva exceções para a tal
obrigatoriedade, conforme seus arts. 220 e 221.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por
velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde
estiverem.
De forma esquematizada:
Por outro lado, em relação ao art. 220 do CPP, a debilidade das testemunhas impõe
ao juiz o dever de ouvi-las onde estiverem.
A resposta é NÃO.
RECUSA
No entanto, o mesmo artigo de lei traz a ressalva de pessoas que poderão se recusar
a depor (podendo depor, se quiserem). São elas:
De forma esquematizada:
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Advogado que teve seus poderes revogados pela cliente, que pediu de volta os
documentos do caso, não pode depor como testemunha no processo porque a conduta da parte demonstra que ela não
liberou o causídico do sigilo profissional que ele deve respeitar. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/36e425d506a15b14cec0d71abfb2ac44>. Acesso em: 13/10/2021
Nesse sentido:
A resposta é SIM.
Segundo doutrina2, prevalece que sim, pois o compromisso não integra o tipo penal
do crime de falso testemunho e não isenta a testemunha do dever de dizer a verdade.
2 Alves, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal – Parte Geral e Parte Especial. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1680
Por outro lado, a doutrina entende que o corréu delator, no âmbito da delação
premiada, pode ser ouvido como testemunha.
EXCEÇÕES
Apesar da obrigatoriedade imposta no art. 203 do CPP, há algumas exceções que
dispensam o indivíduo do dever de dizer a verdade.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Por exemplo, os parentes do acusado (art. 206 do CPP), bem como os menores de
andersontiago158@gmail.com
14 anos e os deficientes mentais, não são submetidos ao compromisso de dizer a verdade,
031.721.292-33
conforme art. 208 do CPP.
Por outro lado, a testemunha extranumerária é aquela que não influencia no número
máximo, podendo ser ouvidas quantas forem necessárias, por exemplo, são as
testemunhas ouvidas por iniciativa do juiz (CPP, art. 209, caput).
Por outro lado, a testemunha imprópria (fedatária) depõe sobre ato processual e não
sobre os fatos, por exemplo, a doutrina1 cita o art. 304, §2º, do CPP, que trata sobre as
testemunhas que presenciaram a apresentação do preso à autoridade (e não o fato
criminoso).
TESTEMUNHA REFERIDA
Segundo Renato Brasileiro2, a testemunha referida é “aquela que foi mencionada por
outra pessoa, sendo ouvida a pedido das partes ou de ofício pelo magistrado”.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 771
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 771
CONTRADITA
A contradita é a manifestação da parte no sentido de impugnar o depoimento da
testemunha, seja pela suspeita de sua parcialidade ou da imprestabilidade/qualidade das
informações oferecidas.
O art. 214 do CPP afirma que, antes de iniciar o depoimento, a testemunha poderá
ser contraditada.
De forma esquematizada:
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
A resposta é NÃO.
Contudo, caso não seja possível o depoimento por videoconferência, o réu será
retirado do recinto para que a testemunha possa ser inquirida.
De forma esquematizada:
Nesse sentido:
ANTECIPAÇÃO DO DEPOIMENTO
O art. 225 do CPP aponta hipóteses em que o juiz, de ofício, ou a requerimento das
partes, pode antecipar o depoimento da testemunha.
1
OFENDIDO
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, o ofendido é “a vítima do delito, isto é, o sujeito passivo
da infração penal, aquele que sofreu diretamente a violação da norma penal”.
DECLARAÇÕES
Segundo o art. 201, caput, do CPP, sempre que possível, será tomado o depoimento
da vítima.
A resposta é NÃO.
1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 598
2
CONDUÇÃO COERCITIVA
O art. 201, §1º, do CPP, afirma que, se o ofendido deixar de comparecer para prestar
esclarecimentos, poderá ser conduzido coercitivamente.
Nesse sentido.
ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Além da comunicação dos atos processuais, a lei autoriza que o juiz encaminhe o
ofendido ao atendimento multidisciplinar, conforme art. 201, §5º, do CPP.
3
PROTEÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Por fim, o juiz deverá velar pela proteção dos direitos fundamentais do ofendido, nos
termos do art. 201, §6º, do CPP.
4
SUMÁRIO
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS .......................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Procedimento.................................................................................................................. 2
1
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, “trata-se de meio de prova por meio do qual alguém
identifica uma pessoa ou coisa que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já havia visto,
ou que já conhecia, em ato processual praticado perante a autoridade policial ou
judiciária, segundo procedimento previsto em lei”.
PROCEDIMENTO
O procedimento para o reconhecimento de pessoas está previsto no art. 226 do CPP.
Por outro lado, o art. 227 do CPP afirma que o reconhecimento de coisas terá
procedimento semelhante ao de pessoas, no que couber.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 787
2
O tema, hoje, é polêmico2.
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de
pessoas(reconhecimento pessoal). O descumprimento dessas formalidades enseja a nulidade do reconhecimento?. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d17e6bcbcef8de3f7a00195cfa5706f1>. Acesso em: 01/11/2021
3
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
4
SUMÁRIO
ACAREAÇÃO ........................................................................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Procedimento.................................................................................................................. 2
Valor probatório .............................................................................................................. 2
1
ACAREAÇÃO
INTRODUÇÃO
CONCEITO
A acareação é o ato processual em que se confronta as declarações divergentes
prestadas por testemunhas, acusados e ofendidos.
VALOR PROBATÓRIO
Segundo a doutrina, a acareação tem o mesmo valor probatório da prova
testemunhal ou das declarações do ofendido e do acusado.
2
SUMÁRIO
PROVA DOCUMENTAL ............................................................................................ 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Produção ......................................................................................................................... 2
Regra ............................................................................................................................. 2
Exceção ........................................................................................................................ 2
Disposições Gerais .......................................................................................................... 3
1
PROVA DOCUMENTAL
INTRODUÇÃO
CONCEITO
O art. 232 do CPP apresenta o conceito legal de documento.
PRODUÇÃO
REGRA Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Nos termos do art. 231 do CPP, a prova documental pode ser produzida em qualquer
fase 031.721.292-33
do processo, podendo ser indeferida se comprovado o caráter protelatório (ou
tumultuário).
EXCEÇÃO
Por outro lado, o Código de Processo Penal apresenta uma exceção à regra de seu
art. 231, que ocorre no âmbito do Tribunal do Júri.
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 632
2
DISPOSIÇÕES GERAIS
Os demais artigos do Capítulo IX, que trata dos documentos no processo penal,
requerem apenas uma leitura do texto legal.
3
SUMÁRIO
BUSCA E APREENSÃO .............................................................................................. 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................ 2
Espécies ....................................................................................................................... 3
1
BUSCA E APREENSÃO
INTRODUÇÃO
CONCEITO
O tema é abordado a partir do art. 240 do CPP e, apesar da ausência de sua
definição legal, é importante conceituar os institutos. Segundo Norberto Avena1, busca:
De forma esquematizada:
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
NATUREZA JURÍDICA
Apesar de certa divergência na doutrina, prevalece a natureza jurídica de meio de
obtenção de prova, pois se trata de diligência que busca conseguir provas de
materialidade e de autoria2.
Dessa forma:
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 637
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 793
2
ESPÉCIES
Conforme o art. 240, caput, do CPP, a busca comporta 02 espécies.
De forma esquematizada:
3
SUMÁRIO
BUSCA E APREENSÃO .............................................................................................. 2
Busca Domiciliar ............................................................................................................. 2
Introdução ................................................................................................................... 2
Rol Taxativo.................................................................................................................. 2
Conceito de Casa ...................................................................................................... 3
1
BUSCA E APREENSÃO
BUSCA DOMICILIAR
INTRODUÇÃO
A proteção ao domicílio é direito fundamental previsto no art. 5º, XI, da CF/88.
ROL TAXATIVO
O art. 240, §1º, do CPP, apresenta as hipóteses em que se autoriza a busca domiciliar.
2
CONCEITO DE CASA
No processo penal, o conceito de casa é amplo e, segundo doutrina e jurisprudência
dominantes, pode ser extraído do art. 150, §4º, do Código Penal.
A resposta é SIM.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 799
3
Contudo, nos termos do art. 7º, §6º, do Estatuto da OAB, a busca e apreensão em
escritório de advocacia só é possível quando: a) houver indícios de materialidade e autoria
criminosa por parte do advogado; b) decisão judicial motivada; c) mandado de busca e
apreensão específico e pormenorizado; d) presença de representante da OAB.
Nesse sentido:
4
BUSCA DOMICILIAR
Segundo a jurisprudência do STJ, a existência de denúncia anônima e o fato do indivíduo ter fugido
para casa ao avistar os policias não justificam o ingresso na residência sem o mandado judicial.
A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas
razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou
determinação judicial. STJ. 6ª Turma. RHC 83501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018
(Info 623).
BUSCA DOMICILIAR
MERA INTUIÇÃO
O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito,
para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência
de crime no interior da residência. Anderson
A mera intuição acercaOliva
Tiago Meneguelli de eventual traficância praticada pelo
agente, embora pudesse autorizar andersontiago158@gmail.com
abordagem policial em via pública para averiguação, não
configura, por si só, justa causa a autorizar031.721.292-33
o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento
e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz,
julgado em 20/4/2017 (Info 606).
BUSCA DOMICILIAR
2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de natureza
permanente, nem sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se
encontra a droga. Apenas será permitido o ingresso em situações de urgência, quando se concluir
que do atraso decorrente da obtenção de mandado judicial se possa objetiva e concretamente
inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será destruída ou ocultada.
BUSCA DOMICILIAR
3) O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes estatais em sua casa e a busca
e apreensão de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário e livre de qualquer tipo de
constrangimento ou coação.
1
BUSCA E APREENSÃO
MANDADO JUDICIAL
INTRODUÇÃO
Uma das hipóteses de realização da busca domiciliar é mediante mandado judicial.
De início, é importante esclarecer que, para a maioria da doutrina, o art. 241 do CPP
não foi recepcionado pela Constituição Federal.
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
2
REQUISITOS
Nos termos do art. 242 do CPP, a busca domiciliar pode ser determinada de ofício ou
a requerimento das partes.
Por fim, o art. 250 do CPP apresenta hipótese em que a autoridade policial (ou seus
agentes) poderá realizar a apreensão fora dos limites de sua jurisdição.
3
Se o endereço estiver equivocado, não será possível realizar a diligência no local
correto, diante da ausência de mandado judicial específico.
Nesse sentido1:
A resposta é NÃO.
Nesse sentido, o mandado judicial deve ser específico, conforme previsto no art. 243
do CPP.
1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Mandado de busca e apreensão com endereço incorreto. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4fa177df22864518b2d7818d4db5db2d>. Acesso
em: 11/11/2021
4
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
A resposta é SIM.
5
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
6
CONCEITO: DIA
Inicialmente, é importante destacar que o mandado judicial somente pode ser
cumprido durante o dia.
Dessa forma, sendo noite, caberá à autoridade competente cercar a casa até que
amanheça e seja possível cumprir a diligência.
De forma esquematizada:
7
Tal fato se deve à tipificação de abuso de autoridade, quando se cumpre mandado
de busca e apreensão após às 21:00 ou antes das 5:00, conforme art. 22, §1º, III.
8
SUMÁRIO
BUSCA E APREENSÃO .............................................................................................. 2
Busca Pessoal ................................................................................................................. 2
Introdução ................................................................................................................... 2
Procedimento ............................................................................................................. 2
Jurisprudência ................................................................................................................ 4
1
BUSCA E APREENSÃO
BUSCA PESSOAL
INTRODUÇÃO
Segundo Norberto Avena1, “trata-se da diligência realizada no corpo da pessoa, em
suas roupas ou objetos que tenha consigo”.
PROCEDIMENTO
Nas hipóteses apresentadas no art. 244 do CPP, a busca pessoal independe de
autorização judicial.
Art. Anderson
244. A busca Tiago
pessoal Meneguelli
independerá de mandado, no caso
Oliva
de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa
andersontiago158@gmail.com
esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que
constituam corpo031.721.292-33
de delito, ou quando a medida for
determinada no curso de busca domiciliar.
Em regra, SIM.
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 650
2
Dessa forma, a exceção cabe quando o veículo é utilizado como moradia.
A resposta é NÃO.
O art. 249 do CPP afirma que a busca pessoal em mulher será realizada por outra
mulher, desde que não cause prejuízo à diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não
importar retardamento ou prejuízo da diligência.
3
A resposta é SIM.
Nesse sentido:
JURISPRUDÊNCIA
A seguir, alguns entendimentos dos Tribunais Superiores acerca da busca e
apreensão.
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/05a4459d3d5c309f5ab86521d1d2bb69>.
Acesso em: 11/11/2021
4
2) Acesso aos dados de agenda telefônica em celular
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que é válida a prova
produzida a partir da agenda telefônica de um investigado, cujo acesso ocorreu durante
abordagem policial e sem autorização judicial. Para os ministros, os dados constantes da
agenda do celular não estão abarcados pela proteção constitucional do sigilo telefônico
ou de dados telemáticos3.
3https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/25012021-Dados-de-agenda-telefonica-em-celular-
nao-estao-abarcados-pela-protecao-constitucional-de-sigilo.aspx