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SUMÁRIO

PRINCÍPIOS ........................................................................................................................... 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Princípio da Presunção de Inocência ............................................................................................ 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Princípio do In Dubio Pro Reo (Favor Rei) ................................................................................. 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

1
PRINCÍPIOS
INTRODUÇÃO
Os princípios do Processo Penal são os alicerces do sistema processual penal e
servem como parâmetro na elaboração de leis processuais e na sua interpretação pelos
julgadores.

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA


CONCEITO
O princípio da presunção de inocência, ou da não culpabilidade, afirma que
ninguém será considerado culpado, senão após sentença condenatória com trânsito em
julgado.

Tal princípio tem previsão constitucional.

Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito


em julgado de sentença penal condenatória;

PRINCÍPIO DO IN DUBIO Tiago


Anderson PRO REO (FAVOR
Meneguelli REI)
Oliva
O princípio do in dubio pro reo, conhecido como princípio do favor rei, é decorrência
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lógica da presunção de inocência e031.721.292-33
serve de regra probatória ao apontar que, na dúvida,
o julgador deve favorecer o acusado

Trata-se de instituto em sentido contrário ao in dubio pro reo, ou seja, em caso de


dúvida, havendo indícios de autoria, deve-se prosseguir com a ação penal.

A jurisprudência dos Tribunais Superiores admite sua incidência nas seguintes


hipóteses: 1) recebimento da denúncia; 2) pronúncia.

2
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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STF (Info 958), é proibida a execução provisória da pena,


na medida em que o art. 283 do CPP exige o trânsito em julgado da condenação para o
início do cumprimento da pena.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou


por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude
de condenação criminal transitada em julgado.

3
Aliás, prevalece o entendimento de que é vedada a execução provisória mesmo em
caso de condenação pelo Tribunal do Júri:

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Por fim, não é admitida a execução provisória da pena restritiva de direitos, conforme
recente súmula do STJ.

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5
SUMÁRIO
Princípio do Contraditório ........................................................................................................... 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Princípio da Ampla Defesa ........................................................................................................... 3
Conceito .................................................................................................................................. 3
Defesa Técnica ......................................................................................................................... 3
Princípio do Juiz Natural .............................................................................................................. 4
Conceito .................................................................................................................................. 4
Princípio da Publicidade .............................................................................................................. 5
Conceito .................................................................................................................................. 5
Publicidade: Ampla e Restrita .................................................................................................. 5

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1
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
CONCEITO
O princípio do contraditório está associado ao direito de se manifestar acerca dos
fatos imputados ao agente.

Para a doutrina, mencionado princípio vai além do direito de informação e


participação, possibilitando-se que a parte consiga, de fato, influenciar a decisão judicial
(paridade de armas).

Há previsão constitucional.

Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,


e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

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A resposta é NÃO.

Nas palavras de Renato Brasileiro1:

“Prevalece na doutrina e na jurisprudência o entendimento de


que a observância do contraditório só é obrigatória, no processo
penal, na fase processual, e não na fase investigatória.”

Contudo, a autoridade policial, sempre que possível, deve possibilitar ao investigado


a manifestação nos autos do inquérito, notadamente, para prestar esclarecimentos
relevantes à apuração dos fatos.

1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 57

2
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
CONCEITO
O princípio da ampla defesa está relacionado ao princípio do contraditório, tanto
que, usualmente, é utilizado o binômio “contraditório e ampla defesa”.

Dessa forma, é por meio da defesa que se exerce o contraditório no âmbito do


processo penal.

DEFESA TÉCNICA
A defesa técnica é a exercida por meio de advogado ou defensor público.

No processo penal, a presença de defesa técnica é imprescindível, conforme art. 261


do CPP.

Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será


processado ou julgado sem defensor.

Aliás, a ausência de defesa técnica provoca a nulidade absoluta da ação penal.

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A resposta é SIM.

No âmbito dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM) a defesa técnica é obrigatória,


conforme jurisprudência dos Tribunais Superiores.

3
A resposta é SIM. Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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O processo penal admite que o réu possa exercer a autodefesa técnica.
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PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL


CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro2, o princípio do juiz natural é o “direito que cada cidadão
tem de saber, previamente, a autoridade que irá processar e julgá-lo caso venha a
praticar uma conduta definida como infração penal pelo ordenamento jurídico”.

Nesse sentido:

Art. 5º, LIII, CF/88 - ninguém será processado nem sentenciado


senão pela autoridade competente;

É o princípio do juiz natural que impede a criação de tribunais de exceção.

Art. 5º, XXXVII, CF/88 - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 414

4
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
CONCEITO
O princípio da publicidade assegura que o julgamento, em regra, é público,
garantindo a transparência da atividade jurisdicional.

É claro que o princípio admite exceções, por exemplo, para garantir o direito à
intimidade ou quando exigir o interesse social.

Nesse sentido:

Art. 93, IX, CF/88 - todos os julgamentos dos órgãos do Poder


Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação;

PUBLICIDADE: AMPLA E RESTRITA


A doutrina apresenta 02 (duas) espécies de publicidade: ampla e restrita.
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A publicidade amplaandersontiago158@gmail.com
ocorre quando os atos processuais são abertos a todo público,
sendo, portanto, a regra no processo penal.
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Por outro lado, a publicidade restrita ocorre quando há restrição de acesso aos atos
processuais pelo público. Por exemplo, os processos criminais que apuram crimes contra a
dignidade sexual.

5
SUMÁRIO
Princípio do Nemo Tenetur se Detegere .......................................................................................... 2
Conceito ........................................................................................................................................ 2
Direito ao Silêncio ......................................................................................................................... 2

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1
PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE DETEGERE
CONCEITO
O princípio do nemo tenetur se detegere, ou da não autoincriminação,
consubstancia no direito do acusado de não produzir prova contra si mesmo.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STF, a condução coercitiva para interrogatório é


inconstitucional e viola o direito à não autoincriminação e o devido processo legal.

Nesse sentido1:

O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista


no Anderson Tiago
art. 260 do CPP não Meneguelli
foi recepcionadaOliva
pela Constituição
Federal.
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Assim, não se pode fazer a condução
investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo ao
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interrogatório sobre os fatos.

DIREITO AO SILÊNCIO
O direito ao silêncio é constitucionalmente assegurado no art. 5º, LXIII.

Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os


quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;

Nesse sentido, é dever do agente estatal dar prévia e formal advertência acerca do
direito ao silêncio, sob pena de nulidade da prova.

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Inconstitucionalidade da condução coercitiva para interrogatório.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1f74a54f39b3123ad272ca0a06e7463f>. Acesso
em: 28/07/2021

2
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Trata-se de um famoso julgado ocorrido nos EUA, em que o réu (Ernesto Miranda)
confesso foi absolvido, pois os agentes policiais não lhe avisaram do direito de permanecer
em silêncio e não produzir prova contra si mesmo.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STF, é nulo o interrogatório travestido de entrevista,


diante da violação do princípio da não autoincriminação.

Nesse sentido:

3
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A resposta é NÃO.

É o entendimento sumulado pelo STJ.

4
SUMÁRIO
Direito de Não Praticar Comportamento Ativo ......................................................................... 2
Provas: Invasivas e Não Invasivas ............................................................................................. 3
Princípio da Inadmissibilidade das Provas Ilícitas ......................................................................... 4
Conceito .................................................................................................................................. 4
Princípio da Identidade Física do Juiz ........................................................................................... 5
Conceito .................................................................................................................................. 5
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição.......................................................................................... 5
Conceito .................................................................................................................................. 5

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
DIREITO DE NÃO PRATICAR COMPORTAMENTO ATIVO
Considerando o princípio da não autoincriminação, a doutrina e jurisprudência
entendem que o agente não é obrigado a ter comportamento ativo na produção de
provas.

Por exemplo, o investigado não é obrigado a fornecer material grafotécnico para


realização de perícia.

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A resposta é NÃO.

Diante do princípio do nemo tenetur se detegere, o investigado não é obrigado a


participar da reprodução simulada.

Aliás, segundo entendimento do STF1, nem mesmo seria obrigado a comparecer ao


local da diligência, sendo caracterizado o constrangimento ilegal a decretação de prisão
preventiva em razão da recusa.

Nesse sentido, é o entendimento de Renato Brasileiro2:

1
RHC 64354/SP, Rel. Min. Sydney Sanches, 14/08/1987.
2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 211

2
“Portanto, se o investigado não é obrigado a participar da
reconstituição do crime, pensamos não ser possível sua
condução coercitiva para tanto.”

Contudo, há posição em sentido contrário 3 , que afirma ser obrigatório o


comparecimento, sem que haja a necessidade de participação na diligência.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STF, a recusa do condutor em realizar o teste do


bafômetro ou exame de sangue não configura crime de desobediência e nem pode ser
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
interpretada em seu desfavor.
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PROVAS: INVASIVAS E NÃO INVASIVAS


As provas invasivas são aquelas obtidas por meio de procedimentos que penetram
o organismo humano, como exemplo, o exame de sangue.

Nesse sentido, somente com consentimento do indivíduo é possível a realização de


prova invasiva, sendo certo que a realização coercitiva viola o princípio da não
autoincriminação.

Por outro lado, as provas não invasivas são obtidas por mera inspeção corporal, por
exemplo, o exame de DNA com material colhido em ponta de cigarro descartada pelo
indivíduo.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, é possível a realização de prova


não invasiva, mesmo sem consentimento do acusado, desde que não expresse a
necessidade de seu comportamento ativo.

3
Capez, Fernando. Curso de Processo Penal. 9ª edição. Saraiva, 2003. Pág. 84

3
PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS ILÍCITAS
CONCEITO
O princípio da inadmissibilidade das provas ilícitas tem amparo constitucional.

Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por


meios ilícitos;

Dessa forma, as provas obtidas por meios ilícitos não podem ser utilizadas no processo
penal, devendo ser desentranhadas dos autos e, posteriormente, descartadas (CPP, art.
157).

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do


processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais.
(...)
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial,
facultado às partes acompanhar o incidente.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

De acordo com a doutrina e jurisprudência majoritária, é possível a utilização de


provas ilícitas em favor do réu, quando se tratar de única forma de comprovar sua
inocência.

Dessa forma, com fundamento no princípio da proporcionalidade, há prevalência


da proteção do inocente injustamente acusado.

4
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
CONCEITO
Segundo Norberto Avena 4 , o princípio da identidade física do juiz “consiste na
vinculação obrigatória do juiz aos processos cuja instrução tenha iniciado, não podendo
o processo ser sentenciado por magistrado distinto”.

Mencionado princípio tem previsão legal no art. 399, §2º, do CPP.

Art. 399, § 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a


sentença.

É evidente que sua aplicação pode ser excepcionada em situações em que possa
causar graves prejuízos à instrução criminal, por exemplo, quando o juiz estiver afastado
ou atuando junto ao Tribunal.

PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO


Anderson Tiago Meneguelli Oliva
CONCEITO andersontiago158@gmail.com
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O princípio do duplo grau de jurisdição, implícito na Constituição, é possibilidade de
a parte interpor recursos perante órgãos do Poder Judiciário.

4
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 35

5
SUMÁRIO
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO .................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Código de Processo Penal (CPP) ................................................................................. 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
INTRODUÇÃO
No Brasil, o processo penal adotou, em regra, a teoria da territorialidade, conhecida
como lex fori.

É importante ressaltar a distinção com o Direito Penal que tem como regra a
territorialidade, mas admite, também, a extraterritorialidade.

De forma esquematizada:

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Dessa forma, a ação penal em curso no território nacional deverá, necessariamente,
utilizar a legislação processual penal brasileira.

1Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág.
87

2
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP)
Em regra, o Código de Processo Penal deve ser utilizado nas ações penais em curso
no território brasileiro, conforme art. 1º do CPP.

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território


brasileiro, por este Código, ressalvados: (...)

Contudo, o mesmo artigo apresenta hipóteses de exceção da aplicação do Código


de Processo Penal.

Art. 1o (...)
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República,
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do
Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts.
86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - Anderson
os processosTiago Meneguellido
da competência Olivatribunal especial
(Constituição, art. 122, n o 17);
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V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
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Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos
processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que
os regulam não dispuserem de modo diverso.

3
SUMÁRIO
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO ....................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Teoria do Tempus Regit Actum ................................................................................. 2
Sistema do Isolamento dos Atos Processuais .............................................................. 4
Conceito ...................................................................................................................... 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

INTRODUÇÃO
TEORIA DO TEMPUS REGIT ACTUM
No Brasil, o processo penal adotou, em regra, a teoria do tempus regit actum,
conhecida como princípio da aplicação imediata.

A previsão legal consta no art. 2º do CPP.

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem


prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.

Dessa forma:

1. Os atos processuais praticados na vigência da lei processual anterior são


considerados válidos;

2. A partir da vigência da lei processual nova, os atos processuais deverão


obedecê-la;
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A resposta é NÃO.

Como visto, a lei processual penal é regida pelo princípio do tempus regit actum,
assim, tem efeito apenas após o início de sua vigência.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após o fim da audiência de instrução e julgamento do réu, é


editada uma lei que aumenta a quantidade de testemunhas no processo criminal.

Nesse caso, ainda que a inovação legislativa seja benéfica à defesa, não haverá
possibilidade de nova audiência, visto que os atos processuais já praticados serão
considerados válidos.

Vale registrar que, no Direito Penal, há previsão do efeito retroativo da lei penal mais
benéfica, conforme art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.

Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo


favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

2
Portanto:

A resposta é SIM.
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Se nova lei processual for promulgada no curso da ação penal, deverá ser aplicada
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ainda que mais gravosa para o acusado.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após o recebimento da denúncia contra “A”, é editada uma


lei que reduz a quantidade de testemunhas no processo criminal.

Nesse caso, ainda que a inovação legislativa seja prejudicial à defesa, deverá ser
aplicada a nova lei na audiência de instrução e julgamento de “A”.

3
SISTEMA DO ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, teoria do isolamento dos atos processuais afirma que a lei
nova não atinge os atos processuais praticados sob a vigência da lei anterior, porém é
aplicável aos atos processuais que ainda não foram praticados, pouco importando a fase
processual em que o feito se encontra.

É a teoria adotada no art. 2º do CPP.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 95

4
SUMÁRIO
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO ....................................................................... 2
Normas Processuais Híbridas e Heterotópicas ............................................................ 2
Normas Processuais Híbridas (Mistas)........................................................................ 2
Normas Processuais Heterotópicas ........................................................................... 2

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1
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

NORMAS PROCESSUAIS HÍBRIDAS E HETEROTÓPICAS


NORMAS PROCESSUAIS HÍBRIDAS (MISTAS)

As normas processuais híbridas são aquelas que possuem, simultaneamente, natureza


penal e processual penal. Por exemplo, é a Lei nº 9.099/95 (JECRIM).

O tema é polêmico.

Há corrente que defende o efeito retroativo somente de parte da norma híbrida, ou


seja, de natureza penal, Anderson
ao passo queTiago
a de natureza processual
Meneguelli Olivateria aplicação imediata.
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Por outro lado, prevalece o entendimento de que não é possível a cisão da norma
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híbrida, devendo haver efeito retroativo em sua integralidade.

NORMAS PROCESSUAIS HETEROTÓPICAS


As normas processuais heterotópicas são aquelas que, apesar de serem veiculadas
em leis processuais, têm natureza penal.

Como exemplo, é o art. 186 do CPP.

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do


inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz,
antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer
calado e de não responder perguntas que lhe forem
formuladas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)

Nesse sentido, diante de sua natureza penal, deverá incidir o efeito retroativo da lei
benéfica, previsto no art. 2º, parágrafo único, do Código Penal.

Em comparação:

2
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3
SUMÁRIO
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL ....................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Interpretação Extensiva ................................................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Analogia.......................................................................................................................... 3
Conceito ...................................................................................................................... 3
Interpretação Analógica .............................................................................................. 4
Conceito ...................................................................................................................... 4

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1
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL

INTRODUÇÃO
Toda lei necessita ser interpretada.

Nesse sentido, interpretar é buscar o sentido da norma, ou seja, alcançar o seu


significado.

O art. 3º do CPP traz previsão acerca da interpretação da lei processual penal.

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e


aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios
gerais de direito.

Assim, é importante observar que o processo penal, por expressa previsão legal,
admite tanto a interpretação extensiva, quanto a analogia.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
CONCEITO
Segundo Jamil Chaim Alves1, a interpretação extensiva é o “processo de extração
de significado da lei, ampliando o seu alcance por considerar que o texto legal expressa
menos do que realmente pretendia.

Como exemplo de interpretação extensiva no Código de Processo Penal, a doutrina


cita a ampliação das hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito, previsto em
seu art. 581.

1 Alves, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal – Parte Geral e Parte Especial. Ed. JusPodivm, 2021. Pág. 157

2
ANALOGIA
CONCEITO
A analogia é uma espécie de integração legislativa, ou seja, em face da ausência
de lei específica para o caso concreto, o juiz utiliza-se de uma lei aplicável a uma situação
semelhante.

O tema é polêmico.

Contudo, prevalece na doutrina e jurisprudência o entendimento de que é possível


a aplicação da analogia em desfavor do réu (in malam partem) no âmbito do processo
penal.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 99

3
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
CONCEITO
A interpretação analógica é uma técnica utilizada pelo legislador para facilitar a
interpretação da lei.

Para tanto, o legislador cita um exemplo daquilo que vai ser interpretado (fórmula
casuística) e abre a possibilidade de que a lei alcance casos similares ao citado (fórmula
genérica).

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Por se tratar de um método interpretativo ampliativo, seu resultado pode significar um


resultado mais gravoso ao réu.

É possível sintetizar as diferenças da interpretação analógica e analogia no esquema


abaixo.

4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................... 2
Polícia: Judiciária, Administrativa e Investigativa ....................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Polícia Administrativa ................................................................................................. 2
Polícia Judiciária e Polícia Investigativa................................................................... 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
INQUÉRITO POLICIAL

CONCEITO
O inquérito policial é um conjunto de diligências, presidido pelo Delegado de Polícia,
que tem por objetivo a colheita de elementos de informação necessários para elucidar
materialidade e autoria delitiva.

NATUREZA JURÍDICA
A natureza jurídica do inquérito policial é de procedimento administrativo, pois não é
conduzido pela autoridade judicial e não atende a garantia de contraditório e ampla
defesa.

POLÍCIA: JUDICIÁRIA, ADMINISTRATIVA E INVESTIGATIVA


CONCEITO
A Polícia é uma instituição de Estado e, segundo a doutrina, apresenta duas funções
distintas: polícia administrativa e polícia judiciária.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Por exemplo, a Políciaandersontiago158@gmail.com
Federal possui atribuições de polícia administrativa (emissão
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de passaportes e autorização de porte de arma), bem como de polícia judiciária da União.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA
Para Norberto Avena 1 , a polícia administrativa está relacionada à segurança
pública, que visa impedir a prática de atos lesivos à sociedade, atuando com
discricionariedade e independente de autorização judicial.

Predominantemente, tem caráter preventivo

POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA INVESTIGATIVA


A polícia judiciária, de caráter repressivo, está relacionada à colheita de elementos
de informação relativos à materialidade e autoria delitiva, auxiliando, assim, o Poder
Judiciário.

Tem previsão legal no art. 4º do Código de Processo Penal.

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades


policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por
fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

1 Avena, Norberto. Processo Penal, 13. Ed. Método, 2021. Pág. 151.

2
A doutrina mais moderna aponta a seguinte divisão de espécies: a) polícia judiciária;
b) polícia investigativa.

1. Polícia Investigativa – A atribuição da polícia judiciária consiste em obter


elementos de informação de materialidade e autoria;

2. Polícia Judiciária – A atribuição conferida à polícia judiciária é de auxiliar o


Poder Judiciário, cumprindo as medidas judiciais, tais como mandado de
busca e apreensão, prisão etc.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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3
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Características do Inquérito Policial ............................................................................ 2
Procedimento Administrativo Escrito ........................................................................ 2
Dispensabilidade ........................................................................................................ 2

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1
INQUÉRITO POLICIAL

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL


PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO ESCRITO
Como visto anteriormente, o inquérito policial é um procedimento administrativo (e
não judicial), conduzido pelo Delegado de Polícia.

Por outro lado, o art. 9º do CPP aponta que o inquérito policial é um procedimento
escrito.

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só


processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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DISPENSABILIDADE
O inquérito policial, não obstante sua importância, é um procedimento dispensável,
pois se trata de peça meramente informativa.

Dessa forma, se o titular da ação penal dispuser dos elementos necessários para o
oferecimento da denúncia, não é necessária a instauração do inquérito policial.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, as irregularidades ocorridas no


inquérito policial não são aptas a atingir a ação penal correspondente.

2
O fundamento é a natureza meramente informativa do inquérito policial.

Nesse sentido:

Eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial não


contaminam a ação penal. STJ. 6ª Turma. RHC n. 112.336/SP, Rel.
Min. Laurita Vaz, julgado em 07/11/2019.

Eventual nulidade na oitiva do acusado no curso da


investigação preliminar não tem o condão de nulificar o
recebimento da denúncia e a ação penal deflagrada, quando
existam elementos autônomos que sustentam a decisão
impugnada. Ademais, cabe ressaltar que eventuais vícios na
fase extrajudicial não contaminam o processo penal, dada a
natureza meramente informativa do inquérito policial. STJ. 5ª
Turma. AgRg no RHC 124.024/SP. Rel. Min. Felix Fischer, julgado
em 22/09/2020.

Aliás, o tema já foi objeto da Jurisprudência em Teses do STJ.

As nulidades surgidas no curso da investigação preliminar não


atingem a ação penal dela decorrente
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3
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Características do Inquérito Policial ............................................................................ 2
Sigiloso .......................................................................................................................... 2
Procedimento Inquisitorial.......................................................................................... 3

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1
INQUÉRITO POLICIAL

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL


SIGILOSO
Dada a sua natureza investigativa, o inquérito policial é caracterizado pelo sigilo, nos
termos do art. 20 do CPP.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário


à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Nesse sentido, para assegurar o sucesso das investigações, é essencial que as diligências
realizadas no curso do inquérito policial tenham acesso restrito.

Por outro lado, é importante ressaltar que o sigilo, também, busca resguardar o investigado
que, pelo princípio da presunção de inocência, deve ter sua intimidade preservada no curso do
inquérito policial.

É evidente que o sigilo do inquérito policial não é absoluto, tanto que não pode ser imposto
ao juiz, Ministério Público e ao advogado do investigado.

Nesse sentido, foi editada a Súmula Vinculante n. 14.


Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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2
A resposta é, em regra, NÃO.

Contudo, o art. 23, caput, da Lei nº 12.850/13, prevê a necessidade de autorização


judicial para acesso aos autos de inquérito sigiloso relacionado às organizações criminosas.

Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela


autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e
da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao
defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito
de defesa, devidamente precedido de autorização judicial,
ressalvados os referentes às diligências em andamento.

PROCEDIMENTO INQUISITORIAL
Segundo a posição majoritária da doutrina e jurisprudência, o inquérito policial é um
procedimento administrativo de natureza inquisitorial, ou seja, não se exige contraditório
e ampla defesa
.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Nesse sentido, o objetivo da investigação preliminar é buscar elementos de


informação para elucidação dos fatos. Assim, é no curso da ação penal que tais
informações serão discutidas pela acusação e defesa.

A resposta é NÃO.

3
A Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrimes) alterou o Código de Processo Penal para incluir
a assistência jurídica obrigatória em favor do servidor da segurança pública que seja
investigado pelo uso da força letal no exercício da função.

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições


dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e
demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a
investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou
tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o
indiciado poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado


deverá ser citado da instauração do procedimento
investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a contar do recebimento da
citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência


de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade
responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que
estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos
Anderson
fatos, Tiago
para que essa, Meneguelli
no prazo Oliva e oito) horas,
de 48 (quarenta
indique defensor para
andersontiago158@gmail.com a representação do
investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
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(Vigência)

A assistência de advogado em favor do investigado é constitucionalmente


assegurada a todos (art. 5º, LV e LXIII) e a obrigatoriedade prevista no art. 14-A do CPP não
garante o contraditório aos atos investigatórios.

Nas palavras de Renato Brasileiro1:

“De mais a mais, uma vez constituído (ou indicado) defensor


para sua defesa técnica, seu acesso deverá ficar restrito aos
elementos informativos já documentados no respectivo
procedimento investigatório, mas não poderá abranger
eventuais diligências em andamento, como, aliás, já previsto na
súmula vinculante n. 14 (...)”

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 192

4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Características do Inquérito Policial ............................................................................ 2
Procedimento Oficioso .............................................................................................. 2
Procedimento Indisponível ........................................................................................ 3

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1
INQUÉRITO POLICIAL

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL


PROCEDIMENTO OFICIOSO
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, o inquérito policial será
instaurado de ofício, conforme art. 5º, I, do Código de Processo Penal.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será


iniciado:
I - de ofício;

Dessa forma, tão logo tome conhecimento da prática de crime de ação penal
pública incondicionada, a autoridade policial é obrigada a instaurar o inquérito policial.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Aparentemente, há uma contradição entre a obrigatoriedade da instauração do


inquérito policial e a afirmação de que se trata de um procedimento discricionário.

Contudo, a discricionariedade está relacionada à ausência de um rito procedimental


específico para a condução do inquérito policial, ou seja, não há uma ordem legalmente
prevista das diligências a serem realizadas no curso da investigação policial.

Nesse sentido:

2
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.

Por outro lado, no que tange ao exame de corpo delito, conforme art. 158 do CPP,
quando o crime deixar vestígios, é indispensável sua realização,

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável


o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL
Uma vez instaurado o inquérito policial, a autoridade policial não poderá arquivá-lo.

A vedação é prevista no art. 17 do CPP.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar


autos de inquérito.

É importante destacar que o inquérito policial pode ser precedido de verificação


preliminar, justamente para evitar instauração de investigações desnecessárias, mas que
não poderiam ser arquivadas pela autoridade policial.

3
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Instauração do Inquérito Policial.................................................................................. 2
Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada .................................................... 2
Crimes de Ação Penal Pública Condicionada ....................................................... 4
Crimes de Ação Penal Privada ................................................................................. 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
INQUÉRITO POLICIAL

INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
A instauração de inquérito policial nos crimes de ação penal pública incondicionada
está disciplinada no art. 5º do CPP.

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será


iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.

A instauração do inquérito policial de ofício está diretamente relacionada ao


princípio da obrigatoriedade. Assim, tomando conhecimento da prática de um crime de
ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o IP.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Prevalece o entendimento de que, havendo requisição do Ministério Público, o


Delegado de Polícia é obrigado a instaurar o inquérito policial.

O fundamento seria o princípio da obrigatoriedade a que se submete a autoridade


policial, bem como a necessidade dos elementos de informação por parte do titular da
ação penal (MP) para o oferecimento da denúncia.

Contudo, se a requisição for manifestamente ilegal, o Delegado de Polícia não é


obrigado a instaurar o inquérito policial, devendo, no caso, apresentar as razões da
negativa.

2
Apesar da redação do art. 5º, II, do CPP, autorizar a requisição de instauração de
inquérito policial pelo juiz, a doutrina é contrária à tese, notadamente por violação ao
princípio acusatório.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Por fim, vale registrar a criticada decisão do STF 1 que, por meio do seu então
Presidente, Min. Dias Toffoli, determinou, de ofício, a instauração de inquérito policial para
apurar fake news contra membros da Corte e seus familiares.

1 Inq. 4.781

3
A resposta é NÃO.

Prevalece o entendimento de que a autoridade policial, ao verificar que a notitia


criminis é infundada, não é obrigado a instaurar o inquérito policial diante do requerimento
do ofendido.

Nessa situação, caso o interessado não se conforme com tal decisão, poderá
recorrer ao Chefe de Polícia, nos termos do art. 5º, §2º, do CPP.

Art. 5º, §2º. Do despacho que indeferir o requerimento de


abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA


A instauração de inquérito policial nos crimes de ação penal pública condicionada
depende de representação do ofendido ou da requisição do Ministro da Justiça.

A previsão legal consta no art. 5º, §4º, do CPP.

Art. Anderson Tiago Meneguelli


5º, §4º - O inquérito, nos crimes em Oliva
que a ação pública
depender
andersontiago158@gmail.com ela ser iniciado.
de representação, não poderá sem
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CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA


A instauração de inquérito policial nos crimes de ação penal privada depende do
requerimento do ofendido ou de seu representante legal.

A previsão legal consta no art. 5º, §5º, do CPP.

Art. 5º, §5º - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial


somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem
tenha qualidade para intentá-la.

4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Notitia Criminis ................................................................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Espécies ....................................................................................................................... 2
Delatio Criminis ............................................................................................................ 2
Notitia Criminis Inqualificada (Denúncia Anônima) ............................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
INQUÉRITO POLICIAL

NOTITIA CRIMINIS
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro 1 , a notitia criminis é o conhecimento, espontâneo ou
provocado, por parte da autoridade policial.

ESPÉCIES
A notitia criminis de cognição imediata ou espontânea ocorre quando o Delegado
toma ciência da infração penal por meio do exercício de suas atividades funcionais.

Por exemplo, a autoridade policial toma conhecimento da prática de um crime por


meio de um noticiário televisivo.

De outro lado, a notitia criminis de cognição mediata ou provocada ocorre quando


o Delegado toma ciência da infração penal por meio de um documento escrito,

Como exemplo, a autoridade policial recebe ofício do Ministério Público, requisitando


a instauração de inquérito policial.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Por fim, a notitia criminis de cognição coercitiva ocorre quando o Delegado toma
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conhecimento do crime por meio da prisão em flagrante.
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De forma esquematizada:

DELATIO CRIMINIS
Nas palavras de Renato Brasileiro2, a delatio criminis é uma espécie de notitia criminis,
“consubstanciada na comunicação e uma infração penal feita por qualquer do povo à
autoridade policial, e não pela vítima ou seu representante legal”.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 202
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 203

2
Por exemplo. “A” descobre que seu vizinho, “B” pratica maus-tratos a um cão.
Revoltado, “A” comparece à Delegacia para denunciar o crime, ou seja, uma delatio
criminis.

A delatio criminis postulatória é a comunicação do fato criminoso à autoridade


policial, solicitando, ainda, a instauração do inquérito policial.

A representação da vítima nos crimes de ação penal pública condicionada é um


exemplo de delatio criminis postulatória.

NOTITIA CRIMINIS INQUALIFICADA (DENÚNCIA ANÔNIMA)


Andersonapócrifa
A notitia criminis inqualificada, Tiago ouMeneguelli Oliva ocorre quando os fatos
denúncia anônima
são levados ao conhecimento da autoridade policial, sem que seja possível identificar o
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indivíduo responsável pelas informações prestadas.
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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, a denúncia anônima, por si só, não
é apta à instauração de inquérito policial.

A vedação alcança, inclusive, a propositura de ações penais ou o emprego de


métodos investigatórios invasivos, tais como interceptação telefônica e busca e
apreensão.

Nesse sentido:

As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por


si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, na fase de

3
investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de
investigação, como interceptação telefônica ou busca e
apreensão. (...) STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 29/3/2016 (Info 819).

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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4
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Indiciamento .................................................................................................................. 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Indiciamento: JECRIM ................................................................................................ 3
Indiciamento: Prerrogativa de Foro .......................................................................... 3
Momento ..................................................................................................................... 5
Espécies ....................................................................................................................... 5
Desindiciamento ......................................................................................................... 5

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
INQUÉRITO POLICIAL

INDICIAMENTO
CONCEITO
O indiciamento é ato privativo da autoridade policial que consiste em atribuir a
autoria de uma infração penal a determinado indivíduo.

Há previsão legal do indiciamento no art. 2º, §6º, da Lei nº 12.830/13.

Art. 2º, § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia,


dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e
suas circunstâncias.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o indiciamento se encontra no rol


de atribuições exclusivas da autoridade policial.

Ademais, a ingerência do juiz significaria violação ao sistema acusatório adotado


pelo ordenamento jurídico pátrio.

Nesse sentido1:

O magistrado não pode requisitar o indiciamento em


investigação criminal. Isso porque o indiciamento constitui
atribuição exclusiva da autoridade policial.
É por meio do indiciamento que a autoridade policial aponta
determinada pessoa como a autora do ilícito em apuração. Por
se tratar de medida ínsita à fase investigatória, por meio da qual
o delegado de polícia externa o seu convencimento sobre a
autoria dos fatos apurados, não se admite que seja requerida ou
determinada pelo magistrado, já que tal procedimento
obrigaria o presidente do inquérito à conclusão de que
determinado indivíduo seria o responsável pela prática

1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d860edd1dd83b36f02ce52bde626c653>. Acesso em:
02/08/2021

2
criminosa, em nítida violação ao sistema acusatório adotado
pelo ordenamento jurídico pátrio.
Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei
12.830/2013, que afirma que o indiciamento é ato inserto na
esfera de atribuições da polícia judiciária.
STJ. 5ª Turma. RHC 47984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
4/11/2014 (Info 552).
STF. 2ª Turma. HC 115015/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
27/8/2013 (Info 717).

INDICIAMENTO: JECRIM
Segundo a doutrina, o indiciamento não se compatibiliza com o rito simplificado do
JECRIM (Lei nº 9.099/95). Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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INDICIAMENTO: PRERROGATIVA DE FORO


Em regra, é cabível o indiciamento contra qualquer pessoa.

Contudo, há 02 (duas) hipóteses legalmente vedadas de indiciamento:

1. Juízes, conforme art. 33, parágrafo único, da LC nº 35/79;


2. Membros do Ministério Público, conforme art. 18, parágrafo único, da LC nº
75/93;

De forma esquematizada:

3
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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A resposta é SIM. 031.721.292-33

Segundo a jurisprudência do STF:

Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível


o indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa de
função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade
policial obtenha uma autorização do Tribunal competente para
julgar esta autoridade.
STF. Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de
Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825).

Dessa forma, é possível o indiciamento, desde que a autoridade policial obtenha a


autorização do Tribunal competente.

Contudo, é importante destacar jurisprudência do próprio STF em sentido contrário


ao acima exposto.

De acordo com o Plenário do STF, é nulo o indiciamento de


detentor de prerrogativa de foro, realizado por Delegado de
Polícia, sem que a investigação tenha sido previamente
autorizada por Ministro-Relator do STF (Pet 3.825-QO, Red. p/o
Acórdão Min. Gilmar Mendes).

4
Diversa é a hipótese em que o inquérito foi instaurado com
autorização e tramitou, desde o início, sob supervisão de Ministro
do STF, tendo o indiciamento ocorrido somente no relatório final
do inquérito.
Nesses casos, o indiciamento é legítimo e independe de
autorização judicial prévia.
(...)
Em suma: a autoridade policial tem o dever de, ao final da
investigação, apresentar sua conclusão. E, quando for o caso,
indicar a autoria, materialidade e circunstâncias dos fatos que
apurou, procedendo ao indiciamento.
STF. Decisão monocrática. Inq 4621, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 23/10/2018.

Nesse último julgado, o Min. Roberto Barroso entendeu ser dispensável a autorização
do Tribunal competente, quando a própria investigação tem sido previamente autorizada
pelo Ministro Relator do STF.

MOMENTO
O indiciamento é ato relacionado à investigação policial. Portanto, deve ocorrer até
o relatório final do Delegado.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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ESPÉCIES
Segundo a doutrina, o indiciamento admite 02 (duas) espécies:

1. DIRETO – ocorre na presença do investigado;

2. INDIRETO – ocorre quando o indiciado não está presente.

DESINDICIAMENTO
O desindiciamento é o desfazimento do indiciamento quando não subsistir os seus
fundamentos.

Em regra, é obtido por meio da impetração de habeas corpus, caracterizado pelo


constrangimento ilegal praticado pela autoridade policial que nega ao investigado o
direito de se manifestar antes do ato.

5
SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................... 2
Conclusão Do Inquérito Policial ................................................................................... 2
Prazo de Conclusão ................................................................................................... 2
Relatório Final .............................................................................................................. 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
INQUÉRITO POLICIAL

CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


PRAZO DE CONCLUSÃO
O art. 10 do CPP apresenta o prazo de duração do inquérito policial, que vai variar
caso o investigado esteja solto ou preso.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o


indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Como advento do Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/19), há previsão de prorrogação


da prisão em 15 dias caso o investigado esteja preso, conforme art. Art. 3º-B, §2º, do CPP.

Art. 3º-B, § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias


poderá, mediante representação da autoridade policial e
ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração
do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim
Andersonnão
a investigação Tiago Meneguelli
for concluída, Oliva
a prisão será imediatamente
relaxada.
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É importante ressaltar que a duração do inquérito policial pode variar conforme
legislação específica.

Para facilitar a assimilação, o esquema apresenta os prazos de conclusão do


inquérito policial em diversos crimes.

2
RELATÓRIO FINAL
Segundo Renato Brasileiro1, o relatório final é “uma peça elaborada pela autoridade
policial, de conteúdo eminentemente descritivo, onde deve ser feito um esboço das
principais levadas a efeito na fase investigatória”.

O art. 10, §1º, do CPP, traz previsão legal do relatório final.

Art. 10, §1º. A autoridade fará minucioso relatório do que tiver


sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

Segundo a redação do art. 10, §1º, do CPP, o inquérito policial deverá ser
encaminhado ao juiz competente.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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Após o relatório final, pode ocorrer do Ministério Público entender que há


necessidade de diligências complementares imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia, conforme art. 16 do CPP, hipótese em que será devolvido o inquérito policial ao
Delegado.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 230.

3
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução
do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências,
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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4
SUMÁRIO
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS .............................................................................. 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Preservação de Local de Crime .................................................................................. 2
Apreensão de Objetos e Colheita de Outras Provas ................................................ 2
Oitiva do Ofendido e do Indiciado ............................................................................. 2
Reconhecimento de Pessoas e Acareação .............................................................. 4
Exame de Corpo de Delito e Outras Perícias ............................................................. 4
Identificação do Indiciado e Folha de Antecedentes.............................................. 5
Averiguação de Vida Pregressa .................................................................................. 5
Reprodução Simulada .................................................................................................. 6
Acesso a dados Cadastrais .......................................................................................... 7
Estações Rádio Base (ERB`s) ......................................................................................... 8

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

1
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS

INTRODUÇÃO
Os arts. 6º e 7º, ambos, do CPP, apresentam um rol exemplificativo de diligências a
serem realizadas pela autoridade policial no curso da investigação.

PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME


A primeira diligência descrita no art. 6º do CPP é a preservação do local do crime até
a chegada dos peritos criminais.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
criminais

O motivo é simples: a colheita dos vestígios no local da prática do ilícito de forma


íntegra e célere é imprescindível para o sucesso das investigações.

AndersonETiago
APREENSÃO DE OBJETOS Meneguelli
COLHEITA Oliva
DE OUTRAS PROVAS
andersontiago158@gmail.com
No ato contínuo, há a previsão031.721.292-33
de apreensão e objetos e colheita de outras provas,
conforme incisos II e III, do art. 6º, do CPP.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:
(...)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
do fato e suas circunstâncias;

OITIVA DO OFENDIDO E DO INDICIADO


Os incisos IV e V, do art. 6º, do CPP preveem a oitiva do ofendido e do indiciado,
respectivamente.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:
(...)
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o
respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;

2
O tema é polêmico.

Há corrente doutrinária que aponta a desnecessidade da presença de defensor no


interrogatório prestado no curso do inquérito policial, dada sua natureza inquisitorial e da
ausência de sanção na fase preliminar.

Por outro lado, há quem defenda a necessidade da assistência jurídica, mesmo no


interrogatório feito durante inquérito policial, afastando o caráter inquisitorial da fase
preliminar.

É importante ressaltar que, após a nova Lei de Abuso de Autoridade, houve a


tipificação da conduta do agente público que prossegue no interrogatório, mesmo
quando o interrogado manifesta
Anderson o interesse
Tiagoem ser assistido Oliva
Meneguelli pelo advogado, conforme art.
15, parágrafo único, II, da Lei nº 13.869/19.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva
guardar segredo ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com
o interrogatório:
(...)
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.

3
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E ACAREAÇÃO
O inciso VI do art. 6º do CPP apresenta as diligências de reconhecimento de pessoas
e coisas e acareações.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:
(...)
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a
acareações;

O reconhecimento de pessoas tem seu procedimento previsto no art. 226 do CPP,


que será abordado no tópico “Das Provas”.

Por outro lado, a acareação consiste em confrontar indivíduos que tenham prestado
informações conflitantes em seus depoimentos, com a finalidade de obter a verdade.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

A resposta é NÃO.

A acareação é uma diligência que pode ser utilizada tanto na fase preliminar
(inquérito policial) quanto no curso da ação penal (CPP, art. 229).

Novamente, o tema será mais bem abordado no tópico “Das Provas”.

EXAME DE CORPO DE DELITO E OUTRAS PERÍCIAS


O inciso VII do art. 6º do CPP apresenta a realização do exame de corpo de delito e
outras perícias.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:
(...)
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo
de delito e a quaisquer outras perícias;

4
IDENTIFICAÇÃO DO INDICIADO E FOLHA DE ANTECEDENTES
O inciso VIII do art. 6º do CPP aponta a identificação do indiciado e a juntada de sua
folha de antecedentes.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:
(...)
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes;

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


Apesar da previsão legal, é importante lembrar que o acusado, civilmente
andersontiago158@gmail.com
identificado, em regra, não será submetido à identificação criminal, conforme art. 5º, LVIII,
da CF/88. 031.721.292-33

Art. 5º, LVIII, CF/88 - o civilmente identificado não será submetido


a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

Por outro lado, em relação à folha de antecedentes, segundo entendimento


sumulado do STJ, trata-se de documento hábil a comprovar os maus antecedentes e
reincidência do acusado.

AVERIGUAÇÃO DE VIDA PREGRESSA


Os incisos IX e X, ambos, do art. 6º do CPP versam sobre averiguação da vida
pregressa do investigado.

5
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração
penal, a autoridade policial deverá:
(...)
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante
ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a
apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.

REPRODUÇÃO SIMULADA
A reprodução simulada tem previsão no art. 7º do CPP e busca auxiliar as
investigações, possibilitando simular a forma que a infração penal, supostamente, foi
praticada.

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido


praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
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A resposta é NÃO.

Diante do princípio do nemo tenetur se detegere, o investigado não é obrigado a


participar da reprodução simulada.

6
Aliás, segundo o entendimento do STF1, nem mesmo seria obrigado a comparecer ao
local da diligência, sendo caracterizado o constrangimento ilegal a decretação de prisão
preventiva em razão da recusa.

Nesse sentido, é o entendimento de Renato Brasileiro2:

“Portanto, se o investigado não é obrigado a participar da


reconstituição do crime, pensamos não ser possível sua
condução coercitiva para tanto.”

Contudo, há posição em sentido contrário 3 , que afirma ser obrigatório o


comparecimento, sem que haja a necessidade de participação na diligência.

ACESSO A DADOS CADASTRAIS


A Lei nº 13.344/16 trouxe previsão de acesso às informações cadastrais de vítimas ou
de suspeitos nos crimes listados no art. 13-A do CPP.

Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º
do Anderson
art. 158 e no Tiago
art. 159Meneguelli
do Decreto-Lei Oliva
no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal),
andersontiago158@gmail.com e no art. 239 da Lei no 8.069,
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
o membro do 031.721.292-33
Ministério Público ou o delegado de polícia
poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais
da vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24
(vinte e quatro) horas, conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial;
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável
pela investigação.

A diligência tem como finalidade auxiliar na elucidação de crimes que restringem a


liberdade da vítima, facilitando sua localização.

O rol dos crimes é apresentado no esquema abaixo.

1 RHC 64354/SP, Rel. Min. Sydney Sanches, 14/08/1987.


2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 211
3 Capez, Fernando. Curso de Processo Penal. 9ª edição. Saraiva, 2003. Pág. 84

7
ESTAÇÕES RÁDIOAnderson Tiago Meneguelli Oliva
BASE (ERB`S)
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O art. 13-B do CPP, com inclusão pela Lei nº 13.344/16, prevê a requisição pelo
031.721.292-33
Ministério Público ou pela autoridade policial, mediante autorização judicial, de
informações relativas à localização da vítima ou dos suspeitos no crime de tráfico de
pessoas.

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes


relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou
dos suspeitos do delito em curso.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento
da estação de cobertura, setorização e intensidade de
radiofrequência.
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de
qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel
celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por
uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será
necessária a apresentação de ordem judicial.
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá
ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas,
contado do registro da respectiva ocorrência policial.

8
Contudo, caso não haja manifestação judicial do pedido formulado pelo Ministério
Público ou pela autoridade policial no prazo de 12 horas, será dispensada a autorização
judicial.

Art. 13-B, § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de


12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou
telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam
a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com
imediata comunicação ao juiz.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

9
SUMÁRIO
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL .......................................................................... 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Procedimento .............................................................................................................................. 3
Desarquivamento: Coisa Julgada ................................................................................................. 4
Introdução ............................................................................................................................... 4
Ausência de Justa Causa........................................................................................................... 4
Atipicidade da Conduta ............................................................................................................ 5
Causa Excludente de Ilicitude ................................................................................................... 5
Causa Excludente de Culpabilidade .......................................................................................... 6
Causa Excludente de Punibilidade ............................................................................................ 6
Arquivamento Implícito ............................................................................................................... 7
Arquivamento Indireto ................................................................................................................ 7

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
INTRODUÇÃO
Como visto em tópico anterior, a autoridade policial não pode determinar o
arquivamento do inquérito policial, nos termos do art. 17 do CPP.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar


autos de inquérito.

Aliás, com a recente alteração legislativa ocorrida com o advento da Lei nº 13.964/19
(Pacote Anticrimes), a atribuição do arquivamento do inquérito policial passou a ser do
Ministério Público.

Nesse sentido:

Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de


quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão
do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à
autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.

No entendimento da doutrina majoritária,


Anderson a nova previsão
Tiago Meneguelli Oliva legal coaduna com o
sistema acusatório vigente no Código de Processo Penal, pois atribui a decisão do
andersontiago158@gmail.com
arquivamento do inquérito policial ao titular da ação penal (Ministério Público).
031.721.292-33

2
De forma esquematizada:

PROCEDIMENTO
Com base na nova redação do art. 28 do CPP, após o arquivamento do inquérito
policial, o Ministério público deverá comunicar os interessados: vítima, investigado e
autoridade policial.

Posteriormente, para homologação do arquivamento, os autos serão remetidos à


instância de revisão ministerial.

Caso a vítima ou seu Anderson Tiagolegal


representante Meneguelli Olivacom o arquivamento do
não concorde
inquérito policial, poderá submeter a matéria à instância revisional no prazo de 30 dias, nos
andersontiago158@gmail.com
termos do art. 28, §1º, do CPP. 031.721.292-33

Art. 28, § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não


concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no
prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da instância competente do
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.

Por outro lado, nos crimes praticados em detrimento dos entes políticos, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provada pela chefia do órgão ou de seu
represente legal, conforme art. 28, §2º, do CPP.

Art. 28, § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em


detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela
chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.

De forma esquematizada:

3
DESARQUIVAMENTO: COISA JULGADA
INTRODUÇÃO
Inicialmente, é importante entender os conceitos de coisa julgada: formal e material.

A coisa julgada formal é um fenômeno endoprocessual, ou seja, é a decisão que


encerra a discussão jurídica dentro do processo.

Por outro lado, a coisa julgada material vai além dos efeitos endoprocessuais e
impede a rediscussão do tema mesmo em outros processos, tornando a decisão imutável.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
É importante conhecer as hipóteses de arquivamento do inquérito policial que
possibilitam o seu desarquivamento.

AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA


A ausência de justa causa está relacionada à falta de elementos de informação
necessários à elucidação de materialidade e autoria.

Nesse sentido, admite-se o desarquivamento do inquérito policial quando há o


conhecimento de novas provas, conforme art. 18 do CPP.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela


autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
outras provas tiver notícia.

Vale registrar o teor da Súmula nº 524 do STF.

4
ATIPICIDADE DA CONDUTA
O arquivamento do inquérito policial com fundamento na atipicidade gera coisa
julgada material, impedindo o seu desarquivamento.

A resposta é SIM.

A natureza jurídica do princípio da insignificância é de causa excludente de


tipicidade material, razão pela qual não é admitido o desarquivamento dos autos.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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CAUSA EXCLUDENTE DE ILICITUDE


Em relação à excludente de ilicitude como fundamento do arquivamento do
inquérito policial, há divergência entre os Tribunais Superiores.

Nesse sentido, para o STJ, a excludente de ilicitude como fundamento do


arquivamento impede a reabertura dos autos, ou seja, coisa julgada material.

Por outro lado, o STF já se posicionou no sentido de que o arquivamento de inquérito


policial com fundamento da excludente de ilicitude faz coisa julgada formal.

De forma esquematizada:

5
CAUSA EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE
De acordo com a doutrina e jurisprudência, o arquivamento do inquérito policial com
fundamento e causa de exclusão de culpabilidade faz coisa julgada material.

CAUSA EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE


Segundo a doutrina e jurisprudência, o arquivamento do inquérito policial com
fundamento e causa de exclusão de punibilidade faz coisa julgada material.

A resposta é NÃO.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Prevalece na jurisprudência o entendimento de que a extinção de punibilidade com
fundamento em certidãoandersontiago158@gmail.com
de óbito falsa não faz coisa julgada, permitindo, portanto, a
reabertura das investigações e posterior recebimento da denúncia.
031.721.292-33
De forma esquematizada:

6
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO
O arquivamento implícito ocorre quando o titular da ação penal, sem se manifestar
ou justificar, deixa de incluir na denúncia algum dos investigados ou dos fatos apurados e,
concomitantemente, o juiz não se pronuncia sobre o ocorrido.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: No curso da investigação policial, restou comprovado que


“A” e “B” praticaram o crime de tráfico de drogas e lavagem de capitais. Posteriormente,
o Ministério Público oferta denúncia apenas contra “A” e sem lhe imputar o crime de
lavagem de capitais.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


ARQUIVAMENTO INDIRETOandersontiago158@gmail.com
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O arquivamento indireto ocorre quando o Ministério Público deixa de oferecer a
denúncia por entender que a autoridade judicial é incompetente e, ao mesmo tempo,
esta deixa de encaminhar para outro juízo por discordar de sua incompetência.

A solução, segundo a doutrina, seria o recebimento da manifestação como hipótese


de arquivamento e, consequentemente, a remessa dos autos à instância revisional.

7
SUMÁRIO
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL .................................................................... 2
Conceito ..............................................................................................................................2
Requisitos .............................................................................................................................3
Introdução .......................................................................................................................3
Infração com Pena Mínima Inferior a 04 Anos...........................................................4
Infração sem Violência ou Grave Ameaça ...............................................................4
Vedações ............................................................................................................................5
Introdução .......................................................................................................................5
Cabimento de Transação Penal ..................................................................................5
Reincidência ou Habitualidade ...................................................................................5
Celebração Anterior de Instituto Despenalizador ....................................................5
Violência Doméstica ou Familiar contra a Mulher ....................................................5
Condições do Acordo ......................................................................................................6
Introdução .......................................................................................................................6
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Controle Judicial ................................................................................................................6
andersontiago158@gmail.com
Cumprimento / Descumprimento ...................................................................................7
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1
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
CONCEITO
Com o advento da Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrime), o acordo de não persecução
penal foi introduzido no processo penal, conforme art. 28-A do CPP.

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o


investigado confessado formal e circunstancialmente a prática
de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá
propor acordo de não persecução penal, desde que necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime (...)

Trata-se de negócio jurídico dependente de homologação judicial, firmado entre


Ministério Público e o infrator, acompanhado de advogado, em que este confessa, formal
e circunstanciadamente, a prática do delito e se submete ao cumprimento de
determinadas medidas não privativas de liberdade.

Em contrapartida, o Ministério Público se compromete a não oferecer denúncia


contra o agente, que tem declarada a extinção de punibilidade caso o acordo seja
devidamente cumprido.Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

2
O acordo de não persecução penal deve ser celebrado durante a investigação
criminal, tendo como limite temporal o oferecimento da denúncia.

O motivo é simples, se o interesse do investigado é exatamente evitar a ação penal,


não faz sentido o acordo ser realizado após o oferecimento da peça inicial.

A resposta é NÃO.

De acordo com a doutrina, o acordo de não persecução penal deve ser celebrado
por meio de consenso entre Ministério Público e o investigado. Dessa forma, não seria
possível a concessão do benefício despenalizador, de ofício, pelo juiz.

Aliás, o §14º, do art.Anderson


28-A, do CPP prevêMeneguelli
Tiago a remessa dos autos ao órgão superior, em
Oliva
caso de recusa do Ministério Público em celebrar o acordo.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 28-A, § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério
Público, em propor o acordo de não persecução penal, o
investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão
superior, na forma do art. 28 deste Código.

REQUISITOS
INTRODUÇÃO
O art. 28-A do CPP apresenta os requisitos para a celebração do acordo de não
persecução penal:

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o


investigado confessado formal e circunstancialmente a prática
de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá
propor acordo de não persecução penal, desde que necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante
as seguintes condições ajustadas cumulativa e
alternativamente:
(...)

3
INFRAÇÃO COM PENA MÍNIMA INFERIOR A 04 ANOS
Segundo o art. 28-A, caput, do CPP, o acordo de não persecução penal só pode ser
aplicado às infrações penais cuja pena mínima seja inferior a 04 anos.

É importante ressaltar que a aferição desse limite deve levar em consideração as


eventuais causas de aumento e diminuição de pena, conforme art. 28-A, §1º, do CPP.

Art. 28-A, § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito


a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as
causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.

Para comparar os requisitos dos principais institutos despenalizadores do processo


penal.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
INFRAÇÃO SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA
Mesmo que a infração tenha pena mínima inferior a 04 anos, não será possível
celebrar o acordo de não persecução penal, caso o crime tenha sido cometido com
violência ou grave ameaça.

Com base na doutrina 1 , a violência tem que ser dolosa. Assim, em tese, seria
admissível a celebração do acordo de não persecução penal se a violência decorre de
conduta culposa.

De forma esquematizada:

1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 280

4
VEDAÇÕES
INTRODUÇÃO
As vedações à celebração do acordo de não persecução penal estão previstas no
art. 28-A, §2º, do CPP.

Art. 28-A, § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas


seguintes hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados
Especiais Criminais, nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos
probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada
ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais
pretéritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores
ao cometimento da infração, em acordo de não persecução
penal, transação penal ou suspensão condicional do processo;
e
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou
familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição
de sexo feminino, em favor do agressor.

CABIMENTO DEAnderson
TRANSAÇÃOTiagoPENAL
Meneguelli Oliva
O inciso I afirma queandersontiago158@gmail.com
não será possível o acordo de não persecução penal se for
cabível a transação penal prevista na Lei nº 9.099/95 (Lei do JECRIM).
031.721.292-33
O motivo é simples, pois a transação penal é um instituto despenalizador mais
benéfico do que o acordo de não persecução penal, possuindo, portanto, precedência.

REINCIDÊNCIA OU HABITUALIDADE
De acordo com o inciso II, a reincidência, assim como a habitualidade, afasta a
celebração do acordo de não persecução penal.

Excepcionalmente, será possível o acordo desde que as condutas reiteradas


anteriores sejam insignificantes.

CELEBRAÇÃO ANTERIOR DE INSTITUTO DESPENALIZADOR


O inciso III afirma que não será possível celebrar o acordo de não persecução penal
caso o investigado tenha sido beneficiado nos 05 anos anteriores por outro instituto
despenalizador: acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão
condicional do processo.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA A MULHER


Por expressa previsão do inciso IV, é vedada a celebração de acordo de não
persecução penal nas infrações penais que envolvam violência doméstica ou familiar
contra a mulher.

5
CONDIÇÕES DO ACORDO
INTRODUÇÃO
As condições à celebração do acordo de não persecução penal estão previstas no
art. 28-A do CPP.

Art. 28-A. (...) mediante as seguintes condições ajustadas


cumulativa e alternativamente:
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na
impossibilidade de fazê-lo;
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo
Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do
crime;
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por
período correspondente à pena mínima cominada ao delito
diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo
da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos
do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser
indicada pelo juízo da execução, que tenha,
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais
ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada
pelo andersontiago158@gmail.com
Ministério Público, desde que proporcional e compatível
com a infração 031.721.292-33
penal imputada.

CONTROLE JUDICIAL
O acordo de não persecução penal exige homologação judicial, conforme art. 28-
A, §4º, do CPP.

Art. 28-A, § 4º Para a homologação do acordo de não


persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz
deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do
investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade.
(...)
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução
penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que
inicie sua execução perante o juízo de execução penal.

Aliás, o juiz poderá determinar a reformulação da proposta de acordo:

Art. 28-A, § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou


abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução
penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do
investigado e seu defensor.

6
Inclusive, recusar a proposta:

Art. 28-A, § 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta


que não atender aos requisitos legais ou quando não for
realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao


Ministério Público para a análise da necessidade de
complementação das investigações ou o oferecimento da
denúncia.

CUMPRIMENTO / DESCUMPRIMENTO
Inicialmente, é importante destacar que a execução do acordo de não persecução
penal será perante o juízo de execução penal.

Art. 28-A, § 6º Homologado judicialmente o acordo de não


persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público
para que inicie sua execução perante o juízo de execução
penal.

Em caso de descumprimento.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Art. 28-A, § 10. Descumpridas quaisquer das condições
031.721.292-33
estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério
Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e
posterior oferecimento de denúncia.

§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal


pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério
Público como justificativa para o eventual não oferecimento de
suspensão condicional do processo.

Dessa forma, o descumprimento enseja a rescisão do acordo e consequente oferecimento


de denúncia.

Por outro lado, cumprido o ajuste.

Art. 28-A, § 13. Cumprido integralmente o acordo de não


persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de
punibilidade.

De forma esquematizada:

7
Por fim, o acordo de não persecução penal não constará da certidão de antecedentes
criminais, exceto para impedir outro instituto despenalizador no prazo de 05 anos.

Art. 28-A, § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de


não persecução penal não constarão de certidão de
antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III
do § 2º deste artigo.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

8
SUMÁRIO
PRISÕES................................................................................................................................ 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Espécies ................................................................................................................................... 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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031.721.292-33

1
PRISÕES
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, conceitua-se prisão como “a privação da liberdade de
locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude flagrante
delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja em face
de transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei”.

O art. 283, caput, do CPP traz previsão legal da prisão.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou


por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude
de condenação criminal transitada em julgado.

ESPÉCIES
No processo penal brasileiro, é possível identificar 03 (três) espécies de prisões: prisão
pena, cautelar e extrapenal.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido:
andersontiago158@gmail.com
1. PRISÃO PENA – É aquela031.721.292-33
que decorre da sentença condenatória com trânsito
em julgado;

2. PRISÃO CAUTELAR – É aquela decretada antes da sentença condenatória com


trânsito em julgado e serve para garantir o bom andamento da investigação
preliminar ou da ação penal. No Brasil, as modalidades de prisões cautelares
são: preventiva, temporária e em flagrante;

3. PRISÃO EXTRAPENAL – É aquela que não decorre do Direito Penal, por exemplo,
a prisão civil do devedor de alimentos e a prisão militar por falta disciplinar;

De forma esquematizada:

1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 963

2
SUMÁRIO
PRISÃO EM FLAGRANTE ....................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................................... 2
Fases da Prisão em Flagrante ....................................................................................................... 2
Sujeito Ativo ................................................................................................................................ 3
Introdução ............................................................................................................................... 3
Flagrante Obrigatório ............................................................................................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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031.721.292-33

1
PRISÃO EM FLAGRANTE
CONCEITO
A prisão em flagrante é uma espécie de prisão cautelar daquele que é surpreendido
em situação de flagrância, sem que seja necessária ordem judicial.

Há previsão constitucional a respeito da prisão em flagrante.

Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE


É importante destacar que a prisão em flagrante apresenta 04 (quatro) fases:
captura, condução coercitiva, auto de prisão em flagrante e recolhimento à prisão.

De forma esquematizada:

2
A resposta é SIM.

Como visto acima, a prisão em flagrante se desdobra em fases, sendo plenamente


possível a captura e condução coercitiva até a autoridade policial.

Contudo, caso não haja a representação do ofendido, não é possível a lavratura do


auto de prisão em flagrante.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

SUJEITO ATIVO
INTRODUÇÃO
O sujeito ativo é o indivíduo que realiza a prisão em flagrante.

Dessa forma, considerando o sujeito ativo, há duas espécies de prisão em flagrante:


obrigatória e facultativa.

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e


seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado
em flagrante delito. `

FLAGRANTE OBRIGATÓRIO
Nos termos do art. 301 do CPP, a autoridade policial e seus agentes são obrigados a
prender o sujeito que esteja em situação de flagrância.

3
A resposta é SIM.

Segundo jurisprudência do STJ 1:

Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode


prender quem esteja em flagrante delito. Desse modo, não
existe óbice à prisão em flagrante realizada por guardas
municipais, não havendo, portanto, que se falar em prova ilícita.
STJ. 5ª Turma. HC 421.954/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 22/03/2018.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Legalidade da prisão em flagrante efetuada por guardas
municipais. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/97785e0500ad16c18574c64189ccf4b4>.
Acesso em: 07/08/2021

4
SUMÁRIO
PRISÕES ..................................................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Espécies ....................................................................................................................... 2
PRISÃO EM FLAGRANTE........................................................................................... 3
Conceito ......................................................................................................................... 3
Fases da Prisão em Flagrante ....................................................................................... 3
Sujeito Ativo .................................................................................................................... 4
Introdução ................................................................................................................... 4
Flagrante Obrigatório ................................................................................................. 4
Flagrante Facultativo ................................................................................................. 5
Prisão em Flagrante: Espécies ...................................................................................... 5
Introdução ................................................................................................................... 5
Flagrante Próprio, Real ou Perfeito ........................................................................... 6
Anderson
Flagrante Impróprio, Tiago Meneguelli
Irreal ou Quase-Flagrante Oliva
...................................................... 6
andersontiago158@gmail.com
Flagrante Presumido ou Ficto .................................................................................... 7
031.721.292-33
Flagrante Esperado .................................................................................................... 7
Flagrante Postergado, Prorrogado, Retardado ou Diferido .................................. 8
Flagrante Preparado ou Provocado ........................................................................ 9
Flagrante Forjado ou Fabricado ............................................................................... 9

1
PRISÕES

INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, conceitua-se prisão como “a privação da liberdade de
locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude flagrante
delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja em face
de transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei”.

O art. 283, caput, do CPP traz previsão legal da prisão.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou


por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude
de condenação criminal transitada em julgado.

ESPÉCIES
No processo penal brasileiro, é possível identificar 03 (três) espécies de prisões: prisão
pena, cautelar e extrapenal.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido: andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
1. PRISÃO PENA – É aquela que decorre da sentença condenatória com trânsito
em julgado;

2. PRISÃO CAUTELAR – É aquela decretada antes da sentença condenatória com


trânsito em julgado e serve para garantir o bom andamento da investigação
preliminar ou da ação penal. No Brasil, as modalidades de prisões cautelares
são: preventiva, temporária e em flagrante;

3. PRISÃO EXTRAPENAL – É aquela que não decorre do Direito Penal, por exemplo,
a prisão civil do devedor de alimentos e a prisão militar por falta disciplinar;

De forma esquematizada:

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 963

2
PRISÃO EM FLAGRANTE

CONCEITO
A prisão em flagrante é uma espécie de prisão cautelar daquele que é surpreendido
em situação de flagrância, sem que seja necessária ordem judicial.

Há previsão constitucional a respeito da prisão em flagrante.

Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE


É importante destacar que a prisão em flagrante apresenta 04 (quatro) fases:
captura, condução coercitiva, auto de prisão em flagrante e recolhimento à prisão.

De forma esquematizada:

3
A resposta é SIM.

Como visto acima, a prisão em flagrante se desdobra em fases, sendo plenamente


possível a captura e condução coercitiva até a autoridade policial.

Contudo, caso não haja a representação do ofendido, não é possível a lavratura do


auto de prisão em flagrante.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

SUJEITO ATIVO
INTRODUÇÃO
O sujeito ativo é o indivíduo que realiza a prisão em flagrante.

Dessa forma, considerando o sujeito ativo, há duas espécies de prisão em flagrante:


obrigatória e facultativa.

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e


seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado
em flagrante delito. `

FLAGRANTE OBRIGATÓRIO
Nos termos do art. 301 do CPP, a autoridade policial e seus agentes são obrigados a
prender o sujeito que esteja em situação de flagrância.

4
A resposta é SIM.

Segundo jurisprudência do STJ2:

Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode


prender quem esteja em flagrante delito. Desse modo, não
existe óbice à prisão em flagrante realizada por guardas
municipais, não havendo, portanto, que se falar em prova ilícita.
STJ. 5ª Turma. HC 421.954/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 22/03/2018.

FLAGRANTE FACULTATIVO
Em relação ao flagrante facultativo, é aquele realizado por qualquer do povo.

De forma esquematizada:
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PRISÃO EM FLAGRANTE: ESPÉCIES


INTRODUÇÃO
O art. 302 do CPP traz o rol taxativo das espécies de prisão em flagrante: próprio,
impróprio e ficto.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;

2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Legalidade da prisão em flagrante efetuada por guardas municipais. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/97785e0500ad16c18574c64189ccf4b4>. Acesso em:
07/08/2021

5
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor
da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

FLAGRANTE PRÓPRIO, REAL OU PERFEITO


O flagrante próprio (real ou perfeito) ocorre quando o agente é surpreendido no
momento em que está cometendo (ou acaba de cometer) a infração penal, conforme
art. 302, I e II, do CPP.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” é surpreendido por guarnição da polícia militar no


momento em que roubava uma vítima.

FLAGRANTE IMPRÓPRIO, IRREAL OU QUASE-FLAGRANTE


O flagrante impróprio (quase-flagrante) ocorre quando o agente é perseguido logo
após o cometimento do crime, em Tiago
Anderson situação que faça presumir
Meneguelli Oliva ser autor da infração,
conforme art. 302, III, do CPP.
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031.721.292-33
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
(...)
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor
da infração;

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, após furtar um estabelecimento comercial, é perseguido


e capturado pela guarnição policial.

A resposta é NÃO.

Segundo a doutrina e jurisprudência, no caso de flagrante impróprio, desde que a


perseguição seja ininterrupta, é cabível a prisão em flagrante após o período de 24 horas.

6
FLAGRANTE PRESUMIDO OU FICTO
O flagrante presumido (ficto) ocorre quando o agente é preso logo depois da prática
do crime, com os instrumentos/objetos que façam presumir ser ele o autor do crime.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


(...)
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após homicídio na região, uma barreira da PRF aborda um


veículo conduzido por indivíduo com as características físicas do suposto homicida e,
dentro do carro, é apreendida uma faca com manchas frescas de sangue.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
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A resposta é NÃO.

De acordo com a doutrina e jurisprudência, é vedada da prisão em flagrante do


agente que, espontaneamente, apresenta-se perante a autoridade policial.

Contudo, nada impede que o juiz decrete a prisão preventiva caso entenda que
estão presentes os requisitos da prisão cautelar.

FLAGRANTE ESPERADO
O flagrante esperado ocorre quando a Polícia, tendo conhecimento prévio de que
o delito estava prestes a ser cometido, surpreende o agente na prática da ação criminosa.

É uma modalidade lícita de prisão em flagrante.

7
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após denúncia anônima, a equipe policial tomou
conhecimento de que haveria a entrega de grande carregamento de drogas em um
galpão próximo à delegacia. Os policiais se deslocaram até o local e aguardaram o
momento em que os criminosos desembarcavam os entorpecentes, oportunidade em que
efetuaram a prisão em flagrante.

FLAGRANTE POSTERGADO, PRORROGADO, RETARDADO OU


DIFERIDO
Segundo Renato Brasileiro 3 , flagrante prorrogado consiste no retardamento da
intervenção policial, que deve ocorrer no momento mais oportuno do ponto de vista da
investigação criminal ou da colheita de provas.

É uma modalidade lícita de prisão em flagrante.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após meses de investigação, a equipe policial toma


conhecimento do transporte de grande carregamento de drogas da cidade de São Paulo
para o Rio de Janeiro. Os policiais acompanham o caminhão com viaturas
descaracterizadas e efetuam a prisão em flagrante no momento em que o motorista
entregava as chaves do veículo para os traficantes.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

3 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.039

8
No flagrante prorrogado, a intervenção policial já é possível, pois o crime já está
ocorrendo, ou seja, opta-se pelo retardamento da intervenção.

Por outro lado, no flagrante esperado, a prática do crime é futura, devendo a


intervenção policial ocorrer apenas se houver, de fato, a concretização do ilícito.

FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO


O flagrante preparado (ou provocado) ocorre quando alguém instiga ou induz
terceiro à prática do delito, ao mesmo
Anderson tempo
Tiago em que adota
Meneguelli medidas para que o crime
Oliva
não se consuma. andersontiago158@gmail.com
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É uma espécie de crime impossível, em razão da absoluta ineficácia do meio
empregado.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, policial deixa sua arma ao alcance de “B”, que acabara
de ser abordado, sem que este soubesse que a pistola estava desmuniciada. Assim que
“B” toma-lhe a arma e tenta disparar, “A” o imobiliza e efetua a prisão em flagrante.

FLAGRANTE FORJADO OU FABRICADO


Segundo Renato Brasileiro 4 , o flagrante forjado é uma espécie de flagrante
totalmente artificial, policiais ou particulares criam provas de um crime inexistente a fim de
“legitimar” (falsamente) uma prisão em flagrante.

É uma modalidade ilícita de prisão em flagrante.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Durante uma abordagem, o policial coloca uma arma de


fogo no veículo do indivíduo, para efetuar a prisão em flagrante pelo crime de porte ilegal
de arma de fogo.

4 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.039

9
Apesar de ambas serem consideradas ilícitas, no flagrante preparado o agente induz
ou instiga o indivíduo a praticar a conduta criminosa. Por outro lado, no flagrante forjado
o agente cria situação para provar um crime inexistente.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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10
SUMÁRIO
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF) ................................................................ 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Atribuição para Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante .................................... 2
Procedimento do APF .................................................................................................... 2
Oitiva do Condutor e das Testemunhas ................................................................... 2
....................................................................................................................................... 3
Interrogatório do Preso ............................................................................................... 3
Recolhimento à Prisão ................................................................................................ 4
PRAZOS ............................................................................................................................. 4
Comunicação da Prisão ............................................................................................ 4
Encaminhamento do Auto de Prisão em Flagrante ............................................... 4
Nota de Culpa ............................................................................................................. 4


Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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031.721.292-33

















1
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
INTRODUÇÃO
O auto de prisão em flagrante é a documentação da prisão em flagrante, conforme
art. 304 do CPP.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá


esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura,
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do
preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas
respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

ATRIBUIÇÃO PARA LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM


FLAGRANTE
A lavratura do auto de prisão em flagrante é de incumbência do escrivão, nos termos
do art. 305 do CPP.

Art. Anderson
305. Na faltaTiago
ou no Meneguelli
impedimento do escrivão, qualquer
Oliva
pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de
andersontiago158@gmail.com
prestado o compromisso legal.
031.721.292-33
Nesse sentido, na falta ou impedimento do escrivão, a autoridade policial poderá
designar terceiro para lavrar o APF.

PROCEDIMENTO DO APF
OITIVA DO CONDUTOR E DAS TESTEMUNHAS
O procedimento da lavratura do APF tem início com a oitiva do condutor, que não
precisa, necessariamente, ter efetuado a prisão em flagrante. Aliás, sequer é necessário
que tenha presenciado a prática da infração.

Nesse sentido:

2
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá
esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura,
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso
(...)

Logo após sua oitiva, o condutor receberá da autoridade competente o recibo de


entrega do preso.

Após o condutor, será a vez das testemunhas serem ouvidas.

Art. 304. (...) Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas


que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas
respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

INTERROGATÓRIO DO PRESO
O interrogatório do preso ocorre após a oitiva do condutor e das testemunhas,
conforme art. 304 do CPP.

Art. 304. (...) e ao interrogatório do acusado sobre a imputação


que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

É importante registrar que o preso tem o direito constitucional ao silêncio, conforme


art. 5º, LXIII, da CF/88.

Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os


quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;

3
RECOLHIMENTO À PRISÃO
Após a lavratura do APF e não sendo hipótese de concessão de fiança pela
autoridade policial, o conduzido será recolhido à prisão.

De forma esquematizada:

PRAZOS
COMUNICAÇÃO DA PRISÃO
A prisão deverá ser imediatamente comunicada ao juiz competente, ao Ministério
Público e à família do preso (ou à pessoa indicada por ele), nos termos do art. 306, caput,
do CPP.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
andersontiago158@gmail.com
serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao
031.721.292-33
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada.

ENCAMINHAMENTO DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE


O auto de prisão em flagrante deverá ser encaminhado ao juiz no prazo de 24 horas
após a realização da prisão, conforme art. 306, §1º, do CPP.

Art. 306, § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização


da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

NOTA DE CULPA
A nota de culpa é o documento entregue ao preso e que consta os motivos de sua
prisão, o nome do condutor e das testemunhas.

Segundo o art. 306, §2º, do CPP, o prazo de entrega da nota de culpa é de 24 horas
após a realização da prisão.

Art. 306, § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante


recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o
motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

4
De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

5
SUMÁRIO
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA ....................................................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Medidas Judiciais............................................................................................................ 3
Relaxamento da Prisão Ilegal .................................................................................... 3
Conversão da Prisão em Flagrante em Preventiva ................................................ 4
Concessão da Liberdade Provisória ......................................................................... 5








Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
















1
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
INTRODUÇÃO
A audiência de custódia é o procedimento em que o preso é ouvido pelo juiz, antes
de decidir pela conversão da prisão em flagrante em preventiva ou pela concessão da
liberdade provisória.

Sua previsão legal é o art. 310, caput, do CPP.

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo


máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro
da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público (...)

É importante ressaltar que a audiência de custódia deverá ser realizada no prazo de 24 horas,
inclusive, com previsão legal de responsabilização da autoridade competente que não a realizar.

Art. 310, § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o


decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não
realização de audiência de custódia sem motivação idônea
ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela
Anderson
autoridade Tiago Meneguelli
competente, sem prejuízo Oliva
da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva
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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STJ1:

A falta da audiência de custódia não enseja nulidade


da prisão preventiva, superada que foi a prisão em flagrante,
devendo ser este novo título de prisão aquele a merecer o
exame da legalidade e necessidade.
STJ. 6ª Turma. RHC 99.091/AL, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
04/09/2018.

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A falta da audiência de custódia enseja nulidade da prisão preventiva? O preso deverá ser
colocado em liberdade?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/05ae14d7ae387b93370d142d82220f1b>. Acesso em:
10/08/2021

2
MEDIDAS JUDICIAIS
RELAXAMENTO DA PRISÃO ILEGAL
O inciso I, do art. 310, do CPP aponta o relaxamento da prisão ilegal.

Art. 310. (...), o juiz deverá, fundamentadamente:


I - relaxar a prisão ilegal; ou

O relaxamento da prisão está relacionado à existência de alguma ilegalidade


quando da prisão em flagrante.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STF2:

A decisão que, na audiência de custódia, determina


o relaxamento da prisão em flagrante sob o argumento de que
a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá
oferecer acusação contra o indivíduo narrando os mesmos fatos
e o juiz poderá receber essa denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
25/9/2018 (Info 917).

2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Decisão proferida em audiência de custódia reconhecendo a atipicidade do fato não faz coisa
julgada. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a70dab11c90d06b809d0be230731762a>. Acesso em:
10/08/2021

3
A resposta é NÃO.

Segundo a doutrina, o eventual vício na prisão em flagrante não repercute na ação


penal correspondente.

Contudo, as provas decorrentes da prisão em flagrante ilegal são consideradas


ilícitas.

CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE EM PREVENTIVA


O inciso II, do art. 310, do CPP, aponta
Anderson TiagoaMeneguelli
possibilidade Oliva
de o juiz converter a prisão em
flagrante em preventiva. andersontiago158@gmail.com
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Art. 310. (...), o juiz deverá, fundamentadamente:
(...)
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão;

A resposta é NÃO.

Após o advento do Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/19), não é possível a conversão


da prisão em flagrante em prisão preventiva, de ofício, pelo juiz.

Segundo a jurisprudência3:

3
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Depois da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), não é mais possível que o juiz, de ofício,
converta a prisão em flagrante em prisão preventiva (é indispensável requerimento). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6b5617315c9ac918215fc7514bef514b>. Acesso em: 11/08/2021

4
Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais possível
a conversão da prisão em flagrante em preventiva sem
provocação por parte ou da autoridade policial, do querelante,
do assistente, ou do Ministério Público, mesmo nas situações em
que não ocorre audiência de custódia.
(...)
STJ. 3ª Seção. RHC 131.263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 24/02/2021 (Info 686).
STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado
em 6/10/2020 (Info 994).

Contudo, o posterior requerimento da autoridade policial ou manifestação do


Ministério Público favorável à prisão preventiva supre o vício da decretação de ofício.

Nesse sentido4:

O posterior requerimento da autoridade policial pela


segregação cautelar ou manifestação do Ministério Público
favorável à prisão preventiva suprem o vício da inobservância
da formalidade de prévio requerimento.
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, julgado
em 11/03/2021 (Info 691).
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA
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O inciso III, do art. 310, do CPP, aponta a possibilidade de o juiz conceder a liberdade
provisória, com ou sem fiança.

Art. 310. (...), o juiz deverá, fundamentadamente:


(...)
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Na atual sistemática do processo penal, a concessão da liberdade provisória deve


ser a regra.

Assim, a segregação do agente somente deve ser decretada quando não for
possível conceder a liberdade, com ou sem medida cautelar.

4
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no entanto, que,
se logo depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a prisão, o vício de ilegalidade que maculava a custódia é
suprido. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b0285cbf334be23be58e7ff353af1af2>. Acesso em: 11/08/2021

5
SUMÁRIO
PRISÃO PREVENTIVA ........................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................................... 2
Características ............................................................................................................................. 3
Excepcionalidade .................................................................................................................................. 3
Prazo ........................................................................................................................................................ 3
Impossibilidade de Decretação de Ofício ......................................................................................... 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PRISÃO PREVENTIVA
CONCEITO
A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz, mediante
representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, jamais de ofício, em qualquer fase da persecução penal
(investigação policial ou ação penal), sempre que os requisitos legais estiverem
preenchidos.

O art. 311 do CPP traz previsão legal da prisão preventiva.

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do


processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz,
a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da autoridade policial.

De forma esquematizada:

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2
CARACTERÍSTICAS
EXCEPCIONALIDADE
A prisão preventiva é medida excepcional e só deve ser decretada quando as
demais cautelares se mostrarem ineficazes ao atender as hipóteses do art. 282, I e II, do
CPP.

Nesse sentido, é a previsão legal do art. 282, §6º, do CPP.

Art. 282, § 6º A prisão preventiva somente será determinada


quando não for cabível a sua substituição por outra medida
cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento
da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado
de forma fundamentada nos elementos presentes do caso
concreto, de forma individualizada.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO.

Conforme art. 313, §2º, do CPP, incluído pelo Pacote Anticrime, (Lei nº 13.964/19), é
vedada a decretação da preventiva com a finalidade de antecipar o cumprimento de
pena.

Art. 313, § 2º Não será admitida a decretação da prisão


preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento
de pena ou como decorrência imediata de investigação
criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.

PRAZO
O Código de Processo Penal não estabelece prazo de duração da prisão preventiva,
como ocorre com a prisão temporária.

É importante destacar a inclusão do parágrafo único do art. 316 do CPP pelo Pacote
Anticrimes (Lei nº 13.964/19), que prevê a necessidade de apreciação judicial da
manutenção da preventiva a cada 90 dias.

3
Art. 316, Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá
o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.

A resposta é NÃO.


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IMPOSSIBILIDADE DE DECRETAÇÃO DE OFÍCIO


Com o advento do Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/19), o juiz não pode decretar a
prisão preventiva de ofício durante o curso da persecução penal (investigação policial e
ação penal).

Sem dúvidas, é a alteração legislativa mais relevante advinda do Pacote Anticrimes.

Dessa forma, atualmente, a decretação da prisão preventiva depende de


representação da autoridade policial ou do requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do assistente, conforme art. 311 do CPP.

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do


processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz,
a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da autoridade policial.

4
SUMÁRIO
PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................ 2
Pressupostos ..................................................................................................................... 2
Introdução .................................................................................................................... 2
Garantia da Ordem Pública ...................................................................................... 2
Garantia da Ordem Econômica ............................................................................... 3
Conveniência da Instrução Criminal ........................................................................ 4
Garantia da Aplicação da Lei Penal ....................................................................... 4
Descumprimento de Medidas Cautelares ............................................................... 5
Princípio da Atualidade ................................................................................................. 6
Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/2019) ..................................................................... 6

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PRISÃO PREVENTIVA
PRESSUPOSTOS
INTRODUÇÃO
A prisão preventiva, como medida excepcional, exige o preenchimento dos
pressupostos legais de sua decretação, previstos no art. 312, caput, do CPP.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como


garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo
estado de liberdade do imputado.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA


Segundo a doutrina, a expressão “garantia da ordem pública” é indeterminada e,
por tal razão, torna-se difícil alcançar seu real significado.

Prevalece o entendimento de que a garantia da ordem pública está relacionada ao


risco considerável de reiteração criminosa do agente caso ele permaneça em liberdade.

Dessa forma, a prisão cautelar visa resguardar a sociedade da reiteração criminosa,


tendo em vista a periculosidade do agente.

2
A resposta é SIM.

Segundo a jurisprudência do STJ:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA


Em relação a esse pressuposto, a prisão preventiva busca evitar a reiteração da
prática de crimes associados à ordem econômica, por exemplo, contra a economia
popular ou contra o sistema financeiro nacional.

3
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
Segundo Renato Brasileiro 1 , a “prisão preventiva decretada com base na
conveniência da instrução criminal visa impedir que o agente perturbe ou impeça a
produção de provas”.

Vale registrar que não é a mera “conveniência” que enseja a decretação da prisão
cautelar, mas a necessidade ou a indispensabilidade da preventiva que justifica a medida.

GARANTIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL


A prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei penal tem fundamento no
receio justificado de que o agente se afaste do distrito da culpa, impedindo a execução
da pena imposta em eventual sentença condenatória2.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ:

1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.072
2
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 1.031

4
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS CAUTELARES
Caso o haja descumprimento das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares, é possível a decretação da prisão preventiva.

Nesse sentido, é o art. 312, §1º, do CPP.

Art. 312, § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada


em caso de descumprimento de qualquer das obrigações
impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).

Contudo, é importante destacar que, mesmo na hipótese de descumprimento das


cautelares, a decretação da preventiva não pode ser realizada de ofício pelo juiz.

Art. 282, § 4º No caso de descumprimento de qualquer das


obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério
Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a
medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso,
decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do
art. 312 deste Código.

5
PRINCÍPIO DA ATUALIDADE
PACOTE ANTICRIMES (LEI Nº 13.964/2019)
Nos termos do art. 312, §2º, do CPP, a decisão judicial que decreta a prisão preventiva
necessita ser motivada e com fundamentos contemporâneos à decisão.

Art. 312, § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve


ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência
concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

Dessa forma, não basta apenas a demonstração do risco da manutenção da


liberdade (periculum libertatis), mas da existência de fatos novos ou contemporâneos que
justifiquem a aplicação da medida cautelar (princípio da atualidade).

Por exemplo, a prática do peculato, se os fatos são pretéritos, por si só, não justifica a
prisão preventiva, mesmo que a descoberta do ilícito seja recente. É necessária a
demonstração de elementos atuais que justifiquem a prisão cautelar, como a tentativa de
ocultar o ganho ilícito.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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6
SUMÁRIO
PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................ 2
Hipóteses .......................................................................................................................... 2
Crimes Dolosos com Pena máxima Superior a 04 anos .......................................... 2
Reincidente em crime doloso .................................................................................... 3
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Criança, Adolescente, Idoso,
Enfermo ou Pessoa com Deficiência ........................................................................ 4
Dúvidas sobre a Identidade Civil ou não Fornecimento de Elementos
Suficientes para Esclarecimento ............................................................................... 6
Hipóteses em que não é autorizada a Prisão Preventiva ......................................... 6
Fundamentação ............................................................................................................. 7
Revogação da Prisão Preventiva ................................................................................. 8

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PRISÃO PREVENTIVA
HIPÓTESES
O art. 313 do CPP apresenta as hipóteses em que será possível a decretação da
prisão preventiva. Claro, desde que os pressupostos listados no artigo anterior estejam
presentes.

CRIMES DOLOSOS COM PENA MÁXIMA SUPERIOR A 04 ANOS


O art. 313, I, do CPP permite a prisão preventiva para os crimes dolosos, cuja pena
máxima seja superior a 04 anos.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
máxima superior a 4 (quatro) anos;

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Nos casos de concurso de crimes (dolosos), deve ser observado o resultado da pena
(cumulação ou exasperação) para aferir o requisito da pena máxima superior a 04 anos.

Por exemplo, se uma associação criminosa (pena máxima de 03 anos) mantém uma
vítima sob cárcere privado (pena máxima de 03 anos), é possível decretar a prisão
preventiva dos envolvidos, pois a soma das penas (concurso material) supera 04 anos.

2
REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO
O art. 313, II, do CPP, autoriza a decretação da prisão preventiva ao reincidente em
crime doloso.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação
Anderson da prisão
Tiagopreventiva: (Redação dada pela
Meneguelli Oliva
Lei nº 12.403, de 2011).
II - se andersontiago158@gmail.com
tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença
transitada em 031.721.292-33
julgado, ressalvado o disposto no inciso I
do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).

É importante ressaltar que na hipótese do inciso II não há necessidade de que a


infração penal praticada tenha pena máxima superior a 04 anos, contudo,
necessariamente, a reincidência deve ser específica em crime doloso.

De forma esquematizada:

3
Aliás, é possível a decretação da prisão preventiva para crime apenado com
detenção, desde que o agente seja reincidente em crime doloso, nesse sentido1:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER,


CRIANÇA, ADOLESCENTE, IDOSO, ENFERMO OU PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
O art. 313, III, do CPP autoriza a prisão preventiva em crimes que envolvam violência
doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É cabível prisão preventiva no crime de embriaguez ao volante quando se tratar de
réu reincidente com risco de reiteração delitiva. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/66cf21351023f60e092be950584699cb>. Acesso em:
14/08/2021

4
A resposta é NÃO.

Anderson
Segundo a jurisprudência do Tiago Meneguelli
STJ, a redação Oliva
do art. 313, III, do CPP prevê a
decretação da prisão preventiva em caso de crime.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Nesse sentido:

5
DÚVIDAS SOBRE A IDENTIDADE CIVIL OU NÃO FORNECIMENTO
DE ELEMENTOS SUFICIENTES PARA ESCLARECIMENTO
O art. 313, §1º, do CPP permite a prisão preventiva quando houver dúvidas sobre a
identidade civil da pessoa ou quando ela não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la.

Art. 313, § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando


houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,
andersontiago158@gmail.com
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade
após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
031.721.292-33
manutenção da medida.

É importante registrar que, tão logo esclarecida a identidade civil do indivíduo,


deverá ser posto em liberdade.

HIPÓTESES EM QUE NÃO É AUTORIZADA A PRISÃO PREVENTIVA


O Código de Processo Penal veda a prisão preventiva em casos de excludente de
ilicitude, conforme seu art. 314.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada


se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente
praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III

6
do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal.

Por outro lado, por expressa previsão legal (art. 312, caput, do CPP), a prisão
preventiva só é admitida para crimes, ou seja, não é aplicada para as contravenções
penais.

A resposta é NÃO.

Segundo a doutrina, com exceção da hipótese de inimputabilidade do art. 26,


caput, do Código Penal (doença mental ou desenvolvimento mental incompleto), não é
admitida a prisão preventiva nos casos de excludente de culpabilidade.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
A exceção do art. 26,andersontiago158@gmail.com
caput, do CP, decorre da possível periculosidade do indivíduo.
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FUNDAMENTAÇÃO
O art. 315, caput, do CPP exige que a decisão que decreta a prisão preventiva deve
ser devidamente motivada.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão


preventiva será sempre motivada e fundamentada.

Aliás, com o advento do Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/2019), o Código de Processo


Penal aponta um rol de situações em que a decisão judicial não será considerada
devidamente fundamentada.

Art. 315, § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão


judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

7
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo
julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA


O art. 316, caput, do CPP trata da revogação da prisão preventiva, nos seguintes
termos:

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar


a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do
processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem
como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

É interessante observar que, ao contrário do que ocorre na decretação, a revogação


da preventiva pode ocorrer de ofício pelo juiz, ou seja, sem provocação.

Por outro, evidentemente, a eventual nova decretação da prisão preventiva exigirá


Anderson Tiago Meneguelli Oliva
representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, querelante
ou assistente. andersontiago158@gmail.com
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8
SUMÁRIO
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89) .................................................................. 2
Conceito ...........................................................................................................................2
Requisitos ...........................................................................................................................2
Introdução .....................................................................................................................2
Imprescindível para a Investigação Policial .............................................................3
Ausência de Residência Fixa ou Não Esclarecimento da Identidade .................4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)

CONCEITO
A prisão temporária é uma espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz, no curso
da investigação policial, com prazo determinado, quando a restrição da liberdade do
investigado for indispensável para a obtenção de elementos de informação (autoria e
materialidade).

De forma esquematizada:

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REQUISITOS 031.721.292-33
INTRODUÇÃO
Em recente julgado (ADI 3360/DF e ADI 4109/DF), o STF apreciou os requisitos que
autorizam a prisão temporária.

Nesse sentido1:

1CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Requisitos estipulados pelo STF para a validade da decretação da prisão temporária.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/7bcbf838aad2d6d4f975380ee45ef8d8>. Acesso em:
15/03/2022

2
IMPRESCINDÍVEL PARA A INVESTIGAÇÃO POLICIAL
Conforme menção anterior, a prisão temporária deve ser indispensável para as
investigações do inquérito policial.

Nesse sentido:

Art. 1° Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do inquérito
policial;

Exemplos de indispensabilidade da prisão temporária: a ocultação de provas ou


ameaça às testemunhas pelo investigado.

Vale registrar que é ônus da investigação comprovar que, no caso concreto, o


agente está comprometendo a investigação.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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O motivo é simples. Se a prisão temporária tem como fundamento garantir o bom


andamento da investigação, não há motivo plausível para mantê-la se a investigação
chegou ao fim, inclusive com o recebimento da denúncia pelo juiz.

3
AUSÊNCIA DE RESIDÊNCIA FIXA OU NÃO ESCLARECIMENTO
DA IDENTIDADE
O inciso II do art. 1º da Lei nº 7.960/89 autoriza a prisão temporária quando o
investigado não tiver residência fixa ou quando não prestar informações a respeito de sua
identidade.

Art. 1° Caberá prisão temporária:


(...)
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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4
SUMÁRIO
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89) .................................................................. 2
Ausência de Residência Fixa ou Não Esclarecimento da Identidade .................2
Rol de Crimes que Admitem a Prisão Temporária ...................................................2
Justificada em Fatos Novos ou Contemporâneos ...................................................4
Adequação à Gravidade concreta do Crime ........................................................4
Ineficácia de outras medidas Cautelares.................................................................4
Características..................................................................................................................4
Fase Pré-Processual ......................................................................................................4
Provocação...................................................................................................................5
Prazo Determinado.......................................................................................................5
Separação dos Demais Presos....................................................................................7
Conversão em Prisão Preventiva ...................................................................................7

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)

AUSÊNCIA DE RESIDÊNCIA FIXA OU NÃO ESCLARECIMENTO


DA IDENTIDADE
O inciso II do art. 1º da Lei nº 7.960/89 autoriza a prisão temporária quando o
investigado não tiver residência fixa ou quando não prestar informações a respeito de sua
identidade.

Art. 1° Caberá prisão temporária:


(...)
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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ROL DE CRIMES QUE ADMITEM A PRISÃO TEMPORÁRIA


Inicialmente, é importante ressaltar que a prisão temporária só será decretada se
houver fundadas razões de autoria ou participação no crime investigado.

Por outro lado, é necessário dar atenção ao rol taxativo dos crimes que admitem a
prisão temporária, conforme art. 1º da Lei nº 7.960/89.

I - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer


prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação
do indiciado nos seguintes crimes:

2
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3
JUSTIFICADA EM FATOS NOVOS OU CONTEMPORÂNEOS
Além dos requisitos legais previstos na Lei nº 7.960/89, o STF condicionou a prisão
temporária à existência de fatos novos e contemporâneos.

Conforme leciona Márcio André Lopes Cavalcante 1 , trata-se do “princípio da


atualidade ou contemporaneidade, segundo o qual a urgência no decreto de uma
medida cautelar deve ser contemporânea à ocorrência do fato que gera os riscos que tal
medida pretende evitar”.

É um requisito introduzido pelo Pacote Anticrime à prisão preventiva, nos termos do


art. 312, §2º do Código de Processo Penal.

Art. 312, § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve


ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência
concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.

ADEQUAÇÃO À GRAVIDADE CONCRETA DO CRIME


Trata- se de outro requisito fixado pelo STF (Info 1043) e que tem fundamento no art.
282, II do Código de Processo Penal.
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Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser
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aplicadas observando-se a:
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(...)
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias
do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.

Nada mais é do que a observância do princípio da proporcionalidade.

INEFICÁCIA DE OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES


Não importará a prisão temporária se for possível alcançar o mesmo objetivo (garantir
o bom andamento da investigação policial) com outras medidas cautelares diversas da
prisão.

A restrição da liberdade cautelarmente é medida gravosa e só é cabível quando


indispensável.

CARACTERÍSTICAS
FASE PRÉ-PROCESSUAL
A prisão temporária só pode ser decretada durante a investigação criminal, ou seja,
é vedada no curso da ação penal.

1CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Requisitos estipulados pelo STF para a validade da decretação da prisão temporária.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/7bcbf838aad2d6d4f975380ee45ef8d8>. Acesso em:
15/03/2022

4
A resposta é SIM.

Segundo a jurisprudência e doutrina majoritária, é possível que o pedido de prisão


temporária seja fundamentado em procedimentos investigatórios diversos do inquérito
policial2.

PROVOCAÇÃO
A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, dependendo de
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, conforme
art. 2º da Lei nº 7.960/89.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da
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representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
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por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade.

Por outro lado, quando o pedido decorrer da representação policial, o juiz deverá
ouvir o Ministério Público antes de decidir.

Art. 2°, § 1° Na hipótese de representação da autoridade


policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

PRAZO DETERMINADO
A prisão temporária tem prazo determinado em lei, que é de 05 dias, prorrogável por
igual período.

2 Cunha, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. 4 ed. JusPodivm, 2021. Pág. 562.

5
A contagem do prazo se inicia com o efetivo cumprimento do mandado de prisão.

Art. 2º, § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de


prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.

É importante ressaltar que o prazo da prisão temporária não será, necessariamente,


de 05 dias, podendo ser decretada em menor tempo.

Aliás, cessadas as circunstâncias de sua decretação, o juiz poderá revogá-la


antecipadamente.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nos crimes hediondos (ou equiparados), a prisão temporária tem prazo de 30 dias
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(prorrogáveis por igual período), conforme art. 2º, §4º, da Lei nº 8.072/90.
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Art. 2º, § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei
no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste
artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.

De forma esquematizada:

É importante enfatizar que configura crime de abuso de autoridade a manutenção


da prisão temporária por prazo superior à ordem legal.

Nesse sentido, é o art. 12 da Lei nº 13.869/2019:

Art. 12. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:


I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão
temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a
decretou;
(...)

6
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de
prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de
segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
imediatamente após recebido ou de promover a soltura do
preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

SEPARAÇÃO DOS DEMAIS PRESOS


Por expressa previsão legal, o preso temporário deverá ser custodiado em local
separado dos demais presos.

Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,


obrigatoriamente, separados dos demais detentos.

CONVERSÃO EM PRISÃO PREVENTIVA


Nos termos do §7º do art. 2º, é possível a conversão da prisão temporária em
preventiva.

Art. 2º, § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a


autoridade responsável pela custódia deverá,
Anderson Tiago
independentemente Meneguelli
de nova Oliva judicial, pôr
ordem da autoridade
imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
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comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da
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decretação da prisão preventiva.

A resposta é NÃO.

7
Por expressa previsão legal, o prazo de encerramento do inquérito policial, quando
o investigado estiver preso, é de 10 dias, contando a partir da prisão em flagrante ou do
cumprimento da preventiva, conforme art. 10 do CPP.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o


indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Assim, caso o investigado estivesse preso temporariamente e sua prisão fosse


convertida em preventiva, o prazo de 10 dias para encerramento da investigação
contaria a partir desta decisão.

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8
SUMÁRIO
PRISÃO DOMICILIAR .......................................................................................................2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Hipóteses de Aplicação ....................................................................................................... 3
Prisão Domiciliar: CPP e LEP ................................................................................................. 7

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1
PRISÃO DOMICILIAR
CONCEITO
A prisão domiciliar é uma medida substitutiva da prisão preventiva e é empregada
por razões humanitárias e excepcionais, previstas no art. 318 do CPP.

Sua definição legal consta no art. 317 do CPP.

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do


indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela
ausentar-se com autorização judicial.

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A resposta é SIM.

Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ.

2
HIPÓTESES DE APLICAÇÃO
O art. 318 do CPP apresenta as hipóteses de admissibilidade da prisão domiciliar em
substituição da prisão preventiva.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela


domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doença
grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6
(seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011).
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do
filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.

De forma esquematizada:

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3
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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Segundo o STF, de início, deve se dar credibilidade à palavra da mãe.

Contudo, se persistir dúvidas acerca da veracidade da guarda, é possível a


elaboração de laudo social, sem prejuízo do cumprimento imediato da conversão em
prisão domiciliar.

Nesse sentido:

4
A resposta é SIM.

Segundo o STF, o fato de a mulher ser reincidente, por si só, não impossibilita a
conversão em prisão domiciliar.

Nesse sentido:

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Com o advento da Lei nº 13.769/2018, houve a inclusão do art. 318-A do CPP, que
trata da substituição da preventiva por prisão domiciliar, especificamente da mulher
gestante ou mãe de criança ou pessoa com deficiência.

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou


que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde
que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça
a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou
dependente. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).

Dessa forma, por exemplo, não é possível converter em prisão domiciliar a preventiva
decorrente do crime de abandono de incapaz (CP, art. 133) praticado pela mãe contra
seu filho.

Por outro lado, também não se admite a conversão da preventiva em prisão


domiciliar quando o crime cometido envolver violência ou grave ameaça, por exemplo,
o crime de roubo.

5
A resposta é SIM.

Segundo a jurisprudência do STJ, em situações excepcionais é possível que o juiz


negue a prisão domiciliar para a mulher gestante ou que seja mãe de criança ou pessoa
com deficiência.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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6
De forma esquematizada:

PRISÃO DOMICILIAR: CPP E LEP


Como dito anteriormente, a prisão domiciliar prevista no CPP não se confunde com
o instituto descrito na Lei de Execução Penal (LEP).
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido, esta modalidade de prisão domiciliar (LEP) autoriza que o preso em
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regime aberto cumpra sua pena em031.721.292-33
sua residência.

Os requisitos estão previstos no art. 117 da LEP.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de


regime aberto em residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.

7
SUMÁRIO
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO ....................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Jurisprudência ................................................................................................................ 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO

INTRODUÇÃO
A prisão cautelar é excepcional, devendo ser evitada sempre que for possível obter
o mesmo resultado prático por meio da decretação de outras medidas cautelares.

Nesse sentido, coube a Lei nº 12.403/2011 ampliar, significativamente, o rol das


medidas cautelares diversas da prisão, contidas nos arts. 319 e 320 do CPP.

Art. 319. São medidas cautelares diversas da


prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei
nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado dela permanecer
distante;
Anderson (Redação
Tiagodada pela Lei nº Oliva
Meneguelli 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
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permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou031.721.292-33
instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e
trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
de natureza econômica ou financeira quando houver justo
receio de sua utilização para a prática de infrações
penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código
Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem
judicial;
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada
pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do
território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para
entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

2
JURISPRUDÊNCIA

A resposta é SIM.

Nos termos do art. 282, §1º, do CPP, é possível aplicar as medidas cautelares isolada
ou cumulativamente.

Art. 282, §1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas


isolada ou cumulativamente.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

De fato, o Poder Judiciário tem competência para impor aos parlamentares medidas
cautelares previstas no art. 319 do CPP.

Contudo, se as medidas cautelares impossibilitarem, direta ou indiretamente, o


exercício do mandato, caberá à Casa do Congresso Nacional deliberar a respeito do
tema, podendo, inclusive, derrubar a decisão judicial.

3
Nesse sentido1:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, no entanto,
a respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/91e82999cf7e45da1070ebd673690716>. Acesso em:
24/08/2021

4
Segundo a jurisprudência do STJ 2 , é possível que o juízo de 1º grau decrete o
afastamento da função pública do vereador, não sendo necessária a autorização da
Câmara Municipal.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STJ, não é possível que o juiz determine, como medida
cautelar diversa da prisão, a incomunicabilidade entre pai e filho.

Nesse sentido3.

2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Possibilidade de juiz afastar vereador da função que ocupa . Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a89b71bb5227c75d463dd82a03115738>. Acesso
em: 24/08/2021
3
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não se pode determinar a incomunicabilidade entre pai e filho(a), mesmo eles sendo corréus.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4fe5149039b52765bde64beb9f674940>. Acesso em: 24/08/2021

5
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A resposta é SIM.

Em recente julgado, o STJ entendeu ser cabível a detração em favor do indivíduo


submetido à medida cautelar de recolhimento noturno com tornozeleira eletrônica.

Nesse sentido:

6
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7
SUMÁRIO
LIBERDADE PROVISÓRIA .......................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................... 2
Classificação .................................................................................................................. 3
Liberdade Provisória: Obrigatória ............................................................................. 3
Liberdade Provisória: Sem Fiança ............................................................................. 5

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1
LIBERDADE PROVISÓRIA

INTRODUÇÃO
Segundo Norberto Avena1, a liberdade provisória é “um instituto por meio do qual,
em determinadas situações, concede ao indivíduo o direito de aguardar em liberdade o
final do processo”.

Tem previsão constitucional, conforme art. 5º, LXVI, da CF/88.

Art. 5º, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,


quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

Nesse sentido, a regra deve ser a concessão da liberdade provisória, sendo certo que
o encarceramento só será cabível caso estejam presentes os requisitos que autorizam a
prisão preventiva, conforme art. 321 do CPP.

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da


prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória,
impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art.
319 deste Código e observados os critérios constantes do art.
282 deste Código.
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NATUREZA JURÍDICA 031.721.292-33
Para a doutrina majoritária, liberdade provisória tem 02 (duas) naturezas distintas:

1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 1.073

2
A liberdade provisória é uma alternativa ao encarceramento do indivíduo,
decorrente de uma prisão legal.

Por outro lado, o relaxamento da prisão decorre da atuação judicial diante de uma
prisão ilegal.

CLASSIFICAÇÃO
LIBERDADE PROVISÓRIA: OBRIGATÓRIA
Trata-se de hipóteses legais em que a liberdade provisória deve ser concedida
obrigatoriamente.
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São exemplos de liberdade provisória obrigatória:
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3
De forma esquematizada:

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Com o advento da Lei nº 13.964/2019, a nova redação do art. 310, §2º, do CPP, veda
a liberdade provisória para o agente reincidente ou que integre organização criminosa
armada ou milícia, ou que porte arma de fogo de uso restrito.

Art. 310, § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que


integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta
arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade
provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

4
LIBERDADE PROVISÓRIA: SEM FIANÇA
O Código de Processo Penal apresenta hipóteses em que o juiz poderá conceder a
liberdade provisória sem a fixação de fiança.

Um exemplo é a prisão em flagrante em que o agente tenha agido com base em


excludente de ilicitude, conforme art. 310, §1º, do CPP.

Art. 310, § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante,


que o agente praticou o fato em qualquer das condições
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a
todos os atos processuais, sob pena de
revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
13.964, de 2019)

Por outro lado, é cabível a liberdade provisória sem fiança quando o agente for
pobre, nos termos do art. 350, caput, do CPP.

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Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a
situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade
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provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e
328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.

5
SUMÁRIO
FIANÇA ..................................................................................................................... 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................... 2
Concessão de Fiança pela Autoridade Policial......................................................... 3
Valor da Fiança .............................................................................................................. 4

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1
FIANÇA

CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro 1 , a fiança é uma caução real destinada a garantir o
cumprimento das obrigações processuais do réu.

Nos termos do art. 330, caput, do CPP, a fiança consistirá em depósito de valores ou
bens.

Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em


depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos
da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em
hipoteca inscrita em primeiro lugar.

NATUREZA JURÍDICA
Após o advento da Lei nº 12.403/2011, além de ser condição de liberdade provisória
no caso de flagrante de crime afiançável, a fiança presta como medida cautelar
autônoma, conforme art. 319, §4º, do CPP.
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Art. 319, § 4o A fiança será aplicada de acordo com as
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disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada
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com outras medidas cautelares.

A fiança pode ser arbitrada em qualquer momento, ou seja, durante o inquérito


policial ou ação penal, desde que seja antes do trânsito em julgado.

Nesse sentido.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar


em julgado a sentença condenatória.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.170

2
CONCESSÃO DE FIANÇA PELA AUTORIDADE POLICIAL
Conforme art. 322, caput, do CPP, a autoridade policial poderá conceder fiança
quando a infração penal tiver pena máxima não superior a 04 anos.

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança


nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima
não seja superior a 4 (quatro) anos.

De forma esquematizada:

É importante observar que a autoridade policial não pode decretar outra medida
Anderson
cautelar prevista no art. 319 do CPP. Tiago Meneguelli Oliva
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A resposta é SIM.

Segundo o art. 24-A, §2º, da Lei Maria da Penha, somente o juiz poderá conceder
fiança ao crime de descumprimento de medida protetiva, apesar de sua pena máxima
ser de 02 anos.

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas


protetivas de urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil
ou criminal do juiz que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade
judicial poderá conceder fiança.

3
VALOR DA FIANÇA
A fiança deve evitar ser impossível de arcar para os pobres e, também, irrisória para
indivíduos que possuam alto poder aquisitivo.

Dessa forma, o art. 326 do CPP apresenta alguns parâmetros de fixação da fiança.

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá


em consideração a natureza da infração, as condições pessoais
de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias
indicativas de sua periculosidade, bem como a importância
provável das custas do processo, até final julgamento.

Tendo observado os parâmetros acima,

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a


conceder nos seguintes limites:
(...)
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de
infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não
for superior a 4 (quatro) anos;
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o
máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a
4 (quatro) anos. Tiago Meneguelli Oliva
Anderson
andersontiago158@gmail.com
De forma esquematizada: 031.721.292-33

O valor da fiança poderá ser dispensado, reduzido até dois terços ou aumentado até
1.000 vezes, conforme art. 325, §1º, do CPP.

§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a


fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).
I - dispensada, na forma do art. 350 deste
Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços);
ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.

4
De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

A resposta é NÃO.

O art. 325, §1º, I, do CPP, ao dispensar a fiança, faz referência ao art. 350, caput, o
qual afirma ser o juiz a autoridade competente para deixar de arbitrá-la.

Nesse sentido:

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a


situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade
provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e
328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.

5
SUMÁRIO
FIANÇA ..................................................................................................................... 2
Crimes Inafiançáveis...................................................................................................... 2
Fiança: Obrigações ....................................................................................................... 4
Quebra de Fiança ......................................................................................................... 4
Cassação da Fiança ..................................................................................................... 5
Reforço da Fiança ......................................................................................................... 6
Perda da Fiança ............................................................................................................ 6

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
FIANÇA

CRIMES INAFIANÇÁVEIS
A Constituição Federal apresenta rol de crimes que não admitem fiança, conforme
art. 5º, incisos XLII, XLIII e XLIV.

Art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e


imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional
e o Estado Democrático;

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Por outro lado, o Código de Processo Penal aponta outras hipóteses em que não será
possível o arbitramento da fiança, conforme art. 324 do CPP.

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:


I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo,
qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328
deste Código;
II - em caso de prisão civil ou militar;
III - (revogado);

2
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação
da prisão preventiva (art. 312).

Assim:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

A circunstância do crime não admitir o arbitramento da fiança (inafiançável) não


afasta a liberdade provisória, sendo possível sua concessão cumulada (ou não) com as
medidas cautelares diversas da prisão.

3
FIANÇA: OBRIGAÇÕES
A liberdade provisória com fiança impõe algumas obrigações ao afiançado,
conforme arts. 327 e 328, ambos, do CPP.

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a


comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for
intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o
julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será
havida como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de


quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia
permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais
de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela
autoridade o lugar onde será encontrado.

QUEBRA DE FIANÇA
A quebra da fiança ocorre quando1:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A consequência da quebra injustificada da fiança enseja a perda da metade do seu


valor, bem como a imposição de outras medidas cautelares ou a decretação da prisão
preventiva, conforme art. 343 do CPP.

Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na


perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a
imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a
decretação da prisão preventiva.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.175

4
Por outro lado, não será concedida nova fiança no processo em que houver sua
quebra, nos termos do art. 324, I, do CPP.

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:


I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo,
qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328
deste Código;

De forma esquematizada:

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CASSAÇÃO DA FIANÇA
A cassação da fiança pode ocorrer nas seguintes hipóteses:

Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie


será cassada em qualquer fase do processo.

Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida


a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na
classificação do delito.

De forma esquematizada:

5
A consequência da cassação da fiança é a devolução do valor ao afiançado.

REFORÇO DA FIANÇA
O reforço da fiança está previsto no art. 340 do CPP, nos seguintes termos:

Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:


I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II - quando houver depreciação material ou perecimento dos
bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais
ou pedras preciosas;
III - quando for inovada a classificação do delito.

Caso o indivíduo não realize o complemento:

Art. 340, Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não
for reforçada.

PERDA DA FIANÇA
Será decretada a perda da fiança
Anderson casoMeneguelli
Tiago o condenadoOliva
não compareça para o início
do cumprimento da pena definitivamente imposta, conforme art. 344 do CPP.
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Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança,
se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do
cumprimento da pena definitivamente imposta.

Coube ao art. 345 do CPP apontar o destino do valor da fiança, caso ocorra a perda
da fiança.

Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as


custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será
recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

Após a dedução dos valores relativos aos encargos (multa, custas, etc), o valor
remanescente será devolvido a quem tenha prestado a fiança, conforme art. 347 do CPP.

6
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será
entregue a quem houver prestado a fiança, depois de
deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.

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7
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL ........................................................................................................... 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Classificação .................................................................................................................. 2
Ação Penal Pública .................................................................................................... 2
Ação Penal Privada ................................................................................................... 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL

CONCEITO
A ação penal é o processo judicial que serve de instrumento para o exercício do
direito do Estado em punir.

CLASSIFICAÇÃO
A doutrina utiliza como parâmetro de classificação das ações penais a legitimidade
ativa, ou seja, leva-se em consideração o seu titular.

Nesse sentido, a ação penal pública tem como titular o Ministério Público, ao passo
que a ação penal privada é de titularidade da vítima (ou seu representante legal).

De forma esquematizada:

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AÇÃO PENAL PÚBLICA


A ação penal pública, cujo titular é o Ministério Público, admite a seguinte subdivisão:

2
A ação penal pública subsidiária da pública ocorre quando a inércia do titular da
ação penal autoriza que outro legitimado ofereça a denúncia.

É importante ressaltar que não se trata de hipótese prevista no art. 29 do CPP (ação
penal privada subsidiária da pública), pois o novo titular continua sendo o Ministério
Público.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Por exemplo, no âmbito eleitoral, caso o membro do Ministério Público não ofereça
a denúncia no prazo legal, o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro
promotor para oferecê-la, conforme art. 357, §§ 3º e 4º, do Código Eleitoral.

Art. 357, § 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a


denúncia no prazo legal representará contra ele a autoridade
judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.

§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz


solicitará ao Procurador Regional a designação de outro
promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.

3
De formar esquematizada:

AÇÃO PENAL PRIVADA


A ação penal privada, cujo titular
Anderson Tiagoé aMeneguelli
própria vítima ou seu representante legal,
Oliva
admite a seguinte subdivisão:
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4
Segundo a doutrina, na ação penal privada subsidiária da pública, a legitimidade é
concorrente do Ministério Público e do ofendido (ou seu representante legal).

Nesse sentido, a inércia do Ministério Público em oferecer a denúncia no prazo legal


permite ao ofendido apresentar a queixa-crime.

Contudo, mesmo diante do oferecimento da queixa-crime, o Ministério Público pode


repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, conforme art. 29 do CPP.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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5
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PÚBLICA .......................................................................................................................... 2
Ação Penal Pública Incondicionada ............................................................................................ 2
Conceito ........................................................................................................................................... 2
Regra Geral...................................................................................................................................... 3
Ação Penal Pública Condicionada ............................................................................................... 3
Conceito ........................................................................................................................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PÚBLICA

AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA


CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, a ação penal pública incondicionada é aquela em que
o Ministério Público é o titular, podendo instaurar o processo criminal independente da
manifestação de vontade de qualquer pessoa e até mesmo contra a vontade expressa ou
tácita da vítima ou de seu representante legal.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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O processo judicialiforme ocorre quando a autoridade judicial dá início ao processo


penal de ofício, hipótese não recepcionada pela Constituição de 1988.

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 332

2
REGRA GERAL
Em regra, os crimes são processados por meio da ação penal pública
incondicionada, conforme art. 100 do Código Penal.

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei


expressamente a declara privativa do ofendido.

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA


CONCEITO
Segundo Norberto Avena2, na ação penal pública condicionada, o oferecimento da
denúncia vincula-se à preexistência de manifestação de vontade da vítima (ou de se
representante legal) ou de requisição do Ministro da Justiça.

Nesse sentido:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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De forma esquematizada:

2 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 332

3
A resposta é NÃO.

Segundo o art. 5º, §4º, do CPP, o inquérito policial, nos crimes de ação penal pública
condicionada, não poderá ser instaurado de ofício.

Art. 5º, § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública


depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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4
SUMÁRIO
Ação Penal Pública ............................................................................................................................... 2
Representação ................................................................................................................................... 2
Conceito ........................................................................................................................................... 2
Legitimidade para a Representação ........................................................................................ 5
Destinatário da Representação .................................................................................................. 7

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PÚBLICA

REPRESENTAÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, a representação é a manifestação do ofendido ou de seu
representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do
fato delituoso.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, a representação não exige


formalidade, bastando Anderson
que haja aTiago
manifestação de vontade
Meneguelli Oliva da vítima ou de seu
representante legal, demonstrando a intenção de ver o autor do fato delituoso
andersontiago158@gmail.com
processado criminalmente.
031.721.292-33

Nesse sentido:

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 334

2
Inicialmente, é importante ressaltar que o Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/2019)
alterou a natureza da ação penal do crime de estelionato (art. 171 do CP).

Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação,


salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
IV Anderson
- maior de Tiago70 Meneguelli
(setenta) anos Oliva de idade ou
incapaz. andersontiago158@gmail.com
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
031.721.292-33
Não há dúvidas de que, para o estelionato praticado após o advento do Pacote
Anticrimes, a persecução penal dependerá de representação da vítima ou de seu
representante legal.

Contudo, para os crimes praticados antes da alteração legislativa e já oferecida a


denúncia, há divergência nos Tribunais Superiores.

Assim, para o STJ não há necessidade de representação:

3
Por outro lado, as Turmas do STF apontam entendimento divergente:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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4
LEGITIMIDADE PARA A REPRESENTAÇÃO
A legitimidade para representar na ação penal pública condicionada está prevista
no art. 39 do CPP.

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,


pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do
Ministério Público, ou à autoridade policial.

No caso de morte da vítima, a legitimidade cabe aos indivíduos elencados no art. 24,
§1º, do CPP.

Art. 24, § 1o No caso de morte do ofendido ou quando


declarado ausente por decisão judicial, o direito de
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

5
Apesar de corrente doutrinária entender que a legitimidade do companheiro seria
hipótese de analogia in malam partem, afinal, há reflexos no direito de punir do Estado,
prevalece o entendimento de que o companheiro é sucessor no direito de representação.

Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Segundo a doutrina 2 , incialmente, a legitimidade é conferida ao cônjuge e, em


seguida, aos demais legitimados, ou seja, ascendentes, descendentes e irmãos.

Vale registrar que, havendo divergência entre os sucessores, deve prevalecer a


vontade daquele que deseja dar início à persecução penal.

2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 338

6
Por exemplo, se o cônjuge não tem interesse em representar e, inclusive, é contrário
a tal manifestação. Ainda assim, se um dos demais sucessores quiser, deve prevalecer a
persecução penal.

DESTINATÁRIO DA REPRESENTAÇÃO
Conforme art. 39 do CPP, a representação é destinada ao juiz, ao Ministério Público
ou à autoridade policial.

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,


pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do
Ministério Público, ou à autoridade policial.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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7
SUMÁRIO
Ação Penal Pública ............................................................................................................................... 2
Prazo Decadencial......................................................................................................................... 2
Retratação da Representação ................................................................................................... 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PÚBLICA

PRAZO DECADENCIAL
O art. 38, caput, do CPP apresenta o prazo decadencial para que a vítima ou seu
representante legal ofereça representação.

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu


representante legal, decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime,
ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o
oferecimento da denúncia.

Anderson
O prazo decadencial Tiago
tem natureza Meneguelli
penal Oliva
(material). Por essa razão, não se prorroga
e o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
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Nesse sentido:

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.


Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Por outro lado, é importante destacar que o decurso do prazo decadencial tem início
a partir do dia em que a vítima souber quem é o autor do crime.

De forma esquematizada:

2
A resposta é SIM.

O art. 236, parágrafo único, do CP afirma que o direito de queixa da vítima do crime
de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento só pode ser exercido depois
de transitar em julgado a sentença que anule o casamento.

Art. 246, Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do


contraente enganado e não pode ser intentada senão depois
de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou
impedimento, anule o casamento.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Conforme a doutrina, no crime continuado, o prazo decadencial deve ser contado


individualmente, ou seja, tem início à medida que o ofendido toma ciência da autoria de
cada um dos delitos.

Por outro lado, em relação ao crime permanente, há polêmica, pois parte da


doutrina entende que o prazo decadencial tem início a partir do momento em que a
vítima toma ciência de quem é o autor do fato e, outra parte, da cessação da
permanência.

De forma esquematizada:

3
Segundo a doutrina1, o prazo decadencial flui apenas para o representante legal.
Assim, esgotado o prazo, não poderá exercer a representação.

Contudo, em relação ao menor de 18 anos e o mentalmente incapaz, seu prazo


corre, respectivamente, a partir de sua maioridade ou de sua recuperação da
enfermidade.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, menor de idade, é vítima de crime contra sua honra.
Contudo, seu representante legal não exerce a representação no prazo decadencial.
Quando “A” completar 18 anos, na condição de vítima, terá início seu prazo decadencial.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
O Código de Processo Penal admite a retratação da representação, conforme art.
25 do CPP.

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a


denúncia.

Contudo, há limite temporal para o exercício da retratação que é o oferecimento da


denúncia.

Para facilitar a compreensão:

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 253

4
A resposta é SIM.

Prevalece na doutrina e jurisprudência de que é possível que a vítima ou seu


representante legal apresente nova representação, mesmo que tenha se retratado da
anterior.

Entretanto, é importante respeitar o prazo decadencial de 06 meses a contar da


ciência de quem foi o autor do crime.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Nos termos do art. 16 da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), a vítima pode se
retratar, mas a renúncia deverá ser feita perante o juiz, em audiência designada para essa
finalidade.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à


representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes
do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

É importante salientar que, no rito da Lei Maria da Penha, a retratação é cabível até
o recebimento da denúncia.

De forma esquematizada:

5
A resposta é SIM.

De acordo com a jurisprudência do STJ, ainda que haja manifestação no sentido de


se retratar da representação, no âmbito da Lei Maria da Penha, a audiência prevista em
seu art. 16 deverá ocorrer.
Nesse sentido.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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6
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PÚBLICA............................................................................................ 2
Requisição do Ministro da Justiça ................................................................................ 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Prazo para Requisição ................................................................................................ 2
Destinatário .................................................................................................................. 2
Retratação ................................................................................................................... 2
Comparativo ................................................................................................................ 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PÚBLICA
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
CONCEITO
Segundo Norberto Avena 1 , os crimes de ação penal pública condicionada à
requisição do Ministro da Justiça são aqueles nos quais o exercício da ação penal está
relacionado à conveniência política em vê-los apurados ou não.

Como exemplo de crimes processados por meio de ação penal pública


condicionada à requisição do Ministro da Justiça, crimes contra a honra contra o
Presidente da República e contra chefe de governo estrangeiro (CP, art. 141, I).

PRAZO PARA REQUISIÇÃO


Ao contrário do que ocorre na representação, não há prazo decadencial para a
requisição do Ministro da Justiça, podendo fazê-lo até que ocorra a prescrição.

DESTINATÁRIO
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
A requisição do Ministro da Justiça deve ser direcionada ao Chefe do Ministério
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Público, ou seja, o Procurador-Geral de Justiça ou Procurador-Geral da República.
031.721.292-33

RETRATAÇÃO
Há polêmica acerca da possibilidade de retratação de requisição do Ministro da
Justiça.

No entanto, prevalece o entendimento de que é possível a retratação enquanto não


for oferecida a denúncia, nos moldes previstos no art. 25 do CPP.

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 253

2
COMPARATIVO
Para facilitar a assimilação do conteúdo:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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3
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PÚBLICA............................................................................................ 2
Princípios da Ação Penal Pública ................................................................................. 2
Princípio da Obrigatoriedade .................................................................................... 2
Princiípio da Indisponibilidade ................................................................................... 3
Princípio da Divisibilidade ........................................................................................... 4
Princípio da Oficialidade ............................................................................................ 5

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PÚBLICA
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
O princípio da obrigatoriedade afirma que, havendo indícios de autoria e
materialidade e ausentes causas extintivas de punibilidade, o Ministério Público não pode
deixar de ajuizar a ação penal.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
É importante destacar que o princípio da obrigatoriedade não é absoluto, existindo,
031.721.292-33
portanto, exceções à sua aplicabilidade.

Dentre as principais exceções, destacam-se:

2
No âmbito dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM), há a possibilidade de se firmar
a transação penal, que permite ao Ministério Público deixar de propor a ação penal e
oferecer ao autor do fato a aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Dessa forma, diz-se que o JECRIM adota o princípio da obrigatoriedade mitigada,


também conhecida como discricionariedade regrada.

PRINCIÍPIO DA INDISPONIBILIDADE
Segundo o princípioAnderson
da indisponibilidade, uma vez ajuizada
Tiago Meneguelli Olivaa ação penal, o Ministério
Público não pode desistir dela, nos termos do art. 42 do CPP.
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Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

É interessante observar que o princípio da indisponibilidade está intimamente


relacionado ao princípio da obrigatoriedade, pois para aquele o MP não pode deixar de
propor a ação penal e, para este, uma vez proposta, não poderá desistir dela.

De forma esquematizada:

Por outro lado, o princípio da indisponibilidade também é aplicável ao recurso penal,


pois nos termos do art. 576 do CPP:

Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que


haja interposto.

3
Como exceção ao princípio da indisponibilidade da ação penal pública, tem-se a
suspensão condicional do processo, prevista no art. 89 da Lei nº 9.099/95.

PRINCÍPIO DA DIVISIBILIDADE
Apesar de corrente em sentido contrário, prevalece o que vigora o princípio da
divisibilidade na ação penal pública.

Dessa forma, peloAnderson


princípio daTiago
divisibilidade, o Ministério
Meneguelli Oliva Público pode oferecer
denúncia contra apenas andersontiago158@gmail.com
parte dos investigados, sem prejuízo de, futuramente, propor a
ação penal quanto aos demais.
031.721.292-33
Nesse sentido:

4
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
Segundo Renato Brasileiro1, o princípio da oficialidade preceitua que a legitimidade
para a persecução penal recai sobre órgãos do Estado, tanto na fase pré-processual,
quanto na fase processual.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 332

5
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PRIVADA........................................................................................... 2
Ação Penal Privada ....................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Legitimado ................................................................................................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PRIVADA

AÇÃO PENAL PRIVADA


CONCEITO
A ação penal privada é aquela em que o Estado transfere a legitimidade de sua
propositura à vítima (ou representante legal).

Em tal modalidade, a ação penal é instrumentalizada por meio da queixa-crime.

De forma esquematizada:

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A ação penal privada personalíssima só pode ser proposta pelo ofendido. Dessa
forma, não é possível a sucessão em caso de morte.

Como exemplo, é o crime do art. 236, parágrafo único, do Código Penal.

2
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o
outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja
casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do


contraente enganado e não pode ser intentada senão depois
de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou
impedimento, anule o casamento.

LEGITIMADO
Nos termos do art. 30 do CPP, a ação penal privada poderá ser proposta pelo
ofendido ou representante legal.

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para


representá-lo caberá intentar a ação privada.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Em caso de morte do ofendido, há possibilidade de sucessão, conforme art. 31 do


CPP.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado


ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.

Devendo, inclusive, ser obedecida a ordem de preferência constante no art. 36 do


CPP.

Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de


queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente
mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31,
podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso
o querelante desista da instância ou a abandone.

3
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PRIVADA ........................................................................................... 2
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública ................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Ofendido Determinado ............................................................................................. 2
Prazo............................................................................................................................. 3
Inércia do Ministério Público ...................................................................................... 3
Atuação do Ministério Público .................................................................................. 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PRIVADA

AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA


CONCEITO
A ação penal privada subsidiária da pública ocorre quando o Ministério Público, por
inércia, deixa de oferecer a denúncia, autorizando que o ofendido proponha queixa-
crime substitutiva, conforme art. 29 do CPP.

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação


pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como
parte principal.

Aliás, a própria Constituição prevê essa modalidade de ação penal.

Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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OFENDIDO DETERMINADO
Segundo a doutrina, a ação penal privada subsidiária só é cabível quando for
possível identificar o ofendido, ou seja, tipos penais que não apontam uma vítima
determinada não admitem a ação substitutiva, por exemplo, crimes de perigo abstrato
(tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo).

Contudo, há exceções em que é admitida a ação penal privada subsidiária em


crimes vagos1:

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 266

2
PRAZO
A ação penal privada subsidiária da pública está sujeita ao prazo decadencial de 06
meses.

Contudo, o prazo começa a fluir a partir do fim do prazo para o oferecimento da


denúncia pelo Ministério Público.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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INÉRCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO


É importante observar que é a omissão ministerial que autoriza o oferecimento da
queixa-crime substitutiva.

Dessa forma, o arquivamento do inquérito policial não autoriza que o ofendido,


contrariado, ajuíze a ação penal privada subsidiária da pública, conforme jurisprudência
pacífica dos Tribunais Superiores.

3
Segundo a jurisprudência 2 , somente as diligências consideradas imprescindíveis
poderiam impedir o ajuizamento da ação penal privada subsidiária.

Dessa forma, se o Ministério Público requisitar diligências apenas protelatórias à


autoridade policial, o ofendido poderá oferecer a queixa-crime.

ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO


O Ministério Público, mesmo diante da ação penal privada subsidiária da pública,
desempenha importante função, conforme art. 29 do CPP.

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação


pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como
parte principal.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Na ação penal privada subsidiária da pública, a negligência do querelante não


importará em perempção, contudo autorizará que o Ministério Público retome a ação
penal. Esse fenômeno é conhecido como ação penal indireta.

2 HC 74.276/RS, STF, 23/02/2011

4
SUMÁRIO
AÇÃO PENAL PRIVADA..............................................................................................................2
Princípios da Ação Penal Privada ......................................................................................................... 2
Princípio da Oportunidade ................................................................................................................ 2
Princiípio da Disponibilidade ............................................................................................................ 2
Princípio da Indivisibilidade .............................................................................................................. 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
AÇÃO PENAL PRIVADA
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
O princípio da oportunidade afirma que cabe à vítima (ou ao representante legal)
decidir sobre a conveniência de propor a ação penal privada.

PRINCIÍPIO DA DISPONIBILIDADE
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
O princípio da disponibilidade decorre do princípio da oportunidade, contudo incide
andersontiago158@gmail.com
no curso da ação penal privada.
031.721.292-33
A doutrina aponta 02 hipóteses em que o querelante pode desistir da ação penal:

2
PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE
Segundo Norberto Avena1 , o princípio da indivisibilidade “significa que, embora o
ofendido não esteja obrigado a intentar a ação penal, se o fizer, deverá ajuizá-la contra
todas as pessoas que concorreram para a prática do crime imputado".

Nesse sentido:

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará


ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua
indivisibilidade.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em


relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


Caso a omissão sejaandersontiago158@gmail.com
involuntária, o Ministério Público deverá intimar o querelante
para que proceda ao aditamento da queixa-crime para incluir os demais coautores e
031.721.292-33
partícipes.

Se o querelante deixar de aditar a peça inaugural, será declarada extinta a


punibilidade de todos os envolvidos na infração penal.

Nesse sentido2:

1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 257
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Princípio da indivisibilidade da ação penal privada: omissão voluntária e involuntária. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/23d2e1578544b172cca332ff74bddf5f>.
Acesso em: 10/09/2021

3
SUMÁRIO
PROVAS ................................................................................................................................ 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Conceito .................................................................................................................................. 2
Espécies ....................................................................................................................................... 2
Provas: Diretas e Indiretas ....................................................................................................... 2
Provas: Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas ................................................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PROVAS
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, prova é “o conjunto de elementos produzidos pelas partes
ou determinados pelo juiz visando à formação do convencimento quanto a atos, fatos e
circunstâncias”.

Os elementos de informação são colhidos no curso da investigação preliminar e não


são submetidos ao crivo do contraditório.

Nesse sentido, o juiz não pode fundamentar a sentença condenatória


exclusivamente nos elementos de informação,
Anderson conforme art.
Tiago Meneguelli 155 do CPP.
Oliva
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Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
031.721.292-33
prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.

ESPÉCIES
PROVAS: DIRETAS E INDIRETAS
A prova direta é aquela que demonstra o fato por si só, ou seja, com apenas uma
única análise lógica, como exemplo, a doutrina cita o depoimento da testemunha que
presenciou o ato criminoso.

Por outro lado, prova indireta¸ segundo Norberto Avena 2 , é aquela que não
demonstra, diretamente, determinado ato ou fato, mas que permite deduzir tais
circunstâncias a partir de um raciocínio lógico irrefutável, como exemplo, o álibi.

De forma esquematizada:

1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 472
2
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 474

2
PROVAS: CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS E ANTECIPADAS
Essa classificação se refere às provas produzidas no curso da fase pré-processual, mas
que são aptas a fundamentar a decisão judicial, conforme art. 155 do CPP.

Segundo Renato Brasileiro3:

1. PROVAS CAUTELARES - São aquelas em que há risco de desaparecimento do


objeto da prova em razão do decurso do tempo. Por exemplo, é a
interceptação telefônica;
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
2. PROVAS NÃO andersontiago158@gmail.com
REPETÍVEIS – São aquelas que, uma vez produzidas, não há a
possibilidade de serem coletadas novamente, em virtude
031.721.292-33 do
desaparecimento, destruição ou perecimento da fonte probatória. Por
exemplo, o exame de corpo de delito em crime de lesão corporal leve;

3. PROVAS ANTECIPADAS – São aquelas produzidas com a observância do


contraditório real, perante autoridade judicial, em momento processual
distinto daquele legalmente previsto, em virtude de urgência e relevância.
Como exemplo, depoimento de testemunha moribunda;

De forma esquematizada:

3
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 658

3
A resposta é NÃO.

O tema, inclusive, é objeto de súmula do STJ.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Nesse caso, prevalece que SIM.

Nesse sentido:

4
SUMÁRIO
PROVAS ................................................................................................................................ 2
Provas: Nominadas e Inominadas ............................................................................................ 2
Prova Emprestada .................................................................................................................... 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PROVAS
PROVAS: NOMINADAS E INOMINADAS
A prova nominada é aquela descrita em lei, ainda que não contemple seu
procedimento. Como exemplo, a doutrina cita a reconstituição do crime (CPP, art. 7º).

Por outro lado, a prova inominada é aquela que não consta no ordenamento jurídico
e, desde que lícita, é admitida no processo penal.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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PROVA EMPRESTADA 031.721.292-33
A prova emprestada é aquela produzida em um determinado processo e que vem a
ser aproveitada em outro.

O fundamento de validade da prova emprestada é a economia processual, bem


como o princípio da busca da verdade possível, na medida em que, muitas vezes, não é
possível produzi-la novamente.

O tema é polêmico.

Há corrente que aponta a natureza de prova documental para a prova emprestada,


posição que entendo ser majoritária. Nesse sentido, Norberto Avena.

Por outro lado, há quem defenda a manutenção da mesma natureza que detinha no
processo original. Nesse sentido, Renato Brasileiro.

2
A resposta é SIM.

Segundo a jurisprudência do STJ, é admissível a prova emprestada contra quem não


figurou no processo originário, desde que seja assegurado o contraditório no processo para
a qual será utilizada.

Nesse sentido1:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
https://www.dizerodireito.com.br/2014/09/prova-emprestada-oriunda-de-processo-no.html

3
A resposta é SIM.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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031.721.292-33

4
SUMÁRIO
PROVAS ................................................................................................................................ 2
Fonte de Prova, Meio de Prova e Meio de Obtenção de Prova .................................................... 2
Indício ......................................................................................................................................... 3
Conceito .................................................................................................................................. 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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031.721.292-33

1
PROVAS
FONTE DE PROVA, MEIO DE PROVA E MEIO DE OBTENÇÃO DE
PROVA
A fonte de prova é de onde se consegue a prova, que pode ser pessoas (fontes
pessoais) ou coisas (fontes reais).

Como exemplo, as pessoas que presenciaram o crime são fontes de prova, pois
poderão prestar depoimento como testemunhas.

O meio de prova é a própria prova, ou seja, o elemento que serve de fundamento


para o convencimento do juiz.

Por exemplo, o laudo pericial é um meio de prova e pode ser utilizado como
informação válida a comprovar a materialidade delitiva.

Por outro lado, o meio de obtenção de prova é o procedimento utilizado para adquirir
a prova. Dessa forma, não é apto, por si só, ao convencimento do juiz.

Como exemplo, cita-se a colaboração premiada que, sozinha, não pode


fundamentar a condenação criminal.

Anderson
De forma esquematizada: Tiago Meneguelli Oliva
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2
INDÍCIO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, indício é um fato provado que permite, por inferência,
concluir pela ocorrência de outro fato, ou seja, sinônimo de prova indireta.

Nesse sentido, é o art. 239 do CPP.

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e


provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução,
concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

O tema é bastanteAnderson
polêmico. Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Prevalece o entendimento 031.721.292-33
de que apenas excepcionalmente é possível a
condenação criminal com base apenas em indícios e presunções.

Nesse sentido, ainda que o sistema processual tenha adotado a persuasão racional
do juiz (CPP, art. 155, caput), deve ser observado o princípio da presunção de inocência.

1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 658

3
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Ônus da Prova ................................................................................................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Ônus da Prova no Processo Penal ............................................................................ 2
Produção de Prova de Ofício pelo Juiz ................................................................... 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PROVAS

ÔNUS DA PROVA
CONCEITO
Inicialmente, o ônus representa uma faculdade conferida à parte de realizar algo que
lhe permita ter uma condição mais favorável no processo.

Como exemplo, a parte pode deixar de recorrer da decisão condenatória, contudo


terá que suportar as consequências da pena imposta.

Dessa forma, o ônus não se confunde com uma obrigação que, se não adimplida,
configura uma conduta ilícita.

No processo penal, o ônus da prova é previsto no art. 156, caput, do CPP.

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,


porém, facultado ao juiz de ofício:

Assim, o ônus da prova é o encargo que as partes têm de comprovar suas alegações
em juízo, sob pena de ter que suportar a decisão judicial desfavorável às suas teses.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL
031.721.292-33
No processo penal, apesar do princípio in dubio pro reo, o ônus da prova não é
exclusivo da acusação, conforme art. 156, caput, do CPP.

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,


porém, facultado ao juiz de ofício:

Nesse sentido, cabe à acusação comprovar a existência do fato típico e o elemento


subjetivo (fatos constitutivos), ao passo que, para a defesa, incumbe demonstrar fatos
extintivos, tais como excludentes de ilicitude, culpabilidade ou de extinção de
punibilidade.

De forma esquematizada:

2
A prova diabólica é aquela impossível ou excessivamente difícil de ser produzida
pela parte, como exemplo, a comprovação de fato negativo (e.g. provar que não é
culpado).

No processo penal, é vedada a imposição de prova diabólica em desfavor do réu.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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3
PRODUÇÃO DE PROVA DE OFÍCIO PELO JUIZ
O art. 3º-A do CPP, com redação dada pelo Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/19),
afirma que:

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a


iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da
atuação probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

Nesse sentido, o legislador vedou a atuação probatória, de ofício, pelo juiz na fase
de pré-processual.

Contudo, ainda persiste a polêmica acerca da possibilidade de o juiz produzir provas


de ofício na fase processual, conforme aduz o art. 156, II, do CPP.

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,


porém, facultado ao juiz de ofício:
(...)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre
ponto relevante.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


Há corrente doutrinária que alega a incompatibilidade da atuação de ofício do juiz
com o sistema acusatório.andersontiago158@gmail.com
Nesse sentido, Renato Brasileiro1.
031.721.292-33
Enfim, ou a produção de provas é tarefa das partes e se está
diante de um modelo acusatório (...) ou é do juiz (...), e se está
diante de modelo diverso, qual seja, o inquisitório.

Por outro lado, há quem defenda a atuação probatória do juiz de forma


excepcional, em apreço ao princípio da verdade real. Nesse sentido, Norberto Avena2.

Compreende-se, enfim, possível, que o juiz ordene a realização


oficiosa de provas, condicionando-se esta faculdade, contudo,
a que esta deliberação judicial tenha o objetivo de sanar dúvida
surgida a partir das provas requeridas ou trazidas pelas partes,
com que, não haverá qualquer incompatibilidade com o
sistema acusatório (...)

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 106
2 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 484

4
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Sistemas Processuais ...................................................................................................... 2
Sistema Inquisitorial ..................................................................................................... 2
Sistema Acusatório ..................................................................................................... 2
Sistema Misto (ou Francês) ........................................................................................ 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PROVAS

SISTEMAS PROCESSUAIS
SISTEMA INQUISITORIAL
O sistema inquisitorial é caracterizado pela concentração das funções de acusar,
defender e julgar na pessoa do juiz.

Trata-se de modelo típico de sistemas ditatoriais e incompatível com os direitos e


garantias fundamentais.

SISTEMA ACUSATÓRIO
O sistema acusatório é caracterizado pela separação das funções de acusar,
defender e julgar, ficando, esta, a cargo de um juiz imparcial.

É o sistema processual adotado no Brasil.

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SISTEMA MISTO (OU FRANCÊS)


Trata-se de um modelo intermediário entre os sistemas acusatório e inquisitorial.

Segundo Renato Brasileiro1:

É chamado de misto porquanto abrange duas fases processuais


distintas: a primeira fase é tipicamente inquisitorial, destituída de
publicidade e ampla defesa, com instrução escrita e secreta,
sem acusação e, por isso, sem contraditório. (...) Na segunda
fase, de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a
acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra,
a publicidade, a oralidade, a isonomia processual e o direito de
manifestar-se a defesa depois da acusação.

De forma esquematizada:

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 45

2
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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3
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Sistemas de Avaliação da Prova ................................................................................. 2
Conceito e Espécies ................................................................................................... 2
Sistema da Íntima Convicção ................................................................................... 2
Sistema da Prova Tarifada ......................................................................................... 3
Sistema do Livre Convencimento Motivado ........................................................... 3
Comparativo ............................................................................................................... 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PROVAS

SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA


CONCEITO E ESPÉCIES
O sistema de avaliação da prova é a forma que o juiz apreciará as provas produzidas
para o julgamento.

A doutrina apresenta 03 teorias distintas:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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SISTEMA DA ÍNTIMA CONVICÇÃO

Segundo Renato Brasileiro1, o sistema da íntima convicção é aquele em que o juiz é


livre para valorar as provas, inclusive aquelas que não se encontram nos autos, não sendo
obrigado a fundamentar seu convencimento.

É o sistema adotado no Tribunal do Júri, conforme se verifica do art. 5º, XXXVIII, da


Constituição Federal.

Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a


organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida;

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 681

2
SISTEMA DA PROVA TARIFADA
O sistema da prova tarifada (certeza moral do legislador ou da prova legal) é aquele
em que o legislador preestabelece o valor probatório do meio de prova.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Em regra, o sistema da prova tarifada não é adotado no processo penal, mas há
hipóteses específicas em que se admite sua aplicação.

Art. 155, parágrafo único. Somente quanto ao estado das


pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da


certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público,
declarará extinta a punibilidade.

SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO


Segundo Renato Brasileiro2, o sistema do livre convencimento motivado (persuasão
racional) é aquele em que o magistrado tem ampla liberdade na valoração das provas
constantes dos autos, as quais têm, legal e abstratamente, o mesmo valor, porém se vê
obrigado a fundamentar sua decisão.

É o sistema adotado no Processo Penal brasileiro, conforme art. 93, IX, da Constituição
Federal.

2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 683

3
Art. 93, IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes,
em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação;

E no art. 155, caput, do CPP.

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da


prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.

COMPARATIVO
Para facilitar a compreensão do tema ora abordado:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

4
SUMÁRIO
Provas Ilegais ........................................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Espécies........................................................................................................................... 3
Provas Ilícitas ............................................................................................................... 3
Provas Ilegítimas .......................................................................................................... 3
Comparativo ............................................................................................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

1
PROVAS ILEGAIS

INTRODUÇÃO
CONCEITO
A prova ilegal é um gênero que admite 02 espécies: prova ilícita e prova ilegítima.

A vedação à utilização da prova ilegal tem previsão constitucional, conforme seu


art. 5º, LVI.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos; 031.721.292-33

No mesmo sentido:

Art. 157, CPP. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas


do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais.

A resposta é SIM.

De acordo com a doutrina e jurisprudência majoritária, é possível a utilização de


provas ilícitas em favor do réu, quando for a única forma de comprovar sua inocência.

Dessa maneira, com fundamento no princípio da proporcionalidade, há prevalência


da proteção do inocente injustamente acusado.

2
ESPÉCIES

PROVAS ILÍCITAS
A prova ilícita é aquela obtida por meio de violação às normas de direito material,
ou seja, penal ou constitucional.

Por exemplo, a prova obtida mediante interceptação telefônica sem autorização


judicial é considerada ilícita, diante da violação do art. 5º, XII, da CF/88.

PROVAS ILEGÍTIMAS
A prova ilícita é aquela obtida por meio de violação às normas de direito processual.

Por exemplo, o depoimento da testemunha, sem que o juiz lhe tome o compromisso
de dizer a verdade, é considerada prova ilegítima, diante da violação do art. 203 do CPP.

COMPARATIVOAnderson Tiago Meneguelli Oliva


Para facilitar a compreensão do tema abordado:
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

3
SUMÁRIO
Provas Ilegais ........................................................................................................... 2
Prova Ilícita por Derivação ........................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada ................................................................ 2
Exceções à Ilicitude da Prova por Derivação ............................................................ 2
Teoria da Fonte Independente ................................................................................. 2
Teoria da Descoberta Inevitável ............................................................................... 3
Teoria da Mancha Purgada ...................................................................................... 3
Comparativo ............................................................................................................... 4
Inutilização da Prova Ilícita ........................................................................................... 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

1
PROVAS ILEGAIS

PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO


CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, prova ilícita por derivação é aquela que, embora lícita na
própria essência, decorre exclusivamente de outra prova, considerada ilícita ou de uma
situação de ilegalidade, restando, portanto, contaminada.

Por exemplo, a apreensão de uma arma de fogo com numeração raspada, após a
entrada, sem autorização judicial, na residência do indivíduo.

TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA


A teoria dos frutos da árvore envenenada, de origem norte-americana, afirma que a
ilicitude da prova contamina todas aquelas obtidas por derivação, ou seja, o defeito no
tronco afeta os seus frutos.

A vedação à utilização da prova derivada da ilícita é prevista no art. 156, §1º, CPP.

Art. 156, § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das


Anderson
ilícitas, Tiago
salvo quando não Meneguelli
evidenciado o Oliva
nexo de causalidade
entre andersontiago158@gmail.com
umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser
obtidas por uma fonte independente das primeiras.
031.721.292-33

Trata-se de um famoso julgado ocorrido nos EUA, em que o réu (Ernesto Miranda)
confesso foi absolvido, pois os agentes policiais não lhe avisaram do direito de permanecer
em silêncio e não produzir prova contra si mesmo.

EXCEÇÕES À ILICITUDE DA PROVA POR DERIVAÇÃO


TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE
A teoria da fonte independente afirma que se a acusação conseguir demonstrar que
obteve novos elementos de informação por meio de fonte autônoma de prova, sem
relação de dependência com a prova ilícita, não haverá contaminação.

Sua previsão legal consta na parte final do art. 156, §1º, CPP.

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 495

2
Art. 156, § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser
obtidas por uma fonte independente das primeiras.

Aliás, o §2º traz a definição de prova independente.

§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só,


seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação
ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova.

Como exemplo, a identificação datiloscópica decorrente de uma prisão ilegal não


pode ser utilizada em desfavor do investigado, contudo nada impede que o registro
datiloscópico já existente em banco de dados possa servir como elemento probatório.

TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL


A teoria da descoberta inevitável afirma que deve ser considerada válida a prova
derivada da ilícita que, de qualquer modo, seria produzida, independentemente da prova
ilícita originária. Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: A polícia civil, após meses de investigação, obteve um
031.721.292-33
mandado de busca e apreensão contra “A”, que é traficante, porém antes do
cumprimento da diligência, uma equipe de policiais militares adentrou na residência de
“A”, sem autorização judicial, encontrando grande quantidade de drogas.

No exemplo acima, apesar da violação do domicílio, a prova será considerada


válida, pois de toda forma já havia um mandado judicial que autorizaria a entrada legal.

TEORIA DA MANCHA PURGADA


A teoria da mancha purgada afirma que a prova derivada da ilícita será válida caso
haja atenuação do nexo causal.

Nesse sentido, Renato Brasileiro2 afirma que:

Nesse caso, apesar de já ter havido a contaminação de um


determinado meio de prova em face da ilicitude ou ilegalidade
da situação que a gerou, um acontecimento futuro expurga,
afasta, ilide esse vício, permitindo-se, assim, o aproveitamento
da prova inicialmente contaminada.

2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 658

3
Por exemplo, após a entrada ilegal em sua residência, “A” foi preso com elevada
quantidade de drogas. Após ser solto, “A” resolve, voluntariamente, confessar a prática de
crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Assim, apesar da ilegalidade da apreensão das drogas diante do comportamento


superveniente do agente, a confissão poderá fundamentar a persecução penal.

COMPARATIVO
Para facilitar a compreensão do tema:

INUTILIZAÇÃO DAAnderson
PROVA ILÍCITA
Tiago Meneguelli Oliva
A prova ilícita é inadmissível no processo penal.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Assim, uma vez verificada sua ilicitude ou ilegalidade, a prova deverá ser
desentranhada dos autos e, posteriormente, inutilizada, conforme art. 157, §3º, do CPP.

Art. 157, § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova


declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial,
facultado às partes acompanhar o incidente.

É importante destacar a inclusão do §4º do art. 157 pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote
Anticrimes):

Art. 157, § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova


declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou
acórdão.

Dessa forma, o legislador buscou garantir a imparcialidade do juiz ao impedir que o


magistrado que tenha acessado as provas ilícitas possa proferir a sentença.

4
SUMÁRIO
PROVAS .................................................................................................................... 2
Teoria do Encontro Fortuito de Provas (Serendipidade)............................................ 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Jurisprudência ............................................................................................................. 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
PROVAS

TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS (SERENDIPIDADE)


CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro 1 , a teoria do encontro fortuito ou casual de provas
(serendipidade) ocorre nos casos em que, no cumprimento de uma diligência relativa a
um delito, a autoridade policial casualmente encontra provas pertinentes à outra infração
penal (crime achado), que não estavam na linha de desdobramento normal da
investigação.

Por exemplo, durante a interceptação telefônica autorizada para apurar o crime de


tráfico de drogas, o interceptado menciona uma suposta prática de homicídio, sendo,
portanto, uma descoberta fortuita.

JURISPRUDÊNCIA

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

A resposta é SIM.

Nesse sentido:

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 699

2
A resposta é NÃO.

Na busca e apreensão em escritório de advocacia, não é possível a apreensão de


documentos relativos a clientes do advogado que não sejam formalmente investigados,
pois há a garantia do sigilo profissional.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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3
SUMÁRIO
EXAME DE CORPO DE DELITO ................................................................................ 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Corpo de Delito .......................................................................................................... 2
Exame de Corpo de Delito ........................................................................................ 2
Atendimento Prioritário .................................................................................................. 2
Imprescindibilidade do Exame de Corpo de Delito .................................................. 3
Introdução ................................................................................................................... 3
Diligência Obrigatória ................................................................................................ 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
EXAME DE CORPO DE DELITO

CONCEITO
CORPO DE DELITO
O corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais (ou sensíveis) deixados pela
infração penal1.

É importante não confundir a expressão “corpo” com o cadáver no homicídio, pois


mesmo nesse crime, o corpo de delito abrange outros elementos, tais instrumentos
utilizados para a prática do delito.

EXAME DE CORPO DE DELITO


O exame de corpo de delito é a análise realizada por especialistas sobre os vestígios
encontrados, com o objetivo de comprovar a materialidade e autoria.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
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ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
Com a vigência da Lei nº 13.721/18, foi estipulado um rol prioritário de realização do
exame de corpo de delito, conforme art. 158, parágrafo único, do CPP.

Art. 158, parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do


exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
envolva:
I - violência doméstica e familiar contra mulher;
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com
deficiência.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 727

2
De forma esquematizada:

IMPRESCINDIBILIDADE DO EXAME DE CORPO DE DELITO


INTRODUÇÃO
O art. 158, caput, do CPP afirma que o exame de corpo de delito é indispensável
quando a infração deixar vestígios.

Dessa forma, existindo vestígios do crime, esse meio de prova não pode ser suprido
por qualquer outra espécie, sequer a confissão do acusado.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido: andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado.

Sendo possível a realização do exame de corpo de delito, sua ausência é motivo


para nulidade do processo, ainda que outras provas (documentais e testemunhais)
confirmem os fatos.

Por outro lado, se o exame de corpo de delito for necessário para o reconhecimento
de qualificadora, tal circunstância não poderá ser imputada ao acusado, por exemplo,
no furto qualificado mediante arrombamento.

3
DILIGÊNCIA OBRIGATÓRIA
No curso da investigação policial, o delegado não é obrigado a realizar toda e
qualquer diligência requerida pelo investigado. Sendo assim, vigora no inquérito policial o
princípio da discricionariedade.

No entanto, em relação ao exame de corpo de delito, uma vez requerida pela parte,
tanto o juiz quanto a autoridade policial são obrigados a realizá-lo, conforme art. 184 do
CPP.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a


autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes,
quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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4
SUMÁRIO
EXAME DE CORPO DE DELITO ................................................................................ 2
Infrações Penais: Transeuntes e não Transeuntes ................................................... 2
Desaparecimento dos Vestígios ............................................................................... 2
Exame de Corpo de Delito: Direto e Indireto ............................................................. 3
Introdução ................................................................................................................... 3
Exame de Corpo de Delito Direto............................................................................. 3
Exame de Corpo de Delito Indireto .......................................................................... 3
Disposições Gerais ......................................................................................................... 4
Laudo ........................................................................................................................... 4
Horário .......................................................................................................................... 4
Quesitos ....................................................................................................................... 5
Não Vinculação do Juízo .............................................................................................. 5
Jurisprudência ................................................................................................................ 5

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
EXAME DE CORPO DE DELITO

INFRAÇÕES PENAIS: TRANSEUNTES E NÃO TRANSEUNTES


Trata-se de classificação das infrações penais que tem repercussão em relação à
imprescindibilidade do exame de corpo de delito.

Nesse sentido:

Evidentemente, a regra estabelecida no art. 158, caput, do CPP vale para as


infrações penais não transeuntes.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
DESAPARECIMENTO DOS VESTÍGIOS
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
Mesmo nas infrações penais não transeuntes, é possível que os vestígios
desapareçam, como exemplo, uma lesão corporal (CP, art. 129).

Nessa hipótese, o art. 167 do CPP estabelece que a prova testemunhal poderá suprir
o exame de corpo de delito.

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por


haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal
poderá suprir-lhe a falta.

De forma esquematizada:

2
EXAME DE CORPO DE DELITO: DIRETO E INDIRETO
INTRODUÇÃO
A classificação do exame de corpo de delito em direto ou indireto é apresentado no
art. 158, caput, do CPP.

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável


o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado.

Assim, nos próximosAnderson


tópicos, serão apresentados
Tiago seus respectivos
Meneguelli Oliva conceitos.
andersontiago158@gmail.com
EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO
031.721.292-33
O exame de corpo de delito direto é aquele realizado pelo perito oficial sobre o
próprio corpo de delito.

Por exemplo, a necropsia realizada no cadáver encontrado no crime de homicídio.

EXAME DE CORPO DE DELITO INDIRETO


Segundo Renato Brasileiro 1 , o conceito de exame de corpo de delito indireto
dependerá da corrente doutrinária adotada.

Nesse sentido, para a 1º corrente, o exame de corpo de delito indireto constitui em


prova testemunhal ou documental apta para a comprovação da materialidade e autoria.

Nesse sentido, é a posição do STF2:

1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 731
2
HC 69.591/SE, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 29/09/2006

3
Por outro lado, uma 2ª corrente afirma que o exame de corpo de delito indireto
constitui em prova pericial.

Assim, após colherem os depoimentos das testemunhas acerca dos vestígios


deixados pela infração penal ou analisarem os documentos pertinentes, o perito irá extrair
suas conclusões, lavrando um laudo pericial.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
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DISPOSIÇÕES GERAIS
LAUDO
O laudo pericial deverá conter a descrição minuciosa daquilo que foi examinado,
devendo ser concluído no prazo de 10 dias.

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde


descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo
máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em
casos excepcionais, a requerimento dos peritos.

HORÁRIO
O exame de corpo de delito poderá ser realizado em qualquer dia e a qualquer hora,
conforme art. 161 do CPP.

4
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em
qualquer dia e a qualquer hora.

QUESITOS
Os quesitos são os questionamentos do juiz e das partes, que deverão ser respondidos
no laudo pericial.

Nos termos do art. 176 do CPP, os quesitos poderão ser formulados até o ato da
diligência.

Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até


o ato da diligência.

NÃO VINCULAÇÃO DO JUÍZO


Não obstante a relevância do trabalho técnico desempenhado pela perícia, por
força do princípio do livre convencimento motivado, o juiz não fica vinculado ao resultado
do laudo pericial.

Nesse sentido, é o teor do art. 182 do CPP.


Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo
andersontiago158@gmail.com
ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
031.721.292-33
JURISPRUDÊNCIA
A seguir, algumas jurisprudências importantes sobre o tema:

A resposta é SIM.

Vale registrar que a decisão de pronúncia é mero juízo de admissibilidade da


acusação e, nessa fase, vigora o princípio do in dubio pro societate.

Nesse sentido:

5
A resposta é SIM.

Nesse sentido3: Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

3 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser considerada prova ilícita
nem deve ser excluída do processo. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2ea1202aed1e0ce30d41be4919b0cc99>. Acesso em:
16/09/2021

6
SUMÁRIO
PERÍCIAS ................................................................................................................... 2
Peritos .............................................................................................................................. 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Peritos: Oficiais e Não Oficiais ................................................................................... 2

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
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1
PERÍCIAS

PERITOS
CONCEITO
O perito é um auxiliar do juízo, dotado de conhecimentos técnicos ou científicos sobre
determinada área do conhecimento humano, que tem a função estatal de proceder à
realização de exames periciais1.

PERITOS: OFICIAIS E NÃO OFICIAIS


O perito oficial é funcionário público de carreira, ou seja, exerce cargo público, cuja
atribuição é de realizar as perícias determinadas pela autoridade judicial ou policial.

É importante ressaltar que o perito oficial deve ser portador de diploma de curso
superior, conforme art. 159, caput, do CPP.

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão


realizados por perito oficial, portador de diploma de curso
superior.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


Por outro lado, o perito não oficial é o indivíduo nomeado pelo juiz ou pela autoridade
policial para realização deandersontiago158@gmail.com
determinado laudo pericial2.
031.721.292-33
A nomeação do perito não oficial se dá diante da falta do perito oficial, nos termos
do art. 159, §1º, do CPP.

Art. 159, § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado


por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso
superior preferencialmente na área específica, dentre as que
tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do
exame.

Em relação à perícia que dependa da expedição de carta precatória, a nomeação


do perito será de competência do juízo deprecado, conforme art. 177 do CPP.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 736
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 737

2
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-
se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação
privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita
pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
transcritos na precatória.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: A ação penal tramita na cidade de São Paulo/SP, mas a


perícia de local de crime precisa ser realizada na cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Nesse caso, o juízo de São Paulo/SP vai expedir uma carta precatória (juízo
deprecante) para que o juízo de Rio de Janeiro/RJ (juízo deprecado) requeira a
elaboração do laudo, cabendo a este a nomeação do perito.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
A resposta é a autoridade policial.
031.721.292-33
No curso do inquérito policial, compete ao delegado de polícia conduzir as
investigações, inclusive no que se refere à obtenção dos elementos de informação por
meio de perícia.

Nesse sentido, é teor do art. 2º, §2º, da Lei nº 12.830/13:

Art. 2º, § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado


de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e
dados que interessem à apuração dos fatos.

É importante destacar que, em relação ao exame de insanidade mental, a


autoridade policial não poderá determiná-lo, conforme art. 149, §1º, do CPP.

Art. 149, § 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do


inquérito, mediante representação da autoridade policial ao juiz
competente.

3
A resposta é SIM.

Segundo a jurisprudência:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
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4
SUMÁRIO
PERÍCIAS ................................................................................................................... 2
Assistente Técnico .......................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Perícias: Espécies............................................................................................................ 2
Autópsia e Exumação ................................................................................................ 2
Reconhecimento de Escritos ..................................................................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

1
PERÍCIAS

ASSISTENTE TÉCNICO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, assistente técnico é um auxiliar das partes, dotado de
conhecimentos técnicos, científicos ou artísticos, responsável por trazer ao processo
informações especializadas pertinentes ao objeto da perícia.

Nesse sentido:
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Art. 159, § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente
andersontiago158@gmail.com
de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a
031.721.292-33
formulação de quesitos e indicação de assistente
técnico.

§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo


juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo
pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.

PERÍCIAS: ESPÉCIES
AUTÓPSIA E EXUMAÇÃO
A autópsia tem previsão legal no art. 162 do CPP, nos seguintes termos:

Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte,
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que
declararão no auto.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples


exame externo do cadáver, quando não houver infração penal
que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a
causa da morte e não houver necessidade de exame interno
para a verificação de alguma circunstância relevante.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 739

2
Por outro lado, em relação à exumação:

Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a


autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto
circunstanciado.

Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou


particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique
a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas
necessárias, o que tudo constará do auto.

RECONHECIMENTO DE ESCRITOS
O exame de reconhecimento de escritos tem seu procedimento previsto no art. 174
do CPP.

Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por


comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será
intimada para o ato, se for encontrada;
II - para a comparação,
Anderson Tiagopoderão
Meneguelliservir quaisquer
Oliva documentos
que aandersontiago158@gmail.com
dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente
reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade
não houver dúvida;031.721.292-33
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame,
os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos
públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser
retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa
escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas
em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por
precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.

A resposta é NÃO.

Diante do princípio do nemo tenetur se detegere, o investigado não é obrigado a


fornecer material grafotécnico, já que envolve um comportamento ativo do réu.

3
SUMÁRIO
CADEIA DE CUSTÓDIA............................................................................................. 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Função ............................................................................................................................ 3
Marco: Inicial e Final ...................................................................................................... 4
Cadeia de Custódia: Etapas ........................................................................................ 5
Coleta dos Vestígios ...................................................................................................... 6
Preservação ................................................................................................................ 6
Coleta .......................................................................................................................... 6
Recipiente ................................................................................................................... 6
Central de Custódia ...................................................................................................... 7

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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031.721.292-33

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1
CADEIA DE CUSTÓDIA

CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, cadeia de custódia é “o caminho percorrido pela prova
desde o conhecimento da prática de uma infração pelas autoridades encarregadas da
persecução criminal até o momento em que, constatada a ocorrência de vestígios e
realizados os exames necessários, for produzido o laudo pericial e descartado o material
que serviu de base para a perícia”.

Por outro lado, o conceito legal de cadeia de custódia pode ser obtido no art. 158-A
do CPP.

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos


os procedimentos utilizados para manter e documentar a
história cronológica do vestígio coletado em locais ou em
vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de
seu reconhecimento até o descarte.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 548

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2
A quebra da cadeia de custódia pode resultar na imprestabilidade da prova
produzida.

Nesse sentido:

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A título de esclarecimento, o julgado acima se refere à realização de interceptação
telefônica sem que fosse disponibilizada a integralidade dos áudios, mas apenas dos
trechos que apontavam o envolvimento de militar no tráfico de drogas.

FUNÇÃO
A cadeia de custódia tem a função de servir como documentação formal de um
procedimento destinado a manter e documentar a história cronológica de uma
evidência, evitando, assim, eventuais interferências internas e externas capazes de
colocar em dúvida o resultado da atividade probatória 2.

De forma esquematizada:

2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 718

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3
O princípio da autenticidade da prova preceitua que o vestígio coletado no local do
crime deve ter sua integridade preservada até a sua apreciação como meio de prova
pelo juiz.

MARCO: INICIAL E FINAL


O art. 158-A, §1º, do CPP, aponta o início da cadeia de custódia.

Art. 158-A, § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a


preservação do local de crime ou com procedimentos policiais
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.
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Por outro lado, o fim da cadeia031.721.292-33
de custódia ocorre com o descarte do vestígio.

De forma esquematizada:

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4
CADEIA DE CUSTÓDIA: ETAPAS
As etapas da cadeia de custódia estão previstas no art. 158-B do CPP.

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento


do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

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5
COLETA DOS VESTÍGIOS
PRESERVAÇÃO
Antes mesmo da coleta do vestígio, é necessária a sua preservação.

Ao contrário do que se possa imaginar, a preservação não é atribuição apenas do


perito, mas do agente público que identificar o vestígio, conforme art. 158-A, §2º, do CPP.

Art. 158-A, § 2º O agente público que reconhecer um elemento


como de potencial interesse para a produção da prova pericial
fica responsável por sua preservação.

COLETA
Nos termos do art. 158-C do CPP, a coleta será realizada, preferencialmente, por
perito oficial.

Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada


preferencialmente por perito oficial, que dará o
encaminhamento necessário para a central de custódia,
mesmo quando for necessária a realização de exames
complementares.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
§ 1º andersontiago158@gmail.com
Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou
processo devem031.721.292-33
ser tratados como descrito nesta Lei, ficando
órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável
por detalhar a forma do seu cumprimento.

Aliás, incumbe ao perito responsável autorizar a entrada em locais isolados e a


remoção dos vestígios coletados.

Art. 158-C, § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem


como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime
antes da liberação por parte do perito responsável, sendo
tipificada como fraude processual a sua realização.

RECIPIENTE
Evidentemente, a preservação da cadeia de custódia depende do meio utilizado
para a coleta e guarda dos vestígios.

Por essa razão, a Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrimes) incluiu o art. 158-D do CPP para
disciplinar o recipiente e o seu manuseio.

Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será


determinado pela natureza do material.

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6
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com
numeração individualizada, de forma a garantir a
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o
transporte.

§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas


características, impedir contaminação e vazamento, ter grau
de resistência adequado e espaço para registro de informações
sobre seu conteúdo.

§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai


proceder à análise e, motivadamente, por pessoa
autorizada.

§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na


ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do
responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as
informações referentes ao novo lacre utilizado.

CENTRAL DE CUSTÓDIA
Segundo o art. 158-C do CPP, todo Instituto de Criminalística deve possuir uma central
de custódia, que é o local destinado à guarda e controle de vestígios.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma
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central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios,
e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central
031.721.292-33
de perícia oficial de natureza criminal.

§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de


protocolo, com local para conferência, recepção, devolução
de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a
classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um
espaço seguro e apresentar condições ambientais que não
interfiram nas características do vestígio.

§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio


deverão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a
ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.

§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio


armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas
a data e a hora do acesso.

§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas


as ações deverão ser registradas, consignando-se a
identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a
data e horário da ação.

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7
SUMÁRIO
Interrogatório Do Acusado .................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................ 2
Procedimento ................................................................................................................. 2
Assistência Jurídica ..................................................................................................... 2

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P1
INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, interrogatório é o ato processual por meio do qual o juiz
ouve o acusado sobre sua pessoa e sobre a imputação que lhe é feita.

NATUREZA JURÍDICA
Com o advento da Lei nº 10.792/03, prevalece na doutrina que o interrogatório tem
natureza jurídica de meio de defesa.

PROCEDIMENTO
ASSISTÊNCIA JURÍDICA
O art. 185, caput, do CPP afirma que o interrogatório perante o juiz deve ser realizado
na presença do advogado do interrogado.

Art. Anderson
185. O acusado queMeneguelli
Tiago comparecer perante
Oliva a autoridade
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e
andersontiago158@gmail.com
interrogado na presença de seu defensor, constituído ou
nomeado. 031.721.292-33

Dessa forma, caso o acusado não tenha contratado um advogado, o juiz deverá
nomear um defensor.

Aliás, é direito do réu a realização de entrevista prévia e reservada com o seu


defensor, nos termos do art. 185, §5º, do CPP.

Art. 185, § 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz


garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com
o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também
garantido o acesso a canais telefônicos reservados para
comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o
advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este
e o preso.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 742

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P2
É importante destacar que a ausência de advogado durante o interrogatório judicial
do réu é causa de nulidade absoluta.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência e doutrina majoritária, a presença de advogado no


interrogatório policial não é obrigatória.

Vale registrar que a realização de interrogatório policial em horário noturno configura


crime de abuso de autoridade, tipificado no art. 18 da Lei nº 13.869/19.

Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o


Anderson
período Tiago
de repouso Meneguelli
noturno, Oliva em flagrante
salvo se capturado
delitoandersontiago158@gmail.com
ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar
declarações:
Pena - detenção,031.721.292-33
de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Em regra, NÃO.

Nesse sentido, o interrogatório do réu obriga a presença de seu defensor, não sendo
necessário que ele acompanhe o interrogatório do corréu.

Contudo, no âmbito da colaboração premiada, é obrigatória a presença do


advogado dos réus delatados no interrogatório do corréu delator 2.

De forma esquematizada:

2 STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 955).

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P3
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P4
PROCEDIMENTO
FASES DO INTERROGATÓRIO

O interrogatório é caracterizado por ser um ato bifásico, devendo o interrogado ser questionado
acerca de sua pessoa e dos fatos.
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Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os
fatos.
PROCEDIMENTO
FASES DO INTERROGATÓRIO: 1ª FASE

Art. 187, § 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida
ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa,
notadamente se foi preso ou processado alguma
Anderson Tiago vez e,Oliva
Meneguelli em caso afirmativo, qual o juízo do
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processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e
031.721.292-33
outros dados familiares e sociais.
PROCEDIMENTO
FASES DO INTERROGATÓRIO: 2ª FASE

Art. 187, § 2o Na segunda parte será perguntado sobre:


I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou
pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime,
Anderson e quais sejam,
Tiago Meneguelli Olivae se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela; andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;
IV - as provas já apuradas;
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra
elas;
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e
tenha sido apreendido;
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da
infração;
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
PROCEDIMENTO
DIREITO AO SILÊNCIO

O direito de permanecer calado durante o interrogatório decorre do princípio do nemu tenetur se


detegere, previsto no art. 186, caput, do CPP.
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PREVISÃO LEGAL

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não
responder perguntas que lhe forem formuladas.

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo
da defesa.
PROCEDIMENTO

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PROCEDIMENTO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


A resposta é NÃO. andersontiago158@gmail.com
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Prevalece o entendimento de que, em relação aos dados qualitativos, o interrogado não pode se
calar. O fundamento seria a redação do art. 186, caput, do CPP, pois o juiz informa acerca do
direito ao silêncio “depois de devidamente qualificado” o interrogado.
PROCEDIMENTO
DIREITO AO SILÊNCIO

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PROCEDIMENTO

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PROCEDIMENTO

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A resposta é NÃO.

É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o investigado, durante a busca e
apreensão em sua residência, sem que tenha sido assegurado ao investigado o direito à prévia
consulta a seu advogado e sem que ele tenha sido comunicado sobre seu direito ao silêncio e de
não produzir provas contra si mesmo. Trata-se de um “interrogatório travestido de entrevista”,
havendo violação do direito ao silêncio e à não autoincriminação. STF. 2ª Turma. Rcl 33711/SP,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/6/2019 (Info 944).
PROCEDIMENTO

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PROCEDIMENTO

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A resposta é NÃO.

Eventual irregularidade na informação acerca do direito de permanecer em silêncio é causa de


nulidade relativa, cujo reconhecimento depende da alegação em tempo oportuno e da comprovação
do prejuízo. O simples fato de o réu ter sido condenado não pode ser considerado como o prejuízo. É
o caso, por exemplo, da sentença que condena o réu fundamentando essa condenação não na
confissão, mas sim no depoimento das testemunhas, da vítima e no termo de apreensão do bem. STJ.
5ª Turma. RHC 61754/MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/10/2016.
PROCEDIMENTO
ÚLTIMO ATO
No processo comum, o interrogatório é o último ato da instrução criminal, conforme art. 400,
caput, do CPP.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


PREVISÃO LEGAL andersontiago158@gmail.com
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Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60
(sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste
Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
PROCEDIMENTO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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PROCEDIMENTO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


O tema é polêmico. Há andersontiago158@gmail.com
entendimento divergente no STJ.
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5ª TURMA 6ª TURMA
STJ STJ

Tem que Não precisa


comprovar o comprovar o
prejuízo prejuízo
PROCEDIMENTO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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PROCEDIMENTO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


A resposta é SIM. andersontiago158@gmail.com
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A exigência de realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o art. 400 do


CPP é aplicável:
• aos processos penais militares;
• aos processos penais eleitorais e
• a todos os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de drogas).
STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816).
SUMÁRIO
Interrogatório Do Acusado .................................................................................... 2
Individualidade ........................................................................................................... 2
Surdo, Mudo, Surdo-Mudo e Outras Hipóteses........................................................ 3
Reinquirição................................................................................................................. 4

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1
INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

INDIVIDUALIDADE
É importante destacar que o interrogatório entre corréus não pode ser em conjunto,
conforme art. 191 do CPP.

Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados


separadamente.

Contudo, nada impede que o advogado do corréu acompanhe o interrogatório do


réu, inclusive ele pode formular perguntas.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Nesse sentido1: andersontiago158@gmail.com
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1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Acusado não pode assistir interrogatório do corréu mesmo que seja advogado. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/53ed35c74a2ec275b837374f04396c03>. Acesso em: 25/09/2021

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2
A resposta é NÃO.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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SURDO, MUDO, SURDO-MUDO E OUTRAS HIPÓTESES


O art. 192 do CPP aponta o procedimento a ser adotado no interrogatório de surdo,
de mudo, de surdo-mudo.

Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo


será feito pela forma seguinte:
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele
responderá oralmente;
II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-
as por escrito;

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3
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e
do mesmo modo dará as respostas.

Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever,


intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa
habilitada a entendê-lo.

De forma esquematizada:

Por outro lado, quando o interrogado


Anderson Tiagonão souber a língua
Meneguelli Olivanacional, o interrogatório
será realizado por meio de intérprete, conforme art. 193 do CPP.
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Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o
interrogatório será feito por meio de intérprete.

REINQUIRIÇÃO
O art. 196 do CPP autoriza que o juiz, a todo tempo, possa proceder a novo
interrogatório.

Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo


interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer
das partes.

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4
SUMÁRIO
Interrogatório Do Acusado .................................................................................... 2
Interrogatório: Videoconferência ................................................................................ 2
Introdução ................................................................................................................... 2
Excepcionalidade ...................................................................................................... 3
Jurisprudência ............................................................................................................. 4

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P1
INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

INTERROGATÓRIO: VIDEOCONFERÊNCIA
INTRODUÇÃO
O interrogatório por meio de videoconferência foi incluído no Código de Processo
Penal pela Lei nº 11.900/2009.

Art. 185, § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão


fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá
realizar o interrogatório do réu preso por sistema de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão
de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja
necessária para atender a uma das seguintes
finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de
2009)

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Em relação à lei paulista, o STF declarou sua inconstitucionalidade formal, uma vez
que somente a União pode legislar sobre matéria processual penal.

A resposta é SIM.

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P2
Segundo a jurisprudência do STJ, a realização do interrogatório por meio de
videoconferência, antes do advento da lei federal, viola o princípio do devido processo
legal.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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EXCEPCIONALIDADE
A utilização de videoconferência para o interrogatório do réu é medida excepcional
e deve ser empregada nas hipóteses apresentadas no art. 185, §2º, do CPP.

Art. 185, § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão


fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá
realizar o interrogatório do réu preso por sistema de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão
de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja
necessária para atender a uma das seguintes
finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada
suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de
que, por outra razão, possa fugir durante o
deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual,
quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento
em juízo, por enfermidade ou outra circunstância
pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da
vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas
por videoconferência, nos termos do art. 217 deste
Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.

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P3
JURISPRUDÊNCIA
O tema abordado possui algumas jurisprudências importantes.

A resposta é SIM.

Apesar de não expressamente previsto no rol do art. 185, §2º, do CPP, a dificuldade
de deslocamento do acusado até o local da audiência ou risco à segurança pública
Anderson
justificam a realização do Tiago
interrogatório Meneguelli
por meio Oliva
de videoconferência.
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Nesse sentido:
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1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É válida a realização do interrogatório por videoconferência no caso de dificuldade
de deslocamento do acusado até o local da audiência. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1592104031ceaa405b8a103c399e2633>. Acesso em:
26/09/2021

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando-se o autor à responsabilização civil e criminal.


P4
A resposta é, em regra, NÃO.

Conforme a jurisprudência do STJ, não se admite a audiência de custódia por meio


de videoconferência ante a ausência de previsão legal.

Nesse sentido:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Contudo, em razão da COVID-19, o STF concedeu liminar, declarando a


inconstitucionalidade da expressão “vedado o emprego de videoconferência” do art. 3º-
B, §1º, do CPP, enquanto durar a pandemia.

Nesse sentido:

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P5
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P6
CONFISSÃO
CONCEITO

A confissão é admissão feita por aquele a quem é atribuída a prática da infração penal da
veracidade da imputação.
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VALOR PROBATÓRIO

Tendo em vista a adoção do sistema do livre convencimento motivado, nos termos do art. 155,
caput, do CPP, é possível afirmar que a confissão tem o mesmo valor probatório dos demais
meios de prova.
CONFISSÃO
PREVISÃO LEGAL

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de
prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existe compatibilidade
Anderson ou concordância.
Tiago Meneguelli Oliva
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031.721.292-33
CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO
CONFISSÃO: EXTRAJUDICIAL E JUDICIAL

A confissão extrajudicial é aquela realizada fora da ação penal, em regra, perante à autoridade
policial.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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Por outro lado, a confissão judicial é aquela realizada perante o juiz.
CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO

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CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO

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Segundo a doutrina, trata-se da confissão realizada perante autoridade judicial incompetente.


CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

É possível a condenação do réu com fundamento na confissão extrajudicial, ainda que retratada
perante o juiz, desde que corroborada com outros elementos de prova.
CONFISSÃO: CLASSIFICAÇÃO

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Se a confissão do agente é utilizada pelo magistrado como fundamento para embasar a
condenação, a atenuante prevista no art. 65, inciso III, alínea “d”, do CP deve ser aplicada em
favor do réu, não importando que, em juízo, ele tenha se retratado (voltado atrás) e negado o
crime (HC 176.405/RO, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 23/04/2013, DJe
03/05/2013).
SUMÁRIO
CONFISSÃO .............................................................................................................. 2
Confissão: Real e Fícta ................................................................................................ 2
Confissão: Simples e Qualificada .............................................................................. 2
Confissão Delatória ..................................................................................................... 3
Características ................................................................................................................ 4
Ato Personalíssimo ....................................................................................................... 4
Ato Espontâneo ........................................................................................................... 4
Ato Retratável e Divisível ............................................................................................ 4

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1
CONFISSÃO
CONFISSÃO: REAL E FÍCTA
A confissão real é aquela realizada pelo investigado ou réu, perante a autoridade,
revelando ele a autoria, circunstâncias e motivação do delito, conforme lecionada
Norberto Avena1.

Por outro lado, confissão ficta é aquela que ocorre quando o acusado não contesta
os fatos a ele imputados.

CONFISSÃO: SIMPLES E QUALIFICADA


A confissão simples é aquela em que o acusado admite os fatos como verdadeiros,
reconhecendo sua responsabilidade penal.

Por outro lado, a confissão qualificada ocorre quando o acusado confessa a prática
do fato delituoso, mas alega que o praticou acobertado por uma excludente de ilicitude
ou de culpabilidade2.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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O tema é polêmico e há divergência nos Tribunais Superiores.

Para o STJ, é possível a aplicação da atenuante prevista no art. 65, III, alínea “d”, do
Código Penal, desde que tenha sido, efetivamente, utilizada para fundamentar a
condenação.

Por outro lado, em sentido contrário, é a posição da 1ª Turma do STF.

1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 590
2
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 760

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2
De forma esquematizada:

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CONFISSÃO DELATÓRIA
A confissão delatória é aquela em que o acusado confessa a prática do fato
criminoso e, além disso, delata coautores ou partícipes.

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3
O instituto é previsto em diversos diplomas legais, tais como a Lei de Organização
Criminosa, Lei de Drogas e Lei de Lavagem de Capitais.

CARACTERÍSTICAS
ATO PERSONALÍSSIMO
A confissão é um ato personalíssimo, ou seja, somente o acusado pode confessar a
prática da infração penal.

ATO ESPONTÂNEO
A confissão deve ser livre, sem qualquer forma de constrangimento para que o
acusado confesse o ato delituoso.

ATO RETRATÁVEL E DIVISÍVEL


Segundo o art. 200 do CPP, a confissão é divisível e retratável.

Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do


livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em
conjunto.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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Dessa forma, o acusado pode voltar atrás sobre os fatos confessados, no todo ou em
parte. 031.721.292-33

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4
SUMÁRIO
DAS TESTEMUNHAS................................................................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Características da Prova Testemunhal ........................................................................ 2
Oralidade ..................................................................................................................... 2
Objetividade ................................................................................................................ 3
Individualidade ............................................................................................................ 3
Retrospectividade ....................................................................................................... 3

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1
DAS TESTEMUNHAS
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, a testemunha é a pessoa desinteressada e capaz de
depor que, perante a autoridade judiciária, declara o que sabe acerca de fatos
percebidos por seus sentidos que interessam à decisão da causa.

CARACTERÍSTICAS DA PROVA TESTEMUNHAL


Segundo a doutrina, a prova testemunhal apresenta algumas particularidades.

ORALIDADE
A prova testemunhal deverá ser oral, sendo vedado, em regra, o depoimento por
escrito, conforme preceitua o art. 204 do CPP.

Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo


permitido à testemunha trazê-lo por escrito.

Anderson
Parágrafo único. Tiago Meneguelli
Não será Oliva entretanto,
vedada à testemunha,
breveandersontiago158@gmail.com
consulta a apontamentos.

031.721.292-33
Nada impede, contudo, que a testemunha faça breve consulta a apontamentos.

Vale registrar que determinadas autoridades públicas poderão prestar depoimento


escrito, se assim desejarem, conforme art. 221, §1º, do CPP.

Art. 221, § 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os


presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do
Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de
depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas
pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas por
ofício.

De forma esquematizada:

1
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 763

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2
A resposta é NÃO.

A jurisprudência do STF 2 é no sentido de restringir o depoimento escrito apenas


quando a autoridade pública figurar na posição de testemunha, dando interpretação
restritiva ao art. 221, §1º, do CPP.

OBJETIVIDADE
O depoimento testemunhal deve ser objetivo, ou seja, a testemunha não deve
fornecer impressões pessoais sobre os fatos, conforme art. 213 do CPP.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas
apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa
031.721.292-33
do fato.

INDIVIDUALIDADE
As testemunhas devem prestar seus depoimentos individualmente e não poderão
assistir à oitiva das demais, conforme art. 210, caput, do CPP.

Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de


modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das
outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso
testemunho.

RETROSPECTIVIDADE
A testemunha deverá ser convocada para prestar depoimento sobre fatos passados,
jamais fatos futuros.

2
Inquérito 4831/DF

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3
SUMÁRIO
DAS TESTEMUNHAS................................................................................................... 2
Dever de Comparecimento .......................................................................................... 2
Exceções ...................................................................................................................... 2
Dever de Depor .............................................................................................................. 4
Recusa .......................................................................................................................... 4
Proibição....................................................................................................................... 5
Dever de Dizer a Verdade ............................................................................................. 7
Exceções ...................................................................................................................... 9

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1
DAS TESTEMUNHAS
DEVER DE COMPARECIMENTO
Em regra, a testemunha devidamente intimada tem a obrigação de comparecer em
juízo, sob pena de ser conduzida coercitivamente, além de sofrer a imposição de multa,
pagamento de despesas processuais e ser criminalmente processada pelo crime de
desobediência.

Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de


comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à
autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja
conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da
força pública.

Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa


prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de
desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da
diligência.

EXCEÇÕES
Contudo, o próprio Código de
Anderson Processo
Tiago Penal aponta
Meneguelli Oliva exceções para a tal
obrigatoriedade, conforme seus arts. 220 e 221.
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Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por
velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde
estiverem.

Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os


senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os
governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado,
os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às
Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder
Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal
Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente
ajustados entre eles e o juiz.

De forma esquematizada:

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2
Percebe-se que a exceção prevista no art. 221 do CPP tenta compatibilizar o dever
de prestar depoimento com o exercício da função das mencionadas autoridades.

Por outro lado, em relação ao art. 220 do CPP, a debilidade das testemunhas impõe
ao juiz o dever de ouvi-las onde estiverem.

Segundo a jurisprudência do STF, caso a autoridade pública deixe de agendar ou


comparecer ao seu depoimento, perderá a prerrogativa.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, diante da ausência de previsão


legal, as autoridades públicas, descritas no art. 221 do CPP, não têm o direito de serem
inquiridas de forma agendada, quando figurarem na condição de investigados ou de réus.

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3
DEVER DE DEPOR
A testemunha tem o dever de prestar o seu depoimento, conforme art. 206 do CPP.

Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de


depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente
ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que
desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do
acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-
se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

RECUSA
No entanto, o mesmo artigo de lei traz a ressalva de pessoas que poderão se recusar
a depor (podendo depor, se quiserem). São elas:

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4
PROIBIÇÃO
Por outro lado, o art. 207 do CPP traz o rol de pessoas que são proibidas de depor.

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de


função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo,
salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o
seu testemunho.

Por exemplo, o psicólogo não pode revelar o teor da terapia em depoimento


testemunhal.

De forma esquematizada:

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Segundo o STF, não é possível1.

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Advogado que teve seus poderes revogados pela cliente, que pediu de volta os
documentos do caso, não pode depor como testemunha no processo porque a conduta da parte demonstra que ela não

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5
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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liberou o causídico do sigilo profissional que ele deve respeitar. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/36e425d506a15b14cec0d71abfb2ac44>. Acesso em: 13/10/2021

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6
DEVER DE DIZER A VERDADE
Nos termos do art. 203 do CPP, a testemunha, em regra, tem o dever de dizer a
verdade, sob pena de responder pelo crime de falso testemunho (CP, art. 342).

Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa


de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo
declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua
profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em
que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com
qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa
avaliar-se de sua credibilidade.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é DEPENDE.
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Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, só será válida a confissão caso o
juiz tenha alertado a testemunha de que ela não seria obrigada a produzir prova contra si
mesma.

Nesse sentido:

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7
Por outro lado, caso devidamente ciente:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Segundo doutrina2, prevalece que sim, pois o compromisso não integra o tipo penal
do crime de falso testemunho e não isenta a testemunha do dever de dizer a verdade.

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade


como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo
arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

2 Alves, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal – Parte Geral e Parte Especial. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1680

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8
A reposta é NÃO.

Tendo em vista que a testemunha tem o dever de dizer a verdade, torna-se


incompatível o arrolamento do corréu como testemunha.

Por outro lado, a doutrina entende que o corréu delator, no âmbito da delação
premiada, pode ser ouvido como testemunha.

EXCEÇÕES
Apesar da obrigatoriedade imposta no art. 203 do CPP, há algumas exceções que
dispensam o indivíduo do dever de dizer a verdade.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Por exemplo, os parentes do acusado (art. 206 do CPP), bem como os menores de
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14 anos e os deficientes mentais, não são submetidos ao compromisso de dizer a verdade,
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conforme art. 208 do CPP.

Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art.


203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14
(quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

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9
SUMÁRIO
DAS TESTEMUNHAS................................................................................................... 2
Espécies............................................................................................................................ 2
Testemunha: Numerária e Extranumerária ............................................................... 2
Testemunha: Direta e Indireta .................................................................................... 2
Testemunha: Própria e Imprópria .............................................................................. 2
Testemunha Referida .................................................................................................. 2
Audiência de Instrução ................................................................................................. 3
Ordem de Inquirição das Testemunhas.................................................................... 3
Contradita .................................................................................................................... 3
Colheita do Depoimento ........................................................................................... 4
Presença do Réu e Constrangimento da Testemunha .......................................... 5
Carta Precatória .......................................................................................................... 6
Antecipação do Depoimento ................................................................................... 6

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
DAS TESTEMUNHAS
ESPÉCIES
TESTEMUNHA: NUMERÁRIA E EXTRANUMERÁRIA
A testemunha numerária é aquela computada para aferir o número máximo
permitido pelo rito processual, por exemplo, no procedimento ordinário, são admitidas até
08 testemunhas.

Por outro lado, a testemunha extranumerária é aquela que não influencia no número
máximo, podendo ser ouvidas quantas forem necessárias, por exemplo, são as
testemunhas ouvidas por iniciativa do juiz (CPP, art. 209, caput).

Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras


testemunhas, além das indicadas pelas partes.

TESTEMUNHA: DIRETA E INDIRETA


A testemunha direta é aquela que depõe sobre fatos que, efetivamente, presenciou
ou visualizou, também conhecida como testemunha visual.
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
Por outro lado, a testemunha indireta é aquela que não presenciou os fatos, mas
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ouviu falar sobre ele, também conhecida como testemunha auricular.
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TESTEMUNHA: PRÓPRIA E IMPRÓPRIA
A testemunha própria é aquela que presta depoimento sobre os fatos apurados na
ação penal.

Por outro lado, a testemunha imprópria (fedatária) depõe sobre ato processual e não
sobre os fatos, por exemplo, a doutrina1 cita o art. 304, §2º, do CPP, que trata sobre as
testemunhas que presenciaram a apresentação do preso à autoridade (e não o fato
criminoso).

TESTEMUNHA REFERIDA
Segundo Renato Brasileiro2, a testemunha referida é “aquela que foi mencionada por
outra pessoa, sendo ouvida a pedido das partes ou de ofício pelo magistrado”.

Nesse sentido, é o art. 209, §1º, do CPP.

Art. 209, § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as


pessoas a que as testemunhas se referirem.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 771
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 771

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2
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO
ORDEM DE INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS
Em regra, a inquirição das testemunhas deve seguir a seguinte ordem:

A resposta é NÃO. Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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Segundo a jurisprudência majoritária, trata-se de nulidade relativa, devendo,
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portanto, a parte interessada comprovar o prejuízo.

CONTRADITA
A contradita é a manifestação da parte no sentido de impugnar o depoimento da
testemunha, seja pela suspeita de sua parcialidade ou da imprestabilidade/qualidade das
informações oferecidas.

O art. 214 do CPP afirma que, antes de iniciar o depoimento, a testemunha poderá
ser contraditada.

Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão


contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos,
que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz
fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da
testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.

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3
COLHEITA DO DEPOIMENTO
Com o advento da Lei nº 11.690/2008, a inquirição das testemunhas é feita
diretamente pelas partes, afastando-se, portanto, do modelo presidencialista, em que as
perguntas eram elaboradas pelo juiz.

Nesse sentido, é a redação do art. 212 do CPP.

Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes


diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa
ou importarem na repetição de outra já respondida.

Segundo a doutrina, a alteração legislativa foi importante por consagrar o exame


cruzado (cross-examination), mais adequado ao sistema acusatório, em que a produção
probatória fica a cargo das partes.

Vale registrar que o juiz poderá complementar a inquirição das testemunhas.

Art. 212, Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o


juiz poderá complementar a inquirição.

De forma esquematizada:
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, trata-se de nulidade relativa,


devendo o interessado comprovar o prejuízo.

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4
Nesse sentido:

PRESENÇA DO RÉU E CONSTRANGIMENTO DA TESTEMUNHA


Não há dúvidas de que a testemunha pode se sentir constrangida em prestar seu
depoimento, caso a pessoa contra quem depõe esteja presente no mesmo recinto.

Para evitar que a Anderson


testemunha Tiago
(bem como o ofendido)
Meneguelli Olivasinta-se receosa com a
presença do réu, o art. 217 do CPP permite que sua
andersontiago158@gmail.comoitiva seja realizada por meio de
videoconferência.
031.721.292-33
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar
humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou
ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do
depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente
na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.

Contudo, caso não seja possível o depoimento por videoconferência, o réu será
retirado do recinto para que a testemunha possa ser inquirida.

De forma esquematizada:

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5
CARTA PRECATÓRIA
A carta precatória será expedida quando a testemunha morar fora da jurisdição do
juiz, conforme art. 222, caput, do CPP.

Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será


inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para
esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as
partes

Nesse sentido:

Art. Anderson Tiago Meneguelli


222, § 1o A expedição Oliva
da precatória não suspenderá a
instrução criminal.
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33
§ 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento,
mas, a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta
aos autos.

ANTECIPAÇÃO DO DEPOIMENTO
O art. 225 do CPP aponta hipóteses em que o juiz, de ofício, ou a requerimento das
partes, pode antecipar o depoimento da testemunha.

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por


enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da
instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe
antecipadamente o depoimento.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando-se o autor à responsabilização civil e criminal.


6

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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7
SUMÁRIO
OFENDIDO ................................................................................................................ 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Declarações .................................................................................................................... 2
Condução Coercitiva .................................................................................................... 3
Direitos do Ofendido ...................................................................................................... 3
Comunicação dos Atos Processuais ......................................................................... 3
Atendimento Multidisciplinar...................................................................................... 3
Proteção dos Direitos Fundamentais ........................................................................ 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
OFENDIDO
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, o ofendido é “a vítima do delito, isto é, o sujeito passivo
da infração penal, aquele que sofreu diretamente a violação da norma penal”.

DECLARAÇÕES
Segundo o art. 201, caput, do CPP, sempre que possível, será tomado o depoimento
da vítima.

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e


perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou
presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-
se por termo as suas declarações.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO.

Ao contrário da testemunha, o ofendido não é obrigado a dizer a verdade, razão


pela qual não pode se responsabilizado criminalmente por falso testemunho.

1
Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 598

2
CONDUÇÃO COERCITIVA
O art. 201, §1º, do CPP, afirma que, se o ofendido deixar de comparecer para prestar
esclarecimentos, poderá ser conduzido coercitivamente.

Nesse sentido.

Art. 201, § 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer


sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença
da autoridade.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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DIREITOS DO OFENDIDO 031.721.292-33
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
O ofendido deve ser comunicado sobre os atos processuais, nos termos do art. 201,
§2º, do CPP.

Art. 201, § 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais


relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à
designação de data para audiência e à sentença e respectivos
acórdãos que a mantenham ou modifiquem.

ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Além da comunicação dos atos processuais, a lei autoriza que o juiz encaminhe o
ofendido ao atendimento multidisciplinar, conforme art. 201, §5º, do CPP.

Art. 201, §5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o


ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente nas
áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas
do ofensor ou do Estado.

3
PROTEÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Por fim, o juiz deverá velar pela proteção dos direitos fundamentais do ofendido, nos
termos do art. 201, §6º, do CPP.

Art. 201, § 6o O juiz tomará as providências necessárias à


preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do
ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça
em relação aos dados, depoimentos e outras informações
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição
aos meios de comunicação.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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4
SUMÁRIO
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS .......................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Procedimento.................................................................................................................. 2

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1
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, “trata-se de meio de prova por meio do qual alguém
identifica uma pessoa ou coisa que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já havia visto,
ou que já conhecia, em ato processual praticado perante a autoridade policial ou
judiciária, segundo procedimento previsto em lei”.

PROCEDIMENTO
O procedimento para o reconhecimento de pessoas está previsto no art. 226 do CPP.

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o


reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada
a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada,
se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer
semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o
reconhecimento a apontá-la;
Anderson
III - se Tiago
houver razão Meneguelli
para recear Oliva
que a pessoa chamada para o
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência,
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não diga a verdade em face da pessoa que deve ser
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reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não
veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado,
subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder
ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.

Por outro lado, o art. 227 do CPP afirma que o reconhecimento de coisas terá
procedimento semelhante ao de pessoas, no que couber.

Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as


cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 787

2
O tema, hoje, é polêmico2.

Havia entendimento pacífico da 5ª Turma do STJ no sentido de que o desrespeito às


formalidades previstas no art. 226 do CPP configuraria mera irregularidade.

Contudo, em recente julgado da 6ª Turma do STJ, prevaleceu posição em sentido


contrário.

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2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de
pessoas(reconhecimento pessoal). O descumprimento dessas formalidades enseja a nulidade do reconhecimento?. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d17e6bcbcef8de3f7a00195cfa5706f1>. Acesso em: 01/11/2021

3
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4
SUMÁRIO
ACAREAÇÃO ........................................................................................................... 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Procedimento.................................................................................................................. 2
Valor probatório .............................................................................................................. 2

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1
ACAREAÇÃO
INTRODUÇÃO
CONCEITO
A acareação é o ato processual em que se confronta as declarações divergentes
prestadas por testemunhas, acusados e ofendidos.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


PROCEDIMENTO
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O procedimento para a acareação está previsto no art. 229, caput, do CPP.
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Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre


acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou
testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas,
sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou
circunstâncias relevantes.

Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que


expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o
ato de acareação.

VALOR PROBATÓRIO
Segundo a doutrina, a acareação tem o mesmo valor probatório da prova
testemunhal ou das declarações do ofendido e do acusado.

2
SUMÁRIO
PROVA DOCUMENTAL ............................................................................................ 2
Introdução ....................................................................................................................... 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Produção ......................................................................................................................... 2
Regra ............................................................................................................................. 2
Exceção ........................................................................................................................ 2
Disposições Gerais .......................................................................................................... 3

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1
PROVA DOCUMENTAL
INTRODUÇÃO
CONCEITO
O art. 232 do CPP apresenta o conceito legal de documento.

Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos,


instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.

Contudo, a doutrina1 aponta um conceito mais moderno e condizente com a era


digital:

“(...) na atualidade vem se considerando como documento lato


sensu tudo aquilo capaz de retratar determinada situação
fática, sejam papéis, sejam arquivos digitalizados na forma da
Lei 12.682/12 (...), seja por meio de áudio ou vídeo (...)”

PRODUÇÃO
REGRA Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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Nos termos do art. 231 do CPP, a prova documental pode ser produzida em qualquer
fase 031.721.292-33
do processo, podendo ser indeferida se comprovado o caráter protelatório (ou
tumultuário).

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão


apresentar documentos em qualquer fase do processo.

EXCEÇÃO
Por outro lado, o Código de Processo Penal apresenta uma exceção à regra de seu
art. 231, que ocorre no âmbito do Tribunal do Júri.

Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de


documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado
aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis,
dando-se ciência à outra parte.

Da leitura do dispositivo legal, percebe-se que a intenção do legislador foi evitar o


efeito surpresa causado pela apresentação de documento inédito o qual a outra parte
não teve acesso.

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 632

2
DISPOSIÇÕES GERAIS
Os demais artigos do Capítulo IX, que trata dos documentos no processo penal,
requerem apenas uma leitura do texto legal.

Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por


meios criminosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo
respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que
não haja consentimento do signatário.

Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento


relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa,
providenciará, independentemente de requerimento de
qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.

Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão


submetidas a exame pericial, quando contestada a sua
autenticidade.

Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de


sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por
tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela
autoridade.

Art. Anderson Tiago Meneguelli


237. As públicas-formas Oliva
só terão valor quando conferidas
com o original, em presença da autoridade.
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Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo,
quando não exista motivo relevante que justifique a sua
conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e
ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os
produziu, ficando traslado nos autos.

3
SUMÁRIO
BUSCA E APREENSÃO .............................................................................................. 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Natureza Jurídica ........................................................................................................ 2
Espécies ....................................................................................................................... 3

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1
BUSCA E APREENSÃO

INTRODUÇÃO
CONCEITO
O tema é abordado a partir do art. 240 do CPP e, apesar da ausência de sua
definição legal, é importante conceituar os institutos. Segundo Norberto Avena1, busca:

“(...) é a diligência realizada com o objetivo de investigação e


descoberta de materiais que possam ser utilizados no inquérito
policial ou no processo criminal, assim como de pessoas em
relação às quais exista ordem judicial de prisão ou que sejam
vítimas de crimes”.

Por outro lado, apreensão:

“(...) ato de retirar alguma coisa que se encontre em poder de


uma pessoa ou em determinado lugar, a fim de que possa ser
utilizada com caráter probatório ou assecuratório de direitos”.

De forma esquematizada:
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NATUREZA JURÍDICA
Apesar de certa divergência na doutrina, prevalece a natureza jurídica de meio de
obtenção de prova, pois se trata de diligência que busca conseguir provas de
materialidade e de autoria2.

Dessa forma:

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 637
2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 793

2
ESPÉCIES
Conforme o art. 240, caput, do CPP, a busca comporta 02 espécies.

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

De forma esquematizada:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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3
SUMÁRIO
BUSCA E APREENSÃO .............................................................................................. 2
Busca Domiciliar ............................................................................................................. 2
Introdução ................................................................................................................... 2
Rol Taxativo.................................................................................................................. 2
Conceito de Casa ...................................................................................................... 3

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
BUSCA E APREENSÃO

BUSCA DOMICILIAR
INTRODUÇÃO
A proteção ao domicílio é direito fundamental previsto no art. 5º, XI, da CF/88.

Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela


podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;

Dessa forma, só é possível a realização de busca domiciliar nas hipóteses taxativas


previstas no texto constitucional.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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ROL TAXATIVO
O art. 240, §1º, do CPP, apresenta as hipóteses em que se autoriza a busca domiciliar.

Art. 240, § 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando


fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e
objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na
prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa
do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou
em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento
do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.

2
CONCEITO DE CASA
No processo penal, o conceito de casa é amplo e, segundo doutrina e jurisprudência
dominantes, pode ser extraído do art. 150, §4º, do Código Penal.

Art. 150, § 4º - A expressão "casa" compreende:


I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce
profissão ou atividade.

Para exemplificar locais que se amoldam ao conceito de casa, Renato Brasileiro 1


aponta:

“(...) Insere-se no conceito de casa, portanto, não só a casa ou


habitação, mas também o escritório de advocacia, o
consultório médico, o quarto ocupado de hotel ou motel, o
quarto de hospital, empresas e lojas (do balcão para dentro),
pátios, jardins, quintal, garagens, depósitos, etc. (...) Não se
exige, para a definição de “casa”, que ela esteja fixada ao solo,
pois o conceito constitucional abrange as residências sobre
rodas (trailers residenciais), barcos-residência, a parte traseira do
interior da boleia do caminhão, etc.”
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

A resposta é SIM.

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 799

3
Contudo, nos termos do art. 7º, §6º, do Estatuto da OAB, a busca e apreensão em
escritório de advocacia só é possível quando: a) houver indícios de materialidade e autoria
criminosa por parte do advogado; b) decisão judicial motivada; c) mandado de busca e
apreensão específico e pormenorizado; d) presença de representante da OAB.

Nesse sentido:

Art. 7º, § 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da


prática de crime por parte de advogado, a autoridade
judiciária competente poderá decretar a quebra da
inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em
decisão motivada, expedindo mandado de busca e
apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na
presença de representante da OAB, sendo, em qualquer
hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos
objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem
como dos demais instrumentos de trabalho que contenham
informações sobre clientes.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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4
BUSCA DOMICILIAR

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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BUSCA DOMICILIAR

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO. 031.721.292-33

Segundo a jurisprudência do STJ, a existência de denúncia anônima e o fato do indivíduo ter fugido
para casa ao avistar os policias não justificam o ingresso na residência sem o mandado judicial.

A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas
razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou
determinação judicial. STJ. 6ª Turma. RHC 83501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018
(Info 623).
BUSCA DOMICILIAR
MERA INTUIÇÃO

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito,
para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência
de crime no interior da residência. Anderson
A mera intuição acercaOliva
Tiago Meneguelli de eventual traficância praticada pelo
agente, embora pudesse autorizar andersontiago158@gmail.com
abordagem policial em via pública para averiguação, não
configura, por si só, justa causa a autorizar031.721.292-33
o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento
e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz,
julgado em 20/4/2017 (Info 606).
BUSCA DOMICILIAR

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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BUSCA DOMICILIAR
CONSENTIMENTO

Com o consentimento do morador, é possível a realização de busca domiciliar, mesmo sem


mandado judicial e em qualquer horário (dia ou noite).
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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031.721.292-33
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se
realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao
morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
BUSCA DOMICILIAR
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do
suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela
pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do
ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada a prova
enquanto durar o processo. Principais conclusões do STJ:
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-se, em
031.721.292-33 termos de standard probatório
para ingresso no domicílio do suspeito sem mandado judicial, a existência de fundadas razões
(justa causa), aferidas de modo objetivo e devidamente justificadas, de maneira a indicar que
dentro da casa ocorre situação de flagrante delito.

2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de natureza
permanente, nem sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se
encontra a droga. Apenas será permitido o ingresso em situações de urgência, quando se concluir
que do atraso decorrente da obtenção de mandado judicial se possa objetiva e concretamente
inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será destruída ou ocultada.
BUSCA DOMICILIAR
3) O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes estatais em sua casa e a busca
e apreensão de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário e livre de qualquer tipo de
constrangimento ou coação.

4) A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do


Anderson Tiago Meneguelli Oliva
suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela
andersontiago158@gmail.com
pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do
031.721.292-33
ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada tal prova
enquanto durar o processo.

5) A violação a essas regras e condições legais e constitucionais para o ingresso


no domicílio alheio resulta na ilicitude das provas obtidas em decorrência da medida, bem como
das demais provas que dela decorrerem em relação de causalidade, sem prejuízo de eventual
responsabilização penal do(s) agente(s) público(s) que tenha(m) realizado a diligência.
STJ. 5ª Turma. HC 616.584/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 30/03/2021. STJ. 6ª Turma.
HC 598051/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687).
SUMÁRIO
BUSCA E APREENSÃO .............................................................................................. 2
Mandado Judicial .......................................................................................................... 2
Introdução ................................................................................................................... 2
Requisitos ..................................................................................................................... 3
Conceito: Dia .............................................................................................................. 7

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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1
BUSCA E APREENSÃO

MANDADO JUDICIAL
INTRODUÇÃO
Uma das hipóteses de realização da busca domiciliar é mediante mandado judicial.

De início, é importante esclarecer que, para a maioria da doutrina, o art. 241 do CPP
não foi recepcionado pela Constituição Federal.

Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não


a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser
precedida da expedição de mandado.

De um lado, o delegado depende do mandado judicial para o cumprimento da


diligência, sob pena de configurar, inclusive, crime de abuso de autoridade, de outro, o
cumprimento da busca domiciliar pelo próprio juiz abalaria o sistema acusatório em que
este não deve atuar oficiosamente.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é SIM.

Nesse sentido:

2
REQUISITOS
Nos termos do art. 242 do CPP, a busca domiciliar pode ser determinada de ofício ou
a requerimento das partes.

Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a


requerimento de qualquer das partes.

Por outro lado, o art. 243 do CPP aponta os requisitos do mandado.

Art. 243. O mandado de busca deverá:


I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será
realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou
morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que
terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o
fizer expedir.

Em caso de desobediência, a diligência será realizada coercitivamente.

Art. 245, § 2o Em caso de desobediência, será arrombada a


porta e forçada aTiago
Anderson entrada.
Meneguelli Oliva
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§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de
031.721.292-33
força contra coisas existentes no interior da casa, para o
descobrimento do que se procura.

Da mesma forma, se o morador não estiver na residência, a diligência será cumprida,


devendo constar testemunhas.

Art. 245, § 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando


ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a
assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.

Por fim, o art. 250 do CPP apresenta hipótese em que a autoridade policial (ou seus
agentes) poderá realizar a apreensão fora dos limites de sua jurisdição.

Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no


território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado,
quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de
pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente
autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a
urgência desta.

3
Se o endereço estiver equivocado, não será possível realizar a diligência no local
correto, diante da ausência de mandado judicial específico.

Nesse sentido1:

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO.

Nesse sentido, o mandado judicial deve ser específico, conforme previsto no art. 243
do CPP.

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Mandado de busca e apreensão com endereço incorreto. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4fa177df22864518b2d7818d4db5db2d>. Acesso
em: 11/11/2021

4
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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A resposta é SIM.

O acesso aos dados contidos no aparelho celular apreendido mediante autorização


judicial é legal, ainda que a decisão não tenha expressamente mencionado tal
possibilidade.

5
Anderson Tiago Meneguelli Oliva
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6
CONCEITO: DIA
Inicialmente, é importante destacar que o mandado judicial somente pode ser
cumprido durante o dia.

Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo


se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de
penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o
mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o,
em seguida, a abrir a porta.

Dessa forma, sendo noite, caberá à autoridade competente cercar a casa até que
amanheça e seja possível cumprir a diligência.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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O tema é bastante polêmico.

Doutrina e jurisprudência sempre divergiram acerca dos critérios: físico-astronômico


e cronológico.

Em síntese, o critério físico-astronômico considera “dia” o período compreendido


entre o nascer e pôr do sol, por outro lado, o critério cronológico, de 06:00 às 18:00.

De forma esquematizada:

Contudo, com o advento da nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/19),


muitos doutrinadores passaram a entender que o “dia” seria o período compreendido
entre 05:00 até 21:00.

7
Tal fato se deve à tipificação de abuso de autoridade, quando se cumpre mandado
de busca e apreensão após às 21:00 ou antes das 5:00, conforme art. 22, §1º, III.

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou


à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas
dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições,
sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas
em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste


artigo, quem:
(...)
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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SUMÁRIO
BUSCA E APREENSÃO .............................................................................................. 2
Busca Pessoal ................................................................................................................. 2
Introdução ................................................................................................................... 2
Procedimento ............................................................................................................. 2
Jurisprudência ................................................................................................................ 4

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


andersontiago158@gmail.com
031.721.292-33

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BUSCA E APREENSÃO

BUSCA PESSOAL
INTRODUÇÃO
Segundo Norberto Avena1, “trata-se da diligência realizada no corpo da pessoa, em
suas roupas ou objetos que tenha consigo”.

Tem previsão legal no art. 240, §2º, do CPP.

Art. 240, § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver


fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida
ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo
anterior.

PROCEDIMENTO
Nas hipóteses apresentadas no art. 244 do CPP, a busca pessoal independe de
autorização judicial.

Art. Anderson
244. A busca Tiago
pessoal Meneguelli
independerá de mandado, no caso
Oliva
de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa
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esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que
constituam corpo031.721.292-33
de delito, ou quando a medida for
determinada no curso de busca domiciliar.

Em regra, SIM.

Segundo a jurisprudência, em regra, a busca veículo é equiparada à busca pessoal.

1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 650

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Dessa forma, a exceção cabe quando o veículo é utilizado como moradia.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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A resposta é NÃO.

O art. 249 do CPP afirma que a busca pessoal em mulher será realizada por outra
mulher, desde que não cause prejuízo à diligência.

Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não
importar retardamento ou prejuízo da diligência.

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A resposta é SIM.

Nesse sentido:

É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com


base unicamente em denúncia anônima.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.695.349-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 08/10/2019 (Info 659).

JURISPRUDÊNCIA
A seguir, alguns entendimentos dos Tribunais Superiores acerca da busca e
apreensão.

1) É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada2.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/05a4459d3d5c309f5ab86521d1d2bb69>.
Acesso em: 11/11/2021

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2) Acesso aos dados de agenda telefônica em celular

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que é válida a prova
produzida a partir da agenda telefônica de um investigado, cujo acesso ocorreu durante
abordagem policial e sem autorização judicial. Para os ministros, os dados constantes da
agenda do celular não estão abarcados pela proteção constitucional do sigilo telefônico
ou de dados telemáticos3.

Anderson Tiago Meneguelli Oliva


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3https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/25012021-Dados-de-agenda-telefonica-em-celular-
nao-estao-abarcados-pela-protecao-constitucional-de-sigilo.aspx

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