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SUPERSTIÇÃO OU R E A L ID A D E ?
dico algum que desse jeito nela, nem que explicasse a Que Deus salve o Brasil dessa praga, que Deus li
origem da paralisia. berte o povo que merece bem mais do que estar sob os
laços, hum anam ente inquebráveis, do poder tle satanás.
Depois, falei com vítimas de Candomblé e Umbanda
que m e contaram do dram a terrível que é submeter-se Então, às vítim as do Candomblé e Umbanda, és te
às influências dos “ exús” e “ orixás”. Aos poucos fui-me livro é dedicado.
convencendo de que essas coisas não eram apenas im a
ginárias, e apesar de serem fruto de superstição, seus QUAB É A ATRAÇÃO DESSAS COISAS?
efeitos eram reais.
Constatei que a necrom ancia e a feitiçaria não ces Por que será que um a pessoa educada vai a um bar
saram com a Idade Média, e que, ainda hoje, o homem racão e póe o; seit destino à disposição de um “pai de
adora os poderes das treva? e tenta usá-los para satisfa santo” ?
zer a sua vontade pessoal, ganhar m érito e tornar-se po Por que motivo um homem católico, que me disse
deroso. “jam ais ter perdido um a missa semanal desde a infân
A Bibíia fala sobre o poder das trevas e sobre as cia”, pula o m uro de um cemitério, à meia-noite, tendo
“forças espirituais do m al.” Evidentem ente o inimigo da na mão um coração de boi preparado com pós africanos
alma do hom em ainda está enganando, roubando e des e am arrado com fita vermelha, e com ó próprio^ coração
truindo através dos poderes malignos e dos espíritos de batendo dc terror, faz isso em obediência a um orixá ?
moníacos. Por que motivo um a senhora culta procura uma
Cheguei à conclusão de que não poderia mais sacudir cartom ante e lhe obedece cegamente a s recomendações?
a cabeça e dizer, “ Pobres coitados, isso é apenas supersti Por que será que um operário, que m al tem dinheiro
ção porque nada realm ente está acontecendo.” Não. O para com prar leite para os filhos, gasta o que não tem,
poder do diabo è real. comprando m anjares para os colocar m una encruzilhada
Assim pois, comecei a enfrentar essa m onstruosida a fim de agradar a 11111 “ exü” ?
de considerada apenas crença folclórica e comecei a usar Por que razão o povo brasileiro, ao defrontar pro
o poder do Nome de Jesus em oração para libertar os blemas sentimentais, financeiros ou de saúde, bate à por
oprimidos desses “caboclos” e “ orixá.?” que nada mais ta de algo que o envolve em cenas sangrentas e terríveis?
são do que espíritos malignos e demoníacos.
Hoje eu reconheço 110 Candomblé e na Umbanda a CURIOSIDADE, IGNORÂNCIA E PODER
m aior ameaça espiritual jam ais enfrentada por um povo.
Creio que o Brasil tem qíie se libertar desse mal, já que A resposta a essas perguntas não é afirm ar que se
algumas autoridades dizem estar mais de um te rç o d a trata apenas de ignorância^ pois níésinò com o decresci-
população m etida nessas coisas, curvando-se perante maes mo do iiidice de analfabetismo, o núm ero de adeptos do
de vsanto e obedecendo às ordens dos “ orixás”.
14 robert M cA l i s t e r MÃE DE SANTO 15
Candomblé e da Umbanda aum enta cada dia mais. Igno inferno. Depois de falar com centenas delas, vítim as des
rância espiritual, com certeza, faz parte da respostaU " sas forças malignas, eu vejo em tudo isso a mão do diabo
Outra razão é simples curiosidade. O hom em gosta que ainda hoje vem para roubar, m atar e destruir a hu
de coisas misteriosas c m íd to liõ n ra a quem possa reve manidade.
lar o passado e abrir a janela do futuro, embora o faça E é justam ente isto o que está acontecendo no Brasil
por meio de poderes diabólicos. através dessas crenças de Candomblé e Umbanda.
Parle da resposta está cm que, alravés dessas coisas,
um a simples doméstica pode, durante algum as horas,-ser
possuída, por exemplo, do espírito da índia Jurem a e re
velar sabedoria além do norm al; um contador pode, tem
porariam ente, ser um “preto aleijado”, dotado de pode
res in com uns, e um operário, 110 meio da sua miséria,
tornar-se a própria encarnação da destruição e da morte,
A IGREJA TAMBÉM É CULPADA
Parte da explicação da popularidade dessas “ reli
giões” é que a Igreja de Jesus Cristo não tem satisfeito
às necessidades do povo. iÊste, vendo a “ política religio
sa” e a insinceridade da igreja oficial, tom ou o seu desr
tino em suas imóprias mãos, deixando os líderes a brincar
de polêmicas doutrinárias em suas catedrais.
0 povo precisava de ajuda para resolver os seus pro
blemas, e a Igreja falhou. O povo precisava de cura, e a
Igreja lha negou. 0 povo precisava de conforto e a Igre
ja não lho tinha para dar. 0 povo queria um a crença
que lhe satisfizesse a sêde e fom e de ver algum a coisa
real, e a Igreja só teve para o alim entar palavrório vazio
e não o poder transform ador do Evangelho.
Sim, à Igreja cabe levar grande parte da culpa pelo
crescimento fantástico do espiritismo no Brasil.
Mas, acim a de tudo isso, eu vejo uma conspiração
satânica a oprim iF milhões de pessoas com os poderes dó
COMO COMEÇOU NO BRÁSIL ©
CANDOMBLÉ
que oferece flores perante Nossa Senhora da Conceição, Entretanto o_ Espírita “da m esa” não quer ligação
tam bém coloca um copo de água e uns búzios para reco nenhum a com o terreiro e, ao mesmo tempo, o catolicis
nhecer nela a sua outra identidade de Iem anjá, a deusa mo brasileiro está bastante embaraçado com muitos dos
do m ar. seus adeptos que saem da missa para ir ao centro e ao
Poucos são os lugares onde ainda está sendo preser terreiro.
vada a doutrina original proveniente da África, mas no Se tudo isso parece confuso é porque, na realidade,
Çapjloniblé, onde ainda se usa linguagem africana e onde é confuso mesmo. Mas no meio desse ambiente, junto
os “ trabalhos” são oferecidos aos ídolos africanos, é pos com os mistificadores e charlatães, há m uita gente since
sível identificar a velha crença. ra, em bora confusa e perdida.
A origem do nome “um banda” não é conhecida com
segurança. Uns dizem derivar-se dum a palavra africana
que significa “ sacerdote”, enquanto outros afirm am com AS “ NAÇÕES” DO CANDOMBLÉ
por-se d^ dois vocábulos: “ um ”, traduzido como “Deus”
c “banda”, que significa “ povo”, constituindo pois, uma Oficialmente o Candomblé começou na Casa B ran
crença entre Deus e o povo. Mas se o nom e traz confu ca da Bahia, com três africanas. Mas as origens dos seus
são, muito mais a prática. rituais perdem-se nas gerações passadas onde se ocultam,
e ainda hoje suscitam m uita polêmica e divergência entre
A “ SALADA” QUE É 0 ESPIRITISMO BRASILEIRO o povo dessas seitas.
A estrutura do Candomblé pode ser definida pela
D urante centenas de anos tem o povo m isturado uma palavra “ nações”. Ao passo que cada terreiro é em si
crença à outra, do que resultou um a espécie de crença mesmo soberano, e em certos aspectos diferente dos de
que realm ente desafia qualquer identificação. Por exem mais, há contudo semelhança entre as “ nações” . Não
plo, Yokaanam , m istura coisas de Umbanda com esote existe, todavia, nenhum a organização geral ou federação
rismo. Em m uitos lugares a doutrina européia de Ale delas.
xandre Kardec m istura-se à prática de Macumba, embora A “nação” Angola, fala da parte da África de onde
muitos espíritas neguem qualquer vinculação com Um veio certa form a de Candomblé, Os escravos oriundos
banda. Até a doutrina hindu de K am i a é aceita por parte dessa região m isturaram -se com o índio brasileiro e os
dos que também invocam os poderes dos exús. adeptos da “ nação” Angola se vestem como se fôssem
> O Umbandista, que invariavelm ente se considera um a índios. As m ulheres não usam camisa, m as uma espécie
v pessoa católica tam bém acha que tem direito de se con- de m anto que lhes envolve o corpo da cintura até os
! siderar espírita pois está recebendo e consultando espí ombros que ficam nus. Seus rituais se realizam no m ato
ritos tanto quanto o seu colega de “ espiritismo científi e incluem o uso de cobras e outros bichos. Esta é a “na
co” que não derram a sangue para agradar ao exú. ção” menos civilizada.
20 robert M cA l i s t e r
gredos” do Candomblé foram revelados num a reporta Os “ orixás” são deuses, ou espíritos bons, q.ue no
gem feita por um “ pai de santo” e publicadas na revista Candomblé devem ser suplicados para o cliente conseguir
“ O Cruzeiro”, que, por permissão dele, fotografou cenas favores. Mas antes de fazer o pedido, o suplicante, atra
do ritual. Naquela época pediram -m e vários esclarecimen vés da mãe ou pai de santo, tem que satisfazer o exú,
tos dessas coisas. Neguei-me a inform ar pois ainda que que é o espírito dc diabo, tam bém considerado mensagei
ria guardar êsses “segredos”, m as sabia que tudo aquilo ro de orixá.
realm ente fazia parte da religião de Candomblé . O Candomblista faz sacrifícios e oferendas (cham a
“Acho, pastor, que m uitos vão gostar desta explica dos “ despachos”) aos exús só para mandá-los embora,
ção porque não entendem coisa algum a do assunto. Pen- mas na Umbanda os exús são invocados para fazer tanto
sam ser um a coisa quando, na verdade, é bem outra. o bem como o mal, dependendo isso do desejo do médium.
Díepois ficam arrependidos mas não podem mais sair. Êsses exús, no ritual de Umbanda, se m anifestam
Êstes, naturalm ente, vão gostar dum a explicação” . como anim ais e são chamados pelos nomes de sapo, co
bra, jaguar ctc. Quando êsse exú baixa e possui o ado
EXÚS E ORIXÁS rador, a m anifestação física m ostra o tipo do exú. Por
exemplo, o exú-porco faz os ruídos do porco e se com
Em palavras simples, a diferença entre Candomblé e porta de modo sem elhante ao porco.
Umbanda é que o Candomblé ataca o espírito enquanto Os exús, dependendo da crença do terreiro, podem
a Umbanda ataca o corpo. Em Um banda os “ guias” pos ser profundam ente malignos, ou m eram ente im orais e
se ssam os seguidores é se m anifestam fisicam ente sob o irresponsáveis, podendo ser controlados pelos espíritos
nome de “ Exú”, “ Preto Velho”, “ Caboclo” etc. No Can “benéficos.”
domblé tudo é ocultismo e nêle não se adoram êsses espí
ritos interm ediários. É o “ orixá” que se torna dono da Outra crença básica de Umbanda é a capacidade dos
cabeça da m ãe de santo. Mas tanto Umbanda como Can espíritos dos que desejam voltar para fazer o bem, ou
domblé invocam espíritos. 0 umbandista, porém, acha o médiuns, chamados “ cavalos” (porque o espirito domi
“ orixá” poderoso demais para ser facilmente chamado na o corpo como o hom em domina úm cavalo), que cha-
à terra. Portanto cham am espiritos desencarnados e espí m ahi os exús, pretos velhos e caboclos para conseguirem
ritos m enores para representarem os orixás. deles os segredos das ervas medicinais e para receberem
instruções de como fazer os trabalhos e evitar o mal, o
Essas alm as desencarnadas, diz o um bandista, vão perigo ou resolver os seus problemas.
desfazer algo que fizeram durante um a encarnação. E n
tretelas se vêm “ caboclos” ou espíritos de índios; “ pre 0 Candomblé nunca invoca êsses “pretos velhos” ou
tos velhos” considerados chefes de tribos, guerreiros, ou “ alm as”, mas quando raram ente despacha um a alma, é
gente hábil no uso de ervas, e escravas ricas em sabedo sempre para proteger a IASI das almas dos seus fam i
ria merecida por vidas de grande sofrimento. liares,
PA rooert M cA l i s t e r MÃE DE SANTO 25
A finalidade de tudo isso é ganhar o conlròle das soas invariávelmente se declaravam católicas, mas depois
forças e poderes que governam as vidas. Fazem ofertas de questioná-las, adm itiam que na profundidade da sua
de anim ais, comidas e flores aos “ exús” pará tentar m e dor, e sem saberem para onde ir a fim de resolverem
recer favores e para obrigar outros a fazerem a sua von tal ou qual problema, embrenharam~se na Um banda para
tade. Assim, querem m udar sua sorte, resolver proble ver se os podêres estranhos ali manifestados podiam re
mas, curar doenças, evitar acidentes, conseguir emprego solver qualquer coisa.
e até mesmo (como na Quimbanda) pedir a má sorte e Nunca m e esquecerei de certa senhora que inc disse
ainda a m orte dos seus inimigos pelas forças ocultas ser m em bro dum a Igreja Cristã, mas durante a doença da
dos exús. fillia, por não querer a sua igreja orar por sua cura, foi
tentada a levá-la ao espiritismo. Ali fizeram “ trabalhos”
O QUE ACONTECE DURANTE ESSAS CENAS e foi-lhe prom etida uma solução. Mas, como ocorre na
totalidade dos casos, disseram-lhe que tinham grande ca
O campo dessa batalha é a alm a do homem. A ví pacidade para lhe dar “ desenvolvimento”, por isso iam
tim a è á pessoa que se subm ete ao poder dessas forças arranjar-lhe um protetor. Depois de certo período a doen
malignas e demoníacas. Por exemplo, quando um “ ca ça começou a passar c a mãe disse à filha: “ Meu bem,
valo” invoca um exú, ele se entrega de corpo, alma e voltemos para a nossa igreja”, ao que ela respondeu:
espírito aos poderes das trevas e não tem proteção ne
nhum a contra os efeitos m entais e emocionais que re / “ Mamãe, eu quero, mas o espírito não me deixa sair”.
sultam desses contatos com o diabo.
\ Os^^sanatonos do Brasil estão cheios de vítimas de
, tudo isso. Ãti s_s di portas fechadas há uma multidão de
'loucos que nao puderam resistir à pressão do mal, invo-
cuiTcTcT e recebendo, voluntariam ente, o poder de Sata
nás. Essa genle pensa que o seu único recurso para uma
vida melhor é entregar a sua vida rias mãos dos exús.
t Grande num ero de médicos diz que a m aior parte dos
débeis m entais atingiu esse estado por causa de contato
1 cohrêssèíT pôdêrés oéultos, é um chegou m esmo a dizer
* que “Espiritism o é fábrica de loucos”.
Literalm ente falando, centenas de vêzcs durante os
; últimos anos, vítim as de Candomblé e Umbanda tem sido
i trazidas ao meu gabinete pastoral. Vi pessoas cuja m en
te não suportava mais o contato com esses poderes do
inferno, representados pelos exús e orixás, Essas pe§->
O RITUAL DE UMBANDA
Geralmente os cultos de Um banda são feitos num
“ terreiro”, perante um altar contendo flores, a figura de
São Jorge e a imagem cia Virgem. Junto a isso estão as
figuras de cabeças de índios e pretos velhos, ou seja, os
j
espíritos do terreiro. Tam bém podem estar os búzios e
I figuras de Oosme c Dam ião, os “protetores” de crianças.
Geralmente, liá um outro altar, m enor, dedicado aos exús
entidades bastante respeitadas por causa da sua fôrça e
poder.
Ao entrar, o suplicante trás flôres, cachaça, charu
tos oú animais, eiifim, o material do sacrifício. Tem que
entregar tudo isso ao “ cambono”, o que toma conta do
terreiro, e depois ajoelhar-se perante o altar. Às vezes,
prostra-se inteiram ente perante um símbolo mágico.
Antes de começar, o oficiante acende um a vela e
juntam ente com a cachaça e o charuto do ritual, ofere
ce-a em frente à “ casa cie exú” para satisfazê-lo, a fim
de que não atrapalhe os “ pretos velhos” e “ caboclos”
que serão chamados.
Depois, há a “purificação” do ambiente por incenso e
o líder faz o “ sinal da cruz” na frente de Iodos os pre-
seiitês. Então, o incenso é jogado fora da porta, levando
consigo o “ m al”. Às vezes, passam um prato fundo de
cachaça, e depois de todos participarem dela, jogam fora
o que resta.
Para continuar, os “ cavalos” ou seja os médiuns, que
esperam receber os espíritos, descalçam os sapatos e se
vestem de colares protetores para afastar os exús. Usam
rosários e esfrçiãS de Davi ou figuras que representem
28 ROBERT McALISTER
MARCADA PARA SER MÃE DE SANTO m e perguntou, “você já latiu algum a vez?” Eu fiquei
espantada pois ninguém sabia que eu dissera a m inha
Sou baiana, filha de João Francisco dos Santos, e mãe não ser cachorro. Olhei para m am ãe e ela me disse
minha avó era africana de quem recebi a minha herança não ter falado nada a ninguém.
de “ mãe de santo”. Às m inhas irm ãs, Neuza, que foi O "caboclo” me pegou e me jogou para cima. E u fi
vítim a de um a “m ãe de santo” curiosa, sofre emocional quei sob a influência desse espírito durante quinzerion-
m ente por causa de Candomblé, e a outra irm ã, Nair, gos dias, e não parava de soluçar. Minha mãe, vendo que
estuda espiritismo de Kardec m isturado com Umbanda isto não passava, voltou a êle e o “ caboclo” disse que eu
de caboclo. precisava latir mais um pouquinho, só porque eu tinha
Tudo começou antes do meu nascimento. A parteira dito não ser cachorro.
era um a africana de Candomblé. No dia cm que nasci Uma senhora tendo m uita pena de m im e vendo que
ela m e m arcou com quatro m arcas de faca que trago eu não podia dorm ir nem beber água, m e levou a um
áté hoje no braço direito, para que sem pre me lembrasse "pai de santo” e êle preparou um banho de ervas. Logo
da sua declaração, “Esta menina tem que ser “ mãe de tudo passou e o pai de santo disse, "E sta m enina tem
santo” de qualquer jeito. Não poderá fugir a esse des que "fazer santo” de qualquer m aneira.” Dai em diante
tino”. não liguei mais a essa coisas.
Fui escolhida desde o ventre da m inha mãe para SOB A CACHOEIRA NA BAHIA
seguir um destino que nada me trouxe senão tristeza
e dor, Quando eu era mocinha de 12 anos, m inha m ãe me
LATIR COMO CACHORRO levou para fazer um piquenique perto da cachoeira de
São Bartolom eu, na Bahia, onde havia m uita gente dc
Quando tinha apenas nove anos tive o m eu prim eiro Candomblé, recebendo batismo nas águas dessa cachoei
contato com Candomblé. Uma vizinha ficou doente e uma ra e recebendo os "santos.” Uma das m ulheres saiu da
moça foi cham ada para ajudá-la. Minha mãe foi cham a quele meio e veio para o nosso lado e m e pegou. Levou-
da tam bém para assistir e m e levou. Mas eu disse, "M a -nic para o meio do pessoal e o “ pai de santo”, chamado
mãe, não sou cachorro para m e m eter nessas coisas. Não Manuelzinho de Oxoce, me disse: “ Quero fazer o teu
vou, não. Não gosto disto.” Mas a m inha m ãe me obri santo.” Depois, sempre que êle m c via, dizia a m esm a
gou a ir. coisa, mas eu fugi.
Realm ente vimos o "caboclo” baixar nessa môça TUDO COMEÇOU NO RIO DE JANEIRO
(pois a nação era de Angola qne cham a caboclos), e êle
fum ou ^charuto etc. Quando chegou determinado m o Quando eu tinha 15 anos, o m eu pai foi à Bahia
mento êle virou-se para m im e m e cham ou para me dar para m e buscar, e m e trouxe para o Rio de Janeiro onde
um "passe”, Com aquele charuto me defumou toda e me revelou a herança da m inha bisavó, Até então eu
36 robert M cA l i s t e r
mo quarto comigo estava outra m ulher que tam bcm “ fa ANDAM NAS IGREJAS CATÓLICAS
zia santo.” Ficam os nesse quarto com o cheiro de san
gue seco, sem poder sair nem m esm o para as necessidades Na Bahia, depois de passar essa prim eira fase de 17
físicas. dias, tem a pessoa obrigação de ir a sete igrejas cató
licas. Esta é a reverência a OXALA, que é o nome afri
BANHOS QUE ATRAEM MÔSCAS cano daquilo que eles querem que seja Jesus Cristo. A
Geralmente, banho é para lim par, m as não é assim Igreja do Bonfim é muito freqüentada pelos seguidores
quando se “faz santo.” D urante 17 dias, duas vezes por àe Candomblé, que recebem OXALÁ. Outros vão à igreja
dia, às 4 horas de m adrugada e às 6 horas da tarde, nós cujo santo padroeiro represente o “ orixá” que receberam .
fomos “ lavadas” pela m ãe de santo. A IAWO agora entra num período de três meses
Êsses hanhos são feitos com infusão de fôlhas, mis em que ela serve â m ãe de santo como empregada, la
tura nojenta de sangue, e a IAWO antes de se sub vando roupa e preparando comida. Fica prêsa ali e não
m eter a essa “lavagem ” é obrigada a beber parte desse lí pode sair para coisa alguma. Depois, dependendo das
quido. Ficar nua e fazer essas “ obrigações” é tão hum i ordens do “ orixá”, pode ser obrigada a ficar durante um
lhante que nem posso contar, Mas tudo isso faz parle ano inteiro. Êsse período de treinam ento como IAWO
da obrigação de “fazer santo” no Candomblé, dura três anos.
O banho é tão podre que atrai môscas, porque du
rante o total de 17 dias, sem poder tocar em seu próprio “ EBAMI”, SEGUNDO PASSO PARA SER MAE DE
corpo, sem escovar os dentes, a IAWO fica trancada no SANTO
quarto junto com outras candidatas, e ali satisfaz tôdas
as necessidades do corpo. Depois de cum prir as exigências e fazer os sacrifí
“ O DIA DO NOME” — FESTA DE FORMATURA cios de agrado aos “orixás” eu passei da fase de IAWO
para EBAMI. Como IAWO, a Fillia de Santo fica sem
O final dêsses dias horrorosos é a form atura, quando pre sob a supervisão da mãe de santo, para ajudá-la nos
se recebe o nom e do “ orixá.” Nessa ocasião a IAWO se trabalhos. Depois, passa a trabalhar independentemente.
veste da m aneira m ais colorida possível e recebe os “ ori Agora, eu tinha m inha liberdade. Podia trazer os
xás”. Agora sei que a pessoa se torna endemoninhada m eus “ santos” para casa e m ontar o altar e começar a,
porque o que chamamos de “ orixás” são demônios. praticar as artes, conforme os poderes que recebi dos
D urante essa m anifestação a pessoa fala o nome do espíritos. Já tinha aprendido a agradar aos “ exús” e pre
“ dono da sua cabeça” e o m undo conhece o seu nome. parar as oferendas e fazer tôdas as coisas que têm suas
Esta é a razão da festa. 0 dono da minha cabeça era raizes na prim itiva c selvagem tradição das nações afri
OXUM, a deusa dos rios e cachoeiras e a deusa do ouro. canas.
MÃE DE SANTO 41
40 ROBERT McALISTER
as cartom antes, as mães de santo e os chefes de terrei fica. Isto faz parte do ritual. Tem-se que lá ir descalço.
ros. Cada um tenta passar o outro para trás. Fazem É na Bahia os padres não querem hostilizar os espíritas
trabalhos, uns contra os outros, e falam m al uns dos e por isso deixam-nos entrar à vontade. E todo o m undo
òütros para prejudicar suas vidas e roubar os seus sabe que a “lavagem da escada” da Igreja do Bonfim é
clientes. festa puram ente do Candomblé.
Um dia fui a um a cartom ante esotérica que m e disse No Candomblé, na ocasião em que há missa, o padre
haver um a conspiração contra mim, arm ada por um gru vai celebrá-la sabendo perfeitam ente que a casa é de
po de m ulheres que tinham inveja do m eu sucesso. Ela Candomblé. E êle come do m elhor, e bebe do m elhor
disse que eu teria de fazer um a “ obrigação” bem grande vinho. Muitas e muitas vezes eu convidei o padre
e m -sm o assim eu ia sofrer m uito. De fato, ela m e disse e êle veio celebrar missa no altar da m inha casa. ÍÉle
que eu devia procurar a Cristo para me ajudar! sabia que eu era do Candomblé e que a m issa fazia parte
Fiquei bastante surpresa e lhe perguntei “Então devo daquilo que eu praticava. Aquela senhora am ericana
ir para o Protestantism o?” Ela respondeu, “ Não, nunca! pode, pois, praticar as artes de m agia e ainda assim con
Vá para a Igreja Católica pois esses Evangélicos se acham tinuar a ser católica sem problema nenhum.
os únicos salvos e dizem que são somente eles que têm a QUIMBANDA NA "2* FEIRA DO CARNAVAL”
verdade. Não vá lá, não.”. Mas essa era a prim eira pa
lavra que eu jam ais ouvira sôbre um a certeza de salva Durante êsses anos que não me trouxeram senão
ção, e isto ficou na minha mente. sofrim ento pessoal, eu me envolvi cada vez mais em tôda
A BOLA DE CRISTAL E OS PADRES DA BAHIA sorte de espiritismo, inclusive na prática da m agia negra.
Conheci a Quimbanda através de um casal. O ho
Aos 18 anos foi-me preparada um a bola de cristal. mem queria que o pai dêle transferisse todos os bens
Quando se “faz santo” tem que se ir com todo o m ate da fam ília para sua mãe, e disse que fôra aconselhado a
rial já preparado, Mas eu tinha pavor das coisas eu via ir à Quimbanda para fazer um sacrifício muito forte,
na bola de cristal c, por isso, a escondi e nunca a usei, de sangue, aos exús. E ra na 2^ feira do carnaval.
apesar de me terem .sido revelados segredos de adivinhar Diz a velha lenda qne Satanás é o dono do Carna
que só se podem saber pelo uso da bola. val. Nessa noite eu soube a razão porquê. A Umbanda
Ouvi falar que nos Estados Unidos há um a senhora e o Candomblé não fazem “ trabalhos” durante o carna
que está sendo muito procurada. Até o Presidente Roose- val, m as na Quimbanda, a 2^ feira do Carnaval é dia
velt a chamou, certa vez, à Casa Branca. Ela declara-se esperado ansiosamente pois os seus seguidores, nesse dia,
católica. Mas tôda gente de Candomblé é católica. Por adoram , abertam ente, a Satanás e fazem “ trabalhos” san
exemplo, depois de raspar a cabeça e se dedicar aos “ ori grentos e perversos.
xás”, a prim eira coisa que se faz é ir a um a igveja cató- O chefe do terreiro de Quimbanda é o “ exú”, ou
seja o diabo. 0 “ cavalo” dêsse exú, a chefa do terreiro
48 Ro bert M cA l i s t e r MÄE DE SANTO 49
era m ulherzinha franzina. Dançava num a perna só e ti cam inho do exú, ou seja, se tira o exú do cam inho para
nha uma bengala feita de galho de árvore, semelhante então fazer o “ trabalho.”
a esses “ garfos” do diabo, conform e a concepção paga. Por isso o diabo disse que inc conliecia pois eu lhe
Todos os adeptos se m anifestaram iguais a ela, vestidos tinha oferecido m uitos presentes.
de preto e vermelho, tendo no gorro o nom e de cada um. O resultado deste encontro com Quimbanda foi que
Vi gente da alta sociedade, chefes de repartição pú o pai dêsse senhor passou todos os seus bens para o filho.
blica e pessoas cultas e educadas que ali vieram para con 0 diabo aceitou a oferta de sangue e fez a obra. íÊste é
seguir seus objetivos através das ofertas de sangue para um aspecto da nossa “festa folclórica” que os turistas
Satanás. não vêm, mas que o povo faz para prestar sua hom ena
Todo o m aterial já estava preparado; velas, cachim gem as fôrças do inferno e usár o poder do diabo para
bos, galinhas etc. e tudo era preto. Aí teve início a “ festa.” conseguir a sua vontade. Mas, o caso é que o diabo não
Começaram sob a influência da “Pom ba Gira”, a prote 'faz nada sem cobrar juros muito altos!
tora das prostitutas, a rasgar com os dentes o pescoço Já que falei m uito sôbre “ trabalhos” acho por bem
duma galinha, bebendo-lhe o sangue. Tocaram fogo em descrever alguns dêles.
nome da pessoa a quem estavam tentando influenciar, e
usaram pólvora para destruir os seus inimigos. EBÔ, DESPACHO PARA OS EXúS
CONVERSEI COM O DIABO Êste trabalho é feito para agradar ao “ exú” e lim par
D urante a “festa” o exú-cliefc veio falar comigo e o cam inho para depois então fazer as oferendas de co
mida e conseguir a ajuda dos “ orixás”. O “ despacho”
disse, “Você aqui?” Eu disse, “ Sim.” quase sem pre inclui a m atança de animais, pois o exú
“Logo hoje que você veio que a gente só tem diabo?” tem sêde de sangue.
Eu respondi, “ Ah, a gente quer ver de tudo.” Um despacho custa m uito dinheiro e dá pena ver
Então êle m e disse, “ Gosto muito de você porque gente pobre comprando galinha, galo, farofa, pipocas,
me tem dado m uitas coisas. Você tem me agradado mel, azeite, saí etc. quando m uitas vezes não tem nem
m uito.” '"comida suficiente para pór na mesa para a família.
Realmente eu tinha m andado m uitas ofertas para Depois de preparar o “ prato de sangue” e os pre
Satanás, pois quem trabalha nó Candomblé tam bém tem sentes de comida, com os encantamentos proferidos em
que usar o diabo, se bem que tudo no Candomblé, na língua africana, oferecem o sangue para agradar ao exú.
Umbanda e no Espiritismo, cm geral, seja obra do diabo.
Para se fazer um “ trabalho” prim eiro tem-se que despa OFERENDAS AOS ORIXÁS
char o exú, porque no Candomblé crêem que os exús são
escravos dos orixás, de modo que prim eiro se limpa o Depois de “lim par o cam inho”, apresentando sangue
ao exú, continuam os com os diversos pratos de comida
50 ROBERT McAUSTER MÃE DE SANTO 51
para atrair os orixás. Êstes são considerados “ espíritos um trabalho para que um hom em assim e assim se case |I
bons” apesar de serem o mesmo diabo. Cada uin desses com ela. Eu peço que traga a m açã mais bonita que pos- \
“ deuses” tem seu prato favorito. Por exemplo, quando sa com prar, e depois a preparo com um pó especial da
se oferece comida para oxalá, que êles querem que seja África e com ervas. Em brulho a m açã e a m ando guardar. í
Jesus, tem que ser tudo de branco e a comida preparada Por causa da preparação que fiz na maçã, ela come- h
sem sal c açúcar. ça a apodrecer, e finalm ente a sum ir, mas antes de su- li
Depois de se oferecer comida aos orixás, esperam-se m ir-se totalm ente a pessoa já estará casada,
três dias, depois então se leva para o rio ou para o mar.
BANHOS DE ERVAS MIOLO DE BOI
Um aspecto im portante do Candomblé é a prepara Quando o assunto é para m udar a idéia dos outros,
ção dos “ b a n t o . - ^ . com.,.21 ervas diferentes. Êste nós preparam os um a oferenda feita de miolo de hoi. A
trabalho é feito por várias razões: para afastar os espí pessoa traz c eu a preparo com pós c ervas c falo cm
ritos considerados “m aus” ; para m udar a sorte; para africano com os orixás, pedindo-lhes o favor de dobrar
curar enfermidades, ou simplesm ente para agradar e lou a vontade do outro até sentir conforme o desejo do ofer
var aos orixás. tante.
O que acontece tam bém é que o “banho” é feito Quando o assunto é para m udar os sentimentos, usa- | I
' para influenciar um a outra pessoa. Muitos m aridos têm mos coração de boi, e tenho de confessar que em m uitos I í
tomado êsses banhos de ervas, preparados por suas espô- e m uitos casos fomos atendidos. Sim, o diabo faz tudo, f> ;
sas sob a orientação da m ãe ou pai de santo e, pelos po- m as o preço é terrível!
dêres dos espíritos, têm-se m odificado completamente em
seu com portam ento daquele dia em diante.
Dizem que tudo isto é apenas superstição, e eu acre BONECAS
dito que realm enfe seja, mas ao mesmo tempo, por Irás
desse? Êanhos preparados com os encantamcn tos e ape Nos trabalhos do Candomblé está incluída a prepa
los feitos aos espíritos dos orixás, há um a fôrça poderosa ração de bonecas, que representam determ inada pessoa,
que executa a vontade do ofertante. O diabo faz m uitas Para obrigar alguém a casar ou separai'-se, ou até para
coisas è ydéssá m aneira ele oprim e tanto o elemento fo ferir ou m atar, esta técnica maléfica c usada.
calizado no trabalho como quem o faz.
O leitor talvez possa rir de tanta superstição, m as eu ;
MAGIA, Á MAÇA DO CASAMENTO repito que por trás de tudo isso há um poder de trevas,
poder maligno, que já levou m uitos ao túm ulo na flor 1
Fazendo trabalho da maçã, já casei m uitas pessoas. da idade por causa das fôrças terríveis do inferno que
Aconteceu assim : um a môça vem pedir-m e que eu faça trabalham m uito nesses rituais.
52 robert M cA l i s t e r
ACHECHE
Esta cerimônia dura sete dias e é para “ despachar"
a alm a dum a pessoa m orta. O Candomblé tem verda
deiro pavor de almas. Assim o acheche é feito para afas S A N T A DE CASA NÃO FAZ M ILA G R E
tar a alma que partiu para que não volte a perturbar.
Às pessoas que vieram reclam ar comigo a m inha saí E u já disse que a m inha irm ã está perturbada por
da do Candomblé, recomendo que não devem perder o causa de Candomblé. Nada pude fazer para ajudá-la. De
seu tempo fazendo o acheche por mim, porque já sei fato, os orixás nunca resolveram coisa nenhum a em meu
para onde vai a m inha alma. Vai para Deus, e essa gente favor. Depois de “fazer santo" a m inha vida só foi para
não deve ficar preocupada pois não pretendo perturbar trás. Tornei-me escrava.
a ninguém. A m inha alma, como a alm a de qualquer
m orto jam ais voltará, pois os m ortos não voltam; êles Emocionalm ente o “batism o de sangue" de animais
estão sob o contrôle direto de Deus. foi um choque do qual não m e recuperei. Cada dia que
passava a m inha vida se tornava pior. Depois de tom ar o
prim eiro passo para ser m ãe de santo eu não gozei nunca
saúde. Conheço várias mães de santo que permanecem
doentes. Ná Bahia a m ãe de santo sofre terrivelmente.
São geralm ente tão gordas que mal se podem levantar;
têm pernas grossas como elefante e essa figura “ folcló
rica" dum a negra, gorda, vestida de branco/cheia de co
lares coloridos, é um a das cenas mais tristes que existem.
E eu tantas vezes m e perguntei se estava realm ente
ajudando os outros, porque a m im mesmo não m e podia
ajudar. Tudo de ruim m e aconteceu depois de entrar
nessas coisas. Quando m inha filha fêz quatro anos fui
forçada a interná-la para que não visse o traum a da mi
nha vida. Não podia deixá-la em casa de jeito nenhum .
A m inha vida pessoal sempre foi atrapalhada. Para
não falar demais basta dizer que nunca, nunca fui feliz
na m inha vida conjugal. Tudo sem pre era ruim é os
orixás nunca resolveram nada em m eu favor.
Conheço uma criatura que vive sempre em aflição.
Ela e “filha de santo”. lawo. Sempre diz que nunca
54 ro bert M cA l i s t e r MÃE DE SANTO 55
teve paz porque o seu “ cxú” não foi reverenciado; nunca às vêzes engraçadas, e às vezes terríveis, há o poder do
foi bem “ despachado”, e por isso vive constantemente diabo para realizar o desejo, e assim, provar a verdade e
no meio de intranqüilidade. Tudo que lhe acontecia de o valor do sacrifício de se jogar com a vida nesse fosso
ruim era por causa do seu cxú. podre e imundo.
Descobri pessoalmente, bem como na vida dos meus O “ TRABALHO” NOS CEMITÉRIOS
clientes, que o resultado dos sacrifícios do Candomblé
é sem pre problem a sôbre problem a. Depois da pessoa re Depois de fazer um “ trabalho”, ou oferenda de co
solver algo, logo em seguida vem coisa ainda pior. Sa m ida juntam ente com a cabeça, o miolo ou o coração
tanás, depois de m anter prêso o seu escravo, tem prazer dum animal, o material, conforme a exigência do orixá,
em conservá-lo nesse estado de confusão constante, N un que fala por intermédio do “ cavalo”, tem de ser enterra
ca, apesar de tôda a sinceridade e dedicaçao com que eu do num cemitério.
fazia os m eus “ trabalhos” de m ãe de santo, nunca, re
pito, resolvi dar um presente dc paz aos meus clientes. Isto acontece, tanto em Umbanda como no Candom
blé, pela direção das entidades correspondentes, e a razão
A frustração da m inha própria vida m e levou a du disso é porque precisam encontrar um a sepultura mais
vidar de tudo quanto eu era e fazia. À incapacidade de fresca possível e juntar ao cadáver a oferenda, para que,
resolver as coisas, de conseguir a paz, e de solucionar os com a deterioração do defunto, a oferta seja accita pelo
problem as m e levou a perguntar-m e se eu estava mesmo orixá e o desejo do ofertante realizado.
certa.
Sim, vi m uitas coisas acontecerem. Sim, eu tinha 0 SANGUE DO CANDOMBLÉ É VERDE
poderes e dons de adivinhação e de revelar coisas. E Dizem que o segredo do Candomblé se baseia nas
quando m isturava os pós e cantava em africano sôbre o folhas. Há 21 ervas usadas nos trabalhos. Algumas se
“miolo de boi”, conseguia de fato os favores dos orixás. destinam a fazer o m al e outras, o bem. As folhas sao
A coisa funcionava, mas nada fazia! Operávamos a nossa m isturadas com aves, peixes, caram ujos etc, Estas ervas,
vontade m as não sentíamos satisfação. assim como os pós, vêm da África por contrabando.
E o meu coração chorava para ver algo real que Reconheço que o poder do m al não consiste no m a
fôsse saciar a grande sêde da m inha alma. terial que o povo do Candomblé usa, mas sim, na supers
MANOBRAS QUE TRAZEM TRISTEZA tição e no poder diabólico que funciona em relação a
tôdas essas coisas,
Para que o leitor m elhor com preenda as superstições Tenho visto o “ trabalho” com folhas tornar louca
do Candomblé e Um banda vou explicar-lhe em poucas um a pessoa dentro de 48 horas. 0 poder oculto disso,
palavras o que um a m ãe de santo obriga os seus segui entre os que não têm a proteção de Deus é inquebrantável.
dores a fazer. Saiba que por trás dessas coisas estranhas, Quantas e quantas vêzes eu preparei o pó de “ am or” çom
56 ro eert M cA l i s t e r
Lendo a Palavra de Deus, o Pastor disse, “Vinde a Cruzada de Nova Vida onde podia ouvir a Palavra de
Mim todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos Deus, mas na quinta-feira me achava outra vez entre o
aliviarei,” Eu estava cansada, oprim ida e desiludida. povo de Umbanda.
Essa m ensagem fora tôda para mim. Eu trabalhava em dois terreiros; Candomblé e Um
No final dela, eu aceitei a Jesus Cristo como meu banda, m ás a partir do prim eiro dia em que aceitei a
Salvador, mas aceitei mesmo. Isso foi num domingo e Cristo como meu Salvador, quando eu chegava no cen
quando chegou quarta-feira, tam bém fui a outra reunião tro e quando eu via esse povo em transe, recebendo aque
da Cruzada. Senti que não poderia perder m ais nenhum les “ caboclos” ou os “ orixás”, já não .suportava mais
dia. Deus estava falando comigo através dessas m en aquilo e sem pre dava desculpa de estar doente para não
sagens. jxudieipar. Apesar de não ficar completamente livre do
Comprei uma Bíblia e logo comecei a compreender poder do diabo, eu não podia mais me subm eter a essas
que Deus abom ina as coisas que eu praticava. Eu li o coisas. Não suportava mais aquele ambiente.
trecho onde a Bíblia fala dos feiticeiros e disse, “Jesus,
será possível que durante trinta anos não fiz outra, coisa UMA REBELDE NO TERREIRO
senão desagradar a Deus quando eu pensava estar ser
vindo a Deus? Agora, Tu tens que me dar fôrça para Quando vi esse pessoal fazer aquela “ corrente” com
sair.” o povo, que no centro do círculo estava doente e tinha
Mas eu confesso que os poderes do Candomblé, que problemas, e quando os “ cavalos” recebiam os espíritos
eu sentia desde os nove anos de idade, eram terrivelm ente em cenas terríveis, sendo preciso três ou quatro pessoas
fortes. ^Um dia, um hom em que era meu cliente no Can para os segurarem, quando eu vi essas pessoas ficarem
domblé, m e viu na reunião da Cruzada dc Nova Vida, como eu ficava, chorei: “Deus, tem m isericórdia.”
Eu ainda usava o colar do Candomblé e cie perguntou- Então eu chegava perto do “ cavalo” e dizia, “Em
-me: “ Será que a senhora ainda está com esse colar?” o Nome de Jesus, vá em bora!” E quando eu dizia^ isto,
Eu respondi: “ Um dia Deus me ajudará a tirá-lo porque o diabo ia embora. E a chefa do terreiro m e dizia, “ Saia
não tenho forças para fazê-lo. Um dia Êlc vai m e li daí. Depois não se queixe. Deixe os “protetores” tom ar
bertar.” conta do cavalo.” Que nada!
QUARTAS-FEIRAS COM DEUS E QUINTAS Mas eu continuava a dizer aos possuídos, “ Em o
COM O DIABO Nome de Jesus, vá em bora.” Eu sabia (pie o poder do
Nome de Jesus Cristo era mais forte do que Iodos os pre-
D urante iun ano inteiro não tive forças pai-a deixar los velhos” e exús que se m anifestavam de m aneira tão
de ir fazer os trabalhos do Candomblé, nem de ir aos repugnante, mas ao mesmo tempo eu não tinha coragem
centros de Macumba e participar dos sacrifícios c traba de deixar de freqüentar os terreiros. Pensei que algo
lhos lá. Às quartas-feiras eu nunca perdia a reunião da terrível ia me acontecer sc eu quebrasse os votos de san
60 robert M cA lister
me afetaram . Estou livre do poder dêsses sacrifícios por e ajuda espiritual dele desde o prim eiro dia da m inha
que agora sou lavada pelo sangue de Cristo. Esta con conversão. Mas na véspera da sua viagem ele falou co
vicção de ficar completam ente liberta das influências dos migo dizendo: “ Gcorgina, não tenha medo, pois a senho
“ trabalhos” que m uitas e m uitas vezes deram certo para ra, estará nas m inhas orações todos os dias. Leia diaria
dobrar a vontade de outros, m e deu tão grande confian m ente o Salmo 9 j e receberá de Deus fôrças espirituais.”
ça em Deus, que considero verdadeiro dom. Èste Salmo, até hoje, me traz muito conforto.
Há pouco tempo recebi um convite de uma “ mãe de
santo” que conheci. Eu disse, “Bem, se tivesse certeza
de que ia lá para falar de Jesus Cristo, eu aceitava e ia.” 0 PRIMEIRO DESAFIO
Mas não fui porque o convite era para m e envolver outra
vez no Candomblé. Um dia, na porta da nossa igreja, um a senhora me
Mas isto não quer dizer que eu não tenha que lutar disse: “Dona Georgina, sei que a senhora era do Can
contra o inimigo. Muito pelo contrário. Houve ocasiões domblé. Eu tam bém aceitei Jesus como meu Salvador.
em que senti a opressão do diabo. Muitas vezes não pude Foi no M aracanãzinbo após a mensagem do Pastor Ro
dorm ir por causa dessa opressão. berto. Mas eu tenho ainda algumas coisas do Candomblé
N um a das vezes Deus m e deu, por interm édio de em m inha casa e não posso mais entrar no quarto. Quero
um sonho, a confiança de que eu estava segura em Suas que a senhora vá tirá-las de lá para m im .”
mãos. Sonhara que via um “ cbô” bem grande, com ca Então eu respondi, “A Senhora aguarde, eu vou
beça de boi, galinha e tudo o mais. No sonho isto fôra o ra r/’ Depois de três dias eu lhe disse que no próxim o
pôsto na esquina da rua e quando eu olhava para as pes domingo iria à sua casa. Quando cheguei nessa casa em
soas, íôdas vestidas de branco, reconhecia que tudo isso Vila Isabel, Guanabara, lá encontrei dois diáconos da Igre
era feito para m im. Eu lhes disse, “Isso é para m im ja Metodista daquele bairro. Então, eu pedi que essa se
que vocês estão fazendo. Mas estão perdendo o seu tempo. nhora m e m ostrasse o que tinha.
Ora, este sangue para m im não vale m ais nada. Estão
gastando o seu dinheiro à-toa, porque não vão m e atin Depois de abrir a porta do quarto e puxar a cortina
gir, Agora estou lavada pelo Sangue de Jesus.” eu vi um verdadeiro Peji com todos os orixás sentados.
No m eu sonho, eu disse estas palavras eom uma cer Eu compreendi logo que êsse quarto era de m ãe de
teza absoluta, e assim, aos poucos fui vencendo. Outras santo, E naquele momento compreendi que para rem o
vezes, foi' tão grande a opressão que tive de pedir, por ver tudo aquilo, seria o m aior desafio à m inha fé em
telefone, a oração dum a irm ã, m as continuei firm e eom Deus desde o momento da m inha salvação.
Cristo recebendo a orientação da Palavra de Deus. Chamei os dois diáconos e uma irm ã que viera co-
Um dia, quando o m eu Pastor foi passar algumas migo e perguntei, “ Os senhores conhecem isto aqui?”
sem anas nos Estados Unidos, eu disse: “Meu Deus, agora, Espantados disseram-me: “não”. Eu respondi que tudo
o que será de m im ”, pois eu confiava m uito nos conselhos pertencia ao Candomblé.
66 robert M cA lister MÃE DÈ èÁNTÕ ev
Eu disse a Iodos que a única m aneira de acabar com m ente descobrimos que tudo quanto fôra destruído dava
aquilo era destruir tudo, e êles responderam : “mas des para encher uma camioneta.
truir m esm o?” e eu respondi: “ Sim.” Naquela hora eu No domingo seguinte fomos fazer um culto de ora
orei a Deus, “Senhor, sou m uito fraca, e sabes que não ção naquele mesmo quarto e sentimos a presença real
tenho coragem para cum prir êste desafio. Tem m iseri de Deus, Passamos um a hora de verdadeira paz no m es
córdia de m im .” mo lugar onde aquela senhora tinha adorado os orixás,
Quando aquela senhora me pediu ajuda para limpar por medo de não cum prir as obrigações.
a sua casa das coisas do Candomblé pensei que seria um Essa senhora sofria de paralisia como resultado de
vaso de quarto para tirar, m as naquele quarto havia fer um derrame. Mas logo em seguida, e creio que foi por
ro do exú, pedras, búzios e tudo quanto se oferece aos causa da sua determ inação de se libertar dessas coisas de
'orixás. Naquele m om ento tive que recorrer a Deus para Candomblé, começou a m elhorar da paralisia. Dentro de
me fortificar. poucos dias passava pelas águas do batismo, louvando a
Senti um a coisa estranha cair sôbre m im e até a m i Deus por sua libertação do poder dos orixás.
nha própria carne tremia. Não sabia no mom ento se era HOJE ABRO CARTAS DIFERENTES
medo, ou se eslava sentindo frio, ou se era mesmo o po
der de Deus. Ao mesmo tempo, senti também uma co Fiz muitos “ trabalhos” de Candomblé para um a se
ragem incomum. nhora que por causa dos poderes ocultos conseguiu m on
Com as m inhas próprias mãos, comecei a quebrar tar um negócio. Mas como tantas vêzes acontece, o que f
tudo. Joguei para o chão todos os vasos até que ficou o diabo dá, também tira. O próprio filho dessa senhora !
um m onte de escombros no centro do quarto. Eu pegava entrou em cena, tom ou tudo e vendeu, deixando-a em
nos jarros de barro, quartinhas de barro, talhas e tudo m iséria ainda pior do que antes.
que representava os orixás. Aqui está outro exemplo de como o diabo paga os
Só quem durante m uitos e muitos anos usou essas seus seguidores. No início a pessoa que recorre aos sa
coisas para “ servir a Deus” como eu pensava, pode com crifícios de sangue c oferendas aos espíritos consegue
preender o que era necessário para m e ajudar a destruir tudo o que quer, mas em quase todos os casos o fim é
tôdas elas. Só o poder de Deus e a convicção duma vida triste e, às vezes, trágico.
completa e perfeitam ente protegida podiam me ajudar
a fazer tal coisa. Como cm muitos outros casos, essa senhora não fi
cou satisfeita em usar os poderes ocultos do Candomblé
Ao term inar, a senhora m e disse que ainda tinha e então se aprofundou cada vez m ais na feitiçaria. Um
algo no quintal. Ao chegar ali, fiquei espantada. Vi dia cheguei à sua casa e a vi botar comida na bôea dum
duas casas do diabo, do exú, lá fora. Mas possuída da sapo tôdas as horas. Pediu-m e que a ajudasse a fazer
m esm a coragem e convicção fui quebrando tudo. Final m al contra certa pessoa. 'Respondi-lhe que lá não iria
63 ROBERT McALiSTER
O ÓDIO DE SATANÁS rito mentiroso. Depois dessa luta, atirou-se sôbre uma
cama, completamente arrasada.
Um dos prim eiros casos a m im apresentados foi o Ali nós oramos e ela aceitou a Jesus como Salvador.
de um a m uiher que saíra do Candomblé, e a quem o Antes não podia. Ela então começou a louvar a Deus
orixá jurou destruir. Ela estava grávida e esse orixá (o com lágrim as e nos agradeceu por nossa passagem por
seu deus) ia tom ar a criatura de qualquer m aneira e jo esse sanatório.
gá-la a qualquer lado para que perdesse o filho e também
morresse. UMA LIBERTAÇÃO IMEDIATA
Essa senhora, sabendo que eu orava pelos oprimidos, Em ainda outro sanatório, vi um a jovem, e como é
m e procurou. Im ediatam ente, ao começar a orar por do m eu costume, perguntei-lhe se queria aceitar a Jesus.
ela, o diabo quis se m anifestar, mas na m esm a hora o Respondeu-me que gostaria, m as havia um poder que não
poder de Deus a libertou, e a partir daquele momento a deixava.
essa senhora nunca mais teve nada e se sentiu comple
tam ente liberta. Perguntei-lhe se cria em Jesus Cristo e ela me disse
Ela aceitou a Jesus Cristo como seu Salvador e con que cria. Senti coragem para dizer-lhe que se cresse mes
tinua até hoje num a igreja Evangélica em Salvador. mo, no mesmo dia o poder maligno iria dela sair. Eu
orei e ela foi liberta na mesm a hora. No domingo se
POSSUÍDA DESDE NASCENÇA guinte já estava na igreja Evangélica, glorificando a Deus,
Nesses sanatórios da Bahia eu vi oito pessoas, tôdas
Um dos casos que mais m e im pressionaram ocorreu elas, vítimas do Candomblé, libertadas pelo poder de Deus
num sanatório de doenças m entais da Bahia. Àli eu cons que expulsou os espíritos malignos.
tatei que a m aioria das pessoas não eram loucas, m as
sim, oprim idas pelo poder do diabo. QUE TIPO DE CRENÇA É QUE DESTRóI
Encontrei um a senhora e perguntei se ela queria SEUS SEGUIDORES?
aceitar a Cristo como seu Salvador. Ela m e respondeu Eu m e lembro bem qiie uma dessas pessoas estava
que não podia aceitar a Jesus porque era possuída por possessa quando a encontrei, e perguntei a Satanás, que
um caboclo que ao nascer tom ou conta dela. estava falando por meio dela, se queria aceitar a Jesus,
Quando ela estava dizendo isso, logo o tal caboclo e m e respondeu, “não”. Continuei perguntando se que
se m anifestou dentro do sanatório para defender a posse ria que eu orasse, e o espírito disse, “pode orar.” Mas
dessa criatura. Eu debati com ele e, finalm ente, pelo em vez de orar, usei o Nome de Jesus, expulsando-o.
poder do Nome de Jesus, ele saiu vencido. Em seguida Quando êle saiu, voltei a fazer a mesma pergunta, “Você
ela recebeu outro espírito, dizendo que era sua mãe já quer aceitar a Jesus? E a senhora respodeu, “ Que
falecida, e da m esm a m aneira Deus a libertou dêsse espí ro, sim .”
72 robert M cA l i s t e r MÃE DE SANTO 73
Depois ela m e relatou a razão porque fôra posta no até ao dia em que m e encontrei com Cristo que m e liber
sanatório. Quando teve um a criança, o diabo se aprovei tou totalmente. As m ulheres que estavam com mais m á
tou por meio de feitiçarias de alguém que a odiava, e goa de m im vieram para me abraçar, chorando. Muitas
nêcse estado de loucura ela foi jogada no hospício. delas aceitaram a Jesus.
Depois de ver tanto sofrim ento, eu me perguntei, No domingo seguinte, a m ãe de santo dêsse terrei
que tipo de crença é essa que quer destruir a vida dos ro, fez um a festa, m as para glória de Deus, estas senho
seus seguidores? Que virtude pode haver quando esses ras, ao invés de irem ao Candomblé, foram à igreja para
poderes são usados para fazer vingança e obter fins im o glorificar o Nome de Jesus, Hoje estão firm es com Jesus.
rais? Quão cega eu era, durante tantos anos, cm pensar
que estava servindo a Deus e ajudando o meu próximo,
quando, na realidade estava fazendo o jogo que o diabo
quis: escravizando-me à vontade dos orixás e fazendo se
rem escravos todos os que eu tentava ajudar.
Ainda hoje eu louvo a Deus pelo privilégio que Êle
m e concedeu de voltar à sede do Candomblé no Brasil,
a Bahia, para dizer ao povo que o poder de Deus não
traz mêdo e sofrim ento, m as sim, paz c salvação.
0 CONVITE DOS CANDOMBLISTAS
O povo de Candomblé do bairro de Vasco da Gama,
pediu ao pastor da Igreja Batista dêsse lugar que m e con
vidasse para dar o m eu testemunho. A igreja está situa
da num a favela, bem próxim a a um terreiro de Can
domblé.
Tenho certeza de que essa gente fez o convite por
curiosidade, querendo conhecer a traidora do Candomblé.
Mas de qualquer m aneira, eu fui. E enquanto dava o
m eu testem unho essas pessoas nem entraram na igreja,
mas ficaram do lado de fora, olhando-me com censura
e ódio.
Mas algo m aravilhoso aconteceu. Eu comecei a falai
do am or de Jesus, e contei a m inha vida de sofrimento,
TR A ID O R A P OU SERVA DE DEUS?
Eu passei m ais de trinta anos acreditando piamente mente que o fim de tudo isso é, enganar com m aravilhas
nos poderes dos “orixás” e dos “pretos velhos” mas no mentirosas, para depois prender a pessoa com pletamente
dia em que eu conheci o poder do verdadeiro Deus, não com ameaças e chantagem, e finalm ente destruir a vida,
há ninguém que me faça voltar a essa vida, fisica, emocional e espiritualm ente.
Sim, há um grande segrêdo no espiritismo e o diabo
OS SEGREDOS DO CANDOMBLÉ não quer que seja revelado. Êle quer continuar a enga
nar com os rituais, danças e oferendas sem que o povo
0 povo do Candomblé acha que o poder dos “ traba saiba o que é tudo isso, ou seja, que é abrir a vida às
lhos” está nos segredos que a m ãe de santo aprende com forças do inferno e ficar escravo dos espíritos, pagando
os votos que faz aos orixás. Mas, hoje, eu sei quais são um preço incrível pelos favores que o diabo presta.
êsses segredos e qual a sua razão. Agora pela prim eira
vez em m inha vida sei o que está por trás dos sacrifícios Se dizer que isto é trair os “segredos” da m inha he
e oferendas. rança como mãe de santo, então com muito prazer serei
E sinto-me na obrigação de revelar êsses segredos traidora. Se, porém, através das m inhas experiências,
que o verdadeiro Deus m e revelou, pois tenho certeza de prim eiram ente com o grande mentiroso, o diabo, e de
que se a luz da verdade ilum inar o caminho, m uita gen- pois com Jesus Cristo, a única fonte de luz e paz, alguma
te do Candomblé e Umbanda irá deixar, logo tais coisas. pessoa receber a sua libertação, então me considero re
compensada.
0 grande segrêdo do Candomblé é o seguinte: ^ppr.
trás dos sacrifícios sangrentos, das oferendas de comida Entrego nas mãos de Deus estas palavras de teste
e dos banhos de ervas, enfim por trás de tôdas as obri m unho.”
gações, há um poder maligno e diabólico. 0 povo acha
que os orixás são “ deuses” 'm as não entende que real
m ente são forças do m al que querem entrar em sua vida
para a controlar e finalm ente a destruir.
O segrêdo das vitórias e coisas que se conseguem por
meio dêsses “trabalhos” em Umbanda e Candomblé, é
que Satanás paga realm ente com favores a adoração que
recebe, mascarando-se com os nomes de “ Pom ba Gira”,
“preto velho”, Xangô, Iem anjá, caboclo, Oxalá, etc. e uina
infinidade de outros deuses que oprim em a m ente dos
seguidores.
Há m em bros da m inha própria fam ília, na Bahia,
que sofrem de perturbação por causa do ocultismo, m is
ticismo e adoração dêsses espíritos, Agora vejo clara
!
I
TERCEIRA PARTE
1. Candomblé: Substituto Diabólico
2. Advertências Bíblicas contra a Feitiçaria
3. Palavra urgente para os adoradores de Candomblé e
Umbanda
i
j
5
!
CANDOMBLÉ; SUBSTITUTO DIABÓLICO
te), nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem “Se deixardes o Senhor, e servirdes a deuses estranhos,
necrom ante, nem mágicos, nem quem consulte os m or então se voltará e vos fará mal, e vos consum irá depois
tos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao de vos ter feito bem.”
Senhor.”
Todos os cultos no terreiro têm, como parte inte-
O simples fato de recorrer q adivinhações para pe i gr ante, a queima de incenso e a Bíblia tam bém fala cla-
netrar no futuro ou no passado, saber o caráter dos ! ram ente quanto a esta prática em II Reis 22:17: “Visto
outros etc., coloca o consultante em terreno proibido por j que me deixaram, e queim aram incenso a outros deuses,
Deus e sob a influência e disposição do mal. :j para m e provocarem à ira com lôdas as obras das suas
j Não podemos guiar os nossos passos, por exemplo, mãos, o Meu furor se acendeu contra êste lugar, c nao se
I pela especulação em tôrno dos astros, como é_o caso dos \ apagará.”
I “horóscopos”. Em bora essa espécie de especulação apa- Quanta gente, hoje, acha que pelos poderes ocultos da
I rentem ente nada tenha a ver com magia, foge totalm ente feitiçaria pode conseguir realizar a sua vontade, sem sa
I ao espírito da Bíblia. Uma pessoa que depende da influên- ber que essa prática é condenada totalm ente pela Bíblia.
l\ cia dos astros, está pondo em dúvida o poder de Deus e a II Crônicas 33:6 diz, “E queimou a seus filhos como ofer
vida de fé. Pois se tal ciência fôsse verdadeira, a Bíblia
a apoiaria. Mas eis o que está escrito em Isaías 47:13: ta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens,
“Cansaste-te na m ultidão dos teus conselhos; levantem- era agoureiro, praticava feitiçaria, e tratava com necro-
! -se pois agora os agoureiros dos céus, os que contemplam mantes e feiticeiros, prosseguiu em fazer o que era m au
os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem- perante o Senhor, para o provocar á ira.”
p -te do que há de vir sobre ti'.” Que diz a Bíblia quanto à m atança de anim ais e o
No seu cântico, Moisés fala mais a respeito dessas derram am ento do sangue dêles, oferecido então aos deu
abominações condenadas por Deus. Leia estas palavras ses? Leia Salmo 50:9 que diz: “De tua casa não aceita
de Deuteronômio, capítuloJ32e veja se isso tudo não faz rei novilhos, nem bodes dos teus apriscos.” E Isaías, em
p a rte 'dös “ trabalhos” e cultos nos centros: “ Sacrifícios seu prim eiro capítulo diz o seguinte, a partir do versí
ofereceram aos demônios, não a Deus: a deusais^que não culo 11: “ Se disserem: Vem conosco, embosquemo-nos
' cou h ec era in .” ( v e ivs. 17) “Esconderei deles o meu ros para derram ar sangue, espreitemos ainda que sem m o
to ... porque são raça de perversidade.” (vers. 20) “ A tivo, o inocente: Traguemo-los vivos, como o abismo, e
zelos me provocaram com aquilo que não é Deus; com inteiros, como os que desceu à cova: Acharemos tôda
seus ídolos m e provocaram à ira,” (vers. 21) “Vede agora sorte de bens preciosos: encheremos de despojos as nos
que eu sou, Eu sòmente e mais nenhum Deus além de sas casas. Lança a tua sorte entre nós: terem os todos
m im .” (vers. 39). um a só bôlsa. Filho meu, não te ponhas a caminho com
êles; guarda das suas veredas os teus pés, porque os seus
Josué 24:20 fala sôbre a multiplicidade de deuses pés correm para o mal, e se apressam a derram ar
que o povo de Umbanda e Candomblé adora, dizendo, sangue,”
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Eu digo ainda mais, e nisso tenho o apoio de m édi praticantes dos tereiros de Umbanda, e cujas vidas fo
cos e psiquiatras de tôda parte do m undo: que você está ram transform adas, libertadas e aliviadas após aceita
se arriscando a sofrer um colapso nervoso e mental que rem a Jesus como o seu Salvador.
poderá levá-lo a um sanatório para o resto da vida. De fato, eu tenho gavetas cheias de m aterial que m e
Uma autoridade neste assunto declarou que o espi foi entregue por dezenas e dezenas de pessoas que não
ritismo, em tôdas as suas form as, é “ um a fábrica de quiseram ficar com essas coisas do passado: búzios, co
loucos”, e certo cirurgião de Pelrópolis me confessou que lares, imagens, roupas, cartas, bolas de cristal, pós, enfim,
qualquer pessoa já em ocionalmente fraca, piora sempre tudo o que prende o fiel escravo aos orixás e espíritos
que vai aos centros e terreiros. Enfim , você estará arris desencarnados.
cando a sua sanidade se continuar a ter contato com Sim, temos provas abundantes de que quando Cristo
êsses espíritos malignos. liberta, Éle liberta mesmo! E afirm o ainda mais, que
em nenhum caso sequer a pessoa que tenha deixado o
VOCÊ PODE DAR O PRIMEIRO PASSO PARA espiritismo jam ais sofreu qualquer coisa. Muito, m uito
SUA LIBERTAÇÃO pelo contrário. Ganharam um a paz que os sacrifícios e
Eu sei que é duro de aceitar a declaração de que os mesmo as “ vitórias” da antiga crença nunca proporcio
espíritos que você sem pre pensou serem bons, também naram .
fazem parte dessa conspiração satânica que só visa rou
bar, m atar e destruir. Aceitar isto c convicção que vem SEIS PASSOS PARA SUA LIBERTAÇÃO
por revelação de Deus, como veio à Georgina, depois
de passar mais de trinta anos praticando essas coisas. Se você quer se libertar das influências dos espíritos
Mas se você sente qualquer desejo de se libertar do tome então êstes passos e receberá a nova vida de Cristo,
seu envolvimento 110 Candomblé ou Umbanda, m as até e a segurança que só Cristo nos pode dar: PRIMEIRO:
agora não lhe foi possível, eu tenho esta palavra im por Vá a um a igreja Evangélica onde se prega o Evangelho
tante para dizer-lhe: NÃO TENHA MÊDO. Deus estará de Cristo e aceite a Jesus como 0 seu Salvador pessoal.
com você. Não há poder que possa coiifrontar-se com Depois de ouvir a m ensagem da Bíblia, creia em Jesus
0 sangue de Jesus. Você nada vai sofrer se deixar o como o seu Libertador e Protetor. Fale com o pastor e
“orixá” ou “preto velho.” Muito pelo contrário. Vai co confesse o que aconteceu em sua vida. Afirm e o seu de
m eçar a viver um a vida feliz. sejo de andar com Cristo todos os dias da sua vida.
Neste livro tenho narrado a história de Georgina, SEGUNDO: Não volte nunca mais ao centro ou ao
um exemplo m uito forte e claro do poder libertador do terreiro. Dona Georgina não teve forças para abandonar
Evangelho. Mas eu podia ter usado o testem unho de uma êsses lugares, até ao dia em que afirm ou perante Deus
porção de outras pessoas, hoje m em bros da Cruzada de que jam ais voltaria a êles, e dêsse momento em diante
Nova Vida e que durante m uitos anos foram também Deus lhe deu forças. Você não precisa dem orar um ano,
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