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SILVANO KRUCHELSKI
CURITIBA
2022
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SILVANO KRUCHELSKI
Comitê de orientação:
Profª Dra. Claudete Reisdorfer Lang
Prof. Dr. Jonathan William Trautenmüller
Dr. Vanderley Porfírio da Silva
CURITIBA
2022
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Dedico essa tese ao incompreensível impulso que faz com que as pessoas
ajudem umas às outras, e que demonstrem que no fundo, no fundo, somos cooperativos
e não competitivo como parece nos querer ditar a vida cotidiana.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela força que emana do meu interior, por Ele estar
presente em todos e em todas as coisas, e se revela no
bem e não nasci.
Agradeço enfim pela vida, pela energia, por tudo o que nos faz querer realizar
planos, e conclui o que começou.
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(Osho)
RESUMO
O planeta em crescente transformação, por conta do aumento populacional, sofre a pressão pela
finalidade de atender às demandas mundiais por fibra e energia, por ser uma cultura
lenhosa de curta rotação com crescimento rápido em volume. O objetivo dessa tese
foi avaliar Eucalyptus benthamii em SIPA no subtrópico brasileiro, nos aspectos de densidade da
de cada uma delas foram retirados 6 discotecas em posições diferentes do fuste para
florestal aumentou a altura das árvores e não houve diferença no volume do tronco
bem como se difere entre os SIPA (LF, PF e LPF). Os dados foram coletados por meio
diferentes formas de SIPA. Em especial, sistemas que envolvem envolvimento pecuário geraram os
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RESUMO
O planeta em crescente transformação, devido ao aumento populacional, sofre pressão pela produção
modelos que combinam componentes agrícolas, pecuários e florestais e são reconhecidos como
em todo o mundo para atender às demandas mundiais de fibra e energia, pois é uma cultura lenhosa de
rotação curta com rápido crescimento de volume. O objetivo desta tese foi avaliar E.
benthamii em ICLS nos subtrópicos brasileiros, para aspectos de densidade de madeira, modelagem de
classes de diâmetro foram derrubadas, e de cada uma delas foram retirados 6 discos em diferentes
posições do fuste para análise laboratorial da densidade da madeira. Árvores que crescem em
madeira 9,0% menos densa que no sistema de monocultura florestal. monocultura florestal
aumentou a altura das árvores e não houve diferença no volume do tronco entre as
sistemas de produção. Esses resultados sugerem que o ICLS pode produzir madeira com menor
densidade da madeira e crescimento individual mais rápido do que nas monoculturas florestais. No capítulo 2,
verificar se essa relação difere daquela observada em monocultivos florestais, bem como
como difere entre o ICLS (LF, CF e LPF). Os dados foram coletados por meio de 7
dois sistemas envolvendo gado fornecem os mesmos valores de taxa máxima de crescimento,
a integração do gado no componente arbóreo, produz árvores com alturas assintóticas menores, bem
LISTA DE FIGURAS
Página
INTRODUÇÃO GERAL
CAPÍTULO 1
Figura 2 Densidade da madeira de Eucalyptus benthamii 74 meses após o plantio de acordo com
monocultura florestal 35
CAPÍTULO 2
Figura 2 As curvas ajustadas específicas do modelo de Gompertz para dados totais e para cada
CAPÍTULO 3
períodos de medição 75
marcas de crescimento 76
LISTA DE MESAS
Página
CAPÍTULO 1
monocultura florestal 31
madeira de E. benthamii 34
CAPÍTULO 2
tabela 1 Parâmetros estimados e ajuste estatístico dos modelos biológicos não lineares
CAPÍTULO 3
e monocultura florestal 74
LISTA DE ABREVIAÇÕES
CF Integração lavoura-silvicultura
CLF Integração lavoura-pecuária-silvicultura
DBH Diâmetro na altura do peito
F sistema florestal
ILP Integração lavoura-pecuária
ICLS Sistemas integrados lavoura-pecuária
LF Integração lavoura-floresta
LF Integração pecuária-silvicultura (apenas para texto em inglês)
LPF Integração lavoura-pecuária-floresta
NITA Núcleo de inovação tecnológica em agropecuária (Português) ou
RESUMO
16
INTRODUÇÃO GERAL
coberto por florestas, correspondendo a mais de 496 milhões de hectares (FAO e PNUMA 2020).
Segundo a FAO (2020), entre 1990 e 2020 houve uma perda de 420 milhões
hectares de florestas em todo o mundo devido ao desmatamento para conversão para outros usos da terra,
áreas ou por florestas plantadas), gerando uma perda líquida de 178 milhões de hectares. A perda líquida
de área florestal (figura 1) diminuiu de 7,8 milhões de hectares.ano-1 entre 1990 e 2000 para 4,7 milhões
25000
20000
Desmatamento
ha.ano-1
000
(1
15000
10000
5000
0
1990 - 2000 2000 - 2010 2010 - 2015 2015 - 2020
O Brasil teve uma taxa de desmatamento de 1,5 milhão de hectares.ano-1 entre 2010 e 2020,
embora seja o segundo país do mundo com áreas de florestas primárias (216 milhões de hectares, 19% da
considerados como naturalmente regenerados com espécies arbóreas nativas, em ambientes com baixo
atividade humana e baixos níveis de perturbação dos processos ecológicos (FAO 2020).
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As paisagens constituem um conjunto de práticas de uso da terra que visam promover interações
al. 2017). A crescente demanda por alimentos tem levado a práticas agrícolas inadequadas
com a transformação em larga escala das florestas para a produção agrícola, o que levou
à perda de biodiversidade relacionada à floresta, e novas áreas agrícolas estão sendo ocupadas
fronteiras agrícolas (Rodrigues e Miziara 2008; Oliveira et al 2014). Para reverter isso
pressão sobre a abertura de novas áreas (FAO e PNUMA 2020; Embrapa Territorial
para a intensificação sustentável (FAO 2010), oferecendo uma promessa considerável para a integração
produtos (FAO 2010; Carvalho et al. 2014; Lemaire et al. 2014; Moraes et al. 2018;
Embrapa Territorial 2020). Os ICLS são importantes para a otimização do uso da terra e fornecem
isso diminui a degradação do solo quando comparado a estratégias únicas de uso da terra (Lemaire
18
Integração (CLF), no Brasil, totalizam 17,5 milhões de hectares, e crescem a uma taxa aproximada de
taxa de 1 milhão de hectares.ano-1 (Polidoro et al. 2020). Cerca de 17% da área total do CLF é
de práticas de uso da terra que encorajam uma mistura favorável de interações ecológicas para
controle biológico de pragas e polinização (Reed et al. 2017; Bosi et al. 2020; FAO e
PNUMA 2020).
bem como mais adequado para as diferentes condições de clima e solo brasileiros (Ferreira
adequado para ICLS porque a formação do dossel permite que a radiação solar penetre no
demandas por fibra e energia, pois é uma cultura lenhosa de curta rotação com rápido volume
Cambage é uma das poucas espécies de eucalipto recomendadas para regiões temperadas
como o sul do Brasil, África do Sul e regiões subtropicais dos Estados Unidos e
A China, além de ter boa tolerância à seca e ao frio, cresce bem em médias baixas
2006; Zalesny-Jr et al. 2011; Arnaldo et ai. 2015; Hall et ai. 2020). E. benthamii é
2015; Hart e Nutter 2018; Stanturf et ai. 2018), apresenta potencial para
áreas com ocorrência de geada (Silva et al. 2022), para a produção de biocombustível com alto
produção de etanol (Castro et al. 2014) e para produção de carvão vegetal em ciclos curtos de 5 anos
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(Nones et al. 2014). Em ICLS, E.benthamii cresce mais rápido e tem madeira básica mais baixa
HIPÓTESE E OBJETIVOS
Objetivos específicos
20
VISÃO GLOBAL
Triches (2017).
comparando três formas diferentes de ICLS (LF, CLF e CF) e monocultura florestal.
deles, 6 discos foram retirados em diferentes posições da haste para análise laboratorial
apresentado, inclusive no ICLS, e uma revisão de estudos que avaliaram a densidade da madeira
monoculturas, bem como difere entre os três tipos de ICLS. Os dados foram coletados
através de 7 inventários com um mínimo de 10% e um máximo de 20% do número total de árvores,
desde o primeiro ano após o plantio até os 7 anos de idade, e um censo aos 5
em três modelos diferentes de ICLS que integram árvores à lavoura (integração lavoura-floresta -
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21
CF), à pecuária com gado a pasto (integração pecuária-floresta - LF), ou a ambos (CLF).
As árvores foram avaliadas por três períodos distintos de pelo menos 12 meses (2016-2017,
Financiamento
Este trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Pessoal de Nível Superior
22
CAPÍTULO 1
1
Este capítulo é apresentado de acordo com as diretrizes de Sistemas Agroflorestais . Manuscrito publicado
23
RESUMO
Integrar árvores em paisagens agrícolas é uma opção promissora para fornecer de forma sustentável
gerando lucros para as partes interessadas. A escolha da espécie e saber como a qualidade da madeira é
fornecem informações adicionais sobre a utilidade da madeira após a colheita e a densidade da madeira
é uma das propriedades mais importantes a esse respeito. O presente estudo teve como objetivo
projeto onde a cultura e/ou pastagem foram temporariamente rotacionadas entre as linhas de árvores
(espaçamento de árvores de 14 x 2 m), e esses sistemas foram comparados com a monocultura florestal
(espaçamento de 3 x 2 m). Troncos de árvores (n=60) foram amostrados em cinco classes de diâmetro de cada
tratamento por discos de corte em seis posições do tronco (0,1 m, 1,30 m, 25%, 50%, 75%
diâmetro do tronco à altura do peito em 24,7%, aumentou a produção de fibra de madeira por árvore em
17,9%, e produziu madeira 9,0% menos densa que no sistema de monocultura florestal.
O monocultivo florestal aumentou a altura das árvores, e não houve diferença na altura do tronco
pode produzir madeira com menor densidade de madeira, mas crescimento individual mais rápido do que em
24
1. Introdução
porque eles são estrategicamente projetados para maximizar a sinergia, imitando o natural
ambiente (FAO 2010; Carvalho et al. 2014; Lemaire et al. 2014; Moraes et al. 2018).
paisagens agrícolas constitui um conjunto de práticas de uso da terra que visam promover
sistemas em muitas regiões do mundo, como silvopastura, oferecem uma promessa considerável
O Brasil tem cerca de 9 milhões de hectares de florestas plantadas, que respondem por 91%
de toda a madeira produzida para fins industriais nacionais. A área plantada com eucalipto é de quase
culturas lenhosas de curta rotação bem sucedidas (Zalesny et al. 2011), oferecem grande potencial para
aumentando a produção de fibra de madeira (Maier et al. 2017), e foram amplamente adotados em
Brasil devido ao seu rápido crescimento, grande diversidade de espécies, adaptação a diferentes
região mais fria daquele país e área alvo deste estudo, Pinus ainda é o gênero mais plantado (IBÁ
crescimento do que Pinus taeda (Maier et al. 2017). Nativo da Austrália, Eucalyptus benthamii
regiões temperadas como o sul do Brasil, regiões subtropicais dos Estados Unidos, tolera geadas,
temperaturas abaixo de -10ºC (Paludzyszyn Filho et al. 2006; Zalesny et al. 2011). Lá
média de madeira de 0,47 g.cm-3, o que pode torná-la útil para diversas finalidades
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incluindo energia, biocombustíveis, papel e celulose (Silva 2008; Alves et al. 2011;
A densidade da madeira, considerada uma característica hereditária (Nabais et al. 2018), é resultado da
combinação complexa de constituintes anatômicos da madeira e crescimento das árvores à medida que
interage com o meio ambiente, sendo um parâmetro utilizado por diversos segmentos da
indústria para classificar a qualidade da madeira (Silva et al. 2004; Schimleck et al. 2018). Densidade da madeira
pode ser modificado à medida que ocorrem mudanças nas variáveis edafoclimáticas, e é definido
de acordo com as oscilações nas variáveis ambientais e do solo, bem como o crescimento
(Rocha et al. 2020). Kollmann e Cotê (1968) afirmaram que a idade da árvore, genótipo, local
estrutura, bem como a quantidade de substâncias extrativas por unidade de volume. Madeira é
menos denso em condições ambientais que favorecem o rápido crescimento das árvores quando o tronco
é composta por uma maior quantidade de madeira juvenil (Latorraca e Albuquerque 2000; Kunstler et al. 2016).
A madeira madura geralmente tem maior densidade do que a madeira juvenil, independentemente da
espécies. Assim, o crescimento rápido pode levar a densidades de madeira mais altas se os povoamentos crescerem por mais tempo.
períodos e rotações são colhidas com maior parcela de madeira madura (Cown 2001).
Períodos de crescimento ou rotações de árvores mais longos podem levar a uma maior densidade de madeira, mas esperar
mais tempo para agregar ganhos na densidade da madeira exigiria um manejo excepcional
decisão, já que o rápido crescimento permite rotações comerciais mais curtas e superior
Resultados financeiros.
sistemas com idades de rotação fixas independentemente. Sistemas florestais e agrícolas integrados
pode favorecer o crescimento das árvores devido à menor competição intraespecífica e complementaridade
crescimento mais rápido pode ser esperado no primeiro devido à maior disponibilidade de recursos por
árvore. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e a densidade da madeira de E. benthamii
26
monocultura florestal em comprimentos fixos de rotação idênticos em uma área experimental localizada
no Sul do Brasil. A qualidade da madeira e os defeitos nos nós também podem ser afetados pelo espaçamento das árvores,
mas isso não foi avaliado em nossos ensaios. Os estandes foram ativamente manejados com podas
para minimizar a incidência de nós.
2 Material e métodos
Bacia do rio Iraí localizada em Pinhais, Paraná, Brasil (25° 24' S, 49° 07' E, altitude > 930
metros acima do nível do mar (Figura 1). O clima é classificado de acordo com Köppen como Cfb. A
na área experimental foram classificados de acordo com a taxonomia do USDA (2014) como
avalia um gradiente de intensificação do uso da terra em sistemas agrícolas sob plantio direto.
A intensificação do uso da terra foi determinada por níveis de diversidade temporal e espacial de
(CLF), replicadas três vezes, totalizando 12 unidades experimentais (Figura 1). Nós guardamos tudo
comprimentos de rotação das árvores constantes para todos os tratamentos, variando apenas o monocultivo e
27
Pinhais, Paraná, Brasil e quatro tratamentos avaliados: monocultivo florestal (F); colheita
Em 2012 (um ano antes do plantio do eucalipto), solo em toda a área experimental
a área foi lavrada com um escarificador (40 cm de profundidade) para soltar a subsuperfície (>20 cm)
camada de solo compactado. Lodo de esgoto tratado com N VIRO® foi aplicado a 10 Mg ha 1 na
superfície do solo. N VIRO® é um processo que envolve a mistura de lodo de efluentes com
torneamento mecânico e secagem acelerada. O produto está abaixo dos limites toleráveis de
metais pesados e patógenos para uso agrícola (USEPA 1995; CONAMA 2006).
A incorporação foi feita com arado de aiveca convencional e arado de disco (20 cm de profundidade).
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A aveia (Avena strigosa) foi semeada com 100 kg P2O5 ha-1 na linha de plantio ao longo de todo o
área experimental imediatamente após a aragem. Desde então, todos os tratamentos receberam a
mesma quantidade de fertilizante anualmente, e a fertilização aplicada por cima na superfície do solo foi
feita 1-2 vezes por ano com base na cultura com maior demanda de nutrientes.
densidade da madeira foram realizadas entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020 (ou seja, 74
meses após o plantio). Antes de plantar árvores, o solo era arado com um cinzel de haste única
arar a 40 cm de profundidade seguindo a linha esperada onde as árvores seriam plantadas. Seminal
mudas foram plantadas manualmente juntamente com 250 mL de hidrogel por planta (Hidroplan
aplicado em um raio de 15 cm das plantas. O controle de ervas daninhas foi feito manualmente, conforme necessário
a um raio de 1 m com enxada e/ou roçadeira costal (weed-whip). Para minimizar a formiga
Na desfolha, foi aplicada uma pasta aderente (Formifu®) (sem princípio ativo) na base do tronco de todas
população de 1667 árvores ha-1. Os sistemas integrados foram em um desenho espacial de aléias com
entre duas linhas de árvores adjacentes era de 14 m e o espaçamento entre árvores em uma linha era de 2
m. Linhas de árvores foram plantadas no contorno com nível de diretriz. A linha das árvores localizada em
o meio da encosta foi nivelado e as linhas adjacentes foram colocadas em paralelo para cima
e descendo a ladeira. Esta é uma prática utilizada para reduzir o escoamento e promover o solo e
Os eucaliptos tiveram seus ramos inferiores podados aos 21 meses após o plantio, com
retirada de galhos até 50% da altura das árvores, e aos 33 meses após o plantio
até 6 metros de altura. A poda só era feita em sistemas integrados, pois a vegetação natural
poda ocorreu monocultura florestal. Aos 44 meses após o plantio, a população de árvores
foi reduzido selecionando sistematicamente 45% das árvores de crescimento mais pobre, mas não
o experimento.
variação de tipos de solo e topografia. Em cada unidade experimental, foram selecionadas árvores
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60 árvores). A altura total foi medida no tronco da árvore derrubada. As árvores eram
medido e o volume cúbico foi calculado usando o método Smalian (Soares 2006).
O tronco da árvore foi amostrado quanto à densidade da madeira cortando discos transversalmente em seis
corte na base do tronco (0,1 m), a 1,30 m do solo e a 25%, 50%, 75% e 90%
da altura total do tronco da árvore derrubada. Pelo menos seis discos são recomendados para evitar
estimativas para a densidade da madeira (Costa et al. 2017). Os discos foram identificados, colocados em
Densidade da madeira, também conhecida como gravidade específica básica (Gb) (Produtos Florestais
11941 (ABNT 2003), e a densidade da madeira de cada disco foi calculada usando o
média aritmética obtida de duas cunhas contendo a medula com ângulo interno de 30°
com casca removida de posições opostas em cada disco. As cunhas de madeira foram
obtido pelo método de equilíbrio hidrostático (Vital 1984), e então as cunhas foram
colocados em estufa de secagem a 105 ± 2ºC e pesados após atingir peso constante. o
, ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
, ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
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onde DP = densidade da madeira (g cm-3), MS = massa seca (g) após pesagem em estufa a 105 ± 2ºC
Para obter a densidade média da madeira de toda a árvore, os volumes de madeira de cada
A densidade ponderada da madeira de acordo com o volume de cada árvore foi calculada usando o
equação:
ÿ ÿ
ÿÿ
Onde (densidade ponderada da madeira de acordo com o volume total sem casca) é
As análises estatísticas foram realizadas no SAS (SAS 1993). A normalidade foi verificada
o teste F. Diferenças estatisticamente significativas foram comparadas pelo teste de Tukey no nível
3 Resultados e discussão
arranjo aumentou o DAP do tronco e reduziu a altura das árvores quando comparado ao
31
gado ou ambos. O volume individual por árvore não foi afetado por nenhum tratamento
Tabela 3 - Diâmetro do Eucalyptus benthamii à altura do peito (1,3 m), altura da árvore, volume
individual da árvore e densidade da madeira ponderada pelo volume (sem considerar casca) 74
meses após o plantio em sistemas de integração lavoura-pecuária e monocultura florestal.
Altura = altura média em metros; DAP = diâmetro médio à altura do peito (1,3 m de solo) em centímetros; Vol por árvore =
volume individual da árvore em m3 . Médias seguidas pela mesma letra nas colunas
32
As árvores na monocultura florestal cresceram mais do que nos sistemas integrados como um
resposta fisiológica à limitação de luz, também conhecida como evitação de sombra (Taiz e
Zeiger 2010). Essas respostas são mais evidentes em ambientes espaciais mais contrastantes.
sistemas. Outros estudos encontraram pouca ou nenhuma diferença ao comparar os arranjos de plantas
na monocultura florestal com uma área por árvore de até 16 m2 (Ferreira et al.
1997, Oliveira e cols. 2009; Vidaurre et ai. 2015; Ferreira e cols. 2020). Da mesma forma, quando
densidade de árvores constante (por exemplo, 1.666 árvores por hectare), o crescimento não é afetado em
termos de altura, DAP e biomassa total devido ao crescimento compensatório das árvores
diferem de Oliveira et al. (2009) e Paula et al. (2013) que encontraram maior
volume do tronco junto com maior DAP em sistemas integrados do que em monocultivo.
A densidade da madeira ponderada pelo volume (sem considerar a casca) foi menor nos sistemas
diferenças significativas entre os sistemas integrados com lavoura, pecuária ou ambos. árvores
com maior DAP (Tabela 3). Mesmo com menor densidade de madeira, o peso total de fibra de madeira
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por árvore (volume x densidade) foi maior em sistemas integrados do que em monocultivo
silvicultura, variando de 13% a 20% a mais por árvore. Portanto, mesmo que as árvores em
os sistemas integrados tiveram menor densidade de madeira, crescimento mais rápido da árvore rendeu mais
volume total de fibra de madeira e peso total por árvore. Isso resultou no peso total médio da madeira
No entanto, em termos de produtividade de fibra de madeira por área, o sistema de monocultivo de árvores
foi mais produtivo por causa da maior densidade de árvores. Apesar disso, para serrado
Densidades de madeira mais baixas podem ser esperadas devido ao aumento da formação de juvenis
Albuquerque 2000; Kunstler et ai. 2016; Benin e outros. 2017). A baixa densidade da madeira também é
correlacionado com uma baixa capacidade de tolerar a competição e um baixo efeito competitivo sobre os
vizinhos (Kunstler et al. 2016). Sob espaçamento menor, as árvores tendem a competir mais
uns com os outros, mas estudos anteriores encontraram pouca ou nenhuma diferença na densidade da madeira
silvicultura (3 x 2 m) em nosso estudo, mas esses espaçamentos eram muito menores do que os
avaliados nos sistemas integrados (14 x 2 m). No mesmo estudo descrito anteriormente,
Ferreira e cols. (2020) encontraram menor densidade de madeira na monocultura florestal (0,546 g cm 3) do
que nos sistemas integrados (0,574 g cm-3), ao contrário do que foi encontrado em nosso estudo.
No entanto, Ferreira et al. (2020) tiveram maior população de árvores em seu sistema integrado (1 árvore por
12,7 m2 quando comparado ao nosso estudo 1 árvore por 28 m2) e, portanto, sua
(longitudinal) (Vale et al. 2002; Oliveira et al. 2005; Vidaurre et al. 2011) e o
monocultura de povoamentos de E. benthamii , Pereira et al. (2001) e Benin et al. (2017) encontrado
maiores valores de densidade da madeira na base e esses valores diminuíram gradualmente para
o topo da árvore. Esses resultados foram diferentes dos obtidos no presente estudo, independentemente de as
34
A densidade da madeira diminuiu da base até uma altura de 1,30 m e depois aumentou para
50% ou 75% da altura total, e depois diminuiu novamente em direção ao topo. em todos os
Nos sistemas de produção avaliados, houve diminuição da densidade da madeira a 90% da altura
da árvore, com queda mais acentuada na monocultura florestal.
Produção Densidade da
fonte de pesquisa Era
sistema Espaçamento de plantio (m) madeira (g cm-3)
6e7
Alves e cols. 2011 F 3x2 0,472
anos
Lima e cols. 2011 6 anos 5 F 3x2 0,475
3x2 0,501
3x3 0,498
Benin e outros. 2017 6 anos F
4x3 0,501
4x4 0,501
3 x 1,5 0,520
F
3x1 0,509
(site Paysandú,
3 x 0,75 0,467
Resquin et ai. 2019 Uruguai)
3 x 0,5 0,487
(2 sites diferentes, 6 anos
3 x 1,5 0,410
Uruguai) F
3x1 0,413
(sítio Tacuarembó,
3 x 0,75 0,409
Uruguai)
3 x 0,5 0,420
F 3x2 0,490
CF 14 x 2 0,456
Estudo atual 2020 6 anos
LF 14 x 2 0,445
CLF 14 x 2 0,435
silvicultura
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Fig. 2 Densidade da madeira de Eucalyptus benthamii 74 meses após o plantio de acordo com o
O manejo também pode influenciar a densidade da madeira, pois diferentes sistemas de cultivo
densidade de madeira diferente - sistemas agroflorestais geralmente com madeira menos densa (Silva et al.
consideradas, uma vez que as árvores mais jovens possuem grande parte do seu tronco formado por
heterogeneidade ao longo do tronco, o que pode afetar posteriormente seu uso industrial para madeira para celulose,
lenha, placas compostas ou madeira serrada, bem como aplicações estruturais devido a
Provavelmente, na idade em que E. benthamii foi avaliada neste estudo, as árvores ainda estavam se formando
tecidos lenhosos juvenis, e isso pode ter influenciado a heterogeneidade da densidade da madeira
ao longo do tronco (Figura 2a), conforme discutido por Vale et al. (2002) e Sette Junior et al.
(2012). No entanto, a heterogeneidade da densidade da madeira ao longo do tronco foi verificada em ambos
a densidade mais próxima ou superior a 90% da altura do tronco foi muito semelhante entre esses sistemas.
Observa-se que houve uma árvore com maior densidade de madeira encontrada em
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Dependendo da espécie de eucalipto, a densidade da madeira pode variar de baixa, com menos de
0,45 g cm-3 (a maioria dos materiais de E. grandis), a muito alta, com valores superiores a 0,65 g cm-3 (E.
espécie de eucalipto, a densidade da madeira de E. benthamii encontrada em nosso estudo foi semelhante à
(Batista et al. 2010), podendo, portanto, ser classificada como madeira de baixa densidade. Além
as diferenças entre as espécies, nosso estudo demonstrou que as árvores que crescem em
sistemas integrados tiveram madeira 9% menos densa com aumento de 24,7% no DAP,
aumentou a produção de fibra de madeira por árvore em 17,9%. Portanto, aplicações específicas para
o uso de madeira com densidades ainda mais baixas pode ser buscado ao cultivar árvores em
sistemas.
sugeriu as seguintes aplicações potenciais para madeira menos densa. Pereira e outros (2001)
e Muller et al. (2014) desaconselhou seu uso para fabricação de madeira serrada, devido
distribuição da densidade da madeira ao longo do tronco tende a ocorrer em idades mais avançadas após o
formação de lenho adulto (Ribeiro e Zani Filho 1993; Oliveira et al. 2005; Sette Junior
e outros 2012), e que permite aplicações de serragem. Nones et al. (2014) afirmou que
madeiras menos densas podem ser usadas como carvão, e para isso não há necessidade de
longos ciclos de produção, já que as propriedades desejáveis da madeira são verificadas em E. benthamii mais jovem
árvores (~ 5 anos).
Rockwood e outros. (2008) afirmam que o eucalipto é uma árvore de rápido crescimento que tem sido
combustíveis e produtos químicos, e com base nisso, Castro et al. (2014) obteve o máximo
eficiência de produção de etanol (entre 275 e 304 L/ton de biomassa bruta) usando
chips de E. benthamii de 7 anos pré-tratados com ácido fosfórico . Lima e cols. (2011)
programas de melhoramento sugeridos para permitir a seleção de clones específicos para energia
genótipos desejáveis para uso em produtos de madeira serrada, uma vez que E. benthamii ainda possui baixo
grau de melhoramento genético. Finalmente, Alves et al. (2011) e Paludzyszyn Filho e Santos (2011) sugeriram
37
para celulose e papel. No geral, combinando a genética clonal com o produto florestal desejado
densidade da madeira.
4. Conclusão
diâmetro à altura do peito, maior produção de fibra de madeira por árvore, menor densidade de madeira,
e menor altura total do que na monocultura florestal. O volume do tronco é semelhante entre
esperado quando se considera todo o tronco conforme descrito pela proporção cumulativa
de densidade da madeira. Espaçamentos mais amplos típicos de sistemas agroflorestais promovem crescimento
individual de árvores mais rápido do que a monocultura florestal. No entanto, em termos de fibra de madeira
densidade populacional.
Esses achados sugerem que a produção de árvores em sistemas integrados deve ser
incentivado onde o crescimento mais rápido da árvore é esperado, maior produtividade de fibra por árvore é
densidade encontrada em nosso estudo - com espaçamentos mais amplos de silvicultura e agricultura integradas
sistemas podem promover a intensificação ecológica com base em uma interação sinérgica
entre árvores, plantações e/ou gado, e gerar um portfólio mais amplo de produtos agrícolas
38
DECLARAÇÕES E DECLARAÇÕES
Reconhecimentos
Financiamento
Disponibilidade de dados
http://dx.doi.org/10.5380/bdc/58
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47
CAPÍTULO 2
2
Este capítulo é apresentado de acordo com as diretrizes de Pesquisa Agropecuária Brasileira . Manuscrito
publicado online: 15 de agosto de 2022. https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab2022.v57.02785
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48
sistemas pecuários
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi comparar a relação altura-diâmetro, descrita por modelos biológicos
plantio. Cinco modelos biológicos não lineares foram ajustados para avaliar a altura-diâmetro
relacionamento, e o modelo de Gompertz foi selecionado para descrever os dados, embora todos
ICLS. A análise dos dados mostrou que não há semelhança entre a monocultura
dois sistemas com bovinos fornecem os mesmos valores de taxa máxima de crescimento, assíntota,
gado no componente árvore, árvores com alturas assintóticas menores são produzidas, como
bem como com diâmetros maiores quando as alturas médias das árvores do ICLS são iguais.
49
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi comparar a relação altura-diâmetro, descrita por modelos
biológicos não lineares, de Eucalyptus benthamii em monocultura florestal e em três
diferentes sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP): lavoura-floresta, pecuária
floresta e lavoura-pecuária-floresta. As árvores foram avaliadas durante sete anos
após o plantio. Cinco modelos biológicos não lineares foram ajustados para avaliar a
relação altura-diâmetro, e o modelo de Gompertz foi selecionado para descrever os
dados, embora todos os modelos tenham descrito satisfatoriamente a relação altura
diâmetro das árvores nos ILP. A análise dos dados mostrou que não há nenhum
semelhança entre a monocultura florestal e os ILP quanto à relação altura-diâmetro.
Além disso, a relação altura-diâmetro de E. benthamii muda entre os diferentes ILP.
Particularmente, dois sistemas com bovinos fornecem os mesmos valores de taxa
máxima de crescimento, assíntota e ponto de inflexão do diâmetro à altura do peito.
Além disso, com a integração do gado no componente arbóreo, são produzidos
árvores com alturas menores assintóticas, como também com diâmetro maior quando
as alturas médias das árvores dos ILP são iguais.
50
1. Introdução
excelente alternativa para intensificação sustentável (Sekaran et al., 2021). ICLS, com base
2017).
área arável, aumento da biodiversidade e redução do estresse térmico para animais de pasto,
contribuindo para a termorregulação e homeostase corporal (Aranha et al., 2019). O componente também
pode mitigar os efeitos das mudanças climáticas, oferecendo proteção contra a radiação solar
contribuindo para a redução das lacunas de produtividade que ocorrem em diferentes regiões produtoras
variações condicionadas pelo espaçamento, tipo de solo, posição sociológica da árvore, entre
indicador para o manejo florestal e pode ser descrito por modelos matemáticos que
51
dados representativos da amostra, dada a dificuldade de medir uma população florestal inteira
base em pressupostos biológicos (Pienaar & Turnbull, 1973), geralmente em forma sigmoidal. Esses
relações permitem estabelecer curvas de crescimento para árvores de diferentes idades, nas fases juvenil,
ser uma alternativa interessante quando comparada com cálculos por cálculos volumétricos
relações. Cunha e outros. (2022), analisando nove modelos hipsométricos para estimar árvores
altura em um SIP com Eucalyptus urograndis (Eucalyptus urophylla STBlake x Eucalyptus grandis W.Hill
Goiás, Brasil, constatou que todos os modelos testados apresentaram um coeficiente de determinação
maior que 0,7 e que o modelo de Prodan resultou nos melhores valores para as estatísticas analisadas,
sistemas.
relações para estimar o volume de árvores em monocultura (Soares & Tomé, 2002;
Leduc & Golz, 2009; Paulo et al., 2011; Paula et al., 2013; Retslaff et al., 2015; Téo et
al., 2017; Téo & Silva, 2020; Cunha et al., 2022); no entanto, trabalhos em árvores em ICLS são
escassa (Abrantes et al., 2019), apesar de ser importante para a ampliação do conhecimento
descrito por modelos biológicos não lineares, em Eucalyptus benthamii Maiden et Cambage
e lavoura-pecuária-silvicultura.
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52
2 Material e métodos
nível do mar). Esta área experimental faz parte de um projeto de longo prazo que avalia ICLS
e é descrito em Dominschek et al. (2018). Mais detalhes sobre clima, solo e
manejo de árvores pode ser encontrado em Kruchelski et al. (2021), capítulo 1 deste
tese.
[Megathyrsus maximus (Jacq.) BKSimon & SWLJacobs] com pastagem de gado; colheita
silvicultura (CF), E. benthamii integrada à cultura do milho de verão (Zea mays L.) e de inverno
Todos os manejos florestais até 2019, ou seja, 72 meses após o plantio do eucalipto,
são descritos em Kruchelski et al. (2021), capítulo 1 desta tese. Durante este período,
de linhas alternadas nos sistemas agroflorestais, bem como algumas árvores nas demais
linhas até atingir o espaçamento médio final de 28,0x6,0 m. Durante este desbaste,
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53
na monocultura florestal, as árvores foram eliminadas para obter uma porcentagem semelhante àquela
das árvores remanescentes nos sistemas agroflorestais, mantendo uma distribuição bem
espaçamento entre as árvores. Foi registrada uma mortalidade de árvores de 15,9% nos primeiros três
anos pós-plantio devido a quedas causadas pelo vento, danos causados por animais da área como
As árvores foram avaliadas quanto a: altura total, utilizando o clinômetro ECII (Häglof –
54
medir a circunferência da árvore a 1,30 m acima do solo com uma fita métrica. Dados
20% de árvores totais, do primeiro ao sétimo ano após o plantio, com censo no quinto ano.
2017) foram ajustados pelo método Levenberg-Marquardt (Elzhov et al., 2016) para o
todo o banco de dados (modelo geral) e cada sistema de produção (modelo específico) usando
Hulshof et al., 2015; Abrantes et al., 2019), cinco modelos biológicos não lineares foram
[1] logística ÿ
[2] Gompertz ÿÿ ÿÿ
[4] Mitscherlich ÿÿ ÿÿ
onde h é a altura total (m), DAP é o diâmetro na altura do peito (cm), ÿ ÿsão os
critérios: critério de informação de Akaike (AIC); raiz quadrada média do erro (RMSE); coeficiente de
definido por:
, , ,,,,,,, ,,,,,,,,,
parâmetros.
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55
Valores mais baixos para AIC indicam uma melhor explicação da variabilidade dos dados pelo
modelo. Além disso, o RMSE é um critério amplamente utilizado para avaliar a qualidade do ajuste
de equações dendrométricas e pode ser usado tanto para dimensões absolutas (RMSE) quanto
,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
, ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
% CU
????
O modelo selecionado como de melhor desempenho foi então submetido a uma razão de verossimilhança
Para amostras grandes, a estatística de teste segue uma distribuição qui-quadrada - com ÿ
modelo completo e reduzido, respectivamente - e podem ser calculados da seguinte forma (Regazzi,
2003):
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56
onde SQR é a soma residual dos quadrados, ÿ é o modelo completo, w é o modelo reduzido (com restrição de
logaritmo.
parâmetros restritos.
3 Resultados e discussão
Os modelos foram ajustados para todo o conjunto de dados (modelos gerais) (Tabela 1).
Embora todos os modelos ajustados tenham apresentado desempenho semelhante, o modelo de Gompertz foi
selecionado devido aos seus valores ligeiramente melhores - valores mais baixos de RMSE, RMSE% e AIC,
bem como valores mais altos de R2. O modelo de Gompertz ajustou-se bem aos dados do presente estudo e
crescimento, entre outras variáveis biológicas, devido aos seus parâmetros interpretáveis e
eficiência tanto na descrição do crescimento da maioria dos tipos de organismos quanto na comparação
Depois de ajustado para cada sistema (Tabela 2 e Figura 2), o modelo de Gompertz apresentou
Portanto, o ajuste do modelo mostrou um comportamento diferente para cada sistema de produção,
especialmente para silvicultura de monocultura, onde as árvores cresceram mais altas e mais cedo do que no ICLS.
A hipótese de igualdade de três parâmetros para todas as combinações do sistema foi rejeitada,
indicando que cada sistema integrado de produção requer sua própria equação para descrever
relação altura-diâmetro.
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57
Tabela 1. Parâmetros estimados e ajuste estatístico dos parâmetros biológicos não lineares
pecuária-silvicultura e monocultura florestal – de Eucalyptus benthamii durante sete anos após o plantio no
Brasil subtropical.
ÿ0 22.5444
ÿ2 0,1906
ÿ0 23.9365
ÿ2 0,1202
ÿ0 24.8462
ÿ2 0,0969
ÿ0 26.0411
Chapman
ÿ1 0,0753 3.2127 19.5036 30321.7 0,7932
Richards
ÿ2 1.4293
ÿ0 30.68455
Mitscherlich 3.2419 19.6807 30425.6 0,7896
ÿ1 0,04371
RMSE, raiz do erro quadrático médio; AIC, critério de informação de Akaike; R2, coeficiente de determinação, ÿi,
parâmetros do modelo.
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58
pecuária-silvicultura (LF) e monocultura florestal (F) – de Eucalyptus benthamii durante sete anos após o plantio
no Brasil subtropical.
ÿi, parâmetros do modelo; RMSE, raiz do erro quadrático médio; e R2 , coeficiente de determinação.
Figura 2. Curvas ajustadas específicas do modelo de Gompertz para dados totais (todos os tratamentos) e para
silvicultura (CLF) e monocultura florestal (F) – de E. benthamii durante sete anos após
plantio no Brasil subtropical. DAP, diâmetro à altura do peito a 1,30 m acima do solo.
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59
Por outro lado, Abrantes et al. (2019) descobriram que, entre os oito modelos não lineares
testado, o de Chapman & Richards apresentou o melhor ajuste para modelagem da altura,
tratamentos; não foi o caso do presente estudo, onde árvores com espaçamento igual
foram avaliados em sistemas com lavoura, pecuária e ambos, bem como com monocultura
Dehnh. clone testando dois modelos não lineares em cinco arranjos espaciais – 3,6x2,5
afetam o crescimento em altura das plantas até os 50 meses, diferentemente do que foi observado
no presente estudo para árvores mais velhas. No entanto, o diâmetro médio foi afetado pela planta
também foi selecionado por apresentar melhor ajuste para descrever altura total e
diâmetro.
De acordo com o modelo selecionado, nenhuma identidade foi encontrada entre nenhuma produção
(Tabela 3), com restrição dos três parâmetros. No entanto, uma igualdade de um
e sistemas pecuário-florestais.
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60
Restrição
Sistemas
,ÿ ÿÿ , ÿ ÿÿ ,ÿÿ ÿÿ ,ÿÿ ÿÿ ,ÿ ,ÿÿ
Valores marcados (células cinzas) indicam não rejeição da hipótese nula (ÿ = 0,05), configurando
equivalência entre os parâmetros para os sistemas de produção testados. ÿi, parâmetros do modelo; e Olá,
61
taxa máxima de crescimento e menor ponto de inflexão do DAP (Tabela 4), mostram o efeito de
competição devido ao menor espaçamento entre as árvores, o que provoca uma maior altura
Sistemas
Relação
A medida
(Restrição) F CF CLF LF
Letras iguais, na mesma linha, representam igualdade de medida, baseada na igualdade entre os parâmetros do teste
modelo de diâmetro usado, parâmetro representa a assíntota (Tjørve & Tjørve, 2017) ou,
DBH (inflexão DBH) para maior crescimento e a mesma taxa de crescimento máximo em
altura (Figura 2 e Tabela 4). Embora não haja identidade de modelo entre esses
62
para o comportamento animal, juntamente com arranjos arbóreos adequados para proporcionar uma
componente, com árvores apresentando um diâmetro maior para a mesma altura média da árvore
entre os SILP, não só pelo espaçamento de plantio, mas pelo pastoreio do gado. Esta descoberta
pode estar relacionado ao fato de que, em busca de sombra, o gado se reúne mais perto da árvore
consequentemente, para uma melhor ciclagem de nutrientes (Carpinelli et al., 2021) e uma maior
melhora na fertilidade do solo. No entanto, mais pesquisas são necessárias para determinar: como
a presença animal influencia o rendimento de árvores com menores alturas assintóticas e maior
beneficiar ambos. Esta pesquisa é importante porque permite obter uma maior
lucratividade com aumento da produção de madeira e pastagens (Paula et al., 2013), definindo o
4 Conclusões
1. Embora o modelo de Gompertz mostre o melhor ajuste, todos os modelos biológicos não lineares
2. Com base no modelo de Gompertz, que foi selecionado para descrever a altura-diâmetro
63
menores alturas assintóticas, bem como com diâmetros maiores quando a árvore média
Agradecimentos
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68
CAPÍTULO 3
Sul do Brasil 3
69
RESUMO
uma falta de avaliações em escala de paisagem de longo prazo sobre o fornecimento de ecossistema
serviços em ICLS. Nosso objetivo foi avaliar o incremento mensal do volume do caule e a produtividade
bandas, para três modelos diferentes de ICLS que integram árvores à lavoura (lavo-silvicultura
sul do Brasil. O fator de forma diminuiu com o aumento da idade, com 0,516 aos 4 anos
semelhante às médias nacionais para a monocultura florestal nos Estados Unidos e no Brasil.
Aos 6,5 anos após o plantio, o incremento médio anual do volume do caule foi de 22,7
dentro dos 7 anos de idade. O sistema LF, por outro lado, fornecia às árvores uma
incremento em diâmetro, mas menor volume de caule acumulado e, portanto, menor
intensificação, bem como pode impedir a expansão horizontal para novas áreas, reduzindo
70
1. Introdução
componentes lavoura, pecuária e florestal e são reconhecidos como uma excelente estratégia
meio ambiente, otimizar o uso da terra, elevar os níveis de produtividade, diversificar a produção e
gerar produtos de qualidade (FAO 2010; Lemaire et al. 2014; Moraes et al. 2018;
A crescente demanda por água, alimentos e energia pressiona os recursos naturais, intensifica
conservação ambiental (Lopes et al. 2020). Neste contexto, novas áreas agrícolas
expansão das fronteiras agrícolas, ou, caso contrário, é possível intensificar o capital
expansão já que seus benefícios se estendem até para outras localidades pois o aumento
Os ICLS otimizam o uso da terra e fornecem efeitos sinérgicos positivos sobre aspectos físicos,
a estratégias únicas de uso da terra (Lemaire et al. 2014; Borges et al. 2019; Embrapa
Territorial 2020), o Brasil destina 30,2% de seu território à agricultura e, destes, 6,6%
71
66,3 milhões de hectares de lavouras (7,8% do território brasileiro) e 10,2 milhões de hectares
Segundo Ferreira e cols. (2020a), entre 2010 e 2018, houve uma perda de 31,7 milhões de hectares
áreas foram convertidas para pastagens (30,8 milhões de hectares). Nesse período, houve
maior perda de áreas de pastagens localizadas em regiões que possuem capacidade e infraestrutura
para sustentar os sistemas agrícolas, e houve maior ganho de área nas regiões com maior
disponibilidade de terras de baixo custo, caracterizadas por regiões de fronteira agrícola, principalmente
aniquilar esses serviços ecossistêmicos (Lemaire 2012). Áreas de pastagem carregam o potencial de causar
pastagens, devido ao baixíssimo rebanho animal, contribuem para o desmatamento de florestas nativas
Neste contexto, os ICLS são uma alternativa para recuperar pastagens degradadas, aumentar a
sistemas silviagrícolas, onde as árvores protegem pastagens e lavouras da intensa exposição solar
disponibilidade de água do solo para o sub-bosque (Porfírio-da-Silva 2018; Bosi et al. 2020;
Sheppard e outros. 2020). Além disso, os ICLS têm potencial para produzir madeira e
o sombreamento pode diminuir o rendimento de grãos enquanto o crescimento das árvores progride (Franchini et al. 2014;
Moreira e outros. 2018). Em contraste, as árvores em ICLS influenciam tanto o carbono do solo (C)
acúmulo e acúmulo de carbono da biomassa das árvores (Douglas et al. 2020). De acordo com
para Souza e cols. (2020), a transformação em matéria orgânica do solo é a principal forma de
qual carbono atmosférico (CO2) pode ser capturado e armazenado, mas ocorre mais
agrícolas sem árvores dificilmente superam os estoques de C quando comparados aos sistemas nativos adjacentes.
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72
encontrados no tronco das árvores (Souza et al. 2020), confirmando a importância dos sistemas agroflorestais
Espécies de eucalipto são introduzidas mundialmente para atender a demanda mundial por
fibra e energia, principalmente por ser uma cultura lenhosa de curta rotação com rápido volume
Cambage é uma das poucas espécies de eucalipto recomendadas para regiões temperadas
como o sul do Brasil, África do Sul e regiões subtropicais dos Estados Unidos e
10ºC), cresce rápido e tem tronco reto (Paludzyszyn-Filho et al. 2006; Arnold et
al. 2015; Yu e Gallagher 2015; Hall et ai. 2020). Em ICLS, E. benthamii cresce mais rápido
e possui menor densidade de madeira quando comparada às monoculturas florestais (Kruchelski et al. 2021a
e Gallagher 2015; Stanturf et ai. 2018), para produção de biocombustíveis com alto rendimento de etanol
(Castro et al. 2014), e a produção de carvão vegetal em ciclos curtos de 5 anos (Nones et al.
2014).
precisamente como as árvores crescem mensalmente, em vez de ao longo dos anos, pode levar a uma melhor
bandas de dendrômetros em florestas de pesquisa permitem medir o crescimento em resoluções mais finas
afetam o crescimento das árvores (Kirongo et al. 2010), bem como as condições edáficas e climáticas (Yu
espaçamento de plantio, sendo que nas monoculturas florestais é maior que no ILPI, mas a árvore
o volume individual aumenta quanto maior o espaçamento, como no caso do ICLS (Paula et
Reed et ai. (2017), em um grande estudo de revisão sistemática, afirmam que a maioria dos estudos
que há uma falta de avaliações de longo prazo em escala de paisagem da provisão de floresta
serviços de ecossistemas. Propusemos um estudo com ICLS além de 7 anos, e nossa análise aqui comparou
73
Os sistemas florestais e agrícolas integrados podem influenciar o crescimento das árvores de acordo com o
integrar árvores com plantações, gado ou ambos em uma área experimental localizada no sul
Brasil.
2. Materiais e métodos
Bacia do Rio Iraí localizada em Pinhais, Paraná, Brasil. Esta é uma área experimental, um projeto de
longo prazo que avalia ICLS (descrição completa em Dominschek et al. 2018, em
Português). Mais detalhes sobre clima, solo e manejo de árvores podem ser encontrados em
gradiente de intensificação de uso de sistemas agrícolas sob plantio direto. Uso da terra
pastagem de inverno (Avena strigosa) e verão (Megathyrsus maximus cv. Áries) com pastagem de
cultura de milho (Zea Mays) e cobertura de inverno de aveia (A. strigosa) sem pastejo; iii) colheita
rotação. Cada tratamento foi repetido três vezes, totalizando 9 unidades experimentais. Nós
manteve todos os tempos de rotação das árvores constantes para todos os tratamentos. O experimento foi realizado
Os blocos foram separados de acordo com a variação dos tipos de solo e topografia.
74
já que detalhes de poda e desbaste até 2019 podem ser encontrados em Kruchelski et al. (2021a),
capítulo 1 desta tese. Nesse período foram realizadas duas podas e um desbaste, permanecendo
descrição, de 2019 até 2020 (84 meses após o plantio), é apresentada a seguir.
árvores de fileiras alternadas, bem como algumas árvores de fileiras remanescentes até atingir o
tabela 1). A mortalidade das árvores de 15,9% foi registrada durante os primeiros 3 anos após o plantio
(ano 2016 - tabela 1), decorrentes de quedas por vento, e danos causados por animais da região
causas não identificadas. Manejo das árvores ao longo do tempo, principalmente no primeiro desbaste,
monocultura florestal
Depois de Depois de
75
2016-2017: entre janeiro de 2016 a fevereiro de 2017 (14 meses); ii) 2018-2019:
entre setembro de 2018 a setembro de 2019 (12 meses); iii) 2019-2020: entre setembro de 2019 a
avaliações realizadas nos 3 períodos estão disponíveis na figura 1. Dados brutos estão disponíveis
de Kruchelski (2021b).
A banda do dendrômetro foi confeccionada manualmente com fita de aço temperado AISI 301,
superfície polida brilhante, dureza 38 a 43 HC, 12,7 mm de largura e 0,15 mm de espessura. UMA
foi instalada mola de tensão em aço inox, com fio de 0,80 mm, 9,2 mm externo
diâmetro e 100 mm de comprimento, com um gancho em ambas as extremidades. A cada visita mensal, o crescimento
de circunferência foi registrado e uma marcação foi feita para cada mês registrado
(Figura 2).
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76
marcações
Foram instaladas 180 bandas dendrômicas, 60 por tratamento (20 árvores por
parcela e três parcelas por tratamento). Para cada tratamento, cinco classes de diâmetro foram
por parcela. Para o período 2016-2017, foram selecionadas 20 árvores no centro de cada parcela,
dividida em duas fileiras subseqüentes com 10 árvores uma ao lado da outra. Para os períodos
2018-2019 e 2019-2020, o mesmo critério de 2016-2017 não pôde ser repetido devido à retirada de árvores
nos dois desbastes, então as árvores foram selecionadas aleatoriamente para serem
distribuídas o mais espaçadas possível dentro de cada parcela. Evitou-se também selecionar árvores
bandas raramente poderiam ser instaladas a 1,3 m acima do nível do solo para essas árvores e, geralmente,
essas árvores foram selecionadas em desbaste. Durante 2019-2020 (em abril de 2020), o segundo
ocorreu o desbaste, o que implicou uma diminuição do número de árvores por parcela, tendo este período
sido concluído com 11 árvores por parcela (n = 99), sendo o rigor na distribuição das árvores
A altura total da árvore foi medida com um clinômetro Haglof® modelo ECII, e o DAP foi obtido
com uma fita métrica. A altura das árvores e DAP em 2016-2017 foram medidos no
final do período e a altura das árvores no início do período foi calculada usando
77
modelo Gompertz não linear ajustado para cada sistema (Kruchelski et al. 2022, capítulo 2 de
esta tese). Para o segundo e terceiro períodos (2018-2019 e 2019-2020), as alturas das árvores
no início dos períodos foram medidos em campo, e as alturas das árvores no final dos períodos
forneceu o fator de forma para os períodos 2018-2019 e 2019-2020). fatores de forma são
calculado usando o DAP e a altura total da árvore. Depois de calcular o volume do caule, um
modelo volumétrico foi desenvolvido para calcular o volume do tronco de cada árvore em pé.
Toda a distribuição diamétrica foi considerada em ambas as ocasiões. A partir deste
informações, foi possível calcular o incremento mensal do volume do caule de cada árvore, bem
incrementos por hectare de cada tratamento foram comparados usando um teste t pareado (ÿ =
0,05). Todos os cálculos foram realizados utilizando a linguagem R (R Core Team 2021).
3. Resultados
volumes da haste e fatores de forma tiveram um valor semelhante entre os sistemas, e apenas o ano
de medição influenciou os resultados (tabela 2). O fator de forma para 2016-2017 foi
78
* **
significativo a 5%; significativo a 1%; ns não significativo
O DAP médio e a altura das plantas ao final das épocas de avaliação (86
meses pós-plantio) foi de 34,7 cm e 24,3 m para o CF, 34,2 cm e 24,3 m para o
diâmetros e alturas, DAP médio e altura média das árvores aos 86 meses pós-plantio
(DAP) e altura média das árvores aos 86 meses pós-plantio. CF: silvicultura, CLF:
79
incremento (figura 4). Apenas para o período 2019-2020, onde ocorreu o desbaste, houve incremento
80
Por outro lado, o volume acumulado do caule (figura 5) foi diferente em dois dos
três períodos analisados. Para 2019-2020, o volume acumulado não diferiu para o
Sistemas CF e CLF.
81
menor no sistema LF (figura 5), mas os incrementos anuais de diâmetro nestes mesmos
períodos, assim como em 2016-2017, foram similares aos demais sistemas (tabelas 3 e 4).
Silvicultura, CF = Cultura-Silvicultura.
Quadrados médios
(mm.ano-1) (m3.ha-1.ano-1)
Ano 2 50,06 ns 253,62 ns
82
4. Discussão
O fator de forma pode variar entre as mesmas espécies de árvores de acordo com a idade
(Gomat et al. 2011), de acordo com o manejo silvicultural (Azevedo et al. 2011), ou
espaçamento de plantio (Souza et al 2016). No presente estudo, o fator de forma diminui
enquanto aumenta a idade, com 0,516 aos 4 anos e 0,437 aos 6 anos após o plantio. Esta
corrobora o trabalho de Soares (2018), que avaliou o espaçamento e
concluíram que o tronco tende a ficar mais cônico, diminuindo o fator de forma enquanto
idade avançada, pois, com o passar do tempo, há um maior crescimento da coroa e,
39,1 m3.ha-1.ano-1 (CLF) e 37,6 m3.ha-1.ano-1 (CF ) (ver tabela 3, valores para cada
período). Estes foram os ganhos de volume do caule quando as árvores tinham mais de 3 anos
idade, porém, considerando todo o período desde o plantio e desconsiderando o volume
removido com o primeiro desbaste, à medida que plantas de crescimento mais baixo foram removidas, o caule
-1 (CF). Os valores que encontramos foram inferiores aos resultados encontrados por Watzlawick
e Benin 2020, que avaliou E. benthamii aos 6 anos de plantio e obteve
incrementos superiores a 50 m3.ha-1.ano-1, em monocultivos florestais, plantados nos
espaçamentos 2x3, 3x3, 3x4 e 4x4 m. Embora esses autores tenham avaliado o volume
incremento com árvores de 6 anos, o maior espaçamento proporcionou às árvores maior
volume individual e menor volume por hectare após 38 meses (Benin et al. 2014).
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83
incrementos que o ICLS, embora o volume individual do caule da árvore no ICLS seja maior (Paula et al.
2013, Ferreira et al. 2020b, Kruchelski et al. 2021a). Hall et ai. (2020), no entanto,
As monoculturas do Sudeste dos Estados Unidos encontraram ampla faixa de produtividade que,
dependendo das condições edáficas e climáticas, variou de 13,7 a 26,4 m3.ha 1.ano-1. Hall et ai. (2020)
de 732 a 2292 plantas por hectare, com idades variando de 1 a 13 anos, porém,
o rendimento encontrado foi inferior ao que avaliamos no ICLS (tabela 3) com uma densidade menor
autores como uma “floresta produtiva”, aos 5 anos de idade, com densidade de 1237 e 1650 árvores por
hectare, e encontraram um incremento médio anual de 22,29 e 20,23 m3.ha 1.ano-1 respectivamente,
(2006), monocultivo florestal de E. benthamii com espaçamento de plantio de 2x3 m, aos 8 anos de
idade, teve um incremento de diâmetro de 27 mm por ano. Yu e Gallagher (2015) encontraram uma
Estados Unidos. Nossa avaliação encontrou incrementos diamétricos médios para a avaliação 3
períodos da ordem de 44,8 mm (LF), 42,8 mm (CLF) e 41,1 mm (CF) (ver tabela 3,
valores de cada período). O crescimento das árvores é afetado principalmente por três fatores: genótipo,
assim como o manejo de ICLS, pode fornecer árvores com um tamanho de diâmetro maior quando
em comparação com a monocultura (Kruchelski et al. 2021a, capítulo 1 desta tese). Os dados
para todos os sistemas aqui avaliados mostraram que o acúmulo volumétrico do caule
depende não apenas do incremento do diâmetro, mas também de um equilíbrio entre a altura
84
No entanto, mais esforços de pesquisa são necessários para entender melhor como o
animal acaba afetando as árvores nos sistemas silvipastoris, pois os efeitos das árvores sobre
animais já estão bem documentados (Silva et al. 2008; Abraham et al. 2014; Oliveira
e outros 2018; Porfírio-da-Silva 2018; Chará et al. 2019). Também recomendações de
estudos futuros são: monitoramento de copas de árvores, biomassa inteira de árvores, bem como
estoques de carbono em ICLS, que são investigações em andamento na área experimental do
presente estudo.
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85
componente (esta é uma importante limitação de nossos estudos), mas nos sistemas como
conjunto sinérgico, e por isso, é necessário manter o manejo da árvore idêntico entre os sistemas. No
benthamii semelhante às médias nacionais para a monocultura florestal nos Estados Unidos
e Brasil (este último país, incluindo outras espécies de Eucalyptus). Por esta razão,
os produtores podem considerar E. benthamii para rotações mais longas em locais mais frios (ou seja, até
-10°C) integrando-se: i) com culturas, especialmente na fase inicial de crescimento das árvores, quando
não há interferência das árvores na produtividade de grãos (Moreira et al. 2018) e quando a entrada
de animais não é recomendado, e ii) posteriormente com gado, criando uma fonte periódica
colheita em situações de fragilidade financeira da propriedade. Além disso, se não apenas a árvore
gama mais ampla de produtos agrícolas e serviços ecossistêmicos (Sheppard et al. 2020).
Com base nisso, os ICLS se configuram como uma grande possibilidade de expansão vertical de
considerado por Rodrigues e Miziara (2008) e Oliveira et al. (2014), bem como
5. Conclusão
de idade. O sistema LF forneceu árvores com o mesmo incremento de diâmetro que os outros
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86
DECLARAÇÕES E DECLARAÇÕES
Financiamento
Os autores declaram que concordam com a publicação de seu manuscrito: “Growth and
Disponibilidade de dados
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94
CONSIDERAÇÕES FINAIS
espécie e, principalmente no ICLS, não foram encontradas publicações com esta espécie durante
E. benthamii tem despertado interesse por ser de rápido crescimento e tolerante ao frio. Isso é
promissora para a produção de celulose, matéria-prima para bioenergia, carvão vegetal enfim
ciclos de 5 anos, e segundo estudos mais recentes, para a produção de madeira com
bons rendimentos em serrarias e para a produção de biocombustíveis com altos rendimentos de etanol.
Tais aspectos produtivos têm estimulado esforços de pesquisa sobre esta espécie. Assim, os resultados
dos trabalhos abordados nesta tese podem contribuir para esse conhecimento, e
três capítulos aqui apresentados, foi possível comprovar que E. benthamii em ICLS
apresentou menor densidade de madeira, maior diâmetro e menor altura do que a floresta
monocultura (capítulo 1). Com o estudo do crescimento e produtividade (capítulo 3), usando
meses cada, provou-se que o fator de forma diminuiu com a idade e o ICLS
essas diferenças ficaram ainda mais claras, pois também foi possível demonstrar que
integrar árvores com gado produz árvores de maior diâmetro (para a mesma média
altura das árvores entre os ICLS) do que integrar apenas com as lavouras, o que demanda futuras
É fundamental conhecer o comportamento das árvores em ICLS, pois estudos sobre estas
sistemas ainda são incipientes. Esforços futuros são necessários e recomendados, como
os que estão em andamento na área do NITA (Universidade Federal do Paraná), como a modelagem do
copa das árvores, biomassa e estoque de carbono. Sugere-se também a seleção genética de E.
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95
benthamii, a fim de identificar árvores com maior densidade e qualidade da madeira em ILPI.
Estudos com espécies florestais nativas também são sugeridos, como o experimento iniciado
em 2020 no NITA implementando Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, espécie nativa do sul da
Os ICLS com silvicultura são uma excelente alternativa de produção, contra o desmatamento,
produção nas áreas existentes. Os benefícios das árvores para os sistemas são espetaculares, como
como conservação do solo e da água, quebra-ventos para outras culturas, sombra para animais,
segurança para o produtor. Porém, acredito que muito além de um projeto inovador, sustentável,
e rentável, os ICLS com silvicultura são a melhor alternativa que conhecemos para combater
em áreas que foram abandonadas devido aos altos níveis de degradação que inviabilizam a
agricultura e a pecuária tradicionais. Restaurar essas áreas com ICLS com silvicultura pode
reduzir muito ou mesmo interromper a pressão nas fronteiras agrícolas e, assim, proporcionar
ação efetiva para reduzir o desmatamento, preservar a biodiversidade, expandir florestas primárias,
combater a mudança climática. Dessa forma, posso dizer que o ICLS com árvores deve ser,
96
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