Você está na página 1de 36

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP


FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Álgebra de Boole

Disciplina: Lógica
Professora Dr.ª: Donizete Ritter
 A Matemática Discreta e Lógica torna-se
importante ao incluir os indivíduos no mundo
lógico, pois a lógica está presente nos mais diversos
lugares e aspectos, e assim define Moretto (2007,
p.3) a lógica como: “(...) uma correção do
pensamento, isto é, ela nos ensina a usar
corretamente o raciocínio. Pensar em lógica
significa ordenar o pensamento. (...) A lógica está
presente no nosso cotidiano, nas nossas ações,
quando falamos ou escrevemos (...)”.
 Sendo a lógica um estilo de raciocínio, é possível
compará-la com uma arte, a arte de pensar, sem
que para isso seja necessário ser um filósofo. A
lógica está muito relacionada com o pensamento e
estamos interessados em como é possível fazer a
máquina “pensar”.

 Como sabemos essas máquinas, os computadores


digitais binários são projetados para armazenar e
manipular informações representadas apenas por
dois algarismos ou dígitos distintos, 0 e 1.
Álgebra de Boole
 HISTÓRIA
 A Álgebra de Boole e aplicável ao projeto dos
circuitos lógicos e funciona baseada em princípios
da lógica formal, uma área de estudo da filosofia.

 Álgebra Booleana é uma área da matemática que


trata de regras e elementos de lógica. O nome
“booleana” é uma retribuição da comunidade
científica ao matemático inglês George Boole
(1815 - 1864), que desenvolveu uma análise
matemática sobre a Lógica e em 1854 publicou um
livro no qual propôs os princípios básicos dessa
álgebra.
 Boole percebeu que poderia estabelecer um
conjunto de símbolos matemáticos para substituir
certas afirmativas da lógica formal. Publicou suas
conclusões em 1854 no trabalho “Uma Análise
Matemática da Lógica”. Claude B. Shannon
mostrou (em sua tese de Mestrado no MIT) que o
trabalho de Boole poderia ser utilizado para
descrever a operação de sistemas de comutação
telefônica. As observações de Shannon foram
divulgadas em 1938 no trabalho "Uma Análise
Simbólica de Relés e Circuitos de Comutação".
DEFINIÇÃO DE ÁLGEBRA DE BOOLE
 A Álgebra de Boole é um sistema matemático
composto por operadores, regras, postulados e
teoremas. Usa funções e variáveis, como na
álgebra convencional, que podem assumir apenas
um dentre dois valores, zero (0) ou um (1).

 Trabalha com dois operadores, o operador AND,


simbolizado por (.) e o operador OR, simbolizado
por (+). O operador AND é conhecido como
produto lógico e o operador OR e conhecido como
soma lógica. Os mesmos correspondem,
respectivamente, as operações de interseção e
união da teoria dos conjuntos.
 Tais princípios baseiam-se em um sistema de
álgebra (álgebra das proposições) onde se pode
determinar se uma sentença é falsa ou verdadeira
utilizando-se para isso as funções ou operadores
lógicos: E, OU e NÃO (AND, OR, NOT). Assim,
“choveu ontem à tarde” é um proposição (pode
ser falsa ou verdadeira).

 Porém algumas proposições são compostas de


subproposições ligadas por conectivos, no nosso
caso representado pelos operadores lógicos: e, ou
e não. No caso dessas proposições, o operador
lógico usado é que definirá o valor lógico (se
verdadeiro ou falso).
INTRODUÇÃO A ÁLGEBRA DE
BOOLE
 O postulado básico da álgebra de Boole é a
existência de uma variável booleana tal que:
x≠0 ↔ x=1
x≠1 ↔x=0
 A álgebra de Boole é um sistema algébrico que
consiste do conjunto {0,1}, duas operações
binárias chamadas OR (operador: +) e AND (.) e
uma operação unária NOT.

 A operação OR é chamada de soma lógica ou


união, a operação AND é conhecida por produto
lógico ou interseção e a operação NOT é dita
complementação ou ainda inversão (não confundir
com a soma de números binários).
 George Boole estabeleceu dois princípios
fundamentais em que assenta a lógica booleana, e
que são:

 princípio da não contradição: "Uma proposição


não pode ser, simultaneamente, verdadeira e
falsa“.

 princípio do terceiro excluído: "Uma proposição


só pode tomar um dos dois valores possíveis - ou
é verdadeira ou é falsa - não sendo possível
terceira hipótese"
 Como já foi referido, Boole desenvolveu a sua
álgebra a partir de duas grandezas: falso e
verdadeiro.

 Também os computadores digitais fazem uso de


sinais binários (0 e 1). Estes sinais pretendem
representar os níveis de tensão, isto é, o 0 significa
que não há passagem de corrente elétrica e 1
significa passagem de corrente elétrica.

 Daqui, podemos fazer a analogia entre a linguagem


dos computadores e a álgebra de Boole da seguinte
forma:0/Falso/Não passa corrente elétrica,
1/Verdadeiro/Passa corrente elétrica.
 Operadores: As variáveis booleanas são
representadas por letras maiúsculas, A, B, C,...

Operadores Booleanos Fundamentais:


AND, OR e NOT.
 Operador AND (interseção).
 Definição: A operação lógica AND entre duas ou
mais variáveis somente apresenta resultado 1 se
todas as variáveis estiverem no estado lógico 1. A
conjunção é representada pela conectiva "."
(ponto, como se fosse a multiplicação pois
também é designada por produto lógico).

 Considerando todos os "arranjos" possíveis dos


valores lógicos de duas proposições, A e B,
podemos estabelecer a "tabela de verdade" que
apresenta os resultados possíveis da conjunção
lógica.
 Símbolo Lógico:

 Tabela Verdade:
 Operador OR (união).

 Definição: A operação lógica OR entre duas ou


mais variáveis apresenta resultado 1 se pelo menos
uma das variáveis estiver no estado lógico 1. A
disjunção inclusiva é representada pela conectiva
"+" (sinal de soma, pois representa a adição
lógica). A tabela de verdade desta operação lógica
é:
 Símbolo Lógico:

 Tabela Verdade:
 Operador NOT (inversor).

 Definição: A operação de complementação de


uma variável e implementada através da troca do
valar lógico da referida variável.

 Símbolo Lógico:

 Tabela Verdade:
 Operadores Booleanos Secundários:
 NAND, NOR, XOR E XNOR
 Operador NAND:
 Definição: A porta NAND (NÃO E) equivale a
uma porta AND seguida por uma porta NOT, isto
é, ela produz uma saída que é o inverso da saída
produzida pela porta AND.

 Símbolo Lógico:

 Tabela Verdade:
 Operador NOR:
 Definição: A porta NOR equivale a uma porta OR
seguida por uma porta NOT, isto é, ela produz
uma saída que é o inverso da saída produzida pela
porta OR.

 Símbolo Lógico:

 Tabela Verdade:
 Operador XOR (OU exclusivo)
 Definição: A operação lógica XOR entre duas
variáveis A e B apresenta resultado 1 se uma e
somente uma das duas variáveis estiver no estado
lógico 1 (ou seja se as duas variáveis estiverem
em estados lógicos diferentes).

 Símbolo Lógico:

 Tabela Verdade:
 Operador XNOR (negativo de OU exclusivo)
 Definição: A operação lógica XNOR entre duas
variáveis A e B apresenta resultado 1 se e somente
se as duas variáveis estiverem no mesmo estado
lógico.

 Símbolo Lógico:

 Tabela Verdade:
PROPRIEDADES BÁSICAS
 Sendo x uma variável booleana, então:

 A álgebra booleana é comutativa e associativa com


relação às duas operações binárias. Sendo x, y, z
variáveis booleanas, então:
 Na álgebra booleana, a soma é distributiva sobre o
produto e o produto é distributivo sobre a soma,

 Notemos que estas propriedades apresentam-se aos


pares e que em cada par, uma equação pode ser
obtida da outra mediante a troca de 1 por 0 e 0 por
1 além de permutarmos os AND’s pelos OR’s .

 Isto é conhecido como princípio da dualidade da


álgebra de Boole (obs: todas estas expressões
podem ser provadas por indução finita, bastando
provar uma equação e a sua dual estará provada).
PORTAS LÓGICAS
 Portas lógicas são dispositivos ou circuitos lógicos
que operam um ou mais sinais lógicos de entrada
para produzir uma e somente uma saída, a qual é
dependente da função implementada no circuito.
Existem 7 Portas Lógicas e são elas:
TABELAS OPERACIONAIS

 Semelhante às tabelas verdade da Lógica das


Proposições, podemos construir as tabelas
operacionais para a álgebra booleana. Nestas
últimas os valores lógicos são os dígitos 0 e 1.
CIRCUITO LÓGICO
 Todas as complexas operações de um computador
não são mais do que simples operações aritméticas
e lógicas básicas, como somar bits, complementar
bits, comparar e mover bits. Estas operações são
usadas para controlar a forma como o processador
trata os dados, acede à memória e gera resultados.

 Todas estas funções do processador são fisicamente


realizadas por circuitos eletrônicos, chamados
circuitos lógicos. Assim sendo, um computador
digital não é mais do que um "aglomerado" de
circuitos lógicos. Quando se deseja construir um
circuito lógico relativamente simples, faz-se uso de
um circuito integrado.
IMPLEMENTANDO CIRCUITOS A
PARTIR DE EXPRESSÃO BOOLENAS
 É possível desenhar um circuito lógico que
executa uma função booleana qualquer, ou
seja, pode-se desenhar um circuito a partir de
sua expressão características.

 O método para a resolução consiste em se


identificar as portas lógicas na expressão e
desenhá-las com as respectivas ligações, a
partir das variáveis de entrada deve-se sempre
respeitar a hierarquia das funções da aritmética
elementar, ou seja, a solução inicia-se
primeiramente pelos parênteses.
 Para exemplificar, será obtido o circuito que
executa a expressão X= ( A+B ) . ( ̅B+C ): Essa
expressão mostra que os termos A+B e ̅B+C são
entradas de portas AND, e cada um deles é gerado
por portas OR independentemente.
 Exemplo de um circuito a partir de uma expressão
booleana.
TABELAS VERDADE OBTIDAS DE
EXPRESSÕES BOOLEANAS

 Uma maneira de se fazer o estudo de uma função


booleana é a utilização da tabela verdade. Para
extrair a tabela da verdade de uma expressão
devem-se seguir alguns procedimentos:

 1º) Montar o quadro de possibilidades;


 2º) Montar colunas para os vários membros da
equação;
 3º) Preencher estas colunas com os seus resultados;
 4º) montar uma coluna para o resultado final e
 5º) Preencher esta coluna com os resultados finais.
 Para exemplificar este processo, utiliza-se a expressão
X=A.B.C + A.̅D + ̅A.B.D, a expressão contém 4
variáveis: A, B, C e D, logo, existem 16 possibilidade
de combinações de entrada, para as quatro variáveis, o
número de linhas da tabela é 24=16 linhas, na tabela a
seguir veja que na coluna um o valor 0 e 1 se repete 8
vezes cada um, enquanto na coluna dois se repete 4
vezes, na três duas vezes e na coluna quatro uma vez
cada um.

 Desta forma, monta-se o quadro de possibilidade com


quatro variáveis de entrada, três colunas auxiliares,
sendo uma para cada membro da expressão, e uma
coluna para resultado final. Exemplo de tabela verdade
obtida de expressão booleana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação à lógica matemática. São Paulo:


Nobel, 2002

 CEFETES, Circuitos e Sistemas Digitais. Centro Federal de Educação


Tecnológica do Espírito Santo. Disponível em:<
ftp://ftp.cefetes.br/.../Apostila%20com%20base%20no%20livro%20-%20...>.
Acesso em: 02 de julho de 2014.

 DAGHLIAN, Jacob. Lógica e álgebra de Boole. 4ª Ed. São Paulo: Atlas,


1995.

 FAGOTTO, Eric. Álgebra de Boole. Disponível em:<


www.las.ic.unicamp.br/edmar/PUC/2006/CL/CL-AlgBoole-Eric.pdf >. Acesso
em: 02 de julho de 2014.

 MORETTO, A. Lógica da Matemática. Centro Universitário Leonardo da


Vinci Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2007.

 SOUZA, João Nunes de. Lógica para ciência da computação. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2002.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO VALE DO TELES PIRES
DEPARTAMENTO DE COMPUTAÇÃO

Álgebra de Boole

Disciplina: Matemática Discreta e Lógica


Docente: Donizete Ritter

Você também pode gostar