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FACULDADE DE ENGENHARIA DE

SOROCABA

ENGENHARIA ELÉTRICA

CIRCUITOS LÓGICOS

PORTAS LÓGICAS E TABELA VERDADE

PROFº FERREIRA
email: ferreira@facens.br

2005

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ÍNDICE

4. FUNÇÕES E PORTAS LÓGICAS ............................................................ 3

4.1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3
4.2 – VARIÁVEIS E FUNÇÕES BOOLEANAS ........................................................ 3
4.3 – FUNÇÕES BOOLEANAS E, OU E NÃO ........................................................ 4
4.4 – FUNÇÃO LÓGICA E(AND) ................................................................................. 4
4.5 – TABELA DE COMBINAÇÕES OU TABELA VERDADE .............................. 4
4.6 – PORTA LÓGICA E ................................................................................................. 5
4.7 – FUNÇÃO OU(OR)................................................................................................... 6
4.8 – FUNÇÃO NOT(NÃO – PORTA INVERSORA)............................................... 6

5. CIRCUITOS LÓGICOS COMBINATÓRIOS .................................... 9

5.1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................ 9
5.2 – CIRCUITOS LÓGICOS OBTIDOS DE EXPRESSÕES BOOLEANAS
.......................................................................................................................................... 11

6. CIRCUITOS LÓGICOS COMBINATÓRIOS .................................. 12

7. FUNÇÕES E PORTAS LÓGICAS OU EXCLUSIVO(XOR) E


COINCIDÊNCIA ......................................................................................................... 14

8. ÁLGEBRA DE BOOLE................................................................................... 16

8.5 – UNIVERSALIDADE DAS PORTAS NAND E NOR ............................... 21


INVERSOR COM NAND OU NOR......................................................................... 21

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4. FUNÇÕES E PORTAS LÓGICAS

4.1 – INTRODUÇÃO

Por volta de 1850, o matemático inglês George Boole propôs


através da publicação do trabalho intitulado “An investigation of the laws
of thought”, numa notação numérica e algébrica, aquilo que até aquele
momento somente era tratado de modo discursivo: a lógica.
Somente em 1938, essa álgebra passou a ser utilizada na análise de
circuitos com relês, na área de telefonia por Claude Shannon.
A álgebra de Boole é caracterizada por uma estrutura muito
simples, que consiste em atribuir o valor 1 a uma proposição verdadeira e
o valor 0, a uma proposição falsa.
Aplicando-se esse conceito a um circuito elétrico por exemplo,
pode-se associar:

Nível lógico 0 Nível lógico 1


aberto fechado
sem tensão com tensão
desligado ligado
apagado aceso

Quando ocorre uma associação desse tipo, com a tensão ou


corrente associada ao valor 1, maior que a associada ao valor zero,
dizemos que a lógica é positiva. Em caso contrário, temos lógica negativa.

4.2 – VARIÁVEIS E FUNÇÕES BOOLEANAS

Qualquer sistema digital é definido por uma série de variáveis


e funções booleanas, que correspondem as suas saídas e entradas. Essas
variáveis são indicadas utilizando-se letras do alfabeto (A,B,C.....) e
admitem somente os dois valores binários 0 e 1.
As variáveis que correspondem às saídas do sistema são uma
conseqüência ou função das entradas.

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4.3 – FUNÇÕES BOOLEANAS E, OU E NÃO

Todas as complexas operações de um sistema digital acabam sendo


combinações de simples operações aritméticas e lógicas básicas, como
soma, complementação, comparação, movimentação de bits. Estas
operações são fisicamente realizadas por circuitos eletrônicos, chamados
circuitos lógicos, constituídos de portas lógicas e outros dispositivos.
As três funções básicas conhecidas como E(AND),OR(OU) e
NÃO(NOT) serão apresentadas a seguir através da análise de um circuito
elétrico bastante simples.

4.4 – FUNÇÃO LÓGICA E(AND)

No circuito a lâmpada acende quando a chave A e a chave B


estiverem fechadas.

4.5 – TABELA DE COMBINAÇÕES OU TABELA VERDADE

Uma tabela de combinações ou tabela verdade é um quadro


onde todas as situações possíveis são analisadas. O número de combinações
possíveis é igual a onde n é igual ao número de entradas(variáveis de
entrada) do sistema analisado.
Considerando o circuito analisado, suponha as seguintes situações possíveis,
associadas aos valores binários 0 e 1.
Chave aberta = 0 lâmpada apagada = 0
Chave fechada = 1 lâmpada acesa = 1

A tabela verdade do circuito elétrico mostrado, fica apresentada da


seguinte maneira:

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Chave A Chave B lâmpada
aberta aberta apagada
aberta fechada apagada
fechada aberta apagada
fechada fechada acesa

A tabela verdade montada com valores binários representa


genericamente a função E associada às situações possíveis do sistema em
estudo.

A B S
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1

Dizemos que a função E(AND) realiza a operação de


multiplicação lógica das variáveis de entrada. A expressão algébrica para a
função, considerando duas variáveis A e B é escrita como: S=(A.B).
O operador lógico representado pelo símbolo (.) deve ser lido como
(e).

4.6 – PORTA LÓGICA E

A porta lógica é o sistema físico que realiza a operação dada pela


função lógica, sendo representada por um bloco. A seguir podemos ver o
símbolo utilizado para a representação da porta lógica E e sua expressão
algébrica.

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4.7 – FUNÇÃO OU(OR)

No circuito apresentado abaixo, a lâmpada acende quando a chave A


ou a chave B ou ambas estiverem fechadas.

A tabela verdade para o circuito da porta lógica OU é mostrada a seguir:

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1

Dizemos que a função OU(OR) realiza a operação de adição lógica


das variáveis de entrada. A expressão algébrica para a função,
considerando duas variáveis A e B é escrita como: S=(A+B). O operador
lógico representado pelo símbolo (+) deve ser lido como (ou).

4.8 – FUNÇÃO NOT(NÃO – PORTA INVERSORA)

No circuito apresentado a abaixo a lâmpada acende somente quando


a chave A estiver desligada.

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A tabela verdade para o circuito da porta lógica Não é mostrada a
seguir:

A S
0 1
1 0

Dizemos que a função NÃO(NOT) realiza a operação de inversão ou


complementação lógica da variável de entrada. A expressão algébrica para
a função, considerando a variável A é escrita como: S=A´ (chamamos de A
“ barrado”). O operador lógico representado pelo símbolo (´) deve ser lido
como (NÃO),ou simplesmente complemento.

Baseado na álgebra de Boole as portas lógicas executam


funções básicas que podem ser combinadas. A seguir são mostradas outras
portas lógicas obtidas pela combinação das portas lógicas básicas.

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A função NÃO E(NAND) corresponde ao complemento da função E,
cuja tabela verdade é apresentada a seguir:

A B S
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0

A função lógica NÃO E é também obtida através do circuito


equivalente apresentado a seguir:

A função NÃO E(NAND) corresponde ao complemento da função E,


cuja tabela verdade é apresentada a seguir:

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0

A função lógica NÃO OU é também obtida através do circuito


equivalente apresentado a seguir:

8
Observação: As funções e portas lógicas E,OU,NÃO-OU e NÃO-E
são generalizadas para n entradas.
De acordo com a ANSI/IEEE std 91-1984 e IEC Publication 617-12
os símbolos para as portas lógicas estão apresentados na tabela abaixo:

5. CIRCUITOS LÓGICOS COMBINATÓRIOS

5.1 – INTRODUÇÃO

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Todo circuito lógico combinatório, por mais complexo que seja
é o resultado da interligação de blocos que executam funções booleanas.
Na figura a seguir é mostrado um circuito lógico e a expressão lógica que
executa.

Podemos fazer a análise desse circuito escrevendo expressões


parciais na saída de cada porta lógica, como se mostra no exemplo:

Então,substituindo-se os termos na expressão se obtém:

Portanto,
Montando uma tabela da verdade para o circuito, podemos conhecer o
resultado em todos os pontos.

A B C D X=A+B Y=C . D Z=Y´ S=X . Z


0 0 0 0 0 0 1 0
0 0 0 1 0 0 1 0
0 0 1 0 0 0 1 0
0 0 1 1 0 1 0 0
0 1 0 0 1 0 1 1
0 1 0 1 1 0 1 1
0 1 1 0 1 0 1 1

10
0 1 1 1 1 1 0 0
1 0 0 0 1 0 1 1
1 0 0 1 1 0 1 1
1 0 1 0 1 0 1 1
1 0 1 1 1 1 0 0
1 1 0 0 1 0 1 1
1 1 0 1 1 0 1 1
1 1 1 0 1 0 1 1
1 1 1 1 1 1 0 0

5.2 – CIRCUITOS LÓGICOS OBTIDOS DE EXPRESSÕES BOOLEANAS

Podemos obter um circuito lógico a partir de uma expressão


booleana qualquer. O procedimento para resolução do problema consiste em
se identificar as portas lógicas a partir da funções básicas que aparecem
na expressão e desenhá-las com as respectivas ligações a partir das
variáveis de entrada. Deve-se respeitar a hierarquia das operações para
que o circuito lógico realize fielmente a expressão desejada.
Como exemplo, vamos obter o circuito lógico que gera a função
lógica dada a seguir:

Primeiro identificamos na expressão as operações prioritárias:

Depois utilizamos os blocos lógicos que já conhecemos que


realizam essas operações:

Em seguida, completamos o circuito,respeitando sempre a


hierarquia das operações.

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Por fim, o circuito lógico completo pode ser desenhado
interligando as partes anteriores.

6. CIRCUITOS LÓGICOS COMBINATÓRIOS

6.1 – FORMAS CANÔNICAS

A partir de uma tabela verdade podemos obter à expressão


que representa o comportamento do circuito, e em seguida construir o
circuito, usando as portas lógicas já estudadas. O processo básico de
obtenção da expressão lógica é chamado forma canônica, que consiste na
representação das condições de entrada assumindo os valores binários 0 ou
1. São portanto, duas as formas canônicas: uma representa as condições
que produzem saída igual a 1 (soma de produtos), a outra representa as
condições que produzirão saída 0 (produto de somas).

6.2 – SOMA DE PRODUTOS

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É obtida a partir da tabela verdade da seguinte maneira:
a) um termo para cada linha da tabela verdade (que representa
uma combinação de valores de entrada) em que a saída é 1.
b) cada um desses termos é formado pelo produto (função AND)
das variáveis de entrada, sendo que:
X=0 => escreva a variável como X´
X=1 => escreva a variável como X
c) a função booleana será encontrada, unindo-se os termos
obtidos por uma função OR.
exemplo:

A B C S Soma de Produtos
0 0 0 0
0 0 1 1 A´.B´.C
0 1 0 1 A´.B.C´
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 1 A.B.C´
1 1 1 0

S= A´.B´.C + A´B´C + ABC´

6.3 – PRODUTO DE SOMAS


É obtida a partir da tabela verdade da seguinte maneira:
a) um termo para cada linha da tabela verdade (que representa uma
combinação de valores de entrada) em que a saída é 0,
b) cada um desses termos é formado pela soma lógica (função OR) das
variáveis de entrada, sendo que:
X=0 => escreva a variável como X´
X=1 => escreva a variável como X

c) a função booleana será encontrada, unindo-se os termos obtidos (ou


maxitermos) por uma função AND
exemplo:

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A B C S Produto de Somas
0 0 0 0 A+B+C
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 0 A + B´ + C´
1 0 0 0 A´ + B + C
1 0 1 0 A´ + B + C´
1 1 0 1
1 1 1 0 A´ + B´ + C´

S = (A+B+C). (A+B´+C´). (A´+B+C). (A´+B+C´). (A´+B´+C´)

As duas formas canônicas podem ser obtidas da mesma tabela ,


resultando em expressões lógicas diferentes, porém equivalentes.

S= A´.B´.C + A´B´C + ABC´


e
S = (A+B+C). (A+B´+C´). (A´+B+C). (A´+B+C´). (A´+B´+C´)

7. FUNÇÕES E PORTAS LÓGICAS OU EXCLUSIVO(XOR) E


COINCIDÊNCIA

7.1 – PORTA OU EXCLUSIVO

A função ou exclusivo é aquela que apresenta a seguinte tabela


verdade:

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0

A partir da tabela e usando soma de produtos, obtemos a função


lógica:

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S= A´.B + A.B´

Essa função é denominada ou exclusivo e pode ser representada,


escrevendo-se a função utilizando o operador lógico ⊕.
S= A ⊕ B
A função lógica OU Exclusivo é gerada pela porta lógica que tem seu
símbolo representado a seguir:

7.2 – PORTA COINCIDÊNCIA

A função coincidência apresenta a seguinte tabela verdade:

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1

A partir da tabela e usando soma de produtos, obtemos a função


lógica:

S= A´.B´ + A.B

Essa função é denominada coincidência (XNOR) e é o complemento da


função Ou exclusivo
S= (A ⊕ B)´

A função lógica Coincidência é gerada pela porta lógica que tem seu
símbolo representado a seguir:

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8. ÁLGEBRA DE BOOLE

8.1 – INTRODUÇÃO

Todo circuito lógico executa uma expressão booleana, e, por mais


complexo que seja, é formado pela interligação de portas lógicas básicas
que executam as funções lógicas.

8.2 – VARIÁVEIS E FUNÇÕES BOOLEANAS

Qualquer sistema digital é definido por uma série de variáveis e


funções booleanas, que correspondem as suas saídas e entradas. Essas
variáveis são indicadas utilizando-se letras do alfabeto (A,B,C.....) e
admitem somente os dois valores binários 0 e 1. As variáveis que
correspondem as saídas do sistema são uma conseqüência ou função das
entradas.

8.2 – FUNÇÕES BOOLENAS

A seguir, faremos um breve estudo da álgebra de Boole com o


objetivo de fazer simplificações em expressões booleanas, isto é, reduzir
o número de termos numa expressão algébrica, para que o circuito lógico
obtido a partir dessa seja mais simples.

8.3 – POSTULADOS, REGRAS E TEOREMAS PARA A


SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES BOOLENAS

Postulado da Inversão ou complementação

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Utilizando os conceitos da Álgebra de Boole podemos
simplificar expressões. Lembrando que a cada circuito corresponde uma
expressão, veremos que simplificação de expressões implicam simplificações
de circuitos.
Para efetuarmos essas simplificações basta colocarmos em
prática os postulados, identidades, teoremas e propriedades até aqui
estudados.

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exemplo:

1 - evidenciamos o termo A:

2 - teorema de De Morgan

3 - Chamemos de Y, logo ,teremos então:

como , logo:
portanto:

Circuito Antes da Simplificação:

Circuito depois da simplificação: Notamos que o circuito pode ser


substituído por um fio.

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8.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE SIMPLIFICAÇÃO

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8.5 – UNIVERSALIDADE DAS PORTAS NAND E NOR

Qualquer expressão lógica pode ser implementada usando apenas


portas NAND ou portas NOR. Isso porque podemos representar portas
OR, AND ou NOT usando apenas portas NAND ou NOR.

INVERSOR COM NAND OU NOR

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