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Microsoft Word - TN - STO - 092 - 623 - 13443
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1 Introdução
A indústria do petróleo é uma atividade complexa, todavia para facilitar uma maior
compreensão pode ser dividida em dois segmentos distintos que é o upstream, que
compreende a exploração e a produção e o downstream, que abrange o segmento transporte e
refino.
O processamento de petróleo realizado no segmento downstream visa à obtenção dos
derivados, que vão abastecer o mercado. Ele é composto de diversas operações, nas quais são
utilizados diversos equipamentos, produtos, insumos e a necessidade de mão de obra
especializada. A natureza deste negócio é perigosa, todavia os riscos têm de ser mantidos em
níveis que garantam a integridade física das pessoas, equipamentos e a preservação do meio
ambiente.
Além das atividades de processamento, as atividades de downstream necessitam de
outras atividades complementares, que permitem a continuidade operacional, como é o caso
das intervenções de manutenção, que fazem parte do dia-a-dia deste segmento industrial, quer
seja durante as rotinas de manutenção ou durante as paradas gerais de manutenção, o que cria
uma proximidade estreita entre essas atividades.
A entrada dos executantes das atividades de manutenção ocasiona o aumento do risco
em primeiro lugar pelo aumento da exposição; em segundo lugar pelo fato desses
profissionais não estarem totalmente conscientizados quanto aos riscos que são encontrados
durantes as diversas tarefas, previstas no serviço de manutenção, bem como pelo fato de não
reconhecerem as energias perigosas que envolvem os equipamentos ou sistemas; e em último
lugar por não serem adotadas todas as salvaguardas necessárias que garantam a liberação dos
equipamentos para manutenção.
Lorenzo (2001), quando na elaboração do API 770, ressalta que as conseqüências dos
acidentes ocorridos nas instalações de processamento químico e de hidrocarbonetos, nos
últimos trinta anos, ocasionaram: grande número vítimas, seguidos em muitos casos por
acidentes fatais; provocaram contaminações ambientais; e causaram grandes danos ao
patrimônio.
Este cenário evidencia a necessidade de integrar o planejamento de SMS ao
planejamento da parada de manutenção, o que permitirá a execução dos serviços propostos de
modo seguro, tendo os riscos minimizados, pela adoção de medidas e salvaguardas adequadas
para que os riscos sejam minimizados, vindo a corroborar com os objetivos do negócio e as
questões, relativas a SMS.
2 Planejamento das Paradas de Manutenção
Segundo Vendrame (2005), “as paradas programadas de plantas industriais,
principalmente aquelas de grande porte, são eventos marcantes em uma unidade industrial”.
Ocorrem dentro de prazos bem definidos e envolvem uma grande quantidade de pessoas;
equipamentos, muitos de grande porte, tendo em vista a magnitude dos equipamentos
utilizados no processo.
A materialização desses eventos é feita com base num processo de gestão, que são
iniciados muitos meses de antecedência, ao evento, bem como permeiam durante o evento e
após a realização do mesmo. Esse processo visa colocar os recursos certos, no tempo certo,
propiciando a execução correta do trabalho, que foi priorizado.
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XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
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O Processo de Gestão de Paradas é feito dentro uma sistemática definida na figura 01,
que demonstra as diversas fases que têm de ser cumpridas para que o sucesso desejado seja
conseguido.
Na fase do planejamento as informações e os dados são processados e organizados
para formar um macroplanejamento o qual fornece a dimensão da parada. É nessa fase que
tem de ser iniciado o planejamento de SMS e o detalhamento das manobras operacionais,
buscando o reconhecimento dos riscos, a análise e a identificação das medidas de controle
para os riscos evidenciados, bem como os planos de contingencias para o evento.
Contudo há uma dicotomia entre esses planejamentos e os daqueles que vão executar
os serviços de manutenção, o que permite: a perda de tempo; dispêndio de recursos
desnecessários e conflitos com outras frentes. Podendo até gerar eventos indesejáveis, como é
o caso dos acidentes.
A evolução do macroplanejamento para o microdetalhado permite a consolidação dos
diversos planejamentos. São confirmados os prazos e os custos previstos e iniciada a
contratação para execução dos diversos serviços propostos, bem como das atividades meio
que darão suporte a execução da parada, tais como os serviços de infra-estrutura.
A fase de execução da pré-parada pode ser vista como aquela onde é feita: a
verificação final das ações previstas no planejamento de parada; criar meios para execução
dos serviços, que estão previstos para a parada; a execução dos serviços previstos para essa
fase; a consolidação e validação dos procedimentos operacionais; o início dos treinamentos
do pessoal próprio e das contratadas e também ocorre o diligenciamento dos materiais.
Análise Crítica
PARADA
RESULTADO
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A fase denominada Parada pode ser entendido como a realização do evento em toda a
sua plenitude. Requer um grande envolvimento de toda a equipe, para que os objetivos
traçados e o resultado desejado seja alcançado. Portanto necessita de acompanhamento
constante, o que permite o redirecionamento de ações ou redimensionamento dos recursos,
caso seja necessário. Além de uma parceria muito estreita entre os segmentos de operação,
manutenção e engenharia, que têm de ser comprometidos, para que os valores de SMS,
prazos, disciplina de capital e a qualidade desejada dos serviços seja alcançada, o que
permitirá o retorno do processo produtivo.
A fase denominada pós-parada é aquela que ocorre a após as fases de
condicionamento e partida e consequentemente do retorno produtivo.
3 Planejamento de SMS nas Paradas de Manutenção
O planejamento de SMS tem por principio básico à proteção da vida, integridade física
e saúde das pessoas, a preservação do Meio Ambiente e o uso adequado dos recursos naturais.
Contudo é muito diminuta a preocupação direta com custos e prazos.
Neste contexto, busca a antecipação e o reconhecimento dos riscos, que serão
encontrados dentro do evento, bem como a análise e a adoção de salvaguardas que permitam
a execução dos trabalhos. Quer seja na fase manutenção, mas principalmente durante os
períodos de condicionamento para parada e partida, que podem ser considerados como
críticos. Gerando recomendações especiais quanto a possibilidade de executar serviços e a
permanencia de pessoas, na área do evento.
O programa de SMS para as paradas de manutenção visa atender as prerrogativas
legais e as diretrizes de Coorporativas, o que determina a execução de eventos de treinamento
e conscientização de toda força de trabalho. Sendo essa uma condição indispensável condição
indispensável para acesso à unidade em manutenção, pois visam orientar quanto aos perigos e
os riscos dos serviços de manutenção; a preservação dos recursos naturais; a valorização da
vida e da postura segura a ser seguida em situações de emergência.
É dada grande ênfase aos trabalhos complexos e de grande risco, tais como elevação
de cargas; trabalhos em espaços confinados; trabalhos em altura; trabalhos com equipamentos
elétricos e outros cuja magnitude, no âmbito da parada de manutenção têm potencial de
desencadear acidentes, principalmente aqueles de grandes proporções.
O trabalho de conscientização tem de ser diário, ou sempre que for evidenciada uma
condição de risco, cabendo sempre a realização dos Diálogos Diários de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde, ou simplesmente – DDSMS, que visam reforçar os aspectos seguros para
realização de suas atividades.
A preparação e respostas para as emergências são previstas no referido plano, quer
sejam para resgate e salvamento em altura e ambiente confinado; combate a emergências e
resgate de acidentados e outros que foram evidenciados, quando do levantamento dos
cenários de acidentes.
O acompanhamento dos indicadores de segurança, meio ambiente e saúde e das
auditorias que serão realizadas durante o evento, visa dar suporte ao planejamento de SMS,
no que tange ao processo de melhoria contínua.
4 A Integração dos Planejamentos durante as Paradas de Manutenção
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processo. Permitindo que essas sejam precisas, atualizadas e documentadas; de fácil consulta
e utilização, para o público ao qual se destina, conforme preceitua a nona diretriz, que versa
sobre a Gestão de Informações.
Da mesma forma, deve também ser inserida nessa fase a gestão de comunicação,
conforme prescreve a décima diretriz, permitindo o fluxo das informações de modo pleno e
claro, o que se traduz em clareza e a eliminação dos ruídos, principalmente no que se refere às
informações relativas a SMS devem ser difundidas à força de trabalho. Além de buscar o
relacionamento com as comunidades internas e externas tem de ser iniciado ainda nessa fase.
A participação dos profissionais de SMS, durante a definição do escopo de serviços
fornece bases mais fundamentadas. Permitindo a antecipação e do reconhecimento dos riscos,
conforme preceitua a terceira diretriz, que versa sobre a Avaliação e Gestão de Riscos. A
participação nessa fase, permite também uma análise mais robusta, e consequentemente a
implementação de medidas mitigadoras que permitarão a execução dos trabalhos.
A integração do planejamento corrobora com a sétima diretriz que versa sobre a
aquisição de bens e serviços, o que permite que as contratações de serviços e as aquisições de
materiais atendam as exigências de SMS, que são demandadas pela Petrobras. Vindo a
minimizar a possibilidade de serviços ou materiais estejam em situação de não conformidade,
o que causa, em muitos casos aumento de custo, o retrabalho e as perdas de tempo ou de
materiais.
Esse fato também pode visto, no que tange a quarta diretriz, que diz respeito aos
Novos Empreendimentos, que são extremamente comuns nas paradas de manutenção tendo
em vista a constante necessidade de adequação dos parques industriais as exigências de
qualidade dos produtos, bem como as demandas ambientais. Sendo determinante na aquisição
ou construção dos novos equipamentos, pois a conformidade legal tem de ser incorporada, em
todo o ciclo de vida do equipamento, ao qual tem de ser prevista as melhores práticas de
segurança, meio ambiente e saúde.
A participação efetiva do SMS, no macroplanejamento, na elaboração dos planos de
contingencias para o evento, corrobora com o que preceitua a terceira diretriz, que versa sobre
a Avaliação e Gestão de Riscos, bem como a décima-primeira, que versa sobre a
Contingência, ou seja, há previsibilidade das situações de emergência, o que permite que estas
sejam enfrentadas com rapidez e eficácia, vindo a mitigar os seus efeitos ou consequencias. O
reconhecimento dos cenários de emergencias, permite a elaboração de um plano epecífico,
para as hipótes acidentais encontradas, o qual poderá ser verificado através de simulados, de
treinamentos e exercícios simulados, o que é evidenciado também na oitava diretriz, que
versa sobre a capacitação, educação e conscientização, além de buscar também o
comprometimento da força de trabalho.
A fase do macroplanejamento é marcada pelo grande envolvimento dos segmentos
operacionais, tendo em vista que a liberação dos equipamentos e da unidade será feita por
meio de manobras operacionais; a utilização de outras tecnologias, que permite a liberação,
para o início do trabalho seguro. Essa fase requer uma forte participação do SMS, que vai
procurar orientar, através de conhecimentos e boas práticas. Vindo desse modo a se antecipar
aos riscos, bem como propor as medidas de suporte necessárias para o desenvolvimento do
planejamento proposto.
A consolidação do microdetalhamento, permite a integração irrestrita de todas as
especialidades, quer sejam de manuteção, engenharia, SMS, operação e dos serviços de infra-
estrutura. Vindo então a confirmar os prazos e os custos previstos, contratos e outras
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atividades que formam a estrutura de suporte do evento, vindo a mitigar perdas ou solução de
continuidade para o evento. A integração dos serviços e infra-estrutura, recursos humanos e
comunicação aos segmentos operacionais, manutenção engenharia e SMS permitem que
questões que eram vista de modo isolado possam ser apreciadas por uma visão holística.
Inibindo o aparecimento de decisões isoladas, que eram somente percebidas ou apreciadas por
um segmento, contudo poderiam causar grandes transtornos para a coletividade.
O processo de integração contribui diretamente para que o sucesso desejado seja
alcançado, quer sejam por fatores que impactam diretamente no funcionamento da obra, como
também por outros que são intangíveis, mas permitem que o aumento da satisfação e uma boa
ambiência. Mostrando que não existem realidades isoladas, quer seja na execução do
empreendimento, ou até mesmo nas atividades de apoio, contudo se comunicam e são de
suma importância, tais como, instalação das áreas de vivencias, fluxo de transportes, vias de
acesso, estacionamento; alimentação, transporte, treinamentos e comunicação; assistência aos
empregados e outras questões que vão se aglutinar aos objetivos do negócio.
A pré-parada já é uma fase de execução, que traz muitas vantagens para a execução do
evento principal, pois permite a execução de alguns serviços, que poderiam ser conflitantes na
parada ou outros que são possíveis de ser liberados. E ser entendida como um degrau que cria
meio ou acessos para execução dos serviços que serão executados dentro da parada.
A pré-parada pode ser tida como um momento de ganhos, contudo é realizada numa
unidade em operação, que possui produtos perigosos e outros que são encontrados nas
operações desenvolvidas, tendo em vista que outras características são incorporadas, como é o
caso do uso de temperaturas e pressões altas, bem como o uso outros tipos de energias de
natureza mecânica, química, elétrica e outras, que conferem condições extremas para os
trabalhadores, para as instalações e para o meio ambiente.
Além dessas condições, que são inerentes ao processo, o risco do sistema é
maximizado durante a fase da pré-parada, pela entrada dos profissionais, que vão realizar as
tarefas de manutenção. A entrada desses novos protagonistas ocasiona o aumento do risco em
primeiro lugar pelo aumento da exposição; em segundo lugar pelo fato desses profissionais
em geral não estarem totalmente conscientizados quanto aos riscos que são encontrados
durantes as diversas tarefas previstas, bem como pelo fato de não reconhecerem os riscos que
envolvem os equipamentos ou sistemas; e em último lugar por não serem adotadas todas as
salvaguardas necessárias que garantam a liberação dos equipamentos para manutenção.
Este cenário evidencia a necessidade de trabalhar de forma organizada, conforme
evidencia a quinta diretriz que versa sobre a operação e a manutenção, que determina que os
serviços sejam elaborados com base procedimentos e a utilização de equipamentos
adequados, previamente inspecionados. Sendo fundamental a participação do SMS:
auxiliando no gerenciamento dos riscos; utilização de ferramenta de controle das atividades,
tais como a permissão de trabalho; acompanhamento permanente nas frentes de trabalho;
utilização da ferramenta de controle das energias perigosas, ou simplesmente LIBRA e a
execução de constantes inspeções e auditorias comportamentais nas frentes de trabalho.
Outros fatos emblemáticos são: a mobilização dos grandes contingentes de mão-de-
obra, que deverá ser treinada; conclusão e validação dos procedimentos operacionais de
parada, liberação de equipamentos, implementação de novas tecnologias, condicionamento e
partida.
A fase denominada Parada é quando acontece propriamente dito todos os trabalhos
que foram previstos nas fases anteriores. É uma fase de cumprimento de planejamento,
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