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A SOCIEDADE ORÒ.

O Culto a divindade Òró é antiquíssimo e secreto, surgiu quando da fundação de Kwara State na Nigéria, esta Sociedade
Secreta foi elaborada através de Ejímere o macaco vermelho. O Culto a Òró é tido como mais proeminente e importante
que o próprio Culto de Egúngún devido as suas atribuições. Os membros desta Sociedade Secreta eram os aplicadores
da justiça capital imposta aos infratores condenados pela Sentença proferida pela Corte da Sociedade Ogboni. É sabido
que quando ele sai à rua pela noite, os não iniciados devem permanecer trancados em suas casas sob o risco de morte.
Em Oyó o povo Require e Jabata, são aqueles que adoram a divindade Òró. Anualmente se realizam festivais que tem a
duração de sete dias para que se faça a sua adoração, neste período as mulheres e os não iniciados trancam-se em suas
casas, excetuando-se alguns momentos diurnos onde se permite sua saída as compras de mantimentos, más isso não
ocorre no sétimo dia, quando então é expressamente proibida a circulação de todas as pessoas alheias ao Culto, sob
pena de execução sumária, não importando seu status social ou qualquer justificativa. Para chegar a entender o
conceito do que para os Yorubás representam as SOCIEDADES SECRETAS, devemos entender que estas chegaram a
semear o terror em épocas passadas. Em realidade, o poder
estava menos nas mãos dos reis e anciãos, do que de numa Sociedade secreta poderosa, cujos emissários se ocultavam
embaixo de máscaras, o que lhes permitia conseguir sem resistência alguma o que desejavam. A SOCIEDADE SECRETA
ORÒ, chegou às mãos dos homens através do seguinte raciocínio:
OLODUMARE, o deus criador, deu à primeira mulher, ODÙ, a capacidade de deleitar-se com a vida. Não obstante, ela fez
mal uso deste poder, e todos os que a olhavam na face corriam o perigo de acabar cegos.
Obatalá se dirigiu então a Orunmila, o deus das profecias, este lhe aconselhou a través do Oráculo de Ifá que tivesse
paciência.
ODÙ pediu a Obatalá que fosse a sua casa viver com ela e visse o que fazia. Um dia Obatalá ofereceu como sacrifício
alguns caracóis (IGBIN). Ele comeu a baba de um deles e ofereceu também a ODÙ. A mucosidade do caracol abrandou o
coração de ODÙ, de forma que Obatalá pode conhecer todos seus
segredos, incluído o da sociedade Orò e Egúngún. Deste momento em diante, estas sociedades, estão em poder dos
homens. ODÙ recomendou buscar a benevolência e a aceitação das mulheres para que estas seguissem sendo mães.
Assim se fez e os homens tiveram poder sobre as mulheres, porém estas tiveram em suas mãos o poder sobre a vida. Se
não tivesse sido assim, não haveria nascimentos...
A SOCIEDADE ORÒ é considerada entre os yorubas a mais poderosa. Entre os OYO e os EGBA (capital Abeokuta) seu
poder político supera as exigências religiosas. ORÒ possui o direito de vigiar se os governantes respeitam os preceitos
morais divinos. Em suas mãos está a salvaguarda da ordem tradicional, o conhecimento e cuidado dos mitos, o folclore
e a historia. Seu saber encerra a sabedoria da sociedade. ORÒ antes do período colonial tinha o direito de condenar a
morte em tribunais secretos e justiçar os condenados. Não obstante ORÒ desempenha também outras funções sociais.
Os membros de sua sociedade se preocupam em enterrar adequadamente os mortos e conseguir que suas almas
cheguem com segurança ao reino dos mortos; e dá também sepultura à aquelas pessoas que tenham tido uma má
morte, por exemplo: assassinados ou por acidente.
ORÒ está basicamente a serviço dos espíritos dos mortos e por isso só aparecem de noite. Seu emblema é um pedaço
plano de ferro ou madeira (sobre tudo de madeira de ÓBÓ ou KAM, que as bruxas (AJE) não podem ver nem farejar,
presa a um cabo com corda, o que a converte em uma madeira que zumbi, ecoa (emitindo um som todo particular ao
ser manuseado). Cada SOCIEDADE dispõe normalmente de dois tipos destes utensílios. Um é pequeno e se conhece com
o nome de ISE (moléstia) e o tom estridente que produz, se conhece como EJA ORO ( Peixe de Orò). Os outros provem
das madeiras grandes chamados AGBE (espada) e emite um tom surdo que é
considerado como a mesma voz de ORÒ, este som anuncia que a morte está ameaçando alguém. ORÒ reproduz a voz
dos mortos e por isso se diz que são eles que os chamam. Antigamente havia sete dias do ano, (às vezes eram nove)
dedicados a adoração de ORÒ sempre em época de lua nova. Os adeptos da sociedade (entre os ABEOKUTA),
costumavam levar máscaras de madeira, porém estas não chegam a cobrir todo o rosto da pessoa. Òró, divindade que
reside na profundeza dos bosques, também denominado deidade do mistério, do awo (segredo), do retiro ou ainda, do
encanto. O nome que atribuem os Sacerdotes de Ifá a deidade Òró são: Òró Eku, Eminale ou ainda Òrìsà Orifin. Seu Odu
Isalayé, ou seja, aquele Odu que o acompanhou do Orun ao Ayie é Owarinsá. Sua morada era no local denominado
Orifin quando veio morar no Ayie, más pouco tempo depois foi condenado por Obatala a viver eternamente nas
profundezas de Igbo (Floresta), o que hoje conhecemos como Igbo Òró ou Floresta de Òró.

Por: Chief Ifalade membro da SOCIEDADE ORÒ.

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