Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CRÍTICA DA RAZÃO
TÜPINIQÜIM
Roberto Gomes
lOt EDIÇÃO
ili
FTD
ISBN 85-322-0333-7
94-0590 CDD-199.81
índice
Capitulo 1 - Um título 4
Capitulo 2- A sério: a seriedade
Capitulo 3- Uma Razão que se expressa 17
Capitulo 4- Filosofia e negação 26
Capitulo5 - O mito da imparcialidade: o ecletismo 32
Capitulo 6- Omito da concórdia: o jeito 4
Capitulo7- Originalidade e jeito 48
Capitulo8- A Filosofia entre-nós 55
Capitulo 9- A Razão Ornamental 69
Capitulo10- A Razão Afirmativa 82
Capitulo 11 - Razão Dependente e negação 95
Sugestões de atividades didáticas 111
O autor 117
Bibliografia 117
Ca
pu
t
ío
l1
Um título
Um título 5
MUXÔR FERNANDES
(Papáverum
O
se de título de um livro, supõe-se que denuncie um te
ma. Ocorre que este tema jamais foi explicitado, não
existindo. Fácil constatar que entre nós esta Razão esta
rá adormecida ou pulverizada em mil manifestações que
seria problemático reunir num único nó com a virtude da síntes
Talvez seja impossível o tema deste livro, embora seu títul
possa ser até sugestivo. Não é fácil escrever sobre algo que só exis
tirá caso seja inventado. Uma Razão Brasileira, não existindo atual
mente, precisaria antes do mais ser providenciada, vindo à tona.
Então, das duas uma: ou este livro não pode ser escrito ou será
uma tentativa de "inventar" esta Razão, seguindo vestígios espar
sos no romance, na poesia, na música popular e até - pois é ca
paz de que mesmo aí transpareça - nalguns livros de Filosofia.
6 Um títul
Um título 7
8 Um títul
Capítulo 2
A
sério:aserie
10 A séno: a seried
MÁRIO DE ANDRAD
(Prefácio Interessa
N
É necessário não desperdiçar título tão sugestivo. Ca
agora perguntar: trata-se de tema "sério"?
Pelo que ficou dito, propõe-se ser sério, não uma
piada. Quero que me entendam: não uma piada em seu
sentido alienante. É tema que deverá ser "seriamente" considera
do. Mas: conseguiremos pensar "a sério"? Razão Tupiniquim
Não é coisa no que se pense - e sobretudo nestes termos. Só po
de ser brincadeira, jamais um tema "sério". Quer dizer: não cons
ta de nenhuma tese defendida na Sorbonne ou em Freiberg.
Prestando atenção, vemos que há vários empregos possívei
para a palavra "sério" e, conseqüentemente, vários sentidos pa
a "seriedade". Creio que isso fique claro se considerarmos estas
duas ocorrências: "Fulano de Tal é um homem sério" e "Fu
de Tal leva a sério seu trabalho".
Entre os dois empregos não há apenas o acréscimo de um
letra, mas uma mudança de perspectiva e de acentuação. Mudo
o caráter da seriedade em questão. No primeiro caso queremos
dizer que Fulano de Tal é um homem que zela pela seriedade das
japarências. É respeitador das normas e convenções sociais. Seria
incapaz de "sair da linha". Dele não se esperam coisas que fujam
A séno: a seriedade 11
12 A séno: a seried
A sério: a seriedade 13
14 A sério-, a serie
A séno.- a seriedade 15
16
A séno: a seriedad
Capítub 3
Uma Razão
quese expressa
MARIO DE ANDRADE
(Prefácio Interessa
S
O que chamamos de Filosofia grega nada mais é do que
o síreap-íease cultural que a Razão grega realizou de si
mesma. É deste ato - mais simples do que gostariam
de supor os pensadores tupiniquins -, no qual uma Ra
zão se descobre em sua originalidade e conhece seus mais íntimos
projetos, que emerge a possibilidade de Filosofia.
Mas no que consiste descobrir-se em sua originalidade? Te
mos aqui duas questões: sobre o que seja descobrir-se e sobre a
natureza da originalidade. E algo anterior: as condições desta des
coberta.
Se parto do suposto que descobrir-se é, de algum modo, des
cobrir alguma coisa, desde logo me coloco em oposição a isto que
deverei descobrir. No momento em que encontrasse tal objeto, te
ria concluído minha tarefa. Mas não existe de fato nada com
que, ou com quem, eu deva me encontrar para descobrir-me. Os
encontros com são externos e superficiais.
2 Idem, ibidem.
Capítulo 4
Filosofia e negação
Filosofia e negação 27
MARIO DE ANDRADE
(Prefácio Interessa
A
justificar-se. Não no sentido em que as ciências devem
justificar-se. Quanto à ciência, urge saber de sua valida
de, das condições de construção de seus objetos e deter
minar, no conjunto da cultura, o lugar do conhecimen
to que propõe. Não é o que ocorre com a Filosofia.
A ciência e seu saber procedem de um movimento do espíri
to em direção ao real que nos circunda, real suposto independen
te de mim. Em nossos dias isto assumiu um caráter pragmátic
seu valor é o de seus resultados em termos de técnica. Antes mes
mo de determinado o lugar e a validade da ciência, já damos por
suposta sua importância. A ciência nos importa, sendo
seus resultados. Antes mesmo de questionarmos a respeito de seus
supostos e conseqüências, damos por admitido que os resultados
do saber científico são desejáveis, gerando progresso. É claro qu
mal sabemos o que seja progresso, mas não importa: o cientista é,
do ponto de vista do vigente, dispensado de defender a cidadania
da ciência. Ela já a tem, admitida.
As coisas mudam quando tratamos da Filosofia. Torna-se ago
ra urgente justificar e assumir a Filosofia. Justificá-la não é ainda
a defesa de sua cidadania, mas algo anterior. Antes do mais, impli-
28 Filosofia e negação
Filosofia e negação 29
30
Filosofia e negação
Filosofia e negação 31
4. ANDRADE, Oswald de. Ponta de Lança. 3? ed., Rio de Janeiro, Civilização Bras
ra, 1972, p. 12.
CapüubS
O mito da impar-
cialidade: o ecletism
PAULO MERCADANTE
(A Consciência Conservadora no Brasil)
36
O mito da imparcialidade: o ecletismo
Capítulo 6
O mito da
conc
o jeito
42 O mito da concórdia: o
A gente dá um jeito.
(Do povo)
0
corrente que damos um jeito em tudo, do existencial
ao político, do físico ao metafísico. E não paramos
ficamos muito satisfeitos em ser, pelo que nos parece,
o único povo capaz de tão saudável atitude.
Creio que o elemento constitutivo do jeito seja a não-radicali-
zação Um distanciamento das posições a serem tomadas, o que
combina com nosso modo oblíquo de olhar as coisas e nosso pecu
liar ceticismo. Um homem que se exalta perde a capacidade de
"dar um jeito". Um país que entra num processo revolucionári
não soube descobrir o "jeito" de evitar coisa tão desagradável É
saber ver: para o brasileiro - futebol posto de lado - , o máximo
ridículo é ser apanhado "crendo". Seja em política, Filosofia
ligião. Nunca nos sentimos mais estúpidos do que no momento
em que alguém aponta a nossa radicalização, nosso empenho num
projeto. Envolver-se determina a perda daquilo que confundimos
com espírito crítico: a imparcialidade da Razão Tupiniquim. Nu
ma atitude dissolvente que sempre nos acompanha, ao modo de
manter um pé atrás, nos afastamos das posições a assumir. Daí, o jeito.
Nasce o espírito conciliador. Afinal, as coisas da existência,
seja pessoal ou social, não estão aí para serem levadas tão a sér
Conciliador e obediente, cordial, o brasileiro jamais conduz as ten
sões àquele nível em que geram um limite sem retorno.
44 O mito da concórdia: o
46 O mito da concórdia: o
Captiub 7
Originalidade e jeito
Originalidade e jeito 49
S
atitude de tolerância e de abertura intelectual Como
expressão da Razão Conciliadora, um dos produtos mais
lamentáveis, de potencial despótico e conservador.
Há um retrato possível, cruel mas verdadeiro, do
praticante de Filosofia no Brasil - a imensa maioria composta de
professores, tipos entre os quais predomina, a despeito das alegóri
cas pretensões reformistas (idealizadas, de resto), o espírito mais
retrógrado e legitimador do vigente. Neste retrato vemos algué
sempre disposto a encontrar analogias - as quais pretende brilhan
tes - entre as teorias mais opostas e irreconciliáveis, fazendo sua
tradicional salada filosofante, onde, em proporções idênticas ou
não, entra algo de tomismo e de Comte, de Comte e de Marx,
de Marx e de estruturalismo, de estruturalismo e Marcuse.
Ocorre, porém, uma coisa estranha: o mesmo homem que rea
liza a mais dissolvente conciliação, urra de ódio contra os oposito
res. A maldosa crítica fora de propósito, dirigida contra pessoas
não contra idéias, passa a ser então a arma de que se vale este cu
rioso arrivista, o intelectual tupiniquim. Somos incapazes de convi
ver e dialogar com alguém que discorde de nosso modo de ver -
embora sejamos capazes de conviver com autores e obras mutua-
50 Originalidade e jeito
Originalidade e jeito 51
12. ROMERO, Sylvio. A Filosofia no Brasil: ensaio crítico. In: Obra Filosófica. R
Janeiro, José Otympio, 1969, p. 32
13. Idem, ibidem.
52 Originalidade e jeito
ca aceitação. Quer ser aceito sem perceber que ser aceito é mor
rer para a Razão. Querendo ser sério- para então ser levad
sério -, policia-se: o que pensar, o que ler, o que escrever. Seu
quecimento consiste nisto: esqueceu-se de que pretende ser reco
nhecido pelo que não-é. Seu pensamento, portanto, será puro or
namento.
Originalidade e jeito 53
54 Originalidade e jeito
Caputilo8
AFilosofia
entr
56 A FUosoãa entre-nos
MARIO CASALLA
(Razón y liberati
C
de Filosofia no Brasil, clarificado o sentido deste termo.
Há Filosofia no Brasil porque ela aqui se encontra entre
nós, manifestando sua presença. Talvez um corpo estra
nho, mas presente. Não só contamos com documentos
a respeito, documentos com data marcada, como encontramos re
vistas e livros que versam sobre seus temas. Aqui realizam-se con
gressos, encontros, debates, e nos currículos universitários a Filoso
fia consta obviamente - cada vez menos, mas consta. Tudo isso in
dica que a Filosofia está entre-nós. Como um parente distante
uma tia talvez, que chega e vai ficando -mas, seja como for, entre-nós.
Esta presença e seu caráter se evidenciam se procurarmo
extrair o negativo das seguintes palavras de Luís Washington Vita:
"De fato, cumprindo seu destino e sua vocação, o pensamento bra
sileiro, mais do que criativo, é assimilativo das idéias alheias, e,
ao invés de abrir rumos novos, limita-se a assimilar e a incorporar
o que vem de fora. Daí a história da Filosofia no Brasil ser, em
geral, uma história da penetração do pensamento alheio nos reces
sos de nossa vida especulativa, ser, em suma, a narrativa do grau
A Filosofia entre-nós 57
58 A Filosofia entren
59
A Filosofia entre-nos
60
A Filosoãa entre-nos
A Filosofia entre-nos 61
62 A Filosofia entre-nos
A Filosofia entre-nos 63
64 A Filosofia entre-nos
A Filosofia entre-nos 65
66 A Filosoãa entre-nos
A Filosofia entre-nós 67
68
A Filosofia entre-
Caputilo9
A Razão Ornamenta
SÉRGIO BUARQUE" DE HOLAND
(Raízes do B
A Sazão Ornamental 71
72 A Bazão Ornamental
73
A Razão Ornamental
74 A Razão Ornamental
é certo que os outros levam sobre nós uma vantagem decisiva: são
eles próprios.
Quarto: Álvaro Lins refere-se à prática da literatura. Mas
panorama quanto à prática da Filosofia é, de longe, muito mais
alienado. Basta que se procure ler - que seja o índice - de algu
ma revista brasileira dedicada à Filosofia.
A Razão Ornamental nos leva a abandonar tudo, esquecer
aqui e fora daqui obras que importam, para correr atrás das últi
mas novidades. Nos conduz a querer aplicar aqui "escolas" estran
geiras - portanto estranhas - como se isso fosse possível sem nos
cobrar um preço: o esquecimento do que somos.
"Por outro lado - voltando a Álvaro Lins - afigura-se um fe
nômeno diferente ou oposto, mas, de fato, é tão-só a segunda fa
ce do mesmo 'complexo' de inferioridade, colonialismo e provincia
nismo - isto que se pode observar a olho nu: a revolta, a mágoa,
a lamentação por não sermos bastante lidos, conhecidos, traduzi
dos no estrangeiro. Um estado de alma, aliás, freqüentemente ex
presso em livro, artigos, entrevistas, em toda sorte de pronuncia
mento de autores brasileiros."
Desejamos ser reconhecidos pela Mãe-Europa, em nossa edi-
piana e mórbida dependência afetiva e intelectual. Com isso perde
mos a oportunidade de ser alguma coisa qualquer, não necessaria
mente melhor ou pior do que a Europa, mas apenas isto: nossa.
Em conseqüência, o intelectual tupiniquim vive num estado de dis
sociação: voltado para fora e de fora esperando reconhecimento.
Fechando os olhos à realidade que o circunda. Descentrados, ja
mais encontraremos o núcleo em torno do qual possamos dar coe
rência a nós mesmos, condição de originalidade. Evidente que o
pensamento brasileiro não poderia apresentar senão duas marcas
das mais pobres: o ecletismo - que não é, entre-nós, um simples
movimento do passado, mas um clima geral que a tudo envolve,
conseqüência de nossa incapacidade de romper o cordão umbili
cal e "ser gaúchena vida"; e o positivismo, o pensamento afir
vo, legitimador do vigente, que vai do tomismo ao estruturalismo,
passando pelo neopositivismo.
"E natural que desejemos ser projetados e valorizados para
A Razão Ornamental 75
além das nossas fronteiras; não obstante, essa ânsia pelo brilh
no estrangeiro, tamanha lamentação por não nos conhecerem e
admirarem bastante pelo mundo afora - isto significa, afinal, algo
pueril; e revela carência de segurança e estabilidade, ausência d
confiança em si mesmo, deficiência de amor-próprio."
"Bem, devemos ser o que somos, devemos procurar fazer as
nossas obras o melhor possível, e o resto (...) já não é problema
nosso. Atingiremos a universalidade quando chegar, ou se chegar,
o momento próprio, isto é: quando estivermos para isto maduros
e acabados, não tanto em qualidades formais ou habilidades técni
cas, mas em força interior, genuína e dominadora."
A primeira tarefa na existência é chegarmos a ser o que so
mos, fazendo de si o que se visa ser, partindo de nossa posição.
Depois, seremos reconhecidos - se formos reconhecidos. Sem is
so, a interiorização necessária ao surgir da Filosofia jamais ocorre
rá entre-nós e a Filosofia continuará sendo apenas aquela tia di
tante que veio e foi ficando. E a possível Filosofia brasileira perma
necerá vítima da Razão Ornamental.
76 A Vazio Ornamental
A Razão Ornamental 77
78 A Razão Ornamenta/
A Bazão Ornamental 79
80 A Sazão Ornamentai
A Razão Ornamental 81
Capítulo 10
A RazãoAfirmativa
A Bazio Afirmativa
CHICO BUARQUE/ RUY GUERRA.
(Calabar)
N
bora superficialmente tal oposição possa ser justificada,
a verdade é que o aparecimento - e o triunfo - do po
sitivismo nada mais fez do que desdobrar um componen
te já implícito no ecletismo anterior: a Razão Afirmati
va. A Razão que diz sim.
Indiferenciada e dependente, precisando legitimar idéias e
modelos providenciados estranhamente, a Razão Afirmativa encon
trou em nosso ambiente intelectual um campo de fácil penetração.
"Nas condições peculiares do pais - ausência de tradição filos
ca, fragmentação e dispersão do único grupo, a Escola de Recife,
que reivindicava a metafísica ao mesmo tempo em que recusava
a volta à antiga Filosofia já superada etc. - , a ação antífilosófica
dos positivistas estava fadada a alcançar resultados desproporcio
nais não só à sua força efetiva como à consistência mesma da dou
trina." 30 Com efeito, olhando criticamente e face às urgências histó
ricas que se apresentavam ao Brasil, o positivismo só poderia ter
sido aceito em função dos interesses vigentes e da reprodução da
hegemonia das classes dominantes.
30. Idem, p. 195.
84 A Razão Afirmativa
31 . Idem, p. 196.
A Razão Afirmativa 85
86 A Razão Afirmativa
A Razão Afirmativa 87
confiança com relação ao voto - "o voto não é nem pode ser o
verdadeiro instrumento capaz de determinar precisamente o pro
fundo trabalho de formação das opiniões", dizia Júlio de CastUho
- e a personalização do poder, pois era suposto que o governo ca
beria a um "ditador institucional", enquanto o poder Executivo ab
sorveria o Legislativo, podendo o chefe de governo demitir os ocu
pantes dos executivos municipais. Todos estes poderes acumulados
nas mãos de um só homem marcavam desde já o caráter antiparla-
mentar e antipartidário que, mais tarde, estaria presente em ou
tros movimentos militares como, por exemplo, o tenentismo. Essas
concepções totalitárias eram de todo coerentes com o que dizia
Augusto Comte no Catecismo a respeito dos direitos humanos: "A
noção de direito deve desaparecer do domínio político, como
noção de causa do domínio filosófico. Todo direito humano é tã
absurdo quanto imoraL"
É fácil perceber, e os exemplos não faltariam, que esta visão
política se perpetuou no país a partir da República, assumindo fo
mas as mais variadas, mas trazendo sempre a marca de uma Ra
zão Afirmativa que se impunha sem admitir contestação. A isso o
positivismo desde sempre esteve ligado, uma vez que, mesmo ho
je, como diz Antônio Paim, "é difícil supor que exista na atual so
ciedade brasileira um grupo social onde a mentalidade positivista
esteja mais arraigada que naquele constituído pela oficialidade". 38
O caminho descrito pelas idéias totalitárias do positivismo,
"ditadura republicana", vem de Júlio de Castilhos, no Rio Gran
de, passando por Borges de Medeiros que, por sua vez, cedeu o
posto a Getúlio Vargas, "ao qual incumbiria transplantar o castilhis
mo para o plano nacional". 39 Eis como um pensamento retrógra
do e débü, de uma insuficiência crítica total, na medida em qu
poderia servir de instrumento nas mãos de grupos dominantes, con
seguiu se impor ao país, vindo a ser o traço mais marcante e
nossa formação política e filosófica, constituindo-se no fenômen
88
A Razão Afirmativa
A Razão Afirmativa 89
90 A Razão Afirmativa
Já no pensamento eclético encontrávamos a tendência a di
solver oposições e a desconfiança com qualquer posição que conti
vesse traços de marginalidade: do ponto de vista eclético, aquel
que discorda é um criminoso, pois o ecletismo gera o fanatismo
da mesmidade. É essencialmente tirânico e antidemocrático, aves
so ao livre circuito de posições que se questionem radicalmente.
Para termos como definitivo que o positivismo só fez acentuar pres
supostos ecléticos, não sendo com relação ao ecletismo uma supe
ração mas um desdobramento, "basta indicar que é solidário des
sa mentalidade positivista o pressuposto antidemocrático de que
na sociedade não deve ter lugar o livre jogo dos grupos e das fac
ções, mas a tutela de agrupamentos que se atribuem semelhante
privilégio a diversos pressupostos. Nisso talvez a particularidade
distintiva mais característica entre a mentalidade positivista e o cien-
tificismo contemporâneo, este último visceralmente ligado à trad
ção do liberalismo anglo-saxão, expresso na incapacidade de acei
tar o diálogo e o debate em qualquer plano". 40
Não houve salto entre o ecletismo e o positivismo, mas pura
continuidade, desdobramento, uma afinidade que explica como o
segundo - movimento filosoficamente inconsistente - foi capaz
de encontrar entre-nós uma terra de promissão, arada e adubada
pelo ecletismo. As duas atitudes prolongam a condição de depen
dência, ausentes de qualquer posição negadora.
A Razão Afirmativa 91
92 A R a z ã o Afi r mativa
A Razão Afirmativa 93
94 A Razão Afirmativa
Captíub 11
RazãoDependente
e negação
96
Razão Dependente e aegaç
GABRIEL GARCÍA MARQUEZ
(Cem Anos de Solidão)
S
mos dizer que com a Semana de Arte Moderna, em
1922, realizamos uma primeira tentativa de real indepen
dência cultural face ao passado europeu e aos modelos
estrangeiros. Com exagero - este sim, bastante nosso -
efetuamos a constatação do óbvio: à nossa volta não havia fog, ne
ve ou castelos medievais - mas bananeiras, coqueiros, casas de ca
boclo e gente de nariz batatudo e lábios grossos. O parnaso super-
refinado, os traços suaves das madonas, o bom gosto oficial vieram
abaixo; nossos artistas retiraram de seus ombros a carga de um
passado alheio e que lhes pesava. Tornava-se possível criar. O re
sultado foi uma revolução. De Mário e Oswald a Drummond e
João Cabral de Mello Neto, súbito percorremos os caminhos de
uma emancipação artística. Os imensos pés das figuras de Portina-
ri denunciam: encontrou-se um chão sobre o qual pisar.
É claro que análises detalhísticas encontrariam por detrá
do Manifesto Antropofágico o italianíssimo Marinetti. Mas um
coisa se ressalta: mudou o espírito, a atitude. A partir daí uma re
ação em cadeia será liberada, permitindo produzir uma arte cujo
Nas páginas de OMovimento Modernista* ,
5 Mário de Andr
de deixou algumas lições que precisaríamos recuperar, já que
possível Filosofia brasileira muito teria a aprender com nossa Litera
tura. Encontramos aí certos traços de desgosto e arrependimento
certas restrições a seu passado modernista.
Não se revolta por ter sido modernista, mas por não ter ido além
de suas pretensões. Não propõe um retorno, mas a revisão crítica,
na tentativa de recuperar a intuição revolucionária que se perdera.
O modernismo havia sido "uma ruptura, foi um abandono
de princípios e de técnicas conseqüentes, foi uma revolta cont
o que era a Inteligência Nacional". Mário nota, porém, que o "e
pírito modernista e suas modas foram diretamente importados da
Europa". Daí o aparecimento subterrâneo, às vezes nem tanto,
de uma postura nitidamente aristocrática, de um internacionalis
mo modernista e um nacionalismo embrabecido. "Era uma aristo
cracia do espírito." No entanto, o movimento, essencialmente des
truidor e com possibilidades de criar, representava uma convulsão
no panorama artístico e intelectual brasileiro. O que ficaria expres
so nos três princípios apontados por Mário: "O direito permane
te à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística bras
leira; e a estabilização de uma consciência criadora nacional."
Isso permitiria uma reviravolta aos artistas brasileiros, que ti
nham sempre jogado "colonialmente certo". Havia que dar conta
das "numerosas Cataguases", o que, associado à pesquisa estética,
47. MOOG, Vianna. Bandeirantes e Pioneiros, paralelo entre duas culturas. 8? ed., Rio
de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966, p. 116.
51 . Idem, pp. 41 e 42
111
Sugestões de
atividades
didáticas
Um
título Cap. 1
1. Fazer uma sessão de apresentação/repre
sentação das melhores piadas que o grupo
conhece. Em seguida analisar as relações
entre os personagens; apontar as piadas crí
ticas e as alienantes.
2. Pesquisar sobre o Movimento Modernis
ta, Oswald de Andrade e Mário de Andra
de. Apresentar os resultados.
3. Comentar a frase do texto: "Gaba seu
inigualável jeito piadístico, mas na hora da
coisas 'culturais' mergulha num escafandro
greco-romano".
4. Apontar formas de conformismo nos vá
rios campos da vida brasileira.
5. Elencar algumas obras dos autores cita
dos na página 12.
6. Montar painéis com reportagens e arti
gos sobre o caráter brasileiro.
7. Analisar as ilustrações do capítulo (o
mesmo vale para os capítulos seguintes).
A
sério: a seriedadeCap. 2
1. Apontar pessoas ou atividades "sérias"
e "a sério".
2. Entrevistar um artista, um filósofo sobre
sua atividade e sobre o poder demolidor
do pensamento crítico.
3. O que é erotizar o agir?
4. Analisar o conto "A hora e a vez de Au
gusto Matraga", de Guimarães Rosa, sobre
a libertação da personalidade de uma pessoa.
5. Criar uma comédia, "a sério". Sugestã
de título: "Viagem de um barnabé, que sai
do sério e rodou a baiana, a sério".
6. Comentar a frase de Nelson Rodrigues
sobre o escanteio.
7. Ao dizer que "o Brasil não é um país sé
rio", o general De Gaulle, sem querer, fez
um elogio ou uma crítica?
8. Comentar: " afinal, o peixe é que menos
sabe da água".
Cap. 3
Omito da
concórdia : 6
Cap.
o jeito
1. Fazer uma pesquisa sobre as revoltas san
grentas na História brasileira, passada e re
cente.
2. Entrevistar um burocrata assumido, sobre
o que ele considera a importância da buro
cracia.
3. Entrevistar uma vítima da burocracia.
4. A partir dos depoimentos, montar uma
pequena peça teatral.
5. Apontar no cotidiano manifestações de
jeitinho e de intolerância. Ver como ela
aparecem na musica popular.
Originalidadeejeito Cap. 7
1. Fazer o levantamento das modas intelec
tuais que assolam o Brasil e dos resíduo
que deixam.
2. Pesquisar sobre as idéias de Sylvio Rome
ro, Sérgio Buarque de Holanda.
3. Com o que os brasileiros se importam,
profundamente?
A Filosofia
entre-nós 8
Cap.
1. Diferença entre ser criativo e assimilativo.
2 Quais as principais correntes filosóficas
entre-nós?
3. Entrevistar um filósofo brasileiro sobre
suas influências e sua originalidade.
4. O brasileiro tem "cabeça filosófica"?
5. Comentar a relação pensamento-lingua-
gem, levantada por Mário de Andrade na
p. 65. Entrevistar um professor de Portu
guês sobre os preconceitos a respeito da
nossa língua.
Cap. 10
1. Pesquisar sobre Comte e o positivismo.
2. Comentar a opinião de Comte sobre o
voto e os direitos humanos.
3. Comparar o positivismo e o ecletismo.
116
Sugestões de atividades didátic
RazãoDependente Cap. 11
enegação
1. Além da Semana de 22, que outros movi
mentos culturais provocaram rompimento
no Brasil?
2. Comentar: " O escravo traz o senhor den
tro de si".
3. O que é "jogar colonialmente certo"?
4. Apontar a presença do lucro imediato e
o sucesso fácil e rápido na economia, políti
ca e cultura no Brasil
5. "O brasileiro sempre desejou ser europeu
(ou norte-americano)" - levantar na músi
ca ou na poesia comentários a essa situação.
6. Qual a tarefa atual da filosofia no Brasil?
7. Produzir um texto (redação, peça, músi
ca, cartaz) que sintetize as principais idéias
que você teve a partir das discussões deste
livro.
117
O autor
Igual a todo mundo, nasci Mas, em 8/10/1944, na cidade de Blume
nau, Maternidade Santa Isabel, num domingo às 15 horas, só eu e um
amigo de infância, chamado Cacaes, com quem nunca mais cruzei na vi
da. Um ponto a menos para os horóscopos. Aos treze anos, por culp
de Mark Twain, disparei a ler livros, revistas, jornais, folhetos, cartazes,
bulas de remédios, receitas de bolo, regulamentos de hotéis (desses q
ficam pendurados atrás das portas). Desde então vivo com uma porçã
de livros por perto e quase me transformo em personagem de Borges.
Aos 16 anos, resolvi que ia ser escritor e gastei o primeiro salário de au
xiliar de desenhista da prefeitura na compra de uma máquina de escre
ver usada. Nela e em mais três outras, até chegar ao micro que uso ho
je, escrevi contos, romances, artigos, reportagens, crônicas, o que resulto
numa imensa montanha de papel e em nove livros publicados, além d
uns três ou quatro inéditos. O livro C rítica da Razão Tupiniquim
crito entre 1974 e 1977. Nele eu investi contra a hipocrisia intelectual,
contra a falsa cultura, contra a filosofia desfibrada e mole qüe se prati
cada) no Brasil. Mas também investi contra mim mesmo, quer dizer, co
tra aquilo que o ensino, a escola e a universidade haviam feito de mim.
Foi uma libertação emocional e intelectual pela qual agradeço até hoje
A minha esperança é que o mesmo aconteça com os leitores.
Roberto
Bibliografia
1. ANDRADE , Mário de. "O movimento modernista". In: Aspectos da literatura brasilei
ra. São Paulo, Martins, [s/d.], pp. 231-55.
2. ANDRADE, Oswald de. Ponta de lança. 3? ed., Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 19
3. — . Do Pau-Brasü a antropofagia e às utopias: manifestos, teses de concursos e e
Introd. Benedito Nunes. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira e Instituto Nacional
do Iivro-MEC, 1972
4. ARDILES, Osvaldo."Líneas básicas para um provecto de filosofar latinoamericano"
In: Revista de Filosofia Latino-Americana. Buenos Aires, Castaneda, 1 (1):5-15,
ene./jun., 1975.
5. BAZAN, Bernardo. "Método para una Filosofia de la liberación según Enrique Dussel
In: Revista de Filosofia Latino-Americana. Buenos Aires, Castaneda, 1 (2):277-85,
juL/dic, 1975.
6. BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Raízes do BrasiL 7? ed., Rio de Janeiro,
Olympio, 1973.
118 Bibliografia
Bibliografia 119
30. GUILLOT, Daniel E. Filosofia contemporanea europea y filosofia latinoamericana: so
bre la posibilidad de una asunción crítica. Revista de Filosofia Latinoamericana. Bue
nos Aires, Castafleda, 1 (l):81-9, ene./jun., 1975.
31 . IANNI Octávio. Sociologia da Sociologia latino-americana. 1? ed., Rio de Janeiro, Civi
lização Brasileira, 1971. (Cot Perspectivas do Homem, 83, dir. Moacyr Felix.)
32. JAGUARIBE, Hélio. Brasil: Crise e alternativas, lf ed., Rio de Janeiro, Zahar, 1974.
33. KILGORE, William. "Gilberto Freyre e o regionalismo na Filosofia". In: Revista Brasi
leira de Filosofia. São Paulo, Instituto Brasileiro de Filosofia, 17 (65):52-5, jan./mar.,
1967.
34. LINS, Álvaro. "Professores de Filosofia em vez de filósofos". In: Os mortos de sobreca
saca. 1? ed., Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963. [Cap. 25], pp. 335-70. (CoL
Vera Cruz, 44.)
35. —. "Por uma história literária do Brasil e por uma literatura brasileira". In: Os morto
de sobrecasaca, 1? ed., Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1963. [Cap. 30], pp .
431-42 (CoL Vera Cruz, 44.)
36. LINS, Ivan. História do Positivismo no Brasil 2 a ed., São Paulo, Editora Nacional, 19
(Rev. aum.).
37. MARCUSE, Herbert Razão e revolução: Hegel e o advento da teoria social [Reason
and revolution]. Trad. Marília Barroso. Rio de Janeiro, Saga, 1969. (CoL Idéias e
Fatos Contemporâneos, 22)
38. MARIÂTEGUI, José Carlos. Sete ensaios de interpretação da realidade peruana [Sie
te ensayos de interprétation de la realidad peruana]. Trad. Salvador Obiol de Frei
tas e Caetano Lagrasta. Pref. Florestan Fernandes. 1? ed., São Paulo, Alfa-ômega,
1975. (CoL Esta América, série 1?, v. 1, dir. Fern ando Mang ando .)
39. MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador [Portrait
du colonisé précédé du portrait du colonisateur]. Trad. Roland Corbisier e Maris
Coelho. Pref. Roland Corbisier. 1? ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1967. (Série
Ecumenismo e Humanismo, 11.)
40. MERCADANTE, Paulo. A consciência conservadora no Brasil: contribuição ao estu
do da formação brasileira. 2 a ed., Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1972
41 . MOOG, Vianna. Bandeirantes e pioneiros: paralelo entre duas culturas. 8? ed., Rio de
Janeiro. Civilização Brasileira, 1966.
42 PACHECO, Armando Correia. "Algumas considerações sobre o pensamento filosófico
no Brasil". In: Revista Brasileira de Filosofìa. São Paulo, Instituto Brasileiro de Filo
sofia. 17 (65):45-51, jan./mar., 1967.
43. PAIM, Antônio. A Filosofia da escola do Recife 1? ed., Rio de Janeiro, Saga, 1966.
44. — . História das idéias filosóficas no Brasil 1? ed., São Paulo, Grijalbo, 19
45. — . "Introdução à Filosofia contemporânea no Brasil: a mentalidade positivista". In:
Revista Brasileira de Filosofia. São Paulo, Instituto Brasileiro de Filosofia. 16 (64):549-76,
out./dez., 1966.
46. PAIM, Antônio & MERCADANTE, Paulo. Tobias Barreto na cultura brasileira: uma
reavaliação. 1? ed., São Paulo, Grijalbo e EDUSP, 1972
47. PAULA, Samuel de. Aspectos negativos da colonização portuguesa: um confronto com
a colonização anglo-saxônica, s.L, Paralelo, 1971.
48. PRAÇA, J. J. Lopes. História da Filosofìa em Portugal. Org. Pinharanda Gomes
boa, Guimarães & Cia., 1974. (CoL Filosofia e Ensaios)
120 Bibliografia
49. REALE, MigueL Füosoßa em São Paulo. 2?. ed., São Paulo, Grijalbo e EDUSP, 1
50. RIBEIRO, Darcy. Teoria do Brasil 1? ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1972
51. RIB EIRO, João . "A Filosofia no Brasil". In: Revista Brasileira de Filosofìa. São Pau
lo, Instituto Brasileiro de Filosofia, 4 (3):413-6, juL/set, 1954.
52 ROMERO, Sylvia "A Filosofia no Brasil: ensaio crítico". In: Obra filosofica. Introd. e
seleção de Luis Washington Vita. Rio de Janeiro. José Olympio e EDUSP, 1969,
pp. 3-160.
53. —. "Doutrina contra doutrina; o evolucionismo e o positivismo no Brasil". In: Obra filo
sófica. Introd. e seleção de Luís Washington Vita. Rio de Janeiro, José Oly
EDUSP, 1969, pp. 247-496.
54. RODRIGUES, José Honório. Conciliação e reforma no Brasil: um desafio histórico
tural Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975.
55. RODRIGUES, Geraldo Pinto. "Filosofia brasileira". In: Reviso Brasüeira de Filo
São Paulo, Instituto Brasileiro de Filosofia, 18 (69): 94-6, jan./mar., 1968.
56. SANTOS, Jessy. "A influência de Bergson no Brasil". In: Revista Brasileira de Filosofia.
São Paulo, Instituto Brasileiro de Filosofia, 15 (58): 237-44, abr./jun., 1965.
57. SAUD ADE, Gil M. "Filosofia n o Brasil". In: Revista Brasileira de Filosofia. São Pau
to, Instituto Brasileiro de Filosofia, 17 (65):42-4, jan./mar., 1967.
58. SCHOOYANS, Michel. "Tarefa e vocação da Filosofia no Brasil". In: Revista Brasilei
ra de Fúosofia. São Paulo, Instituto Brasileiro de Filosofia, 11 (41):61-89, jan./mar.,
59. SODRÉ, Nelson Wemeck. Síntese da história da cultura brasüeira. 2 a ed.
ro, Civilização Brasileira, 1972
60. STEIN, Stanley & STEIN, Barbara. A herança colonial da América Latina: en
dependência econômica [The colonial héritage of Latin America: essays
mie dependence in perspective]. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1976.
61 . TORRES, João Camilo de Oliveira. Interpretação da realidade brasüeira: introduç
história das idéias políticas no Brasa 2 a ed., Rio de Janeiro, José Olymp
62 TRINDADE, Hélio. Integralismo: o fascismo brasileiro na década de 30. [L'action
graliste brésilienne: un mouvement de type fasciste des annés 30] Prêt J
Costa. 2 a ed., São Paulo, Difusão Européia do livro; Porto Alegre, Univ. Federal
do Rio Grande do Sul, 1974.
63. VAZ, Henrique Claudio de Lima. "O pensamento filosófico no Brasil de hoje". In: No
ções de história da Filosofia. 21? ed., Rio de Janeiro, 1973, pp. 343-69.
64. VITA, Luis Washington. "A Filosofia atual no Brasil". In: Revista Brasüeira de Filo
São Paulo, Instituto Brasileiro de Fúosofia, 13 (3):331-40, jul./ago., 195a
65. — . Escorço de Füosoßa no Brasü. 1? ed., Coimbra, Atlântida, 1964.
66. —. "Reflexões sobre 'autonomia cultural' no plano da história das idéias". In: Revista
Brasüeira de Filosofia. São Paulo, Instituto Brasileiro de Filosofia, 17 (65):56-9,
/mar., 1967.
67. — . Tendências do pensamento estético contemporâneo no Brasü Rio d
lização Brasileira, 1967.
68. — . Tríptico de idéias. São Paulo, Editorial Grijalbo e EDUSP, 1967.
69. — . A Füosoßa contemporânea em São Paulo. Prof. Miguel Reale. São
bo e Instituto Brasileiro de Filosofia, 1969.
70. ZEA, Leopoldo. "La Filosofia actual en América Latina". In: Revista de Füosoßa
no-Americana. Buenos Aires, Castaneda, 1 (2):175-82, juL/dic., 1975.
FTD