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Curso de Taro Divinatorio
Curso de Taro Divinatorio
Curso de
Tarô
Divinatório
Fábio Donaire
2012
2
Mircea Eliade em
Imagens e Símbolos – Ensaio sobre o
simbolismo mágico-religioso
3
Introdução
1
A palavra arcano, do latim arcanum, significa mistério. Podemos entender por arcano aquilo que não
pode ser compreendido apenas pela mente racional. Para apreender um arcano é necessário usar
também o conhecimento adquirido pela prática, pela intuição e pelos sentimentos. O médico e alquimista
suíço Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, ou Paracelso, como ficou conhecido,
atribuiu essa palavra aos alquimistas. Paracelso foi pioneiro na utilização terapêutica de plantas, minerais
e outras substâncias. Partindo do princípio que o universo também está dentro do homem, ele afirmava
que as substâncias da natureza podem agir internamente por uma questão de “afinidade” com aquilo que
o homem tem dentro de si. Essa idéia não era exatamente nova na época de Paracelso mas foi ele quem
mais a utilizou na prática médica.
5
ocultismo em uma posição inferior com relação às suas “próprias” ideias. Não
tenho dúvidas que sem o I-Ching, a alquimia e outras ferramentas de trabalho
dos ocultistas as obras de C. G. Jung teriam tido outros rumos. E eu ainda
considero o tarô mais válido para o homem ocidental que o I-Ching, por
exemplo, que está estruturado em uma visão cosmogônica muito distante da
cultura na qual estamos inseridos. Se as imagens propostas pelo I-Ching são
características do pensamento oriental, o tarô conserva sua universalidade. Eu
também estudo Jung, Joseph Campbell, Mircea Eliade e todos os grandes
estudiosos da alma e dos mitos que têm algo a contribuir com meu
conhecimento sobre o tarô, mas não torno o ocultismo inferior ou superior às
disciplinas desses autores. As novas perspectivas da ciência, as descobertas
mais recentes da física, as áreas que a psicologia vem desbravando e o próprio
método científico, aliás, se aproximam muito mais daquilo que grandes tratados
de ocultismo já afirmavam há séculos que do modelo cartesiano-newtoniano no
qual alguns acadêmicos, e alguns tarólogos com pretensões acadêmicas,
estão “amarrados”.
É por todas as razões desse prefácio que considero uma honra poder
compartilhar um pouco do que aprendi todos esses anos. Não escrevi esse
curso pensando no especialista, no pesquisador experiente. Minha intenção é
oferecer bases seguras e comprometidas com o desenvolvimento dos talentos
e habilidades de todos aqueles que estão dando seus primeiros passos na
estrada que conduz ao crescimento espiritual. Entretanto, meu ponto de vista
pode ser diferente do de outros tarólogos tornando o curso, de qualquer forma,
uma fonte de informações inéditas a quem se dispuser a lê-lo, especialista ou
não.
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Nenhuma pessoa que realmente entenda de tarô fala sobre sua história
em termos definitivos porque quem realmente estuda o assunto sabe que
desde sua origem até os desenhos das cartas o tarô é cercado de muitos
mistérios e dúvidas.
O baralho cuja história veremos agora é o que se tornou popular na mais
antiga cidade francesa – Marselha. O baralho de tarô inicialmente teve sua
maior popularidade no norte da Itália, entretanto quase desapareceu,
sobrevivendo na França e na Suíça. Quando voltou à Itália o tarô já seguia o
modelo francês como padrão. Entretanto nem mesmo os baralhos de Marselha
eram uniformes, sendo mais populares os produzidos por Jean Noblet (Paris,
aproximadamente 1650), Jean Dodal (Lyon, aproximadamente 1701) e Nicolas
Conver (Marselha, aproximadamente 1760). Um exemplo que mostra
claramente o quanto os próprios baralhos de Marselha não estavam presos a
um padrão é o baralho de Jacques Vieville (Paris, aproximadamente 1650).
Nesse baralho não há títulos nas cartas, a ordem dos Arcanos Maiores é
diferente da estabelecida em Marselha e algumas imagens são
substancialmente diferentes como a carta XVI, no padrão marselhês chamada
“A Casa de Deus”, que Vieville troca por uma carta sem nome mostrando um
pastor sob uma árvore carregada de frutas. Na verdade quem estabelece a
“legitimidade” desse modelo é o ocultista francês Papus em seu livro publicado
em 1889, “O Tarô dos Boêmios”. Antes do livro de Papus o modelo marselhês
era seguido por questão de popularidade e não legitimidade. Papus, que em
seu primeiro livro sobre o tarô tacha o uso oracular do baralho como de menor
importância diante do ponto de vista ocultista, escreve em 1909 o “Tarô
Divinatório”, um manual completo de adivinhação pelas cartas que vinha com
um baralho inspirado na criação de outro francês, Eteilla. Se Papus atribuiu ao
estilo de Marselha o privilégio de “tarô oficial”, foi o cartomante Paul Marteau
que o tornou popular após ter orientado a “recriação” do baralho para a editora
Grimaud por volta de 1930, seguindo o padrão de Nicolas Conver.
Outro modelo de baralho, diferente do padrão francês, é o tarô de
Bolonha. O mais famoso tarô bolonhês foi pintado entre 1660 e 1665 pelo
artista Giuseppe Maria Mitelli para a família Bentivoglio de Bolonha. Uma
característica do baralho de Mitelli é a ausência dos nomes e dos números das
cartas, o que torna bastante difícil colocá-las em alguma ordem.
Os baralhos com maior distinção do chamado tarô clássico são os
italianos. O tarocchini (Bolonha, Itália) com 62 cartas, o Tarocco Siciliano
(Sicília, Itália) com 64 cartas, o Minchiate (Florença, Itália) com 97 cartas sendo
40 arcanos maiores, 4 naipes com 14 cartas cada mais o coringa (O Louco) e o
baralho mais citado como variante do tarô, o famoso Mantegna Tarocchi com
50 cartas, 5 séries de 10 cartas cada.
11
maçonaria inglesa e que teve como resultado fornecer a estrutura básica que
daria origem à quase todas as Ordens posteriores, como exemplo a AMORC
(Harvey Spencer Lewis, que fundou a AMORC, foi um ex-membro da Golden
Dawn que em uma das várias cisões que a Ordem sofreu aproveitou a
oportunidade e fundou a AMORC, clamando para si uma suposta origem
egípcia de sua nova ordem, bem ao gosto dos magos da Golden Dawn). Outro
legado da Golden Dawn, embora exista um verdadeiro movimento que procura
refutar esse fato, é a wicca. Um dos fundadores da Golden Dawn, Samuel
Liddell MacGregor Mathers, publica em 1888 um pequeno texto intitulado “O
Tarô” no qual descreve as cartas, seu significado divinatório, algumas
correspondências simbólicas, métodos de leitura e um método de usar o tarô
como jogo comum, de azar. Entretanto, a influência da Golden Dawn sobre o
estudo do tarô seria amplamente disseminada a partir de dois de seus
membros.
Em 1891 Arthur Edward Waite se tornou membro da Golden Dawn.
Waite também foi um grande ocultista inglês e foi o co-criador do baralho de
tarô mais popular nos países de língua inglesa. A editora Rider foi inaugurada
na Grã-Bretanha em 1908, dirigida por William Rider. Sob a supervisão editorial
de Ralph Shirley a Rider começou a publicar uma vasta gama de livros
esotéricos e em 1909 lançaria seu maior sucesso: o tarô Rider-Waite. O título
do baralho deveria incluir o nome de Pamela Colman Smith, a artista, escritora
e ilustradora que sob a supervisão de A. E. Waite confeccionou o baralho. Em
1910 o baralho passaria a vir acompanhado de um manual de autoria do
próprio Waite chamado “A Chave do Tarô” Um ano depois uma versão revisada
do manual chamada “A Chave Pictórica do Tarô” seria lançada. Em 1918 o
escritor ocultista americano L. W. de Laurence lançou o mesmo livro sob o
nome “A Chave Ilustrada do Tarô” sem atribuir a autoria a Waite. Outro grande
“best-seller” da Golden Dawn foi Edward Alexander Crowley, conhecido como
Aleister Crowley, a figura mais controversa do ocultismo contemporâneo e que
ao mesmo tempo é considerado por alguns o maior ocultista que já existiu. Ele
zombava das religiões institucionalizadas, dava declarações polêmicas à
imprensa, rompeu com a Ordem Hermética da Aurora Dourada, da qual
tornara-se membro em 1898, recebeu mediunicamente um livro sagrado que
ditou à uma de suas esposas enquanto viajavam pelo Egito, publicou alguns
segredos guardados à sete chaves pelas ordens das quais fez parte e nos
deixou um legado de valor incalculável: seu baralho conhecido como Tarô de
Thoth.
Outro nome que tornou-se importante no estudo do tarô é Paul Foster
Case, o ocultista americano do início do século XX que publicou um baralho
que, segundo ele, é uma versão corrigida do baralho de Waite. Case foi
membro da Golden Dawn e chegou a ser o responsável pelas atividades da
ordem na América, porém, após um conflito com Moina Mathers, a esposa de
Samuel Liddell MacGregor Mathers, abandonou a ordem e fundou seu próprio
grupo. O baralho recebeu o nome do círculo esotérico de Case, Builders of the
Adytum, os “Construtores de Adytum”, conhecido como B.O.T.A. O grupo, que
permaneceu seguindo a mesma linha de trabalho da Golden Dawn e de outros
grupos para-maçônicos, recebeu esse nome porque adytum, do grego adytom,
é a palavra latina usada para se referir à parte secreta, inacessível do templo.
De fato os membros do B.O.T.A. guardavam os segredos do grupo a sete
chaves. Case, que publicou seu tarô em preto e branco permitindo a cada
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estudante colorir seu próprio baralho, sempre enfatizava a ideia que o baralho
deveria ser usado para meditação e não para a leitura da sorte. Entretanto o
ocultista publicou um livro sobre tarô com métodos de consulta, alegando que
existe diferença entre a leitura da sorte e a divinação.
Em 1984 foi publicado em francês, com o prólogo escrito pelo padre
católico Hans Urs von Balthasar, um livro de autor anônimo intitulado
"Meditações sobre os vinte e dois arcanos maiores do tarô". Quem seria o
autor desse livro misterioso que na mesma década serviria de base para os
escritos dos primeiros livros de um dos autores mais populares da história,
Paulo Coelho?
Valentin Arnoldevitch Tomberg nasceu na Rússia, no ano de 1900.
Desde cedo um incansável estudioso do misticismo cristão e praticante do
catolicismo ortodoxo russo, Tomberg também se interessou por teosofia e pelo
hermetismo de G. O. Mebes. Nos anos 20 Tomberg se filiou à Sociedade
Antroposófica, da qual seria “convidado a se retirar” em 1940 após ter ocupado
posições de liderança dentro do movimento. Mais tarde ele se converteu ao
catolicismo romano. Valentin Tomberg escreveu um livro cuja recepção dos
leitores, ele acreditava, não deveria ser influenciada pela vida de seu autor e
por isso determinou que o livro fosse publicado postumamente sem identificar a
autoria. Meditações sobre os 22 arcanos maiores do tarô, escrito em francês e
publicado pela primeira vez na França em 1984 (uma edição “vazou” na
Holanda quando Tomberg ainda estava vivo, o que causou reprovação por
parte do autor), ainda não foi “digerido” pelos leitores ocultistas, trata-se de um
livro complexo e recheado de conceitos cuja compreensão, aparentemente
simples, demanda anos de estudos e meditação. Muitas pessoas leem o livro e
saem com o sentimento de terem entendido, entretanto, há quem afirme que o
autor foi um dos últimos responsáveis pelo conhecimento da Ordem dos
Templários (sem teorias conspiratórias, Maria Madalena ou Leonardo da Vinci.
Tomberg era um erudito, jamais teria se deixado levar por essas coisas) e que
o seu livro seria uma segunda bíblia com o conhecimento que permitiria a plena
compreensão dos aspectos ocultos da bíblia cristã, uma tarefa nada fácil.
Além de um excelente estudo do tarô em seu aspecto ocultista, o livro de
Tomberg influenciou muitos autores posteriores como o Dr. Robert A. Powell e
o brasileiro Paulo Coelho. Muito do que lemos nos primeiros livros de Paulo
Coelho e que o autor atribui a seu mestre pode ser encontrado nos escritos de
Tomberg. Outro fato curioso é a aceitação de seu livro pela igreja católica,
tendo sido prefaciado por uma das maiores autoridades da igreja no século XX,
o cardeal Hans Urs von Balthasar. Em uma foto do Papa João Paulo II vemos
os livros de Tomberg sobre sua mesa de trabalho, quem tiver interesse não
terá dificuldades para encontrá-las usando um dos maiores “oráculos” que o
mundo contemporâneo criou: o Google.
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Carta “O Louco” do Tarô Gaignières, baralho “O Louco” do baralho Pierpont-Morgan Bergamo, que
erroneamente atribuído a Gringonneur pertence ao grupo conhecido por Visconti-Sforza
Embora haja muita teoria a ser estudada sobre o tarô, esse curso foi
planejado tendo em vista quem está dando os primeiros passos na
compreensão das cartas. Para evitar o erro que as pessoas cometem ao
“decorar” os significados ao invés de entender como esses significados são
atribuídos, vamos iniciar o estudo das cartas com um exercício de
compreensão dos elementos simbólicos. Um alerta: não devemos jamais
confundir imagens e conceitos. Os conceitos são intelectuais e quando chegam
a seu limite, ou seja, quando não são mais capazes de abarcar as percepções,
surgem as imagens. O limite do conceito é a contradição e as imagens
abarcam as contradições. Reproduzo aqui as palavras de Alberto Cousté em
seu livro “Tarô ou a máquina de imaginar” sobre a tentação de atribuir às cartas
significados fixos ou de ser dogmático: “O oráculo é mutável, como os homens
que o interrogam. Se me refiro a alguns deles, é somente porque a sua
experiência merece ser tomada em conta como ponto de partida. Assim, as
referências a Wirth, Ouspensky ou Marteau não são de forma alguma
canônicas, mas sim produto da necessidade de estabelecer um modelo
operativo. Sabemos que o tarô não tem um autor; que é fruto de uma soma de
indivíduos, da paciência dos séculos. Podemos imaginar que esta proposta se
completa no outro extremo da equação: ninguém acabará de ler este livro que
ninguém escreveu, porque o olhar de quem o lê torna a escrevê-lo; se as
formas são convertidas em palavras durante o curto tempo que dura uma
leitura, é somente para encarnar num fantasma o rio imaginário; para usar
dessas formas o que elas têm de sensíveis, e em seguida devolvê-las ao
silêncio.” (COUSTÉ, A. 1983, p. 91 e 92).
Para começar, leia o que significam os números, naipes e cartas da corte.
Em seguida, associe cada carta numerada e cada carta da corte a cada naipe.
Por exemplo, se os Reis são cartas de atividade, como essa atividade acontece
no naipe de copas, que está relacionado aos sentimentos? E o cinco, que é um
número que sempre traz resultados desfavoráveis, como atua no naipe de
espadas, que é relacionado à luta? Escreva suas próprias associações nos
formulários dos arcanos menores. Se preferir, consulte a tabela com as
palavras-chave disponibilizadas no Tarô de Thoth, de Aleister Crowley,
reproduzida na próxima parte. Quando terminar o exercício compare suas
respostas com os significados resumidos dos arcanos menores no fim do livro.
Associe ambas as possibilidades, estabeleça um diálogo entre as diferentes
perspectivas.
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Cores
Formas
Elementos
Números
Palavras-chave (Crowley)
Paus
Rei (ou
Cavaleiro,
segundo
Crowley)
Rainha
Cavaleiro
(ou
Príncipe)
Pajem
(Valete ou
Princesa)
II
III
IV
VI
VII
VIII
IX
X
23
Copas
Rei (ou
Cavaleiro,
segundo
Crowley)
Rainha
Cavaleiro
(ou
Príncipe)
Pajem
(Valete ou
Princesa)
II
III
IV
VI
VII
VIII
IX
X
24
Espadas
Rei (ou
Cavaleiro,
segundo
Crowley)
Rainha
Cavaleiro
(ou
Príncipe)
Pajem
(Valete ou
Princesa)
II
III
IV
VI
VII
VIII
IX
X
25
Ouros
Rei (ou
Cavaleiro,
segundo
Crowley)
Rainha
Cavaleiro
(ou
Príncipe)
Pajem
(Valete ou
Princesa)
II
III
IV
VI
VII
VIII
IX
X
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I – O Mago
III – A Imperatriz
IV – O Imperador
VI – Os Amantes
VII – O Carro
VIII – A Justiça
IX – O Eremita
X – A Roda da Fortuna
XI – A Força
XII – O Enforcado
XIII – A Morte
XIV – A Temperança
XV – O Diabo
Se no Enforcado o andarilho
reconheceu aquilo que o oprime, aqui
ele busca em si mesmo onde assume
o papel de opressor e em quais
circunstâncias seus êxitos são obtidos
por meios escusos como a
manipulação física ou psicológica das
pessoas ao seu redor. Fortalecido por
androginia
tudo aquilo que aconteceu até agora,
asas de morcego
o andarilho se vê diante de mais uma
chapéu
prova: a sedução do caminho mais
escravos
curto ou mais fácil. Às vezes parece
espada quebrada
mais fácil manipular as pessoas para
pedestal
que façam algo por nós,
pés
principalmente quando descobrimos
que temos esse poder, no entanto,
qual o custo disso? E até que ponto
também não somos manipuláveis, nos
deixando seduzir por um modelo de
felicidade e bem estar artificialmente
produzido? Momento de cultivar a
liberdade.
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XVII – A Estrela
XVIII – A Lua
XIX – O Sol
XX – O Julgamento
XXI – O Mundo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A I II III IV V VI VII VIII IX X XI
B XXII XXI XX XIX XVIII XVII XVI XV XIV XIII XII
7. Métodos de Tiragem
Algumas dicas:
Para realizar uma consulta ao tarô não é necessário criar um altar sobre
a mesa, pelo contrário, quanto mais elementos estiverem na mesa de consulta,
além do baralho, mais interferências haverá no processo. Se você faz parte de
algum grupo, ordem ou religião que sugere práticas relacionadas ao tarô, como
alguns grupos wiccanos que sugerem colocar símbolos dos quatro elementos
sobre a mesa, procure uma forma de manter o equilíbrio entre o ambiente
necessário à consulta e suas próprias crenças. Eu não uso incenso, por
exemplo. Alguns consulentes são alérgicos, outros simplesmente não gostam.
No máximo coloco uma turmalina negra próxima a mim porque, pessoalmente,
acredito nas propriedades de proteção dessa pedra. Entretanto, minhas
consultas fluem melhor sob pouca iluminação, de preferência sob a luz de
velas.
A Semente
Um excelente exercício para se
familiarizar com as cartas é, durante
setenta e oito dias, tirar uma carta por
dia, pela manhã, logo que acordar.
Anote em um diário a carta escolhida,
leia o significado dela, medite sobre a
mensagem e no fim do dia medite
mais um instante sobre a relação
entre a mensagem da carta e os
acontecimentos do dia. Quando for
tirar a carta do dia seguinte, retire do
baralho as cartas que foram
selecionadas nos dias anteriores. Eu
aconselho esse exercício não apenas
durante os setenta e oito dias, mas
durante todos os períodos de grandes
transformações, escolhas ou
superação de obstáculos.
O Equilíbrio Dinâmico
Um método aparentemente simples
mas de grande valor é embaralhar
e cortar o baralho enquanto
mentaliza uma questão, juntar as
cartas, espalhá-las em forma de
leque e escolher duas cartas. Uma
revelará os aspectos internos da
situação, seu significado e
propósito espiritual, enquanto a
Significados das Posições: outra falará do aspecto externo,
como a situação se configurou no
1 – O aspecto interno da situação mundo concreto. O desafio é não
2 – O aspecto da situação relacionado separar os aspectos interno e
ao meio externo mas entender como um é
parte do outro, como a vibração
energética (interno) cria a situação
(externo). Trata-se de um grande
exercício, uma forma de ampliar
significativamente a consciência de
uma situação.
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A Tríade Cósmica
Os Quatro Mundos
O Pentagrama
1 – Éter: a quintessência
2 – Fogo: espiritual, intuição, vontade
3 – Água: emocional, sentimento
4 – Ar: mental, pensamento
5 – Terra: físico, sensação
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Os Sete Chakras
Quando a questão do cliente é
relacionada à saúde física ou energética
imediatamente uso o método de análise
dos chakras, que são centros de
captação, armazenamento e distribuição
de energia dos nossos corpos. A saúde
está absolutamente ligada ao equilíbrio e
alinhamento dos chakras. Se um chakra
está em desarmonia, isso reverberará por
todos os outros corpos produzindo a
enfermidade. Geralmente o que
desequilibra um chakra são nossos
pensamentos e sentimentos. Há como
harmonizá-los, mas se a origem da
desarmonia não for corrigida, ou seja, se
não fizermos nossa higiene mental e
emocional diárias, será como colocar mais
água em um caneco furado.
7 – Transcendência
6 – Inspiração, autoconhecimento
5 – Conhecimento, expressão
criativa
4 – Amor
3 – Poder, identidade e
individualidade
2 – Prazer, sexualidade
1 – Segurança, sobrevivência
60
A Árvore da Vida
Outro método de análise geral,
dessa vez baseado na Árvore da
Vida, da Cabalá. Para extrair o
máximo desse método sugiro
uma pesquisa mais ampla sobre
o conceito de Árvore da Vida e
as associações de cada uma de
suas esferas.
1 – Aspecto superior
2 – Aspectos invisíveis (força)
3 – Aspectos visíveis (forma)
4 – O que favorece, o que
precisa ser desenvolvido
5 – O que dificulta, o que precisa
ser abandonado
6 – Conquistas ou conselhos
7 – Sentimentos
8 – Pensamentos
9 – Personalidade
10 – Corpo físico
61
A Cruz Celta
A Mandala Astrológica
Método baseado nas casas
astrológicas, ideal para fazer
uma análise geral da vida do
consulente. Pode ser realizado
somente com os arcanos
maiores; com dois círculos
concêntricos, um formado
pelos arcanos maiores e outro
pelos arcanos menores ou
pelos arcanos menores (use
trinta e seis cartas, retire do
baralho os cavaleiros, dois,
três, quatro e cinco). Nesse
caso faça três círculos
concêntricos, usando as trinta
e seis cartas, sendo que o
círculo mais interno representa
Significados das Posições: o passado, o do meio o
presente e o externo o futuro.
1 – Personalidade Se quiser, use o baralho
2 – Posses, fontes de renda Lenormand, que já possui as
3 – Comunicação, irmãos trinta e seis cartas (lembre-se
4 – Lar, família, os pais que o significado das cartas do
5 – Filhos, diversão baralho Lenormand será dado
6 – Saúde física, trabalho, obrigações no apêndice).
7 – Relacionamentos
8 – Transformações, espiritualidade,
sexualidade
9 – Viagens, educação, filosofia de vida
10 – Carreira, reputação, status, aspirações,
destino
11 – Amigos, vida social
12 – Limitações, saúde mental, provações
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O Caminho Cigano
Conclusão
“Se uma joia cair no lago, muitas pessoas cairão na água a fim de recuperá-la,
agitando-a até que se torne turva.
O homem sábio espera que a água se acalme de modo que a joia venha a
brilhar naturalmente,
por si própria.”
Buda Shakyamuni
Apêndice
Arcanos Maiores
Arcanos Menores
Baralho Lenormand
Carta do
Número Ilustração Significado Resumido
Baralho Comum
Notícias de um local distante, chegada de
01 O Cavaleiro 09 de Copas pessoas ou novidades que trazem
mudanças.
Problemas que se convertem em
02 O Trevo 06 de Ouros oportunidades, boa sorte, novas chances.
03 O Navio 10 de Espadas Viagens, mudanças.
Questões domésticas, assuntos pessoais,
04 A Casa Rei de Copas imóveis, pequenos empreendimentos.
05 As Árvores 07 de Copas Saúde, energia, vigor.
Obstáculos, dúvidas, presença de pessoas
06 As Nuvens Rei de Paus com energia estranha.
07 A Serpente Rainha de Paus Traição, mentira, ciúmes, decepção.
08 O Caixão 09 de Ouros Melancolia, perdas, pessimismo.
09 O Ramalhete Rainha de Espadas Abundância, saciedade, contentamento.
10 A Foice Valete de Ouros Acidentes, cirurgias, rompimentos.
11 O Chicote Valete de Paus Violência, discussão, energia sexual., rigor.
Comunicação, parcerias, viagens curtas,
12 Os Pássaros 07 de Ouros negociações concretizadas.
13 A Criança Valete de Espadas Sinceridade, imaturidade, simpatia.
14 A Raposa 09 de Paus Deslealdade, armadilhas, sabotagem.
Inveja, ciúmes, proteção, entrada de
15 O Urso 10 de Paus dinheiro.
16 A Estrela 06 de Copas Sucesso, boa sorte, reconhecimento.
17 A Cegonha Rainha de Copas Mudança de casa, gravidez, melhorias.
Os amigos, lealdade, confiança,
18 O Cão 10 de Copas estabilidade.
19 A Torre 06 de Espadas Elevação, proteção, longa vida.
20 O Jardim 08 de Espadas Reunião, atividades públicas.
21 A Montanha 08 de Paus Obstáculos, adversários.
Escolhas, decisões importantes,
22 O Caminho Rainha de Ouros possibilidades.
Furtos, doenças sem gravidade,
23 Os Ratos 07 de Paus preocupações.
24 O Coração Valete de Copas Amor, romance, felicidade.
25 O Anel Ás de Paus Casamento, parcerias, contratos.
Novos conhecimentos, mistérios revelados,
26 O Livro 10 de Ouros segredos desvendados, surpresas.
27 A Carta 07 de Espadas Notícias, documentos, diplomas.
28 O Homem Ás de Copas Um homem.
29 A Mulher Ás de Espadas Uma mulher.
30 Os Lírios Rei de Espadas Satisfação, apoio, promoções.
31 O Sol Ás de Ouros Otimismo, sucesso, felicidade.
32 A Lua 08 de Copas Emoções, romances, mediunidade.
Soluções de problemas, respostas,
33 A Chave 08 de Ouros reviravoltas.
34 Os Peixes Rei de Ouros Comércio, trabalho, entrada de dinheiro.
Segurança, estabilidade, perseverança,
35 A Âncora 09 de Espadas determinação.
As limitações impostas pelas condições
materiais, problemas que impedem o
desenrolar de uma situação mas que não
36 A Cruz 06 de Paus podem ser mudados por razões cármicas,
aquilo que deve ser aceito com resignação e
humildade. O que está escrito no Livro da
Vida. Makhtub.
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Bibliografia