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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

DISCIPLINA: POLITICA PÚBLICAS DE SAÚDE


CURSO: ODONTOLOGIA – 3° PERIODO
PROFESSORA: TATIANA VIERA S. CHAVES

CEREST
(Centro de Referências em Saúde do Trabalhador)

ACADÊMICOS:
Ana Flavia
Isa Oliveira
Jullyana Galvão
Lidia Hana
Marcos Vinicios

OUTUBRO - 2019
TERESINA - PI
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------3
2. DESENVOLVIMENTO------------------------------------------------------------5
3. CONCLUSÃO-----------------------------------------------------------------------7
4. REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------8
1. INTRODUÇÃO

O Brasil ainda é um recordista mundial de acidentes de trabalho, com três


mortes a cada duas horas e três acidentes não fatais a cada um minuto.
Oficialmente, são registrados 390 mil acidentes de trabalho por ano no Brasil,
com cerca de três mil mortes. Mas o Ministério da Previdência Social calcula
que esse número chegue a 1,5 milhão/ano considerando todas as ocorrências
que deveriam ser cadastradas e não são (ILO, 2005; Brasil, 2003; CUT, 2004).
Além das condições prévias de vida e saúde, são as cargas de trabalho a
que estão submetidos, processos de trabalho insalubres e perigosos, com
equipamentos e tecnologias defasadas, altos níveis de ruído, ritmo intenso e
movimentos repetitivos, entre tantos fatores, que aumentam os riscos de
adoecimento e invalidez dos trabalhadores (Laurell et al., 1989; 1991; Fassa et
al., 1996; Rego 1998; Facchini et al., 2003; Santana et al., 2003; 2004; Ribeiro
et al., 2004; Faria et al., 2004; Osório et al., 2005).
Com a finalidade de promover ações para melhorar as condições de
trabalho e a qualidade de vida do trabalhador por meio da prevenção e
vigilância, houve a fundação dos Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador (CEREST). Cabe a ele elaborar e executar a Política Estadual de
Saúde do Trabalhador, acompanhar os planos de ação dos regionais e a
contribuição para as ações de vigilância em saúde, uma vez que
procedimentos e medidas protetoras deverão ser realizados, promovendo-se
segurança no trabalho e prevenção de acidentes e doenças ocupacionais entre
os trabalhadores da área da saúde.
O Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador (SIST) é uma
alternativa na possibilidade de identificação da relação de problemas de saúde
com as atividades exercidas pelos trabalhadores e os riscos advindos de seus
trabalhos na elaboração de estratégias de prevenção de saúde desses
trabalhadores.
Assim, o presente trabalho visa explanar acerca dos Centros de Referência
em Saúde do Trabalhador objetivando a promoção, proteção e recuperação do
trabalhador no intuito de proporcionar o seu bem estar associado com a
qualidade de trabalho, gerando alternativas para eles nos diferentes âmbitos da
saúde. Atendendo suas necessidades, adotando medidas e orientações a
serem tomadas diante da execução de seu trabalho, tendo em vista a
necessidade de capacitá-los para adotar uma mecânica corporal correta na
movimentação dos seus materiais e ao modo de operação de forma a
preservar sua saúde e integridade física.
2. DESENVOLVIMENTO
Os Cerestes regionais visam à capacitação da rede de serviços de saúde,
apoiar as investigações de maior complexidade, assessorar a realização de
convênios de cooperação técnica, subsidiar a formulação de políticas públicas,
apoiar a estruturação da assistência de média e alta complexidade para
atender aos acidentes de trabalho e agravos contidos na Lista de Doenças
Relacionadas ao Trabalho e aos agravos de notificação compulsória citados na
Portaria GM/MS nº 777 de 28 de abril de 2004.
As transformações no mundo do trabalho têm provocado consequências
danosas para os trabalhadores. O quadro de precarização, flexibilização,
terceirização, contratos temporários, invasão tecnológica, dentre outras, têm
trazido para o cenário de saúde do trabalhador não só ao surgimento de
patologias complexas, como também o aumento desses agravos, em um
tempo mais reduzido e atingindo os trabalhadores muito mais cedo (FACCHINI
et al., 2005)
Assim, o Acidente de Trabalho (AT) pode ser definido como aquele ocorrido
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, o qual provoca lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução permanente
ou temporária da capacidade para o trabalho(1), embora o setor de saúde
venha passando por muitas transformações e importantes incorporações de
novas tecnologias a presença intensiva e uma forte dependência do trabalhado
humano ainda se faz presente.
Há três modalidades de AT: o acidente típico, decorrente da característica
da atividade profissional desempenhada pelo acidentado; o acidente de trajeto,
ocorrido no caminho entre a residência e o local de trabalho e vice-versa; e as
doenças profissionais ou do trabalho, adquiridas ou desencadeadas em função
de condições especiais em que o trabalho é realizado e que se relacionem
diretamente com ele.
Com isso as demandas indicam a necessidade de um sistema de
informação que valorize cada encontro do trabalhador com o Sistema Único de
Saúde (SUS), priorizando a atenção ao trabalhador em suas ações individuais
e coletivas, tanto preventivas, quanto curativas e de reabilitação. O SIST
objetiva articular informações qualificadas sobre as exposições ocupacionais e
aspectos relevantes da vida profissional que determinam e modulam a
ocorrência de agravos à saúde do trabalhador (Nobre et al., 1995; Nobre, 2003;
Brasil, 2005).
A partir da constituição de 1988, diversas normas vêm sendo instituídas
pelos órgãos responsáveis pela saúde do trabalhador, entre elas a NR 32 do
Ministério do Trabalho e Emprego e, mais recentemente, o protocolo Nº
008/2011 Do Ministério da Saúde, que instituiu as Diretrizes da Política
Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS (PNPST-SUS) .
A NR-32 “é a primeira norma no mundo a regulamentar a saúde e
segurança dos trabalhadores em instituições de saúde” (RÚBIO, 2007). Nela, o
serviço de saúde é definido como “qualquer edificação destinada à prestação
de assistência à saúde da população e todas as ações de promoção,
recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de
complexidade”.
A história da saúde do trabalhador no SUS e na área de saúde coletiva tem
sido construída em forte aliança com os trabalhadores e os movimentos
sociais, que se expressa em experiências e pesquisas apresentadas nos
congressos de saúde coletiva, conferências, eventos, conferências de saúde e
outros fóruns de participação social. Há uma sintonia bastante razoável entre
as agendas atuais de gestores, pesquisadores e profissionais de saúde, e as
demandas de trabalhadores e lideranças sindicais em relação ao SIST. Logo,
há uma possibilidade efetiva de articular o apoio dos trabalhadores e dos
movimentos sociais do país, com vistas a agilizar a efetivação do SIST.
O Plano Estadual de Saúde do Trabalhador, estabelecido conforme a
RENAST (Anexo I da portaria 1.679/2002), com rotinas de sistematização,
processamento e análise dos dados sobre saúde do trabalhador, gerados nos
municípios e no seu próprio campo de atuação e de alimentação regular das
bases de dados estaduais e municipais, poderá ser um piloto do SIST. A
elaboração do perfil epidemiológico da saúde dos trabalhadores no Estado, a
partir de fontes de informação e, se necessário, por intermédio de estudos
específicos, poderá subsidiar a programação e avaliação das ações de atenção
à saúde do trabalhador, tornando-se essencial para o desenvolvimento do
SIST.
3. CONCLUSÃO
Partindo da perspectiva de que a Informação em Saúde é um espaço
estratégico para a consolidação da democracia política, podemos concluir que
uma avaliação mais detalhada da Política Nacional de Promoção da Saúde do
Trabalhador do SUS necessita passar por um monitoramento no âmbito dos
planos, programas, projetos, estratégias e atividades com a finalidade de
cumprir os princípios e diretrizes dessa política, buscando assim, a efetividade,
integridade da atenção à saúde e melhorar a qualidade de vida dos
trabalhadores do SUS.
Dessa forma, o CEREST atua de forma eficiente a garantir o
estabelecimento da saúde conforme a complexidade de cada caso,
assegurando serviços e reabilitações, readaptação funcional, inclusive os de
assistência psicossocial, na construção das referências para assistência do
trabalhador tornando-se necessário fortalecer ainda mais a vigilância dos
ambientes e processos de trabalho relacionados a riscos, agravos e doenças
incorporando os trabalhadores do SUS em todas as etapas.
4. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da


Educação na Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Mesa Nacional de
Negociação Permanente do SUS. Protocolo Nº 008/ 2011 da Mesa Nacional
de Negociação Permanente do Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da
Saúde, 2011.

Facchini LA, Fassa AG, Dall’ Agnol MM & Maia MFS 2003. Individuals at risk:
the case of child labor, pp. 52-71. In J Heymann (org.). Global inequalities at
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FACCHINI, L. A. et al. Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador:


desafios e perspectivas para o SUS. Ciência & Saúde Coletiva. v. 10, n. 4, p.
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Faria NMX, Facchini LA & Fassa AG 2004. Trabalho rural e intoxicações por
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Fassa AG, Facchini LA & Dall’ Agnol MM 1996. Trabalho e morbidade comum
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ILO (International Labor Organization) 2005. World day of safety an health at


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Trabalho 2003. [Acesso em 2008 Abr 01]. Disponível:
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Saúde Coletiva 8(supl. 2):158.

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Santana VS & Nobre LCC 2005. Sistemas de informações em saúde do


trabalhador. 3ªConferência Nacional de Saúde do Trabalhador.

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