Você está na página 1de 2

Fagundes Varela Lus Nicolau Fagundes Varela (Nossa Senhora da Piedade [Rio Claro] RJ 1841 - Niteri RJ 1875) Publicou

seu primeiro livro de poesia, Noturnas, em 1861. Na poca, j havia publicado artigos e poemas na Revista Dramtica e Revista da Associao Recreio Instrutivo, de So Paulo SP. Em 1961 tambm publicou os folhetins As Runas da Glria e A Guarida de Pedra, e de poemas em homenagem aos atores Furtado Coelho, Eugnia Cmara e Joo Caetano, no Correio Paulistano. Entre 1862 e 1866 cursou Direito em So Paulo e em Recife PE, mas no chegou a concluir a faculdade. Em 1882 foram publicadas suas Obras Completas, e em 1857 suas Poesias Completas. Fagundes Varela um dos nomes mais importantes do Romantismo brasileiro. Em sua poesias, Fagundes Varela, mantm-se no lirismo amoroso, religiosidade, exaltao da natureza e o mal-do-sculo. Renova o perodo potico ,no qual participa, incluindo temas de carter social e abolicionista, porm tornou-se mais conhecido por seus poemas lricos, no fim da dcada de 1860, era considerado o maior poeta vivo, apesar de no conseguir viver de poesia. Poeta romntico bomio inspirado pelo byronismo. A morte marca sua vida pessoal com a perda do filho de trs meses e da ex-esposa. Por sua amizade com Castro Alves, fez a ponte da poesia pessimista poesia social. Falece, alcolatra e mentalmente desequilibrado tornando-se o prottipo do poeta maldito brasileiro. Obras Principais:
Noturnas (1861), O Estandarte Auriverde (1863), Vozes da Amrica (1864), Cantos e Fantasias (1865), Cantos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869), Anchieta ou Evangelho na Selva (1875), Dirio de Lzaro (1880), Cantos Religiosos (1878) poesias

OBRAS Trecho: VOZES DA AMRICA SONETO Desponta a estrela dalva, a noite morre. Pulam no mato algeros cantores, E doce a brisa no arraial das flores Lnguidas queixas murmurando corre. Volvel tribo a solido percorre Das borboletas de brilhantes cores; Solua o arroio; diz a rola amores Nas verdes balsas donde o orvalho escorre. Tudo luz e esplendor; tudo se esfuma s carcias da aurora, ao cu risonho, Ao flreo bafo que o serto perfuma! Porm minhalma triste e sem um sonho Repete olhando o prado, o rio, a espuma: Oh! mundo encantador, tu s medonho!

NOTURNAS

A MULHER (A C...) A mulher sem amor como o inverno, Como a luz das antlias no deserto, Como espinheiro de isoladas fragas, Como das ondas o caminho incerto. A mulher sem amor mancenilha Das ermas plagas sobre o cho crescida, Basta-lhe sombra repousar umhora Que seu veneno nos corrompe a vida. De eivado seio no profundo abismo Paixes repousam num sudrio eterno... No h canto nem flor, no h perfumes, A mulher sem amor como o inverno. Sualma um alade desmontado Onde embalde o cantor procura um hino; Flor sem aromas, sensitiva morta, Batel nas ondas a vagar sem tino. Mas, se um raio do sol tremendo deixa Do cu nublado a condensada treva, A mulher amorosa mais que um anjo, um sopro de Deus que tudo eleva! Como o rabe ardente e sequioso Que a tenda deixa pela noite escura E vai no seio de orvalhado lrio Lamber a medo a divinal frescura, O poeta a venera no silncio, Bebe o pranto celeste que ela chora, Ouve-lhe os cantos, lhe perfuma a vida... - A mulher amorosa como a aurora.

Você também pode gostar