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APRESENTAÇÃO
Você não acha normal às vezes a gente se sentir desmotivado, sem energia para realizar as
tarefas rotineiras? Pois é, para viver é necessário muita energia. E não estou falando dessa
energia psicoemocional, estou falando de energia química, necessária para manter as suas
células funcionando, sem ela não seria possível a sua sobrevivência.
Nesta unidade de aprendizagem veremos como a célula obtém a energia necessária para
continuar a desempenhar as suas tarefas, por exemplo, de montagem de polímeros,
bombeamento de substâncias através das membranas, movimento e reprodução.
Bons estudos.
• Identificar os mecanismos pelos quais as bactérias obtêm energia para realização de suas
funções.
• Explicar as três vias-chave da respiração: a glicólise, o ciclo do ácido cítrico e a
fosforilação oxidativa.
• Contrastar respiração e fermentação.
DESAFIO
Para que as células realizem suas funções e mantenham o organismo vivo é necessário energia
na forma de ATP. As moléculas de ATP são geradas a partir da quebra das ligações químicas de
compostos complexos, que podem ser carboidratos, lipídeos e proteínas. Nos seres vivos uma
das substâncias mais energéticas utilizada na produção de ATP é a glicose. Durante o processo
da respiração, com a presença de oxigênio, a glicose será quebrada liberando CO2, H2O e calor.
O rendimento na produção de ATP é alto, 38 moléculas, diferentemente da fermentação, cujo
rendimento é baixo, apenas 2 moléculas de ATP. O processo da fermentação ocorre na ausência
de oxigênio. Os produtos finais mais comuns são o etanol e o ácido láctico.
Agora, veja o desafio:
Você convidou os seus amigos para assistirem a final de uma partida de futebol do seu time do
coração. A partida estava bastante equilibrada, tanto que o tempo regulamentar não definiu o
ganhador. Foi necessária a prorrogação. O jogo foi muito intenso, muito corrido e os jogadores
já estavam cansados quando começou o tempo adicional. Não se passaram muitos minutos após
o reinício do jogo, e vários jogadores apresentaram dores musculares intensas e cãibras,
impedindo-os de jogar. Foi uma pena, pois alguns eram imprescindíveis para se alcançar a
vitória.
Agora, suponha que você tenha sido convidado para contribuir para o treinamento desses
jogadores. Você deverá propor uma solução para prevenir que, nos próximos jogos, os jogadores
não apresentem as mesmas ocorrências. Bons estudos e boa tática!
INFOGRÁFICO
Para obtenção de energia a partir da glicose, as células utilizam dois processos gerais: a
respiração e a fermentação. Ambos os processos iniciam com a glicólise, mas seguem vias
diferentes posteriormente. Veja o infográfico para obter uma visão geral dos dois processos.
Figura 1
CONTEÚDO DO LIVRO
As células obtêm energia a partir de vias metabólicas que liberam energia armazenada nas
ligações moleculares de compostos orgânicos com alto potencial energético.
Leia os trechos selecionados do livro Biologia, de Neil A. Campbell e outros, para aprofundar os
seus conhecimentos sobre a respiração celular.
Boa leitura.
Obra originalmente publicada sob o título
Biology, 8th Edition
ISBN 9780805368444
Authorized translation from the English language edition, entitled BIOLOGY, 8th Edition, by NEIL A. CAMPBELL and JANE B. REECE,
published by Pearson Education, Inc., publishing as Benjamin Cummings, Copyright © 2008. All rights reserved. No part of
this book may be reproduced or transmitted in any form or by any means, electronic or mechanical, including photocopying,
recording or by any information storage retrieval system, without permission from Pearson Education, Inc.
Portuguese language edition published by Artmed Editora, Copyright © 2010.
Tradução autorizada a partir do original em língua inglesa da obra intitulada BIOLOGY, 8ª EDIÇÃO, de autoria de NEIL A. CAMPBELL
e JANE B. REECE, publicado por Pearson Education, Inc., sob o selo de Benjamin Cummings, Copyright © 2008. Todos os direitos
reservados. Este livro não poderá ser reproduzido nem em parte nem na íntegra, nem ter partes ou sua íntegra armazenada
em quaisquer meios, seja mecânico ou eletrônico, inclusive fotocópia, sem permissão da Pearson Education, Inc.
A edição em língua portuguesa desta obra é publicada por Artmed Editora, Copyright © 2010.
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IMPRESSO NO BRASIL
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Respiração
Celular –
Obtenção de
Energia Química
9.1
9.2
9.3
9.4
CONCEITOS-CHAVE
combustíveis orgânicos
9
Vias catabólicas produzem energia oxidando
ECOSSISTEMA
Energia
luminosa
VISÃO GERAL
Vida é trabalho
Células vivas requerem transfusão de energia a partir de fontes ex- ATP
ternas para realizarem suas diversas tarefas – por exemplo, monta-
ATP fornece energia para a maioria do trabalho celular
gem de polímeros, bombeamento de substâncias através de mem-
branas, movimento e reprodução. O panda gigante na Figura 9.1
Energia
obtém energia para suas células se alimentando de plantas; alguns térmica
animais alimentam-se de outros organismos que se alimentam de
plantas. A energia armazenada nas moléculas orgânicas dos ali- Figura 9.2 Fluxo de energia e reciclagem química no ecossiste-
mentos vem em última análise do sol. A energia flui para dentro ma. Energia flui para dentro de um ecossistema como luz solar e funda-
de um ecossistema em forma de luz solar e sai como calor (Figura mentalmente sai como calor, ao passo que os elementos químicos essen-
9.2). Em contraste, os elementos químicos essenciais para vida são ciais para vida são reciclados.
reciclados. Fotossíntese gera oxigênio e moléculas orgânicas utili-
zadas pelas mitocôndrias de eucariotos (incluindo plantas e algas)
como combustível para respiração celular. A respiração quebra esse
9.1 Vias catabólicas produzem
combustível, gerando ATP. Os produtos que sobram desse tipo de energia oxidando combustíveis
respiração, dióxido de carbono e água, são as matérias-primas para orgânicos
a fotossíntese. Neste capítulo, consideramos como células colhem
a energia química armazenada em moléculas orgânicas e a utilizam Como aprendemos no Capítulo 8, vias metabólicas que liberam
para gerar ATP, a molécula que conduz grande parte do trabalho energia armazenada pela quebra de moléculas complexas são
celular. Após a apresentação de alguns conceitos básicos sobre res- chamadas vias catabólicas. A transferência de elétrons tem um
piração, enfocaremos três vias chaves da respiração: aglicólise, o papel importante nessas vias. Nesta seção, consideramos esses
ciclo do ácido cítrico e a fosforilação oxidativa. processos centrais para a respiração celular.
B i o l o gi a 163
Vias catabólicas e produção de ATP nectado ao trabalho por um eixo químico de direção – ATP, que
aprendemos no Capítulo 8. Para continuar trabalhando, a célula
Compostos orgânicos possuem potencial energético como resul-
deve regenerar seu estoque de ATP a partir de ADP e P i (ver Fi-
tado dos seus arranjos de átomos. Compostos que podem par-
gura 8.12). Para entender como a respiração celular alcança esse
ticipar de reações exergônicas podem atuar como combustível.
objetivo, vamos examinar o processo químico fundamental co-
Com o auxílio de enzimas, uma célula degrada sistematicamente
nhecido como oxidação e redução.
moléculas orgânicas complexas, ricas em potencial energético,
em produtos mais simples com menos energia. Parte da energia
Reações redox: oxidação e redução
retirada do estoque químico pode ser usada para realizar traba-
lho; o resto é dissipado como calor. Como uma via catabólica que decompõe glicose e outros combus-
Um processo catabólico, a fermentação, é uma degradação tíveis orgânicos fornece energia? A resposta baseia-se na transfe-
parcial de açúcares que ocorre sem o uso de oxigênio. Entretanto, rência de elétrons durante as reações químicas. A realocação dos
a mais predominante e eficiente via catabólica é a respiração ae- elétrons libera energia armazenada nas moléculas orgânicas; essa
róbia em que o oxigênio é consumido como reagente junto com energia é por fim utilizada para sintetizar ATP.
combustível orgânico (aerobic vem do grego aer, ar, e bios, vida).
O princípio redox
As células da maioria dos organismos eucarióticos e de muitos
procariotos podem realizar respiração aeróbia. Alguns procariotos Em muitas reações químicas, existe a transferência de um ou mais
utilizam outro tipo de substância além do oxigênio como reagen- elétrons (e) de um reagente para outro. Essas transferências de
tes num processo similar obtendo energia química sem utilizar o elétrons são chamadas de reações oxidação-redução, ou reações
oxigênio num todo; esse processo é chamado respiração anaeróbia redox para abreviar. Em uma reação redox, a perda de elétrons
(o prefixo an- significa “sem”). Tecnicamente, o termo respiração de uma substância é chamada de oxidação, e a adição de elétrons
celular inclui tanto o processo aeróbio como o anaérobio. Entre- para outra substância é conhecida como redução. (Notem que a
tanto, originou-se como sinônimo para respiração aeróbia por adição de elétrons é chamada de redução; elétrons negativamen-
causa do relacionamento desse processo com a respiração do or- te carregados adicionados a um átomo reduzem a quantidade de
ganismo, na qual um animal inspira oxigênio. Portanto, respiração cargas positivas desse átomo.) Por meio de um exemplo simples,
celular é comumente utilizada para se referir ao processo aeróbio, não biológico, considere a reação entre os elementos sódio (Na) e
prática que seguiremos na maior parte deste capítulo. cloro (Cl) que formam o sal de cozinha:
Embora muito diferente no mecanismo, a respiração aeróbia Torna-se oxidado
(perde elétrons)
é em princípio similar à combustão da gasolina no motor de um
Na + Cl Na+ + Cl–
automóvel após a mistura do oxigênio com o combustível (hidro- Torna-se reduzido
carbonetos). O alimento fornece o combustível para respiração, e (ganha elétrons)
os subprodutos são dióxido de carbono e água. O processo geral
Podemos generalizar uma reação redox desta maneira:
pode ser resumido assim:
Torna-se oxidado
Compostos Dióxido de Xe– + Y X + Ye–
Oxigênio → Água Energia
Orgânicos Carbono Torna-se reduzido
Embora todos os carboidratos, as gorduras e as proteínas Na reação generalizada, a substância Xe, o doador de elétrons, é
possam ser processados e consumidos como combustível, é útil chamado de agente redutor; ele reduz Y, que aceita o elétron do-
aprender os passos da respiração celular seguindo a degradação ado. A substância Y, o aceptor de elétrons, é o agente oxidante;
do açúcar glicose (C6H12O6): ele oxida Xe removendo seu elétron. Pelo fato de que a transfe-
rência de elétrons necessita tanto doador quanto aceptor, a oxi-
C6H12O6 6O2 → 6CO2 6H2O Energia (ATP calor)
dação e redução sempre ocorrem juntas.
A glicose é o combustível que as células utilizam com mais fre- Nem todas as reações redox envolvem a transferência com-
quência; discutiremos outras moléculas orgânicas contidas nos pleta de elétrons de uma substância para outra; algumas mudam
alimentos mais adiante no capítulo. o grau do compartilhamento de elétrons em ligações covalen-
Essa quebra de glicose é exergônica, possuindo uma mudan- tes. A reação entre metano e oxigênio, mostrada na Figura 9.3
ça de energia livre de 686 kcal (2,870 kJ) por mol de glicose na próxima página, é um exemplo. Como explicado no Capítulo
decomposta (G 686kcal/mol). Lembre-se que um G nega- 2, os elétrons covalentes no metano são compartilhados quase
tivo indica que os produtos da reação química armazenam menos que igualmente entre os átomos ligados, isso porque carbono e
energia que os reagentes, e que a reação pode ocorrer esponta- hidrogênio possuem quase a mesma afinidade por elétrons de
neamente – em outras palavras, sem a adição de energia. valência: são quase igualmente eletronegativos. Quando o me-
Vias catabólicas não movem flagelos, nem bombeiam solu- tano reage com o oxigênio, formando dióxido de carbono, elé-
tos através de membranas, nem polimerizam monômeros, nem trons acabam compartilhados menos igualmente entre o átomo
realizam outra tarefa celular diretamente. O catabolismo está co- de carbono e seus novos parceiros covalentes, os átomos de oxi-
164 C a mpbel l & Col s .
2 e– + 2 H+
2 e– + H +
NAD+ NADH H+
Desidrogenase
H O O
Redução do NAD+ H H
C NH2 + 2[H] C NH2 + H+
(do alimento) Oxidação do NADH
N+ Nicotinamida N Nicotinamida
(forma oxidada) (forma reduzida)
O CH2
O
O P O–
O H H
O P O– HO OH
NH2
O CH2 N
H
N
Figura 9.4 NAD como transportador de elétrons. O nome completo do NAD, ni-
N N H cotinamida adenina dinucleotídeo, descreve sua estrutura: a molécula consiste em dois nu-
O cleotídeos ligados por seus grupos fosfatos (mostrados em amarelo). (A nicotinamida é uma
base nitrogenada, embora não esteja presente no DNA ou RNA.) A transferência enzimática
H H de dois elétrons e um próton (H) de uma molécula orgânica do alimento para o NAD reduz
HO OH
o NAD para NADH; o segundo próton (H) é liberado. A maioria dos elétrons removidos do
alimento é transferida inicialmente ao NAD.
Por receber dois elétrons carregados negativamente, mas apenas ção explosiva, a respiração utiliza uma cadeia transportadora de
um próton positivamente carregado, o NAD tem sua carga neu- elétrons para frear a queda de elétrons ao oxigênio em diversas
tralizada quando é reduzido a NADH. O nome NADH mostra etapas liberadoras de energia (Figura 9.5b). Uma cadeia transpor-
que o hidrogênio foi recebido na reação. NAD é o mais versátil tadora de elétrons consiste em várias moléculas, a maioria proteí-
aceptor de elétrons na respiração celular e funciona em diversos nas, incrustadas na membrana interna das mitocôndrias de células
passos redox durante a decomposição da glicose. eucarióticas e da membrana plasmática de procariotos aeróbios.
Elétrons perdem muito pouco de seus potenciais energéticos Elétrons removidos da glicose são transportados pelo NADH ao
quando são transferidos da glicose para o NAD. Cada molécula “topo”, extremidade de alta energia da cadeia. Na parte “inferior”,
de NADH formada durante a respiração representa energia ar- a extremidade de baixa energia, o O2 captura esses elétrons junta-
mazenada que pode ser direcionada para produzir ATP quando mente com o hidrogênio (H), formando água.
os elétrons completam a queda no gradiente
energético de NADH a oxigênio.
H2 + 1/2 O2 2H + 1
/2 O2
Como os elétrons extraídos da glicose e
(do alimento via NADH)
armazenados como potenciais energéticos no
Liberação controlada
NADH finalmente alcançam o oxigênio? Ajuda de energia
comparar a química redox da respiração celu- +
2H + 2e –
para síntese
lar com uma reação bem mais simples: a reação de ATP
Cad
Energia livre, G
Liberação ATP
rans
A transferência dos elétrons a partir do NADH até o oxigênio glicose e utiliza esse processo para produzir a matéria-prima para
é uma reação exergônica, com mudança de energia livre de 53 o ciclo do ácido cítrico.
kcal (222 kJ/mol). Em vez dessa energia ser liberada e desperdi- Como diagramado na Figura 9.6, os dois estágios iniciais da
çada em uma única e explosiva etapa, os elétrons descem em cas- respiração celular – glicólise e ciclo do ácido cítrico – são as vias
cata de uma molécula carreadora para a próxima em uma série de catabólicas que degradam a glicose e outros combustíveis orgâ-
reação redox, perdendo uma pequena quantidade de energia em nicos. A glicólise, que ocorre no citoplasma, começa o proces-
cada etapa, até finalmente alcançarem o oxigênio, o aceptor final so de degradação quebrando a glicose em duas moléculas de um
de elétrons, que tem grande afinidade por elétrons. Cada carre- composto chamado de piruvato. O ciclo do ácido cítrico, que
ador do nível “mais abaixo” é mais eletronegativo e, portanto, acontece dentro da matriz mitocondrial de células eucarióticas
mais capaz de oxidar do que o vizinho “superior”, com oxigênio ou simplesmente no citosol de procariotos, completa a quebra da
no inferior da cadeia. Portanto, os elétrons removidos da glicose glicose pela oxidação de um derivado do piruvato em dióxido de
pelo NAD caem um gradiente de energia na cadeia transporta- carbono. Desse modo, o dióxido de carbono produzido pela res-
dora de elétrons até uma posição mais estável no átomo oxigênio piração representa fragmentos de moléculas orgânicas oxidadas.
eletronegativo. Isto é, o oxigênio puxa os elétrons para baixo da Alguns passos da glicólise e do ciclo do ácido cítrico são rea-
cadeia numa queda produtora de energia análoga à gravidade que ções redox em que desidrogenases transferem elétrons a partir dos
puxa objetos ladeira abaixo. substratos até o NAD, formando NADH. No terceiro estágio da
Resumindo, durante a respiração celular, a maioria dos elétrons respiração, a cadeia transportadora de elétrons aceita os elétrons
viaja seguindo a rota “morro abaixo”: glicose→NADH→cadeia dos produtos degradados dos dois primeiros estágios (a maioria
transportadora de elétrons→oxigênio. No final deste capítulo, deles via NADH) e passa esses elétrons de uma molécula a outra.
vamos aprender mais sobre como as células utilizam a energia No final da cadeia, os elétrons são combinados com uma molécula
liberada da queda exergônica dos elétrons para regenerar o esto- de oxigênio e íons de hidrogênio (H), formando água (ver Figura
que de ATP. Por ora, tendo visto os mecanismos redox básicos da 9.5b). A energia liberada em cada passo da cadeia é armazenada
respiração celular, vamos dar uma olhada no processo inteiro. numa forma que a mitocôndria (ou célula procariótica) consiga
utilizá-la para produzir ATP. Esse modo de síntese de ATP é cha-
Os estágios da respiração celular: uma prévia mado de fosforilação oxidativa pelo fato de ser impulsionado pe-
A respiração é uma função cumulativa de três estágios metabó- las reações redox da cadeia transportadora de elétrons.
licos: Nas células eucarióticas, a membrana interna da mitocôndria
é o sítio do transporte de elétrons e da quimiosmose, os proces-
1. Glicólise (código de cor ao longo do capítulo - verde) sos que juntos constituem a fosforilação oxidativa. Em procario-
2. Ciclo do ácido cítrico (código de cor - salmão) tos, esses processos ocorrem na membrana plasmática. A fosfo-
3. Fosforilação oxidativa: transporte de elétrons e rilação oxidativa responde por aproximadamente 90% do ATP
quimiosmose (código de cor - violeta) gerado pela respiração. Uma pequena parcela de ATP é formada
Tecnicamente, a respiração celular inclui somente o ciclo do diretamente em poucas reações da glicólise e do ciclo do ácido
ácido cítrico e a fosforilação oxidativa. Incluímos a glicólise por- cítrico por um mecanismo chamado de fosforilação em nível
que a maioria das células respirando deriva energia a partir da de substrato (Figura 9.7). Esse modo de síntese de ATP ocorre
Enzima Enzima
Glicólise Ciclo
do ácido Fosforilação
ADP cítrico oxidativa
P
Substrato + ATP
ATP ATP ATP
Produto
Figura 9.7 Fosforilação em nível de substrato. Parte do ATP é Fase de investimento energético
produzida pela transferência direta de um grupo fosfato de um substrato
Glicose
orgânico para ADP por uma enzima. (Para exemplos em glicólise, ver Figura
9.9, passos 7 e 10.)
? Você acha que o potencial energético é maior para os reagentes ou os
produtos? Explique. 2 ADP + 2 P 2 ATP utilizados
ATP
1 FASE DE INVESTIMENTO ENERGÉTICO
Hexocinase
1 Glicose entra na célula e é fosforilada pela enzima hexocinase,
que transfere um grupo fosfato do ATP para o açúcar. A carga do
ADP grupo fosfato prende o açúcar na célula porque a membrana
plasmática é impermeável a grandes íons. Fosforilação também faz
CH2O P a glicose ficar mais quimicamente reativa. Neste diagrama, a
O transferência do grupo fosfato ou par de elétrons de um reagente para
H H H outro é indicado por setas acopladas:
OH H
HO OH
H OH
Glicose-6-fosfato
2
Fosfoglicoisomerase 2 Glicose-6-fosfato é convertida em seu
isômero, frutose-6-fosfato.
CH2O P
O CH2OH
H HO
H OH
HO H 3 Esta enzima transfere um grupo fosfato do ATP para
Frutose-6-fosfato o açúcar, investindo outra molécula de ATP na glicólise. Até aqui,
2 ATP foram utilizados. Com grupos fosfatos nas extremidades
opostas, o açúcar agora está pronto para ser dividido em dois.
Este é um passo chave na regulação da glicólise; fosfofrutocinase
ATP
é regulada alostericamente pelo ATP e seus produtos.
3
Fosfofrutocinase
ADP
P O CH2 O CH2 O P
4 Esta é a reação que dá nome à glicólise. A enzima quebra
H HO
H OH a molécula de açúcar em dois diferentes carbonos de três
açúcares: di-hidroxiacetona fosfato e gliceraldeído-3-fosfato.
HO H Estes dois açúcares são isômeros um do outro.
Frutose-1-6-
bifosfato
CH2OH CH2 O P
Di-hidroxiacetona Gliceraldeído-3-
fosfato fosfato
E SE...? O que aconteceria se você removesse a di-hidroxiacetona
fosfato tão rapidamente como ela é produzida?
B i o l o gi a 169
2 ADP
7
7 A glicólise produz algum ATP pela fosforilação em nível de
Fosfoglicerocinase
substrato. O grupo fosfato adicionado no passo anterior é transferido
2 ATP ao ATP numa reação exergônica. Para cada molécula de glicose que
inicia a glicólise, o passo 7 produz 2 ATP, desde que cada produto após
a quebra do açúcar (passo 4) seja duplicado. Lembre-se que 2 ATP
O– foram investidos para preparar o açúcar para sua quebra; este ATP
depositado agora está sendo recompensado. A glicose foi convertida
C O em duas moléculas de 3-fosfoglicerato, que não é um açúcar. O grupo
CHOH
carbonila que caracteriza um açúcar foi oxidado a um grupo carboxila
(— COO–), a marca registrada dos ácidos orgânicos. O açúcar foi
CH2 O P oxidado no passo 6, e agora a energia tornou-se disponível para
2 3-Fosfoglicerato produzir ATP por oxidação.
8
Fosfogliceromutase
8 Esta enzima reposiciona o grupo fosfato remanescente,
O– preparando o substrato para a próxima reação.
C O
H C O P
CH2OH
2 2-Fosfoglicerato
9 9 Esta enzima causa uma ligação dupla para moldar o substrato
Enolase pela extração de uma molécula de água, produzindo
2 H 2O fosfoenoilpiruvato (PEP). Os elétrons do substrato são rearranjados
O– de tal modo que o composto fosforilado resultante possua alto
potencial energético, permitindo o passo 10.
C O
C O P
CH2
2 Fosfoenoilpiruvato
2 ADP
10 A última reação da glicólise produz mais ATP por meio da
10 transferência do grupo fosfato PEP para o ADP, um segunda
Piruvato cinase fosforilação em nível de substrato. Visto que este passo ocorre duas
vezes para cada molécula de glicose, 2 ATP são produzidos. No geral,
2 ATP
a glicólise utilizou 2 ATP na fase de investimento energético (passos
1 e 3) e produziu 4 ATP na fase de compensação energética (passos 7 e
10), para um ganho líquido de 2 ATP. A glicólise recebeu seu
O–
investimento de ATP com 100% de juros. Energia adicional foi
C O armazenada pelo passo 6 em NADH, que pode ser usada para produzir
ATP através da fosforilação oxidativa se o oxigênio estiver presente.
C O Glicose foi quebrada e oxidada a duas moléculas de piruvato, o
produto final da via glicolítica. Se o oxigênio estiver presente, a energia
CH3 química no piruvato pode ser extraída pelo ciclo do ácido cítrico. Se o
2 Piruvato oxigênio não estiver presente, a fermentação pode ocorrer; isto será
descrito mais adiante no capítulo.
170 C a mpbel l & Col s .
9.3 O ciclo do ácido cítrico completa trabalhar na via durante os anos 1930. O ciclo funciona como uma
fornalha metabólica que oxida combustíveis orgânicos derivados
a oxidação que produz energia a do piruvato. A Figura 9.11 resume as entradas e saídas à medida
partir de moléculas orgânicas que o piruvato é decomposto em três moléculas de CO2, incluindo
a molécula de CO2 liberada durante a conversão do piruvato em
A glicólise libera menos de um quarto da energia química armaze- acetil-CoA. O ciclo gera 1 molécula de ATP por turno pela fos-
nada na glicose; a maioria da energia permanece armazenada nas forilação em nível de substrato, porém a maior parte da energia
duas moléculas de piruvato. Se o oxigênio molecular estiver pre- química é transferida ao NAD e a um transportador de elétrons
sente, o piruvato entra na mitocôndria (em células eucarióticas), relacionado, a coenzima FAD (flavina adenina dinucleotídeo, de-
onde as enzimas do ciclo do ácido cítrico completam a oxidação da rivada da riboflavina, uma vitamina B), durante as reações redox.
glicose. (Em células procarióticas, esse processo ocorre no citosol.) As coenzimas reduzidas, NADH e FADH2, lançam suas cargas de
Ao entrar na mitocôndria via transporte ativo, o piruvato é elétrons de alta energia na cadeia transportadora de elétrons.
primeiramente convertido a um composto chamado de acetil co- Agora vamos detalhar o ciclo do ácido cítrico. O ciclo pos-
enzima A, ou acetil-Coa (Figura 9.10). Esse passo, a junção en- sui oito passos, cada um catalisado por uma enzima específica. É
tre glicólise e ciclo do ácido cítrico, é realizado por um comple- possível ver na Figura 9.12 que para cada turno do ciclo do ácido
xo multienzimático que catalisa três reações: 1 ) grupo carboxila cítrico, dois carbonos (vermelho) entram na forma reduzida de um
(—COO) do piruvato, já completamente oxidado e, portanto, com
pouca energia química, é removido e liberado em forma de molé-
cula de CO2. (Esse é o primeiro passo em que o CO2 é liberado
durante a respiração.) 2 ) O fragmento de dois carbonos restantes
é oxidado, formando um composto chamado de acetato (a forma Ciclo
Glicólise Fosforilação
ionizada do ácido acético). Uma enzima transfere os elétrons ex- do ácido
cítrico oxidativa
traídos para o NAD, armazenando energia na forma de NADH. Piruvato
(da glicólise, 2 moléculas
3 ) Finalmente, a coenzima A (CoA), composto contendo enxofre por glicose)
derivado da vitamina B, é anexada ao acetato por uma ligação não ATP ATP ATP
CITOSOL MITOCÔNDRIA
Ciclo do
NAD + NADH + H + ácido
O– S CoA 2 CO2
cítrico
2
C O
C O FADH2 3 NAD+
C O
1 3 CH3
CH3 FAD 3 NADH
Acetil-CoA
Piruvato CO2 Coenzima A + 3 H+
Proteína ADP + P i
transportadora
ATP
Figura 9.10 Conversão do piruvato a acetil-CoA, a junção entre a
glicólise e o ciclo do ácido cítrico. O piruvato é uma molécula carregada;
então, em células eucarióticas, ele deve entrar na mitocôndria via transporte
ativo, com ajuda de uma proteína transportadora. Depois, um complexo de Figura 9.11 Visão geral do ciclo do ácido cítrico. Para calcular as
diversas enzimas (o complexo piruvato desidrogenase) catalisa os três pas- entradas e saídas à base de glicose, multiplique por 2, porque cada molécu-
sos numerados, descritos no texto. O grupo acetila do acetil-CoA entra no la de glicose é dividida durante a glicólise em duas moléculas de piruvato.
ciclo do ácido cítrico. A molécula de CO2 se difundirá na célula.
B i o l o gi a 171
Glicólise Ciclo
do ácido Fosforilação
cítrico oxidativa 1 Acetil-Coa adiciona seu grupo acetila
ao oxaloacetato, produzindo citrato.
C O 2 Citrato é
convertido em
CH3
seu isômero,
Acetil-CoA isocitrato,
através da
CoA SH remoção de
8 O substrato é
uma molécula
oxidado, de água e
reduzindo NAD+ O C COO– adição de outra.
NADH
a NADH e
+ H+ CH2 1 COO– H2O
regenerando
oxaloacetato. COO– CH2 COO–
NAD +
8 Oxaloacetato HO C COO –
CH2
2
CH2 HC COO–
COO–
COO– HO CH
HO CH
Malato Citrato COO–
CH2 3 Outra molécula
Isocitrato de CO2 é perdida e
COO–
7 Adição de NAD + o composto é
uma molécula oxidado, reduzindo
Ciclo do NADH
de água 3 NAD+ a NADH. A
ácido + H+
rearranja suas 7 molécula
cítrico
ligações no H2O remanescente é
CO2 anexada à coenzima
substrato. COO–
COO – A por uma ligação
CH instável.
Fumarato CH2
HC
CoA SH
COO–
CH2 α-cetoglutarato
C O
4
6 CoA SH COO–
COO– COO–
grupo acetila (passo 1) e dois carbonos diferentes (azul) na forma se, todos por fosforilação em nível de substrato: 2 ATP líquidos
oxidada completa de moléculas de CO2 (passos 3 e 4). O grupo a partir da glicólise e 2 ATP a partir do ciclo do ácido cítrico.
acetila do acetil-CoA junta-se ao ciclo combinando-se com o com- Até esse ponto, moléculas de NADH (e FADH2) respondem pela
posto oxaloacetato, formando citrato (passo 1). (Citrato é a forma maior parte da energia extraída da glicose. Esses elétrons acom-
ionizada do ácido cítrico, que dá o nome ao ciclo.) Os próximos panhantes ligam a glicólise e o ciclo do ácido cítrico à maquinaria
sete passos decompõem o citrato novamente a oxaloacetato. É essa da fosforilação oxidativa, que utiliza energia liberada pela cadeia
regeneração do oxaloacetato que faz desse processo um ciclo. transportadora de elétrons para impulsionar a síntese de ATP.
Agora vamos calcular as moléculas ricas em energia produzi- Nesta seção, vamos aprender como a cadeia transportadora de
das pelo ciclo do ácido cítrico. Para cada grupo acetila que entra no elétrons funciona, e então como o fluxo de elétrons cadeia abaixo
ciclo, 3 NAD são reduzidos a NADH (passos 3, 4 e 8). No passo 6, está acoplado com a síntese de ATP.
elétrons são transferidos não ao NAD, mas ao FAD, que aceita 2
elétrons e 2 prótons para tornar-se FADH2. Em diversas células de A via do transporte de elétrons
tecidos animais, o passo 5 produz uma molécula de trifosfato de A cadeia transportadora de elétrons é uma compilação de mo-
guanosina (GTP) por fosforilação em nível de substrato como mos- léculas fixadas na membrana interna da mitocôndria nas células
trado na Figura 9.12. GTP é uma molécula similar ao ATP em estru- eucarióticas (nos procariotos, eles residem na membrana plas-
tura e em função celular. Esse GTP pode ser utilizado para produzir mática). A dobra da membrana interna que forma as cristas au-
uma molécula de ATP (como mostrado) ou diretamente impulsio- menta sua área superficial, fornecendo espaço para milhares de
nar o trabalho na célula. Em células vegetais, bactérias e alguns te- cópias da cadeia em cada mitocôndria. (Mais uma vez, vimos que
cidos animais, o passo 5 forma uma molécula de ATP diretamente a estrutura é adequada à função.) A maioria dos componentes
por fosforilação em nível de substrato. A saída do passo 5 representa da cadeia são proteínas, existentes em complexos multiproteicos
o único ATP gerado diretamente pelo ciclo do ácido cítrico. numerados de I a IV. Firmemente ligados a essas proteínas estão
A maior parte do ATP produzido pela respiração resulta da grupos prostéticos, componentes não proteicos essenciais para as
fosforilação oxidativa, quando NADH e FADH2 produzidos pelo funções catalíticas de certas enzimas.
ciclo do ácido cítrico transmitem os elétrons extraídos do alimen- A Figura 9.13 mostra a sequência de carreadores de elétrons na
to para a cadeia transportadora de elétrons. Nesse processo, eles cadeia transportadora de elétrons e a queda na energia livre confor-
fornecem a energia necessária para a fosforilação do ADP a ATP. me os elétrons viajam cadeia abaixo. Durante o transporte de elé-
Exploraremos esse processo na próxima seção. trons ao longo da cadeia, os carreadores de elétrons alternam entre
estado oxidado e reduzido conforme aceitam e doam elétrons. Cada
REVISÃO DO CONCEITO componente da cadeia se torna reduzido quando aceita elétrons do
1. Nomeie as moléculas que conservam a maior parte da seu vizinho “de cima”, que tem menor afinidade para elétrons (é me-
energia das reações redox do ciclo do ácido cítrico. Como nos eletronegativo). Ele retorna à sua forma oxidada conforme passa
essa energia é convertida numa forma que possa ser utili- os elétrons para o vizinho “de baixo”, mais eletronegativo.
zada para produzir ATP? Agora vamos olhar mais de perto a cadeia transportadora de
2. Qual processo celular produz o CO2 que você exala? elétrons da Figura 9.13. Primeiro, descrevemos a passagem de elé-
3. E SE...? As conversões mostradas na Figura 9.10 e no trons pelo complexo I em detalhes, para ilustrar o princípio geral
passo 4 da Figura 9.12 são catalisadas cada uma por um envolvendo o transporte de elétrons. Elétrons removidos da glicose
grande complexo multienzimático. Quais as semelhanças pelo NAD durante a glicólise e o ciclo do ácido cítrico são transfe-
que existem entre as reações que ocorrem nesses dois casos? ridos do NADH até a primeira molécula da cadeia transportadora
de elétrons no complexo I. Essa molécula é uma flavoproteína, cha-
Ver as respostas sugeridas no Apêndice A.
mada assim por possuir um grupo prostético chamado de flavina
mononucleotídeo (FMN). Na próxima reação redox, a flavoproteína
retorna à forma oxidada conforme passa os elétrons a uma proteína
9.4 Durante a fosforilação oxidativa, ferro-enxofre (Fe•S no complexo I), representante de uma família
de proteínas ligadas firmemente tanto com ferro quanto com en-
a quimiosmose acopla o xofre. A proteína ferro-enxofre então passa os elétrons a um com-
transporte de elétrons com posto chamado de ubiquinona (Q na Figura 9.13). Esse carreador
a síntese de ATP de elétrons é uma pequena molécula hidrofóbica, único membro
não proteico da cadeia transportadora de elétrons. A ubiquinona
Nosso principal objetivo neste capítulo é aprender como a célula é individualmente móvel dentro da membrana, ao invés de residir
coleta a energia da glicose e de outros nutrientes nos alimentos num dado complexo. (Outro nome para ubiquinona é coenzima Q,
para produzir ATP. Os componentes metabólitos da respiração ou CoQ; comumente vendida como suplemento alimentar.)
que analisamos até agora, a glicólise e o ciclo do ácido cítrico, Em sua maioria, os carreadores de elétrons restantes entre a
produzem somente 4 moléculas de ATP por molécula de glico- ubiquinona e o oxigênio são proteínas chamadas de citocromos.
B i o l o gi a 173
Q
III energia liberada para síntese de ATP? A resposta está no meca-
Cyt b nismo chamado quimiosmose.
Fe•S
30
Cyt c1 IV Quimiosmose: o mecanismo acoplado
Cyt c de energia
Cyt a
Habitando a membrana interna da mitocôndria ou a membrana
Cyt a3
20
plasmática de procariotos estão diversas cópias de um comple-
xo proteico chamado de ATP-sintase, a enzima que literalmente
produz ATP a partir de ADP e fosfato inorgânico. A ATP-sintase
trabalha como uma bomba de íons funcionando ao contrário.
Lembre-se do Capítulo 7 que bombas de íons geralmente utili-
10 2 e– zam ATP como fonte energética para transportar íons contra seus
(do NADH
ou FADH2) gradientes. Na realidade, a bomba de prótons mostrada na Figura
7.19 é uma ATP-sintase. Como mencionamos no Capítulo 8, en-
zimas podem catalisar uma reação em qualquer direção, depen-
2 H+ + 12 O2 dendo do G para a reação, o qual é afetado pelas concentrações
0
locais dos reagentes e produtos. Em vez de hidrolisar ATP para
bombear íons contra seus gradientes de concentração, sob condi-
ções de respiração celular, a ATP-sintase utiliza a energia de um
H2 O gradiente iônico já existente para impulsionar a síntese de ATP.
A fonte de energia para a ATP-sintase é uma diferença na con-
Figura 9.13 Mudança na energia livre durante o transporte de
centração de H nas extremidades opostas da membrana interna
elétrons. A queda na energia total (G) para elétrons viajando do NADH
ao oxigênio é 53 kcal/mol, mas essa “queda” é fracionada em uma série da mitocôndria. (Podemos também pensar nesse gradiente como
de passos menores pela cadeia transportadora de elétrons. (Um átomo de uma diferença de pH, já que o pH é uma medida da concentração
oxigênio é aqui representado como 1/2 O2 para enfatizar que a cadeia de H.) Esse processo, no qual a energia armazenada em forma
transportadora de elétrons reduz o oxigênio molecular, O2, e não átomos
individuais de oxigênio.)
de um gradiente de íons hidrogênio através da membrana é uti-
lizada para promover trabalhos celulares como síntese de ATP, é
Seus grupos prostéticos, chamados de grupo heme, possuem um chamado de quimiosmose (do grego osmos, esforço). Utilizamos
átomo de ferro capaz de aceitar e doar elétrons. (Ele é semelhante previamente a palavra osmose na discussão do transporte de água,
ao grupo heme da hemoglobina, a proteína das células vermelhas mas aqui se refere ao fluxo de H através da membrana.
do sangue, exceto que o ferro na hemoglobina carrega oxigênio, A partir do estudo da estrutura da ATP-sintase, cientistas
e não elétrons.) A cadeia transportadora de elétrons possui di- aprenderam como o fluxo de H nessa grande enzima impulsiona
versos tipos de citocromos, cada proteína em particular com um a geração de ATP. A ATP-sintase é um complexo de multissubuni-
grupo heme carreador de elétrons levemente diferente. O último dades com quatro partes principais, cada uma composta de múlti-
citocromo da cadeia, cyt a3, passa seus elétrons ao oxigênio, al- plos polipeptídeos. Os prótons movimentam-se um a um em dire-
tamente eletronegativo. Cada átomo de oxigênio também coleta ção aos sítios de ligação sobre uma das partes (o rotor), fazendo o
um par de íons hidrogênio da solução aquosa, formando água. rotor girar de modo a catalisar a produção de ATP a partir de ADP
174 C a mpbel l & Col s .
ESPAÇO INTERMEMBRANAS
1 Íons H+ fluindo
Figura 9.15 Pesquisa
através de seu gradiente A rotação do eixo interno da ATP-sintase é
entram num meio
canal no estator, responsável pela síntese de ATP?
ancorado na EXPERIMENTO Experimentos prévios sobre ATP-sintase demonstra-
membrana.
ram que o “eixo interno” rotaciona quando o ATP é hidrolisado (ver Figura
9.14). Hiroyasu Itoh e colaboradores resolveram investigar se simplesmen-
te girando o eixo na direção oposta poderia causar a síntese de ATP. Eles
2 Íons H+ entram nos
isolaram o eixo interno e o botão catalítico, que foi ancorado a uma placa
sítios de ligação dentro
de níquel. Uma esfera magnética foi ligada ao eixo. Esse complexo foi
H+ do rotor, mudando
posicionado numa câmara contendo um conjunto de eletromagnetos, e a
Estator a forma de cada
esfera foi manipulada pela ativação sequencial dos magnetos para rotacio-
Rotor subunidade para que o
nar o eixo interno em qualquer direção. Os investigadores propuseram
rotor gire dentro
da membrana. que se a esfera fosse girada na direção oposta à observada durante a hi-
drólise, a síntese de ATP ocorreria. Os níveis de ATP foram monitorados
por uma “enzima repórter” em uma solução que emite uma quantidade
3 Cada íon H+ realiza
isolada de luz (um fóton) quando ela cliva ATP. A hipótese era de que a
um giro completo antes
rotação numa direção resultaria em mais fótons que rotação em outra di-
de deixar o rotor e passar
reção ou na ausência de rotação.
até o segundo meio
canal no estator
Esfera magnética
dentro da matriz
mitocondrial.
Eixo Eletromagneto
interno 4 A rotação do rotor Eixo
provoca também uma interno
rotação no eixo interno. Amostra
Botão Este eixo prolonga-se
catalítico Botão Placa de
como um suporte para
catalítico níquel
dentro do botão abaixo
dele, mantido estacionário
ADP por uma parte do estator.
+ RESULTADOS Mais fótons foram emitidos pela rotação do eixo por
Pi ATP 5 O giro do eixo cinco minutos numa direção (barras amarelas) do que na ausência de rota-
ativa os sítios catalíticos ção (barras cinzas) ou com rotação na direção oposta (barras azuis).
no botão que produz
ATP a partir de Rotação numa direção
ADP e Pi.
Rotação na direção oposta
detectados (⫻103)
Número de fótons
direção da rotação de uma das partes do complexo proteico em únicos sítios que fornecem uma rota pela membrana para o H.
relação à outra é responsável unicamente ou pela síntese de ATP Conforme descrevemos anteriormente, a passagem dos prótons
ou pela hidrólise de ATP. H pelo ATP-sintase utiliza o fluxo exergônico de H para di-
Como a membrana interna da mitocôndria ou a membrana recionar a fosforilação de ADP. Portanto, a energia armazenada
plasmática de procariotos gera e mantém o gradiente de H que em um gradiente de H através da membrana acopla as reações
direciona a síntese de ATP pelo complexo proteico ATP-sintase? redox da cadeia transportadora de elétrons à síntese de ATP, num
Estabelecer o gradiente H é a função da cadeia transportadora exemplo de quimiosmose.
de elétrons, mostrada em sua localização mitocondrial na Figu- A esta altura, você pode estar pensando: como a cadeia trans-
ra 9.16. A cadeia é um conversor energético que utiliza o fluxo portadora de elétrons bombeia os íons hidrogênio? Pesquisado-
exergônico de elétrons do NADH e FADH2 para bombear H res descobriram que certos membros da cadeia transportadora de
através da membrana, da matriz mitocondrial até o espaço inter- elétrons aceitam e liberam prótons (H) juntamente com os elé-
membranas. O H tem a tendência de se mover de volta através trons. (As soluções aquosas dentro e ao redor da célula são uma
da membrana, difundindo seu gradiente. As ATP-sintases são os fonte pronta de H.) Em passos específicos da cadeia, em virtude
Membrana
mitocondrial
Fosforilação interna
Glicólise Ciclo oxidativa:
do ácido transporte de
cítrico elétrons e
quimiosmose
H+
H+
H+
H+
Espaço Complexo proteico Cyt c
intermembranas de carreadores de
elétrons
IV
Q
I III
ATP-
sintase
Membrana II
2 H + + 1 2 O2 H2O
mitocondrial FADH2
FAD
interna
NADH NAD+
ADP + P i ATP
(carregando elétrons
do alimento)
H+
Fosforilação oxidativa
Figura 9.16 Quimiosmose acopla a ca- adores móveis, ubiquinona (Q) e citocromo c (Cyt do alimento é transformada numa força motriz de
deia transportadora de elétrons com a sín- C), movimentam-se rapidamente transportando prótons, um gradiente de H através da membra-
tese de ATP. 1 NADH e FADH2 lançam elétrons elétrons entre os grandes complexos. À medida na. 2 Durante a quimiosmose, os prótons retor-
altamente energéticos extraídos do alimento que os complexos I, III e IV aceitam e então doam nam ao seu gradiente via ATP-sintase inserida na
durante a glicólise e o ciclo do ácido cítrico para elétrons, eles bombeiam prótons da matriz mito- membrana adjacente. A ATP-sintase induz a for-
a cadeia transportadora de elétrons construída condrial para dentro do espaço intermembranas. ça próton-motriz a fosforilar ADP, formando ATP.
dentro da membrana interna da mitocôndria. As (Em procariotos, prótons são bombeados para fora Juntos, o transporte de elétrons e a quimiosmose
setas douradas indicam o transporte de elétrons, da membrana plasmática.) Note que o FADH2 de- compõem a fosforilação oxidativa.
que finalmente chegam ao oxigênio na parte de posita seus elétrons via complexo II e assim resulta E SE...? Se o complexo IV não fosse funcio-
“baixo” da cadeia. Como a Figura 9.13 mostrou, em menos prótons sendo bombeados para den- nal, a quimiosmose poderia produzir algum ATP? E
a maioria dos carreadores de elétrons da cadeia tro do espaço intermembranas que ocorre como se fosse, a velocidade da síntese seria diferente?
está agrupada em quatro complexos. Dois carre- NADH. A energia química originalmente obtida
176 C a mpbel l & Col s .
da transferência de elétrons, o H é captado e liberado para den- Um balanço da produção de ATP pela
tro da solução circundante. Em células eucarióticas, os carrea- respiração celular
dores de elétrons são espacialmente arranjados na membrana de
Nas últimas seções, observamos mais atentamente os processos
modo que o H seja recebido a partir da matriz mitocondrial e
essenciais da respiração celular. Agora, voltaremos uma etapa e
depositado no espaço intermembranas (ver Figura 9.16). O gra-
lembraremos da sua função geral: coleta de energia da glicose
diente de H resultante é referido como força próton-motriz,
para síntese de ATP.
enfatizando a capacidade do gradiente em realizar tarefas. A for-
Durante a respiração, a maioria da energia flui na sequên-
ça dirige o H de volta através da membrana pelos canais de H
cia: glicose→NADH→cadeia transportadora de elétrons→força
fornecidos pelas ATP-sintases.
próton-motriz→ATP. Podemos fazer uma contabilidade para
Em termos gerais, quimiosmose é um mecanismo acoplador
calcular o lucro de ATP quando a respiração celular oxida uma
de energia que utiliza energia armazenada na forma de um gra-
molécula de glicose em seis moléculas de dióxido de carbono. Os
diente de H através de uma membrana que direciona o traba-
três principais departamentos dessa iniciativa metabólica são gli-
lho celular. Na mitocôndria, a energia para formação do gradiente
cólise, ciclo do ácido cítrico e cadeia transportadora de elétrons
vem das reações redox exergônicas, e a síntese de ATP é o trabalho
que direciona a fosforilação oxidativa. A Figura 9.17 dá uma des-
realizado. Mas a quimiosmose também ocorre em outros locais
crição detalhada do fornecimento de ATP gerado por molécula
e em outras variações. Cloroplastos utilizam quimiosmose para
de glicose oxidada. A contagem adiciona os 4 ATP produzidos
gerar ATP durante a fotossíntese; nessas organelas, a luz (em vez
diretamente por fosforilação em nível de substrato durante a gli-
de energia química) direciona o fluxo de elétrons tanto para uma
cólise e o ciclo do ácido cítrico às diversas moléculas de ATP ge-
cadeia transportadora de elétrons quanto para a formação do gra-
radas pela fosforilação oxidativa. Cada NADH que transfere um
diente H resultante. Procariotos, conforme mencionado, geram
par de elétrons da glicose para cadeia transportadora de elétrons
gradiente de H através de suas membranas plasmáticas. Eles po-
contribui suficientemente para a força próton-motriz gerar um
dem então ativar a força próton-motriz não somente para produ-
máximo de cerca de 3 ATP.
zir ATP dentro da célula, mas também para girar seus flagelos e
Por que os números da Figura 9.17 são inexatos? Existem três
para bombear nutrientes e subprodutos através da membrana. Por
razões para que não possamos estimar com exatidão o número
causa de sua importância central na conversão de energia em pro-
de moléculas de ATP gerado pela quebra de uma molécula de
cariotos e eucariotos, a quimiosmose ajudou a unificar o estudo
glicose. Primeiro, a fosforilação oxidativa e as reações redox não
da bioenergética. Peter Mitchell recebeu o Prêmio Nobel em 1978
estão diretamente associadas entre elas; por isso, a proporção
por ser o primeiro a propor o modelo quimiosmótico.
do número de moléculas de NADH e do número de moléculas
cerca de
Máximo por glicose: 36 ou 38 ATP
Figura 9.17 Rendimento de ATP por molécula de glicose em cada estágio da respiração celular.
B i o l o gi a 177
de ATP não é um número inteiro. Sabemos que 1 NADH resulta manter nossa relativamente alta temperatura corporal (37°C) e
em 10 H sendo transportados para fora da membrana interna dissipamos o resto por meio do suor e de outros mecanismos de
da mitocôndria e também sabemos que entre 3 e 4 H devem resfriamento. A respiração celular tem eficiência considerável em
entrar novamente na matriz mitocondrial via ATP-sintase para termos de conversão de energia. A título de comparação, o mais
gerar 1 ATP. Portanto, uma única molécula de NADH gera for- eficiente automóvel converte somente cerca de 25% da energia
ça próton-motriz suficiente para a síntese de 2,5 a 3,3 ATP; em armazenada na gasolina em energia que movimenta o carro.
geral, arredondamos e dizemos que 1 NADH pode gerar cerca
de 3 ATP. O ciclo do ácido cítrico também fornece elétrons à ca- REVISÃO DO CONCEITO
deia transportadora de elétrons via FADH2, mas, uma vez que 1. Que efeito a ausência de O2 teria sob o processo mostrado
ele entra na cadeia mais tarde, cada molécula desse carreador de na Figura 9.16?
elétrons é responsável pelo transporte de apenas H suficiente 2. E SE...? Na ausência de O2, como na questão 1, o que
para a síntese de 1,5 a 2 ATP. Esses números também levam em você esperaria acontecer se você diminuísse o pH do espaço
conta os pequenos custos energéticos de mover o ATP formado intermembranas da mitocôndria? Explique sua resposta.
na mitocôndria para fora em direção ao restante do citoplasma
Ver as respostas sugeridas no Apêndice A.
onde será utilizado.
Segundo, o rendimento de ATP varia ligeiramente depen-
dendo do tipo de lançador utilizado no transporte de elétrons do
citosol para dentro da mitocôndria. A membrana mitocondrial in- 9.5 Fermentação e respiração
terna é impermeável ao NADH, assim o NADH no citosol é sepa-
rado da maquinaria da fosforilação oxidativa. Os dois elétrons do anaeróbia capacitam as células
NADH capturados na glicólise devem ser conduzidos para dentro a produzir ATP sem o uso de
da mitocôndria por um dos diversos sistemas de lançamento de
elétrons. Dependendo do tipo do lançamento em um tipo celular
oxigênio
específico, os elétrons são passados tanto para o NAD quanto Em virtude de que a maior parte do ATP da respiração celular é
para o FAD na matriz mitocondrial (ver Figura 9.17). Se os elé- gerada pelo trabalho da fosforilação oxidativa, nossa estimativa
trons são passados ao FAD, como nas células do cérebro, somente do rendimento de ATP da respiração aeróbia é condicionada a
cerca de 2 ATP podem resultar de cada NADH citosólico. Se os um suprimento adequado de oxigênio para a célula. Sem o oxigê-
elétrons são passados ao NAD mitocondrial, como nas células nio eletronegativo para empurrar os elétrons “morro abaixo” na
hepáticas e cardíacas, o resultado é cerca de 3 ATP. cadeia transportadora, a fosforilação oxidativa cessa. Entretanto,
Uma terceira variável que reduz o rendimento do ATP é o existem dois mecanismos gerais pelos quais certas células podem
uso da força próton-motriz gerada pelas reações redox da respi- oxidar combustível orgânico e gerar ATP sem o uso de oxigênio:
ração que direciona outros tipos de tarefas. Por exemplo, a força respiração anaeróbia e fermentação. A distinção entre esse dois
próton-motriz impulsiona a captação mitocondrial de piruvato se baseia na presença da cadeia transportadora de elétrons. (A
do citosol. Entretanto, se toda a força próton-motriz gerada pela cadeia transportadora de elétrons também é chamada de cadeia
cadeia transportadora de elétrons fosse utilizada para dirigir a respiratória devido ao seu papel na respiração celular.)
síntese de ATP, uma molécula de glicose poderia gerar um má- Mencionamos também a respiração anaeróbia, que aconte-
ximo de 34 ATP produzidos pela fosforilação oxidativa mais os 4 ce em certos organismos procarióticos que vivem em ambientes
ATP (líquidos) da fosforilação em nível de substrato, gerando um sem oxigênio. Esses organismos possuem uma cadeia transpor-
total de 38 ATP (ou cerca de somente 36 ATP se um sistema de tadora de elétrons, porém não utilizam o oxigênio como aceptor
lançamento menos eficiente estiver funcionando). final de elétrons no final da cadeia. O oxigênio realiza muito bem
Agora podemos fazer uma estimativa aproximada da eficiên- essa função por ser extremamente eletronegativo, porém outras
cia da respiração – isto é, a percentagem da energia química per- substâncias menos eletronegativas também podem atuar como
tencente a glicose transferida para o ATP. Lembre-se que a oxida- aceptor final de elétrons. Algumas bactérias marinhas “redutoras
ção completa de um mol de glicose libera 686 kcal de energia sob de sulfato”, por exemplo, utilizam o íon sulfato (SO42) no final de
condições padrão (G 686 kcal/mol). A fosforilação de ADP sua cadeia respiratória. A operação da cadeia estabelece uma força
para formar ATP armazena no mínimo 7,3 kcal por mol de ATP. próton-motriz utilizada para produzir ATP, mas H2S (hidrogênio
Portanto, a eficiência da respiração é 7,3 kcal por mol de ATP sulf ídrico) é produzido como um coproduto, em vez da água.
vezes 38 moles de ATP por mol de glicose dividido por 686 kcal A fermentação é uma maneira de obter energia química sem
por mol de glicose, o que resulta em 0,4. Então, cerca de 40% do utilizar oxigênio nem qualquer cadeia transportadora de elétrons
potencial energético químico na glicose foram transferidos para – em outras palavras, sem respiração celular. Como o alimento
o ATP; a porcentagem real é provavelmente maior porque o G pode ser oxidado sem respiração celular? Lembre-se, oxidação
é menor sob condições celulares. O resto da energia armazenada simplesmente se refere à perda de elétrons para um aceptor de
é perdida como calor. Nós, humanos, utilizamos esse calor para elétrons; então, não é necessário o envolvimento de oxigênio. A
178 C a mpbel l & Col s .
Para que as células dos seres vivos continuem a desempenhar todas as suas funções é necessário
energia.
Assista ao vídeo para compreender melhor como os seres vivos obtêm energia através da
respiração celular, da fermentação e da fotossíntese.
EXERCÍCIOS
1) Qual via metabólica é comum tanto para a fermentação quanto para a respiração
celular de uma molécula de glicose?
C) A glicólise.
A) Oxigênio.
B) Água.
C) NAD+
D) Piruvato
E) ADP
3) Qual dos seguintes compostos têm a maior quantidade de energia para a célula?
A) CO2
B) ATP
C) Glicose
D) O2
E) Etanol
4) Com relação ao ciclo do ácido cítrico na respiração celular é CORRETO afirmar que
ocorre nos(as):
A) ribossomos.
B) citoplasmas da célula.
C) mitocôndrias.
D) cloroplastos
E) processos da fermentação
5) Com relação aos processos de obtenção de energia pelas células é CORRETO afirmar
que a:
NA PRÁTICA
Conheça agora um pouco da história e dos benefícios de uma bebida bem antiga: o vinho!
Figura 2
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Microbiologia