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PROJETO GEOMÉTRICO
GP ENGENHARIA
Construção, Pavimentação e Conse"ação de Estradas
bidini
INSTITIJTO PANAMERICANO DE CARRETERAS BRASIL
PAN AMERICAN INSfilUTE OF HIGHWAYS - PIH
@ e-mail: ipcbrasil@lexxa.com.br - Home Page: www.ipc.org.br
Copyright C> 1998, Glauco Pontes FIiho
-··
A cada dia e hora o transporte fica mais importante para a economia e o bem estar
Editoração Eletrônica: Glauco Pontes Filho
Fotolitos: Diagrama Pré-Impressão
social. Primeiro, porque é a capacidade que o homem desenvolveu ao aprender a
trocar os seus excedentes de produção, tornando-se o principal recurso para ampliar
a capacidade de sobrevivência, a longevidade, a felicidade e o conforto dos seres
humanos. Segundo, porque os avanços da tecnologia contribuem para fazer de
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
meios e equipamentos para transporte um conjunto de elementos que ampliam o
ciclo da economia, mesmo consumindo recursos humanos e naturais ao produzir
Pontes Filho, Glauco.
Estradas de rodagem : projeto geométrico / Glauco a viagem de bens ou pessoas.
Pontes Filho. - São Carlos: G. Pontes Filho, 1998.
432 p.:il.
Por outro lado, embora a maioria dos cursos de graduação em engenharia civil
1. Estradas rurais 2. Rodovias - Projeto I. Título. inclua fundamentos sobre projetos de vias para transporte, boa parcela dos
CDD-625.725 engenheiros fonnados carecem de prática e métodos para colocar em ação a teoria
e os processos de estimativa de características de rodovias e assemelhados de
maneira eficaz e eficiente.
1. Projetos geométricos : Rodovias 625.725 o subjacente e a exceção de teorias e fundamentos que podem ser aplicados ao
2. Rodovias : Projetos : Engenharia 625.725 trabalho de projeto e manutenção de vias.
3. Rodovias rurais : Projetos : Engenharia 625.725
A presente obra cobre exatamente uma parcela da necessidade de engenheiros e
Este livro é destinado ao sucesso porque seu conteúdo abreviará os caminhos ensino e à pesquisa.
Fernando Luiz Mendes Mariano, Adauto Medeiros Filho e Romildo Teles Pinto
da Frota, aos quais deixo aqui meus sinceros agradecimentos.
Tagore
SUMÁRIO
Introdução 01
Estudos para construção de uma estrada 02
Reconhecimento 03
Exploração 06
Projeto 08
Fatores que influem na escolha do traçado 12
Desenvolvimento de traçados 14
Classificação das rodovias 20
1) Quanto à posição geográfica 20
2) Quanto à função 23
3) Quanto à jurisdição 24
4) Quanto às condições técnicas 25
Níveis de serviço 27
1.
Introdução 29
Azimutes e ângulos de deflexão 31
Curvas de concordância horizontal 36
Greides 40
Seções transversais 44
Exercícios 48
SUMÁRIO XIII
XII ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
270
1) Alargamento simétrico da pista 203 Momento de transporte
274
2) Alargamento assimétrico da pista 204 Exercícios
Exercícios 207
CAPÍTULO 10 -AUNHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 283
l
XVI ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
"T' e "Y"
335
Diamante 336
Trevo Parcial
337
Direcionais
337
Características das interconexões 338
Diamante simples 338
Diamante aberto 339 1.1 Diretriz geral de uma estrada 04
Diamante aberto com um sentido de circulação 340 1.2 Planta e perfil longitudinal de uma estrada 11
Trevo completo 341 1.3 Seção transversal de uma estrada 13
Trevo completo com vias C-D (coletoras-distribuidoras) 342 1.4 Desenvolvimento de traçado em ziguezague 14
Trevo parcial (Pardo -Partia/ Cloverleaf) 343 1.5 Desenvolvimento de traçado em ziguezague 15
t.
Trevo Parcial (Pardo - 4 quadrantes) 344 1.6 Desenvolvimento de traçado acompanhando o talvegue 15
Trombeta 1.7 16
345 Desenvolvimento de traçado acomp. as curvas de nível.
Interconexão giratória 346 1.8 Diretriz cruzando espigão pela garganta. 16
Interconexões direcionais 347 1.9 Transposição de gargantas. 17
Escolha do tipo de interconexão 348 1.10 Traçado ao longo de uma cadeia de montanhas. 18
1.11 Estudo de traçados. 18
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS 349 1.12 Estudo de traçados. 19
ANEXO I - Resumo de Fórmulas e Equações 1.13 Desenvolvimento de traçado em região plana. 19
365
1.14 Exemplos de rodovias do Estado de São Paulo. 22
ANEXO II - Listagens de Programas - calculadora HP-48 G/GX 383 1.15 Exemplos de rodovias federais. 23
ANEXO III - Resumo dos Critérios Básicos para Projeto Geométrico de 421 30
2.1 Elementos geométricos de uma estrada.
Rodovias Rurais, Agrupados por Classe de Projeto
2.2 Elementos geométricos axiais. 31
BIBUOGRAFIA 2.3 Azimute e comprimento de um alinhamento. 32
427
2.4 Cálculo de coordenadas retangulares. 33
2.5 Dedução do azimute de um alinhamento. 35
2.6 Tipos de curvas horizontais. 37
LISTA DE FIGURAS XIX
XVIII ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
7.2 Elementos intervenientes no cálculo da superlargura. 198 10.1 Alinhamento horizontal de uma estrada. 286
7.3 Distribuição da superlargura numa curva de transição. 204 10.2 Escolha de raios de curvas sucessivas. 287
7.4 Distribuição da superlargura numa curva circular simples. 205 10.3 Terceira faixa 291
10.4 Comprimento crítico de rampa para caminhões de 20 t. 292
8.1 Perfil de uma estrada. 210 10.5 Disposição típica de uma faixa adicional de subida. 293
8.2a Parábolas de 2º grau: (a) simples; (b) composta. 211 10.6 Exemplo hipotético de comprimento de rampa. 296
8.2b Elementos da parábola de 2° grau composta. 212 10.7 Curvas de desaceleração para semi-trailer de 23 t. 301
8.3 Tipos de curvas verticais. 214 10.8 Determinação da distância de aceleração. 303
8.4 Esquema para cálculo das cotas e flechas da parábola. 215 10.9 Determinação da velocidade de caminhões nas rampas. 304
8.5 Comprimento mínimo de curvas verticais convexas (S s L ). 221 10.10 Forças atuando num veículo pesado em rampa. 304
8.6 Comprimentos de curvas verticais convexas (recomendados). 224 10.11 Localização e geometria de faixas auxiliares de subida. 308
8.7 Comprimentos de curvas verticais convexas (excepcionais). 224 10.12 Diagrama de barras. 310
8.8 Comprimento mínimo de curvas verticais convexas (S > L ). 225 10.13 Perfil longitudinal e diagrama de barras. 311
8.9 Comprimento mínimo de curvas verticais côncavas (S s L ). 228 10.14 Combinação de alinhamentos. 312
8.10 Comprimento de curvas verticais côncavas (recomendados). 230 10.15 Combinação de alinhamentos. 313
8.11 Comprimento de curvas verticais côncavas (excepcionais). 230 10.16 Combinação de alinhamentos. 314
8.12 Comprimento mínimo de curvas verticais côncavas (S >L). 231 10.17 Combinação de alinhamentos. 315
10.18 Combinação de alinhamentos. 316
9.1 Prismóide formado num tramo de rodovia. 257
9.2 Área de uma seção transversal num terreno plano. 258 11.1 Tipos de manobras. 322
9.3 Seção mista. 259 11.2 Tipos de conflitos. 323
9.4 Método analítico para cálculo de áreas. 260 11.3 Interseção canalizada de alto padrão (tipo bulbo). 325
9.5 Perfil longitudinal e diagrama de massas. 264 11.4 Faixas de aceleração (1) e desaceleração (2). 328
9.6 Expansão e contração de solos durante a terraplenagem. 266 11.5 Alguns tipos de ramos em interconexões. 334
9.7 Onda de Brückner. 268 11.6 Recomendações para a definição do tipo de interseções em 348
9.8 Determinação do ponto de passagem (PP). 269 áreas rurais.
9.9 Momento de transporte. 271
LISTA DE TABELAS XXIII
5.1 Valores-limite dos raios R acima dos quais podem ser 131
dispensadas curvas de transição.
5.2 Locação de curvas de transição. 155
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Al.BERTEINST'EIN
Cientista alemão
INTRODUÇÃO
Muito mais do que uma causa, as estradas devem ser encaradas como uma Estudos topográficos.
Projeto geométrico.
conseqüência da civilização. Em todo projeto de engenharia pode-se, em geral,
Projeto de obras de terra.
optar entre diversas soluções. Porém, nos projetos de estradas a Projeto de terraplenagem.
indeterminação é maior. Projeto de pavimentação.
Projeto de drenagem.
Projeto de obras de arte correntes.
É decisivo para a escolha da solução final o critério adotado pelo projetista, Projeto de obras de arte especiais.
a sua experiência e o seu bom senso. Deverá então o projetista escolher os Projeto de viabílidade econômica.
Projeto de desapropriação.
traçados possíveis e em seguida compará-los entre si, atendendo a critérios Projetos de interseções, retornos e acessos.
que ao longo deste livro serão apresentados (raios mínimos de curvas Projeto de sinalização.
Projeto de elementos de segurança.
horizontais, inclinações de rampas, curvas verticais, volumes de cortes e
Orçamento da obra e plano de execução.
aterros, superelevação, superlargura, etc.). Relatório de impacto ambiental.
1
1
L
4 ESlRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 5
Consideremos a ligação entre dois pontos A e B de uma determinada região, As tarefas a serem desenvolvidas na fase de reconhecimento consistem
esboçada na figura 1.1. basicamente de:
existentes, etc.).
Observação do terreno dentro do qual se situam os pontos obrigados de
estudada. No reconhecimento não se justifica levantar grandes detalhes neles representadas tangenciem os dois alinhamentos.
topográficos, face ao caráter preliminar dos estudos, que são desenvolvidos Dimensionamento das curvas horizontais.
a partir de levantamentos de natureza expedita empregando métodos de baixa Estaqueamento do traçado, geralmente de 20 em 20 metros.
A exploração consiste no levantamento topográfico de uma faixa limitada do Cálculo dos comprimentos das rampas.
terreno, dentro da qual seja possível projetar o eixo da estrada. Nesse Escolha das curvas verticais.
levantamento empregam-se métodos e instrumentos muito mais precisos que Dimensionamento das curvas verticais.
de materiais, métodos de execução e orçamento. PI's, etc.) e elementos das curvas (raios, comprimentos, ângulos centrais,
etc.).
Uma estrada, quando bem projetada, não deverá apresentar inconvenientes
Localização e limite das obras de arte correntes, especiais e de contenção.
como curvas fechadas e freqüentes, greide muito quebrado e com declividades
Linhas indicativas dos offsets de terraplenagem (pés de aterro, cristas de
fortes ou visibilidade deficiente. Ao projetar uma estrada deve-se, na medida
do possível, evitar essas características indesejáveis. Como regras básicas, corte), dos limites da faixa de domínio, das divisas entre propriedades,
leva-se em consideração o seguinte:
nomes dos proprietários, tipos de cultura e indicações de acessos às
A rampa máxima somente deve ser empregada em casos particulares e Serviços públicos existentes, bem como propostas para sua relocação,
cruzamentos e nas curvas horizontais e verticais. A planta, em geral, é desenhada na escala 1:2.000. Deverão ainda ser
Devem ser minimizados ou evitados os cortes em rocha. executados desenhos suplementares, agrupados por assunto ( drenagem,
Devem ser compensados os cortes e os aterros. pavimentação, etc.), de forma a permitir uma compreensão clara e objetiva
As distâncias de transporte devem ser as menores possíveis. de todos os serviços a serem executados.
10 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 11
O perfil do terreno.
A linha do greide.
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A localização e limites das obras de arte correntes e especiais, com :
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A representação gráfica do perfil longitudinal, preferencialmente, deverá ser • • D
feita na mesma folha em que é desenhada a planta, com correspondência de FIGURA 1.2 - Planta e perfil longitudinal de uma estrada
estaqueamento, como mostra a figura 1.2. (Fonte: DER/SP).
cap. 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 13
12 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
Valeta de
As seções transversais são projeções da estrada sobre planos verticais
perpendiculares ao eixo. Devem ser desenhadas várias seções-tipo em pontos
/"""'~ Talude de
proteção de corte \
/ / Ac~tamento
escolhidos, que permitam a perfeita definição de todas as características Capa de
rolamento
Berma
transversais do projeto. As seções transversais (figura 1.3) devem conter: Regularização
Corte
Terreno
Dimensões e/ou inclinações transversais dos acostamentos, faixas de natural
Aterro
Drenagem
tráfego e demais elementos que constituem a plataforma da estrada. Valeta d• profunda
proteção de
Taludes de corte e/ou aterro.
FIGURA 1 .3 - Seção transversal de uma estrada.
Indicação e localização de obras de arte, dispositivos de drenagem, obras
de proteção, etc.
Regiões topograficamente desfavoráveis geralmente acarretam grandes
Áreas de corte e/ou aterro.
movimentos de terra, elevando substancialmente os custos de construção.
Posição dos offsets de terraplenagem e faixa de domínio.
! DESENVOLVIMENTO DE TRAÇADOS B
160 180
l
Cap. 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 19
18 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
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FIGURA 1.10 - Traçado ao longo de uma cadeia de montanhas (Fonte: CARCIENTE). ~
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CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS • TRANSVERSAIS: têm direção geral leste-oeste, sendo caracterizadas
pelo algarismo 2. A numeração varia de 200 no extremo norte do País a
1) Quanto à posição geográfica
250 em Brasília, indo até 299 no extremo sul. Ex.: BR-230
(Transamazônica).
As estradas federais no Brasil recebem o prefixo BR, acrescido de três
a1garismos. O primeiro algarismo tem o seguinte significado: • DIAGONAIS PARES: têm direção geral noroeste-sudeste (NO-SE). A
numeração varia de 300 no extremo nordeste do País a 398 no extremo
O- rodovias radiais
sudoeste (350 em Brasília). O número é obtido de modo aproximado,
1 - rodovias longitudinais
2 - rodovias transversais por interpolação. Ex.: BR-316 (Belém-Maceió).
3 - rodovias diagonais
4 - rodovias de ligação • DIAGONAIS ÍMPARES: têm direção geral nordeste-sudoeste
(NE-SO), e a numeração varia de 301 no extremo noroeste do País a
Os dois outros algarismos indicam a posição da rodovia com relação à 399 no extremo sudeste. Em Brasília o número é 351. Ex.: BR-319
capita] federal e aos limites extremos do País, de acordo com O
seguinte
(Manaus-Porto Velho).
critério:
• LONGITUDINAIS: têm direção geral norte-sul. A numeração varia da com 1251 km. Já a BR-488 é a menor de todas as rodovias federais,
direita para a esquerda, entre 100 e 199. Em Brasília o número é 150. com apenas 1 km de extensão. Esta rodovia faz a conexão da BR-116
Ex.: BR-116 (Fortaleza-Jaguarão). com o Santuário Nacional de Aparecida, no Estado de São Paulo.
cap. 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 23
22 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
2) Quanto à função
• COLETORAS· at d - 1
. en e a nuc eos populacionais ou centros geradores de VICINAIS: são em geral estradas municipais, pavimentadas ou não, de
tráfego de menor vulto, não servidos pelo Sistema Arterial. A função uma só pista, locais, e de padrão técnico modesto. Promovem a integração
deste sistema é proporcionar mobilidade e acesso dentro de uma área demográfica e territorial da região na qual se situam e possibilitam a
específica.
elevação do nível de renda do setor primário. Podem também ser privadas,
no caso de pertencerem a particulares.
• FEDERAIS: é, em geral, uma via arterial e interessa diretamente à Nação, de visibilidade, níveis de serviço, etc.). Estas, por sua vez, são restringidas
quase sempre percorrendo mais de um Estado. São construídas e por considerações de custos, condicionados especialmente pelo relevo.
seguir.
O nível de serviço é estabelecido em função da velocidade desenvolvida na
TABELA 1.1 - Classes de Projeto (Áreas Rurais). via e da relação entre o volume de tráfego e a capacidade da via.
1. Os volumes de tráfego bidirecionais indicados referem-se a veículos mistos de escolha da velocidade e ainda têm condições de ultrapassagem.
e são aqueles previstos no lOQano após a abertura da rodovia ao tráfego.
2. VideitemNÍVEISDESERVIÇO.
3. Volumes previstos no ano de abertura ao tráfego.
Fonte:DNER
28 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
NÍVEL F: descreve o escoamento forçado, com velocidades baixas e Á geometria de uma estrada é definida pelo traçado do seu eixo em planta e
volumes abaixo da capacidade da via. Formam-se extensas filas que pelos perfis longitudinal e transversal. A figura 2.1 a seguir resume os
impossibilitam a manobra. Em situações extremas, velocidade e fluxo principais elementos geométricos de uma estrada.
TANGENTES
• a. a. e a. são os azimutes dos alinhamentos.
l' 2 3
PLANIMETRJCOS • Os arcos BD eEG são os desenvolvimentos das curvas de concordância.
CURVAS HORIZONTAIS
AXIAIS
GREIDES RETOS
ALTIMETRJCOS .......•···••·•···
CURVAS VERTICAIS
ELEMENTOS
GEOMÉTRICOS ÔJ
SEÇOES EM ATERRO
N
SEÇOES MISTAS
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A
FIGURA 2.3-Azimute e comprimento de um alinhamento. e
········································•··••····
(2.1)
Sejam A e B dois pontos consecutivos da poligonal, cuja distância é L 0 •
Chamando N e E as coordenadas do ponto A e conhecido o azimute do
0 0
alinhamento AB ( a 0) , tem-se:
·"\
•1
(2.3)
cap. 2 - ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS 35
34 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
Para o ponto C: N
L-------------------__..E
o
,1 i-1
E.1
6
= E0 + (L · sena
li
li ,
•
li
) (2.5)
Da expressão 2.6 também se deduz que o ângulo de deflexão entre dois • SIMPLES: quando se emprega apenas arco de círculo.
alinhamentos de azimutes conhecidos é igual à diferença entre eles, sendo
a deflexão direita ou esquerda, se o resultado for positivo ou negativo, • COMPOSTAS COM TRANSIÇÃO: quando são empregadas as radióides
.QUADRANTE
;
.,
. " ~ ,'~ lª'""'t..,:, .-';
...
: . ..,AZIMUTÊ
o!t~<4.:;_, • .". , .
Curva composta
NE Az=Rumo ··...__ rva circular com transição
simples .-
SE Az = 180º - Rumo ·•·.•..•___________ /
Radióide
sw Az = 180º + Rumo ~//./
···•.....•...•..•..•.
NW Az = 360º - Rumo
As curvas de concordância horizontal são os elementos utilizados para con- Quando duas curvas se cruzam em sentidos opostos com o ponto de
cordar os alinhamentos retos. Essas curvas podem ser classificadas em: tangência em comum, recebem o nome de curvas reversas (figura 2.7).
cap. 2 - ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS 39
38 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
/'\·........ . R3
// ·····•....•...••...
°!,:~/
... \ Curva .... j
' \Composta/ ·
:~\, \ ; ., Cms,s R,
E ..........................................................
.........
A AASHTO (American Association of State Highway and Transportation
j·····················
R1 Officials) recomenda que a utilização generalizada das curvas circulares
............................. .......................... , ......................
F compostas nos traçados de rodovias deverá ser evitada sempre que possí-
vel. Quando a topografia da região mostrar ser imprescindível o seu uso, a
FIGURA 2.8a - Elementos de uma curva composta com dois centros. relação entre o raio maior e o raio menor não deverá ser superior a 1,5.
cap. 2 - ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS 41
40 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
HICKERSON, em seu livro Route Location and Design, afirma que as TERRENO
~
....
······•····· ····•11!····
NA'IUllAL
curvas compostas são elementos importantes na adaptação do traçado de
uma estrada a uma topografia acidentada, especialmente em terrenos
montanhosos.
GREIDES
(figura 2.9b).
A curva normalmente usada para essas concordâncias é a parábola de 2º • Deve-se garantir um vão livre de 5,50 m para passagem sobre rodovia
grau. A figura 2.10 a seguir mostra a classificação dos greides de uma federal, de 7 ,20 m sobre ferrovia e de 2,00 m sobre a máxima enchente
estrada e a figura 2.11 mostra os tipos de greides curvos. verificada nos cursos d'água.
cap. 2 - ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS 43
42 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
• Onde houver rampas de comprimento acima do crítico e se o volume de CURVAS VERTICAIS CONCAVAS
tráfego de veículos lentos for considerável, deve-se prever uma 3ª faixa GREIDES
COTAS
CURVA
VERTICAL
CURVA CÔNCAVA
VERTICAL 7,20m
CONVEXA
3,6 3,6 2,5 1,2
2,0 2,50
ESTACAS
FIGURA 2.12-Seção em corte.
SEÇÕES TRANSVERSAIS
Isto inclui a indicação dos taludes, os limites das categorias de terreno, a TABELA 2.1 - Largura das faixas de rolamento em tangentes em
faixa de domínio, as cercas, as áreas de corte e aterro e o acabamento lateral função do relevo (m).
asfáltico é 2%, e 1,5% no caso de pavimentos de concreto bem executados, 1 3,60 3,60 3,50
podendo essa inclinação ir até 5% no caso de estradas com solo estabilizado. li 3,60 3,50 3,30
O mais freqüente é o uso de pistas com inclinação transversa] constante para Ili 3,50 3,30 3,30
cada faixa de rolamento, simétricas em relação ao eixo da estrada. Muitas IV-A 3,00 3,00 3,00
vezes são usadas pistas com uma única inclinação transversa] para todas as IV-8 2,50 2,50 2,50
faixas, no caso de estradas com pista dupla.
Fonte: DNER
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básicos recomendados para a largura de uma faixa de rolamento pavimentada ·· ~oJETÔ ' [>l..A~O ONQULADO MONTANHOSO
em tangente estão na tabela 2.1. o 3,00 3,00 3,00
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Cap. 2 - ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS 49
48 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
2. Calcular os comprimentos e os azimutes dos alinhamentos da figura 5. (Concurso DNER) Na planta de um projeto, a indicação de escala 1:500
abaixo. Calcular também os ângulos de deflexão. (horizontal) significa que 1 cm no desenho equivale, no terreno, a uma
N distância de:
b)5m e) 0,50m d) 0,05 m
a)50m
N
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CAPITUL03'
•
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. I
LOUIS PASTEUR
Químico francês
INTRODUÇÃO
A velocidade de projeto é a velocidade selecionada para fins de projeto da para as diferentes classes de projeto.
Em uma determinada estrada deve-se sempre adotar uma única velocidade de percurso que o veículo pode realizar, em uma dada via, sob condições
projeto, usando-se velocidades diferentes em casos especiais. A variação favoráveis de tempo e tráfego, sem exceder a velocidade diretriz. É utilizada
acentuada na topografia da região é um motivo para o uso de trechos com nos estudos de capacidade e níveis de serviço da via.
Velocidades diretrizes elevadas requerem características geométricas mais veículos não conseguem percorrer toda a estrada na velocidade de projeto.
, · 't · q e devem ser
amplas (principalmente no que se refere a curvas verticais e horizontais, Desta maneira, existem algumas caractensttcas geome ncas, u
determinadas em função da velocidade de operação ao invés da velocidade
acostamentos e larguras) que geralmente elevam consideravelmente o custo
de construção. de projeto.
Cap. 3 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA PROJETO 55
54 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
TABELA 3.1 - Velocidades de projeto por região. O comprimento total do veículo influencia a largura dos canteiros, a
CO);
e 6 rodas.
A largura do veículo de projeto influencia na largura da pista de rolamento,
dos acostamentos e dos ramos de interseções.
A distância entre eixos influi no cálculo da superlargura e na determinação
dos raios mínimos internos e externos das pistas dos ramos.
rADACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA PROJETO 57
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 3 '-""""
56
: 210 ·:
li
,,li ,.,,
~
A tabela 3.2 resume as principais dimensões básicas dos veículos de projeto
FIGURA 3.1a - Dimensões do veículo de projeto VP (cm).
recomendados para utilização nos projetos geométricos de rodovias no Brasil.
'
CÃRACTERÍSTICÀS DO VEÍCULO
1
1
1
o \ Trajetória da roda
Largura total 2,1 2,6 2,6 2,6 ....
O)
R 1 = 1280 (mín.) ,-4.,-----~-·traseira direita
1
R2 = 870 (mín.)
Comprimento total 5 ,8 9 ,1 12,2 16,8 R1 = 1340 (máx.) \.
1
1
Raio mínimo da roda externa dianteira 7,3 12,8 12,8 13,7 1
1
1 1 1
1 1 1 I
1 ,,
Raio mínimo da roda interna traseira 4,7 8 ,7 7,1 6,0 ~ 260 ,! 1
1
,,
,,
Fonte: DNER
FIGURA 3.1b - Dimensões do veículo de projeto CO (cm)•
58 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
Glauco Pontes Filho cap. 3 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA PROJETO 59
DISTÂNCIAS DE VISIBIUDADE
.•
1
1
1
1
1
o R, = 1280 (mín.)
Ri = 710 (mín.) \ / traseira direita As distâncias de visibilidade básicas para o projeto geométrico rodoviário
R 1 = 1440 (máx.) 1
,
1
1 1
1
1
1
1 são as distâncias de visibilidade de parada e as de ultrapassagem. Segundo o
11 1'
1 1
1 1 1
1 1
1
DNER, as distâncias de visibilidade traduzem os padrões de visibilidade a
: 260: 1
1
1
1
~ 1 1
' 1 1 ' serem proporcionados ao motorista, de modo que este não sofra limitações
FIGURA 3.1c - Dimensões do veículo de projeto O (cm). visuais diretamente vinculadas às características geométricas da rodovia e
possa controlar o veículo a tempo, seja para imobilizá-lo, seja para interromper
O projeto de uma estrada deve sempre ser definido de forma que o motorista
tenha a melhor visibilidade possível em toda a estrada. A visibilidade é
R, = 1370 (mín .) limitada pelas mudanças de direção e declividade ao longo de sua extensão,
Ri = 600 (mín.)
R i = 1410 (máx.) especialmente pelas curvas horizontais nos trechos em corte e pelas curvas
verticais.Em qualquer trecho da estrada, o motorista deverá dispor de
visibilidade, tanto em planta como em perfil, para que possa frear o veículo
ante a presença de um obstáculo.
FIGURA3.1d-Dimensões do veículo de projeto SR (cm).
60 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 3 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA PROJETO 61
A distância de visibilidade é função direta da velocidade. As condições A distância de visibilidade de parada é a soma de duas parcelas, conforme
mínimas de visibilidade que um trecho de rodovia deve satisfazer se referem mostrado na figura 3.2. A primeira parcela, D 1, é relativa à distância percorrida
à distância de visibilidade de parada e distância de visibilidade de pelo veículo no intervalo de tempo entre o instante em que o motorista vê o
ultrapassagem, definidas a seguir de acordo com estudos da AASHTO, e obstáculo e o instante em que inicia a frenagem (tempo de percepção e
adotadas pelo DNER. reação). A segunda parcela, D 1 , é relativa à distância percorrida pelo veículo
durante a frenagem.
DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE DE PARADA
É a distância mínima necessária para que um veículo que percorre uma estrada
possa parar antes de atingir um obstáculo na sua trajetória. Distinguem-se
dois grupos de valores mínimos para as distâncias de visibilidade de parada a
Percepção e reação Frenagem
serem proporcionadas ao motorista: os valores mínimos recomendados e os
valores mínimos excepcionais (ou desejáveis). Os valores recomendados FIGURA 3.2 - Distância de visibilidade de parada.
Com vem m/s e D 1 em metros. Como em projeto geométrico de estradas é Em unidades usuais, e sendo g = 9,8 m/s2, a equação 3.5 fica:
comum o uso da velocidade em km/h, toma-se necessário compatibilizar as
unidades da seguinte maneira:
(3.6)
V(km l h)
D1 = 2,S·v(m / s) = 2,5·--~=0 7 ·V (3.2)
36 ' Quando o trecho da estrada considerada está em rampa, a distância de frenagem
'
em subida será menor que a determinada pela equação 3.6, e maior no caso
onde: V = velocidade de projeto, em km/h.
de descida. Para levar em conta o efeito das rampas é usada a equação abaixo:
D 1 = distância percorrida durante o tempo de percepção e
reação, em m.
v2
D, = - -- - (3.7)
A segunda parcela corresponde à distância percorrida desde o início da atuação - 255.(f + i)
do sistema de frenagem até a imobilização do veículo. Esta distância é chamada
de Distância de Frenagem (D 2). Para o cálculo de D2 , basta aplicar alguns Assim, teremos para a distância de visibilidade de parada:
conceitos de física. A energia cinética do veículo no início do processo de
frenagem deve ser anulada pelo trabalho da força de atrito ao longo da distância (3.8)
de frenagem. Assim, temos:
y2
(3.9)
(3.3) DP ~0,1.V + 2.?S.(f :t-i)
m · v2
- -=P· f ·D2 =m·g· f ·D2 (3.4) onde: Dp = distância de visibilidade de parada, em metros.
2
i = greide, em mim (+,se ascendente;-, se descendente).
V = velocidade de projeto ou de operação, em km/h.
(3.5)
f = coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento.
64
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
Glauco Pontes Filho Cap. 3 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA PROJETO 65
Fonte: DNER
Medidas experimentais mostram que o valor de / não é mesmo para
O
qualquer velocidade. Além disso, esse coeficiente também varia com tipo,
O Em todos os cálculos envolvendo a distância de visibilidade de parada,
pressão e condições dos pneus do veículo, tipo e estado da superfície do
recomenda-se adotar 1,10 metros como a altura dos olhos do motorista em
pavimento, e especialmente se o pavimento está seco ou molhado. Os valores
relação ao plano da pista e 0,15 metros como a menor altura de um obstáculo
de f adotados para projeto, correspondentes à velocidade diretriz estão na
que o obrigue a parar. A distância de visibilidade de parada é utilizada nas
tabela 3.3.
interseções, nos semáforos e nas curvas verticais, entre outras aplicações.
66 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 3 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA PROJETO 67
Dp = o,7 . vdir + vd~r = o, 7 . (100) + 1002 e! 210 m Porém, quanto mais elevados forem os volumes de tráfego, mais longos e
255 · f 255 · (0,28)
freqüentes deverão ser os trechos com essa característica, sob pena do nível
de serviço da rodovia cair sensivelmente, em conseqüência da redução da
que dois veículos podem parar quando vêm de encontro um ao outro na mesma
faixa de tráfego. Ela é utilizada no projeto de curvas verticais convexas de É recomendado que devam existir trechos com visibilidade de ultrapassagem ·
concordância, podendo ser calculada pela expressão: a cada 1,5 a 3,0 quilômetros e tão extenso quanto possível. É sempre desejável
que sejam proporcionadas distâncias superiores, aumentando as oportunidades
de ultrapassagem e o número de veículos que a realizam de cada vez. A figura
(3.10) 3.4 mostra o esquema de ultrapassagem.
cap. 3 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PARA PROJETO 69
68 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
(V - m) · t1 / 3,6
d -=distância
d1 . • . percorrida durante o tem po de percepçao,
- reação e aceleração inicial. t = tempo necessário para percorrer a distância d1, em seg.
1
1 - d1stanc1a percorrida pelo veículo 1 enquanto ocupa a fa·1xa oposta
d d' .
3 = istância de segurança entre os veículos 1 e 3 , no final da manobra a) distância percorrida durante o tempo de aceleração:
,
d = distância percorrida pe1o veiculo
4
3 que trafega no sentido oposto. ·
m e maneua:
70 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
Glauco Pontes Filho
.. CAPITULO 4 .
1
d = - ·v·t
2 3,6 2
·. CURVASitO'RIZONTAIS'·
onde: t2 = tempo em que o veículo 1 ocupa a faixa oposta, em seg.
v = velocidade média do veículo 1, em km/h.
V{km/h} 30 que são usadas, em geral, para desviar de obstáculos que não possam ser
40 50 60 70 80 90 100
vencidos economicamente.
Du{m} 180 270 350 420 490 560 620 680
Obs. : Não cabem valores para V maiores que 100 km/h,
Fonte: DNER A princípio, uma estrada deve ter o traçado o mais curto possível. Porém,
só aplicáveis a rodovias de pista dupla.
ligeiras deflexões, quando necessárias, podem harmonizar o traçado da
estrada com a topografia local.
cap. 4 _ CURVAS HORIZONTAIS □RCULARES 73
72 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
01
duas tangentes com um arco de círculo. A figura 4.1 mostra os principais
'' ~ I
-~'
elementos de uma curva circular.
--!,'
GEOMETRIA DA CURVA CIRCULAR
T = tangente externa
PC = ponto de curva
O = centro da curva
PT = ponto de tangente
Para concordar dois alinhamentos retos, foi há muito, escolhida a curva PI = ponto de interseção das tangentes
E = afastamento
G = grau da curva
circular, devido à simplicidade desta curva para ser projetada e locada. O D = desenvolvimento da curva
e = corda
A = ângulo de deflexão d = deflexão sobre a tangente
estudo da curva circular é fundamental para a concordância, pois mesmo AC = ângulo central da curva
R = raio da curva circular F = Ai.PJ;~ ~ (»NJ.,Q,
quando se emprega uma curva de transição, a curva circular continua a ser ~u~ d.,., ?"e.. '-·- n-
utilizada na parte central da concordância. A figura a seguir mostra a
FIGURA 4.1 - Curva horizontal circular simples.
nomenclatura usada nas curvas horizontais circulares simples.
cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 75
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
região. A escolha do valor do raio pode ser feita também por meio de
gabaritos, que representam, na escala da planta, trechos de curvas • AFASTAMENTO (E): é a distância entre o PI e o ponto médio da curva.
circulares de diversos raios, de valores convenientemente escalonados.
1
• DEFLEXÃO POR METRO (dm): ângulo formado entre a tangente Te
1
r
!
· uma corda de comprimento e = 1 m que parta do PC.
1 1
• ÂNGULO CENTRAL (AC): é o ângulo formado pelos raios que passam escritos ao longo dos raios extremos da curva.
pelo PC e PT e que se interceptam no ponto O. Pode-se demonstrar • Na parte interna colocam-se os valores dos principais elementos da curva
facilmente que o ângulo central é numericamente igual à deflexão entre
(R, à, G, T, D, dm).
os alinhamentos (AC= à).
Cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES n
76 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
â. = 46°
simples, indispensáveis tanto no projeto quanto na locação, são as seguintes:
R = 156,37 m
G= 7º 20'
T= 66,37 m
D= 125,45 m (4.1)
dm = 11'
l
sç~ ~ = ~~ I;
t)
[
(4.4)
1
As estacas dos pontos PC e PT são determinadas pelas equações abaixo :
(4.Sa)
E(PC) = E(Pl)- [11
(4.Sb)
E(PT) = E(PC) + [D]
(l) 46º 156,37 66,37 125,45 11 35 + 7,35 41 + 12,80 1 A notação [71 significa: valor da tangente T, em estacas.
cap. 4 _ QJRVAS HORIZONTAIS OROJLARES 79
78 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
Uma curva pode ser definida pelo raio ou pelo grau. Pode-se facilmente deve ser múltiplo de 40' para facilitar a locação. A seqüência
O grau G 20
obter uma expressão que relacione esses dois elementos. Considerando a utilizada é a seguinte:
figura 4.1, temos:
,·
1145,92
G20 - (4.8)
R
cap. 4 _ CURVAS HORIZONTAIS ORCUlARES 81
80 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
Aplicando alguns conceitos de geometria, pode-se verificar facilmente na Adotando G20 = 200' = 3º 20' = 3,33333º, temos:
figura 4.1 que os valores da deflexão sobre a tangente são dados por:
R 1145,92 • 1145,92 .. 343,78 m
• G 3,33333º
20
(4.11)
· 1 t os· t::. - 45 5º
EXEMPLO 2: Numa curva horizonta1 cucu ar, em . - ' '
Par a o cálculo da deflexão por metro, basta dividir a deflexão sobre a tangente R = 171,98 me E(PI) = 180 + 4,12. Determinar os elementos T, D, E, Gw,
pelo valor da corda e: d, dm, E(PC) e E(PT).
(4.12)
Solução:
• 1
para e= 20 m: Gw
dm=-
40
T = R • tan( ~) =-l71,98·tan ( T
45 5º)
= 72,12 m
. 1
•r Recomenda-se adotar valores inteiros para a deflexão por metro, para facilitar :,r. R · 6. :,r · 171,98 · 45,5º =136 55 m
D- - --= ,
180º 180º
as leituras dos ângulos de deflexão para a locação da curva.
EXEMPLO 1: Dado R' = 300 m, calcular um novo raio R > R' de modo
que o grau da curva seja múltiplo de 40'.
_ 1145,92 = 1145,92 = 6,6631 o lll 400'
Gw - R 171,98
a·20
= 1145,92 = 1145,92 = 3 820 = 229 20, d=- Gw • 4oo• ... 200'• 3º20'
R' 300 ' ' 2 2
82 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
Glauco PonJes Filho
cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 83
G20 400'
dm =--=--=10'
40 40 1) Deflexões sucessivas
E{PC) = E(PI) - [7] = (180 + 4,12)- (3 + 12,12) = 176 + 12,00 A deflexão sucessiva é aquela correspondente a cada estaca isoladamente,
E(PT) = E{PC) + [D] = (176 + 12,00) + (6 + 16,55) = 183 + 8,55 ou seja, é o ângulo que a visada a cada estaca forma com a tangente ou com
a visada da estaca anterior. A primeira deflexão sucessiva (ds 1) é obtida
Para o cálculo do afastamento E, pode-se usar também a equação abaixo: pelo produto da deflexão por metro (dm) pela distância entre o PC e a
primeira estaca inteira dentro da curva (20-a), de acordo com a expressão
1 •. E= T · tan( !),. 45 5
72,12 · tan( ; º) = 14,51 m abaixo:
~ (4.14)
~
2) Deflexões acumuladas
TABELA 4.1 - Locação de curvas circulares simples.
.- OEfLEXÕÉS . DEFLEXÕES .
.
Estas são referidas sempre em refação à tangente e apresentam valores JSJACAS ., - \ . • w
2 ds2 da2
3 ds3 da3
Solução:
dan • daPT G G
== (20-a)·-+(n-2)·-+b · -
G Temos: E(PC) = 176 + 12,00 (a= 12,00)
2c 2 2c
E(PT) = 183 + 8,55 (b = 8,55)
para a locação de uma curva circular por offsets, deve-se calcular os valores
Gw 400'
dsPT =b · -=855·--85 5' 1º25' da perpendicular NP = y , quando AN ,. x e o raio R da curva são conhecidos
40 ' 40 - ' =
(figura 4.2b). Do triângulo ODP da figura 4.2b, temos:
AD""' y =R-OD
= ✓R 2 - x
2
Cálculo das deflexões intermediárias: OD e
TABELA DE LOCAÇÃO
.
ESTACAS
DE FLEXÕES DEFLEXÕES A X
N
183+8 ,55 (PT) 1 º 25' 22º 45' ll/2 FIGURA 4.2b - Locação de curvas circulares por offsets.
cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 89
88 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
EXEMPLO 4: Dada a figura abaixo, deduzir as expressões para cálculo EXEMPLO 5: Calcular o comprimento do circuito abaixo:
das estacas dos pontos notáveis das curvas e a estaca final do traçado.
CURVA 3 CURVA 2
Raio= 400 Raio= 400
2000m
F
;;;t 'T,
_________
CURVA4
Raio= 500
..._ e::=::::'.>
3000m
CURVA 1
Raio= 500
.............. · ....................
~
A (início)
/// .......
Generalizando:
RAIO MÍNIMO DE CURVATURA HORIZONTAL De acordo com o esquema de forças da figura 4.3, temos:
(4.16)
Os raios mínimos de curvatura horizontal são os menores raios das curvas Fe · cosa = P ·sena + F0
que podem ser percorridas em condições limite com a velocidade diretriz e
2
à taxa máxima de superelevação admissível, em condições aceitáveis de m·v (4.17)
- -· cosa = P · sena + f ·N
segurança e de conforto de viagem. R
v2
R=---- (4.20)
g · (e+ f)
2
Nas unidades usuais, ou seja, R em metros, V em km/h e g = 9,8 m/s ,
.
R • ________...._,
(4.22) Entretanto, na medida do possível, recomenda-se a utilização de raios
~·:~:. - ~-1 ,-~;f :.' ., superiores aos mínimos, cuja adoção só é justificável em condições especiais.
Os símbolos empregados na dedução das fórmulas têm o seguinte
Essa fórmula exprime a relação geral entre valores quaisquer de raio da significado:
curva, superelevação, velocidade e o correspondente coeficiente de atrito
transversal. Deve ser observado que o termo ( e+f) exprime uma soma R == raio de curvatura horizontal, em m.
algébrica, em que a superelevação pode ser positiva ou negativa (conforme V == velocidade diretriz, em km/h.
a declividade da pista tenha caimento para o lado interno ou externo da v == velocidade diretriz, em m/s.
curva, respectivamente). P == peso do veículo.
m == ·massa do veículo.
2
O mesmo acontece ao coeficiente de atrito transversal (conforme o seu g == aceleração da gravidade, em m/s •
sentido de atuação se oriente para o lado interno ou externo da curva, a == ângulo que mede a declividade transversal da pista.
respectivamente). Em velocidades inferiores à velocidade ótima (velocidade F a == força de atrito transversal.
que não desenvolve atrito transversal pneu/pavimento), o veículo tende a F e == força centrífuga.
se deslocar para o centro da curva, ou seja, o coeficiente f toma-se negativo. N == reação normal à superfície do pavimento, devido ao peso do veículo.
f == coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento.
Quando um veículo percorre uma curva horizontal circular, o máximo va- Quanto à superelevação, a utilização de uma taxa máxima admissível mais
lor do atrito transversal (ou lateral) é o valor do atrito desenvolvido entre elevada, originando valores mais elevados de superelevação para raios
0
pneu e a superfície do pavimento na iminência do escorregamento. superiores ao mínimo, acarreta um aumento do conforto e segurança para o
fluxo ininterrupto de veículos trafegando a velocidades próximas à
É usual adotar-se para o máximo coeficiente de atrito lateral valores bem velocidade diretriz. Por outro lado, taxas máximas de superelevação
menores do que os obtidos na iminência do escorregamento, isto é, valores admissíveis com valores mais baixos são mais adequadas para situações
já corrigidos com um suficiente fator de segurança. com grande proporção de veículos operando a velocidades inferiores, como
tráfego intenso de caminhões ou situações de congestionamento.
Os valores máximos admissíveis geralmente adotados em projetos rodovi-
ários para o coeficiente f constam na tabela 4.2. Os valores máximos adotados para a superelevação, segundo a AASHTO,
são determinados em função dos seguintes fatores: condições climáticas,
condições topográficas, tipo de área (rural ou urbana) e freqüência de tráfego
TABELA 4.2 - Valores máximos admissíveis para os coeficientes lento no trecho considerado. Valores muito altos para a superelevação podem
de atrito transversal f
provocar o tombamento de veículos lentos com centro de gravidade elevado.
V(km/h) 30 40 50 60 70 A tabela 4.3 resume os valores de emax· Cada projeto deverá ser
80 90 100 110 120
f=h 0,20 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 especificamente analisado, antes de ser escolhido o valor final a adotar.
0,14 0,13 0,12 0,11
Fonte: DNER EXEMPLO 6: Calcular o raio mínimo de uma curva, dados V = 80 km/h,
/max = 0,14 e emax = 10%.
i~ ·" ~V
çT =-019-- R min == y2 - 802 • 210 m
J; ~' 1600, 127·(emax + Ímax) 127 · (0,10+0,14)
cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 97
96 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Ponles Filho
Fonte: DNER
1:1 M
Todas as curvas horizontais de um traçado devem necessariamente atender CorteA-.N Eixo
Em todas as curvas a visibilidade deverá ser verificada em função dos M =R· .1-ro{. 28,65~-D) (4.27)
. ~
R , • .
1:1
Eixo
EXEMPLO 7: Uma curva circular de uma estrada tem raio R = 600 m. M
Calcular o menor valor deM, de modo qu~ seja satisfeita a condição mínima
10,75 m
de visibilidade de parada. Dados: Velocidade de projeto V= 100 km/h e ..............................................
D P = 0,7 ·V+ -
v-2 = 0,7 · (100) + -
1002
- - 111 210 m
(tabela 4.2 - /T= Ímáx = 0,14):
255 · f 255 · (0,28)
2
R
v2 90
- - - - - - = - - - - - = 2 4 5,31m
Cálculo de M: M .= (600 )· [1- cos( 28,65º · !~~)] = 9,2 m ou:
min - 127 · (emax + fr) 127 · (0,12 + 0,14)
1
7,50 m
:zJ75m
4 0,75 L
cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 103
102 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Ponles Filho
·1
········~---··········
!. . . . . . . . . . . . . . . ..
E ........................................................
____,--- ~--···············.....········· ....... As curvas circulares compostas são utilizadas preferencialmente em terrenos
90º -â) montanhosos onde duas, três ou mais curvas simples de raios diferentes
...........·.........................................
F são necessárias para adequar o traçado da estrada à topografia.
FIGURA 4.6 - Curva composta com 2 centros. Com relação à figura 4.6, temos:
Cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 105
104 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
(4.32)
(4.29)
(4.33)
T =_!i__
a sen/1
Nas equações anteriores, X 1 e Y1 são as coordenadas do ponto B, com
referência ao ponto A como origem e AV como eixo x . Sendo
(4.34)
r. = AV (tangente longa) e rb = VB (tangente curta), temos: . seõ.A ,
(4.31) (4.35)
(4.41)
(4.37)
Dividindo membro a membro a equação 4.35 pe]a equação 4.37, e Jevando Como podemos observar, numa curva composta com dois raios, temos sete
em consideração que (1-cos A)/sen A1 = tan(A/2), temos: elementos principais:
tan(~) =
2
Tb ·senA-R2 · (1-cosA)
T0 +Tb ·cosA·-R2 ·senA
(4.39)
4
T. (ou Tb)
Ri, T., 11, 6.1
(ou T1 )
R2, Tb, 112
Ri, T., 111
Dado Tb, usar (4.35) para /11, (4.34) para T, , 6.2 = 11 - 111
6.2= /1-111, usar (4.42) para R 2, (4.31) para Tb
:o
5 Ri, Tb, 11, 112
R., AB,
Ri, T., 11 = VAB + VBA, resolver triângulo A VB para T, e Tb,
6 ângulos VAB E
Tb, 112 usar (4.40) para 112, (4.42) para R2, 111= /1-11 2
eVBA
R2, AB,
Ri, T1 , ô = VAB + VBA, resolver triângulo A VB para T, e Tb,
7 ângulos VAB
Tb, 111 usar (4.39) para /11, (4.41) para Ri, 112 = 11-111
e VBA
Na figura 4.8a, temos uma curva composta com centros O1, O2 e O3' e lÂ
1 l
•············......................... :........................................................~...........·
ângulos centrais á 1, ~ e á 3, ondeá= á 1 + ~ + á 3 e T 1 = AV (tangente 03 j \
Jonga) e Tb = VB (tangente curta). .,
90º-(Ã1+Â2) l
..,_,,,~································································································.........,
l
90°
Ta e Tb.
Solução:
FIGURA 4.8b - Curva composta com 3 centros (inverso da figura 4.Ba).
l
112 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Fillw Cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 113
..................................................
SR - 46-15-46 1,5 37-8-37 3,3
FIGURA 4.9 - Acesso-tipo DERSNSP. f = Deslocamento da tangente (m) Fonte básica : AASHTO
114 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES 115
Conhecidos o ângulo central (A), o afastamento das tangentes(/) e os raios Do triângulo retângulo cop2, temos:
das curvas (R 1,R2 eR3=R1), os demais elementos (A 1, A2, á 3, T, T1, T2, d,X,
Y) podem ser determinados. A seqüência de cálculo é a seguinte:
Logo:
d R1
Da figura 4.9, temos: --=----=---
sen 90o - ,:il)
( 2
A tangente da curva de raio (R2 + f) é dada por: donde:
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
cap. 4 CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 117
116 Glauco Pontes Filho
Do triângulo PC1EPT1, temos: Os exercícios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos
Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de São Carlos,
Analisando a figura 4.9, podemos observar que o afastamento máximo das 5. Dados A= 43º e E= 52 m, calcular o grau da curva.
tangentes (fm.) é obtido quando o ângulo central A2 é igual a zero,
desaparecendo a curva intermediária. Neste caso, os pontos PT1 e PC3 6. Se A= 30º 12' e G 20 = 2º 48', calcular Te D .
coincidem, restando apenas uma curva de raio R 1. A expressão para cálculo
de Ímax é dada abaixo. 7. Usando os dados do problema anterior, e assumindo que
E(PI) = 42 + 16,60, calcular as estacas do PC e do PT.
locação da curva.
Deixaremos a demonstração como exercício.
cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 119
118 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco PonJes Filho
13. Numa curva circular com um raio de 170 m, queremos locar um ponto
logo à frente do ponto de curvatura (PC). Sabemos que o comprimento 18. (*) Com relação ao problema anterior, supondo-se que as distâncias de
do arco é de 20 m. A soma das coordenadas sobre a tangente deste oa PI J e PI2 a F se1·am suficientemente grandes, escolher um valor único
ponto são: para O raio das duas curvas de forma que esse valor seja o maior possível.
(considerar sen 3,3703º = 0,058789 ecos 3,3703º = 0,9983):
a) 0,168 m b) 0,924 m 19.(*) Num trecho de rodovia temos duas curvas circulares simples. A
c) 1,848 m d) 21,14 m primeira começando na estaca 10+0,00 e terminando na estaca 20+9,43
com 300 m de raio. A segunda começando na estaca 35+14,61 e
14. Demonstrar que: terminando na estaca 75+0,00 com 1500 m de raio. Deseja-se aumentar
20. (*) A figura mostra a planta de um trecho de rodovia com duas curvas 22. Calcular as curvas circulares abaixo {G, T, D, E, E(PC), E(PT), d, dm }:
de mesmo sentido, desejando-se substituir estas duas curvas por uma a) E(PI) = 202+ 2,50 ti= 52º R = 650 m c = 20m
curva única de raio R. Calcular o valor de R para que o PC da nova
b) E(PI) = 1345 + 12,73 !l = 10º R =2000m c=20m
curva coincida com o PC1 do traçado antigo (início da curva 1).
c) E(PI) = 376 + 19,50 !l = 64º 20' R = 350 m c = 10m
21. (*)Afigura mostra a planta de um traçado com duas curvas circulares. 540 + 15,00.
Calcular as estacas dos PI's e a estaca final do traçado.
d1 = 1000 m F
= .........
d3 \°'
d1=1080m ~ 2=30º
d 2 =2141,25 m
d 3=1809,10 m ./ \ •....•.
Cap. 4 - CURVAS HORIZONTAIS ORCULARES 123
122 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
25. (*) Num traçado com curvas horizontais circulares, conforme esquema Est. 820 Est. 837 + 1,42
02
da figura, desejando-se fazer R1 = R2: --0-----::::::--~..:.,_~-----;-P------y------TRONCO
~\ ~
a) qual o maior raio possível?
b) qual o maior raio que se consegue usar, deixando um trecho reto de PT1=PC2 .··
80 m entre as curvas?
/ /,.,////
..··
.. //,,/
·····:.::.:f6;-···············································································································pj'~..
26. (EXAME NACIONAL DE CURSOS-1997) No projeto básico de um trecho 28. A figura é um esboço do projeto de um circuito. Calcule R (em metros),
da BR-101, a primeira tangente fez uma deflexão à direita de 90º, com sabendo que O comprimento do circuito é 7 .217,64 m. Todas as curvas
o objetivo de preservar uma área de mata Atlântica. Originou-se o Pl-1, são circulares simples.
localizado na estaca 81 + 19,00. Para a concordância horizontal
necessária a essa deflexão, usou-se uma curva circular de raio igual a
600,00 metros. Quais as estacas dos pontos notáveis da curva (PC e CURVA 1
Raio= R
PT)?
1200m
27. (*) Deseja-se projetar um ramo de cruzamento com duas curvas reversas,
CURVA 2
conforme ·figura. A estaca zero do ramo coincide com a estaca 820 e o Raio= 2R
29. Calcular a distância entre os pontos A e B pelos caminhos <D e ®. 34. Dadas as curvas reversas da figura, calcular o comprimento do trecho
entre os pontos A e B e os raios das curvas.
R = 1000m
½V2 =572m
½ - 1,2
Ti
30. Calcular o comprimento do circuito.
CURVA4 íl
R.•200 ' 1
35.A figura abaixo representa um acesso-tipo do DERSNSP. Calcular AI'
A2 , A3 , T, T1 , T2, d, X e Y.
2000m
, ~
_J ► I:!,, = 90º
1~-----3_000_m_ _ _-~~-----
T
31.Numa curva composta com 2 centros temos: R 1 =400 m, R 2 =300 m'
A = 70º e Tª = 120 m. Calcular os demais elementos.
a) Raio mínimo da curva circular. Verificar condição mínima de "' / 'r .. ,.; , • .• ,. • " •
ADOTAR: Velocidade de projeto, V = 100 km/h #UH,.. twu> ~ .iu o Htaeútio f/4e
~ o " " " ~ UH, "44, ~ -
/L = 0,3
H
Rampa, i = 0%
e max = 12%
INTRODUÇÃO
Estas curvas de curvatura progressiva são chamadas de curvas de transição 1. Clotóide ou espiral de Corou, onde o raio instantâneo de curvatura (R) é
e são curvas cujo raio instantâneo varia em cada ponto, desde o valor R, (na inversamente proporcional ao desenvolvimento da curva (L ).
concordância com o trecho circular de raio R) até o valor infinito (na 2. Lemniscata de Bernouille, onde o raio instantâneo de curvatura (R) é
concordância com o trecho em tangente). inversamente proporcional ao raio vetor correspondente ( p ).
3. Parábola cúbica ( y = k.x3 ).
• Constitui uma adequada extensão para efetuar o giro da pista até a posição transição. Recomenda-se sempre o uso de espirais simétricas no cálculo de
superelevada em curva. curvas horizontais com transição (Ls 1=Ls2=LJ O uso de espirais assimétricas
(Ls 1 pi! Ls) só é justificável em casos especiais.
• Faz a transição gradual da trajetória do veículo em planta e conduz a
um traçado fluente e visualmente satisfatório sob vários aspectos.
. . . . y
......... .... " .......... , ❖ ............... . ......... ............., ......... ..
...-·····_
r - ···i ······. ,--··
··+·-----,·
·····.....,
...........
- -----,.
-1- · · ·,·---·
··-l- · - --,-1---,-~~L.O...-',=-.....:--~
Em princípio, qualquer curva cujo raio instantâneo varie ponto a ponto y
,, L
poderá ser utilizada como transição. Entretanto, a experiência mostrou que ---~i-- _;___ ,
algumas curvas especiais oferecem vantagens pela maior facilidade de Clotóide
cálculo ou porque atendem melhor às exigências técnicas de um bom traçado. .. . . . . . . . . i...... . . . _., . . . . . . . . . ..i. . . . . . .....
As curvas mais usadas em projeto de estradas são: FIGURA 5.1 a - Curvas de raio variável.
cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 131
130 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
TABELA 5.1 - Valores-limite dos raios R acima dos quais podem ser
Considerando-se a maior conveniência técnica do uso da espiral, trataremos
dispensadas curvas de transição.
apenas desse tipo de curva. Para cada um dos pontos de uma clotóide, o
produto do raio de curvatura R pelo seu comprimento desde a origem L, é Vp(km/h)' 30 40 50 60 70 80 90 100
.. i: '_J, ~ ,....... r
igual a uma constante K2. A magnitude K é chamada parâmetro da clotóide. R{m) 170 300 500 700 950 1200 1550 1900
..·
As clotóides de grandes parâmetros aumentam lentamente a sua curvatura e,
Fonte: DNER
por conseguinte, são aptas a serem percorridas com altas velocidades. Já as
clotóides de pequenos parâmetros aumentam rapidamente sua curvatura, e
por isso, as velocidades de percurso tendem a ser menores. CURVA HORIZONTAL COM TRANSIÇÃO (simétrica)
O' = centro do trecho circular afastado AC = ângulo central Por definição, a clotóide é uma curva tal que os raios de curvatura em
PI = ponto de interseção das tangentes li = deflexão das tangentes
qualquer um de seus pontos é inversamente proporcional aos
A = ponto genérico da transição D = desenvolvimento do trecho circular
Re = raio da curva circular desenvolvimentos de seus respectivos arcos. Chamando L o comprimento
Xs = abscissa dos pontos SC e CS
Ys = ordenada dos pontos Se e CS Ls = comprimento do trecho de transição do arco e R O raio de curvatura no extremo deste mesmo arco, a lei de
'IT = tangente total E = distância do PI à curva circular
· curvatura da clotóide é expressa pela relação R.L = K2, onde K é o parâmetro
K = abscissa do centro O '
p = afastamento da curva circular Pontos notáveis: da clotóide. No ponto SC (figura 5.3) temos R =Rc e L =L, Sendo Ls 0
X = abscissa de um ponto genérico A TS = tangente-espiral comprimento da transição (desenvolvimento entre os pontos TS e SC) e Rc
Y = ordenada de um ponto genérico A se = espiral-circular
o raio da curva circular, a equação da espiral é:
Os = ângulo de transição es = circular-espiral
<f, = ângulo central do trecho circular ST = espiral-tangente
(5.1)
'\
necessidade do afastamento da curva em relação à tangente. Este afastamento \R
\
\ ''
(p) pode ser obtido de três modos: método do centro conservado (redução \
\ ''
\
centro O da curva circular para uma nova posição O') e método do raio e
centro conservados (afastamento das tangentes a uma distânciap da curva
circular).
\~········· · [ f·~· · ··
TS
X dx X
K2
dL =R·d0 =-d0 d0 = L dL
L K2
L2 ,
8- ~ ~. (5.2)
2 ·, Re ·Ls
dx
cose=- dx= cose dL (5.3a)
dl
dy
sene =- dy =sene ·dl
dl
136 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco PonJts Füho cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 137
8 83
1
85 81 , '
Y•L· 1- - - + - - - . +··; (5.3b) (5.4)
. 3 42 1.320 75.600 1"
Generalizando, temos:
(5.5)
f-11
- - - - -
2 4
0 -+
xaKfiif• 1 - 9 - - -06
- + ···)
( 10 216 9.360 (5.5)
3 5 7
y-K..fii• - - + -0- - - -0+ · · · )
8 -0
( 3 42 1.320 75.600 (5.6)
138 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 139
R -b
PI cos0 =-
c-
s R
e
E
tan( /l.) = _IT_-_k (5.7)
2 Rc + p
(5.9)
(5.10)
FIGURA 5.4 - Elementos da espiral de transição.
(5.11)
140 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 141
(5.18) Da física, a aceleração centrífuga que atua num veículo em trajetória circular
é dada por:
Na equação 5.18, D e Rc são dados em metros e tp em radianos. Para tp em
graus, a equação é a seguinte: d
-(a) =l
dt e
142 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 143
R ·L =Re ·Ls
(~_)3
v3 ~
logo: Ls . = •
mm J max· • Rc 0,6 . Rc
2
v • v ·t v 3 ·t
a=---=--
e Rc . Ls Rc . L,
Ls ~
,.r ~
-oo36•v!
. ·' R
(5.21)
e
Como a variação da aceleração centrífuga que atua sobre o veículo deve ser
constante:
Sempre que possível devem ser adotados para L 5 valores maiores que o
d mínimo calculado pela equação 5.21, de preferência (Lsmin+ Lsmax)/2 ou
-(a) =J
dt e
3Lsmin, desde que estes valores sejam menores que Lsmax·
144 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco PonJes Füho Cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 145
Pelo critério de tempo de percurso na transição, o comprimento mínimo da EXEMPLO 1: Calcular as coordenadas (x,y) dos pontos TS, SC, CS e ST
transição corresponde à distância percorrida pelo veículo à velocidade em relação ao sistema de eixos da figura (extraído das notas de aula do
diretriz, durante 2 segundos. Logo, o comprimento mínimo da transição de professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta).
acordo com esse critério é dado pela fórmula a seguir, com V em km/h e
. em metros:
Lsmm X, L X,
k \
Corresponde a um valor nulo para o desenvolvimento do trecho circular
!~
(D = O), ou seja, as espirais se encontram. Então:
Ls
ô =2 ·0 - 2·~
s 2·Re TS, (k; -Rc- p) TS2 (k +L ;Rc+ p)
se 1
(-Xs +k·' y s -Re -p) SC2 (Xs + k + L ; Rc + p - Y,)
12 23 1T=218m
Y =L -(~_e,3)=120·(º• -0,1 )=480m
s s 3 42 3 42 '
X,=119,83 m
I
I
I
\\~\//
I
I
P • ~ -Rc ·(1 -cosOJ= 4,80-500{1-cos(0,12 rad)]= 1,20 m I
I
I
3
'''\ \. .\J-/ I
I
I
TI = k + (Rc + p )· tan( ~) ... 59,98 + (500 + 1,20 )· tan( ~º )- 218,00 m '' O'
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 149
148
EXEMPLO 3: Calcular as estacas dos pontos notáveis das curvas e a Cálculo dos azimutes:
N
7000
Az3 = 180° + arctan - -11000)
- - - - = 116,57
º
( 3000-1000
/3
4000jA:;--r-t-';:'-:cf:...._-t---t=--__,..;.~:;;:-;:,+~~ ~ t~ ~ ~.::.,,..:~ Cálculo dos ângulos centrais:
!:J.
2
=1Az
3
-Az2 J= 143,13º - 116,57° =26,57º
o E
D= 463,73 m
E(B) = (498 + 4,74) + (223 + 12,14)- (11 + 16,11) =710 est + 0,77 m
R 2 = 1000m
6 2 = 26,57°
se
E(PI2) = E(ST) + [d2 ] - [77]
Dados Rc, Ls, A, E(PI) e fixadas as direções das tangentes, calcula-se os Como sen0 = sen(18Oº - a - /3) = sen(a + /3), temos:
valores de Xs, Ys, 0., p, k e IT. A locação da curva de transição é iniciada
sena b se· sen/3
pela localização do ponto TS sobre a primeira tangente a uma distância TI' a•c·---- e
sen(a + /J) sen(a + (3)
do ponto de interseção PI, quando este for acessível. Para o caso do PI ser
inacessível (figura 5.5b), procede-se da seguinte maneira: Logo:
Li
0=--- (5.25)
2·Rc ·Ls
(5.26)
(5.27)
FIGURA 5.5b- Procedimento para PI inacessível.
154 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Ponus Füho
cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 155
TABELA DE LOCAÇÃO
ESTACA, L iX y i
TS
(5.31) se
Cs =
j. =
(5.32)
.,
ESTACA
X =L·(l-r.+~)=81 ·(1- 0,0546752 + 0,0546754)=809758m L X y i
10 216 10 216 ' INT FRAC f
y = L · ( 0 _ ~) = 81 . ( 0,054675 _ 0,054675
3
) • l, m
218 +10,00 11,00 11 ,00
º·ºº Oº 01' 09"
l.s = arctan ( _Ys) ""'arctan( 4'80 ) '"'2,293856° = 2º 17' 37,88'' 223 101 ,00 100,93 2 ,86 1 º 37' 24"
xs 119,83
(SC) 223 +19,00 120,00 119,83 4,80 2º 17' 30"
Cs = 119,93 m
cs = xs_ ... 119,83 = 119,926 m is= 4 º 34' 53,90"
COSls cos(2,293856º)
158 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pomes Filho
cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 159
CURVA CIRCULAR COM TRANSIÇÕES ASSIMÉTRICAS Segundo o professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta, definidos os valores
dos comprimentosLs1 eLs2 das espirais de transição, as equações de cálculo
São curvas que possuem transições com comprimentos diferentes. Com da curva para Ls2 > Ls1 são as seguintes:
exceção dos valores de IT1 e IT2, os demais elementos das transições são
calculados de forma análoga às espirais simétricas. ESPIRAL 1
Espiral 1
L
@ (Rc + p 2 ). tan( ~) 0 = -s_
2_
O' S2 2·Re
@ Pi - Pi ESPIRAL 2
senâ
l
160 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 5 - CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 161
Tangente de
referência
,,
'
,, ,, '
,, ,, '
P 2 = Ys:! - R e ./1
\
- cos 0 s2 )
,,
'
R · L1 .. K 2 (ponto C)
CI
Os exercícios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos por unidade de tempo (J) seja a mesma para as duas curvas. Se não for
Reynaldo Toledo Pimenta, da Escola de Engenharia de São Carlos, possível, justificar. Dados:
6. (*) Numa curva onde a deflexão entre as tangentes (t::.) é igual a 0,8
radianos, calcular a velocidade, em km/h, que a curva permite
desenvolver sem que a variação da aceleração centrífuga por unidade
de tempo na transição (J) ultrapasse o valor 0,5 m/s3 • Dados:
E(TS)=14+0,00; E(SC)=18+0,00; E(CS)=22+0,00; E(ST)=26+0,00.
11. (*) A figura mostra trecho de uma via contendo tangentes perpendiculares
entre si e duas curvas circulares com transição, reversas e consecutivas.
Dados Rc=200 m e L s=80 m, calcular as coordenadas do ponto ST2 em
relação ao sistema de coordenadas dado.
N
N
E
100m
1
1
1
:cs1
1
.,.::;;__-~li-----► E 13. (*) A figura mostra uma pista de teste composta por duas curvas
horizontais de raio R e = 80 m, concordadas com duas tangentes de
comprimento 150 m através de curvas de transição de comprimento
1
1
i s
= 100 m. Calcular as coordenadas dos pontos TS, SC, CS e ST em
1
se, ,
- 1 relação ao sistema de eixos da figura, que tem como origem o centro de
1
1
uma das curvas.
...---
1
1
1
--~---------~--
' y
o
12. (*)Afigura mostra trecho do eixo da planta de um autódromo formado X
. ,
14. Calcular as estacas dos pontos notáveis das curvas e a estaca final do 1 '
CAPÍTULO 6~
traçado (ponto B), sendo dados:
a) Estaca inicial do traçado (ponto A)= O+ 0,00
;,
b) Raio da curva 1 = 300 m (transição)
.. SUP:~E~EVAÇ~(?
e) Raio da curva 2 = 600 m (transição)
.,
d) VP = 80 km/h
GEORGI.IOflENBERG
Físico alemão
INTRODUÇÃO
J yi· (6.1)
e+f-=---1
127·R
r
1
172 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Ponte5 Fillw cap. 6 - SUPERELEVAÇÃO 173
v2 f = O; o veículo é equilibrado exclusivamente pelo 2. Escolha de um valor tal que um veículo trafegando na velocidade de projeto
e1 =-- ·C
127 efeito da superelevação. tenha toda a força centrífuga compensada pela superelevação
(/= O).
Plotando-se os valores da superelevação (e) em função da curvatura (C) em 4. Escolha de um valor para a superelevação numa relação não linear entre
um gráfico, podemos observar que os valores de e que satisfazem a equação os valores compreendidos entre os valores dos critérios 1 e 2 (Método
6.2 s e encontram num paralelogramo definido pelas linhas correspondentes daAASHl'O).
da curva.
constante.
a tendência de aumento de velocidade nas curvas de raios mais amplos é FIGURA 6.2 - Distribuição parabólica da superelevação.
desejável que a superelevação aproxime-se daquela obtida por este processo.
emax -e = (e -C)max
2
Um estudo feito com várias curvas compreendidas no paralelogramo da figura emax cmax
'
R.,.-15" GRAFICO DE SUPERELEVAÇÃO
pelo DNER para o cálculo da taxa de superelevação para raios acima dos V- 70 km/h
9
mínimos. Neste gráfico, a partir da situação correspondente ao raio mínimo R..• 168\
ESPIRAL
1
8
(ponto A), tanto as taxas de superelevação e como os coeficientes de atrito ' \ NECESSÁRIA
\. :
transversal/decrescem gradual e simultaneamente (trecho Ida figura), até o
R.nin 184
' 1\.'
\.
"\. "\.
:
-?
Raios (111) 500 1000 -
bOO 2000
e (mim)
\
FIGURA 6.4 - Gráfico de superelevação (V = 70 km/h) .
\
em.. \ vi
f•---e R.n.,=210 1 1 1
127 ·R 10 \ GRÁACO OE SUPERELEVAÇÃO
\. V 80 km/h
9 ~
R.,. 229 "\. '
8
e•e 2Rmin
· -
( R
-- -R;,;-
R2
0 ) "\.. '
max
~ 'li,.
\.
'-' 7
o
'"'o,
.,~ 6
R.n.,=252
........ " ' ..." 1\. ESPIRAL
NECESSÁRIA
'
B
1!
8. 5
"" "
.....
"'-.
, ...
::,
V)
~ ......... .......
.......
y2 ll
Rm.,s 280
"""-- ........ .......
R - • - -- - - - 4 ......... '~.........
mm 127·(emax + Ímax)
3
' r-,...._
-- "'-- "
-......:: ....... ~
~
r--.... ~
RAIOS R (m)
2
Raios (m) 500 1000 1500 2000
FIGURA 6.3 - Superelevações para raios acima dos mínimos (DNER). FIGURA 6.5 - Gráfico de superelevação (V= 80 km/h).
1 cap. 6 - SUPERELEVAÇÃO 181
180 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco PonJes Filho
õl
8.5 "-.
' ' '.. .
limites aceitáveis.
::,
C/)
4
' ''' I'\.
, ...
...... Um critério simples, associado à velocidade diretriz, para estabelecer os
' ""--
~ '
~ .... r--. ..._
~-
..... ...._ valores dos raios acima dos quais a superelevação pode ser dispensada
3
2
r- :::: ...._
~ ... :::- encontra-se resumido na tabela 6.1. Foi considerada em seu cálculo uma
Raios(m) 500 1000 1500 2000 2500 superelevação negativa de 2% para os veículos que percorrem o lado externo
FIGURA 6.6 - Gráfico de superelevação (V = 90 km/h). da curva, mas são adequados também para pistas com abaulamentos
1 1 1 1 1 1 1 diferentes.
o
'\ R...,- 342 GRAFICO DE SUPERELEVAÇÃO
V - 100 km/h 1
9 ~ 1
1
TABELA 6.1 - Valores dos raios acima dos quais a superelevação é
'
R.w,=375 1
8 \. '\. 1 dispensável.
'
1
7 "' 1
;i,100
'
' .. ;v~11~·- 80 90
1
ESPIRAL
30 40 50 60 70
'
NECESSÁRIA 1
R...~414
""'11o.. ~ " ...... .... H ?"' .(, " •
450 800 1250 1800 2450 3200 4050 5000
...... ~ - R {m)
"' ..... ............... ....
1
~~-
--
1 ...
3 ~
"""' ~
......
1 ---... ...._ 1 EXEMPLO 1 : Numa rodov ia de Cl asse I , t em os: e max = 10%,
1
2 1 1
V = 90 km/h. Se uma curva nesta rodovia tem raio de 900 metros, calcular
Raios (m) 500 1000 1500 2000 2500
a superelevação a ser adotada.
FIGURA 6.7 - Gráfico de superelevação (V= 100 km/h).
182 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes F ilho cap. 6 - SUPERELEVAÇÃO 183
BE BI
BI
e= e . . ( 2Rmin _
max R R2
R;in) = O10. ( 2 . 265,75
' 900
_ 265,75
9002
2
) = O050 = 5 O%
' '
FIGURA 6.8 - Processos de obtenção da superelevação.
DISTRIBUIÇÃO DA SUPERELEVAÇÃO No caso mais usual de pistas simples de mão dupla com eixo no centro e
seção transversal abaulada, o eixo de rotação geralmente coincidirá com o
Distribuição da Superelevação é o processo de variação da seção transversal eixo do projeto. Nessa hipótese, são obtidas as menores rampas de
da estrada entre a seção normal (adotada nos trechos em tangente) e a seção superelevação e as variações altimétricas são também distribuídas de forma
superelevada (adotada nas curvas). A variação da inclinação transversal simétrica.
necessária à obtenção da superelevação nas curvas horizontais deve ser
feita de forma a evitar variações bruscas dos perfis das bordas da pista. O processo do giro em tomo do eixo é mais usado porque acarreta menores
alterações das cotas do pavimento em relação ao perfil de referência,
Vários processos podem ser utilizados para a distribuição da superelevação. resultando numa distorção menor do pavimento.
1
Nos 3 J>rocessos, o giro do pavimento para a obtenção da superelevação e% No caso comum quando o trecho circular é sucedido por curvas de transição,
é feito de forma que tanto as bordas como o eixo tenham uma variação a variação da superelevação (2ª etapa) deverá ser feita dentro da curva de
linear.
transição. Neste caso, o comprimento de transição L, define o comprimento
do trecho de variação da superelevação (L), e portanto a inclinação
Essas variações de cotas das bordas e eixo em relação ao perfil de referência longitudinal a 2 • Para a 1a etapa, o comprimento Lt é definido em função do
estão sujeitas a valores máximos recomendados, pois a variação da
valor da inclinação a 1• Os dois processos mais usados são:
superelevação deve ser feita de forma segura e confortável.
• AASHTO: a 1 = a 2 = a 1 (valores máximos - tabela 6.2)
borda interna
1
perfil transv. : 1 1 3
~
1] 1
3
1:27
cu
.; a% -a% a% o a%
nível (0%) ! a%
"'N
~
FIGURA 6.1 O - Giro em torno do eixo.
1
De acordo com o professor Creso Peixoto, ao adotar L, = L,, deve ser calculado o novo valor de
a 2 (ou de a), que deverá ser menor ou igual a 0,5% (BARNETf), e menor ou igual ao valor
pelo método da AASHTO.
2
Verificada a nota 1, o valor de at pelo critério de BARNETI conserva-se, mas não deverá ser
FIGURA 6.9 - Seções transversais de uma estrada.
maior que o valor de a 2 (quando a 2 s 0,25% - a 1 = a 2).
186 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
Glauco P ontes Filho Cap. 6 - SUPERELEVAÇÃO 187
A variação da superelevação deverá ser feita em um trecho de comprimento TABELA 6.2 ~ Comprimentos mínimos dos trechos de variação da
nunca inferior ao mínimo estipulado pela tabeJa 6.2, recomendados pela superelevação (pista única, 2 faixas de tráfego de 3,6 m).
AASIITO.
I''
.,
1~: VEWCIDADE (km/h)
Esta tabela deve ser usada nos casos em que o valor de Leesteja abaixo da '
SUPER-
50
1
60 j 70
1
80 j 90 l 100
1
110
1
120
f:LEVAÇÂO a(%)
linha cheia. Caso contrário, adotar os valores da linha Lemin' que
correspondem ao espaço percorrido por um veículo, durante 2 segundos, à
e(%) o,66 J o,60 1 0,54 l o,5o l o,47 J o,43 J o,40 J o,31
VALORES DEL. (m)
velocidade de projeto. Quando o valor delemin for menor que o comprimento
2 11 12 13 14 15 17 18 19
de transição L s , adota-se L e = L s . Caso contrário, deve-se analisar a
4 22 24 27 29 31 33 36 39
possibilidade de aumen tar o comprimento L . para o valo r
L 's =Le ';?.Lemm. . 6 33 36 40 43 46 50 54 58
8 44 48 53 58 61 67 72 78
TANGE~
TRANSIÇÃO
t
!i
" CIRCULAR
1 '
1 '
\ \
' \ \\
\ \
TRANSIÇÃO
TANGENTE
1 BI
1
o ,1 a%
/.
01_ ,
a% a% 370 t .:....--
1) Giro em torno do eixo ~ ~~
se
TS
L,
L,=L,
M *
S/2.
1
j BE
1
eixo 1 .
• eJXO
· 3} Giro em torno da borda externa
S/2 ! TS M se
1
BI
L, ~
1
o eixo
7:
a% a% a%
~ /;
S/2. BE
' 1
1 · eixo
1
1
1
1
1
1
1
1 S/2 !
: O a% : 1 BI
~
a% : a% a%
~ ~ _..--r
~ '
2·L·
.e L __ l'OO_,....:....(S_-_2_~
·1tia.a..)
s. - - -
100 ,2 . 2·a2
1
~
192 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Füho cap. 6 - SUPERELEVAÇÃO 193
·······r ······································································
2·L ·e 2·3,6 ·10
h1 a = 2% s - -- = - -- = 0,72m
100 100
L = 3,6 m L = 3,6 m
100 ·(S-2· h,) 100·[0,72-2 ·(0,072)]
57,6m
Lei = 2 ·a 2 = 2 ·(0,5)
Solução:
t ª1 0,25 '
194 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
EXERCÍCIOS .< , ~
CAPITULO 7·
HENRY ADAMS
3. Fazer o diagrama da superelevação de uma curva de transição em espi- Historiador americano
CÁLCULO DA SUPERLARGURA
I
(7.1) E ,1
,
1
(7.2)
GJ2
(+
GJ 2
L
+ + Gc
onde:
S = superlargura total da pista.
FIGURA 7.1 - Trajetória de um veículo numa curva.
LT = largura total em curva da pista de 2 faixas de tráfego.
LB = largura básica da pista em tangente.
Ge = gabarito estático do veículo em curva.
No triângulo BC0 da figura 7.1, temos:
GL = folga lateral do veículo em movimento.
GF = acréscimo devido ao balanço dianteiro do veículo em curva.
F0 = folga dinâmica, determinada de forma experimental e empírica.
(7.3)
A figura a seguir representa a trajetória de um veículo numa curva.
198 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 7 - SUPERLARGURA 199
--- E2
G =L+- (7.5)
-----· c 2·R
1
1
1
,:
1
'
(7.6)
FIGURA 7.2 - Elementos intervenientes no cálculo da superlargura
(Fonte: DNER).
• A folga dinâmica FO é calculada em função da velocidade diretriz e do raio
V
FD - -- (7.7)
- lOÍR
TABELA 7.1 -Valores de Gt. • A fórmula para cálculo da superlargura anteriormente adotada pelo DNER
-
e utilizada em alguns países, denominada fórmula de VOSHELL-PAlAZZO,
ls..("Ji -~ 6,00 / 6 ,40 6,60 / 6,80 7,00 / 7,20
' '
• •"to; _:r)',.. .
é a seguinte:
Gt(m) 0,60 0,75 0,90
• ~ "<1
Fonte: DNER
(7.11)
Deve ser observado que a necessidade de superlargura aumenta com o porte DISTRIBUIÇÃO DA SUPERLARGURA (pistas de 2 faixas)
(alargamento assimétrico).
TABELA 7.2 - Valores dos raios acima dos quais é dispensável a superlargura.
Borda
prolongada
Concordância
arredondada
~ . ··::·:. -·;_--·---·
·=-··_,.._____
.,
_ ,i
,.. .,,, ,,,,.
---------- . ,, ,,
M ;
' --,----
,-:::;;,;;;;;;;;;;-·------··---
·
,, ,
,, ..•
,,, /
.,./ ..
TS
, .· /
,, /
,, .
/
/ ...
,, . I
....
La = Largura básica da pista em tangente
, Le = Largura da pista em tangente CENTRO DA PISTA
S = Superfargura
/ I / S = Superlargura
, EIXO SINALIZAÇÃO HORIZONTAL
R, = Raio da curva I / JUNTA DE CONSTRUÇÃO DO PAVIMENTO
R, = Raio da curva
,' CENTRO DA PISTA
.- ,' SINALIZAÇÃO HORIZO_NTAL Le
1 • JUNTADE CONSTRU AODOPAVIMENTO s
S/2 /
Le
S/2
FIGURA 7.4 - Distribuição da superlargura numa curva circular simples
(Fonte: DNER).
FIGURA 7.3 - Distribuição da superlargura numa curva de transição (Fonte: DNER).
e ajunta longitudinal de construção do pavimento (especialmente de placas geométrica desfavorável, pode-se estabelecer um critério que permita obter
de concreto de cimento) deverá ser disposta no centro da pista alargada e grandes alargamentos já no início do trecho de transição entre tangente e
EXEMPLO 1: Calcular a superlargura necessária numa curva. Dados: GF ... .JR2 + p . (F + 2E)-R = .J2502 + 1,0 ·[1,0 + 2· (6)]- 250 = 0,026 m
Solução:
J
a) STEóRJco =25,44 + 400- + -
? 100 100
+ J400 -400-0,20 = 0,58 m
400 10 400 S = [2 · (2,672 + 0,90) + 0,026] + 0,51- 7,00
~ 2 37,21 90 S -0,68
b) STEóRJco =16,08 + 300 +- - + ✓300 -300-0,20 = 0,47 m
300 10 300
2. Idem, para: I· , .
' - CAPITULO .,,8..
Largura do veículo: L = 2,50 m. '.., '
, declividade longitudinal.
lâh PIV
............................... ·
l+-------L--------~
(8.2)
PIV
TIPOI
X X
L/2
············•......•.•·· L
PIV
L
x=O} -_ c=O
y=O
2ax+b ... i2
Cu (8.5)
X=L
~
onde:
f = flecha da parábola.
Substituindo os valores de a, b e e, e fazendo g = i1 - i2, a equação geral da g = diferença algébrica das rampas.
parábola é a seguinte: L = comprimento da curva vertical.
x = distância horizontal do ponto de cálculo da flecha ao PCV.
(8.3)
Em particular, no ponto PIV, temos a flecha máxima, que é a seguinte:
Para o cálculo das estacas e cotas dos pontos PCV e PTV utilizamos as
seguintes relações: TABELA 8.1 - Nota de Serviço de Terraplenagem.
Definidos os valores mínimos do comprimento da curva devemos, sempre H = 1,10 m acima do plano da pista enxergue um obstáculo situado sobre a
que possível, usar comprimentos maiores que os mínimos estabelecidos. A pista, com altura h = 0,15 m.
adoção de valores próximos aos mínimos admissíveis leva a curvas muito
curtas que devem ser evitadas. CASO I: a distância de visibilidade (S) é menor ou igual ao comprimento
da curva (L ), isto é, S s L.
O comprimento das curvas verticais se fixa de acordo com as distâncias de PIV
visibilidade. São duas as principais distâncias de visibilidade a serem
consideradas:
A consideração da distância de visibilidade de ultrapassagem geralmente FIGURA 8.5 - Comprimento mínimo de curvas verticais convexas (S s L).
leva a valores exagerados para o comprimento das curvas verticais, que são
1Outro critério considera um veículo ultrapassando que se defronta com outro veículo em s:ntido
de difícil aplicação na prática. oposto, empregando-se uma altura h para os olhos dos motoristas, uma altura h 2 para os ve1culos
I
e uma distância dupla de visibilidade de parada.
222 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 223
L- si·A
e - 200. ( Jjj + ✓h r
fazendo as devidas substituições, temos: substituindo os valores H = 1,10 me h = 0,15 m, temos:
H F h F
si
-=-- e -= L=-·A=K·A
Sl2 (L/ 2)2 S2 z (L/ 2)2 412
,-., 11 estão representados nas figuras 8.6 e 8.7. Segundo o DNER, para valores
~ 10
"'
~ de K maiores que 43, a drenagem no trecho deverá receber maior atenção.
0. 9
E
...
~
8
"'
~
"C
7 CASO II: a distância de visibilidade é maior que o comprimento da curva,
l:l
·e:
,.,
.o 6
00
-;;; 5 isto é, S > L .
l:l, 4
.,...e
~ 3
'i:i s
li 2
<l'.
1
o
,,,
H/m h!n
100 200 300 400
L = KA = comprimento da curva vertical (m) I· ~1
FIGURA 8.6 - Comprimentos de curvas verticais convexas (condições recomendadas).
F h
V=30 V=40 V:50 V=60 V=70 H
12
,-., 11
L/2
'lift. n%
'--'
V) 10
~
0. L
E
~
V)
9
8
\. .1
~
"C
~
u
7
],., 6
FIGURA 8.8 - Comprimento mínimo de curvas verticais convexas (S > L).
00
-;;; 5
~
u,,
e 4
~
~ 3
'i:i Da figura 8.8, podemos deduzir:
li 2
<
1 -·
o
100 200 300
L H h
L = KA = comprimento da curva vertical (m) s =-+ - +-
2 m n
FIGURA 8.7 - Comprimentos de curvas verticais convexas (condições excepcionais).
226 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glallco Pontes Filho Cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 227
Para S mínimo, a linha de visão deve ser tangente ao vértice da curva. Logo, a
L = 2S - z(Jh + Jii L
taxa de variação de n deve ser igual e oposta à de m, ou seja: A / 100
dS -H h 412
--0=-+- substituindo os valoresH = 1,10 me h = 0,.15 m, temos: L = 2S -
dm m2 n2 A
donde:
~== :;. (8.13)
substituindo os valores de m e n na equação s =L + H + !!:_ temos· Durante o dia e no caso de pistas iluminadas artificialmente, geralmente
2 m n' ·
não ocorrem problemas de visibilidade. Para pistas não iluminadas, aplica-
S =L ➔ (Jh +.Jiif -se o critério da visibilidade noturna, ou seja, a pista deve ser iluminada à
2 A / 100 distância de visibilidade de parada pelo farol do veículo, por hipótese situado
a 0,61 m acima do plano da pista, supondo que o seu facho luminoso diverge
isolandoL:
de 1º do eixo longitudinal do veículo.
cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 229
228 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Fülw
A·S 2
CASO I: a distância de visibilidade (S) é menor ou igual ao comprimento L• 2 · (v·S +l00·h )
da curva (L ), isto é, S s L.
1
Empregando os valores recomendados, temos:
h = 0,61 m
{ V =1,75%
----,ã~ͺ
.......................,..
s2
L,.---·A=K·A
L
122+3,5·S
A·L
Os valores correspondentes a esse critério, arredondados para fins de projeto,
800 v·S +lO0·h
(L/2f"" lO0·S 2 estão representados nas figuras 8.10 e 8.11.
230 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 231
V=30 V=40 V=50 V=60 V=70 V=80 V=90 V=IOO ÇASO li: a distância de visibilidade é maior que o comprimento da curva,
---.
12
j I I / I / / V .,. .. -
~ 11
._,
<I)
10
I ,/ ' , li' : ,,v · /
/ ., /
<
,,, ; isto é, S > L.
"'e.
E I I I , / / / ./ _..,.K=43
s
"'...
9
I I J / / V ./V .,/ .,. ;
<I)
"'
'O
8 , I l i / / V '_.,, .,.
7
I (/ V/ , / ; ~.,.
;
.§
,.,
.õ
01)
-;
6
5
'
I / I V/ / / .,.
V,..,, ...
B, J / / V/.. f
e
~
4
I 1/~ ~ .. -
.f:l 3 .,.
:a ~
li 2 .,. -
~
< 1
; 1'
o
100 200 300 400 soo
L = KA = comprimento da curva vertical (m)
~
·e:
7
I I / V /. /,, ~ - -. Dos triângulos semelhantes ABC e ADE podemos deduzir:
,., 6 , .
.D
1 ·1 / / / ~
.
01)
-;;; 5
~ / V/ / /" '
/ / v~ , ~
.,...e 4
3
/ S
1 L/ 2
.f:l
:a 2 'V./4 ~ ---=-- =--
v·S 4F
li
~ , - +h
< 1 100
o
; I•
1
100 200 300 400 500
L = comprimento da curva vertical (m} A·L
sendo F = - -, podemos escrever:
FIGURA 8.11 - Comprimento de curvas verticais côncavas (condições excepcionais).
800
232 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 233
S _(v.S/lOO)+h Para ambos os casos (curvas convexas e curvas côncavas), valores muito ·
1
- A/100
pequenos paraL não são desejáveis. Pelo critério do mínimo valor absoluto,
o comprimento mínimo das curvas verticais deve permitir ao motorista
L = zs _122+3,S·S
A (8.16)
Na condição limite, temos S = D p. Logo, a equação fica: onde: V = velocidade diretriz, em km/h.
Lmin = comprimento mínimo da curva vertical, em metros.
Para facilidade de cálculo ·e locação, os valores adotados para L são Est. 80+0,00
geralmente arredondados para múltiplos de 20 metros.
234
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
Glauco Pontes Filho Cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 235
2
• ~ • L = (0,02)2 · 240 = O60 m
Yo 2g 2 · (0,08) '
Flecha máxima:
F • g-·L 0,08·240 E(V) = E(PCV) + [L0] = (74 + 0,00) + (3 + 0,00) = 77 est + 0,00 m
- =. = 2,40m
8 8
Est(PCV) ... 80- 6 = 74 + 0,00 Expressão para cálculo das ordenadas da parábola:
Distância de PIV1 a PIV2 : EXEMPLO 3: Com base na figura, sendo Rv1=l0.000 me Rv2=5.000 m,
determinar a estaca e a cota do ponto mais baixo da curva 2 (extraído das
M = H = 108,00 -100,00 = m
200
i 0,04 notas de aula do professor Carlos Reynaldo Toledo Pimenta).
Ri · 45 º ·.1r = O 7854· R
1
180º ' M
PCV1 ■A e PTV2• B, logo: M = (73 + 15,00) - (50 + 0,00) = 23 est + 15,00 m = 475 m
Estaca do PCV2 :
EXEMPLO 4: Projetar a curva vertical assimétrica da figura abaixo.
L2 = -5000 · (i2 - 0,05) = -5000 · (- 0,02- 0,05) = 350 m
PIV cota 104,74 m
E(PCV2 ) =E(PIV2) - [L/ 2] =(73+ 15,00)- (8+ 15,00) =65 est + 0,00 m
Yo _ if ·L2 = 2
(-0,02) ·350 = -l,OO m F Xi 2
f ' =-· COTA
2g2 2 · (-0,02-0,05) (cota em relação ao PCVJ 1°Ramo:
L2 ESTACA COTA f FINAL
1
5 101 ,25 101 ,25
6 101,95 101,95
•. 2,11 2 2
!20 • - · 2
2
0 -0,06 7-PCV 102,65 0,00 102,65 / 30 • ,l l · 302 • 0,06
Cálculo da cota do ponto de mínimo (V) da curva 2: 120 B 103,35 0,06 103,29 1702
9 104,05 0,23 103,82
2 11 2 11
f. • • · 40 2 • 0,23 10 104,75 0,53 104,22 f 50 • • · 502 • 0,18
40 1202 1702
L1 = 10000 · (0,04 + 0,02) = 600 m 11 105,45 0,94 104,51
12 106,15 1,46 104,69
2 11
• 602
f,(,()--·
120 2
-O,)·3 13=PIV
14
106,85
106,35
2,11
1,64
104,74
104,71
f
70
•
2 11
• · 702 • 0,36
1702
Cota(PCV2) = Cota(PTYi.) • Cota(PIVi )- i2 . L1 = 500- 0,02. (600) = 494 m 15 105,85 1,23 104,62
2 2 2 11 2 16 105,35 0,88 104,47 2,11
- · 902 -o,59
J;80 • 1202
• · 80 - 0,94 , -1702
,'90
17 104,85 0,59 104,26
Cota(V) = Cota(PCV2 ) + y 0 • 494,00-1,00 = 493,00 m 18 104,35 0,36 103,99
2,11 2
·100 -1,46
19 103,85 0,18 103,67 /110 • -2,11
· l l 02 • 0 '88
1702
!100 • - 2
120 20 103,35 0,06 103,29
21 102,85 0,01 102,84
2
Cálculo da estaca do ponto de mínimo da curva 2: +10=PTV 102,60 0,00 102,60 f 130 • ,l l · 1302 • 1,23
102,35 102,35
1702
22
23 101 ,85 101,85
E(V) = E(PCV2) + [L0 ]= (65 + 0,00) + (5 + 0,00) = 70 + 0,00 24 101,35 101,35 J; • 2,ll · 1502 • 1,64
150 1702
242 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 243
Os exercícios assinalados com (*) foram cedidos pelo professor Carlos L = 320m
i2 = -3%
V
Est. 50+0,00
PTV
L=200m
Est. 74+0,00
4. Idem para:
Est. 40+0,00
PTV PCV
L =400m
·-
i
244 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 245
L = 200m ~
- ~
-- ~CD.T~.:&GRflOE
-. ~-,.
PCV
ES'{ACA..,
45+8,00
J
/
.. l COTAS DO GRBDE
-~ ÕE PROJETÓ ·
46
47
Est. 84+0,00
48
49
50
51
52
PIV = 53 + 0,00
54
V- 54 + 8,00
55
PCV i 56
57
58
59
60
PTV = 60+12,00
6. (*) Calcular cotas e estacas dos PCV's, PTV's e vértices das curvas do
perfil da figura abaixo.
PIV3
cota 93,75
100m 97,20
I
I
',, i ~ ,/
,,'j--- ~ PIV cota 84,80
... : 4'
2 i PIV2
i 1cota 85,00
o
25 53 73
Est. o 120 135 152 + 10,00 170
. ..\
r
246 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 247
9. (*) Dado o esquema da figura, deseja-se substituir as duas curvas dadas 11. (*) No esquema da figura, calcular a menor altura de corte possível na
por uma única curva usando para ela o maior raio possível, sem que a estaca 144 para uma estrada de pista dupla com velocidade de projeto
curva saia do intervalo entre as estacas 58 e 87. Calcular R e a estaca
V
V = 100 km/h. Calcular também o raio da curva vertical e estacas dos
do ponto PIV da nova curva. pontos PCV e PTV da solução adotada (Calcular Lmia - condições
+1% recomendadas).
PIV cota 654,28 m
Rv2 = 5000m
+1 %
+5%
cota 869,10 m
Rv1 = lOOOOm
\ cota 804,12 m
X y
13. (*) Uma curva vertical tem o PIV na estaca 62, sendo sua cota igual a
115,40 m. A cota do ponto mais alto do greide é 112,40 m. Calcular a
cota na estaca 58.
PIV cota 115,40 m
l 15. (*) Dado o perfil longitudinal da figura, calcular a rampa i2 de forma
que ela tenha a menor inclinação possível. Os raios mínimos das curvas
verticais são iguais a 4000 m.
X g :-.o
:oo
950m
.. t li
_.,, ....
w~:
:
14. (*) No perfil longitudinal da figura, determinar o raio equivalente da curva para a curva vertical côncava.
Est. O 12 29 + 10,00 40
250 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 8 - CURVAS VERTICAIS 251
17. Preencher a Nota de Serviço de Terraplenagem: 18. Preencher a Nota de Serviço de Terraplenagem (extraído das notas de
Dados: distância de visibilidade de parada= 60 m (verificar Lmin) aula do professor Carlos Alexandre Braz de Carvalho):
cota do greide reto na estaca zero = 200,000 m Dados: i 1 = 2,5%
E(PIV2) = 18+0,00 L 1 =L 2 = 80m i1= -2%
parábola simples
19. (Concurso DNER) Sabendo que os valores de L 1 eL2 são 40 me 60 m, 21. Calcular as declividades e os comprimentos das tangentes verticais da
respectivamente, a flecha de uma parábola composta, utilizada para figura (extraído das notas de aula do professor Creso Peixoto).
concordar um perfil cujas rampas são +4,2% e -3,5%, tem o seguinte
valor:
a) 0,168 m b) 0,924 m
325
320 V PIV1--r----r----...,__
c) 1,848 m d) 3,850 m
~
PIVs
PIVs
E 315
/
20. Levantar o perfil longitudinal do alinhamento horizontal da figura
(extraído das notas de aula do professor Creso Peixoto).
g
u
310
305
"'" V
V
295
100
"' 110
PIV6
22. Com relação aos dados da questão anterior, completar a tabela abaixo.
Considerar o comprimento da curva vertical número 6 igual a 320 metros
e o comprimento da curva número 7 igual a 400 metros. Calcular os
raios das curvas.
,', . '
GREIDE . ORDENADAS GREIDE ,
. E,~. RETO DA PARÁBOLA DE PROJETO
100
101
...
159
160
254 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
~
•
...,
..,;,.• •-•
~
.. . - 'f' .
da desembocadura do túnel e das cabeceiras do viaduto a ser construído
em seqüência ao túnel. Verificar se é possível interligar os pontos A e B
,~:t N'3Ç'.,~ ~S-~~TE~FPL~AG~M
somente com uma tangente ( extraído das notas de aula do professor
. ,.
Creso Peixoto).
Dados: zmax = 7%
R 1 = 124 m "Um.Pa.úu'4J,~~e~.H
~1 = 83º MONTEROLOBATO
Escritor brasileiro
INTRODUÇÃO
ESCALA
1:2000
Para·o engenheiro projetista de estradas, uma das principais metas durante
240
a elaboração de um projeto é encontrar uma solução que permita a construção
da estrada com o menor movimento de terras possível, cumprindo,
logicamente, as normas de um traçado racional.
O movimento de terras é uma ciência que engloba tanto o cálculo dos volumes
a mover como os princípios de execução do trabalho. Estes últimos estão
fora do escopo deste livro.
CÁLCULO DE VOLUMES
(9.1)
[
258 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 9 - NOÇÕES DE TERRAPLENAGEM 259
As áreas das seções transversais podem ser calculadas de diferentes maneiras, Quando a seção é mista, isto é, com áreas de corte e aterro, o processo mais
dependendo da topografia do terreno e do grau de precisão exigido. Entre prático para o cálculo das áreas baseia-se na divisão da seção em figuras
os vários métodos, os mais usados são os seguintes. geométricas conhecidas, tais como triângulos e trapézios.
h ···················........ 1 Í
1
Para o caso de seções em corte ou aterro em terreno plano, a área da seção · · · ··. . . . . . . ... . . ..!... . . . ..
transversal é:
nh ·h
A =b·h+2·- - =h·(b+nh) (9.3) PLATAFORMA
2
n.h
FIGURA 9.3 - Seção mista.
3) Método analítico
b
Se considera um polígono onde as coordenadas de seus vértices são
b
(x1, Y1), (x2, y 2), ... ,( x
0
, yJ A área do polígono é dada por:
(9.4)
FIGURA 9.2-Área de uma seção transversal num terreno plano. Desenvolvendo, temos:
260 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 9 - NOÇÕES DE TERRAPLENAGEM 261
acumulados (tabela 9.1), que serve como base para construção do diagrama.
FIGURA 9.4 - Método analítico para cálculo de áreas. uma ordenada inicial arbitrária. Geralmente é escolhida uma ordenada
o menor dos dois volumes e que o volume disponível para compensação COLUNA 2: áreas de corte, medidas nas seções.
longitudinal, que afeta as ordenadas, será a diferença entre esses volumes.
COLUNA 3: áreas de aterro, medidas nas seções.
.
si; (l,)ffTE·
ATERRq
, .:(-
.~f.q:,~; ;g>rt~
." •~t,if·o ~
t
. A~
~DJSTÃNCIA'
.-~ :::,, crili'~.,
\"' :-: '/i,'} ,.
,Q;)RTI;i .Ã~O'! ,,_"{nô;.,
LATERAi:
<
~ '
(m');:••
CdLUNA 9: volumes de aterro entre seções consecutivas.
PONTO DE MÁXIMO
O fator de homogeneização (Fh) é a relação entre o volume de material no
ONDA '\.....•··········· ···...
.. V corte de origem, e o volume de aterro compactado resultante. Na fase de
..···· DIAGRAMA DE MASSAS
V> MOMENTO DE
anteprojeto este fator é em geral estimado. Um fator F,,=1,4 indica que será
8
:5 A
TRANSPORTE
M = V.dm \B
3
necessário escavar cerca de 1,4 m 3 no corte para obter 1 m de aterro
iº~.t.,-t---~~-hr--------1~ compactado (figura 9.6).
::::> ••• 1
~ ••• 1
cny,
V)
w
~ Na etapa de projeto, F,, pode ser avaliado pela relação abaixo:
~
> ·~
,o,·•.
1 \
., •
·... ....•·······
PONTO DE MÍNIMO (9.7)
TERRENO
onde:
Yscomp = massa específica aparente seca após compactação no aterro.
V)
Yse.,.,, = massa específica aparente seca do material no corte de origem.
~ GREIDE
8
DISTÂNCIA MÉDIA O fator de homogeneização é aplicado sobre os volumes de aterro, como
DE TRANSPORTE
FIGURA 9.6 - Expansão e contração de solos durante a terraplanagem. 8. Pontos de mínimo correspondem à passagem de aterro para corte.
4. Todo trecho descendente do diagrama corresponde a um trecho de aterro 11. A área compreendida entre a curva de Brückner e a linha de compensação
( ou predominância de aterros em seções mistas). mede o momento de transporte da distribuição considerada.
268 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Füho cap. 9 - NOÇÕES DE TERRAPLENAGEM 269
lz,
MOMENTO DE TRANSPORTE
Logo, um projeto racional de terraplenagem deverá indicar a melhor
distribuição de terras, de maneira que a distância média de transporte e o
Define-se Momento de Transporte como o produto dos volumes custo das operações de terrapJenagem sejam reduzidos a valores mínimos.
transportados pelas distâncias médias de transporte, da seguinte maneira:
M = momento de transporte, em m 3.dam ou m3.hn. entre os pontos de interseção desta reta com o diagrama, medida na escala
V = volume natura) do solo, em m3• horizontal do desenho. O momento de transporte é igual à área da onda de
d,,, = distância média de transporte, em dam ou hn. Brückner, que pode ser estimada pelo produto da altura da onda (V) pela
distância média de transporte (dm), como mostra a figura 9.9.
EXEMPLO: Dada a tabela de volumes acumulados abaixo, construir o PERFIL LONGITUDINAL E DIAGRAMA DE MASSAS
+9 2,60 1,62 2,27 4,60 9,63 4,50 20,70 43,34 20,70 534,58 V = 396.50m3
116 5,07 1,20 1,68 13,09 2,55 10,00 130,90 25,50 25,50 1.418,61
~ COMPENSAÇÃO
700
117 2,4 2,42 3,39 7,47 5,07 10,00 74,70 50,70 50,70 1.442,61
600
118 3,30 4 ,62 8,01 10,00 80,10 1.362,51
119 5,80 8,12 12,74 10,00 127,40 1.235,11 500L...L._,J.._..1........1._J-...1..-L-...L.....L--'-....l.-"--"--L--'----L-J...---'--"-~
100 101 102 1Cll 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 11 6 117 118 119 120
120 7,70 10,78 18,90 10,00 189,00 1.046,11 ESTACAS
l.
274 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 9 - NOÇÕES DE TERRAPLENAGEM 275
EXERCÍCIOS
8,80
1. (*) Dado o trecho de estrada da figura abaixo e suas seções transversais, 2,50
14,0 14.0
determinar as quantidades de escavação, volume de aterro compactado
ESTACA2 EST ACA 3
PERFIL DO TERRENO
/ GREIDE DA ESlRADA ( + 1% )
/ 1 14,0
1
1 1,15
4,00 5,05 t"') I
'<1"1
V'll
+1
°' 1
1 ESTACA 6
1
1
) 2 3 4 5 6 7 8 9
14,0
1 14,0 t 0 ,70
AABS(m'l VOLUMES (m 3
)
' ., 6,70 5,60
~ '• Atem> Comp. Corte Aterro
Corte Aterro Corte Aterro Acumulado
' Corrigido Lateral (l.ong.) (L.ong.) ESTACA S
,
C>
2'
3
4,
+8,.0
s;
15
r
Ili 0,75
~
+5,..(3
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
cap. 9 - NOÇÕES DE TERRAPLENAGEM
276
2. (*) Com relação ao movimento de terra da figura, calcular: 3. (*) Para execução do movimento de terra da figura, foi escolhida para
a) volume total a ser escavado (incluindo empréstimos e/ou BF). linha de equilíbrio (LE) a horizontal tracejada da figura. Sabendo-se
b) volume de bota-fora e/ou empréstimo. que os eventuais bota-foras e/ou empréstimos terão uma distância de
empréstimos ou bota-foras a uma DMT de 150 m). a) quantos m3 serão transportados do corte C 1 para o aterro Ar
Obs.: Considerar todo trecho ascendente compensando trecho c) volume total a ser escavado para a execução dos serviços.
TERRENO
GREIDE
I-tt . .:~:t!tttllt-t-t+i=l:! f
o 5 10 15 20 25 ESTACAS
3
0
278 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 9 - NOÇÕES DE TERRAPLENAGEM 279
o 5 10
Dado: DMT para bota-fora e/ou empréstimo = 300 m.
ESTACAS
280 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pomes Filho cap. 9 - NOÇÕES DE TERRAPLENAGEM 281
7. (EXAME NACIONAL DE CURSOS-1997) Para a realização do projeto 8. (Concurso DNER) Ao invés de recuperar uma camada de base da
detalhado de terraplenagem no intervalo entre as estacas Oe 75 de uma Rodovia DF-025, o engenheiro fiscal, depois de consultar o projetista,
rodovia, lançou-se mão do Diagrama de Brückner abaixo esquematizado. decidiu substituir toda a camada, usando o cascalho laterítico. Após a
Com base nesse diagrama, indique: estabilização desse cascalho, mediu-se um volume de 2.000 m3• O
a) o volume do empréstimo, em m3• transporte do cascalho foi feito por caminhão basculante com capacidade
b) o volume do bota-fora, em m 3• de 5 m3• Sabendo-se que a densidade do cascalho compactado é de
c) o volume do maior corte, em m3• 2,035 t/m3, a densidade natural é de 1,430 t/m3 e a densidade solta é de
d) o volume do maior aterro, em m3• 1,10 t/m3, calcular o total de viagens necessárias para transportar todo o
e) as estacas de cota vermelha nula. volume de cascalho.
V'.)
UJ A
:E
:::i (-1,6)
..J
~
5
------0-------------------►
O 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 (-3,0) : (0,0) (3,0)
ESTACAS
282 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
L ,
V=- · (A+4·A
6
l m
+A)
2
w . ...
ALINHAMENTOS
.. •:
HORIZONTAL E VERTICAL
., ,
AUNHAMENTO HORIZONTAL
Para rodovias de elevado padrão, o traçado deverá ser antes uma seqüência
de poucas curvas de raios amplos do que longas tangentes quebradas por
curvas de pequeno desenvolvimento circular. Devem ser evitados, na medida
do possível, trechos em tangente excessivamente longos. Segundo o DNER,
um critério que pode ser usado limita a extensão das tangentes a um
284 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 285
percurso de 1,5 minutos percorrido à velocidade diretriz V, ou seja, Curvas de transição sucessivas em sentidos opostos deverão ter suas
T = 25 •V, com Tem metros e V em km/h. Esta configuração reduz a sensação extremidades coincidentes ou separadas por extensões curtas em
de monotonia para o motorista e problemas de ofuscamento noturno, além tangente. No caso de curvas reversas sem espiral, o comprimento mínimo
de ajustar-se mais favoravelmente à topografia, podendo reduzir os da tangente intermediária deverá permitir a transição da superelevação
A seguir, apresentamos algumas das principais recomendações do A escolha inadequada do traçado em planta é causa de acidentes,
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), relativas ao limitação da capacidade de tráfego da estrada e aumento do custo de
alinhamento horizontal de rodovias: operação, além de causar má aparência do ponto de vista estético. O
traçado deve ser o mais uniforme e homogêneo possível.
dos motoristas não espera a existência de uma outra curva no mesmo ~cidentes. O mesmo ocorre com curvas de raios muito diferentes dos
sentido. De preferência, serão substituídas por uma única curva longa raios das demais curvas.
ou, pelo menos, a tangente intermediária deverá ser substituída por um
arco circular, formando-se, então, uma curva composta. Desta maneira, Para ângulos centrais pequenos as curvas devem ter grandes raios de
evita-se uma grande diferença de curvatura entre os raios. Sendo forma que os seus desenvolvimentos não sejam muito pequenos, a fim
impossível adotar essas medidas, a extensão T da tangente intermediária de evitar a aparência de dobras.
deverá ser superior ao percurso de aproximadamente 15 segundos
percorrido à velocidade diretriz V, ou seja: Qualquer mudança brusca no traçado deve ser evitada. Curvas dotadas
de raios muito grandes(> 5.000 m) apresentam dificuldades para serem
As curvas devem ter desenvolvimentos maiores que 150 m, para ângulos Um critério desejável e que pode ser usado para orientar a escolha dos
centrais de 5º, e seus comprimentos devem ser aumentados de 30 m raios de curvas sucessivas encontra-se resumido na figura 10.2.
Cu rvas sucessivas, por considerações operacionais e de aparência, ZONA II - Sucessão boa ZONA IV - Sucessão a evitar quando possível
ALINHAMENTO
RETIÚNEO CONTÍNUO
,-.. 400
s
TANGENTES LONGAS
CURVAS DE PEQUENO RAIO ..
"'>
:::,
u
300
"'
"O
o
·;
~
~
~~ /4 TANGENTES QJRTAS
~~~ CURVAS DE GRANDE RAIO
100
ALINHAMENTO 50
CURVIÚNEO CONTÍNUO 50 100 200 300 1000 1800
FIGURA 10.1 -Alinhamento horizontal de uma estrada. FIGURA 10.2 - Escolha de raios de curvas sucessivas (Fonte: DNER).
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Füho cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 289
288
AUNHAMENTO VERTICAL O uso de trechos em nível (i = 0%) não apresenta problemas desde que o
pavimento tenha uma inclinação transversal suficiente para um bom
O projeto do greide deve evitar freqüentes alterações de menor vulto nos escoamento das águas superficiais.
valores das rampas. Estas deverão ser tão contínuas quanto possível. Deverão
Entretanto, em trechos em corte, o uso de rampas com declividade nula cria
ser evitadas sempre que possível curvas verticais no mesmo sentido
problemas para a execução dos dispositivos necessários ao escoamento da
separadas por pequenas extensões de rampa.
água superficial.
rodovias. Obviamente, o uso das rampas máximas deve ser limitado a casos 1. Valor máximo absoluto Fonte: DNER
2. A extensão de rampas acima de 8% será desejavelmente limitada a 300 m contínuos
especiais.
Cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 291
290 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes FilhQ
FAIXAS AUXILIARES PARA VEÍCULOS LENTOS EM RAMPAS Trechos de estradas com sucessão de rampas muito curtas devem ser
evitados, pois criam a necessidade de um grande número de curvas verticais
COMPRIMENTO CRÍTICO DE RAMPA e problemas de visibilidade de ultrapassagem que acabam por diminuir
sensivelmente a capacidade de tráfego da estrada. Por outro lado, o
Entre as recomendações gerais do traçado em perfil, inclui-se também a comprimento máximo de uma rampa não pode ser fixado previamente, pois
implantação de faixa adicional para veículos carregados nas rampas em regiões montanhosas muitas vezes a topografia exige o uso de rampas
ascendentes cujo comprimento seja superior ao comprimento crítico de com vários quilômetros de extensão.
O uso de comprimentos de rampa não superiores ao comprimento crítico Em geral, a implantação de uma terceira faixa deve ser considerada quando
garantem o escoamento de tráfego em boas condições. Porém, quando é • forem satisfeitas duas condições: a) o comprimento crítico for excedido,
necessário o uso de um comprimento de rampa maior, deve o projetista ou seja, quando o comprimento da rampa causar uma redução de 25 km/h
procurar soluções que evitem que a capacidade de tráfego da estrada fique ou mais na velocidade de caminhões carregados; b) constatação de que o
alfaixo de valores desejáveis. volume horário de projeto (VHP) supera a capacidade da rampa. O segundo
item está fora do escopo deste livro.
A implantação de 32 faixa nas rampas para veículos lentos pode constituir-
se em solução de boa relação custo/benefício, mantendo em toda~ extensão É desejável que o início de uma terceira faixa seja precedido por um teiper
da estrada o mesmo nível de serviço. Tal solução pode afastar ou adiar por (figura 10.5) com comprimento de no mínimo 50 metros. A faixa deverá
muitos anos melhoramentos como aumento de faixas e duplicação de pistas, ser estendida além da crista da rampa até um ponto tal que um caminhão-
que geralmente são onerosos. tipo possa atingir uma velocidade mínima admissível para sua reentrada no
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 10 - AUNHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 293
292
0%
fluxo normal, seguida de um teiper de 60 m. A escolha das larguras a adotar +1 %
padrão técnico geral da rodovia nos demais segmentos (vide figura 10.11).
j"i
A figura 10.4 mostra as curvas de perda de velocidade para um caminhão-
tipo de 20 t, para o caso em que a rampa ascendente é precedida por um
75 km/h
trecho horizontal retilíneo e a velocidade de entrada na rampa é de 335 m 160m 350m
762m
80 km/h.
FAIXA ADICIONAL DE SUBIDA
785 m
6
..-..
~
e_,
5
~
:E
~ 4
FIGURA 10.5 - Disposição típica de uma faixa adicional de subida
(Fonte: CARCIENTE).
3
1
No caso em que a rampa considerada é precedida por outra rampa
o 100 200 300 400 500 600 700
COMPRIMENTO CRÍTICO DE RAMPA (m)
ascendente, pode-se calcular a perda de velocidade na rampa precedente
com o uso da mesma figura 10.4, que somada à perda de velocidade na
FIGURA 10.4- Comprimento crítico de rampa para caminhões de 20 t. rampa seguinte fornece a perda total de velocidade.
294 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 295
1
EXEMPLO: Dado o perfil da figura, determinar a inclinação do trecho e o o 100 200 300 430 m 600 700
DETERMINAÇÃO DOS PONTOS DE INÍCIO E FIM DAS RAMPAS 1. Quando a rampa ascendente é precedida de uma rampa descendente, o
2d+L0 =L
!~
l ":1::~:.:·
-----+'
b .
(10.1)
Comprimento
onde:
crítico de rampa
d = distância do ponto de início da rampa ao PTV, em m.
A distância do ponto de início da rampa ascendente ao ponto de início da 2. Quando a rampa ascendente em análise é precedida de uma outra rampa
terceira faixa constitui o comprimento crítico da rampa. ascendente ou de um trecho em nível, a estaca do ponto de início da
rampa coincide com a estaca do PIV da curva vertical formada pelas
Tendo em vista a existência de curvas verticais de concordância no início duas rampas.
de todas as rampas, que influenciam o desempenho dos caminhões, o ponto
de início da rampa a considerar no cálculo do comprimento crítico situa-se ·Por razões de ordem prática, a estaca a adotar para o ponto de início da
antes do término (no sentido do tráfego ascendente) da curva vertical, de terceira faixa deverá preferencialmente coincidir com estacas inteiras ou
acordo com os seguintes critérios: +10, sendo sempre antecedida por um teiper adequado.
Cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 299
298 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Füho
Tendo em vista a existência de curvas verticais de concordância ao final de Existem vários critérios para determinação do ponto de início de uma faixa
todas as rampas, que influem sobre o desempenho dos caminhões, as adicional, uma vez estabelecida sua necessidade. Dentre esses critérios, os
distâncias de aceleração dos veículos pesados são medidas a partir de um mais utilizados são os seguintes:
(10.2)
A AASHTO propõe a adoção do primeiro critério referido acima,
onde:
recomendando o valor de 25 km/h como redução admissível de velocidade.
b = distância do início da curva vertical até o fim da rampa, em m.
Admite, entretanto, reduções de velocidade superiores ou inferiores a esse
L = comprimento da curva vertical, em m.
valor, conforme o greide que antecede a rampa seja descendente ou
i2 = valor algébrico da rampa ascendente, em %.
ascendente, respectivamente.
i3 = valor algébrico da rampa seguinte, em %.
K = parâmetro de curvatura da parábola de concordância, em m.
Para um caminhão num trecho em nível entrando na rampa ascendente a
uma velocidade de 80 km/h e, adotando uma perda de velocidade de
2. Quando a rampa ascendente em análise é seguida de uma outra rampa
25 km/h, a velocidade limite será de 55 km/h, abaixo da qual os caminhões
ascendente ou de um trecho em nível, as distâncias de aceleração são
medidas a partir do PIV da curva vertical em foco. carregados trafegariam pela terceira faixa.
300 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 301
80
O outro critério consiste em adotar, por motivo de economia, um pequeno
70
prolongamento da interferência dos caminhões carregados, levando-se em
Velocidade limite 60 2%
conta que logo a seguir uma terceira faixa será iniciada. Essas considerações na rampa
V= 55km/h 50
conduziram à adoção da velocidade limite de 45 km/h, abaixo da qual os
caminhões carregados trafegariam pela terceira faixa. A distância do início
da rampa até o ponto onde é atingida essa velocidade é o comprimento
crítico da rampa.
10
empregando a curva correspondente ao greide da rampa em análise. A figura FIGURA 1o. 7 - Curvas de desaceleração para semi-trailer de 23 t
10.7 mostra um exemplo de curvas de desaceleração. (Fonte básica: AUSTROADS).
As curvas da figura 10.7 foram estabelecidas considerando uma velocidade DETERMINAÇÃO DO PONTO FINAL DA FAIXA ADICIONAL
Critério da visibilidade, que se baseia na existência de uma distância de Estas distâncias de aceleração são obtidas pela diferença entre as leituras
visibilidade adequada para permitir que um caminhão carregado no eixo das abscissas correspondentes às ordenadas da velocidade mínima
retornando à faixa de rolamento normal seja ultrapassado pelo restante de reentrada adotada e da velocidade de sustentação na rampa precedente
do tráfego. com terceira faixa. A figura 10.8 mostra um exemplo de curvas de aceleração
de veículos pesados.
Idealmente, os caminhões carregados reentrariam na faixa de rolamento
principal à velocidade normal de operação, minimizando a interferência CURVAS DE ACELERAÇÃO PARA SEMI-TRAILER DE 23 t.
Potência máxima = 136 kW
com o restante do tráfego e as necessidades de ultrapassagem. Para tanto, Torque máximo = 435 Nm
seria necessário estender excessivamente as terceiras faixas, com a
correspondente elevação dos custos de construção.
80
1% 0%
Gráfico representativo de
Aplicando a 2ª Lei de Newton ao sistema de forças da figura 10.10, temos:
220m um semi-trailer de 23 t.
0% Potência: 136 kW
Torque: 435 Nm
p
Substituindo dV/dt por (V - V0 )/t e V pela velocidade média V, temos:
V-V:
--º -g·a·V- -g·(b-sen0) = O
t
1
1
T donde:
w
V . t = ...:....(V_-_V:__,0c.:....)_-=g_·t_·(-'---b_-_s_en_0-'-)
FIGURA 10.1 O - Forças atuando num veículo pesado em rampa. g·a
306 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 307
Uma distância D qualquer pode ser determinada pela expressão V · t . TABELA 10.2 - Determinação do início das faixas adicionais e respectivos
Substituindo este valor na equação anterior, temos: comprimentos mínimos.
a (m) b(m)
GREIDE
1 V-V.: ,. . i.. "j',' :r~.. (%)
Distância entre o início da Comprimento mínimo a ser
D.• ,,:;-· -.,..._~
.º -1·(b-sen8) (10.4) rampa e o início da 3ª faixa considerado para a 3ª faixa
a , g
3,0 830 670
3,5 650 550
Isolando dt na equação 10.3 e integrando, temos: 4,0 530 450
4,5 440 360
t V 5,0 380 300
Jdt--· J
dt=---d_V_ __ l dV
5,5 330 260
g ( a · V - sen 0 + b) g aV -sen0 +b
to Vo 6,0 290 230
6,5 260 200
Obs.: a = comprimento crítico da rampa para uma velocidade de entrada de 80 km/h.
(10.5)
TABELA 10.3 - Determinação do final da 3ª faixa para diferentes greides.
onde:
DISTÂNOA EM METROS A PARTIR DO TOPO DA
VELOODADE DE CURVA VERTICAL ATÉ O FINAL DA 3ª FAIXA
D = distância percorrida na direção do movimento, em m.
GREIDE SUSTENTAÇÃO (EXCLUINDO TEIPER), QUANDO A RAMPA
(%)
V = velocidade, em m/s. DOS CAMINHÕES SEGUINTE FOR:
(km/h)
V0 = velocidade quando t = O. -6% -5% -4% -3% :2% -1% 0% +1% +2%
3,0 33 50 50 50 55 60 75 100 190 420
0 = ângulo da rampa.
3,5 29 50 50 55 65 80 100 145 260 530
t = tempo de percurso. 4,0 26 50 55 65 75 95 125 180 300 610
4,5 23 55 60 70 85 105 140 205 330 660
g = aceleração da gravidade (9,8 m/s2).
5,0 21 55 65 75 90 115 155 220 350 710
5,5 19 60 65 80 95 120 165 245 360 730
6,0 18 60 70 85 100 130 170 250 365 740
As curvas de aceleração e desaceleração de veículos pesados são
6,5 17 60 70 90 110 140 175 250 370 750
representações das equações 10.4 e 10.5.
Fonte:DNER
ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Polllls Fillw
cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 309
308
~ <== aparência.
e::=> --~----~- --------. ---------------- ~-
PLANTA
F::::=:::::======~::::::i Representar longas extensões do perfil em escala menor que a habitual
RI
·.:; i
- :
i]
'"'
:M
~!
,.., :
-0
"'_;
esquematizando no rodapé o traçado em planta (tangentes e sentido das
curvas) facilita o estudo gráfico da conjugação desses elementos
1 SEM ESCAIA 1
oi:
"O '"'
: "O rã ~
o ! lo e:
:o i ~·o ~<ti: :_; • fundamentais do traçado.
21
- !,I 1- . ,_; .__,_,~,>--,_,~t,
l '2 -
1
.L...
cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 311
310 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
--------~
FIGURA 10.12 - Diagrama de barras.
Em rodovias de pista dupla, é desejável que os traçados em planta e
perfil sejam independentes para as duas pistas.
L=280m
A coordenação dos alinhamentos horizontal e vertical confere à rodovia boas
~ o
características de segurança, conforto de dirigir e aparência. o
+ "'!
ao ~ o
ao o "':
~
"'
..
00 M
+
;::.
.....
cÕ
u 8 "'u
s
> 8
De acordo com o DNER, alguns aspectos básicos a considerar objetivando ~ >
t
estabelecer essa conjugação encontram-se resumidos a seguir e ilustrados
,,
I
ri
:rj'
..
ao
8
',,_ --t_';l~2
Trechos em tangente horizontal não são coerentes com freqüentes Alinhamento ~
est 205+0,00
cota 8 13,20
Vertical L =420m F= 2,454 m
quebras no greide e vice-versa.
Curvas verticais e horizontais devem se superpor, de preferência as
horizontais iniciando um pouco antes das verticais. Os vértices das R= 950m
Alinhamento
tangentes das curvas verticais e horizontais devem aproximadamente Horizontal
coincidir.
R = 1200m
Curvas horizontais não devem iniciar ou findar no cume das lombadas
para não surpreender o motorista. Quando a curva horizontal se encontra
dentro de um corte, esse efeito será reduzido pelo balizamento natural FIGURA 10.13 - Perfil longitudinal e diagrama de barras
(Fonte: PIMENTA).
dos taludes de corte.
f
312 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 313
Planta
Planta '
Perfil
Perfil
·················· ····••............
Planta Planta
Perfil
Perfil · '
Planta
Planta
Perfil Perfil
t
Curvas horizontais longas podem associar-se a
Falta de coordenação. Os vértices de um suaves ondulações em perfil.
alinhamento coincidem com os pontos
de inflexão do outro.
FIGURA 1O. 14- Combinação de alinhamentos (Fonte: DNER). FIGURA 10.15-Combinação de alinhamentos (Fonte: DNER).
Cap. 10 - ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL 315
314 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
Planta
[IT1í]l Perfil
-------- --- ~ -
~- - .
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Planta
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Perfil /
Planta
tCTJ Perfil
Planta
[t, Perfil
,11
Planta
CTilT Perfil
1 1
"2"411M- ~ ~ . ~ ~ -
Se~~.~~ e ~ N
Planta ERASMO
Humanista Holandês
D Perfil
INTRODUÇÃO
n
unificam, e na qual estão localizados todos os dispositivos destinados a
ci 111
Perfil
ordenar os diversos movimentos do tráfego.
A escolha de um tipo de interseção é baseada principalmente nos seguintes • INTERSEÇÕES COM 3 RAMOS: são chamadas de interseções em T ou
em Y. Quando dois ramos formam uma via contínua e são interceptadas
dados:
por um terceiro ramo num ângulo entre 70° e 110°, tem-se uma interseção
• Funcionais: classificação funcional das vias, tipo de vias, tipo de controle em T. Caso contrário, a interseção é em Y.
De uma maneira geral, as interseções podem ser classificadas em duas • INTERSEÇÕES COM 4 RAMOS: podem ser retas, oblíquas ou
categorias: a) Interseções em nível; b) Interseções em desnível, ou assimétricas. Se o ângulo estiver entre 70º e 110º, tem-se uma interseção
interconexões. reta, caso contrário, oblíqua. Uma interseção com dois ramos separados
na área da interseção, é chamada interseção assimétrica (ou defasada).
INTERSEÇÕES EM NÍVEL
• INTERSEÇÕES DE RAMOS MÚLTIPLOS: são interseções com cinco As interseções citadas podem apresentar ainda mais três subdivisões: com
ou mais ramos. canalização, sem canalização e com alargamento. O tipo canalizado é aquele
que possui sinalização horizontal ou pequenas ilhas de canalização de tráfego
distribuídas na interseção.
• Divergente.
• Convergente.
• Cruzamento.
• Entrelaçamento.
Glauco Pontes Füho Cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 323
322 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
CONVERGÊNCIA
CRUZAMENTO
++
Direto, Direita Direto, Esquerda Oblíquo, Oposto
ENTRELAÇAMENTO
Oblíquo
Quando forem utilizadas ilhas físicas, estas devem ser delineadas por meios-
FIGURA 11.3 - Interseção canalizada de alto padrão (tipo bulbo).
fios transponíveis. Em alguns casos podem ser requeridas barreiras para
proteger os pedestres.
1. Deve-se, sempre que possível, reduzir as áreas de conflito.
A canalização do tráfego, basicamente, pode ser utilizada com as seguintes
finalidades: • 2. Quando as correntes de tráfego se cruzam sem convergência ou
entrelaçamento, o cruzamento deverá ser feito em ângulo reto ou próximo
• Separar conflitos entre veículos. a este.
3. A convergência de correntes de tráfego deve ser realizada através de 6. Separar os pontos de conflito existentes dentro da interseção.
ângulos pequenos, de maneira a minimizar a velocidade relativa dos
veículos. 7. A canalização deve evitar ou pelo menos desencorajar os movimentos
não permitidos.
5. Proporcionar refúgio aos veículos que vão cruzar ou convergir. São faixas construídas com o objetivo de proporcionar aos veículos espaço
adequado que lhes permita manobras de variação de velocidade (aceleração
ou desaceleração), sem provocar interferências com o tráfego principal.
L.5---
-- - _.
-----------
~J l~,.~-______
1
Essas faixas facilitam as mudanças de velocidade entre as vias principais e
os ramos de entrada e saída. No que se refere às faixas de aceleração e
desaceleração, os tipos mais utilizados são os representados nas figuras
. - 1-
11.4.
328 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 329
tr_l,-_e_·1._r_:I (1)
Velocidade de projeto da curva de
- . conversão f km/h)
Raio mínimo da ruiva de conversão
<m
o
-
20
10
30
25
40
45
50
80
60
110
70
150
80
200
Velocidade de projeto Comprimento Comprim~to total da faixa de
---------.- ----- --------------------· da rodovia ('km/h) do teiper (m) DESACELERAÇAO, incluindo o teiper (m)
~ 40 40 60 40
50 45 80 50 45
60 55 90 70 65 55
70 60 110 90 85 75 60
,.__ 80 70 120 100 95 80 70
---------.-------------------------- · 90 75 130 120 110 100 85 75
----+- 100 85 140 130 125 115 100 85
Teip er
,1 110
120
90
100
150 140 135 125 110 100 90
160 150 140 130 115 110 105 100
(2)
,.__ f<" -•
---------.--------------------------· ~~ de projeto Comprimento
Comprimento total da faixa de ACELERAÇÃO,
do induindo o teioer ( m)
. (kmt'hl
.,.,tia rodóvla telper (m) Caso 1 - Rodovias de trânsito intenso
40 40 60 40
50 45 90 70 60 45
60 55 130 110 100 70 55
FIGURA 11.4 - Faixas de aceleração (1) e desaceleração (2).
70 60 180 150 140 120 90 60
80 70 230 210 200 180 140 100 70
90 75 280 250 240 220 190 140 100 75
100 85 340 310 290 280 240 200 170 110
No início e no fim das faixas de mudança de velocidade, geralmente há 110 90 390 360 350 320 290 250 200 160
120 100 430 400 390 360 330 290 240 200
necessidade de introduzir um trecho de largura variável, denominado teiper. l<!l --
.Velocidade de projtto Comprimento
Considerando-se que o deslocamento lateral de um veículo se processa à L~ rodov)a Ckm/ff, do teiper (m) Caso 2 - Rodovias de trânsito pouco intenso
40 40 40
velocidade de 1,0 m/s e que a largura da faixa de mudança de velocidade é 50 45 50 45
60 55 80 60 55
geralmente de 3,0 a 3,5 metros, o veículo leva de 3,0 a 3,5 segundos para 70 60 120 100 90 60
80 70 160 140 130 110 70
percorrer o teiper. As tabelas 11.1 e 11.2 a seguir resumem os valores 90 75 200 180 170 140 100 75
100 85 250 220 210 190 180 120 85
recomendados para comprimento das faixas de mudança de velocidade e 110 90 300 260 250 230 200 150 100 90
120 100 330 300 290 260 240 190 140 100
dos t eipers.
330 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 331
TABELA 11.2 - Variação do comprimento das faixas de mudança de EXEMPLO: Dimensionar as faixas de aceleração e desaceleração para os
velocidade em função do greide.
·.;;""~ "' •
...... ; ramos de entrada e de saída numa auto-estrada cuja velocidade de projeto é
. . .,~ ~
. . FAIXAS DE DESACELERÂÇÃO
~~~ ·t,, ,_ -.~
de 110 km/h. Admitir:
Velocidade de FATOR DE MULTIPLICAÇÃO A SER ADOTADO PARA OS
projeto ( km/h) COMPRIMENTOS CONSTANTES DA TABELA 11.1
Rampa ascendente de Rampa descendente de
TODAS 3 a 4%: 1.2 a) trânsito pouco intenso na via.
3 a 4%: 09
Rampa ascendente de Rampa descendente de
TODAS
5 a 6%: 0,8 5 a 6%: 1.35 b) ramo de entrada com inclinação +3% e de saída com inclinação-3%.
c) velocidade de projeto dos ramos de 50 km/h.
FAIXAS DE ACELERAÇÃO
FATOR DE MULTIPUCAÇAO A SER ADOTADO PARA OS
Velocidade de COMPRIMENTOS CONSTANTES DA TABELA 11.1
projeto da VELOODADE DE PROJETO DAS CURVAS DE CONVERSAO
TODAS AS
rodovia (km/h) 20 30 40 50 60 70 80
VELOCIDADES
Rampa Dados: Velocidade de projeto na via principal= 110 km/h.
Rampa ascendente de 3 a 4% descendente
de 3 a 4% Velocidade de projeto nos ramos = 50 km/h.
40 1,2 1,2 0,70
50 1,2 1,2 1,2 0,70
60 1,3 1,3 1,3 1,3 0,70
70 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 0,65 • Ramo de Entrada (faixa de aceleração)
80 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 0,65
90 1,4 1,4 1,4 1,4 1,5 1,5 1,6 0,65
100 1,5 1,5 1,5 1,5 1,6 1,6 1,7 0,60
1,6 1,7 1,7 1,8 0,60
Da tabela 11.1, temos:
110 1,5 1,5 1,5
120 1,6 1,6 1,6 1,7 1,8 1,8 1,9 0,60
Comprimento do teiper, T = 90 m.
Rampa Comprimento total da faixa de aceleração, C = 200 m.
Rampa ascendente de 5 a 6% descendente
de 5 a 6%
40 1,3 1,4 0,60
50 1,3 1,4 1,4 0,60 Fator de correção para greide de +3% (tabela 11.2), f = l,6.
60 1,4 1,5 1,5 1,5 0,60
70 1,4 1,5 1,6 1,6 1,8 0,55
80 1,4 1,5 1,6 1,7 1,9 2,0 0,55 Logo, o comprimento total corrigido da faixa de aceleração é:
90 1,5 1,6 1,7 1,8 2,0 2,2 2,3 0,55
100 1,6 1,7 1,8 1,9 2,2 2,3 2,5 0,50
110 1,9 2,0 2,0 2,2 2,6 2,8 3,0 0,50
2,8 3,0 0,50
C' = C · f = 200 · (1,6) = 320 m
120 2,0 2,1 2,2 2,3 2,7
332 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 333
Faixa de aceleração
INTERSEÇÕES EM DESNÍVEL OU INTERCONEXÕES
---1•
► -------------------------------
• :I
Nestes casos haverá necessidade de conceber uma obra de arte que separe
verticalmente duas ou mais dessas vias cujos traçados se cruzam, permitindo
Ramo de Saída (faixa de desaceleração) dessa forma que os tráfegos não fiquem sujeitos a interferências.
Fator de correção para greide de -3% (tabela 11.2), f = 1,2. interconexão pode ser a única solução viável.
Logo, o comprimento total corrigido da faixa de desaceleração é: As interconexões também podem ser aplicadas na eliminação de pontos de
estrangulamento ou congestionamento localizados, onde o tráfego não pode
C'= e- f = 110·(1,2) = 132m ser atendido através de melhorias da interseção em nível. As características
operacionais e a capacidade de uma interconexão podem ser
Faixa de desaceleração
..
---------------------------------------------·
consideravelmente melhoradas através da minimização do entrelaçamento.
Os ramos direcionais são exigidos para altos volumes de conversão, visando As interconexões de vias expressas constituem-se numa aplicação
com isso assegurar maior velocidade, menor distância e maior segurança praticamente automática desse conceito, tendo em vista que, por definição,
(figura 11.5). uma via expressa é uma via que opera sem interrupções no fluxo de tráfego
em seus cruzamentos. O tipo mais simples de interconexão consiste em
As saídas e entradas devem estar conectadas com a rodovia do lado direito apenas uma simples rampa coletora entre duas rodovias que cruzam. Os
( no sentido do tráfego). Isso irá minimizar manobras inesperadas e melhorar esquemas dos tipos mais comuns de interconexões estão indicados a seguir.
a operação por parte do motorista. A situação mais favorável é que haja um
acesso de saída antes de um acesso de entrada, a fim de liberar parte do • TREVO COMPLETO: têm rampas direcionais para todos os movimentos
volume de tráfego. de conversão à direita e laços para os movimentos de conversão à
esquerda. Quando os volumes de tráfego são elevados, podem surgir
ramo
sérios problemas na operação do tráfego nos trechos localizados entre
-
os laços.
ramo
externo
Fonte: AASHTO
Fonte: AASHTO
• DIAMANTE: têm uma única saída antes da via de cruzamento e uma Fonte: AASHTO
L
338 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho Cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 339
li
Vantagens:
l li
Vantagens:
• As rampas de saída localizam-se antes da obra de arte. • ·Boa localização das rampas de saída e de entrada na estrada principal.
• As rampas de entrada localizam-se depois da obra de arte. • Requer pouco espaço fora da área da rodovia.
• Estrutura relativamente econômica. • Conexões por rampas diretas.
• Requer pouco espaço fora da área da rodovia. • Evita entrelaçamento na estrada principa1.
• Conexões por rampas diretas. • Entrada e saída simples.
• Evita entrelaçamento na estrada principal. • Maior capacidade do que no diamante simples.
• Entradas e saídas simples. • Quando as estradas secundárias passam sobre a estrada principal, as
rampas de saída e de entrada favorecem as manobras de desaceleração
Desvantagens: e aceleração.
• Muitos pontos de conflito na rodovia secundária.
• Possibilidade de manobras erradas. Desvantagens:
• Requer canalização de tráfego na rodovia de cruzamento. • Muitos pontos de conflito na rodovia secundária.
• Caso haja sinalização, é requerido um semáforo de 3 fases. • Possibilidade de movimentos errados nas rampas.
• Poucas possibilidades de alargamento futuro da estrutura. • Requer canalização de tráfego na rodovia de cruzamento.
• Tráfego de saída da estrada principal é obrigado a parar no final da • Custo adicional de mais uma obra de arte, em relação ao anterior.
rampa. • O tráfego que vira à esquerda na estrada secundária é obrigado a parar.
Glauco Pontes Filho
cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 341
340 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
Vantagens:
• As rampas de saída localizam-se antes da obra de arte.
• Btrutura relativamente econômica.
• Requer pouco espaço fora da área da rodovia.
• Conexões por rampas diretas.
• Evita entrelaçamento na via.
• Entrada e saída simples.
• Quando as estradas secundárias passam sobre a estrada principal, as Vantagens:
rampas de saída e de entrada favorecem as manobras de desaceleração • Fluxo contínuo e natural para todos os movimentos.
e aceleração. • Não conduz a movimentos errados na via.
• Aumento da capacidade em relação aos outros tipos de interconexão • Sinalização semafórica desnecessária.
em diamante. • Pode ser construído por fases.
Desvantagens: Desvantagens:
• Possibilidade de movimentos errados nas rampas. • Exige grandes áreas.
• Requer canalização de tráfego na rodovia de cruzamento. • Capacidade limitada em função do entrelaçamento.
• Custo adicional de mais uma obra de arte. • Exige acessos separados para a via de cruzamento.
• O tráfego que vira à esquerda na estrada secundária é obrigado a parar. • Apresenta comprimentos insuficientes de vias de desaceleração, em geral.
342 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 343
TREVO COMPLETO COM VIAS C-D (Coletoras - Distribuidoras) TREVO PARCIAL (Pareio - Partia/ Cloverleaf)
u
Vantagens:
Vantagens: • Os entrelaçamentos são eliminados.
• Os entrelaçamentos são deslocados para as vias C-D. • Favorece o tráfego mais rápido na estrada principal devido às rampas
• N áo conduz a movimentos errados na via. de saída se localizarem antes da obra de arte (Pareio "A").
• Maior capacidade que o trevo simples. • Possibilidade de melhorias futuras.
• O número de entradas e saídas na estrada principal passa de 8 para 4.
Desvantagens:
Desvantagens: • Pontos de conflito na estrada secundária limitam a capacidade.
• Exige grandes áreas, com elevados custos de construção. • Requer canalização do tráfego na rodovia secundária.
344 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 345
Parclo "A"
Tipo "A"
Pareio "B"
Tipo "B"
Vantagens:
• Evi1a entrelaçamento.
• Não conduz a movimentos errados.
• Alta capacidade de tráfego.
• Sinalização facilmente realizável.
Vantagens:
• Requer uma única obra de arte.
Desvantagens: • Não existe entrelaçamento.
• Custos mais elevados • Alta capacidade de tráfego.
• Exige grandes áreas para implantação. • Movimentos semidirecionais a grandes velocidades.
Cap. 11 - INTERSEÇÕES RODOVIÁRIAS 347
346 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
! \
l i
-
+--
----+
l i·
Vantagens:
• Solução relativamente simples em zonas rurais onde existam 4 ou mais
estradas que se cruzam, com volumes relativamente pequenos.
Vantagens:
• Podem ter excelentes características operacionais.
Desvantagens: • Acomodam grandes volumes de tráfego.
• Requer grandes áreas para implantação.
• Entrelaçamentos limitam a capacidade.
• Elevado custo de construção de obras de arte. Desvantagens:
• SiDalização direcional difícil de aplicar, a menos que o diâmetro do • Exigem grandes áreas.
círculo seja suficientemente grande. • Construção bastante onerosa.
348 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
AI= 48,37°
<( A2 = -22,38º
§o 3) a
IX li
4) c
~
LIJ
V)
5) b
5um 6) c
7) d 1 = 5.830,95 m
IV
d 2 = 5.656,85 m
d3 = 5.385,17 m
AI= -104,04º
CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6
4) X= 50,83 m e= 6,9%
6) 72km/h
7) a) J = 0,54 m/s3
b)p = 1,89 m CAPÍTULO 7
c)D = 12,32 m
1) 0,62
8) E(TSI) = 42 + 13,62
2) 0,39
E(SCI) = 43 + 13,62
3) 0,48
E(CSI) = 53 + 3,06
4) a) 0,88
E(STI) = 57 + 3,06
b) 0,70
E(PC2) = 67 + 3,06
5) 0,53
E(PT2) = 77 + 12,51
E(F) = 122 + 6,23
9) X= 53,0m
Y= 0,47 m
10) i = 1,139º
11) (E; N) = (442,61 ; -281,53)
12) (E; N) = (24,78 ; 108,80)
13) Vide exemplo resolvido nº 1.
354 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho RESPOSTAS DOS EXERCÍOOS 355
ESTACA
"' -.
COTAS DO GREIDE
' •
COT~ ~ GRBDE
..;4 ..,, "
(PCV) 68 + 0,00
' 69
·. 558,20
557,80 .
0,00
-0,04
558,20
557,84
RETO f • DEPROJ~Q 70 557,40 -0,15 557,55
71 557,00 -0,34 557,34
(PCV) 70 + 0,00 669,20 o 669,20 72 556,60 -0,60 557,20
73 556,20 -0,94 557,14
71 669,40 0,05 669,35 74 555,80 -1,35 557,15
72 669,60 0 ,20 669,40 75 555,40 -1,84 557,24
(PIV) 76 + 0,00 555,00 -2,40 557,40
73 669,80 0,45 669,35 n 555,80 -1,84 557,64
78 556,60 -1,35 557,95
(PIV) 74 + 0,00 670,00 0,80 669,20 79 557,40 -0,94 558,34
75 669,40 80 558,20 -0,60 558,80
0,45 668,95
81 559,00 -0,34 559,34
76 668,80 0,20 668,60 82 559,80 -0,15 559,95
83 560,60 -0,04 560,64
77 668,20 0,05 668,15 (PTV) 84 + 0,00 561 ,40 0,00 561 ,40
(PTV) 78 + 0,00 667,60 o 667,60
356 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes FiJJ,o RESPOSTAS DOS EXERÓCIOS 357
' i
EST~
·OOTÁs DO GREIDE
RETO
f COTAS DO GREIDE "
..
'
ESTACA .
. COTAS DO GREIDE f
COTAS DO GREIDE
• ,1-_f , ' ., ,;,r D~ PROJETÇ) RETO DE PROJETO
••' ' . -•r:• . - .,.
' ·" ' ~
(PCV) 45 + 0,00 124,00 0,00 (PCV) 30 + 0,00 82,00 0,00 82,00
. 124,00
31 82,51 0,01 82,50
46 123,80 0,03 123,TT 32 83,00 0,02 82,98
33 83,51 0,05 83,46
47 123,60 0,12 123,48
34 84,00 0,08 83,92
48 123,40 0,27 123, 13 35 84,51 0,13 84,38
36 85,00 0,18 84,82
49 123,20 0,48 122,72 :r, 85,51 0,25 85,26
38 86,00 0,32 85,68
(PIV) 50 + 0,00 123,00 0,75 122,25 39 86,51 0,41 86,10
51 122,20 (PIV) 40 + 0 ,00 87,00 0,50 86,50
0,48 121 ,72
41 87,31 0,41 86,90
52 121,40 0,27 121 , 13 42 87,60 0,32 87,28
43 87,91 0,25 87,66
53 120,60 0,12 120,48 44 88,20 0,18 88,02
45 88,51 0,13 88,38
54 119,80 0,03 119,TT
46 88,80 0,08 88,72
(PlV) 54 + 10,00 119,00 0,00 119,00 47 89,11 0,05 89,06
48 89,40 0,02 89,38
49 89,71 0,01 89,70
(PlV) 50 + 0,00 90,00 0,00 90,00
RESPOSTAS DOS EXERÓOOS 359
358 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
....... -~ ...... ..
~
--·
COTAS DO GREIDE
••
CÓTA.S.Dó GREIDE '.
s,;
ESTAÇA
.. .' ~o
f
. DE PROJETO
T"7
- '
..... ~ t
18)
19) b
21) i1 =-5%; Í
1
=+5%; i =-1,25% 3
PCV 103,415 101,000 0,000 101,000 2,415 Início do viaduto: 416 m; Fim do viaduto: 525 m
30
104,785 101,250 0,011 101,239 3,546
104,914 101,500 0,045 101,455 3,459
i = 13 6% > i (não é possível interligar)
31 AB ' máx
+-10 105,112 101,750 0,101 101,649 3,463
32 105,222 102,000 0,180 101,820 3,402
+-10 105,317 102,250 0,281 101,969 3,348
33 105,419 102,500 0,405 102,095 3,324
+-10 105,613 102,750 0,551 102,199 3,414
34 105,712 103,000 0,720 102,280 3,432
1-10 105,801 103,250 0,911 102,339 3,462 CAPÍTUL09
35 PIV 105,903 103,500 1,125 102,375 3,528
1-10 105,793 103,300 0,911 102,389 3,404
36 105,685 103,100 0,720 102,380 3,305
1-10 105,417 102,900 0,551 102,349 3,068
1)
37 105,335 102,700 0,405 102,295 3,040
1-10 105,127 102,500 0,281 102,219 2,908
38 104,295 102,300 0,180 102,120 2,175
1-10 104,01.5 102,100 0,101 101,999 2,016
39 103,970 101,900 0,045 101,855 2,115 o
121,85
103,950 101,700 0,011 101,689 2,261 27,50 6,00 376,50 231,50 25-4,65 254.65 121,85
40 PTV 103,550 101,500 0,000 101,500 2,050 60,00 66,00 66,00 998,80 1120,65
2 78,98 1064,80
1420,80 25-41,45
3 63,10 1420,80
2) a) 120.000 m3
b) 20.000 m 3 .
,. t , ,
~ ~
IM{
N; ·-··,; 1 . ----- .;: . " ·· 1 \B
I
E I
I
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I
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(E. 1-E.)
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, \ ; AC=ti. 1
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(E-•• -E.)
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1
Az; -180o + arctan _ ' (90º < Az; s 180º)
N i +l N; '\_,'
o D - R_·_t::.
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180º
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"*
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'"1'9'°~ ~{,'~ ~
NE
-f".
CURVAS DE TRANSIÇÃO 2 4
8_ )
X - L . l - 0-s- +_s
s s ( 10 216
R ·"'º ·n
D =- c~ " -
180º
L2
8----
I
I
2·Rc ·Ls
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
O'
E- Rc + p -R
cos(ll./2) e
Ls R ·ll.º· n
=---'-
e __
max 180º E(TS) = E(PI) - [IT]
E(ST) = E(CS) + [L 5]
L
ANEXO l 371
370 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
-1•--T~l
• - - - - x - - E►1( T2 PI
········ 'l!)"····
f
\ f
PT3
ANEXO I 373
372 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
y
PIV COTAS
PIV
ESTACAS
L
L L
-g 2 •
y=- · x +ti.·x
2L
-g 2
Cota(P) = - · x + 4·x + Cota(PCV)
2L
f =L-x2 g ·L
F=-
2L 8
E(PCV) = E(PIV)- [L 1]
li-2 . L
Yo=- E(PTV) = E(PIV) + [LJ
2g
r
s
L
L
D2
D 2 L - P · A=K . · A
min -122+3,5·Dp mm
L.
mm
=-P-·A =K.
mm
·A
412
CASO II: S > L.
CASO II: S > L. s
s
H/m
I• h/n ~1
1· ·I
F h
H
L/2
n%
L
1. .1
l22+3,5·Dp
L . =2Dp _ _ _.:.---~
412
L.
mm
=2Dp--
A mm A
ANEXO I 377
376 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
obstáculo
à visibilidade
.....................
X
{l
percurso do olho
do motorista
pista
RAIOS MÍNIMOS
3
--e·-· ....
J'.~~:-~·:.7r;~_
G i G
\ l se
i= arctan(;)
G G
tÍs1 = (20 - a)·~ ds=-
2c 2
G G G
dan = dªn =(20-a)·-+(n-2)·-+b·-
2c 2 2c ].s =0s -is
Oº Oº
1 ds1 da 1
2 ds2 da2
3 ds 3 da3
SUPERLARGURA
DISTÂNCIA DE VISIBIUDADE DE PARADA
,, ,,.
, , ,, ...····•··•····
, .........
,,,: //
.
///
-; r · ····· · . ?, . ~. :,,0----,-:------r--,
' '
''
GJ2 llL L GJ 2
l• D - 0 7 ·V+-- --
P ' 255 •(/ + i)
vi
-
'
,,. .....
.
(VOSHELL-PALAZZO)
382 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
-,, .
LISTAGENS DE PROGRAMAS
CALCULADORA HP-48 G/GX
d 1 = distância percorrida durante o tempo de percepção, reação e aceleração inicial.
d 2 = distância percorrida pelo veículo 1 enquanto ocupa a faixa oposta.
d 3 = distância de segurança entre os veículos 1 e 3, no final da manobra.
d4 = distância percorrida pelo veículo 3 que trafega no sentido oposto .
. V(km/hf 30 40 50 60 70 80 90 100
·. Dú(m) . · 180 270 350 420 490 560 620 680
ANEXO II 385
384 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
DADOS DE ENTRADA:
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES SIMPLES
R: Raio da curva, em m.
â : Ângulo central, em graus.
e: Corda para locação, em m.
E(PI): Estaca do PI, no formato [ INT FRAC ].
I
I
I
I
I
I
I
I
I
DADOS DE SAÍDA:
I
I
I
I
,' R
' ~ ,' T: Tangente, em m.
\ G \ ,'
D: Desenvolvimento da curva, em m.
\ ~ \ \ AC:6 , /
\ ~ ,
\
-~'
: /
E: . Afastamento, em m.
'\_,' G: Grau da curva, em graus.
o
d: Deflexão para a corda e, em graus.
TELA INICIAL DO PROGRAMA: dm: Deflexão por metro, em minutos.
CURVAS CIRCULARES :::::::::::::::::::. ·-· ·:·· .. E(PC): Estaca do PC, no formato ( INT FRAC ].
~=
C: OBS.:
E(PI):
Digitar a estaca do PI no formato [ INT FRAC ].
Ex.: Se E(PI) = 120 est + 14,50 m, digitar: [120 14,50].
RAIO DA CURVA (m) +
lsrcj
~DIT ·
386 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Ponles Filho ANEXO II 387
il O} {} {}
DF "d(º)" -TAG
INFORM DROP EVAL
DM "dm(rnin)" -+TAG
-, KILL " " "" "" uu CONT} -+TAG
EPC "E(PC)"
TMENU EPT "E(PT)" -TAG
e= 20 m.
3: dm (min): 9,99 1 - - - - - ,
CURVAS CIRCULARES 2: E(PC): [ 176,00 12,00]
RESULTADOS:
HALT
{ HOME}
4: T (m): 72,12 1 - - - - - - - ,
\~66•\
3: D (m): 136,57 1---......,
2: E (m): 14,51
1: G (º): 6,66
. L'g>NF..\'.
G•
0
Grau da curva, em '------'
Afastamento, em m _ _ _ _ _ ___,
Tangente + - - - - - - - - - - ' o
390 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho ANEXO II 391
ACESSO-TIPO DERSA
R1: '
R2:
DADOS DE ENTRADA: F:
â:
R 1 : Raio das curvas externas, em m.
R2: Raio da curva interna, em m. RAIO DAS CURVAS EXTERNAS (m)
2 MENU
{ KILL " " " " "" "" CONT} TMENU >>
3: 62 (º): 65,50
R2: 12 T1 (m): 18,25
2:
F: 2 1: T (m): 29,73
,, KIÜ:- if '41 .., - CONT
ti: 105 ~-. "· .-. 'i; ---
Tangente, em m _ _ __
RAIO DAS CURVAS EXTERNAS (m) _...J
EDIT 1
,
Tangente da curva de raio R2 + f, em m - - - -- ----'
{ HOME}
4: d (m): 15,78
3: X (m): 15,54
2: Y (m): 2,71 -
.._
1: Fmax (m): 13,30
TI<ID: ~.J
.._--;,,_,..,.. .._ -~- ' .:,
1 Ml,.'",~·.,.~-i.. -~· 7 ,', ,>c,"
.,com,
Afastam ento máximo das tangentes, em m
L
Glauco Pontes Filho ANEXO II 397
396 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO
CURVAS DE TRANSIÇAO
A:
DADOS DE ENTRADA:
V:
Rc: Raio da curva, em m.
E(PI):
li: Ângulo central, em graus.
V: Velocidade de projeto, em km/h. RAIO DA CURVA (m)
E(PI): Estaca do PI, no formato [ INT FRAe ). "'~ EPU-
398 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO G'®co Pont~s FiJJio ANEXO II 399
{
PROMPT 'IS' STO
{"R:" "RAIO DO TRECHO CIRCULAR (m)" O}
LS 2 / R / '8S' STO
{"ll:" "ÃNGULO CENTRAL (graus)" O}
es 4 A 210 ; es 2 A 1o ; - 1 + LS *
{"V:" "VELOCIDADE DE PROJETO (km/h)" O}
'XS' STO
{"E(PI):" "ESTACA DO PI [ INT FRAC ]" 3}
}
es 3 1 es 3 A 42 ; - IS * 'YS' sro
(1 O} {} {} es SIN R * NEG xs + . 'K' STO
OBS.:
es "8S (rad)" - TAG
"(j> (º)" -TAG 1) Digitar a estaca do PI no formato [ INT FRAC ).
' Ex.: Se E(PI) = 120 est + 14,50 m, digitar: [120 14,50).
IS "is (º)"
JS "js (º)"
-TAG
-TAG HALT 2 FIX
l
l
•
!SPCI
i
l
402 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho ANEXO II 403
RESULTADOS:
3: Ys (m): 4,80
3:
2: K (m): 59,97
2: LSmínimo: 72,00
1: p (m): 1,20
1: LSmáximo: 305,43
~ ià.U: ,- . . 'coNT .
KILL
Afastamento da curva circular, em m .,__ _ ___,
Para este exemplo, adotaremos L s = 120 m. Abscissa do centro O', em m .,__ _ _ __,
HALT
SUPERELEVAÇÃO
{ HOME}
4: TT (m): 218,00
3: D (m): 185,43
2: E (m): 25,52
1: e (m): 119,92
. f ~-~ • !(q)N f"i
- Klll t
Tangente total, em m + - - - - - - - _ _ J
DADOS DE ENTRADA:
{ HOME}
V: Velocidade de Projeto, em km/h.
4: E(TS}: [ 217,00 19,00]
R: Raio da curva, em m.
3: E(SC): [ 223,00 19,00]
/T: Coeficiente de atrito transversal.
2: E(CS): [ 233,00 4,43]
E(ST): [ 239,00 enwc: Superelevação máxima, em %.
1:
r
ANEXO 11 407
406 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Füho
'EMAX' STO
'R' STO
LISTAGEM:
·•v• STO
<< oooooo
- V R EMAX FT RMIN E
EMAX 100 / FT + 127 *V SQ / INV 'RMIN' STO
CLEAR
V: 90
SUPERELEVAÇAO
. . .I. . . . ... ., ,. . .
F I
I
A/
_.
l
...-···•···
R: 900 ,I
........................ ......... ..
I ,:
EMAX: 10 1
,,
I
FT: 0,14
E , '
VELOCIDADE (km/h) : 1
.EOIT
RESULTADOS:
{ HOME}
TELA INICIAL DO PROGRAMA:
4:
SUPERLARGURA
3:
2: Rmin (m): 265,75 V: R:
L: F:
1: e(%): 5,03
E: GL:
KILi ·com\,.~ ,. _ ~yr
LB:
Superelevação, em % _ _ _ __,
VELOCIDADE (km/h)
Raio mínimo de curvatura, em m _ _ _ _ __,
7.N!!?~ ~~~;! ~ .
410 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho ANEXO II 411
SUPERLARGURA
v: r~ "r-- R: 300
L: 2,6 F: 1,2
E: 6,1 GL: 0,9
LB: 7,2
VELOCIDADE (km/h)
L
L
{ HOME}
4: GC (m): 2,66
3: GF (m): 0,03
2: FD (m): 0,52 DADOS DE ENTRADA:
1: S (m): 0,47
i 1: Rampa, em %.
Acréscimo devido ao balanço dianteiro, em m . __ _ _ _ __, E(PIV): Estaca do PIV, no formato [INT FRAC].
Gabarito estático do veículo em curva, em m .,___ __ __ _ _, 1 Cota(PIV): Cota do PIV, em m.
1
1
j
414 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho ANEXO II 415
{ KILL " " " " " " " " CONT } TMENU
CURVAS VERTICAIS
il: i2: V- SWAP 20 * + 'PIV' STO
'CPIV' STO 'L' STO 100 / '12' STO 100 / '11' STO
L: COTA(PN):
11 12 - 'G' STO
E(PN):
l1L*G/ 'LO' STO
D 'PP' STO+
V 20 / DUP IP SWAP FP 20 * -V2 'EV' STO
PP 20 / DUP IP SWAP FP 20 * -V2 'EPP' STO
CPIV 11 L * 2 / - 'CPCV' STO
G NEG 2 L * / X SQ * 11 X * + CPCV +
CPIV 12 L * 2 / + 'CPTV' STO
'COTA' STO
CPCV Y0 + 'CV' STO
G 2 / L / X SQ * 'F' STO
HALT
CURVAS VERTICAIS { HOME}
il: 2 i2: -3 4: E(PCV): [ 7,00 0,00 ]
L: 120 3: E(P1V): [ 13,00 0,00]
COTA(PN): 702
2: Cota(PCV): 700,80
E(PN): [10 O]
1: Cota(P1V): 700,20
KILL CONT
RAMPA(%)
EDIT
CANCl.. ÕK HALT
{ HOME }
J 4: Lo: 48,00
PIV cota 702 m
3: Yo: 0,48
2: E(V): [ 9,00 8,00 ]
i, = +2%
1: Cota(V): 701,28
KILL J' ,. CONT
PCV
Distância entre pontos da curva para cálculo de f : 20 m (pressione CONT
Est. 10+0,00 várias vezes para calcular estaca por estaca).
PTV
HALT
{ HOME }
L=l20m
4:
3: E(P): [ 8,00 0,00 ]
2: Cota(P): 701,12
1: f: 0,08
KILL CONT
420 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
HALT
{ HOME}
4:
3: E: [ 11,00 0,00 ]
2: Cota: 701,07
1: f:
, ,
RESUMO DOS CRITERIOS
,
BASICOS PARA O
PROJETO GEOMETRICO DE RODOVIAS
RURAIS, AGRUPADOS POR CLASSE DE
Est. 10+ 0,00 ' . PROJETO
Cota 702,00 m
f
• 1
Lo= 48m Esl. 9 + 8,00
Cota 701,28 m
L = 120m
1 1
1 1
1 1
1 1
Est. 7 + 0,00 Est. 8 0,00 Est. 9 0,00 Est. 10 + 0,00 Est. 11 + 0,00 Est. 12 + 0,00 Est. 13 + 0,00
Cota 700,8~ m Cota 701,12m Cota 701,27 m Cota 701,25 m Cota 701,07 m C<lla 700,72m Cota 700,20 m
f=O f =0,08m f = 0,33m /=0,75m f = 1,33 m f = 2,08 m f =3,00m
ANEXO III 423
422 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
RODOVIAS CLASSE I
RODOVIAS CLASSE O - VIAS EXPRESSAS
,,
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RELEVO
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Velocidade diretriz
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~
80km/h
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10km!h
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50 km/h
~n·• ·
Velocidade diretriz
-- 70 km/h 60 km/h 40 km/h
Distância mínima de visibilidade de parada: Distância mínima de visibilidade de parada:
• excepcional (m) 210 110 65 • excepcional (m) 140 85 45
• recomendada (m) 115 90 60 • recomendada (m) 110 75 45
Distância mínima de visibilidade de Distância mínima de visibilidade de
ultrapassagem (m) 680 490 350 ultrapassagem (m) 560 420 270
Raio mínimo de curva horizontal, e=8% (m) 230 170 80 Raio mínimo de curva horizontal, e=8% (m) 170 125 50
Rampa máxima 3% 5% 6-7 % • Rampa máxima:
Valor mínimo de K para curvas verticais • excepcional 3% 5% 7%
convexas: • recomendada 4% 6% 8%
• excepcional 107 29 10 Valor mínimo de K para curvas verticais
• recomendado 58 20 9 convexas:
Valor mínimo de K para curvas verticais • excepcional 48 18 5
côncavas: • recomendado 29 14 5
• excepcional 52 24 12 Valor mínimo de K para curvas verticais
• recomendado 36 19 11 côncavas:
Largura da faixa de rolamento (m) 3,6 3,5 3,3 • excepcional 32 17 7
Largura do acostamento externo (m) 2,5 2,5 2,0 • recomendado 24 15 7
Gabarito mínimo vertical (m): Largura da faixa de rolamento (m) 3,5 3,3 3,3
• excepcional 5,5 5,5 5,5 Largura do acostamento externo (m) 2,5 2,0 1,5
• recomendado 4,5 4,5 4,5 Gabarito mínimo vertical (m):
Afastamento lateral mínimo da borda • excepcional 5,5 5,5 5,5
do acostamento (m): • recomendado 4,5 4,5 4,5
• obstáculos contínuos 0,5 0,5 0,5 Afastamento lateral mínimo da borda
• obstáculos isolados 1,5 1,5 1,5 do acostamento(m):
• Valor m.áximo absoluto. • obstáculos contínuos 0,3 0,3 0,3
Fonte: DNER
• obstáculos isolados 0,5 0,5 0,5
Fonte: DNER
426 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
RODOVIAS CLASSE IV
,.
CARVALHO, Carlos Alexandre Braz- "Estradas-Projeto (Concordân- DNER - "Manuais de Serviços de Consultoria. para Estudos de Projetos
cia Vertical)". Universidade Federal de Viçosa, 1993. Rodoviários". Rio de Janeiro, 1978.
CARVALHO, Carlos Alexandre Braz, et ai. - "Estradas-Projeto (Intro- DNER - "/nstruções para Projeto Geométrico em Rodovias Rurais". Rio
CARVALHO, M. Pacheco de - "Construção da Infraestrutura de Estra- ta Topográfica". Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura
das de Rodagem". Editora Científica, Rio de Janeiro, 1964. e Urbanismo, São Paulo, 1978.
CARVALHO, M. Pacheco de - "Curso de Estradas". Editora Científica, EASA, Said M. - "Design Considerationsfor Highway Reverse Curves".
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CRAUS, J. & LIVNEH, M - "Superelevation and Curvature ofHorizon- 118(6), 1992, p. 834-849.
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EASA, Said M. - "Lateral Clearance Needs on Compound Horizontal
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DNER- "Normas para Projeto Geométrico de Estradas de Rodagem". EASA, Said M. - "UnifiedDesign o/Horizontal Circular Curves". Joumal
DNER - "Instruções para Superelevação e Superlargura em Projetos EASA, Said M. - "Unified Design of Vertical Parabolic Curves". Surv.
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BIBUOGRAF1A 431
430 ESTRADAS DE RODAGEM PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho •
FERREIRA, A. B. H. - "Minidicionário da Língua Portuguesa". Nova PAULA, Haroldo Gontijo - "Características Geométricas das Estradas" .
FONTES, Luiz Carlos - "Engenharia de Estradas - Projeto Geométri- PEIXOTO, Creso de Franco - "Introdução à Geometria de Vias - Notas
FOX, M. L. _ "Relation between Curvature and Speed''. Proceedings, PEREIRA, Antonio Lopes, - "Estradas, Projeto-Construção". Ao Livro
l1 .
1
Highway Research Board, Washington, D. C., 1940. Técnico Ltda, Rio de Janeiro, 1958.
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1
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D. C., 1970.
· PIMENTA, Carlos Reynaldo Toledo - "Projeto de Terraplenagem - No-
HICKERSON, T. F. - "Route Location and Design". McGraw-Hill Book tas de Aula". Universidade de São Paulo, São Carlos, 1981.
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PIMENTA, Carlos Reynaldo Toledo - "Análise Comparativa de Critérios
1
HIGHWAY RESEARCH BOARD- "Highway Design Models". HR Cir-
1. para a Escolha da Superelevação das Estradas de Rodagem". Dis-
cular 141, Washington, D. C., 1973. sertação de Mestrado, USP - Escola de Engenharia de São Carlos, São
1991.
r.:.- ·_
432 ESTRADAS DE RODAGEM - PROJETO GEOMÉTRICO Glauco Pontes Filho
•
.
ROY, B. K. - "Geometric Design of Compound Horizontal Curves".
Qpções com alta tecnol~gia.
Journal of Transportation Engineering - ASCE, Vol. 120, Nº 4, July/
August, 1994.
~ ~-
st··--- reciclado com a
ROYAL-DAWSON, F. G. - "Elements o/Curve Design". E. & F. N. Spon dri:
1 ..., cional BidimfJ.
Ltd, London, 1932. ,r, Geoy.ini
'
"
-
Alignement with Regard to Highway Esthetics". Transportation ,
TRANSPORTATION RESEARCH
. .
BOARD- "Highway CapacúyManu- '