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Digital
ANAÏS EULÁLIO BRASILEIRO
Unidade 4
O Direito Digital
no Brasil
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
JOANA ÁUREA CORDEIRO BARBOSA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
O AUTOR
ANAÏS EULÁLIO BRASILEIRO
Oi! Meu nome é Anaïs Eulálio Brasileiro. Sou formada em Direito,
com especialização em Direito Penal e Processual Civil, Mestre em Direito
Constitucional, na linha de Direito Internacional, e agora, Doutoranda em
Direito. Sou advogada desde 2016, mas ganhei mais experiência no ano de
2019 ao trabalhar em um escritório com causas diversas. Posso dizer com
certeza que sou apaixonada pela área do direito, principalmente a parte de
estudar e pesquisar sobre os mais variados assuntos, transmitindo minha
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por
isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito
estudo e trabalho. Conte comigo!.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do desen- houver necessidade
volvimento de uma de se apresentar um
nova competência; novo conceito;
NOTA:
IMPORTANTE:
quando forem
as observações
necessários obser-
escritas tiveram que
vações ou comple-
ser priorizadas para
mentações para o
você;
seu conhecimento;
VOCÊ SABIA?
EXPLICANDO
curiosidades e
MELHOR:
indagações lúdicas
algo precisa ser
sobre o tema em
melhor explicado ou
estudo, se forem
detalhado;
necessárias;
REFLITA:
SAIBA MAIS:
se houver a neces-
textos, referências
sidade de chamar a
bibliográficas e links
atenção sobre algo
para aprofundamento
a ser refletido ou
do seu conhecimento;
discutido sobre;
ACESSE:
RESUMINDO:
se for preciso acessar
quando for preciso
um ou mais sites
se fazer um resumo
para fazer download,
acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler
mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
TESTANDO:
ATIVIDADES: quando o desen-
quando alguma ativi- volvimento de uma
dade de autoapren- competência for
dizagem for aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Lei dos crimes informáticos 10
Análise técnica da lei dos crimes informáticos 10
Identificação e aplicação da lei 15
O Marco Civil da Internet 17
Compreendendo o marco civil da Internet 17
Modificações trazidas pelo marco civil 22
Código de Processo Civil de 2015 25
O ciberespaço nos códigos de processo civil e penal
antigos 25
O ciberespaço no código de processo civil de 2015 31
Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD 33
Análise técnica da LGPD 33
Implicações da lei em casos práticos 37
Direito Digital 7
04
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Vimos, ao longo das unidades, como o direito digital abrange um
enorme universo, com características próprias e pensamentos específicos.
Vimos como ele é tratado pelo direito internacional e as questões divergentes
entre os sujeitos do direito internacional quanto à governança do ciberespaço.
Entretanto, como o Brasil lida especificamente com o direito digital? Há uma
norma específica sobre o assunto? Precisamos de lei? Como fica a persecução
penal de crimes cibernéticos que acontecem por aqui? Precisamos conhecer
o que temos de teoria quanto ao assunto do ciberespaço e como acontecem
casos que envolvem o mundo cibernético e virtual. Ao longo desta unidade
letiva você vai mergulhar nessa nova perspectiva junto comigo! Preparado?
Direito Digital 9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 04 – O direito digital no Brasil.
Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes compe-
tências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Estudar a lei dos crimes informáticos do Brasil e suas tipificações;
2. Analisar o marco civil na Internet e todas suas modificações;
3. Compreender como o Código de Processo Civil de 2015 lida com
o ciberespaço;
4. Verificar a Lei Geral de Proteção de Dados e suas particularidades.
E então? Pronto para adentrar nesse novo conhecimento? Vamos lá!
10 Direito Digital
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender, a
partir de um estudo sobre a lei de crimes informáticos do
Brasil, como os crimes cibernéticos são compreendidos
no Brasil e como se dá a sua identificação e aplicação. Isso
será fundamental para a compreensão em uma ampla
perspectiva do mundo digital. E então? Motivado para
desenvolver esse aprendizado? Então vamos lá. Avante!
SAIBA MAIS:
Você pode verificar mais detalhes sobre o assunto da
analogia no direito penal no site disponível em: <https://bit.
ly/2Xbuu5B>, do professor Douglas Silva.
Direito Digital 11
Fonte: A Autora.
Esse tipo de violação tem por elemento subjetivo o dolo, o que significa
que a pessoa que invade ou instala o sistema, sabe o que está fazendo e quer
que os efeitos dessas ações realmente aconteçam. Não admite, entretanto, a
forma culposa, quando quem acaba invadindo não possui essa intenção de
destruir, alterar, ou copiar os dados provenientes da invasão.
Acerca dos elementos normativos, temos as expressões “alheio” e
“sem autorização”, que dão ênfase a dois aspectos desse delito: como vimos
anteriormente, o dispositivo tem que ser de outra pessoa, e essa pessoa não
pode ter lhe dado permissão. É o caso, por exemplo, de uma pessoa que
está consertando o seu computador e você deixou com ele as senhas e a
autorização para acessar tudo. Essa situação não se configura como crime.
Seguindo com a leitura do art. 154-A, em seus parágrafos, adqui-
rimos ainda mais informações sobre o tipo penal. Observe:
Figura 02: Análise dos parágrafos do art. 154-A do Código Penal.
Fonte: A Autora.
INTRODUÇÃO:
Ao término desta competência, você poderá analisar o
Marco Civil da Internet aqui no Brasil, entendendo suas
particularidades, direitos e deveres, além das modificações
trazidas por ele ao país. Vamos lá, seguir para esse universo
do ciberespaço no Brasil?
Fonte: A Autora
Direito Digital 19
Fonte: A Autora.
SAIBA MAIS:
É interessante que você, estudante, leia atentamente
os artigos 7º e 8º do marco civil, na íntegra, para maior
compreensão do abordado, bem como uma leitura geral
do texto normativo. Você pode realizar essa leitura no
endereço <https://bit.ly/36inHeQ>.
EXPLICANDO MELHOR:
Imagine que aconteceu uma situação muito desagradável
com você no ciberespaço: você comprou um produto
através do e-commerce, mas o produto nunca chegou em
sua residência. Na verdade, o vendedor disse que não tinha
registro de compra alguma. Se você escolher entrar com um
processo contra o vendedor, caso o site não lhe dê amparos
suficientes, você pode ter os registros e dados da internet
como prova no processo, o que facilita o andamento.
REFLITA:
No que diz respeito a neutralidade da rede, será que o
marco civil da internet realmente prevê algo inútil, ou será
que esse aspecto trouxe pontos positivos sim para a nossa
realidade? Vale a pena pensar sobre o assunto.
Será que já está dando para clarear mais sua mente sobre as leis
que temos no Brasil no âmbito do ciberespaço? Espero que sim! Nesta
segunda parte aprendemos os detalhes da lei do marco civil da internet
de 2014, que teve a participação da população na discussão de seu
projeto por cinco anos consecutivos. Vimos que a lei veio com novidades
que modificaram o jeito tradicional da justiça brasileira no que tange o
ciberespaço, como a maior ênfase às requisições de registros e dados
apenas por meio de decisão de autoridades do órgão judiciário. Além
disso, vimos também que há estudos críticos sobre a lei, o que deixa
bem clara a situação de que sempre precisamos investir mais nessa área
do ciberespaço. Mas e então? Vamos continuar essa caminhada pelo
ordenamento jurídico brasileiro?
Direito Digital 25
INTRODUÇÃO:
Ao término desta competência você compreenderá como
era o ordenamento jurídico com o código de processo civil
de 1973 e como é atualmente com o novo código, bem
como poderá ter uma noção também do código penal –
todos contextualizados no âmbito do ciberespaço.
Fonte: A Autora.
IMPORTANTE:
Caro Estudante, aqui chamamos sua atenção para relembrar
um pouco da Convenção de Budapeste que trata sobre os
crimes cibernéticos no ciberespaço, dedicando uma parte
apenas para a competência que possa envolver diferentes
países soberanos que reivindiquem a competência de
determinado caso. O art. 22 determina que nos casos
que crimes que aconteçam em território específico, ou
dentro de um navio ou aeronave de determinado país, a
competência deve ser determinada a partir da lei desse
país, levando sempre em consideração a cooperação em
nível internacional.
Fonte: A Autora.
Fonte: A Autora
SAIBA MAIS:
É interessante perceber as diferenças entre os dois códigos
de processo civil. Você pode fazer isso de forma simples e
acessível no website oferecido pelo Tribunal de Justiça de
São Paulo, no link: <https://bit.ly/3cEtKwu>.
INTRODUÇÃO:
Ao término desta competência você será capaz de verificar
a lei geral de proteção de dados (LGPD), suas repercussões
para a prática jurídica e suas particularidades no âmbito do
ciberespaço. Pronto para conhecer mais uma lei específica?
Vamos lá!
SAIBA MAIS:
Se você se interessou sobre o tema, vale a pena assistir ao
documentário disponível na rede de Streamings da Netflix,
com o título sugestivo de “Nada é Privado: O Escândalo
da Cambridge Analytica”, de 2019. O documentário acaba
deixando uma mensagem de que atualmente não somos
donos dos nossos próprios dados pessoais que existem na
internet, e isso pode ser bem preocupante.
Fonte: A Autora.
Fonte: A Autora.
Fonte: A Autora
RESUMINDO:
O que você achou dessa nossa última seção? Essa
importante lei que está para entrar em vigor em breve?
Começamos vendo o que os problemas que podem
acarretar uma não proteção de dados pessoais, citando os
casos envolvendo a Cambridge Analytics e demonstrando a
necessidade de termos um governo que nos dê segurança
jurídica. Nesse sentido, e com esse principal objetivo de
proteger o nosso direito à privacidade, analisamos a Lei Geral
de Proteção de Dados de 2018, enxergando seus principais
objetivos e características, como seus termos próprios
e o que se compreende por dados pessoais. Além disso,
vimos suas implicações na prática, a partir principalmente
da criação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados
Pessoais que funciona sobretudo como órgão fiscalizador e
auxiliador das questões de tratamento de dados pessoais,
sendo necessária para verificar o futuro cumprimento da
lei por parte de todos, garantindo que todos saibam seus
direitos e deveres.
Direito Digital 41
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Congresso. Câmara dos Deputados. Lei nº 12.965, de 23
de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para
o uso da Internet no Brasil.. Marco Civil da Internet. Brasília, DF, 23 abr.
2014. Disponível em: https://bit.ly/36inHeQ. Acesso em: 21 abr. 2020.
BRASIL. Congresso. Senado. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018.
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Lgpd. Brasília, DF, 15 ago.
2018. Disponível em: https://bit.ly/3buPwlZ. Acesso em: 24 abr. 2020.
BRASIL. Congresso. Senado. Lei nº 13.853, de 08 de julho de
2019. Altera a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, para dispor sobre
a proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade Nacional de
Proteção de Dados; e dá outras providências. Altera Lgpd. Brasília, DF, 08
jul. 2019. Disponível em: https://bit.ly/2LBUkKQ. Acesso em: 24 abr. 2020.
BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código
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Acesso em: 22 abr. 2020.
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BRASIL. Lei nº 11.280, de 16 de fevereiro de 2006. Altera os arts.
112, 114, 154, 219, 253, 305, 322, 338, 489 e 555 da Lei nº 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, relativos à incompetência
relativa, meios eletrônicos, prescrição, distribuição por dependência,
exceção de incompetência, revelia, carta precatória e rogatória, ação
rescisória e vista dos autos; e revoga o art. 194 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 - Código Civil.. Modifica Cpc de 73.. Brasília, DF, 16 fev.
2006. Disponível em: https://bit.ly/2zQAPeK. Acesso em: 22 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006. Dispõe sobre
a informatização do processo judicial; altera a Lei nº 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 – Código de Processo Civil; e dá outras providências...
Modifica Cpc de 73... Brasília, DF, 19 dez. 2006. Disponível em: https://bit.
ly/3bI12JO. Acesso em: 22 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.719, de 20 de junho de 2008. Altera dispositivos
do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
Penal, relativos à suspensão do processo, emendatio libelli, mutatio
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