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Pensar global,

agir local:
passos para a paz
Maria Aládia Brandão Silveira Guilherme
Maria Socorro Brandão Everton

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Pensar global, agir local: passos para a paz
Maria Aládia Brandão Silveira Guilherme
Maria Socorro Brandão Everton

Ao final da leitura deste material espera-se que o cursista seja capaz de:
• Elaborar questionamentos sobre a sua existência como indivíduo e vida que deseja viver;
• Propiciar um diálogo sobre os temas: felicidade, dignidade humana e ética, refle-
tindo sobre o projeto de vida;
• Fortalecer conceitos, valores, práticas e métodos de convivência numa cultura de
paz, reconhecendo que a paz se constrói no cotidiano pessoal, social e ambiental;
• Refletir sobre valores e atitudes diante da proposta de corresponsabilidade na cons-
trução de uma cultura de paz;
• Estimular a criatividade e as oportunidades de cooperação, de protagonismo e de
vivência de uma cultura de paz nas escolas, nas famílias e nas comunidades;
• Propor alternativas para ações de geração da paz compatíveis com a realidade local,
relacionando as ações locais com as propostas de mudanças globais.

Introdução
Neste fascículo, continuaremos a refletir sobre conceitos, valores e práticas que le-
vem a ações voltadas para a valorização da vida e geração da paz. Acreditamos que a
teoria em âmbito global se desdobra em ações locais que possibilitam alcançar a paz
consigo mesmo, com o outro, com a comunidade, com a natureza, com o planeta.
Inicialmente, procuraremos compreender as intrínsecas relações entre o pensar
global e o agir local, a partir da ideia de que a paz não pode se restringir ao campo da
teoria e que as ações, globais e locais, estão interligadas e são interdependentes, devendo
ser identificadas, reconhecidas e valorizadas. Num segundo momento somos convida-
dos a nos comprometer com uma paz coletiva. Da África para o mundo: Ubuntar –
a paz é o caminho demonstra que trilhar o caminho da paz exige de cada indivíduo o
comprometimento com a coletividade, pois a paz alcançada individualmente contribui
para a construção de uma sociedade mais solidária. Ubuntar é um convite à paz!
Que a paz esteja dentro de você hoje.
Que você creia estar exatamente onde você deve estar.
Que você acredite nas infinitas possibilidades que nascem do destino.
Que você usufrua as graças que recebeu e passe adiante o amor que lhe foi dado.
Que você seja feliz sabendo que é um filho de Deus.
Que você deixe a presença de Deus entrar em seu corpo e permita à sua
alma a liberdade de cantar, dançar, orgulhar-se e amar.
Ele está lá, para cada um de nós.
Madre Teresa de Calcutá
Fonte: pensador.uol.com.br/frase/MjE3MjQz/

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Por fim, as ideias convergem para ações globais e locais. Protagonizando
uma cultura de paz e não violência propõe um mergulho no Manifesto 2000,
documento da Unesco que conclama a todos à prática de valores, atitudes e pos-
turas que inspirem uma cultura de paz, contribuindo para que a não-violência, a
tolerância, o diálogo, a reconciliação, a justiça e a solidariedade sejam cultivadas nas
famílias, nos bairros, nas cidades, enfim, no mundo!
Ao longo dos fascículos do curso Direitos Humanos e Geração da Paz, eu,
você, todos nós, somos chamados a nos comprometer com a tão sonhada mudança.
E, como dizia Mahatma Gandhi “seja você a mudança que quer ver no mundo”.
Assim, deixamos em suas mãos um instrumental que irá ajudá-lo(a) a praticar os
valores da Cultura de Paz na vida cotidiana.
Na certeza de que, aliado a seu desejo e esforço pessoal, este material contri-
buirá para lançar as sementes que transformarão a sua realidade e construirão um
mundo mais igual e justo com que todos nós sonhamos. Então, seja você a mudança
que quer ver na sua rua, na sua escola, na sua comunidade, na sua cidade, no seu
estado, no seu país, enfim, no seu mundo!

Pensar global, agir local


Paz, um tema fundamental para nossa época. Este momento de caos e de violência
generalizada em que nos encontramos é assustador! Somos atingidos por uma ver-
dadeira avalanche de práticas violentas que nos leva a perceber que a vida está ameaçada.
A paz se tornou uma preocupação comum a todos os povos. O que podemos fazer?
É possível reverter esse quadro? Seria utópico pensar na paz mundial? Mas afinal,
qual o significado de paz no mundo atual?
Pensamos num conceito de paz que é, ao mesmo tempo, felicidade interior,
harmonia social e relação equilibrada com o meio ambiente. Assim, não pode haver
verdadeira paz no plano pessoal quando reinam a miséria e a violência no plano
social e que a natureza nos ameaça com a destruição porque nós a devastamos.
Mais do que ausência de conflito, a paz é um estado de consciência. Ela não deve
ser procurada no mundo externo, mas principalmente no interior de cada homem,
comunidade ou nação.
Promover a paz requer o reconhecimento de que eu e você fazemos parte de
algo muito maior, e que todas as formas de vida estão interligadas. Portanto, deve-
mos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos
com a comunidade terrestre como um todo, bem como, com nossas comunidades
locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no
qual as dimensões local e global se relacionam de forma interdependente.

83 Direitos Humanos e Geração de Paz


É bom saber: Verbo pazear.
Você sabia que a palavra paz tem um verbo? Pois é, muitas pessoas não
sabem, mas Pazear é um verbo, verbo de ação. Pazear é promover ou estabele-
cer a paz ou harmonia. E é Pazeando, agindo em prol da paz que vamos cons-
truindo uma Cultura da Paz.
Pazear: [De paz + -ear] Verbo intransitivo. 1. Estabelecer paz ou harmonia.
Presente do Indicativo eu pazeo/ tu pazeas /ele pazea/ nós pazeamos/ vós pa-
zeas/ eles pazeam. Gerúndio - pazeando.
(Fonte: Dicionário AURÉLIO)
Para conjugar o verbo pazear, acesse: www.conjuga-me.net/verbo-pazear

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido


de interdependência global e de responsabilidade universal. Em caráter de urgência,
devemos nos comprometer a adotar e a promover ações pacíficas nos níveis local,
regional, nacional e global. Construindo uma imensa rede de parcerias, mobilizan-
do a sociedade, aumentando a conscientização, fortalecendo as comunidades locais,
habilitando-as a cuidar dos seus ambientes, investindo na construção de relações
respeitosas com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a
totalidade maior da qual somos parte.
O mundo globalizado, dinâmico e, por vezes, violento e desigual, em que vive-
mos, exige que despertemos para a necessidade de planejar e executar ações que dire-
cionem os seres humanos a serem mais pacíficos, mais reflexivos, mas preocupados
com a natureza e com as atuais e as futuras gerações. Nesse sentido, muitos documen-
tos têm sido produzidos a partir de fóruns, discussões e encontros. São exemplos, os
documentos da ONU e da Unesco, os programas internacionais de Paz, a Confe-
rência do Apelo de Haia pela Paz de 1999, a Carta da Terra, o Manifesto 2000
da Unesco, a Convenção da Proteção e Promoção da Diversidade das Expres-
sões Culturais ou a Carta das Responsabilidades Humanas. Muito se tem fala-
do sobre essas temáticas, mas que ações realmente têm sido executadas? Quem tem
sido protagonista? As ações globais têm atingido níveis locais?
No âmbito local, podemos identificar no Brasil, desde a década de 1980, inú-
meras ações e projetos que abordam temas variados e estimulam valores, ações de
justiça, democracia participativa, diversidade cultural, desarmamento, desenvolvi-
mento sustentável e educação para a paz.
Estes trabalhos, apesar de ocorrerem de forma isolada e, muitas vezes sem
continuidade, têm humanizado os locais em que se desenvolvem e intensificado
os diálogos por uma Cultura de Paz e da não-violência. Um exemplo é o Projeto
Geração da Paz, desenvolvido no Ceará pela Secretaria de Educação (Seduc) em
parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), a partir da assinatura de
uma carta de intenções com a Unesco. As ações desenvolvidas alcançaram as insti-
tuições da rede estadual de ensino, incentivando ações educativas para a geração de
uma Cultura de Paz nas escolas e nas comunidades.

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A partir de uma visão de paz concreta, a Paz não pode se restringir a pensa-
mentos globais ou à produção de documentos teóricos. Estes são necessários, pois
embasam, sensibilizam, despertam e fortalecem ideias e as tornam exequíveis. En-
tretanto, precisamos de ações que, de fato, modifiquem realidades em nossas famí-
lias, em nossas escolas, em nossas comunidades.

Programa Geração da Paz


O Programa Geração da Paz surgiu a partir da assinatura de uma carta de
intenções entre Unesco, Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc) e
Universidade Estadual do Ceará (Uece) por ocasião da Conferência Internacional
sobre os Sete Saberes, promovida pela Unesco e realizada pela Uece e UCB (Uni-
versidade Católica de Brasília) em setembro de 2010.
O Programa tem, entre seus objetivos, mobilizar a sociedade para o com-
promisso de promover ações educativas e sociais voltadas para a valorização da
vida e geração da paz partindo do significado e sentido dos direitos humanos e
como este entendimento se desdobra em ações que possibilitem a paz consigo
mesmo, com o outro/sociedade e com a natureza.
O Comitê Geração da Paz é formado por representantes da Universidade
Estadual do Ceará (Uece), Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), Instituto
Nordeste Cidadania (Inec), Centro de Desenvolvimento Humano (CDH), Escola
Vila/CE. Entre suas ações estão a formação dos diretores das escolas públicas
do estado, projeto piloto em uma escola estadual de Fortaleza, e a Agenda 22
– reuniões mensais com os parceiros visando a articulação das futuras ações.
Fonte: www.uece.br/proex/index.php/programas--projetos-de-extensao/programa-
geracao-da-paz

Para Faria (2008), devemos apontar caminhos verdadeiramente concretos, com


metodologias e processos educativos que eduquem para a paz não apenas com valores,
mas com metodologias fundamentais no próprio cenário onde essas ações são necessá-
rias. Assim, somos todos convidados a efetivar uma Cultura de Paz em nosso entorno.
Também é necessário compreender as relações que se estabelecem entre o
global e o local, afinal, nesta troca são construídos os caminhos que levam à con-
cretização das ações. Pelo global passam as grandes decisões econômicas, políticas e
ambientais fundamentais para a execução de ações e a efetivação das mudanças em
níveis locais. Pensamos que as ações locais podem influenciar as ações globais, uma
vez que ações exitosas em uma pequena comunidade podem motivar ideias e dire-
cionamentos em âmbitos globais. Como diz Margareth Mead, “um pequeno grupo,
pensante e comprometido, pode mudar o mundo.” Cremos que, quando pensamos
grande, nossas pequenas ações atingem um potencial ilimitado.
Ao se referir à intrínseca relação entre o local e o global, Faria (2008) utiliza o
termo “glocal”, pois acredita que valores, ações e políticas públicas tenham sua vitali-
dade em “cenários glocais”, ou seja, local e global. Isso nos leva a crer que ações locais

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podem modificar posturas, linguagens, o cotidiano e a convivência das pessoas e da
coletividade, se estendendo a nível global. Conforme Silvio Vaz de Almeida, paz se
constrói no dia a dia e nos pequenos atos, pois aí se dão as grandes transformações.
Os desafios não são poucos, pois estamos nos referindo a mudanças compor-
tamentais que não acontecem por decreto nem tampouco por pura inspiração – é
necessário um esforço real e contínuo para modificar nossas ações cotidianas e rela-
cionamentos interpessoais.
Assim, vale refletir... Qual a qualidade de minha presença no mundo? Qual
o meu compromisso com o outro? Contribuo no meu dia a dia para pacificar, criar
oportunidades de expressão e realização daqueles que me cercam? Minha ação con-
creta muda algo/alguém no mundo? Respeito opiniões alheias, apesar de diferirem
da minha? Fico alerta para não desperdiçar água e alimentos, que sabemos tão neces-
sários para a própria sobrevivência dos seres vivos? Acompanho os gastos públicos
através dos portais governamentais ou em reuniões de classe ou mesmo associações
de bairro? Que escolhas eu tenho feito todos os dias? São as mais acertadas? Estou me
relacionando bem comigo, com os outros e com o universo? Todas essas questões se
concretizam em âmbito local, mas certamente vão além, pois abraçam o global.
Podemos concluir este tópico afirmando que a paz não pode se restringir ao
campo da teoria. A paz é, sobretudo, ação global e local, interligadas e interdepen-
dentes. A identificação, o reconhecimento e a valorização das ações positivas por
uma Cultura de Paz nas famílias, nas escolas, nas comunidades e nos demais espa-
ços de convivência social é um importante passo para alcançar a paz local.
Pensamos num conceito de paz que é, ao mesmo tempo, felicidade interior,
harmonia social e relação equilibrada com o meio ambiente. Assim, não pode haver
verdadeira paz no plano pessoal quando se sabe que reinam a miséria e a violência
no plano social ou que a natureza nos ameaça com a destruição porque nós a devas-
tamos. Mais do que ausência de conflito, a paz é um estado de consciência.

Da África para o mundo: Ubuntar - a paz é o caminho


Acreditamos que a paz esteja ao nosso alcance. Acreditamos numa comunidade
mundial, numa nação terrestre unida. Sonho? Utopia? Essa resposta pode ser tra-
duzida nos versos da canção: “Depende de nós, quem já foi ou ainda é criança, que
acredita ou tem esperança, quem faz tudo pra um mundo melhor”. Essa resposta,
também está na filosofia Ubuntu, presente da África para o mundo, nascida gerações
e gerações antes de nós. Para compreendê-la, é necessário mais do que conhecer
seus conceitos, pois sua essência não cabe em definições. É mais fácil entender com
o coração através do relato abaixo:
Num povoado da África, um antropólogo durante estudos sobre os usos e
costumes da tribo, propôs uma brincadeira às crianças. Comprou uma porção de
doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito e colocou debaixo

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de uma árvore. Então, ele chamou as crianças e propôs uma corrida até as gulosei-
mas. Quem chegasse primeiro ficaria com o prêmio. Mas, para sua surpresa, quan-
do ele disse “já!”, todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção
à árvore dos doces. Quando chegaram lá, começaram a distribuir os doces entre
si e a comerem felizes. O antropólogo, então, perguntou por que elas tinham ido
todas juntas se uma só poderia ter ganho todos os doces. As crianças simplesmente
responderam: “Ubuntu”. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras
estivessem tristes?”
Felicidade e Ubuntu são conceitos que andam juntos. Para essas tribos, a feli-
cidade é concebida como aquilo que faz bem a toda coletividade ou ao outro. Con-
forme a filosofia, Ubuntu significa: “Sou quem sou, porque nós somos”. O termo
expressa a noção de comunidade que, infelizmente, muitos de nós perdemos pelo
caminho, em algum momento.
É o sentimento de solidariedade, colaboração, compaixão, genti-
leza, respeito, tolerância, amor ao próximo, irmandade e pertencimen-
to que faz das relações, atitudes e comportamentos humanos, expe-
riências ricas, únicas, transcendentais. Envolve hospitalidade, cuidado
com os outros, capacidade de dar um passo a mais pelo bem dos ou-
tros. Dessa forma, acredita-se que uma pessoa é uma pessoa através de
outras pessoas e que a humanidade de um está vinculada à de outrem.
E tenhamos certeza: a solidão, a angústia, o egoísmo e o indivi-
dualismo que hoje afetam o homem e o afastam dos outros é ausência
de Ubuntu, desse sentimento que acolhe como um colo de mãe; que
conecta os seres humanos, destrói a indiferença, incorpora a troca de
sorrisos como um indicador de bem-estar, saúde e qualidade de vida.
A paz envolve os indivíduos em suas vidas cotidianas e a paz
em sentido pessoal pode significar também uma paz coletiva. É essa
a base da filosofia Ubuntu, onde cada indivíduo é aquilo que o grupo
é. Se somos frutos da coletividade, a busca pela paz pode começar
por você e refletir na coletividade! Pense... você almeja ser um ins-
trumento de paz?
Para Diskin (2008) “nós não vivemos, convivemos. Nós não existimos, coe-
xistimos. O ser humano é por natureza um ser gregário, portanto o que fazemos
atinge outras pessoas, da mesma forma que somos afetados pelo que elas fazem” (p.
47). Desse modo, as nossas responsabilidades não podem se voltar apenas para a sa-
tisfação de nossas necessidades individuais. Se, na condição de seres humanos todos
nós temos desejos comuns, então por que lutarmos sozinhos? Acreditamos numa
paz coletiva, onde cada um, ao alcançar a paz e a satisfação pessoal também colabore
para que essa atinja seus semelhantes. Ubuntar se refere, portanto, à ação coletiva de
buscar a paz na coletividade, pois, se “eu sou o que nós somos”, ninguém pode ser
feliz sozinho.

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A ideia de que só devemos fazer aos outros o que gostaríamos que fosse feito
conosco está em sintonia com a proposição de Kant que, de acordo com a Regra
de Ouro, ensina: “Aja somente de acordo com uma máxima que você possa desejar
que seja simultaneamente transformada numa lei universal.” Portanto, contribua
para promover uma Cultura de Paz em sua vida e assim estará contribuindo para
a paz em sua família, em sua comunidade, em sua escola e nos demais espaços de
convívio social. Lembre-se da lição de Gandhi: “não existe um caminho para a paz,
a paz é caminho.” Um caminho que será construído com mais segurança e com
maiores chances de sucesso se não estivermos sozinhos.
O mundo precisa conhecer e incorporar essa filosofia. E, se a paz é o caminho,
vamos ubuntar?
Podemos concluir que a paz alcançada individualmente contribui para a cons-
trução de uma sociedade mais solidária. Ubuntar é ser consciente da relação indívi-
duo/coletividade! Ubuntu é um convite à paz. A vida em sociedade exige envolvi-
mento e comprometimento com o bem de todos. É essa a base da filosofia Ubuntu,
onde cada indivíduo é aquilo que o grupo é. Somos frutos da coletividade e dessa
forma, a busca pela paz pode começar por você e refletir no mundo inteiro!

Nada de nada
Sabes me dizer quanto pesa um floco de neve?, perguntou um pardal a
um pombo silvestre.
Nada de nada, foi a resposta.
Nesse caso vou lhe contar uma história maravilhosa, disse o pardal. Eu
estava sentado no ramo de um pinheiro quando começou a nevar. Não era ne-
vasca pesada ou furiosa. Nevava como em um sonho: sem ruído nem violência.
Já que não tinha nada melhor a fazer, pus-me a contar os flocos de neve que se
acumulavam nos galhos e agulhas do meu ramo. Contei exatamente 3.741.952.
Quando o floco número 3.741.953 pousou sobre o ramo, nada de nada como
você diz, o ramo se quebrou.
Dito isso, o pardal partiu em voo. A pomba, uma autoridade no assunto
desde Noé, pensou um pouco na história e finalmente refletiu: Talvez esteja
faltando uma única voz para trazer paz ao mundo. Talvez a sua... Vamos ubuntar?
Fonte: Vamos ubuntar? Um convite para cultivar a paz / Lia Diskin, 2008.

Protagonizando uma cultura de paz


Paz não é sinônimo de passividade, acomodação ou inércia, como muitos podem
pensar. A paz é ação, é proatividade, é aprendizagem, é transformação, é conquista e
luta cotidiana. A paz é para ser vivida e tem de ser construída, dia a dia, nos peque-
nos gestos, de onde germinarão as grandes transformações. Paz é para ser realizada,
não só idealizada. Paz se faz e você não só pode, mas deve ser protagonista.

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• Respeitar a vida • Rejeitar a violência • Ser generoso • Ouvir para compre-
ender • Redescobrir a solidariedade • Preservar o planeta
Essas expressões resumem os seis princípios norteadores do Manifesto 2000
que impulsionou a Década Internacional para a Cultura de Paz e Não-Violência para as
Crianças do Mundo (2001 - 2010), um dos mais bem-sucedidos programas conce-
bidos pela Unesco. A estratégia de trabalho encorajou centenas de instituições go-
vernamentais e da sociedade civil, cujos projetos e ações estão presentes nos quatro
cantos do planeta, promovendo benefícios para milhares de pessoas, e tornando-se
um movimento mundial.
Idealizado e escrito por um grupo de premiado com o Nobel da Paz, objeti-
vando a criação de um senso de responsabilidade que se inicia em nível pessoal, o
Manifesto 2000 recebeu a adesão de milhões de pessoas em todo o mundo que se
comprometeram a cumprir os seis pontos descritos, agindo no “espírito” da Cultura
de Paz em suas famílias, em seu trabalho, em suas cidades, tornando-se mensageiros
da tolerância, da solidariedade e do diálogo. No Brasil, foram 15 milhões de assi-
naturas que inspiraram a criação de centenas de programas e projetos em todos os
setores da sociedade.
Conforme o Manifesto 2000 é responsabilidade de cada um colocar em prá-
tica os valores, as atitudes e formas de conduta que inspirem uma cultura de paz.
Todos podem contribuir para esse objetivo dentro de sua família, de seu bairro, de
sua cidade, de sua região e de seu país ao promover a não-violência, a tolerância, o
diálogo, a reconciliação, a justiça e a solidariedade em atitudes cotidianas.
A seguir, apresentamos como cada um desses princípios podem ser postos em
prática.

Respeitar a vida
A vida brota a cada instante, basta olhar ao redor. Em cada semente que germina,
em cada flor que desabrocha, em cada canto de pássaro, em cada criança que nasce,
ela se mostra como um milagre, o milagre da vida. O mais impressionante é pensar
que a vida está ameaçada. Milhares de vidas, das mais diferentes espécies, são des-
truídas a todo instante. E o ser humano com sua inteligência, tem sido o mentor
de toda esta destruição. Vivemos uma dura e assustadora realidade, uma situação de
profundo desrespeito à vida.
Ao falar sobre o respeito à vida, estamos falando de participar da vida, praticar e
disseminar seu resgate e sua defesa, cultivando-a, preservando-a. Resgatar e cultivar
a vida é construir um cotidiano de vínculo consigo, com o outro, com a natureza; é
trabalhar com o prazer; é abrir-se ao encontro com outras pessoas, respeitando seus
limites, especificidades, seu jeito de ser. É lutar contra qualquer forma de opressão e
injustiça, simplesmente porque ama o outro e a vida. É aceitar e estimular a expres-
são de cada um numa ciranda de amor, aceitação e integração das diferenças.

89 Direitos Humanos e Geração de Paz


A paz está em nossas mãos: cabe a cada um de nós cuidar da vida, em seu
aspecto pessoal, social e planetário. E você, tem cultivado a vida em seu cotidiano?
Há sinais de destruição da vida em sua comunidade? Haverá ações individuais e/ou
grupais que possam reverter esse quadro? Quais as mudanças e as ações necessárias?
Você tem sido um defensor da vida?

Rejeitar a violência
“Aprender a viver juntos”, “aprender a viver com os outros”, “aprender a convi-
ver”... aprendizagem que representa um dos maiores desafios da atualidade. O que
é intrigante, pois o homem é essencialmente um ser social.
Ao contrário de muitas outras espécies, o ser humano ao nascer é totalmente
dependente da mãe, não consegue locomover-se, alimentar-se, defender-se, cuidar
de si. E, à medida que o tempo passa, torna-se ainda mais
dependente das relações sociais. Aprendemos e nos desen-
volvemos na relação com as outras pessoas. Relações experi-
mentadas na família, na escola, no trabalho, no lazer.
Não conseguiríamos viver isolados. Mas a convivên-
cia não é algo simples. Não é fácil viver juntos, pois isso exi-
ge cuidados, concessões, reciprocidade, confiança, respeito.
Contudo, esses pilares do convívio social sofrem abalos
quando atingidos por atitudes de violência. Uma violência
que não se revela apenas na agressão física, expressão visí-
vel do que antes foi expresso pela palavra e articulado no
silêncio do sentir e do pensar. A palavra também é violenta
quando humilha, difama, desqualifica, ofende, ironiza e ri-
diculariza alguém, um grupo, uma tradição, uma religião
ou nacionalidade. A recusa em dirigir a palavra também
menospreza, intimida e envergonha. Podemos ainda ferir
com um gesto, um olhar e até com um não olhar. Gandhi
costumava dizer: “Pode-se garantir que um conflito foi so-
lucionado segundo os princípios da não-violência se não
deixa nenhum rancor entre os inimigos e os converte em amigos”. Portanto, se
desejamos disseminar a paz, fazê-la acontecer, assim como fez Gandhi, devemos
viver sob os princípios da não-violência, vivenciar a empatia, sentimento que nos
faz solidários ao sofrimento das outras pessoas. Devemos nos colocar no lugar do
outro, enxergá-lo como nosso semelhante, independentemente de sua condição
social, credo, gênero, capacidade física, cultura, nacionalidade. Rejeitar a violência
é defender a paz.
A disseminação da violência e sua perpetuação não dependem apenas daque-
les que a produzem, mas também dos que se calam, afinal “quem cala consente”.

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Para Martin Luther King Jr: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem
dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que preocupa é o silêncio
dos bons.” Não se cale, comprometa-se e faça sua parte.

Ser generoso
Apesar da disseminação da violência, da destruição da vida e do egoísmo instaurado
no coração humano, ainda é possível observar atos de generosidade e de amor ao
próximo. Felizmente, a generosidade está cada vez mais “visível”.
Fruto da nobreza do coração humano, a generosidade é uma virtude que nos
faz sentir parte de algo maior que nós mesmos, nos colocando no lugar do
outro. Ela humaniza e mostra que somos todos iguais. Em todos os cantos
da nossa casa Terra, há crianças, jovens, adultos, idosos, irmãos pobres,
injustiçados, oprimidos, excluídos, solitários, necessitando de ajuda, de
cuidado, de abraço, de palavras de conforto e estímulo. Não importa a
forma da contribuição, só o fato de participarmos já renova nossas forças
e fortalece àqueles que auxiliamos.
Para nos inspirar e encorajar, destacamos duas grandes referências
de generosidade: Irmã Dulce e Betinho. Conhecer suas obras nos levará
a compreender o potencial da generosidade. Não precisamos ser iguais a
eles, tampouco realizar grandiosas obras. Mas seus exemplos nos levam a
pensar: “E eu, o que poderia fazer? O que tenho a oferecer?” Você pode
até não ter reparado, mas bem perto, na sua família, na sua rua, na sua
comunidade, pode ter alguém precisando de uma palavra de estímulo ou
de conforto, um gesto amigo, um livro, um carinho, uma refeição, uma
cesta básica, conhecimentos que podem ser partilhados. Pequenos gestos
que podem fazer toda a diferença na vida dessas pessoas e na nossa vida.
Afinal, “há sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas,
nas mãos que sabem ser generosas.”

Ouvir para compreender


Viver em grupo é uma necessidade do homem. Sobre essa necessidade
humana, escreve Ribeiro (1994): “Do seu despertar, ao seu acaso, a pessoa
humana é necessariamente um ser de relação. É na relação, no contato, no encontro,
que ela se transforma e se humaniza.” A partir dessa necessidade do ser humano de
estar em relação, nasce o diálogo, primeiro passo em direção à convivência, pois, por
meio da comunicação e da escuta, resgatamos, antes de tudo, nosso senso de vida
comunitária. Quando o diálogo se efetiva, os habitantes do planeta honram uma
prática muito antiga, que é a de buscar uma comunicação atenciosa com o outro
e o entendimento mútuo, fundamentados na realidade prática de conviver num
mundo de diversidades.

91 Direitos Humanos e Geração de Paz


Na riqueza dessa diversidade surge a diferença que multiplica a beleza da vida,
dos seres. Os preconceitos, a intolerância, os fanatismos, as supostas “certezas”, têm
sido os maiores entraves para estabelecer linhas de comunicação e relacionamentos
confiáveis, alimentando, assim, a violência. As diferenças existem. Todas as pessoas
são únicas, acreditam e pensam de forma diferente umas das outras. Por isso, quem
disse que o nosso jeito de pensar e agir é o certo? Respeitar as diferenças não significa
abrir mão do nosso ponto de vista, do nosso jeito de ser, mas ser flexível e entender o
ponto de vista dos outros. Faça uso do diálogo aberto e da escuta ativa. Num diálogo,
todos falam, e todos escutam. Assim, abriremos caminho para compreender o outro,
valorizar diferenças, identificar semelhanças e encontrar complementaridades.
Vamos exercitar essa prática? Lembremo-nos: a Cultura da Paz se faz nas pequenas
ações do cotidiano, ao nos comunicarmos com os outros, na forma de lidar com conflitos
e sentimentos, na capacidade de reconhecer e valorizar as diferenças e de sermos tolerantes.

Preservar o planeta
É crítico o atual estado do planeta, nossa casa universal, a Terra. A vida está amea-
çada. Centenas de milhares de espécies que deveriam viver juntas, em equilíbrio,
são colocadas em risco ou extintas. Defrontamo-nos com uma série de problemas
globais que estão danificando a biosfera e a vida humana. Quando pensamos que
esses problemas são gerados pelo homem, isso se torna ainda mais assustador.
Que tipo de sentimento leva um homem a destruir sua própria casa, os recursos
de sua sobrevivência, sua família? Sim, fazemos parte de uma mesma família, a huma-
nidade. E foi neste planeta que a espécie humana surgiu e evoluiu, dotada de cérebro
sofisticado, capaz de aprender, criar, inventar coisas incríveis! Pena que não tenhamos
compreendido uma das mais importantes lições: preservar nosso planeta, nossa casa.
É necessário compreender que a Terra, com todas as formas de vida vegetal
e animal, não foi criada apenas para usufruto de nossa espécie, que seus recursos
naturais não são inesgotáveis e que a natureza não se assemelha a uma máquina,
portanto, objeto mecânico de fácil controle por parte do homem. Não somos seres
dissociados de nosso meio, seres não naturais, fora e acima da natureza. Ao contrá-
rio, somos dependentes como um bebê depende da mãe. Como declarou o chefe
Seattle (Manifesto da Terra-Mãe, 1854) “O homem não teceu a teia da vida. Ele é
apenas um de seus fios.” O que quer que faça à teia, ele faz a si mesmo. O que fazemos à
Terra, fazemos a nós mesmos, à nossa casa, ao nosso bairro, à nossa cidade.
Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no
qual as dimensões locais e globais estão ligadas. Cada um compartilha a responsa-
bilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana, dos seres vivos.
O imperativo é: rompermos com a inércia provocada pelo comodismo ou pela re-
signação. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a
desempenhar. Portanto, mãos à obra!

Universidade Aberta do Nordeste 92


Redescobrir a solidariedade
A todo momento somos bombardeados com expressões da violência cotidiana, vi-
vemos a “cultura do medo”. O termo criado pelo sociólogo Barry Glassner, explica
o fenômeno que faz com que desenvolvamos um medo quase patológico. Não sa-
bemos exatamente do que sentir medo e temos a sensação de que o perigo ronda
todos os espaços, lugares e pessoas. Sendo assim, qualquer indivíduo é potencial-
mente perigoso e precisa ser evitado. Numa sociedade onde o contato com o ou-
tro é pensado como um risco, dificilmente a solidariedade poderá se desenvolver,
muito menos a paz.
A solidariedade vem sendo apagada do coração do homem pelo dese-
jo ilimitado do ter. O egoísmo vem consumindo nosso ser e nos tornan-
do insensíveis à dor do outro, à miséria, à fome, à injustiça. A solidão e o
individualismo tomam posse de um ser essencialmente social, o homem.
Estamos habituados com as injustiças e criamos uma espécie de apatia
coletiva que nos impede de agir.
Redescobrindo a solidariedade, redescobrimos também o poder de
viver juntos, de partilhar, de curar mutuamente nossas feridas, honran-
do e celebrando a vida com ingredientes indispensáveis: reciprocidade,
união, afeto, amor, doação, aproximação.
A paz não é obra isolada, é obra coletiva! É fruto de mãos e corações
que se unem. A solidariedade é condição para a paz e caminho para a jus-
tiça, uma vez que não há verdadeira paz sem justiça nem tampouco sob o
jugo da opressão. A paz não é utopia, é um exercício diário, uma apren-
dizagem possível de ser realizada por todos nós. Você não precisa ser um
Jesus ou um Gandhi para promover a paz, basta ter coragem e vontade
de transformar as velhas formas de viver e buscar novas formas de convi-
vência consigo, com o outro e com o mundo!
Em síntese, o Manifesto 2000 conclama a todos, seja de forma cole-
tiva, seja de forma individual, a assumirem sua responsabilidade de pôr
em prática os valores, as atitudes e formas de conduta que inspirem uma
Cultura de Paz. Nós também acreditamos que todos podemos contribuir
ao promover a não-violência, a tolerância, o diálogo, a reconciliação, a
justiça e a solidariedade em atitudes cotidianas nas famílias, nos bairros,
nas cidades, enfim, no mundo!

Algumas considerações
Muito do que aqui foi dito pode ser compreendido com o auxílio exclusivo do cére-
bro. Cuidado! A compreensão racional de nada valerá se não procurarmos integrá-la
às dimensões do espírito e do coração. Como vimos, a paz se constrói nas pequenas
ações cotidianas. Para isso, basta deixarmos que os valores da não-violência condu-

93 Direitos Humanos e Geração de Paz


zam as nossas atitudes, palavras e decisões. Não podemos correr o risco de pensar
uma coisa, sentir outra e sonhar com uma terceira. Se assim fizermos, permanece-
remos imóveis, paralisados pela contradição.
Acreditamos que a paz esteja ao alcance da mão, mas é preciso que cada um
ache sua resposta para a questão: “O que posso e vou fazer para a geração da paz?”.
Queremos propor um desafio: reencante-se pela vida, ame o outro, sensi-
bilize-se com o outro e suas necessidades, toque-o; experimente a consciência do
pertencimento, o poder da palavra, a sabedoria do silêncio, as possibilidades do mis-
tério, o sonho, a utopia, a emoção dos vários significados e passagens da vida, a
compaixão, a alegria de estar vivo; solidarize-se, sinta o sabor de servir, aprenda a
imaginar como as crianças, sinta as cores da diversidade, da natureza, faça as coisas
ainda mais belas do que são, estenda o braço da fraternidade, cure-se pelo perdão e
pela palavra. Estas podem ser faíscas de uma proposta para a Cultura de Paz.
O essencial do reencantamento pela vida é a paz. Sem ela não haverá nenhum
mundo habitável sonhado por nós.

Síntese do fascículo
A paz não se restringe ao campo da teoria, a paz é ação global e local, in-
terligadas e interdependentes. A identificação, o reconhecimento e a valori-
zação das ações positivas por uma Cultura de Paz nas famílias, nas escolas,
nas comunidades e nos espaços de convivência social é um importante passo
para alcance da paz local. Mas é impossível alcançar a paz pessoal enquanto
reinam a miséria e a violência na sociedade e a natureza ameaça nos destruir
porque nós a devastamos. Mais do que ausência de conflito, a paz é um estado
de consciência. Todos podem contribuir para práticas de não-violência, tole-
rância, diálogo, reconciliação, justiça e solidariedade nas família, nos bairros,
nas cidades. Somos seres coletivos e a busca pela paz começa por você e pode
refletir no mundo inteiro! Ubuntar é isso, é um convite à paz... aceite-o!

Atividades
1. Pesquise e conheça os principais documentos produzidos por entidades gover-
namentais e não-governamentais fomentando uma Cultura de Paz.
2. De acordo com o texto, estabeleça relações entre as ações globais e locais no
desenvolvimento da Cultura de Paz.
3. Após a leitura do texto, elabore a sua concepção de Ubuntu.
4. Você acredita numa paz coletiva? Em caso afirmativo, reflita: que ações você
tem executado para tornar o seu mundo mais pacífico?

Universidade Aberta do Nordeste 94


Referências
CALLADO, Carlos Velázquez. Educação para a paz – promovendo valores humanos na escola através da
educação física e dos jogos cooperativos. Wak Editora e Cooperação Editora, Santos, 2004.
DISKIN, Lia. Vamos ubuntar? Um convite para cultivar a paz. Brasília: UNESCO, Fundação Vale, Funda-
ção Palas Athena, 2008. Disponível em: unesdoc.unesco.org/images/ 0017/001785/178540por.pdf
DISKIN, Lia e Laura Gorresio Roizman. Paz, como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas. Rio de
Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro, UNESCO, Associação Palas Athena, 2002. Disponível em:
unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130851por.pdf
FARIA, Hamilton. Cenários e horizontes da ação global e local. Fórum: Cultura de Paz e Pedagogia da
Convivência – Ação e Políticas Públicas em 2008. Pontão de Convivência e Cultura de Paz do Instituto
Pólis. Disponível em: www.soudapaz.org/Portals/ 0/Downloads/programa%C3%A7%C3%A3o%20do%20
Forum%20internacional.pdf
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt - terapia: o processo grupal: uma análise fenomenológica da teoria do
campo e holística. São Paulo: Summus, 1994.
WEIL, Pierre. A arte de viver em paz: por uma nova consciência, por uma nova educação. Tradutores:
Helena Roriz Taveira/Hélio Macedo da Silva. 1ª ed. São Paulo: Editora Gente, 1993.

Autores
Maria Aládia Brandão Silveira Guilherme: Pedagoga em Regime Especial pela Universi-
dade Estadual Vale do Acaraú (Uva), graduada com habilitação em Arte e Educação Física pela
Universidade Estadual do Ceará (Uece). Especialista em Gestão Escolar, pela Universidade do
Estado de Santa Catarina (Udesc), Psicopedagogia, pela Faculdades Inta-CE, e Educação Bio-
cêntrica, pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Com experiência na Educação Infantil,
inicialmente como professora e, posteriormente, como assistente técnica pedagógica da célula
de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de Acaraú, e articuladora pedagógica
do Programa Nacional de Formação de Professores de Educação Infantil (Proinfantil). Minis-
trou o ensino de Arte, em nível fundamental e médio. Atuou como diretora e coordenadora
pedagógica de escolas da rede municipal. Em 2010, atuou como professora e diretora de turma
na Escola de Educação Profissional Marta Maria Giffoni de Sousa, onde, desde 2011, assume a
função de coordenadora escolar.
Maria Socorro Brandão Everton: Pedagoga em Regime Especial pela Universidade Esta-
dual Vale do Acaraú (UVA); graduada em História e Filosofia pela Universidade Estadual do
Ceará (Uece). Experiência no ensino de História e Arte, em nível fundamental e médio e em
Nível Superior nas disciplinas de História Antiga, Medieval e História da África. Atuou como
diretora e coordenadora pedagógica de escolas da rede municipal e como Professora Coordena-
dora da Área (PCA) de Ciências Humanas. Em 2009, atuou como professora diretora de turma
na EEEP Tomaz Pompeu de Souza Brasil, como professora formadora do Projeto “Professor
Aprendiz” e, desde 2010, atua coordenadora regional do Projeto “Professor Diretor da Turma”
na 3ª CREDE. Enquanto especialista em História das Culturas Afro-brasileiras, ministra forma-
ções para professores na área da Educação Étnicorracial e possui vários projetos desenvolvidos
nesta área. Possui, ainda, o título de especialista em Gestão Pública pela Universidade Estadual
do Ceará (Uece).

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Expediente ISBN: 978-85-7529-572-4
Presidente Luciana Dummar | Coordenação do Curso Rosamaria de Medeiros Arnt | Coordenação Acadêmico-Administrativa |
Ana Paula Costa Salmin | Editora Regina Ribeiro | Editor Adjunto Raymundo Netto | Coordenador de Produção Editorial Sérgio Falcão |
Editor de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico e Capas Amaurício Cortez e Welton Travassos | Ilustrações Karlson Gracie |
Editoração Eletrônica Welton Travassos | Revisão Tarcila Sampaio | Catalogação na Fonte Kelly Pereira

Realização Apoio Cultural

Apoio

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