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Ciências Aeronáuticas
w w w. u n i s u l . b r
Universidade do Sul de Santa Catarina
Regulamento de
Tráfego Aéreo e
Comunicações
Aeronáuticas
UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Regulamento de
Tráfego Aéreo e
Comunicações
Aeronáuticas
Livro didático
Designer instrucional
Marina Cabeda Egger Moellwald
UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Livro Didático
629.13
036 Oliveira, Marcos Fernando Severo de
Regulamento de tráfego aéreo e comunicações aeronáuticas
: livro didático / Marcos Fernando Severo de Oliveira ; design
instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald – 2. ed. rev. e atual.
– Palhoça : UnisulVirtual, 2015.
244 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
Introdução | 7
Capítulo 1
Aviação civil: acordos e organismos
internacionais | 9
Capítulo 2
Normas internas e Administração Pública | 23
Capítulo 3
Regras do ar | 45
Capítulo 4
Serviço de Informação Aeronáutica (AIS) | 101
Capítulo 5
Plano de voo | 133
Capítulo 6
Serviços de tráfego aéreo | 167
Capítulo 7
Léxico e fraseologia | 207
Considerações Finais | 231
Referências | 233
Nos sete capítulos desta obra, você vai adquirir habilidades para:
Seção 1
Origens
Aprofundar o estudo da aviação exige entender não só o nosso presente de
inovação tecnológica constante, mas também conhecer um passado igualmente
dinâmico e rico, ainda que relativamente recente. Uma vez que você tenha
entendido a origem e a evolução de determinado aspecto da aviação, poderá
antever seus desdobramentos futuros. Assim, será capaz de adquirir as
habilidades necessárias para estar preparado em face de novos cenários.
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Seção 2
A convenção de Chicago
Os 52 participantes da convenção de Chicago concordaram em aceitar regras
gerais, as quais visavam a garantir, para a aviação civil, um desenvolvimento
seguro, ordenado, economicamente sólido e pautado pela igualdade de
oportunidades para a iniciativa empresarial dos países signatários. Essa vontade
política foi materializada em um documento intitulado Convenção de Aviação Civil
Internacional.
Mais conhecido por “Convenção de Chicago”, possui noventa e seis artigos que
estabelecem procedimentos padronizados para navegação aérea, infraestrutura
aeroportuária e controle alfandegário, com o propósito de estimular o trânsito de
pessoas e mercadorias.
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A ICAO acabou por assumir o papel de agência especializada da ONU e, por isso,
adquiriu o status de entidade multilateral de referência nos assuntos relativos à
aviação civil. Sua estrutura organizacional é semelhante à da própria ONU, com a
relevante diferença de não existir um colegiado composto por representantes de
estados signatários com direito a veto, como ocorre no Conselho de Segurança
das Nações Unidas.
Os estados contratantes devem se reunir ao menos uma vez a cada três anos,
sendo atribuído um voto para cada país. A Assembleia da ICAO é seu corpo
deliberativo principal. O Conselho da ICAO é um colegiado permanente,
composto por representantes de 33 estados signatários, eleitos para mandatos
de três anos. Esse órgão atua como administrador responsável pela efetivação de
tudo o que foi deliberado na Assembleia da ICAO e, para atingir esse fim, conta
com comissões e uma secretaria com seus departamentos. As comissões são
compostas de membros escolhidos pelo conselho a partir de listas apresentadas
pelos estados contratantes. Por eleição, o Conselho da ICAO pode designar
alguns de seus próprios membros para compor uma das sete comissões.
•• navegação aérea;
•• transporte aéreo;
•• questões jurídicas;
•• recursos humanos;
•• prestação conjunta de serviços de navegação aérea;
•• interferência ilícita;
•• finanças.
Entende-se por interferência ilícita (unlawful interference), na área de aviação,
certas ações intencionais exemplificadas por: destruir ou danificar gravemente
uma aeronave, atuar de forma a colocar em risco pessoas a bordo ou no solo,
expor alguém a risco e danificando auxílios à navegação aérea ou transmitindo
informações falsas à tripulação.
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ASSEMBLEIA DA ICAO
CONSELHO DA ICAO
Enquanto curiosidade, você sabia que a Organização das Nações Unidas (ONU),
hoje com 192 membros, foi fundada em 1945, sendo, portanto, mais nova que
a sua agência especializada em aviação. A ICAO conta, atualmente, com 190
membros.
Agora que você sabe como surgiu a Organização da Aviação Civil Internacional
e conhece a sua estrutura, já pode traçar a rota para o domínio de suas
publicações!
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Seção 3
Os anexos técnicos e suas publicações
complementares
Você deve estar curioso(a) em saber o significado de “anexo” no contexto desse
capítulo introdutório, pois o termo já foi citado algumas vezes. Podemos elucidar
esse ponto e, ao mesmo tempo, conhecer outras expressões frequentes em
tráfego aéreo, a partir do art. 37 da Convenção de Aviação Civil Internacional,
concluída em 7 de dezembro de 1944 e firmada pelo Brasil em 29 de maio de
1945:
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Uma vez que a aviação é caracterizada pelo dinamismo, não é possível que
todos os procedimentos, normas e metodologias sejam igualmente adotados
pela totalidade dos estados contratantes, ao menos em um primeiro momento.
Assim, a ICAO divulga SARPs na forma de documentos anexados à Convenção
de Chicago. Por conta do método de divulgação adotado pela ICAO, os Anexos
(Annex) não exigem o mesmo grau de aderência, não obrigando os estados
contratantes com a mesma força vinculante da Convenção de Chicago.
Mas as semelhanças são somente essas, pois as normas são reconhecidas como
necessárias para a segurança ou regularidade da navegação aérea internacional
e devem ser seguidas, como prevê a Convenção de Chicago; sendo obrigatório
notificar o Conselho da ICAO quando não for possível seu cumprimento,
conforme o art. 38 da Convenção de Aviação Civil Internacional. (BRASIL, 1946).
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Anexo 1 – Licenças
Anexo 2 – Regras do Ar
Anexo 14 – Aeródromos
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Você deve adquirir familiaridade com esses documentos. Seja como piloto,
gerente ou analista, saber como fundamentar suas decisões é essencial para sua
Segurança Você carreira e para a segurança das operações. Sobretudo, o
sabia que traduzir desrespeito ao preconizado nos Anexos pode acarretar a
“segurança” para o perda inestimável de vidas. Em segundo lugar, um acidente
inglês implica distinguir
safety de security?
aeronáutico traz consequências jurídicas e mercadológicas
Mormente, em aviação, capazes de levar à falência uma empresa e ao fim de seus
safety significa estar postos de trabalho!
livre de riscos e
security expressa o A ICAO publica outros documentos além dos Anexos à
estado daquilo que
Convenção de Chicago. São oferecidos periódicos sobre
está protegido contra
ataques (crimes). Economia, tecnologia e Direito, sempre centrados na
aviação civil internacional. Treinamento ou atualização por
meio de manuais, programas de computador e vídeos,
também são veiculados mediante pagamento. Mas não se preocupe em gastar
com isso, por enquanto.
Seção 4
Mais acordos relevantes e organismos de
interesse
Sua profissão está ligada a um leque de organizações multilaterais de caráter
regulador; algumas com pretensão global, outras, claramente regionais. Mesmo
entre as agências de atuação doméstica, existem aquelas que são modelares,
cujas decisões servem de paradigma e ajudam a traçar o futuro da regulação
aeronáutica nos estados.
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NTSB é uma autarquia vinculada ao poder legislativo dos Estados Unidos, que
exerce a fiscalização e a investigação dos meios de transporte domésticos,
desde oleodutos até aviação. Uma vez que opera com independência do poder
executivo, suas análises são muito respeitadas.
Síntese
Nesse capítulo, você descobriu como necessidades de locomoção das
pessoas e as demandas empresariais se aliaram a inovações tecnológicas e
circunstâncias históricas para criar, em um curto espaço de tempo, um novo
mercado de transporte aéreo baseado em aeronaves de asa fixa. Encerrada a era
dos charmosos dirigíveis, o novo modo de deslocamento aéreo entrou na vida
das pessoas com eficiência globalizada e suficiente para retirar da navegação
marítima o importante mercado do transporte de passageiros e, até mesmo,
competir no transporte de certos tipos de mercadorias.
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Atividades de Autoavaliação
1) Qual o resultado da Convenção de Chicago?
a) ( ) Os 19 Anexos.
c) ( ) ICAO.
e) ( ) As regras do ar.
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Normas internas e
Administração Pública
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Seção 1
Internalização das normas internacionais
É hora de conhecer as formas de incorporação dos tratados internacionais e das
normas deles decorrentes, como os Anexos, em nosso ordenamento jurídico.
Nesta seção, veremos que uma norma pode adquirir eficácia imediatamente,
ou, pelo contrário, como a maior parte dos tratados, deverá passar por algumas
etapas antes de vigorar no âmbito interno. Esse vigor pode ser exercido com
a força de uma norma constitucional, lei complementar, lei ordinária ou mesmo
de uma portaria. A vigência interna faz surgir portarias, instruções, circulares e
outras figuras normativas infralegais. Ainda que não seja o caso de mergulharmos
profundamente no direito internacional, não podemos olvidar que as regras de
tráfego aéreo fazem parte do direito administrativo e, portanto, devemos conhecer
as consequências normativas da adesão brasileira à Convenção de Chicago
segundo essa ótica.
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
(mais emendas constitucionais e tratados
sobre direitos humanos posteriores à
Emenda 45/2004).
NORMAS SUPRALEGAIS
(tratados sobre direitos humanos
anteriores à Emenda 45/2004)
LEIS COMPLEMENTARES
LEIS DELEGADAS
LEIS DELEGADAS
MEDIDAS PROVISÓRIAS
SENTENÇAS
CONTRATOS
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Então, qual o caminho que uma futura Convenção de Chicago deverá traçar
para ingressar em nosso ordenamento jurídico-administrativo com eficácia, isto
é, obrigando a todos os envolvidos, notadamente o governo, as empresas e os
trabalhadores do setor?
Seção 2
Distribuição de competências
Você está vivendo uma época de mudanças significativas na Administração
Pública brasileira, em tudo que se refere à aviação civil. Leis e regulamentos que
concretizam as previsões de acordos internacionais estão sendo modificados,
seja pela via rápida das tão frequentes medidas provisórias, seja por decretos ou
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É justamente dessa forma que atua a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Criada pela Lei 11.182, de 27 de setembro de 2005 (BRASIL, 2005), a ANAC veio
substituir o Departamento de Aviação Civil, um órgão integrante da administração
direta que, até 1999, fizera parte do extinto Ministério da Aeronáutica. Como
você pode perceber, houve uma transição não só da administração direta para a
indireta, mas da gestão militar para a civil.
Segundo a lei de criação, modificada pela MP nº 527 em 2011, que foi convertida
na Lei n. 12.462 (BRASIL, 2011), cabe destacar as principais competências da
ANAC, que são:
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Drones Veículos aéreos não tripulados (VANT): podem ser remotamente pilotados
ou funcionar sem intervenção humana, mediante o emprego de controladores
lógicos programáveis (computadores dedicados a uma tarefa específica).
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Atuando como gerente ou piloto, ainda conforme o ROCA 20-7 (BRASIL, 2013),
você deve saber que existem isenções tarifárias para aeronaves nas seguintes
situações ou missões:
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Seção 3
Pessoas
Seja em maior ou menor intensidade e abrangência, o Estado não pode
deixar de atuar no domínio econômico. Se não o fizer, acabará por permitir
aos agentes econômicos a possibilidade de ofertar um serviço ou produto
abaixo dos padrões normalmente aceitos. Segundo Fiani (1998), o Estado está
promovendo a regulação de uma atividade econômica quando substitui a decisão
privada, por empresas ou profissionais, em prol de uma maior eficiência ou um
comportamento de interesse público que não seriam alcançados naturalmente
pela livre ação das forças do mercado.
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3.1 Pilotos
Existe um currículo mínimo previsto no Anexo I (ICAO, 2011) para a formação
teórica e prática de pilotos. A ANAC internaliza essa orientação por meio
de manuais destinados às entidades de ensino, as quais oferecem cursos
específicos para cada graduação de piloto ou natureza da habilitação almejada.
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Aprenda um fato recorrente na aviação: você pode obter uma licença para atuar
como profissional em uma área específica e ainda precisar de uma habilitação.
Um controlador de tráfego aéreo deve possuir uma licença (sem data de
expiração) e pode alcançar algumas habilitações, como habilitação para ministrar
instrução em treinamento real ou para trabalhar em um determinado órgão de
controle. Essa última expira em 90 dias de afastamento da atividade, sendo
exigindo estágio operacional para a revalidação da habilitação.
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Seção 4
Aeródromos
Aeródromo é uma designação geral, gênero que inclui instalações encontradas
em bases aéreas militares, campos de pouso particulares, aeroclubes, fazendas,
fábricas, embarcações e, até mesmo, em condomínios bem sofisticados. Nessa
breve seção, o objeto de nosso estudo será estudar o aeroporto, isto é, um
aeródromo público destinado a operações comerciais de pouso e decolagem,
embarque e desembarque de pessoas e mercadorias.
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Seção 5
Aeronaves
A ANAC também responde pelas atividades de registro de aeronaves, controle de
importação e exportação, certificação, homologação de fabricantes de aeronaves,
de produtores de componentes aeronáuticos e de empresas de manutenção. As
informações registradas são de domínio público, consoante determinação do
Código Brasileiro de Aeronáutica. Para atender a esse propósito legal, a ANAC
divulga em seu sítio os dados do RAB, Registro Aeronáutico Brasileiro.
Veja, como exemplo, o registro de uma aeronave brasileira que sofreu acidente no
Aeroporto de Congonhas em 17 de julho de 2007 (REGISTRO, [200-]):
• Matrícula: PRMBK
• Fabricante: Airbus
• Modelo: A320-233
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Síntese
Você está adquirindo conhecimentos para trabalhar na aviação civil como
profissional de nível superior. Não pode prescindir, portanto, da habilidade de
julgar razoavelmente uma regra ou recomendação, pois, sem esse atributo
cognitivo, não será possível, por exemplo, propor mudanças normativas, quer
seja no ambiente da organização na qual você colabora ou no âmbito externo.
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Atividades de Autoavaliação
1) Em caso de infração a regras de tráfego aéreo, assinale a entidade responsável
pela aplicação de penalidades e cobrança de multas:
c) ( ) DECEA.
a) ( ) Anexo 1, 18 anos.
b) ( ) Anexo 1, 21 anos.
c) ( ) Anexo 2, 18 anos.
d) ( ) Anexo 2, 21 anos.
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Regras do ar
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Seção 1
Aplicação
As regras fundamentais de tráfego aéreo estão descritas no Anexo 2 à Convenção
de Chicago e são designadas, na maior parte dos idiomas falados nos países
contratantes, por expressões equivalentes a “Regras do Ar”. (ICAO, 2005). O
conteúdo do Anexo 2 apresenta somente normas (standards), não veiculando
em seu texto práticas recomendadas (recommended practices). Isso implica a
obrigatoriedade dos países contratantes em notificar o Conselho da ICAO sempre
que não for possível cumprir uma de suas normas.
A ICA 100-12 é uma norma bastante particular e sua leitura requer cuidado. É
altamente recomendado que seja lida sempre em comparação com o Anexo 2.
Isso permitirá aclarar trechos que parecerem obscuros e perceber as diferenças
em relação à norma de curso internacional. Além disso, é um documento que
contém traduções e, como se sabe, a leitura da versão original sempre facilita a
interpretação.
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Agora que você está ciente dessas cautelas, é hora de passar a analisar os
principais pontos do Anexo 2, sempre em cotejamento com o que foi disciplinado
a respeito na ICA 100-12, principalmente quando houver alguma diferença de
procedimento. Quando a transcrição normativa não for literal, as referências
ao Anexo 2 (ICAO, 2005) e à ICA 100-12 (BRASIL, 2013) serão grafadas entre
parênteses, com indicação da norma, capítulo, e item:
capítulo
ANEXO 2, 3, 3.1.1
Mas saiba que o estudo dos pontos principais das Regras do Ar não o/a
desobriga da leitura integral de ambos os diplomas, é claro. Entenda que essa
obra não tem, e não poderia ter, a pretensão de exaurir o tema abordado. Isso
seria impossível em um semestre, mas é factível apresentar um guia para a sua
formação. Vamos adiante!
Seção 2
Conceitos e regras fundamentais
O terceiro capítulo do Anexo 2 introduz disposições acerca da proteção
de pessoas e propriedades. Veja agora suas orientações e acompanhe as
explicações sobre os seguintes termos de uso corrente (ICAO, 2005):
•• Operação Responsável
•• Alturas mínimas de voo
•• Níveis de cruzeiro
•• Lançamentos em voo
•• Voo em formação
•• Trajetórias opostas
•• Trajetórias convergentes e direito de passagem
•• Ultrapassagem
•• Pouso
•• Deslocamento no solo
•• Luzes de sinalização da aeronave
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O tipo de altímetro que nos interessa agora é outro, menos preciso, que funciona
medindo a pressão atmosférica e indicando a distância vertical da aeronave até o
nível de pressão atmosférica que foi ajustado no aparelho. Trata-se, em verdade,
de um barômetro calibrado para mostrar distâncias verticais.
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SUBESCALA
DO ALTÍMETRO
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QNH Você pode usar O valor obtido com essa leitura é, então, transmitido por
como ferramenta
rádio ao piloto, o qual o insere no altímetro como valor de
mnemônica a seguinte
expressão: QNH = ajuste de escala. Agora, a leitura obtida pelo piloto será
Nautical Height (ajustar igual à elevação do aeródromo em relação ao nível médio
o altímetro para altura do mar. Esse valor de ajuste recebeu a designação de
náutica).
QNH.
Em suma:
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Altura QFE
QNE (1013)
TRL NÍVEL DE TRANSIÇÃO
CAMADA DE TRANSIÇÃO
TA ALTITUDE DE TRANSIÇÃO
QNH
(informado pela TWR)
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aproximando pela direita é que deverá dar passagem, mediante uma curva pela
direita, de forma a passar por trás da aeronave que converge, nunca acima ou
abaixo, conforme o Anexo 2, 3, 3.2.2.3. (ICAO, 2005).
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O Anexo 2 esclarece o ponto no item 3.2.3.1 (ICAO, 2005), quando determina que
as luzes de sinalização serão acesas entre o pôr e o nascer do sol ou em outro
período julgado necessário pela autoridade competente. No Brasil, isso significa
que o DECEA, por meio da Torre de Controle, poderá determinar o acendimento
das luzes quando a aeronave estiver evoluindo na área de manobras ou no
espaço aéreo circunvizinho. Quando a aeronave estiver no pátio, será competente
à ANAC ou àquele a quem a ANAC delegar a atribuição.
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a. identificação da aeronave;
b. regras de voo;
c. tipo de voo;
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d. tipo de aeronave;
e. quantidade de aeronaves, no caso de voo em formação;
f. categoria da esteira de turbulência;
g. equipamento (instrumentação de voo);
h. aeródromo de partida;
i. hora estimada de início do deslocamento inicial no solo (hora
estimada de calços fora, estimated off block time, EOBT);
j. velocidade de cruzeiro;
k. níveis de cruzeiro;
l. rota;
m. aeródromo de destino;
n. tempo estimado de voo;
o. aeródromos de alternativa;
p. autonomia;
q. número total de pessoas a bordo;
r. equipamentos de emergência e sobrevivência;
s. informações complementares.
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Aeronaves que voam cruzando as linhas de meridiano passam por diferentes fusos
horários. Para evitar confusões e facilitar cálculos de navegação, o Anexo 2 previu a
utilização de um mesmo horário em todos os aeroportos e aeronaves no mundo.
A hora escolhida foi a que corresponde ao meridiano zero e recebeu a designação
de Hora Universal Coordenada (UTC – Universal Time Co‑ordinated). (ICAO, 2005).
Uma autorização de controle de tráfego aéreo (ATC clearance) deve ser obtida
antes da operação dentro dos limites de um espaço aéreo controlado ou do
deslocamento pela superfície de um aeródromo controlado. Trata-se de uma
autorização para que uma aeronave proceda conforme as instruções ou condições
especificadas por um órgão ATC. Seu eventual descumprimento deve ser
motivado e notificado previamente. Assim, “autorização” tem, neste contexto, a
conotação de ordem. A apresentação prévia de um plano de voo é uma condição
para a sua obtenção regular, para que haja um serviço de controle de tráfego
aéreo.
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Caso a autorização não seja satisfatória, poderá o piloto solicitar outra que atenda
seu interesse operacional, a qual será emitida sempre que for viável. Existem
circunstâncias nas quais o piloto pode solicitar prioridade no atendimento. Nesses
casos, o motivo deve ser enunciado.
A observância do plano de voo significa dizer que o plano de voo deve ser
cumprido como apresentado, mas existem algumas possibilidades de alterações,
conforme o Anexo 2, 3, 3.6.2 (ICAO, 2005):
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•• Proibido;
•• Restrito;
•• Perigoso.
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Área proibida diz respeito ao espaço aéreo definido pela autoridade aeronáutica,
no qual o voo é proibido. Área perigosa refere-se ao espaço aéreo definido pela
autoridade aeronáutica no qual ocorrem atividades perigosas para o voo. Por fim,
área restrita é o espaço aéreo definido pela autoridade aeronáutica no qual o voo
deve obedecer a condições específicas. Esses espaços são mostrados em cartas
de navegação ou avisos de ampla divulgação no meio aeronáutico; podem ser
ativados em determinados períodos ou podem ser permanentes.
Sobretudo, não se deve treinar interceptação com aeronaves civis. À luz desse
entendimento, não é cabível que aeronaves de transporte aéreo regular, as quais,
por definição, são conhecidas e controladas, sejam alvos de interceptação
enquanto voam dentro dos limites traçados pelas autorizações emitidas pela
autoridade aeronáutica competente.
Estão previstas, no Anexo 2 (ICAO, 2005), uma série de medidas voltadas tanto
para o piloto interceptador quanto para o interceptado:
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Esclarecido esse ponto, vamos apreender o que deve ocorrer durante uma
interceptação real, conforme o disposto no Anexo D da ICA 100-12, com o
acréscimo das críticas necessárias e explicações dos novos vocábulos:
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Pense sobre esse ponto que acabamos de estudar por uma ótica diferente: essa
solicitação de esclarecimentos ao órgão de controle pode ser entendida como uma
exigência. Para tanto, basta que a aeronave interceptada não esteja incorrendo em
nenhuma das hipóteses previstas no Anexo 2 (ICAO, 2005), as quais justificam o
procedimento de interceptação. Nesse caso, a aeronave interceptada pode exigir do
órgão de controle de tráfego aéreo que esse comunique à autoridade responsável
que está ocorrendo uma interceptação injustificada e, essa autoridade de defesa
aérea, por sua vez, determinar a imediata interrupção do procedimento. Medida
relevante a ser tomada, sobretudo quando a aeronave interceptada transporta – ou
vai transportar, na próxima etapa – enfermo(s) ou órgãos vitais para transplante.
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Aeronave Interceptadora
FOLLOW Siga-me.
65
Aeronave Interceptada
Acompanhe o que nos diz a ICA 100-12 nos trechos citados a seguir:
66
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Entenda aeronave líder como aquela que transporta o piloto responsável por
uma esquadrilha. A aeronave interceptadora tomará posição à esquerda da
interceptada porque o piloto em comando assume o assento da esquerda, o que
torna a percepção visual facilitada.
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Assim, a compreensão dos conceitos que você viu até agora e o aumento do seu
vocabulário aeronáutico o/a deixaram um passo mais próximo de alcançar seus
objetivos de aprendizado e, também, preparado/a para a próxima etapa: as regras
de voo!
Seção 3
Operação VFR
As Regras do Ar descrevem dois modos de se voar:
70
TIPO DE
CLASSE VOO PROPRIEDADES DO ESPAÇO AÉREO
PERMITIDO
VFR Os voos VFR estão sujeitos ao ATC e são separados dos IFR,
mas recebem apenas informação de tráfego sobre outras
aeronaves voando VFR.
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Como você pôde constatar, o voo VFR é permitido em seis das sete
classificações de espaço aéreo, nos quais poderá, ou não, ser controlado. Mas,
ainda que um aeródromo não seja controlado, existem condições meteorológicas
mínimas para esse tipo de operação. Assim, decolagens ou pousos segundo as
regras de voo visual só poderão ocorrer quando o teto no aeródromo for igual ou
superior a 1500 pés e a visibilidade no solo seja igual ou superior a 5 km.
Uma vez no ar, a aeronave visualmente pilotada não deverá sobrevoar áreas
povoadas a menos de 1000 pés acima do mais alto obstáculo dentro de um raio
de 600 metros do aparelho. Fora dessas áreas, deverá voar a não menos de 500
pés de altura do solo ou da água.
A ICA 100-12 (BRASIL, 2013) determina que o piloto em voo VFR escolha
trajetórias que o mantenham livre de formações meteorológicas, pelo menos a
metade do campo de visão abaixo da aeronave.
Uma vez que existem espaços aéreos no quais os voos visuais são controlados
e esse controle é feito mediante a transmissão de instruções por radiotelefonia,
aeronaves em voo visual devem dispor, compulsoriamente, de equipamento de
comunicação por radiotelefonia em determinadas circunstâncias ou espaços.
Além dos casos nos quais a autoridade de tráfego exige comunicação bilateral
por radiotelefonia, uma aeronave em voo visual deverá sempre dispor de
equipamento de comunicação radiotelefônica, quando:
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Esses são os principais pontos que você deve conhecer sobre voo visual, por
enquanto. Mas, antes de passar ao estudo do voo IFR, experimente fazer uma
leitura cruzada do capítulo 4 do Anexo 2 (ICAO, 2005) com o capítulo 5 da ICA
100-12 (BRASIL, 2013).
Seção 4
Operação IFR
Rota A partir de O voo por instrumentos só deve ser efetivado por
agora, sempre tenha pilotos habilitados, que operarão aeronaves dotadas de
um entendimento
instrumentos e equipamentos de navegação adequados,
tridimensional do
vocábulo “rota” como: conforme a rota a ser voada.
trajetórias que envolvem
deslocamentos Por isso, você verá que uma aeronave pode ter
horizontais e verticais. equipamentos adequados ao voo IFR em certos níveis,
mas inadequados para camadas atmosféricas mais
superiores. O voo IFR apresenta uma limitação vertical
inferior que é informada nas cartas de navegação,
estabelecendo, portanto, os níveis mínimos para o voo
em rota.
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Pode parecer redundante falar em voo IFR em espaço aéreo controlado. Muitos
estudantes entendem como natural que o voo conduzido somente com o auxílio
de instrumentos e equipamentos de navegação seja sempre controlado. Mas
você certamente deve recordar que nos espaços aéreos de classes F e G, os
voos IFR não recebem a prestação do serviço de controle de tráfego aéreo.
Todavia, quando o voo IFR ocorrer nos espaços aéreos nos quais o serviço de
controle de tráfego é prestado, o piloto deve conduzir seu voo da seguinte forma:
Em síntese, sempre que um voo IFR ocorrer dentro dos limites verticais e laterais
de um espaço aéreo controlado, serão obedecidas as previsões do capítulo 3,
seção 6, do Anexo 2 à Convenção de Chicago (ICAO, 2005), que trata do serviço
de controle de tráfego aéreo.
Seção 5
Tabelas de níveis de voo em cruzeiro
Rumos possíveis As tabelas dividem os níveis de voo em dois conjuntos.
Nesse caso, cada Para cada um desses conjuntos, é atribuída a metade dos
um dos 360 sentidos rumos possíveis. A tradição nomeou esses conjuntos
da rosa-dos-ventos,
contatos no sentido
como pares e ímpares, como você verá adiante. Essa
horário e com a direção designação é tecnicamente imprecisa, mas serve para fins
norte-sul orientada práticos e de compreensão.
pelos polos magnéticos
da Terra. Conforme as tabelas de níveis de cruzeiro para o voo
IFR, duas aeronaves que estejam voando em sentidos
contrários jamais estarão voando no mesmo nível, pois
cada uma só poderá estar mantendo um nível de voo do
grupo de níveis correspondente ao seu rumo.
74
75
Para os rumos magnéticos que vão do rumo 000º até 179º, para fins práticos
conhecidos como ímpares, a tabela padrão estabelece o primeiro nível IFR em
1.000 pés, ou FL010. Uma vez que os rumos magnéticos entre 180º e 359º –
rumos pares – têm alocado como primeiro nível de voo IFR o FL020, o segundo
nível ímpar possível será o FL030.
Como você pode constatar, o FL 320 – entre outros – não pode ser voado, pois
ele não existe na tabela de níveis de cruzeiro IFR padrão, segundo o método
VSM.
Veja um modelo da tabela padrão VSM para voo IFR, também conhecida como
NON-RVSM:
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Essa tabela apresenta apenas a parte do Apêndice 3, relativa ao voo IFR. A tabela
original também detalha a disciplina para o voo VFR, segundo a metodologia VSM.
Compulse esse documento da ICAO, e você verá um grande número de níveis
de voo alocados para as regra de voo visual em grande altitude. Como exemplo,
existe a previsão de voo VFR no FL 480. Nesse nível de voo, o ar é bem pouco
denso, implicando uma maior velocidade para a manutenção de um voo estável.
No entanto, altas velocidades são incompatíveis com a vigilância do ambiente
externo com o fito de provisão de separação de outras aeronaves, uma vez que as
velocidades relativas entre os tráfegos seriam muito elevadas.
77
78
Você deve estar se perguntando como o Brasil, por meio do DECEA, está
administrando a questão da alocação de níveis de voo no espaço aéreo
brasileiro. É fácil descobrir: visitando o sítio do DECEA, você pode obter
cartas aeronáuticas que trazem essas informações.
Veja, a seguir, uma imagem parcial extraída de uma carta navegação divulgada
pelo DECEA (2014). Trata-se de uma carta de rota (ENRC – Enroute Chart)
para o espaço aéreo superior, entendido como o espaço que engloba os níveis
superiores ao FL 245.
Você pode perceber que o Brasil adotou a divisão padrão entre os rumos
magnéticos, 000º até 179º e 180º até 359º. Alguns países precisam de uma tabela
diferente, com uma divisão da rosa-dos-ventos no sentido horizontal ou mesmo
79
diagonal. É o caso do Chile: por ser um país bem alongado no sentido norte-sul, o
tráfego aéreo doméstico flui nesse sentido, fazendo necessária a adaptação.
Seção 6
Voo VFR Especial
O Anexo 2 (ICAO, 2005) trata o voo VFR Especial de forma muito ligeira, apenas
definindo essa modalidade como um voo autorizado por um órgão de controle
de tráfego aéreo a operar em condições meteorológicas inferiores aos mínimos
previstos para o voo visual.
Essa mitigação da disciplina geral surgiu nos anos 60, para suprir a necessidade
de um regramento diferenciado que pudesse atender demandas específicas de
aeronaves militares sediadas em bases aéreas próximas de aeroportos. Ocorre
que, por sua natureza, aeronaves militares costumam operar segundo regras
próprias de separação do solo e de outros tráfegos. Por fim, a ICAO acabou
adotando essa flexibilidade normativa, deixando a cargo das autoridades
aeronáuticas dos países contratantes a definição das condições nas quais se
pode voar pelo método VFR Especial.
Veja como o DECEA tratou o tema, pela ICA 100-12 (BRASIL, 2013):
80
Tão somente pelo uso dos termos “autorizado pelo controle de tráfego aéreo”
já poderíamos concluir que o voo VFR Especial é controlado. Por seu turno, a
ICA 100-37 afasta qualquer dúvida no item 3.7.2, quando estabeleceu que o
voo VFR Especial como um voo controlado, recebendo autorizações com vistas
à separação (spacing) dos voos IFR ou, eventualmente, dos demais voos VFR
Especiais (item 3.9.1: d, e). (BRASIL, 2013).
81
Por fim, os voos VFR Especiais não podem ser vetorados, salvo em situações
extraordinárias, como medida de socorro. Vetoração (vectoring) diz respeito à
orientação emitida por um órgão de controle consistente de uma proa magnética
a ser voada e, se for o caso, uma orientação vertical. Atualmente, o serviço é
prestado com base em dados obtidos de um radar. Em um futuro próximo, o
serviço dependerá de informações obtidas a partir de satélites.
Seção 7
Regras do ar: sinais e mensagens
Alguns elementos dessa seção já são familiares para você que, certamente, os
encontrou antes, em filmes e livros. Quem nunca viu, em um filme de ação, algum
personagem nervosamente transmitir pelo rádio a expressão mayday-mayday? Ou
alguém se livrar de uma situação perigosa usando o Código Morse?
82
Sinais que indicam que uma aeronave tem Transmissão, por qualquer meio, do grupo de
uma mensagem urgente a transmitir relativa letras “XXX”;
à segurança de: uma pessoa a bordo ou à
Emissão, por rádio, da expressão verbal “PAN,
vista, outra aeronave ou embarcação.
PAN”. Outro franquismo na língua inglesa,
derivada da palavra panne, que significa falha
de qualquer natureza em um dispositivo.
83
84
Respostas
Sinais da aeronave
Série Significado da aeronave Significado
interceptadora interceptada
NOTA 2 – Se a aeronave
interceptada não puder
manter a velocidade da
aeronave interceptadora,
essa última efetuará uma
série de esperas em
hipódromo* e balançará
asas cada vez que passar
pela aeronave interceptada.
continua ...
85
HELICÓPTEROS:
DIA ou NOITE –
Seguir a aeronave
interceptadora
e proceder ao
pouso, mantendo
ligados os faróis
de pouso (se
possuir).
86
87
Veja o quadro dos sinais luminosos da pistola de sinalização, emitidos pela torre
de controle:
88
Outra forma de comunicação visual que pode ser utilizada para orientar o tráfego
de aeródromo é o disparo de artefato pirotécnico vermelho, cujo significado
é: não obstante qualquer autorização anterior, não pouse neste aeródromo por
enquanto!
Vejamos como isso pode ser feito, quando a aeronave ainda está em voo:
Antes de prosseguir, vale ressaltar que alguns sinais são coloridos, porém,
este livro é impresso em preto e branco. Sendo assim, é recomendável que
você consulte a versão digital nas páginas do DECEA.
89
Pouso proibido.
continua ...
14
90
Existem outros que vale a pena conhecer e, para ajudá-lo/a neste esforço,
o Ambiente UnisulVirtual disponibiliza o CAP 637 – Visual Aids Handbook,
United Kingdom Civil Aviation Authority.
•• raquetes coloridas;
•• luvas agigantadas;
•• lanternas vermelhas.
91
Isso posto, vamos colher do Anexo 2 os gestos do sinaleiro de pátio (ICAO, 2005):
92
continua ...
continua ...
93
continua ...
94
continua ...
95
96
A ICA 100-12 (BRASIL, 2013) traz outros sinais de comunicação técnica entre o
apoio de solo – mecânico, por exemplo – e a tripulação, incluindo sinais emitidos
pelo piloto a partir do interior da aeronave. Mesmo que o Anexo 2 (ICAO, 2005)
não tenha tratado do tema, seu estudo é recomendado, pois assim você poderá
acompanhar o trabalho de outros profissionais do meio, inclusive orientando-os e
corrigindo-os, quando essa responsabilidade lhe for atribuída.
Síntese
O segundo anexo técnico à Convenção de Chicago vincula os países contratantes
a um rol de normas internalizadas por meio da ICA 100-12. Princípios e categorias
essenciais são carreados nesses documentos: responsabilidades dos atores
públicos e privados; regras para altimetria, separação vertical e comunicações;
preferências de passagem entre tráfegos em voo e em taxiamento; sinais para
emprego em defesa aérea e no gerenciamento dos deslocamentos no solo;
modos e planejamento do voo e divisão operacional do espaço aéreo. O Anexo
2 é verdadeira peça introdutória e fundamental aos demais anexos técnicos à
Convenção de Chicago, o que faz ser recomendável a sua leitura integral.
Atividades de Autoavaliação
1) Imagine o seguinte cenário: duas aeronaves estão em trajetórias opostas
em uma mesma altura, em voo nivelado. Há risco de colisão frontal. Qual o
procedimento correto a adotar?
c) ( ) Quem está voando no nível correto consoante sua proa, deve aguardar a
mudança de trajetória da outra.
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a) ( ) Sair da pista.
d) ( ) Manter posição.
3) Uma aeronave está em aproximação para pouso, e seu piloto já sabe que
o nível de transição do aeródromo é FL065. Assinale a alternativa correta:
imediatamente ao cruzar esse nível, a aeronave está passando...
98
99
Serviço de Informação
Aeronáutica (AIS)
101
Seção 1
Competência, objetivos e elementos do serviço
O Serviço de Informação Aeronáutica (AIS – Aeronautical Information Service)
é prestado diretamente ao usuário final por mais de uma instituição ou
órgão operacional. Uma mesma instituição pode ter uma de suas unidades
componentes como usuária final, enquanto outra exerce o papel de provedora
desse mesmo serviço.
102
103
Seção 2
Publicação de Informação Aeronáutica (AIP)
A Publicação de Informação Aeronáutica (AIP) deve conter informações
aeronáuticas essenciais à navegação aérea, desde que sejam de caráter
permanente ou de longa duração. Sempre que possível, seu formato deve ser
adequado à consulta em cabine durante o voo. Os países contratantes devem
disponibilizar uma AIP dividida em três partes, para atender o disposto no Anexo
15, item 4.1 e seguintes (ICAO, 2004):
Veja, em maior grau de detalhe, como essas três matérias são expostas em cada
uma das cinco subdivisões (GEN 0 – GEN 4) da Parte 1 de uma AIP de qualquer
país contratante, como disciplina o Anexo 15 à Convenção de Chicago (ICAO,
2004):
104
105
Você já sabe que o dinamismo é a tônica da aviação e, por isso, vai achar natural
que as AIPs devam sofrer atualizações periódicas. Conforme a necessidade de
cada país contratante, a AIP será inteiramente reeditada ou atualizada mediante
a reimpressão de novas páginas, sempre concomitantemente com retificações
das versões disponíveis na internet. Devem ser evitadas as divulgações de
atualizações feitas mediante anotações manuscritas.
Para exemplo, saiba que, quando um aeroporto passa a ter uma nova pista,
basta trocar as páginas respectivas e registrar, ainda que de forma manuscrita, a
atualização na página de controle de emendas.
2.4 AIRAC
Por outro lado, as atualizações de uma AIP quanto a mudanças operacionais
significativas devem seguir outro procedimento. Nesse caso, será aplicado
o Sistema Regulamentado AIRAC. AIRAC é um acrônimo para Aeronautical
Information Regulation and Control. Esse sistema especial de divulgação
funciona com base em um ciclo de 28 dias, sempre em datas previstas. No
Brasil, será sempre divulgado em uma quinta-feira. Quando não houver nenhuma
modificação, esse fato será divulgado pela expressão AIRAC NIL, veiculada por
meio de NOTAM.
106
•• Série A; e,
•• Série N.
As páginas dos suplementos devem ser apensadas à AIP durante o seu período
de vigência.
Seção 3
NOTAM: Avisos aos Aeronavegantes
NOTAM Notices to NOTAM são notas contendo informações relativas ao
airmen ou avisos aos início, interrupção ou mudança de status de qualquer
aeronavegantes.
serviço, instalação ou procedimento, assim como o
surgimento de riscos, cujo conhecimento tempestivo é
essencial para o bom andamento das operações aéreas.
107
Poucas profissões convivem com tantos acrônimos como a que você está
aprendendo. Acabamos de conhecer AGA, que significa Aerodromes, Air
routes, and Ground Aids. Alguns outros acrônimos são: COM, que significa
Comunicações e MET, Meteorologia.
108
•• aeródromo;
•• horário da observação;
•• número designador das pistas contaminadas;
•• extensão limpa das pistas, se for o caso;
•• tipo de contaminação;
•• coeficiente de atrito das pistas.
Para que esse mal possa ser evitado, o Anexo 15 disciplina a confecção do
ASHTAM, um tipo especial de NOTAM, veiculador dos seguintes dados principais:
109
Seção 4
Circular de Informação Aeronáutica (AIC)
Existe informação aeronáutica cujo teor, em que pese sua relevância, não atende
às exigências para a confecção de um NOTAM e também não é adequado à
inclusão em uma das três grandes partes de uma AIP (GEN, ENR ou AD).
O conjunto de AIC será disponibilizado nas salas AIS em uma pasta para cada
país, numeradas consecutivamente, anualmente revisadas e acompanhadas de
uma lista de verificação das publicações em vigor.
Seção 5
Informações prévias ao voo
Você já aprendeu que o AIS visa a oferecer aos interessados a informação
necessária ao voo. Especialmente quanto aos pilotos, essa informação deve
ser obtida por meio de um processo autônomo e rápido. Para atender a esse
último propósito, as salas AIS devem estar equipadas com quadros de cartas
de navegação e dispositivos suficientes e autoexplicativos de consulta, que
permitam ao piloto tomar ciência da parte de interesse do pacote integrado de
informação aeronáutica.
110
Aprenda o que você pode encontrar em uma Sala AIS ou nas páginas virtuais do
DECEA, em um rol não exaustivo:
•• rotas aéreas;
•• informação meteorológica;
•• NOTAM;
•• ativação de espaços aéreos restritos;
•• cartas para download;
•• regulamentos;
•• tabelas.
Seção 6
Cartas de navegação
Nesta seção, você encontrará orientações introdutórias com vistas a permitir a
aquisição progressiva e autônoma de conhecimento suficiente para o manejo das
cartas de navegação que podem ser encontradas em uma sala AIS ou, ainda,
baixadas no sítio do DECEA. Adicionalmente, o domínio das informações que
você obterá vai facilitar o entendimento do Anexo 4 (ICAO, 2009), documento de
regência dessa matéria.
111
112
113
114
115
Observe que para cada número marcado em um círculo negro, há uma nota
explicativa na próxima página. De acordo com Denny (2012):
116
117
118
•• JNV;
•• ONDAK;
•• ALMAT.
Existe uma regra prática: multiplique a sua velocidade pelo gradiente e você
saberá quantos pés deverá subir por minuto.
O gradiente mínimo de subida previsto na carta SID SBNF, conforme Figura 4.5,
para uma aeronave que decola da cabeceira 25 na subida ONDAK deve ser de
ao menos 5%, até que se alcance 1500 pés de altitude e, uma vez atingido esse
valor, o gradiente mínimo pode ser de ao menos 3,3%. Portanto, uma aeronave
que inicia o voo com 120 nós e nesse perfil de saída, deverá voar com uma razão
de subida de ao menos 600 pés por minuto (5 x 120) até atingir 1500 pés. Em
seguida, poderá continuar sua ascensão com ao menos 400 pés por minuto de
razão de subida (3,3 x 120 = 396 ≈ 400). A regra prática está baseada no fato de
que 1 nó equivale a 100 pés por minuto (101,268591 para sermos extremamente
precisos).
Isso porque mesmo hoje em dia, algumas trajetórias de voo prescindem de uma fase de
voo nivelado. É mais econômico subir rapidamente para um nível de voo ótimo e depois
descer lentamente até o destino. No futuro, talvez as trajetórias de voo sejam como
parábolas alongadas em um dos lados.
119
120
121
Você notou como a carta faz a transição entre o voo em rota e o procedimento de
aproximação IFR?
Então, visite o AIS WEB do DECEA e busque uma STAR mais próxima de
sua cidade para estudá-la por inteiro. Recorra ao MACAR se necessário.
122
cabeceira da pista que foi escolhida para o pouso. Assim como as STARs, podem
ser baseadas em balizas eletrônicas terrestres ou redes de satélites, razão pela
qual são muito variadas em sua apresentação.
123
124
De acordo com essa figura, verificamos que MSA (Minimum Safe Altitude) é uma
expressão de uso genérico, usada em múltiplos casos, que denota uma altitude
abaixo da qual não é seguro voar por conta da presença de obstáculos artificiais
ou elevações do terreno. Não existe uma definição da ICAO para a expressão.
125
126
Visite o sítio AISWEB e estude outras cartas! Será muito produtivo. Você
também pode baixar cartas IAC a partir de sítios administrados por
autoridades de tráfego aéreo de outros países!
127
128
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Seção 7
Água na pista: uma forma de contaminação
O coeficiente de atrito da pista é fundamental para a segurança das operações
aéreas. Todavia, mesmo uma pista bem projetada e construída pode sofrer
importantes variações quanto a distância de frenagem e quanto ao risco de
hidroplanagem. Para que o piloto ou o gerente de operações possam tomar a
decisão correta em face das diferentes características de cada aeronave no que
atine à capacidade de frenagem, foram definidas as seguintes categorias técnicas
(ICAO, 2009, p. 11):
130
Síntese
As salas AIS – sejam aquelas marcadas com a letra “C” nos aeroportos ou suas
manifestações existentes no espaço cibernético – são o umbral do sistema de
controle e gerenciamento do tráfego aéreo, nelas, começa o esforço de assegurar
a operação aérea. Seu objetivo é garantir a continuidade do fluxo de informações
e dados, sobretudo quando a inerente dinâmica da aviação civil progressivamente
exige a implantação de novos métodos de navegação, como os baseados em
satélites, e surgem, ainda, exigências de níveis específicos de desempenho
em navegação, para que se possa operar em determinados espaços aéreos ou
aeroportos.
Portanto, lembre-se de que essa obra não tem o escopo de esgotar o tema,
devendo ser empregada como uma introdução segura para o/a aprendiz e,
também, como um guia de aperfeiçoamento para tripulantes ou administradores.
Atividades de autoavaliação
1) Qual dos itens abaixo não faz parte de uma AIP?
a) ( ) GEN.
b) ( ) NAV.
c) ( ) ENR.
d) ( ) AD.
131
a) ( ) Por e-mail.
b) ( ) Ofício do DECEA.
d) ( ) AIRAC.
3) Como uma alteração temporária é incorporada a uma AIP, ser for prevista para
vigorar por seis meses?
c) ( ) AIC.
d) ( ) AIRAC.
4) Como será divulgada pelo DECEA uma informação significativa, que se supõe
permanente?
a) ( ) ASHTAM.
c) ( ) AIC.
d) ( ) Emenda AIRAC.
b) ( ) 30 dias.
132
Plano de voo
133
Seção 1
Antes de planejar o voo
Seja um voo local de recreio ou um percurso transcontinental, um plano de
voo será sempre mais do que o cronograma de um itinerário. O plano de voo
é um detalhado roteiro de ações para o alcance de propósitos determinados,
concebido a partir da consciência dos fatores relevantes e dos elementos
necessários para a missão. Um plano de voo também é resultado da análise das
contingências eventuais.
•• cálculo de combustível;
•• condições meteorológicas;
•• ambiente de controle de tráfego aéreo.
Como norma geral, para qualquer missão ou tipo de aeronave, um voo só poderá
ser iniciado se previamente houver sido considerado, no cálculo de combustível:
•• o quadro meteorológico;
•• possíveis atrasos;
•• a adição de uma reserva de contingência.
134
135
136
Seção 2
Plano de voo completo (FPL)
Uma noção introdutória do plano de voo completo já foi mostrada neste
livro didático. Nessa oportunidade, você aprendeu que o Anexo 2 (ICAO,
2005) apresenta uma série de dados que podem ser escolhidos pela
autoridade aeronáutica do país contratante, para compor o seu plano de voo
domesticamente exigido.
137
138
Observe:
Entre outros, os códigos que você acabou de aprender estão previstos no Doc
8585 (ICAO, 2009).
•• I para IFR;
•• V para VFR;
•• Y para voo que começa por instrumentos, para, em algum ponto,
passar às regras VFR; e,
•• Z para o contrário.
139
140
O 10º campo requer uma descrição mais elaborada, uma vez que veicula
conceitos sobre equipamentos de navegação e comunicação, cujos sentidos
ainda não foram trabalhados.
141
142
•• GPS (U.S.A);
•• GLONASS (Rússia);
•• Galileo (União Europeia);
•• COMPASS (China).
143
A – Essa letra indica que o modo é A, também conhecido por modo 3/A, que funciona com a
alocação de 4 dígitos, cada um entre zero e sete (0-7), perfazendo 4096 combinações possíveis.
144
Por exemplo, o ATC solicita ao piloto que acione o código 3277. Assim que o
código for acionado, uma etiqueta com o código 3277 surgirá ao lado de um alvo
na tela do radar do ATC. Normalmente, um processador acoplado ao sistema estará
programado para traduzir o código por uma informação mais clara, como TAM3120
ou PTMZR.
145
146
Radar de Vigilância
Primário Não depende da aeronave para obtenção de informação
PSR
de posição geográfica. Só é necessário um eco de
(anos 30) (Primary Surveillance micro-ondas na superfície metálica da aeronave.
Radar)
Radar de Vigilância
Secundário Não depende da aeronave para obtenção de informação
SSR
de posição geográfica. Mas requer colaboração piloto-
(anos 40) (Secondary Surveillance ATC para outros dados.
Radar)
ADS
(anos 90) Todas as informações que podem ser veiculadas pelo
modo C do transponder SSR são objeto de difusão
– broadcast – por sinais digitais, com o propósito
ADS-B (BROADCAST) de que possam ser tanto capturadas por satélites
retransmissores quanto utilizadas por outras aeronaves.
(Automatic Dependent O sistema ATC depende da prestação colaborativa
Surveillance –B) de informação por parte do conjunto piloto-aeronave.
Diferentemente do que permite o sistema ADS-A,
piloto e controlador podem analisar o mesmo cenário
operacional.
147
148
Os elementos que compõem a rota devem ser separados por espaços e colhidos
em cartas de navegação atualizadas. Nesse sentido, se você consultar a página
do DECEA, descobrirá que o aeródromo de destino do nosso exemplo, colhido
junto à MCA 53- 1, não mais existe. Note os elementos que podem descrever a
rota em um FPL:
Rota ATS propriamente dita: R563, W14, G677, UW,24, UM671 etc. DCT:
expressão para rota direta, na ausência de uma aerovia (rota ATS). Ponto
significativo: trata-se de uma coordenada geográfica a qual foi atribuída uma
designação de até cinco letras.
149
150
Por seu turno, o maior quadrado pontilhado mostra que a aerovia W10 tem duplo
sentido, sendo o nível mínimo par, o FL 060, ímpar, o FL 070, este último um FL
para aeronave que se afasta de Cuiabá no rumo magnético 108. A frequência do
VOR Cuiabá é 113.70 MHz, o NDB transmite em 380 KHz. SBCY é o designador
do aeroporto, o qual está a 617 pés acima do nível médio do mar, possui
iluminação em pista de asfalto de 2300 metros de comprimento (617 LH 23).
Caso não haja um ponto significativo adequado na carta, a etapa da rota pode ser
definida por coordenadas geográficas. Nesse caso, escritas em graus e minutos
ou somente em graus, na seguinte forma, por exemplo: 15S55W ou 1541S5525W
(MAGDA, na figura).
151
Note que um auxílio à navegação também pode servir como referência: ADA/
N0435F390.
152
153
DCT FLN211046/N0210F080 IFR W14: o piloto planeja voar VFR até um ponto
a 46 milhas de Florianópolis, na radial 214 do VOR FLN (um pouco ao norte de
Santa Marta) e, então, passa a voar IFR no FL080 via rota ATS W14.
Uma mudança de IFR para VFR implica o planejamento de outras medidas, além
das inserções no campo 15.
No caso de não ser possível a mudança para VFR no ponto planejado, deve
ser registrado, no campo 18, o indicador de localidade de um aeródromo de
alternativa em rota – mais uma sigla: en-Route ALTernate airdrome (RALT) – a rota
para esse aeródromo e, por fim, o nível de voo em conformidade com a tabela.
Por exemplo: RALT / F090 W48 SBFL.
O AIP Brasil ENR, no item 1.3-1 (BRASIL, 2014), disciplina o que deve ser
feito quando o nível de voo planejado na rota para o RALT for inferior ao nível
IFR mínimo da respectiva Região de Informação de Voo (FIR), simplesmente
determinando que seja inserida a expressão “RMK / JÁ VOADO VMC” no campo
18 do FPL.
O nível mínimo IFR de uma FIR é o mais baixo que se pode voar por instrumentos,
com assegurada distância vertical das elevações que existem naquele espaço
aéreo. Para voar VFR ou IFR de um ponto a outro, não é necessário que já se tenha
voado VMC na mesma rota. Entendidos esses dois singelos pontos, considere duas
situações em que uma aeronave está voando IFR abaixo do nível mínimo IFR da FIR:
154
Assim, você pode facilmente concluir que o simples fato de se ter voado
anteriormente em condições meteorológicas visuais não resolve o problema do
voo por instrumentos abaixo do nível mínimo IFR da FIR. A solução é manter
condições de voo visual, ainda que IFR, durante o voo. Tê-lo já feito antes nada
resolve.
Entenda o tempo estimado de voo total (Total Estimated Elapsed Time) como o
tempo entre decolagem e a chegada à vertical do aeródromo de destino (EET).
155
156
Acompanhe a seguir uma lista de outras informações ainda não explicadas, que
devem ser veiculadas ao campo 18, sempre que for o caso:
RIF (Re-clearance in Flight) é uma proposta de nova rota e destino, que eventualmente
poderá ser objeto de reautorização pelo ATC (RIF / UA333 PAPIX DCT).
É recomendável informar a TWR diretamente pela frequência de rádio ou por telefone, pois
nem sempre essas informações são adequadamente veiculadas pelo sistema:
STS / NONRNP10 informa que a aeronave não é adequadamente certificada para a rota
proposta no FPL.
DOF / para data do voo, quando o FPL for apresentado mais de 24 horas antes do voo.
157
Para o campo 19 ser autoexplicativo, basta considerar que o piloto deve riscar
aquilo que a aeronave não dispõe. A informação sobre o número de pessoas a
bordo pode ser dada até o início do táxi.
Seção 3
Plano de voo simplificado (PVS)
No Brasil, quando a missão está limitada a um voo VFR, a ser inteiramente
realizado dentro da projeção vertical dos limites laterais de uma ATZ, CTR ou TMA
e sem ultrapassar os limites verticais superiores, um plano de voo simplificado
(PVS) pode ser apresentado. Na inexistência desses espaços aéreos, um limite
de 27 NM em torno do aeródromo deve ser considerado como suficiente para a
apresentação de um PVS.
158
Frente
Verso
159
Seção 4
Plano de voo repetitivo (RPL)
Planos de voo repetitivos são muito úteis para companhias aéreas, pois permitem
a economia de meios, uma vez que o ATC já tem conhecimento dos principais
dados. Um RPL é uma lista detalhada dos voos de uma empresa aérea. O rito de
processamento administrativo tem início na ANAC, que aprova preliminarmente as
rotas. Em seguida, o CGNA verifica a viabilidade dos voos segundo as exigências
do gerenciamento do espaço aéreo. Os ACCs envolvidos emitem um parecer
técnico relativo à sua área de atuação. Os pareceres são então dirigidos à ANAC
para decisão final e então são divulgados na página do CGNA.
Veja um exemplo:
160
Não obstante esse ritual, algumas falhas acontecem. Analise o seguinte RPL,
colhido no sítio do CGNA (BRASIL, 2011). Alguns dados foram omitidos para
proteger a empresa aérea.
DCT AGURI/
ALFA E170 SBFL SBCT 0821 0745 N0369 240
N0365F230 W48 ALVOX
161
Seção 5
Atraso, modificação e cancelamento
Para finalizar seu estudo sobre planejamento de voo sob a ótica ATC, você
conhecerá algumas importantes formas de atualizar o sistema de controle de
tráfego aéreo quanto a alterações em planos de voo já apresentados.
Um FPL ou RPL perde a sua validade, com consequente exclusão das bases de
dados dos sistemas automatizados de suporte ATC, 45 minutos após a EOBT,
salvo nos casos de suspensão das operações de decolagem no aeródromo de
origem. Para evitar que se tenha de confeccionar e apresentar um novo FPL,
é entregue ao operador AIS uma mensagem de atraso (DLA) para manter a
validade de um plano de voo cuja hora real de calços fora deverá ocorrer mais de
45 minutos além da EOBT preenchida no FPL. No Brasil, a apresentação pode ser
feita pessoalmente, por telefone ou fax, em no máximo 35 minutos após a EOBT.
Quando algum item de um PLN ou RPL deve ser modificado, cabe apresentar
uma mensagem de modificação (CHG). Sua disciplina á a mesma da mensagem
DLA e está detalhada no item 11.7 da MCA 53–1. (BRASIL, 2008).
162
Síntese
O formulário preenchido de um plano de voo é a consubstanciação de trabalho
feito por profissional habilitado que traçou a rota mais econômica, rápida e
segura, considerando nessa tarefa as variáveis meteorológicas, o consumo de
combustível, as características de desempenho da aeronave, os equipamentos de
navegação, comunicações e de emergência, assim como o ambiente de controle
de tráfego e as normas administrativas da autoridade aeronáutica.
163
Atividades de autoavaliação
1) Assinale a disposição sobre autonomia de aeronaves turbojato em missão
comercial que não faz parte do Anexo 6:
d) ( ) Voar por mais 30 minutos a 1.500 pés de altura sobre esse aeródromo de
alternativa.
a) ( ) Anexo 2.
b) ( ) Anexo 3.
c) ( ) Anexo 4.
d) ( ) Anexo 5.
a) ( ) SS.
b) ( ) DD.
c) ( ) FF.
d) ( ) GG.
164
4) O piloto planeja começar seu voo por instrumentos e depois passar a voar VFR,
pois o aeródromo de destino não é capaz de operar IFR. Qual o tipo de plano
adequado?
a) ( ) I.
b) ( ) V.
c) ( ) Z.
d) ( ) Y.
a) ( ) N, S, G.
b) ( ) S, G, N.
c) ( ) N, G, S.
d) ( ) S, N, G.
165
167
Seção 1
Controle de Aeródromo (TWR)
O órgão responsável pelo controle do tráfego em aeródromo é a Torre de Controle
(ToWeR – TWR). O objetivo da atividade é manter o fluxo de tráfego aéreo seguro,
ordenado, rápido e eficiente na área de manobras e no espaço circunvizinho ao
campo de pouso.
De acordo com a ICA 100-37, para que o tráfego flua com segurança, a TWR
deve emitir autorizações (clearances) e informações que previnam colisões entre
(BRASIL, 2013):
Serviço de alerta
Quando uma aeronave desaparece, sofre um acidente ou entra em emergência no
espaço sob sua responsabilidade, a TWR deve informar os serviços de resgate,
busca e combate a incêndio, sempre segundo protocolos específicos. (BRASIL,
2013).
168
Quando você compulsar as normas que tratam dessa matéria, notará o uso
frequente da palavra “normalmente”. Tanto a ICA 100-37, no item 6.10.2
(BRASIL, 2013) quanto o Doc. 4444 (ICAO, 2007) apontam que uma aeronave
normalmente decolará ou pousará contra o vento, mas deverá a TWR ainda
considerar outros fatores para a escolha da pista em uso, tais como:
•• circuitos de tráfego;
•• comprimento das pistas;
•• auxílios à navegação disponíveis para cada sentido de pouso ou
decolagem.
169
Portanto, segundo esse dispositivo, cuja redação foi descuidada, quando o vento
for superior a cinco nós, a pista será selecionada em função da direção do vento,
mesmo que em detrimento daquelas vantagens, salvo se houver questões de
segurança envolvidas, como condições meteorológicas adversas, por exemplo.
A solicitação do piloto para pousar ou decolar em outra pista, que não aquela em
uso, só poderá ser indeferida mediante decisão fundamentada.
170
Outra solução para revelar o mais adequado alcance e sentido das regras de
tráfego aéreo está da leitura das normas correlatas aplicadas em outros países
contratantes. Aliás, cabe destaque que o Direito Administrativo Comparado é
disciplina muito afeta à Aviação Civil, justamente por conta de sua universalidade.
A questão apresentada pode ser resolvida com o auxílio do Doc. 4444, que
ao disciplinar a relação entre procedimentos de redução de ruído (proteção
ambiental) e seleção de pista em uso, faz referência a duas categorias que
elucidam o problema:
O item 7.2.6 determina que a redução de ruído não deva ser relevante na
seleção de pista quando a componente de cauda for superior a cinco nós ou a
componente de través superior a quinze nós. (ICAO, 2007).
Na chamada inicial, ou seja, no primeiro contato com a TWR, o piloto deve emitir
as seguintes informações:
171
•• pista em uso;
•• vento de superfície e variações significativas de velocidade e
direção;
•• QNH;
•• temperatura do ar na pista (para aeronaves equipadas com turbinas);
•• visibilidade;
•• Hhra certa (em franco desuso, informação por demais redundante).
172
•• esteira de turbulência;
•• ocupação de pista.
173
Outro procedimento comum para tornar mais rápido o fluxo de tráfego é autorizar
o ingresso e a decolagem, assim que a aeronave que acaba de pousar deixar a
pista livre. Para que esse procedimento seja regular, a aeronave que parte deve
notificar contato visual com o tráfego o qual acaba de pousar.
174
A questão ganha revelo operacional e econômico nas situações nas quais uma
aeronave IFR em aproximação para pouso está muito acima da trajetória, muito
veloz ou a pista ainda está ocupada. Trata-se de circunstância muito recorrente,
cuja solução mais econômica passa, por exemplo, por cancelamento do plano
IFR e, em seguida, solicitação de curvas para perda de altitude e posterior
ingresso direto no segmento final do circuito de tráfego, ingresso na perna do
vento da pista contrária ou pouso em outra pista.
175
Naturalmente, ocorrem casos nos quais uma aeronave VFR, inclusive aquela
que acabou de cancelar o plano IFR, terá prioridade para pouso em face das
aeronaves voando IFR. Para que isso ocorra, basta que o tráfego VFR esteja
transportando – ou venha a transportar em seguida – órgão para transplante
(TROV), enfermo (TREN) ou ocorra qualquer outra situação anormal. Nem
sempre o ATC terá conhecimento prévio da circunstancia asseguradora dessa
prioridade para pouso, sendo recomendável dar ciência ao controlador quando da
declaração de cancelamento do plano IFR.
Seção 2
Controle de Aproximação (APP)
O Controle de Aproximação (APP) presta serviço ATC para as aeronaves que
transitam entre a fase do voo em rota e o aeródromo, chegando ou saindo, assim
como controlam os voos locais, cujo plano de voo não prevê ultrapassar os
limites do espaço aéreo sob responsabilidade do APP. A prestação do serviço
ATC ocorre em conformidade com a classificação do espaço aéreo confiado aos
cuidados de cada APP. (BRASIL, 2013).
176
Para exemplo, isso implica que um APP responsável por um espaço classe B haverá
de prover separação entre todos os tráfegos, inclusive os VFR, enquanto um APP
de espaço aéreo classe C não deverá prover separação entre dois tráfegos VFR,
mas apenas prestar-lhes informação de tráfego e, quando solicitado pelo piloto,
aviso para evitar proximidade com outras aeronaves.
O espaço aéreo de um APP é a Terminal Area (TMA), a qual pode conter uma ou
mais CTRs, assim como vários aeródromos. Nos aeródromos providos de TWR,
cujo espaço aéreo é a ATZ (Air Traffic Zone), os controladores de aeródromo
trabalham em estreita coordenação com os controladores do APP para que dois
princípios de controle de tráfego aéreo possam ser atendidos: uma aeronave não
deve ingressar no espaço aéreo adjacente sem prévia coordenação e deve estar
sob controle de apenas um órgão ATC. (FAA, 2012).
Especialmente quando se trata de voo IFR, a coordenação entre TWR e APP tem
início antes mesmo da chamada inicial do piloto. A partir dos dados do plano
de voo, das condições meteorológicas e do quadro de circulação de tráfego, o
controlador de aeródromo escolhe a pista mais adequada e notifica o APP, o qual
define o procedimento de saída IFR mais adequado. Posteriormente, em uma
mesma transmissão por radiotelefonia, o procedimento de saída, o nível de voo
autorizado e a rota serão informados ao piloto.
De acordo com a ICA 100-27 (BRASIL, 2013), sem prejuízo da separação aplicada
pelo controlador de aeródromo, cabe ao APP garantir:
177
Para que qualquer dessas opções possa ser conduzida com regularidade,
algumas exigências do Doc. 4444 – Procedures for Air Navigation Services/
Air Traffic Management – devem ser atendidas. Você certamente recorda que o
documento de número 4444 da ICAO (PANS-ATM) complementa as normas e
práticas recomendadas do Anexo Técnico 2 à Convenção de Chicago, sendo a
familiaridade de seu conteúdo importante para as tripulações e os profissionais
de Ciências Aeronáuticas.
Quando for solicitada pelo piloto e não houver fundamentos para indeferir o
pedido, o ATC deverá autorizar que a aeronave IFR que parte continue sua
ascensão em condições meteorológicas de voo visual, provendo a própria
178
separação, até determinada posição. (BRASIL, 2013). Uma subida VMC pode
permitir ao piloto desviar de formações meteorológicas adversas ou economizar
combustível.
Quando solicitado pelo piloto e não houver motivos para negar o pedido de
descida VMC, o APP autorizará a aeronave a iniciar ou prosseguir na descida,
cuidando de sua própria separação em VMC. (BRASIL, 2013). A autorização não
implica modificação de regra de voo, permanecendo a aeronave sob IFR e, por
consequência, com sua relativa prioridade para pouso em face de tráfegos VFR.
A aproximação visual ocorre quando uma aeronave sob IFR deixa de executar,
no todo ou em parte, um procedimento de pouso por instrumentos, de forma que
é conduzida sob VMC, sendo o piloto responsável pela separação com o terreno.
(BRASIL, 2013). Definição semelhante àquela atribuída à “descida VMC” prevista
no item 5.10 da ICA 100-37. (BRASIL, 2013).
Assim como na descida sob VMC, o status de aeronave sob IFR é mantido na
aproximação visual.
179
Relembre alguns pontos antes de avançar para o próximo tópico: uma aeronave
IFR pode ingressar no espaço aéreo do APP, a TMA, e iniciar a descida (se já não o
estiver fazendo com autorização do centro de controle de área – ACC) consoante
as instruções de rumo e nível emitidas pelo APP, voando segundo uma carta STAR
ou descendo sob VMC. Ao final dessa etapa, poderá completar uma aproximação
visual ou por instrumentos.
Contact Approach (FAA): assim como uma visual approach, contact approach é
executada em lugar de um procedimento IFR. Todavia, a iniciativa é exclusiva
do piloto, cabendo ao ATC somente autorizar ou não. Outra diferença está nos
mínimos meteorológicos: 1 statute mile de visibilidade e estar livre de nuvens.
(FAA, 2014).
180
carta, caso o piloto notifique não estar familiarizado com a IAC. Trata-se de um
eufemismo carreado no item 6.5.4.2 do Doc. 4444 (ICAO, 2007) e repetido no
item 5.13.1 da ICA 100-37 (BRASIL, 2013), uma vez que “não estar familiarizado”
pode ser trocado por “ter planejado mal o voo” e deixado de trazer a bordo
a documentação necessária. Quando isso acontece, a melhor postura será
sempre solicitar a orientação necessária ao ATC e jamais tentar criar, in loco, um
procedimento a partir das cartas disponíveis ou da visualização GPS.
Salvo uma necessidade operacional, como atender uma aeronave cujo consumo
de combustível é inadequado a períodos de espera em baixa altura, a aeronave
que chegou antes deve ocupar o nível de voo mais baixo em espera, e aquelas
que chegam posteriormente vão ocupando os níveis imediatamente superiores,
sucessivamente, pousando nessa ordem.
181
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183
184
Por razões cuja discussão foge ao escopo dessa obra, isso não ocorre no Brasil
e, portanto, mesmo aeroportos internacionais movimentados podem ter uma pista
apenas. Ainda outros, de movimento anual significativo, oferecem aos usuários
pistas cruzadas ou paralelas, mas desprovidas de pistas de táxi em número
adequado. Em aeroportos com esse tipo precário de configuração, o táxi costuma
ser feito, frequentemente, pela própria pista em uso, tornando os mínimos de
separação que você acaba de conhecer absolutamente inaplicáveis.
Portanto, prepare-se para, eventualmente, lidar com aeródromos nos quais o APP
deve prover separação entre aeronaves em voo e aquelas que ainda estão no
taxiamento!
185
Seção 3
Controle de Área (ACC)
A realidade demonstra que as atribuições de um centro de controle de área
dependem das determinações da autoridade aeronáutica em grau maior do
que ocorre com TWR e APP. Essa liberdade de regulação tem fundamento
nas possibilidades abertas pelo Doc. 4444, mais pelas omissões do que pelas
recomendações. (ICAO, 2007).
Por esse motivo você encontrará, por exemplo, centros que prestam
informação de voo para aeronaves sob VFR, e outros que combinam as
funções de APP com aquelas típicas de centro de controle de área.
O DECEA, hoje, atribui aos ACCs brasileiros o controle das aeronaves IFRs em
fase de voo em rota e, em descompasso com a atualidade, somente aqueles
que voam acima de determinados níveis de voo, sendo essa disciplina divulgada
por NOTAM, método que usualmente indica natureza temporária da disposição.
Ainda durante os trabalhos de atualização dessa obra durante o ano de 2104,
os NOTAMs referidos continuavam sendo republicados nos mesmos termos.
A atividade dos centros de controle brasileiros já foi mais ampla, incluindo o
controle de voos IFR em níveis de voo inferiores aos atuais, assim como já
prestou amplos serviços aos voos VFR em rota.
186
•• lateral; ou,
•• longitudinal.
A separação horizontal lateral pode ser de suas ordens: geográfica e por rumos.
187
Diz-se que duas aeronaves estão na mesma rota (same track) quando seus
rumos se cruzam com uma diferença angular menor que 45º ou maior que 315º
(BRASIL, 2013; ICAO, 2007). Fica evidente a imprecisão terminológica, pois se
há diferença angular, as aeronaves não podem estar na mesma rota. Mas essa
é a forma preconizada nas normas de regência e, por enquanto, a comunidade
aeronáutica precisará laborar com essa terminologia. Com essas precauções,
podemos dizer que a chave para uma boa tomada de decisão é revelar se uma
das aeronaves está no setor circular de 90º cuja bissetriz se sobrepõe à trajetória
já percorrida pela outra.
188
189
cujos eixos centrais sejam ortogonais à rota de qualquer uma das aeronaves.
A normativa do Doc. 4444 define que duas aeronaves estão em rotas cruzadas
quando a intersecção dos rumos ocorre de forma distinta das situações previstas
para “mesmas rotas e rotas opostas”. (ICAO, 2007, 5.4.2.1.5, c). O método rápido
de revelar esse quadro também passa pelo cálculo do ângulo de cruzamento das
trajetórias. Observe que tanto a aeronave A quanto a B estão para cruzar a rota
de C, no contexto de separação horizontal longitudinal (ICAO, 2007):
Agora que você já pode manejar os conceitos de “mesma rota”, “rotas opostas”
e “rotas cruzadas”, aproveite para continuar seu estudo e conheça os mínimos e
métodos de separação longitudinal:
190
d) 5 minutos, entre aeronaves que tenham acabado de reportar o sobrevoo pelo mesmo
ponto de notificação, sempre que a aeronave que por primeiro sobrevoou aquele
marco geográfico puder manter velocidade verdadeira, no mínimo, 20 nós superior
àquela que a segue;
e) 3 minutos, nos últimos dois casos acima descritos, se a aeronave na vanguarda for ao
menos 40 nós mais veloz que a outra.
Aeronaves subindo ou descendo, na mesma rota, requerem, para que uma cruze
o nível de outra, uma separação longitudinal mínima de:
191
O ATC pode melhor aproveitar o espaço aéreo quando estações DME são
posicionadas ao longo das principais rotas. Assim ocorre porque a separação
longitudinal por distância aferida por DME é mais exata e, dessa forma, o
espaço reservado exclusivamente para cada aeronave pode ser menor.
192
Quando a aeronave à frente for mais veloz, essa separação pode ser reduzida
entre 9 e 5 minutos, sendo que, para uma separação de 9 minutos, o número
Mach da aeronave na vanguarda deve ser superior em 0.02 Mach. A partir de
dois centésimos de Mach a mais, reduz-se um minuto para cada centésimo
adicionado:
193
Seção 4
Autorização de controle de tráfego aéreo
Autorizações de controle de tráfego aéreo são cotidianamente referidas nas
operações aéreas apenas pela expressão “autorização” e, nesse contexto,
a palavra assume – em qualquer idioma – um significado muito próprio, bem
distinto do dicionarizado.
194
Então, na maior parte dos aeroportos brasileiros, um piloto comercial que inicia
um procedimento IFR em condições meteorológicas já adversas, isto é, abaixo
dos mínimos estabelecidos em carta, estará violando uma norma da ANAC, não
obstante ter recebido as autorizações do APP para iniciar o procedimento IFR e da
TWR pra o pouso!
195
Superado esse ponto, entenda que, por conta da importância do que você
acaba de aprender sobre autorizações, o correto entendimento das transmissões
radiotelefônicas que as veiculam deve ser assegurado. Uma das formas de se
alcançar esse objetivo é a repetição exata da instrução recebida, conhecida
no meio aeronáutico pela palavra “cotejamento” (readback). Apenas repetir a
instrução em português já é suficiente, pois comumente não há problemas de
compreensão recíproca entre falantes de um mesmo idioma natal.
Quando algum desses dados for previamente veiculado por serviço automatizado,
a comunicação ao ATC da ciência do que foi veiculado automaticamente supre o
cotejamento integral.
Exemplo: APP São Paulo, PPXLW ciente da informação ATIS bravo, solicita
instruções de descida).
196
Por exemplo, em lugar de autorizar uma aeronave a taxiar até certo ponto
e manter aquela posição, o controlador de aeródromo pode autorizar
o taxiamento até a cabeceira da pista e declarar como limite desta
autorização um ponto qualquer do aeródromo.
Para que esse tipo de autorização tenha lugar, basta que a probabilidade maior
seja de não haver impedimento para o taxiamento completo e que se pretenda
emitir uma autorização complementar assim que tenha certeza de não haver
impedimento operacional para a continuidade do táxi. Controles de aproximação
também costumam emitir autorizações limitadas, sempre seguidas de uma
orientação, em caso de falha de comunicações.
197
Seção 5
Falhas de comunicação
Comunicação O conceito de “falha de comunicação” (Radio
intermediada Communication Failure - RCF) parece autoexplicativo,
solicitação de uma
mas essa impressão é ilusória. Quando uma aeronave
aeronave a outra para
que retransmita uma não consegue estabelecer contato bilateral com o ATC,
mensagem. a falha de comunicações está configurada, devendo o
devido código SSR 7600 ser programado, não obstante
a possibilidade de contato radiotelefônico com outras
aeronaves ou com algum órgão ATC que não aquele
responsável pelo espaço aéreo no qual a aeronave
evolui. Nesse último caso, o recurso de comunicação
intermediada poderá minimizar o problema.
Observe, a seguir, como a matéria é disciplinada no Doc. 4444, item 15.3 (ICAO,
2007).
Tão logo o ATC verifique que a comunicação bilateral foi perdida, transmitirá,
mesmo que às cegas, instruções para que a aeronave faça manobras as
quais possam ser verificadas pelo sistema de vigilância espacial disponível.
O cumprimento da instrução significa que comunicação unilateral poderá ser
empregada para o controle da navegação.
198
199
Para saber mais sobre esse exemplo, confira o Relatório Final A-022/
CENIPA/2008 (RELATÓRIOS, 2014) e tire suas próprias conclusões.
Seção 6
Serviço Radar
O emprego de radares no ATC tem lugar em todos os campos da atividade e,
cabe salientar, mesmo a implantação de novos sistemas satelitais não implicará
a desativação dos recursos baseados no reflexo de microondas em superfícies
metálicas ou em interrogação de transponder de bordo (SSR). Por muito tempo
ainda, os métodos funcionarão em paralelo, até que seja economicamente
inviável a manutenção dos sistemas mais antigos.
200
Considera-se que um nível de voo está sendo mantido (mantaining a FL) por
uma aeronave quando a informação altimétrica do modo C apresenta as mesmas
variações que servem de critério para definir um nível de voo como ocupado ou
disponível. Uma aeronave está abandonando um nível de voo (vacating a FL)
anteriormente mantido quando a informação altimétrica indicar uma variação
superior a 300 pés.
Diz-se que um nível de voo foi cruzado – durante uma subida ou descida
– quando a diferença entre a informação altimétrica e o nível considerado
for superior a 300 pés (cruzando FL 090 = passing FL 090). Um nível de voo,
previamente autorizado, é considerado alcançado (reached) quando, por 15
segundos ou por três varreduras da antena de radar, a informação altimétrica de
pressão indica um valor que está dentro de uma variação de 300 pés em relação
ao nível considerado.
201
Pesada Pesada 4
Média 5
Leve 6
Média Leve 5
Quando instalados em uma TWR, os radares de vigilância são úteis para auxiliar
o monitoramento de tráfegos na aproximação final, no circuito de tráfego e nas
vizinhanças do aeródromo, assim como para assistir, eventualmente, a navegação
VFR. A ferramenta também serve para a garantia da separação adequada entre
decolagens sucessivas, configurando um modo de estabelecer separações
202
Outro tipo de radar cujo emprego no Brasil é idêntico aos de outros países
contratantes é o radar de movimento de superfície (Surface Movement
Radar - SMR). São empregados em aeródromos de grande movimento e com
condições meteorológicas adversas frequentes, servindo para identificar de modo
inequívoco a posição de cada aeronave ou viatura equipada com transponder em
deslocamento na área de manobras. Além disso, permitem ao ATC constatar se a
pista está livre ou ocupada quando a visibilidade horizontal é reduzida. (NOLAN,
2012).
Síntese
Os serviços de tráfego aéreo têm por objetivo a segurança, a rapidez e a
economicidade do fluxo de tráfego aéreo. Essa meta é alcançada pela emissão de
autorizações de tráfego determinantes de trajetórias, velocidades e altitudes e da
prestação de informações relevantes para a segurança das operações aéreas. As
orientações e informações prestadas pelo ATC são produzidas em conformidade
com a classe do espaço aéreo, o método de controle de tráfego e o tipo de órgão
prestador do serviço.
203
Atividades de Autoavaliação
1) Quais modificações nas condições meteorológicas do aeródromo devem ser
informadas pelo controlador ao piloto de uma aeronave que irá partir?
b) ( ) Somente as relevantes.
a) ( ) Os pilotos.
b) ( ) A torre de controle.
3) Considere que você tenha sido instruído pelo ATC a decolar e voar segundo
o perfil de determinada SID, mas provendo sua própria separação, subindo
inicialmente até 8000 pés em VMC. Como pode essa autorização ser avaliada?
a) ( ) A autorização está correta, eis que uma aeronave sob IFR pode subir ou
descer em VMC, provendo sua própria separação.
d) ( ) A autorização está correta e completa, eis que uma aeronave sob IFR
pode subir ou descer em VMC, provendo sua própria separação; e
existe um protocolo para falha de comunicações, não sendo necessário
antecipar ao piloto o que deve ser feito após 8000 pés.
204
a) ( ) Errado, pois a aproximação visual deve ser sempre autorizada pelo ATC.
d) ( ) Errado, pois antes do pouso pode ser necessário efetuar, em VMC, curvas
para redução de velocidade ou altitude.
5) O que você entende por “aproximação final” quando analisa uma carta de
pouso por instrumentos?
205
Léxico e fraseologia
207
Seção 1
Introdução ao estudo da fraseologia
aeronáutica
Muitas profissões exigem uma forma própria de comunicação, dotada de um
vocabulário específico e, por vezes, até mesmo de uma sintaxe muito particular.
O mesmo ocorre na Aviação, especialmente no que concerne às comunicações
realizadas no contexto do controle de tráfego, no qual é empregada uma
linguagem designada por fraseologia aeronáutica.
Algumas recomendações devem ter lugar antes de você abordar o seu novo
registro linguístico. Conheça as cautelas básicas na comunicação piloto-ATC
(ICAO, 2007):
208
Veja um exemplo:
Torre: GLO1377, tráfego para pouso: Airbus 320 em aproximação para a pista em
uso. Assim que o tráfego passar a doze horas, ingresse na pista e prossiga para a
cabeceira.
Piloto: GLO 1377 ciente, Airbus avistado na aproximação final, ingresso somente
após passagem.
209
Por exemplo, considere que um piloto brasileiro foi interrogado quanto a estar em
contato visual com uma aeronave que constitui um tráfego essencial e respondeu ao
ATC com o Simple Past, que correponde ao Pretérito Perfeito da língua inglesa: –
Ok, Tower, I saw the traffic. Para um controlador brasileiro, isso geralmente significa,
em um entendimento corrente e informal deste tempo verbal, que o piloto viu e
continua em contato visual com a aeronave. Por outro lado, um controlador da FAA
entenderá que o piloto anteriormente avistará a aeronave, todavia, no momento
da transmissão, não mais estava em contato visual, pois em inglês a utilização do
Simple Past implica em uma ação passada já acabada. Assim, o controlador da
FAA tomará uma medida de separação desnecessária, com provável prejuízo para o
piloto. Uma resposta clara em inglês seria:– Tower, I have the traffic in sight.
Os modais também exigem rigor no seu emprego. Saiba o que significam quando
enunciados em uma transmissão ATC:
Veja um exemplo: Você está voando pelo Oceano Atlântico sob controle do ACC
Dacar e solicita subir para o FL 430, incorreto para o rumo segundo a tabela de
níveis de voo. Como resposta, o ATC Dacar transmite: – FL 430 is incorrect. I
can clear you to climb to FL 410. Estará o ATC comunicando uma opção, uma
possibilidade futura ou uma permissão para subir desde já para o FL 430? Para
esclarecer a dúvida, a seguinte estratégia de clarificação pode ser empregada: –
Understood that I am cleared to climb to FL 410. Acknowledge.
210
O professor Daniel Celso Kalazans contribui para esclarecer o tema com maestria
ao apontar que os verbos modais exigem estudo extenso e cauteloso dada a sua
complexidade, e, não obstante a inexistência de vedação ao seu uso, os modais
devem ser evitados por conta dos conflitos de tráfego aéreo que podem ter
origem nesses verbos auxiliares (KALAZANS, 2013). Portanto, adote estratégias
de clarificação sempre que uma autorização ATC contiver um modal em inglês e
evite usá-los em suas transmissões.
Seção 2
Léxico básico
Nesta seção, você encontrará um rol de significados precisos para os termos
mais correntes nas comunicações radio-telefônicas entre pilotos e controladores.
Também será tratada a forma adequada de enunciar os termos cujo significado
prescinde de explicações.
G – GOLF Q – QUEBEC
H – HOTEL R – ROMEO
I – INDIA S – SIERRA
J – JULIETT T – TANGO
211
PRONÚNCIA DE NÚMEROS
PORTUGUÊS INGLÊS
0 – –
1 UNO (UMA) –
2 – TOO
3 – TREE
4 – –
5 – FIFE
6 MEIA –
7 – –
8 – –
9 – NINER
212
Acknowledge Confirmar
Ahead Adiante
213
Catering Serviço de
aprovisionamento,
comissária
Clearance void (time) Autorização válida até Horário no qual encerra a validade de
(hora) uma autorização anteriormente emitida.
Clutter Interferência em radar
Copter Helicóptero
214
(distress phase)
Discrete Code (SSR) Código Discreto Códigos transponder cujos dois últimos
dígitos são diferentes de zero: 0010,
2323, 6666 etc.
215
216
217
No gyro approach Vetoração sem giro Orientação radar para aeronaves com
pane na bússola giroscópica. Em lugar
No gyro vector
de fornecer ao piloto proas magnéticas,
o ATC instrui o piloto a iniciar e
interromper curvas.
Noise abatement Redução de ruído
218
219
WILCO (will comply) Entendido e cumprirei Uma instrução foi recebida, entendida e
será cumprida. Essa forma de responder
ao ATC não deve ser empregada quando o
cotejamento é compulsório.
Seção 3
Fraseologia contextualizada
A fraseologia de controle de aeródromo é voltada para atender às necessidades
de comunicação precisa entre ATC e pilotos durante os procedimentos – em lista
não exaustiva – de:
•• acionamento de motores;
•• pushback;
•• powerback;
•• taxiamento;
•• decolagem;
•• pouso;
•• arremetida.
220
ABC, runway 14, wind 120 degrees ABC, pista 14, vento 120 graus 05 nós,
05 knots, QNH 1013, temperature QNH 1013, temperatura 21, CAVOK.
21, CAVOK.
Runway 14, QNH 1013, ABC. Pista 14, QNH 1013, ABC.
221
ABC, cleared to São Paulo, via ABC, autorizado para São Paulo via
flight plan route, FL 350, LEDEL rota do plano de voo, FL 350, saída
departure, MIBAC transition, squawk LEDEL, transição MIBAC, transponder
3355, approach control frequency 3355, controle 1, 1, 8, decimal 7.
1, 1, 8, decimal 7. Standby for Aguarde para cotejar.
readback
Cleared to São Paulo, via flight plan Autorizado para São Paulo via rota do
route, FL 350, LEDEL departure, plano de voo, FL 350, saída LEDEL,
MIBAC transition, squawk 3355, transição MIBAC, transponder 3355,
approach control frequency 1, 1, 8, controle 1, 1, 8, decimal 7.
decimal 7.
Tower, ABC ready to push and to Torre, ABC pronto para retrocesso e
start. acionamento.
Tower, ABC commencing taxi, 120 Torre, ABC iniciando táxi, 120 POB,
persons on board, endurance 03 autonomia 03 horas, alterna Tom
hours, alternate SBGL and SBKP. Jobim e Campinas.
Hold short of RWY 14, via BRAVO, Via BRAVO, aguardar fora da pista.
ABC! ABC
continua...
222
ABC, airborne at 32, contact ABC, decolado aos 32, chame controle
approach 121 decimal 7. 121 decimal 7.
N123MD, cleared to land, Wind 120 N123MD, pouso autorizado, vento 120
degrees, 10 knots. Caution, wind graus, 10 nós. Caution, tesoura de
shear reported at 800 feet on final vento reportada a 800 pés, na final, 2
at 2 miles from threshold. milhas da cabeceira.
N123MD, on the ground at 23, taxi N123MD, no solo aos 23, táxi via
via first intersection to the left. primeira intersecção à esquerda.
Taxi via first to the left, N123MD. Táxi via primeira à esquerda, N123MD.
N123MD, give way to the Airbus 320 N123MD, dê passagem ao Airbus 320
leaving apron 1 and proceed taxi to saindo do pátio uno e prossiga no táxi
apron 2, stand 4. para o pátio 2, posição (ou “box”) 4.
continua...
223
Give way to the Airbus, taxi to Dará passagem ao Airbus, taxi pátio 2,
apron 2, stand 4, N123MD. box 4, N123MD.
224
Vetor runway 14 ILS final, heading Vetor final ILS pista 14, proa 220,
220, limit radial 319, descent to limite radial 319, descida para nível
level 070. CCD. 070. CCD.
CCD, descend to 6000 feet. QNH CCD, desça para 6000 pés. QNH
1013. CCD. 1013. CCD.
Descent to 6000 feet. QNH 1013. Descida para 6000 pés. QNH 1013.
CCD. CCD.
CCD, descend to 4500 feet. CCD. CCD, desça para 4500 pés. CCD.
CCD, right turn, heading 130. CCD. CCD, curva à direita, proa 130. CCD.
Right turn, heading 130. CCD. Curva à direita, proa 130. CCD.
continua...
225
ABC Will call ready for descent. ABC chamará no ponto ideal de
descida.
Centre, ABC ready for descent. Centro, ABC pronto para descida.
continua...
226
ABC, descend until FL 120, heading ABC, desça para FL 120, proa do
FNP VOR, report passing FL 160. VOR FNP, reporte cruzando FL 160.
ABC. ABC.
Curitiba Centre, ABC passing level Centro Curitiba, ABC cruzando nível
160. 160.
227
Síntese
Os profissinais de Ciências Aeronáuticas são cotidianamente chamados a
resolver problemas que demandam soluções rápidas. Tal circunstância gera a
necessidade de comunicações ágeis e precisas, as quais só podem ser realizadas
com o domínio de um amplo vocabulário que pertence a esse registro especial: a
fraseologia aeronáutica.
Atividades de autoavaliação
1) A expressão “Após a aeronave que pousa”, no contexto de uma autorização
condicional, só poderá ser utilizada quando:
228
a) ( ) expressamente proibidas.
b) ( ) regularmente utilizadas.
c) ( ) evitadas.
d) ( ) jamais respondidas.
229
Seu professor conteudista espera que progrida ainda mais e venha compor o
pequeno, mas crescente, grupo de doutrinadores em tráfego aéreo brasileiros, tão
necessários para o desenvolvimento de nossa aviação civil.
231
Com toda a certeza, seja qual for a área de sua atuação profissional atual ou
futura, ela não poderá ser exercida fora da sociedade organizada. Logo, as
normas que regulam a nossa vida coletiva só têm sentido se entendidas nos
contextos em que foram produzidas, aprovadas e postas em prática, em algum
contexto social.
Um grande abraço!
232
233
234
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240
241
2) d 2) a
3) d 3) c
4) e 4) d
5) d
Capítulo 2
1) c
Capítulo 6
2) e 1) b
3) b 2) a
4) c 3) b
4) c
Capítulo 3
5) d
1) b
2) b
Capítulo 7
3) c 1) d
4) a 2) c
3) b
Capítulo 4
4) d
1) b
5) c
2) c
3) a
4) d
5) d
243
Ciências Aeronáuticas
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