Você está na página 1de 6

INTRODUÇÃO

Os cavalos conhecidos atualmente descendem de um animal denominado cientificamente


como Hyracotheriu, que habitou o planeta Terra cerca de 50.000.000 anos atras, no período
Eoceno. Nesse sentido, esses mamíferos possuíam características bem diferentes dos equinos
de hoje, a altura média era desses animais era de 25 a 50 cm de altura, sendo
aproximadamente a altura de uma raposa, seu dorso era levemente arqueado e andava sobre
quatro dedos dos membros anteriores e posteriores, sendo uma grande diferença dos cavalos
atuais que se apoiam apenas em um dedo em cada membro. O caminho evolutivo destes seres
diminutos para os cavalos de trabalho e esporte de hoje envolveu mudanças em uma
variedade de características, incluindo tamanho, dedos, dentes e crânio (Titto, 2021). Esses
pequenos herbívoros viviam em florestas tropicais, se alimentando de arbustos, ao longo do
tempo passou a ingerir gramíneas dos pastos por ser um produto mais abundante na época o
que levou a evolução de sua arcada dentaria, outra adaptação ocorrida ao longo do tempo foi a
fusão dos ossos rádio e ulna, e dos ossos tíbia e fíbula, proporcionando membros mais
alongados e com movimentos em um único plano, resultando em maior velocidade para fugir
de seus predadores.

Contudo, esses animais sofreram alterações morfológicas adaptativas até chegar no gênero
Equus, ou seja, os cavalos atuis. Acredita-se que o berço da evolução dos equinos foi a
América do Norte, pela quantidade de fosseis encontrados principalmente nos EUA,
posteriormente esses animais se espalharam por todo o mundo, resultando em formas distintas
desse gênero com pequenas alterações influenciadas pelo local onde prosperaram.

Classe: Mamíferos (Mammalia);
Ordem: Perissodáctilos (Perissodactyla - dedos ímpares).
Família: Equideos (Equidae);
Gênero: Equus
Espécies: caballus(do cavalo);

1. MANGALARGA MACHADOR

1.1 Origem

A raça Mangalarga Machador é proveniente da região Sul do estado de Minas Gerais a partir
do cruzamento de cavalos da Península Ibérica com éguas nativas da região Sul Mineira. Essa
raça é responsável pela maior quantidade de rebanho equino no Brasil, de forma que no ano
de 2017 foram contabilizados entre 600 – 700 mil núcleos de criadores no país e apenas
quatro núcleos em países do exterior. Assim, pela alta incidência e pelas características de
marcha, esses animais são conceituados pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo
Mangalarga Marchador (ABCCMM), determinando a forma de locomoção da raça.

1.2 Características

Essa raça normalmente apresenta média estatura, com machos medindo 1,57 metros e fêmeas
com 1,54 metros, contém temperamento dócil e costumam ter uma alta atividade. Com
relação as características anatômicas, esses animais possuem cabeças triangulares, olhos
grandes e escuros, orelhas eretas com a ponta encurvada, pescoço arqueado e musculoso,
assim como os membros. Além disso, podem ser encontrados em diversas colorações, como,
preto, branco, marrom, castanho, pardo e Champagne. Por fim, com relação à marcha, podem
demonstrar tanto a marcha batida (MB) quanto a marcha picada (MP), mas em ambos, esses
animais têm dissociação do avanço bípede diagonal, possibilitando que o equino permaneça
em constante contato com o solo durante a locomoção, favorecendo a estabilidade e
comodidade na monta (Fonseca, 2018).

1.3 Aptidão

Os equinos da raça Mangalarga Marchador são utilizados principalmente para a área


esportiva, uma vez que possuem alta necessidade de atividade, excelentes saltos, alta
velocidade, resistência e facilidade de treinamento, conferindo grande aptidão em
competições.

2. PURO SANGUE ÁRABE


2.1 Origem

Os cavalos pertencentes a raça Árabe, tem origem no antigo Egito, selecionada no deserto da
Península Arábica, entre o mar Vermelho e o Golfo Pérsico, acredita-se que compõem a raça
mais antiga do mundo, com relatos datados de 1.600 a.c, ou seja, mais de 3.500 anos atras.
Muitas religiões, lendas, superstições, misticismos, fábulas ou tradições, fazem o elogio do
Cavalo Árabe (Silva, 2019). Assim, por se tratar de uma raça antiga, esses animais tiveram
grande importância na formação de quase todas as raças modernas, demonstrando até nos dias
atuais o valor desses equinos. Deste modo, foi atribuído a raça árabe uma divisão de três
grandes grupos: Puros Sangues Árabes, Cruza-Árabe e Anglo-Árabe, ou seja, animais com
descendência somente da raça árabe, descendência árabe e de qualquer outra raça e
descendência árabe e puro sangue inglês, respectivamente.

No Brasil, raça árabe foi introduzida na década de 20, em criatórios no Rio Grande do Sul,
porém existem registros de diversas importações desde o século XIX. Visto isso, o Hoje o
Stud Book Árabe conta com mais de 35.000 cavalos registrados e mais de 3.200 haras
inscritas, distribuídos por todo o país.

2.2 Características

Os cavalos possuem altura média de 1.50m, podendo atualmente chegar até 1.58m, pesando
em média 500 kg, com cabeça em formato triangular com perfil côncavo, orelhas pequenas,
olhos grandes arredondados e muito salientes, narinas dilatadas, ganachos arredondados, boca
pequena, pescoço alto e curvilíneo em sua linha superior, peito amplo, tórax amplo, dorso e
lombo médios, garupa horizontal e saída de cauda alta que permanece elevada durante o
movimento, as pelagens básicas são alazã, castanha, tordilha e preta, seu trote e galope são
rasteiros, amplos e cadenciados, com muita elegância, tendo temperamento muito vivo e
grande resistência.

2.3 Aptidão

O cavalo Árabe possui habilidade nos esportes e adestramento em categorias intermediárias,


hipismo rural e trabalhos agropecuários. São mais utilizados para o lazer, ou até mesmo para
provas de saltos e enduros (CINTRA, 2016).
3. PURO SANGUE INGLÊS

3.1 Origem

A raça Puro-Sangue Inglês tem origem na Inglaterra, datada do início do século XVIII,
durante o reinado de Charles II. Dessa forma, surgiu através da cruza de garanhões da raça
árabes com éguas nativas das ilhas britânicas, sendo utilizadas 30 éguas selecionadas e
pertencentes ao Haras Real, denominadas Royal Blood Mares para a formação da nova raça.
Visto isso, esses equinos são considerados um dos mais velozes do mundo, atingindo
71 km/h.

O objetivo da seleção do Puro Sangue Inglês era o de obter cavalos de corridas para grandes
percursos. Sendo o mais rápido do mundo para média distância entre 800m até 3000m
(Marques, 2016). Contudo, é considerada uma das raças melhoradoras e que entrou na
formação das principais raças modernas de cavalos de esporte.

3.2 Características

Os cavalos da raça Puro Sangue Inglês possuem muita finura, beleza e grande classe,
apresentando; narinas amplas para assegurar maior passagem de ar, olhos grandes, orelhas
pequenas com pontas finas e pareadas, pescoço em formato piramidal, longo e fino. Além de
ter peito profundo e largo, garupa musculosa e ampla, principalmente entre as pontas de
ambas as ancas, pernas com tendência à perpendicularidade, formando um angulo mais aberto
com os curvilhões. Esse animal pode atingir uma altura média de 1.60m, pesando 450kg com
pelagem nas cores; castanha, alazã ou tordilha.
3.3 Aptidão

O comportamento dessa raça confere prestígio a esse animal, por ser elegante e conseguir
desempenhar movimentos mais rebuscados, acaba tornando-se um equino extremamente
valorizado. Assim, possui aptidão para o esporte, corridas planas ou com obstáculos, salto,
adestramento e concurso completo de equitação.

4. CRIOULA

4.1 Origem

A raça crioula possui origem nos equinos das raças espanholas Andaluz e Jacas, que
chegaram na América do Sul no século XVI, trazidos pelos colonizadores espanhóis, vindos
da península ibérica. Dessa forma, muitos desses animais passaram a viver livre,
principalmente na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil. Assim, durante
quatro séculos esses animais sobreviveram a condições adversas, com temperatura baixa e
calor extremo, além da escassez de alimento. Com isso, ao longo dos anos esses animais
foram se adaptando e formando as características marcantes dessa raça, dentre elas as mais
importantes: longevidade, rusticidade, agilidade e resistência. 
Contudo, no século XIX, os fazendeiros do sul da América do Sul, começaram a notar as
qualidades dos cavalos soltos em suas terras, a partir desse momento a nova raça começou a
ser definida com características próprias, passando a ser preservada. Posteriormente, no
século XX. Em Bagé/RS, no ano de 1932, foi então fundada a Associação Brasileira de
Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), atualmente, no Brasil possui mais de 400 mil
animais distribuídos em território.
4.2 Características

Os cavalos dessa raça apresentam pequeno porte, com altura média de 1.45m., muito forte e
musculado, porém ágil e rápido em seus movimentos, cabeça de perfil reto ou convexo,
orelhas pequenas, olhos expressivos, pescoço de comprimento médio ligeiramente convexo na
linha superior, provido de crinas grossas, peito amplo, cernelha pouco destacada, dorso curto,
lombo curto e garupa semi-obliqua, membros fortes e providos de cascos muito rígidos. Todas
as pelagens são admitidas (ABCCC, 2016).

4.3 Aptidão

Os animais pertencentes a raça crioula tem por excelência o trabalho, ideal na lida com o
gado, para passeio e enduro, podendo ser utilizado para cobrir grandes distâncias.

Referência Bibliográfica

Fonseca, M. G. (2018). Universidade Estadual Paulista. Fonte: repositorio.unesp.br:


https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/154263/fonseca_mg_dr_jabo_int.pdf

Você também pode gostar