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A casa do Sol

e da Lua
Um conto africano adaptado por Sílvia Moral
Ilustrado por Ayesha L. Rubio

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Conta a lenda que houve um tempo em que o Sol e a Lua não moravam
no céu, mas sim na Terra, onde tinham a sua casa. Eram grandes amigos
da água e os três passavam bons momentos juntos.

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O Sol visitava a água muitas vezes, mas a água nunca ia visitar o Sol…

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Um dia, o Sol quis saber por que razão a água nunca ia a sua casa.
— Nada me agradaria mais do que ir visitar-te, mas a tua casa
não é suficientemente grande para mim — explicou a água.
— Percebo o que dizes, água, mas gostaria muito que fosses visitar-me
com a tua família — insistiu o Sol.

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— Muito bem, assim farei — aceitou a água. — Mas terás de construir
um grande jardim, porque a minha família é muito numerosa e não sei
se caberemos todos dentro de casa.
— Construirei o maior jardim que possas imaginar, para que tu e a tua
família fiquem bem acomodados — prometeu o Sol.

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Os dois amigos estavam muito contentes. O Sol foi para casa contar à mulher,
a Lua, a promessa que acabara de fazer à água. E, no dia seguinte, começou
a construir um enorme jardim.

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Era um jardim muito bonito, com árvores muito bem aparadas e flores
muito belas e perfumadas.

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Quando o jardim ficou completamente terminado, o Sol convidou a sua amiga
para conhecer finalmente a sua casa. E, no dia seguinte, a água, os peixes,
os corais, as algas, os golfinhos, as anémonas e todas as espécies aquáticas
foram visitar o Sol.

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Querido amigo Sol, estamos aqui, podemos entrar? — perguntou a água,
do lado de fora da porta.
— Podem entrar quando quiserem. A Lua e eu estávamos à vossa espera.

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Mas, assim que abriu a porta, a água começou a inundar o jardim e,
num abrir e fechar de olhos, cobriu as árvores e as flores.

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— Haverá espaço suficiente para nós? — perguntou a água.
— Claro que sim — afirmou o Sol. — Entrem todos!

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E os peixes, os corais, as algas, os golfinhos, as anémonas e todas as espécies
aquáticas entraram na casa do Sol e da Lua.

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Depressa o jardim ficou completamente inundado. E a casa também:
os móveis, as almofadas e os espelhos flutuaram e acabaram embrulhados
nas cortinas.

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E o Sol e a Lua, olhando um para o outro, entenderam que não havia nada a fazer.

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Nadaram, nadaram, até chegarem ao céu.
E é ali que se mantêm desde então.

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