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Wyllian Capucci – 02/09/2022

Nas últimas semanas o mercado foi bombardeado por discursos mais hawkish de membros do FED e ECB, que inverteram
completamente o recente rally de julho e início de agosto nos mercados de ações. Custos de energia explodindo na Europa,
conforme a guerra da Rússia na Ucrânia continua a se estender, catalisaram eventos inéditos no mercado de energia. Todas as
sanções aplicadas na Rússia estão voltando contra o próprio Ocidente em forma de contas de energia mais caras.

Na semana passada alguns analistas no mercado esperava um discurso bem hawkish do presidente do Fed, Jerome Powell,
reforçando o compromisso em combater a inflação, que tem destruído o poder de compra da população. Membros do ECB fizeram
o mesmo, principalmente após o último CPI da Zona do Euro ser divulgado, mostrando uma nova renovação da máxima histórica na
inflação da UE.

Dentro desse contexto, o mercado aumentou as apostas para uma alta de 75bps na próxima reunião do FOMC (20-21 de setembro),
assim como também aumentou as apostas para uma taxa terminal mais alta, com o pico das taxas chegando próximo aos 4,0%
novamente, que foi o pico da precificação hawkish em junho. Nesse momento, cerca de 74% dos participantes “apostam” em uma
alta de 75bps em setembro:

Antes da próxima reunião do FOMC temos o Payroll (que será divulgado hoje) e o CPI de agosto (que será divulgado em 13/09),
antes da próxima alta ser cravada, sendo esse último uma métrica mais confiável na definição da próxima alta, conforme membros
do Fed já disseram. Porém, o impacto do Payroll de hoje no mercado deve seguir a mesma dinâmica das últimas divulgações de
dados importantes: Um mercado de trabalho mais forte e aquecido, deve continuar impulsionando os salários dos trabalhadores e
empurrando os preços de bens pra cima, o que irá continuar a empurrar as taxas pra cima e o mercado pra baixo (dólar pra cima),
conforme o Fed tem que continuar apertando os juros em detrimento do crescimento econômico.
Segue abaixo os últimos eventos e como os Fed Funds reagiram:

Embora hoje tenha uma ampla gama de previsões para quantos empregos a economia americana criou em agosto, o consenso
médio de Wall Street espera que o emprego desacelere o ritmo do último mês, após um forte missing positivo em julho, que chocou
os mercados. Abaixo as expectativas, do mais otimista para o mais pessimista:

Panteão 400k
BNP Paribas 375k
Wells Fargo 375k
TD 370k
Goldman Sachs 350k
Morgan Stanley 350k
BofA 325k
Citi 305k
Credit Suisse 300k
DB 300k
HSBC 300 mil
JPM 300k
SocGen 300k
UBS 300 mil
Nomura 290k
StanChart 275k
Jefferies 270k
Evercore 250k
ING 250k
Mizuho 250k
Natwest 200k
Picteto 160k

Com relação à taxa de desemprego, Wall Street que se mantenha estável, e haverá foco na taxa de participação após uma pequena
queda mês passado. As métricas de ganhos médios por hora serão o foco principal para ajudar a avaliar como os preços crescentes
ao consumidor estão se traduzindo em efeitos de segunda ordem e na espiral salário-preço (salários mais altos alimentam um
núcleo da inflação mais alto e persistente). Alguns indicadores sugerem que as taxas de aumentos dos salários estão agora
excedendo as medidas preferidas do Fed para a inflação.

Digno de nota, nos últimos meses, após março, o número de empregos criados e reportados pelo BLS vem divergindo forte de todas
as outras métricas de criação de emprego, como por exemplo na imagem abaixo, com os pedidos iniciais por seguro-desemprego
que estão subindo (escala invertida) e o Payroll não cai:
Alguns analistas sugeriram que uma pressão democrata dentro do BLS, manipulando correções sazonais poderia ser o motivo, já
que um forte mercado de trabalho é tudo o que os democratas estão se agarrando para tentar levar as eleições midterms de
novembro. Vale a pena lembrar isso, pois, o forecast dos bancos pra hoje reflete uma desaceleração nos ganhos. Então, vamos
manter em mente que uma forte “realização” dessa divergência pode ocorrer em algum momento no futuro, e então, a previsão
dos bancos estaria otimista demais.

(Payroll batendo expectativas, com dados de desemprego em queda e pressão nos ganhos por hora
trabalhada) acima de 350k, irá continuar pressionando os Fed Funds pra cima, alimentando o Fed para um aperto contínuo da
política monetária em vista de restringir a força do mercado de trabalho e desfazer um pouco da pressão nos salários, conforme
Powell mencionou em Jackson Hole: “mais restritivo por mais tempo”. O mercado continuará precificando um FED tendo que
provocar um “hard landing”, continuando a desestimular fortemente as empresas a colocarem planos de novas contratações e
expansão de lado. Uma nova alta de 75 bps deve ficar praticamente 100% precificada (claro, ainda depende do CPI de 13/9). Dólar
deve ganhar impulso, Bonds caem e ações continuam a forte queda da semana.

(ou levemente acima/abaixo com dados mistos de ganho por hora e de


desemprego): Sem volatilidade direcional. Nesse cenário provavelmente teremos um Payroll sem volatilidade, então temos que
focar em como os Fed Funds e a curva de juros irá reagir, pra tentarmos capturar movimentações de inversão.

(“Bad news is good news) Missing na headline principal ou até uma impressão negativa das folhas de
pagamento, com desemprego em leve piora e queda no ganho por hora trabalhada: Nesse contexto as ações devem subir, o dólar
irá cair, Bonds irão aliviar a pressão na curva e uma alta de 75bps começará a ser questionada (claro, o CPI de 13/9 irá definir). Fed
Funds irão devolver um pouco da alta recente, mas, cuidado, o recente Fedspeak ainda mostra o banco central comprometido com
a inflação, então, há menos que seja um Payroll catastrófico, a linha de raciocínio não deve mudar muito.

Obs: Lembrando sempre da volatilidade nos ativos no momento da divulgação dos dados, assim como stop hunting em regiões de
liquidez de varejo. Só existe duas formas de operar Payroll, uma é à favor de um movimento direcional, que nem sempre acontece.
A outra é pegando a volta, caso os dados venham mistos e em desconexão de qualquer cenário. Se prepare e opere com cautela!
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