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Rewelações

do Apocalipse
Antigo () A|)tJ(nliD`st' R('i`(l(i(ltJ

Roy Allan Anderson

Tradução de:
Carlos A. Trezza

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA


Tatuí - São Paulo
Eíku£l£ioDPNn#EÉmRinvgiêi:AT|oN
Direitos de tradução e publicação
em Língua Portuguesa reservados pat.a a
Casa Publicadora Brasileira
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Caixa Postal 34
18270 - Tatuí, SP

ÊE##eix*&p,ares
50? milheiro
1988 `

Editores: Ivacy F. Oliveíra e Abigail R. Liedke

E:E¥fÊeabnbeipintos
Programação Visual: Maria José Bienemann

IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil

7868
Rewelações
do Apocalipse
Índice
1. 0LivrodaRevelação ..................
2. As Sete Epístolas de Cristo a Sua lgreja .....
3. Mensagens de Cristo a Esmirna e Pérg\amo . .
4. CartasdeCristoaTiatiraeSardes ..........
5. Cartas de Cristo a Filadélfia e Laodicéia .....,
6. Ãvisão do Tro-no; o cordeiro e o Livro selado
7. Os Cavaleiros do Apocalipse ................
8. OsSeladoseoGrupolnumerável ...........,
9. 0 Desfilar de Conquistas e Derrotas ao Longo
da História ..................................... 99

10. 0AnjoComoLivroAberto ...................... 113


11. A Medição dos Adoradores e o Poder das
Duas Testemunhas ............................
12. 0ConflitódalgrejaComoDragão ...............
13. ABesta Que surgiu do Mar. O Número Místico 666
14. Colapso da lntolerância e surgimento da América..
15. ApeloFinaldeDeusàHumanidade ..............
16. A Vitória Final da lgreja e as Sete Últimas Pragas .
17. CondenadaaMulherdeEscarlate ...............
18. AVitóriadalgrejaeasDuasGrandesCeias .......
1.9. Vitória Final de Cristo Sobre o Pecado; o Milênio . .
20. 0NovoCéu-0LardosSalvos .........
21. Conclusão .........................
Jesus Cristo, o Centro do Livro do Apocalipse
Apêndice...............................
Bibliografia.............................
Muita coisa aconteceu em nosso mundo, especialmente nas
terras biblicas, desde que este livro foi publicado pela primeira
vez, tornando necessário que se lhe fizesse outra revisão. Um bre-
ve apêndice foi também acrescentado, com notas para ajudar o lei-
tor, mas o objetivo original do livro - a descrição e revelação de
Jesus Cristo - não sofreu mudança.
Quê! Outro livro sobre o Apocalipse! Bem, não exatamente,
porque isto é uma revisão, e seu solene propósito é tornar este últi-
mo livro da Biblia uma revelação para o estudante - a verdadeira
de Jesus Cristo.
0 Carpinteiro de Nazaré era também o Deus eterno, por cuj.o
intermédio veio à existência a criação, e por quem somos salvos.
No vasto cenário da história humana, Cristo é a figura dominante.
Embora fosse Deus desde a eternidade, partilhou na carne a trági-
ca sorte da humanidade. Trabalhando em favor dos homens e pal-
milhando as estradas poentas da Palestina, viveu vida perfeita,
não contaminada pelo pecado. Ele falava com autoridade; vinte e
cinco vezes nos evangelhos sinópticos lemos que Sua palavra ti-
nha poder. No livro do Apocalipse vamos encontrá-Lo como figu-
ra central.
Pensemos primeiro em Seu caráter, pois ali estava alguém que
jamais precisava desculpar-Se por desdizer uma simples palavra;
alguém que jamais Se sentia embaraçado ou Se impacientava.
Nem jamais chegava tarde a um encontro marcado ou a um com-
promisso.
Que Homem! Mas Ele era mais do que simplesmente homem;
Ele era Deus em carne humana. Veio para nos dar uma idéia de
Deus e mostrar o caminho de volta para a casa do Pai. No Apoca-
8/As Revelações do APocaliDse

lipse nós 0 vemos, não como um incompreendido ou malsinado


pária, mas como o eterno Rei, reinando em majestade, e convidan-
do-nos a partilhar com Ele o trono da Divindade.
``Bem-aventurado o que lê." Esta é a promessa de Deus, e a
primeira de sete bem-aventuranças encontradas neste livro.
As j?ec;e/¢Ço~es do A4octz/G.Pse apareceu pela primeira vez em
1953, e o interesse e entusiasmo mostrados pelos leitores ao redor
do mundo conduziram a esta revisão. Embora a mesma forma e in-
terpretação tenham sido preservadas, a mensàgem deve provar-se
mais positiva e realista. Ensinando durante quatro décadas o Apo-
calipse em colégio, seminário e em grandes classes públicas de es-
tudos da Bil)lia, o autor testemunhou o tremendo efeito de tais es-
tudos sobre homens e mulheres. 0 mesmo Espírito que deu estas
mensagens a João em Patmos está presente para tornar a mensa-
gem clara nos dias de hoje.
Esta revelação de nosso Senhor torna-se mais significativa se a
estudarmos à luz da exclamação de João junto às barrancas do rio
Jordão: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!" Es-
te é o livro do Cordeiro, o Cordeiro "no meio do trono''. Vinte e oi-
to vezes no Apocalipse Ele é chamado por esse nome, significando
que Seu sacrifício é o centro de tudo que Ele faz por nós. Ele é
agora nosso Sumo Sacerdote, ministrando por nós no templo do
Céu. Logo esse ministério intercessório cessará, e Ele voltará co-
mo Rei dos reis e Senhor dos senhores para reclamar o Seu povo.
De uma fonte inspirada vem esta afirmação: "Quando o livro
do Apocalipse for melhor compreendido, os crentes terão uma ex-
periência religiosa inteiramente diferente." ``Quando compreen-
dermos o que este livro significa para nós, ver-se-á entre nós gran-
de reavivamento. " Que Deus apresse esta compreensão e propicie
o reavivamento!
0 Apocalipse foi escrito para cristãos que viviam num determi-
hado tempo e sob circunstâncias particulares. É vital que capte-
mos o espírito da igreja apostólica e conheçamos as condições sob
as quais viveram os primeiros cristãos. Recentemente tive o privi-
légio de visitar Patmos e a área das "sete igrejas". Isto significou
muito. Livros de diferentes autores também serviram de estímulo
ao pensamento. A esses autores, e a meus estudantes, e a uma
plêiade de amigos, expresso minha sincera apreciação.
- 0 Autor
A MYRA
e a todos
os amantes da Palavra.
`.'>- *

í`S,~
3F

€-
0 Livro da Revelação
A revelação de Jesus Cristo, ou Apocalipse, é um livro singular en-
tre todos os outros livros da Bil)1ia - singular em sua forma, em
seu simbolismo e em seu significado. Ele chega até nós vindo de
Deus o Pai, e de Jesus Cristo, por cujo intermédio, unicamente, po-
de vir qualquer revelação divina ao homem. E Ele o enviou a João
através de Seu anjo-mensageiro (Apoc.1:1) que, segundo S. Lucas
1:19, é Gabriel.

Quem Escreveu o Apocalipse?


Quanto à identidade do autor, pouco há que questionar. Quatro ve-
zes ele se denomina a si mesmo "João", e declara haver testificado
``da Palavra de Deus" anteriormente. 0 quarto evangelho e três
epístolas levam o seu nome. A primeira epístola começa com a de-
claração de que o autor está falando do que os seus olhos viram e
suas mãos tocaram "da Palavra da vida". A sentença de abertura
do evangelho de João fala da "Palavra" ou Zogos como estando
``com Deus''. E mais, a "Palavra e7itz Deus''. E a seguir diz que ``o
Verbo [Palavra] Se fez carne e habitou entre nós". Verso 14. En-
tão quase no encerramento deste evangelho, 1emos: "Estes, po-
rém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus." S. João 20:31.
Eusébio, historiador eclesiástico, fala do autor do Apocalipse
como ``João, o ancião", que parece ter sido bem conhecido em Efe-
so, possivelmente sendo identificado com a "escola efésia" que se
L2/As Revelações do ADocalií)se

desenvolveu na última parte do primeiro século. 0 autor da segun-


da e terceira epístolas de João chama-se a si mesmo "o ancião".
Não há realmente qualquer motivo para duvidar de que João o an-
cião e João o autor do quarto evangelho sejam a mesma pessoa que
escreveu o Apocalipse.
Conquanto alguns possam ainda duvidar desta autoria, ela tem
sido admitida desde os tempos mais remotos do cristianismo. Que
outro João existe de que tenhamos conhecimento, tenha tido sufi-
ciente influência ou posição de autoridade na igreja primitiva para
dirigir tal mensagem às igrejas? E mais, tem-se admitido que o au-
tor do Apocalipse foi a primeira pessoa na história da igreja a ser
conhecida como £Ãeo/ogos, ou "o teólogo''. A seguinte afirmação
de um erudito de um século atrás resume a posição que parece
mesmo mais certa hoje do que quando foi escrita:
``É difícil haver um livro em toda a Biblia cuja genuinidade e
inspiração fossem mais fortemente comprovadas desde o início do
que o Apocalipse. Dúvida alguma parece ter sido mantida sobre is-
to. Basta dizer que Papias, Justino Mártir, Irineu, Melito - emi-
nentes mestres na primeira igreja, e no século seguinte àquele em
que foi escrito - proclamam que foi João o autor, o discípulo ama-
do de Cristo. Tal era então a voz da igreja." -Chr. Wordsworth,
Lec£af7ies o% Z¢e 44oc¢/#¢se, pág. 22. Citado por J. A. Seiss em 7l¢e
A4oc¢/y4se, vol. 1, págs. 30, 31.
Segundo a tradição, João foi o único sobrevivente dos apósto-
los, havendo cada um dos outros encontrado a morte como mártir.
Ele foi convocado a Roma para comparecer perante o imperador
Domiciano, ``o último dos :,, a fim deser jul-
gado por sua ão convincente foi sua defesa que "os seus ou-
vintes ficaram atõnitos em face de sua sabedoria e eloqüência".
Não puderam contradizer seu testemunho. 0 imperador, cheio de
ira, ordenou que ele fosse lançado num caldeirão de azeite ferven-
te. ``Mas o Senhor preservou a vida de Seu fiel sewo, da mesma
maneira como preservara a dos três hebreus na fomalha ardente. "
-AJos dos A4o'sÍo/os, pág. 570. Mais tarde, por decreto do impera-
dor, foi ele banido para a ilha de Patmos, a fim de cumprir senten-
ça de prisão perpétua.
Crê-se geralmente que isto ocorreu cerca do ano±4-95 A.D. Is-
to indicaria ter João mais de cem anos quan 0 tals atõs
ocorreram. Depois da morte de porém, Hsubiu ao
0 Liuro da Revelação/13

trono, acontecendo o que era comum: os prisioneir,os políticos fo-


ram libertados, e crê-se que João retornou então a Efeso, no conti-
nente. Mas enquanto em Patmos, ele recebeu a visão contida neste
livro excepcional.
Não faz muito visitei esta ilha cruel, este rochedo escarpado,
solitário no meio do mar. Que impressão recebi! Ser arrancado do
lar e dentre os amigos e abandonado nesta solidão inabitável, deve
ter parecido ao apóstolo como ser envolvido em "cordas de mor-
te". Todavia, este lugar tornou-se o ponto culminante de onde o
poeta-profeta contemplou todo -o panorama da história humana.
Embora velho quanto aos anos, seus olhos adquiriam o brilho da
juventude à medida que a etemidade entrava em cena. As rochas
rudes e os mares que surgiam pareciam ecoar como sons de trom-
beta a porem em relevo a mensagem que ele devia dar à igreja.
Embora com as mãos atadas e os pés em ferros, sua alma respon-
dia ao Espírito. Ao serem-lhe expostos os vendavais da História,
ele lia os seus negros segredos, vendo e ouvindo coisas jamais vis-
tas ou ouvidas antes. Na chama dessa ardente visão a vida adqui-
riu' novo significado. As ondas que se arrebentavam na praia com
estrondo falavam de um poder muito maior do que as adestradas
legiões de Roma. Então, sob o impulso proíético ele afundou sua pe-
na na inspiração e escreveu a imortal mensagem que por dezoito
séculos tem sido o grande épico apocalíptico de toda a literatura: a
Revelação de Jesus Cristo.

0 Propósito do Livro
0 livro é chamado "a Revelação de Jesus Cris§to", ou "a Revelação
47ioc;G.Íedcz de Jesus Cristo' ' (Phillips), para mostrar as coisas que de-
veriam acontecer. Mas em outró-§éntido é a revelação sob7{e Jesus
Cristo.
0 Velho Testamento revela Cristo na profecia; os evangelhos
revelam-no em Sua vida terrestre, ministério, sofrimentos, morte,
ressurreição e ascensão. Os ú!Jos e as e4ÉfoÁfzs mostram os triunfos
terrestres da igreja sob o ministério do Espírito Santo. No Apoca-
Cristo é retratado em glória, estando à direita de Deus como
Sumo SacerdDte e celestial. Ele é apresentado
e quem todas as nações de-
verão comparecer. As cenas finais descrevem o Salvador como R€ó
14lAs Revelações do ADoco,liDse

dos /eG.s e Se%Ão7 cZos se73Ão7ies, para sempre reinando sobre os san-
tos no Paraíso restaurado. Assim o revelador completa a cerimô-
nia final de reve,lação que torna possível urria visão perfeita do Cor-
deiro de Deus. E realmente um panorama da glória de Cristo. 01i-
vro de Gênesis conta-nos a história da criação, da queda do homem
e do Paraíso perdido. Mas o Apocalipse introduz as cenas do Pa-
raíso restaurado.
Na estrutura profética do livro, o foco está em Cristo, que é o
centro de toda a profecia -"a fulgurante estrela da manhã''. "As
profecias de Daniel e Apocalipse devem ser éuidadosamente estu-
dadas e, em ligação com elas, as palavras: `Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo'. " -Oó7iez./os Et;Ü%ge'/G.cos, pág. 148. 0
Filho de Deus é mencionado pelo nome, ou por pronomes que indi-
cam Sua pessoa, mais de cento e quarenta vezes nos primeiros três
capítulos. Isto dá ênfase ao fato de que a Pessoa central do livro é
J esus.
Na narrativa do evangelho João diz que o etemo Deus, ``a Pala-
vra", Se fez came, "e habitou entre nós". S. João 1:14. A palavra
grega traduzida pelo verbo "habitou" é sÃe7eoo, que mais acurada-
mente traduzida sería "acampou" ou ` `estabeleceu tabemáculo".
A idéia nasce de um amável costume árabe. Quando alguém dese-
java unir-se a uma caravana, era encorajado a armar sua tenda ao
lado do grupo e com eles fazer sua jomada. Esta é uma bela ilus-
tração da encarnação, pois Deus em carne acampou ou fixou taber-
náculo com o homem. Ele desceu para poder tomar nossa humana
natureza, e assim precisou velar Sua glória. Palmilhando conosco
a rude estrada da vida, por nós morreu afinal sobre a cruz, a fim de
remir-nos da morte. A sepultura precisou recebê-Lo, mas não pôde
retê-Lo, e Ele lhe despedaçou o poder, ascendeu a Seu Pai, e foi
"coroado de glória e de honra" (Heb. 2:9) -a glória que tinha des-
de a etemidade. Enquanto andou na carne com os homens, essa
glória foi velada; mas agora, sentando-Se no trono do Universo,
reina com glória desvelada e sem igual como co-regente no gover-
no do Universo. João, que conheceu o seu Senhor tão bem quando
na carne, cai agora a Seus pés, em profunda reverência ante Sua
majestade (Apoc. 1:17), e assim faremos nós quando esta revela-
ção de Jesus Cristo nos alcançar a alma. Para conhecê-Lo como
nosso Rei, precisamos primeiro conhecê-Lo como "o Cordeiro de
Deus, que_ tira o pecado do mundo". S. João 1:29.
0 Livro da Revelação/15

Nenhum americano gravou na história do país o seu nome mais


profundamente do que Abraão Lincoln, que salvou a União e abo-
liu a escravatura. Faz poucos anos, um hábil calígrafo escreveu a
Proclamação da Emancipação de modo tão admirável que ao ob-
servador colocado a poucos passos parecia um desenho revelando
detalhadamente os traços fortes de Lincoln. Contudo, uma obser-
vação mais próxima revelava não se tratar de um desenho, mas
uma cópia da declaração que libertou os escravos. 0 calígrafo ha-
via não somente criado um retrato, mas havia também, por meio
de sua arte, traçado á filosofia que moldou a vida do grande eman-
cipador.
Este livro, ünico no gênero, desvela o grande Emancipador, o
maior de todos, que trouxe a liberdade não apenas para uma raça,
mas para todas as raças de homens. Conquanto o Apocalipse reve-
le ``as coisas que breve hão de acontecer'', ele é antes de tudo uma
revelação de Jesus Cristo, que morreu a fim de que pudéssemos vi-
ver. Quando Lincoln morreu, seu corpo foi levado para sepulta-
mento em sua cidade natal. Enquanto a procissão fazia o seu traje-
to, lenta e silenciosa, a multidão sentia-se comover até as lágrimas.
Uma mãe negra, ansiosa por que seu filhinho tivesse uma boa vi-
são do cortejo, ergue-o nos ombros, dizendo: "01he--bem, porque
ele morreu por você." Ao virarmos as páginas do Apocalipse, lan-
cemos um longo olhar Àquele que deu a Sua vida para libertar-nos
do pecado escravizante e da morte, sabendo que através das muta-
ções do calidoscópio da História Ele está levando a cabo o Seú
eterno propósito.

Para Quem Foi Escrita a Revelação? Capítulo 1: 1


Desta revelação, pode dizer-se que veio em resposta à oração de
Paulo: Escrevendo aos efésios ele diz como orou para que pudes-
sem eles ter uma revelação de Cristo. Efés. 1:15-18. Trinta anos
mais tarde, João recebeu esta` revelação, e a primeira igreja a que
ela foi enviada foi Éfeso. Não foi ela, a revelação, escrita para o
mundo, mas para a igreja, para os servos de Deus. Apoc. 1:1.
Quando Deus escreveu na parede do palácio de Belsazar, os "sá-
bios" não conseguiram ler a escrita. Mas Daniel interpretou a
mensagem. Os que andam com Deus podem conhecer os Seus se-
gredos. "Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem
16/As Revelações do APocalipse

revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas." Amós 3:7.

0 Segundó Advento, a Tõnica do Livro


Conquanto esta revelação tenha sido de muita ajuda para os santos
perseguidos do tempo de João, e tenha falado a cada século de en-
tão para a frente, ela tem uma mensagem especial para os que esti-
vessem vivendo justo antes da volta do Senhor. Ver capítulo 22:6,
7, 10.
``Eis que vem com as nuvens", o apóstoio exciàma, "e todo
olho 0 verá''. Apoc.1:7. Nenhum tema tem maior destaque no No-
vo Testamento do que a segunda vinda de Cristo. Um verso em ca-
da vinte e cinco fere este tema. Talvez nenhuma doutrina na men-
sagem cristã possua mais poder do que esta.
"Como um magneto, ela levanta do mundo e da insignificância
do seu ego o coração do crente, e habilita-o a estar com Moisés no
monte, e transfigura-o coiri os raios da bendita esperança e pro-
messa que o inundam nessas sublimes alturas; é na Biblia o assun-
to mais animador e mais santificador." -J. A. Seiss, oó7tú7 cz.J., vol.
1, pág. 35.
0 vidente de Patmos encerra o livro com a exclamação: ``Ora
vem, Senhor Jesus!" Apoc. 22:10.

As Sete Bem-Aventuranças do Apocalipse


Como o Sermão da Montanha, o Apocalipse respira a bênção do
Céu. Notai estas beatitudes:
``Bem-aventurado o que lê, e o que ouve." 1:3.
"Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Se-
nhor." 14:13.
"Bem-aventurado aquele que vígia, e guarda os seus vestidos. ' '
16:15.
"Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas
do Cordeiro." 19:9.
"Bem-aventurado aqueie que guarda as paiavras da profecià
deste livro." 22:7.
"Éem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras" ou
"que guardam os Seus mandamentos." 22:14.
0 Liuro dÁi Revelação/17

A Quem Foi Enviada a Revelação? Capítulo 1: 11

£:e;::enàgàei:;,:ee:c;::àdaassnmoa,âTàcpa:ir:ãât:ã.oseur::s:#a:i:à:
tretanto, é profundamente significativa. As cidades onde essas
igrejas existiam ficavam ao longo da estrada oficial do império. Es-
ta via romana foi construída cerca do ano 133 A.C. Passava por
Êfeso, Esmima, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e I+aodicéia,
onde se encontrava com outra via oficial de importância. 0 nüme-
ro "sete" no Apocalipse é muito significativo. Há sete G.g7ie7.czs, sete
carias, s€+e estrelfls, sebe castiçais, seSe Espíritos de Deus, sete üm-
Dadas ardentes, stie selos, sc*e cabeças, se;tí3 Wombetas, sehe chifres,
sete olhos, se:te trovões, sete coroas, sete anjos, sete salvas, sete mon-
fes, etc. 0 número "sGfe" como encontrado nas Escrituras, denota
integralidade , universalidade , ou perfeição.
Não somente o número sete, mas também os 7eo%es das igrejas
são em si significativos. Essas sete cartas contêm a mensagem pa-
ra a igreja através dos séculos desde a era apostólica até o estabe-
1ecimento do reino de Cristo.
` `É opinião de muitos eruditos autores sobre este livro, que nos-
so Senhor, por meio dessas seíe G.g7iej¢s, Se dirige a todas as igrejas
de Cristo até o fim do mundo; e pelo que lhes diz, a elas, deseja
mostrar qual será o estado da igreja em todos os séculos, e qual o
sen deNer." -Mzirthew Pooh, Annotations Upon the Holy Bible,
vol. 3, pág. 952.
"As sete igrejas representam sete fases ou períodos na história
da igre].a, estendendo-se desde o tempo dos apóstolos até a vinda
de Cristo pela segunda vez, história cujas características são par-
cialmente indicadas nos nomes dessas igrejas., porém mais plena-
mente nas cartas a elas dirigidas." -J. A. Seiss, obrtz ce.Í., vol. 1,
pág. 142.
"As cartas às sete igrejas, além de descreverem o que é indubi-
tavelmente histórico, têm tantas alusões ao que é evidentemente
figurativo e místico que há a mais forte razão para aceitar a opinião
de .que `essas sete igrejas devem profeticamente servir de amostra
[revelar-nos] um sétuplo temperamento e constituição da igreja to-
da, segundo suas diferentes eras, respondendo ao padrão da igreja
então mencionada'." -A. J. Gord,on, Ecce Ve%z.f (Eis que Vem),
págs. 66, 67, nota.
L8/As Revelações do APocaliDse

Alguns têm procurado estabelecer a data precisa em que um


período termina e outro começa, mas, como numa viagem por uma
estrada, passamos de uma cidade a outra, e a população vai-se tor-
nando mais densa ou mais esparsa, ficando difícil às vezes saber
onde uma cidade termina e a outra começa, assim nesta via da Era
Cristã é difícil determinar as datas exatas do início e fim de qual-
quer período da igreja. Todavia cada período é marcado por defini-
dos contrastes, permitindo-nos saber quando estamos no meio de
uma nova era. Isto será salientado em nosso próximo capítulo.

Salvador, Sumo Sacerdote e Rei Vindouro


Essas cartas às sete igrejas não apenas antecipam as tendências na
história da igreja, mas também fixam os diferentes aspectos do mi-
nistério de nosso Senhor e formam um apropriado pano de fundo
para"As
a mensagem de todo
sete descrições o livro.entre si; e, tomadas em conjunto,
diferem
formam o completo quadro dado em Apoc. 1, de "zó7% se7%e/â7¢Je
czo Fg./Ão cZo Ãomem" [grifo suprido]. 0 Divino Autor Se apresenta
em aspecto diferente a cada igreja individualmente; e os sete as-
pectos formam Sua completa descrição pessoal, do mesmo modo
que as igrejas reunidas formam a igre].a completa e universal." -
W . M. FL2imsçiy , The Letters to the Seven Churches of Asia, pãg.
197.
0 livro se abre com um quadro do sacrifício vicário de Cristo e
Seu ministério sacerdotal (Apoc. 1:5, 12, 13), e se fecha com o
anúncio de Seu certo retorno, quando então Ele dará a recompensa
da vida eterna aos que foram fiéis.
0 1ivro da Revelação é apocalíptico em sua forma literária, for-
ma esta que contempla a História como uma unidade cuja culmi-
nância é o final estabelecimento do reino eterno de Deus. A vitória
vem, afinal, aos santos de Deus, por meio do Co7itzeí./o /É?m£.do7', que
foi morto e, todavia, vive. E ao chegar até nós o eco dos séculos,
clamamos com os anjos e os remidos: "Digno é o Cordeiro que foi
morto!',

A Base da Salvação é a Graça


A mensagem do livro começa com a tríplice saudação da graça da
0 Livro da RevelaçãolL9

parte do Pai, do Esprito Santo e do Filho. Apcx:. 1:4, 5. "0 Pai, no ab-
solutismo de Sua imutável natureza e universal presença; o Espírito
na integralidade de Suas multiformes energias e diversificadas
operações, e o Filho, nas virtudes de Seu testemunho selado com
sangue." -J. A. Seiss, oÓz¢ cG.f., vol. 1, pág. 47.
"Graça e paz sejam convosco", escreve João. Mas esta é a
"paz" que tem sua raiz na "graça". Que lucro poderia haver em
passar com pompa e poder pelo estágio do tempo, para no final
afundar-se nas trevas e tristezas da eternidade? Mas se perseve-
rarmos, nossa posição diante de Deus será absoluta no terreno da
graça e não das obras. Esta poderosa verdade da justiça pela fé em
Cristo somente é expressa nos versos 5 e 6. 0 Senhor "nos ama",
e em Seu sangue ``nos lavou". Foi enquanto éramos alienados dE-
le, fugindo de Sua presença, na realidade Seus inimigos, que ``o
Pai enviou o Filho para ser o Salvador do mundo" (1 S. João 4:14);
e depois de nos haver lavado, Ele nos fez "reis e sacerdotes", ou
"um reino de sacerdotes" (R. V.). Deus não esperou até que esti-
véssemos purificados, para nos amar, mas, porque nos amou, tam-
bém nos purificou. "Certamente que a bondade e a misericórdia
me seguirão", exclama Davi. A palavra hebraica /czcZ¢jJÃ significa
perseguir, ir no encalço. No poema de Francis Thompson, "The
Hound of Heaven", há este pensamento num dos versos: Deus
persegue o pecador constantemente e com o único propósito de re-
conquistá-1o e reestabelecê-1o como rei, partilhando mesmo com
ele o Seu próprio trono.
Eu estava em meu escritório em Washington num dia de verão.
No andar superior morava uma familia composta de pai, mãe e a fi-
lhinha de uns vinte meses de idade. Os pais haviam colocado no al-
to da escada um portãozinho, para evitar que a pequenina rolasse
escada abaixo. Mas nesse dia, os dedinhos haviam trabalhado com
tal insistência que lograram liberar o trinco. Então, quietamente,
ela começou a descer a escada. A mãe, evidentemente, não o per-
cebeu, mas, sentindo-1he a falta e vendo aberto o portãozinho, fi-
cou alarmada e pÔs-se a chamar por ela. Nesse momento, a criança
passou em frente de minha janela; mas ouvindo que a mãe a cha-
mava, devíeis ver como correu depressa pelo relvado, feliz ao des-
frutar sua liberdade!
Ouvi então a mãe descer a escada, chamando-a. Mas a peque-
nita, divertindo-se com alegria, estava exibindo sua independên-
20/As Revelações do APocalií)se

cia. Ela não sabia, mas estava metendo o nariz em problemas.


Eu não pude ver exatamente o que acontecia, porque uma árvo-
re me tirou a visão; mas compreendi logo, ao ouvir os gritos da
mãe. Saí a tempo de ver a garotinha cair do muro de uns 120
centímetros de altura sobre um canteiro de rosas. Mas eu vi mais
do que isto: vi o verdadeiro amor materno. Sem sequer preocupar-
se em dar a volta, a mãe saltou por sobre o muro, no socorro à filhi-
nha, e levantou com a mão aquele pedacinho de gente, coberto de
lágrimas, sangue e terra. A mãe não se deteve a considerar o`efei-
to que isto teria sobre seu vestido branco, mas apertou a pequeni-
na ao peito. Ela estava certa de que a criança havia quebrado um
braço ou uma perna, ou pelo menos o nariz. Eu a examinei, mas tu-
do parecia em ordem; e ela aprendeu uma boa lição.
Em sua solicitude, a mãe não pensou em si mesma ou em seu
vestido branco; seu único pensamento Íoi sua querida filhinha.
Ambas choravam. Ela levou a criança para cima, não para castigá-
la, mas para lavá-1a; não ficou em cima do muro, com o dedo em
riste, dizendo: "Sua desobediente! Que i§to lhe sirva de lição! E
quando estiver arrependida o suficiente para subir a escada e vir
pedir perdão eu a receberei". Não! Ela sequer pensou nisto. Nem
nosso Salvador age assim para conosco. Ele deixou as alturas do
Céu para nos libertar. Suas mãos feridas e vestes mancha~das de
sangue falam eloqüentemente de Seu amor.

0 Divino Amor - Tema lnesgotável


``Alfa e Ômega'', um dos nomes simbólicos de Cristo (cap. 1:8) é
signiíicativo. Assim como o alfabeto provê um inesgotável meio de
expressão, Jesus e Seu amor são um inexaurível tema para con-
templação. A etemidade será demasiado curta para revelar as ma-
ravilhas de Seu amor e poder. No livro do Apocalipse, nosso Salva-
dor nos é apresentado sob diferentes títulos, cada um deles impor-
tante e expressivo. Ele é primeiro apresentado como Jesus Cristo;
e, de todos os nomes no mundo, /es%s é o mais belo. 0 Dr. T. De-
Witt Talmage, em comovente eloqüência, diz:
``Ele significa amor, paciência, bondade, 1onganimidade, al-
truísmo, magnanimidade. Tem o aroma de todos os perfumes e os
acordes de todas as harmonias. Às vezes, vejo esse nome, e as le-
tras parecem ser feitas de lágrimas; e, olhando-as de novo, fulgu-
0 Livro da Reuelaçáol21

ram como gemas numa coroa. Algumas vezes elas parecem como
se trançadas com as palhas em que Ele` jazeu, ou construídas com
os tronos em que o Seu povo reinará. As vezes pronuncio o nome
`Jesus', e ouço brotar através destas duas silabas os suspiros do
Getsêmani e os gemidos do Calvário; e ouço-lhe de novo o som, e
ele me lembra o repicar de sinos em hosanas . . . Deixai-o gotejar das
cordas da harpa e ressoar no diapasão do Órgão. Fazei-o soar de
novo, fazei-o soar bem, até que cada estrela pareça refulgi-lo, e ca-
da flor respirá-lo, e a montanha e o mar, o dia e a noite, a Terra e o
Céu cantem altissonantemente: `Bendito o Seu glorioso nome para
sempre! Esse nome que é sobre todo nome!' " -TÃe Pcz/esíG.%e Ser-
7%o%s, pág. 184.

Andando Entre as lgrejas


No verso 20, Jesus é representado como sustentando o ministério

fae.Êu:igàeej|ao,ãl#:;izdaedgupaelpa:s`s`:::ep::àrceú:à';ãeompâ|uoasgá:sçiÉeni:
tão, vemo-Lo andando entre os "castiçais", ou igrejas. Não impor-
ta que perseguições a igreja tenha tido de enfrentar, o Senhor tem
estado com os Seus sofredores santos, sustentando-os, partilhando
suas provações, e sentindo cada ferida a eles infligida por seus ini-
migos.
Se queremos entender a mensagem deste livro, temos de
estudá-lo em relação com o transcendente Cristo, por cujo poder a
opressiva tirania das trevas foi subjugada e o futuro deste planeta
mudado para sempre. Aquele que trouxe à luz "vida e imortalida-
de pelo evangelho", e que anda entre as igrejas, diz a cada um e a
todos: ``Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."

0 Livro com Raízes no Velho Testamento


Mais de 270 citações diretas, ou expressões, calcadas na lingua-
gem do Velho Testamento, são encontradas no Apocalipse. Com
raízes neste solo fértil, é como uma árvore dando a rica frutifica-
ção da inspiração dos séculos. Visto que "toda a Biblia é uma ma-
nifestação de Cristo", este livro, tirando sua nutrição das profecias
do passado, não poderia ser senão uma revelação de Jesus Cristo.
Embora Patmos fosse considerada por Roma um lugar de punição,
22/As Reuelações do APocalipse

a árida ilha tornou-se para o apóstolo o portal da esperança e o ce-


nário para a mais sublime comunhão com o Céu. Tomemos, pois,
lugar ao lado do profeta, e pela dotação do Espírito de Deus,
apropriemo-nos da inspiração destas mensagens, ao atravessar-
mos os séculos e nos aproximarmos do estupendo clímax da histó-
ria humana. Testemunhemos dEste todo-poderoso Rei e Messias
de Deus como Aquele que vem para vindicar Seu nome, despojar
de seu poder o inimigo, ressuscitar os mortos, ser glorificado por
Seus santos, destruir o autor do mal, renovar a Terra corroída pelo
pecado, recompensar Seus santos sofredores, e reinar para sem-
pre como Rei dos reis e Senhor os senhores.
As Sete Epístolas
de Cristo a Sua lgreja
No capítulo 1:13, o Filho do homem é visto no meio dos castiçais,
ou igrejas-, participando de suas experiências, compreendendo
suas necessidades. Isto tem sido sempre uma fonte de conforto,
especialmente em tempos de perseguição. No próximo capítulo,
estaremos estudando as provas e as vitórias da igreja. Mas, seja
qual for a experiência por que o povo de Deus seja chamado a pas-
sar, podem os escolhidos estar certos de que o Senhor está com
eles. Sua promessa de participação, foi: "Eis que estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos." S. Mat. 28:20.

0 Cristo Conquistador no Meio de Sua lgreja


`Quando o proíeta João contemplou em visão a glória do seu Se-
nhor, os olhos dEste eram como chamas de fogo e o Seu rosto bri-
1hava como o Sol. Não admira que João tenha caído a Seus pés co-
mo morto. Apoc. 1:17.
Que contraste com aqueles dias em que Jesus palmilhava as
poentas estradas da Palestina! Não é mais o desprezado e rejeitado
dos homens; não mais Se veste com as roupas manchadas do Mes-
tre` itinerante; mas envolvido em atavios reais que Lhe são pró-
prios como Rei, Ele ministra diante do trono. E um Rei-Sacerdote,
é certo; mas, indubitavelmente, um Rei. Em Gên. 14:18-20 e Heb.

__ ___ _ -_ }=* __,r---LJiÉ=:;=i,ãíÃéáÉÃi-ri-


24lAs Revelações do APocali|)se

7:1-14, lemos a história do encontro de Abraão com Melquisede-


que, rei de Salém. Este rei cananeu, que veio ao encontro de
Abraão e abençoou o fiel patriarca, é um dos muitos tipos escritu-
rísticos de Cristo. Assim como Abraão prestou culto de adoração a
Deus por meio do ministério de Melquisedeque, rei de Salém, nós
hoje prestamos o nosso culto ao Pai eterno por meio de nosso gran-

g:d:=m3esaú:#itseeã:àú:9,Tà:g.ei6f2aoj.uÊtiçà'à,.oÍ`;cá:e"àe.¥rnqqou:
Cristo não é sacerdote segundo~ a ordem araônica, mas segundo a
ordem real de Melquisedeque. E em glória e majestade que Ele mi-
nistra por nós no Céu.

Cristo, o Vencedor da Morte

Quando em visão João contemplou a Jesus em Sua glória, sentiu-se


e caiu ``a Seus pés como morto". Mas o Senhor lhe disse: "Não te-
mas; Eu sou. . . o que vivo e fui morto, mas eis que estou vivo para
todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno."
Apoc. 1:17 e 18. Preciosa promessa! Que conforto essas palavras
têm levado ao povo de Deus através dos séculos!
Mártires, milhões deles, têm ido para a sepultura sustidos pelo
conhecimento de que Jesus, por quem estavam dando a vida, já ha-
via conquistado a morte, e em Suas mãos marcadas pelos cravos
estava a chave que abriria as sepulturas. A morte não infunde ter-
ror em quem de fato conhece o seu Senhor. Por que devemos te-
mer? 0 próprio vitorioso Senhor declara: "Todos os que estão.nos
sepulcros ouvirão a Sua voz, e sairão." S. João 5:28, 29. Paulo, em
seu grande tratado sobre a ressurreiéão, declara: "Assim como to-
dos morrem em Adão, todos serão vivificados em Cristo." Então
Íaz referência a Oséias 13:14: "Onde está, Ó morte, o teu aguilhão?
Onde está, Ó sepultura, a tua vitória?" I Cor. 15:22, 25. A morte já
não tem aguilhão, nem a sepultura vitória, desde que Jesus rompeu
as ataduras cruéis que 0 prendiam e abriu a porta da sepultura.
Assim, como o apóstolo no passado, digamos: ``Graças a Deus, que
nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Crist-ó.-" ` `Ora, o último ini-
migo que há de ser aniquilado é a morte." Versos 57, 26.

As Sete Epístolas de Cristo a Sua lgreja


As Sete EPístolas de Cristo a Sua lgrejar2Ei

Essas mensagens às igrejas foram escritas para o povo de Deus


em todas as eras. Como já vimos, elas cobrem toda a história da
igreja do Novo Testamento desde o primeiro advento de Cristo até
o Seu retomo em glória. A estrada imperial da Ãsia Menor, a que
já nos referimcs, tomoui5e um impressivo shbolo da grande via
ao longo do tempo, pela qual a igreja tem viajado.
Compreenderemos melhor essas cartas se as estudarmos con-
tra o pano de fundo das cidades a que foram primeiro enviadas.
Conhecendo um pouco do Ê!m_bien_tÊ_em que viviam os membros
dessas igrejas, encDntramos um novo significado para muitas ex-
pressões. Seis aspectos principais serão notados em cada carta: (1)
Qj±igniíi£adQ±jmpQÍ!âpgi±...dQj±gp!ç ; (2 ) aLs£g[Êçterãtiças da±idai

±;(í3,:::3#:É:ZÊ::ÍÊ!:Í:Z:Ê::ÊÊÊÊ.(emchcodascartis);(5)oL--
0 seguinte diagrama dá-nos a seqüência das mensagens. Con-
vém tomar-nos familiarizados com essa ordem:

Primeiro Advento Segundo Advento


Esmirna Pérgamo Tiatira Sardes Filadélfia Laodicéia

Carta a Éíeso. Apoc. 2:1-7

gisá#``Ce¢sdtà;aJ#::d¢a":':Ío.t:í.e;g:g::f:jã::i:tae"dí:Ê;!Ê;ã::'Àâ
sim, o período histórico da igreja, quando os apóstolos ainda vi-
viam e podiam guiar e aconselhar pessoalmente os líderes, foi, sem
dúvida, um período desejáve|.
da C3.dczde. Efeso tem sido cha.mada ` `cidade mu-
er instável do sítio em que estava edifi-
cada. Ela podia perfeitamente representar o início da Era cristã,
pois nenhum período na História testemunhou mudanças mais
drásticas no pensamento humano. A mensagem revolucionária de
Jesus desaíiava todo o sistema do pensamento social. Nada podia
impedir o progresso do cristianismo. Ele "nasceu na tormepta, nu-
triu-se no ciclone e varreu o mundo como um tornado". E Efeso, a
cidade mutável, simbolizava essa Era.
Éíeso foi fundada durante o décimo primeiro século A.C. Esta-
26/As Revelações do APocahí)se

va aprazivelmente situada. Podia vangloriar-se de possuir um-dos


mais belos portos da Ãsia Ocidental, mas estava sujeita a grandes
mutações geográficas, como resultado de terremotos. 0 lugar de
seu outrora famoso porto é hoje uma praia palustre, inacessível
aos navios. 0 porto foi abandonado no quarto século A.D.
Éfeso era uma cidade de vanguarda no comércio. Mediante edi-

àosi::eoris:n:;adsee#iâ::a::ráargteaecnot:aedr:i:,:raaprovínciada
A cidade era adornada com temp.1os formosos, e ali estava a se-
de do culto a Diana, ou Ãitemis, de Efeso, que não se deve confun-
dir com a virgein caçadora, irmã de Apo-1o na mitologia grega. A
deusa efésia era equivalente a Astartéia ou Astarete, e era centro
de rito orgíaco de fertilidade, de caráter altamente imoral. Era co-
nhecida como a ``grande mãe'', ou ``grande mãe dos deuses''. No
Concilio de Éfeso, em 451 A.D., o título ``Mãe de Deus" foi aplica-
do à Virgem Maria2 ato que traz o estranho odor daquele culto pa-
gão, da cidade de Efeso.
0 templo de Diana foi originalmente construído em 480 A.C.
Foi destruído pelo fogo na noite do nascimento de Alexandre, em
356 A.C. ,Alexandre, mais tarde, ofereceu-se para reconstruí-lo a

à::sdpornoapt:%ssedxep::â:siE:|SaaMh::::,feoiar:::::gtaii:::a,:v:àc:2io-
anos. Era uma das sete maravilhas do mundo, construído que £oi
em mármore vermelho, azul, amarelo e branco. Diz-se que se usou
ouro como argamassa. Era abundante a riqueza, e há registro de
donativos equivalentes a mais de 850 mil dólares, o que era uma
soma £abulosa para a época.
Efeso era conhecida como cidade ``guardadora do templo", ou,
como reza a versão à margem, "guardadora do templo para o im-
Atos 19:35, margem.
Timóteo era, provavelmente, o Pastor da igreja de Éfe-
SO quando João estava escrevendo. Esta igreja foi elogiada pelo
seu inquebrantável zelo. Era uma igreja operosa, que mourejava
arduamente por Deus. Seus membros eram leais às doutrinas; ti-
nham posto à prova os seus mestres. A Palavra de Deus era a nor-

E:sdías::É.apdoedâ:ífEpnsisdt?i:É-:rEqmuemcuaiçísiãàeÉ+asrisotjãe,eãiái:â:ra-
nismo ou liberalismo tem devorado o coração da mensagem cristã.
Os nicolaítas eram um grupo herético que considerava desne-
As Sete EDístolas de Cristo a Sua lgreja/27

cessãrio subjugar os desejos da carne, como o requeria a lei moral.


Como faz notar Sir William Mitchel Ramsay, eles se associaram
aos que exerciam artes mágicas e foram assim solicitados a prestar
hom.enagem religiosa [culto] ao imperador. Podem ter sido o grupo
em Efeso referido por Paulo (Atos 19:19) que queimou os seus li-
vros pagãos. Os nicolaítas são mencionados também na carta à
Pérgamo.
Mas a despei.to do zelo, todo trabalho é morto se
não inspirado pelo amor; e Efeso havia perdido o seu "primeiro
amor", de modo que Cristo precisou reprovar o Seu povo. Haviam
caído do seu elevado lugai de honra. 0 ``mistério da iniqüidade" já
estava começando sua obra nefasta. 11 Tess. 2:3-7. Nada pode
substituir o verdadeiro amor. A ``luz da vida toda perece quando o
amor se acaba''.
Çã©rês palavras resumem a mensagem: LemõMtz7, ¢we-
¢e7cder, Prtzíz.cczr. 0 Mestre está dizendo: ``Lembra-te do teu gozo
anterior, quando o verdadeiro amor enchia o teu coração. Arrepen-
de-te de teus pecados; compreende o perigo de tua condição. Prati-
ca as obras do teu primeiro estado, ou então Eu te removerei".
Obras não produzem amor, nem podem tomar o lugar do amor. As
obras são apenas a evidência do amor. A relação de Cristo com
Sua igreja é igual à do noivo para com sua noiva. A perda de amor

::#nt;ãáée:;aede::pn:cre:r|;sr:aàdrt:fh::;:sa:,:cTms:Pàraaâã£odr:ààs:::
Certas árvores eram objeto de culto pelos pagãos em Éfeso. Is-
to acontecia também em algumas partes da Grécia. Quando a oli-
veira sagrada, na Acrópole de Atenas, apresentou novos brotos
após ter sido a cidade queimada pelos persas, isto foi tomado como
augúrio da futura segurança do Estado.
Mas aqui está uma promessa que alcança o próprio tempo em
que os vencedores comerão da árvore da vida. Quando o homem
pecou, perdeu o direito à árvore da vida e foi expulso do jardim de
Deus. Gên. 3:22-24. Mas se ouvimos a voz do Espírito Santo, e
pela graça de Deus nos arrependermos e formos vencedores, co-
meremos da árvore da vida, quando a tristeza e o pecado forem pa-
ra sempre banidos.
Esta é uma maravilhosa promessa de bênção futura no reino
restaurado, mas deve ser uma experiência presente. Mediante o
-1,
-i!il'D EE

`I~r
As Sete Ei]ístolas de Cristo a Sua lgrejarz9

estudo da Palavra de Deus, tornamo-nos participantes de Cristo -


a Fonte de toda a vida espiritual. Quando assim diariamente parti-
cipamos dAquele que é a verdadeira Ãrvore da Vida, então o pa-
raíso começa aqui e àgora. "0 limpo de coração" pode ver a Deus
agora, mas ainda olhamos para o tempo em que, em Seu reino, vi-
veremos com Ele para sempre.
"onÁça 0 que 0 ". Ouçamos Sua amorãvel
diz às_
mensagem e reprovação. Muitíssimos ouvidos estão obstruídos
com a dúvida; inúmeras vozes conduzem ao extravio. Acatemos,
então, o conselho do Senhor e ouçamos "o que o Espírito diz às
igrejas,,.
Ele faz ouvir Sua mensagem em todo tempo, chamando ho-
mens e mulheres, moços e moças, do egoísmo e do pecado para a
justiça e a paz. Jamais os homens buscaram tão ansiosamente a
paz como agora. Guerra e tragédias ferém os lares, partem os cora-
ções, arruínam os corpos, têm afundado nações em sofrimento, e
de todos os corações em todas ás partes, ergue-se o ciamor por
paz. Ouçamos Sua voz de amor, dizendo: "Vinde a Mim... e en-
contrareis descanso' '.
Mensagens de Cristo
a Esmirna e Pérgamo
Éfeso era a porta natural de acesso à província da Ãsia. A estrada
imperial começava ali e corria rumo ao norte para Esmirna e Pér-
gamo, a leste para Tiatira, e tomava então o rumo sudeste para
Sardes, e daí para Filadélfia e Laodicéia.

Carta a Esmirna. Apoc. 2:8-11

Signif icado e lmí)ortância do Nome. T3smjirHa s;igriiíicaL ` ` chéiro s"a-


ve", sendo sinônimo de mirra. A igreja de Esmirna devia passar
por amarga perseguição, mas os seus sofrimentos, em vez de des-
truí-1a, propiciariam ao mundo o rico perfume do Céu. As vestes
de nosso Senhor recendem ao odor da mirra e aloés e cássia (Sal.
45:8); a mirra, simbolizando os sofrimentos de nosso Senhor; o
aloés, a amargura da tristeza, e a cássia, o poder curador do Seu
sacrifício. A todos que Lhe abrirem o coração, a promessa é: "Pe-
las Suas pisaduras fomos sarados." Isa. 53.
C¢7itzcfe7'£'sí3.ctzs cZcz C3.cZ¢de. Esmirna tem sido com propriedade
denominada "A Cidade de Vida". É uma das mais antigas cidades
do mundo, e £ica cerca de sessenta e cinco quilômetros ao norte de
Éfeso. Das sete, é a única ainda existente hoje como cidLade f.orte.
Sua população cerca de uri milhão de habitantes, sendo hoje a
maior cidade da Asia Menor. Ao tempo em que João escrevia, era `
uma bela cidade, e freqüentemente mencionada como "Ornamen-
Mensagens de Cristo a Esmirna e Pérga:i!iwR3

amor, no serviço. Ver I Tim. 6:18; S. Tia. 2:5; S. Mat. 6:20. É pos-
sível ser um rico homem pobre, ou um pobre homem rico. A verda-
deira riqueza é o enriquecimento do caráter, não a posse de ouro
ou de bens. "Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o
diabo lançará alguns de vós na prisão, para serdes tentados."
Apoc. 2:10. As provas podem vir por permissão divina, mas Deus
não é o autor da tentação. "Ninguém ao ser tentado, diga: De Deus
sou tentado." S. Tia.1:13. A tentação vem do diabo, que se opõe
continuamente ao povo de Deus.
``Tereis uma tribulação de dez dias", disse Deus. Durante o se-
gundo e terceiro séculos, os imperadores romanos procuraram apa-
gar a igreja mediante perseguição. Eles temiam o cristianismo por-
que este estava penetrando o pensamento popular. Consideravam-no
como um rival. Certo número de perseguições -dez ao todo -fo-
ram instigadas, mas a de Diocleciano foi a pior. Esta durou dez
anos, de 303-313 A.D., ou até a subida de Constantino ao trono. Se
avaliarmos isto como tempo profético - um dia como um ano lite-
ral (Eze. 4:6; Núm. 14:34), então os "dez dias" da perseguição fo-
ram literalmente cumpridos.
morte Deus diz. Que inspiração este texto tem
levado ao perseguido povo de Deus através dos séculos! Com essas
palavras nos lábios, milhões têm ido para a sepultura. Nem sempre
Deus considera conveniente remover a prova, mas Ele Se empe-
nha em nos sustentar e promete a recompensa da vida eterna.
`Dar-te-ei a coroa da vida' ' . A coroa da realeza sÓ po-
ser usada por uns poucos anos. Mas a coroa da vida dura para
sempre. Nas disputas atléticas tão comuns em Esmirna, coroas de
louros adornavam a fronte dos vencedores. Tal honra, entretanto,
era de breve duração. Mas há uma promessa de honra e de glória
e}e"4s. Pode custar-nos a vida o ser fiéis, mas a morte é para o
cristão apenas um breve intervalo, quando descansamos de nossos
labores. "Quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorrup-
tível coroa de glória." I S. Pedro 5:4. E este "não sofrerá o dano da
segunda morte' ' . Apoc. 2: 11. Quando o ímpio morre, outra morte o
espera: a "segunda morte", ou morte de sentença de juízo. Apoc.
20:6. Mas quando o vencedor dorme em Jesus, sabe que será res-
suscitado, não para juízo, mas para a vida eterna com Cristo. Lou-
vado seja Deus pela segura esperança do evangelho!
34/As Revelações do AÍ]ocalipse

Carta a Pérgamo. Apoc. 2:12-17


•nificado Pérgamo significa "altura" ou
cidade ficava numa elevação de cerca de 300 me-
tros de altitude, e foi construída por gregos eólios cerca do ano
1150 A.C. A elevação era uma defesa natural, sendo a cidade con-
siderada inexpugnável. Reis depositavam seus tesouros ali algu-
mas vezes, para segurança. Lisímaco depositou nesta cidade sua
fortuna, avaliada então em cerca de 10 milhões de dólares.
Ccz/tzcíey£'sÍ£.cczs dcz CG.cZ¢de. Era uma "cidade real". Foi elevada a
capital da província da Ásia, quando Ãtalo 111, último rei da dinas-
tia atálida, deixou o seu reino para Roma em 133 A.C. Os procônsu-
1es que aí reinaram foram investidos com um' símbolo de autorida-
de representado numa grande espada de dois gumes. A suprema
corte da província também estava aí localizada. Vida ou morte es-
peravam os prisioneiros que eram trazidos a esta corte. Quem Se
dirige a esta igreja é Aquele que ``tem a espada aguda de dois
fios". Apoc. 2:12. No juízo final, Ele pronunciará a sentença sobre
toda alma.11 Cor. 5:10. Mas Ele conhece as condições sob as quais
os homens vivem, e Seu julgamento serã justo. Ele anota o próprio
lugar de nascimento das pessoas. Sal. 87:4-6.
Pérgamo era a sede da religião de Satanás. A esta igreja, Cristo
diz: "Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono
de Satanás." Apoc. 2:13. Quando os persas derrotaram Babilônia,
deram liberdade aos habitantes da cidade. Mas os sacerdotes babi-

:Ô.:iâà:iods:â:i.o,ig:àteerrpor,oaT:sv:áTdmeuus¥:gri::ãiã:;aeafoÁ:|¥Meã#
e fixaram seu colégio central em Pérgamo, e levaram consigo o pa-
ládio de Babilônia - uma pedra cúbica. Aqui, independentes do
controle do Estado, promoviam os ritos de sua religião." -Wil-
1iam 8. Barker, Zri/í2s ú7# Pig7¢¢k, págs. 232, 233. Pérgamo, pois, tor-
nou-se a ``sede" do sistema satânico dos mistérios de Babilônia. 0
mapa, na página 30, indica pela linha pontilhada a transferência do
sistema babilônico para Pérgamo e, posteriormente, para Roma.
Esta contrafação religiosa progrediu sobre a afirmação de que
representava uma ponte entre o Céu e a Terra. 0 monarca reinan-
te tornou-se cabeça do sistema. Ele tinha muitos títulos, um dos
quais, "Pontífice Máximo" , é muito significativo. Po%J%ce signifi-
ca ``fazedor de ponte", sendo que a expressão completa quer dizer
Mensagens de Cristo a Esmi:riíifl e PérgamoR5

"0 Maior Construtor de Pontes''. Em Gên. 11:1-5, temos a história


dos antigos construtores de Babel. Eles queriam erigir uma torre
cujo topo chegasse ao céu ou ``estivesse no céu'', como rezam ou-
tras versões. Isto ocorreu pouco depois do grande dilúvio nos dias
de Noé. Tremendas mudanças físicas ocorreram em nosso mundo
nesse tempo. Em Gên. 8:22, lemos de ``frio e calor". Estas mudan-
ças de temperatura, tão reais em nossos dias, parece terem sido
desconhecidas antes do dilúvio. Não são mencionadas nos regis-
tros de Gênesis antes do tempo em que ocorreu esta catástrofe.
Tanto a atmosfera como a superfície da Terra eram sobremodo
diferentes nos dias antediluvianos, e bem podemos imaginar como
os que £oram preservados na arca puderam comparar a diferença
entre o mundo que viam ao sair da arca e o que haviam conhecido
antes do dilúvio. Mas o que causou o dilúvio? Esta era a pergunta em
sua mente. E haveria outro dilúvio? Deus garantiu a Noé e sua fa-
milia que o mundo jamais seria outra vez destruído por um dilúvio,
mas os cientistas e filósofos religiosos de então não ficaram tran-
qüilos com a promessa divina. Decidiram, pois, construir uma tor-
re tão alta que, como um observatório, lhes permitisse alcançar a
densa atmosfera e assim possibilitar-1hes, por meio de sofisticada
investigação científica, descobrir a causa natural do dilúvio, garan-
tindo-se a si mesmos que nada semelhante aconteceria outra vez.
Todo o movimento era apóstata e teve por base a incredulidade na
promessa de Deus. 0 culto místico de Babilônia brotou disto, e de
uma forma ou de outra esta religião apostatada tem, a partir daí,
infelicitado o povo de Deus.
Pérgamo foi, por algum tempo, a sede deste misterioso culto.
Mas quando o rei de Pérgamo cedeu o seu reino aos romanos, este
culto foi transferido para Roma, que tem sido, a partir daí, a sede
deste falso sistema. 0 "título", as "chaves" e as "vestimentas",
tudo isto foi absorvido pelo cristianismo apostatado. Pérgamo tor-
nou-se assim um elo entre a antiga Babilônia e Roma. Era natural
que a deificação dos imperadores começasse nesta cidade.
Pérgamo era uma cidade de templos, sendo o mais importante
deles o de Zeus. Este templo era dedicado a Esculápio, "o deus-
serpente" ou ``deus da cura", ou ainda ``a serpente instruidora do
homem", que lhe deu o conhecimento do bem e do mal. Uma ser-
pente viva era sempre mantida no templo de Zeus como objeto de
culto. Uma famosa escola de medicina foi também localizada ali,
36lAs Revelações do AÍ)ocalipse

cujo emblema era a serpente ou o caduceu geminado em torno de


um poste. Isto chegou até nós hoje como emblema da profissão
médica. A cidade era`um grande centro educativo. Sua biblioteca
de 200 mil volumes rivalizava com a biblioteca do Egito em Ale-
xandria. Quando o Egito recusou suprir o povo de Pérgamo com
papiro para a fabricação de papel, eles prepararam uma nova espé-
cie de material de escrita com pele cuidadosamente tratada. Esta
nova espécie de material foi chamada "pergaminho'', do nome
Pér8amo.
E/og:z.o. ``Reténs o Meu nome, e não negaste a Minha fé." Mes-
mo em Pérgamo, centro da religião do Estado e do próprio trono
de Satanás, Deus tinha um povo fiel. Antipas é mencionado como
tendo sido martirizado nesta cidade. A tradição diz que ele foi
queimado lentamente no ventre de um bezerro de latão aquecido
até ficar incandescente. Pode tratar-se também de um nome sim-
bólico, representando todos os mártires da época. Alguns têm vis-
to neste nome o símbolo de um movimento de resistência ao de-
senvolvimento de uma hierarquia: cz%£z., significando ``contra", e
¢czP%, significando ``pai" ou "papa". Seja qual for o significado do
nome, a igreja propriamente foi louvada por sua coragem. E era
realmente preciso coragem para opor-se à inclinação popular,
quando o cristianismo apóstata, se estava tomando a religião esta-
tal, sentando-se, por assim dizer, no trono do mundo romano.
j?eproü¢Çz~z~o. Como a apostasia opera gepressa! A heresia nico-
1aíta, condenada por Cristo na carta a Eíeso, havia-se originado
das "obras" da parte de uns poucos (Apoc. 2:6), até tomar-se uma
"doutrina" dentro da igreja (verso 15). Comentando esta heresia,
Ramsay diz:
` `Esta escola de pensamento e conduta desempenhou parte im-
portante na igreja do primeiro século .... Era evidente a tentativa
de alcançar um razoável compromisso com os estabelecidos usos
da sociedade greco-romana, e reter a maior soma possível desses
usos no sistema de vida da igreja cristã. Isto afetava a maioria dos
elementos cultos e bem postos da sociedade da igreja, precisamen-
te os que haviam experimentado a maior tentação em reter tudo
que pudessem da ordem social estabelecida e dos costumes do mun-
do greco-r`omano, pessoas que, por sua educação mais trabalhada,
haviam sido preparadas para, de algum modo, alcançar uma idéia
artificial da vida e reconciliar princípios contraditórios na conduta
MensagerK de Cristo a Esmirna e PérgamoR7

prática mediante sutil raciocínio filosófico .... É altamente prová-


vel que os nicolaítas tivessem já chegado, ou chegariam em breve,
à conclusão de que podiam justificadamente fazer face aos corren-
tes testes de lealdade e queimar um pouco de incenso em honra do
imperador .... Seus ensinamentos eram seculares, sensuais, diabó-
1icos. Em sua refinada argumentação filosófica, Ele viu apenas as
`Prof undezas de Sa:tanás'." -TW . M. F+Írmsa:y , The Letters to the Se-
ven Churches of Asia, págs. 298-30L.
A comparação é feita com o sutil plano de Balaão, cujo compro-
metimento levou lsrael ao pecado e ao vício.
Co73se/%o e P7o%ess¢. ` `Ao que vencer darei a comer do maná es-
condido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome
escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe."
Apoc. 2:17. Um vaso de maná foi colocado na sagrada arca no san-
tuário erigido por Moisés. Este era conhecido como "o maná es-
condido" (Heb` 9:3 e 4), e era um tipo de Cristo. S. João 6:26-63.
Somente quando nos alimentamos dEle, o "Pão vivo", podemos
crescer a Sua semelhança.
A ``pedra branca" era também significativa. Os juízes, nas cor-
tes, nesse tempo, usavam pedras brancas e pretas ao fazerem suas
decisões: brancas para inocentar, e pretas para condenar. Tam-
bém quando os escravos eram libertados, davam-se-lhes pedras
brancas em que os seus nomes, algumas vezes mudados, eram es-
critos. Essas pedras eram chamadas fesse#tz. Eram um emblema de
amizade, e concediam ao portador privilégios especiais. Se um gla-
diador conseguisse 15 vitórias em combate, era-lhe dada uma pe-
dra branca, símbolo de liberdade e honra.
Como vencedores em Cristo, somos libertados dos grilhões do
pecado para nos tomarmos membros da familia de Deus; e é-nos
dado um novo nome. "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente se-
reis livres." S. João 8:36. Possuindo este novo nome (Isa. 62:2), so-
mos feitos "herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo". ``Que di-
remos então destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra
nós?" Rom. 8:17, 31. 0 cristão precisa não somente de um novo
nome, mas necessita igualmente alimentar-se do "maná escondi-
do" que é a Palavra de Deus. Jeremias diz: ``Encontrando as Tuas
palavras, 1ogo as comi; e a Tua palavra foi para mim Éozo e alegria
do meu coração''. Jer.15:16. Esta é a experiência de todos que se
alimentam da preciosa Palavra de Deus. Nosso problema é que nos
38/As Reuelações do AÍ)ocali|Jse

achamos tão ocupados que deixamos de tomar nossa porção do


maná celestial cada dia. Ao antigg povo de Deus fora ordenado co-
1her o maná fresco cada manhã. Exo.16:21. Então lemos: "Aque-
cendo o Sol, derretia-se." Se deixassem de colhê-1o de manhã, não
o teriam para o resto do dia. Cuidemos de tomar nossa porção an-
tes que os deveres do dia comecem.
Cartas de Cristo
a Tiatira e Sardes
Viajando ao longo da via imperial romana, chegamos à quarta cida-
de, Tiatira. Como já fizemos notar, esta estrada simboliza a expe-
riência da igreja cristã desde os dias dos apóstolos até o tempo em
que Cristo voltará em glória.
A seqüência dessas sete cartas - bem como as mensagens indi-
viduais em si - é significativa, pois, tomadas em conjunto, as car-
tas dão um perfeito quadro da igreja como vista pelos olhos do seu
Senhor. 0 cristianismo, que começou no fervor da fé apostólica,
sofreu um severo hiato na ldade Média. Isto foi previsto por Pau-
lo, Pedro e João, cada um deles, como o fez o próprio Senhor Je-
sus, advertindo a igreja do perigo que a ameaçava. Na carta aos
tessalonicenses, Paulo disse: ``Não será assim [o dia da vinda de
nosso Senhor] sem que antes venha a apostasia." E mais tarde:
"Já o mistério da injustiça opera." 11 Tes. 2:3, 7. 0 espírito de
apostasia estava já em operação em seus dias, mas o pleno fruto
ainda não tinha aparecido. A ` `apostasia" que iria surgir permitiria
que o ``homem do pecado" fosse ``revelado" como se opondo a tu-
do que se chama Deus, ou que se adora; de sorte que se assentaria
"como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus" (versos
3, 4); ou como o traduz Moffatt, ``com a proclamação de que ele
mesmo é Deus." Antes do fim do tempo, entretanto, a igreja de
Deus devia ser trazida de volta à pura fé apostólica, vestir-se intei-
ramente com a justiça de Cristo e encher-se do zelo e fervor da fé
40lAs Revelações do Af)ocalipse

original. Os que esperam a volta de Jesus terão uma fé pura e se-


rão ``semelhantes a Ele''. I S. João 3:2.

Carta a Tiatira. Apoc. 2:18-28


SG.g7eG/G.c#do e Jm4o7íó%cG.¢ do JVome. Tiatira significa "sacrifício de
contrição" e adequadamente representa o período da história da
igreja em que a fé simples foi mudada por meio da apostasia, Óu sa-
crificada, sendo substituída por obras e penit`ências. A salvação
não pode ser comprada ou merecida por nenhum meio; ela é dom
de Deus. Vem a nós pela graça e pela graça somente. Mas no quar-
to período da história da igrej.a, os homens se desviaram da simpli-
cidade do evangelho de Cristo e, em seu lugar, construíram um
elaborado ritual e um sacerdócio de feitura humana. Foi triste o
dia em que os professos cristãos mudaram a contrição do coração
por ``obras mortas''; quando a fé simples, a "fé de Jesus", foi subs-
tituída pelo elaborado ritual da missa.
C¢rtzcJe7áí3.c]czs da CG.dczde. A cidade\ em si dava a impressão de
"fraca tornada forte''. Foi construída por Seleuco, um dos gene-
rais de Alexandre, em 280 A.C., sendo a princípio um posto avan-
çado de cavalaria. "Ela foi construída para ser uma cidade-sede de
guarnição militar .... Mas nenhuma cidade recebeu menos condi-
ções naturais para uma cidade fortificada do que Tiatira .... Ela
não possui acrópole apropriada, e toda a impressão que sua situa-
ção dá é de debilidade, sujeição e dependência .... A história de
Tiatira é uma folha em branco." -7lÁe Le#e7s ío í%e Set;e7¢ CÃ%/-
cÃes o/As¢.¢, págs. 318, 319, 323.
Não havendo nenhuma forti£icação natural na área, foi necessá-
rio fortalecer as defesas ao norte, de modo que a cidade veio assim
à existência. Mais tarde veio a tornar-se uma cidade manufaturei-
ra. Sua indústria principal era de instrumentos de cobre e bronze.
Era um lugar de £undições, sendo também famosa por sua fabrica-
ção de tecidos, especialmente em vermelho e púrpura. Lídia, a
quem Paulo encontrou em Filipos, era evidentemente represen-
tante de uma dessas indústrias. Ver Atos 16:14. A tradição indica
que ela foi convertida ao cristianismo em Tiatira.
Um grand_e templo, construído em honra de Apolo, o deus-Sol,
tinha lugar de projeção nesta cidade. Neste templo havia um altar
dedicado a uma divindade feminina.
Carias de Cristo a Tiatira e Sardes/41

Alguns estudiosos crêem que ao tempo em que João escreveu


esta carta havia uma mulher na igreja tida como profetisa e que
dominava a igreja, sendo aqui referida como "Jezabel''.
E/ogz.o. Aquele que envia a carta tem olhos como chama de fo-
go, e os pés fulgurantes como cobre polido [latão reluzente, segun-
do nossa versão]. Apoc. 2: 18-29. Esta linguagçm teria de significar
especial apelo numa cidade de fundições. E como ``o Filho de
Deus" que Ele fala. Esta é a única vez em todo o livro do Apocalip-
se em que este título é usado. Durante a ldade Média, o 1ugar do Fi-
1ho de Deus foi usurpado pelo filho da perdição; o Homem de Do-
res £oi substituído pelo homem do pecado. Como "o Filho de
Deus" Cristo Se dirige a esta igreja.
Tiatira simboliza o mais longo período da igreja - cerca de mil
anos. Começando com o sexto século, chega até o século dezessete.
8. Holzhauser, escritor católico romano, diz: "Tiatira fica no meio
entre as sete igrejas, sendo por isto uma apropriada figura da lda-
de Média." - T%e 4¢ocü/y¢se, pág. 158.
Os crentes, no entanto, são elogiados por suas obras, especial-
mente as últimas. "Conheço. . . que as tuas últimas obras são mais
do que as primeiras'', ou, na versão de Weymouth, ``que tens tra-
balhado mais arduamente do que no princípio." Apoc. 2:19.
Uma mudança veio no fim do período de Tiatira, quando surgiu
a grande Reforma. Homens como Lutero, Knox, Calvino, Zuín-
glio, e numerosos outros, trouxeram o povo de volta a Deus. Ver
gráfico da página 30.
j?ep/ou¢Çtz~o. Esta é a mais longa das sete cartas, e contém as
mais definidas denúncias. Particularmente significativa é a refe-
rência a Jezabel. Jezabel era uma princesa fenícia; mas quando
Acabe, rei de lsrael, desposou-a, ela veio para .Israel como rainha.
Como princesa de Baal, Jezabel dispôs-se`a introduzir o culto do
Sol em lsrael; e £oi bem!sucedida. Quase toda a nação se entregou
à idolatria.
Veio então o profeta Elias, que foi chamado por Deus para de-
nunciar a apostasia de lsrael. Sua palavra fechou os céus, e ele se
retirou com a chave. A terra sofreu sequidão e fome. Três anos e
meio mais tarde, Elias trouxe o povo de volta ao Deus verdadeiro.
Ele destruiu os 850 profetas e sacerdotes de Baal. Jezabel e sua
ímpia familia foram mais tarde destruídas por Jeú, o refomador.
0 casamento de Acabe e Jezabelj e a subseqüente apostasia de
Cartas de Cristo a Tiatira e Sardes/43

Israel, foram um tipo do tempo em que o paganismo entraria na


igreja e a cabeça da igreja tornar-se-ia cabeça do Estado. 0 culto
ao Sol, fundamento do culto pagão, veio, com todas as suas arma-
dilhas, para dentro da igreja cristã, sendo ainda praticado entre
certos grupos. Vermelho e púrpura eram preeminentes nas vestes
fabricadas em Tiatira, e essas cores tornaram-se parte vital dos
atavios da igrej.a apostatada. Apoc. 17:4.
Em 538 A.D., o imperador Justiniano baixou um decreto esta-
belecendo o bispo de Roma como ``o corretor de herejes", dando-
1he assim autoridade temporal e eclesiástica sobre todas as igrejas.
Durante três e meio anos proféticos - literalmente 1260 anos
(538-1798) - este poder revestiu o bispo de Roma. As guerras na-
poleônicas despiram a igreja católica romana do seu poder tempo-
ral, mas em décadas recentes ela tem estado a recuperar rapida-
mente o seu prestígio. Durante os longos séculos, a igreja esteve
sofrendo estiagem espiritual. Deus lhe deu a oportunidade de arre-
pender-se. A Reforma do século dezesseis foi um apelo de Deus a
Seu povo, mas "ela" não se arrependeu (cap. 2:21); isto é, aqueles
a quem Jezabel simbolizava recusaram ouvir. A Contra-Reforma
foi lançada em oposição à Reforma Protestante; assim, a mente de
muitos ficou cegada à mensagem de Deus para esse tempo.
Co%se/h ``0 que tendes, retende-o até que Eu venha, " é o ape-
lo de Cristo à igreja deste período. É a primeira referência nessas
cartas apocalípticas à segunda vinda de Cristo, como estando pró-
xima. Esta grande doutrina tem sido posta de lado vastamente pe-
los ensinos de homens como Agostinho, cuja interpretação das Es-
crituras minou a verdade básica da ressurreição. Os textos que en-
sinam tão enfaticamente a ressurreição do corpo, quando da se-
gunda vinda de Cristo, foram interpretados como se se aplicassem
à ressurreição das almas mortas para a vida espiritual. E mais, a
promessa do estabelecimento da Cidade de Deus, a Nova Jerusa-
1ém, na Terra renovada, declarou-se ser a predição do estabeleci-
mento da igreja com poder reinante sobre as nações, torna'ndo-se
de pouca importância o segundo advento.
Pyo%ess¢. Ao vencedor, Cristo prometeu ``poder" ou "autori-
dade" sobre as nações; uma promessa animadora, sem dúvida, em
face das perseguições daqueles dias. Os mártires eram vistos co-
mo impotentes e insigni£icantes, e assim eram, em comparação
com o poder e pompa do Santo lmpério Romano. Mas a promessa
44/As Reuelações do APocatií)se

é que, não obstante isto, eles reinarão com Cristo em Sua vinda e
em Seu reino, e então terão "poder sobre as nações". Verso 26.
Mas havia outra promessa: ``Dar-lhe-ei a estrela da ma-
nhã. " Verso 28. Como a estrela da alva, ou estrela da manhã, apare-
ce numa hora escura da noite, assim Cristo, "a Estrela da alva" (11
S. Pedro 1:19), ou "a brilhante Estrela da manhã" (Apoc. 22:16),
promete aparecer na hora de nossa maior prova. Ao tempo em que
a igreja estava passando pela sua mais escura hora de apostasia, o
Espírito de Cristo inspirou homens tementes a Deus como Wi-
clef, Huss, e outros, que conduziram o povo de volta à Palavra de
Deus. Eles foram arautos da Reforma prestes a ocorrer. Com efei-
to, Wiclef é algumas vezes chamado a "Estrela da Mãnhã da Re-
forma,,.

Carta a S`ardes. Apoc. 3:1-6

Signiftcado e lmDortâmcia do Nom. Sa;rdes sjrgniif:]ca "cãmtico de


alegria'', ou "a que permanece'', ou ainda ``o escape do remanes-
cente". Realmente havia pouca fé verdadeira ainda presente após
séculos de apostasia e perseguição. Mas um remanescente esca-
pou, por assim dizer, e deu início a uma carreira de vida espiritual
renovada. Mas a nova vida que havia começado tão promissora lo-
gosce¢;3:Feo,?s,:.:%iláaà3á;d:.stÉa:fg::fei:àet:v:Fuoen¢r..M.Ramsayfa-
1e de Sardes como ``A Cidade da Morte". Em todos os aspectos ela
contrasta com Esmima, a ``Cidade da Vida". 0 comentário de
Ramsay é significativo: "Esmirna estava morta, e contudo vivia.
Sardes vivia, e todavia estava morta." - 7l¢e Le#t?7:s fo fÃe Secje%
CÃ%/cÁes o/ áÃe As¢.¢, pág. 375. ``A carta à igreja de Sardes respira
o espírito de morte, de aparência sem realidade, promessa sem
cumprimento, exterior demonstração de força traída pela falta de
vigilãncia e descuidada confiança." -j;de%, pág. 44.
A cidade de Sardes aumentou em poder cerca de 1150 A.C.
Construída sobre uma rocha estratificada, ficava numa elevação
de cerca de 500 metros. Mais tarde elà se tornou capital do reino
da Lídia, um dos reinos mais ricos do mundo antigo. Crê-se que foi
em Sardes que teve início o uso de moeda cunhada.
As paredes quase perpendiculares da elevação em que a cidade
fora edificada, faziam-na parecer inexpugnável. Havia apenas uma
Cartas de Cristo a Tiatira e Sardes/45

entrada para a cidade, e esta podia facilmente ser guardada. Em


virtude do excesso de confiança, çntretanto, durante o reinado de
Creso, a cidade de Sardes foi capturada por Ciro, em 459 A.C. Um
dos soldados de Ciro escalou a rocha numa noite escura, quando os
guardas não estavam vigiando. Entrando na cidade, ele abriu as
portas para os persas. 0 mesmo se repetiu nos dias de Antíoco 111,
o Grande, em 213 A.C.
"A súbita ruína deste grande império e do mais rico de todos os
reis do mundo, foi um acontecimento tal que muito impressionou a
mente grega, com ênfase na lição moral que representou o grande
desastre naciohal. Houve um pequeno descuido; uma sentinela fal-
tou no lugar certo, um vigia dormiu em seu posto por uma hora, e o
maior poder da Terra foi levado à destruição. 0 grande rei confia-
va em Sardes, e Sardes faltou-lhe num momento crítico." -Jidem,
pág. 377.
A região ao redor era propícia a pilhagens. A cidade tinha pou-
ca ou nenhuma influência no período romano. Sua glória estava to-
da no passado. Dana descreve-a como um exemplo típico de aristo-
cracia decadente. E esta é a impressão que qualquer estudioso tem
ao visitar a cidade hoje. Ao andar por suas ruas onde o mato se de-
senvolve, dissemos: ``Pode ser esta a grande capital da Lídia, a re-
sidência de Creso?" Quão efêmera é a grandeza humana! Ali esta-
vam sepulturas de monarcas esquecidos e ruínas de templos de re-
ligiões mortas. Ao observarmos o ocaso do Sol, por sobre o muro, um
sentimento de desolação se apoderou de nós. Grandiosas colunas
de mármore erguiam-se na direção do céu, lançando estranhas
sombras sobre o que fora antes o salão de banquetes da realeza.
Algumas poucas cabras eram os únicos habitantes de uma cidade
que no passado fora motivo de inveja para Ciro, o grande. Sardes,
a cidade que outrora vivera, mas agora está morta.
E/ogz.o. Havia pouco, sem dúvida, que elogiar. Quando João es-
creveu, em 95 A.D., Sardes estava vivendo principalmente de seu
glorioso passado. As poucas coisas ainda vivas pareciam prestes a
morrer. Sua atividade externa não era corroborada por espirituali-
dade interna. 0 que haviam recebido e ouvido não era lembrado e
conservado. Mesmo em Sardes, porém, havia uns poucos que não
tinham contaminado os seus vestidos.
Re¢7ioc;¢ç"~o. "Tens nome de que vives, e estás morto." Apoc.
3:1. Como a própria cidade de Sardes, a igreja que existia ali havia
46lAs Reuelações do ADocalipse

começado com grande promessa, mas suas pretensões eram injus-


tificadas. Igreja alguma e nenhuma pessoa pode viver de reputa-
ção passada, não importa quão extraordinária tenha sido essa re-
putação.
Co#se/Áo. "Sê vigilante... e arrepende-te''. Quão impressivas
são estas palavras à luz da história da cidade! 0 cristão não ousa
ter excesso de confiança. Deve pensar que ``o que cuida estar em
pé, olhe, não caia".
"Com todo artifício e engano concebíveis ele [Satanás] está
procurando levar cativas as almas. A menos que estejamos cons-
tantemente em guarda, cairemos presa fácil de seus inumeráveis
enganos .... Muitos estão hoje dormindo, como estavam os discípu-
los. Não estão vigiando e orando para não entrarem em tentação.
Leiamos e consideremos aquelas partes da Palavra de Deus que
têm especial referência a estes últimos dias, salientando os perigos
que ameaçarão o povo de Deus." -Tesíz.77eo7¢ris, vol. 8, págs.100,101.
Aplicando esta mensagem ao período pós-Reíoma, veremos
que se ajusta de modo cabal. Os que lideraram a Reforma eram ho-
mens de vigorosa consagração, mas seus seguidores, supondo que
todas as batalhas já haviam sido ganhas, acomodaram-se em reli-
gião organizada. Grandes movimentos iniciados por homens como
Lutero e Knox tornaram-se meras religiões de Estado, sustenta-
das pelo erário público. Auto-suficientes e satisfeitos com conquis-
tas passadas, essas pessoas deixaram de sentir as necessidades do
grande mundo pagão.
As formas são todas corretas, desde que providas de poder;
mas muitas vezes as formas tomam-se mero formalismo, e obras
mortas. "Guarda-o, e arrepende-te", o Senhor apela. "Se não vi-
giares, virei sobre ti como um ladrão." Apoc. 3:3. Quando Cristo
retomar em glória, virá como um ladrão na noite. 0 mundo, e mes-
mo muitos cristãos professos, não estarão preparados para este
glorioso acontecimento. Ele virá como uma tremenda surpresa pa-
ra milhões.
Mas Deus não esqueceu o Seu ppvo, mesmo no período de Sar-
des. Alguns dos maiores eventos da História estavam ocorrendo
nesse tempo. A revolução de Cromwell, na lnglaterra, derribou a
falsa idéia do ``direito divino dos reis''. Nesse tempo, as Colônias
da América estavam sendo estabelecidas, e estas tomaram-se o
fundamento de uma nova nação e nova civilização, com novas
Carias de Cristo a Tiatira e Sardes/47

oportunidades abrindo-se deste modo perante a igreja.


P7io7%ess¢. Ao fiel remanescente em Sardes, Deus diz: "Comigo
andarão de branco". Branco é símbolo de pureza e j.ustiça. Apoc.
19:8; Zac. 3:3-5. Em Roma, a toga branca simbolizava triunfo e go-
zo, sendo usada pelos candidatos a elevados cargos. 0 preto, sím-
bolo de tristeza e derrota, era u'sado por escravos ou cativos.
Em Apoc. 3:5, encontra-se uma das mais belas promessas da
Palavra de Deus: "De maneira nenhuma riscarei o seu nome do li-
vro da vida, e confessarei o seu nome diante de Meu Pai, e diante
de Seus anjos." Quão maravilhoso é saber que mesmo que nosso
nome seja apagado dos livros de registro do homem, e que por
amor do evangelho sejamos repudiados por amigos e familiares, te-
mos, contudo, no Céu, um Sumo Sacerdote que nos reclama como
Sua propriedade, e confessa o nosso nome diante de Seu Pai! Hon-
ra e segurança nos pertencem, e podemos olhar confiantemente
para o futuro, sabendo que logo nosso Senhor virá e nos levará pa-
ra Si mesmo. Nesse grande dia, esta será a ordem que sairá: "Abri
as portas, para que entre nela a naçãQ justa que observa a
verdade." Isa. 26:2.
Í
Cartas de Cristo
a Filadél£ia e Laodicéia
Filadélfia significa "amor fraternal''. 0 nome da cidade deriva de
Ãtalo 11, cuja lealdade a seu irmão Êumenes, conquistou-1he o epí-
teto de Filadelfo. A cidade foi fundada cerca do ano 150 A.C.
Caracteristicas de Filadélfia. TN . M. TlaL"saLy chaL"ara. "c;idzrile
missionária", dando à palavra um significado um pouco diferente
do usual em nossos dias. Ele diz: "A intenção de seu fundador era
torná-la centro da civilização greco-asiática e um meio de espalhar
a língua e Ós costumes gregos nas partes ocidentais da Lídia e na
Frígia. Foi uma cidade missionária desde o início, fundada com o
propósito de promover certa unidade de espírito, costumes e leal-
dade dentro do reino, como apóstolo do helenismo numa terra
oriental. Foi mestra de sucesso. Antes do ano 19 A.D. a linguagem
lídia tinha deixado de ser falada no país, sendo então o grego a üni-
ca. l£ng\ia. £alaLda na. Lí:d±a." -. The Letters to the Seven Churches of
Asz.cz, págs. 391, 392.
Filadélfia estava localizada à entrada do belo vale de Hermo,
sendo, por assim dizer, a chave ou porta para esta fértil área. A
mensagem de Cristo, portanto, tinha especial significado. Versos
7, 8. Em virtude de sua magni£icência, Filadélfia era algumas ve-
zes mencionada como ``Pequena Atenas''. Mas estava sujeita a
freqüentes terremotos, e a população "vivia sempre temendo tra-
gédia". Foi quase totalmente destruída no ano 17 A.D. A maioria
de seus cidadãos fugiu da cidade, e muitos jamais retornaram. Ou-
50/As Revelações do APocaliíJse

tros viveram por semanas e meses em tendas e habitações tempo-


rárias. Em meio às ruínas, permaneceu de pé uma solitária
coluna; ainda existente no décimo oitavo século. Os cidadãos re-
construíram a cidade, entretanto, havendo Tibério César doado
uma grande soma de seu tesouro pessoal. Em sua honra, chama-
ram-na Neo-Caesarus. Na verdade, a cidade mudou de nome vá-
rias vezes. Sob o reinado de Caracala, foi chamada Neócoro, mu-
dando ainda o nome mais tarde para Flávia. Hoje o seu nome turco
é Alasehir, significando: "A Cidade Avermelhada" ou "A Cidade
de Deus''. Sua atual população é de uns 15 mil habitantes. No mo-
mento em que escrevemos, nenhum cristão reside aí.

Carta a Filadélíia. Apoc. 3:7-13


E/ogz.o. Como em Sua mensagem a Esmirna, Cristo louva os cren-
tes de Filadélfia por poderem receber a aprovação dAquele que é
Santo. Por contraste, quão diferente foi a mensagem a Sardes! Os
membros desta igreja tinham nome de que viviam, mas estavam
espiritualmente mortos! Mas a igreja de Filadélfia havia guardado
a Sua palavra e não negara o Seu nome.
j?ep„o#¢Ç¢~o. É significativo que Cristo não apresentou nenhuma
reprovação a esta igreja. Seu nome era um belo símbolo da afeição
que caracterizava os crentes.
Co%se/Ão. Filadélfia representa esse período da igreja que foi in-
troduzido pela pregação dos irmãos Wesley, de Whitefield, de Jo-
nathan Edwards, e uma multidão de outros. "0 mundo é minha pa-
róquia", declarou João Wesley, cuja mensagem da "1ivre graça"
desafiou a teologia calvinista da ` `eleição". Este movimento evan-
gélico tomou-se o prelúdio da era das missões modernas que vie-
ram com o alvorecer do Século XVIII. À igreja deste período, o Se-
nhor disse significativamente: "Diante de ti pus uma porta
aberta." Verso 8. A Providência abriu a porta para a atividade
missionária praticamente em todas as partes do mundo. ``Uma
grande e eficaz porta se me abriu", disse Paulo.
Duas grandes revoluções políticas, uma na América, 1776, a
outra na França, 1789, afetaram tremendamente o pensamento do
mundo, que subitamente c,omeçou a abrir-se para o evangelho.

rGau:1:ehri:ae,:àr:#i;:aeràa|áEçi,ak:ge:t7.9#foab,::t.:pMa::r:sÃ:ii:::
Cartas de Cristo a Filadélfia e IAodicéia/51

seguido de David Livingstone em 1841. A Sociedade Biblica Britâ-


nica e Estrangeira começou a funcionar em 1804, e a Americana
em 1816. 0 movimento de escolas dominicais começou por volta
desse tempo.
Estes foram os inícios de um grande programa missionário que
devia levar "o evangelho eterno" a "toda nação, e tribo, e língua e
povo''. Apoc. 14:6 e 7. 0 período de Filadélfia culminou com o
grande movimento do segundo advento no século dezenove. Através
do estudo de Daniel e Apocalipse, e a interpretação da própria pro-
fecia de Cristo, veio à cristandade uma profunda convicção de que
a volta de Cristo estava próxima. 0 notável dia escuro de 19 de
maio de 1780, e o fenômeno da queda das estrelas em 1833, foram
reconhecidos como direto cumprimento da profecia e como indica-
dores do iminente aparecimento do Salvador. Novo impulso foi da-
do ao estudo da profecia. 0 período profético dos 1260 dias, como
relacionado com o anticristo, e os 2.300 dias, relacionados com a
mensagem do juízo, receberam particular atenção. Proferiram-se
conferências pro£éticas, e estas deram impulso a uma das maiores
eras da pregação desde os dias dos apóstolos. Lado a lado com o
reavivamento no estudo das profecias veio o progresso na investi-
gação científica. A isto, seguiu-se uma era de invenções, e o mun-
do pareceu despertar de súbito e dar um salto, primeiro sobre ro-
das, depois com asas. Novos métodos de transporte e comunicação
vieram à existência para torhar possível levar o evangelho a todo o
mundo nesta geração.
A palavra Filadélfia significa ``amor fraternal'', e o período foi
caracterizado por uma experiência justamente assim entre o povo
de Deus. ``0 amor ao lrmão mais velho conduz sempre ao amor
aos outros irmãos. Este é o amor que se perdeu duante o período
efésio .... Seu retorno à igreja, redundará na repetição do poder
pentecostal. " -Taylor G. Bunch, 7lÁe SecJe7G E¢G.sí/e o/ CÃ7z.sJ, pág.
198. A obra de Deus encerrar-se-á no poder do Seu Espírito, que é
o poder do divino amor. E quando o evangelho tiver ido a todo o
mundo, virá o fim (S. Mat. 24:14), e nosso Senhor aparecerá em
glória (S. Mat. 25:31). A esta igreja veio a mensagem: ``Eis que ve-
nho sem demora; guaida o que tens, para que ninguém tome a tua
coroa''. Apoc. 3:11. E como se Deus dissesse: "Não deixes que
pessoa alguma, ou atividade, ou propriedade, ou negócios, ou am-
bições, ou ansiedade, te privem de tua coroa." Ver Col. 2:18.
52/As Revelações do APocalipse

P7io7%ess¢. A tônica do Apoca]ipse é o segundo advento, e nesta


epístola Cristo promete que o fiel que perseverar será guardado na
hora da tentação universal que virá sobre todo o mundo. Apoc.
3:10. E mais: os que os ridicularizaram e os despojaram, reconhe-
cerão afinal a verdade da mensagem que provocou sua separação,
e verificarão que Deus os ama. Verso 9.
Já fizemos menção à coluna, ou pilar, que resistiu ao devasta-
dor terremoto de 17 A.D., e permaneceu através dos séculos como
uma sentinela em meio às ruínas. Ela simbolizaria muito bem o
vencedor, a quem Cristo prometeu fazer "coluna" no templo de
Deus, para sobre ele escrever o seu "novo nome''. NÓs somos por-
tadores do nome de Deus a quem pertencemos, e do nome da Nova
Jerusalém, nosso destino.
Há alguns anos, quando as relações políticas entre a Hungria e
a Roiriênia estavam estremecidas e todos os cidadãos de cada um
desses países que vivessem no outro foram compelidos a retornar
a seu lar de origem, uma pequena garota de quatro anos, que esti-
vera em companhia de parentes, teve que retomar de trem ao seu
lar na Hungria. Ninguém, contudo, teve permissão para acompa-
nhá-1a; ela tinha que viajar sÓ. Mas como poderia? Bem, o amor
sempre descobre um meio. Eles a rotularam e a puseram num va-
gão de bagagem. Seu retrato, mostrando o rótulo tanto na frente
como nas costas, apareceu nos jomais londrinos. Ela viajou com as
bagagens, atravessou a fronteira e chegou em segurança. Sua mãe
a encontrou. Imagine a ansiosa espera daquela mãe, e a alegria da
pequena quando o trem parou na estação de sua terra! Assim tam-
bém, nosso Senhor aguarda nossa chegada. Talvez nem sempre
tenhamos lugares de primeira classe; ou, quiçá, poderemos até ser
forçados a viajar com a bagagem. Mas que importa? Estamos a ca-
minho do lar! Estamos rotulados para a Nova Jerusalém! 0 nome
de Cristo está inscrito em nossos corações. Somos membros da fa-
milia de Deus.

Carta a Laodicéia. Apoc. 3:14-22

Signiftcado e lmportância do Nome. La.od±cé±aL quer dízer "julga.-


mento do povo". Esta cidade foi construída por Antíoco 11, entre
261-246 A.C., e recebeu este nome em honra de sua esposa, Laodi-
ce, a quem é feita referência em Dan.11:6. Esta é a ültima das sete
Cartas de Cristo a Filadélfia e l,aodicéia/53

igrejas, e significativamente cobre este período da história da igre-


ja em que nosso celestial Sumo Sacerdote estará levando a cabo o
Seu ministério de juízo logo antes de Sua volta em glória. 0 nome
pode ser também interpretado como "povo justo'', ou ``povo justi-
ficado''. Somente quando nosso Advogado nos representa diante
do trono da graça é que podemos ser justificados. Somos justifica-
dos por Sua graça, pelo Seu sangue, e pela fé (Rom. 3:24; 5:9; 5:1).
A graça é a fonte; o sangue o meio; a fé o método pelo qual nos
apropriamos da graça; nós a mostramos pelas oóyczs. S. Tia. 2:22,
24. Boas obras jamais podem produzir justificação; mas a justifica-
ção é revelada pelas obras.
C¢7i¢cfe7.e'sZ¢.cczs dcz CG.ddde. Laodicéia bem poderia ser chamada
"Cidade de Compromisso''. "Não há cidade cujo espírito e nature-
za sejam mais difíceis de descrever do que Laodicéia. Não há ex-
tremos, e dificilmente qualquer aspecto marcadamente forte. Mas
nesta mesma balança jaz o seu caráter peculiar. Essas foram as
qualidades que contribuíram para fazê-la essencialmente uma ci-
dade comercial de sucesso, cidade de banqueiros e de finanças, ca-
paz de adaptar-se às necessidades e desejos de outros, sempre fle-
xível e acomodável, cheia do espírito de comprometimento." -
W. M. Ramsay, oZJ„tz c£.£., págs. 422, 423.
Situada cerca de oitenta quilômetros distante de Filadélfia e
dez de Colossos, ficava na junção de duas importantes estradas.
Era uma cidade de riquezas, com grandes mercados, um grande
estabelecimento de câmbio, e grandes interesses fabris. Estava
circundada por ricas regiões de fazendas. No vale, havia valiosa
produção de lãs, de textura macia, de colorido negro, mas matiza-
do, por assim dizer, com violeta. Vestes pretas, quase que exclusi-
vamente, eram usadas pelos laodicenses como evidência de sua ri-
queza. Esta espécie de lã não é mais produzida.
Laodicéia era uma cidade com preeminentes recursos de saúde
no lmpério Greco-Romano. Banhos termais e fontes minerais
atraíam muitos visitantes da Europa e da Ásia. Uma importante
escola de medicina estava situada no templo de Caru, um dentre
uns duzentos templos no mundo antigo dedicado a Esculápio, o
deus grego da medicina, ou uma contrafação messiânica. Relacio-
nada com esta escola havia uma indústria para fabricação de um
colírio medicinal especial. Era feito da famosa pedra frígia. W. M.
Ramsay diz: ``Este pÓ frígio vinha por intermédio de Laodicéia pa-
54/As Revelações do APocfllipse

ra uso entre os gregos". - OÕ7itz c£t., pág 419. Em virtude de sua


riaueza. os cidadãos eram orgulhosos. arr
sEoi±Êsms`.. e em si era bem ordenada e bem-sucedida,
mas isto mesmo a tornava auto-suficiente.
Paulo provavelmente escreveu uma carta aos laodicenses (ver
Col. 4:13,16), mas esta carta se perdeu, não fazendo, por isso, par-
te do Novo Testamento. Alguns estudiosos crêem que talvez se re-
fira à carta aos efésios, pois devia ser lida em todas as igrejas. De
qualquer foma, deve tratar-se de uma carta muito especial, pois,
segundo os registros que temos, Paulo jamais visitou esta igreja
em pessoa.
Um importante concilio da igreja, conhecido como Concilio de
Laodicéia, realizou-se nesta cidade, cerca de metade do quarto sé-
culo, com a presença de trinta e dois bispos, e um dos itens espe-
ciais da agenda era a organização do cânon das Escrituras, ou sele-
ção dos livros que comporiam a Biblia. É interes§ante notar que es-
te particular concilio parece haver omitido do cânon todo o livro do
Apocalipse, embora os registros remanescentes deste concilio se-
jam impugnados pelos estudiosos.
çhegamos agora ao ponto final de nossa jornada, tendo viajado
de Efeso a Laodicéia. Esta é a última mensagem de Cristo às igre-
jas, e Ele fala como "o Amém", e como "a Testemunha Fiel e Ver-
dadeira". Ele tem o direito de falar ao ensejo do encerramento da
história humana, pois foi também "o princípio" na criação origi-
nal. Apoc. 3:14. A Versão de Weymouth, terceira edição, traduz:
``0 princípio e Senhor da criação de Deus". Foi Ele quem ``falou, e
tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu". Sal. 33:9. Como a
"Palavra'', ou ``Logos" (grego), Ele estava com Deus, e e/¢ Deus, o
Criador. Cristo não foi parte da criação, mas sim o Criador. S. João
1:1-3. Ver também Col.1:13-16; Efés. 3:9; Heb.1:1-3; I Cor. 8:6.
Não sÓ foi Ele o Autor da criação original; Ele é também "0
Autor e consumador de nossa fé''. Heb.12:2. Como tal, dirige-Se a
uma geração cristianizada, culta e educada, mas céptica e auto-
complacente, que perdeu de vista a Deus pelas teorias da "falsa-
•mente chamada ciência". I Tim. 6:20. A filosofia evolucionista, de
qualquer ângulo que se estude, tem de ser reconhecida como um
ataque à veracidade da Palavra de Deus. Seu grande alvo parece
ser o de destruir a fé no Criador. Se o homem se vem tomando gra-
dualmente melhor e nunca caiu mediante o pecado, então não ca-
Cartas de Cristo a Filadélfia e l.aodicéia/55

rece de um Salvador. A Evolução e o cristianismo jamais podem


harmonizar-se. Iniciam-se em dois pontos diferentes; viajam em
di£erentes direções; e terminam em destinos tão afastados quanto
os pólos. Isto será desenvolvido nos comentários sobre o cap. 7.
E/ogz.o. Nada havia que elogiar em Laodicéia, pois esta igreja
havia absorvido o orgulhoso espírito do mundo ao seu redor, e seu

ã:vsoe:shtoarTa"eÉ:ieorrlã:":SEi:itái:l..Istoexigiarepreensãodaparte
\Íff Re4roü¢Çtz~o. Cristo vê esta última igreja como miserávei, pobre,
cega, nua. No entanto, é interessante notar, ela possuía tudo para
revelar uma boa aparência. Era ortodoxa, para sermos exatos, mas
a ortodoxia em si não basta; ela estava morta. Uma pessoa podç
ser portadora de uma saudável teologia, mas estar dormindo. E
impossível ser um cristão fervoroso, animoso, sem o fogo da fé de
Jesus. Os banhos mornos de Laodicéia, "nem frio nem quente",,
eram um símbolo trágico dos cristãos professos que estariam vi-
vendo logo antes da volta de Cristo. Não são acusados de ser hipó-
critas, pois o hipócrita é um impostor, um pretensioso, que acha
que sabe melhor do que os outros. Mas aqui está uma igreja da
qual o Senhor diz: "Não sabes". Possuem toda forma exterior de
comprovada cultura, e todavia são mostrados como miseráveis,
pobres, cegos e nus. ``Favorecidos com bens", são ricos segundo a
medida do mundo, possuindo belas igrejas, maravilhosas institui-
ções, centros de cultura e instrução; falta-lhes, porém, o essencial
que é experiência cristã. Quando o mundanismo abre caminho em
nosso coração, ele destrói nossa paixão pelas almas. Quase todos
nós nos sentimos confortáveis e satisfeitos, e todavia desconhece-
mos nossa real condição. Fomos inoculados, apenas, com a dose
necessária de cristianismo para tomar-nos imunes ao que é genuí-
no. Poderia haver situação mais trágica? E esta situação prevalece
justo no tempo em que o Senhor está para voltar.
Co%se/Ão. Mas, a despeito de tudo isto, o Salvador não abando-
nou o Seu povo. Ele diz: "Aconselho-te que de Mim compres ouro
provado no fogo" (ver Jó 23:10), e ``vestidos brancos para que te
vistas" (ver lsa. 61:10; Apoc. 19:8). A parábola de Cristo, do ho-
mem que não possuía vestes nupciais (S. Mat. 22) é um vívido qua-
dro desta última igreja. "E unjas os teus olhos com colírio, para
que vejas", diz o Senhor. Comparar com Efés.1:18; S. João 16:13.
Quando deixarmos de confiar em nós mesmos, reconhecendo nos-
56/As Revelações do APocalipse

sa pobreza, quando buscarmos as riquezas do Céu, sÓ então estare-


mos prontos para o Seu aparecimento. Somos cegos, mas não in-
curáveis. Precisamos ser curados, e vede! o Grande Médico está
pronto a nos socorrer! Precisamos estar vestidos, e Ele está espe-
rando para vestir-nos, cobrindo-nos com o manto de Sua justiça.
Veste alguma tecida nos teares da Terra pode satisfazer nossa ne-
cessidade. As vestes negras dos laodicenses, que para eles eram
prova de sua superioridade, na verdade eram evidência de sua po-
breza espiritual. No mundo greco-romano, o negro era geralmente
reconhecido como símbolo de sujeição. Nos tempos medievais,
grupos em certos países eram forçados a vestir-se de preto para
mostrar sua sujeição. Mas o branco é um símbolo de pureza e vitó-
ria. Deus deseja que sejamos P%/os para podermos ser t/zto#.osos.
Ele apela terna e amoravelmente a nós, dizendo: "Eu te aconse-
1ho,,.
``Quando a alma se rende inteiramente a Cristo, novo poder to-
ma posse do coração. Opera-se uma mudapça que o homem não
pode absolutamente operar por si mesmo. E uma obra sobrenatu-
ral introduzindo um sobrenatural elemento na natureza humana. A
alma que se rende a Cristo, toma-se Sua fortaleza, mantida por Ele
num revoltoso mundo, e é Seu desígnio que nenhuma autoridade
seja aí conhecida senão a Sua. Uma alma assim guardada pelos se-
res celestes, é inexpugnável aos assaltos de Satanás." -0 Z)ese/.¢-
do de Todas as Nações, pã8. 307 .
A justiça pela qual somos /.a#Í¢/¢.cczdos é z.m¢zóJtzdcz,. isto é, não tí-
nhamos nela parte alguma. Ela nos vem inteiramente de Deus.
Mas a justiça pela qual somos s¢%£3/G.cczdos é com%%G.c¢dd,. isto é, ela
é posta a operar em nossa vida pelo Espírito Santo. "A primeira é
nosso tttulo Para o Céu; aL segimda é nossa capacitação Dara o Céu. " -
EGW, 7lÃe j?et/3.ew ¢%d jJe/tz/d, 4 de junho de 1895.
P7io7peessfl. 0 Senhor repreende aqueles a quem ama, mas se re-
cusarmos Sua repreensão, teremos de ser dEle separados. Não
basta aceitar o Seu perdão; temos de aceitar Sua provisão. Ele está
à porta de cada coração, e bate, e torna a bater. Suplica entrada.
Não bate, apenas, mas chama: "Se alguém ouvir a Minha voz" ....
Não é a pessoa, dentro, que está tomando a iniciativa, mas o Se-
nhor, do lado de fora, é que está ali, insistindo junto à porta e pe-
dindo para entrar. Ele veio de Seu trono do Céu a fim de poder
cear com os filhos dos homens. E para Ele não faz diferença quem
Cartas de Cristo a Filadélfia e l.aodicéia/57

somos nem qual seja a nossa condição. "Se ¢/g%w... abrir a


porta", Ele diz, "entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comi-
go." Verso 20. A salvação é sempre uma questão pessoal. Como
indivíduos, temos de ouvir Sua voz e deixá-Lo entrar. E Ele não so-
mente ceará conosco, mas conosco repartirá o Seu trono. Esta é,
sem dúvida, a mais profunda promessa da Biblia.
Este é um belo quadro, e mostra a íntima relação que o crente
pode manter com o seu ressurreto Senhor. 0 ato de cear cria um
laço de assocíação entre duas pessoas. Isto é particularmente ver-
dade no Oriente. Partilhar uma refeição é símbolo de amizade, ofe-
recendo o hospedeiro não apenas a refeição mas, o que é ainda
mais nobre, o franqueamento de seu lar. Ao abrirmos a Cristo a
porta de nosso coração, estamos, por este ato, convidando-O a par-
tilhar a intimidade de nossa vida.
Ao concluir o estudo dessas sete epístolas de Cristo a Sua igre-
ja, devemos notar o escopo de Suas promessas ao vencedor. 0 pe-
cado levou Adão a perder não somente a vida, mas também o seu
lar edênico. E o que é pior, roubou-lhe o companheirismo com
Deus. Os capítulos de abertura de Gênesis contam-nos a história
da queda do homem e a perda em virtude do pecado. Os capítulos
de encerramento do Apocalipse nos falam da vitória do homem e
sua plena restauração por meio de Cristo. Tudo que se perdeu pelo
pecado será rest-aurado pela graça. Notai estes contrastes entre o
Gênesis e o Apocalipse:

Pecado Graça
Privou-nos da ãrvore da vida. Devolve-nos a árvore da vida.
Gên. 3:22 e 23. Apoc. 2:7.
Colocou-nos sob sentença de Dá-nos a vitória sobre a segun-
morte. Gên. 2:17. da morte. Apoc. 2:11.
Força-nos a ganhar o nosso Provê para nós o maná escon-
pão. Gên. 3:19. dido. Apoc. 2:17.
Roubou nosso domínio. Gên. Promete-nos poder sobre as na-
3:24. ções. Apoc. 2:26.
Deixou-nos nus. Gên. 3:7. Veste-nos com vestidos bran-
cos. Apoc. 3:5.
Expulsou-nos da presença de Apela para que voltemos. Apcx:.
Deus. Gên. 3:23. 3:12.
Devolveu-nos ao pÓ. Gên. 3:19. Coloca-nos no trono de Deus.
Apoc. 3:21.
58/As Revelações do AÍJocaliDse

Maravilhosa herança para os pecadores salvos pela graça!


Quando soar a sétima trombeta e os reinos do mundo vierem a ser
de nosso Senhor Jesus Cristo, estará para sempre solucionada a
questão da propriedade deste mundo. No Calvário, Cristo derrotou
o diabo e reconciliou o mundo com Deus. Mas isto será o sinal da
expulsão de Satanás, o grande enganador e usurpador. 0 direito
de propriedade de Cristo terá sido plenamente determinado nas
grandes cenas de julgamento no Céu. Isto é o que estudaremos nos
próximos capítulos. Sabedoria, e honra, e glória e poder perten-
cem-Lhe! "Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igre-
jas."
A Visão do Trono; o
Cordeiro e o Livro Selado
Agora começa a real exposição do Apocalipse. 0 que se apresen-
tou até aqui foi apenas uma introdução. 0 grande objetivo dessas
profe cias é±Ê][LeJalaj!±Ê±iça4çÉBʱ±g e= mostrar
- como
- o Seu
-_ caráter-
sjçÉájivjfl!dica_d_oan_teo_U_niv_ç=r_s_Q. N-Õã§àcg~m|)_r_e_eps_ã_~o=¢_ç_ssgL§Íãriaã-`
sFa_-g~Í~aí±€Te-ri5É-riÉ=b-.íiie±-iLgi~áaã--iréliTOTã-~p`eTffiit`i-fm-õ-ã=_Íi-e-L€are-`mioã~ç};,
c-õífi:Õ=3éh-dõirQ:ÍF~dHFiTã_o-_-aQ~tçpnFQ_çEEr_-_qH¥Qju_ÍZQ-Fa-Í2`ãí-té=~d_é±j-e_-u±
---:¥i¥j`a?aà:peítpuúàe:s:bcr:às,:Í3=r:.::i::1;tequaeodaeppó.Si:oà::st`á:odbe:
vem acontecer". Em visão, ele entra no santuário de Deus, e da sa-
la do trono do Eterno ele testemunha a apresentação das grandes
cenas do julgamento, quando os casos de todos serão decididos.
Esses acontecimentos, no movimentado drama da redenção, en-
chem-no de assombro. Paulo diz que m-üã=i{iEÍÉ=HTefe±riínado=iiih:.

íTSFõ=-±¥riFü-g-!#i*jF¥TÊÍ-:±Êt~:à°=¥t¥É=+~-¥-aáã;£j-j=ã==dF-
: o lril)um\l

Uma Porta Aberta no Céu


0 santuário terrestre, construído por Moisés, continha dois com-
partimentos, chamando-se o primeiro :\!-`ffigãf'~-ãaTaTLritó`',', e o segundo,
-Tü8ã_rT3ãÉfií_-§iííh-àF:'.Ninguémpodiaen`tíãTriio``1ú-g-ársantíssimo'',
A Visão do Trono; o Cordeiro e o Livro Selado/61

exceto o sumo sacerdote, e apenas uma vez ao ano, no Dia da Ex-


piação. Ao longo de toda a sua história, os hebreus têm entendido
o Dia da Expiação como figurativo do dia de juízo, quando todos os

er Heb. 9); e em visão0João


ÊLsos.s£rãç)_`decididos. contemplou
santuário terrestre"uma portadoaberta
era típico no
celestial
Céu' ' ; não aberta ¢cz/tz o Céu, mas %o Céu, isto é, era uma porta que
se abria dentro do santuário celestial. Em visão, João foi levado a
contemplar as cenas solenes do juízo, quando o Sumo Sacerdote
conclui Sua obra de ministério.
0 profeta atende à voz que lhe diz: "Sobe aqui'', e a primeira
coisa que vê é um trono. Há uma visível semelhança entre a visão
que João tem no capítulo 4 e a de Daniel 7:9-14. Ambos os proíetas
contemplavam a mesma cena. Eles descrevem os ``tronos'', ou
"assentos", postos em ordem ao redor do trono central, e ambos
procuram descrever Aquele que ocupa o trono. Daniel diz que ``os
Seus vestidos eram brancos como a neve". João 0 apresenta como
tendo a aparência de "uma pedra de jaspe", ou mais acuradamen-
te, "como um diamante''. Daniel diz: "Um rio de fogo manava e
saía de diante dEle." João diz que Sua semelhança era de uma pe-
dra sardônica, uma brilhante pedra vermelha. 0 branco ofuscante
do jaspe ou diamante poderia perfeitamente representar Sua santi-
dade, enquanto o rio de fogo, ou o vermelho sanguíneo. d`a pedra
sardônica, simbolizaria Sua justiça. (Ver Apêndice, pág. 239, n? 1.)
0 trono, propriamente, era semelhante a "uma esmeralda". 0
verde vívido expressa bem a misericórdia de Deus, ao passo que o
``arco celeste" ao redor do trono é um be|o símbolo de esperança.
Quando apareceu pela primeira vez, o arco-íris foi um sinal do eter-
no concerto de paz da parte de Deus. Gên. 9. Mas não poderia ha-
ver arco-íris sem chuveiros, sendo a mistura da luz solar e das go-
tas dé água o que o produz. Assim, o arco celeste circundando o
trono é uma figura da misericórdia de Deus e Sua justiça que se en-
contram em Seu trono, e aí se misturam. Junto ao trono da graça,

;j:::;::Ís:t:i:::f'-mg¥§jaid!§;t:,:2qoí:3;I;%n;{;:S;°:::;iiíHÍÍ:1ii]Cíai§;:C:ap¥;::r:1:
Mas o maior conforto, e a primeira garantia de vitória, é o fato
de que Deus está em Seu trono. Ele não abdicou em favor de ne-
62/As Revelações do APocaliDse

nhum outro poder. Nenhum potentado terrestre pode expulsar o


Ocupante deste trono.
A palavra "trono' ', do grego ``ÍÃ7io%os", indica assento de honra,
de dignidade, lugares ocupados por vinte e quatro anciãos. Daniel
diz que ``foram postos", ou colocados, tronos. Dan. 7:9. 0 costu-
me, nesse tempo, quando se instalava uma sessão de tribunal, era
que se pusessem coxins onde se assentariam os dignitários duran-
te a sessão da corte. Esses anciãos, -como os sacerdotes do antigo
lsrael, vestiam-se de branco, um símbolo da "justiça dos santos".
Apoc. 19:8. Como ministram segundo a ordem de Melquisedeque,
são, por isto mesmo, coroados como reis-sacerdotes, ou sacerdo-
tes-reis.

::::Qo?pcf::aãd%r!;reséafovi.:s:sp:ei:ainÉiaãç:as.'do2se:o:n:::#F:'.tTà;'iEà::o:r:-
escolhidos dentre seus irmãos
::a:i;2:;á;i¥s¥:
cerdotes|o_r.arp__e_sçolhidgs para r_epr_esentãi ±QdQs_ os j)_o¥Qs` e na.=

_-#n:¥T:-ià:qi:da;o:#;:;|ivr!:::a;i;:.e:sa::s,:.:#t:u?:,:t.'E;e::M:t::t:
(Uma versão feita à margem, reza: ``Quando subiu ao alto, levo~u
uma multidão de cativos.") Foi neste sentido qüe Ele Se tomou ``o
primogênito entre muitos irmãos".ÇRom. 8:29. Quando Ele foi ins-
talado como nosso Sumo Sacerdote, foi ung_id.o com "óleo de ale-

ngrhiâi:oT'?i:ãdooe::àaaf,eo:;ecroa=pí:àeei:::áTueeEà-slàgo.mEps::i:;::smqpuae-
com Ele foram despertados de suas sepulturas. Eram, por assim
dizer, a antitípica oferta ipovida, e tornaram-se o antítipo do ceri-
monial
`:ç.I Cor.no ritual mosaico.
15:20.`Ele Lev. ho
ressuscitou 23:15.` Cristo
próprio é ``nossas
dia da primícias''.
oferta dos primeiros

frutos. Jesus morreu no décimo quarto dia de Nisã, o primeiro mês


do ano, e ressuscitou no décimo sexto dia, exatamente cumprindo
o tipo.
Vinte e quatro anciãos aparecem com Cristo em Seu ministério
sacerdotal. Isto, também, é um cumprimento do tipo. No.serviço
. 'Crõn.
do templo havia vinte e quatro
24:3-19;.II,Crôn. 8:14. tumos no sacerdócio levítico. Ver I

As "Sete Lâmpadas de Fogo"


A Visão do Tro'no; o Cordeiro e o Livro Selado/63

Essas lâmpadas, declara-se que são os "sete espíritos de Deus",


sendo sete uma figura de totalidade e perfeição. Este é um belo
símbolo da constante busca por parte do Espírito Santo
todo por corações que sejam perfeitos para com Ele. Crõn. 16:9;
Prov. 15:3.

Os "Seres Viventes" ao Redor do Trono. Apoc. 4:4

0s "quatro animais", ou ``seres viventes" como algumas versões


traduzem o grego zoo%, parecem estar mais intimamente associa-
dos com o trono do que os vinte e quatro anciãos. 0 simbolismo de
um leão, um bezerro, um homem e uma águia voando é, particular-
mentc, significativo. Ima,gem similar encontra-se também no pri-
meiro capítulo de Ezequiel. 0 simbolismo denota, sem dúvida,Ég£-
ís#güo%`r#a.trpo°:sspéeccut[o°sS'd:Snco°s:oe8ta::
Hstas têm ligado estes símbolos aos quatro aspectos de nosso Sal-
vador como realçados particularmente nos quatro evangelhos.
Mateus escreve sobre o caráter real de nosso Senhor, dando ênfa-
se ao Rei em Seu reino. Isto é bem simbolizado pelo leão, o majes-
toso rei dos animais. Marcos trata o Salvador principalmente como
o servo dos homens, representando, o boi, o serviço. Lucas, o mé-
dico, revela o Seu aspecto como Filho do homem, daí o rosto como
de homem. João destaca Sua deidade - Cristo, a Palavra Etema,
que criou todas as coisas. Esta característica do Senhor é simboli-
zada pela águia voando.
Embora o relato da organização de lsrael no deserto, apresen-
tado em Números 2, não o declare, documentos não biblicos indi-
cam que esses símbolos eram usados como segue: a seção agrupa-
da em tomo de Judá estava sob o estandarte do leão; aqueles que
pertenciam a Efraim, sob o do boi; os de Rüben, sob o estandarte
de um homem e os que se agrupavam em Dã, sob o símbolo da
águia em vÔo.
A cena que está para surgir é uma das que levam a grande clí-
max a história apocalíptica. 0 tremendo vendaval dos aconteci-
mentos aqui introduzidos deixa perplexo o estudioso ao procurar
ele apreender o seu verdadeiro significado.

0 Livro Selado com Sete Selos


64/As Revelações do APocaliDse

Aquele que ocupa o trono, tem um livro na mão, livro este selado
com sete selos. Seja o que £or este livro, ele tem que ver com a re-
denção dos homens, pois tão 1ogo é tomado da mão do Ocupante
do trono, um coro de louvores se ergue com o cântico dos vinte e
quatro anciãos: "Digno é o Cordeiro que foi morto", ``e por Seu
sangue nos redimiu. ' ' Sim, ele tem tudo a ver com nossa redenção.
Daí por que o estudo deste livro é tão importante.
Conquanto a redenção tenha suas raízes no passado, sua plena
realização está no futuro. 0 preço de nossa redenção foi pago
quando nosso Senhor derramou o Seu precioso sangue na cruz do
Calvário. Mas não será antes que Ele venha pela segunda vez em.
poder e glória, que nossaí5ãlaiêdé`rição se completará. Este mundo,
por tanto tempo sob o influxo dos poderes do mal, deve ser recupe-
rado e entregue outra vez ao povo de. Deus. ``Bem-aventurados os
mansos", disse Jesus, ``porque eles herdarão a Terra." Esta he-
rança está ainda no futuo. 0lhando para aquela hora de .vitória, o
Salvador nos animou a estar prontos, e anunciou muitos sinais que
indicariam a ocasião do Seu aparecimento. "Quando estas coisas
começarem a acontecer," Ele disse, "levantai as vossas cabeças,
porque a vossa redenção está próxima." S. Lucas 21:28.
0 apóstolo Paulo falou da herança como de uma esperança fu-
tura. 0 dom do Espíritg Santo é a garantia, ou penhor, dessa he-
rança, a qual é "redenção da possessão de Deus". Efés.1:13 e 14.
Conquanto a herança esteja assegurada, ela tem de ser reconquis-
tada ao usurpador e preparada para os seus eternos cidadãos. Isto
não poderá realizar-se antes do julgamento.
Sob as antigas leis e costumes dos hebreus era impossível alie-
nar propriedades além do limite de determinado tempo. Se al-
guém, por infelicidade, considerasse necessário dispor de sua ter-
ra, os novos proprietários tinham a posse somente até o ano do ju-
bileu, quando cada propriedade retornava automaticamente a seu
antigo dono ou herdeiros. Com efeito, o propríetário ou herdeiro
nem mesmo precisava esperar o ano do jubileu para recuperar sua
terra, pois podia reclamá-1a legalmente, desde que tivesse condi-
ções de pagar o débito, ou redimi-la. Ao tempo em que a proprie-
dade Íoi alienada, houve um documento em duplicata especifican-
do os termos da alienação, de modo que as autoridades já teriam
uma base sobre que adjudicar a remissão dessa propriedade antes
do ano do jubileu.
A Visão do Tro`no; o Cordeiio e o Liv'i'o Seladol65

` "Na lavmtura do contrato, o que comprava a propriedade


preenchia dois documentos, ou instrumentos de contrato, sendo
que um £icava selado com o seuL£ÉEÊ£Êj e o outro era apresentado
aberto às testemunhas, de modo que esáffis Á%dess¢.?e s%ósc7ie2Je7. e
dar testemunho do conteúdo. Este era então assínado na parte ex-
tema (costas do invólucro) pelas testemunhas." -J. A. Seiss, TÃe
APoccz/y4se, vol. 1, pág. 273.
Aquele que tivera a posse da propriedade então alienada, tinha
sempre o direito de reavê-la, segundo os termos do contrato. Mas
sÓ podia a reaquisição ou remissão ser negociada por um "remi-
dor'', isto é, o parente mais próximo do primitivo dono. A história
de Rute envolve este tipo de transação; entretanto, neste exemplo
o parente mais próximo deferiu a Boaz o direito à remissão, sendo
Boaz o próximo remidor. Em Jeremias 32 há um relato de remis-
são de propriedade, envolvendo livros selados e não selados sobre
a compra e também as testemunhas.
Procuremos agora entender o significadQ desta cena celestial.
Quando Adão pecou, ele cedeu todos os direitos sobre este mundo.
E a herança rião somente saiu de suas mãos, mas também das
mãos de toda a sua posteridade. Satanás se declara senhor do
mundo, e por todcx§ esses milhares de anos, estrangeiros e invaso-
res têm-no devastado e aviltado. Todavia, por todo esse tempo os
verdadeiros donos têm estado a espera de que o Remidor, ou "Pa-
rente mais próximo' ' tome o livro selado e reassuma a herança per-
dida.
Antes, porém, que o inimigo e sua semente possam ser despe-
jados, e os verdadeiros herdeiras reinstaladcB em sua propried,-,de,
tem de haver uina completa verificação de todos os aH:gumen .cS e
alegações. Isto exige a abertura dffi livros no Céu. Esses Evros de-
vem ser examinados antes que a sent`ença seja proferida. Antes
que ncxsso Senhor volte em glória e poder para receber Sua igreja,
todo caso terá sido decidido, pois Ele tmz cQnsigo o Seu galardão
` `para dar a cada um, segundo a sua Qbra." Apoc. 22:12. Amtes que
Ele venha como Rei, Ele termina Sua obra como SacerdQte, quan-
do então pmnuncia a etema sentença sobre toda a ra!ça humana,
nestas palawas: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está
sujo, sujeÉe ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é
santo,, s€ja saritificado ainda." Verso 11.
Em todo julgamemto há três fases: (1} a rivestigação da evídên-
Cj6/As Revelações do Aí)ocalií)se

cia; (2) a decisão e pronuncíamento da sentença; (3) a execução da


sentença. No grande tribunal do Céu, são evidentes essas mesmas
fases. A execução da sentença não é todo o julgamento. Antes que
seja executada, deve haver o pronunciamento da sentença. Antes
disto, deve haver um exame ou investigação de cada caso. Isto tem
lugar não porque Deus mesmo necessite de evidência, pois Ele é
Deus e sabe todas as coisas, mas para que todo o Universo possa
conhecer a justiça da sentença.
0 apóstolo Paulo di.z: "LPorqtiÊ`.todos devemos comparecer ante

:utenQgagsiiti`::a3Íe:j:riç:g.€¥g!.-;Ed¥::ijr:eoí:ç; Rom. 2:16. E


outra vez: "Porquanto [Deus] tem determinado um 1a em que
comj háde julgar o mundo, por meio do Varão que desti-
nou.,, E a indicação do Varão assim apontado é asse-
de que Ele foi ``ressuscitado dos mortos". Este
Homem não é outro senão Jesus Cristo, poís Ele próprio declara de
Si mesmo: "0 Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo. ' '

::fs:t:a¥J:#o:::0:ç!r:ii-g:euxse::;rêoní:sÉeo;::raqsu:a:;asFei:h:.d,::::
-g¥:oa,.:qauàl:ef:seesqeuá:aqs::ned=:e::snttae:çraeg:tJr:Éd.e:a|::avd¥:
efeito. Notai estas expressivas afirmações:
"E Cristo foi feito nosso Juiz. 0 Pai não é o Juiz. Tampouco o
são os anjos. Aque|e que Se revestiu da humanidade e viveu neste
mundo vida perfeita, será quem nos há de julgar. SÓ Ele pode ser
nossl Juiz. Lembrar-vos-eis disto, irmãos? Lembrar-vos-eis disto
vÓs, os ministros? E vÓs, pais e mães, lembrar-vos-eis? Cristo assu-
miu a humanidade para poder sçr nosso Juiz. " - Tesíem%#Ãos Se-
b£os, vol. 3, pág. 383.
"E Aquele que tem comunicado a luz, que tem acompanhado a

rda:asàotTd:àeT:iâotemme:àsoútpelÉ3:,sbeuusÂi:vdoog:àroa':-1#zo.::àaÂoq:::
le que Se tem oposto ao enganador e, no decorrer de todos os sécu-
1os, Se tem empenhado por arrebatar os cativos de seu poder, que
pa;ssará o juízo a. todaL a]"a.." - 0 Desejado de Todas as Nações,
págs. 189-190.
"Cristo mesmo decidirá quem é digno de ser membro da famí-
1ia celestial. Julgará todo homem segundo suas palavras e obras. "
A Visão do Trono; o CordÁ2ifo e o Liwo Selado/C;]

-Paróbolas de Jesus, pãg. 74.


``0 Ancião de dias é Deus, o Pai .... É Ele, fonte de todo ser e de
toda lei, que deve ¢7iesG.dG.7 ao juízo .... Assistido por anj.os celestiais,
nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali com-
parece à presença de Deus a fim de Se e%}yegtzr aos ültimos atos de
Seu ministério em prol do homem, a saber: realizar a obra do juízo
de investigação." - 0 G7tz%de Co%#z.£o, págs. 483-484. Grifos
acrescidos.
Por que foi Jesus indicado nosso Juiz? Citamos Suas próprias
palavras:
"Como"Porque Ele
Ele tenha é o Filho
provado do homem''.
as próprias fezes do cálice da aflição
e tentação humanas, e compreenda as fragilidades e pecados dos
homens; como tenha, em nosso favor, resistido vitoriosamente às
tentações de Satanás, e lidará justa e temamente com as almas pa-
ra cuja salvação derramou o próprio sangue - como assim seja, o
Filho do homem é indicado para exercer o juízo." -0 Z)ese/.ddo de
7bczzs úzs jM#, págs. 189-190. Wer Apêndice, págs. 239 e 240, n? 2.)
Entre as festas anuáis do antigo lsrael, havia duas particular-
mente importantes, isto é, a Páscoa e o Dia da Expiação. (Ver pág.
99.) A primeira, vinha na primavera, e a segunda, no outono. Re-
presentavam fases vitais da obra de Cristo. Paulo diz: "Cristo, nos-
sa Páscoa, foi sacrificado por nós''. I Cor. 5:7. Ele Se ergue da
tumba para tomar-Se nosso Sumo Sacerdote no Céu, onde minis-
tra as virtudes do Seu sacrifício, tomando eficaz, por Seu Espírito
em nós, o que fez Po/ nós na cruz. Este ministério alcança o seu clí-
max numa obra de juízo. Isto era prefigurado pelos serviços do
grande Dia da Expiação. Vindo logo antes da colheita, ele tipifica-
va o grande juízo pré-advento, juízo este que se realizaria no Céu
pouco antes de nosso Senhor vir para ceifar a seara da Terra. Esta-
mos vivendo no dia antitípico da exi)iação, quando nosso Senhor
levará ao clímax Seu ministério intercessório no Céu.
Tendo estes pensamentos como pano de fundo, procuremos vi-
süalizar as cenas que se desenvolvem no Céu, conforme estão es-
boçadas no Apocalipse, capítulos 4 e 5.
0 Ancião de Dias, assentado no trono circundado pelo arco-Íris,
preside a essa imponente assembléia. A majestade da cena está
além de palavras. Junto ao grande trono estão quatro seres viven-
tes, e em tomo deles vinte e quatro anciãos, ocupando assentos ou
tronos menores. Na mão do Todo-pódéroso está um livro. Está es-
68/As Rwelações do APocalipse

crito por dentro e por fora (ou no verso). Um poderoso anjo avança
e desafia o Universo. ``Quem é digno de abrir o livro", ele excla-
ma,À"ii]Íed:eààtearteomsm::uosb::1Í;sa'à'o sobre heranças a|ienadas, ta|

anúncio tem tremenda significação, pois o destino deste murido


alienado, perdido, parece estar na balança. Todo o Céu está silen-
te. Não haverã ninguém que seja capaz de tomar o livro? 0 so#4e%-
se é solene. 0 temo coração do apóstolo chega às lágrimas. Ele
chora, mas não porque esteja ansioso por ver o interior do livro.
Suas lágrimas não são lágrimas de curiosidade desapontada. Este
disciplinado e santo soldado da cruz conhece o significado deste li-
Vro selado. Se não aparecer ninguém digno de abrir o livro e rom-
per-lhe os selos, todas as promessas dos profetas, todas as espe-
ranças do sof,redor povo de Deus, todas as mensagens dos apósto-
1os e evangelistas terão sido em vão. Se não aparecer nenhum re-
midor, a propriedade alienada estará perdida por insolvência. Os
filhos da raça perdida jamais poderão herdar a Terra. Este pensa-
mento é opressivo.
Então um dos anciãos se aproxima e fala ao profeta. Ele diz:
"Não chores: eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que
venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. " Enxugando
as lágrimas, ele cma, e oh! no meio da área do trono está um Cor-
deiro, mas não em Sua viva inocência, porém como que no próprio
ato de ser morto. Ele Se aproxima e toma o livro da mão dAquele
que está assentado sobre o trono. Ao Íazê-lo, um flêmito de gozo
percoffe todo o Universo, e as hostes celestiais irrompem em lou-
vor. Ali está o Remidor. Encontrou-se Aquele que readquiriria a
propriedade alienada. Estava assegurada a posse.
Ao mover-Se o Remidor exibindo o título de pmpriedade da
posse álienada, o pmfeta observ'a elguns aspectos proeminentes
em Sua Pessoa. Ele é um Cordeiro, rias um Cordeiro-Leão. Assim,
a virtude sacrifical é posta em destaque. Mas Ele possui sete pon-
tas. Estas denotam força. Seus omos dão ênfase à inteligência e
sabedoria. Sendo sete o número da perfeição, temas ai- o stmbolo
da per£eita força e perfeita sabedQria. Vinte e oito vezes, neste li-
vro, é Ele chamado Cordeiro. Mas os símbolos, nesta cena£ vri-
culam-ncÊ a outros aspectos proféticcs. Habacuque descreve-Q£
dizendo que "pomtas brilhantes saíam de Suas mãos" (margem)
ou, como diã nQss3 Versão Aheida, "raiQs brifflan€es saíàm de
A Visão do Trono; o Cordeiro e o Liuro Selaáo/6®

Suas mãos", e ``ali estava o esconderijo da Sua força''. Hab. 3:4.


Ele foi ferido em Seus pés, a fim de que pudesse expiar os pecados
dos passos; fui ferido nas mãos, para poder expiar os pecados de
obras; foi ferido na cabeça para que pudesse expiar os pecados do
pensamento; e foi ferido em Seu lado, para que pudesse expiar os
pecados de afeições não santificadas.
Somente Suas mãos são dignas de abrir os selos deste livro. 0
destino dos homens e das nações es`tá pendente das mãos cravadas
do Cordeiro que foi morto. E mais, cada revelação que alcançamos
de Deus, nos vem mediante o Homem da cruz. Tudo que sabemos
do futuro nos vem através dAquele que nos ama e que a Si mesmo
Se deu por nós. (Ver Apêndice, pág. 240, n? 3.)

0 Novo Cântico Diante do Trono. Apoc. 5:9-13


Ao tomar o Cordeiro o livro, os seres viventes e os anciãos erguem
as vozes em louvor e adoração: "Digno é o Cordeiro que foi

:::t.or'':¥oáf::.dâ'Xá:é|:mqucef:;c£osec¥ealà.arntdeeé,.oá;:i::,c¥|:às:
estava assentado sobre o trono. No capítulo 5, porém, ouvimos o
mesmo grupo de seres celestiais cantando "um novo cãntico". É
taLmbém um cântico de louvor, mas especialmente dirigido ao Cor-
deiro, ao tomar Ele o livro da mão do Onipotente. Eles compreen-
dem o que isto significa. Os séculos de tristeza estão para chegar
ao fim, pois Aquele que pagou o preço de nosso resgate - o Remi-
dor celestial ~ está agora chegando à fase finál de Sua mediação
pelos homens perdidos; o juízo iestá para começar. (Ver Apêndice,
pág. 240, n9 4.)
``Digno é o Cordeiro que £oi morto", "e por Seu sangue" nos
comprou "para Deus", é a antffona que irrompe do lábios do§ re-
midos. Algo mais, porém, nos prende a atenção: os vinte e quatro
anciãos são vistos com salvas de ouro cheias de incenso, "que são
as orações dos santos' '. Por que esta reíerência aqui a orações? Se-
rá que a grande oração de todos os santos de todos os séculos es-
taria para ser respondida? Desde que Adão pecou, o clamor dos
santos tem sido: "Venha o Teu reino." Perseguidos profetas, san-
tos sofredores, mártires sem conta, todos oraram por este dia e por
ele ansiaram. Através da longa e trágica noite de pecado, quando
homens e mulheres selaram com o próprio sangue o seu testemu-
70/As Revelaçõe`s do APocaliDse

nho, o grande coro dessa oração tem chegado até Deus. Nenhuma
oração foi perdida. Todas foram cuidadosamente armazenadas,
por assim dizer, nessas salvas de ouro.
Conquanto os anciãos conduzam o cântico de louvor, ele não fi-
ca só aí; seu tema é corroborado por incontável grupo de anjos.
Então ele raia pela periferia da poderosa criação de Deus. Das infi-
nitas profundezas dos espaços, o mesmo cântico chega aos ou`vi-
dos do profeta. Reboando cada vez mais até alcançar cada criatura
na grandiosa criação de Deus no Céu, na Terra e na vastidão do es-
paço até os limites do Universo, esse cântico cresce de propor-
ções. Todo o Universo está exclamando: "AÇões de graças, e hon-
ra, e glória, e poder para todo o sempre" ``ao que está assentado
sobre o trono, e ao Cordeiro!" (Ver Apêndice, pág. 240, n9 5.)
"Reinarão sobre a Terra", cantam os anciãos em triunfo. Ver-
so 10. A Terra é seu lar, e se fiéis, com eles reinaremos na Terra
feita nova. Isto é prefigurado na reunião desta maravilhosa assem-
bléia. Que majestade! Que glória! Daniel, descrevendo esta cena,
diz: Era "o Seu trono chamas de fogo, e a roda dele £ogo ardente.
Um rio de fogo manava e saíá d-e diante dEle; milhares de milhares
0 serviam, e milhões de milhões estavam diante dEle; assentou-se
o juízo, e abriram-se os livros." Dan. 7:9 e 10.
Mas o profeta João, guiado pelo Espírito de Deus, descreve a

gà:n3ocâ=hpoosrt:::g;:|Séa?EV|:l::uappaóàt::ouiucgoanrvá:a|:âoaaduanslrc-âeatauo-
ras viventes e dos anciãos, e desse lugar vantajoso começa a obser-
var cada evento que aparece no grande panorama. Esta impres-
sionante cena não tem paralelo nas Escrituras. É a abertura do juí-
zo, culminando com o segundo advento.
Ao concluirmos a primeira destas palpitantes cenas do Apoca-
1ipse, unamos nossas vozes às dos triunfantes santos, em agradeci-
mento a Deus pela esperança que é nossa, esperança de que atra-
vés 'dos séculos etemos será nosso privilégio cantar sobre o. Cor-
deiro e Seu sacrifício. Nosso constante cântico será sobre Aquele
que, havendo vencido a morte, pelo Seu sangue nos remiu para
Deus. Mas se queremos estar unidos nesse etemo júbilo de louvor
no futuro, precisamos perceber o seu eco agora, ao clamarmos
com os anj.os e os remidos:
"Digno é o Cordeiro que foi morto!"
Os Cavaleiros
do Apocalipse
Nenhuma profecia simbólica terá recebido, talvez, mais comentá-
rios do que esta dos cavaleiros apocalípticos. No distante terceiro
século A.D., já os perseguidos cristãos tiraram muito conforto e
inspiração deste capítulo. Foi impossível, porém, ser este capítulo
72lAs Rewlações do APocalipse

compreendido inteiramente antes dos acontecimentos que ele nar-


ra haverem alcançado o seu desdobramento. Todavia, Vitorino,
que foi martirizado no ano 303 A.D., durante as perseguições de
Diocleciano, escreveu um completo comentário sobre o Apocalip-
se. Este comentário ainda existe, e o princípio fundamental de re-
petição a que ele dá ênfase é vital. As profecias do Apocalipse não
são sucessivas, mas repetitivas; isto é, elas refluem, cobrindo de
novo os mesmos períódos de tempo. Os sete selos, por exemplo, e
as sete trombetas, cobrem o mesmo período das sete igrejas. Hou-
ve muita coisa, naturalmente, que Vitorino não conheceu, pois
ocorreram depois do seu tempo.
Outro princípio importante em interpretação profética, e que
foi destacado por nosso Senhor, é que somente quando a profecia
está encontrando o seu cumprimento, pode ser plenamente com-
preendida. Três vezes Jesus disse isto no cenáculo: "Eás. que vos
bmhD dit® antes que aconteça, para qne quando aconti#er possais
crer." S. J®ão 14:29; 13:19; 16:4. 0 propósito da profecia não é
tomar-nos peritos em prognósticos, mas fazer-nos humildes na
presença de Deus, compreendendo que somente Ele conhece o fim
desde o princípio. É, a um tempo, interessante e inspirador notar,
no estudo da história da igreja que, quando uma piofecia estava
sendo cumprida, houve sempre alguns que o reconheceram. Com
éfeito, nada é mais recompensador em tal estudo do que a desco-
berta de que, quando quer que o grande relógio de Deus haja indi-
cado que era chegado o tempo para o cumprimento de algumas im-
portantes profecias, os Seus mensageiros estavam ali, prontos pa-
ra arriscar a vida, se necessário, a fim de proclamar essas mensa-
8ens. Profecias não cumpridas, no entanto,têm sidQiàÊmprÊ]±
vasto emul OS que não são sábios e são
mal-iníormados
__- - - aventuado neste-terreriõ: Quando os seus
têmse
não se cumprem, os vra de Deus en-
1VO Pam ridicularizã-1a e denunciar todo o campo da
interpretação proíética. Esta profecia que vamos estudar, tem sido
vítima de interpretações selvagens e extravagantes. Todavia, ela é
uma das mais €sclarecedoras e coníortantes profecias da Palavra
de Deus.. 0 capítulo 6 deve ser estudado em compamção com os
capítulos 4 e 5. Só assim poderemos apanhar-lhe o verdadeiro sig-
nifi€ado.
Os Cwaleiros do APocalipsel73

Apocalips.e 6
Procuremos imaginar João presente entre os anjos e os anciãos, e
testemunhando o Íuncionamento do maior tribunal de que se tem
notícia. Os casos de todos os professos Íilhos de Deus estão sendo
pesados. Cada um deles está sendo estudado à luz do ambiente em
que viveram. Assim, na grande corte celestial é tr#ida à cena a
história de todos os séculos. Os livros são abertos, e com eles é
aberto outro livro, que é o da vida. 0 juízo é mencionado mais de
mil vezes nas Escrituras, mas a Daniel e a João coube a tarefa de
apresentá-lo em ação.
``Diz o profeta Daniel: `Assentou-se o juízo, e abriram-se os li-
vros' . 0 escritor do Apocalipse, descrevendo a mesma cena, acres-
centa: `Abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram jul-
gados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as
suas obras'. [É significativo que estas duas expressões estão asso-
ciadas com a mesma cena. Este livro da vida é aberto de novo ao Íi-
nal do milênio, conforme se vê em Apocalipse 20:12.]
``0 livro da vida contém os nomes de todos os que já entraram
para o serviço de Deus. Jesus ordenou a Seus discípulos: `Alegrai- ilc`jo: 2
vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos Céus'. S. Pau-
1o fala de seus fiéis cooperadores, `cujos nomes estão no livro da
` vádsa,;i,Dq=ieláuo:::nhdoou;ter,:vdéesc|da:â sqe:Ceu:oes|ipvarraaraTg;;ev:Pdoe dDee:* -
`todo aquele que se achar escrito no livro'. E S. João, no Apocalip-
se, diz que apenas entrarão na cidade de Deus aqueles cu].os nomes
`estão.inscritos no livro da vida do Cordeiro'.-Ap. 2J .. €i
m[.3:``b+ `` `Há um memorial escrito diante' de Deus, no qual estão regis-
tradas as boas ações dos `que temem ao Senhor, e para os que se
lembram do Seu nome'. Suas palavraá de fé, seus atos de amor,
acham-se registrados no Céu. Neemias a isto se refere, quando diz:
vm. jDeus meu, lembra-Te de mim; e não risques as beneficências que
•`3. \^ eu fiz à casa de meu Deus'. No livro memorial de Deus toda ação
de justiça se acha imortalizada. Ali, toda tentação resistida, todo
mal vencido, toda palavra de tema compaixão que se proferir,
acham-se fielmente historiados. E todo ato de sacrifício, todo sofri-
mento e tristeza, suportado por amor de Cristo, encontra-se regis-
trado. Diz o salmista: `Tu contaste as minhas vagueações: põe as
minhas lágrimas no Teu odre: não estão elas no Teu livro'?" - 0
1+ sL S6.. 8
7 4/As Reuehções do AÍ)ocalií]se

Gramde Conf lito, pãg. 485.

víst3Udãí:nct:ní:ftDaá::,én::g:::]Ueegn¥r£:s:ans°:rsí:t::::,V:%rsseoma=:
biente, as condições sob as quais os filhos de Deus têm vivido, tu-
do será levado em consideração. Tudo Lhe é conhecido. "Não fa-
ria justiça o Juiz de toda a Terra?" perguntou Abraão. Gên. 18:25.
0 salmista expressa o mesmo pensamento, embora de modo mais
enfático, quando diz: ``O.Senhor, ao fazer descrição dos povos, di-
rá: Este é nascido ali." Sal. 87:6.
Quando nosso Sumo Sacerdote, o Remidor celestial, o Leão de
Judá e Cordeiro de Deus, romper os selos e abrir os livros, o`pano-
rama dos séculos será desdobrado diante do grande tribunal. Va-
mos, então, com toda reverência, tomar o nosso lugar ao lado do
atônito profeta e observar o Cordeiro de Deus ao abrir Ele os rolos
de livros.

A Abertura dos Selos


Ao ser aberto cada selo, um dos seres viventes, clama com voz co-
mo de trovão: ``Vem". Apoc. 6:1 e 2. As palavras ``e vê" são omiti-
das em muitos dos antigos manuscritos. Na verdade, trata-se mais
de uma ordem do que um convite para que o proíeta observe o con-
teúdo do selo. Cada particular período da história da igreja eâtá
comprimido dentro de um grande símbolo; e, obedientes à ordem,
os cavalos simbólicos, num movimentado panorama, surgem com
seus cavaleiros.
0 P7?.me£.„o Se/o - um cavalo branco, símbolo de pureza e vitó-
ria.
0 cavaleiro está coroado, e, çmpunhando um arco, surge ven-
cendo e para vencer: um belo shbolo das vitórias do evangelho no
primeiro século da dispensação cristã. Ele cumpre profecias como

:aá:Tâ?raec::utee,ucsa:átvual#eá::£:s":=a.gudeeasní:ã;àà?T,oE;
``Descoberto se fez o teu arco." Também Sal. 64:7-9: ``Deus dispa-
rarásobreelesumaseta,ederepentefiéTa-rãloTe-riTaõ;...Etodosos
homens temerão e anunciarão a obra de Deus e considerarão pru-
dentémente os Seus feitos. "
Sejam quais forem as lições espirituais que possamos tirar des-
ta profecia, a interpretação histórica desde tempos remotos, como
Os Cavaleiros do APocaliDse/7 5

os primórdios dojʱcÊim século, tem sido de que esses símbolos


descrevem em linguagem vLͱ[i4a o declínio da vida espiritual da
_l_gm
Vitorino, antigo comentarista a quem já fizemos referência, in-
terpreta o aparecimento do cavalo branco éob o primeiro selo co-
mo as vitórias do evangelho sobre o paganismo no primeiro século. +
or ascen reéüirifãÃTqueou todas as coi-
sas , enviouTFEspírito STãriEõi cu]as paiavras os pregadores dispara-
-_ ---= -_€ ,--- _, `
iãiri como s-êiãEj ao Õ_õia?_ãõ para que vencessem a
i-nTõfêffidãaTeT.TÕFõã-úá-Iõ~biã-iiiõõ--é,--É-ói-táíiiõ,--a--p-aFv-iãilãTpiêFa-
-...---
Com o Espírito êrivlãdõmrlrmn-dõTL ffõifiÉemfã7íõHãe
Froom em Faith of Our Fa-
ÍÃe#s, vol. 1, pág. 339. Em Sal. 45:51emos que as feridas infligidas
pela seta do arqueiro são símbolos das conquistas do Messias.
``0 símbolo de um guerreiro espiritual ou celestial; denota a
Ãos}e do Se73Ãoy, isto é, Sua igreja militante, brilhando em sua pri-
mitiva pureza e saindo numa carreira vitoriosa." - William
Curimghzime, A Dissertation on the Seals and Trumí)ets of the APo-
ccz/y¢se, pág. 4.
NaL História do Decl{nio e Queda do lmpério Ro'iiyiamo, de Edwa;rd
Gibbon,capítulo 15, lemos: "0 progresso do cristianismo não Se
circunscreveu ao lmpério Romano, mas a nova religião, dentro de
76/As Revelações do APocalipse

um século após a morte de seu divino Autor, havia atingido cada


parte do globo. " Quanto ao número, o mesmo historiador declarou
que a congregação de cristãos na cidade de Roma era constituída
de nada menos qu.e 50 mil, e que a de Antioquia era de 100 mil, ou
um quinto da população. Somente a população cristã dentro do im-
pério era estimada em 5 milhões. Paulo, escrevendo à igreja de Ro-
ma, disse: "Em todo o mundo é anunciada a vossa fé." Rom. 1:8.
E aos colossenses ele escreveu que o evangelho 'de que era minis-
tro estava sendo pregado "a toda criatura que há debaixo do céu' '.
Col. 1:23.
Segzó%do Se/o -um cavalo vermelho, símbolo de guerra e derra-
mamento de sangue.

`0 contraste das cores é significativo.


QJ`mistério
' já esta- a operar. A igreja estava

declinar. I Tess. 2:3-7. de Paulo estavam tendo rápi-
do cumiJ
` `A cor rubra do e a ,terrível arma que ele por-
tava, indicam-nos que, após a primeira e mais pura era do cristia-
nismo, o espírito de amor e paz devia retirar-se da igreja visível, e
ser substituído por um espírito de discórdia, de dissensão e contro-
vérsia, num zelo feroz e violento, instigando os cristãos a se des-
truírem uns aos outros. A história eclesiástica \do quarto e quinto
Os Cwaleiros do APocalipse/77

séculos, esclarece de modo suíiciente que semelhante mudança,


com efeito, ocorreu." -W. Cuninghame, OÕ7itz csttzczo, pág. 5.-
"A inimizade de uns cristãos para com outros ultrapassou a fü-
ria de bestas selvagens contra homens; e Gregório Nazianzeno la-
menta, do modo mais patético, que o reino do Céu tenha-se conver-
tido, pela discórdia, na imagem do caos, de uma tempestade notur-
na e do próprio inferno." -E. Gibbon, OÕ7it7 C8.faczcz, cap. 21, pará-
grafo 40.
"0 fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a
paz." S. Tia. 3:18. Mas no período compreendido pelo cavalo ver-
melho,apazfoitiradadaTerra;correspondeàigrejadeJLsnri„

3e3,e:íoodpouÊãg:rsseu#Êaeot£ãgã.epoudãeoat=áogric:úqt:eo,oticvoerspsoeá:,cá:::.
tro de um século e meio, tornar-se tão contaminado por ambições
mundanas e por competições, que sua situação podia ser simboliza-
da por este £ogoso cavalo vermelho! CLgg±gjLPÊç;aégLe o=±±oL!±i!Ê=
iÊEmssQ_sensLg£spi=i!±±Ê!!
TeyceG.7io' Se/o - um cavalo preto, símbolo de:jÊ;±±jÊiçãQ.
A obra de corrupção, com efeito, progride depressa. Como a
igreja caiu de sua elevada condição! Iniciada em pureza e poder, a
igreja tornou-se corrompida e está agora sujeita aos poderes das

àr.evmaâi,%:::=â;:iãlidse:fo:-:,bâ:it::u#es:i:irteutaoi,s,s';:::tli:
tuii`âpmu:â:daacqou=|qaià:àgrd:J:acd,amJeeçza:aa|9suâ:à::!:àstte:Sácristia-
nismo ia-se tornando mai's corrompido em sua corrente, e, com o
passar dos séculos, a superstição avançava tainbém; e . . . fantasias de
purgatório, e fraudes pi,edosas, e ó culto às imagens, santos e relí-
quias, tomavam o lugar d.o cristianismQ purQ e, simples: e afinal o
Livro de Deus é posto, de lado e substituído por histórias lendárias
;e `tradição dos homens'`,, sendo todas essas corrupções coletadas e
organizadas
`C. Woodhouse,num regular
7lÁe sistema pág.
A¢oc¢Jj{4se, de superstição
146. e opressão." -J.
` `Um enorme séquito de diferentes supersti'ções veio gradual-
Lmente a ocupar o lugar da verd'adeira religião e genufia piedade.
Esta odiosa situação deveu.se a uma variedade de ca"sas .... Um
ibsurdo desejo de imitar os ritos pagãos, e misturá-los com o culto
:,ristão, e essa frívola propensão que tem a humanidad`e em gera]
}ara religiões voltadas à cx5tentação e ao £ormalismo, tudo contri-

j'-_-i-L---- üüri~_:LHÍ9úÍ
7 8/As Revelações do APocaliDse

buiu para o estabelecimento do reinado da superstição sobre as


ruínas do cristianismo. " -J. L. Mosheim, J%sf¢.J%Jes o/Ecc/es¢.czs£z.-
cal Histow, üNro 2, ca;p. 3.
Ironicamente, Gibbon declara que o cristianismo tão-somente
desapareceu, para emergir de novo na igreja. Não apenas o cristia-
nismo conquistou Roma; também Roma conquistou o cristianis-
mo.
Abundaram as superstições e multiplicaram-se as cerimônias.
``Terra e pÓ trazidos em quantidade da Palestina e de outros luga-
res notáveis por sua suposta santidade, eram tidos na conta de ma-
ravilhosos remédios contra a violência de espíritos malignos, sen-
do vendidos e comprados por toda parte a preços exorbitantes. As
procissões públicas e as súplicas com que os pagãos procuravam
apaziguar os seus deuses, foram adotadas agora no culto cristão e
celebradas em muitos lugares com grande pompa e magnificên-
cjia." - Ibidem.

A Balança na Mão do Cavaleiro


``A balança denotava que a religião e o poder civil estariam unidos
na pessoa que exerceria o poder executivo no governo, e que recla-
maria o direito de autoridade judicial tanto na lgreja como no Esta-
do. Isto foi verdade entre os imperadores romanos desde Constan-
tino até o reinado de Justiniano, quando ele entregou a mesma au-

_àL_
Os Cavaleiros do ADocalipser79

toridade judicial ao bispo de Roma." -William Miller, Et/ácze7¢ce


From ScriDtwe amd History of thÁ2 Second Coming of Christ, T}ãg.
176.

0 Trigo e a Cevada. Apoc. 6:6


Carência espiritual rnarcou a experiência da igreja durante esses
séculos. Uma medida (c%oe7¢á¥) de trigo era menos que um litro. Is-
to era considerado uma ração insuficiente para um soldado. Em
tempos normais, com um denário compravam-se vinte e quatro
medidas de cevada , mas aqui só se compram três -,a auantidade
designada a um escravo. A cevada era consumida apenas pelos
mais pobres. Era considerada um tipo de alimento bem inferior ao
trigo. "Um denário era o salário normal por um dia de trabalho. E
quando um cÃoe%ár de trigo custa um denário, o homem só está
conseguindo o sustento que basta só para si, nada ficando para sua
família ou pára suas outras necessidades .... A chegada de tempos
tais, concordemente sugere uma fase de durezas quase insuportá-
veis, de tensões, de carência quase além do poder de pintar da ima-
ginação." -J. A. Seiss, 71% APoc`o/j{Pse, vol. 1, págs. 333 e 334.
Durante o periodo de escassez espiritual, um baixo nível de ali-
mento espiritual fora oferecido ao povo, e eles podiam receber
apenas uma porção míhima da Palavra de Deus. Eram antes minis-
trados os ensinos e tradições dos pais da lgreja do que as puras
doutrinas de Cristo. Essa religião corrompida era vendida ou per-
mutada como uma mercadoria. A religião pura, porém, não pode
ser comprada nem por preço nem por penitência. 0 convite do Se-
nhor é: "Vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai stm dinhei-
ro e sem preço, vinho e leite." Isaías 55:1. As bases para todo o sis-
tema do cristianismo apóstata foram lançadas nesse período.
Oa¢cz7% Séb - um cavalo amarelo, §ímbolo de morte.
Quando uma planta está fora do alcance do Sol, perde sua cor;
seu verdor se torna pálido. Deste modo, tendo-se a igreja afastado
da fé apostólica, tomou-se praticamente impossível aos raios do
Sol da Justiça penetrarem as trevas espirituais daqueles dias.
Aqueles que deveriam ter sido ministros da vida tornaram-se en-
túo os ministros da morte. Controlados pelo instigador da morte, o
diabo (Ileb. 2:14), esses ministros. da morte mataram homens por
meio da fome, espada e as feras da Térra.
80/As Revelações do AÍ)ocaliíJse

"A cor pálida, lívida, esverdeada deste cavalo é emblemática


de um estado de coisas mais terrível ainda do que o que. o prece-
deu. 0 caráter de seu cavaleiro corresponde a esta idéia; seu nome
é morte - o máximo em terrores. E ele é seguido pelo, in£erno ....
Todo o conjunto de figuras constitui uma representação hieroglífi-
ca, da mais terrível, da mais tétrica natureza, e exibe-nos um pe-
ríodo em que os dirigentes da igreja visível pareciam haver perdi-
do, o caráter de homens, e assumido o de demônios malignos e bes-
tas selvagens, e mesmo o da própria morte; e extirpariam, pelo £o-
go e pela espada, a todos que ousassem preferir a morte ao sacrifí-
cio de uma boa consciência. Este selo, evidentemente, representa
o estado da igreja durante aqueles séculos,, quando as, chamas da
perseguição foram acesas pelo poder papal." -W. Cuninghame,
obr¢ c¢.í„ pág. 10.
Milhões foram martirizados por sua fé durante esses séculos
escuros. J. A. Wylie disse-o com acerto: "0 zênite do papado foi a
me±arrLoite do ":\indo." - The ms£ow of Proúestantism, vol. 1, pág.
16.
H. G. Wells descreveu o papismo corio uma tentativa de domi-
nar o mundo pela religíão. 0 que Alexandre, César e outros pro-
curarari fazer,, mas Íalharam, este poder poh'tico-religioso parecia
determinado a conseguir. As perseguições promovidas por este
poder são encontradas em outras pro£ecías: Dan. 7:21, 25; 11:33;
S. Mat. 24:`21 e 22; Apoc.13:7; 12:6, 14; 17:6. Durante este perío-
Os Cauakriws do APocalií]sel81

do as "duas testemunhas" tiveram de realizar a sua obra vestidas


de saco. Apoc. 11:1-3. Mas Deus tem um registro de cada santo
sofredor, e o§ mártires terão um especial lugar de honra no vindou-
ro reino de glória. Apoc. 7:13-17; 20:4.
Gbí!.%b Seb - almas debaixo do altar.
Ao testemunhar o profeta o desdobrar dos acontecimentos, ou-
viu vozes que vinham de sob o altar, e essas vozes clamavam por
justiça. No santuário dos hebreus, havia dois altares: o altar de in-
censo, no interior, e o de oíertas queimadas fora, no pátio. Os sa-
cri£ícios eram oferecidcx5 fora do santuário, sendo o sangue derra-
mado na base do altar de ofertas queimadas. Quando o quinto selo
foi aberto, João viu os mártires de Jesus "debaixo do altar" ou
` `aos pés dd altar" (Weymouth)` 0 seu sangue havia sido derrama-
do na causa de Cristo, e subia, por assim dizer, clamando em coro:
"Até quando, ó Senhor! até quando?"
Não se pode apresentar quadro mais dramático da Re£orma que
irrompeu no mundo com um chamado para a volta "à Biblia e à Bí-
blia só" como o Livro-guia da fé. Foi um clamor a Deus por poder
espiritual, e como o sangue de Abel que clamou a Deus por vingan-
ça (Gên. 4:10), um grande apelo foi erguido, reclamando a vindica-
ção da verdade pela qual os mártires haviam morrido.
Com relação ao altar o Dr. Adão Clark, talvez o maior comenta-
rista do metodismo, diz: "Foi exibida uma visão simbólica, na qual
ele viu um altar; e sob este, as almas dos que haviam sido mortos
por seu apego à Palavra de Deus são apresentadas como sendo no-
vamente mortas como vítimas da idolatria e da superstição. 0 ¢/Íar
está na Terra, não no Céu".
``As almas são representadas como estando sob o altar, exata-
mente como as vítimas mortas sobre ele derramariam o seu san-
gue por baixo dele e cairiam ao seu lado. " -Urias Smith, 7lbe Pro-
Phecies of Daniel and Reuelatio!n, pág. 433.
Alberto Barnes, o notável comentarista presbiteriano, diz:
"Não devemos supor que isto ocorreu /G.feyzz/me%fe, e que João te-
nha na realidade visto as almas dos mártires debaixo de altares,
pois toda a representação é simbólica; nem devemos imaginar que
no Céu os que foram maltratados e injustiçados clamem por vin-
gança contra os que os maltrataram. " - Noáas Soó#e o JVocÜ Tesítz-
?9¢e%ío, vol. 9 (Livro do Apocalipse), pág. 171.
João estava contemplando o desdobrar do panorama dos sécu-
82/As Revelações do APocalipse

1os. Este era um outro ciclo da História.


As vestes brancas são um símbolo da justiça de Cristo. Apoc.
19:8. Os que vieram da grande tribulação receberam vestidos
brancos. Apoc. 7:13 e 14. Constituem eles uma multidão que nin-
guém pode contar. Verso 9. Somente os vencedores são vestidos
com vestes brancas. Apoc. 3:5. Esta é a veste nupcial. (S. Mat.
22:11 e 12) de que Cristo falou na parábola. Na grande cena de juí-
zo no Céu, quando os casos individualmente vêm à presença de
Deus para exame, cada um é considerado à luz de hereditariedade,
oportunidade, ambiente. Sal. 87:6; S. Lucas 10:10-12. E a recom-
pensa será dada a cada um segundo sua fé e obras sob as circuns-
tâncias em que viveu.
Quando Sir Samuel Morlan, enviado por Cromwell para inves-
tigar o massacre papal dos valdenses, voltou do Piemonte, nos A1-
pés, com a trágica história, o poeta cego John Milton, secretário de
Estado no gQverno de Cromwell, expressou a repulsa do mundo ci-
vilizado neste imortal soneto:

Vinga, ó Senhor, Teu massacrado ÍJovo samto,


Cujos ossos jazem nos AIpes esDalhados,
Aqueles que a verdade Tua amaram tamto,
Embora os Pais houvessem ídolos louvado.

Não os esqueças, Pois Teu livro rehto;das


Traz as angústias dessas Tuas ovelhinhas
No montanhês redil outrora truádadas,
Ijamçadas rocha abaixo - mães com criancinhas.

0 vale seu gemido ecoava aos altos montes,


E as cinzas desses mártires Dredestinados
Cobriam vastos camí]os, lá no Piemonte,
Por triDlice, cruel tirano dominados.
Surjam das cimzas multidões de seguidores
E fujam cedo aos babilônicos horrores.

(Trad. Isolina A. Waldvogel)

Se#ío Se/o - sinais da iminente volta do Senhor.


Na abertura do sexto selo, torna-se evidente que a linguagem
Os Cavaleiros do AÍ)ocalipse/83

passa de simbólica para literal. Os escritores do Velho Testamen-


to, e o próprio Cristo, falaram muitas vezes de grandes sinais no
Universo físico, no Sol, na Lua, nas estrelas e na Terra. Esses si-
nais seriam indicações especiais da iminente volta de nosso Se-
nhor. 0 fato de que gerações de homens viveram no transcurso
desses acontecimentos, torna necessário que eles venham em re-
vista diante de Deus.

0 Grande Terremoto
0 sexto selo abre-se com grandes convulsões na Terra. Um dos
terremotos mais extensivamente sentidos de que se tem notícia,
ocorreu em 19 de novembro de 1755. É chamado, algumas vezes,
``o terremoto de Lisboa'', porque a maior parte desta cidade foi
destruída, com a perda avaliada entre 60 e 90 mil vidas. 0 mar su-
biu cinqüenta pés acima de seu nível normal.
"0 terremoto de 19 de novembro de 1755 estendeu-se por uma

::ienagfueapei:|:reg::t:eásosmci;hnõt::eà:eqsuàlaôE:;roopsa:hafç:caad:sÁriprlie-
ca; mas sua extrema violência foi experimentada na parte sudoes-
te da Europa." "Na África, este terremoto foi sentido quase que
com a mesma intensidade que na Europa .... É provável que . . . toda
a Ãfrica tenha sido sacudida .... Ao norte, ele se estendeu para a
84JAs Revelações do ADocaliDse

Noruega e a Suécia; a Alemanha, Holanda, França, lnglaterra e lr-


landa foram todas mais ou menos agitadas pela mesma grande e
terri'vel comoção dos elementos.," - Roberto Sears, Wómde# o/
íÃe Wo##, págs. 50, 58.
Terremotos são um sinal da breve volta de `nosso Senhor. Ter-
remotos desvastadores têm ocorrido durante este presente século,
causando grande devastação em vidas: S. Francisco, Jamaica, Chi-
na, Japão, México, Turquia e outros.

0 Escurecimento do Sol; a Lua Como Sangue


Poucos anos depois da grande convulsão de 1755, outros sinais co-
meçaram a ocorrer, no Sol, na Lua e nas estrelas.
"Quase, senão realmente, como o mais misterioso dos Íenôme-
nos de sua espécie, na diversificada linha de eventos da Nature-
za. . . está o dia escuro de 19 de maio de 1780 -a mais inenarrável
escuridão de toda a parte visível do céu e da atmosfera da.Nova ln-
glaterra." -R. M. Devens, 084r F!.#s£ Ce%fzów, págs. 89 e 90.
``A escuridão da noite seguinte foi provavelmente tão intensa
quanto a mais intensa observada desde que o `Haja luz' do Todo-
poderoso deu origem à luz .... Eu não podia conceber, nessa oca-
sião, que se cada corpo luminoso tivesse sido envolvido em som-
bras impenetráveis, ou banido da existência, as trevas fossem
mais completas. Uma folha de papel branco, mantida a pequena
distância dos olhos, era praticamente tão invisível quanto o mais
negro veludo. ' ' --Samuel Tenny do E#efe/, New Hampshire. Cita-
do poi TJr.Ta;s Srii+h em The Prophecies of Daniel and the Revelation,
pág. 445.
``Que as trevas não foram causadas por um eclipse é manifesto
pelas diíerentes posições dos planetas de nosso sistema, nessa oca-
sião; pois a Lua estava a mais de cento e cinqüenta graus do Sol
nesse dia". -Dr. Samuel Stearns, no J%depe%de%í CÃro%e.czé, Bos-
ton, 22 de junho de 1780.
Na noite seguinte, a Lua se mostrou de um vermelho sanguí-
neo. A causa exata para isto jairiais foi estabelecida. Incêndios flo-
restais chegaram a ser aventados como provável causa, mas esta é
uma possibilidade pouco aceitável, especialmente, 1evando-se em
conta afirmações científicas de que a causa é desconhecida.
Os Cwaleiros do APocalipseft55

A Queda das Estrelas


"Na noite de 12-13 de novembro de 1833, uma tempestade de es-
trelas cadentes irrompeu sobre a Terra. A América do Norte rece-
beu o maior impacto deste chuveiro de estrelas. Desde o Golfo do
México até Halifax, até que a luz do dia pusesse fim à exibição, o
céu ficou assinalado em cada direção com riscos brilhantes e flumi-
nados com majestosas bolas de fogo''. -Agnes M. Clerk, ffG.síow
of Astro'no'i!ny in the Nineteenth Century, pãg. 828.
"Provavelmente, o mais notável de todos os chuveiros meteóri-
cos que já ocorreram na Terra tenha sido o de Leonids [na noite se-
guinte] de 12 de novembro de 1833. Algumas estações meteoroló-
gicas estimaram em pelo menos 200.000 por hora durante cinco ou
seis horas". -C. A. Young, Á4¢7¢a%J o/As£ro#omy, pág. 469.
Outra grande exibição de estrelas cadentes ocorreu no Velho
Mundo em 1866. Conquanto este exemplo não preencha a descri-
ção profética tão acuradamente, foi sem dúvida outro sinal da bre-
ve volta do Salvador.
` `Houve momentos em que parecia como se um poderoso vento
tivesse apanhado as velhas estrelas, libertando-as de suas amarras
e varrendo-as através do firmamento .... Um feiü'àmeno muito im-
pressionante e muito assustador .... Mas a Cíência, que dissipa tan-
tos temores e prova tanta coisa aparente, üusória, e nada mais,
neste caso não o fez." -£o%dJ# rg.mees, 15 de novembro (quinta-
feira) de 1866.
0 dia escuro e a queda` das estrelas Íoram sinais notórios para
essa geração. Mas outras coisas-estão acontecendo nesta geração.
F`az poucos anos, a Ciência arremessou a humanidade para dentro
da era atômica. 0 poder do átomo conduziu um submarino por sob
a calota polar, e agora o homem se atirou para dentro do espaço
exterior. 0 fato de poder o homem agora viajar a aproximadamen-
te 32 mil quilômetros por hora, mais de 300 quilômetros acima da
superfície terrestre, tem qualquer significado para nós? 0 Senhor
virá precedido por sinais no céu e na Terra.

0 Céu Retirou-se Como um Livro

' lsto nãopois


férico, pode referir-se ao
a atmosfera ouCéu onde estáé também
firmamento Deus, mas ao céu atmos-
chamada "céu' '.
8i6/As Rwelações do A|]ocalipse

Ver Gên. 1:8. Quando da segunda vinda de Cristo, a atmosfera


passará e as montanhas e ilhas desaparecerão. Apoc. 6:14; 16:8-
20. Os que desprezaram Sua graça sairão em busca de abrigo, cla-
mando: ``Quem poderá subsistir?" Só subsistirão os que viveram
vida santificada pela verdade. Éfes. 6:11-17. Eles não terão medo.
Sal. 46. É significativo compreender que nossa geração se encon-
tra bem entre os versos 13 e 14. Os sinais no céu cumprem-se, e
nós podemos confiantemente aguardar a vinda de nosso Senhor.
Mas a graride pergunta é: Quem subsistirá?

Silêncio no Céu

A abertura do sétimo selo encontra-se no cap. 8, sendo o capítulo


7, na verdade, um capítulo parentético. Isto estudaremos mais tar-
de. Quando Jesus voltar.para Seu povo, cada anjo no Céu 0 acom-
panhará. S. Mat. 25:31. Os seres celestiais, cujas vozes são ouvi-
das emoscontínuo
•buscar louvor,
resgatados descerão
do Senhor. Nãocom o seu
admira queComandante- para
o Céu, o lugar de
habitação de Deus, fique silente com a ausência deles; a Terra é o
cenário tanto de vitória como de tragédia. Os justos e os ímpios es-
tão agora separados. Os que rejeitaram a graça de Deus serão in€a-
pazes de suportar a glória que acompanha o Salvador quando Este
voltar à Terra, e serão destruídos pelo resplendor de Sua vinda. 11
Tes. 2:8. Aqueles cujo coração é perfeito para com Ele serão mu-
dados num momento (1 Cor. 15:51 e 52) e então tomados para en-
contrar o Senhor nos ares (1 Tes. 4:16 e 17). Estas poderosas hos-
tes são "a nação justa que observa a verdade" (Isa. 26:2), os redi-
midos de todos os séculos. Eles ascendem juntos para a Cidade de
Deus. Estará o 1eitor entre eles?
0 vibrante hino abaixo (Ccz7¢Íc7¢. ¢o Se%Ãor, 147), pinta um qua-
dro vívido do poder e glória de nosso Senhor em Sua volta.

Coroai-O, Rei dos Reis .

Pis, que Chefe tão glorioso


E Jesus, o bom Senhor!
Que na luta foi invicto
Para ser o Salvador.
Os Cavaleiros do APocalipse/87

Coro:
Oh, coroai-O, uós, remidos;
Sim, coroai-O Rei dos reis!
Oh, coroai-O, vós, remidos;
Sim, coroai-O Rei dos reis!

Ele morto foi por todos,


Fez-Se um Salvador capaz!
Vinde todos, sim, coroai-O
Príncipe da nossa paz.

Eis, já se ouve grande aplauso;


Pois triunfa o bom Jesus!
Ele toma, já Seu reino,
Reino etemo lá na luz.
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'J+T+'.+

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) hl, ,iiSit.--y
Os Selados e o Grupo
lnumerável
Esta profecia é parentética. Ela se .encaixa na moldura com o propó-
sito de descrever acontecimentos que ocorrem entre os versos 13 e
14 do capítulo 6, justo antes da volta de nosso Senhor em glória.
Quando os ímpios, os que rejeitaram a salvação, vêem os catastró-
ficos eventos mostrados sob o sexto selo, clamam em angústia de
alma: "Quem poderá subsistir?" Apoc. 6: 17. Mas tz/g%% subsisti-
rão: são os justos que se prepararam para encontrar o Senhor. Em
confiança, olham para o radiante céu pleno de hostes angélicas, e
em louvor exclamam: ` `Eis que este é o nosso Deus, a quem aguar-
dãvamos, e Ele nos salvará". Isa. 25:9. Este é o clímax do§ sé-
culos. E os que esperam viver para testemunhar o glorioso apare-
cimento do Salvador precisarão preparar de modo especial o cora-
Ção e a vida.

Apocalipse 7
A#/.os Sbgwrtzm os QbúúzJro Vé%Íos. Apoc. 7:1. Aqui estã um quadro
de divina interposição. Bstando os juízos de Deus prestes a cair, o
Senhor revela que uma mão restringidora estã sobre os problema§
dos homens. Não fora isto, e a civilização se destruiria a si mesma.
Por "quatro ventos" subentendem-se os quatro pontos car-
deai§. Jer. 49:36. Ventos §imbolizam guerras, conflitos ou como-
ções. Dan. 7:2; Jer. 25:31-34; 51:1, 2 e 11. Aos poder® do mal, entre-
90/As Reuelações do APocalipse

tanto, não se permite façam sua obra de morte até que o povo de
Deus tenha sido selado para o Seu reino. Um selo é figurativo de
propriedade e proteção. No exato tempo em que todo o mundo se
está desviando de Deus, há os fiéis sobre quem o Senhor pode co-
1ocar o Seu selo.
0 Amjo que Sub`ia "da Bamdo; do Sol Nascente". A pçiLÍNra "a;n-
jo", usada simbolicamente no Apocalipse, significa ` `mensageiro"
ou "mensagem''. Este anjo ou mensagem conduz o selo do Deus
vivo. Algumas versões dizem: ``subiu da banda `do oriente'', mas a
anterior é uma versão mais fiel. Parece que a ênfase é posta na m¢-
%e¢./tz, antes que na /oc¢/g.zúJÇÜ~o. Assim como o Sol surge com seus
raios, de início oblíquos e comparativamente fracos, mas aumenta
em força e glória até alcançar o zênite, também a obra deste anjo
ou mensagem move-se com crescente influência até que alcança
sua força e poder no final, sendo todo ser terreno iluminado ``com
a sua glória". Apoc. 18:1.
Em visão, o profeta contempla o panorama. Ele vê anjos de
Deus contendo as forças da destruição. Ao mesmo tempo, anjos
maus estão instigando conflitos entre as nações de todo o mundo,
conduzindo-as para a ``batalha do grande dia do Deus Todo-
poderoso''. Apoc.16:13 e 14. Todavia, não se permitirá que esses
poderes das trevas levem a cabo sua obra antes que Deus haja ter-
minado o Seu trabalho.

0 Selamento
``Este ato de selamento com o sinete de Deus é equivalente a uma
declaração de que esses, os que são selados, pertencem a Deus, e
são como tais, distinguidos de outros que não Lhe pertencem,
sendo-1hes assegurado, àqueles, Sua proteção contra todo mal. " -
Chr. Wordsworth, Lecf%res o% fÃe APoczz/jpse. Citado por J. A.
Seiss em 7lÃe A4oc#Íjpse, vol. 1, págs. 423 e 424.
Paulo diz: ``0 fundamento de Deus fica firme, Íe#do czsJe se/o.. 0
Senhor conhece os que são Seus." 11 Tim. 2:19. Deus está cons-
truindo um nobre castelo, ou casa espiritual, e Seu povo são pe-
dras vivas que formam essa casa, levando, cada uma dessas pe-
dras, o selo de propriedade. I S. Pedro 2:5. Entre as ruínas da anti-
ga Babilõnia, encontram-se tijolos estampados com o nome do
construtor, o rei Nabucodonosor. Assim nós, pela graça de Deus,
Os Selados e o GruDo lnumeráuell91

somos pedras na casa de Deus, e levamos o Seu nome ou a marca


de Sua propriedade.
"Este selamento garante a segurança dos selados quando o jul-
gamento do grande dia alcançar as nações." -J. A. Seiss, /oc. cG.f.
0 propósito de um selo: "0 selo é usado para tornar válido ou
autêntico qualquer ato ou lei que uma pessoa ou autoridade possa
promulgar. Encont:ramos nas Escrituras freqüentes exemplos dis-
to. Em I Reis 21:8, lemos que Jezabel `escreveu cartas em nome de
Acabe, e selou-as com o seu selo'. Essas cartas adquiriram então
toda a autoridade do rei Acabe. Lemos também em Ester 3:12:
`Em nome do rei Assuero foi ela escrita, e selada com o anel do
rei.' E ainda em Ester 8:8: `A escritura que se escreve em nome
do rei: e se sela com o anel do rei, não é bara revogaf'." -Urias
Smjilh, The ProDhecies of Damiel and the Revelation, pãg. 455.
Por intemédio do proíeta lsaías, o Senhor diz-: ``Sela a lei entre
os Meus discípulos". Isa. 8:16. Quando uma lei é incluída nos li-
vros de estatutos de uma terra, é tomada válida mediante a aposi-
ção do selo do governante. E é a lei de Deus que é selada no cora-
ção e mente de Seu povo. A lei de Deus Íoi escrita no coração de
Cristo (Sal. 40:8), e uma bênção do Novo Concerto, é: ``Porei a Mi-
nha lei em seu coração, e a escreverei em seu entendimento."
Heb. 8:10. Somente em tendo a lei escrita em seu coração, pode o
homem vencer o pecado, o qual é a ``transgressão da lei". I S. João

EEmHLHL=fflEEEHmEHgE[]EjEEmmj„Ej]jjHHj[jHfflj]jjjí=HHjjm=Hu[EHj]
estava sendo removido um projétil. Ao sondar o cirurgião com o
bisturi a região, na tentativa de encontrar a bala (não havia nesse
tempo raios X nem anestésico), o paciente ergueu-se no leito e dis-
se: "Sonde um pouco mais fundo, doutor, e encontrará a imagem
do imperador." Reflete nosso coração, na verdade, a imagem de
nosso Mestre?
0 selo de um govemante terá necessariamente de conter três
coisas: (1) o nome do governante, (2) seu cargo, (3) o território so-
bre o qual tem o seu domínio. Exemplo: Jorge VI, rei da lnglater-
ra; Guilherme 11, imperador da Alemanha, etc. Por analogia, pode-
mos encontrar na lei de Deus o Seu %o77oe, o Seu cü!#go e o íe77'z.úóri.o
sobre o qual Ele domina. Todos esses atributos são encontrados
num único mandamento -o quarto.icinco, dos Dez Mandamen-
' 92/As Revelações do ADocahpse

tos, mencionam o Senhor, mas quatro dentre os cinco não 0 identi-


ficam. Somente o quarto mandamento revela a Sua identidade e
Sua relação para conosco como nosso Criador. Notai esta senten-
ça: "Em seis dias/ez o Se%&or o ce'% e ¢ re77ifl!, o mar e tudo que ne-
les há." Êxo. 20:8-11. Aqui Deus Se declara (1) o Sé%br -Jeová,
ou Aquele que existe por Si mesmo; (2) o C7áado/ - Ele fez; (3) o
U%3.Üe?'so - Seu Íe7?`z.ÍÓ'#.o - céu, Terra, mai., etc. Como Criador,
Ele tem autoridade para dar ordens a Suas criatuas, e no quarto

Ef:#l::áâoE::,oer:eàai:c:=amnbdT=t:ndt:á'Laeddoásá:faaqs::uDae:s=::
=:ecària:àra.mNeãnot:dd:ir=àuoe:sige¥aã?ÊeoD:::c:ddoo:oEeezm#nqduae-
mentos que os homens são inclinados a esquecer. E mais, este
mandamento do sábado é atacado de fora e de dentro da igreja.
Em todos os séculos o inimigo de Deus tem procurado desviar
do Criador a mente dos homens, mas em nossa geração os seus
ataques são mais §utis. Por meio da teoria da evolução, milhões
têm sido levados a descrer de toda a história da criação. Ao assim
procederem, estão na verdade rejeitando a Deus como Criador, co-
mo também como Redentor, pois somente o poder criador nos po-
de redimir. Foi o próprio Criador que Se tomou homem para ppder
redimir-nos com o Seu sangue. Somente quando Ele cria em nós
um coração novo e em nós renova um espírito reto (Sal. 51:10), po-
demos tornar-nos cidadãos de Seu reino. Mas isto é de modo defi-
nido uma obra de criação, como quando Ele trouxe os mundos à
existência por Sua palavra. A mensagem especial de Deus para es-
te tempo, a mensagem do evangelho etemo que anuncia haver
chegado a hora do Seu juízo, também chama os homens para que
adorem "Aquele que fez o Céu, e a Terra, e o mff, e as fontes das
águas". Apoc. 14:7. Este é um chamado para completa obediên-
cia, e no coração dos que o atendem Deus escreve a Sua lei, na
qual está o Seu selo ou Seu.nome. Os ímpio§, por contraste, têm o
nome ou sinal da besta escrito em suas testas (smbolo da mente)
ou em suas mãos (shbolo de serviço). Apoc. 13:16. Mas o selo de
Deus, ou o "nome do Pai", só se encontra nas testas dos selados.
Apoc.14:1; 22:4. Ele não é recebido na mão, porque a mão é sh-
bolo de serviço, de obras, e estas jamais podem ser uma qualifica-
ção para o recebimento deste selo. Somente pela graça podemos
torrLar-nos perfeitos.
Os Selados e o G"Íw hui!nerávell93

Dois Grandes Movimentos Mundiais


Com o alvorecer do século dezenove, surgiram dois grandes movi-
mentos: (1) a propaganda missionária de âmbito mundial (Ap«.
14:6 e 7; S. Mat. 24:14); (2) a propaganda ateística também de âm-
bito mundial al S. Pedro 3:3-6). Esses dois movimentcs são diame-
tralmente opostos. 0. evangelho de Cristo é a base do primeiro; a
teoria da evolução a base do segundo. Esta teoria não é nova. Foi
ensinada há mais de dois mil anos atrás. Tomou-se o Íundamento
da filosofia grega, embora não fosse'üniversalmente crida. Hoje,
entretanto, ela invadiu todo campo' da educação e do pensamento
humano. Pretende explicar a vida e o Universo a partri da poeira
cósmica para a mente humana. A educação está hoje permeada
com esta ``filosofia" e ``vãs subtilezas" - esta "falsamente cha-
mada ciência". Col. 2:8; I Tim. 6:20. Na especulação da idade das
rochas muitos têm perdido a Rocha dos Séculos.
Isto é muito mais, porém, do que simplesmente um problema
educaci,onal; é um desa£io à religião. A modema filosofia tem afe-
tado tremendamente o discemimento físico, mental e espiritual do
homem. Foi a tola tentativa de desenvolver a assim chamada su-
per-raça que lançou as nações na Segunda Guerra Mundial. Diz-§e
que cada oficial do exército nazista levava um exemplar da filoso-
fia de Nietzsche; o exército aliado levava o Novo Testamento.

A Evolução não é Comprovada Pela Ciência


A Geologia não confirma a teoria evolucionista. 0 próprio Her-
bert Spencer, apóstolo desta filosofia, declara: "Não se pode con-
cluir com qualquer certeza que informações em que se encontram
resíduos orgânicos similares sejam de origem contemporânea.
Nem se pode concluir seguramente que estratos contendo diferen-
tes resíduos orgânicos sejam de idades diferentes." -Citado de
sen fímosio ensaio, Illogico;l Geology in lllwtrctiions of Universal
Prog7iess, pág. 340.
Jesus disse: "Porventura quando o Filho do homem vier, en-
contrará fé na Terra?" S. Lucas 18:8. Ele terá um povo fiel e obe-
diente aguardando a Sua volta. João viu os servos de Deus sendo
reunidos de todas as nações, tribos, línguas e povos, e exclamou
com júbilo: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que
94/As Reuelações do AÍ)ocalií)se

guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." Apoc. 14:12.


Ter a fé de Jesus significa ter Sua permanente presença em nossa
vida diária. Aqui está um povo salvo pela graça de Jesus, vivendo
pela fé de Jesus e vitorioso pelo poder de Jesus.

0 Grupo dos Selados


Os redimidos do Senhor são uma multidão incontável, mas entre
eles há um grupo especial, designado como ``os 144.000". Este nú-
mero é significativo. Doze é o número do reino de Deus. No antigo
lsrael havia 12 tribos; 12 varas; 12 pedras reunidas do Jordão; 12
pedras no peitoral do sumo sacerdote, etc. No Novo Testamento
há 12 apóstolos. Seus nomes estão gravados nos 12 fundamentos
do muro da Nova Jerusalém. Os nomes das 12 tribos estão inscri-
tos nas 12 portas da cidade. 0 número 12 é mencionado sete vezes
no Apocalipse. A circunferência da cidade é de 12 mil estádios.
Ora, o quadrado de 12, multiplicado por mil, dá 144.000. Este
grupo é mencionado de novo no cap. 14:1. Nesses capítulos,
encontram-se muitas passagens metafóricas, e podemos correr o
risco de perder de vista a beleza deste símbolo por insistir em tor-
nar estritamente literal o número. Este número significa plenitu-
de, totalidade. E. W. Bullinger declara: ``Este número se encontra
em tudo que tem que ver com govemo. 0 Sol que `governa' o dia, e
a Lua e as estrelas que `govemam' a noite, fazem-no por sua passa-
gem pelos cJoze signos do Zodíaco, o qual completa o seu círculo do
céu de 360 (12 x 30) graus ou divisões, e assim govemam o ano."
-Number in Scripture, pãg. Z52.

Quem São os Selados?


A palavra Js/tze/ significa "aquele que luta com Deus", e designa
um vencedor. Ver Sal. 73:1. Jacó recebeu o nome "Israel" depois
de haver lutado com o anjo. Deus disse: "Como príncipe batalhas-
te com Deus e com os homens, e prevaleceste." Gên. 32:28. So-
mente os que vencem são o verdadeiro lsrael de Deus. Rom. 2:28 e
29; 9:6; Gál. 3:29; 6:15 e 16.
Essas tribos não podem ser tribos literais de Jacó, porque duas
das tribos originais, Efraim e Dã, nem mesmo são mencionadas.
Ambas foram líderes na idolatria. A tribo de Efraim era orgulhosa
Os Selados e o Gru|)o lnumerávelR5

e arrogante, enquanto Dã foi ``serpente junto ao caminho". Gên.


49:17. Orgulho, crítica e idolatria não terão lugar no reino de Deus.
Unicamente os que foram vitoriosos sobre o pecado iecebem
o selo de Deus. Apoc. 7:2-4. São os vencedores da besta e da sua
imagem. Apoc. 15:2. São as primícias - primícias em qualidade
entre os redimidos. Apoc. 14:3, 6. Permanecem com o Cordeiro
sobre o Monte de Sião celestial. Verso 1. Cantam um cântico que
ninguém pode aprender. Verso 3. São irrepreensíveis e incontami-
nados diante do trono. Verso 5. Seguem o Cordeiro para onde quer
que Ele vá. Verso 4.

A Multidão lnumerável. Apoc. 7:9-17


A expressão ` `depois destas coisas" aplica-se naturalmente a uma
cena que se segue ao selamento do grupo especial. 0 profeta viu
` `uma grande multidão, que ninguém podia contar' ', reunida de to-
das as nações. Embora isto pareça indicar um grupo diferente dos
144.000, estes podem muito bem estar incluídos na grande multi-
dão, pois este grupo incontável veio ``de grande tribulação". Da-
niel fala de ``um tempo de angústia como nunca houve", durante o
qual o povo de Deus se'rá preservado. 0 tempo de angústia cairá
sobre o mundo despreparado ao terminar Cristo Sua obra de inter-
cessão e juízo.
``Deixando Ele [Cristo] o santuário, as trevas cobrem os habi-
tantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem viver à
vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição
que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo so-
bre os qué finalmente se encontram impenitentes. Terminou a lon-
ganimidade de Deus: 0 mundo rejeitou a Sua misericórdia, despre-
zou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os ímpios passaram os limites de
seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resisti-
do, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm
proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitan-
tes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos
de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, fi-
carão às soltas todos os elementos de contenda. 0 mundo inteiro
se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jeru-
salém na antiguidade." -0 G7itz7zdG Co7z#¢.Ío, pág. 620.
` `Nunca mais terão fome. " Naturalmente esses passaram pelas
96lAs Revelações do APocaliDse

sete últimas pragas e conheceram o que é ter fome e sede e experi-


mentaram o desconforto do Sol quando caustica os hpios. Apm.
16:8. Mas durante todas essas pragas é convulsões da Natureza,
eles foram protegidos. Agora estão para além da necessidade de
proteção, e, envergando as vestes de vencedores, eles "seguem o
Cordeiro pam onde quer que Ele vá". Apoc. 14:4; 7:17.
Quando a divina obra de sàlvação estiver teminada, que mara-
vilhoso te§témunho ela dará do amor e graça de Deus! Mesmo ago-
ra, espalhados entre todos os povos, há os que estão procurando
servir a Deus. Estão vivendo segundo a luz que possuem, e embo-
ra estejam em meio a trevas, o Senhor os conhece, e na grande cri-
se que virá breve, eles permanecerão firmes pelo Deus vivo e Sua
verdade.
"Entre os habitantes do mundo, espalhados por toda a Terra,
há os que não têm dobrado os joelhos a Baal. Como as estrelas do

::#gààpê:eí:Teàenno:eésecsiíàãfi;éã::;h.¥ãNoaqE£::àsgt;,e:::
terras católicas da Europa e da América do Sul, na China, na lndia,
nas ilhas do mar e em todos os escuros recantos da Terra, Z)e:oÁs
tem em reserua um ftrmamento de escolhidos que bri"arão em "ei\o
às trevas, revelando claramente a um mundo apóstata o poder
transformador da obediência a Sua lei .... Quanto mais escura a
noite, com maior brilho eles refulgirão.
` `Que estranha obra Elias teria feito numerando lsrael, quando
os juízos de Deus estavam caindo sobre o povo apostatado! Ele po-
dia contar somente um do lado do Senhor .... A palavra do Senhor
o surpreendeu: `F`iz ficar em lsrael sete mil: todos os joelhos que se
não dobraram a Baal'." -P7o/efm e Róás, pág. 189.
Elias sentia-se afligido em virtude das condições espirituais de
seu tempo. Parecia que ele era o único que fora deixado e estava
servindo a Jeová. Mas Deus declarou que as coisas eram sete mil
vezes memores do que ele pensava. Deus tem muitos filhos espalha-
dos ao redor do mundo. São encontrados em todas as igrejas e até
mesmo fora das igrejas. Sua mensagem de selamento está indo Pe-
pressa a todas as terras, reunindo aqueles cujo coração é perfeito
para com Ele. Envergando vestes brancas, ataviados com a justiça
de Cristo, aí estão afinal como uma hoste vitoriosa, salva pela gra-
ça divina. Destes, lemos: "Nunca mais terão fome, nunca mais te-
rão sede .... Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apas-
Os Selados e o Grupo lnumerávell97

centará, e lhes servirá de guia para as fontes .das águas da vida; e


Deus limpará de seus olhos toda a lágrima." Apcx:. 7:16 e 17.
Cada um de nós pode estar entre eles. 0 chamado é tão amplo
quanto o próprio mundo. ``Quem quiser" pode vir. Apoc. 22:17.
0 Des£ilar de
Conquistas e Derrotas
ao Longo da História
Havendo testemunhado algumas das sucessivas cenas relaciona-
das com o clímax da História, o proíeta, de súbito, como que se de-
tém, e fala de um silêncio estranho e solene, como uma calmaria
após a tormenta, ou como uma grande tensão antes de serem os
exércitos lançados em batalha. Que significa este silêncio? Que di-
zer sobre o anjo que oferece incenso sobre o altar de ouro diante do
trono? A resposta nós encont:ramos nos serviços típicos do sacer-
dócio no antigo lsrael.
Pudéssemos ser transportados de volta ao santuãrio mosaico e
veríamos o oferecimento do sacrifício diário por parte dos sacerdo-
tes. Cada dia um deles tira fogo do altar, coloca no incensário, e o
incenso é queimado. A fragrância do incenso, dispersando-se pelo
campo, é na realidade um chamado para oração. Mas num dia es-
pecial do ano - o grande Dia da Expiação - a cerimônia é realiza-
da pelo sumo sacerdote somente. Enquanto ele está-oferecendo o
ii-enso sobre o altar, a congregação do lado de fora do santuário
está empenhada em solene exame do próprio coração. 0 sumo sa-
cerdote enche então o incensário, e depois de oferecer ``muito in-
censo' ', entra solenemente no lugar santíssimo e, detendo-se dian-
te da arca sagrada em cujo interior estão os Dez Mandamentos, ele
borrifa sete vezes o propiciatório com àangue, num cerimonial de
L00/As Rewlações do APocalipse

purificação. Neste importante dia, Moisés dissera, toda a congre-


gação, e o próprio santuário, precisam ser purificados "de todos os
vossos pecados perante o Senhor". Lev. 16:30.
Este Dia de Expiação era também conhecido como dia de juízo,
ou julgamento, porque nesse dia todos os pecados coníessados de
lsrael eram cerimonialmente removidos. Para completar os servi-
Ços cerimoniais do dia, o bode emissário, carregado com os peca-
dos e agindo como veículo de sua remoção, era conduzido ao de-
serto. Vários notáveis estudiosos e eminentes comentaristas bibli-
cos têm chamado a atenção para a semelhança de expressão neste
antigo cerimonial e a descrição aqui em Apoc. 8:1-5. Sir lsaac
Newton, para sÓ mencionar um, diz que esses acontecimento§ não
pertenciam ao tempo em que João escreveu, mas são uma profecia
referente aos dias £inais da história da humanidade. Com ele con-
cordamos calorosamente, pois os serviços do ritual mosaico eram
apenas uma sombra de um serviço maior, 1evado a cabo pQr Cristo,
nosso antitípico Sumo Sacerdote, num maior santuário, não na
Terra, mas no Céu.
No antigo lsrael, o ano religioso começava com a £esta cerimo-
nial da Páscoa e a oferta do molho movido, e a festa dos Primeiros
Frutos, ou Pentecostes. Essas cerimônias tipificavam a morte de
nosso Senhor, Sua ressurreição, e o derramamento do Espírito
Santo. No outono, vinha a Festa das Trombetas, o Dia da Expia-
ção, a Festa dos Tabemáculos e, a cada cinqüenta anos, o jubileu.
Esses acontecimentos figurativos relacionavam-se com o clímax
do ministério de nosso Sumo Sacerdote, Cristo, e Sua volta em gló-
ria. 0 lria da Expiação no antigo lsrael era de signi£icação espe-
cial, pois representava o julgamento ou juízo pré-advento, quando
os casos de todos os homens seriam decididos por toda a etemida-
de. Ver pág. 67.
À luz do estudo de proíecias correlatas, estamos seguros de
que vivemos agora no dia antitípico da expiação, ou dia do juízo. A
atitude do antigo povo de Deus, que examinava a própria alma e
confessava os seus pecado§, deve ser a atitude do p®vo de Deus
hoje. Se o típico Dia d€ Expiação ou de juíz® era importante para
eles, quanto mais não o é o dia antitipico de juízo para nós? En-
quanto o sumo sacerdote estivesse no riterior do smtuário antigD,
realizando sua obra de interc£ssão, havria ®port`midade de po-
rem sua vida em harmmia c®m Dmis. Quand®, porém, o saimo sa-
0 Desftlar de Conquistas e DerroÊas ao l.ongo da História/+01

cerdote deixava o santuário, era demasiado tarde para isto; nenhu


ma oportunidade mais para confissão dos pecados. Os que recusa-
vam confessar os seus pecados eram banidos da congregação.
Aprendemos muito desta tipologia, pois Jesus Cristo, nosso Su-
mo Sacerdote celestial, está ainda fazendo intercessão por nós no
santuário celestial. Quão maravilhoso é saber que Ele pode compa-
decer-Se de nós e compreender os sentimentos de nossa condição.
Não é surdo nem indiferente. Nossas orações sobem perante Ele
como incenso suave, e Ele Se deleita em tomar nosso pobre louvor
e petições e misturá-los com Sua imaculada justiça, para que se-
jam aceitos no trono da graça.
Não importa quais as condições de nosso mundo - guerras, ca-
1amidades, declínio espiritual -o filho de Deus pode ainda manter
associação com Ele mediante oração. 0 grande juízo pré-advento,
em que nosso Senhor é a um tempo Advogado e Juiz, está agora
em sessão. Mas logo se encerrará, e do mesmo modo que o sumo
sacerdote deixava o santuãrio terrestre no juízo típico, no Dia da
Expiação, nosso grande Sumo Sacerdote deste dia antitípico con-
cluirá Sua obra de riinistração. Então, congregando todos os anjos
da glória, Ele descerá pelos céus em chama como Rei dos reis e Se-
nhor dos senhores. Todas estas grandes verdades estão implícitas
na descrição do apóstolo nos primeiros cinco versos do capítulo 8.
Na verdade, elas pertencem à profecia precedente. A divisão da
Biblia em capítulos e versos visou ajudar o leitor na localização de
referências, e foi obra de eruditos posteriores. As divisões, portan-
to, não são parte do eécrito inspirado, e algumas vezes ocorrem em
lugares inadequados. Este é um dos casos, pois é evidente que es-
ses versos de abertura pertencem ao capítulo anterior.
Agora, chegamos à grande profecia das sete trombetas, uma
das mais cativantes partes da Palavra de Deus. Ela desdobra a
História em seu aspeçto militar, revelando os grandes movimentos
internacionais que de modo tão definido afetaram a igreja e seu
testemunho por Cristo. Como outras profecias, ela atinge o clímax
com a vinda de nosso Senhor em glória, pois, com o soar da sétima
e última trombeta, o mundo e os seus negócios chegam ao fim.
Apoc. 11:15. Esta profecia confirmou a mensagem do advento.
0 lmpério Romano dominava, quando este grande panorama
foi descortinado ao apóstolo João. 0 domínio romano era autocráti-
co e, por vezes, brutalmente cruel e injusto. Contudo, bastante es-
LOZ/As Revelações do ADocaliíJse

tranho embora, os cristãos desse tempo estavam orando para que


continuasse, pois à luz dos escritos de Daniel e também de Paulo,
eles compreendiam que o colapso do lmpério Romano marcaria o
tempo para o aparecimento do terrível anticristo. Mas Roma era
tão corrupta que seria impossível pudesse ela continuar. Como os
impérios que a precederam, ela afinal caiu, e viu-se relegada ao
montão de lixo da História. Qualquer nação que desafia a Deus e
se corrompe, e ao seu próprio povo, está condenada. A subseqüen-
te divisão de Roma foi claramente profetizada por Deus. Os símbo-
los proféticos das sete trombetas mostram como o império se esfa-
celou.

Significado da Primeira Trombeta. Apoc. 8:7


Antigamente a trombeta era usada para convocar grandes reu-
niões, como em lsrael (Lev. 23:24), ou para alertar da aproximação
de perigo ou guerra. Assim, a profecia das sete trombetas desdo-
bra sete grandes advertências: as primeiras quatro falam do colap-
so do J%¢érz.o Ro7)o¢%o do Ocg.de%Íe,. as duas seguintes, da ruína do
Jmpe'7z.o j?07íe¢%o Ori.e%ítz/,. e a sétima, ou última, revela o colapso de
fodo goc;e7%o Ã%m¢%o, quando o reino de etema paz será introduzi-
do.
0 primeiro grande juízo que caiu sobre Roma Ocidental veio de
Alarico, um homem que havia sido oficial do exército romano. Ele
se uniu aos poderosos povos gemânicos e levou a cabo a primeira
invasão de Roma. A morte de Teodósio, o imperador romano,
ocorreu em janeiro de 395 A.D.; e antes do fim do invemo os go-
dos, sob o comando de Alarico, estavam em pé de guerra. Depois
de vários anos de devastação do lmpério Ocidental, eles cruzaram
o Danúbio e desceram dos Alpes como granizo, ou saraiva, assim
correspondendo à descrição apocalíptica. A cidade de Roma caiu
em mãos deste invasor rapinante em 410 A.D. 0 toque desta pri-
meira trombeta, que sacudiu o império em seus fundamentos, foi
representado por ``saraiva" e "fogo" e "sangue"; uma dramática
descrição do terrível morticínio que se seguiu à invasão pelos go-
dos. Durante seis dias os exércitos de Alarico pilharam os palá-
cios, levando ouro e prata, mobiliários e estatuaria sem conta.
ApÓs pilharem a cidade, Alarico dirigiu-se para o sul da ltália, sen-
do mais tarde sepultado, com muitos dos seus tesouros, nas pro-
0 Desfihr de Conquistas e Derrotas o;o Ilongo díi HistórialL03

fundezas de um rio. Os escravos que o sepultaram foram também


mortos, para que não se conhecesse o lugar secreto de seu sepulta-
mento.

Soa a Segunda Trombeta. Apoc. 8:8, 9


Esta segunda trombeta descreve` uma guerra marítima. Era como
se uma coisa semelhante a "um grande monte ardendo em £ogo"
tivesse sido lançada no mar. Os vândalos invadiram Roma vindos
da África através do Mediterrâneo. Seu ambicioso líder não conhe-
cia escrúpulos. Uma vez nas águas do Mediterrâneo, Genserico
voltou suas vistas para Roma. Em 455 ele navegou para a emboca-
dura do Tibre, pilhou a cidade, e levoü prisioneiros milhares de ci-
dadãos, inclusive o imperador e duas filhas. "Vandalismo" é uma
palavra constante em nosso vocabulário hoje, e traz em si todas es-
sas implicações. A armada de Roma, 1.300 navios, sobrepujava
em muito a dos invasores. Assim, os romanos entraram na batalha
com alguma certeza de vitória. Mas o esperto almirante dos vân-
dalos, sob as trevas da noite, reuniu alguns navios carregados com
combustível, e rebocou-os para o meio dos navios da armada roma-
na, incendiando e destruindo nessa noite mais de 1.100 navios.
Quão acuado e descritivo o relato divino!

0 Toque da Terceira Trombeta. Apoc. 8:10,11

âánuvàsaã:osceh¥:nàenrveé:sddamp:nftt::àsmiFià:sà.Ame.stsreeáàguÁt#aii:::;
-,
àoçsõ:::,9:àaErlaemnãosànbvvaedi:rRoo.¥a;épr::?Í:iTaeenrtae|=apsasguaaosvçâ::::
só e destemido. Seus homens abriam cicatrizes nas faces para au-
mentar sua aparência de terror. Cada homem montava um cavalo
e conduzia três. A estrela, chamada "absinto' ' , denota as amargas
conseqüências dos ataques de Átila. Toda a extensão da Europa,

g:X:il|ga?à:eD:nsibio:sfàioins:a.qnitdiià|ãv:uap#,g:::oà:ds:::?,s.hDo:g|::
cando-se como um meteoro em brasa, este astuto e ousado líder
vangloriava-se de que a relva jamais vpltava a crescer por onde
passavam os pés do seu cavalo. Em acréscimo a suas devastações,
104lAS Revehções do ASocaliDse

ele compeliu Roma a pagar uma grande indenização. A palavra


` `Huno" na atualidade é sinônimo de saque e destruição. A podero-
sa estrutura de Roma havia sido sacudida, e ela já estava em esta-
do de colapso; mas calamidade ainda maior estava para sobrevir ao
corrupto império.
Caso nos interroguemos por que tal devastação foi permitida, o
profeta nos diz que ``os outros homens que não foram mortos por
estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos''.
Apoc. 9:20. Pecados de âmbito nacional atraem calamidade de ex-
tensão nacional.

Soa a Quarta Trombeta. Apoc. 8: 12

Quando o quarto anjo fez soar a sua trombeta, o sol, a lua e as es-
trelas foram feridos. Imperadores fantoches, um após outro, surgi-
ram, até que afinal Rômulo Augústulo, não mais que u.m meni-
no, recebeu a púrpura romana. No ano 476 0doacro, chefe de uma
tribo bárbara, remanescente de Átila, declarou que o nome e a Íun-
ção de imperador romano deviam ser abolidos. 0 senado curvou-se
em submissão, e assim Rômulo Augústulo, o último dos gover-
nantes romanos, foi destronado. Assim o sol do império havia-se
posto. A lua e as estrelas - os cônsules e o Senado - subsistiram
um pouco mais, mas antes que transcorresse outra metade de sé-
culo, também foram extintos. As guerras bárbaras foram terríveis ,
mas a destruição de Roma foi apenas a colheita do que ela própria
semeara. 0 império ruiu como havia surgido: pela conquista. Era o
início de uiria noite vazia, denominada pelos historiadores como
ldade EScura.
Roma Ocidental havia entrado em colapso. ``Ai, Ai, Ai'', cla-
mou o anjo, .porque havia ainda três trombetas para serem toca-
das.

0 Toque da Quinta Trombeta. Apoc. 9:1-11

ã:=beçsif%t.alstpoodp:náo.á=Ldêintt%sastB,Sbo|?aamqÉnÉaep¥oxf:
cia mais descritiva. 0 soar da quinta trombeta cumpriu-se no sur-
gimento e desenvolvimentó dos árabes. A Arábia tem sido chama-
0 Desftkw de Coii!iquistas e Derrotas ao ljongo da História/105

da "o poço do abismo", por causa dos seus desertos e áreas vazias.
Foi aqui que o maometismo surgiu e se espalhou como "fumo".
Esta fé fálsa e fanática ameaçou obscurecer de uma vez a luz do
evangelho. A invasão dm sarmcems nã® podria ser de©criti em
linguagem mais adequada do que o £oi aqtri. Como uma nuvem de
gafanhotos saídos do poço, o maometismo se espalhou. A "estre-
la", a quem foi dada a chave, descreve bem o profeta Maomé.
Mas, embora fanáticos, não foram rapinantes como os conquista-
dores de Roma Ocidental.
Quando as tribos árabes se reuniram para a conquista da Síria,
em 632 A.D., o tio de Maomé, Abu Beker, que sucedeu o profeta
depois da morte deste, deu a seguinte ordem, que se ajusta com
precisão à profecia bil)lica: ` `Quando travardes as batalhas do Se-
nhor, portai-vos como homens, sem recuar; não seja, porém, ne-
nhuma de vossas vitórias, manchada com o sangue de mulheres e
crianças. Não destruais palmeiras, nem queimeis os campos de ce-
reais. Não derribeis árvores fmtíferas nem façais qualquer dano ao
gado, além do que necessitais para comer [Ler Apoc. 9:4]. Quando
qualquer de vÓs cobiçar um artigo, lute por ele, e sede tão bons
quanto vossa palàvra. Ao prosseg}iirdes, encontrareis algumas
pessoas religiosas que vivem retiradas em mosteiros, e deste modo
se propõem servir a Deus: deixai-as em paz; não as mateis nem
lhes destruais os mosteiros. E encontrareis outras pessoas que
pertencem à sinagoga de Satanás, as quais têm a cabeça tonsura-
da; estai certos de lhes abrirdes o crânio, e não lhes deis quartel,
até que se tomem maometanos ou paguem tributo." -E. Gibbon,
The History of the Dechne omd Fall of the Ro'iinan EmDire, c;aip. &1,
parág. 10.
Notai a acurada descrição desses conquistadores em Apoc. 9:7-
9. ` `eb^ eeü-fuB€oa eram egqagkqâcffEtffiüe homm§ " (Usavam barba).
``Tinham cabelos como cabelos de mulheres" (Cabelos longos).
Em suas cabeças havia "coroas semelhantes ao ouro" (Referência
aos turbantes brilhantes que usavam). ``Seus dentes eram como
dentes de leões" (Guerreiros destemidos). A semelhança dos gafa-
nhotos era como de "cavalos aparelhados para a guerra" (Os cava-
los ãrabes são ainda sinônimo de qualidade entre os entendidos).
Quão exata é a Palavra de Deus! Eles deveriam ferir os homens
"por cinco meses" Verso 10. Por centenas de anos, as tribos mao-
metanas e tártaras foram divididas em bandos sob líderes distin-
106/As Revelações do ADocalií)se

tos, com pouca ou nenhuma organização. Próximo ao fim do sécu-


1o treze, Otman fundou um govemo que desde então tem sido co-
nhecido como o lmpério Otomano. Este se desenvolveu até que se
estendeu sobre todas as principais tribos maometanas, consolidan-
do-as numa monarquia.
``Eles tiveram um rei ..., cujo nome em hebraico é AÕ¢ddo%,
mas na língua grega, 44o//yo% ". Esses dois nomes denotam o cará-
ter do povo. AÕ¢ddo# significa ``o destruidor", e 4j>oJíyo%, ` `aquele
que extemina".
Os cinco meses são um importante periodo profético que esta-
belece a cronologia profética de modo maravilhoso. Reconhecendo
o bem provado princípio em cronologia profética, de que um dia
representa um ano, temos o seguinte: 5 meses de 30 dias cada, se-
riam 150 dias. Mas reconhecendo um dia como um ano (Núm.
14:34; Eze. 4:6), este período de 150 dias proféticos toma-se de
150 anos literais, tempo em que o lmpério Otomano atomeritaria
e destruiria os homens. 0 historiador E. Gibbon, diz: ``Foi a 27 de
julho, no ano 299 da Era Cristã, que Otman invadiu primeiro o ter-
ritório da Nicomédía; e a singular exatidão das datas parece indi-
car alguma previsão do rápido e destrutivo crescimento do mons-
tro." - QP. cGt., cap. 64, parág. 14.
Partindo, portanto, dessa data, contamos 150 anos, e isto nos
leva a 1449 A.D. Durante esses 150 anos o lmpério Otomano em-
penhou-se em quase contínua guerra contra o lmpério Grego [Im-
pério Romano Oriental]. Ele não o conquistou antes de 1449 A.D.,
quando o último dos imperadores gregos, Constantino, assumiu o
trono, mas somente depois de obter permissão do sultão do lmpé-
rio Otomano! - palpável cumprimento da profecia segundo a qual
eles deviam ferir os homens por cinco meses, ou 150 anos. Seu
crescente poder agora capacitá-los-ia a "matar" sob a bróxima
trombeta, o que fizeram até seu declírio.

0 Soar da Sexta Trombeta. Apoc. 9:12-21


Esta particular porção do Apocalipse tomou-se assunto de intenso
estudo durante o grande despertamento adventista de 1830-1844.
A exatidão e a dramaticidade de seu cumprimento levaram à con-
versão mais de mil infiéis. Quando a sexta trombeta soou, João de-
clara que quatro anjos, que estavam presos junto ao rio Eufrates,
0 Desfilar de Conquistas e Derrotas ao Ilongo da História/107

foram libertados. Verso 14. Os estudiosos têm entendido esta ex-


pressão como se aplicando aos quatro sultanatos principais: Ab4o,
Jco^%¢.o, Z)omc¢sco e B¢gtb', que compreendiam o lmpério Otomano.
Eles estavam situados na região do rio Eufrates. Deviam ser liber-
tados por um período específico: uma hora, um dia, um mês e um
ano. Antes de fazermos este impressionante cálculo, notemos o
verso 17: ``E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles
cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e
as cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões; e de suas bo-
cas saía fogo, e fumo e enxofre." Poderia haver linguagem mais
acurada para descrever os cavaieiros turcos ao cavalgarem p=ià-a
batalha, envergando uniformes em vermelho e azul e amarelo? /Fo-
go, jacimto e enxofre.)
Foram os turcos otomanos que introduziram largamente as ar-
mas de fogo na guerra. Esses cavaleiros dos velhos tempos dispa-
ravam os seus mosquetes, que traziam à cintura, enquanto caval-
gavam, e ao profeta pareceu como.se o fumo saísse da boca dos ca-
valos. As histórias de conquistas dos turcos têm enchido muitos
volumes. Surgindo como uma poderosa maré montante, esses fa-
náticos seguidoies de Maomé espalharam-se de país a país, amea-
çando subverter toda a Europa. Mas este fenomenal sugimento
só foi eclipsado pela rapidez de seu declínio. Os turcos perderam
suas posses pedaço a pedaço, até que, em 1838, surgiu um conflito
entre o sultão e Maomé Ali, paxá do Egito.` A intervenção estran-
geira, entretanto, evitou por algum tempo a guerra. A paz, porém,
não durou muito, pois no ano seguinte, quando de novo irrompe-
ram as hostilidades, o exército do sultão foi inteiramente subjuga-
do e destruído, enquanto sua armada foi capturada e conduzida pa-
ra o Egito.
Parecia certo que Constantinopla iria tomar-se possessão egíp-
cia. Desajudado e desespefançado, o sultão pediu socorro à Euro-

àajst:iea:1lÉ%::::euFàscs::,f::âàcoiao:rênE?:::eLsikegni:r:o:ã`àt:ã::
dor da parte do poder otomano. Foi elaborado um ultimato para
ser apresentado ao Egito no ano de 1840. Notai agora esta especifica-
ção profética: "Um dia, e um mês, e um ano. " Este o período conce-
dido a este poder. Temos notado j.á que o periódo de cinco meses as-
scx:iado com a trombeta anterior começoq no ano 1299 e terminou em
1449. Ainda no cálculo de um dia por um ano, e reconhecendo o
108/As Revelações do ADocalibse

mês profético como de 30 dias, façamos nova verificação: 1 dia =


1 ano; 1 mês = 30 anos; 1 ano = 360 anos. Isto totaliza 391 anos.
Partindo do verão de 1449, os 391 anos nos levariam ao verão de
1840. Como já mencionado, foi em 27 de julho de 1299 que Otman
invadiu a Nicomédía. Isto deu início aos 150 anos, ou 150 dias pro-
féticos, já anteriormente mencionados. Vejamos agora a fração de
tempo referida - "uma hora". Uma hora é 1/24 avos de um dia.
Esta parte fracional de um ano daria, portanto, 15 dias. Acrescen-
tando 15 dias a 27 de julho, chegamos a 11 de agosto de 1840.
É significativo que, em seguida à conferência de Londres já re-
ferida, o sultão despachou o bei Rifat como plenipotenciário a
Alexandria, a fim de comunicar o ultimato ao paxá. Ao mesmo
tempo, as grandes potências assumiram o compromisso de estar
preparadas para tomar qualquer ipedída qu`e se fizesse necessária
no caso de Íuturas hostilidades. E de lembrar que nesse mesmo
dia, 11 de agosto, o ultimato chegou a Alexandria. Como.é exato o
dedo do tempo profético! Mas onde estava a independência do sul-
tão? Desvanecera-se! Como um doente, ele caiu em colapso nos
braços amigos das grandes potências da Euopa, e desde esse dia
até 1917, quando o último dos sultões fugiu espavorido de sua ca-
pital, a Tuquia foi rotulada como: ``0 Enfermo do Oriente".
Este notável cumprimento de profecia teve tremendo efeito so-
bre a mente do público nesse tempo. A evidência era inegável.
Dois anos antes disto, Josias Litch, de Filadélfia, publicou sua inter-
pretação desta profecia, tomando a inqualificável posição de que o
lmpério Otomano cairia em agosto de 1840. Parecia uma ousadia
fazê-lo, especialmente em face da crescente infidelidade e do ra-
cionalismo. Sua afimação é impressionante: "Quando, porém, se-
rá este poder subvertido? Segundo os cálculos já feitos de que os
cinco meses terminaram em 1449, a hora, quinze dias; o dia, um
ano; o mês, trinta anos; e o ano, trezentos e sessenta e seis anos, ao
todo - 391 anos e quinze dias, o término será em 1840, em algum
dia do mês de agosto." -Josias Litch, 7lbe P7oó¢bG./¢.D o/ Séco7¢d
CbmS.%g o/ C%ÍÉsf j4ôo%£ J843 [A Probabilidade da Segunda Vinda
de Cristo em 1843], pág. 157.
Pouco tempo antes do acontecímento, ele mesmo chegou a de-
clarar que seria o nono dia de agosto. Suas opiniões sobre a ques-
tão otomam foram dívulgadas nos jomais diãrios, e diversos clu-
bes de infiéis debateram suas opiniões, ridicularizando o homem
0 Desfihr de Conquistas e Derrota,s ao ljongo da HistórinilLO®

que tinha a audácia de fazer tal previsão. Ele era um profundo es-
tudioso tanto da História como das profecias, e tomou-se um des-
temido campeão da causa de Cristo, declarando que o futuo vindi-
caria a veracidade da Palavra de Deus. De fato, quando as novas
do colapso do império do sultão se espalharam pelo mundo incré-
dulo, o acontecimento causou espanto. E mais, alguns daqueles
mesmos que haviam ridicularizado a previsão, abandonaram agora
o seu racionalismo. No espaço de poucos meses, relatou-se, Litch
``recebeu de mais de mil preeminentes infiéis, alguns deles líderes
de clubes de infiéis, cartas em que afirmavam haverem abandona-
do a batalha contra a Biblia, tendo aceito a revelação de Deus ao
homem''. Alguns se expressaram em palavras como estas: "Te-
mos dito que os expositores das profecias citam páginas rançosas
da História para robustecer suas pretensões de cumprimento pro-
fético, mas neste caso temos os Étos vívidos diante de nossos
olho§."
Eventos em sucessão têm revelado de modo ainda mais maravi-
lhoso a verdade da profecia bil)lica. Quando a Palestina caiu nas
mãos dos aliados, durante a I Guerra Mundial, o sultão, sentindo o
seu iminente perigo , buscou proteção numa canhoneira britânica e
fugiu de Constantinopla para Alexandria. Com sua saída da capi-
tàl, saíram também os últimos remanescentes do Velho lmpério
Otomano. De suas ruhas, ergueu-se a nova República da Tuquia,
com Mustafá Kemal como seu primeiro ditador. Constantinopla é
ainda ocupada por turcos, mas a nova Turquia é vastamente dife-
rente do vemo lmpério Otomano. Ela ocupa hoje um lugar nas Na-
Ções Uridas; mas o império dos sultões entrou em colapso em
1917.
Esses dois períodos proféticos - os 150 anos e os 391 anos -
relacionados com a quinta e a sexta trombetas, são aplicados de
modos diferentes, mas estão sempre associados com o poder mao-
metano. Desde que o profeta Maomé começou sua pregação públi-
ca em 612 A.D., até a fundação da cidade de Bagdá por Al-Mansur
em 7€2 A.D., vai um períód® de 150 anos. Esta cidade, tomada fa-
rnosa na literatura inglesa pela obra Artzõéb% NG.g¢Ís (Noites Ára-
bes), fQi chamada ZÀczr es S¢&cz¢%, "casa de paz", ou "cidade de
paz", e assimala o tém>ino da expansão do lmpério Ãrabe.
E é tam'bém signfficativo qüe d£sde 1453, que assinala a queda
de Constantinoph, o cokpso do lmpério Bizantino, e o estabebci-

__J
110/As Revelações do ADocahpse

mento do poder otomano, até a hora do juízo de Deus iniciado em


1844, decorrem exatamente 391 anos.
"0 segundo ai passou", declara a voz no Céu, e "eis que vem
logo o terceiro ai''. Entre o fim da sexta e o soar da sétima trombe-
ta, um grande movimento devia surgir, por meio do qual Deus le-
varia a mensagem do evangelho eterno a todo o mundo. Isto será
explicado no capítulo seguinte, sobre Apocalipse 10.

Soa a Sétima Trombeta. Apoc.11:15

Com o soar da sétima trombeta, o mistério de Deus está termina-


do, e ``os reinos deste mundo vieram a ser de nosso Senhor, e do
Seu Cristo; e Ele reinará para todo o sempre." Verso 15. Oh, lon-
gamente esperado dia de glória! Oh, benfazeja voz que declara es-
tar consumado o mistério de Deus e chegado o reino de etema jus-
tiça! Santos, apóstolos, patriarcas e mártires estiveram t-odos
aguardando o alvorecer deste dia. Ele não pode estar distante, pois
com o fim da sexta trombeta ou do segundo ai, "/ogo vem o tercei-
ro ai''. Será um dia de livramento para o povo de Deus.
Quando os anciãos, sentados em seus tronos, ouvem os sons
das vozes no Céu, declarando que os reinos deste mundo foram da-
dos a Cristo, caem sobre seus rostos em adoração, dizendo: ``Gra-
ças Te damos, Senhor Deus Todo-po~deroso. . . que tomaste o Teu
grande poder, e reinaste." Verso 17. E o tempo de "dares a recom-
pensa aos Teus servos, os profetas'', eles exclamam, .``e aos san-
tos, e àque.les que temem o Teu nome, a pequenos e grandes''.
Verso 18. E também o tempo de terríveis juízos sobre os despreza-
dores da graça de Deus, quando Ele destruirá ``os que destroem"
(ou corrompem) a Terra. Verso 18. ``Iraram-se as nações", decla-
ram os anciãos. Quão verdadeiro! Vemos os resultados de sua ira
tanto em derramamentos de sangue, como em ruínas de cidades
por guerras terríveis. As palavras de Jesus, como se vêem regis-
tradas em S. Lucas 21:26, são mais do que verdade hoje: ``Homens
desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao
mundo.,'
Mas este portentoso panorama nos mostra onde estamos: no li-
miar do reino, quase. As próprias coisas que vemos são apenas in:
dicações da vinda do dia de triunfo. A obra do evangelho serã logo
concluída. Algum dia, não distante, o último sermão será pregado,
0 Desfikir de Conquistas e Derrotas ao I|]ngo dn Históriallll

o último convite feito, e então será muito tarde para aceitar a sal-
vação. As mais penosas palavras da Bil)lia são estas: "Passou a se-
ga, findou o verão, e nós não estamos salvos." Jer. 8:20.
Mas, como cristãos, não precisamos temer as tragédias de nos-
so tempo. Se a paz de Deus, que excede todo entendimento, en-
cher o nosso coração, e andarmos com o Senhor em sacrifício e
serviço, então podemos confiantemente olhar para a Sua breve
volta, sabendo que seremos recebidos por Ele quando aparecer em
glória. Com João, o revelador, podemos dizer coníiantes: ``Ora,
vem Senhor Jesus".
0 Anjo Com o Livro
Aberto
Como o capítulo 7, esta profecia é também parentética. Ela se en-
caixa entre a sexta e a sétima trombetas dos capítulos s e 9,11:15.
Apresenta outro quadro da última mensagem de Deus ao mundo
antes da segunda vinda de Cristo. Quando o sétimo anjo faz soar a
sua trombeta, "os reinos deste mundo vieram a ser de nosso Se-
nhor". Apoc.11:15. Mas este anjo é impedido de tocar a sua trom-
beta até que o selamento esteja concluído. Esta obra de selamento
é descrita no cap. 7:1-3.

0 Anjo Forte
Seis vezes, no Apocalipse, a mensagem enviada do Céu é simboli-
zada por um anjo. Mas a descrição deste anjo é mais gloriosa do
que a dos outros: "0 seu rosto era como o Sol''. Apoc.10:1. A se-
melhança da descrição com a de Cristo no cap.1 : 13-16, tem levado
muitos a crer que este anjo seja Cristo. Quando transfigurado dian-
te dos discípulos, o rosto de Cristo ``brilhava como o Sol". S. Mat.
17:2. Ele é chamado ``o Mensageiro do concerto" (Mal. 3:1), e "o
Anjo que me redimiu" (Gen. 48:16).

0 Arco Celeste e a Nuvem


Um arco celeste, ou mais especificamente, o arco celeste (ver cap.
114/As Revelações do APocalií)se

4:3), brilhava em tomo de Sua cabeça, como um toque do Seu con-


certo de amor. A ``nuvem" é também um sinal de divindade. Nu-
vens e glória cobriram-no no Sinai. "Faz das nuvens o Seu carro''.
Sal. 104:3.
0 fato de ter este poderoso Anjo um pé na terra e o outro no
mar, indica que Sua mensagem é de âmbito mundial. Assim, neste
quadro profético, João nos dá o início de um movimento mundial.

0 Livro Aberto
A linguagem sugere que o livrinho não estivera sempre aberto. A
mensagem simbolizada por este anjo abriu o livro para permitir o
estudo do seu conteúdo. Que livro poderia ser este? Parece haver
apenas uma resposta, pois, quanto se saiba, a única parte das Es-
crituras que foi fechada ou selada foi uma porção do livro de Da-
niel. Ao profeta foi ordenado definitivamente: "Fecha estas pala-
vras e sela este livro até o tempo do fim." Dan. 12:4. Uma vez que
esta parte do livro de Daniel foi fechada somente czJe' o tempo do
fim, segue-se naturalmente que %esse Íem4o do fim ele seria aberto.
"Não 1he [Daniel] fora dado compreender tudo o que Deus tiT
nha revelado do divino propósito. `Fecha estas palavras e sela este
l`ivro', foi-1he ordenado quanto aos escritos proféticos; estes de-
viam ser selados `até ao fim do tempo'. `Vai, Daniel', o anjo orde-
nou uma vez mais ao fiel mensaéeiro de Jeová, `porque estas pala-
vras estão fechadas e seladas até o tempo do fim .... Tu, porém, vai
até ao fim; porque repousarás, e estarás na Tua sorte; no fim dos
dias,.
``Ao nos aproximarmos do fim da história deste mundo, as prq-
fecias registradas por Daniel demandam nossa especial atenção,
visto relacionarem-se com o próprio tempo em que estamos viven-
do. Com elas, devem-se ligar os ensinos do último livro das Escri-
turas do Novo Testamento. Satanás tem levado muitos a crer que
as porções proféticas dos escritos de Daniel e João, o revelador,
não podem ser compreendidas. Mas a promessa é clara de que
bênção especial acompanhará o estudo dessas profecias. `Os sá-
bios entenderão', foi dito com respeito às visões de Daniel que de-
viam ser abertas nos últimos dias." -P7io/eJtzs e j?e¢.s, págs. 547 e
548.
Daniel ouvira que se fizera a pergunta sobre quanto tempo ha-
0 Anjo Co'i!n o Livro Aberto/1L5

veria até o fim daquelas maravilhas. (Dan. 12:6.) 0 anjo, ao dar a


resposta, falou da dispersão do povo santo. Isto pareceu estranho
ao profeta, e ele diz: ``Eu, pois, ouvi, mas não entendi." Versos 7 e
8. Não era possível que Daniel entendesse quando escreveu, por-
que certos acontecimentos tinham de ocorrer primeiro. Mas "no
tempo do £im", foi garantido, alguns entenderiam. Disse o anjo:
``Estas palavras estão fechadas e seladas até o tempo do fim;
mas os sábios entenderão." Versos 9 e 10.

0 "Tempo do Fim" da Proíecia de Daniel


A expressão profética "tempo do fim'' não é a mesma coisa que
fim do tempo. Ela se refere ao fim do período de 1260 anos da su-
premacia papal, que durou de 538 a 1798 A.D. E, fiéis à predição,
quando esse período terminou, estudantes das profecias biblícas
em muitas terras começaram simultaneamente, e sem qualquer
prévio acordo, a concentrar-se no estudo da pro£ecia dos 2300
a;mos de Díiri+el s e 9 . V er The Prophetic Fa;ith of Ow Fathers , de L .
E. Froom, vol. 3, págs. 263-277.
A profecia desses capítulos diz respeito a dois períodos de tem-
po: as 70 semanas e os 2300 anos. Os estudiosos judeus, desde an-
tes do tempo de Cristo já procuravam interpretar a proíecia das
70 semanas. João Batista, o maior reformador de `Israel, veio com
uma definida mensagem relativa a tempo. Ele aplicou essas proíe-
cias messiânicas a Cristo, declarando que ``o Cordeiro de Deus que
~ tira o pecado do mundo" não era outro senão Jesus. Suas incisivas
interpretações da profecia fizeram-no arauto do Messias. Jesus
disse que não havia nascido ninguém ` `maior do que João". S. Mat.
11:11. (Uma vez que um dia profético, como já vimos em outros
estudos, é igual a um ano literal, segundo Núm. 14:34 e Eze. 4:6,
70 semanas equivalem a 490 anos.)

Calculando as Setenta Semanas de Daniel


Ao começar o Seu ministério, Jesus declarou: ``0 tempo está cum-
prido." S. Marcos 1:15. 0 cumprimento da profecia das 70 sema-
nas comprovava de modo cabal que Jesus era, sem nenhuma .dúvi-
da, o Messias. Ele foi ``tirado" exatamente no meio da semana fi-
nal profética. Ele devia confirmar "d concerto com muitos por
/
116/As Rwelações do APocaliíise

uma semana" [7 anos], e na ``metade da semana" [31/2 anos] faria


``cessar o sacrifício e a oferta de manjares''. Dan. 9:27. Por Sua
morte nosso Senhor pÔs fim a todo o serviço sacrifical do Velho
Testamento. A profecia das 70 semanas começou com o decreto
para a reconstrução de Jerusalém. Verso 25. Este decreto foi bai-
xado em 457 A.C. Esdras 7:11-26. Esta data, objetada por alguns,
está confirmada por sólidas provas cientfficas. (Ver T¢e CÁro%o-

kgyd:É#g"ôn7ívde:sipyr,srisi.c:i.g:no,mEàk.F.wood,pesquisadoresna
Sessenta e nove, das 70 semanas proféticas, ou 483 anos, che-
gariam até o Messias. Sendo que o decreto para a reconstrução de
Jerusalém saiu em 457 A.C., é fácil de determinar quando termina-
ria o período de 69 semanas ou 483 anos. Na contagem até o início
da era cristã, as datas diminuem, isto é, devem ser subtraídas. As-
sim, subtraindo 457 de 483, chegamos precisamente `ao ano 27
A.D., quando Jesus foi batizado e iniciou o Seu ministério. Sua
mensagem, como a de João, era: "0 tempo está cumprido, e é che::
gado o reino de Deus; portanto arrependeí-vos, e crede no evange-
lho." S. Marcos 1:15. Três e meio anos mais tarde, isto é, "metade
da semana'', ou 31 A.D., Jesus foi crucificado.
Restavam ainda 3 1/2 anos da última semana profética. Que ob-
servamos? A igreja em Jerusalém pregou o evangelho de Cristo
desembaraçadamente por 3 1/2 anos desde a morte de Jesus. En-
tão, em 34 A.D., Estêvão, o primeiro mártir cristão, encontrou a
morte. Houve, nesse tempo, grande perseguição contra a igrej.a
em Jerusalém, sendo os seus membros espalhados por muitos lu-
gares. Os crentes começaram a pregar o evangelho com todo o fer-
vor aos gentios. Saulo de Tarso foi convertido nesse ano, isto é, 34
A.D., e tomou-se o grande missionário ao mundo gentio. Esta pro-
fecia das 70 Semanas prova, além de qualquer dúvida, a messiani-
dadÉei#:::ãàtenotar,depassagem,queosmestresjudeuseos
rabis durante séculos têm sido proibidos de ensinar e interpretar
esta profecia. ``Em 1656, ocorreu uma disputa na Polônia entre al-
guns notáveis eruditos judeus e os católicos, a respeito das 70
semanas. Os rabinos foram tão fortemente pressionados pelo argu-
mento que provava a messianidade de Jesus, o tempo do Seu sofri-
mento e o fim das 70 semanas, que interromperam a discussão.
Reuniram-se então eles a sós e lançaram uma maldição sobre qual-
0 Anjo Com o Li"o Aberto/L17

quer judeu que procurasse averiguar a cronologia do períódo pro-


fético. Eis o seu anátema: `Que os ossos e a memória do que tentar
aíerir as 70 semanas apodreçam'." - TÁe M®.d%!.gbí Cw, 10 de
agosto de 1843.
Esses acontecimentos relativos ao sacrifício de Cristo e ao esta-
belecimento da igreja, entretanto, não sÓ punham fim ao períódo
das 70 semanas, mas também "selavam" a "visão" dos 2300 dias-
anos de Dan. 8:14 e 9:24. 0 propósito desta profecia das 70 sema-
nas o.u 490 anos era estabelecer, definir, fixar e esclarecer ¢ c;óSÕo
dos 2300 anos que Daniel não havia compreendido. Dan. 8:27;
9:23. A data de início para as 70 semanas e para os 2300 anos é a
mesma. Ambos os períodos começaram no ``sétimo ano de Arta-
xerxes", ou seja, o ano 457 A.C. Estas 70 semanas [490 anos]
eram um período determinado, secionado, ou cortado do períódo
maior de 2300 anos. Subtraindo 490 de 2300 temos um período
restante de 1810 anos. Acrescentando-se a este período, a data de
34 A.D., que é o fim do período de 490 anos, ou 70 semanas, che-
gamos à data significativa de 1844. Que aconteceu então? Este foi
o ano em que nosso grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, o Remi-
dor, ou Redentor da herança perdida, assumiu a responsabilidade
da remissão, abriu os livros, e iniciou a fase Íinal do Seu ministé-
rio. Os maravilhosos acontecimentos do capítulo 5 tiveram o seu
cumprimento no final dos 2300 anos, ou 1844. Conquanto quase
todo escritor bil)Iico trate do juízo e seus efeitos, Daniel foi o único
que identificou o tempo exato em que esta obra começaria. (Ver
diagrama no £im do capítulo, pág. 121.)

A Proíecia Aberta
Enquanto esta profecia esteve selada e esta parte do livro de Da-
niel fechada, os homens foram incapazes de compreender ou inter-
pretar a mensagem do jui'zo. Mas com o fim do domínio papal em
1798, os homens começaram a estudar esta profecia dos 2300 dias
ou anos, com o incontido desejo de entendê-1a. A profecia de Da-
niel declarava que o povo de Deus a entenderia; e assim foi. 0 des-
dobramento desta grande profecia levou riuitos milhares à con-
vicção de que a vinda do Senhor estava bem próxima, e milhares
começaram a proclamar a mensagem da breve volta do Salvador.
0 grande despertamento religioso do século dezenove resultou
1L8/As Revelações do APocahí)se

deste intensivo estudo. Nada, desde os dias dos apóstolos, produ-


ziu maior interesse nas coisas espirituais, salvo a reforma do sé-
culo dezesseis.
"Toma-o (o Livrinho) e Come-o." Apoc. 10:9

Baseando suas conclusões na profecia dos 2300 dias, centenas de


pregadores na Europa, América e muitas outras terras pregaram a
volta literal de Cristo cerca do ano 1844. Entre esses pregadores,
Contavam-se muitos líderes congregacionais , metodistas , batistas ,
presbiterianos, episcopais, etc. Era uma mensagem impressionan-
te e apelava ao que havia de mais espiritual nas éongregações. Avi-
damente, eles devoravam a mensagem. Como Jeremias no passa-
do, podiam dizer: "Achando-se as Tuas palavras, logo as comi, e a
Tua palavra foi para--mim o gozo e alegria do meu coração". Jer.
15:16.
0 anjo com a mão erguida em atitude de juramento era impres-
sionante. Ele disse: "já não haverá mais demora" [ou "não have-
rá mais tempo", KJV]. 0 tempo profético havia chegado ao fim.
Nenhuma outra profecia baseada em cronologia, baseada em tem-
po, iria além deste data. Na verdade, os que estavam interpretando
a profecia dos 2300 anos declaravam que 7zcz~o ÃcztJe#.cz 77e¢3.s Íempo.
Eles esperavam firmemente que o Senhor viesse em 1844 ou nas
proximidades desta data. 0 tema central de sua mensagem era a
iminente volta de Cristo. 0 anüncio do anjo em Apoc.10, entretan-
to, não se referia ao fim do tempo /G.íeytz/, mas ao fim de tempo P7o-
/e'£8.co. 0 ano de 1844 marca a terminação da profecia dos 2300
anos; desde essa data, o mundo tem estado a viver de "tempo em-
T}re;st:aido" . Não há m Beíblia nenhumw Í)rofecia cronológica que vá
¢/e'7% de 1844.

"Na tua Boca Será Doce Como M`el." Apoc. 10:9

0 anüncio da breve volta do Senhor em glória foi recebido com


grande entusiasmo. Multidões de cristãos, os mais devotos, espe-
cialmente na América e Europa, fremiam com a mensagem, e, co-
mo o profeta João, tomavam o livro e comiam-no. Como o profeta
Ezequiel, eles comeram o rolo, então saíram e proclamaram a men-
sagem. Eze. 3:1. Isto descreve com períeição a experiência dos
0 Anjo Com o Livro Aberio/119

fervorosos crentes desse tempo. A alegria enchia-1hes o coração.


Mas eles estavam condenados ao desapontamento. Quando che-
gou o tempo e Jesus não apareceu, sua fé sofreu um golpe terrível.
0 que tinha sido doce como mel, agora tomara-se amargo como
fel, tal como dissera o anjo.
Os discípulos de Cristo passaram por idêntica experiência. Po-
deria haver coisa mais trágica do que a morte de Jesus, para ho-
mens que haviam abandonado tudo, crendo que Ele era o Cristo?
Quando eles desceram da cruz o corpo do seu amado Senhor, e o
sepultaram po sepulcro novo de José, também aí sepultaram as
suas esperanças. Sua obra, porém, não estava terminada. Na ver-
dade, ela mal havia começado. F`oi depois do seu grande desapon-
tamento que os apóstolos realizaram sua maior obra. Na tarde
após a ressurreição, lemos, o Senhor ``abriu-1hes o entendimento
para compreenderem as Escrituras". S. Lucas 24:45. Desaponta-
mentos humanos, são, às vezes, desígnios divinos, e como os após-
tolos, dezoito séculos antes, este grande desapontamento de 1844
provou-se uma bênção disfarçada. Uma mensagem maior precisa-
va ainda ser dada ao mundo. Alguns, é certo, renunciaram a sua fé
e deixaram a Palavra de Deus, mas esse próprio desapontamento
conduziu outros a mais aprofundado estudo da Bil)1ia.
"Importa que Profetizes Outra Vez a Muitos Povos."
Apoc.10:11

Emocionante como foi, a mensagem que empolgou as igrejas antes


de 1844, não foi a mensagem final de Deus. Nova luz devia incidir
sobre o caminho dos pesquisadores da Palavra de Deus. Uma
maior mensagem, abarcando profecias não ainda imaginadas, de-
via vir à luz como resultado daquele estudo. E essa mensagem, em
sua plenitude devia ser dada a todo o mundo para preparar um po-
vo a ficar firme no dia de Deus. A ordem a João para que profeti-
zasse outra vez "a muitos povos, e nações, e línguas e reis'', era in-
dicação profética da atitude da igreja que, em seguida ao grande
desapontamento, devia apressar-se a ir aos confins da Terra com
uma mensagem para todos, dos reis aos componeses, ao mesmo
tempo.
"Levanta-te, e Mede o Templo." Apoc.11:1
_

120lAs Revelações do ADocalipse

De novo vem uma`'ordem a João, e esta é também uma visão profé-


tica do renovado estudo das profecias por parte dos fervorosos
pesquisadores da verdade. A atitude e resposta do profeta a estas
extraordinárias revelações tem sido, e é de novo, emblemática da
atitude da +erdadeira igreja de Deus quando esées acontecimentos
se tomassem História. Os descoroçoados adoradores, após passa-
da a data de 1844, deviam levantar-se e resplandecer, pois, como
diz o profeta, ``já vem a tua luz, e a glória do Senhor irá nascendo
sobre ti''. Nova luz havia surgido, e a glória do Senhor estava so-
bre eles. Isa. 60:1. E esta luz era uma mensagem mais poderosa,
que iluminaria o mundo todo com a sua glória. Apoc.18:1. Ela de-
via refulgir na hora mais escura da história humana. Isa. 60:2.
Desde 1844, a última mensagem, maior em escopo e poder, es-
tá indo depressa aos mais distàntes lugares da Terra. Este ``evan-
gelho etemo' ' está sendo proclamado na moldura da mensagem da
hora do juízo, e é pregado em mais de 8001ínguas, bem como em
dezenas de dialetos.

Cumprir-se-á o Segredo de Deus. Apoc. 10`:7

0 segredo [ou mistério] de Deus é o evangelho de Jesus Cristo.


Efés. 6:19. Ele está incorporado em Sua Pessoa e em Sua obra.
Dele fala Paulo como ``o .mistério de Sua vontade''. Efés. 1:9.
"Grande é o mistério da piedade'', ele exclama. I Tim. 3:16. 0 pro-
pósito do evangelho é ``tomar um povo para o Seu nome''. Atos
15:14. E estes estão sendo rapidamente reunidos de todas as na-
ções debaixo do céu. Apoc. 14:6.
A ültima mensagem de Deus, a qual reúne o povo que permane-
cerã firine nos dias finais da história da Terra, é uma mensagem
que .mc+rii cada verdade de cada reforriíia de cada século. ALqrii estÁ o
verdadeiro plano de Deus para a união daé igrejas. Se os homens
se unirem com a mente aberta para saber qual é a vontade de Deus
e prontamente obedecerem a Sua palavra, então Sua mensagem
de verdade nos unirá a todos, pois ela verdadeiramente se cent:rali-
za num Salvador crucificado, ressurreto, ministrador e prestes a
voltar.
0 Anjo Com o Liuro Aberto/L21

536 519 411 574 082 7+3 418 44

Anos utilizados na Decreto de Jerusalém Batlsmo A igreja é "A hora A plena


\ construção do Ar`axerxes Íeconstíuída e o de perseguida. do seu mensagem
templo. que ordenando a Estado judeu Crjsto. Atos 8:4. juízo" de Deus a
teíminou em 515 reconstrução da restaurado S. Mat, 3.15 Apoc 14:7 todo 0
A.C. Esdras 6:15. cldade_Esclras 712. Esdras 7:26. mundo.S.Mat. 24.14,ApOc.14.6-

JVoÍü!.. 0 material histórico e escriturístico que explica este grá-


fico encontra-se nas páginas 113-116. Os decretos de Ciro e Dario
só ordenavam a reconstrução do templo. 0 decreto para reconstru-
ção da cidade foi baixado por Artaxerxes em 457 A.C., e serve de
ponto de partida para a contagem das 70 semanas e dos 2300 anos.
A Medição dos
Adoradores e o Poder das
Duas Testemunhas
Este capítulo é, na realidade, uma continuação da profecia do capí-
tulo 10. ApÓs haver o profeta comido ``o 1ivrinho" que parecia do-
ce na boca mas amargo no ventre - doce a princípio e amargo afi-
nal - foi-1he dito que profetizasse "outra vez" perante muitos po-
vos e até mesmo reis. Apoc. 10:11.

Apocalipse 11: 1-4

Então o anjo disse: ``Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o al-


tar, e os que nele adoram." Apoc.11:1. 0 templo aqui mencionado
não pode ser a igreja, pois a expressão ``aos que nele adoram" tem
de referir-se aos adoradores. Também não pode tratar-se do tem-
plo de Jerusalém, pois este templo foi destruído anos antes que o
Apocalipse fosse escrito, tendo sido jamais reconstruído. (João re-
cebeu esta visão cerca do ano 96 A.D., e o templo dos judeus foi
destruído por Tito no ano 70 A.D. De qualquer modo, todo o servi-
ço mosaico era apenas "uma sombra dos bens futuros" [Heb.
10:1], e encontrou o seu cumprimento em Cristo, em Seu sacrifí-
cio, e em Seu sacerdócio no santuário celestial.) Mas no tempo a
que esta profecia se aplicava (1844), os olhos dos adoradores esta-
vam especialmente dirigidos para o ministério de Jesus como nos-
A Medição dos Adoradores e o Poder dfls Duas Testemunhas/L2!3

so grande Sumo Sacerdote no Céu, no "verdadeiro tabemáculo, o


qual o Senhor fundou, e não o homem". Heb. 8:2.

Acontecimentos lnternacionais Dão Novo lmpulso ao


Estudo da Proíecia
Quando o papa Pio Vl foi feito prisioneiro` por Berthier, general
francês, em 1798, e o domínio temporal da igreja chegou ao fim,
G.sJo s¢c%d¢.# cz E%rojJ¢. Mas quando este acontecimento foi seguido,
em 1840, pelo virtual colapso do lmpério Otomano, z.s}o stzc¢4dG.% o
maf%do. Ambos estes acontecimentos tinham sido claramente pre-
vistos pelos estudi.osos da profecia. A primeira data, 1798, assina-
1ou o término da profecia de Daniel relativa a ``tempo, e tempos e
metade de um tempo" (Daniel 12:7), ou os 1260 anos, ou dias pro-
féticos, de Apoc. 12:6, durante cujo período a igreja apóstata exer-
ceria o seu poder. E como já foi salientado, a segunda data, 1840,
marcou o fim dos períodos proféticos dos ``cinco meses" e também
de "uma hora, e um dia, e um mês e um ano" (Apoc. 9:5, 15) em
qu.e o lmpério Otomano devia dominar. A exatidão destas profe-
cias, e seu cumprimento, deram novo impulso ao completo estudo
da profecia, e isto ocorreu precisamente num tempo em que o
ateísmo estava devorando a própria vitalidade do cristianismo.
0 que João estava para testemunhar, e o que registrou para
nós, era a batalha entre a Bil)1ia e o ateísmo. Esta batalha alcançou
o clímax na Revolução Francesa. Terrível como isto tenha sido, foi
apenas um escaramuça em relação com a batalha de âmbito mun-
dial que se travará pouco antes da volta de Jesus. Os acontecimen-
tos dessa terrível revolução se têm repetido durante as recentes
décadas entre grupos como a "sociedade dos sem deus''. Esta pro-
fecia, pois, tem um significado particular para a última geração da
Terra.

As Duas Testemunhas
Tem havido muita especulação quanto à identidade dessas teste-
munhas. Alguns procuram vê-1as como literais, chegando mesmo
a nomeá-1as como Moisés e Elias. Mas toda a linguagem aí é figu-
rativa. 0 verso 4 diz: ``Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais
que estão diante do Deus da Terra." Em Zac. 4:11-14, as duas oli-
i24/As .Réveiações do ADoco;liDse

veiras representam a Palavra de Deus, e a Palavra de Deus é sem


dúvida uma luz, como o diz Sal.119:105 e 130: "Lãmpada para os
meus pés é a Tua Palavra, e luz para o meu caminho, " e "a exposi-
ção das Tuas Palavras dá luz." Mas as Bscrituras são mais do que
uma luz; elas dão também testemunho da graça de Deus. Jesus de-
clarou que as Escrituras do Velho Testamento testificavam dEle.
Em S. Mat. 24:14, lemos: "E e§te evangelho do reino será pregado
em todo o mundo, r}ara íesJem%%Áo a todas as gentes."
A explicação mais satisfatória desta pr.oíecia é que as testemu-
nhas são o Velho e o Novo Testamentos. E fora de dúvida que eles
testificam de Cristo. ``São elas [as Escrituras] que de Mirh testifi-
cam'', disse Jesus. S. João 5:39.
"As duas testemunhas representam as Escrituras do Velho e
Novo Testamentos. Ambos são importantes testemunhas quanto à
origem e perpetuidade da lei de Deus. Ambos são também teste-
munhas do plano da salvação. Os tipos, sacrifícios e profecias do
Velho Testamento apontam para um Salvador por vir. Os evange-
lhos e as epístolas do Novo Testamento falam acerca de um Salva-
dor que veio exatamente da maneira predita pelos tipos e
profecias." -0 Grtz%de Co%JZ8.Ío, pág. 265.
Mas a profecia declara que as testemunhas profetizavam vesti-
das de saco, símbolo de penitência ou tristeza. 0 Velho e o Novo
Testamentos foram praticamente silenciados, primeiro pela apos-
tasia dentro da igreja, e depois pelos ataques de infiéis e racionalis-
tas. Mas cada ``testemunha" fazia a mesma afirmação, isto é, que
por 1260 anos a apostasia haveria de vangloriar-se, mas no final
desse período as Escrituras falariam com novo poder. Referências
tanto do Novo como do Velho Testamentos sobre este período de
1260 anos, encontram-se no próximo capítulo, pág. 136.

As Testemunhas Possuem Poder


Nos versos 5 e 6, é-nos dito que se alguém quiser fazer mal às tes-
temunhas será morto, será alcançado pelas pragas e os juízos de
Deu§, pois essas testemunhas têm poder sobre a Natureza para fe-
char os céus e transformar as águas em sangue. Moisés advertiu a
lsrael que se se afastassem de Deus, Ele fecharia ``os céus e não
haveria chuva". Deut. 11:16, 17. Eles se afastaram de Deus e
Elias, o profeta, foi despertado para trazer o povo de volta a Jeová.
A Medição dos Adoradores e o Poder das Duas Testemumhas/T25

Elias ordenou que não chovesse, e durante três anos e meio não
houve chuva. S. Tia. 5:17; I Reis 17 e 18. É sighificativo que três e
meio anos representam 1260 dias, ou, em sentido profético, 1260
anos. (Um ano profético vale 360 dias proféticos, ou 360 anos lite-
rais, de modo que três anos e meio representam 1260 anos
literais.)
Quando o faraó ateu disse a Moisés: ".Quem é o Senhor, para que
eu obedeça a Sua voz?" ele estava desafiando o próprio Deus do Céu.
Logo em seguida os rios tomaram-se em sangue. 0 mesmo poder
reside no Novo Testamento, pois uma das sete pragas será a trans-
formação das águas em sangue. Apoc. 16:4.

0 Moderno Ateísmo Militante


A mesma desafiadora atitude, vista no govemante do antigo Egi-
to, surgiu de novo dúrante a Revolução Francesa, quando pela pri-
meira vez em mais de 2 mil anos, uma nação em sua Capacidade
como reino, fez guerra ao "monarca do Céu''. Pela legislação da
França, as duas testemunhas - Velho e Novo Testamentos - fo-
ram figurativamente mortas nas ruas. Em 1793, a Assembléia
Francesa baixou um decreto suprimindo a Bil)1ia. Em 11 de no-
vembro desse ano, foi realizado um "grande festival" na igreja
principal de Paris em honra da ``Razão e da Verdade'', enquanto
as autoridades, que assistiam a este burlesco espetáculo, levaram
a cabo uma insultante cerimônia. Paris, centro da nacionalidade,
tomou-se sem dúvida uma Sodoma espiritual, pois a licenciosidade
parecia uma de suas principais características. A cidade tornou-se
também um Egito espiritual, ao dirigir o ateísmo militante insultos
ao Deus do Céu. Motos como ``Esmaguemos o Patife'' (referindo-
se a Cristo) eram levados pelas ruas inundadas de sangue. Mas isto
não devia durar. Ímpios gozadores podem divertir-se por algum
tempo, mas havendo o homem alcançado o seu limite, o Todo-po-
deroso pode encerrar o capítulo. E Ele sempre o faz.

As Testemunhas Mortas Ressuscitam


0 profeta declarou que após três dias e meio proféticos, ou anos,
as testemunhas voltariam à vida, e, levantando-se, fariam que
grande temor caísse sobre todos os homens. Embora a Assembléia
1Z6/As Reuelações do APocalipse

Francesa houvesse promulgado um decreto suprimindo a Bil)lia,


três e meio anos mais tarde outro decreto era baixado pela mesma
assembléia autorizando tolerância às Escrituras. A resolução, en-
tretanto, permaneceu seis meses na mesa, depois do que ``foi apre-
sentada e aprovada sem um único voto contrário". Isto foi precisa-
mente três anos e meio depois de ter sido o primeiro decreto baixa-
do. Quão acurada é a palavra profética de Deus!
``A igreja e a Bil)1ia haviam permanecido morta`s na França, de
novembro de 1793 até junho de 1797. Os £/t^?s ¢7aos e 77?e€.o foram
consumidos, e a Bil)1ia, por tanto tempo e tão severamente repri-
mida antes, foi exaltada a um lugar de honra, tendo sido franca-
mente o livro do protestantismo livre!" -George Croly, r¢e A¢o-
calypse of St. John, pãg. L83.

A Biblia Exaltada
A profecia diz: ``E subiram [as testemunhas] ao céu em uma nu-
vem; e os seus inimigos os viram." Apoc.11:12. As Escrituras, tão
fortemente suprimidas pel,a impiedade, deviam ser exaltadas aos
olhos de todas as nações. E significativo que em 1804, quase ime-
diatamente seguindo-se à Revolução Francesa, tenha sido organi-
zada a Sociedade Bil)1ica Britânica e Estrangeira. Nesse tempo as
Escrituras estavam traduzidas em apenas poucas línguas. Hoje a
Palavra de Deus pode ser lida em mais de 1.6001ínguas diferentes.
Estima-se que nove décimos, dos mais de cinco bil-hões de habi-
tantes do mundo, podem ouvir a Biblia, ou porções dela, em sua
própría língua.
0 ateísmo militante, entretanto, não terminou com a consolida-
ção da Repüblica Francesa. As forças da impiedade, tão dominan-
tes na revolução, espalharam-se de norte a este, buscando ocupar
um solo fértil. Mais destituída ainda e espezinhada do que os cam-
poneses Íranceses durante o reinado dos ültimos reis de França,
estava uma grande nação do distante norte e este. A religiãp era
para eles alguma coisa que simbolizava a crença pela força e a
opressão. Seria de algum modo de admirar que quando o país foi
lançado na revolução política de 1917, uma parte vital da agitação
fosse um ataque à religião? Levou aproximadamente um século pa-
ra que as sementes da revolução frutificassem plenamente na Rús-
sia. Weishaupt, da Alemanha, em 1776, lançou as bases de uma fal-
A Mediçáo dos Adoradores e o Poder das Duas Testemunhas/T27

sa filosofia que, de uma ou de outra Íorma, se espalhou por todo o


mundo.

Medindo o Altar e os Adoradores. Apoc.11:1

Enquanto as forças do ateísmo e do cristianismo apostatado estão


se organizando para seu derradeiro assalto à igreja, Deus está en-
viando Sua última mensagem a toda nação, tribo, 1íngua e povo.
Apoc. 14:6. A verdade, que por séculos tem sido reprimida e sub-
vertida por professores apóstatas e a incredulidade espetaculosa,
está agora brilhando com novo fulgor provindo da Palavra de
Deus. Especial atenção tem sido mostrada para com o estudo do
ministério de Jesus como nosso grande Advogado e Juiz. Uma vez
que Ele foi indicado pelo Pai para submeter a juízo cada alma, é
importante que toda nação na Terra compreenda que "vinda é a
hora do Seu juízo", de modo que pessoas de cada língua e tribo
po§sam preparar-se para o encontro com o seu Deus. A atitude de
nosso culto é a medida de nosso poder espiritual. ``É passado o se-
gundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá." Apoc. 11:14.
Oé maiores acontecimentos de todos os tempos estão perante
nós. Estamos no limiar do mundo eterno. Quão essencial, pois, que f
nos encontremos adorando a Deus em espírito e verdade! A última
grande batalha deverá ser logo travada: a batalha entre as Íorças
da luz e as das trevas, da verdade e do erro. Quando vier o terceiro
ai, serã tarde demais para fazermos paz com Deus. ``A dissemina-
ção mundial dos mesmos ensinos que ocasionaram a Revolução
Francesa - tudo propende a envolver o mundo inteiro em uma lu-
ta semelhante àquela que convulsionou a Frai}ça." -Ed%c¢Ç%~o,
pág. 228. A única resposta a um mundo apostatado e ateu é a igre-
ja arder em zelo por Deus.
0 Con£lito da lgreja
Com o Dragão
Este é um dos mais esclarecedores e abarcantes capítulcx3 do livro
do Apocalipse. Surpreso e admirado com o desenrolar do quadro,
o profeta diz: "E viu-se um grande sinal no céu." Com o auxilio do
iecurso divino, ele é conduzido de volta ao princípio, para testemu-
nhar a própria intromissão do pecado, quando Lúcifer desafiou o
trono da Divindade; daí é trazído ao conflito final entre Satanás e
as testemunhas leais a Cristo, logo antes do retorno do Senhor.

Apocalipse 12

â.sv:tisvígaadpersegeon::ànacsipneegtoe:ãln:::ir:.oÉg:Vme=roaíeaDeemusqàa¥r:
atos:
1. A origem do pecado e o início do con,flito no Céu.
2. Ataques de Satanás a Cristo, quando Este viveu entre os ho-
mens.
3. Perseguição à i,greja nos séculos subseqüentes.
4. Guerra final contra o remanescente de Deus.
Estamos na metade do livro do Apocafipse. Os capítülos se-
guiimtes £omecem impres-sivos pormenores na luta find entre as
forças, do bem e as do mal. A vftória final da igreja, a derr®ti de
Satan`ás e suas hos`tes, o comp`leto estabelecimemto d® re`ino de
L30lAs Revelações do AÍ)ocalipse

Deus na Terra - esses os temas que levam ao clímax final o livro


do Apocalipse.

A Mulher Vestida do Sol


A mulher gloriosamente ataviada, tendo o Sol como vestido, a Lua
sob os pés, e uma coroa com doze estrelas na cabeça, é, de algum
modo, o mais atrativo de todos os símbolos proféticos. Mulher em
profecia representa igreja. A igreja de Deus, pura, verdadeii:a, é
representada por uma mulher virtuosa. Jer. 6:2; Isa. 54:5, 6;
Oséias 2:19, 20; S. João 3:29; 11 Cor. 11:2; Apoc.19:7, 8. A igreja
apóstata, corrupta, é representada por uma mulher de má condu-
ta. Apoc. 17:1-5; Jer. 3:1, 8; Eze. 16:26-29; Isa. 50:1.
• Cristo tem apenas um corpo, Sua igreja, e est.e tem existido em
todos os séculos. 0 antigo lsrael, enquanto dirigido por Moisés, foi
chamado "igreja no deserto". Atos 7:38. Tem existido apenas %m
povo escolhido, %7%¢ familia do Senhor, %%¢ vinha, aí)7e¢ noiva,
%77o¢ Nova Jerusalém. As portas da cidade gloriosa levam -os no-
mes das doze tribos de lsrael, enquanto nos fundamentos estão os
nomes dos doze apóstolos. A Biblia toda contém apenas uma histó-
ria: a história do conflito entre Cristo e Seu inimigo; entre a Se-
mente da mulher e o dragão.
"Através de todos os tempos e em todas as dispensações tem
havido realmente apenas uma igreja. E assim temos aqui, como
símbolo dela, esta gloriosa mulher, em quem todas as suas mais
sublimes excelências e principais características estão reunidas
desde o início até a consumação final". - J. A. Seiss, T%e A4o-
calypse, voh. 2, pág. 277 .
``Nós consideramos a mulher como símbolo do sistema religio-
so divino na Terra desde o início do seu testemunho até a consu-
mação." -Davis, 7l¢e Vz.sz.o% o/Pcz£mos, pág.178.
Como Eva foi criada da costela de Adão durante profundo sono
deste (Gên. 2:21, 22), Cristo, o segundo Adão, trouxe Sua esposa, a
igreja, à existência por meio de Sua morte e ressurreição. Somente
ao nos tomarmos membros de Seu corpo, de Sua carne, de Seus
ossos, somos parte da verdadeira igreja. Efés. 5:30.
A verdadeira igreja de Jesus Cristo tem estado sempre vestida
com o "Sol da Justiça" (Mal. 4:2); Cristo Jesus é também "a Luz
do mundo" (S. João 8:12; 9:5). Somente os que andam em harmo-
0 Conflito da lgreja Com o Dro,gão/131

P. Godoy

nia com a Palavra de Deus podem ser chamados ``filhos da luz''.


Ver S. Lucas 16:8; I Tess. 5:5-8; Efés. 5:8.

"A Lua Debaixo de Seus Pés"

A Lua não tem luz própria; ela é simples refletora da luz solar. As-
sim é também com a igreja. Não temos luz `de nós mesmos, mas
apenas refletimos a glória de Cristo, "o Sol da Justiça''. Isto foi re-
velado de modo maravilhoso no antigo santuário hebreu, cujo ceri-
monial era apenas ``sombra dos bens futuros". Heb. 10:1. Assim

à:mcori::oa::tnetneâ:ms:àt:àáubtruarodse:ã:eç:mÉã::à:eT:rêa::à::ó.acruz
A igreja é aqui representada como estando çm pé sobre a Lua,
não como desdém ao Velho Testamento, a Moisés e os pro£etas,
mas tendo-os como fundamento. 0 evangelho eterno tem a mesma
mensagem para todos os séculos. 0 método de ensinar a salvação
pode diferir, mas os homens têm sido sempre, como também ago-
ra, salvos do pecado por um único modo - a graça de Deus.
Não devemos confundir isto com a deusa da Lua das religiões
pagãs. Nem o Sol, nem a Lua, ou mesmo a mulher, são objetos de
culto, mas apenas símbolos. A mulher, ou a igreja, está em pé sobre
a Lua. Em Salmo 89:34-37 o Senhor declara que Seu concerto e
13;2lAs Revelações do APocahí)se

Sua palavra são tão fiéis e inalteráveis como a Lua. A igreja fo[ es-
tabele€Ída sobre a Palavra de Deus.
"Sobre a Cabeça uma Coroa de Doze Estrelas"

A coroa é símbolo de realeza. A igreja é chamada "sacerdócío


real". I S. Pedro 2:9. Como já temos feito notar, doze é o número
do reino de Deus. Havia doze tribos na igreja do Velho Testamen-
to e doze é o número de apóstolos da igreja no Novo Testamento.
Há doze fundamentos na Nova Jerusalém, e doze são as portas de
entrada para a cidade. Haverá também doze troncs na igreja triun-
fante. S. Mat. 19:27, 28; S. Lucas 22:28-30.

"E Deu à Luz um Filho"

Em Gên. 3:15, encontramos a primeira promessa da vinda do Re-


dentor. Eva parece ter pensado que Caim era o Prometido. A tra-
dução de Spurrel, diz: "Alcancei o varão Jeová." Gên. 4:1. Mas em
vez de ser -o doador da vida, Caim se tornou o tirador da vida. Ao
longo de todos os séculos, os devotos filhos de Deus estiveram
aguardando o Salvador que devia vir. "Mas vindo a plenitude dos
tempos, Deus enviou o Seu F`ilho. " Gál. 4:4. E, fiel à palavra profé-
tica, Ele veio como um desamparado lnfante.

0 "Grande I)ragão Vermelho"


Claramente, se afirma que o dragão é o diabo. Verso 9. Mas, em
seus ataques ao povo de Deus, ele tem sempre operado por inter-
médio de perseguidores terrenos, como o antigo Egito e Roma pa-
gã, ambos representados nas Escrituras por este mesmo símbolo.
Ver Eze. 29:2-4. ``Os pagãos romanos usavam a imagem de uin
dragão em seus estandartes, como também a de uma águia. Esses
estandartes com dragão eram vermelhos. `0 estandarte púrpura
do diaigão' ." - A:riiaíno M:zricexmo, History of the Ro'iimm Emí)ire,
vol. 16, pág. 12.
Esta profecia tira a máscara ao monstro e revela o poder que
tem estado por trás de reinos terrestres como Babilônia, Tiro e Ro-
ma. Em lsaías 14 e Ezequiel 28, en`contra-se o mesmo princípío.
PcF trás dos reinos de Babilônia e Tiro estava o mesmo poder.
0 Conflito da lgreja Com o Dragão/L33

Desde o Éden até o fim do tempo, pode-se descobrir o rasto da


serpente. 0 inimigo envenenou a corrente- da vida no nascedou-
ro, e o engano a que submeteu a mulher foi, na verdade, um ataque
a Deus. Como inimigo, tanto de Cristo como de Deus, ele é men-
cionado treze vezes no Apocalipse.

0 Dragão Esperando Para Devorar a Criança


A promessa feita por Deus a Eva no Éden foi acalentada pelo povo
do Senhor. Mas esperaram longo tempo até que viesse a prometi-
da "Semente" -Cristo. Gál. 3:16. 0 diabo também esperou, e por
inúmeras vezes ele procurou subverter o plano do Céu para salvar
o mundo. Muitas vezes ele quase teve sucesso. Antes do Dilúvio,
fodcz ctzy%e estava corrompida, ``mas Noé achou graça aos olhos do
Senhor". Gên. 6:8.
Então, ao ir-se reduzindo, estreitando, o caminho da promessa,
primeiro à tribo de Judá, e então à familia de Davi, notamos o ini-
134/As Revelações do AÍ)ocalipse

migo arregimentando suas forças. Nos dias dos persas foi baixado
um decreto pelo monarca-ditador, segundo o qual os judeus de-
viam ser extérminados como nação. Mas a despeito de toda tenta-
tiva e estratagemas do diabo, o plano de Deus foi cumprido. 0 No-
vo Testamento abre-se com estas triunfantes palavras: "Livro da
geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão." S. Mat.
1:1. A Criança nasceu, a despeito da cerrada oposição das forças
do mal reunidas.
Quando Jesus nasceu, o dragão ali estava para atacá-Lo. Veio o
escape pela fuga para o Egito. No deserto, o dragão se aprestou
para atingi-Lo, tão-somente para sair derrotado pela Palavra de
Deus. Então toda a negra paixão do Ódio desabou no Gólgota. Traí-
do e crucificado, o Redentor do mundo foi afinal sepultado num se-
pulcro novo aberto na rocha. Como o mal triunfou! Mas somente
p-or pouco tempo. Por Sua morte e ressurreição, Cristo "derrotou
o reino do demonismo" e desbaratou as forças das trevas.
"0 Seu Filho Foi Arrebatado Para Deus e Para o Seu
Trono"
Ele Se levantou para nossa justificação, e, como Rei da justiça, mi-
nistra agora por nós ante o trono da graça. Heb. 4:14; 8:1; 10:12.
Quem ousa qualquer acusação contra os eleitos de Deus? Sendo
justificados em Cristo e vindicados pelo Seu poder, nada pode ago-
ra separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Rom.
8:33, 34.
Quão maravilhoso tudo isto deve ter parecido a João! Sua pró-
pria perseguição, o prematuro martírio de seu irmão Tiago, a exe-
cução de Pedro e Paulo, tudo ele podia agora compreender ao ob-
servar o desdobrar do panorama. Então, para que ele pudesse bem
compreender o pleno significado do drama do pecado e da salva-
ção, a cortina foi corrida e o passado, bem como o futuro, foram
abertos a seus olhos.
"Houve Batalha no Céu"

A guerra não começou na Terra, mas no Céu. E a história do peca-


do é longa e tétrica. 0 pecado é um mistério para cuja presença ne-
nhuma desculpa pode ser encontrada. Ele não se originou na Ter-
0 Conflito da lgreja Com o Dragão/L35

ra, mas começou no Céu, quando Lúcifer instigou a rebelião entre


os anjos. Como dirigente da hoste celestial, ele desafiou a sobera-
nia de Deus. Isa.14:12-15. Ele era ``cheio de formosura'', perfeito
no caráter,
•bora o mais"até que se de
honrado achou
todainiqüidade" nele. Eze.
a hoste angélica, ele 28:12-15. Em-
teve inveja do

Criador, e, cobiçando-Lhe o trono, começou a semear a discórdia


entre os anjos, provocando assim a rebelião.
``Permitiu Deus que ele [Satanás] demonstrasse a natureza de
suas pretensões, a fim de mostrar o efeito de suas propostas mu-
danças na lei divina. A sua própria obra o deve condenar .... 0 Uni-
verso todo deve ver o enganador desmascarado." -Ptz£#.¢7icczs e
P7io/eítzs, pág. 24.

``Miguel e Seus Anjos Batalharam Contra o Dragão"

Pedro fala dos ``anjos que pecaram''.11 S. Pedro 2:4. Alguns den-
tre os anjos se uniram a Lúcifer em seus ataques contra Deus. Es-
ses ``anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a
sua-própria habitação" , Deus levará a julgamento. S. Judas 6. João
pinta o dragão como enganando ``a terça parte das estrelas do
Céu".. Eles uniram suas forças em rebelião. Foi um dia trágico
quando a serpente venceu Adão e Eva, tornando-se a Terra recém-
criada o campo de batalha das forças em conflito, sob os dois gran-
des generais, Miguel e o dragão. Até a morte de Cristo, Satanás
era o representante legal deste mundo. Embora ele houvesse usur-
pado o reino, foi sempre acusador do homem. JÓ 1:6, 9-11. 0 con-
flito entre o bem e o mal, portanto, tem um alcance muito mais
vasto do que o da Terra somente. Mas o pecado chegará ao seu
fim neste planeta. Eze. 28:18 e 19.

"0 Acusador de Nossos lrmãos é Derribado''.


Apoc.12:10 `.€f

Este poderoso combate espiritual atingiu novo clímax quando


Cristo pendia da cruz. Todo o Céu observou "a batalha entre a lu.z
e as trevas, enquanto a mesma se tornava mais forte. E ao clamar
Cristo em Sua aflição mortal sobre a cruz: `Está consumadó', um
brado de triunfo repercutiu por todos os mundos, e pelo próprio
Céu. A grande contenda que estivera,em andamento durante tanto
+36/As Revelações do ADocalipse

tempo neste mundo, estava agora decidida, e Cristo era vencedor.


Sua morte resolveu a questão de terem ou não o Pai e o Filho amor
suficiente pelo homem para exercerem a abnegação e um esprito
de sacrifício. Havia Satanás revelado seu verdadeiro caráter de
mentiroso e assassino. Viu-se que o mesmo espírito, com que go-
vemara os filhos dos homens que estiveram sob o seu poder, ele
teria manifestado se lhe fora permitido govemar os seres do Céu.
Unanimemente o Universo £iel uniu-se no engrandecimento da ad-
ministração divina." .-Pczf7?.4mcfls e P7io/eztzs, págs. 65 e 66.
Quando Cristo Se ergTeu da sepultura, tornou-Se então o le-
gítimo representante deste mundo. Sua morte reconciliou o mun-
do com Deus, e o acusador, o diabo, não tem mais direito algum a
ele. Não admira que uma exclamação de triunfo se ouvisse no Céu!
E mais, os habitantes do Céu falam do diabo como "acusador de
#ossos irmãos". Os anciãos sabiam alguma coisa de seu poder, pois
também eles tinham-no enfrentado em combate mortal. 0 acusa-
dor e enganador fora finalmente lançado fora de seu lugar de usur-
pação, e Cristo, o segundo Adão, tornou-Se nosso representante.
Versos 10, 12.

"Ai dos que Habitam na Terra"

E agora é revelada a causa oculta das grandes lutas da igreja. 0


diabo, sabendo que perdera a batalha contra Deus, e reconhecendo
que lhe resta pouco tempo, est:á agora concentrando todo o seu po-
derio contra os seguidores de Cristo. Ao profeta, foi mostrado este
inimigo de Deus e do homem perseguindo a mulher - a igreja. Até
a morte de Cristo, Satanás estava ansioso por reunir outro§ mun-
dos em tomo de si para rebelião contra Deus. Mas agora ele está
derrotado. Ver 0 Dese/.¢do de rod¢s ú7s JVczÇo~es, pág. 565. Assim, ele
transfere toda a sua energia para o combate à igreja. Para escapar
aos ataques do inimigo, a igreja foge para o deserto, para um lugar
que Deus lhe preparou, e aí é sustentada por 1260 dias proféticos,
ou anos. Este período é mencionado sete vezes em Daniel e no
Apocalipse: (1) Dan. 7:25; (2) Dan. 12:7; (3) Apoc. 11:2; (4) Apoc.
11:3; (5) Apoc. 12:6; (6) Apoc. 12:14; (7) Apoc. 13:5. Cqmeçou, co-
mo já vimos, com o decreto de Justiniano em 538 A.D., e terminou
com o £im do domhio papal em 1798. Lugares ermos, como os va-
1es do Píemonte e as sólidas montanhas dos Alpes, e mesmo a ter-
0 Conflito da lgreja Com o Dragão/L37

ra amiga da América recém-descoberta, tomaram-se um céu de re-


fúgio para o perseguido povo de Deus.
"A Serpente Lançou de Sua Boca, Atrás da Mulher,
Água.Como de um Rio''. Apoc.12:15

Água em profecia representa povo: Apoc. 17:15. Durante a supre-


macia papal, diferentes povos foram usados no esforço de destruir
o fiel e verdadeiro povo de Deus. As páginas da História estão
manchadas com o sangue de amargas perseguições e impiedosos
massacres. Mas tudo foi em vão; ao contrário, ``o sangue dos már-
tires é semente da igreja".
0 Céu se rejubila na vitória dos santos sobre o poder do dragão.
``Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho." Apoc.12:11. Mas o profeta observa que outra tenta-
tiva, e mais sutil, é feita para destruir a igreja. 0 inimigo lança de
sua boca um dilúvio para arrastar a mulher. Com efeito, um-dilúvio
de falsos ensinadores, saturados de evolucionismo e filosofias hu-
manas, tem-se levantado para opor-se à verdade de Deus. Isto tem
sido assim especialmente desde o fim dos 1260 anos. A água vinha
da boc¢ da serpente. 0 que ele não logrou por meio de exércitos e
de perseguições, busca alcançar por meio de um exército de falsos
educadores. Propaganda mentirosa e a ` `falsamente chamada ciên-
cia" (1 Tim. 6:20) alcançará o seu clímax na batalha final contra a
verdade.
"A Terra Abriu a Sua Boca"

Para fazer frente a este novo ataque, "a Terra abriu a sua bocaj'.
Através dos séculos, a Terra tem ajudado a mulher, providenciando
refúgio para o perseguido povo de Deus. Mas este novo ataque, vin-
do da boca da serpente, tem sido derrotado de outro modo. Um sé-
culo atrás, veio à existência a nova ciência da arqueologia, e das ci-
dades sepultadas no passado as evidências se acumularam, prci=
vando a Bil)1ia e confirmando a exatidão de seus registros. Maravi-
lhosas descobertas nos ffimpos da Arqueologia, da História e da
Geologia robusteceram e vindicaram a Palavra de Deus. A Pedra
de Roseta, descoberta em 1799, tomou-se-a chave do passado,
permitindo aos estudiosos aprenderem as línguas antigas do Egito ,
L38/As Reuelações do APocalií)se

deste modo abrindo ao conhecimento toda a história do passado.


Milhares de descobertas têm sido feitas em confirmação da histó-
ria bil)1ica. A Terra tem aberto, sem dúvida, a sua boca, e as pró-
prias pedras estão clamando aos ouvidos dos céticos: "A Tua Pala-
vra é a verdade."
"E o Dragão lrou-se Contra a Mulher, e Foi Fazer `
Guerra ao Resto de Sua Semente". Verso 17
A maior e final tentativa de Satanás será feita contra a própria últi-
ma igreja, chamada neste capítulo "o resto de sua semente". Es-
tes entes leais, obedientes aos mandamentos de Deus e possuindo
o "testemunho de Jesus'', permanecem como fiéis testemunhas.
"Desde o início do grande conflito no Céu, tem sido o intento
de Satanás subverter a lei de Deus. Foi para realizar isto que en-
trou em rebelião contra o Criador; e, posto que fosse expulso do
Céu, continuou a mesma luta na Terra .... 0 último grande conflito
entre a verdade e o erro não é senão a luta final da prolongada coi}-
trovérsia relativa à lei de Deus." -0 Gr¢%de Co%#G.ío, pág. 587.
Em toda grande crise da História, Deus tem tido fiéis servós
cuja obediência a Ele era mais preciosa do que a vida. 0 profeta
lsaías, escrevendo num tempo em que a verdade estava sendo
comprometida, falou dos que eram leais a Deus como sendo o Seu
``remanescente''. (Ver Sof. 3:12 e 13; Miq. 4:7.)
Na última grande crise do século, Deus terá um "remanescen-
te" 1eal que, por Sua graça, permanecerá firme pela verdade e pela
justiça. João descreve este remanescente como aqueles que ` `guar-
dam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus'', tes-
temunho este que o anjo declarou ser ``o espírito de profecia".
Apoc.12:17; 19: 10. Por meio de Sua Palavra e os conselhos de Seu
Espírito, Deus está, mesmo agora, preparando esse ` `remanescen-
te" para estar de pé ``no dia mau", quando os principados e potes-
tades e ``os príncipes das trevas deste século' ' farão seu últ:imo ata-
que,à igreja. Efés. 6:12 e 13. Ver também 11 Tes. 2:9-13.
E por meio do ``remanescente" que Deus está dando Sua ülti-
ma mensagem de misericórdia ao mundo e revelando ao mesmo
tempo as maquinações do ``homem do pecado'', cujo sistema de
falsificação da salvação tem obscurecido o glorioso evangelho de
Cristo e Sua graça salvadora. À igreja que está ` `aguardando a vin-
0 Conflito da lgreja Com o Dragão/L3í9

da de nosso Senhor", "nenhum dom lhe falta", diz o apóstolo Pau-


lo. I Cor.1:7. Deus tem Seus servos em todas as partes da Terra.
Estes, está Ele reunindo por meio do poder do evangelho eterno
que é proclamado "a toda nação, e tribo, e língua e povo''. Apoc.
14:6. Isto é claramente expresso no seguinte texto:
"Entre os habitantes do riiundo, espalhados por toda a Terra,
há os que não têm dobrado os joelhos a Baal. Como as estrelas do
céu, que aparecem à noite, esses fiéis brilharão q¥ando as trevas
cobrirem a Terra, a densa escuridão os povos. Na Africa pagã, nas
terras católicas da Europa e da América do Sul, na China, na lndia,
nas ilhas do mar e em todos os escuros recantos da Terra, Deus
tem em reserva um firmamento de escolhidos que brilharão em
meio às trevas, revelando claramente a um mundo apóstata o po-
der transformador da obediência a Sua lei." - P7io/eítzs e j?ee.s,
págs. 188 e 189.
1
A Besta Que Surgiu
do Mar. 0 Número
Místico 666
Quão depressa se mudam as cenas neste quadro apocalíptico! João
ainda observa, como que fascinado, o desenrolar do drama dos sé-
culos. Contemplando o agitado mar, eis que ele vê surgir das águas
uma hedionda besta. Daniel também contemplou em-visão surgi-
rem bestas como símbolos de poderosos r`einos terrestres. Ver
Dan. 7.
Foi o dragão, neste caso Roma, que deu à besta de Apoc. 13 o
seu trono e grande autoridade. João nos diz que este poder, a bes-
ta, proferiria blasfêmia contra Deus. Apoc. 13:1. Domiciano, que
baniu a João para Patmos, cunhou os papéis do Estado com o título
blasfemo de ``Imperador Domiciano, Nosso Senhor e Nosso
Deus''. Foi este poder pagão que deu à besta sua autoridade. To-
memos posição ao lado do vidente de Patmos e contemplemos com
ele estas empolgantes cenas na grande revelação de redenção, ao
vê-1as expostas no juízo.

A Besta Com Sete Cabeças e Dez Chifres


Alguns, em virtude da semelhança de linguagem entre as descri-
ções de João e de Dani'el, afirmam que João símplesmente tomou
emjpres`tado a Daniel. Daniel, na verdade, estava contemplando á
14:2/As Revelações do A|)ocalií)se

história futura, ainda por vir. Ele viu a sucessão de poderes em


surgimento. Primeiro o leão (Babilôniá), depois o urso (Pérsia), a
seguir o leopardo (Grécia) e finalmente a besta de dez chifres (Ro-
ma). Todas estas características estão incorporadas nesta besta de
Apoc. 13. É, portanto, um símbolo composto dos reinos deste
mundo, sobre os quais Satanás tem exercido domínio.
João, vivendo seiscentos anos depois de Daniel, contemplou es-
sas mesmas potências numa perspectiva diferente. Ele podia olhar
tanto para o passado como para o futuro. Embora Roma fosse o
poder dominante então, muito da civilização grega fora preserva-
do, no império de que falamos, como sendo greco-romano. 0 sím-
bolo profético combina a cabeça de dez chifres de Roma com o cor-
po de leopardo da Grécia. Mas a besta incorpora também aspectos
dos antigos reinos da Pérsia e Babilônia, pois tem pés de urso (Pér-
sia) e boca de leão (Babilônia). Tanto Daniel como João deram ên-
fase aos dez chifres - as subseqüentes divisões de Roma.

0 Dragão D'á à Besta sua Autoridade e seu Trono.


Verso 2

0 Dragão - o diabo e Satanás (Apoc. 12:9) - sempre opera por


meio de reinos e instituições terrestres. 0 antigo Egito foi compa-
rado ao dragão. Eze. 29:3. Mas a aplicação em Apoc. 12 é definida-
mente a Roma pagã, o poder que procurou destruir a Jesus tão lo-
go Ele nasceu. Roma pagã entrou em colapso mais tarde e foi
substituída por Roma cristã ou papal. A antiga cidade de Roma
tornou-se a capital e o centro de autoridade deste poder então novo
e crescente. Em 330 A.D„ Constantino deixou Roma para cons-
truir Constantinopla, a nova capital. Este pode ser considerado o
início da desintegração do lmpério. Constantinopla tornou-se mais
tarde a capital de Roma Oriental, ou lmpério Romano do Oriente.
Muitos escritores revelam o modo como se deu a transferência
de Roma pagã para Roma papal. Eusébio, em sua Ví.cZ¢ cze Co%síú!%-
fz.%o, declara: "A fim de tornar o cristianismo mais atrativo aos
gentios, os sacerdotes adotaram as vestimentas exteriores e os or-
namentos usados pelos pagãos em seu culto."
0 papa Gregório, instruindo Agostinho, teria dito: "Destrua os
ídolos, nunca os templos. Aspirja-os com água benta; ponha neles
relíquias, e deixe que as nações adorem nos lugares em que estão
A Besta Que Surgiu do Mar. 0 Número Místico 666/L4c3

acostumadas a fazê-lo." 0 cardeal Barônio, segundo se afirma, fez


esta declaração: "À santa igreja foi permitido apro-
priar-se dos ritos e cerimônias dos pagãos em seu culto idólatra,
desde que ela (a igreja) os expiasse mediante consagração." Estas
são indicações da atitude da igreja de Roma nesse tempo. Compro-
metimento era sua constante característica, enquanto a verdade
era tragicamente sacrificada nos altares da forma e da liturgia.

0 Pontííic.e Máximo

Constantino, prevendo o triunfo final do cristianismo, tornou-se


seu campeão. Como imperador, ele estava já investido do poder e
honras do paganismo. A estas não renunciou, mas, em vez disto,
trouxe-as para dentro do cristianismo. Tornou-se ele, assim, a pon-
te que uniu o paganismo com o cristianismo. Meio século mais tar-
de, em 375 A.D., Graciano, imperador cristão, recusou as vesti-
mentas pagãs e o título pagão de ``Pontífice Máximo''. Mas o bis-
po de Roma, vendo áí uma oportunidade de exaltar sua dignidade,
assumiu o título e as vestimentas de Pontífice Máximo.
Como já fizemos notar no capítulo 3, "pontifex" vem de duas
palavras latinas, Po7¢s (nominativo) ou Po%}¢.s (genitivo), significan-
do ponte; e /tzczz.o (eu faço) ou /czcfo7' (construtor); e 77e¢#¢.m%s,
maior, donde significar a frase ou título, "0 Maior Construtor de
Pontes", ou "Coletor de Pontes'', no sentido de cobrador de pedá-
gio. Este era o histórico título do sumo sacerdote do paganismo,
agora perpetuado na igreja juntamente com as vestes do sumo sa-
cerdote do paganismo, mas sempre sob o disfarce de cristianismo.
Um antigo bispo católico romano que, antes de sua aceitação da fé
plena em Jesus era professor de História Éclesiástica num dos
principais seminários teológicos de Roma, explicou que uma das
razões da aceitação do título era que uma taxa podia ser cobrada
de todos que entrassem na cidade de Roma. Admite-se que esta ta-
xa perdurou até o ano de 1870.

666 -0 Número da Besta. Apoc.13:18


Este nümero místico representa um sistema, antes que um ho-

:eàmp.ogef,r:gãos'e:utrao:::pee3::niéop:àÊ:fol:,TÃp=cçe|u3:à2.besta"o
144/As Revelações do AÉocalipse

0 paganismo é, em grande medida, uma religião de culto à Na-


tureza, ao Sol e à Lua, estes como divindades preeminen±es,; o Sol,
geralmente divíndad`e` masculina, e a Lua feminina. Na mitologia
antiga, a serpente era universalmente o símbolo do Sol. 0 culto ao
Sol e o culto à serpente começaram lado a lado, sendo o So`I consi-
derado como a fonte de toda a7z.dz /G'sG.cóí e a serpente de toda zJG.db es-
Í,irtiual.
A serpente, entretanto, não era seguramente fonte de vida es-
piritual, pois a Biblia declara que a serpente fcri a e%gtz%cEczorjz da
humanidade, ro#à¢%do ao homem sua c;z.#cz espc.7?.Ía4czJ. Esculápio,
antigo deus da Medicina, era algumas vezes representado por uma
serpente enroscada em tomo do tronco de uma áwore morta, sím-
bolo de restauração da vida. (Ver Apêndice, pág. 240, n9 6.)
Os antigos declaravam que Deus opera por matemática. Sua re-
1igião era um conglomerado de religião, astrologia, alquimia, ciên-
cia física e mental e matemática. A antiga astrologia dividia o céu
estrelado em 36 constelações. Estas eram representadas por dife-
rentes amuletos chamados "Sigilla Solis", ou selo do Sol. Esses
amuletos eram usados pelos sacerdotes pagãos, e continham todos
os números de 1 a 36. Por meio dessas figuras, eles diziam poder
predizer acontecimentos futuros. Tais amuletos eram usualmente
feitos de ouro, visto sér o amarelo a cor solar. Para serem conduzi-
dos, eles eram envolvidos em seda amarela,. supondo-se que o por-
tador recebia desse modo os benéficos poderes que se criam ema-
nar dessa jóia.
Os desenhos tirados de fotografias tomadas em 1910, mostram
com efeito, amuletos existentes então no Museu Britânico. Eles
revelam a veneração que os antigos tinham pelo deus-Sol. De um
lado do N9 1, vemos o deus do Sol eiri pé sobre um leão. Isto indi-
cava a posição do Sol na constelação do I£ão, durante os dias
quentes de agosto. No verso está escrito: ``Nachyel", o que signifi-
ca "inteligência do Sol'', e em 36 quadrados estão arranjados os
nümeros de 1 a 36 (ver diagrama), de tal modo que qualquer colu-
na, horizontal ou verticalmente somada, e também as duas diago-
nais que se cruzam no quadrado, dão 111. A soma das seis colu.n`as,
computadas horizontal ou verticalmente, é 6 x 111, ou 666.
A segunda ilustração é também um se`1oi solar, mas` honra a es-
trela Basilisco, que era a forma d'imínutiva do grego Effis`Ü.Je# (re`i),
signiíicando o mesmo que o latino regzfJ%. Ora, Regulus é a única
A Besta Que Surgiu do Mar. 0 Número Mísúco 666/14E5

Número 2
Amuletós usados pelos sacerdotes pagãos adoradores do Sol.

ó 32 3 34 35 1 1 32 34 3 35 6-

7 „ 27 28 8 30 30 8 27 28 „ 7

19 '4 16 '5 23 24 20 24 15 16 13, 23

18 20 22 21 '7 '3 19 17 21 22 18 14

25 29 '0 9 26 12 10 26 12 9 29 25

36 5 33 4 2 31 31 4 2 33 5 36

Diagrama de Números Místicos


146/As Revelações do APocalipse

estrela de primeira grandeza na constelação de Leão. 0 Sol e a Lua


são de novo per£eitamente identificáveis neste amuleto, e no verso
encontra-se o mesmo arranjo numeral, com o números também so-
mando 666.
Depois que o império babilônico caiu, todo o sistema de mitolo-
gia egípcia e babilônica foi transferido para Pérgamo, na Ãsia
Menor. (Ver mapa, cap. 3.) Não admira que o Senhor, escrevendo
à igreja de Pérgamo, disse: ``Eu sei as tuas obras, e onde habitas,
que é onde está o tro'no de Satamás." ALpoc. 2..L3.
0 corrupto sistema de idolatria pelo qual a igreja se afastou da
fé, é chamado por Paulo ``o mistério da iniqüidade" (11 Tes. 2:7), e
por João ``Mistério, a grande Babilônia''. Apoc.17:5. Operando já
nos dias de Paulo, a plena revelação desta apostasia estava ainda
no futuro. Os mistérios babilônicos, sempre envolvidos em segre-
dos, desde os mais antigos tempos têm desafiado a verdade de
Deus. Paulo fala a respeito de ``infrutíferas obras das trevas", das
quais ele afirma ser "vergonha até falar", praticando-as eles em
segredo. (Vei Éfes. 5:11 e 12.)
Quando o Filho de Deus foi pregado numa cruz, era como se o
mal houvesse triunfado. Mas nosso Senhor "suportou a cruz, des-
prezando a afronta" (Heb. 12:2), vindo a cruz a ser símbolo deste
desprezado culto.
Este deus-mistério, mencionado por Plutarco como "o deus
oculto" (Z)e Js¢.de eí Osz.7z.de, vol. 2, pág. 354), e por outros como
"sistema oculto", foi adorado sob o nome de "Saturno", que signi-
fica ``mentir em oculto''. Em caldaico ou aramaico a pronúncia é
``S-T-U-R". Chambers, em seu livro Booà o/Dtzys, fala do "festival
de São Satur, o mártir". Este "sistema oculto" de vergonha e
apostasia invadiu a igreja, nos primeiros séculos, deixando o seu
rasto de corrupção em cada sucessiva geração. 0 verdadeiro Deus
não é "oculto"; Ele está revelado em Jesus Cristo.
Vejamos agora o significado das letras que formam o nome S T
UR:

"0 Deus Oculto" de Babilônia


(Língua Aramaica)
A Besta Que Surgiu do Mar. 0 Número Místico 666/147

Quando este sistema foi estabelecido em Roma, a ``cidade das


sete colinas", a ltália se tornou a terra de mistérios ocultos, e foi
por séculos conhecida como "Terra Satúrnia", ou Terra de Misté-
rio. Saturno era identificado também como Jano, o Grande Media-
dor e Abridor e Fechador. E os sumos sacerdotes do paganismo
eram investidos com as chaves de Jano e Cibele.

0 Cristianismo Desafia o Paganismo

Quando a igreja cristã começou, a simplicidade da mensagem


apostólica fazia estranho contraste com o elaborado sistema dos
mistérios pagãos. Que um pecador pudesse ir diretamente à pre-
sença de Deus e encontrar salvação sem a mediação de todo um
sistema de sacerdotes e de encantamentos, parecia bom demais
para ser verdade. Esta simples mensagem produzia pureza de vi-
da. Os homens eram d`i£erentes; agiam de modo diferente; havia
gozo e paz que não .podiam ser negados. Paulo falou do "mistério
da piedade" (1 Tim. 3:16) que envolveu a encarnação de nosso Se-
nhor, Sua vida incontaminada, Sua ascensão e ministério ante o tro-
no da Divindade. Que contraste com o ``mistério da iniqüidade"! 11
Tess. 2:7. Separados do evangelho de Cristo, os homens não po-
dem alcançar a vitória sobre o pecado. A mensagem cristã era um
chamado para fora das trevas de todo o sistema de mistérios pa-
gãos. "Não tenhais comunhão com as obras in£rutíferas das tre-
vas", escreveu Paulo, pois o só falar das coisas que faziam em se-
gredo era uma vergonha. (Efés. 5:11 e 12.) E isto era real e tragica-
mente verdadéiro. Os mistérios secretos eram muitas vezes um
disfarce para degradante imoralidade.
Os apóstolos, prevendo que o sistema pagão corromperia a sim-
plicidade do evangelho, advertiram os líderes das igrejas. Mas
pouco a pouco, a despeito de suas advertências, a igreja sofreu
uma "apostasia" (11 Tess. 2:3), e o paganismo se estabeleceu do
modo mais completo na igreja apostatada. Esse ramo do cristianis-
mo, pelo menos, não se tornou a ``filha de Sião", como a antiga
igreja de Deus foi chamada, mas a ``filha do paganismo'', com sua
sede em Roma. Todas as vestimentas do paganismo tornaram-se
parte do assim chamado sistema cristão. As chaves de S.. Pedro,
por exemplo, encontradas no brasão de armas do papa e usadas
por ele -cabeça do sistema -não'são as chaves de S. Pedro, mas
148lAs Reuelações do APocaliSse

o equivalente moderno das chaves pagãs de Jano e Cibele. Muitas


das festividades da igreja são pagãs, como, por exemplo, o festival
de São Satur, o mártir, realizado no dia 29 de março. Ver R. Cham-
bers, 7l¢e Booà o/D#ys, vol. 1, pág. 435. Uma das orações da litur-
gia da missa é: "Deus oculto e meu Salvador, tem misericórdia de
nós." -W. MacGavin, 7lÃe P7ofesítz%í, vol. 2, pág. 79. Saturno era
o "deus oculto'' do paganismo. Não admira que Deus chame a esse
sistema "Mistério, a Grande Babilônia''. Apoc. 17:5.
Tanto o %ome como o %Gí7%e7io de seu nome são significativos pa-
ra o estudante do Apocalipse, embora somente pela sabedoria de
Deus possamos conhecer o apóstata designado. Devemos, pois,
buscar a guia de Deus para que nos revele este divino segredo. Ao
aceitar o desafio de Deus para descobrir o significado deste nüme-
ro 666, devíamos ser como homens que pesquisam e buscam en-
tender as coisas ocultas de Deus, em vez de ser como crianças
brincando de "adivinha o que é". A dignidade do Apocalipse, con-
quanto demandando nossa sóbria pesquisa, pede também a dili-
gência raramente revelada em comentários e livros escritos sobre
o Apocalipse. Este número místico foi dado ao profeta João pelo
Espírito Santo, para que o seu segredo fosse revelado somente aos
que possuem a sabedoria de Deus. Muitos nomes têm sido sugeri-
dos através dos séculos, alguns demasiado ridículos para serem
comentados. Isto tem levado alguns a passar por alto o assunto,
como se ele não merecesse maior consideração. Mas Deus diz:
"Quem tem sabedoria [não a sabedoria da serpente, mas a de
Deus] calcule o número. " Como obedientes servos temos procura-
do "a sabedoria que é de cima" (S. Tia. 3:17), e nossa descoberta
conduz-nos a tremendas conclusões.
A /8.%gz¢¢ge7% s¢grtzdcz dessa igreja tem sido por séculos, median-
te decreto, não o grego ou o hebraico, mas o latim. Quando o papa
fala e#-c¢íed7itz, fala em latim. Até recentemente, a missa era dita
em htim, unicamente. A antiga palavra grega para designar a pes-
soa de "fala latina" é /¢JeG.%os, que desde priscas eras tem sido re-
conhecido como o nome indica-do em Apoc. 13:18. E. 8. Elliott,
em sua jror#e A4oc¢/y¢í8.c¢e, diz: "Mas o que responde de modo
completo aos reclamos do enigma sagrado, e que eu creio, portan-
to, plenamente, ser o que o Espírito tinha em vista, é.a solução de
lrineu, £¢£eG.%os. " -Vol. 3, pág. 233. (A letra "E" é em geral omi-
tida na forma moderna de pronüncia da palavra, mas autoridades
A Besta Que Surgiu do Mo,r. 0 Número Místico 6661149

H-0
L-30 É-8
A-1
T - 300 -30
E-5 Pessoade "fala -1
| -10 1atina"ouigreja -300
N-50 1atina
``0 Reino Lati-
0-70 (Linguagem
S -200 Grega) - 8 no,,
(Linguagem
666 8-2 Grega)
A-1
S - 200
A computação que se vê na se- I-10
gunda coluna é significativa. A L-30
forma grega para "o reino lati- E-5
no" é: I-10
HÉLATINÉEBASILEIA, A-1
que també-rií dá o iiúmero 666.
666
como lrineu, Hipólito, André e outros, Pron-ünciam-na como apre-
sentamos aqui.) Este título tem também o mesmo significado nu-
mérico no grego.
Como já foi mencionado, a ltália foi, por longo tempo, conheci-
da como a ``Terra do Mistério", ou "Ter`ra Satúrnia''. Quando o
ramo italiano da igreja cristã abriu caminho para a supremacia e
procurou controlar a igreja universal, ou católica, tornou-se então

:s:gr:J;amcea:óáicga.:goo"-"z£kigÉejiAdaJitá'ia;KEAéiigF|iáirce::iv|:aTiua:
na", também dá 666.
E-5 I-10
K-20 T - 300
K-20 A-1
L-30 L-30
É-8 I - 10 "Igrejaltaliana"
S - 200 K-20 (LínguaGrega)
I-10 A-1
A-1 372 + 294 = 666
294
150lAs Revelações do APocalií)se

0 cabeça da igreja apóstata entrou na posse de um reino tem-


poral, quando Pepino conferiu ao papa Estêvão 11 a primeira con-
cessão dos Estados Papais em 755 A.D. 0 pontífice romano tor-
nou-se um soberano temporal, e como tal permaneceu por 11 sé-
culos. Em 1870, porém, foi ele privado desses Estados, quando a
ltália foi unificada por Garibaldi, durante o reinado de Vítor Ema-
nuel 11.
0 papa, entretanto, permaneceu no Vaticano como ` `prisionei-
ro voluntário" até 11 de fevereiro de 1929, quando Mussolini res-
taurou à soberania pontifícia um fragmento do anterior domínio,
dando-1he cerca de 180 acres. Esta restauração fê-1o "rei" nova-
mente, e o número de seu reino é 666. Estudiosos do grego têm ex-
perimentado os nomes de cerca de 400 outros reinos, mas nenhum
dá o número 666 - este número místico de valor preciso.

As Admissões Papais
Mas 666 é também o %Gé7%eyo de %% Ão%e7%.. o representante do po-
der. Apoc. 13:18. A versão católica romana de Douay, contém
uma nota especial de rodapé sobre Apoc.13:18, que reza: "As le-
tras numerais deste nome somarão aquele número". Há muitos
nomes e títulos arrogados pelo pontífice romano, mas o mais signi-
f:icír+No derie;s é VICARIUS FILII DEI, que stgriifica Substi,tuto do
F¢./Ão de Dea#. Este título está incorporado à Lei Canônica da igreja
católica romana: ``Beatus Petrus in terris vicarius filii Dei videtur
esse constitutus." -Dec7ie£aó7% Gytz£3.¢7¢¢., prima pars., dist. 96.
` `0 título V¢.c%yz.%s F¢./¢.¢. Z)e8.... é múito corium como título para o

papa." - Dr. J. Quaston, S.T.D., professor de história antiga e


arqueologia cristã na Escola de Teologia Sagrada da Universidade
Católica da América, Washington, D.C., 5 de março de 1943. Este
título foi confirmado por um concilio da igreja, segundo Binius,
dignitário católico de Cologne. Ver S¢c7ioscz7¢c}cz Co%c¢./G.cz, vol. 1,
págs. 1539-1541.
"0 título do papa de Roma é Vicarius F`ilii Dei, e se tomardes
as letras que este título representa em valores latinos numerais
(em maiúsculas) e as somardes, tereis o número 666." -0%y S%%-
cby V3.sG.ío7, 15 de novembro de 1914.
Não hã o propósito absolutamente de apenas contar números e
multiplicar nomes. Conquanto muitos nomes tenham sido conside-
A Besta Que Surgiu do May. 0 Número Místico 666/151

rados através dos séculos, no esforço de interpretar esta profeci.a,


muitíssimas vezes isto tem redundado em pouco mais do que sim-
ples especulação. 0 desafio, repetimos, não é ao matemático como
tal, nem ao filósofo com sua sabedoria secular, mas ao servo de
Deus que fervorosamente busca aquela ``sabedoria que vem de ci-
ma''. S. Tia. 3:17.
0 título - Vicarius Filii Dei - é particularmente significativo
como clímax de nossa investigação. Notai o cálculo:

V-5 D - 500
1-1 E-0
C - 100 1-1
A-0
R-0 501
"-FI
``Vicarius Filii Dei"
U-5
S-0 Um dos títulos
oficiais do papa
112 (Lhgua Latina)
112 + 53 + 501 = 666

É certamente significativo que, ao longo dos séculos que se su-


cederam, desde a antiga Babilônia até a Babilônia moderna, o po-
der que tem corrompido a verdade de Deus está marcado com o
número 666! Quando Babilônia é mencionada na Palavra de Deus,
o número 6 é estranhamente posto em evidência. A imagem de Na-
bucodonosor, por exemplo, tinha 60 cúbitos de altura por 6 de lar-
gura. E havia 6 diferentes instrumentos musióais em sua ``orques-
tra" quando os hebreus ieais recusaram adorar aquele símboio dà
grandeza de Babilônia. Daniel 3. No capítulo 4, a ``árvore" que re-
presentava o poder babilônico é mencionada justamente 6 vezes.
Belsazar recebeu sua coiidenação enquanto louvava os deuses de
"ouro'', "prata", "cobre", "ferro", "madeira" e "pedra" - 6 ao
todo. Dan. 5:4. No Apocalipse, o nome Babilônia ocorre exatamen-
te 6 vezes. No desafio de Lúcifer a Deus, o pronome ``eu" ou
"meu" é usado 6 vezes.. Isa. 14:13 e 14. Também na história da
construção da torre de Babel ou Babilônia (ver pág.153), o.prono-
me ``nós" [expresso ou eiíptico] oéorre 6 vezes exatamente.
152/As Revelações do APocalií)se

Antigamente, os judeus acreditavam que havia uma ` `condena-


ção em relação ao número 6, mesmo quando aparecia sozinho. Tri-
plicando-o.. , obtereis três misteriosos seis em seguida um ao ou-
tro, 666; e temos representado um poder maligno que não pode ser
superado, um destino trágico que não pode ser pior." -William
Milligan, em TÃe E#PosG.£07's Báb/e, vol. 6, pág. 890.
Para o judeu, o 6 eraum número de intranqüilidade, ou número
do homem, que foi criado no sexto dia; o 7 era o número da perfei-
ção; e o s o número da vitória. Se um número era triplo [repetido 3
vezes] ele indicava eternidade da coisa simbolizada; por exemplo
666 significa e£er%¢ €.%q%G.e£z4de ausência de repouso; 777, e£em¢
Perfeição; 888, etema vitória.
Assim, Ãe 4Ã/t?%, "a mente natural'' -õ, 500, 100, 8, 50 -[o
valor das letras gregas] é igual a 666, número de eterna inquietu-
de-. (É o que se encontra na experiência do rei Salomão, pois sua
renda anual era de 666 talentos de ouro, uma renda fabulosa, mas
insatisfatória para o seu coração! Ver I Reis 10:14; Ecles. 2:8-11,
17.)
Sítz%ros, a "cruz" - 6, 1, 400, 100, 70, 200 -dá 777, númer
de eterna perfeição. Isto foi o que o apóstolo encontrou. Ver Gál.
6:14.
Jeso%s, o nome divinamente dado a Jesus - 10, 8, 200, 70, 400,
200 - é igual a 888, número de eterna vitória!
0 fato de o número papal identificar-se com o número sagrado
do antigo deus-Sol pagão, é significativo. Contra o sistema de en-
gano, Deus não nos tem falado numa linguagem incerta. Ele o cha-
ma "Babilônia", ou "confusão". E Sua mensagem hoje é: "Saí de-
1a, povo Meu." Apoc.18:1-4. Sua igreja verdadeira será vitoriosa
Seus escolhidos estarão sóbre o mar de vidro, cantando o cântico
de Moisés e do Cordeiro, o cântico de vitória ``sobre a besta, e so-
bre sua imagem, e sobre o seu sinal e sobre o número de seu
nome". Apoc.15:1-4. Mediante o maior de todos os nomes (Jesus),
eles venceram o pecado, pois ``nenhum outro nome há debaixo do
céu, dado entre os homens, pelo qual possamos ser salvos." Atos
4:12. Deus deu ``um nome que é sobre todo nome; para que ao no-
me de Jesus todo joelho-se dobre''. Fil. 2:9 e 10. ",Glória seja ao po-
deroso nome de Jesus!"
Colapso da
lntolerãncia e
Surgimento da América
Quando o paganismo invadiu a igreja, trouxe consigo não apenas
suas vestimentas e mistérios, mas também seu espírito de intole-
rância. Quando o homem cessa de agir por amor, recorre à Íorça.

Apocalipse 13:3-7

A Jgye/.cz Pg#de Sakz M¢.sscz~o 7co J141%%do. Quando a primeira igreja co-
meçou a perder o seu "primeiro amor'', perdeu também sua visão.
Quando entrou na política, caiu de seu elevado estado espiritual.
Em vez de continuar como um poderoso movimento missionário,
preocupada apenas em levar as boas-novas de salvação gratuita a
todos os homens em todos os lugares, ela começou a transformar-
se numa grande instituição financeira, com o declarado objetivo de
reger as nações. Em vez, pois, de almejar a volta de Cristo, acom-
panhado por Seus anjos com poder e grande,glória, como a consu-
mação de suas esperanças, esta igreja apóstata começou a ensinar
que sua missão no mundo era estabelecer-se com liderança política
mundial e mediante um assim chamado governo espiritual, in-
troduzir o reino de Deus na Terra. Este conceito da igreja, e seu
trabalho, foi uma completa inversão da mensagem apostólica. 01i-
vro de Santo Agostinho, A C£.dczde de De%s, interpreta Apocalipse
L54/As Reuelações do A|)ocali|]se

20 de modo que signifique o domínio da igreja sobre as nações.

A lgreja Torna-se uma lnstituição Estabelecida


Nos dias dos apóstolos, a igreja fez tremendas conquistas espiri-
tuais. Verdadeiramente, ela "saiu vencendo e para vencer". So-
breveio, porém, uma mudança. Paulo falou desse acontecimento
como de uma ``apostasia", a qual, ele disse, daria surgimento ao
homem do pecado, que se exaltaria a si mesmo no templo de Deus,
declarando-se Deus, e que sob o disfarce de cristianismo, corrom-
peria a verdade e se oporia a quem quer que dele discordasse. 11
Tes. 2:3 e 4.

A Besta Surge do Mar


0 declínio de poder espiritual, dentro da igreja estabelecida, não
foi súbito. A história da igreja mostra os passos trágicos que final-
mente puseram a autoridade civil e religiosa numa sÓ mão. Papas
sedentos de poder arrogaram-se o título de ` `Substituto de Deus na
Terra' ' , assim usurpando as prerrogativas da Divindade. Arrogan-
do-se sucessores de Pedro, pretendiam autoridade, não sobre a
igreja apenas, mas sobre todo o mundo. Inocêncio 111, por exemplo
(papa de 1198-1216), escreveu que "assim como o Sol e a Lua es-
tão postos no firmamento, o maior como luz do dia, e o menor para
iluminar a noite, há dois poderes na Terra: o maior, o pontifical, e
o menor, o real". Propondo reis e depondo reis, os pontífices ti-
nham aí o seu passatempo. Pisoteando os direitos da consciência,
esses governantes medievais dominavam príncipes, Estados e par-
1amentos, compelindo à submissão por meio do mais terrível enge-
nho da tirania - a lnquisição. Maquinando e esquematizando para
ganhar mais poder, esta igreja dominante continuou a destruir "os
santos do Altíssimo", e a atentar contra a lei de Deus. Dan. 7:25. E
isto devia continuar por quarenta e dois meses.
Este período profético (ver pãg. 135) já foi por João introduzido
cinco vezes em três diferentes modos, enquanto Daniel dele fala
duas vezes. Um método de expressão usado tanto por João como
por Daniel é ``um tempo, e tempos, e metade de um tempo''. Apoc.
12:14; Dan. 7:25; 12:7. Um "tempo" é modo hebreu de expressão
para um ano. Ver Dan. 4:16; 11:13. A conclusão é clara e convin-
Colapso da lntolerância e Surgimento da Américall55

cente:

1 "tempo" seria um ano, ou 360 dias


2 ``tempos" seriam iguais a dois anos, ou 720 dias
1/2 "tempo" igualaria a meio ano, ou 180 dias

Total 1260 dias

A expressão ``quarenta e dois meses" chama a atenção. Um


mês profético consiste em 30 dias. Assim, quarenta e dois meses
multiplicados por trinta, dariam 1260 dias. Autoridades bil)1icas
concordam que em profecia um dia representa um ano. Começan-
do com o decreto de Justiniano em 538 A.D., o período nos leva a
1798. Dois séculos e meio antes desta data significativa, a Europa
estava sendo assolada por uma revolução - revolução de idéias
oriundas especialmente da Reforma Protestante. Nação após na-
ção sacudia sua subserviência à autoridade eclesiástica.
A profecia bil)1ica predisse não apenas o surgimento do papa-
do, mas também sua queda. Este poder que pretendia falar em no-
me dé Cristo estava, na reaiidade, faiando contra Eie. Todos os re-
Íormadores, sem exceção, falaram desta igreja apóstata como o
"anticristo". A palavra ``anti" significa ``contra" e "rivalidade ou-
suplantação''. 0 papismo preenche ambas as idéias, como os fun-
dadores da Reforma do Século Xvl tão habilmente mostraram.
Mas o poder arrogante e blasfemo se estava aproximando do fim
do período que lhe foi permitido dominar, e os acontecimentos po-
líticos estavam trabalhando para o seu colapso. Napoleão, uma das
mais poderosas figuras da História, começou depressa a mudar a
face da Europa. E foi durante as guerras napoleônicas que a cabe-
ça papal desta besta heterogênea (Apoc. 13) foi "como que ferida
de morte". Verso 3. ``Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro
irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja mor-
to." Verso 10. Em 1798, o general Berthier, de modo algum um
general forte, aprisionou o papa Pio VI. Este papa ficou exilado
até sua morte, um ano depois. Durante este tempo, não houve pa-
pa reinante. Com que notável precisão se cumpriu de modo cabal o
período profético de 1260 anos!
João, porém, não predisse apenas que essa cabeça` seria ferida e
levada em cativeiro, mas declarou que sua ferida mortal seria cura-
1Ei6lAs Rwelações do APocaliíise

da. Então, disse ele, ``todo o mundo se maravilhou após a besta"


(verso 3) - predição sobremodo notável. Quando a ltália foi unifi-
cada sob a revolução de Garibaldi (1866-1870), a igreja foi privada
até de suas terras, ficando o papa como virtual prisioneiro no Vati-
cano. Cinqüenta e nove anos mais tarde, em 11 de fevereiro de
1929, a famosa concordata assinada por Mussolini e o cardeal Gas-
pari, restaurou parte dessas terras, sendo que a partir daí o papa
voltou a ser contado entre os soberanos da Terra. 0 relator oficial
da igreja, descrevendo este histórico acontecimento, disse: "Esta-
mos testemunhando agora o significado deste documento. Ao fluir
a tinta dessas penas, estará se7¢do c%7itzdcz ¢/e/G.dcz de cinqüenta e no-
ve anos.''
Até o observador mais casual é c.ompelido a reconhecer o rápi-
do crescimento e prestígio internacional e poder da igreja católica
ro-mana. Ela exerce nos negócios do mundo hoje uma influência
maior do que em qualquer outro tempo de sua longa e movimenta-
da história. E essa influência está sendo cada vez mais séntida nos
Estados Unidos.

Uma Outra Besta Sobe "da Terra"


Ao tempo em que a besta de dez chifres recebia sua ferida mortal
(1798), outro poder era visto surgir. Apoc. 13:11-17. A primeira
besta viera do "mar"; a segunda, vinha da "terra". 0 mar repre-
senta "povos, e multidões, e nações e línguas" (Apoc. 17:15), um
verdadeiro quadro da Europa, de onde surgiu a besta papa'l. A fer-
7itz deve representar, não uma superpovoada região de diferentes
nações, mas uma parte do mundo escassamente povoada e isolada.
E onde havia esse lugar? Certamente não na Europa ou na Ãsia.
Fiel à profecia, alguma coisa tremenda estava acontecendo atra-
vés do Atlântico. Século e meio antes disto, colônias começaram a
surgir na América. Por volta de 1776, essas colônias tinham-se
unido e travavam a Guerra Revolucio-nária, separando-se da Euro-
pa. Assim, foi posto o fundamento para uma nação completamente
nova.
ApÓs a guerra, a Constituição foi elaborada e ratificada, entran-
do em vigor em 1789. No mesmo ano, irrompeu a Revolução F`ran-
cesa, provocando uma convulsão social não somente na França,
mas em toda a Europa. Isto pÔs fim ao Santo lmpério Romano. A
Colapso da lntolerânáa e Surgimento da América/157

queda da primeira besta que veio do mar marcou o surgimento da


segunda besta que veio da terra. E ela veio de uma terra longín-
qua, afastada dos ``povos, e multidões, e nações e línguas" do Ve-
lho Mundo. João Wesley, interpretando esta profecia po.r volta de
1760, disse: "Ainda não surgiu, embora não possa estar longe,
pois deve aparecer ao final dos quarenta e dois meses da primeira
be;sta." - Explanatory Notes Uíion the New Testament, pãg. 704. AL
palav-ra grega ¢7eczõcz¢.%o significa subir quietamente, 1ivre e decidi-
damente, mas sem alarde, como o crescimento de uma planta. E
foi assim que a América surgiu. Um historiador diz: "Como uma
silenciosa semente, crescemoé a ponto de chegarmos a ser um im-
pério„.
"Dois Chifres Como de Cordeiro"

Chifres denotam poder, como temos observado nos dez chi£res da


L58/As Revehções do APocalií)se

besta que sobe do mar, representando as dez divisões de Roma an-


tiga. Esta nova besta não tem dez, mas dois chifres, e é semelhan-
te aos do cordeiro, inocente, mesmo cristã em aparência. Quão re-
presentativo dos dois princípios fundamentais da república ameri-
cana - liberdade civil e religiosa, ou republicanismo e protestan-
tismo. Aqueles fundadores da nova nação querem "um país sem
rei e uma igreja sem papa". E seus ideais foram incorporados na
constituição que, declarou Gladstone, um dos maiores primeiro-mi-
nistros da lnglaterra, é "a mais maravilhosa obra já produzida em
um dado tempo pelo cérebro e vontade do homem".
Esta Constituição, que tão definidamente separa lgreja e Esta-
do, foi fruto de uma longa luta pela liberdade e também de intensi-
vo estudo de grandes personalidades. Sua importância reside nis-
to: Ela protege o direito divino do homem contra o chamado direi-
to' de reis e ditadores; permite que o Congresso estabeleça uma
corte, mas não uma religião; supríme a insurreição, mas não a im-
prensa; fecha um porto, mas não a boca dos cidadãos; regula o co-
mércio, mas não a igreja; tira o descanso, mas não a propriedade
dos cidadãos. Ela pemanece como um amortecedor de choques en-
tre a liberdade e o despotismo. É uma pedra de tropeço no caminho
de homens ambiciosos e maquinadores que destruiriam a verdadei-
ra liberdade. Protege os fracos contra os fortes, a minoria contra a
maioria, e exalta a soberania do indivíduo.
A população das colônias, por ocasião da Declaração daJ" Inde-
pendência, era de uns 3 milhões, não mais. Mas hoje essa popula-
ção ultrapassa os 230 milhões. Em 1776, a área das colônias era de
apenas 800 mil quilômetros quadrados; hoje é de 5.000.000 de quilô-
tros quadrados. A América realmente emergiu no }e7%j)o certo e na
77ecz%e£.7# certa, e tem praticado as co3.saLs exatas que a profecia lhe
atribuiu na História. Contudo, nenhum estadista, mesmo há cin-
qüenta anos, teria ousado predizer o papel internacional que os Es-
tados Unidos hoje desempenham. "Isolamento" e ``não interferên-
cia" parecem expressões fora de moda em sua política extema.
"Falava Como o Dragão"

A ilustradora história dos Estados Unidos poderia fazer parecer


impossível o surgimento da intolerância. Mas a Palavra de Deus
declara que este país, verdadeiro berço da liberdade, ainda falaria
Colapso da lntolefãmcia e Surgimento dÁi América/159

com a voz de um ditador, ``exercendo todo o poder da primeira


besta" e compelindo os homens "a adorar a primeira besta, cuja
chaga mortal" havia sido curada. (Apoc. 13:12.) Quão tardos so-
mos em aprender as lições da História!
Edwin Burk, falando ante a Câmara dos Comuns em 1784, de-
clarou: "0 povo jamais abre mão de sua liberdade, salvo se enga-
nado." Benjamim Franklin disse: "Quem despreza a liberdade por
uma pequena segurança temporária não merece nem a liberdade e
nem a segurança." Daniel Webster deu ênfase à mesma verdade
ao declarar: "Deus só assegura a liberdade aos que a amam e estão
sempre prontos para defendê-1a e protegê-1a. " Todos, praticamen-
te, em muitas terras onde a liberdade existe, parecem tomá-1a por
assegurada, esquecendo o preço pago em sacrifício e sangue.

A Liberdade em Perigo
A própria liberdade dos Estados Unidos torna possível que organi-
zações estranhas à liberdade minem os princípios desta. Alguns
que vivem na América não partilham os princípios do verdadeiro
americanismo. Sob o disfarce de "protetores' ', certos grupos estão
trabalhando para obter o controle. Alguns que reconhecem isto es-
tão insistindo em que o govemo seja mais forte. Mas aqui é que es-
tá o perigo. Quando o govemo se torna senhor em vez de servo, a
liberdade pessoal pode desaparecer da noite para o dia. As liberda-
des são salvaguardadas pelos cidadãos, não por medidas políticas.
A liberdade futura da América depende de que cada cidadão se
torne consciente do que está realmente em jogo. Quando há tanta
nebulosidade na atmosfera política, é fácil ser mal compreendido,
e tomar posição é correr o risco de ser olhado como alarmista. Mas
as perspectivas do futuro são muito vitais para que se permaneça
e`m silêncio.
Embora a liberdade seja muitas vezes a posse mais cara, é tam-
bém a mais frágil, e o seu preço é "a eterna vigilância". A liberda-
de ,é o próprio coração do evang'elho. "A verdade vos libertará'',
Jesus declarou, e Sua liberdade não é licença, mas livramento. Fal-
sa é a liberdade de o homem fazer o que deseja, mas é verdadeira
liberdade fazer ele o que é do seu dever. ``Onde há o Espírito do
Senhor, aí há liberdade", declarou o apóstolo Paulo. (11 Cor. 3:17.)
L60/As Revelações do AÍ)ocalipse

Es£orços Para Emendar a Constituição


Mesmo antes do alvorecer do século, organizações como a Natio-
nal Reform Association, a lnternationdl Reform Federation, e
Lord's Day Alliance, estavam agindo incansavelmente para inserir
mudanças que, embora aparentemente inofensivas, poderiam des-
truir completamente a liberdade. Notai estas afirmações de uma
fonte oficial da época: "Assegurar tal emenda à Constituição dos
Estados Unidos . . . indicará que esta é uma nação cristã, e colocará
todas as leis, instituições e usos cristãos de nosso govemo numa
base inegavelmente legal na lei fundamental da terra." -David
MCAllister, r#e jvoJG.o#¢/ j?e/oym MotJe7%e%£ (Manual de Govemo
Cristão Civil). ``Artigo 11 da Constituição", ed. de 1898, págs.15 e
16.
"Cordial, alegremente, reconhecemos o fato de que nas Repü-
blicas da América do Sul, na França e em outros países eurQpeus,
os católicos romanos são reconhecidos advogados do cristianismo
nacional, e se opõem a todas as propostas de secularismo .... Se7%-
Pre que estiverem disí)ostos a coopera;r na resistêmcia ao Progresso do
ateísmo Político, alegremente umire!iiyiÁ)s nossas mãos co'i'n as deles rru
ma Conferência Mundial para a Promoção do Cristianismo Nacio-
nal - que deverá realizar-se em dia não muito distante - podendo
muito países ser representados apenas por católicos romanos. " -
CÃyz.sÍG.cz7g Síczíesm¢% (Orgão Oficial da National Reform Associa-
tion),11 de dezembro de 1884, pãg. 2. Fazemos estas citações pa-
ra mostrar que a determinação de promover mudanças na Consti-
tuição não é nova. 0 rápido crescimento da influência católica nes-
te país toma a situação mais alarmante.
"No dia 4 de setembro de 1947, o papa Pio XIl declarou que `o
tempo para reflexão e planejamento' no campo religioso e moral jã
passou, e que `o tempo para ação' é chegado. Ele disse que `a bata-
1ha nos campos moral e religioso pende de cinco pontos: Cultura
religiosa, a sú7%ÍG/G.coÇzz-o do dom¢.%gü, a salvação da familia cristã,
justiça socíal e lealdade e fidelidade no modo de proceder'." -
Ec/e%G.%g Sb/, 8 de setembro de 1947.
Com a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 1961,
declarando que são constitucionais leis estaduais que, obriguem o
fechamento do comércio aos domingos, foi dado uri grande passo
para a "santificação do domingo". Os protestantes por muítos
Colapso da lntolerâmcia e Surgimento, da América/161

anos têm procurado deliberadamente a imposição do domingo em


legislação religiosa e, indiretamente, como legislação social. Ulti-
mamente, a voz dos católicos tem sido também ouvida, de modo
que protestantes e católicos unem suas forças no sentido de prover
um ambiente legal mais favorável para a observância do domingo.
Esta decisão prepara o caminho para mais estritas leis estaduais e
finalmente uma lei nacional.
A ninguém deve negar-se o direito de adorar a Deus segundo os
ditames de sua própria consciência; mas a história do papismo, on-
de ele se tem tornado dominador, 1eva os cidadãos pensantes a
olharem com real preocupação as tendências atuais. Alguns gru-
pos estão advertidos do perigo dessas reclamadas mudanças, co-
mo se pode ver de declarações como esta:
"Se o Congresso declarar santo o primeiro dia da semana, não
convencer`á nem os judeus nem os sabatistas. Desagradará a am-
bos, e, conseqüentemente, não converterá nem a um nem a
outro .... Se um solene ato de legislação definir a lei de Deus em %m
ponto, ou indicar aos cidadãos a£% dever religioso, ela pode, com
igual propriedade, passar a definir ctzdcz aspecto da revelação divi-
na, e impor cada dever religioso, e até mesmo formas e cerimônias
do culto, dotação orçamentária para a igreja e o sustento do cle-
ro....
` `Os elaboradores da Constituição reconheceram o etemo prin-
cípio de que a relação do homem para com Deus está acima da le-
gislação humana, e que seus direitos de consciência são inaliená-
veis." ~ S%%dczy J14l¢#, U. S. House Reports, vol. 2, N9 71, págs.1-
4.

Crescimento do Catolicismo
No início deste século, o catolicismo romano na América do Norte
foi considerado como projeto missionário mantido por -donativos
vindos de fora do país. Mas hoje, insistem alguns, ele derrama
mais dinheiro dentro de Roma, proveniente dos Estados Unidos,
do que de todas as demais fontes reunidas. A História costuma re-
petir-se, e velhas controvérsias podem vir de novo à tona por qual-
quer pretexto. 0 que tem garantido as liberdades públicas nos Es-
tados Unidos é a determinação de conservar sempre separados
162/As Revehções do ASocaliÊse

Igreja e Estado. E os católicos americanos têm geràlmente reco-


nhecido a sabedoria deste princípio. Como afirmou Oscar Halecki:
``0 Vaticano sabe muito bem que a separação entre lgreja e Esta-
do, nos Estados Unidos, na realidade ajuda o catolicismo
rornano. ' ' - Oscar Halecki e James F. Murray Jr. E#ge^%b PzzceJJG...
Ptz4¢ do Pzzz, citado em artigo do C¢ÍÃo/G.c Dígesí, maio de 1951.
Numa palestra no New York University Center, em julho de
1953, John 8. Sherrin, redator do C¢ÍÃOJG.c Wo7.#, disse: "Não é
verdade. . . que a Santa Sé tenha condenado a proposição de que `a
lgreja deva ser separada do Estado e o Estado da lgreja'." 0 que
fora condenado, ele disse, era a separação de lgreja e Estado como
relacionamento ideal, ``mas não a proposição de que a lgreja deve
ser separada do Estado". -Re/G.g?.oafs Jvews Sewz.ce, 14 de julho de
1953.
'Este raciocínio, entretanto, é claro em suas implicações. Os
acontecimentos se estão desdobrando rapidamente. Há ferventes
esforços para promover uma coalizão entre o catolicismo romano e
o Concflio Nacional de lgrejas. 0 CÃrG.sÍ¢.¢7¢ Ce%ízów, jomal religio-
so da escola liberal, disse recentemente: ``Um dia muito próximo
aparecerá uma manchete anunciando que a lgreja Católica Roma-
na, nos EE. UU., uniu-se ao Concflio Nacional de lgrejas." -23
de fev. de 1972.

"Uma lmagem à Besta"

Uma imagem não é a coisa exata, mas algo próximo do original,


que se assemelha ou age como o original. Com os Estados Unidos
estendendo a mão através do mar para agarrar as mãos do papis-
mo restaurado, dificilmente o mundo poderia surpreender-se em
ver a união completada. A ferida de 1798 está sendo rapidamente
curada, e. a própria cicatriz está desaparecendo. Seu papel no futu-
ro será tremendo.
"Que Ninguém Possa Comprar nem Vender"

Este descritivo capítulo encerra-se com o quadro de um boicote de


amplitude mundial. Num esforço para unificar pensamentos reli-
giosos e estabelecer a paz entre as nações, este.poder figurado pe-
1a besta de dois chifres, a América, ainda promoverá programas de
CohDso da lntolerâmcia e Surgimento da Américal+63

confederação religiosa que resultarão na perda da liberdade. So-


mente aos que se identificarem com a besta, e receberem o seu si-
nal, será permitido comprar e vender. Contrariando toda a sua his-
tória, a América unirá forças com o revivido poder de Roma, e
contra todas as expectativas ela se encontrará realmente ho papel
de opressor religioso.
Um dos acontecimentos mais significativos e de mais vasto al-
cance foi o Concilio Vaticano 11 convocado pelo Papa João XXIII,
de 1962-1965. Este pontífice estava inflamado do desejo de ver
` `um novo Pentecostes' '. Por isto, ele procurou adaptar toda a vida
da igreja às revolucionárias mudanças na Ciência, nos aspectos po-
líticos e econômicos - "para tomá-la mais católica e menos roma-
na". Começou por chamar os protestantes "irmãos separados",
em vez de "hereges". 0 objetivo desta louvãvel atitude era a uni-
dade cristã. Isto é exatamente o que a profecia indica.
"São Espíritos de Demônios que Fazem Sinais''.
Apoc.16:14

A modema invasão do demonismo na cultura ocidental é um dos


mais significativos cumprimentos desta impressionante proíecia.
No exato tempo em que a influência da América estava começan-
do a se £azer sentir no pensamento mundial, o modemo espiritismo
teve surgimento. Desde então, tem dominado o mundo, e seus adep-
tos podem ser contados aos milhões. Muitos ramos de ciências
ocultas se têm erguido nas décadas recentes. Enquanto estas na
realidade não são novas, pois sempre foram uma parte vital nas re-
ligiões pagãs, estão contudo agora invadindo o Ocidente com no-
vos poderes.de engano. Milagres estão sendo operados não pelo
poder de Deus, mas mediante o demonismo.
0 espiritismo modemo, com seus toques e pancadas misterio-
sas, teve sua origem no ano de 1848, pa casa das irmãs Fox,
em Rochester, Nova lorque. Começou desta forma rude, mas
desde então se.tem desenvolvido em mais ou menos uma ciência.
Pelo menos está chamando a atenção de muitos cientistas de des-
taque. Deus o declara um enganador pelo qual a última geração so-
bre a Terra será desviada da verdade salvadora do €vangelho de
Cristo. Até mesmo fogo será trazido dos céus a fim de 'strair a
atenção das multidões. (Apocalípse 13:13.) A questão, porém, al-
164/As Revelações do AÍ)ocaliDse

cançará um clímax real quando for feita uma coalizão entre o espi-
ritismo, catolicismo e protestantismo apostatado. Isto culminará
com a adoração forçada da besta e o recebimento de sua marca. (A
identidade deste sinal será conhecida no próximo capítulo.) Estes
acontecimentós conduzirão à formação da imagem da besta. E o
ocultismo em suas várias formas, mas especialmente por meio do
espiritismo, desempenhará um grande papel no engano final que
envolverá o mundo. Este movimento agrupará toda forma de cul-
tura religiosa com o confessado objetivo de constuir um govemo
mundial 1iderado por uma igreja mundial. E a perseguição histori-
camente tem seguido a trilha da união entre lgreja e Estado.

A Tocha da Liberdade
Uma familia visitava a cidade de Nova lorque pela prímeira vez.
Haviam visitado muitos lugares, e entre eles a famosa Estátua da
Liberdade. Após um dia excitante, a pequenita da familia encon-
trou dificuldade em adormecer. "Por que não dorme, querida?" o
pai disse. Ela respondeu: ``Paizinho, estou pensando naquela jo-
vem que segura uma lâmpada no escuro. Ela está sozinha. Não
acha que a Srta. Liberdade devia ser aj.udada a segurar aquela lâm-
pada?,,
Ajudar a manter elevada a tocha da liberdade é dever não ape-
nas de uma familia, mas de todo verdadeiro cristão na América e
no restante do mundo.
Apelo Final de Deus
à Humanidade
A compreensão do significado deste capítulo ficará prejudicada, a
menos que o estudemos em relação com os capítulos 12 e 13. João
está observando os preparativos para a batalha final entre os dois
grahdes poderes em conflito. 0 inimigo de toda justiça está orde-
nando suas forças para marchar contra o leal remanescente de
Deus. A própria América, campeã da liberdade, esquecerá sua
História. Com tal combinação de forças malignas, e todo o mundo
aclamando a grandeza da besta e de sua ímagem, como poderá o
verdadeiro Cristianismo sobreviver?

0 Grupo Vitorioso Com o Cordeiro Sobre o Monte


de Sião
Com dramática intuição, o profeta depressa focaliza outra cena.
Não contemplamos agora os poderes opressores da Terra, mas o
grupo vitorioso em companhia do Cordeiro sobre o Monte de Sião.
Que contraste! 0 ``nome de seu Pai", não o sinal da besta, está es-
crito em "suas testas''. Eles são um grupo especial, o mesmo gru-
po que notamos no capítulo 7. Na abertura desta profecia, este
grupo estava ainda na Terra cercado por inimigos, mas pronto pa-
ra ser selado com o selo do Deus vivo. Foram congregados de to-
das as nações. No capítulo 14, o mesmo grupo é visto com CristQ.
(Para considerações sobre o número dos 144 mil, ver pág. 94.)
166/As Rwehções do AÍ)ocaliíise

Eles Cantam "Um Cântico Novo"


Enquanto observa, João é cativado pelos sons do cântico. É como o
rolar de muitas águas, ou a voz de uma grande multidão. Quarenta
e s€is vezes, no Apocalipse, ouvem-se vozes, e são quase sempre
vozes de vitória. Não é apenas um cântico de vitória; é também um
cântico de experiência. Somente os que passaram pelo tempo de
angústia, que permaneceram firmes pela verdade de Deus quando
todo o mundo se maravilhava após a besta, e que testemunharam
os terríveis efeitos das sete últimas pragas, poderão unir-se neste

:Êrptei:i:nçcsi::cÉa'ri:,set:,gs:me:âfíiàâe:tiecá,b::àsdr:ã:steras:a?:"-"g
mais maravilhoso cântico no Céu ou na Terra, ``como quando o
harpista tange a sua harpa". Somente os que experimentaram ple-
na salvação podem aprender esse cântico.

Eles "Não se Contaminaram Com Mulheres". Verso 4


0s que constituem este grupo especial são incontaminados na vida
e na doutrina. Mulher em profecia signi£ica igreja. Em Apoc. 17:5
temos o quadro de uma mulher impura com §uas filhas, as quais
participam de sua mesma natureza corrompida. Esta mulher é
chamada "Mistério, a Grande Babilônia". Esta é a igreja apóstata
ADelo Final de Deus à Huiína:midade/LÍS]

que reina sobre os reis da TerTa. Apoc. 17:18. Embora isto tenha
tido sua aplicação através dos séculos, em sentido especial o seu
cumprimento específico sérá justo antes da volta de Cristo. Mas os
144 mil não se contaminaram com essas mulheres, ou igrejas após-
tatas. Possuem fé pura, não maculada com £alsos ensinos; é a ``fé
de Jesus".
"São Virgens"

A igreja que estará esperando pelo retomo do Mestre é descrita


como dez virgens (ver a parábola, S. Mat. 25:1-13). São virgens
porque têm fé pura. Guardam os mandamentos de Deus e possuem
a fé de Jesus. Apoc. 14:12. As "1âmpadas" nas mãos das virgens
expectantes são símbolo da Palavra de Deus, a qual Davi declarou
ser lâmpada para os seus pés. Sal. 119:105. Não basta possuir a
lâmpada; é preciso ter também o Óleo - uma profunda experiência
cristã que vem por meio da presença do Espírito Santo de Deus.

Primícias Para Deus e o Cordeiro. Verso 4


A expressão ``primícias" (primeiros frutos) tem referência à quali-
dade. De todos os redimidos da Terra, esses são os primeiros em
qualidade. Foram compfijzdos de%f7ie os Ão#ze%s, separados de hábi-
tos pecaminosos e da conversação mundana. I Cor. 6:20. Não Ío-
ram seduzidos pelos enganos do diabo.11 Tes. 2:9-11.
Em sua carta à igreja, João diz que, quando Jesus aparecer, se-
remos semelhantes a Ele. I S. João 3:3. Ser semelhantes ao Mestre
é a mais elevada conquista espiritual.
Os que forem ressuscitados na segunda vinda de Cristo sairão
das sepulturas em estado de perfeição pelo poder da criação. Os
que estiverem vivos para testemunhar Sua segunda vinda, terão
progredido até a perfeição pela graça e poder da presença do Espí-
rito. Isto, também, é manifestação do poder criador.
"São lrrepreensíveis''. Verso 5
``Em sua boca não se achou engano''. Aqui está uma descrição da
parte de Deus do vitorioso remanescente que aguarda a volta de
seu Mestre. S. Tiago diz: ``Se alguém não tropeça em palavra, o
168/As Revelações do ADocalií)se

tal varão é perfeito''. S. Tia. 3:2. Sofonias, descrevendo a igreja re-


manescente, diz que ela ` `não cometerá iniqüidade, nem proferirá
mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa". Sof. 3:13.
"Estes São os que Seguem o Cordeiro". Verso 4

A mais alta honra que Deus pode conceder, está reservada para es-
te grupo. ``Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que
vá." Acompanhando o seu amado Comandante através do Uni-
verso, tornam-se um especial troféu da graça. Tendo vivido duran-
te a hora mais trágica da Terra, quando os enganos do diabo foram
os maiores, saíram, não obstante, vitoriosos. Que maravilhosa re-
compensa por sua fé! Qual foi o segredo de sua vitória, quando tu-
do estava contra eles? A resposta encontra-se nos versos das três
mensagens angélicas que vêm a seguir.

0 Anjo "Tendo o Evangelho Eterno''. Verso 6


Simbolizando uma mensagem ou um mensageiro, este primeiro
anj.o representa um movimento de âmbito mundial; não alguma
mensagem nova, mas a mesma mensagem do passado, o evange-
1ho etemo. Deus sempre teve apenas um evangelho, algumas ve-
zes chamado "o evangelho de Deus", "o evangelho da graça", ``o
evangelho de Jesus Cristo", "o evangelho do reino'', etc. Essas di-
ferentes expressões apenas dão êníase a diferentes fases do mes-
mo glorioso evangelho ou boas-novas. Ele foi proclamado a Adão
antes de ser este expulso do Éden. Também Noé foi um ` `pregador
da justiça''.. 11 S. Pedro 2:5. Ele proclamou libertação do pecado,
porque ``achou graça aos olhos do Senhor''. Gên. 6:8. 0 fiel
Abraão ensinou o mesmo glorioso evangelho (Gál. 3:8), e Moisés
considerou ``o vitupério de Cristo maiores riquezas que os tesouros
do Egito" (Heb.11:26). Todos estes olhavam para o Redentor c;z.%-
do#Mo, do mesmo modo que nós outros, que vivemos deste lado da
cruz, olhamos para o Redentor qafe/.¢' c;e¢.o. Mas os homens de todas
as eras são salvos do pecado pela mesma graça e o mesmo Salva-
dor. Paulo fala do ``etemo propósito de Deus", mas feito conheci-
do aos homens numa moldura que eles pudessem compreender.
Em cada época determinada, alguma ênfase especial tem sido
posta sobre alguma fase especial do evangelho. Nesta última gera-
Apelo Fiiiial de Deus à Humo;nidade/169

ção, a grande tarefa do evangelho é proclamar a iminente volta de


nosso Senhor e preparar um povo para encontrá-Lo. É, portanto,
no quadro da hora do juízo, que o evangelho etemo está sendo
proclamado hoje. Ele vem com uma advertência especial a todos
que "habitam" ou ``vivem" na Terra, que se sentem tranqüilos e
estabelecidos.

A Mensagem do Primeiro Anjo - Vinda é a Hora


do Juízo de Deus
De seu vantajoso ponto de observação no santuário celestial, João
contempla dramáticos acontecimentos. Três anjos são enviados do
quartel-general de Peus, por assim dizer, como que num trabalho
de recrutamento. E-1hes ordenado que se apressem com mensa-
gens especiais a toda nação, tribo, língua e povo. Devem alistar
pessoas para Deus. Nem todos no mundo fizeram decisão definiti-
va de pertencer a Deus ou a Satanás de modo completo. ``Multi-
dões no vale da decisão" é outra descrição do profeta. Joel 3:14.
Na hora mesma do juízo de Deus, milhões ouvem as mensagens, e
uma grande multidão se arregimenta ao chamado do "Capitão de
sua salvação" e se une às fileiras de Deus.
Juízo é inerente ao evangelho de Cristo, pois somente no juízo
se revelará a justiça de Deus em seu caráter vindicatório. E nesse
ajuste, somen`te os nomes dos vencedores serão retidos no livro
da vida do Cordeiro. Apoc. 3:5; Dan.12:1. Quando Paulo pregava,
olhava 4¢ytz ¢ /7ie%Je, para o juízo. Ele falava da "temperança, e da
justiça, e do juízo" que ât;e7G.¢ de c;G./. Esta é a verdade para r)ossa
geração. A hora do juízo de Deus já soou. Ver capítulo 10 e nota do
diagrama, pág. 121.
Este anúncio de jri'zo é um chamado para adórar o Criador. Ao
tempo em que a besta e sua imagem estão reclamando culto por
parte das nações, Deus convida os homens a adorar Aquele que fez
o Céu e a Terra. Como os romanos, a quem Paulo escreveu, os ho-
mens hoje estão adorando ` `a criatura mais que o Criador". Educa-
ção e humana filosofia têm roubado ao homem o conceito de um
Deus pessoal. 0 Criador tem sido perdido de vista em Sua criação.
Para adorar o Criador de modo completo, precisamos também re-
conhecer o sinal de Seu poder criador, e este sinal é Q sábado.
``Porque em seis dias fez o Senhor o Céu e a Terra. . . e descansou
Apelo Fi:iíinl de Deus à Hu:i'namidade/171

no sétimo dia; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o


santificou." Êxo. 20:11.
``0 haver Deus ¢Õe%Ço¢do e s¢%f8/¢.cü!do o dia, significou sua se-

paração dentre os dias comuns para fim religioso, para que fosse
um perpétuo memorial ou sinal de que todos os que o observassem
se estariam mostrando adoradores dAquele Deus que fez o mundo
em seis dias e descansou no sétimo." -B¢.%%ey 's r¢eo/ogz.cfl/ Co7%-
Pe7ed, págs. 169 e 170.
" `A importância do sábado como memorial da criação consiste
em conservar sempre presente o verdadeiro motivo de se render
culto a Deus' -porque Ele é o Criador, e nós as Suas criaturas. `0
sábado, portanto, está no fundamento mesmo do culto divino, pois
ensina esta grande verdade da maneira mais impressionante, e ne-
nhuma outra instituição faz isso. 0 verdadeiro fundamento para o
culto divino, não meramente o daquele que se realiza no sétimo
dia, mas de todo o culto, encontra-se na distinção entre o Criador e
Suas criaturas. Este fato capital jamais poderá tornar-se obsoleto,
e jamais deverá ser esquecido'. - H¢.sÍo'y¢.¢ do S¢'Ó¢do, J. N. An-
drews., Foi para conservar esta verdade sen}pre perante o espírito
dos homens que Deus instituiu o sábado no Eden; e, enquanto o fa-
to de que Ele é o nosso Criador continuar a ser razão por que 0 de-
vamos adorar, permanecerá o sábado como sinal e memória disto.
Tivesse sido o sábado universalmente guardado, os pensamentos e
afeições dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objeto
de reverência e culto, jamais tendo havido idólatra, ateu, ou incré-
dulo. A guarda do sábado é um sinal de lealdade para com o verda-
deiro Deus, `Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes
das águas'. Segue-se que a mensagem que ordena aos homens ado-
rar a Deus e guardar Seus mandamentos, apelará especialmente
para que observemos o quarto mandamento. " -0 G7itz%de Co%#¢.-
áo, págs. 437 e 438.

A Mensagem do Segundo Anjo. Verso s


Esta é a primeira vez que a palavra Babilônia ocorre no livro do
Apocalipse, e como já temos feito notar, é usada precisamente seis
vezes. Já temos observado que o número seis é preeminente no
misterioso culto da antiga Babilônia. Esta antiga cidade teve sua
origem quando os homens voluntária e conscientemente afasta-
172lAs Revelações do APocalipse

ram-se da graça de Deus e procuraram a salvaç.ão por suas pró-


prias obras. A construção da cidade de Babilônia por Ninrode cul-
minou na apostasia da Torre de Babel. Ver págs. 34 e 35.
``Façamo-nos um nome," eles disseram. Gên. 11:4. Já fizemos
referência no capítulo 3 a esta deliberada e organizada apostasia.
Todo aquele projeto estava em direto desafio à promessa.de Deus
de que Ele jamais voltaria a destruir o mundo por um dilúvio. 0 no-
me pelo qual eles desejariam ser lembrados era Bab-ril, que signifi-
ca ``porta de Deus"; mas Deus enviou-lhes confusão, e jamais con-
cluíram o pro].eto. Deus chamou o lugar ``Babel" ou "Babilônia'',
que significa confusão. Sua torre, que devia ser um monumento ao
seu orgulho, tomou-se um memorial de sua loucura.
Desde aquele dia até hoje, Babilônia tem simbolizado aposta-
sia, arrogância, confusão e salvação humanamente arquitetada.
Duas antigas cidades, Jerusalém e Babilônia, são postas em con-
traste nas Escrituras - Salém, significando ¢¢z, e Babel signifi-
éando co%/%s¢~o. Uma dessas cidades - Jerusalém - tomou-se o
centro do reino terrestre de Deus; a outra -Babilônia -tomou-se
o centro do govemo terrestre de Satanás. No Novo Testamento, e
especialmente no Apocalipse, essas duas cidades representam
dois reinos espirituais.
Parte da tríplice mensagem de Deus hoje é: "Caiu, caiu Babilô-
nia'' .... Os cristãos, a exemplo dos antigos edificadores de Babel,
volveram-se do evangelho eterno para seguirem sua própria diver-
são, com a teoria da evolução substituindo o relato bil)lico da Cria-
ção. Está sendo proclamada hoje, não sÓ nos centros de saber, mas
mesmo dos púlpitos. 0 efeito desta modema teoria evolucionária
éobre a crença.cristã é tremenda. A fé está sendo sutilmente mina-
da. 0 proféssor Randall, da Universidade Colúmbia, afirmou:
"Hoje parece que a grande tradição moral hebraico-cristã, a
parte mais antiga de nossa herança, está se desfazendo em peda-
ços ante nossos olhos .... 0 homem que confia na ciência física para
descrever o mundo, não encontra um lugar concebível em que pos-
sa encaixar uma divindade. " -C%y7ie%áHG.sáow, junho, 1929, págs.
359-361.
James Gilkey expõe a verdade sobre o cristianismo liberal as-
sim: "Os protestantes liberais abandonaram a crença na infalibili-
dade verbal da Biblia." -A F¢G.#Ã Ío 4#¢.7`%, pág. 3.
Para dar ênfase a isto, ele cita recentes declarações de certos lí-
Apelo Final de Deus à Humomidade/173

deres modernistas, os quais parecem deleitar-se em expressar


bombástica incredulidade nas doutrinas cardeais do verdadeiro
cristianismo. Um pregador disse:
"Cremos que Jesus foi um ser humano... que Ele nasceu de
modo normal .... Para nós; a morte de Jesus não foi, em essência,
diferente da morte de outros heróis." -Jd., págs. 9 e 10.
Resumindo ele diz:
"Hoje a antiga crença de que Jesus reaparecerá no céu, que
promoverá um dramático julgamento do mundo. . . deriva de uma
convicção cristã, universalmente aceita e muito influente .para a
esotérica doutrina de uma minoria. Uma vez que o homem moder-
no aceita o que os historiadores lhe dizem sobre a idade do Univer-
so, e uma vez que ele aceita o que os cientistas lhe dizem sobre a
natureza do processo evolutivo, ele não pode crer que tão espeta-
cular subversão dos negócios do mundo possa ocorrer." -J:d.,
pág. 24.
As nações, e até mesmo muitas igrejas, estão embriagadas com
o vinho intoxicante de Babilônia. Como os antigos babilônios ``en-
furecidos pelos seus Ídolos" Uer. 50:38; 51:7), desafiaram a Deus e
foram derrotados (Dan. 5), assim encontrará também a moderna
Babilônia sua condenação. A antiga Babilônia podia ter sido cura-
da, mas recusou a verdade de Deus. Jer. 51:9. Como a cidade anti-
ga, a moderna Babilônia também está rejeitando o conselho divi-
no. Havendo desprezado a Palavra de Deus, ela se tomou na reali-
dade ``morada de demônios, e coito de todo espírito imundo".
Apoc. 18:2.
Cada doutrina falsa encontrada na antiga Babilônia - espiritis-
mo, adoração do Sol, astrologia, etc., com todos os males que as
acompanhavam - pode ser encontrada na moderna Babilônia.
Visto que ela está condenada, Deus está chamando o Seu povo pa-
ra que se separe dela. ``Sai dela, povo Meu, para que não sejas par-
ticipante dos seus pecados''. Apoc. 18:4. "Saí do meio deles, e
apartai-vos, diz o Senhor... e Eu vos receberei." 11 Cor. 6:17.

A Mensagem do Terceiro Anjo - Uma Advertência


Contra Falso Culto
"Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o seu sinal
em sua testa ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira
17 4/As Revehções do APocalipse

de Deus, que se deitou não misturado, no cálice de Sua ira." Apoc.


14:9 e 10. Nenhuma outra mensagem em toda a Biblia é tão solene
como esta, e vem com especial significado em vista da apostasia
mundial e o boicote profetizados no cap. 13:16 e 17, quando será
imposta obediência universal ao poder apóstata.

0 Sinal da Besta
Seja o que for o sinai da besta, deve ser aiguma coisa ciara, dtéfini-
da. 0 vinho não misturado da ira de Deus não seria reservado para
punir uma ofensa desconhecida. E mais, o sinal da besta tem de es-
tar em contraposição com o sinal de Deus, ou o Seu ``selo". Este
selo, ou sinal do Seu poder criador, como já vimos, é o dia de re-
pouso de Deus, ou o verdadeiro sábado. Segue-se, portanto, que o
selo ou sinal desta universal apostasia seria o dia de repouso insti-
tuído pelo homem, ou um falso dia de culto.
Quando a igreja começou a cair da fé apostólica, gradualmente
aceitou as práticas pagãs. Falsos ensinos tomaram o lugar da ver-
dade, e de modo especial a igreja aceitou um falso dia de culto. No
C¢}Ão/G.c WorJd, de março de 1894, pág. 809, lemos: ``Ela tomou o
domingo pagão e fê-1o domingo cristão .... E assim, o domingo pa-
gão, dedicado a Balder, tornou-se o domingo cristão, dedicado a
Jesus.,'
``0 sábado cristão é, portanto, ¢£e' o d¢.cz de Ãoje, o reconhecido
produto da igreja católica, esposa do Espírito Santo, sem uma pa-
lavra de desaprovação do mundo protestante." - 7lÃe C¢*ÃOJ8.c
M¢.y/o/, 23 de set. de 1893.
0 falecido cardeal Gibbons, de Baltimore, diz em seu livro 7lÃe
F¢¢.Jà o/ 0%7 F¢áÃe/s.. ``Podeis ler a Biblia do Gênesis ao Apocalip-
se, e não encontrareis uma simples linha autorizando a santifica-
ção do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do
sábado, dia este que nós jamais santificamos." -pág. 86.
Numa carta escrita em s de outubro de 1901, o Sr. C. F. Tho-
mas, chanceler do cardeal Gibbons, disse que "foi a igreja católica
que autorizou e sancionou a mudança do dia do Senhor do sétimo
dia da semana para o primeiro. Isto ela o fez desde o início de sua
existência".
Nu"a obra c,zi+ti+c;aL, An Abridgment of the Christiam Doctri-
7oe, do Rev. Henry Tuberville, D. D., lemos na página 58:
Apelo Fi:na,l de Deus à Humamidade/175

``P. Como podeis provar que a igreja tem poder para ordenar
festas e dias santificados?
``R. Pelo próprio fato de haver mudado o s¢'Õ¢do para o do7%G.7e-
'
90.
Em outra obra católica, lemos:
` `P. Tendes algum outro modo de provar que a igreja tem poder
para``R.
instituir festas de guarda?
Não tivesse ela tal poder e não teria podido substituir a ob-
servância do s¢'Ó¢do do sétimo dia da semana pelo do7%¢.7¢go, o pri-
meiro da semana, mudança para a qual não há qo4cz/qz#7 ¢%fo7z.dode
escrituristica." - Stephen KeerLa.n, A Doctrinal Catechism, pãg.
174, gri£os supridos.
"0 mais antigo documento sobre a observãncia do domingo co-
mo dever legal é um ato baixado por Constantino em 321 A.D., in-
timando que todas as cortes de justiça, habitantes de cidades e tra-
balhadores braçais descansassem no domingo (t/e%ertzó¢./G. d¢.e so/ás),
com uma exceção eri favor dos trabalhadores da agricultura." -
Encicloíiédia Britânica, 11ç edição, aLrt. "Dorringo" .
0 sinal da apostasia é assim claramente identificado. 0 terceiro
anjo adverte contra o recebimento deste sinal. Mas não conhece-
mos tudo que deve ser conhecido sobre isto, nem podemos conhe-
cer, até o desdobramento final dos acontecimentos.
``A luz que recebemos sobre a terceira mensagem angélica é a
legítima. 0 sinal da besta é exatamente o que tem sido proclama-
do. Nem tudo que se refere a este assunto é compreendido; nem
compreendido será até que tenha sido completamente aberto o rol
1o do livro." - Tes}em%7¢Ãos Se/eíos, vol. 2, págs. 371 e 372.
Antes que o Salvador apareça em glória, cada alma terá feito a
sua escolha de obedecer ou desobedecer à lei de Deus. Grandes su-
cessos estão diante da igreja. Lei internacional exigirá obediência
universal ao falso poder- de Roma. Mas-os que acatàrem tais leis
desonrarão a Deus e estarão quebrando os Seus mandamentos. É
então que o homem recebe o sinal da besta. JV¢~o ¢%}es qz4e czs co¢.sczs
estejam clara;memte deflnidfls e todo o mundo tenha ouvido a mensa-
gem de Deus terão os homems recebido o simal da besta. V e;r 0 Gramde
Co%#G.fo, pág. 449-450. Deus tem leais testemunhas em cada igre-
ja. Eles amam Sua Palavra e estão vivendo segundo toda a luz que
receberam.
"Ninguém recebeu até agora o sinal da besta .... Há cristãos
T]6/As Rwelo;ções do ALPocahpse

verdadeiros em todas as igrejas, inclusive na comunidade católica


romana. Ninguém é condenado sem que haja recebido iluminação
nem se compenetrado da obrigatoriedade do quarto mandamento.
Mas quando for expedido o decreto que impõe o sábado espúrio, e
o alto clamor do terceiro anjo advertir os homens contra a adora-
ção da besta e de sua imagem, será traçada com clareza a`linha di-
visória entre o falso e o verdadeiro. Então os que ainda persistirem
na transgressão receberão o sinal da besta. " -Ez/¢%ge/8.s7%o, pág.
234.
Antes que o Senhor retorne, todo indivíduo será compelido a
fazer sua escolha. Os que recusarem obedecer aos poderes da Ter-
ra e a qualquer preço guardarem a fé em Jesus, serão segregados
da sociedade. Assim como foi com Daniel que recusou comprome-
ter sua fé e preferiu aceitar o decreto de morte antes que negar o
seu Deus, tendo sido miraculosamente salvo do poder dos leões,
assim será também nesta última crise com os que permanecerem
fiéis aos mandamentos do Céu. É então que os que voluntária e
conscientemente escolherem obedecer ao poder apóstata e recebe-
rem o sinal da besta, ``beberão do vinho da ira de Deus". Apoc.
14:10.

"A Paciência dos Santos." Verso 12

A palavra "paciência", neste passo, é também traduzida por "per-


severança". Será um povo paciente e perseverante o que estará
aguardando a volta do Senhor. Ver Heb. 10:36 e 37. Será também
um povo obediente, "os que guardam os mandamentos de Deus e
a fé em Jesus_". Apoc. 14:12.
A igreja da Reforma foi elogiada i)or sua 4zc8.e^7ocG.cz e /e'. Apoc.
13: 10. Mas esta ültima igreja é louvada por sua oõed¢.e^7¢c¢.¢ bem co-
mo 4zcóé%cácz e/e'. E sua obediência será de modo particular muito no-
tória. Porque adora o Criador, ela guarda o dia do sábado, reconhecen-
do-o como sinal do poder santificador de Deus. Eze. 20:12. Os que
aceitam esta final mensagem de Deus ao mundo, são, eles próprios,
um sinal do poder de Deus paia converter e recriar. Isa. 8:18; Zac. 3:8.
0 povo remanescente de Deus é conhecido em diferentes países por
vários nomes descritivos de sua experiência cristã. Em Fiji os nativos
inicialmente os chamavam ` `a igreja limpa' '; na Libéria, ``o povo da
lavagem de corações' '; em outros lugares, "os dez mandamentos ambu-
AÍ)elo Final de Deus à Hui'naridadell77

lantes", "o povo do segundo advento"; e "o povo do amor". Jesus disse:
``NistoconhecerãotodosquesoisMeusdiscípulossetiverdesamoruns
aos outros." S. João 13:35. E Paulo disse que Cristo "amou a igreja, e
a Si mesmo Se entregou por ela, pam a santificar, purificando-a com a
lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irr`epreensível. " Efés. 5:25-27.
A Vitória Final
da lgreja e as Sete
Últimas Pragas
Ao contemplar o profeta João o desdobrar do panorama, ele viu
que antes da volta de Jesus o mundo terá ouvido a final advertên-
cia e apelo de Deus; observou que o evangelho etemo era levado
"a toda nação, e tribo, e língua e povo". Apoc. 14:6. Sendo procla-
mado na moldura da tríplice mensagem, ele se torna um poder na
Terra.

Apocalipse 15 e 16

Um Engano de ltimensão Mumdial. 0 rrri]or e;ngzmo de todos os


tempos está ainda para ser encenado, e ocorrefá antes do apareci-
mento de nosso Senhor, quando Satanás enganará o mundo todo
"com todos os sinais e Drodírios de mentira". Os que não derem
ouvidos à mensagem de Deus, serão apanhados pelo engano, e na
verdade irão crer "na mentira''.11 Tes. 2:9-11.
Jesus falou deste engano, dizendo que o rriúrido todo seria apa-
nhado no laço. S. Lucas 21:35. Tão grande seria o engano que, se
possível, até os escolhidos. S. Mat. 24:24. Mas estes
nnão serão enganados, porque, visto amarem a ver a e, fortifica-
ram-se pela Palavra de Deus, e serão capazes de resistir ao enga-
no. Efés. 6:10-17. 0 diabo está mesrio agora lançando um véu so-
1&0/As Revelações do APocaliDse

bre as nações Isa. 25:7. Ele está pondo no queixo dos povos ":±±p

+*á_¥=e=_ffiffi.eoshomensestãof%endoda
``0 prói]rio SatanãF3e tfãri5rorma em anió de luz." jI£g]}
±É;±4. São espíritos de demônios que vão aos reis da Terra êirtõaTo
olriüíundo,"parasegurá-1osnoengano,eforçá-losaseuniremaSa-
triatanásemsuaúltimalutacontraogovemodoCéu.Medianteestes
agentes, serão enganados tanto governantes como süditos ....
"Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio
Satanás personificará Cristo. A igreja tem há muito tempo profes-
sado considerar o advento do Salvador como a realização de suas
esperanças. Assim, o grande enganadoi: fará parecer que Cristo
veio. Em várias artes da Terra, Satanãs se manifestará entre os
homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante,
assemelhando-se à descrição do Filho de Deus dada por S. João no
Apocalipse. A glória que o cerca não é excedida por coisa alguma
que os olhos mortais já tenham contemplado. Ressoa nos ares a
aclamação de triunfo: `Cristo veio! Cristo veio!' 0 povo se prostra
em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles
pronuncia uma bênção, assim como Cristo abençoava Seus discí-
pulos quando aqui na Terra esteve. Sua voz é meiga e branda,
cheia de melodia. Em tom manso e compassivo apresenta algumas
das mesmas verdades celestiais e cheias de graça que o Salvador
proferia; cura as moléstias do povo .... E este o poderoso engano,
quase invencível ....
"Mas o povo de Deus não será desencaminhado. Os ensinos
deste falso cristo não estão de acordo com as Escrituras. Sua bên-
Ção é pronunciada sobre os adoradores da besta e de sua imagem,
a mesma classe sobre a qual a Bil)lia declara que a ira de Deus,
sem mistura, será derramada ....

.e#rí#m=d#dafvorear#a#:l:%%5õ§a#o:::g:±:f::É:Ê£::=ʱfâÉ:

Esses vitoriosos, pela graça de Cristo estarão guardando os


mandamentos de Deus e a fé em Jesus. ADoc. 14:12.

0 Vinho da lra de Deus


A Vitória Final da lgreja e as Sete Últi!i!iiias Pragas/181

A última mensagem de Deus chega ao clímax com o tremendo


anúncío de que, os que recusarem aceitar a salvação, beberão do vi-
nho da ira de Deus, sem mistura de misericórdia. Apoc.14:9-11. A

:#niaa`g##à(.vÃ##égrTg:àd:á#Tff:|gãã:ÍT#:
traduzida significa examinar pelo uso de ZJ¢s¢ms, uma espécie de
pedra originária da Lídia e que era aplicada a metais, e que se su-
punha denunciar qualquer mistura que houvesse nesse metal. 0
ouro deixava um traço amarelo nessa pedra de toque Wer Liddel e
Scott, ou qualquer outro dicionário léxico). Hoje o ouro é provado

:::|â:ig:ro£c£ío£.,=±-#£aapc###%#:
duzida por ¢Ço¢.Íü!r, onde descreve o navio açoitado ou "fustigado' ',
ou ainda ``testado" pelas ondas. Em ADoc. 14:11 a palavra `&r-
mento" na realidade significa "testar" ou "provar mediante
teste".
Um importante pensamento, algumas vezes passado por alto
por certos interpretadores, é o fato de que este teste ocorre, não
em algum indeterminado lugar de tortura, algum pugatório, mas
resen a dos santos OS e na resen a do Cordeiro". Verso
" I Cor.
10. Paulo
3:13. E todos, iguálmente, justos e ímpios, passarão peloiEE=
teste, e diante de todos os mundos não caídos será revelado quem

Í#;e£::ómi¥ie:T::s:,eÊgfiffft;en¥tir;¥Êevtig
fa;to de qne alguns resistirão ao mas estes serão somente os
que forem justos e retos diante de Deus. Verso 15.
Assim como os três dignos hebreus foram protegidos na forna-
1ha ardente ®an. 3), os justos permanecerão na presença de Deus,
1Ê gue.T _a_: Escrituras falam como de um :=Éggg£gLns_upido±"
Heb. 12:29).

A Volta de Cristo - o Clímax dos Séculos


A mais bela descrição do segundo advento de nosso Salvador
encontra-se em Apoc.14: 14. Circundado por uma nuvem de anjos,
a fronte adomada com uma coroa de ouro, tendo na mão uma foice
aguda, Ele vem para ceifar a seara da Terra. Jesus, em Sua pará-
182/As Revelações do AíiocaliDse

3T=hÉ:utri;ã:ead£io*ÍâíÊÊÊíáÊ:£â:Ê2àádàu#:;sed:=eáoc.effae
Outra colheita é posta em cena em A-Doc. 14:18: a colheita das
uvas maduras. Duas vinhas têm sido cültivadas iià Terra, uma de
origem celestial, e a outra da Terra, ou terrenal. Jesus disse: ``Eu
sou a videira verdadeira. e vÓs sois as varas." S.
Escrituras falam do mal sendo destruído em Suas
". Mal. 4:1. 0 diabo
E" e seus seguidores são representados por
esta offi ViriHã. Quando afinal os anjos de Deus reunirem os ca-
chos maduros das uvas da ira e lançarem-nos no lagar dos juízos de
Deus, terrível sem dúvida será o produto. Ver:ÉÊʱ 7_§±&_

0 ``Mar de Vidro Misturado Com Fogo"


Em cóntraste com a cena de destruição dos versos finais do cap.
1.4, a cena seguinte que se abre aos olhos do profeta é de vitória.
Os que já contemplaram o brilhante espetáculo de um pôr de Sol

;%f£:rs:#cã;siE#:rTOÀte=edi¥dapq#:d:is;éiristdaàã:âÉ:::à:
uma bola de fogo, o próprio oceano parece inflamar-se em glória;
as ondas, tocadas de carmesim, transformam toda a cena num di-
1úvio de chamas. Assim foi a visão que se abriu ante o profeta em
Patmos. A cena de glória tomoú-se-lhe mais real ao pensar nela re-
trospectivamente. Imaginaio retornando ao seu lugar de repouso
após.9 duro dia de um condenado. Subitamente, ele vislumbra a gló-
ria do-pôr do Sol sobre o Mediterrâneo. Ela se torna para ele um belo\
símbolo daquele grande dia de realidades, quando o labutar da < \
Terra estará findo, e todos os desapontamentos passados, e os
santos afinal estarão na presença do seu Deus. Então, levantando
os olhos das cenas terrestres para outras cenas mais maravilhosas,
seus pensamentos tornam mais glorioso o ``mar de vidro mistura-
do com fogo'', onde estão os redimidos agora vitoriosos. E o profe-
ta ouve os sons de cânticos de vitória. Finalmente os santos estão
no lar! Insignificantes, sem dúvida, são as provas em comparação
com esta cena de esplendor!
"0 Cãntico de Moisés... e o Cãntico do Cordeiro"
r=

Que maravilhosos contrastes encontramse neste livro! Escritos


A Vítória Final da lgreja e as Sete Últiri!ias Hagas/18í3

apocalípticos seguem este padrão. Cenas de glória e de vitória são


postas em vívo contraste com as cenas de derrota e desolação.
João captou os ecos desta poderosa.antffona a elevar-se dos lábios

gvqá=1=àeúc¥te##::dse:â#doe#?eÉr:Ocâ¥n¥od.eE#:i=:
porque expressa o louvor daqueles que, como o antigo lsrael no
Mar Vermelho, foram miraculosamente libertos de iminente des-
truição. Mas é também o cântico do Cordeiro, porque fala da vitó-
ria do povo de Deus sobre a morte e a sepultura. Serã um cântico
da experiência, e somente os que passaram por ela estarão aptos a
participar desse cântico de louvor. Os anjos não serão capazes de
cantar aquele cântico, mas pobres pecadores perdidos, redimidos
pela graça, contarão esta história em antffonas jamais ouvidas an-
tes.
Muitas vezes é maravilhosa a música que ouvimos na Terra,
mas nada se pode comparar com este empolgante coro, ao ergue-
rem os redimidos suas harpas de ouro, e, dando ao seu canto celes-
tial uma tonalidade mais alta, mudam de um registro de tristeza
para um registro mais alto de etemo gozo. E o mais maravilhoso

ieeTed:;si:éóquáLi.¥emm¥e=m#:í#:#T:uelâà'Íis;Êg±Ê=
r+

Os Sete An]-os Com as Sete Salvas

Os versos finais do capítulo 15 descrevem uma das mais arrebata-


doras cenas de todo o livro. Quando os sete anjos saem com as ta-
ças da ira, a Escritura diz que até que sua obra seja concluída `:±ig:

=:Í=±::br¥vnee±=n:.=¥â;,.cffi:#etnüffi::em:vjm¥é:
1ica de convite terá sido ouvida por toda alma sobre a Terra; a
oportunidade do homem para a salvação terá passado, e à porta de
misericórdia será fechada para sempre.
Alguns comentaristas procuram interpretar esta profecia das
pragas como paralela com a dos selos e das trombetas, etc. Isto
não pode ser, pois as pragas são derramadas sobre os que recebe-
ram o sinal da besta, e este sinal não terá sido recebido até pouco
antes do aparecimento de Cristo em glória. Esses iuízos cairão dé-
Poás de haver Cristo teminado o Seu ministério em favor dgs peca-
1.84/As Revehções do AÍ)ocalipse

dores. E mais as Escrituras declaram ueas as virão num


mencionado
'É£í=i ``=f
Ja que um_T°fei_ 9_PraiTt_o_t a fom£' '.. 4Dcx:. 18_:8. Tem.o.s
1a em pro ecla equlvale a um ano, e é evidente que aqui
não se pode tratar de um dia literal de vinte e quatro horas, pois
nenhuma fome poderia resultar em tão curto espaço de témpo, por \+
piores que sejam as condições. Mais ainda, as Escrituras indicam
que alguns desses mesmos homens que so,frem sob a primeira pra-
ga também sofrem sob as outras pragas. E, portanto, evidente qúe
esses juízos caem sobre a mesma geração, e durarão um dia proíé-
tico, ou ano literal.

A Descrição das Pragas


Alguns profetas descreveram os efeitos dessas pragas, especial-
mente lsaías e Joel. Joel 1:17-20 diz: ``A semente ai)odreceu debai-
xo dos §eus torrõe . OS Ce elros oram assolados ue se se-
cou o tri o. . . os rebanhos de ovelhas são destruídos .... Os rios se
secaram e o fojro consumiu os Dastos do deserto." Embora isto ti-
vesse, sem dúvida, alguma aplicação espiritual aos dias em que
Joel vivia, era, entretanto,o ``dia do Senhor" que ele estava des-
crevendo. Verso
euma dolorosa ferida nos que têm o sinal da
bista. ADoc. 16:2. Antes que os anjos derramem suas salvas, toda
a fam umana estará dividida em duas classes: os que estão se-
lados com o selo do Deus vivo, e os que têm o sinal da besta. À
classe que está sob as protetoras asas do Todo-poderoso, é feita a
promessa: ``Não te assustarás do terror notumo... nem da Deste
ciL]e se DroDam ms trevas .... Caiam mil ao teu lado. e dez mil à tua
dlreita: tu não serás atinrido .... Nenhum mal te sucederá. i]ra"
nenhuma chegará à tua tenda.'' Salmo 91:5-10.
_1±±LeJgz4Z?4g_?_ͱgz±gg£ifiLziM_¢_gg_s_caemsobreaságuag,tomandoas
águas e o mar numa matéria putrefata semelhante a sangue de um
morto, o que afeta o suprimento de água das nações. Quando o
oceano se toma um lugar de morte, os habitantes de todós os paí-
ses do mundo ficam afetados. Mas o povo de Deus não precisa te-
mer. Algumas das mais belas promessas da Palavra de Deus reve-
lam o Seu plano de proteger os Seus escolhidos durante esses dias
calamitosos. Eis uma delas: "Os aflitos e necessitados buscam
águas, e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas Eu, o Se-
` A vitória Final da lgreja e as sete ul:tii!ms pragas/L85

nhor, os ouvirei, Eu, o Deus de lsrael, não os desampararei. Abri-


rei rios em lugares altos, e fontes no meio dos vales; tomarei o de-

E¥E3EEE :'e:. a í :es:.ffé¥iE±s. u±.


ãã-ri ã#rramada no s
A ol, ao qual é dado poder para
abrasar os homens. A única resposta destes, porém, é a blasfêmia
contra o Altíssimo. Eles não podem arrepender-se, porque o arre-
pendimento é obra do Espírito Santo, e antes que as pragas caiam
ÇEíri#£e£::sétàÉEoaã:##odnaó,Fg±|e,dab®ta"b-
mergindo o reino de+erro em trevas densas. Há uma semelhança
entre essas pragas e as pragas que caíram no Egito. Aquelas, as do
Egito, representaram juízos sobre uma pequena região, um peque-
no país, ao passo que estas, as sete últimas, afetam o mundo todo e
os homens de todas as nações. No Egito, enquanto havia trevas
por toda parte, havia luz nas residências dos israelitas. +
Quando o se#Ío anjo derrama sua salva, o profeta João declara
que viu "três espíritQs imundos semelhantes a=r_ãs" saírem ``da bo-
cado ao. e aa Doca cLa oca do falso, Drofeta"
AõÕÕ=16:i8=iíõrãriilgõrEgIEaã:ii:ã oração, e o sím-
bolo de sua divindade eram três rãs negras. A introdução deste
símbolo das rãs na profecia é de chamar a atenção. Como é bem sa-
bido, este pequeno animal hibema; quer dizer, desaparece por al-
gum tempo, para depois reaparecer e nos incomodar com o seu
coaxar. Assim, paganismo e espiritismo desapareceram, por as-
sim dizer, por algum tempo afinal no Ocidente, mas estão reapare-
cendo sob muitos disfarces. 0 pensamento pagão penetrou nas sa-
las de nossas escolas. Tem reclamado até muitos púlpitos. Nas ce-
nas finais da história da Terra, paganismo e espiritismo deverão
exercer tremenda influência sob o manto da religião.
Esses espíritos imundos saem dcz óoaz do dragão, da besta e do
falso profeta. 0 poder de propaganda mentirosa foi amplamente
demonstrado durante a Segunda Guerra Mundial. Mas alcançará o
seu clímax sob a sexta praga, quando os espíritos de demônios irão
reunir as nações do mundo todo para `iaL±atalha d_aq_ue_1_e ffanÉÊ_
dia de Deus Todo- oderoso" Verso 14. greJas protestantes cujos
Oram postos na estaca por causa de sua fé, "ie_r_ão os±
rimeiros a estender as mãos através da voraírem oara aDanhar a
L86/As Revelações do ADocaliDse

mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar


mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este
país seguirá as pegadas de Roma, conculcando os direitos da cons-
ciência.
"Imitando mais de perto o cristianismo nominal da época, o es-
piritismo tem maior poder para enganar e enredar. 0 próprio Sata-
nás está convertido, conforme a nova ordem de coisas. Ele apare-
cerá no aspecto de anjo de luz. Mediante a agência do espiritismo,
operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e se efetuarão
muitas e inegáveis maravilhas. E, como os espíritos professarão fé
na Escritura Sagrada, e demonstrarão respeito pelas instituições
da igreja, sua obra será aceita como manifestação do poder divi-
"o.'T : 0 Grande Conflito, pãg. 593.
Através da influência combinada do espiritismo, catolicismo
romano e protestantismo apóstata, o mundo será levado, não à
paz, mas à guerra. E essa guerra será contra o próprio Deus.
Apoc.16:16 diz que as nações serão congregadas num lugar "g±±é
e_m _hebreu se chama Amag_edo_p±:_j'.
OS, muitas idéias têm sido expressas sobre o
Armagedom. Profecias não cumpridas têm sido sempre um fértil
campo para especulação humana. A Palestina pode muito bem ser
o centro da tormenta de um conflito mundial, mas a batalha do dia
de Deus Todo-poderoso não estará limitada a qualquer terra em
particular. Os acontecimentos são muito maiores do que muitos
têm imaginado. Não é à s¢.*34¢ÇÕÓ geog7iÉ/íüo que o Senhor dá ênfase,
"zxs stm à rwehção daquilo que estâ em jogo. ALTerra. San:ta será e;n-
volvida, porque a Terra toda será o cenário desta última grande
batalha. Os ."reis de todo o mundo' ' (_vÊLrs_o±4± estarão envolvidos.
Seria e impossive reunlr todos os exércitos do mundo
num campo de batalha. A palavra "batalha" neste verso é traduzi-
da do grego 4o/é}i¢os, palavra esta vertida muitas vezes como
``guerra" em vez de "batalha". Pode ser um simples encontro ou
umia série de encontros. Nesta luta de morte entre as forças combi-
nnadas das trevas e do Ódio e as legiões da luz e do amor, o mundo
todo será o campo de batalha, e tão terrível será o mortichio desse
tia que "não serão pranteados. nem recolhidos. nem sei)ultados".
er. 25:
Breve, muito breve,
Lg±. A Terra será o c à=ffiáÉÜTcaebnaná#ri#oe:od##
A Vitória Fiiiial da lgreja e as Sete Ültii'nas Pragox}/L87

nal e da final vitória. Aqui, onde por tanto tempo Satanás liderou
os homens contra Deus, a rebelião deverá ser para sempre elimina-
da." ~ E. G. White, 7l¢e J?ec;G.ew ú!%d He7itz#, 13 de maio de 1902,
pá8. 9.
"A batalha do Armagedom deve ser logo travada. Aquele em
cujas vestes está escrito: `Rei dos reis e Senhor dos senhores', logo
deve conduzir os exércitos do Céu." - TesJz.mo%z.es, vol. 6, pág.
406. Esta batalha é entre o Céu, de um lado, e do outro a Terra; en-
tre Cristo e Satanás.
Descrevendo o tremendo alcance deste conflito, João diz: ``Es-
tes guerrearão contra o Cordeiro. e o Cordeiro os vencerá. DoisTTo
OS Sen ores e o OS rels.
Vl a besta, e os erra, e os seusexércitos reunidos , para
Íazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao
Seu exército. " ADoc. 19: 19` "F4ze/g%c77'7':¢ " ocorre dezesseis vezes
no Novo Testàiriêritó, sehdTo nove vezes sÓ no Apocalipse.
Quem, senão o que for espiritualmente cego ao máximo, deixa-
ria de ver tomando forma os acontecimentos que conduzirão à ba-
talha final que põe fim ao desentendimento dos homens e introduz
o longamente esperado reíno de paz? "0 que realmente está em jo-
go no Armagedom não é tanto o que é material e internacional,
mas sim o que é espiritual. Será, na verdade, uma luta entre o dia-
bo e as nações .ímpias de um lado, e Deus e Seu povo do outro." -
W. H. Branson, D7i¢77e¢ o/ á% 4ges, pág. 533. Tão tremenda será
esta conflagração que não fosse o fato de que Deus envia Seus po-
derosos anjos para proteger o Seu povo, este seria. varrido da face
da Terra. "Em meio ao tempo de angústia que está para vir... o
povo escolhido de Deus permanecerá inabalável. Satanás e suas
hostes não podem destruí-1os, pois anjos excelentes em força os

:iio:e£eÉpt::o-prTo?efí#:##á#,ô'£á£.oi;i£:sdfféàveerní:#ets-
fortes!" A batalha do grande dia de Deus Todo-poderoso terá fim,
não pela supremacia de uma nação sobre outra ou de um grupo de
nações sobre outro, mas pelo súbito aparecimento de Jesus Cristo
ao vir em grande poder e glória. Os íriipios fugirão então aterrori-
zados. +
Quando o sétimo anjo derrama sua salva, ouve-se uma voz do
Céu, dizendo: ``Está feito''. Seguem-se então relâmpagos, trovões
e um grande terremoto, como igual jamais houve desde qué há ho-
188/As Revelações do APocalipse

meàsâârâea±iTâriÊg3%±Ê:ÍZÍÍ+umm-doapóstata,recebe
agora o seu julgamento. Ilhas desaparecem; montanhas não se
acham; pedras pesando de 25 a 50 quilos caem do céu. Alguns su-
gerem que os bombardeios que temos visto em anos recentes são o
cumprimento desta profecia. Mas esta praga vem de Deus, não
dos homens. 0 Senhor disse a Jó: ``Entraste tu aos tesouros da ne-
ve, e viste os tesouros da saraiva que Eu retenho até o tempo da
angústia, até o dia da pelej_a e da guerra?'' Tó 38:22 e 23. Isaíàs falou
do "dilüvio do açoite" que passará pela Terra e destruirá os que fi-
zeram da mentira o seu refügio._ Isa. 28:] 5. ] 8. Daniel fala de `]]m

aquele que se achar escrito no livro" da vida.


Antes da vinda deste dia de destruição, Deus envia um convite
a todos para que se congreguem e 0 busquem. Os que ouvirem

ÊuapT.#i:n`#g£mnh=rrãsoeàroatee%£mri::o#.eLft:£#.g,?.s_í=e|rffi
€ãlmos 46 e 91 são ambos tocante descrição desse t`e-ri-É-o--a-e cala-
midade. Mas o povo de Deus será protegido ``sob Suas asas''. Em
meio de toda a conflagração, terá lugar a ressurreição dos mortos.
A Vitória Final da lgreja e as Sete Últimas Pragas/18;9

"Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ri-


bombo do trovão, a voz do Filho de De,us chama os santos que dor-
mem." -0 G7it7%d2 Co7e/ZG.£o, pág. 649. Isto será uma esmagadora
evidência do supremo poder de Deus '5obre Seus inimigos. Quando
os santos que dormem forem despertados para a imortalidade, e os
santos vivos tomados para encontrar o Senhor nos ares, os ímpios
que recusaram a salvação fugirão aterrorizados, tão-somente para

àr:¥edm®ãF#ri`aiTfàoÉrás:le_ndu?:Ó.Êçà,S=*-d:aà.,.H#
para os pecadores! Que Deus nos ajude a estarmos preparados.
A Vitória Final da lgreja e as Sete Últimas Pragas/189

``Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ri-


bombo do trovão, a voz do Filho de Dezus chama os santos que dor-
mem." -0 G7itz%de Co%#G.ío, pág. 649. Isto será uma esmagadora
evidência do supremo poder de Deus 'Sobre Seus inimigos. Quando
os santos que dormem forem despertados para a imortalidade, e os
santos vivos tomados para encontrar o Senhor nos ares, os ímpios
que recusaram a salvação fugirão aterrorizados, tão-somente para
'. 11 Tes. 2:8
serem destruídos `_±j2jesplendor de Sua vinda,
Que cena de vit¢ria e tragédia - vitória para os santó-sT-t-ragédià
para os pecadores! Que Deus nos ajude a estarmos preparados.
Condenada a Mulher
de Escarlate
Apocalipse 17 é para muitos um enigma; mas deixa de sê-lo, feitas
as combinações indicadas. Havendo contemplado o derramamento
dos juízos de Deus nas sete últimas pragas, e o clímax da História
nas tremendas convulsões da Natureza, quando montanhas e ilhas
desapareceram e as obras do homem foram destruídas, o profeta

::e:aet¥::avf:aag°5:ua:gd°omca.::.íntímodopoderqueembriagaasna.
Apocalipse 17 e 18

Com dramática intuição, o profeta pinta com palavras o seu qua-


dro. Uma mulher está sentada sobre uma besta escarlate. ` `Em sua
cabeça estava um nome com significado secreto" (NEB). Ela esta-
va vestida de pürpura real e de um escandaloso escarlate; seu títu-
1o: "Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abomi-
nações da Terra."

A ldentidade da Mulher
Esta linguagem é impressiva; contudo, podemos formular a per-
gunta: Quem é esta mulher chamada ``Mistério, a grande Babilô-
nia"? Não pode haver dúvida quanto a sua identidade. Como já te-
mos observado, mulher em profecia representa igreja. A mulher
L92/As Revelações do APocaliDse

do éapítulo 12 é um belo símbolo da igreja verdadeira de Jesus


Cristo, mas esta mulher do capítulo 17, de caráter corrupto e natu-
reza enganadora, contrasta em todo sentido com aquela. Deus
compara o Seu povo a uma mulhei ``fomosa e delicada'', ou ``uma
mulher dedicada ao lar" (margem). Jer. 6:2. Mas esta não é uma
mulher caseíra. Ao contrário, ela corteja reis e vive em relação ilí-
cita com o mundo. Não está vestida de ``1inho fino'' que é ``a justi-
ça dos santos" (Apoc. 19:8), mas está prodigamente ataviada em
púrpura e escarlate, e adornada com ouro e jóias de alto preço.
João viu que ela estava também embriagada com o sangue dos
má'rtires de Jesus Cristo. Ele contemplava esta igreja apóstata
subseqüente aos séculos de perseguição. Ela sustentava em sua
mão um cálice de ouro cheio de "abominações''. Na Escritura, as
palavras "abominação'', "mentira", ``imagem de escultura" e
"falsos deuses" são usadas como sinônimo. Ver I Reis 11:7, 2, 3;
Isa. 44:15, 19, 20. Este não é o cálice da salvação pelo qual Davi no
passado orava (Sal.116:13), mas está cheio de falsos deuses e abo-
minações mentirosas, como a contrafação doutrinária do sacerdó-
cio - um falso sacerdócio que se arroga o poder de perdoar peca-
dos e decidir casos. Santo Alfonso de Liguori, escrevendo com ¢.#-
jJ7?.»e¢£%/ papal, diz: ``0 sacerdote tem a posse dàs chaves, ou o po-
der de livrar do inferno os pecadores, de tomá-los dignos do paraí-
so, e de mudá-los de escravos de Satanás em filhos de Deus. E o
próprio Deus está obrigado a manter o julgamento de Seus sacer-
dotes, de perdoar ou de não perdoar. " -Díg7¢Gty ¢7¢d D%Jz.es o/ £Ãe
P7i.esí, editado pelo Rev. Eugene Grimm, 1927, pág. 27.
``Quando S. Miguel vem a um cristão moribundo que invoca
sua ajuda, o santo arcanjo pode expulsar os demônios, mas não po-
de livrar, seu cliente de suas cadeias até que um sacerdote venha
absolvê-lo." -Jide7%, pág. 31.
Blasfêmia incrível! Milhões de almas sinceras, porém, crêem
nisto e vivem em harmonia com esta crença.
E a mulher tinha na mão "um cãlice de ouro''. Uma das doutri-
nas mais importantes desta igreja apóstata é o sacriíício diário da
missa. A hóstia, no ostensório de ouro, eles dizem ser o Cristo vi-
vo. Sagrada como seja a doutrina da transubstanciação para o ca-
tólico romano devoto, é sem dúvida idolatria dizer que esse pedaço
de pão é, na realidade, o Criador do Céu e da Terra. Desde que lhe
foi infligida a ferida mortal em 1798, o papado tem procurado rea-
Condenada a Mulher de Escarlate/193

ver o antigo prestígio e poder. Nada talvez tenha contribuído mais


para isto do que os Congressos Eucarísticos lntemacionais le+a-
dos a cabo em todo o mundo, no qual a elevação do ``Cristo Euca-
rístico" é o ponto dominante de todo o programa.

A lgreja Cai de Sua Fé Pura


No estudo das sete igrejas e dos sete selos, vimos como a corrup-
ção penetrou na igreja nos primeiros séculos. Sua pureza se per-
deu tão logo ela cortejou os favores do mundo. Mesmo antes do
tempo de Dante, no décimo segundo século, pensadores literatos e
verdadeiros teólogos, coerentemente aplicaram esta profecia à
igreja de Roma. Em sua Z}.t/z.7M Co%e'dz.¢, Dahte ac`usou diretamen-
te a igreja estabelecída de seus dias. Desta obra-prima da literatu-
ra, Ignaz Dõllinger declara que foi ``a mais ousada, a mais incom-
parável, a mais incisiva denúncia poética que já se compôs''.

A Vossa Avareza
Pisando os bons e e!¢altando os Pewersos, entristece
0 mundo. De vós, Pontíftces simoiiústas,
Fah o Eva;ngetista S. João
Quando vê Prostituir-se aos reis da Tefla
Aqueh que tem mando sobre mútas nações,
Aqueh que iuisceu com as seíe cabeças
E que dos dez cornos twe a;igumento de Doder e autoridade ....
Criastes Í)ara vosso uso um deus de ouro e de Prata ....
Ah! Constamti!iw, de quantos malÁ}s foi Princtí)io,
Não o teres-te feito cristão, mas a doação
Que fizeste do Primiieiro Í)o'iitiíflce rico!

- Canto 19.
(Tradução em prosa, do Dr. César Falcão.)
-0 lnfemo de Domte, pã8. 8/S.

A carência de espaço e de tempo nos impedem de citar muitos


outros que escreveram duante esses séculos. A aplicação desta
profecia à igreja de Roma é praticamente universal. Naturalmen-
te, esse,s escritores antigos, como Dante, eram também membros
194/As Revelações do APocaliíJse

da igreja romana; e isto foi centenas de anos antes do surgimento


do protestantismo.
A besta que a mulher cavalgava, como as outras bestas da pro-
fecia, representa o poder político ou civil. Sustentada pelo poder
do Estado, esta mulher, símbolo da igreja apóstata, é vista condu-
zindo e controlando as nações. Ela o faz para os seus próprios fins.
Estudantes de His`tória reconhecem nisto o padrão do cátolicismo
romano durante os últimos 15 séculos, pelo menos onde ela tenha
sido suficientemente forte para obter o controle.
Por ocasião do jubileu do papa Leão XII, foi cunhada uma me-
dama, trazendo de um lado a efígie do papa e do outro um símbolo
da igreja católica romana. Nesta medalha, vemos uma mulher sus-
tentando em sua mão esquerda uma cruz, e na direita um cálice,
com esta legenda em tomo: "Sedeí s%4e/ #%G.c;e7:s%m " (0 mundo to-
do é sua sede). Este positivo cumprimento da profecia é apenas um
dos muitos que poderiam ser mencionados. A apostasia e o anti-
.cristo que o apóstolo predisse haveriam de surgir, e se assentariam
no templo de Deus, querendo parecer Deus (11 Tes. 2:3 e 4), não é
alguma coisa para o futuro - está no mundo hoje.

Signi£icado do Nome "Mistério" na Mulher


Ela trazia escrito o nome ``Mistério, a grande Babilônia''. Quando
os cultos misteriosos da antiga Babilônia entraram na igreja, fo-
ram postos os fundamentos para o mistério da iniqüidade. Como
salientado na página 34, os mistérios tomaram a forma de religião
apenas pouco tempo depois do dilúvio, tendo sido uma definida
tentativa de destruir o conhecimento do verdadeiro Deus na mente
dos homens.
Ninrode, "poderoso caçador diante da face do Senhor" (Gên.
10:9), fundou o reino de Babilônia, e a lenda diz que depois de sua
morte, a rainha, depravada e licenciosa, ávida por manter sua in-
fluência sobre o povo, instituiu certos ritos em que era adorada co-
mo Rhea, a grande "mãe" dos deuses. Esta rainha caldéia é um
apropriado protótipo desta mulher do Apocalipse em cuja testa es-
tá escrito o nome "Mistério, a grande Babilõnia, a mãe das prosti-
tuições e abominações da Terra." Quando João a viu, ela estava
embriagada. Mas sua devassidão estava no fim; ela estava agu`ar-
dando julgamento. João se admirou do que via, e não era sem moti-
Condeno;da a Mulher de Escarlate/L95

vo. 0 anjo, desdobrando ante ele o mistério de tudo, disse: "A mu-
lher que viste é a grande cidade, que reina sobre os reis da Terra. "
Apoc. 17:18.
Nove vezes, no Apocalipse, encontramos a expressão "grande
cidade", como aplicada ã este sistema apóstata. A mulher repre-
senta o poder eclesiástico; a besta, o poder político. Neste símbol`o,
encontramos completa união da igreja e o Estado, e todos cujos no-
mes "não estão escritos no livro da vida" ficam admirados ao tes-
temunhar o surgimento, e influência deste tremendo poder político-
religioso descrito como "a besta que e„Jz, e que já 7oo~o e', e % de
vir''. Verso 8.

0 Poder que Caiu e se Ergue de Novo


Tendo recebido reconhecimento político estatal em 538, pelo efeti-
vo decreto de Justiniano, este poder apóstata em Roma começou o
seu domínio, que devia durar 1260 anos. Durante esses séculos,
elé praticamerite controlou a cena política na Europa, coroando
reis e excomungando ``hereges'', até mesmo reis. Mas recebeu
uma "ferida mortal" nas guerras `napoleônicas, e o próprio papa
foi levado prisioneiro. Isto ocorreu em 9 de agosto de 1798. Alguns
intérpretes bil)licos vêem neste episódio um particular cumpri-
mento desta parte, até certo ponto difícil, da profecia. 0 poder que
"e/tz ", eles dizem, cessou de controlar, e outro período de sua exis-
tência foi desdobrado, comparativamente descrito como o período
do `7ó 7e¢~o e"'. Ele foi para o cativeiro (Apoc.13:10), e muitos auto-
res desse tempo criam plenamente que o papado jamais ressurgi-
ria. Livros foram publicados por historiadores seculares, dando
destaque a essa opinião. Mas a João foi mostrado que ele voltaria e
se tomaria um poder mundial.
Nunca é sábio ser dogmático quando se estudam profec'ias não
cumpridas. Um princípio bil)1ico é claro; Jesus disse: ``disse-vos
agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós
creiais''. S. João 14:29. Os acontecimentos a se desdobrarem sem
dúvida esclarecerã'o muitas dessas passagens difíceis.
Durante o último século, a igreja de Roma tem estado a recupe-
rar sua influência política, sendo hoje forte uma vez mais. Em
1854, foi proclamado o dogma da lmaculada Conceição, e em 1870
veio o da infalibilidade papal. Em 1929 o papa recebeu o reconhe-
196/As Revelações do AÍ]ocalipse

cimento como soberano govemador. Em 1951, foi comunicado o


dogma da Assunção da Virgem Maria. Coisas maiores, porém, es-
tão ainda por vir, pois "todo o mundo" se maravilharia "após a
besta". Apoc. 13:3. Assim, alguns interpretadores sustentam que
se pode dizer que a besta, ou poder político do papado e7tz de 538 a
1798; /.¢' 7e¢~o ertz de 1798 a 1929; e czgo/¢ é. Seu poder será ainda
maior antes da volta de nosso Senhor. Seu orgulho se elevará até o
Céu.
Entra em O papa é
0 vigor o novamente União do
Apocahpse decreto de Colapso JuÍzo ``Rei" papado com o
é escrito Justiniano do papado 1844 Concordata protestantismo

Como já fizemos notar em capítulos anteriores, quando João re-


cebeu esta visão ele estava contemplando cenas no Céu em que
``assentou-se o juízo e abriram-se os livros". Assim, em visão, ele
foi conduzido ao nosso tempo, e ao ser o rolo do livro da profecia
aberto ante ele, recebeu instrução para escrever o que estava ven-
do. Conquanto essas mensagens tenham sido estudadas com pro-
veito e inspiração através dos séculos, sua aplicação especial é pa-
ra a última geração da Terra. Mediante o estudo de Sua Palavra, o
Senhor, pelo Seu Espírito,- está preparando um povo para resistir
nos dias finais de engano e estar pronto para o aparecimento de
nosso Senhor. 0 profeta estava, pois, testemunhando aconteci-
mentos de nossos próprios dias.

•.A Besta com Sete Cabeças

Ao tempo em que esta profecia teve sua especial aplicação, cinco


das sete cabeças da besta já haviam "caído". Embora possa não
ser sábio mostrar-se dogmático sobre a identificação dessas cabe-
ças, é significativo que há sete diferentes e distintos poderes intro-
duzidos nas Escrituras pelos símbolos proféticos. Estes estão cla-
ramente indicados: Babilônia (o 1eão, Dan. 7:4); Pérsia (o urso, ver-
so 5); Grécia (o leopardo, verso 6); Roma pagã (a besta com dez
Condenada a Mulher de Escarlate/T97

chifres, verso 7); Roma papal, ou eclesiástica (a besta com sete ca-
beças dé Apoc. 13; também a ponta pequena que falava grandes
coisas e proferia blasfêmias, Dan. 7:8; Apoc.13:2, 5); republicanis-
mo ou democracia (a besta com dois chifres, verso 11); e a última
grande
``grandeconfederação do mal
dragão vermelho" (a besta12escarlate,
de Apoc. não pode Apoc. 17:3).de0
ser símbolo
qualquer poder específico, pois embora represente os ataques de
Roma pagã ao lnfante Jesus, versos posteriores do capítulo mos-
tram suas perseguições ao último povo de Deus. Na realidade, ele
cobre o período completo por todos esses poderes representados
pelas bestas, pois por trás de cada ataque político ao povo de Deus
está o dragão, ou prhcipe do mal. Até mesmo o antigo Egito foi
mencionado como o dragão. Mas as profecias apocalípticas de Da-
niel e do próprio Apocalipse, que desdobram o domínio dos gran-
des poderes gentflicos, começam com a derrubada do trono de Ju-
dá, que ocorreu sob o reinado de Nabucodonosor, rei de Babilônia,
abrindo assim o caminho para o domínio gentflico do mundo. Jesus
falou do "tempo dos gentios''. S. Lucas 21:24. Este tempo estã
teminando agora.
Ao longo dos séculos, o diabo - o dragão - esteve es¢e/tz%dó
4eÁz cri%Çw q%e dec;¢.¢ Íe¢scer. Ele já existia, portanto, ¢#íes da Era
CrisÁ, "rs faria o seu más severo a,Íaqw à igreja re:iiimnescemte, ou
última igreja. Este poder, denominado o dragão, é um símbolo de
Roma mais que pagã. Como já temos salientado no capítulo 6,
João foi levado em visão ao futuro e estava contemplando os acon-
tecimentos do juízo. Ao tempo em que a grande cena se abriu no
Céu (1844), o papado estava em maré baixa. Poucos anos antes ha-
via ele recebido a ferida mortal. Ao tempo em que esta profecia de
Apoc. 17 tem sua especial aplicação, cinco desses grandes poderes
já haviam caído. Eram eles Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma
pagã e Roma papal - sendo que a ferida mortal foi infligida ao pa-
pado em 1798.
Observando agora a cena, o profeta diz que ` `um existe", isto é,
estava em ação após 1798. A Guerra Revolucionária na América
subverteu o "direito divino dos reis", mas amiinou também o di-
reito divino das maiorias. Prelados e papas não têmtido lugar nes-
ta progressiva nação. A democracia teve a sua real oportunidade
na América, e, como já temos mencionado, surgiu ao tempo em
que o papado decaía. Todavia, impressionante como possa pare-
L98lAs Revelações do ADocalipse

cer, esta profecia revela que esses grandes princípios de liberdade


serão finalmente abandonados, e a que é agora uma América pro-
testante livre, tornar-se-á realmente uma aliada de Roma, ``fará
uma. imagerii à besta que havia sido ferida à espada e.vivia' '. Apoc.
13:14. Seríamos cegos se deixássemos de ver que isto mesmo é o
que está acontecendo ante nossos olhos hoje. 0 caso da indicação
de um embaixador junto ao Vati.càno é uma das muitas evidências
do ascendente poder de Roma. James H. Ryan, bispo católico ro-
mano de Omaha, defendendo a indic?ção. de Myron Taylor em
1940, escreveu a seguinte significativa afimação:
Com a eleição do Papa Pio XIl agora no passado, e a lembrança
da aprovação quase universal que ela recebeu, ainda vívida na
mente do público, o 1ugar do papado nos negócios mundiais parece
situar-se em condição mais favorável agora do que em qualquer
época de sua longa existência. Em poucos períodos da História pu-
deram os papas exercer uma maior influência - um fenômeno in-
•teressante quando se recorda a baixa maré política a que chegou o
papado em meados do último século, quando, de todos os lados,
respeitáveis estadistas prediziam sua final e definitiva aniquilação
dentro de poucos anos. Mas desde Leão XIIl a Pio XII, muita água
correu sob a ponte da política intemacional. Reinos que eram rei-
nos nos dias de Pio IX não mais o são; e impérios que pareciain,
etemos então, entraram em colapso .... 7_. Q:, .
``Se a História pode servir de algum modo como guia para o fu-
turo, o absolutismo estatal não terá mais êxito em humilhar Roma
do que o conseguiu a ideologia dominante do século dezenove.'' -
Jvew yo7i¢ rG.mes, 12 de maio de 1940.
Sim, ` `muita água/.¢' passou por baixo da ponte da política inter-
nacional'', .e o fundamento está sendo lançado para o súbito ressur-
gimento do papado para um domínio de amplitude mundial. Mas o
anjo declarou: ``Quando vier, importa que dure um pouco de tem-
po''. Apoc.17:10. Nunca mais este poder dominará por séculos co-
mo aconteceu no passado. Este poder será grande, mas só durará
pouco tempo.

Chiíres Sem Coroas


Uma diferença significativa entre a besta semelhante ao leopardo
de Apoc. 13 e a besta cor de es'carlate de Apoc. 17, deve ser posta
Condenada a Mulher de EscarlatelL99

em destaque. Cada uma delas tem dez chifres, mas enquanto os


chifres no leopardo têm dez coroas, nenhuma coroa é mencionada
na descrição da besta escarlate. Esta última besta, como já temos
Íeito notar, é descritiva de um período na História em que coroas e
monarquias, até certo ponto, estão fora de moda: Os dez chifres,
disse o anjo, representam dez reis, embora sejam reis sem coroa;
possuem, porém, poder dominante, e podem ser melhor chamados
ditadores.
Durante a Primeira Guerra Mundial, quatro grandes impérios de-
sapareceram: 0 Gemânico QJB±]ssa,oAL±s!Lríácoej2J2±gp±anQEstas
.grandes potências entraram em colapso, e não sã'o mais impérios.
Muitas outras monarquias também passaram nas últimas décadas.
Diz-se que entre agosto e dezembro de 1914, mais de duzentas rea-
1ezas e pequenas monarquias abdicaram. Com o desaparecimento
dos rei§, tomou-se moda o estàbelecimento de repúblicas, e estas.
surgirain em muitos países. De qualquer modo, é preciso mais do
• que simples mudança de estrutura govemamental para garantir a li-
berdade. A História revela que se o poder é posto nas mãos de ho-
mens cujo amor pelo poder é maior do que o seu amor pelo povo,
então "a soberania de demos", ou govemo do povo, pode ser uma
tirania tão. cruel como qualquer autocrata que já haja ocupado um
trono.
``Éstes Têm úm Mesmo lntento"
• Agora, o profeta £ica sabendo que esses assim chamados reis ``têm
um mesmo intento, e éntregarão o seu poder e autoridade à-
.besta". Verso 13. Isto quer dizçr que eles abandonam à besta o seu
poder, prova de sua confiança neste reino restaurado. Mas esta
grande nova confederação de poder político e eclesiástico tem pou-
ca duração. Eles reinam como reis juntamente com a besta "por
uma hora". Verso 12. Alguns interpretam a expressão "uma
hora." como real medida de tempo, ou seja, 1/24 de um dia; e 1/24
` .de um dia profético ou ano literal seriam 15 dias. Em qualquer ca-
so, é sem dúvida um período breve de tempo, mas suficiente para
que este ressurgido poder se mostre blasfemo e arrogante, ao di-
zer: .``Estou assentada como rainha, não sou viúva." Apoc. 18:7.
Para gravame de pecado, esta confederação maligna dita sentença
de morte a qualquer que recuse render-1he homenagem. Quem
2í00/As Revelações do APocaliDse

quer que se identifique com ela, a besta, receberá o seu sinal.


Apoc. 13:16.
Este poder restaurado do papado realmente constitui outra ca-
beça; e quando, por um breve tempo, a besta e o fàlso profeta uni-
rem seus poderes, formarão então outra cabeça, isto é, ``o oitavo
rei". Mas esta oitava cabeça ``procede dos sete". Apoc. 17:11.
Ela diz que não é ``viúva''. Enviuvara quando foi despojada de
seu poder temporal em 1798, mas antes do fim do tempo ela será
completamente reintegrada, e todos, "povos, e multidões, e na-
ções e línguas" 1he renderão homenagem. Apoc.17:15. Os reis da
Terra cometerão com ela adultério espiritual. Em outras palavras,
estarão com ela em aliança ilegítima. Apoc. 18:3. Esta será a maior
união de igreja e Estado que o mundo já conheceu.

Babilõnia é Denunciada
A fim de que o Seu povo esteja preparado para esta tremenda cri-
se, Deus está enviando Sua última mensagem de misericórdia. To-
do o mundo será iluminado com a glória desta mensagem (verso 1)
que declara
``morada deBabilônia,
demônios,ou a igreja
e coito de caída, como se
todo espírito havendo
imundo, tornado
e coito de
toda ave imunda e aborrecível" (verso 2). A pomba é o emblema
do Espírito Santo, mas os emblemas de Babilônia são aves imun-
das e aborrecíveis, abutres que se alimentam no monturo. Por suas
feitiçarias, ela enganou as nações (verso 23), e agora estas, embria-
gadas çom o seu vi`nho, estão vivendo em aliança espúriq com ela,
enquanto os mercadores estão enriquecendo com o seu comércio.
Babilônia não é uma igreja. Em Apoc. 17:5 ela é chamada ``mãe
das meretrizes"; tem filhas -as outras igrejas -e estas partici-
pam da mesma natureza não santificada e são achadas bebendo o
vinho de Babilônia e ensinando suas doutrinas que não estão em
harmonia com a Bil)1ia.
``Sai Dela, Povo Meu." Apoc. 18:4

Este é o chamado de Deus hoje. "Apesar das trevas espirituais e


afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Ba-
bilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo en-
contra-se ainda em sua comunhão. Muitos deles há que nunca sou-
Co`ndenada a Mulher de Escarlatel201

beram das verdades especiais para este tempo. Não poucos se


acham descontentes com sua atual condição e anelarn mais clara
luz. Debalde olham para a imagem de Cristo nas igrejas a que es-
tão ligados. Afastando-se estas corporações mais e mais da verda-
de, e aliando-se mais intimamente com o mundo, a diferença entre
as duas classes aumentará, resultando, por fim, em separação.
Tempo virá em que os que amam a Deus acima de tudo, não mais
poderão permanecer unidos aos que são `mais amigos dos deleites
do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando
a eficácia dela'.
``0 capítulo 18 de Apocalipse indica o tempo em que, como re-
sultado da rejeição da tríplice mensagem do capítulo 14, versos 6-
12, a igreja terá atingido completamente a condição predita pelo
segundo anjo, e o povo de Deus, ainda em Babilônia, será chamado
a separar-se de sua comunhão. Esta mensagem é a ültima que será
dada ao mundo, e cumprirá a sua obra. Quando os que `não creram
a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade', forem abandona-
dos para que recebam a operação do erro e creiam a mentira, a luz
da verdade brilhará então sobre todos os corações que se acham
abertos para recebê-1a, e os filhos do Senhor que permanecem em
Babilônia atenderão ao chamado: `Sai dela, povo Meu'. Apocalipse
18:4." -0 G7tz7ode Co%#8.fo, pãg. 390. Wer também págs. 609-614.)
Os juízos de Deus estão prestes a cair na foma das sete últ-imas
pragas, e todos que se recusarem a separar-se de Babilônia e de
seus pecados serão destruídos com ela. ``Fugi do meio de Babilô-
nia", foi a mensagem de Deus a lsrael quando a antiga Babilônia
estava para cair. Jer. 51:6. Como já notamos, essas pragas vêm
"num dia''. Apoc. 18:8. Trata-se aqui de um dia profético, ou um
ano literal. Quando os que puseram sua confiança neste grande po-
der mundial testemunharem o completo colapso de toda esta con-
federação política, econômica, financeira e educacional, exclama-
rão perplexos: "Ai! ai daquela grande Babilônia, aquela forte cida-

g:àtpr:1à:su::#:s::ào.,uS£:jEjz:;;:g:às£elnot):grat`::=àz£àreai;
que as potências do mundo reinarão com ela (Apoc. 17:12); em
``uma hora" vêm os seus juízos (Apoc.18:10); suas riquezas se tor-
nam em nada em "uma hora" (verso 17); e em "uma hora" é posta
em desolação (verso 19).
Como os edificadores da antiga Babel, cujos esforços para
202lAs Revelações do APocahpse

construir uma torre cu].o topo aicançaria os céus foram frustrados,


sendo eles espalhados pela mão divina, assim esta modema estru-
tura babilônica, cujos pecados ` `se acumularam até os céus" (verso
5), também entrará em colapso. Os mercadores que enriqueceram
com a abundância nela existente, acabarão por voltar-se contra ela
e destruí-la. Apoc. 17:16. Mercadores do mar e negociantes de
preciosidades, agricultores e industriais, escultores e artesãos, to-
dos lamentarão a sua ruína. Apoc. 18:9-17. Havendo posto nela
sua confiança, vêem suas esperanças dissiparem-se ao testemu-
nharem sua destruição.
Seis vezes lemos que ela não será mais. Versos 21-23. Sua mú-
sica, sua indústria, suas finanças, seu comércio, não serão mais.
Sua destruição será completa, e Deus a responsabiliza pelo sangue
"de todos os que foram mortos sobre a Terra" (verso 24) - um
tremendo quadro das cenas finais que se verão quando da vinda do
reino de glória! No momento em que toda a confederação do mal
declara guerra a Deus e Seu povo, a promessa é que "o Cordeiro os
Vencerá... e os que com Ele estão, chamados, e eleitos e fiéis''.
Apoc. 17:14. Deus nos câmo% por Sua graça. Ele nos e/egea¢ para
sermos povo santo; compete-nos a nós sermos /G.e'¢.s. "Bem está,
servo bom e fiel." S. Mat. 25:21.
Aos fiéis servos de Deus vem a ordem: ` `Levanta-te, resplande-
ce, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo so-
bre ti. Porque eis que as trevas cobriram a Terra, e a escuridão os
povos; mas sobre ti o Senhor irá surgindo, e Sua glória se verá so-
bre ti." Isa. 60:1 e 2.
"Durante o alto clamor, a igreja, ajudada pelas providenciais
interposições de seu exaltado Senhor, difundirá o conhecimento
da salvação.tão abundantemente, que a luz será comunicada a toda
cidade e vila. A terra será cheia do conhecimento da salvação. 0
poder renovador do Espírito de Deus haverá tão abundantemente
coroado de êxito os intensamente ativos instrumentos, que a luz da
verdade presente irradiará por toda parte. " -EeÀúz7¢ge/G.smo, pág.
694.
A Vitória da lgreja
e as Duas Grandes Ceias
"Vindas são as bodas do Cordeiro!" Que tema par.a o cântico da
multídão! E João ouve-os proclamando louvores. E, na verdade,
um grito de triunfo. 0 grande sistema do mal e do engano está ven-
cido. A grande e orgulhosa Babilônia está agora em desolação, e os
santos estão prestes a receber sua Íinal recompensa. Do trono ali
presente ecoa uma ordem festiva, convocando os servos de Deus e
a todos os que 0 temem, tanto grandes como pequenos, para faze-
rem ouvir suas vozes em louvor. Esse coro é como o som ``de mui-
tas águas" e c-omo ``a voz de grandes trovões''. Eles clamam, em
triunfo: ``Aleluia, pois já o Senhor Deus Todo-poderoso reina. Re-
gozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas
são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou." Apoc.
19:6 e 7.

Apocalipse 19
Cosíz/.7aes M¢/7?.7%o7e¢.úzás %o 07Ú.e%fe. Este explodir de júbilo é uma
das mais sublimes passagens de toda a Escritura.
Para entendermos melhor isto, devemos analisá-1o m situação
de um casamento de acordo com os antigos costumes do Oriente.
Em primeiro lugar, havia os es4o7¢stzás, considerados mais um
ato do que o "compromisso" de nosso costume ocidental. A se-
guir, dava-se o pagamento do doíe dé c]czs¢me#Ío, uma parte impor-
204/As Revelações do APocaliDse

tante do contrato.
Após isto, vinha o período de preparação pessoal da parte da
noiva, enquanto o noivo preparava a casa.
0 ctzs¢%e%Jo não era realizado na igreja,' como estamos acostu-
mados, mas era uma cerimônia singela em que o noivo dava um re-
conhecimento público de seu direito à noiva. Isto era reàlizado ao
lançar ele sua capa ao redor do ombro da noiva, enquanto o acom-
panhamento se deslocava ao longo da estrada em que a festa nup-
cial devia ser realizada.
A festa nupcial, ou ceG.¢ dczs óodczs, era um acontecimento espe-
tacular, durando, às vezes, dias e mesmo semanas. 0 pai do noivo
providenciava essa festa, e esta era costumeiramente realizada na
casa do pai. Era uma ocasião de honrar a seu filho e, no caso de um
casamento real, o rei às vezes dava um banquete a uma cidade ou a
toda uma províncía, em homenagem ao jovem casal, como um si-
nal de afeição e honra. Este regalo, costumeiramente se realizava
antes do casamento.

Quem é a Esposa?
Em Apoc. 21:9 e 10 a esposa é claramente definida como sendo a
Santa Cidade, a Nova Jerusalém. Em outros textos, porém, é a
igreja chamada ``esposa''. No Apocalipse mesmo, a esposa é men-
cionada como ataviada em "1inho fino, puro e resplandecente, sen-
do isto chamado "a justiça dos santos" - uma figura dificilmente
aplicável a uma simples cidade material. Apoc. 19:8. Há qualquer
contradição aqui? Absolutamente, não. A cidade é a esposa, mas
uma cidade sem habitantes é apenas um aglomerado de edifícios e
ruas. É o povo que ocupa a cidade, que reside em seus edifícios,
que faz da cidade o que ela é. E a nova Jemsalém, com seus muros
de jaspe e ruas de ouro, toda radiosa com a glória de Deus, deve fi-
car repleta de justos de todas as eras. E mais, a Cidade Santa não é
apresentada no Apocalipse como esposa até que todos os santos a
estejam habitando. Paulo chama a Jerusalém celestial ``a mãe de
todos nós''. Gál. 4:26. Assim ele compara a igreja aos filhos da es-
posa. Nosso
``os filhos Senhor
das fazS.oMar.
bodas''. mesmo quando
2:19. fala parábolas,
Em Suas de Seu povoElecomo
asse-
melha a igreja a convidados a um banquete (S. Mat. 22:11), noutra
A Vitória da lgreja e as Duas Gh'amdes Ceiash205

ocasião, comparou-a a ``dez virgens", ou damas de honra (S. Mat.

i#.)ri:::::.drifãe.res:t:rsa:1auàteracç.õnetsrasãioçãu.s.aÊa:n:::auànsni:::liçââ:
de revelação divina. Precisamos delas para ter uma idéia completa
do quadro.
Desde o inícío da história humana, Deus tem procurado súditos
para Seu reino. Quando Adão pecou, Satanás, o sedutor do ho-
mem, reivindicou os reinos'deste mundo. Mas, na ``plenitude dos
tempos", Deus mesmo veio na pessoa de Seu Filho "para buscar e
salvar o que se havia perdido'', e pelo sacrifício de Sua própria vi-
da, o Filho recuperou a posse perdida. Ele é o Redentor ou o Res-
gatador celestial, como relatamos no capítulo 6. E não devemos es-
quecer nunca que ` `Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o
mundo''.11 Cor. 5:19.
Antecipando o tempo em que o reino será de novo restaurado
em favor da raça perdida, Deus, através de todos os séculos, tem
estado a chamar os homens para que deixem os seus pecados e en-
trem em associação com Ele. Nas Escrituras, o relacionamento en-
tre Deus e Seu povo tem sido muitas vezes ilustrado pela relação
entre marido e mulher. Ver lsa. 54:5; 62:5; Jer. 2:32; 6:2; Oséias
2:19 e 20; S. Mat. 9:15; S. João 3:29; 11 Cor. 11:2; Efés. 5:32. A
mais bela ilustração desta revelação do amor de Deus por Seu po-
vo, no entanto, encontra-se na história de Abraão enviando seu
sewo para procurar uma esposa para lsaque, seu filho. Ver Gên.
24.
Quando Deus chamou a nação de lsrael, falou disto como de
um noivado. ``Desposar-te-ei em justiça'', Ele disse. Oséias
2:19. Alguns separam esses textos, procurando aplicá-1os tanto a
lsrael como nação, como à igreja à parte de lsrael, dependendo do
ponto de vista particular do interpretador. Deus sempre teve uma
só igreja - formada de todas as nações e reunida como um todo de
cada geração de homens. Em Atos 7:38, lemos sobre a "igreja no
deserto". Esta igreja era definidamente composta daqueles a
quem Moisés tirou do Egito. Eram parte da verdadeira igreja de
Deus, igreja esta que existe desde os dias de Adão. Por esta espo-
sa, ou a igreja, o esposo celestial pagou um dote muito mais valioso
do que ouro ou pedras preciosas. Este dote foi o Seu próprio san-
gue, por Ele voluntariamente derramado.
Após Seu sacrifício, veio o G.%Íerüú7/o de sep¢rtzçH~o, quando Ele
206/As Revelações do ALÍ)ocatiDse

voltou para a casa de Seu Pai, tempo durante o qual a eposa devia
preparar-se. Ela devia ser vestida de "linho fino, puro e resplande-
cente", que é a ``justiça dos santos''. Apoc.19:8. Ver também cap.
7:13.
Enquanto a noiva se está preparando, o noivo está-lhe prepa-
rando um lugar. "Vou preparar-vos lugar'', Ele disse: ``E se Eu
for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim
mesmo." S. João 14:2 e 3. Oh, bendita recepção, quando formos
chamados para o Seu lado!
Em Cristo fomos escolhidos desde a etemidade. Efés. 1:4; 11
Tim. 1:9. Ao longo de toda a dispensação do Velho Testamento, as
bodczs têm sido anunciadas. Quando o Filho de Deus assumiu nossa
came, ela teve sua efetivação. Quando Ele Se sacrificou no Calvá-
rio, o dofe foi pago. Desde que Ele ascendeu ao Céu, cz espos¢ fem es-
tado a Preparar-se, e o esí)oso a Preparar-lhe um lar -aLNova. ]e:r\i:sa-
1ém. Logo E/e c/€./tz' e ¢ câ77¢¢#ú'z` para que ocupe o lugar para ela pre-
parado.
Antes que Ele deixe as cortes de glória, depois de haver con-
cluído Sua intercessão, virá perante o Pai, o Ancião de Dias, sen-
do-Lhe aí dado o "domínio, e a honra, e o reino, para que todos os
povos, nações e línguas 0 servissem". Dan. 7:13 e 14. Então é fei-
to o anúncio: "Alegremo-nos, e regozijemo-nos, e demos-Lhe gló-
ria, porque são vindas as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se
aprontou." Apoc. 19:7.
Se consideramos a Santa Cidade como esposa, então sabemos
que ela está pronta. Mas resta aos habitantes dessa cidàde
preparar-se, pois logo o Esposo surgirá com toda a autoridade do
Céu, ao vir como Conquistador para reclamar o que Lhe pertence.
0 apóstolo,. descrevendo essa cena, diz: ``E vi o Céu aberto, e eis
um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-Se
Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça." Verso 11. Ver
também o verso 14. Notai a palpitante descrição da vinda do Rei
como se encontra nos versos 12 e 13: Seus olhos eram como chama
de fogo; Sua cabeça estava adomada com muitas coroas, ou diade-
mas; Suas vestes estavam salpicadas de sangue, e Ele portava o tí-
tulo: ``Rei dos reis e Senhor dos senhores!" Não admira que os ím-
pios se assombrem, que os não preparados habitantes da Terra fu-
jam para as rochas e as montanhas, pedindo para serem escondi-
dos ``da face dAquele que está assentado sobre o trono, e da ira do
A Vtiória da lgreja e as Duas Grandes Ceiasr207

Cordeiro!" Apoc. 6:16.


Em contraste com isto está a expectante esposa - a igreja. A
promessa é: ``Bem-aventurados os que são chamados para as bo-
das do Cordeiro." Apoc.19:9. Quando o Esposo vier, Ele tomará o
Seu povo e o conduzirá de volta ao reino de Seu Pai, onde partici-
parão
``Não da ceia das
beberei destebodas. 01hando
fruto da vide atépara essedia
aquele tempo, Jesus
em que disse:
o beba de
novo convosco no reino de Meu Pai." S. Mat. 26:29.

Quando Ocorrem as Bodas?


Terminando Seu ministério intercessório, Jesus vem perante o
``Ancião de Dias" para receber o reino e o domínio pelos quais
morreu. Dan. 7:13. Isto representa, na realidade, as bodas do Cor-
deiro, e ocorre antes que Ele volte à Terra para buscar os Seus
santos, os quais, arrebatados para encontrá-Lo, são então levados
para ``as bodas do Cordeiro" na casa do Pai. Apoc. 19:7-9. Jesus
disse: "Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas can-
deias. E sede vós semelhantes aos homens que espe/tzm o seu se-
nhor quando houver de c;o//ú7/ cZczs Õod¢s. " S. Lucas 12:35 e 36. Ver
Primeiros Escritos, pãgs. 55, 251, 280-, 0 Grande Conflito, pãgs.
426-428.
Os expectantes santos são a esposa para quem Ele volta. 0 rei-
no e os súditos do reino são uma coisa sÓ. Como convidados, eles
vão para a festa de bodas; como a esposa, partilham os presentes
nupciais outorgados pelo Pai como sinal de Sua afeição quando ``o
reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaíxo de todo o céu,
serão dados aos santos do povo do Altíssimo''. "Chegou o tempo
em que os santos possuíram o reino." Maravilhosa possessão!
Vem depressa, grande dia de Deus!

Uma Segunda Ceia


Os versos finais do capítulo 19 trazem à cena outra ceia. Não é
uma festa nupcial de alegria e vitória como a que se celebra quan-
do os justos entram à presença do Pai, mas é a trágica ceia das
aves d-e rapina que vêm alimentar-se da came de reis e capitães,
esses que, havendo rejeitado o convite para a ceia das bodas do
Cordeiro, são destruídos pelo resplendor da presença de nosso Se-
208/As Revelações do APocalipse

nhor. Os dias em que vivemos são dias de preparo. Enquanto o po-


vo de Deus está-se preparando para encontrar o seu Senhor em
paz, as nações da Terra preparam-se para a guerra e o derrama-
mento de sangue. Aqui está o chamado que sai para as nações:
` `Santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam
todos os homens de guerra." Joel 3:9. 0 sJogzz% de nossos dias pa-
rece ser: Fale de paz, mas prepare-se para a guerra. Certamente a
seara está pronta para a ceifa.

Um Seguro Abrigo
Logo, a besta e o falso profeta -os dois grandes sistemas de enga-
no - serão finalmente lançad.os no fogo consumidor de Deus
(Apoc. 19:20), e os ímpios, por tanto tempo ousados e desafiado-
res, serão então destruídos "pe]o resplendor de Sua vinda".
Transidos de medo, os ímpios vêem o Senhor vindo em majes-
tade e poder, e correm para os abrigos das rochas e para o topo das
escarpadas montanhas, por temor do Senhor e da glória de Sua
majestade, ` `quando Ele Se levantar para sacudir terrivelmente a
Terra''. Palácios altivos e edifícios considerados à prova de fogo,
derreterão como piche. A única coisa que resistirá nésse dia será o
caráter piedoso. Foi o caráter e a experiência cristã o que faltou
às virgens loucas da parábola do Mestre. S. Mat. 25:1-8. Deus diz:
"Farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos
tiranos. Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro pu-
ro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir." Isa.13:11 e 12. Precio-
sa promessa!
Do trono de Deus, ouve-se uma voz, dizendo: ``Louvai o nosso
Deus, vÓs, todos os Seus servos." Apoc. 19:5. A palavra í/o%os,
traduzida como "trono", ou "assento" [1ugar para sentar-se], ocor-
re 50 vezes neste livro, 37 vezes referindo-se ao trono de Deus, e
13 vezes ao trono de Satanás. Assim, temos uma guerra entre tro-
nos e os reis que eles representam. Em face do trono de Deus, o
Seu caráter é vindicado e os propósitos do pecado são expostos.
Quando o grande juízo se encerra, dois anúncios ecoam do trono:
0 primeiro: "Está feito!" E então: "Eis que venho sem demora!"
João vê este poderoso Rei descendo em majestade, a fronte ador-
nada com muitos diademas, pois Cristo é Rei de um reino multifor-
me, setuplicado: "Rei dós judeus'' -pelo povo; Rei de lsrael -na-
A Vitória da lgreja e as Duas Gro;ndes Ceiasl209

ciohal; Rei de Justiça - espiritual; Rei dos Séculos - histórico;


Rei dos Santos - eclesiãstico; Rei do Céu - celestial; Rei da GIÓ-
ria - supemo. Tudo isto está unido no título: "Rei dos reis".
Apoc. 19:16.
Quando Davi derrotou o rei de Amom, tomou-lhe a coroa. É-
nos dito que quando o Príncipe de Gales derrotou o rei João da
Boêmia na Batalha de Crécy, tomou de volta a coroa do rei João,
na qual havia três penas de avestruz; a partir daí o emblema do
Prhcipe de Gales passou a ser três penas, sob a quais há as pala-
vras: Ich Dien - ` `Eu Sirvo" . Quando Jesus venceu a morte e o au-
tor do pecado, privou-o de s`ua pretensão de realeza. E assim é que
Ele desce como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele morreu pa-
ra que pudesse .fazer-nos cidadãos do Seu reino.
Vitória Final
de Cristo Sobre o Pecado;
o Milênio
A história da Terra, este pequeno planeta, é a história de um amar-
go conflito entre duas forças opostas: o reino da luz e da verdade
dirigido por Cristo e Seus anjos, e o reino das trevas e do erro con-
duzido pelo diabo e seus anjos.
Anjos não são seres humanos que partiram deste mundo. Ja-
mais viveram como seres terrenos. Eles constituem uma ordem
mais alta do que os seres humanos. Existiam muito antes que o
mundo fosse criado. Como mensageiros e representantes de Deus,
supervisionam o plano divino em todo o vasto Universo. Como su-
cede com todos os seres inteligentes, quando os anjos foram cria-
dos, foi-1hes dado o direito de escolha. Sua lealdade a Deus não
lhes foi imposta, pois Deus deseja que Suas criaturas 0 sirvam por
amor e não por temor ou imposição da força.

Apocalipse 20
":BczÍ#JÁ¢ %o Ce'% ". Estudos anteriores mostram que antes da exis-
tência de nosso mundo, houve uma rebelião entre os anjos, e um
terço desses seres celestiais mostrou-se desleal a Deus. ``E houve
batalha no Céu: Miguel e Seus anjos batalharam contra o dragão, e
batalhava o dragão e seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais
2L2/As Revekições do ADocalipse

o sçu lugar se achou nos Céus. E foi precipitado o grande dragão, a


antiga serpente, chamada o diabo, e Satanás, que engana todo o
mundo; ele foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lança-
dos com ele." A oc. 12:7-9. Esta guerra que começou no Céu tem
tido os séculos. Quando nossos primeiros
pais se mostraram desleais ao seu Criador, colocando-se sob o do-
mhio de Satanás, tomaram-sé, deste modo, servos do pecado e
aliados do inimigo de Deus. Mediante sutil estratégia, o diabo ha-
via derrotado o homem, e, como usurpador, declarou ser este mun-
do reino seu.

A Terra, Campo de Batalha


Assim, foi transplantado para cá o cenário d.a controvérsia, e a
Terra tomou-se o campo de batalha do conflito. F`oi com o objetivo
de trazer de novo este pequeno mundo à harmonia do Universo e
salvar a humanidade do domínio de Satanás, que o Filho de Deus
deixou o Seu lar no Céu, veio à Terra, viveu vida sem pecado, so-
freu injúrias às mãos de homens degenerados, e morreu morte
substituinte. Tudo isto Ele fez para dar a cada ser humano, na
Terra, uma oportunidade de sacudir o jugo de Satanás, tomando-
se pela graça de Deus membro da familia celest.ial. Todos os que
nEle crêem, são feitos filhos de Deus, e cada anjo na glória toma-
se um mensageiro de Deus para nos ajudar. Heb. 1:14.

0 Pecado Deve Ser Destruído


É chegado o tempo, porém, em que o instigador do pecado, o dia-
bo, juntamente com todos os seus anjos e seus seguidores, será
destruído. 0 pecado será então erradicado do Universo. Isto ocor-
rerá ao /G.7c¢/ dos mil anos, ou o milênio. Ao e.%¢éó do milênio, o dia-
bo será preso e encarcerado. "E vi descer do Céu um anjo, que ti-
nha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele pren-
deu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e arnar-
rouo por mil anos." ADoc. 20:1 e 2` Isto ocorre quando Cristo re-
toma como ``Rei dos reis e en or dos senhores''. ADoc. 19:16.
Satanás é, na verdade, um "gzz%gs£e/" acima docomum, e, com o
aproximar-se do tempo de sua sentença de morte, é posto em ca-
deia, enquanto aguarda sua execução.
Vitória Fiiwl de Cristo Sobre o Pecado; o Milêniol213

A cadeia em que é preso não é literal, pois, para um ser espiri-


tual, não pode haver cadeia material. Trata-se, isto sim, de uma
cadeia de circunstâncias, em que os elos são ligados entre si, por
assim dizer, por acontecimentos sobre os quais o diabo e seus an-
jos não têm poder. Notemos esses eventos, tendo em mente que
muitos outros textos bíblicos poderiam ser acrescidos a cada pon-
to.

A Volta de Nosso Senhor: Literal, Visível e Pessoal

á:Íss¥e¥9`çm¥iooà#:#s;eez?ãoss:o*ã*¥Ê:;,.qii%ra¥iiffi.Jmese¥
vindo nas nuvens do céã= ébm ,bodêf e grande glória." S...__Mat.,
Z4i3Q. Paulo disse: ` `0 mesmo Senhor descerã do Céu com alarido,
õÕHrvoz de arcanjo e com a trombeta de Deus." _1 Tes. 4:_16. Irisse
João: ``Todo olho 0 verá.." ADoc. 1:7.

Justos Mortos Ressurgem


Jesus declarou: ``Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua
voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida. "LS.

::Ê::;âfãopvai:::icdaedcà:r:::êr%tsjT..cÊ=.à::dao:r=moFee,=sà=a?:ã.o:
" I Cor. 15:52.
mortos ressuscitarão incorruptíveis.

Grande Terremoto - Cidades Derribadas - Terra


um Deserto
Quando Jesus voltar, a Terra ficará convulsionada. Os profetas
são unânimes ao salientar este fato. "E houve. . . um grande terre-
moto, como nunca tinha havido desde que hã homens sobre a Ter-
ra; tal foi este tão grande terremoto." Apoc.16:18. ``A Terra está
de todo quebrantada ,... a Terra violen amen e se move. A Terra
cambaleia como um bêbado .... 0 Senhor castigará, no Céu, as hos-

;=dcae,l=:::,qeueosarteei#aféTàF|:iànàumTed::£'i#í=iâ:lá:¥à`:OaT::
des estavam derribadas diante do Senhor. " Jeremias 4:26. ` `01hei
para a Terra, e ei-la sem forma e vazia."_Y_e_=i±2i. +~
.1

214/As Revelações do ADocalií]se

Os Ju§tos Vivos Trasladados


Paulo declara: ``Nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com Ele nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares; e

LTii:+.çÍ:TueeTe:u#ê%=p#c,o=àaseà#oeré:±±ÊSEâ;i:;:=;u:
quem vive [ou éstiver vivo], e crê em Mim, jamais morrerá.''ê.
Toão 11:25 e 26.
omo noque e Elias, que não morreram mas foram levados
deste mundo para o Céu, assim serão os justos arrebatados, os que
estiverem vivos nesse tempo, e levados ao encontro do Senhor.

Ímpios Vivos Mortos Pelo Resplendor de Sua Glória


Ao aparecer Jesus em glória, Sua aparência será tremenda. 0
apóstolo declara: ``Quando Se manifestar o Senhor Jesus desde o
Céu com os anjos do Seu pgder, como labareda de fogo, tomando
vingança dos que não conhecem a Deus." 11 Tes.1:7 e 8. ``Então
será revelado o iníquo, a quem o Sehhor ês arã p.êlo assopro da
suaAbqoucea,::::;qni:l:iráepne,l:se::i:à.doáe::pSç:aovánffdaa.;'.ii±ÊSíífã
através dos séculos, deram ouvidos às reivindicações do diabo. Es-
te tem feito aos homens toda espécie de promessas, as quais não
podem fazer nenhum bem. Disse a Jesus que Lhe daria todos os
reinos deste mundo, e sua glória, se tão-somente Ele Se prostrasse
e o adorasse. S. Lucas 4:5 e 6. Satanás jamais poderia cumprir esta
promessa, pois es e mun o não era seu, para que o pudesse dar.
Na verdade, Satanás o reivindicava, e caso Cristo não tivesse ven-
cido o inimigo, este mundo realmente se tomaria o reino do diabo e
suas hostés. Graças a Deus, porém, pois nosso Senhor venceu o
pecado e Satanás; e quando Ele retomar, tomará posse de todos os
reinos deste mundo, que adquiriu por Sua vida sem pecado e mor-
te vicária, e então as obras humanas serão destruídas. ``Os precipí-
cios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra." EZʱel_
38:20. Toda ``torre alta" e todo ``muro firme" e "todos os navios"
±dolos'' serão destruídos quando o Senhor Se levantar para
"assombrar a Terra''. Isaías 2:12-2|. Naquele dia, a Terra, com
toda a sua grandeza jactanciosa, seus maravilhosos palácios e seus
edifícios a prova de terremoto, serão reduzidos a ruína e entulho.
Vitória Final de Cristo Sobre o Pecado; o Miurior215

0 Poço do Abismo
A palavra grega ¢dyssos é que nos dá a tradução ú!brimo, sendo em
alguns casos traduzida também por ` `prófundidade'', com o senti-
do de sepultua, conforme Rom. 10:_7 emalgumas versões. Adyssos
é traduzido por abismo em Gên. 1:2_. ao descrever a condição da
Terra antes da criação. E usa quase a mesma linguagem,
quando diz: ``Contemplei a Terra, e eis que estava assolada e va-

=Ééegu®uecaé£âa¥:#raeàmg,,Ó=:,,iâE££%.£e2uád#`Tuág|s-
as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor. " A história,
porém, não fica terminada: ``Porque assim diz o Senhor: Toda esta
Terra será assolada; de todo, porém, a não consumirei." YÊrsLo
27.AsobrasdohomempecadordevemsererradicadasanteTSTiüTe
õêus possa remode]ar o mundo. Assím Lemos: „Eís que o Senhor
esvazia a Terra, e a desola, e transtoma a sua superfície, e disper-
sa os seus moradores .... De todo se esvaziará a Terra,' e de todo se-
rá saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra." Isa. 24:1-
± Então ele diz: ` `Serão queimados os moradores da Terra, e pou-

=àoã|eeE:::¥:é„t::Ê:ÊʱdE=.s,.sti#u=gdo¥páeà+:
ção. Serão queimados e destrul'dos pelo resplendor da vinda de
Cristo. Os que forem deixados serão os que aceitaram a salvação e
andaram no ``caminho estreito" que conduz à vida. S. Mat. 7:13 e
J4£ Nesta desolada Terra, o diabo será amarrado. Satanás foi umã

¥zst¥g:eàtâ.:aeFeos±Qrd=ãéstiL=eE:vçâ:gzâgííí:Ífãhpçamd.T=d:
tem estado a descer cada vez mais baixo. Quando Cristo voltar pa-
ra levar consigo os fiéis, o diabo e seus anjos serão confinados a es-
te planeta, e pelo espaço de mil anos serão forçados a vaguear por
tenebrosos desertos de cidades derribadas e do caos, a fim de con-
templarem os trágicos resultados do pecado.

Onde Estarão os Justos?

Jesus disse: "Então os justos resplandecerão como o Sol, no reino


de seu Pai''. S. Mat. 13:43. Quando Jesus voltar, todos os justos,
216/As Revelações do APocalipse

tanto os mortos ressuscitados como os vivos trasladados, são ``ar-


rebatados" ao encontro do Senhor, e acompanharão a Cristo e
Seus anjos de volta ao Céu. Duante este tempo estarão julgando o
mundo; isto é, estarão estudando os registros do .Céu. "Não sabeis
que os santos hão de julgar o mundo?" diz o apóstolo Paulo. E
acrescenta: "Havemos de julgar os anjos. " I Cor. 6:2 e 3. João diz:
"Vi tronos, e assentaramse sobre eles, e oi- es a o ó poder de
julgar .... E viveram, e reinaram com Cristo mil anos." Apoc. 20:4.
Vertambémsal|±±í±49=§ÍL
OshpioTSTSTmõrtõ5-náósãoressuscitadosquandodasegunda
vinda de Cristo, pois eles ``não reviveram até que os mil anos se
acabaram." Aooc. 20:5. Todo finpio que estiver vivo por ocasião
do aparecimento de Jesus será morto por Sua glória. Ver` H Tes.
£;&. Não haverá, portanto, nenhum ser humano viven o na erra
ffi§lpois disto, e a Terra estará sem dúvida ``assolada''.

Satanás Libertado
0 diabo estará em confinamento durante os mil anos, "para que
não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem", e en-
tão ``seja solto por um pouco de tempo". ADoc. 20:3. E quando os
mil anos tiverem acabado, "Satanãs será so to a sua prisão". Ver-

¥nt.E:=s:::vperâ¥dL+c;m=i:iàà;*rq¥::#£¥i=
prisão, e ele "sairã a enganar as nações que estão sobre os quatro

=L£sdadareTsse=éi*Tqu=éc:nr¥es#e:#;±#..,"m¥Ê:Êʱfif
nal do milênio L¥Q__5=..

A Ressurreição dos Ímpio§


Em visão, João testemunhou esta extraordinária ressurreição. Ele
diz: "E o mar deu os mortos que nele havia; e a morte e o infemo
[sepultura] deram os mortos que neles havia." E foram julgados
cada um segundo as suas obras", conforme estava escrito nos li-
vros. Versos 1 Falando da ressurreição, Jesus disse: "Vem a
OSOS que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz . . . e
os que fizeram o mal" sairão "para a ressurreição da condena-
çúo", ou do juízo..S. Toão 5:28 e 29. "Os outros mortos'', isto é, os
Z18/As Revelações do APocaliDse

que não foram ressuscitados por ocasião da primeira ressurrei-


ção, na segunda vinda de Cristo, "não reviveram, até que os mil
anos se acabaram. ' 'L4pgç_±±Q±±Depois que forem ressuscitados , o
diabo sairá a Embora ressuscitados pelo po-
der divino, são ainda s de Deus, e Satanás, como seu
grande líder, procuará persuadi-los de que é sua oportunidade
agora estabelecer na Terra o seu reino eterno.

A Santa Cidade Desce


Então o profeta diz: "E eu, João, vi a santa cidade, a Nova Jerusa-
1ém, que de Deus descia do Céu, adereçada como uma esposa
ataviada para o seu marido." oc. 21:2. Contemplando esta im-
ponente cidade descendo do aSua radiante glória, com
seus muros de jaspe e ruas de ouro além de tudo que o olho mortal
já contemplou; e vendo-a estabelecer-se no sítio da velha Jerusa-
1ém -isto espanta a hoste de ímpios, e em consternação fogem da

::¥iÉE#aMc=d:áe¥hd:L=+:nEte,,oããã:#"1s:3àa
sobre a largura da Terra, e cercaram o arraial dos santos e a cida-
de amada." ADoc. 20:9.
AproximãTHãõ€cidade, os ímpios podem ver através de
seus muros de transparente jaspe. Para seu espanto, reconhecem
dentro da cidade alguns a quem haviam desprezado. Mas estes es-
tão do lado de dentro e salvos, enquanto eles estão do lado de fora
e perdidos.
Àntes da execução de sua sentença de juízo, todo o drama do
pecado e da salvação passará em revista perante eles. Acima, nes-
sa gloriosa cidade, o próprio Senhor aparecerá, e, a surgir ante
eles em panorama cena após cena, verão o plano de Deus para sal-
var este mundo -perdido. 0 que João teve o privilégio de contem-
plar ao estar na sala do trono do Etemo para receber a revelação
de Jesus Cristo, todos poderão ver com capacidade visual não di-
minuída. ``Agora Cristo de novo aparece à vista de Seus inimigos.
Muito acima da cidade, sobre um fundamento de ouro polido, está
um trono, alto e sublime. Sobre este trono assenta-Se o Filho de
Deus, e em redor dEle estão os súditos de Seu reino .... Mais próxi-
mo do trono estão os que já foram zelosos na causa de Satanás,
mas que, arrancados como tições do fogo, seguiram seu Salvador
Vitória Fi:i!ial de Cristo Sobre o Pecado; o Milêniol2T9

com devoção profunda, intensa." -0 GMtz7ede Co%#8.b, págs. 671 e


672.
Então o senso de sua eterna perda se apodera dos íhpios, e
uma profunda lamentação irrompe de seus lábios ao verem, tarde
demais, que não podem ter parte no reino de Deus. Jamais poderão
vir a ser salvos, pois o dia da salvação terã findado com o segundo
advento de Jesus no inítio dos mil anos. Como o arrependimento
de Esaú, o deles também virá tarde demais. Jesus disse: ``Ali have-
rá pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e lsaque, e Ja-
có, e todos os profetas, no reino de Deus, e vÓs lançados fora." ±
I,i]rfls 13:28. As mais tristes palavras que já terão sido proferidã5
selãõTra§ísou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos. "
.__le_r_. 8_:_2ft

A Final Destruição do Pecado


A trágica história do pecado chega ao fim ao serem os ímpios des-
truídos desde a raiz até os ramos. ``Desceu fogo do céu e os devo-
rou'', diz João. ADoc. 20:9. É misericórdia de Deus destruir o dia-
bo e suas hostes, pois o pecado, sendo consumado, gera a morte''.
S. Tia.1:15. "E o diabo que os enganava foi lançado no lago de fo-
LEÕ=EÕ±,ondeestáabesta,eofalsoprofeta;edediaedenoite

ãg:a#df¥i:e::T:u:iãitfr:'£fe£,::¥i|eí#
mento". "Os ímpios perecerão... desaparecerão, e em fumo se
desfarão." Sal. 37:20.. Quando as cidades de Sodoma e Gomorra
foram desiriídas, sórieram a pena de ``fogo etemo". S. Tudas 7.
como num momen-
tE.##à::sú::Ê3oed,:=aa`;s.ems:bet:í:,uàoa: não como pro-
cesso. ``Eis que aquele dia vem ardendo como fomo; todos os so-
berbos, e todos que cometem impiedade, serão como a palha; e o
dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor, de sorte que lhes
não deixará nem raiz nem ramo. " Mal. 4:1. Davi disse: "Ainda um
ppouco, e o hpio não existirá; olhafããrio seu lugar, e não apare-
cerá." Sa]. 37:103
``Crãànde.-rihflito terminou. Pecado e pecadores não mais
existem. 0 Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação
de hamonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que
2;20/As RevelaSões do APocalipse

tudo .criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do es-
paço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos,
todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e
períeito gozo, declaram que Deus é amor." -0 G7tz%de Co%#G.ío,
pág. 675.
"0 Conflito está terminado. As tribulações e lutas chegaram ao
fim. Cânticos de vitória enchem todo o Céu, enquanto os resgata-
dos entoam a jubilosa melodia: Digno é o Cordeiro que foi morto, e
vive outra vez, triunfante Conquistador." -AJos dos A4Ó'sfo/os,
pág. 602.
ApÓs a destruição, Cristo, o vencedor do pecado e Criador do
Universo, recria a Terra, a qual se toma a eterna morada dos sal-
vos. "A tristeza e o gemido fugirão."
0 Novo Céu - 0 Lar
dos Salvos
``E vi um novo céu e uma nova Terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira Terra passaram, e o mar já não existe." Apoc. 21:1.

Apocalipse 21 a 22:5
Afinal o conflito está findo; a batalha foi ganha. Este planeta man-
chado de sangue, onde a tristeza, a dor e as lágrimas dominaram,
foi transformado num lugar de gozo e paz. Pecado e pecadores não
mais existem. 0 Universo está purificado, e o caráter de Deus está
vindicado. Quão preciosas são as promessas de Deus! "Nós, se-
gundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra, on-
de habita a justiça. " 11 S. Ped. 3:13. "Eis que crio céus novos e no-
va Terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais
se recordarão." Isa. 65:17. A própria lembrança do pecado estará
apagada.

Os Três Mundos
Pedro fala de três mundos: "0 mundo que então existia" (o mundo
antediluviano), "os céus e a Terra que agora existem" (o mundo
presente), e os "novos céus e nova Terra" (o mundo por vir). 11 S.
Ped. 3:6, 7, 13. Jesus disse: "Bem-aventurados os mansos, porque
eles herdarão a Terra." S. Mat. 5:5. Os mansos, os que praticaram
0 Novo Céu - 0 I±ar dos Sa:lvosl223

a Sua justiça, são os que herdarão a Nova Terra. Mas não será
uma Terra como a que temos hoje, amaldiçoada pelo pecado e cheia
de tristeza; será um mundo de radiante glória. ``Onde abundou o
pecado, superabundou a graça de Deus. A Terra, o próprio campo
que Satanás reclama como seu, será não apenas redimido, mas
exaltado. Nosso pequenino mundo, sob a maldição do pecado, a
única mancha escura de Sua gloriosa criação, será honrado acima
de todos os outros mundos do Universo de Deus. ' ' - 0 Z)ese/.¢do de
Todas as Nações, pãg. 2Z.
Desde que o homem pecou, este mundo tem sido um campo de
batalha entre as forças do bem e do mal. Os mansos, com efeito,
pouco têm possuído dele. Mas irá haver uma mudança, quahdo os
mansos herdarão a Terra. Não precisarão comprá-la, nem lutar
por ela; será uma herança, para eles redimida para sempre. ``Veio
o tempo em que os santos possuíram o reino." Dan. 7:22. E nesse
dia ``o Senhor será Rei sobre toda a Terra .... E não haverá mais
anátema" [maldição, ou destruição]. Zac. 14:9-11.

"0 Mar Já não Existe" - Não Mais Maldição

Ao escrever o apóstolo do amor as palavras: o mar já não existe,


seu gozo deve ter sido inexprimível, pois isolado como estava na
ilha penal de Patmos, o mar só tornava mais real a cruel separação
e a solidão que |he consumiam a alma. Mas quando Deus refizer a
Terra, tudo que lembre a triste história do pecado e da tristeza se-
rá apagado. Quantas vezes João tinha ouvido o mar martelar aque-
la costa rochosa. Ele lhe falava da fúria de guerras e comoção, de
impiedoso antagonismo, do profundo mistério da iniqüidade. ` `Os
ímpios são como o mar bravio que se não pode aquietar", declarou
lsaías. Em visão, João havia contemplado o surgimento de ferozes
animais, como símbolos de grandes nações ditadoras, cujo propó-
sito era tirar a paz da Terra. Mas na Terra feita nova não haverá
füria de tempestades, praias juncadas de destroços, mas tão-
somente a calma paz da eternidade. Não haverá apenas uma nova
humanidade, mas também uma nova geografia.
Este presente mundo tem muito mais água em sua superfície
do que terra; com efeito, três quintos da superfície da Terra estão
cobertos por oceanos. Nos dias de Noé ``irromperam-se as fontes
do grande abismo". Gên. 7:11. Isto foi o que provocou o dilúvio,
2I24/As Revelações do AÍ)ocalipse

não meramente a queda de chuvas. A Terra foi convulsionada, re-


sultando em tremendas mudanças físicas. Os oceanos parecem es-
senciais ao nosso presente mundo. Eles constituem um grande sis-
tema de saneamento bem como de suprimento de água, cuja eva-
poração resulta na formação das nuvens. Mas na Nova Terra as
coisas serão diferentes. "Não haverã mais maldição", João diz.
Apoc. 22:3. Indiscutivelmente, a Terra sofre hoje sob uma tríplice
mal`dição. Quando Adão pecou, a Terra foi amaldiçoada, e inconti-
nenti passou a produzir ``espinhos e cardos''. Gên. 3:17 e 18. Mais
tarde quando foi perpetrado o primeiro hediondo crime, o de Caim,
o solo sofreu outra maldição: não produziria mais em sua plena for-
ça. Gên. 4:11 e 12. Depois do dilúvio, Deus disse: "Não fo"cz#e¢.
7iG¢8.s a amaldiçoar a Terra por amor do homem. " Gên. 8:21. 0 dilú-
vio Íoi a última maldição em virtude do pecado e corrupção do ho-
mem.
Muitos, hoje, ridicularizam a história do dilúvio. Cristo, porém,
coníirmou-a. Ele disse: "Veio o dilúvio, e os levou a todos." S.
Mat. 24:39. Por toda parte da Terra acumulam-se evidências de
uma vasta destruição pela água. Não somente poderosos oceanos,
mas enormes abismos e contorcidos estratos geológicos permane-
cem como lápides tumulares de uma civilização sepultada. A Pala-
vra de Deus diz: "Pereceu o mundo de então, sendo sepultado pe-
las àguas do dilúvio." 11 S. Ped. 3:6. Somente a ação da água pode-
ria depositar a abundante vida marinha que se encontra hoje na
forma de fósseis em montanhas com 15 a 20 mil pés de altura. 0
mundo de hoje é, na verdade, um vasto cemitério. Mas, quando
Deus recriá-lo, não haverá mais ``depósitos" a nos lembrar pecado
e catástrofes.

A Nova Criação
"E o que estava assentado sobre o trono, disse: Eis que faço novas
todas as coisas''; não "coisas novas''. Apoc. 21:5. A Terra não se-
rá destruída, mas refeita, ou renovada. Ela será uma etema teste-
munha do grande amor de Deus. Este pequeno mundo, onde o pró-
prio Criador sofreu humilhação, vergonha e morte Para redimi-lo;
este lugar onde o Seu perseguido povo tem sido apenas estrangei-
ro e peregrino; esta Terra malsinada pelo pecado e reclamada por
Satanás como sua propriedade - este mesmo mundo deve ser re-
0 Novo Céu - 0 I.ai dos Sa:lwsl2Z5

feito, sendo então a habitação dos salvos.


Naquele dia "o ermo exultará e florescerá como a rosa'', e "o
deserto e os lugares secos se alegrarão''. "Então os olhos dos ce-
gos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os co-
xos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará." Isa.
35:1, 5 e 6. Este é o lar longamente esperado pelo homem; perdido
pclo pecado, mas recuperado pela graça. ``0 primeiro domínio"
(Miq. 4:8) serã restaurado e devolvido à familia hurnana quando
Deus fizer novas todas as coisas. Ele prometeu que haverá uma
"restauração de tudo". Atos 3:21. A Nova Jerusalém será a capital
deste reino restauado.

Somente o Vencedor Herdará o Reino


Todo cidadão, daquele reino, terá sido testado e provado. Alguns,
porém, dos que viveram na Terra, talvez nossos vizinhos, ou mes-
mo entes queí.idos, não estárão lá. 0 apóstolo revela quem são os
que hão de perder essa herança. -São "os covardes, os incrédulos,
os abomináveis, os assassinos, os impuros, os feiticeiros, os idóla-
tras, e todos os mentirosos." Apoc. 21:8. A lista começa com os
0 Novo Céu ~ 0 I,ar dos Sa:lvoslz27

Deus construiu e preparou para os que 0 amam seja literal? 0 Céu


não é um estado de mente; é um glorioso lugar. Jesus disse: ``Vou
preparar-vos lugar. "

Muros Re£ulgentes de Glória

Jamais olhos mortais contemplaram uma cidade como esta - cida-


de sem cortiços, sem polícia, sem tribunais, e até sem canalizações
sanitárias [esgotos]. Nada há ali que contamine; tudo resplende
çaos:e?Élâriaadcçd:â:siu::::cçâao::o:dpo:àtaaâad:.pmér,:1âaeeFpuérc::g:
pedras preciosas, pedras estas que, tomadas em conjunto, refle-
tem as cores do arco-íris - safira, azul celeste; calcedônia, ou ága-
ta, azul-claro; esmeralda, verde-vivo; sardônica, vermelho-cámeo;
sárdio, vermelho-vivo; crisólito, amarelo-brilhante; berilo, verde-
mar; topázio, amarelo-palha; crisópraso, verde-claro; jacinto, azul-
safira; ametista, violeta. Ao contemplar o profeta esta glória em vi-
são, ficava o violento contraste com a sujeira e poeira da estéril
ilha de Patmos. Esses quadros proféticos foram enviados primeiro
aos cristãos que conheciam a mão pesada da perseguição. João
estava-1hes dizendo que se mantivessem firme sua fé, mesmo em
face da morte ou dos demônios, esta Santa Cidade lhes pertence-
ria. Paulo disse: "Tenho por certo que as aflições deste tempo pre-
sente não são .para comparar com a glória que em nós há de ser re-
velada." Rom. 8:18.

Ruas de Ouro e Portas de Pérola


Quão exuberante é a aparência dessa cidade! 0 ouro - uma coisa
pela qual tantos vendem sua alma - estará sob os pés dos remidos
naquela gloriosa cidade. As portas jamais serão fechadas. As anti-
gas cidades tinham uma porta, que devia ser fechada e guardada à
noite. A cidade celestial, porém, tem doze portas, que nunca serão
fechadas, porque nenhum inimigo poderá entrar naquela formosa
terra. E as portas são pérolas. Pérolas são formadas pelo sofrimen-
to. Quando um grão de areia penetra na concha de uma ostra, pa-
rece haver sÓ uma coisa que essa humilde criatura tem de fazer.
Negar a existência do grão de areia é tolo, pois ele está ali. Rebe-
lar-se é inútil. Assim, humilde e pacientemente, a ostra começa a
22;8/As Revelações do APocalipse

construir camada após camada de uma substância espessa, leitosa,


que por fim cobre as arestas do grão de areia, deixando sobre tudo
uma delicada cobertura que, ao endurecer-se, toma-se uma bela pé-
rola. Assim, a provação é suportada e o infortúnio se transforma
em bênção. Todos, ao entrarem nesta preciosa cidade, terão de
passar pelas portas de pérola, símbolo do sofrimento. Pela abun-
dante graça de Deus eles transformaram suas provas em triunfos;
cada torturante pecado foi coberto com a justiça de Cristo.

Não Há Templo Ali


"Nela não vi santuário." Apoc. 21:22. No serviço de culto dos he-
breus, o aspecto mais preeminente do ritual sagrado era o sacrifí-
cio. 0 próprio templo se baseava no sistema sacrifical. NOLnovo
Céu e na Nova Terra, não mais haverá pecado e sacrifíci®. A única
coisa que nos lembrarã o preço da redenção serão as feridas nas
mãos, pés e lado de nosso Salvador. Os redimidos terão um contí-
nuo companheirismo com o Pai e comunhão com toda a Sua cria-
ção" "e não se levantará por duas vezes a angústia". Naum 1:9. 0
pecado chegará ao fim. Somente os que forem salvos caminharão à
luz daquela cidade.
Nenhum hospital nem cemitério será necessário nessa preciosa
terra, pois ``habitante nenhum dirá: Enfermo estou". Isa. 33:24.
Que será viver numa terra onde haverá gozo sem tristeza, riso sem
lágrimas, e vida sem enfermidade e morte? ``E Deus limpará de
seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto,
nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. ' '
Apoc. 21:4.

Mudada a Natureza dos Animais

Quando Deus criou a Terra, fez os animais para que fossem com-
panheiros do homem. Ao chegar, porém, o pecado, todo o reino
animal, outrora dócil, se tomou beligerante; as bestas se tomaram
ferozes. Tudo será entretanto, mudado para sempre no reino vín-
douro, pois lá "o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se dei-
tará junto ao cabrito; o bezerro, o 1eão novo e o animal cevado an-
darão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão
juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o 1eão comerá palha como
0 Noi)o Céu - 0 IJar dos So,hos/2Z9

o boi .... Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da Mi-
nha santidade, porque a Terra se encherá do conhecimento do Se-
nhor, como as águas cobrem o mar." Isaías 11:6-9.

Feridas do Pecado Curadas Pela Ãrvore da Vida


Quando Adão pecou, foi-1he negado acesso à árvore da vida. 0 pe-
cado não devia ser perpetuado. 0 caminho Íoi barrado pelos queru-
bins com a espada flamejante. Feridos na alma e vergados ao peso
de seu pecado, nossos primeiros pais deixaram o jardim de Deus.
Tudo que se perdeu, no entanto, será restaurado. Na Terra feita
nova, comeremos o fruto da árvore da vida e beberemos a água da
vida para vivermos etemamente. Apoc. 22:1 e 2; Gên. 3:22. Tal é
o quadro profético da perfeita provisão de Deus - perfeita asso-
ciação e perfeita proteção. Redimidos por Sua graça, seremos
Seus campanheiros por toda a eternidade.
Nosso Senhor Se tornou membro da nossa familia - a familia
humana - para que pudesse tornar-nos membros de Sua familia -
a familia celestial. Paulo diz: "Por meio dEle... não somos mais
exilados, emigrantes, e estrangeiros, destituídos dos direitos de ci-
dadãos; mas agora partilhamos da cidadania dos santos - como
povo próprio de Deus, consagrado e separado para Ele; e perten-
230/As Revelações do AÍ)ocalipse

ceis à [própria] casa de Deus." Efés. 2:18 e 19, Amp/G/G.ed BG.Õ/e.


Quando os remidos de todas as eras estiverem reunidos para o
banquete na casa de Deus, a Palavra inspirada diz que o Seu estan-
darte em nós será o amor. Cantares 2:4. Em Apoc. 12:51emos que
a Criança que nascera para ser nosso Salvador deve reger as na-
ções "com vara de ferro". Mas o Seu reinado será o de um Pastor
que ``1impará de seus olhos toda lágrima''. Apoc. 7:17. A vara
com que Ele reina é denominada "Amo/".
Conclusão
0 grande espetáculo terminou. Fechou-se afinal a cortina. 0 profe-
ta nos conduziu de cena em cena, ao pintar a Cristo e Seu cuidado
por Seu povo. Vimos a igreja passando por cruéis conflitos e amar-
gas perseguições, .embora sempre tenha vivido para triunfar sobre
os seus inimigos. Sua constante inspiração, aquela que a tem conti-
nuamente impulsionado para a frente, tem sido a promessa de um
lugar afinal na Terra que está além do ocaso. A convicção de que o
seu Esposo voltará, tem sido sempre sua ``bem-aventuradà espe-
rança'', a estrela polar que lhe tem assegurado uma firme rota.

Apocalipse 22:6-21

Ao surgirem subitamente as belezas da nova Terra e as glórias da


Cidade Santa nas cenas finais deste drama, elas nos deixam fre-
mentes, mas serenos. Ouvi agora estas palavras:` ``Não entrará ne-
1a coisa alguma que contamine . . . mas só gs que estão inscritos no
livro da vida do Cordeiro." Apoc. 21:27. E, sem dúvida, uma cz.dkz-
de s¢%}tz, pois todos os seus ocupantes serão vencedores. 0 glorio-
so reino de Jesus Cristo será o 1ar etemo dos justos de todas as
eras.

Saudações Finais do Revelador


Agora o Revelador avança, por assim dizer, e, detendo-se diante
2:32/As Rwelações do ADomlipse

da cortina, diz uma palavra final. Ele está ansioso por nos impres-
sionar com este fato de que as coisas que vimos e ouvimos são
``fiéis e verdadeiras". Abundantes bênçãos são também pronun-
ciadas sobre aquele que ``guarda as palavras da profecia deste li-
vro". Apoc. 22:6 e 7. 0 Senhor estava ciente de que a mensagem
deste livro seria bem recebida em alguns círculos, e que outros
procurariam mudar as palavras, de modo que fez esta declaração
final para nos impressionar com sua importância. Ele diz: "Eu, Je-
sus, enviei o Meu anjo, para vos testificar estas coisas nas
igrejas .... Por que Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras
da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coi-
sa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escrita.s neste
livro." Versos 16-19. Solenes palavras, sem dúvida! Era, indubita-
velmente, uma advertência a copistas dos séculos que se sucede-
ram para que fossem absolutamente cuidadosos em não mudar
uma sÓ palavra. Mas é também uma advertência a todos os intér-
pretes. Qualquer que mistificar a mensagem deste livro põe em pe-
rigo sua própria alma.

Livro Não Selado


0 Apocalipse não é um livro selado. Uma parte do livro de Daniel
foi selada. Foi-1he dito que fechasse aquelas palavras e selasse o li-
vro "até o tempo do fim". Dan. 12:4. Mas a João foi dito exata-
mente o contrário: "Não seles as palavras da profecia deste livro;
porque próxímo está o tempo. " Apoc. 22: 10. Se outra prova não ti-
véssemos, esta declaração bastaria para revelar a fraqueza e a falá-
cia da interpretação futurística. Interpretação futurística é o méto-
do que procura empurrar essas profecias para o futuo, como se
elas nada tivessem que ver com uma mensagem para a igreja dos
séculos. Os que seguem este erro papal, que surgiu como um dire-
to ataque à Reforma Protéstante, desconhecem o propósito deste
livro. Os que procuram fazer entender que estas profecias se apli-
cam ao período dzpoás de haver Cristo voltado para Sua igreja, es-
tão inconscientemente selando "as palavras da profecia deste li-
vro''. 0 Apocalipse não é para o futuro somente; sua mensagem é
para toda a Era Cristã. Todos os reformadores do décimo §exto sé-
culo interpretaram este livro profético segundo o método históri-
co, encontrando o seu cumprimento na História.
Conclusãol233

Fechada a Porta da Misericórdia - Passada a Salvação


Ao concluir Jesus Cristo - nosso Exaltado Sumo Sacerdote e Juiz
- o Seu ministério de intercessão, Sua sentença de juízo é pronun-
ciada nas palavras mais solenes: ``Quem é injusto, faça injustiça
ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é santo, seja santifi-
cado ainda. E eis que cedo venho, e o Meu galardão está comigo,
para dar a cada um, segundo a sua obra." Apoc. 22:11 e 12.
Estas monumentais palavras proferidas pelo "Juiz de toda a
Terra" decidem para sempre o destino de cada alma que já viveu
sobre a Terra. Não há em parte alguma da Palavra de Deus a su-
gestão de uma segunda oportunidade. Nem existe mesmo a neces-
sidade de outra oportunidade. Certo, nem todos têm estado nos
mesmos lugares de oportunidade, mas, no grande juízo, cada in-
fluência que tem atuado em qualquer sentido na vida do indivíduo
será levada em conta. ``0 Senhor, ao fazer descrição dos povos, di-
rá: Este é nascido ali." Sal. 87:6. Não seremos julgados meramen-
te pelo que temos feito, mas também pelo que podíamos ter feito
com as oportunidades que nos foram dadas. ``Não faria justiça o
Juiz de toda a Terra?" Gên. 18:25.

A Bem-Aventurança Final
Das sete bem-aventuranças encontradas no Apocalipse, esta é a
última: "Bem-aventuados aqueles que guardam os Seus manda-
mentos [margem], para que tenham direito à árvore da vida, e pos-
sam entrar na cidade pelas portas." Apoc. 22:14. Na maioria das
versões esta passagem é traduzida como "os que lavam as suas
vestiduras''. Mas os manuscritos mais antigos estão em harmonia
com a versão autorizada inglesa [Versão King James] que traduz
` `os que guardam os Seus mandamentos' ' [como também se encon-
tra em tradução à margem de nossa Versão Almeida], como é evi-
dente nas citações dos primeiros autores cristãos que se serviram
em suas citações de manuscritos, não mais disponíveis hoje. Seja
qual for a tradução preferida, o resultado é o mesmo, pois somente
os que lavam ``os seus vestidos... no sangue do Cordeiro" (Apoc.
7:14) têm o poder para "guardar os Seus mandamentós". A obe-
diência jamais é base para a graça; mas só a graça de Deus é base
para a nossa obediência. Foi a desobediência que lançou fora do
234/As Revelações do AÍ)ocahíJse

Éden nossos priméiros pais e barrou-1hes o acesso à árvore da vi-


da. É somente mediante o todo suficiente sacrifício de Cristo e
uma vida de submissão à vontade de Deus que o homem pode ser
reinstalado no Paraíso e ter de novo acesso à árvore da vida.

0 Convite Final
``E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E
quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da
vida." Verso 17.
A última ordem de Deus a Noé pouco antes do dilúvio que var-
reu a sua geração, foi: "Entra tu e toda a tua casa na arca". Gên.
7:1. Apelo similar está sendo levado a toda a humanidade hoje. Quão
amorável é este apelo, e quão vasto o seu alcance! Quem quer que
o ouça, pode vir. 0 Céu está franqueado; é um lugar preparado pa-
ra um povo preparado. Jesus diz: "Vinde a Mim, todos os que es-
tais cansados e oprimidos! Partilhai comigo o Meu lar de paz, de
amor e gozo - 1ar que jamais será assaltado pelo sofrimento, tris-
teza e pecado. Por vós, Eu sofri e derramei o Meu sangue e morri,
tomando o vosso lugar num mundo de trevas e morte, a fim de po-
derdes participar comigo nos domínios da luz e do amor. Aceitai o
Meu convite. Ele é dirigido a vÓs. Vinde! Tomai posse de tudo!
Pertence-vos, `sem dinheiro e sem preço'! E agora, tendo ouvido o
Meu convite, não ireis levá-lo a outros mais?"
A missão original da igreja não é combater, mas convidar ou-
tros a que aceitem o amor de Deus. A noiva não se veste de branco
para travar luta, mas para tornar-se atraente. E a esposa de Cristo
já "se aprontou", já está vestida de Sua justiça. Apoc. 19:7.
"Quem Ouve Diga: Vem"

As caravanas de camelos que atravessavam o deserto, nem sem-


pre se mantinham juntas. Mas quando o condutor, o 1i'.der, via água
à distância, agitava os braços, clamando: ``Venham! Agua!" 0 ho-
mem seguinte fazia o mesmo, e em seguida o outro, e assim suces-
sivamente até que todos ouvissem .as novas. No caso aqui, quem
ouve as boas-novas deve passá-las adiante.

0 Trono de Deus e do Cordeiro. Apoc. 22:1 e 2


Conclusãol235

Do incomparável trono da glória flui o maravilhoso rio da vida, e


de suas verdejantes margens ergue-se a imperecível árvore da vi-
da. Os que alcançarem a Terra de amor jamais sentirão fome ou
sede outra vez. E o Bom Pastor em Pessoa guiará o Seu rebanho
às fontes de água viva. Que alegria trocar os gastos vestidos de
nossa peregrinação pelas belas vestes de luz. As feridas de todas
as guerras, os sofrimentos do ódio e do pecado, serão para sempre
banidos quando ``o Senhor ligar a quebradura do Seu povo, e curar
a chaga da sua ferida". Isa. 30:26.
Quão maravilhoso estar na sociedade do Céu! Abraão, Isaque,
Jacó e José; Moisés, Isaías, Daniel e Jó; Ester, Elias, Davi e Rute;
Maria, Pedro, Estêvão e Paulo - os grandes e piedosos de todas
as eras estarão ali. Incomparavelmente belas, as flores de varie-
dade infinita, frutos que jamais se deterioram, campos de verdura
exuberante, müsica como jamais o ouvido humano conheceu igual
- tudo combinará para tornar mais glorioso esse lar, vosso e meu,
caro amigo, se pela graça estivermos preparados para a compa-
nhia com Deus e os santos an].os. Logo deporemos a cruz e recebe-
remos a coroa. Logo nosso dia de pesares passará, e deixaremos
este vale de lágrimas para estar com Aquele cuja glória enche a
criação.
Ao final de um duro e afanoso dia, o idoso profeta está sentado
sobre uma rocha na praia de Patmos. Ao cair da tarde, o Sol se
afunda no horizonte formado pela linha dãgua, e toda a cena se
transmuda numa exuberante exibição de ouro. Na glória deste es-
petáculo, as rudezas do dia são esquecidas, ao viver ele por um mo-
mento as cenas de maravilha que contempla em visão. Diante dele
está um outro "mar de vidro misturado com fogo''. Pela £é, ele ou-
ve outra vez as vozes de uma grande multidão em cântico de lou-
vor e vitória. No capítulo 4 j.á fizemos registrar ó cântico entoado
pela criação e pelos anciãos, e no capítulo 5 o cântico novo da re-
denção. Mas o poderoso cântico da recriação e vitória eterna en-
che o coração uma vez mais de grande júbilo. De volta a si, por as-
sim dizer, ele ergue a pena e escreve: ``E vi um como mar de vidro
misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos da besta,
e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que es-
tavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E canta-
vam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro,
dizendo: Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus
23i6/As Revelações do APocali|)se

Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus juízos, Ó Rei dos


santos! Quem Te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o Teu
nome? Porque só Tu és santo; por isto todas as nações virão, e se
prostrarão diante de Ti, porque os Teus juízos são manifestos."
Apoc. 15:2-4.
Estaremos entre eles, caro amigo? VÓs outros e eu cantaremos
juntos o cântico de louvor? Nessa maravilhosa terra de luz os redi-
midos contemplarão a vastidão dos tesouros de Deus ao abrir-se-
lhes ao estudo todo o Universo. Quão bom será seguir o Cordeiro pa-
ra onde quer que vá, e estender nossas incansáveis asas para vÔos
aos mais distantes mundos! Quão grandioso conhecer e referir a
história do Seu amor e de Sua graça! Que estupenda recompensa
para tão poucos anos de tristezas e dor, se apenas pudéssemos ver
as harmonias do Céu e o movimento de miríades de sóis, de estre-
1as e de sistemas circulando em tomo do trono de Deus! Oh, dia de
arrebatamento, apressa a tua hora! As últimas palavras de Jesus,
como se encontram registradas, são: "Eis que cedo venho." E com
o santo vidente, nós dizemos: "Ora vem, Senhor Jesus. A graça de
nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém." Apoc.
22:20 e 21.
Jesus Cristo, o Centro
do Livro do Apocalipse
Cada capítulo contém sua própria revelação de Jesus Cristo.
Resumindo esses pensamentos, vamos encontrá-Lo assim:
Cú74£'Jz//o Z.. Ele é auto-sacrifício todo\-suficiente e Sacerdote mi-
nistrador.
C¢PG`í%/o 2.. 0 maravilhoso e compassivo reprovador das igre-
jas.
C¢PG`íz//o 3.. 0 Criador, que partilha o Seu trono com os ho-
mens.
CúJ4G'f%/os 4 e 5.. Ele é o Cordeiro morto desde a fundação do
mundo, e o centro de adoração.
C¢Pe'Í%/0 6.. 0 Líder da igreja, que sai vencendo e para vencer.
C¢P#z4/0 7.. 0 Cordeiro entre a multidão cujos vestidos foram
lavados em Seu sangue.
C¢j7z'í%/o 8 e 9.. Aquele que recebe as orações dos santos, e res-
tringe o poder do mal.
C¢P¢'Í%/o ZO.. Ele é o Anjo que abarca a Terra e o mar, anun-
ciando que "não haverá mais tempo''.
CczP#%Jo JZ.. Aquele que recebe de Seu Pai o reino do mundo.
C¢4G'f%/o Z2.. A Criança prometida que venceu a morte e ascen-

i, :éeíc?G:r:o,ã:Ís3ào3 â:tdoard:|ProLsi¥doordaadyrieds: do cordeiro, que con-


r C¢P#%/o j4.. Vemo-Lo como o Cordeiro no Monte de Sião, en-
Apêndice
1. ``0 santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em fa-
vor dos homens. Diz respeito a toda alma que vive sobre a Terra.
Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos mesmo até
ao final do tempo, e revelando o desfecho triunfante da controvér-
sia entre a justiça e o pecado. É da máxima importância que todos
investiguem acuradamente estes assuntos, e possam dar resposta
a qualquer que lhes peça a razão da esperança que neles há.
"A intercessão de Cristo no santuário celestial, em prol do ho-
mem, é tão essencial ao plano da redenção, como o foi Sua morte
sob`ieQ:ãco=m.;,o=a::1ee:,:;i?:i::,tgdgs„c:gÊecmo#áo'mpuíã;4vge2zes
a cena solene em que o juízo se assentará e os livros se abrirão, e
em que, juntamente com Daniel, cada pessoa deve estar na sua
sorte, no fim dos dias!" -JZ)G.dem.
2. "Deus designou que o Príncipe. dos sofredores em humani-
dade fosse o juiz de todo o mundo. Aquele que veio das cortes ce-
1estiais para salvar da morte eterna o homem;... Aquele que Se
submeteu a ser denunciado ante um tribunal terrestre, e que so-
freu morte ignominiosa na cruz - Ele somente deve pronunciar a
sentença de recompensa ou condenação ....
` `Tanto santos como pecadores reconhecerão nAquele que foi
crucificado o Juiz de todos os viventes. " - EGW, TÃe j?ec;¢.ew ¢%d
He#tzJd, 22 de novembro de 1898.
"A Jesus, o Filho do homem, está entregue todo o juízo. De
Suas decisões não hã apelação .... Ele pronunciará o juízo, retri-
240/As Revelações do APocalipse

buindo a cada um segundo as suas obras." -EGW, M¢%a4sc9'i£.ío


42' 1901.
3. "Deste modo, os guias judeus fizeram a escolha. Sua deci-
são [a rejeição de Cristo] foi registrada no livro que João viu na
mão dAquele que estava assentado no trono, no livro que ninguém
podia abrir. Esta decisão 1hes será apresentada em todo o seu cará-
ter reivindicativo naquele dia em que o livro há de ser desselado
pelo Leão da tribo de Judá." -Pzzrtz'bobs de /es%, pág. 294.
4. ``Carlos Wesley captou o significado desses versos, em seu
hino:

Ci!iwo chagas Ele sofre, ``Perdoo;-lhe'', ch:iiiiiam elas,


Iiá rw calüário inf tigidas; "Não pereça o pecador".
São qua;is preces fervorosas Atende o pá a oração
Em meu fwor Drof eridas. Do ungido seu, o senhor.

De Si náo Pode afastar


Do Urigênito a Dresença;
"Aceito Por Deus", me atesta
0 Espírito sem detemça.

5. "Os dividendos de glória têm-se estado a acumular para es-


ta obra final da mensagem do terceiro anjp. Das orações que se
vêm acumulando para o cumprimento da promessa - a descida do
Espírito Santo - nenhuma tem-se perdido. Cada oração vem-se
depositando acumuladamente, pronta para inundar o mundo. " -
EGW, C¢#¢ 96 A, 1899.
6. Esculápio era geralmente representado por uma serpente
enroscada no tronco de uma árvore morta, a cujo lado brota uma
árvore jovem - a palma, ou símbolo de vitória. (Ver ilustração.)
Em Roma, o dia 25 de dezembro era
aicri"aido como o No;talis Envicti
So/G.s (o nascimento do Sol invicto).
Adonis, o grande deus- Sol, era
misticamente considerado como se
havendo transformado numa árvore.
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The Midnight Cry, August 10, 1843.
New York Times, May 12, 1940.
Prezado Leitor

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tendo sempre em vista o bem-estar físico, mental e espiritual.
Se a leitura desta obra despertou seu interesse por um desses temas e se desejar maio-
res esclarecimentos a respeito, escreva-nos. Teremos prazer em responder-lhe.

Os Editores.

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