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Detalhamento Das Armaduras de Flexão-Alunos
Detalhamento Das Armaduras de Flexão-Alunos
Ilha Solteira-SP
2015
Curso de Concreto Armado: Detalhamento das Armaduras de Flexão. Prof. Jefferson S. Camacho –FEIS/UNESP
SUMÁRIO
ii
Curso de Concreto Armado: Detalhamento das Armaduras de Flexão. Prof. Jefferson S. Camacho –FEIS/UNESP
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Ganchos: Valores de Db armaduras longitudinais. ..........................................................10
Tabela 2 – Ganchos: Valores de Db armaduras transversais .............................................................11
Tabela 3 – Valores do coeficiente αot ................................................................................................21
Tabela 4 – Proporção de emendas na mesma seção: barras tracionadas ............................................22
iii
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1. ESTUDO DA ADERÊNCIA
Uma vez calculadas as armaduras necessárias de uma peça de concreto armado, resta a fase do
detalhamento dessas armaduras, que tem como principais objetivos facilitar a montagem e execução
dessas estruturas, garantir um posicionamento do aço que atenda às especificações normativas em
diferentes aspectos e ao mesmo tempo otimize o desempenho estrutural do sistema, garantindo
efetiva ligação entre as mais diferentes peças estruturais, além de objetivar a economia do consumo
das armaduras passivas.
Para a viga em balanço abaixo, supondo-se que o valor de (As) no engaste seja o teoricamente
necessário (As = As,proj.), a tensão na barra de aço será (fyd). Percebe-se que a barra não poderia
ser cortada muito próxima da face do pilar, no apoio A, sob pena da viga romper quando carregada.
Logo, existe a necessidade de que a barra penetre no apoio de um certo valor, definido como sendo
o comprimento de ancoragem (lb), de modo a transferir as tensões do aço para o concreto.
O problema que surge então é conhecer a partir de qual ponto a armadura de flexão poderia ser
cortada dentro do pilar sem afetar o equilíbrio da viga. Para tal se faz necessário conhecer o grau de
aderência que existe entre a barra de aço e o concreto que a envolve, uma vez que é esse mecanismo
o responsável pela transferência de forças entre o aço e o concreto.
A aderência é a resistência oferecida à separação da ligação que se forma entre o aço e o concreto,
numa peça de concreto armado, garantindo o seu princípio de funcionamento, ou seja, a
solidarização entre o aço e o concreto..
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Surge devidoà rugosidade que existe nas superfícies dos dois materiais e à pressão transversal ()
exercida sobre a barra de aço pelo processo de retação do concreto.
Aderência mecânica:
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1.2Tensões de Aderência
(NBR-6118 item 9.3)
Como a configuração exata do diagrama das tensões () é de difícil determinação, a NBR-6118
admite como simplificação uma distribuição linear ( b) ao longo de um comprimento ( lb),
denominado de comprimento de ancoragem.
Assim, (b) é a tensão cisalhante de contato últimadespertada entre a barra de aço e o concreto que a
envolve quando atuar na armadura forças de tração ou compressão decorrentes do ELU. Diferentes
fatores influenciam o valor da aderência entre aço e concreto, entre eles:
Onde:
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- = 1,0
3
para 32mm
(132- )/100 para 32mm
2/3
0,21.fck
- fctd (fck MPa )
m
1.4Zonas de aderência
As condições de aderência dependem da posição das armaduras dentro da seção transversal da viga
e das inclinações dessas barra em relação ao eixo horizontal da peça estrutural.Consideram-se em
Zona de Boa aderência os trechos das barras nas seguintes condições:
ii) Barras com inclinação inferior à 45, desde que localizadas nas seguintes regiões:
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A ancoragem de uma barra de aço dentro de uma massa de concreto pode ser feita de duas formas,
conforme a figura abaixo:
Ancoragem reta.
Ancoragem curva.
Observa-se que a ancoragem curva somente pode ser empregada nos casos de barras tracionadas,
sendo proibidas para as barras comprimidas.
O comprimento de ancoragem tem início na seção onde a tensão (σs) na barra começa a diminuir
(A), chamado de ponto de início de ancoragem, e deve prolongar-se pelo menos até o ponto de
tensão nula (B). No ELU ovalor do comprimento de ancoragem básico pode ser obtido escrevendo-
se a equação de equilíbrio de forças para a figura acima:
. 2
Ftu As. s .fyd Rst (1)
Rs = Ftu (Força última)
; No E.L.U
= fbd (tensão última de aderência)
4
Ftu s.lb.fbd . .lb.fbd
(2)
Rst . fyd
lb 25.
..fbd 4.fbd
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Onde:
- s = perímetro da barra.
- = diâmetro da barra a ser ancorada.
- lb = comprimento de ancoragem básico.
- fbd = resistência última de aderência.
Quando for necessário diminuir o valor do comprimento de ancoragem básico (lb), pode-se usar
uma ancoragem curva, ou seja, fazer com que a extremidade da barra termine com um gancho
vertical ou deitado, ou na forma de um laço.
Observaçoes:
- As barras lisas deverão ter ganchos semi-circulares. (item 9.4.2.1)
- Não é recomendado o uso de gancho para barras com >32mm e para feixes de barras.
- É proibido o uso de ganchos nas barras comprimidas.
Os ganchos nas armaduras longitudinais para a obtenção dos comprimentos de ancoragem curvo
dever ser executados respeitando-se os limites mínimos do diametro interno de dobramento (Db)
apresentados na Tabela 1:
Em seu item 18.2.2 a NBR-6118 determina que o valor de (Db) de uma barra longitudinal dobrada,
para resistir à força cortante ou em nó de pórtico, não deve ser inferior à:
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Quando a armadura efetiva (de projeto) for maior do que a armadura calculada, ou então houver a
presença de ganchos, pode-se empregar o comprimento de ancoragem necessário ( lb, nec ), obtido
através da expressão abaixo, respeitando-se os limite mínimos indicados:
As , cal . 0,3.lb
lb, nec 1.lb. lb, min. , lb, min. 10
As , ef . 10 cm
Onde:
- lb, nec = comprimento de ancoragem necessário.
- lb, min. = Valor mínimo permitido por norma.
- = diâmetro da barra a ser ancorada.
Observação:
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O ponto de corte das armaduras longitudinais deve ser encontrado respeitando-se os limites
indicados abaixo:
- ponto que dista 10 além do ponto teórico de tensão σs nula, se a barra não for dobrada;
- se a barra for dobrada, o ponto de dobramento pode coincidir com o ponto teórico de tensão σs
nula.
A figura abaixo representa uma viga com três apoios e duas cargas concentradas. Nela estão
ilustrados esquematicamente os pontos de início de ancoragem e de corte das armaduras
longitudinais de cada barra individualmente. Deve-se observar que o diagrama de Rst apresentado
corresponde ao modelo viga, ou seja, sem a decalagem do diagrama.
Se o ponto de início de ancoragem estiver na face do apoio ou além dela (dentro do apoio) e a força
Rsd diminuir em direção ao centro do apoio, o trecho de ancoragem deve ser medido a partir da
face do apoio, devendo ser capaz de ancorar uma Rsd dada por:
al.Vd
Rsd +Nd
d
Onde:
- Vd = esforço cortante de cálculo no apoio.
- Nd = força de tração de cálculo (flexo-tração).
- al = deslocamento do diagrama de Rst.
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Parte das armaduras positivas de flexão devem ser estendidas até os apoios de vigas simples ou
contínuas de modo que satisfaçam à mais severa das seguintes condições:
B) Nos apoios extremos com momento fletor nulo, resistir a uma força de tração Rsd para garantir a
ancoragem da diagonal de compressão.
C) Nos apoios extremos e intermediários, por prolongamento de uma parte da armadura de tração
do vão (As,vão), correspondente ao máximo momento positivo do tramo (Mvão), da seguinte
forma:
Asvão Mvão
3 quando |Mapoio| 2
Asa
Asvão quando |Mapoio| Mvão
4 2
4.1 Força de tração nos apoios
Nos apoios extremos (A), quando o momento fletor for nulo, a armadura nesse apoio deverá ser
capaz de ancorar uma força de tração (Rsd), proveniente da componente horizontal da última biela
de concreto que atua nesse apoio:
Rsd al.Vd
As , apoioA +Nd +Nd
fyd fyd .d
A mesma verificação deverá ser feita nas extremidades de balanços em que atuam cargas
concentradas provenientes das reações de apoio de outros elementos.
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i) Apoios extremos:
Para os casos B) e C) anteriores, em apoios extremos, as barras das armaduras devem ser ancoradas
a partir da face do apoio, com comprimentos ( lb, apoio ) iguais ou superiores a:
lb , nec
lb, apoio > Db / 2 5,5
6 cm
Nos casos em que houver um cobrimento da barra no trecho do gancho, medido normalmente ao
plano do gancho, de pelo menos 7cm, e as ações acidentais não ocorrerem com grande frequência
com seu valor máximo, o comprimento de ancoragem medido a partir da face do apoio deverá
verificar:
lb, apoio > Db / 2 5,5
6 cm
O comprimento necessário de ancoragem dentro dos apoios externos ( lbApoio , nec ), medido a partir da sua
face, deverá ser sempre inferior ao valor disponível ( lb, disp ) no apoio, sendo (Nd) o valor da força de
tração eventualmente existente:
al.Vd
AApoio +Nd
d
, nec 1.lb. = 1.lb. lb, disp
s , calc
lbApoio Apoio
A
s , ef . As , ef .
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5. DIAGRAMA DE Rst
A determinação dos pontos de início de ancoragem e de corte das armaduras pode ser feita
graficamente a partir do diagrama da força de tração (Rst) atuante nas armaduras. Quando a viga
for de seção constante, esse diagrama poderá ser substituído pelo diagrama de momento fletor. Em
todos os casos, o diagrama empregado deverá ser decalado (deslocado) de um certo valor definido
como (al), de modo a considerar a formação das bielas internas nas vigas.
Quando no cálculo das armaduras transversais for empregado o modelo de cálculo I, o diagrama da
resultante Rst das armaduras tracionadas deverá ser decalado de um valor ( al ) como segue:
Vsd
al d . .(1 cot g ) cot g modelo I
2(Vsd Vc )
Com:
0,21. fck 2 / 3
Vc 0,6. fctd .bw.d e fctd ( MPa )
m
Onde:
- d = altura útil da viga.
- Vsd = esforço cortante de cálculo.
- = inclinação da armadura transversal.
Vsd
al d . modelo I
2(Vsd Vc )
Quando no cálculo das armaduras transversais for empregado o modelo de cálculoII (item 17.4.2.3),
o diagrama da resultante Rst deverá ser decalado de um valor ( al ) como segue:
A NBR-6118/2003 não indica valor um máximo para ( al ). Porém, com base na análise da
expressão de ( al ), modelo I, e da limitação na norma anterior, pode-se adotar:
al d
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Uma vez obtidas as armaduras de flexão, teóricas e de projeto, deve-se definir o ponto de corte de
cada barra de aço, ou seja, o ponto em que teoricamente a tensão na mesma seja nula. Esse
procedimento se aplica para as barras tracionadas e comprimidas. Para tal, o primeiro procedimento
é estabelecer os pontos de início de ancoragem de cada barra.
Esse procedimento pode ser feito graficamente, conforme indicado na figura abaixo, que consiste
em traçar o diagrama de Rst para toda a viga. Em cada pico do diagrama, faz-se a divisão em igual
número de barras de aço correspondentes aquele ponto, proporcionalmente à área de cada barra,
definindo-se nos pontos gerados pelos encontros das linhas horizontais que representam as barras
com a linha de fechamento do diagrama, o ponto de Início de Ancoragem.
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Dessa forma, o ponto de corte de cada barra será definido a partir do novo ponto de início de
ancoragem, respeitando-se o comprimento de ancoragem ( lb, nec ) de cada barra, além de garantir que
ela passe o ponto de tensão nula em pelo menos 10.O emprego de ancoragem curva para as barra
comprimidas é proibido.
As barras comprimidas (A’s) deverão ter seus pontos de corte definidos a partir dos diagramas de
Rsc (resultante de compressão nas armaduras comprimidas), porém não sendo necessário a
decalagem desse diagrama de um valor al . Para a obtenção dos pontos de início de ancoragem (IA)
e de corte das barras, emprega-se somente os trechos dos diagramas que correspondam aos valors
dos Md (Md=MdMdlim). Da mesma forma, para vigas de seção constante, o diagrama de Rsc
pode ser substituído pelo diagrama de momento fletor.
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Tanto quanto possível as emendas nas barras devem ser evitadas. No entanto, é comum a
necessidade de se efetuar emendas nas barras de aço para atender as necessidades de detalhamento.
Nesses casos é fundamental garantir que ocorra a transmissão de forças (Rs) de uma barra a outra,
sendo o valor de (Rs) obtido com as solicitações de cálculo. As emendas são classificadas em 2
grupos:
Emendas diretas.
Emendas indiretas.
São aquelas em que o concreto não participa da transmissão dos esforços. As barras são emendadas
diretamente entre si, da seguinte forma:
Também conhecidas como emenda indiretas, são aquelas que necessitam do concreto para a
transmissão dos esforços de uma barra a outra. As barras estão aderidas ao concreto, e, quando
tracionadas, provocam o aparecimento de bielas de concreto comprimido, que transferem a força
aplicada em uma barra à outra. Observa-se que existe a necessidade da colocação de uma armadura
transversal à emenda com o objetivo de equilibrar essas bielas (Ft).
Essas emendas são proibidas para os casosabaixo indicados, quando então deve-se empregar as
emendas diretas:
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O comprimento de traspasse (Lo) para barras tracionadas isoladas (não feixes), cuja distância livre
entre elas não seja superior a 4, pode ser determinado por:
0,3. 0t.lb
As , cal .
l0 0t.lb, nec 0t.lb. l0, min. 15.
As , ef . 20cm
Onde:
. fyd
- lb
4.fbd
- 0t = coef. função da percentagem de barras emendadas na mesma seção.
Se a distância livre entre barras emendadas for maior que 4, ao comprimento calculado
0 ( 0,min ) , deve ser acrescida a distância livre entre barras emendadas.
20 25 33 50 > 50
Barras emendadas na mesma seção (%)
Valores de 0t 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
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Tipo de carregamento
Tipo de barra Situação
Estático Dinâmico
Em uma camada 100% 100%
Alta aderência
Em mais de uma camada 50% 50%
Lisa 16 mm 50% 25%
16 mm 25% 25%
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Quando < 16 mm e a proporção de barras emendadas for menor que 25%, faz-se necessária
uma armadura transversal capaz de resistir a 25% da força longitudinal de uma das barras
ancoradas.
Ser capaz de resistir a uma força igual à de uma barra emendada, considerando os ramos
paralelos ao plano da emenda;
Ser constituída por barras fechadas se a distância entre as duas barras mais próximas de
duas emendas na mesma seção for < 10 ( = diâmetro da barra emendada)
Concentrar-se nos terços extremos da emenda.
Devem ser mantidos os critérios estabelecidos para o caso anterior, com pelo menos uma barra de
armadura transversal posicionada 4 além das extremidades da emenda.
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