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aya ea Ta (a © ruido gerado pela circulagao de veiculos, criangas brincando no playground € misica alta no apartamento vizinho sao causas de desentendimentos e de estresse. Por isso, faz-se necessdria a adequada isolacao actistica por parte de fachadas, coberturas, entrepisos e paredes de geminacao. Além de critérios de isolaco ao som aéreo, a norma inclui disposicées para a isolacao ao ruido impactos, fator extremamente importante para os entrepisos e coberturas acessiveis. transmitido 10 154 DESEMPENHO ACUSTICO DESEMPENHO ACUSTICO 10.1- CONCEITUAGAO GERAL Os sons resultam de movimentos vibratérios que se propagam pelo ar ou outros meios segundo ondas com amplitudes e frequéncias variadas. Quanto maior a amplitude da onda, maior a intensidade sonora. Quanto maior a frequéncia, expressa em ciclos por segundo (Hertz - simbolo Hz), mais agudo é 0 som. Propagando-se no ar, a onda pressiona o timpano das pessoas, consideran- do-se que os sons € ruidos* sensibilizam 0 ouvido humano numa escala lo- garitmica e que o limiar da audicéo humana corresponde a pressdo de 2 x 10Pa, ou 0,000002 kgf/m?, grandezas sem nenhum significado no dia a dia das pessoas. Com base nessa pressdo de referéncia e para expressar quao superior a ela é uma certa intensidade sonora, foi criado 0 Bel, ea partir dele © Decibel (1 Decibel = 10 Bels) com 0 intuito de desprezar fragdes decimais. Assim sendo, desenvolveu-se para o Decibel (simbolo dB) a expresso loga- ritmica abaixo, podendo-se por meio dela quantificar os sons por numerais inteiras como 20, 80, etc, conforme exemplas registrados na Tabela 30. dB 10. log ® 3 onde p € a pressio actstica da onda (em Pascais) e p, € a pressio de refe- réncia (2 x 10°Pa). Tabela30-Intensidades sonorascaracterstcas em dB(A) 20 120 Martelete pneumaticoturbina de aviso 2 100 Velculos com escapamento aberto motos, autos) 02 80 ‘Avenidas com transitointenso, gritos de pessoas 002 0 Radio em volume normal, rua com pequeno trdnsito de veiculos 0.0002 20 Limite para o repousotranquilo 0.00002 ° Limite de audigao para jovens requencia 1.000 a 4.000Hz {8 Rudo som desagradve ao ouvide human, A intensidade sonora “captada” pelo ouvide humano varia com o ruido resi- dual (“ruido de fundo”) e com as diferentes frequéncias. Conforme a Figura 19, a sensagao auditiva, por exemplo, é aproximadamente a mesma para um som com intensidade de 55 dB(A) a 62,5 Hz e um som com intensidade de 40 dB(A) a 1000 Hz. Além disso, 0 ouvide humano é menos sensivel para sons abaixo de 1000Hz e acima de 4000Hz, conforme se pode também ob- servar nas curvas da Figura 19. Grosso modo, para equalizar as intensidades sonoras reais corn aquelas percebidas pelo ouvide humano é que os fisicos criaram a escala A’, que integraliza / pondera as intensidades sonoras para as diferentes frequéncias e da origem a grafia registrada na Tabela 30. Assim sendo, 80 dBA (80 decibéis na escala A) corresponde a sensacao humana de uma variada composigao de tons e frequéncias, cuja intensidade seria dife- rente em outras escalas (B ou C, por exemplo), mais apropriadas para ultras- sonografia, eletromagnetismo e outras ciéncias. Nivel sonoro (dB) limite da dor _- mesma sensacao auditiva Infrasom Faixa de audibilidade Ultrasom Figua 19 —Intensidadessonoraspercebdas pelo ouvido humane (fonte:PT) DESEMPENHO ACUSTICO ‘As ondas sonoras podem reproduzir-se por diferentes meios e hé fenémenos actisticos bastante complexos que interferem no desempenho dos elementos e dos recintos, como difracao, ressonancia, reverberacao e absorgao. Tals fend- menos nao sao tratados individualmente na NBR 15575, recaindo o interesse na propagacAo das sons aéreas e das ruidos de impacto transmitidas por cor- os sdlidos, como no caso dos entrepisos. ANBR 15575 estipula critérios para a atenuacao acustica dos ruidos de impac- tos aplicados as lajes de piso e para a isolacao ao som aéreo dos pisos e do en- velope da construcao (fachadas e coberturas). Considera ainda a necessidade de isolacao actistica de paredes de geminacao entre unidades autonamas e de paredes divis6rias entre dreas privativas e 4reas comuns nas edificacdes multi- familiares. Na presente versao da norma, nao sao estabelecidos limites para a isolagdo acustica entre comodos de uma mesma unidade. ‘A norma NBR 15575 nao fixa critérios de conforto aciistico, como por exemplo “a maxima intensidade sonora admitida para o repouso noturno’, o que é tra- tado na norma NBR 10152 ~“Actistica - Medico e avaliagao de niveis de pres- so sonora em ambientes internos as edificacées’. Também nao compreendea forma de quantificar niveis de ruido externos a edificagao, assunto pertinente norma NBR 10151 ~"Actistica - Medico e avaliagao de niveis de pressao so- nora em ambientes externos as edificacées" Todavia, considerando ruidos externos com intensidade da ordem de 55 a 60dB(A), tipicos de areas residenciais ou pequenos centros comerciais, os valores estipulados para a isolacdo acustica foram pensados para repercu- tir em condigées razodveis de desempenho. Para areas com a presenca de importantes fontes de ruido (rodovias, aeroportos etc), a norma estabelece que devam ser realizados levantamentos no local e estudos especificos de tratamento actistico. Para avaliagao acustica dos sistemas construtivos, os critérios de desempenho devem ser verificados com a realizagao de ensaios de campo. Para balizar 0 desenvolvimento de projetos que venham a atender as exigéncias de desem- penho actistico, a norma prevé a realizagao de ensaios de laboratério em com- ponentes, elementos e sistemas construtivos, indicando valores de referéncia que poderdo se traduzir no potencial atendimento das implantagées reais. No caso de conversa em voz alta num determinado recinto, a NBR 15575-4 apresenta estimativa simplificada do grau de inteligibilidade / capacidade de entendimento do que se estd falando em um ambiente adjacente em funcao do grau de isolamento aciistico entre eles, mesmo com um certo nivel de ruido neste segundo ambiente. A Tabela 31 apresenta estas indicacdes. Tabela 3 -Influéncia da isolagao acistica- Daw sobre a inteligibilidade da fala para ruido no ambiente interno cemtome de 35 dB 2 4048 (FonteTabels F8, pig 56 da NBR 155754) Cloramente audivel ouve e entende 35 Audivel:ouve,entende com aifculdade 40 ‘Audivel no entende 45 Nao audivel 250 Fonte: Adaptado da Association of Australian Acoustical Consultants, 2010 10.2 - METODOS DE VERIFICACAO E SIMBOLOGIA ADOTADA NA NORMA NBR 15575 10.2.1 - SOM AEREO - VERIFICACAO DE CAMPO —METODO DE ENGENHARIA Determina, em campo, de forma rigorosa, 0 isolamento global ao som aéreo da vedacao externa (conjunto fachada e cobertura no caso de casas térreas e sobra- dos, e somente fachada nos edificios multipiso), caracterizando de forma direta © comportamento acustico do sistema. O método é descrito na ISO 140-5. Determina também, de forma rigorosa, o isolamento ao som aéreo de paredes € pisos entre unidades auténomas e entre uma unidade e areas comuns, carac- terizando de forma direta o comportamento actistico do sisterna. O método de medicao é descrito na |SO 140-4. Tanto para fachadas, coberturas, divisérias e pisos os resultados obtidos restrin- gem-se somente as medigées efetuadas. Os resultados obtido sdo expressos em 4B, adotando-se o simbolo: aa 158 DESEMPENHO ACUSTICO Dni,w - diferenca padronizada de nivel ponderada (weighted standardized level difference). 10.2.2 SOM AEREO - VERIFICACAO DE CAMPO —METODO SIMPLIFICADO Este método, menos preciso que o de Engenharia, permite obter uma estima- tiva do isolamento sonoro global da vedacao externa (conjunto fachada e co- bertura no caso de casas térreas e sobrados, e somente fachada nos edificios multipiso) e também do isolamento sonoro global entre recintos internos. A norma recomenda que 0 método seja adotado em situagées onde nao se dis- poe de instrumentacao necessaria para medir 0 tempo de reverberaco ou quando as condigées de ruido de fundo nao permitem obter este parametro. O método simplificado é descrito na ISO 10052, sendo que os resultados obti- dos restringem-se somente as medig6es efetuadas. Os resultados obtidos sao expressos em dB, adotando-se o simbolo: D2m,nT,w - diferenca padronizada de nivel ponderada a 2m (weighted stan- dardized level difference at 2m), sendo as medidas tomadas a 2 metros do ele- mento que se esté analisando. 10.2.3 - SOM AEREO - ENSAIO DE LABORATORIO —METODO DE PRECISAO Este método possibilita determinar com precisao 0 isolamento sonoro de com- ponentes e elementos construtivos (paredes, janelas, portas e outros), forne- cendo valores de referéncia de calculo para o desenvolvimento de projetos. © método de ensaio é descrito na ISO 10140-2. Para estimar a resposta global ou avaliar a resposta conjunta de diversos elementos (parede com janela, parede com porta etc), é necessério ensaiar cada elemento ou componente isolada- mente e depois calcular por meio de férmulas a resposta global do conjunto. Os resultados obtidos sao expressos em dB, adotando-se o simbolo: Rw - indice de reducao sonora ponderado (weighted sound reduction index). 10.2.4 - RUIDO DE IMPACTO EM PISOS - VERIFICACAO DE CAMPO Para coberturas acessiveis posicionadas sobre unidades auténomas e entre- pisos que separam unidades auténomas, deve ser verificado, além da isola- 40 a0 som aéreo, o isolamento de ruidos de impacto resultantes do cami- nhamento, queda de objetos ¢ outros. O método de avaliacao é descrito na norma ISO 140-7, sendo os impactos gerados por equipamento padrao ilustrado na Figura 20. Os resultados obtido so expressos em dB, adotando-se o simbolo: UnT,w-nivel de pressao sonora de impacto padronizado ponderado (weighted standardized impact sound pressure level) Figura20 ~ Equipamento pasronizade para ensaos de uidos de Impacto em pisos 10.3 - CRITERIOS DE DESEMPENHO ACUSTICO 10.3.1 - ISOLACAO SONORA DE PAREDES ENTRE AMBIENTES — ENSAIOS DE CAMPO ‘As medig6es séo efetuadas em campo por um dos processos descritos em 10.2.1 ou 10.2.2, com portas e janelas fechadas. A atenuaco actstica na uni- Ee] dade que esta sendo avaliada, em relacao ao ruido padrao gerado em area = 10 | DESEMPENHO ACUSTICO comum da edificacao multifamiliar ou em unidade geminada contigua, deve atender aos limites indicados na Tabela 32. Os resultados obtidos restringem- se somente ao sistema verificado. ‘Tabela 32- Diferenca padronizada de nivel ponderada entre ambientes, DnT,w para ensalo de campo - Mé- toda de engenharia (FonteTabelaF10, pig 57 da NBR 15575-4) Parede entre unidades habitacionais autOnomas (parede de geminaco), nas situacées onde nao haja ambiente dormitério Parede entre unidades habitacionals autnomas (parede de geminacao), ‘No caso de pelo menos um das amblentes ser dormitorio Parede cega de dormitérios ertre uma unidade habitacionale areas comuns de trnsito eventual, tis come corredores eescadaria nos pavimentos Parede cega de salas e czinhasentre uma unidade habitaionale eas comuns de transito eventual tais como corredorese escadarla dos pavimentos Parede cega entre uma unidade habitacionale éreas comuns de [permanénela de pessoas ativdades de lazer e atividades esportivas, fais como home theater, salasde ginastca, sldo de festas, aldo de jogos, banheiros e vestisrios coletives, cozinhas¢ lavanderias coetivas, Conjunto de pares e porta de unidades stints sparades pelo. Dy: Obtida entre as unidades) 10.3.2 - ISOLACIO SONORA DE PAREDES ENTRE AMBIENTES - ENSAO DE LABORATORIO No caso da avaliagao da isolacao actistica em laboratério, com ensaios rea- lizados em componentes, elementos e sistemas construtives utilizados para paredes de vedacao entre ambientes contiquos, indicam-se valores de refe- réncia na Tabela 33, com potencialidade de atendimento aos valores regis- trados na Tabela 32 anterior. Tabela 33- Indice contra ambientes (Fonte TabelaF:12, pig da NBR 1575-4) 4549 redugio sonora ponderado, Rw, de componentes construtivs utlizados nas vedagbes f Parede entre unidades habitacionais auténomas (parede de geminagio!, nas situagdes onde rao haja ambiente dormitério 5054 M Parede entre unidades habitacionais auténomas (parede de geminagio), no.caso de pelo menos un dos ambientes ser dor initio 45049 ™ Parede cega de dormtérios entre uma unidade habitacionaledreas comuns de trnsito eventual ais como corredores eescadara nos pavimentos 35239 ™ Parede cega desalas ecozinhas entre uma unidade habitacionale areas ‘comuns de ransito eventual tis como corredoreseescadara dos pavimentos, Parede cegg entre uma unidade habitacional e reas comuns 5054 ™ ‘Ge permarncla de pessoas, atividades de lazer eatividades esportivas {ais como home theater, salas de ginastica, sala de festas,sala0 de jogos, Banhelros evestiariescoletivos, cozinhas ¢ lavanderias coetvas 45049 ™ Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall () valores aproximados /ordem de grandeza para potencialatendimentona situagdo real de campo COMENTARIOS 0s valores de desempenho de isolamento actistico medidos no campo (D,Twy € DanisT,) tipicamente sao inferiores aos obtidos em laboratério (Rw). A diferenga entre os resultados depende das condicdes de con- torno e execugao dos sistemas, sendo que as normas ISO 15712 e EN 12354 apresentam procedimentos para estimativa da isolacao acustica de vedacées internas entre ambientes a partir dos resultados obtidos em laboratério. Relativamente ao som aéreo, a isolagao actistica das paredes macicas € regida pela Lei das Massas. Quanto mais pesada uma parede, maior serd sua isolacdo acustica, sendo que, para massas a partir de 120kg/ 161 10 | vesempenrio acusnico m?, ao se dobrar a massa da parede ocorre aumento de 6dB na iso- lado. De forma bastante aproximada, a isolacao acistica de paredes macicas pode ser estimada pela seguinte equacao: 12+5,3M3 dB(A) Ry Sendo"M’ a massa da parede em kg/m?. Para alvenarias constituidas por blocos vazados, além da geometria e massa da parede, interferem na isolacao actistica a disposico e formato dos furos, rugosidade superficial do material, etc, podendo ocorrer fenémenos internos de absorcao, reverberacao e outros, 0 que implica praticamente na impossibilidade de se prever a trans- mitancia ou a isolagao actistica de uma dessas paredes por meio de formulas mateméticas. Para os sistemas mais usuais de paredes, ha diversos trabalhos execu- tados, verificando-se diferencas significativas nos resultados, particular- mente em funcio da diferente geometria dos blocos vazados, da arga- massa e da forma de assentamento, etc. Na Tabela 34 séo apresentados valores indicativos da isolacao sonora para alguns tipos de paredes. ‘Tabela 34- Valores indicativos do indice de redugSo sonora ponderado para alguns sistemas de paredes (Fontes IPF Unica, SOBRAC, Universidade de Coimbra) Sem. 1eokgim? at Blocos vazados argamassa 1,5 cm 7 de.concreto use ‘em cada face ADE? || _& v4cm 2wkgim 49 Sem Tkgim? | 38 Blocos vazados argamassa 1,Sem 5 deceramica we ‘em cada face 0 bona ee 14cm TeOkgim? 42 tem 260kgin? | 45 Tijolos macicos argamassa 2em : de barro cozido" 13cm ‘em cada face SOG || tem asokgim? | 52 Sem Wokgim? 38 Paredes macicas - pastors Racks oem somrevestimento 240kg/m? | a5 Wem 290kgim? 47 2chapas +18 de vidro Dkgimi at Drywall 4 chapas semrevestimento 44kg/m? 45 A chapas + 1 de video 4bka/m? 49 (2) Valores indicados pela Universidade de Coimbra, (¢ Parede dupla 11 +11 cm, com espaco interne de 4 cm preenchido com manta dela de rocha 70 kg/m 162 Observacées: + Os valores das alvenarias referem-se a ensaios realizados com juntas horizontais e juntas verticais totalmente preenchidas. Para blocos cera- micos vazados pode haver variagao bastante significativa em funcao da geometria dos blocos e da direcao dos furos (horizontal ou vertical). + A substituigdo do revestimento de argamassa por gesso numa das fa- ces da parede nao altera significativamente a isolagao sonora. Caso a substituicdo ocorra nas duas faces, ocorrem reducées da ordem de 1 dB. 10.3.3 - ISOLAGAO SONORA DAS FACHADAS E DA COBERTURA - ENSAIOS DE CAMPO ‘As medices sao efetuadas em campo por um dos processos descritos em 10.2.1 ou 10.2.2, com portas e janelas fechadas. A atenuacao aciistica entre o ruido padrao gerado externamente e a intensidade sonora registrada no interior da construcéo, em area de dormitério, devem atender aos limites indicados na Ta- bela 35. Os resultados obtidos restringem-se somente ao sistema verificado. Tabela 35 -Diferenca padronizada de nivel ponderada da vedacdo externa, Da.T, para ensaios de campo (Fonte Tabla F9, pig S64 NOR 1575-4, Tabla pig 52 do NBR 15575-5) 220 M nl Habtci locazae distant de fonts de = a ruid intenso de quaisquer naturezas. ans 230 s 225 M Habitago loalizada em areas suetasa stuacbes " de rido no enquadréveisnasciasses el = ‘ >i s Habitago sujeita a ruido intenso de metos ae “ MW de transporte e de outras naturezas, desde 235 1 ‘que esteja de acordo com a legislacéo ar 3 Nota 1 - Para vedagao extema de salas,cozinhas, avanderias e banheiros, ndo ha requisites especiicos. Nota 2- Em regides de aeroportos, estadios, locas de eventos esportivos,rodoviase ferrovias hd necessidede de estudos especiicos e i 163 10 | vesempento acustico COMENTARIOS A presenca de frestas nas coberturas e nas fachadas altera substancial- mente o desempenho actistico da envoltéria das edificacdes, sendo que pequenas frestas podem reduzir em mais de 30% a isolagao acustica. Também pode repercutir em perdas significativas da isolagao actistica: + Adogio de juntas secas nas alvenarias (auséncia de argamassa nas jun- tas verticais de assentamento); + Itegularidades ou falta de adensamento do material das juntas de as- sentamento e, particularmente, dos encunhamentos / ligagées das pa- redes com 0 fundo de vigas e de lajes; + Janelas sem adequada vedacao entre folhas fixas e folhas méveis, sen- do que esses encontros sempre devem ser guarnecidos com escovas e gaxetas fabricadas com materiais resilientes; + Falhas de rejuntamento nos encontros entre paredes e caixilhos. 10.3.4 - ISOLACAO SONORA DE FACHADAS — ENSAIO DE LABORATORIO WJ No caso da avaliagao da isolacao actistica em laboratério, com ensaios rea- lizados em componentes, elementos e sistemas construtives utilizados para fachadas (paredes, janelas, paredes com janelas etc), indicam-se valores de referéncia na Tabela 36, com potencialidade de atendimento aos indices re- gistrados na Tabela 35 anterior. 164 Tabela 36- Indice de reduco sonora ponderado, Rw, de fachadas (Fonte Tabela 1, pig 58 do NBR 1575-4) 225 M Habitago localzada distante defontes de ruido ' intenso de quoisquer naturezas ey ! 235 s 230 M Habitag localzada em éreassuetas a stuagdes " de rudo nao enquadréveis nas classes ell = ' 240 s Habitagiosujeita auido intenso de ee a nels de transporte e de outrasnaturezs, 240 I desde que esteja de acordo com legslagio =a 7 (-) valores aproximados /ordem de grandeza para potencialatendimento na situagdo real de campo COMENTARIOS Os valores da Tabela 36 referem-se ao sistema construtivo completo previsto para a fachada, ou seja, paredes + portas + janelas, etc. Os valores de desempenho de isolamento actistico medidos no campo (D,Tw € DamaTm) $80 inferiores aos obtidos em laboratério (R,). A diferenca entre 05 resultados depende das condi¢ées de contorno e execucao dos siste- mas, sendo que as normas ISO 15712 e EN 12354 apresentam procedi- mentos para estimativa da isolagéo acustica de fachadas a partir dos resultados obtidos em laboratério. A presenca de janelas ou portas sem tratamento acustico numa parede normalmente reduz substancialmente a isolagao acustica. No caso de ensaios realizados separadamente, somente para a parede cega ¢ de- pois pare o caixilho (porta ou janela), o indice de reducao sonora pon- derado equivalente (R,,.qn) Pode ser calculado pela seguinte formula: Stotat Rwequv = 10. log = “ XiEO Sb R, = Indice de reducdo sonora ponderado equivalente, em dB ‘neauiy Sraai= rea total da parede (érea da parte cega + 4rea dos caixilhos) em m? 165 166 PENHO ACUSTICO S,= area de cada componente individual da vedacao (alvenaria, janela, porta etc) em m? a G= js" , sendo R,,, 0 indice de reducao sonora ponderado de cada componente (em dB). transmitancia acistica de cada componente indiv dual da vedacao Nao existe no Brasil a divulgacao de grande numero de resultados de iso- lacdo acuistica de portas e de janelas, apresentando-se na Tabela 37 valores indicativos da isolacdo sonora para alguns desses componentes. Ressalte- se que a isolacao acustica de janelas depende muito mais da qualidade da fabricagdo/montagem, com relevante influéncia do sistema de vedacso constituido por gaxetas e escovas. Com relagao a espessura das placas de vi- dro, ndo se verifica melhoria muito substantiva na isolacao actistica ao subs- tituirem-se placas de vidro com espessura de 4mm por placas mais grossas. ‘Tabela 37- Valores indicativos do indice de redudo sonora ponderado para algumas portas¢janelas (Fontes IPT, AFEAL, Universidade de Coimbra) Porta sa com nile oco, massa superficial de 9ka/, sem nenhum tratamento nosencontrscomobatente, | 18* Porta macica com massa superficial de 60 kg/m, com tratamento acstico nos encontros com o batente, 28" Janela de aluminio de correr, duas folhas, viaro de 4 mm (L= 1200, h =12c0mm) 2 Janela de aluminio de comer, ura folha com vdeo de 4 mm e duas folhas venezianas L=1200, 19 Janela de aluminio de corre integrada?, duas folhas com vidro de 4 mm ( 200mm) | 26 Janela de aluminio de correr,duas folhas, idro de 3 mm (L=1200,h=1200mm) linha comercial | 23 Janela de aluminio de cor u r,uma folha com vidro de 3 mm e duas folhas venezianas 16 200, h=1200mm), nha comercial nels de aluminio Maxima, inha comercial, 800 800mm, video cam erpessura de 4mm 27 Janela de ago Maxima linha comercial, 800 x800mm, vidro com espessurade 4mm Py Janla dao de crs uma fl ir de 4m us fas verona 1 Janela de aco de orrr, quatro folhas de vidro de 4mrn, linha comercil 16 Janela de aluminio de abrir vidro duplo com espessuras de mm e 4mm, Pa ‘Camara de ar de 10mm entre as placas de video Janela de alumini de abrir, vidro duplo com espessuras de &mm e 6mm, ap ‘chmara do ar de 12mm entre as placas de video (valores indicados pela Universidade de Coimbra 9 - Jana constitu por fas quarecidas com placas devo integra com uma persian para controled sombesmento 10.3.5 - ISOLAMENTO DE RUIDO AEREO DE ENTREPISOS E COBERTURAS ACESSIVEIS ‘As medigées so efetuadas em campo por um dos processos descritos em 10.2.1 ou 10.2.2, com portas e janelas fechadas. A atenuacao acustica entre o ruldo padrao gerado na unidade autondma imediatamente superior (ou em cobertura acessivel de uso coletivo) e a intensidade sonora registrada no co- modo em avaliacao (area de dormitério) deve atender aos limites indicados na Tabela 38, Os ensaios sao realizados em campo e os resultados obtidos res- tringem-se somente ao sistema verificado. Tabela 38 Diferenca radronizada de nivel ponderada do entrepiso, D,T. para ensaios de campo (Fonte Tabela £2, pig 41 da NBR 15575-3) 45249 Sistema de piso seperando unidades habitacionais autonomas

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