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RESUMO
a
li
A forma urbana afecta directamente os habitats naturais, os ecossistemas e as diferentes
a
espécies. Actualmente muitas espécies estão ameaçadas pela substituição dos recursos
naturais por superfícies impermeáveis desmedidas e pelo excessivo consumo dos
v
mesmos. Indirectamente a forma urbana influencia o comportamento do trajecto que, por
a
sua vez, afecta a qualidade do ar, o clima global e naturalmente o ruído.
No presente trabalho pretende-se abordar a problemática do ambiente urbano, enquanto
m
espaço de interacção de formas urbanas e ruído urbano. Essa interacção pretende ser
monitorizada por indicadores urbanos, usando modelos tipo de formas urbanas
comparando os efeitos da propagação de ruído urbano através dum sistema automático de
e
cálculo, que simula esses efeitos, segundo padrões iguais de medições de tráfego, de
forma a testar em todos os modelos tipo os já referenciados efeitos do ruído urbano.
r
e
1 INTRODUÇÃO
p
de cheios e vazios das edificações, a definição genérica das tipologias edificatórias e das
formas de agregação das referidas tipologias, o traçado das infra-estruturas sobretudo
0
espaço quer nas relações de acesso que estabelece, bem como o tipo de rede de
acessibilidade que as vias formam entre si, com a relação que estabelecem com a massa
edificada e com os espaços de permanência.
ri
lu
Os inndicadores que
q se pretende estudar têm um carriz dimensioonal e apesar de baseadoos
em estudos
e de diferentes
d auutores, são m
métricas esppaciais e índdices quantittativos que se
podeem extrapolaar para tipolo
ogias com esspecificidadees fora dos m
modelos pré--definidos.
o
As métricas
m espaaciais enuncciadas de seeguida têm como
c objecttivo quantificar as formas
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urbannas tipo que se pretendeem estudar, ppara tal serãoo usadas esppecificamente os seguintes
indiccadores urbaanos (Huang et al., 2006)).
a
2.1 Índice
Í de Occupação ou Percentageem de Ocupação de Solo (p%)
li
a
O Índice de Ocuupação, expresso em %, é um indicaador que relaaciona o quoociente entree a
superrfície de impplantação e a área total do
d terreno, reepresentado na Figura1.
v
a
m
Altoo e Baix
xo
r
e
2.2 Índice
Í de Vo
olumétrico (I
( v)
a
P
O índice Volum métrico, ilustrrado na Figuura 2, repressenta todo o espaço connstruído acimma
do soolo. Correspondente à voolumetria coonstituída poor todos os eedifícios da zona
z avaliadda,
-
Altoo Baixo
ri
2.3 Índice
Í de “C
Compacidad
de” (CI)
P
dice de Com
O Índ mpacidade, illustrado na Figura
F 3, mede não só a forma do paatch individuual
mas também o prroblema da fragmentaçã
f ão da paisageem urbana global (Li et al.,
a 2004).
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Alto Baixo
o
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2.4 Índice de Porosidade (ROS)
a
espaço aberto, em comparação com o total de área construída, ilustrado na Figura 4.
li
a
v
a
Alto Baixo
m
Figura 4. Ilustração do índice de porosidade
e
2.5 Calculo dos Indicadores Quantificadores da Forma Urbana
r
Os indicadores atrás apresentados vão servir para quantificar a dimensão da forma
e
% (1)
0
Em que:
1
(2)
lu
Em que:
P
∑ ∑ /
(3)
o
Em que :
si : área do patch , m2
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pi : perímetro da mancha urbana, m
Pi : perímetro do círculo com área si , m
a
N : número total de manchas urbanas
li
Obtém-se valores mais elevados de CI para formas mais regulares e para baixo número
a
de manchas urbanas.
v
2.5.4 Índice de Porosidade ou de Permeabilidade (ROS)
a
O Índice de Porosidade ou de Permeabilidade é calculado através da Equação 4
m
apresentada a baixo:
´
100 % e 4
r
Em que:
e
tipológica foi elaborada por João Branco Pedro (2001) onde as tipologias de vizinhança
próxima foram definidas segundo as duas perspectivas de classificação seguintes:
lu
o
espaços referidos viário, habitacional e verde, optou-se pelos seguintes tipos de
implantação apresentados nas Figuras 5, 6 e 7.
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a
li
a
v
a
Figura 5. Ilustração de edifícios unifamiliares tipicamente com 2 pisos
m
e
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Figura 6. Ilustração de edifícios multifamiliares tipicamente com 4 pisos
e
p
a
P
-
Nesse sentido, a amostra proposta visa um modelo com concavidades e outro com
convexidades e um linear com ausência de saliências. Deste modo, espera-se obter
s2
conceito de ruído é definido como a variação da pressão atmosférica dentro dos limites de
amplitude e banda de frequências aos quais o ouvido humano responde. Como o ouvido
humano é mais sensível a certas frequências do que a outras, o nível de distúrbio é
dependente do conteúdo espectral do ruído. A percepção do ruído depende das pessoas,
dos momentos e dos locais. É por isso que é difícil determinar objectivamente a
incomodidade.
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tráfego rodoviáriio, dado o seus ruído serr flutuante, uma
u simpless medição pontual
p do seeu
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valorr não é suficciente. Será necessário rrecorrer ao cálculo dum
ma média, obbtida após um
u
temppo de mediçãão representtativo, bem como a indiicadores quee possam revvelar os picoos
máxiimos e mínim mos ocorrido os durante o período de tempo de m
medição, commo se pretendde
a
fazerr nas tipologgias apresentadas.
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3.1 Indicadores
I de Ruído
a
v
Na avaliação
a doo ruído ambbiente são eem geral utilizados deteerminados inndicadores de d
a
ruídoo que caractterizam o ambiente acúústico exteriior. São eles os indicaddores médioos,
atravvés do nívell sonoro conntínuo equivvalente (Leq), os indicaadores máxim mo e mínim mo
atravvés do nível de pressão sonora máxxima (Lmax) e do nível dde pressão soonora mínim mo
m
(Lminn), e os indiccadores estattísticos ou níveis
n percenntis através, por exemploo, do nível de
d
presssão sonora queq foi exceedido durantte 10% do tempo t de m
medição (L10),
) do nível ded
presssão sonora que e
q foi exceedido durante 50% do teempo de meedição (L50) e do nível de
presssão sonora que foi exxcedido durrante 95% do tempo de mediçãoo (L95) Estes
d
r
indiccadores de ruuído ambientte estão ilusttrados na Figgura 8.
e
p
a
P
-
0
1
horass e o períoddo nocturno compreendiido entre as 23.00h e ass 7.00h. Estee regulamennto
defin
ne os indicaadores de ruído ambientte de longo termo que são o Ldia (indicador de d
lu
termos da normaa ISO 1996--2:1987. O iindicador dee ruído usadoo neste trabalho é o (Leq e )
para o período diiurno.
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O ruído é emitido por uma fonte sonora ou um conjunto de fontes e propaga-se, a partir
da fonte, sobre a forma de ondas mecânicas concêntricas e de forma aproximadamente
esférica. Dependendo do tipo de fonte estas ondas poderão obter uma forma esférica,
cilíndrica ou planar.
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O ruído vai diminuindo de energia com o aumento da distância entre a fonte emissora e o
receptor. Essa redução depende de vários factores, tipo de fonte, características de
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absorção do solo envolvente, existência de barreiras e obstáculos. Para além do já
referido, as condições atmosféricas também têm forte influência na propagação do ruído,
sendo o vento e temperatura dos factores com maior preponderância.
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3.4 Método de Previsão do Ruído
a
O método utilizado para a previsão do ruído do tráfego deve fornecer resultados seguros
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que representem a situação real existente dos níveis de ruído sob quaisquer condições de
a
emissão e propagação (OECD, 1995). A concretização deste objectivo depende da
avaliação das emissões de ruído devido ao fluxo de tráfego e da avaliação da atenuação
m
do ruído entre a fonte e o ponto receptor.
Assim sendo, as formas urbanas apresentadas (Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3) assentam numa
s2
Cada um dos cenários desenvolvidos é servido por uma via distribuidora local e por uma
lu
de acesso local. Para o presente cálculo foi unicamente incluída na avaliação a via
distribuidora local. A via considerada, em cada um dos cenários desenvolvidos, possui
P
pavimento asfáltico, sem inclinação, com fluxo do tráfego rodoviário fluido (300
veículos/h com 5% pesados) e velocidade de circulação de 50 km/h.
Para a avaliação dos níveis de ruído nas fachadas, desenvolveu-se uma grelha
quadrangular de cálculo, ao longo de todas as fachadas expostas ao ruído, de 1,5 m x 1,5
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Figura 9. Ilustração da Planta da Forma Tipo 1
a
m
(a) (b)
e
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p
a
(c)
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Figura 10. Localização dos nós de avaliação nos edifícios com Forma Tipo 1, com 2 pisos (a), 4 pisos
(b) e 8 pisos (c)
-
0
1
(a) (b)
0
s2
(c)
ri
Figura 11. Mapa vertical de ruído da Forma Tipo 1, com 2 pisos (a), 4 pisos (b) e 8 pisos (c)
lu
resumido na Tabela 1.
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Como se pode observar na Tabela 1, verifica-se uma ligeira diminuição do Leq com o
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aumento do número de pisos, no caso dos valores máximos e médios. No caso dos
valores mínimos de Leq, essa tendência é inversa. A Figura 11 ilustra a forma das ondas
sonoras provenientes da fonte e como esta influencia as fachadas mais expostas. À
a
medida que o número de pisos aumenta a extensão da fachada mais exposta também
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aumenta, fazendo aumentar o Leq médio e máximo. Por outro lado com o aumento da
cércea a dimensão da área protegida aumenta fazendo diminuir o Leq mínimo.
a
v
a
m
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e
(a) (b)
-
0
1
(c)
0
Figura 13. Localização dos nós de avaliação nos edifícios com Forma Tipo 2, com 2 pisos (a), 4 pisos
s2
(a) (b)
P
(c)
Figura 14. Mapa vertical de ruído da Forma Tipo 2, com 2 pisos (a), 4 pisos (b) e 8 pisos (c)
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o
29400 4 18,5% 65,2 0,11 82% 34,0 51,1 59,1
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29400 8 18,5% 130,4 0,11 82% 33,5 51,1 59,1
Tal como no caso anterior, verifica-se uma ligeira diminuição do Leq com o aumento do
a
número de pisos, no caso dos valores máximos e médios. No caso dos valores mínimos
de Leq, essa tendência é inversa. A Figura 14 ilustra a forma das ondas sonoras
li
provenientes da fonte e como esta influencia as fachadas mais expostas. A análise a
a
efectuar dos resultados obtidos estão na mesma linha da análise acima efectuada para a
v
Forma Tipo 2.
a
Os estudos das Formas anteriores contemplavam concavidades e convexidades na sua
composição formal, a Forma Tipo 3 que se apresenta a seguir e ilustrada na Figura 15, é
m
uma composição pura desprovida de recantos que possam criar alterações adicionais na
propagação das ondas de ruído.
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p
a
P
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(a) (b)
s2
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(c)
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Figura 16. Localização dos nós de avaliação nos edifícios com Forma Tipo 3, com 2 pisos (a), 4 pisos
(b) e 8 pisos (c)
P
(a) (b)
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(c)
Figura 17. Mapa vertical de ruído da Forma Tipo 3, com 2 pisos (a), 4 pisos (b) e 8 pisos (c)
o
Tabela 3.
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Tabela 3. Indicadores Relacionais de Forma e Ruído
a
] [%] ] x10-3 [-] [%] Min Media Máx.
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29400 2 11,5% 20,2 0,31 89% 46,6 53,3 58,2
a
29400 4 11,5% 40,6 0,31 89% 46,6 54,0 59,1
29400 8 11,5% 81,2 0,31 89% 46,5 54,1 59,1
v
a
Em relação às variações de tipologias da Forma Tipo 3 é similar á das Formas Tipo 1 e 2
onde os valores médios e mínimos do Leq aumentam á medida em que o número de pisos
também aumenta. Tendência inversa para o caso dos valores máximos do Leq.
m
6 CONCLUSÕES
e
O presente trabalho teve como objectivo abordar a problemática do ambiente urbano,
r
enquanto espaço de interacção de formas urbanas e ruído urbano. Essa interacção foi
e
avaliada através do cálculo de indicadores urbanos que medem a forma urbana e os níveis
de ruído na fachada em nove cenários com três Forma Tipo e com vários pisos (2, 4 e 8
p
pisos).
a
Tipo 1
8 27,1 191,3 0,05 73 36,4 49,6 55,1
s2
Como se pode observar na Tabela 4, nas três Formas Tipo, verifica-se uma ligeira
diminuição do Leq com o aumento do número de pisos (ou do Índice Volumétrico Iv), no
caso dos valores máximos e médios. No caso dos valores mínimos de Leq, essa tendência
é inversa. Como ilustrado nas Figuras 11, 14 e 17, a forma das ondas sonoras,
provenientes da fonte, sendo cilíndrica, influenciam de diferente forma as fachadas mais
expostas. À medida que o número de pisos aumenta, a extensão da fachada mais exposta
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também aumenta, fazendo aumentar o Leq médio e máximo. Por outro lado, com o
aumento da cércea, a dimensão da área protegida aumenta, fazendo diminuir o Leq
mínimo.
o
Com o aumento do Índice de Compacidade (CI) os valores médios de Leq também
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aumentam, isto explica-se pelo facto de quanto maior a regularidade das formas urbanas,
menor é a possibilidade de se formarem zonas de sombra, isto é zonas mais protegidas.
a
Relativamente ao Índice de Ocupação (p), a sua diminuição gera fachadas com níveis de
li
ruído mais elevados. Quanto mais “ocupado” estiver o solo mais obstáculos existem e por
a
conseguinte maior a possibilidade de se formarem zonas protegidas.
v
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a
Bertellino, F. e G. Licitra (2000) I Modelli Previsionali per il Rumore da Traffico
m
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Li, X., Yeh, A.G., (2004) Analyzing spatial restructuring of land use patterns in a fast
1
growing region using remote sensing and GIS, Landscape Urban Planning, 69, 335–
0
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