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A INFLUÊNCIA DA FORMA URBANA NA PROPAGAÇÃO DO RUÍDO


URBANO

o
çã
RESUMO

a
li
A forma urbana afecta directamente os habitats naturais, os ecossistemas e as diferentes

a
espécies. Actualmente muitas espécies estão ameaçadas pela substituição dos recursos
naturais por superfícies impermeáveis desmedidas e pelo excessivo consumo dos

v
mesmos. Indirectamente a forma urbana influencia o comportamento do trajecto que, por

a
sua vez, afecta a qualidade do ar, o clima global e naturalmente o ruído.
No presente trabalho pretende-se abordar a problemática do ambiente urbano, enquanto

m
espaço de interacção de formas urbanas e ruído urbano. Essa interacção pretende ser
monitorizada por indicadores urbanos, usando modelos tipo de formas urbanas
comparando os efeitos da propagação de ruído urbano através dum sistema automático de
e
cálculo, que simula esses efeitos, segundo padrões iguais de medições de tráfego, de
forma a testar em todos os modelos tipo os já referenciados efeitos do ruído urbano.
r
e

1 INTRODUÇÃO
p

A influência da forma urbana segundo Luz Valente Pereira (1974), enquanto


a

solo/paisagem em termos morfológicos situa-se principalmente ao nível da sua


P

localização, topografia, exposição solar e eólica, da qualidade e aptidão do seu solo e


subsolo e da composição da paisagem. Estes dados influenciam as grandes distribuições
-

de cheios e vazios das edificações, a definição genérica das tipologias edificatórias e das
formas de agregação das referidas tipologias, o traçado das infra-estruturas sobretudo
0

viária, a composição urbana e o sistema geral de leitura e legibilidade do espaço


resultante da configuração topográfica e das características da paisagem.
1
0

Para a definição morfológica do espaço exterior temos de considerar o espaço de


circulação, que é o esquema viário e de circulação de peões quer na expressão formal do
s2

espaço quer nas relações de acesso que estabelece, bem como o tipo de rede de
acessibilidade que as vias formam entre si, com a relação que estabelecem com a massa
edificada e com os espaços de permanência.
ri
lu

2 INDICADORES QUANTITATIVOS DA FORMA URBANA


P

A concepção de tipologias urbanas diz respeito ao arranjo, aparência e funcionalidade das


cidades e, em particular, á concepção e utilização do espaço público urbano. Assim
sendo, caracterizar a forma urbana com recurso a indicadores é apesar do crescente
interesse, uma exploração de reais diferenças, que duma forma rigorosa e exaustiva é
ilustrada em estudos surpreendentemente escassos.
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Os inndicadores que
q se pretende estudar têm um carriz dimensioonal e apesar de baseadoos
em estudos
e de diferentes
d auutores, são m
métricas esppaciais e índdices quantittativos que se
podeem extrapolaar para tipolo
ogias com esspecificidadees fora dos m
modelos pré--definidos.

O esspaço métricco é um conceito que generaliza a ideia geom métrica de distância.


d U
Um
conju
unto em quee há uma mmétrica ou grrelha, cuja base
b é similaar e por suaa vez, de fáccil
compparação.

o
As métricas
m espaaciais enuncciadas de seeguida têm como
c objecttivo quantificar as formas

çã
urbannas tipo que se pretendeem estudar, ppara tal serãoo usadas esppecificamente os seguintes
indiccadores urbaanos (Huang et al., 2006)).

a
2.1 Índice
Í de Occupação ou Percentageem de Ocupação de Solo (p%)

li
a
O Índice de Ocuupação, expresso em %, é um indicaador que relaaciona o quoociente entree a
superrfície de impplantação e a área total do
d terreno, reepresentado na Figura1.

v
a
m
Altoo e Baix
xo
r
e

Figura 1. Ilustração doo Índice de Occupação de Sollo (%)


p

2.2 Índice
Í de Vo
olumétrico (I
( v)
a
P

O índice Volum métrico, ilustrrado na Figuura 2, repressenta todo o espaço connstruído acimma
do soolo. Correspondente à voolumetria coonstituída poor todos os eedifícios da zona
z avaliadda,
-

excepptuando os elementos ou saliênccias com fins fi exclusivvamente decorativos, ou o


estrittamente destinados a innstalações téécnicas e chhaminés, maas incluindo o volume da d
0

cobeertura, expressso em metroos cúbicos (mm3).


1
0
s2

Altoo Baixo
ri

Figura 2.. Ilustração doo índice de Volume de consttrução


lu

2.3 Índice
Í de “C
Compacidad
de” (CI)
P

dice de Com
O Índ mpacidade, illustrado na Figura
F 3, mede não só a forma do paatch individuual
mas também o prroblema da fragmentaçã
f ão da paisageem urbana global (Li et al.,
a 2004).
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Alto Baixo

Figura 3. Ilustração do índice de “Compacidade”

o
çã
2.4 Índice de Porosidade (ROS)

O Índice de Porosidade, é um indicador de permeabilidade que mede a proporção de

a
espaço aberto, em comparação com o total de área construída, ilustrado na Figura 4.

li
a
v
a
Alto Baixo

m
Figura 4. Ilustração do índice de porosidade

e
2.5 Calculo dos Indicadores Quantificadores da Forma Urbana
r
Os indicadores atrás apresentados vão servir para quantificar a dimensão da forma
e

urbana. As formulações para calcular estes indicadores são apresentadas de seguida.


p

2.5.1 Percentagem de Ocupação (%p)


a
P

O cálculo da Percentagem de Ocupação (% p) é feito através da Equação 1:


-

% (1)
0

Em que:
1

A imp.: área de implantação


A t : Área total
0
s2

2.5.2 Índice Volumétrico de Construção (Iv)

Para calcular Índice de Volumétrico (Iv), expresso em m3, recorremos à Equação 2:


ri

(2)
lu

Em que:
P

P: área de implantação (m2)


N: número de pisos
H: pé direito (m)
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2.5.3 Índice de Compacidade (CI)

O índice de “compacidade” (CI) é calculado através da seguinte equação:

∑ ∑ /
(3)

o
Em que :
si : área do patch , m2

çã
pi : perímetro da mancha urbana, m
Pi : perímetro do círculo com área si , m

a
N : número total de manchas urbanas

li
Obtém-se valores mais elevados de CI para formas mais regulares e para baixo número

a
de manchas urbanas.

v
2.5.4 Índice de Porosidade ou de Permeabilidade (ROS)

a
O Índice de Porosidade ou de Permeabilidade é calculado através da Equação 4

m
apresentada a baixo:

´
100 % e 4
r
Em que:
e

s´: somatório da área de todos os “buracos” dentro da área urbana estudada, m2


p

s : somatório da área de todos as manchas urbanas (área construída), m2


a

Este indicador é também denominado como o rácio de espaços abertos. O índice de


P

permeabilidade aumenta com o aumento de espaços vazios.


-

2.6 Modelo Teórico de Vizinhança Próxima


0

As expressões matemáticas referenciadas anteriormente vão ser aplicadas às tipologias de


formas urbanas seguidamente apresentadas segundo um modelo teórico, o “Modelo de
1

Vizinhança Próxima” de João Branco Pedro (2001).


0

Uma vizinhança próxima constitui uma unidade residencial, organizada funcionalmente e


s2

espacialmente em torno de um espaço exterior, onde se tendem a estabelecer relações de


vizinhança entre moradores. A amostra que fundamentou a presente classificação
ri

tipológica foi elaborada por João Branco Pedro (2001) onde as tipologias de vizinhança
próxima foram definidas segundo as duas perspectivas de classificação seguintes:
lu

™ A Perspectiva programática que se define como sendo conjuntos de vizinhanças


P

próximas com programas funcionais idênticos (por exemplo, o número de fogos, o


número de habitantes e o índice de ocupação semelhantes);

™ A Perspectiva morfológica que se entende como um conjunto de vizinhanças


próximas com características formais idênticas (por exemplo, a forma de
implantação do conjunto de edifícios, a forma de implantação dos edifícios
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relativamente às ruas, a forma de acesso viário local, o número de pisos acima do


nível de entrada principal dos edifícios da vizinhança próxima e o número de
habitações dos edifícios da vizinhança próxima).

Os parâmetros aplicáveis na concepção de cada um dos espaços que compõem a


vizinhança próxima são os espaços de circulação, os espaços edificados e os espaços não
urbanizáveis que se apresentam de seguida. Assim sendo, e partindo da articulação dos

o
espaços referidos viário, habitacional e verde, optou-se pelos seguintes tipos de
implantação apresentados nas Figuras 5, 6 e 7.

çã
a
li
a
v
a
Figura 5. Ilustração de edifícios unifamiliares tipicamente com 2 pisos

m
e
r
Figura 6. Ilustração de edifícios multifamiliares tipicamente com 4 pisos
e
p
a
P
-

Figura 7. Ilustração de edifícios multifamiliares tipicamente com 8 pisos


0

Os modelos escolhidos pretendem diversificar a amostra, de modo a tentar abranger


1

diferentes efeitos da propagação do ruído ambiental sobre a composição dos mesmos.


0

Nesse sentido, a amostra proposta visa um modelo com concavidades e outro com
convexidades e um linear com ausência de saliências. Deste modo, espera-se obter
s2

resultados comparativos permitindo assim extrair algumas conclusões de como a forma


urbana poderá influenciar a propagação do ruído urbano.
ri

3 Definição do Ruído Urbano


lu

Entende-se por ruído um som desagradável ou incomodativo para o ser humano. O


P

conceito de ruído é definido como a variação da pressão atmosférica dentro dos limites de
amplitude e banda de frequências aos quais o ouvido humano responde. Como o ouvido
humano é mais sensível a certas frequências do que a outras, o nível de distúrbio é
dependente do conteúdo espectral do ruído. A percepção do ruído depende das pessoas,
dos momentos e dos locais. É por isso que é difícil determinar objectivamente a
incomodidade.
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Assim m sendo, a definição de


d ruído ambbiental é ex
xpresso por um logaritmmo da relaçãão
entree os quadraddos da presssão sonora medida e a pressão de referência. Denomina-se
nívell de pressãoo sonora Lpp e é expreesso em Bel (B) ou m multiplicando
o-se por 10 é
expreesso em decibel (dB).
O ruuído ambiennte provenieente do meeio urbano, qualquer que q seja o local, não é
estaccionário, aprresenta variaações no tem
mpo que se revelam no sinal
s produziido através de
d
quebbras e picos. Quando se pretende, por p exemplo, caracterizaar o ruído prroduzido peelo

o
tráfego rodoviáriio, dado o seus ruído serr flutuante, uma
u simpless medição pontual
p do seeu

çã
valorr não é suficciente. Será necessário rrecorrer ao cálculo dum
ma média, obbtida após um
u
temppo de mediçãão representtativo, bem como a indiicadores quee possam revvelar os picoos
máxiimos e mínim mos ocorrido os durante o período de tempo de m
medição, commo se pretendde

a
fazerr nas tipologgias apresentadas.

li
3.1 Indicadores
I de Ruído

a
v
Na avaliação
a doo ruído ambbiente são eem geral utilizados deteerminados inndicadores de d

a
ruídoo que caractterizam o ambiente acúústico exteriior. São eles os indicaddores médioos,
atravvés do nívell sonoro conntínuo equivvalente (Leq), os indicaadores máxim mo e mínim mo
atravvés do nível de pressão sonora máxxima (Lmax) e do nível dde pressão soonora mínim mo

m
(Lminn), e os indiccadores estattísticos ou níveis
n percenntis através, por exemploo, do nível de
d
presssão sonora queq foi exceedido durantte 10% do tempo t de m
medição (L10),
) do nível ded
presssão sonora que e
q foi exceedido durante 50% do teempo de meedição (L50) e do nível de
presssão sonora que foi exxcedido durrante 95% do tempo de mediçãoo (L95) Estes
d
r
indiccadores de ruuído ambientte estão ilusttrados na Figgura 8.
e
p
a
P
-
0
1

Figura 8 – Indiccadores de ruíído ambiente


0

uídos nos inndicadores de


Inclu d ruído poddem-se aindaa definir os níveis sonooros contínuoos
s2

equivvalentes porr períodos do dia, seggundo o RG GR (Regulaamento Gerral do Ruíddo,


aprovvado pelo Decreto-lei
D n.º 9/2007 dee 17 de Janeiiro) o períoddo diurno é compreendid
c do
entree as 7.00h e as 20.00h, o período enntardecer é compreendid
c do entre as 20.00
2 e 23.000
ri

horass e o períoddo nocturno compreendiido entre as 23.00h e ass 7.00h. Estee regulamennto
defin
ne os indicaadores de ruído ambientte de longo termo que são o Ldia (indicador de d
lu

ruídoo diurno), Lentardecer


L (
(indicador d fim-de-tarrde) e o Lnooite (indicad
de dor nocturnoo).
Os Ldia
L , Lentaardecer e Lnnoite devem constituir níveis
n de ruíído de longoo período noos
P

termos da normaa ISO 1996--2:1987. O iindicador dee ruído usadoo neste trabalho é o (Leq e )
para o período diiurno.
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3.2 Os Factores Mais Importantes que Afectam a Propagação do Som

O ruído é emitido por uma fonte sonora ou um conjunto de fontes e propaga-se, a partir
da fonte, sobre a forma de ondas mecânicas concêntricas e de forma aproximadamente
esférica. Dependendo do tipo de fonte estas ondas poderão obter uma forma esférica,
cilíndrica ou planar.

o
O ruído vai diminuindo de energia com o aumento da distância entre a fonte emissora e o
receptor. Essa redução depende de vários factores, tipo de fonte, características de

çã
absorção do solo envolvente, existência de barreiras e obstáculos. Para além do já
referido, as condições atmosféricas também têm forte influência na propagação do ruído,
sendo o vento e temperatura dos factores com maior preponderância.

a
li
3.4 Método de Previsão do Ruído

a
O método utilizado para a previsão do ruído do tráfego deve fornecer resultados seguros

v
que representem a situação real existente dos níveis de ruído sob quaisquer condições de

a
emissão e propagação (OECD, 1995). A concretização deste objectivo depende da
avaliação das emissões de ruído devido ao fluxo de tráfego e da avaliação da atenuação

m
do ruído entre a fonte e o ponto receptor.

Existem disponíveis no mercado numerosos modelos previsionais de ruído que


e
constituem um importante instrumento de trabalho na modelação da situação acústica,
como referido por Bertellino e Licitra (2000). O método utilizado, designado por Novo
r
Método de Previsão do Ruído do Tráfego (NMPB96) foi desenvolvido em França em
e

1996. Este é o método recomendado pela Directiva 2002/49/EC do Parlamento Europeu e


p

do Conselho, de 25 de Junho, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente. O


algoritmo de cálculo (NMPB96) gera, a partir de cada ponto receptor, um conjunto de
a

raios correspondentes à propagação do ruído, normalmente espaçados em ângulos iguais


P

e, portanto, definindo sectores de círculo iguais em todas as tipologias apresentadas.


-

4 A Influência da Forma Urbana na Propagação do Ruído Urbano


0

A conjugação das tipologias e dos indicadores anteriormente apresentados, serviram de


base para o desenvolvimento de 9 cenários diferentes, suporte equiparável da análise a
1

que nos propomos estudar.


0

Assim sendo, as formas urbanas apresentadas (Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3) assentam numa
s2

reticula de 210mx140m, perfazendo uma área total bruta de 29 400 m2 e um perímetro de


700 m.
ri

Cada um dos cenários desenvolvidos é servido por uma via distribuidora local e por uma
lu

de acesso local. Para o presente cálculo foi unicamente incluída na avaliação a via
distribuidora local. A via considerada, em cada um dos cenários desenvolvidos, possui
P

pavimento asfáltico, sem inclinação, com fluxo do tráfego rodoviário fluido (300
veículos/h com 5% pesados) e velocidade de circulação de 50 km/h.

Para a avaliação dos níveis de ruído nas fachadas, desenvolveu-se uma grelha
quadrangular de cálculo, ao longo de todas as fachadas expostas ao ruído, de 1,5 m x 1,5
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m e um afastamento da fachada de 0,5 m. O número de pisos do edificado é variável (2, 4


e 8 pisos) com pé direito de 3m, Rés-do-chão inclusive.

5 Apresentação dos resultados

As conjugações dos diferentes parâmetros anteriormente referidos reflectem-se nas


ilustrações seguintes:

o
çã
a
li
a
v
Figura 9. Ilustração da Planta da Forma Tipo 1

a
m
(a) (b)
e
r
e
p
a

(c)
P

Figura 10. Localização dos nós de avaliação nos edifícios com Forma Tipo 1, com 2 pisos (a), 4 pisos
(b) e 8 pisos (c)
-
0

 
1

(a) (b)
0

 
s2

(c)
ri

Figura 11. Mapa vertical de ruído da Forma Tipo 1, com 2 pisos (a), 4 pisos (b) e 8 pisos (c)
lu

A relação da variação do número de pisos com os efeitos da propagação do ruído nas


diferentes fachadas ilustradas nas Figuras 9, 10 e 11 foi quantificada e o seu resultado é
P

resumido na Tabela 1.
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Tabela 1. Indicadores relacionais de Forma e Ruído para edifícios Tipo 1

Área Impl. Nº Pisos p Iv CI ROS Leq(A) [dBA]


] [%] ] x10-3 [-] [%] Min Media Máx.
29400 2 27,1 47,8 0,05 73 37,0 49,1 54,6
29400 4 27,1 95,6 0,05 73 36,6 49,4 54,7
29400 8 27,1 191,3 0,05 73 36,4 49,6 55,1

o
Como se pode observar na Tabela 1, verifica-se uma ligeira diminuição do Leq com o

çã
aumento do número de pisos, no caso dos valores máximos e médios. No caso dos
valores mínimos de Leq, essa tendência é inversa. A Figura 11 ilustra a forma das ondas
sonoras provenientes da fonte e como esta influencia as fachadas mais expostas. À

a
medida que o número de pisos aumenta a extensão da fachada mais exposta também

li
aumenta, fazendo aumentar o Leq médio e máximo. Por outro lado com o aumento da
cércea a dimensão da área protegida aumenta fazendo diminuir o Leq mínimo.

a
v
a
m
e
r
e

Figura 12. Ilustração da Planta da Forma Tipo 2


p
a
P

(a) (b)
-
0
1

(c)
0

Figura 13. Localização dos nós de avaliação nos edifícios com Forma Tipo 2, com 2 pisos (a), 4 pisos
s2

(b) e 8 pisos (c)


ri
lu

(a) (b)
P

(c)

Figura 14. Mapa vertical de ruído da Forma Tipo 2, com 2 pisos (a), 4 pisos (b) e 8 pisos (c)
Avaliação de trabalhos paper269 10

A relação da variação da cércea com os indicadores de ruído e de forma resumem-se na


Tabela 2.
Tabela 2. Indicadores Relacionais de Forma e Ruído

Área Impl. Nº Pisos p Iv CI ROS Leq(A)


] [%] ] x10-3 [-] [%] Min Media Máx.
29400 2 18,5% 32,6 0,11 82% 34,7 50,6 59,0

o
29400 4 18,5% 65,2 0,11 82% 34,0 51,1 59,1

çã
29400 8 18,5% 130,4 0,11 82% 33,5 51,1 59,1

Tal como no caso anterior, verifica-se uma ligeira diminuição do Leq com o aumento do

a
número de pisos, no caso dos valores máximos e médios. No caso dos valores mínimos
de Leq, essa tendência é inversa. A Figura 14 ilustra a forma das ondas sonoras

li
provenientes da fonte e como esta influencia as fachadas mais expostas. A análise a

a
efectuar dos resultados obtidos estão na mesma linha da análise acima efectuada para a

v
Forma Tipo 2.

a
Os estudos das Formas anteriores contemplavam concavidades e convexidades na sua
composição formal, a Forma Tipo 3 que se apresenta a seguir e ilustrada na Figura 15, é

m
uma composição pura desprovida de recantos que possam criar alterações adicionais na
propagação das ondas de ruído.
e
r
e
p
a
P
-

Figura 15. Ilustração da Planta da Forma Tipo 2


0
1
0

(a) (b)
s2
ri

(c)
lu

Figura 16. Localização dos nós de avaliação nos edifícios com Forma Tipo 3, com 2 pisos (a), 4 pisos
(b) e 8 pisos (c)
P

(a) (b)
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(c)
Figura 17. Mapa vertical de ruído da Forma Tipo 3, com 2 pisos (a), 4 pisos (b) e 8 pisos (c)

A relação da variação da cércea com os indicadores de ruído e de forma resumem-se na

o
Tabela 3.

çã
Tabela 3. Indicadores Relacionais de Forma e Ruído

Área Impl. Nº Pisos p Iv CI ROS Leq(A)

a
] [%] ] x10-3 [-] [%] Min Media Máx.

li
29400 2 11,5% 20,2 0,31 89% 46,6 53,3 58,2

a
29400 4 11,5% 40,6 0,31 89% 46,6 54,0 59,1
29400 8 11,5% 81,2 0,31 89% 46,5 54,1 59,1

v
a
Em relação às variações de tipologias da Forma Tipo 3 é similar á das Formas Tipo 1 e 2
onde os valores médios e mínimos do Leq aumentam á medida em que o número de pisos
também aumenta. Tendência inversa para o caso dos valores máximos do Leq.

m
6 CONCLUSÕES
e
O presente trabalho teve como objectivo abordar a problemática do ambiente urbano,
r
enquanto espaço de interacção de formas urbanas e ruído urbano. Essa interacção foi
e

avaliada através do cálculo de indicadores urbanos que medem a forma urbana e os níveis
de ruído na fachada em nove cenários com três Forma Tipo e com vários pisos (2, 4 e 8
p

pisos).
a

Os indicadores de forma urbana e de ruído, determinados para os nove cenários


desenvolvidos, resumem-se na Tabela 4.
P

Tabela 4. Indicadores Relacionais de Forma e Ruído


-

Área Impl. Nº Pisos p Iv CI ROS Leq(A) [dBA]


0

] [%] ] x10-3 [-] [%] Min Media Máx.


1

2 27,1 47,8 0,05 73 37,0 49,1 54,6


Forma
4 27,1 95,6 0,05 73 36,6 49,4 54,7
0

Tipo 1
8 27,1 191,3 0,05 73 36,4 49,6 55,1
s2

2 18,5 32,6 0,11 82 34,7 50,6 59,0


Forma
4 18,5 65,2 0,11 82 34,0 51,1 59,1
Tipo 2
8 18,5 130,4 0,11 82 33,5 51,1 59,1
ri

2 11,5 20,2 0,31 89 46,6 53,3 58,2


Forma
lu

4 11,5 40,6 0,31 89 46,6 54,0 59,1


Tipo 3
8 11,5 81,2 0,31 89 46,5 54,1 59,1
P

Como se pode observar na Tabela 4, nas três Formas Tipo, verifica-se uma ligeira
diminuição do Leq com o aumento do número de pisos (ou do Índice Volumétrico Iv), no
caso dos valores máximos e médios. No caso dos valores mínimos de Leq, essa tendência
é inversa. Como ilustrado nas Figuras 11, 14 e 17, a forma das ondas sonoras,
provenientes da fonte, sendo cilíndrica, influenciam de diferente forma as fachadas mais
expostas. À medida que o número de pisos aumenta, a extensão da fachada mais exposta
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também aumenta, fazendo aumentar o Leq médio e máximo. Por outro lado, com o
aumento da cércea, a dimensão da área protegida aumenta, fazendo diminuir o Leq
mínimo.

Com o aumento do Índice de Porosidade (ROS) os valores médios de Leq também


aumentam. Isto explica-se pelo facto de quanto maior é a permeabilidade da forma
urbana, mais facilmente as ondas sonoras conseguem atingir o seu interior.

o
Com o aumento do Índice de Compacidade (CI) os valores médios de Leq também

çã
aumentam, isto explica-se pelo facto de quanto maior a regularidade das formas urbanas,
menor é a possibilidade de se formarem zonas de sombra, isto é zonas mais protegidas.

a
Relativamente ao Índice de Ocupação (p), a sua diminuição gera fachadas com níveis de

li
ruído mais elevados. Quanto mais “ocupado” estiver o solo mais obstáculos existem e por

a
conseguinte maior a possibilidade de se formarem zonas protegidas.

v
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