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e Alsuns Cientistas Creem na Criacao? © Qual a Evidéncia a Favor da Evolucdo? e A Evolucao e Compativel com a Biblia? Ankerberg e (CHIGECO @ Evaltcco ¢ Alguns Cientistas Créem na Criagado? * Qual a Evidéncia a Favor da Evolugao? ¢ A Evolucdo é Compativel com a Biblia? John Ankerberg e John Weldon Obra MissionGria Chamada da Meia-Noite = Caixa Postal, 1688 \| 90001-970 PORTO ALEGRE RS/Brasil 7 | Fones: (051) 241-5270 ou 249-18 68 FAX: (O51) 249-7385 Traduzido do original em inglés: “The Facts on Creation vs. Evolution”, Copyright © 1993 by The Ankerberg Theological Research Institute publicado por Harvest House Publishers Eugene, Oregon 97402 EUA Traducdo: Neyd Siqueira Revisdo: Ingo Haake Ingrid Hund Lucas Beitze Capa e Layout: Reinhold Federolf Todos os direitos reservados para os paises de lingua portuguesa © 1995 Obra MissionGria Chamada da Meia-Noite R. Erechim, 978 - B. Nonoai 90830-000 — PORTO ALEGRE — RS/Brasil Fones: (051) 241-5270 ou 249-18 68 FAX: (051) 249-7385 Composto e impresso em oficinas préprias “Mas, @ meia-noite, ouviu-se um grito: Eis 0 noivo! sai ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionaria Chamada da Meia-Noite” @ uma missdo sem fins lucrativos, que cré em toda a Biblia como infalivel e eterna Palavra de Deus (2 Pe 1.21). Sua tarefa é alcangar todo o mundo com a mensagem de salvagdo em Jesus Cristo e aprofundar os cristdios no conhe- cimento da Palavra de Deus, preparando-os para a volta do Senhor. 10. ‘Tt Indice Introdug¢ao Pagina . Por que o tema criagao/evolugao é importante? 7 . Quao influente é a teoria da evolugao 8 Primeira Parte Evolu¢ado e Ciéncia . O que é ciéncia? A teoria da evolugdo é realmente cientifica? . wen 18 . A evolugao deveria ser proclamada como um fato cientifico comprovado?......... nore 16 . Os cientistas sao sempre objetivos? ... 19 . Por que os cientistas materialistas aceitam a evolugao? .... . Como é wossivel q que tantos cientistas estejam errados em sua crenga na evolugao?.. . O que a teoria das probabilidades diz sobre a evolugao — e isso torna a evolugao um milagre “maior” do que a criacao? .... . O que os fatores de planejamento e exatidao 35 ensinam sobre a evolugao?.. Existem cientistas que acreditam que a evolugdo prejudicou a causa da ciéncia? ... A evolucao exige tanta fé quanto o criacionismo? ..... 42 Sequnda Parte Ciéncia e Criacionismo 42. Qual o verdadeiro problema em relagao a uma abordagem materialista da ciéncia? Por que o criacionismo pode ser boa ciéncia? 143. O criacionismo é apenas religioso? 14. Existem cientistas evolucionistas que afirmam que a evidéncia favorece a criagdo especial? ............ 53 - 45 Terceira Parte As Conseqiiéncias e Implicagoes da Teoria Evolucionista 15. De que forma a evolugao influenciou a crenga em Deus? .......... 16. Quais sao algumas das implicagées filosoficas pessoais da evolugado materialista? . 59 17. Que conseqiéncias sociais e politicas recentes podem ser atribuidas @ crenga evolucionista? ........... 63 18. Como a evolugao influenciou a interpretagao da Biblia? O que a Biblia ensina sobre as origens?........ 68 Conclusao e Palavra Pessoal _71 Glossario .... . 73 . 74 Sobre os Autores... . 82 InTROducAO 1. Por que o tema criacao/evolu¢do é importante? O tema criagio/evolugaéo* 6 importante porque, no fi- nal, 0 assunto das origens nos diz quem somos. Somos produto das forgas impessoais da matéria, do acaso e do tempo — com tudo o que isso implica? Ou o resultado de uma criagao especial, por parte de um Deus infinito e pessoal — com tudo o que isso implica? Em vista de suas implicagdes mais amplas em dreas tais como cién- cia, religiao, sociedade, e moralidade, assim como suas implicag6es pessoais para a identidade individual e o significado na vida, ninguém pode negar a relevancia desse assunto. Podemos compreender também a importancia do te- ma se examinarmos brevemente a influéncia da teo- ria evolutiva no Ultimo século. Teorias ou ideologias poderosas podem, algumas vezes, estender-se e afe- tar a vida de milhares. Elas podem influenciar a fi- losofia pessoal, alterar as instituigdes sociais e polf- ticas, e até dirigir o curso das nagdes. Considere, por exemplo, as ideologias do marxismo e do isla- * O termo evolugo 6 usado em referéncia a teoria geral de que to- da a vida na Terra evoluiu de matéria inorganica e progrediu para formas mais complexas com o tempo; portanto, “macroevolugao” e nao “microevolugaéo” ou mudangas menores entre as espécies ilus- tradas no cruzamento de ragas (por exemplo, variedades de caes). 7 mismo. A teoria da evolug&o é uma dessas ideolo- gias materialistas que afetou dramaticamente 0 mun- do em que vivemos. Mas, se for confirmado que a evolucio é errada, entdo tudo o que ela influenciou poderd ter sido afetado de maneira prejudicial, ou até danosa. 2. Quao influente é a teoria da evolu¢ao? Na histéria da humanidade, poucas teorias tém tido 0 impacto causado pela evolugao. O famoso zodlogo evo- lucionista Ernst Mayr da Universidade de Harvard ob- servou em 1972 que a evolucio estava chegando ao ponto de ser considerada como “talvez a mais funda- mental de todas as revolug6es intelectuais na historia da humanidade”.' A biografia moderna e definitiva escrita por James Moore, Darwin: The Life of a Tormented Evolutionist (Darwin — A Vida de um Evolucionista Atormentado), indica que Darwin, “mais do que qual- quer outro pensador moderno — até mais que Freud ou Marx... transformou a maneira como nos vemos a nds mesmos no planeta”.? Wendell R. Bird é um conhecido advogado de Atlanta (Gedrgia/EUA), diplomado pela Faculdade de Direito de Yale, que defendeu a causa da criago vs. evolugao diante da Suprema Corte dos EUA. Em sua critica impressionate da teoria evolucionista, The Origin of Species Revisited (A Origem das Espécies Revisitada), ele observa sobre A Origem das Espécies: “Esse Unico volume teve enorme influéncia nao s6 so- bre as ciéncias, que esto sendo cada vez mais baseadas nas suposigdes evolucionistas, como também nas areas 3 de humanidades, teologia e governo”. 8 Em sua obra Mankind Evolving (EvolugGo da Huma- nidade), © eminente geneticista Theodosius Dobz- hansky, considerado como estando entre os maiores evolucionistas do mundo, afirma que a publicagio do livro de Darwin em 1859 “marcou um ponto critico na historia intelectual da humanidade” e “introduziu um novo conhecimento do homem e do seu lugar no Universo”. Ele reflete que mesmo cem anos depois de Darwin “a idéia da evolugio esta se tornando par- te integrante da imagem que o homem faz de si mes- mo. A idéia ultrapassou circulos muito mais amplos do que os dos bidlogos e até dos cientistas; com- preendida ou nao, ela faz parte da cultura de mas- sa”? O bidlogo molecular Michael Denton ressalta a dra- mitica influéncia dessa teoria cada vez mais predomi- nante em outras disciplinas além das ciéncias natu- rais: O século vinte seria incompreensivel sem a revolugdo darwiniana. As correntes sociais e politicas que varreram © mundo nos Ultimos oitenta anos teriam sido impossiveis sem a sua sang@o intelectual... A influéncia da teoria evo- lutiva sobre campos bem distantes da biologia é um dos exemplos mais espetaculares na histdéria de como uma idéia especulativa, para a qual nao ha praticamente ne- nhuma evidéncia cientifica, pode vir a moldar o pensa- mento de uma sociedade inteira e dominar a perspectiva de uma era.® Hoje em dia, a viséo darwiniana da natureza é talvez, mais do que qualquer outra, responsdvel pela viséo ag- néstica e cética do século vinte... Trata-se de uma teoria que mudou literalmente o mundo...’ De fato, a maneira como o individuo considera a sua origem, seu comego basico, ¢ que condiciona em gran- de parte sua visdo de mundo, as decisdes que toma, e até o seu estilo de vida em geral. Assim sendo, Julian Huxley observou que a evolugio é muito mais que uma teoria cientifica: “Nosso conheci- mento presente nos forga a considerar que a evolugao é a realidade suprema — um processo tinico de autotrans- formacio”.* Foi por essa razao que Dobzhansky péde enfatizar: “A evolucio abrange todos os estdgios do de- senvolvimento do Universo: césmico, biolégico, e hu- mano ou cultural. Tentativas de restringir 0 conceito de evolugao a biologia sdo gratuitas. A vida é produto da evolugio da natureza inorganica, e o homem é produto da evolugio da vida”. Escrevendo na publicago Scien- tific American, Ernst Mayr observou que “a visio de mundo do homem de hoje € dominada pela [evolu- ¢io]...”"” Do mesmo modo, o renomado ecologista Rene Dubois observou na American Scientist: “Os conceitos evolucionistas so aplicados também as instituigdes so- ciais e As artes. De fato, a maioria dos partidos politi- cos, assim como escolas de teologia, sociologia, histé- ria, ou artes, ensinam esses conceitos e fazem deles a base das suas doutrinas”."* Como se para simbolizar essa influéncia universal da evoluciio, a propria O. N. U. vem sendo dominada por uma perspectiva evolucionista. Por exemplo, Sir Julian Huxley foi o primeiro Diretor-Geral da UNESCO. Em seus anos formativos, a filosofia basica da UNESCO também orientava a O. N. U. Com relacao a isso, Hux- ley observou no The Humanist: “E essencial que a UNESCO adote uma abordagem evolucionista... A filo- sofia geral da UNESCO deve, ao que parece, ser um bu- 10 manismo cientifico mundial, global em extensdo e evo- lucionista em seu contexto... Assim sendo, a luta pela existéncia que sublinha a selegio natural é cada vez mais substituida pela selecdo consciente, a luta entre as idéias e a consciéncia”.’ Nas palavras do Secretario- Geral Adjunto da O. N. U., Robert Muller, promotor de certos ideais da Nova Era em todo 0 mundo: “Acredito que a coisa mais fundamental que podemos fazer hoje é crer na evolugao”.* Mas, e se a evolugaio for provada como sendo falsa? Mais ainda, como discutiremos em detalhes mais tarde, a crenga na evolugao pode ter conseqtiéncias inespera- das. Isso aconteceu com Darwin. Poucas pessoas sabem até que ponto Darwin tinha dtividas sobre a sua teoria, a qual ele confessou ser “penosamente hipotética”."* En- quanto lutava com as conseqiiéncias do teismo versus materialismo, ele sofreu fisica, mental e espiritualmen- te. Até o fim da sua vida, sua tentativa de escapar de Deus defendendo o que certa vez chamou de “evange- tho do diabo”, produziu uma guerra interior que resul- tou em sofrimento e angtistia para Darwin, tornando-o, as vezes, até mesmo irracional.’* Isso nao é de se surpreender. Darwin estava defendendo a incrivel idéia de que a vida universal originou-se in- teiramente da matéria inorgdnica ou, pelo menos, de al- gum germe primitivo. Unicamente por acaso. Todavia, até ele admitia nado conseguir encontrar qualquer evi- déncia real para a sua teoria.”’ E a maioria dos cientistas da sua época no podia aceitar a sua teoria em bases cientfficas.'’ A evolugao ganhou estatura no espago de trinta anos, nado por causa de evidéncia convincente a seu favor, mas porque o clima intelectual americano ja havia sido preparado para uma mudanga do teismo e so- 11 brenaturalismo para 0 humanismo e naturalismo.” De fato, o mundo recebeu Darwin de bragos abertos por es- tar pronto para ele. Significativamente, nos 140 anos subseqiientes, desde que Darwin formulou a sua teoria, os cientistas evolu- cionistas modernos ainda nao responderam com sucesso aos seus criticos. O registro fossil permanece inteira- mente deficiente de elos intermedidrios provados, nao existe ainda tempo suficiente para a evolugao ocorrer, nao foi ainda apresentado nenhum mecanismo de trans- formagao evolucionista digno de crédito, e as probabili- dades matemiaticas e leis cientfficas, tais como as que tratam da biogénese, termodinamica, e ciéncia de infor- magio, tornam a evolugao por acaso uma impossibilida- de.” Conforme observa 0 bidlogo molecular Michael Denton: “Nenhum dos dois axiomas fundamentais da teoria macroevolucionista de Darwin [i. e., (1) a conti- nuidade evolucionista da natureza ligando todas as for- mas de vida num continuo que volta 4 origem primal, e (2) o planejamento ajustavel da vida como resultante de processos cegos, aleatérios] foram validados por uma tinica descoberta empirica ou avanco cientifico desde 1859”,"! Por que a evolucao foi ent&o aceita, afinal? Nas paginas seguintes, buscaremos uma resposta para essa pergunta, assim como determinaremos a credibilidade dessa teo- ria e algumas das razGes para a sua influéncia. 12 Primeira Parte Evolu¢ao e Ciencia 3. O que é ciéncia? A teoria da evolugdo é realmente cientifica? Existem muitas interpretagdes populares erréneas com relagao & natureza da ciéncia. O fildsofo e cientista Dr. J. P. Moreland discute alguns desses mal-entendidos e observa que “até os cientistas hoje em dia, em contras- te com seus colegas de geragGes anteriores, estao fre- qiientemente despreparados para definir a ciéncia, des- de que tal projeto é de natureza filoséfica”.” De fato, Moreland cita varias definigdes padronizadas da cién- cia dadas em textos como College Physics (Fisica Uni- versitdria), Biological Science (Ciéncia Bioldgica), Webster’s New Collegiate Dictionary (Novo Diciondrio Universitario Webster), assim como a definigao de cién- cia do juiz William R. Overton na decis&o contra 0 cria- cionismo no famoso julgamento da ciéncia da criagao em Little Rock (Arkansas/EUA), em dezembro de 1981. Ele observa que nenhuma dessas definigdes é adequada.* A interagio entre a ciéncia e a filosofia € complexa. Nao existe uma definigao universal e clara do que é a 13 ciéncia. Estaremos em terreno mais seguro se definir- mos a ciéncia de maneira geral, notando a sua meto- dologia; em outras p lavras, o método cientifico. P: nossos propdsitos, a d io de ciéncia do Oxford American eee (Pasian Americano Oxford) adequada: “Um ramo de i ely demonstradas ou com fatos observados classifi- cados sistematicamente, mais ou menos ligados e apre- OTT ete (MCCOlOMN RMR CER PRES UCCam UCC) UBL (eyc eT ei TAR eM MS) Lon Coe ec dominio”. O trabalho cientifico envolve coisas como observagio, formulagaio de uma hipdtese, testes expe- rimentais para repetir as observagoes, previsibilidade, controle, etc.: © método cientifico ¢ aplicado observando e regis- trando em primeiro lugar certos fendmenos naturais. A seguir, 0 individuo formula uma generalizagao (hi- potese cientifica) baseada em suas fo) otro T-(rel to Ole sua vez, essa generalizacao permite que ele faca pre- Colreret Aan CC MMe] Mecrt MRA] O01 eda LUA oO periéncias para determinar se o resultado previsto ira ocorrer. Se as suas predigdes se mostrarem verdadei- tas, ele ira considerar entaéo a sua hipdtese como ve- rificada. Mediante confirmagao continua das predigoes (por exemplo, dele mesmo e de outras pessoas), a hipotese se tornaré uma teoria, e a teoria, com o tem- po e os testes, ira alcangar a condigao de lei (cien- tifica).* OM CM CRMC Ter Cem Ner Cc a eee MU CNC) e do método cientifico indica é que embora a evolugdo Remmnlelit ac do Pitre teMOt oiler come Maco eK Mae Ua COUitay em si nado é em ultima andlise cientifica, porque a evo- cy lugdo tem poucas, se é que as tem, “verdades demons- tradas” ou “fatos observados”. A microevolugio ou mu- taco estritamente limitada entre as espécies pode ser demonstrada, mas isso nada tem a ver com a evoluc¢iio como geralmente compreendida. Depois de citar evo- lucionistas que confessam que a evolucdo nao pode ser provada cientificamente, Wysong observa: “A evolugio nao é uma formulagao do verdadeiro método cientifi- co. Eles (esses cientistas) compreendem que evolugio significa a formagao inicial de organismos desconheci- dos a partir de produtos quimicos desconhecidos numa atmosfera ou oceano de composigao desconhecida, sob condigdes desconhecidas, cujos organismos subiram en- tao uma escada evolucionista desconhecida, mediante um processo desconhecido, deixando uma evidéncia desconhecida”.* Em outras palavras, até o ponto em que a ciéncia depen- der de verdades demonstradas ou fatos observados, a teoria da evolugao nao € ciéncia; pelo contrario, é uma filosofia. A. E. Wilder-Smith, que possui trés doutora- dos em ciéncia, observa: Conforme Kerkut mostrou [em sua obra /mplications of Evolution (Implicagdes da Evolugao)], o pensamento neo- darwinista ensina sete postulados maiores. Nenhuma dessas sete teses pode ser provada ou sequer testada experimentalmente. Se elas nado forem apoiadas por evi- déncia experimental, toda a teoria dificilmente podera ser considerada cientifica. Se os sete postulados principais do neodarwinismo nao forem experimentalmente passi- veis de teste, entao 0 neodarwinismo deve ser considera- do uma filosofia e nao uma ciéncia, pois a ciéncia se ocu- pa apenas da evidéncia que pode ser testada experimen- talmente.** 15 4. A evolucdo deveria ser proclamada como um fato cientifico comprovado? A evolucgio continua sendo apresentada como um fato estabelecido pela comunidade cientifica, mas principalmente por causa do ponto de vista mate- rialista, naturalista que impregna o mundo cientifi- co.”” Pierre-Paul Grasse, 0 conhecido zodlogo francés e ex-presidente da Academia Francesa de Ciéncias, de- clara em seu livro Evolution of Living Organisms (Evolucgdo dos Organismos Vivos): “Os zodlogos e botdnicos sdo quase unanimes em considerar a evo- lucéo como um fato e nao uma hipdtese. Concordo com essa posigao e a baseio principalmente em do- cumentos fornecidos pela paleontologia, i. e., a his- t6ria (f6ssil) do mundo organico”’.* Theodosius Dobz- hansky, que, segundo outro evolucionista renomado, Steven J. Gould de Harvard, é “o maior evolucio- nista do nosso século”,” afirma em seu texto pre- miado Mankind Evolving (Evolugdo da Humanida- de): “As provas da evolucdo sio agora questaéo de biologia elementar... Na época de Lamarck e Dar- win, a evolugio era uma hipétese; em nossos dias est4 provada”.*® O famoso cientista mundial George Gaylord Simpson, distinto professor de paleontolo- gia dos vertebrados no Museu de Zoologia Compa- rativa em Harvard, enfatiza em The Meaning of Evo- lution (O Significado da Evolugao): “Amplas provas foram repetidamente apresentadas e se acham 8 dis- posigao de quem quer que deseje conhecer realmen- te a verdade... No presente estudo, a verdade fac- tual da evolugio organica é tida como estabeleci- da..”°" 16 Carl Sagan é um conhecido astrénomo da Universida- de Cornell, tendo recebido 0 prémio Pulitzer como au- tor. Ele é talvez melhor conhecido como animador e co-autor da série Cosmos de televisao, vista em 60 pai- ses por aproximadamente 3% de toda a populagao mun- dial. A edigaéo em capa dura do Cosmos esteve na lis- ta de best-sellers do New York Times durante 70 sema- nas e pode ser o livro de ciéncias mais vendido na lingua inglesa no século vinte. Nesse livro, Sagan de- clara simplesmente: “A evolugao é um fato e nio uma > 32 teoria”. Por outro lado, os criacionistas e outros cientistas nio- evolucionistas argumentam que a evolugao nao pode ser considerada logicamente factual sem a apresentagao de qualquer evidéncia genuina: “Todos os dados verifica- dos nas biociéncias mostram que a evolucéo nao esta ocorrendo hoje, todos os dados reais nas geociéncias mostram que ela nao ocorreu no passado, e todos os da- dos genuinos nas ciéncias que se baseiam em fatos fis cos mostram que ela nao é absolutamente possivel. Nao obstante, a evoluc&éo € quase universalmente aceita co- mo fato em todas as ciéncias naturais”.** S6 podemos perguntar: “Por qué?” Outra vez, simplesmente porque a evolugao é mais uma filosofia do que uma ciéncia. O que isto significa? Considere os comentarios do erudito canadense Arthur C. Custance (Ph. D. em antropologia) e autor da obra em dez volumes Doorway Papers (Documentos Intro- dutérios) . Ele € membro da Canadian Physiological Society (Sociedade Canadense de Fisiologia), do Royal Anthropological Institute (Instituto Antropoldgico Real) e da Academy of Sciences (Academia de Ciéncias) de Nova Torque. 17 Em “Evolution: An Irrational Faith” (“Evolugio: Uma Fé Irracional”), ele observa: Todos os fundamentos da fé evolucionista ortodoxa mos- traram ter validade extremamente duvidosa ou serem simplesmente contrdérios aos fatos... Tao basicas sao essas suposigdes [evolucionistas] erradas que toda a teoria é hoje largamente mantida a despeito [e com su- porte] desses erros e nao por causa das evidéncias... Como resultado, para a grande maioria dos estudantes e para esse grande e mal-definido grupo, “o publico”, ela deixou de ser tdpico de debate. Por ser tanto inca- paz de ser provada como também nao poder ser ques- tionada, mantém-se virtualmente intocada pelos dados que de algum modo a desafiam. Ela se tornou irracio- nal no senso mais estrito... Informagées ou conceitos que desafiam a teoria quase nunca sao ouvidos impar- cialmente...* De fato, na opinido desse considerado erudito: “A filo- sofia evolucionista se tornou na verdade um estado de espirito, poder-se-ia quase dizer uma espécie de prisado mental em vez de uma atitude cientffica... Equacionar uma interpretagio particular dos dados com os préprios dados € evidéncia de confusio mental... A teoria da evolucao... € prejudicial a inteligéncia normal e deforma o julgamento”.*® Ele conclui: “Em resumo, as premissas da teoria evolu- cionista sao tao invdlidas quanto poderiam ser... Se a teoria evolucionista fosse estritamente cientffica, ela te- ria sido abandonada hé muito. Mas, por ser mais uma filosofia do que uma ciéncia, nao é suscetivel ao meca- nismo de autocorregao que governa todos os outros ra- mos da investigagiio cientifica’”.** 18 5. Os cientistas sao sempre objetivos? Os cientistas sio pessoas. Portanto, a ciéncia tem a sua dose de ambic4o, supresséo da verdade, preconceito, cobiga, plagio, manipulagio de dados, etc. Isso é prova- do pelo professor de urologia da Faculdade de Medicina de Tel Aviv, Alexander Kohn, em sua obra False Pro- phets: Fraud and Error in Science and Medicine (Fal- sos Profetas: Fraude e Erro na Ciéncia e na Medicina) [1986] e por Broad e Wade em Betrayers of Truth: Fraud and Deceit in the Halls of Science (Traidores da Verdade: Fraude e Dolo nos Corredores da Ciéncia) [1982]. Os preconceitos que muitos cientistas tém contra 0 cria- cionismo cientifico podem ser vistos através de exem- plos contemporaneos. Quando um dos maiores pensadores dos tempos mo- dernos, Mortimer J. Adler da Universidade de Chi- cago, se referiu 4 evolugio como um “mito popu- lar’, Martin Gardner o incluiu em seu estudo de charlaties e fraudes em Fads and Fallacies in the Name of Science (Modismos e Mentiras em Nome da Ciéncia).” Como filésofo e historiador, o Dr. Rou- sas Rushdoony observa: “Questionar 0 mito ou exi- gir provas € ser considerado como herege moderno e louco”.* Considere 0 caso do Dr. A. E. Wilder-Smith. Smith ob- teve trés doutorados em ciéncias. Sua carreira académi- ca notavel estende-se por 40 anos, incluindo a publica- cao de mais de 100 artigos cientificos e mais de 40 li- vros editados em 17 idiomas. Antes de discutir seu proprio caso, ele ilustra com dois outros em que cientis- 19 tas eminentes foram silenciados por terem ousado duvi- dar da teoria evolucionista: Além disso, a situag&o é tal hoje, que qualquer cien- tista que expresse dUvidas sobre a teoria evolucionis- ta é rapidamente silenciado. Sir Fred Hoyle, 0 famo- so astrénomo, estava bem cotado para receber o Pré- mio Nobel. Todavia, depois de terem aparecido seus livros expressando duvidas matematicamente apoia- das sobre o darwinismo, ele foi logo eliminado. Seus livros tiveram uma critica negativa e ninguém mais falou do seu Prémio Nobel. O caso dos métodos de datacgao pela halo desenvolvidos por Robert V. Gentry contam a mesma historia. Gentry apresentou boa evi- déncia de que a idade da terra, quando medida pe- lo método de radiagao do halo, usando polénio, po- dia nao ser tao grande quanto se pensara quando medida por métodos mais convencionais. Um postu- lado desse tipo teria roubado ao darwinismo a sua principal arma, a saber, os longos periodos de tem- po. Gentry perdeu seus subsidios para pesquisa e 0 emprego de uma so vez. Mediante métodos desse tipo, quase sempre chegando as raias do psicoterror, 6 que a moderna teoria do flogisti- co (neodarwinismo) continua ainda sendo incluida em quase todas as publicagdes cientificas de nossos dias. Eu mesmo fiz a palestra memorial de Huxley na Oxford Union da Universidade de Oxford, em 14 de fevereiro de 1986. Minhas teses foram bem recebidas até pelos meus oponentes no debate que se seguiu a palestra. Mas, até hoje nao consegui persuadir nenhum jornal cientifico bem conceituado a publicar o manuscrito. A resposta 6 sem- pre que 0 texto nao se ajusta ao seu esquema de publica- goes. 20 Recentemente (dezembro de 1986) recebi um pedido de informagées da Radcliffe Science Library, de Oxford, per- guntando se realmente fizera a palestra memorial de Huxley em 14 de fevereiro de 1986. Nenhum registro des- sa palestra como parte do debate da Oxford Union fora encontrado em qualquer biblioteca, nem o contetido do mesmo tinha sido oficialmente registrado. Nenhum jornal, radio ou emissora de televisdo dissera nada a respeito. A censura 6, portanto, total sobre qualquer critica efetiva a respeito da ciéncia do neodarwinismo e sobre qualquer alternativa genuina.” Como documentado pelo Dr. Jerry Bergman e outros, existem milhares de casos de discriminag&o contra os criacionistas — professores de ciéncias competentes sen- do demitidos por ensinarem uma “abordagem de dois modelos” sobre as origens; professores de ciéncias alta- mente qualificados que nao conseguem estabilidade por se recusarem a declarar a sua fé na evolucio; teses de estudantes de ciéncias para o doutorado serem rejeita- das simplesmente por apoiarem a criagdo; estudantes serem expulsos da classe por desafiarem a idéia de que a evolucao é um fato.” O proeminente advogado Wendell R. Bird, autor da obra The Origin of Species Revisited (A Origem das Es- pécies Revisitada), observa que “‘a maior parte da edu- cagao superior € dogmatica e irracionalmente compro- metida em afirmar a evolugao e suprimir a ciéncia da criagdo, nao com base na evidéncia cientifica, mas ape- sar dessa evidéncia”. Ele se refere corretamente a “into- lerancia’, “histeria” e “injustiga” do estabelecimento evolucionista e as “intoleraveis rejeigdes de estabilida- de, negativas de promogao, de renovagao de contratos, de titulos merecidos, de admissdo em programas de 21 pos- graduagao, e outras discriminagdes contra aquela minoria que discorda do dogmatismo predominante e ousa confirmar aciéncia da criago... Ao fazer uma pesquisa para The Criterion, o Dr. Berg- man entrevistou mais de 100 criacionistas que tinham pelo menos um doutorado em ciéncias, a maioria com um titulo de doutor em filosofia — entre eles alguns ga- nhadores de prémios Nobel e outros com muiltiplos dou- torados em ciéncias. “Nao obstante, todos, sem exce- cio, afirmaram ter experimentado alguma discrimina- cio... alguns casos eram tragicos em relagao a extensdo das conseqiiéncias da discriminagdo, incluindo até 9042 ameacas de morte. A hipocrisia em tudo isso parece evidente. O estabeleci- mento evolucionista exige liberdade de expressdo para si mesmo, mas a recusa para os seus oponentes. Nas pa- lavras do Dr. Thomas Dwight de Harvard: “A tirania na questao da evolucao é esmagadora, a um ponto que nin- guém de fora faz idéia”.* Em nossas faculdades ¢ uni- versidades hoje, a f€ cristi pode ser ridicularizada o tempo todo, a Constituigao criticada, 0 casamento avil- tado, a moralidade posta em diivida, mas a teoria da evolugio € de algum modo sacrossanta. O professor Paul Shoray da Universidade de Chicago observou: “Nao existe causa téo completamente imune as criticas em nossos dias como a da evolugao”.* Até mesmo o chefe do departamento de ciéncias de uma universidade da Ivy League (as grandes faculda- des do nordeste dos E. U. A., Harvard, Princeton, Ya- le, etc. — N. T.) rasgou um artigo na publicagao Syste- matic Zoology (Zoologia Sistemdtica) por criticar a selecdo natural. Quando confrontado ele disse: “Nao 22 creio em censura, qualquer que seja a sua forma, mas nao podia suportar a idéia de meus alunos lerem es- se artigo”."* 6. Por que os cientistas materialistas aceitam a evolu¢ao? Existe uma suposicdo tacita de que a ciéncia, até mes- mo nas questdes referentes as origens, deve ser natura- lista. Ela é definida desse modo. Depois de uma refle- x4o individual, os cientistas materialistas de hoje po- dem achar dificil imaginar que toda a vida na terra se originou por acaso da matéria inorgdnica, porém, mui- tos acham a idéia da criagao divina ainda mais dificil. Para esses cientistas, a evolugdo deve ser aceita como uma necessidade filos6fica, sem levar em conta a evi- déncia cientifica. Mas, até que ponto essa abordagem é sensata? Ideal- mente, a ciéncia deve envolver uma busca da verdade de maneira objetiva, onde quer que essa procura possa levar. Se os fatos cientificos realmente apontarem para a criacgdo, isso pode ser pelo menos concedido, quer seja ou nao pessoalmente aceito. Considere os comentarios do eminente cientista espacial Dr. Wernher von Braun, inventor do foguete Saturno e o pioneiro por tras do Onibus espacial. Ele é apenas um dos intimeros cientis- tas convencidos de que a boa ciéncia e a crenga num Criador andam de mios dadas: O v6o espacial tripulado pelo homem é um empreendi- mento estupendo, mas abriu até agora para a humanida- de apenas uma pequena porta para que pudesse ver a imensidao do espago. Olhar através dessa fresta para os 23 vastos mistérios do Universo deveria apenas confirmar nossa crenga na certeza de um Criador. Acho tao dificil compreender um cientista que nao reco- nhece a presenga de uma razdo superior por tras da exis- téncia do Universo, como compreender um tedlogo que negue os avangos da ciéncia. E nao ha certamente razao cientifica para Deus nao manter a mesma relevancia em nosso mundo moderno que possuia antes de comegar- mos a sondar a Sua criagdo munidos de telescopio, ciclo- tron, e veiculos espaciais.* Em Why Scientists Accept Evolution (Porque os Cien- tistas Aceitam a Evolugao), os Drs. Clark e Bales docu- mentam que “os homens no geral aceitam a evolugao porque a tinica alternativa é a criagéo de Deus”.” Em outras palavras, se a evolugio ndo for verdadeira, os cientistas materialistas se sentirao pouco 4 vontade com as implicagGes, pois serao confrontados com evidéncias da existéncia de Deus. Por nao desejarem aceitar 0 con- ceito da criag&o divina, “eles estruturam as hipdteses necessdrias para sustentar a hipdtese da evolugao”.* Assim sendo, muitos cientistas sinceros confessaram que as razGes por trés da sua fé na evolugio sao princi- palmente filosdficas e nao cientificas. Em parte alguma isso € melhor ilustrado do que citando o bidlogo da Universidade de Harvard, ganhador do prémio Nobel, Dr. George Wald, que confessou certa vez: “Basta con- templar a magnitude dessa tarefa para admitir que a ge- rag&o esponténea de um organismo vivo é impossivel. Todavia, aqui estamos nds — como resultado, creio eu, da gerac&o espontanea”. Mas, um ano antes, o Dr. Wald declarou o que era evidentemente 0 verdadeiro problema: 24 A idéia razoavel era crer na geracdo espontanea; a unica alternativa seria crer no ato Unico, primario, da criagao sobrenatural. Nao ha uma terceira posigao. Por esse mo- tivo, ha um século, muitos cientistas decidiram considerar a crenga na geracgao espontanea como sendo uma ne- cessidade filosdfica... A maioria dos bidlogos modernos, tendo visto com satisfagaéo a queda da hipdtese da gera- cdo espontanea, mas, relutando em aceitar a crenga na criagao especial, ficaram num verdadeiro vacuo.” Outro cientista, G. Fana, confessou: “Vamos admitir sem mais preambulos: 0 sucesso alcangado pela teoria da evolugdo nao é devido principalmente ao seu cardter auto-evidente, pois até os fatos mais geralmente admiti- dos nem sempre podem ser reconciliados com ela, mas sim 4 simpatia do mundo cientifico pelo ‘dogma’ do materialismo cientifico”.*' O cientista Louis T. More fez a seguinte confissao: “Quando, todavia, examinamos essas causas da nossa crenga [na evolugao], descobrimos que — aceitando o nosso desejo de eliminar a criag&o especial e, geralmen- te, o que chamamos de milagroso — a maioria delas po- de ser considerada apenas como razGes secundarias pa- 3 52 ra confirmar uma teoria jd apresentada”. 7. Como é possivel que tantos cientistas estejam errados em sua cren¢a na evolu¢cao? A histéria da ciéncia revela muitos casos em que a maioria dos cientistas foi convencida quanto a uma determinada teoria, estando todavia errados. Além dis- so, quando se trata de discutir a quest&o da criagao/evo- a5 lugao, muitos cientistas hoje parecem estar simples- mente com a mente fechada. Por qué? Porque a cién- cia moderna esté comprometida com a ideologia da evoluc&o e, sempre que existe um compromisso filo- s6fico com uma determinada ideologia, surge tipica- mente certa relutancia em considerar pontos de vista alternativos. De fato, existem varias razGes para explicar porque os cientistas que aceitam a evolugdo podem estar errados. Entre elas vamos mencionar quatro. 1. Uma teoria falsa pode ser aceita, assumindo erroneamente que nao ha teorias legitimas para substitui-la. O Dr. Wilder-Smith observa que quando o mundo cien- tifico moderno adere A teoria evolucionista, “nao é cer- tamente porque a evidéncia experimental encorage 0 mundo cientffico a fazer isso”.* Ele explica que 0 com- promisso com o materialismo é 0 problema. Portanto: Nao temos no momento nenhuma outra alternativa pura- mente cientifica que postule uma base cientifica pura- mente materialista para a biogénese e a biologia. Repe- tindo, nao ha no presente qualquer alternativa para Dar- win. O criacionismo, por ser religioso, tem pouca utilidade para o pensamento materialista atual. Nao passa de um assunto irrelevante, digno apenas de ridiculo... Os cien- tistas cuja educagao é darwiniana e, portanto, naturalis- ta, nao tém por essa razao qualquer alternativa real pa- ra o darwinismo. Esta é, talvez, uma das principais ra- z6es para a vitoria do darwinismo ainda hoje, embora a evidéncia cumulativa da ciéncia seja firmemente contra a teoria.* 26 Mas, e se houver uma opgao cientifica legitima pa- ra a evolugdo que nao seja materialista? Por exem- plo, Wendell R. Bird, diplomado pela Faculdade de Direito de Yale, documenta solidamente que a teo- tia do “aparecimento repentino” € inteiramente cien- tifica, e que tal teoria foi apresentada cientificamen- te por cientistas de uma época anterior. Além do mais, cle mostra que a criagéo em si nao é neces- sariamente religiosa; ela pode ser também inteira- mente cientifica.* 2. Uma teoria falsa pode ser aceita porque os fatos cientificos podem ser interpretados erradamente ou for¢ados a se ajustar a ela. Os fatos do mundo natural sao conhecidos por todo cientista, criacionista ou evolucionista. A questéo em debate € a interpretagéo desses fatos. Todavia, os fatos cientificos no s6 podem parecer ajustar-se a uma falsa teoria, como podem tornar-se eles mesmos irrelevantes por causa do apelo intrinseco de um paradigma especi- fico cuja preservagio se torne essencial: Todavia, por mais convincentes que essas refutagdes [da evolugaéo] possam parecer, sem levar em conta quao contraditoria e irreal grande parte da estrutura darwiniana possa parecer agora a quem quer que de- seje defendé-la, como fildsofos e cientistas do porte de Thomas Kuhn e Paul Feyerabend salientaram, é impossivel falsificar teorias mediante referéncias aos fatos ou, na verdade, mediante qualquer tipo de ar- gumento racional ou empirico. A historia da ciéncia corrobora amplamente o que Kuhn chamou de “prio- ridade do paradigma” e oferece inimeros exemplos fascinantes dos esforcos extraordinarios que os mem- 27 bros da comunidade cientifica estao dispostos a fazer para defender uma teoria, desde que ela contenha su- ficiente apelo intrinseco.* O conceito do flogistico é um exemplo instrutivo. A teoria do flogistico “admitia que todos os corpos com- bustiveis, inclusive os metais, continham um material comum, 0 flogistico, que escapava durante a combus- tao, mas podia ser facilmente transferido de um para 237 outro corpo” - Os experimentos cientificos com zinco e fésforo pare- ceram provar a teoria do flogfstico.* O conceito foi ple- namente aceito durante cem anos e debatido durante outros cem antes de ser finalmente refutado. Mas, de fato, “a teoria era uma deturpagao total da realidade. O flogistico nem sequer existia; entretanto, a sua existén- cia foi firmemente tida como verdadeira e a teoria apli- cada rigidamente por quase cem anos durante 0 sécu- lo 18”.° Os fatos embaracosos eram astutamente assimilados, justificados, ou ignorados; a maneira da ciéncia tratar com os fatos foi determinada pela prépria teoria falsa. Os fatos tinham de curvar-se 4 “verdade” do flogistico; dificilmente alguém se preocupou sequer em considerar uma teoria alternativa. Assim sendo, conforme o tempo foi passando e mais descobertas foram sendo feitas, que tornaram cada vez mais dificil crer no flogistico, a teo- ria nao foi rejeitada, mas “modificada pela insergaio de novas suposigGes injustificadas e ad hoc sobre a nature- za do flogistico”.@ Em seu livro Origins of Modern Science (Origens da Ciéncia Moderna), o Professor H. Butterfield observa 28 como a teoria do flogistico levou na verdade os cientis- tas a ficarem intelectualmente incapacitados para tratar com a evidéncia: --aS duas Ultimas décadas do século 18 d&o uma das provas mais espetaculares sobre o fato de que homens capazes que tinham a verdade debaixo do prdprio nariz, possuiam todos os ingredientes para a solucdo do pro- blema — justamente aqueles que haviam feito as desco- bertas estratégicas — ficaram incapacitados pela teoria do flogistico de compreenderem as implicagdes do seu pré- prio trabalho." Denton comenta: “Nao € dificil encontrar inversdes do senso comum no pensamento evolucionista mo- derno, as quais lembram surpreendentemente a gi- nastica mental dos quimicos flogisticos... O darwi- nista, em lugar de questionar a estrutura ortodoxa como o bom senso parecia ditar, tenta justificar a sua posicéo mediante propostas ad hic... que para os céticos s&o racionalizagdes auto-evidentes para neutralizar 0 que é, em face disso, evidéncia nega- 39 62 tiva”.° Desse modo, os grandes e espinhosos proble- mas cientificos relativos 4 moderna teoria da evolu- ¢ao nao constituem uma refutagdo das alegagées dar- winianas; mas, sim, situagdes que exigem ajustes A teoria, a fim de que ela possa ser preservada a to- do custo. 3. Uma falsa teoria pode ser aceita porque os cientistas supdem que ela é verdadeira s6 por causa do apoio amplo e geral. No caso da evolucao, ninguém questiona a teoria bdsica porque todos a aceitam: 29 O fato de toda publicagao, debate académico e discus- sdes populares pressuporem a verdade da teoria dar- winiana tende a reforgar enormemente a sua credibili- dade. Isso deve ser assim porque, como os socidlogos do conhecimento insistem em ressaltar, é pela conver- sa no sentido mais amplo da palavra que nossos pon- tos de vista e concepgdes da realidade sao mantidos e, portanto, a plausibilidade de qualquer teoria ou visao de mundo depende em grande parte do apoio social que recebe em vez do seu contetido empirico ou con- sisténcia racional. Desse modo, toda afirmagao difundi- da sobre a validade da teoria darwiniana teve o efeito inevitavel de elevar o seu status até tornar-se um axio- ma inexpugnavel que nao pode estar de modo algum errado.* Vem daf o refrio constante de que a evolugao é um “fa- to cientifico indiscutivel”. Além disso, toda divergéncia da visio corrente se torna irracional por definigao. Co- mo P. Feyerabend argumenta em seu artigo “Problemas do Empirismo” na obra Beyond the Edge of Certainty (Além do Limite da Certeza): “O mito, portanto, nao tem relevancia objetiva, ele continua a existir somente como resultado do esforco da comunidade de crentes e de seus lfderes, sejam eles sacerdotes ou ganhadores do Prémio Nobel. O seu ‘sucesso’ é totalmente fabricado 72 64 pelo homem” 4. Uma teoria falsa pode ser aceita pelos cientistas porque eles preferem as suas implicagoes filosdficas. Por exemplo, existem intimeros cientistas materia- listas que sao também ateus e, portanto, ficam fe- lizes em aceitar as implicacGes atefstas da evolugao 30 naturalista. Aqui, 0 verdadeiro propésito da evolu- cao é explicar as coisas sem recorrer a Deus. Os cientistas nado passam de homens e, se a inclinac&o naturalista do coragdo humano é uma tentativa de fugir de Deus, entéo a evolugiéo € certamente uma teoria atraente. Muitos cientistas modernos salientaram com aparente satisfagdo que, tendo em vista a evolugao, nao ha neces- sidade de levar Deus em consideragao. Isso nos leva a suspeitar que alguns desses cientistas podem ter moti- vos ulteriores para desejar que a evolucao seja verdadei- ra.® Por exemplo, em seu livro Heredity, Race and So- ciety (Hereditariedade, Raga e Sociedade), Theodosius Dobzhansky observa: “A maioria das pessoas, porém, recebeu a prova cientifica desse ponto de vista [i. e., a evolucao] como uma grande libertagdo da serviddo es- piritual, e viu nela a promessa de um futuro melhor”. Aldous Huxley confessou certa vez em seu Ends and Means (Fins e Meios): Tive motivos para nao desejar que o mundo tivesse um significado; conseqiientemente assumi que nao tinha, nao tendo dificuldade em encontrar raz6es satisfatorias para essa suposi¢ao... O filésofo que nao encontra sen- tido no mundo, nao esta preocupado exclusivamente com um problema de metafisica pura; ele também se ocupa em provar que n&o existe razao valida para que n&o possa agir como quer, ou que seus amigos nao devam apossar-se do poder politico e governar da ma- neira que achem mais vantajosa para si mesmos. Quan- to a mim e, sem duvida, para a maioria dos meus con- temporaneos, a filosofia da falta de significado era es- sencialmente um instrumento de libertagéo (sexual e politica)”.” 31 8. O que a teoria das probabilidades diz sobre a evolucdao - e isso torna a evolug¢do um milagre “maior” do que a criag¢do? A idéia de que tudo veio do nada é um tanto dificil de aceitar, até para os cientistas. Em vista da ciéncia mo- derna descobrir cada vez mais a complexidade indescri- tivel do mundo organico e deixar simultaneamente de explicar a natureza da abiogénese (formagao de um or- ganismo vivo a partir de matéria nado viva), a natureza milagrosa de todas as teorias das origens parece tornar- se mais aparente. Num certo sentido, o termo milagre nao fica especificamente restrito 4 ideologia criacionis- ta. O bioquimico Dr. Francis Crick, ganhador do Prémio Nobel, comentou: “Um homem sincero, armado com todo o conhecimento de que dispomos agora, s6 pode- ria afirmar que, num certo sentido, a origem da vida parece no momento ser quase um milagre, tantas sao as condigdes que teriam de ser satisfeitas para fazé-la existir”.* O companheiro de pesquisas de Hoyle, Chandra Wic- kramasinge, também notou: “Ao contrario da no¢gao popular de que s6 o criacionismo se apdia no sobre- natural, o evolucionismo deve também apoiar-se, des- de que as probabilidades da formagao da vida ao aca- so sao téo pequenas que exigem um ‘milagre’ de ge- rac4o espontanea equivalente a um argumento teold- gico”.? Carl Sagan e outros cientistas renomados calcularam a possibilidade do homem ter evoluido em aproximada- 32 mente 1 em 10°". Esse € um ntimero com dois bi- lhGes de zeros 4 direita e poderia ser escrito em cerca de 20.000 livros do tamanho deste. Segundo a lei de Borel, isso indica nao haver probabilidade alguma. De fato, es- sa possibilidade é téo minima que chega a ser inconce- bivel. Portanto, s6 para argumentar, vamos estudar uma visdo infinitamente mais favordvel em relacio a proba- bilidade da evolugao ter ocorrido. E se as chances forem apenas de 1 em 10'""? Mas, até mesmo esse ntimero es- ta infinitamente acima da lei das probabilidades de Bo- rel (1 em 10*) — além da qual os eventos simplesmente nao ocorrem.” Assim sendo, em “Algorithms and the Neo-Darwinian Theory of Evolution” (“Algoritmos e a Teoria Neodar- winista da Evolugao”), Marcel P. Schutzenberger da Universidade de Paris, Franga, calculou a probabilidade da evolucg&o baseado na mutac&o e na selecao natural. Como muitos outros cientistas, ele também concluiu que ela era “inconcebivel”, porque a probabilidade de um processo ao acaso realizar isso € zero: “Nao ha pro- babilidade (10') de ver esse mecanismo surgir espon- taneamente e, se surgisse, menos ainda de que se manti- vesse... Para concluir, cremos que existe uma brecha considerdvel na Teoria Neodarwinista da evolugio, e cremos que essa brecha é de natureza tal que nao pode ser fechada dentro da concepgdo corrente da biolo- 272 gia’. Os cientistas evolucionistas chamaram apenas uma chance em 10" de “impossibilidade virtual”.” Desse modo, como podem crer em algo que tem muito menos do que uma chance em 10'? Afinal, quaéo pequena é uma chance em 10"? Ela &é muito pequena — uma chance em 10” é apenas uma chance em um trilhao. 33 Podemos medir também o tamanho de 1 em 10' (um ntimero com mil zeros) considerando o nimero-teste 10'". Quao grande é esse numero? Primeiro, considere que o ntimero de Atomos no ponto final desta frase seja de aproximadamente 3.000 trilhdes. Em 10'” anos, uma ameba poderia transportar todos os dtomos, um de cada vez, em 600.000 trilhdes, trilhdes, trilhdes, trilhdes de universos do tamanho do nosso, de uma para outra ex- tremidade do Universo (supondo uma distancia de 30 bilhdes de anos-luz), andando numa velocidade terrivel- mente lenta de 2,54 centfmetros a cada 15 bilhdes de anos.” Todavia, uma possibilidade em 10!" nao arranha sequer a superficie de uma possibilidade em 10! — a “probabilidade” de que a vida pudesse supostamente evoluir. Perguntamos de novo, quem pode crer em algo cujas chances sao de 1 em 10° até 1 em 107°? Se, como argumento ha apenas duas respostas possiveis 4 questo das origens, entdo a refutagao de uma logica- mente prova a outra. Se A ou B sao as tinicas explica- des possiveis de um evento, e A é refutada, s6 B pode ser considerada a causa. Se as probabilidades da evolu- ¢ao forem, por exemplo, uma em 10'*, entdo as proba- bilidades da criagio ocorrer seriam 0 oposto — isto € 99.9 (seguidos de mais 999 noves). O evolucionista George Wald, da Universidade de Harvard, declarou que uma porcentagem de 99.995 é “quase inevitdvel”.”* Entao, o que dizer de 99.999999999999999 (mais 985 noves) — que € exatamente a “probabilidade” da criagao ter ocorrido? Nao 6, portanto, surpreendente ouvir o famoso astréno- mo Sir Fred Hoyle admitir que a chance de formas su- periores de vida terem emergido através dos processos evolucionistas é compardvel 4 de um “tornado varrer 34 um depésito de sucata e construir um Boeing 747 com o material nele contido”.”° 9. O que os fatores de planejamento e exatiddo ensinam sobre a evolu¢do? A evidéncia esmagadora a favor do planejamento na criagao explica porque literalmente milhares de cientis- tas de primeira linha permanecem estritamente criacio- nistas ou defstas, aceitando que o Universo sé pode ser obra de um Criador divino. Intimeros cientistas rejeitaram 0 argumento de planeja- mento como “um conceito fundamentalmente metafisi- co e a priori sendo, portanto, cientificamente falho”.” Mas essa avaliacao é falsa: “Pelo contrario, a inferéncia do planejamento é uma indug&o puramente a posteriori baseada numa aplicag&o inexoravelmente consistente da légica da analogia. A conclusao pode ter implicacées religiosas, mas nao depende de pressuposig6es religio- sas”.”* De fato, a incrivel complexidade de todo ser vivo ofere- ce evidéncia obrigatéria de que a vida jamais poderia ter surgido mediante processos casuais.” Desse modo, em qualquer lugar que observemos a natureza, a hip6te- se de que as coisas surgiram por acaso entra em conflito com tudo que vemos diante de nés: E a absoluta universalidade da perfeigao, o fato de nos depararmos com uma elegancia e uma engenhosidade de qualidade tao transcendental, nado importa por onde olharmos, nem a que profundidade buscarmos, que entra em litigio com a idéia do acaso... Em praticamente todos 35 os campos da pesquisa bioldgica fundamental, niveis crescentes de planejamento e complexidade sao revela- dos numa velocidade cada vez maior... Para os que ainda afirmam dogmaticamente que toda essa nova realidade resulta do puro acaso, podemos responder apenas, como Alice [no Pais das Maravilhas], incrédula em face da ldgi- ca contraditoria da Rainha Vermelha: “Alice riu. ‘Nao adianta tentar’, disse ela. ‘Nao se pode crer em coisas impossiveis’. ‘Ouso dizer que vocé nao teve muita prati- ca’, respondeu a Rainha. ‘Quando tinha a sua idade fazia isso meia hora por dia. Algumas vezes acreditei em até seis coisas impossiveis antes do café’ O contetido de informag&o nas criaturas vivas do mundo — animal, planta, e homem — esta infinitamente além das bibliotecas de mil mundos. O DNA de uma tinica ame- ba tem informagiio suficiente para encher mais de mil vezes toda a Enciclopédia Britanica."' Todavia, para sustentar 0 bom nome da ciéncia nos pedem para crer que tal complexidade surgiu por acaso do nada absolu- to. E preciso esticar demais a credulidade para deduzir que as coisas mais complexas da natureza resultaram do acaso, quando todos os fatos e evidéncia que possuimos com rela¢4o a objetos feitos pelo homem afirmam que esses itens muito mais simples tiveram de resultar da inteligéncia, planejamento e projeto. Em outras pala- vras, se os itens extremamente “simples” que os ho- mens fabricam, tais como relégios e computadores, re- querem e até exigem inteligéncia para a sua produgao, como entao o mundo muito mais complexo da natureza surgiu por mero acaso sem qualquer inteligéncia? Considere uma tinica célula. Em seu livro Evolution: A Theory in Crisis (Evolugdo: Uma Teoria em Crise), 0 bidlogo molecular Dr. Michael Denton discute uma pe- 36 quena fragio da complexidade de uma tinica célula. Ele afirma: “Em talvez nenhuma outra area da biologia mo- derna o desafio [4 evolugao] resultante da extrema com- plexidade e engenho das adaptag6es bioldgicas é mais aparente do que no novo e fascinante mundo molecular 39 82 da célula”. Se tivéssemos de expandir uma Unica célula um bilhdo de vezes até que alcancasse 24 quilémetros de diame- tro, verfamos entao algo de complexidade inigualavel e projeto adaptavel.* Até os componentes mais simples e funcionais da célu- la, tais como as moléculas de proteina, seriam revelados como segmentos altamente organizados e tremenda- mente complexos do mecanismo molecular. Em qual- quer diregio que olhdssemos, haveria um ntimero in- contdvel dessas maquinas-rob6. Poderiamos ver que ca- da molécula era feita de aproximadamente 3.000 Atomos arranjados em conformagées espaciais, tridi- mensionais e superiormente organizadas. “Ficariamos ainda mais surpresos ao observar as atividades estranha- mente deliberadas dessas maquinas moleculares esqui- sitas, especialmente quando compreendéssemos que, apesar de todo 0 nosso conhecimento acumulado de fi- sica e quimica, a tarefa de projetar uma dessas maqui- nas moleculares — que é uma tinica molécula funcional de proteina — estaria completamente além da nossa ca- pacidade”.“ Em outras palavras, até a complexidade e o contetido de informagao das “simples” moléculas sao t&o vastos que se tornam praticamente inconcebiveis. De fato, supor que moléculas assim tao complexas pu- dessem ter-se originado mediante qualquer esquema de evolugao bioldégica é inacreditavel: “As moléculas com- plexas, essenciais a determinados organismos, tém fre- 37 qiientemente um contetido tao vasto de informagao que... tornam a teoria da evolucio efetivamente impos- sivel”.© De fato, ao viajar por essa célula gigantesca, o que esta- tiamos vendo é um objeto semelhante a uma fabrica automatizada, maior que uma cidade e realizando tantas fungdes unicas quan- to todas as atividades de fabricag&o do homem na terra. Todavia, seria uma fabrica com uma capacidade inatingi- vel por qualquer das nossas maquinas mais avancadas, pois seria capaz de reproduzir toda a sua estrutura em questo de horas. Testemunhar tal ato multiplicado um bi- Ihdo de vezes seria um espetadculo que provocaria sem duvida reveréncia.”* Quando passamos do nivel celular para o do cérebro humano, o cendrio evolutivo se torna ainda mais im- plausivel. Quase ninguém negaria que o cérebro huma- no, pesando apenas 1,3 quilos, é a estrutura mais com- plexa do Universo. “Neurologistas e outros cientistas especializados calcularam que um espago de 1.5 x 10° kw de energia elétrica, 1 x 10” fios, 1 x 10°! tubos-mi- niatura, e 2 x 10° dolares seriam necessdrios para imi- tar, mesmo grosseiramente, 0 cérebro humano do ponto de vista fisiolégico”.” O cérebro humano consiste de cerca de dez bilhdes de células nervosas. Cada uma dessas dez bilhdes de célu- las nervosas compreendem entre dez mil e cem mil fi- bras interligadas que as capacitam a fazer contato com outras células nervosas no cérebro. O total de ligagdes no cérebro humano 6é, portanto, proximo de um quatri- Ih&o ou 10%. 38 Mesmo que apenas uma centésima parte das ligagdes do cérebro fosse especificamente organizada, isso ainda re- presentaria um sistema contendo um numero muito maior de ligagdes especificas do que toda a rede de comunica- gdes do mundo. Em vista do vasto numero de ligagdes adaptaveis Unicas, levaria uma eternidade para montar um objeto remotamente semelhante ao cérebro, mesmo aplicando as técnicas de engenharia mais sofisticadas.* A suposi¢&o de que tais complexidades na célula e no cérebro possam ocorrer inteiramente por acaso tem le- vado alguns cientistas a se referirem agora 4 evolugao como sendo um mito e até uma afronta 4 razd4o. O Dr. Nils Heribert-Nilsson foi um conhecido botanico e ge- neticista sueco. Quase no final de sua distinta carreira, ele escreveu sua grande obra Synthetische Artbildung (Especiagao Sintética) , um tratado completo de mais de 1.000 paginas que representou uma vida de traba- lho cientffico e experimentacdo pratica. Seus longos anos de pesquisas experimentais lhe ensinaram que a idéia da evolugao era “absolutamente impossivel”, al- go mais adequado & “Alice no Pais das Maravilhas”. Ele finalmente concluiu: “Um exame cuidadoso revela uma impossibilidade empirica inerente 4 idéia da evo- lugao”.89 Robert E. D. Clark (Ph. D. em quimica organica, Uni- versidade de Cambridge) comenta em seu The Univer- se: Plan or Accident? (O Universo: Plano ou Aciden- te?): “A existéncia de planejamento na natureza é um fato que deve ser certamente tomado em consideragéo” porque “em cada ramo principal da ciéncia — fisica, geoffsica, astronomia, quimica, biologia — nos depara- mos com o mesmo fato surpreendente... Quase em toda parte ela [a natureza] mostra os sinais... de algo sobre 0 39 qual s6 podemos pensar em termos de engenhosidade e projeto deliberado”.” 10. Existem cientistas que acreditam que a evolucdo prejudicou a causa da ciéncia? Apesar do seu monopélio sobre 0 mundo cientifico, um numero significativo de cientistas notdveis sentiu que, quaisquer que sejam os beneffcios que possa ter, a teo- ria da evolugao foi também prejudicial 4 causa da cién- cia. O Dr. A. E. Wilder-Smith enfatiza que a “mao morta do darwinismo pesou bastante sobre o progresso [cientifi- co] por mais de um século”.” J. W. Fairbairn da Univer- sidade de Londres afirma que 0 pensamento evolucio- nista teve “um efeito deletério sobre taxonomia prati- >? 92 ca. O Dr. W. R. Thompson, renomado entomologista, em sua introdugao 4 edicao do centendrio do livro de Dar- win, A Origem das Espécies, observou que o darwinis- mo teve uma influéncia perniciosa sobre intimeras dis- ciplinas cientfficas, inclusive genética, biologia, classi- ficagéo e embriologia.” Ele argumentou que, em vista da evolucio ter-se tornado um dogma indefensavel a ser defendido a todo custo, a causa da ciéncia propriamente dita foi prejudicada: Essa situagao, em que cientistas se unem em defesa de uma doutrina que nao podem definir cientificamente e muito menos demonstrar com rigor cientifico, tentando manter a sua credibilidade junto ao puiblico suprimindo as 40 criticas e eliminando as dificuldades, é anormal e indese- javel na ciéncia.* O bioquimico e criacionista soviético Dr. Dmitri Kouz- netsov, de renome mundial, com trés doutorados em ciéncia, comentou também sobre as conseqiiéncias ne- gativas do pensamento evolucionista na ciéncia e em outros campos. Ele observa que na Riissia os cientistas geralmente “se tornam criacionistas com base cientiffi- ca”, notando que “os evolucionistas sao muito subjeti- vos quanto aos dados que decidem usar como evidéncia da sua teoria”.’> Depois de 40 anos de pesquisas cientificas, tentando provar a validade da teoria da evolugdo, o Dr. Nilsson concluiu que seu tempo tinha sido completamente des- perdigado. Ele ficou convencido de que a teoria da evo- lucao deveria ser inteiramente abandonada como uma grave obstrucao a pesquisa biolégica: O resultado final de todas as minhas investigagdes e es- tudos, a saber, que a idéia da evolugao, testada mediante experimentos em especiacao e ciéncias afins, sempre le- va a incriveis contradig6es e conseqliéncias desconcer- tantes, em vista das quais a teoria da evolugao deve ser inteiramente abandonada, ira sem duvida enraivecer mui- tos; e mais ainda a minha conclusao de que a teoria da evolugao nao pode ser de forma alguma considerada co- mo uma filosofia natural inécua, mas sim uma grave obs- trucao a pesquisa bioldgica. Ela impede, como ja foi mos- trado repetidamente, que se alcancem resultados consis- tentes, até mesmo de material experimental uniforme. Pois, em andlise final, tudo deve ser forgado a se adequar a esta teoria especulativa. Uma biologia exata nao pode ser, portanto, estabelecida.* 41 Isso tudo seja talvez a razao para outro cientista nota- vel, o Dr. Louis Bounoure, Diretor de Pesquisas do Centro Nacional de Pesquisas Cientificas na Franga, ter comentado certa vez: “A evolugio é um conto de fadas para adultos. A teoria nao ajudou nada no progresso da ciéncia. Ela é inutil”.” 11. A evolugdo exige tanta fé quanto o criacionismo? A evolugio requer fé. E possivel folhear centenas de li- vros didaticos evolucionistas e notar que, embora quase todos tenham certeza quanto ao suposto fato da evolu- ¢4o, todos esto igualmente incertos quando se trata de evidéncia s6lida para os detalhes da evolucio.* O pro- blema é complexo porque, embora a maioria dos espe- cialistas talvez conhega bem os problemas em seu pré- prio dominio, eles pressupdem qué a evidéncia a favor da evolugao estd bem estabelecida em outras areas. To- davia, ela nunca esta. Essa conclusao se torna evidente quando examinamos as dtividas expressas pelos cientis- tas em suas préprias especialidades quanto a evolugao.” Assim sendo, a moderna teoria da evolugio, em alguns aspectos, s6 substituiu uma fé religiosa (criagdo sobre- natural) por outra fé religiosa (evolugdo materialista). Poucos podem negar logicamente que ambas as teorias exigem f€ no miraculoso. A antropdloga Loren Eiseley observa em seu livro Immense Journey (Jornada Imen- sa): “Depois de repreender 0 tedlogo por sua confianga no mito e no milagre, a ciéncia se encontrou na pouco invejavel condic&o de ter de criar uma mitologia pré- pria: a saber, a suposig&o de que aquilo que, depois de longo esforgo, nao pode ser provado como tendo lugar 42 hoje, havia, na verdade, tido lugar no passado prime- vo”. O que isso significa em Ultima andlise é que a evolugio exige uma escolha pessoal — fé, se preferir — para crer nos processos naturais em vez de naquilo que deve ser logicamente reconhecido como uma op¢ao muito mais digna de crédito — criagdo por um Arquiteto infinito. Randy L. Wysong, D. V. M., instrutor de anatomia hu- mana e fisiologia, argumenta no livro The Creation- Evolution Controversy (A Controvérsia Criagdo-Evolu- ¢ao): A evolugao pode ser considerada como uma espécie de religiaéo magica. A magia é simplesmente um efeito sem causa, ou pelo menos sem uma causa competente. “Aca- so’, “tempo”, e “natureza” sao os pequenos deuses man- tidos nos templos evolucionistas. Esses deuses nao po- dem, porém, explicar a origem da vida. Eles sao impoten- tes. Desse modo, a evolugdo fica sem uma causa eficaz e 6, portanto, apenas uma explicagao magica para a exis- téncia da vida..." Ele afirma entao que a evolugdo também exige fé: A evolugao exige bastante fé: uma fé nas proteinas-L (le- vo-moléculas) que desafiam a formagao por acaso; fé na formagao de cédigos de DNA que, se fossem gerados es- pontaneamente, iriam resultar apenas em pandemGnio; fé num ambiente primitivo que na realidade iria devorar fe- rozmente quaisquer precursores quimicos da vida; fé em experiéncias (sobre a origem da vida) que nada provam senao a necessidade de uma inteligéncia no principio; fé num oceano primitivo que nao tornasse mais espessos, 43 mas dilufsse irremediavelmente os produtos quimicos; fé nas leis naturais, inclusive as leis da termodinamica e bio- génese que na verdade negam a possibilidade da gera- gao espontanea da vida; fé em revelagdes cientificas fu- turas que, quando compreendidas, sempre parecem apresentar mais dilemas para os evolucionistas; fé nas probabilidades que contam traigoeiramente duas histérias — uma negando a evolugao, a outra confirmando o Cria- dor; fé em transformacdes que permanecem fixas; fé nas mutagdes e na selecdo natural que nado passam de uma dupla negativa da evolugdo; fé nos fosseis que embara- gosamente revelam fixagao no tempo, e auséncia regular de formas de transigao; ...f6 num tempo que s6 promove a degradagao na auséncia de uma mente; e fé no redu- cionismo que acaba por reduzir os argumentos materia- listas a zero e reforgar a necessidade de invocar um Cria- dor sobrenatural. A religido evolucionista 6 consistentemente inconsistente. Os cientistas se apdiam sobre a ordem racional do Uni- verso para as suas realizagées, todavia, os evolucionistas nos dizem que o Universo racional teve um inicio irracio- nal do nada. Devido a falta de conhecimento sobre os mecanismos e estruturas, a ciéncia nao pode sequer criar um simples graveto. Todavia, a religiéo evolucionista fala com ousado dogmatismo sobre a origem da vida.'” 44 Segunda Parte Ciéncia e Criacionismo 12. Qual o verdadeiro problema em relacdo a uma abordagem materialista da ciéncia? Por que o criacionismo pode ser boa ciéncia? O problema do materialismo est relacionado com as suas limitagGes inerentes que tendem a distorcer a inter- pretagao dos dados cientificos. O gracejo espirituoso de que a evolucao é constituida de “1/10 de ma ciéncia 9/10 de ma filosofia” contém mais verdade do que mui- tos cientistas est&o dispostos a admitir. A crenga na evolugao € filosoficamente deficitéria por- que tenta resolver a questao das origens com base numa abordagem inadequada. O problema é discutido exclusi- vamente ao nivel do naturalismo. O fato da teologia pro- priamente dita ser uma disciplina legitima do conheci- mento, que deve ser igualmente considerada no debate sobre as origens, fica esquecido. Abordar a questao das origens de um modo materialista deixa de esclarecer muitos problemas importantes sobre os dados; dados es- ses sobre cuja existéncia todos concordam. Assim sendo, 0 significado ou interpretagao atribuido apenas sob a pre- 45 missa do materialismo serd deficiente, porque os dados nio podem organizar-se unicamente nessa base. Essa a razao de intimeros cientistas estarem atualmente infelizes com as particularidades do tema evolucao. Os componentes da prépria ciéncia — classificacdo, teo- ria, experimentos, etc. — refletem uma estrutura de con- ceitos que transcendem os dados cientificos. Todas as tentativas feitas para explicar ou interpretar sao, até cer- to ponto, imposigdes sobre os dados. Também 0 sao as tentativas de refutar ou anular explicagGes alternativas. Em outras palavras, em vista dos dados da ciéncia nao se organizarem automaticamente, as estruturas interpre- tativas que transcendem os dados podem ser impostas a estes. A questéo é novamente se uma estrutura apenas materialista pode ser ou nao adequada. Em nossa opiniaio, uma abordagem que tenta considerar os dados sem preconceitos contra as implicagdes teol6- gicas mais amplas é mais produtiva. Nao ha nada de ndo-cientifico quanto a isso. A visio de mundo do teis- mo é uma estrutura explicativa tao adequada para os da- dos cientfficos quanto a viséo do naturalismo. Por exemplo, os dados da ciéncia (termodinamica, astrono- mia, etc.) indicam claramente um ponto de origem para o Universo. Desse modo, “todos os dados observaveis” produzidos pela astronomia indicam que o Universo foi criado num ponto do tempo.’ Os dados da ciéncia con- firmam também um alto grau de complexidade através de toda a historia da vida e essa complexidade requer explicagdes que nao sé incluam, mas também vao além dos processos naturais em si. (Veja Perguntas 8 e 9.) Além disso, os dados cientificos revelam um grau incri- velmente elevado de harmonia ou equilibrio na estrutu- 46 ra do Universo em todos os niveis. Isso exige também uma explicagao que transcende os processos naturais e invoca a necessidade de um Criador sobrenatural. Em outras palavras, a esséncia da filosofia, da logica e da propria ciéncia sugere que as leis naturais por si sés sao lamentavelmente insuficientes para justificar a exis- téncia do Universo e da vida complexa que habita nele. Isso se torna especialmente verdadeiro quando conside- ramos 0 cardter distinto do homem, tal como seus pode- res de raciocinio abstrato, personalidade complexa, na- tureza espiritual, etc. Os seres humanos estao tao dis- tantes do nivel dos animais que simplesmente nao podemos justifica-los com base em processos puramen- te naturais (cf., Mortimer Adler, The Difference of Man and the Difference It Makes [A Diferenca do Homem e a Diferenga que Isso Faz]). O valor da ciéncia é inegdvel como parte do quadro maior que explica o mundo, mas nao pode explicar todo o quadro. O teismo, em termos de sua possibilidade de explicar uma escala muito mais ampla de dados, assim como a integragio dos dados em outras disciplinas, ofe- rece na verdade um “quadro geral” mais coerente. Quando a criag4o é, portanto, afirmada no contexto do tefsmo, ela satisfaz os critérios da boa ciéncia: é passi- vel de teste, unificada e, num sentido heuristico, muito produtiva. 13. O criacionismo é apenas religioso? A ciéncia da criagdo é realmente uma ciéncia? Ou sera simplesmente uma religido disfargada, astuciosamente destinada a colocar o Génesis de volta no sistema edu- 47 cacional? Embora o criacionismo seja certamente uma filosofia religiosa, pode ser também uma doutrina cien- tffica, algo confirmado por inimeros cientistas de reno- me e especialistas sobre a natureza da relagdo entre a ciéncia e a religiao. Por exemplo, os livros de Bird, Mo- reland (ed.), Geisler e Anderson, e Morris e Parker sao apenas alguns entre os que demonstram que 0 criacio- nismo pode ser cientifico."" O reitor H. Kenyon, professor de biologia e coordena- dor do programa de biologia geral da Universidade Es- tadual de San Francisco, é um dos principais cientistas nao-evolucionistas da América do Norte que fez douto- rado em biofisica na Universidade de Stanford." Ex- evolucionista e co-autor do livro Biochemical Predesti- nation (Predestinagao Bioquimica), obra-padrao sobre a origem evolutiva da vida, Kenyon acredita agora que a situaciio atual, em que a maioria considera a ciéncia da criagao simplesmente uma religido disfargada, “€ la- mentdvel e mostra estreiteza mental completamente avessa ao espirito da verdadeira investigagao cienttfi- ca”.! Kenyon é apenas um dos cientistas proeminentes que “examinou com todo 0 cuidado a questao cientifica da criacdo” e a considerou legitima.'” Por exemplo, ao apresentar a evidéncia cientifica para a teoria chamada de “aparecimento stibito” (que incorpo- ra dados relevantes da paleontologia, morfologia, con- tetido de informagii, probabilidade, genética, desconti- nuidade comparativa, etc.), Bird observa: “Essas linhas de evidéncia sdo afirmativas no sentido de que, se fo- rem verdadeiras, elas apdiam a teoria do aparecimento stibito. Elas nao sao negativas no sentido de simples- mente identificarem os pontos fracos da evolugio... A teoria do aparecimento stbito é cientffica. Ela consiste 48 da evidéncia empirica e da interpretagao cientffica que € o contetido deste capitulo. A teoria do aparecimento sti- bito também satisfaz as varias definigdes da ciéncia...”! O Dr. Wilder-Smith apresenta igualmente uma alternati- va cientifica para o neodarwinismo em seu livro Basis for a New Biology and Scientific Alternative to Neo- Darwinian Evolutionary Theory: Information Sources and Structures (Base para uma Nova Biologia e Alter- nativa Cientifica para a Teoria Neodarwinista da Evo- lugdo: Fontes de Informagdo e Estruturas)."° O caso cientifico para a criagao é também habilmente demons- trado por cientistas de renome na obra Creation Hypo- thesis: Scientific Evidence for an Intelligent Designer (Hipétese da Criagao: Evidéncia Cientifica de um Ar- quiteto Inteligente) editado por J. P. Moreland. Se o criacionismo cientifico for na verdade uma religiao disfargada em ciéncia (isto é, pseudociéncia), e somente a teoria evolucionista for realmente ciéncia, por que li- teralmente milhares de cientistas de primeira linha em todo mundo abandonaram a evolucg4o como teoria cien- tifica e se tornaram criacionistas cientificos? O fato de tantos cientistas renomados aceitarem o criacionismo como legitimamente cientifico significa que os evolu- cionistas que afirmam ser ele apenas uma religiao de- vem estar errados. Além disso, os evolucionistas afirmaram que nenhum cientista qualificado, possuindo doutorado de institui- c6es credenciadas, acredita na criacdo. Mas os que ar- gumentam isso estéo também errados. Milhares de cria- cionistas tém doutorado em todas as ciéncias, alguns das universidades mais prestigiadas da América e Euro- pa. Eles receberam honrarias, cargos e nomeagdes com- 49 pardveis aos melhores de seus colegas evolucionistas. Existem também milhares de cientistas ndo-criacionis- tas que rejeitam a teoria evolucionista, alguns dos quais admitiram que 0 criacionismo pode ser cientifico. Como uma indicagdo da natureza cientifica da criacao, considere as seguintes comparacées das predicdes da criacGo e evoluc¢do com os dados cientificos: Predicdes: Criacdo: Criador eterno e onipotente; EvolucGo: matéria eterna [matéria eterna € aceita por alguns; a maioria dos cientistas aceita agora que o Universo teve um comec¢o]. Dados: 0 Universo teve um principio; a matéria se degradou; vida altamente ordenada. Predicoes: CriacGo: leis naturais e cardter da matéria imutavel; Evolucdo: matéria e leis evoluem [aceito por alguns; a maioria dos cientistas acredita que as leis sejam constantes]. Dados: leis constantes; matéria constante; nao ha novas leis. Predicdes: Criagdo: tendéncia para a degradacao; Evolucdo: tendéncia para a ordem. Dados: a segunda lei da termodinamica [apdia a predicdo criacionistal. 50 Predicdes: Criacdo: cria¢do da vida, a Gnica possibilidade; Evolucdo: geracdo espontanea. Dados: improbabilidades bioquimicas [para a ge- racdo espontaneal. Predicdes: Criacdo: vida, um fendmeno Unico; Evolucdo: transic¢ao continua entre a vida e a maté- ria. Dados: lacuna enire a vida e a matéria; compostos bioquimicos [nao] formados naturalmente a partir da matéria inorganica. Predi¢gdes: Criacdo: vida eterna; Evolucdo: a vida teve um principio. Dados: a lei da biogénese [apdia a predicao cria- cionista] Predicdes: CriacGo: categorias basicas da vida néo-interliga- das; EvolucGo: toda a vida é interligada. Dados: lei da biogénese; possibilidade de reversdo aos tipos basicos, iniciais; intervalo entre os fésseis; heterogeneidade; similaridades. Predicdes Criacdo: catastrofe mundial; Evolucdo: uniformitarismo. Dados: fésseis, estratos sedimentares; dejetos con- | gelados; uniformitarismo atual. 51 PredicSes: CriacGo: érgados sempre completos Evolucao: evolucao gradual dos orgdos. Dados: 6rgaos sempre completamente desenvolvi- dos; selecdo natural pouco relevante. PredicGes: Criagdo: mutagées prejudiciais; EvolucGo: mutagdes podem melhorar as espécies. Dados: mutacées sao, via de regra, deletérias; leis da ciéncia da informagdao. Predi¢cdes: CriacGo: linguagem, arte, e civilizagao repentinas; EvolucGo: surgimento gradual da civilizagao. Dados: arqueologia e antropologia revelam surgi- mento repentino da civilizagao. PredicSes: Criacdo: o homem é um ser Gnico; EvolucGo: o homem é meramente um animal. Dados: semelhancas entre homem e animal; tam- bém lacunas nas artes, linguagem, religido. Predic6es: Criacdo: planejamento evidente; Evolucdo: naturalismo. Dados: vida complexa e altamente desenvolvida; sinteses naturais."° 52 As comparagées acima indicam que os fatos cientificos apdiam mais a teoria da criagdo do que a da evolucao. Finalmente, se o criacionismo é apenas uma religio, por que os evolucionistas perdem consistentemente os seus debates cientificos para os criacionistas? Isso talvez ajude a explicar porque [nos EUA] as pesquisas indicam que a maioria das pessoas é a fa- vor da idéia do ensino da teoria da criagao nas es- colas além da teoria da evolugdo. Isso inclui a vas- ta maioria do ptblico nacional (85%), dois-tergos dos advogados da nag&o (que também consideram isso constitucional), a maior parte dos presidentes das universidades seculares, e dois-tergos dos mem- bros da diretoria das escolas ptibicas. Uma pesqui- sa indicou que 42% dos professores de biologia fa- vorecem agora aparentemente-a teoria da criagdo e nao a da evolucao.'” 14, Existem cientistas evolucionistas que afirmam que a evidéncia favorece a cria¢gdo especial? Alguns evolucionistas sio intelectualmente honestos o suficiente para admitir que a criag&o especial é na ver- dade a melhor teoria, seja no todo ou em parte. In- felizmente, parece que a maioria dos cientistas supde que a evolugao foi provada em outros campos e€ a sua especialidade € que esta tendo problemas com isso. Por exemplo, o botanico E. J. H. Corner da Univer- sidade de Cambridge acredita que exista evidéncia a favor da evolugéo em certos campos, embora ele ad- mita dificuldades para encontrar evidéncia em seu pré- prio campo: a3 Muita evidéncia pode ser citada a favor da teoria da evo- lugaio — na biologia, biogeografia e paleontologia, mas continuo pensando que, para os nao preconceituosos, 0 registro féssil das plantas favorece a criagdo... Sera pos- sivel imaginar que uma orquidea, uma lentilha d’agua, e uma palmeira possam ter os mesmos ancestrais, e te- mos qualquer evidéncia dessa suposigao? Os evolucio- nistas devem preparar-se para uma resposta, mas creio que a maioria seria derrotada diante de uma inquisi- ¢ao""'* Escrevendo no Physics Bulletin (Boletim de Fisica) de maio de 1980, H. S. Lipson, da Universidade do Institu- to de Ciéncias e Tecnologia de Manchester e membro da Royal Society, confessa o seguinte: “Sempre tive uma leve suspeita sobre a teoria da evolugao por causa da sua facilidade em justificar qualquer propriedade dos seres vivos (a girafa de pescogo longo, por exemplo). Tentei, portanto, verificar se as descobertas bioldgicas dos tltimos trinta anos ou mais se ajustam a teoria de Darwin. Nao creio que o fagam”. A seguir, ele continua: “Nos tiltimos 30 anos, aprende- mos muito sobre os processos vitais (embora uma par- cela insignificante do que ha ainda a aprender!) e pare- ce-me apenas justo verificar como a teoria da evolugao acomoda a nova evidéncia. Isto €é 0 que devemos exigir de uma teoria puramente fisica. Para mim, a teoria nao resiste de modo algum. Vou dar apenas um exemplo — respiragao”. E ele prossegue, mostrando como nao se pode justificar a respiragdo nas suposi¢Ges evolucionis- tas. Depois de outras discussdes, ele pergunta: “Qual a ori- gem da matéria orgénica?’ e conclui: “Penso, porém, 54 que devemos ir além disto e admitir que a sinica expli- cacao aceitavel é a criagdo. Sei que isto é andtema para os naturalistas, assim como o é para mim, mas nfo de- vemos rejeitar uma teoria que nao aprovamos, se a evi- déncia experimental a apdia”.!"* Em seu livro Biology, Zoology, and Genetics: Evolu- tion Model Versus Creation Model 2 (‘Biologia, Zoo- logia, e Genética: Modelo da Evolugao Vs. Modelo da Criagao 2‘), 0 Dr. A. Thompson observa: “Em vez de apoiar a evolucdo, os intervalos do registro féssil co- nhecido apdiam a criagéo de grupos principais com a possibilidade de alguma variagao limitada em cada gru- po”.!5 O Dr. Austin Clark, curador do departamento de pa- leontologia da Smithsonian Institution, observou na pu- blicagao Quarterly Review of Biology: “No que concer- ne aos grupos principais de animais, os criacionistas pa- recem ter o melhor argumento”.!"° Na area da bioquimica comparativa, Bird observa: “Este argumento do nao-inter-relacionamento comparativo é uma evidéncia afirmativa da teoria do aparecimento st- bito, como nado apenas Denton e Sermonti mas também Zihlman e Lowenstein reconhecem em referéncia a evi- déncia bioquimica comparativa, dizendo que ‘isto cons- titui uma espécie de hipdtese da ‘criagao especial”?”!” Até mesmo cientistas eminentes como Sir Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe, seu companheiro de pesqui- sas, ao discutir a “teoria de que a vida foi formada por uma inteligéncia (superior)”, declaram: “De fato, tal teoria € 1do 6bvia que ficamos imaginando porque nao é largamente aceita como auto-evidente. As razdes sio mais psicoldgicas que cientificas”.'"* 55 Terceira Parte As Consequéncias e Implicagoes da Teoria Evolucionista 15. De que forma a evolu¢ao influenciou a cren¢a em Deus? Mortimer J. Adler € um dos grandes pensadores mo- dernos. Ele € autor de varios livros interessantes, tais como Ten Philosophical Mistakes (Dez Erros Filos6- ficos) ¢ How to Think About God (Como Pensar So- bre Deus), editor da Enciclopédia Britdnica, e arqui- teto e editor-chefe da obra The Great Books of the Western World (Os Grandes Livros do Mundo Ociden- tal) em 54 volumes. Esse conjunto contém material escrito pelos maiores e mais influentes intelectuais e pensadores da historia ocidental — de Aristételes a Sha- kespeare. No Volume 1, Great Ideas: A Syntopicon of Great Books of the Western World (Grandes Idéias: Uma Si- nopse de Grandes Livros do Mundo Ocidental), Adler 56 salienta a importéncia da questo da existéncia de Deus para os grandes pensadores do mundo ocidental: “No que se refere 4 quantidade das referéncias, assim como a sua variedade, este é o maior capitulo. A razdo é evi- dente. Mais conseqiiéncias para a reflexao e acdo se se- guem a afirmagao ou negagao de Deus, do que a res- posta de qualquer outro tema bédsico”.'” E aqui, talvez, que vemos a maior conseqiiéncia da teo- ria evolucionista — sua negagio de Deus e os infelizes resultados que surgiram dessa negativa. Conforme no- tou certa vez o famoso evolucionista Sir Julian Huxley: “O darwinismo eliminou toda a idéia de Deus como Criador dos organismos da esfera da discussio racio- nal”! O Dr. Colin Brown recebeu 0 seu doutorado por pesqui- sas feitas na teologia do século dezenove. No que se re- fere ao impacto da evolugao sobre o cristianismo, ele confessa: “‘O fator mais potente até agora que veio des- truir a crenga na existéncia de Deus nos tempos moder- nos é a teoria evolucionista de Charles Darwin’”."! O Dr. Huston Smith, uma autoridade religiosa, observa: “Uma das raz6es para que a educagao destrua a crenga [em Deus] é 0 ensino da evolucdo. O afastamento de Darwin da ortodoxia para 0 agnosticismo foi sintomati- co. Martin Lings esta provavelmente certo em dizer que ‘mais casos de perda da fé religiosa est&o ligados A teo- 39 122 ria da evolugao... do que a qualquer outra coisa”’. Newman Watts, jornalista londrino, observou: “Ao compilar 0 meu livro, Britain Without God (A Inglater- ra Sem Deus), tive de ler bastante literatura anti-reli- giosa. Duas coisas me impressionaram. Uma delas foi s7 foi a tremenda quantidade de literatura desse tipo dis- ponfvel, e a outra foi o fato de que cada ataque con- tra a f€ cristé tem hoje como base a doutrina da evo- lug&o”."5 Como um testemunho do impacto religioso do pen- samento evolucionista, considere as conclusdes cui- dadosamente extraidas do famoso Manifesto Huma- nista II: Nao encontramos evidéncia suficiente para a crenga no sobrenatural; ele é inexpressivo ou irrelevante a questéo da sobrevivéncia e realizagao da raga humana. Na qua- lidade de nao-teistas comegamos com os seres huma- nos e nao com Deus, com a natureza e nao com a di- vindade... Nao conseguimos descobrir propdsito ou pro- vidéncia divinos para a espécie humana... Nenhuma divindade ira salvar-nos; temos de salvar a nos mes- mos... AS promessas de salvagao imortal ou medo da condenagao eterna sdo tanto ilusdrias quanto prejudi- ciais... Pelo contrario, a ciéncia afirma que a espécie hu- mana emergiu de forgas evolucionistas naturais... Nao existe evidéncia verossimil de que a vida sobreviva a morte do corpo... Afirmamos que os valores morais tém como fonte a experiéncia humana. A ética é aut6noma e situacionista, nao necessitando de sangao teoldgica ou ideoldgica.”"* De acordo com a declaragéo acima, néo devemos sur- preender-nos ao encontrar uma relag4o ldgica entre a evolucao naturalista e o ateismo filosdfico/pratico; de fato, isso se torna evidente através de toda a literatu- ra ateista.'° Na publicagio, The American Atheist (O Ateu Americano), Richard Bozarth argumenta o se- guinte: 58 A evolugao destrdi absoluta e completamente a propria razao pela qual a vida terrena de Jesus foi supostamente necessaria. Destroi Adao e Eva e o pecado original, e nos escombros enconiraremos os restos lamentaveis do filho de deus... Se Jesus nao era o redentor... e é isto que a evolugao quer dizer, entao o cristianismo nao 6 na- da..5 Todavia, apesar dos efeitos danosos que o pensamento evolucionista teve sobre a crenga pessoal em Deus, sao as novas descobertas sobre a criacao que estao pratica- mente forgando os cientistas a reconsiderarem Deus. Como um exemplo, citamos o texto Cosmos, Bios, Theos, produzido por 60 cientistas de todo o mundo, in- clusive 24 ganhadores do prémio Nobel. Henry Marge- nau, co-editor e fisico da Universidade de Yale, resume a conclusio légica para os cientistas de mente aberta ao enfrentarem a incrivel complexidade e planejamento do Universo em que vivem. Margenau argumenta que “sé ha uma resposta convincente” para explicar a enorme complexidade e as leis do Universo — a criagdo por um Deus onisciente e onipotente.'” 16. Quais sao algumas das implicagces filosdficas pessoais da evolu¢do materialista? Na visio de mundo evolucionista ou materialista, 0 ho- mem nao tem uma posicdo especial, além daquela que ele decide ocupar. Na condigao de evolucionista reno- mado, George Gaylord Simpson observa: No mundo de Darwin, 0 homem... é, no sentido mais am- plo, parte da natureza e nao separado dela. Ele é paren- 59 te, nao figurada mas literalmente, de todo ser vivo, seja ele uma ameba, uma solitaria, uma alga marinha, um car- valho, ou um macaco — embora os graus de parentesco sejam diferentes e possamos sentir menos empatia por primos em quadragésimo-segundo grau como a solitaria do que por, falando comparativamente, irm&aos como os macacos..."”" Segundo a evolucao naturalista, uma trindade de fatores basicos criou todo o Universo e tudo 0 que vive nele — matéria, tempo, e acaso. Jacque Monod, bidlogo vence- dor do prémio Nobel, repete o sentimento de muitos quando comenta: “O homem esta sé na imensidao in- sensfvel do Universo, do qual ele emergiu por aca- $0.2 O erudito de Cambridge J. W. Burrow escreve em sua introdugao a A Origem das Espécies: A natureza, segundo Darwin, é produto do acaso e do esforgo cegos, e 0 homem uma mutagao solita- ria e inteligente, lutando com os brutos pelo seu sus- tento. Para alguns, 0 sentimento de perda foi irrevo- gavel, como se o cordao umbilical tivesse sido cor- tado e os homens se descobrissem parte de “um Universo frio e impassivel”. Ao contrario da nature- za concebida pelos gregos, pelo iluminismo e pela tradigao crista racionalista, a natureza darwiniana nao tinha qualquer indicag&o sobre o comportamento hu- mano, nenhuma resposta para os dilemas morais hu- manos." Portanto, como conclui Monod, para o bem ou para o mal, “nosso sistema de valores pode ser escolhido livre- mente por ndés”.'"! 60 Num Universo tao imenso e incerto, nao é de se sur- preender que milhares de homens reflitam sobre o significado da sua existéncia. Depois de tudo ter si- do dito e feito, haveria realmente propésito na vida? Nas palavras de Leslie Paul: “Ninguém sabe em que momento, embora 0 tempo seja suficientemente bre- ve de acordo com os relégios astrondmicos, o plane- ta solitaério vai esfriar, toda a vida morrerd, todas as mentes cessarao, e tudo sera como se nunca tivesse acontecido. Esse, para ser sincero, € 0 alvo em dire- co ao qual a evolugio esté viajando, o fim benevo- lente da vida violenta e da morte violenta... A vida nao passa de um fésforo aceso no escuro e novamen- te apagado. O resultado final... € priva-la completa- 132 mente de significado”. Qualquer que seja a posigao que adotemos, poucos afirmariam que as conseqiiéncias sao acidentais. De fato, nossa resposta 4 questao das origens faz uma grande diferenga. Por exemplo, considere apenas al- guns contrastes entre as visGes materialista e judai- co-crista: Realidade Final Visdo materialista: A realidade final é a matéria impes- soal. Deus nao existe. Visao crist@: A realidade final é um Deus infinito, pes- soal, amoroso. Universo Visdo_materialista: O Universo foi criado mediante eventos casuais sem um propésito final. 61 Visao_cristé: O Universo foi criado amorosamente por Deus com um propésito especifico. Homem Viséo materialista: O homem € produto do tempo im- pessoal mais acaso mais matéria. Como resultado, ho- mem algum tem valor ou dignidade eternos, nem qual- quer significado além daquele derivado subjetivamente. Visdo crista: O homem foi criado por Deus a Sua ima- gem e é amado por Ele. Em vista disso, todos os ho- mens sao dotados de valor e dignidade eternos. Seu va- lor final nao tem origem neles mesmos, mas numa fonte transcendente a eles, o proprio Deus. Moralidade Viséo _materialista: A moralidade é definida pelo indi- viduo de acordo com seus pontos de vista ¢ interesses. A moralidade, em Ultima andlise, é relativa porque cada pessoa é a autoridade suprema para si mesma. Visio _crist@: A moralidade é definida por Deus e imu- tdvel por ser baseada inerentemente no cardter imutavel de Deus. Pés-Vida Visio materialista: O pés-vida traz a aniquilagao eterna (extingao pessoal) para todos. Visdo crist@: O pés-vida envolve seja a vida eterna com Deus (imortalidade pessoal) ou a separag4o eterna dEle (juizo pessoal). 62 Quem argumentaria que tais diferencas nao tém sen- tido? Para mostrar que tém, oferecemos um exemplo a seguir. 17. Que conseqiiéncias sociais e politicas recentes podem ser atribuidas a crenga evolucionista? O filésofo Will Durant notou certa vez: “Ao oferecer a evolug&o em lugar de Deus como uma causa da his- téria, Darwin removeu a base teolégica do cédigo mo- ral da cristandade. No entanto, o cédigo moral que nao teme a Deus é bastante fragil. Essa é a condic¢ao em que nos encontramos. Nao penso que o homem ja seja capaz de lidar com a ordem social e a decén- cia individual sem temer algum ser sobrenatural que tenha autoridade sobre ele e possa castigd-lo”."> Po- demos confirmar em toda parte que a declaragao de Durant estava correta. Num Universo que, em Ultima andlise, nao tem razao de ser, 0 que acontece com a ética individual e social? Por que os mais poderosos e inteligentes entre nds nao de- vem manipular os menos inteligentes e menos podero- SOs para Os propésitos que consideram “bons” e “respei- taveis”? Nosso século esta repleto de exemplos. Os tiltimos 75 anos testemunharam alguns dos maiores horrores de to- da a historia da humanidade — principalmente 0 resulta- do das atrocidades nazistas e comunistas. A Alemanha nazista foi hedionda e o comunismo foi responsdvel pe- la morte de aproximadamente 25 vezes mais pessoas que as sacrificadas por Hitler! 63 Essas ideologias, porém, continuam ainda vivas. Na Alemanha de hoje, 0 neonazismo se tornou uma pode- rosa forga social e 0 neofacismo esta crescendo na Italia — quase inconcebivelmente, sob a lideranga da propria neta de Mussolini. Apesar do colapso do comunismo na Europa e na Russia, a teoria marxista continua domi- nando mais de um bilhfo de pessoas na China e em ou- tros paises. Ninguém pode ter também certeza de que a Rtissia e a Europa Oriental vao continuar seu movimen- to em diregdo a democracia. O que tudo isso tem a ver com a evolucio naturalista? Notamos anteriormente que a evolugado esta baseada na premissa de que 0 tempo mais a matéria impessoal mais © acaso formaram todos os seres vivos. Em esséncia, 0 homem se torna algo como um acidente trégico, nao tendo valor final, girando a velocidades vertiginosas através dos corredores sombrios do espaco. Visdes filos6ficas moldadas por pensamentos desse ti- po podem, entretanto, encontrar facilmente expressao légica na vida didria de milhares de individuos. Isso foi reconhecido por Sedgwick, um gedlogo de Cam- bridge e conhecido de Darwin, que achou que Dar- win havia mostrado a cada criminoso como justificar seu comportamento. Ele também cria que se os ensi- nos de Darwin tivessem larga aceitagado, a humanida- de “iria ser prejudicada a ponto de brutalizar-se e fa- zer a raca humana mergulhar num grau maior de de- gradac&o do que qualquer outro em que tivesse caido desde que os seus registros escritos nos contam a sua histéria”’.'** Um dos maiores evolucionistas de épocas recentes foi © antropdlogo Sir Arthur Keith. Ele dedicou mais tem- 64 po ao estudo da ética evolucionista do que talvez qual- quer de seus contemporaneos. A sua obra Evolution and Ethics (Evolugdo e Etica) mostra que a ética en- sinada pelo cristianismo e a da evolugao nao sao com- pativeis: “O ensinamento cristao esta... em oposigao direta 4 lei da evolugao” e, “a ética cristé ndo se har- moniza com a natureza humana e é€ secretamente an- tagOnica ao esquema de evolugdo e ética da nature- za” 36 Keith também compreendeu que, se seguirmos a ética evolucionista até a sua conclusio estrita e légica, deve- mos “‘abandonar a esperanga de alcangar um dia um sis- tema universal de ética” porque, “como acabamos de ver, os caminhos da evolugao nacional, tanto no passa- do como no presente, sao cruéis, brutais, implacaveis, impiedosos”.'” De fato, quando examinamos a influéncia social e poli- tica da teoria darwiniana sobre a ultima metade do sé- culo dezenove e todo o século vinte, as conseqiiéncias morais sio algumas vezes amedrontadoras. O préprio Keith observa 0 gélido impacto da teoria de Darwin so- bre a Alemanha: Vemos Hitler supremamente convencido de que sé a evo- lugao produz uma base verdadeira para a politica nacio- nal... Os meios adotados por ele para assegurar o destino da sua raga e do povo foram matangas organizadas, que saturaram a Europa de sangue... Tal conduta é altamente imoral quando medida por qualquer escala de ética, toda- via a Alemanha a justifica; ela esta de acordo com a mo- ral tribal ou evolucionista. A Alemanha voltou ao passado tribal e esta demonstrando ao mundo, em toda a sua nu- dez, os métodos da evolugao...'* 65 Na Alemanha, Hitler viu na teoria evolucionista a justi- ficagfo “cientffica” de seus pontos de vista pessoais. “Nao hd dtividas de que a evolugio foi a base de todo 0 pensamento nazista, desde o inicio até o fim. Todavia, € de fato um fendmeno notavel que tao poucos tivessem se apercebido disso até hoje”.'” Uma forma de darwinismo foi também utilizada efeti- vamente na propagaciio da ideologia comunista. Karl Marx “sentiu que sua obra era um paralelo exato da de Darwin” e ficou to grato que quis dedicar uma parte do livro Das Kapital (O Capital) a Darwin, que declinou a honra."” Marx escreveu a Engels com respeito a A Origem das Espécies, dizendo que 0 livro “contém na hist6ria natu- ral a base para as nossas opinides da [historia huma- naJ”."" Em 1861, ele também escreveu: “O livro de Darwin € muito importante e me serve como base na se- lecdo natural para a luta de classes na hist6ria...”"” O Dr. A. E. Wilder-Smith comenta: “A propaganda po- litica e anti-religiosa publicada desde os dias de Marx esta eivada do darwinismo mais primitivo”, observando que “ela brutaliza aqueles a quem domina”."* A filosofia de Marx, como a de Hitler, refletia a brutali- dade da natureza. Ele se referia ao “desarmamento da burguesia... terror revoluciondrio... e criagéo de um exército revolucionario...” Além disso, 0 governo revo- luciondrio nao teria “nem tempo nem oportunidade para a compaixao e 0 remorso. Seu intento era aterrorizar os oponentes até a sua submissdo. Ele deve desarmar 0 an- tagonismo mediante execugao, prisdo, trabalho forgado, controle da imprensa...”!4 66 Em vista do impacto de Hitler, Marx e seus associados, e a ligagao demonstravel de suas filosofias desumanas com 0 atefsmo evolucionista, os comentarios do fil6sofo hist6rico John Koster sao pertinentes: Muitos nomes foram citados além dos de Hitler para expli- car o Holocausto. De modo estranho, 0 de Charles Darwin quase nunca se encontra entre eles. Todavia... as idéias de Darwin e de Huxley quanto ao lugar do homem no Universo prepara- ram o caminho para o Holocausto... Hitler e Stalin assas- sinaram mais vitimas inocentes do que as que morreram em todas as guerras religiosas na historia da humanida- de. Eles nao assassinaram essas vitimas enganados pela idéia de salvar as suas almas ou punir os seus pecados, mas por serem competidores na questao do alimento e obstaculos ao “progresso evolutivo”. Muitos humanitarios, cristaos, judeus, ou agnosticos compreenderam a relacao entre as idéias de Nietzsche e as equipes de assassinato em massa e os crematorios de Hitler. Poucos, porém, vol- taram um passo atras fazendo a ligagéo com Darwin, o “cientista” que inspirou diretamente a teoria do super-ho- mem de Nietzsche e 0 corolario nazista de que alguns in- dividuos so subumanos. A evidéncia estava toda ali — 0 termo neodarwinismo foi usado abertamente para descre- ver as teorias raciais nazistas. A expresso “selegao na- tural”, como aplicada a seres humanos, foi encontrada na Conferéncia de Wannsee no principal documento do Ho- locausto... Podemos ver os eventos na Alemanha de Hitler e na Russia de Stalin como uma colegéo sem sentido de atrocidades que tiveram lugar porque os alemaes e Os russos Sao pessoas perversas, nada parecidas co- 67 nosco. Ou podemos compreender que a imposigao das teorias de Huxley e Darwin, de que a-vida-é-pa- tologica, de depress&o clinica disfargada em ciéncia, desempenhou um papel critico na era das atrocida- des. E que isso nos sirva de aviso. As pessoas tém de aprender a deixar de pensar em seus semelhan- tes como se fossem maquinas e aprender a pensar neles como homens e mulheres possuidores de uma alma..." 18. Como a evolugao influenciou a interpretagdo da Biblia? O que a Biblia ensina sobre as origens? A evolugio influenciou a Biblia mediante as varias teo- rias propostas, numa tentativa de harmonizar a teoria da evolugdo com os ensinamentos biblicos. Uma dessas teorias € a chamada “evolugao teista”. Es- sa € a idéia de que Deus supostamente usou o pro- cesso gradual da evolugao para criar toda espécie de vida, inclusive 0 homem. Outra idéia é a teoria da ‘Durac&o dos Dias’ (Day Age), onde os dias de Gé- nesis 1 se tornam vastas eras geoldgicas, geralmente para inserir a evolugao. Um terceiro ensinamento éa teoria do “Intervalo” que supde um grande intervalo cronolégico entre os versiculos 2 e 3 de Génesis 1, onde bilhdes de anos de progresso evolucionista sao inseridos. Assim sendo, todas essas idéias aceitam o fato da evolucao, permitindo bilhGes de anos para que ela ocorra. Uma quarta teoria é chamada de “criagao progressiva” e aceita longos periodos de evolugao en- tremeados por surtos criativos de atividade divina pa- ra manter 0 processo. 68 Estudamos cada uma dessas teorias em detalhe e cre- mos que todas tém problemas biblicos fatais.“” As ten- tativas de acomodaciio fracassam porque a crenga evo- lucionista e 0 ensino biblico s6 sao compativeis em detrimento da autoridade biblica. Como salienta The Encylopedia of Philosophy (Enciclopédia da Filoso- fia): “Quase nao € preciso dizer que o darwinismo € incompativel com qualquer construgao literal coloca- da sobre o Antigo ou o Novo Testamentos”.'” Se mostrarmos porque a evolugdo e o ensino bibli- co so incompativeis, iremos ver talvez que as teo- rias que tentam harmoniza-los, por melhor intencio- nadas que sejam, esto fazendo um desservico. Por exemplo, se a evolucdo for verdadeira, Moisés esta- va certamente errado quando escreveu o relato da criagio de Génesis. Assim sendo, a fim de “acomo- dar” a evolucao, as teorias de harmonizagao geral- mente impdem uma interpretagdo figurada ou nao- literal sobre Génesis 1-2. No entanto, mais do que uma dtizia de outros livros biblicos também inter- pretam Génesis de forma literal. Eles sao igualmen- te implicados em erro por interpretar falsamente o livro de Génesis."* E sempre um erro interpretar a Escritura 4 luz de teorias diibias, sejam elas cientfficas ou nao. Adequadamente interpretada, a Escritura jamais entrard em conflito com qualquer fato da ciéncia simplesmente porque Deus € 0 seu autor. Afinal de contas, Deus nao s6 inspirou a Bi- blia, Ele fez a criagdo. Nao obstante, considere alguns exemplos de como es- sas teorias criam mais problemas do que os solucio- nam. 69

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