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Nessa técnica, ao apresentarmos argumentos a favor da existência de Deus ou discutirmos alguma aspecto de
sua característica filosoficamente, o neo-ateu tenta barrar a discussão com um “Mas de qual Deus você está
falando?”. Às vezes vem com a bizarra pergunta “Qual Cristo?”, seguida de alguma constatação feita em cima
do mais bizarro ainda documentário Zeitgeist.
Temos que investigar essa técnica. Vamos utilizar o mesmo método de pesquisa que usava Aristóteles, que é o
de análise da linguagem (como o neo-ateísmo é um movimento de base epicurista – ver aqui – que é o oposto
do aristotelismo e do cristianismo, pois esses são voltados à busca da VERDADE, pode ser que ele não goste,
já pela filosofia de Epicuro o mais coerente é decidir nossas crenças pelo EFEITO PSICOLÓGICO produzido
pela escolha).
A palavra “Deus”, grafada com inicial maiúscula, que indica nome próprio, refere-se a uma divindade com
padrão específico, que é ser “infinito” e existir além do espaço-tempo. Já a palavra “divindade” que tem o
mesmo sentido de “deus” (com minúsculo), refere-se a qualquer ser que tenha natureza divina, incluindo-se aí
seres menores e finitos como Thor, Zeus, etc.
Embora Isis ou Osiris sejam divindades, não tem o mesmo padrão do que chamamos de “Deus”. Quando
apresentamos argumentos filosóficos a favor de “Deus”, estamos a falar de um padrão ESPECÍFICO desse ser
“infinito” e externo à matéria, não de qualquer divindade “random”.
Em resumo: embora “Deus” seja, normalmente, definido como uma divindade, nem toda divindade é “Deus”. É
um truque bobinho e facilmente desmascarável.
Já para Alá, não há diferença alguma. “Alá” ou “Allah” é somente a palavra usado por árabes para se referir à
Deus. Perguntar se é “Deus” ou “Allah” é tão lógico quanto perguntar se estamos apresentando argumentos
para “God” ou “Dios”.
Talvez ele tente ainda “Mas a Bíblia e o Alcorão discordam sobre algumas ações de Deus”.
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08/01/14 Técnica: Qual Deus? | Projeto Quebrando o Encanto do Neo-ateísmo
Quando estamos falando de argumentos filosóficos, estamos falando de características OBJETIVAS sobre esse
ser. A discordância entre judeus, cristãos, muçulmanos e deístas se dá apenas no plano teológico, referentes
apenas à aspectos subjetivos sobre a revelação, que devem ser analisados em um plano diferente do qual foi
feita a apresentação dos argumentos para existência de Deus (ex. deístas acreditam que Deus nunca se
relacionou com os humanos, muçulmanos acham que Maomé é o profeta, etc.). O ponto é que essa
discordância sobre revelação não altera o objeto discutido. O fato de duas filhas divergirem sobre qual o
emprego do pai, por exemplo, não faz elas estarem se referindo a duas pessoas diferentes, não é mesmo?
Conclusão
Técnica facilmente refutável. Basta lembrar que “Deus” é um nome próprio que se refere a uma divindade
específica com um padrão específico – chamada pelos islâmicos de “Allah” – que não se encaixa nos deuses
menores politeístas.
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