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Apesar de dizer que um texto não deve ser analisado isoladamente (o que
é correto), ele afirma que em “João 6.27 há um bloco de ideias
cronologicamente conectadas”;
---- Quais seriam essas ideias, que nesse texto específico estariam
cronologicamente conectadas?
Ele diz: “... primeiro o homem trabalha, depois ele recebe a comida que
permanece para a vida eterna.”
O que nos levaria a concluir, que segundo a leitura do Ezequiel sobre João
6.27, não nos restaria outra alternativa, a não ser cravar a ideia de que
somente se eu trabalhar é que serei digno de receber a vida eterna.
Outro fato digno de nota é que para o Ezequiel, tudo que é tratado na
bíblia, deve ser avaliado e entendido sob a ótica da Redenção humana.
Isso é ridículo.
Se minha salvação decorre desse favor que por ser proveniente de Deus, é
imerecido, se eu insistir que devo trabalhar para obtê-lo,
automaticamente, esse favor deixará de ser favor e imerecido.
Ainda sobre João 6.27, o Ezequiel vai declarar algo que irá comprometer
toda sua linha de raciocínio, além de expor toda sua incompetência no
que diz respeito a interpretar corretamente as reais intenções que
levaram aquela multidão a procurar por Jesus.
“Dessa forma, podemos seguramente dizer que a graça agiu primeiro nas
pessoas às quais Jesus se refere em João 6.27, muito antes de serem
chamadas a trabalhar pela comida que permanece para a vida eterna.
Deus as deu vida em primeira instância, desde o ventre de suas mães.
Deus as carregou a as atraiu ao ponto de seu contato com Jesus naquele
momento histórico.
Além do mais, o Pai atraiu aquelas pessoas a Cristo através de milagres
extraordinários, pelo que elas foram sinergisticamente em busca do
Salvador em resposta à essa atração.
Os desdobramentos da história, contudo, indicam que nada disso ocorreu
nos termos de uma graça irresistível.
Tanto que em um ponto chave da relação entre Deus e essas pessoas, elas
foram confrontadas com a necessidade de trabalharem pela comida que
permanece para a vida eterna, e somente se o fizessem é que a
receberiam finalmente, da parte do Filho do Homem.
Isso implica que o esforço e responsabilidade humanos substituem a graça
Divina? Não.
Mas implica que a relação referida na bíblia, na compreensão das
dinâmicas textuais sob perspectiva ampla, é sinergista e não monergista.
Em outras palavras, Deus e homem interagem na experiência
soteriológica, e não temos apenas Deus como único agente na história e
experiência de salvação do homem.
De outra forma a perdição de algum homem só poderia ser explicada pela
ausência do amor e da graça redentora de Deus em sua direção,
desfigurando o caráter do Deus da bíblia completamente.” (Jo.3.16 – I
Tm.2.4 – 2 Pe.3.9 – I Jo.2.2 – 4.16)
Para ele, se Deus fosse o único agente responsável pela redenção, seu
caráter ficaria desfigurado, porque como Deus de amor que ama a todos
igualmente, teria que ser responsabilizado pela perdição de todos aqueles
a quem não dispensasse seu amor redentivo.
Esse argumento é tão ridículo, que custa acreditar que ele tenha se
originado de alguém que diz ser “mestre em teologia”.
Mas isso é mais uma evidência inequívoca de que estamos lidando com
um analfabeto funcional em se tratando de evangelho.
O que ele nunca compreendeu, é que toda a raça humana fora condenada
à morte eterna, pela desobediência de Adão no jardim do Éden.
Essa, é a mesmíssima ideia que ele expõe aos Coríntios em sua primeira
epístola capítulo 15.22: “...em Adão todos morrem...”.
É simples assim.
Quem falhou não foi Deus, foi o homem criado para ser o representante
federal de toda a raça.
Paulo admite isso também em Romanos 3.19: “Ora, sabemos que tudo o
que a lei diz é dito aos que vivem sob a lei, para que toda a boca se cale (a
do Ezequiel inclusive), e todo mundo seja CULPÁVEL diante de Deus”.
Será preciso desenhar para o Ezequiel entender o que a bíblia diz muito
claramente?
Seu santo caráter não seria desfigurado se Ele se decidisse por isso, afinal,
havia deixado claro, que todos morreriam se o desobedecessem.
É exatamente por essa razão que tudo o que Deus fizer no sentido de
salvar o homem, deve partir de sua própria determinação e graça.
Nenhum ser humano entendeu isso tão bem quanto o apóstolo Paulo, ele
vai dizer a Timóteo em sua segunda epístola capitulo 1 versos de 8 a 10:
“Portanto, não se envergonhe do testemunho de nosso Senhor, nem do
seu prisioneiro, que sou eu. Pelo contrário, participe comigo dos
sofrimentos a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos
salvou e nos chamou com santa vocação, não segundo as nossas obras,
mas conforme a SUA PRÓPRIA DETERMINAÇÃO E GRAÇA que nos foi dada
em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo
aparecimento de nosso salvador Cristo Jesus.”.
Não será por nossas obras, ainda que sejam operadas em parceria com
Deus, que seremos salvos, mas unicamente por sua “determinação e
graça”.
E firmar tal fato, não desfigura o caráter santo e justo de Deus, pelo
contrário, paradoxalmente, acentuar isso, contribuirá para destacar toda
sua bondade e misericórdia ao decidir, antes mesmo de criar a terra,
salvar muitos de todas as nações, tribos e línguas, por sua “determinação
e graça” manifestadas em Cristo.
Graça tem relação com ação exclusivamente divina que nos alcança como
favor que não merecemos.
Embora haja somente uma espécie de graça em Deus, contudo, sua graça
se manifesta em diferentes dons e operações, sempre com o sentido de
favor imerecido.
Desse modo, o destino, não apenas da raça humana, bem como de toda
espécie de vida existente na terra, estaria irremediavelmente, traçado.
A terra agora, seria lugar de total e completa maldição: “...maldita é a
terra por sua causa...” (Gn. 3.17)
Entretanto, não foi o que ocorreu, como sabemos todos, a vida, em todas
as suas formas e espécies continua existindo, ainda que em condição
transitória.
As perguntas são:
---- Se é isso mesmo que a bíblia diz, por que ainda há vida na terra?
---- Quem a sustenta até agora?
“(...) Porque Ele faz o seu sol nascer sobre maus e bons e vir chuvas sobre
justos e injustos.” (Mt.5.45)
“Envias o teu Espírito, eles são criados. Assim renovas a face da terra.”
(Sl.104.30)
“Nos céus estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu Reino domina sobre
tudo.” (Sl.103.19)
Em razão disso, vai afirmar que: “trabalhar com vistas à salvação, não
deve ser entendido como realmente antagônico e contraditório à
natureza e manifestação da graça.”
Porque (vai dizer ele), tanto a graça de Deus e a responsabilidade humana
são expressadas pelo Senhor em sua palavra.
---- Quer dizer que Deus mesmo tendo dispensado graça àquelas pessoas
desde o ventre de suas mães, com o propósito de carrega-las e atraí-las a
Cristo naquela circunstância específica, não logrou êxito, porque embora
tivessem sido conduzidas pela sua graça, elas não buscaram o Salvador
com o objetivo de salvar suas almas?
Presume-se com isso, que para o Ezequiel, Deus o Pai tinha a real intenção
de salvar a todos.
---- Correto?
Desse modo, poderíamos também presumir que essa graça que você diz
ter sido direcionada a elas desde o ventre de suas mães, seria uma graça
incondicional, porque elas não puderam decidir se queriam receber essa
graça ou não, por razões óbvias;
---- Correto?
Mas você também diz ainda que os desdobramentos históricos desse fato
não foram produtos de uma graça irresistível.
Isso torna sua ideia sobre graça um tanto quanto imprecisa e enganosa;
---- Porque, como poderíamos concordar com essa sua visão, nesses
termos propostos por você, de que essa graça quando aplicada àquelas
pessoas não seria irresistível?
---- Correto?
Assim, o que prevaleceu em suas vidas até o dia do seu encontro com
Jesus, foi resultado da predestinação graciosa de Deus.
Ezequiel, por mais que você negue a predestinação, seus argumentos
conduzem a isso.
---- Depois de tudo o que Deus fez, eles foram a Jesus pelos motivos
errados?
Dessa forma, a vida eterna que Cristo lhes daria caso aceitassem seu
chamado, seria uma vida eterna provisória (seja lá o que isso signifique),
que só se tornaria definitiva, se cumprissem até a morte, todas as demais
condições, supostamente, exigidas sinergisticamente por Deus durante o
trabalho de sua salvação.
Em suma, é isso que o Ezequiel Gomes propõe que todo crente aceite
como verdade absoluta acerca da graça de Deus.
---- Já que Deus nos concede a fé, justamente por ela produzir em nós
certeza e convicção de tudo o que Ele fez, faz e continuará fazendo por
nós?
---- Como uma graça divina (que segundo o Ezequiel), fora destinada
àquelas pessoas desde o ventre de suas mães, tendo como fim os carregar
e os atrair à pessoa do Salvador, não teria o poder de realizar aquilo para
o qual fora proposta pelo próprio Deus, de modo incondicional?
---- Então, eles receberam essa graça desde que estavam no ventre de
suas mães, cujo propósito era leva-los ao Salvador, mas que de nada
adiantaria se não trabalhassem pela própria salvação?
---- Que graça é essa que ao ser manifestada no início de suas vidas, não
incutiu neles o verdadeiro desejo de serem salvos pelo Salvador?
Observe o que ele diz: “além do mais, o Pai atraiu aquelas pessoas a Cristo
através de milagres extraordinários, pelo que elas foram sinergisticamente
em busca do Salvador em resposta à essa graça.”
Paulo deixa claro que a justificação que é o que nos garante a salvação,
procede da fé (graça), e não do nosso trabalho (mérito).
Quem trabalha, recebe seu salário como mérito, e não como favor (graça).
Em Paulo, podemos presumir que; se eu trabalhar em sinergia com Deus,
a fim de me salvar, Deus, em parte estaria em dívida para comigo.
Se eu trabalho com Deus, merecerei ser pago por aquilo que juntamente
com Deus eu fiz.
Essa, é sem dúvida, uma das ideias que Paulo quer transmitir aqui.
---- Como ter a certeza de que o que eu espero (de Deus), virá?
---- Como ter a convicção a respeito daquilo que eu nunca vi e ainda não
posso ver? (Deus, por exemplo)
Se a justiça que me redime e salva, não pode ser conquistada pelo meu
trabalho, logo, torna-se óbvio, que eu só me salvarei pelo Dom gracioso
de Jesus por meio da fé, que me é “atribuída como justiça”, e não como
resultado de minhas obras feitas em sinergia com Deus.
Ainda que como Deus onisciente que é, soubesse dos reais motivos que os
levaram até Ele, o mestre demonstra sua preocupação com o bem estar
de todos, ao incitar Felipe a pensar numa maneira de alimenta-los; o
Mestre lhe pergunta: “Onde compraremos pão para lhes dar de comer?”.
---- Como matar a fome de uma grande multidão, se não havia pão e nem
dinheiro para compra-lo?
Verso 15: “Jesus ficou sabendo que estavam para vir com a intenção de
fazê-lo Rei à força.”
Verso 61: “Mas Jesus sabendo por si mesmo que seus discípulos
murmuravam...”
Verso 64: “...Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam e
quem iria traí-lo.”
---- Que importância teria para a compreensão de João 6, saber que Jesus
tem o atributo divino da Onisciência?
---- Se Jesus já sabia o que iria fazer, Se jesus já sabia o que aquelas
pessoas iriam fazer, se Jesus já sabia quem não iria crer; quais as
implicações imediatas disso nesse contexto?
Na esfera da ação humana, não havia nada que fazer para controlar a fúria
do vento contra as águas e obter a certeza de que chegariam ao seu
destino.
Diante das implicações de que Jesus estava a par do que iria acontecer,
seria óbvio admitir (como já observado), que esses eventos não foram
aleatórios.
Esse fato, porém, não intimidaria o Senhor, que já sabia que suas palavras
não seriam recebidas por aquela gente.
Por tudo isso, eu afirmo sem medo de errar, que houve método nas
palavras de Jesus.
O mestre lhes diz: “Em verdade em verdade, lhes digo que vocês estão me
procurando, não porque viram sinais, mas porque comeram os pães e
ficaram satisfeitos.” (vs. 26)
Isso, como ficará claro, não teria nada a ver com aquilo que o Ezequiel
disse ter sido o motivo que supostamente os teria atraído ao Salvador.
“Trabalhem, não pela comida que se estraga, mas pela que permanece
para a vida eterna, a qual o filho do homem dará a vocês; porque Deus, o
Pai, o confirmou com seu selo.” (vs.27)
Mas ...
---- O que seria essa comida?
Tendo realçado tudo isso, não haveria porque estabelecer qualquer tipo
de expectativa positiva por parte deles, pois até mesmo o Senhor já
deixara claro que já sabia que eles não creriam em suas palavras, vide
verso 64.
Jamais se poderia admitir essa hipótese, já que quem estava diante deles,
era aquele acerca de quem o Pai já havia declarado ser a própria
personificação de seu favor imerecido, quando pelo próprio João foi
afirmado ser ele o Dom de Deus para o mundo.
(Jo.3.16)
“porque Deus amou o mundo de tal maneira, que DEU o seu Filho
Unigênito para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida
eterna.” (Jo.3.16)
Deus tem que DAR, o que o homem não tem e que é incapaz de produzir
por si mesmo.
Pois é exatamente assim que toda a raça humana em estado carnal, reage
em relação a Deus.
É tão somente quando o Espírito nos revela que não somos criaturas
inocentes e santas, que nós adquirimos o discernimento de nossa real
condição ante um Deus Santo e Justo, diante de quem não desejamos
naturalmente estar, pois em sua presença nos sentimos terrivelmente
condenados.
O Senhor Jesus, atesta esse fato, ao dizer que: “Contudo, vocês não
querem vir a mim para ter vida.” (Jo.5.40).
E outra vez: “Eu vim em nome de meu Pai, e vocês não me recebem...”
(Jo.5.43)
O evangelista, já havia declarado: “Veio para o que era seu, e os seus não
o receberam.” (Jo.1.11)
---- “Que sinal o Senhor fará para que vejamos e creiamos no Senhor?” (vs.
30)
---- ‘Já que a única coisa que Deus quer de nós é que creiamos em ti como
enviado Dele;
---- Que tipo de sinal miraculoso o Senhor fará para que possamos ver e
crer no Senhor?’
---- ‘Sim, por que Moisés alimentou todo nosso povo no deserto com o
maná, o pão do céu.
---- O Senhor teria o poder de fazer algo tão grandioso como Moisés?’
Esse é o conhecido teste de São Tomé; se eu não ver, não estarei disposto
a crer.
---- Não te disse Eu, que se creres, verás a Glória de Deus?” (Jo.11.40)
A palavra de Deus é clara, a fé não vem pelo ato de ver; “E assim a fé vem
pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo.” (Rm.10.17)
A fé vem.
A fé vem de Deus para nós, para que de nós, possa ir para Cristo.
“Porque com o coração se crê para Justiça e com a boca se confessa para a
salvação.” (Rm.10.10)
Quando pela palavra de Deus a fé vem, meu coração crê, não é o coração
de Deus que crê por mim.
Do mesmo modo como o vento sopra onde quer e você só pode ouvi-lo e
senti-lo, assim também opera, soberana e invisivelmente, o Deus Espírito
Santo, em quem Ele quer, por meio do qual, esse em quem Ele atua vem a
crer.
---- ‘Faça sua parte Senhor (mais sinais); que nós faremos a nossa;
veremos e creremos.’
---- “Jesus lhes disse: em verdade, em verdade, lhes digo que não foi
Moisés quem deu o pão do céu para vocês; quem lhes dá o verdadeiro
Pão do céu é meu Pai. Porque o Pão de Deus é o que desce do céu e dá
vida ao mundo.
----Jesus Respondeu: Eu sou o Pão da vida. Quem vem a mim jamais terá
fome, e quem crê em mim, jamais terá sede. Porém Eu já disse que vocês
não creem, embora estejam me vendo.” (Jo.6.32-35)
Com essas palavras, Jesus argumenta que, enquanto no tempo de Moisés,
o maná, na qualidade de comida que se estraga, beneficiou apenas e tão
somente o povo de Israel, Deus o Pai, dá o verdadeiro Pão do céu,
enquanto Pão que dá vida ao mundo.
Assim sendo, é óbvio que o Senhor não poderia concordar com nada do
que diziam.
---- Se Deus atuou neles por meio de uma graça (em primeira instância)
incondicional e irresistível, concedida desde o ventre de suas mães,
carregando-os e atraindo-os a Cristo até aquela circunstância...
---- Por que o Senhor não atendeu ao seu pedido por sinal, como condição
para que pudessem crer nele?
---- Não teria sido para esse fim que Ele dispensou graça desde o ventre de
suas mães?
---- Não teria sido por este motivo, que Deus os carregou e os atraiu até
seu filho?
---- Por que não cooperar com eles então, realizando mais alguns sinais,
para que vendo pudessem crer?
Para o Ezequiel; “... a graça agiu primeiro nas pessoas às quais Jesus se
refere em João 6, muito antes de serem chamadas a trabalhar pela
comida que permanece para a vida eterna. Deus as deu vida em primeira
instância, desde o ventre de suas mães. Deus as carregou e as atraiu ao
ponto de seu contato com Jesus naquele momento histórico...”
---- Carregar e atrair alguém a Cristo desde o ventre de sua mãe, não
configuraria interferência de Deus no livre-arbítrio de tal pessoa?
---- Se tanto Deus quanto Jesus já sabiam desde o princípio quem não
creria, por livre e espontânea vontade, por que tentaria modificar essa
vontade livre?
---- Por que Deus, faria todo esforço possível para salvá-los, manifestando
graça, sabendo que não iriam crer em seu Filho?
Analisemos outro aspecto de João 6.27: “Trabalhem, não pela comida que
se estraga, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o filho do
homem dará a vocês; porque Deus o Pai o confirmou com seu selo.”
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho
unigênito...” (Jo.3.16)
Em João 10.29, Ele declara: “Aquilo que meu Pai me deu é maior do que
tudo, e da mão do Pai ninguém pode arrebatar.”
Em João 17.9, Cristo intercede somente por esses a quem o Pai lhe deu: “É
por eles que eu peço; não peço pelo mundo, mas por aqueles que me
deste, porque são teus.”
Em João 17.24, Jesus identifica sua vontade, como sendo a mesma do Pai:
“Pai, a minha vontade é que, onde eu estou, também estejam comigo os
que me deste...”
---- De acordo com esses textos, haveria motivo para duvidar, que depois
de ter dado Jesus ao mundo, Deus dá um mundo para Jesus?
Outro fato que merecerá cuidadosa atenção de nossa parte, é que nessa
segunda fase da dinâmica da graça, o Agente Divino que atuaria
especificamente nesse mundo que seria dado a Jesus, é o Espírito Santo.
Comentando João 6.37, ele diz: “O fato de o Pai dar pessoas ao filho
implica que a natureza das pessoas é totalmente depravada?
Que nenhum ser humano tem liberdade de vontade, de escolha ou de
arbítrio em relação às questões espirituais?
A ideia aqui é realmente essa?
Veja que conquanto seja simples o calvinista inferir a resposta ‘sim’ a
todas essas perguntas, nenhuma dessas informações está no texto.
O texto destacado nada fala sobre a natureza da depravação humana após
a queda, sobre a presença ou ausência de liberdades significativas na
humanidade como algo pertinente ao pano de fundo da concessão do Pai
do Filho.
Dessa forma, vemos que o calvinista infere sua cosmovisão sobre a frase
de Jesus e espera que as pessoas concordem com essa inferência sem
escrutinar seus fundamentos e suas implicações.”
Vejamos o que o Senhor diz no verso 37 de João 6: “Todo aquele que o Pai
me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim de modo nenhum o lançarei
fora.”
---- Vamos refrescar nossa memória e trazer de volta algo que ele disse
anteriormente?
Se eu, assim como ele, posso basear meus escrutínios e sair em busca de
implicações sobre um determinado texto, em outro conjunto de textos
que versam sobre o mesmo assunto e que carregam em si as mesmas
implicações, coisa que ele afirmou acima, pergunto;
Nos parece que para ele, seria incorreto extrair verdades implícitas a
partir daquilo que está explicitado.
---- “Em verdade, em verdade lhe digo que se vocês não comerem a carne
do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em vocês
mesmos.
Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia.” (Jo.6.53,54)
Dessa forma, a vida mencionada no verso 53, a qual não terão, todos
aqueles que não comerem sua carne e beberem seu sangue é; a vida
eterna.
Isso significa que essa vida imortal, não pertence originalmente à raça
humana.
Aqui mesmo no capítulo 6 verso 63, o Senhor declara que: “A carne para
nada aproveita.”
Neste contexto, o paralelo que o Mestre traça entre a sua carne que
produz vida eterna, e a carne humana que para nada presta, constitui-se,
dessa maneira, em uma evidência inegável de que a natureza humana é
em essência radicalmente depravada.
“Como está escrito: não há justo, nem um sequer, não há quem entenda,
não há quem busque a Deus.
A boca, eles a tem cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes
para derramar sangue.
Uma das coisas que devem ser realçadas nesse texto é que quem está na
carne não busca a Deus.
“Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e
pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua
nos filhos da desobediência.
No capítulo 8, ele vai declarar, sem meias palavras; para onde a carne nos
conduzirá:
Em adição a esses argumentos, eu leio em Hebreus 11.6: “de fato sem fé,
é impossível agradar a Deus.”
Isso explicaria porque aquela multidão que foi até Jesus, não creu Nele.
---- Onde em toda a bíblia, estaria uma única indicação de que a carne,
enquanto carne, teria o poder em si mesma de crer em Cristo Jesus?
Consequentemente, asseveramos que; entre a volumosa lista de obras e
ações da carne, não se encontra uma sequer que nos permitiria dizer, que
apesar de sua condição radicalmente depravada, conforme demonstrado
pela leitura dos últimos textos, ela ainda preservaria uma pretensa
aptidão especial de buscar a Deus.
Se assim fosse, Jesus não teria dito: “... a carne para nada aproveita.”
(Jo.6.63).
---- ‘o fato de o Pai dar pessoas ao filho implica que a natureza das pessoas
é totalmente depravada?’
---- Haveria espaço neste texto, e nos demais que foram lidos acerca da
carne, concluirmos em sinergia com o Ezequiel, que a carne humana não é
totalmente depravada?
E acrescentamos:
Eu tenho que perguntar isso, porque poderia ser que talvez, estivéssemos
diante de uma classe especial de arminianos, super crentes, que
constituiriam uma exceção à regra bíblica.
E de novo, respondemos:
Senão;
---- Qual seria o sentido de o Mestre dizer: “Ninguém pode vir a mim se o
Pai que me enviou, não o trouxer...?”
Isso não significa, no entanto, que Deus nos trataria como bonequinhos
em suas mãos. Vamos tratar disso mais adiante.
Vamos analisar agora uma declaração absurda que ele faz sobre a fé:
“A bíblia diz que Jesus é o Autor da fé (Hb.12.2), dentre outros textos, e
diz que o homem deve manifestar fé no evangelho com vistas à salvação
(Jo.6.29),
dentre outros textos. Dessa forma, a fim de manter as duas ênfases
bíblicas, o homem não deve ser visto como responsável por dar origem e
consumação à fé, nem o fato de Cristo ser o Autor e consumador, pode
implicar que o homem não seja legitimamente comandado a crer,
podendo ou não, obedecer a esse comando inclusive.
Além disso, deve ser claro que Jesus é Autor e consumador da fé em geral,
e não da fé particular de cada pessoa específica, como se ele fosse o único
responsável pela decisão de cada um em crer nele, ou não.”
- Criação – (Rm.8.20)
- Gentios – (Ef.2.11)
- Incircunciso – (Rm.3.30)
- Fracos – (Rm.5.6)
- Ímpios – (Jd. 4)
- Árvore má – (Mt.7.17)
- Joio – (Mt.13.38)
- Injustos – (Mt.5.45)
Além do mais, a bíblia deixa claro que fé é mais um, dentre os muitos dons
de Deus, que pela mediação do Espírito Santo se manifesta em nós.
Escrevendo aos Coríntios sobre os dons Espirituais, Paulo inclui entre eles
a fé:
---- Ou será que ele usaria uma desculpa esfarrapada, dizendo que Jesus
não é citado no texto como sendo Aquele que concede o dom da fé como
lhe apraz a cada um individualmente?
Se ele acredita na Trindade Santa, penso que ele não seria estúpido a
ponto de dizer tal bobagem.
Já em Tito 1.1, ele afirma sem rodeios, que “a fé é dos eleitos de Deus.”
Jesus não teria dado origem e consumação à fé, para que ela fosse
exclusivamente dele e para ele, ou para que servisse de modelo ou
exemplo, que devesse ser seguido pelo homem, isso não faz o menor
sentido.
---- Como ter a convicção de que Deus existe, se eu não posso vê-lo?
A fé que Jesus gerou e consumou, é para nós e não para ele mesmo.
Outra coisa que o Ezequiel nunca entendeu, é que a fé, enquanto dom de
Deus, se manifesta em nós, enquanto virtude divina que nos habilita a
crer.
A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra
da fé que pregamos.
---- Por que não devo esperar que alguém suba ao céu para trazer Cristo lá
do alto?
Essa é mais uma evidência de que a ideia de sinergia entre Deus e homem
na obra de salvação é antibíblica.
Por isso o apóstolo vai dizer que a salvação é questão de; com a boca,
confessar a Jesus como Senhor, e com o coração crer que Deus o
ressuscitou dentre os mortos.
Daí assumimos com base na palavra de Deus que; agir com o objetivo,
legalista, de ser salvo, tanto quanto, crer em Jesus; sejam ambas, em si
mesmas, atividades humanas, todavia, para os domínios da redenção,
uma é antagônica à outra.
Isso porque, a primeira se origina no próprio homem, que estando na
carne, procura a Jesus, como àquela multidão o fez, mas pelos motivos
errados, e a última se origina no Espírito Santo, como doador da fé.
A bíblia não autoriza ninguém a dizer que o ato de crer em Cristo deve ser
visto como que tendo origem no próprio homem.
Outros aspectos desse último comentário dele sobre a fé, é o que iremos
destacar agora.
O primeiro foco de nossa atenção, está no ponto em que ele afirma ser
possível ao homem crer em Cristo ou não, quando pelo Senhor for
comandado a fazê-lo.
Em João 6.29 lemos: “Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: que vocês
creiam naquele que ele enviou.”
Crer em Cristo como o enviado de Deus neste contexto, se apresenta
muito mais como um desafio, do que propriamente como uma ordem a
ser cumprida.
Vale lembrar, que se assim fosse, todos esses que receberam esse
suposto comando para crer em Cristo, teriam crido, sem a menor
possibilidade de dizerem; não.
O fato de Deus ter que agir em sua mente, com propósito de fazê-lo
crer, não significa que o homem seja autômato, ou que Deus o trate
como se o fosse.
Essa ação divina, também, não deve ser interpretada como tirania
ou arbitrariedade da parte de Deus, pois é uma ação de inteligência
direcionada ao intelecto do homem, no sentido de convencê-lo,
como o próprio Jesus deixou claro em João 16.8;
“Ora, Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não criam e
quem iria traí-lo.” (Jo.6.64b)
Sob a ótica daquele que tudo sabe, aquela multidão era composta
por dois grupos bem distintos e um indivíduo identificado como
diabo e traidor. (Judas)
Por saber antecipadamente que eles não creriam, e que no que diz
respeito àqueles que já eram crentes; não necessitariam de uma
nova ordem para crer, é que o real sentido da resposta de Jesus,
naquela circunstância específica:
“A obra de Deus é esta: que vocês creiam naquele que ele enviou.”,
não deve ser considerada como um mandado divino, porém, como
um desafio, a fim de incitá-los a fazer, o que eles apenas
imaginavam poder fazer, quando Deus e o próprio Cristo, já sabiam
que eles não poderiam, por dois motivos; por subsistirem em
estado carnal e porque o Pai não lhes havia concedido irem a Jesus.
“Por causa disto é que falei para vocês que ninguém poderá vir a
mim se não lhe for concedido pelo Pai.” (Jo.6.65)
Quando Deus tem o real interesse de fazer alguém crer, ele dá a ordem, e
não haverá ninguém que possa resistir à sua vontade.
---- Ser conquistado, nesse contexto, pressupõe ter sido forçado a crer?
---- O fato de Paulo ter sido conquistado, poderia significar que ele fosse
um ser autômato nas mãos de Deus?
---- Ou ter sido objeto da ação direta do Espírito Santo que o convenceu a
crer em Cristo?
Mais a frente ele acrescenta: “...são homens que tem a mente totalmente
corrompida, reprovados quanto à fé.” (II Tm.3.8)
“Os que vivem segundo a carne se inclinam para as coisas da carne... pois
a inclinação da carne é morte... porque a inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode estar.
Portando, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” (Rm.8.5-8)
Os que vivem segundo a carne se inclinam não para Deus, e sim para as
coisas da carne.
Diríamos que tudo começaria pela insubmissão à lei de Deus, que nada
mais é, do que a revelação de sua vontade preceptiva, desse modo,
enquanto eu estiver na carne, não terei o poder de obedecer à lei de
Deus.
Deus deve conceder poder para que possamos receber seu filho, e crer
nele, só depois, nos tornaremos seus filhos.
E esse milagre não procedeu do sangue, nem da vontade da carne, nem
da vontade do homem.
---- Por que será que nem sangue, nem carne, nem homem teriam o poder
de crer em Cristo e recebê-lo como Salvador?
Por tudo isso que a infalível palavra de Deus nos disse acima.
e depois no verso 65: “... ninguém poderá vir a mim, se não lhe for
concedido pelo Pai.”
em João 5.21 ele diz: “Pois, assim como o Pai ressuscita e vivifica os
mortos, assim também o filho vivifica aqueles a quem quer.”
Se a carne não é livre para desejar ser nova criatura, pois o seu querer e
escravo do diabo, é óbvio que o querer tenha que proceder unicamente
daquele que vivifica os mortos.
“...se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
(Jo.3.3)
“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de
modo nenhum o lançarei fora {...} E a vontade de quem me enviou é esta:
que eu não perca nenhum de todos os que ele me deu; pelo contrário, Eu
o ressuscitarei no último dia {...} Ninguém pode vir a mim se o Pai que me
enviou, não o trouxer; e Eu o ressuscitarei no último dia {...} ninguém
poderá vir a mim, se não lhe for concedido pelo Pai.” (vs. 37,39,44,65)
“...eram teus tu os deste mim {...} todas as minhas coisas são tuas, e as
tuas coisas são minhas...”
Em seguida, vamos analisar mais algumas deduções absurdas do Ezequiel
Gomes.
Dentre outras coisas, ele vai dizer que não se pode inferir de João 6, o
ensino bíblico, da eleição incondicional, sobre o qual ele insiste em dizer
que é calvinista, o que segundo sua opinião, simplória e carregada de
sarcasmos, faria de Deus o culpado pela perdição de todos aqueles que
não foram eleitos.
Todas baseadas numa suposta obediência perfeita à lei, não obstante, não
haver ninguém que a consiga cumprir de modo perfeito e integral.
---- Como equacionar essa ideia, com o que ele disse anteriormente, se
referindo àquela multidão que procurou a Jesus em João 6.27?
É óbvio, que essa decisão ocorreu na mente divina, antes de elas terem
nascido.
Nenhuma possibilidade.
---- Ou deveríamos presumir que desde àquela época os bebês ainda nas
barrigas de suas mães, já estariam em perfeitas condições intelectuais
para decidirem o que queriam ou não receber de Deus?
Tudo isso, nos leva a concluir que antes que todas aquelas pessoas
nascessem, Deus, soberanamente, as havia escolhido para sobre elas
manifestar sua graça. (Segundo os pressupostos do Ezequiel)
Porque a partir dela é que Deus decidiu trazê-las à vida, não havendo,
portanto, nenhuma possibilidade de escolha da parte humana.
---- O que dizer daquelas que passaram pela vida sem terem ido a Jesus
uma única vez?
Só haveria uma resposta para isso, a saber; que Deus, por uma razão que
só a ele pertence, as preteriu.
---- Ou o Ezequiel vai negar que possa ter existido pessoas nesse mundo,
que passaram pela vida sem terem ido a Jesus?
Nosso irmão arminiano, cai na mesma armadilha retórica que ele
construiu para que nós calvinistas caíssemos nelas.
Ao escrever tanta coisa ridícula e absurda, ele imita Hamã, que construiu
uma forca para Mordecai, mas acabou morrendo nela.
“Seja como for, são aqueles que vem a Cristo, em resposta à concessão do
Pai, que jamais serão lançados fora (“o que vem a Mim não será lançado
fora”).
---- Por que enviaria, também verdadeiramente, os que Ele sabe que não
creem e jamais crerão, além daqueles que Ele também sabe que creem
falsamente?
Daí o Mestre afirmar: “Quem VEM (grifo nosso) a Mim jamais terá fome, e
quem CRÊ (grifo nosso) em Mim, jamais terá sede. Porém eu já disse que
vocês não creem, embora estejam me vendo.” (Jo.6.35,36)
Ver a Jesus, por estar fisicamente em sua presença, não é o mesmo que
crer n'Ele.
Parafraseando:
---- ‘De onde VEM (grifo nosso) os que não creem verdadeiramente em
Cristo?’
Assumir, como faz Ezequiel Gomes, de que é o próprio Deus que envia e
atrai a Cristo, os que não crerão n'Ele e até mesmo os que apostatarão, é,
mais uma vez, entrar em colisão frontal com o Senhor e sua palavra.
---- Estaria Jesus dizendo algo que não corresponderia com a verdade, ou
seríamos nós que não captamos o real sentido de alguma fala d'Ele
anteriormente?
Fato que ensejará a afirmação: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a
Mim; e o que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora.” (vs. 37)
Pois, se Deus, o Pai os tivesse enviado a seu Filho, Ele não os perderia.
O fato de Deus não enviar alguém a Jesus, não o torna culpado pela
perdição desse, pois: “o que não crê, já está condenado {...} sobre ele
permanece a ira de Deus.” (Jo.3.18,36)
Quanto àquela multidão de João 6, não foi Jesus que os perdeu, eles já
estavam perdidos em seus delitos e pecados.
Ou seja; contrariando os pressupostos maliciosos do Ezequiel Gomes, o
texto em questão, nada fala de Deus predestinando-os à vida para receber
graça, bem como nada diz sobre uma suposta ação de preserva-los,
carrega-los e atrai-los até Jesus naquele momento histórico, com a
finalidade de salva-los.
o primeiro em João 6.44 que diz; “ninguém pode vir a Mim se o Pai que
me enviou, não o trouxer...”,
o segundo em João 14.6: “Jesus respondeu: ---- Eu sou o caminho, a
verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”
O que vocês estão prestes a ler, é fruto de uma mente corrompida pelo
insaciável desejo de exaltação própria.
“Algo que pode nos ajudar a vislumbrar mais de perto exatamente o que
as frases de Jesus em João 6.44 e 14.6 significam é destacar todas as
dinâmicas efetivamente presentes nos textos.
Por um lado. Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que me enviou, não o
atrair.
Dessa maneira, só nos resta avaliar qual a melhor leitura dos textos em
seus respectivos contextos sobre esse ponto específico.”
Precisamos esclarecer algo aqui; que ele deixa passar como se fosse um
detalhe insignificante, a saber que: desde que seja atraído pelo Pai,
alguém ou qualquer um, não apenas pode, mas que; com certeza, irá a
Jesus; essa não é uma questão de competência e iniciativa humanas, é
questão de determinação divina.
O que, também, não significa, que o homem seja tratado por Deus como
um objeto autômato, porque se esse fosse o caso, Deus Espírito Santo,
não necessitaria convencê-lo ou persuadi-lo, ações que demandam a
existência de razão, intelecto e mente.
(Jo.16.8 – Jr. 20.7)
A palavra de Deus, não coloca as coisas nos termos de uma decisão, como
que partindo do agente humano, como se ele depois da determinação do
Pai em dá-lo a Jesus, ainda pudesse refletir sobre se aceitaria ou não ir a
Ele.
“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a Mim...”. (vs.37) não há aqui,
nenhuma possibilidade de indefinição quanto a ir ou não a Cristo.
“Em João 14, por exemplo, Jesus apela aos discípulos para que creiam
n'Ele e no Pai, ao menos por causa das obras que Ele realizou a mando do
Pai, milagres como a multiplicação dos Pães descrita em João 6, estão
incluídos entre essas obras.
Já em João 14, o Mestre está reunido com seus fiéis discípulos, tristes e
desapontados ante a perspectiva de que seu Senhor e Salvador iria partir
em breve.
Precisamos perguntar;
---- Se houve uma escolha divina, ela foi condicionada antes à escolha
humana?
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em
Cristo.
Esse verso, diz que fomos abençoados ainda nas regiões celestiais em
Cristo. Isso significa que; desde a eternidade houve alguém em nome de
quem, seríamos abençoados, e sem Ele, não haveria essas bênçãos.
“Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, n'Ele, para sermos
santos e irrepreensíveis diante d'Ele.
- Por meio de quem essa ação foi possível: “Deus nos escolheu, n'Ele” (em
Jesus)
Eles, não aceitam em hipótese alguma, o fato de que Deus nos elegeu,
antes da fundação do mundo.
O raciocínio tortuoso deles diz que houve escolha de Deus, sim, mas, essa
se deu em função de sua presciência, e dentro da cadeia do tempo.
Seria mais ou menos assim; por ter previsto antecipadamente, quem por
si mesmo decidiria crer n'Ele, Deus os elegeu no momento de sua
conversão no tempo e no espaço.
Porém, mesmo tendo sido eleitos por Deus, que previu de antemão sua
conversão, nem mesmo esses, estariam com a salvação garantida, pois
poderiam apostatar da fé.
---- Que presciência de Deus seria essa, que prevê quem verdadeiramente
crerá, e por isso elege, mas não prevê quem apostatará?
---- Ou, que eleição seria essa que elege os que creem, mas que pode ser
anulada, por ter Deus previsto também sua apostasia?
---- Se Deus previu também apostasia de alguém, por que elegeria tal
pessoa?
---- Se essa for a concepção aceita pelos arminianos, como esses poderiam
perder sua salvação, se Deus já sabe que permanecerão fiéis até o fim?
É exatamente por isso que Paulo diz: “em Adão, todos morrem...” (I
Co.15.22)
Assim como, nunca aceitaram o fato de que Deus, por um motivo que só a
Ele pertence, decretou permitir a entrada do pecado no mundo, tendo um
propósito santo com isso.
Deus nunca foi passivo na História, muito menos impotente.
De agora em diante, não seria mais possível ao homem ser justo por suas
próprias obras, manchadas pelo pecado (Is.64.4).
Sua santidade e justiça seriam atribuídas a nós, pela fé, dom divino, que
nos habilitaria a crer n'Ele. “E a favor deles Eu me santifico, para que eles
também sejam santificados na verdade” (Jo.17.19)
“Porque o fim da lei é Cristo, para Justiça de todo aquele que crê”
(Rm.10.4)
Sem Jesus, não haveria graça, não haveria eleição, não haveria
possibilidade de redenção, pois nenhuma obra humana seria capaz de
anular a condenação de morte eterna imposta sobre toda a humanidade,
por causa de Adão.
Voltemos a Efésios; “Em amor nos predestinou para Ele, para sermos
adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito
de sua vontade”
Deus é o sujeito da História da salvação, Ele é o sujeito que por amor nos
predestinou para Ele mesmo.
Para pertencermos a Ele, não por meio de algo que façamos em sinergia
com sua santa Pessoa, mas unicamente por meio de Jesus, que nos
adotaria justamente com o objetivo de sermos filhos de Deus, em
cumprimento de sua vontade.
Afinal foi o próprio Deus, que nos predestinou, em amor, para que
fôssemos propriedade exclusiva d'Ele, por meio da adoção de filhos em
Jesus Cristo. (Ef.1.4,5 – I Pe.2,9,10)
Paulo continua: “para louvor da glória de sua graça, que Ele nos concedeu
gratuitamente no amado.” (Ef.1.6)
“Ele nos revelou o mistério de sua vontade, segundo o seu propósito, que
ele apresentou em Cristo, de fazer convergir n'Ele, na dispensação da
plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra.”
(Ef.1.9,10)
Já não há mais mistério quanto à vontade maior de Deus, pois esta, nos foi
revelada em seu Filho, no tempo certo, segundo a agenda de Deus.
Foi por isso mesmo que Jesus declarou em João 14: “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida; ninguém VEM ao Pai senão por Mim. Se vocês me
conheceram, conhecerão também meu Pai. E desde agora vocês o
conhecem e o tem visto.” (Vs.6,7)
Jesus não disse; ninguém vai ao Pai senão por mim; Ele disse “ninguém
VEM ao Pai”.
A vontade de Deus, por ser eterna e infinita, não poderia ser precedida
pela vontade finita do homem.
Não houve nada antes da vontade de Deus, do contrário, ela não poderia
ser a causa primária de tudo.
---- Se Deus não dará sua glória a mais ninguém, quem terá a coragem e a
estupidez de dizer que trabalhou com vistas à sua própria salvação
juntamente com Deus?
Paulo em Romanos diz: “E, assim, a fé VEM pelo OUVIR, e o OUVIR, pela
palavra de Cristo.” (Rm.10.17)
- A FÉ VEM PELO OUVIR: Não vem pelo olfato, não vem pelo paladar, não
vem pelo tato, não vem pela visão.
Cristo vai dizer no verso 37: “A minha palavra não está em vocês.”
Esta é, sem dúvida, uma declaração cujas implicações se estendem a todas
as pessoas, de todas as épocas e lugares, nas quais a palavra de Cristo está
ausente.
O que o Mestre nos revela aqui, é uma das provas mais evidentes de que
OUVIR a sua palavra, é um poder ou aptidão que não reside naturalmente
na pessoa humana.
A palavra de Cristo que gera a fé, nos alcança como escolhidos de Deus,
que são todos aqueles a quem Deus, soberanamente, deu a Cristo.
Somente isso explica o fato daquele grupo de judeus de João 6, não ter
crido n'Ele, mesmo tendo ouvido sua palavra.
Quanto àqueles que já eram seus fiéis e leais discípulos (exceção a Judas)
desde o início de seu ministério, o Senhor declara abertamente, que o
motivo de eles crerem, é por Ele os ter escolhido.
Os arminianos, assim como o Ezequiel, irão objetar, com base nesse texto
e em I Pedro 1.1,2; dizendo que Deus predestina somente aqueles a quem
Ele previu que iriam crer n'Ele, esquecendo-se, que se for assim, somente
esses é que serão verdadeiramente salvos, não cabendo aí, a ideia de
perda da salvação, já que foi o mesmo Deus que supostamente os teria
predestinado por esse motivo.
Muito embora, a palavra que saía de sua boca, fosse espírito e vida;
todavia, no que diz respeito especificamente àqueles descrentes em
condição carnal, Jesus nada fez para lhes modificar a sua natureza,
concluindo explicitamente, que não havia, no caso deles, a concessão do
Pai para tal.
Somente aqueles que forem objetos de sua escolha soberana, é que serão
conduzidos à fé em Cristo.
Esses, por uma decisão unilateral e suprema de Deus, o Rei dos Reis e
Senhor dos Senhores, pertencem a Ele, e assim como Jó, não poderão ser
tocados de maneira fatal pelo maligno.
“Mas voces não creem, porque não são das minhas ovelhas.” (Jo.10.26)
“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco. Preciso trazer também
estas. Elas OUVIRÃO a minha voz, e então haverá um só rebanho e um só
Pastor.” (Jo.10.16)
“... e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.”
(Atos 13.48)
A lógica não é: foram destinados para a vida eterna porque creram, e sim;
creram, porque foram destinados para a vida eterna.
Esse é outro texto que desmonta a ideia do Ezequiel que afirma, dentre
outras absurdidades, que Jesus não é autor da fé particular de cada
pessoa, porque, cada um, supostamente, teria o poder de dar origem à
sua própria fé.
Ele mesmo declara, “{...} Apolo auxiliou muito aqueles que, mediante a
graça, haviam crido;” (At.18.27)
Dito de outro modo, fé é dom da graça, mediado pelo Espírito Santo, que
pela permissão de Deus atua em nós, convencendo-nos a crer em seu
Filho Jesus.
Ele espera que todos os leitores da palavra de Deus, sejam tão ignorantes
quanto ele, e que não possam perceber sua malandragem exegética.
Ele continua com seus devaneios: ”Portanto, concluímos que João 6.44,
em seu contexto, não implica que o Pai atraiu apenas os
eleitos/predestinados a Jesus, mas atraiu a todos, convidou todos a
crerem...”
---- Se Jesus atraiu a todos, por que nem todos vão a Ele?
Se assim fosse, Jesus estaria mentindo, porque nem toda criatura creu
n'Ele após sua crucifixão.
Ele vai dizer: “E embora tivesse feito tantos sinais na presença deles, não
creram n'Ele, para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor,
quem creu em nossa pregação? Por isso não podiam crer, porque Isaías
disse ainda: Cegou os olhos deles e endureceu lhes o coração, para que
não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e
sejam por mim curados.” (João 12.37-40)
Portanto, para fazer cumprir sua palavra expressada pelos profetas, Deus
não precisaria intervir na estrutura intelectual do homem, no sentido de
cegá-lo ou endurecer seu coração com o propósito de não o permitir
entender e crer em seu Filho, para isso, basta Ele passar por alto todos
esses, não atuando neles por meio do Espírito Santo.
Vamos novamente, abrir aspas para ele: “Ou o Pai dá ao Filho quem não
foi a Ele através de Cristo previamente, ou Cristo conduz ao Pai pessoas
que ainda não lhe foram dadas da parte do Pai.”
Olha só a que ponto vai a perversão desse sujeito; para ele deve haver
uma dicotomia entre a vontade do Pai e a vontade do Filho.
Se o Pai pode dar ao filho alguém, que antes não tenha ido a Ele, por
intermédio de Jesus, Cristo poderia dar ao Pai pessoas que ainda não lhe
foram dadas por Ele.
Misericórdia Senhor!
Se o Pai der alguém a Cristo, Jesus, por sua vez, não pode conduzir
ninguém ao Pai.
Então tá, a obra de Deus, segundo a visão míope do Ezequiel, não pode se
harmonizar com a obra de Cristo.
“Assim sob a ótica estrita do monergismo, Deus não pode dar ninguém ao
Filho, se Jesus não tiver servido de meio para a pessoa chegar até o Pai em
primeira instância. Mas se a pessoa já está sendo conduzida por Cristo,
antes do Pai concedê-la ao Filho, a importância da imagem em 6.44
desvanece por completo.”
---- Sabe aquela coisa em que, quanto mais se mexe, mais fede?
Pois é ... ler o que Ezequiel escreve sobre salvação, obra de Deus, obra de
Cristo, graça, fé etc. etc. etc., se parece muito com isso.
Dito isso, ficará mais fácil para alguém que ainda não tenha familiaridade
com as tecnicalidades teológicas, compreender algumas passagens
bíblicas que tratam de descrever as ações do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
---- Em verdade, em verdade lhe digo que o Filho nada pode fazer por si
mesmo, senão somente aquilo que vê o Pai fazer; porque tudo o que Este
fizer, o Filho também faz [...]
Porque Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a
vontade d'Aquele que Me enviou [...]
[...] Eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de Mim mesmo, mas Ele
Me enviou.”
(Jo.5.19,30 – 6.38 - 7.28 – 8.42)
A declaração do Mestre em João 7.28, dando conta de que Ele não veio a
terra porque Ele mesmo o quisesse, não significa, no entanto, que Ele não
queria vir salvar o homem, ou que Ele tenha vindo, de má vontade, mas
significa, antes, que enquanto Filho, estava em estrita subserviência ao
seu Pai.
Em João 8.42; ele diz que não veio por si mesmo, mas que o Pai o enviara.
“Jesus clamou, dizendo: Quem crê em Mim crê não em Mim, mas
n'Aquele que Me enviou. E quem vê a mim vê Aquele que Me enviou.”
(Jo.12,44,45)
Até mesmo, as palavras que Ele pronunciou, não foram suas próprias
palavras:
“Porque Eu não falei por Mim mesmo, mas o Pai, que Me enviou, Esse Me
ordenou o que dizer e o que anunciar... Portanto, as coisas que Eu digo,
digo exatamente assim como o Pai me falou.”
Isso, entretanto, não quer dizer que Jesus era apenas um mero repetidor
das palavras do Pai, ou que Ele não estivesse comprometido com aquilo
que dizia por ordem d'Ele, significava isto sim, que, mais uma vez, como
filho obediente que É, estava totalmente submisso às ideias, pensamentos
e planos do Pai.
Diante da iminente partida de seu Senhor, eles são tomados por uma forte
sensação de desamparo.
Naquele dia voces saberão que Eu estou em meu Pai, que voces estão em
Mim e que Eu estou em voces. (vs.20)”
Jesus, primeiro, lhes afirma algo com o qual Tomé ficará intrigado: “voces
conhecem o caminho para onde Eu vou.” (vs.4)
Tomé declara que eles não sabiam para onde o Senhor estava indo, e em
seguida lhe pergunta: “Como podemos saber o caminho?” (vs.5)
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por
Mim. Se voces Me conheceram, conhecerão também o meu Pai. E desde
agora voces o conhecem e tem visto.”
O interessante é que Ele não disse; ‘ninguém VAI ao Pai’, e sim; “Ninguém
VEM ao Pai.”
---- Por que o Mestre, ao invés de dizer ‘ninguém vai’, disse “ninguém
VEM...?”
Ora se observarmos com atenção a sequência da narrativa, veremos que
Jesus, se identifica como que possuindo o mesmo caráter do Pai:
Em outra ocasião, o Mestre já lhes havia dito: “Eu e o Pai somos um”.
(Jo.10.30)
---- Como equacionar a ideia de que seu mestre estava indo para a casa do
Pai, ao mesmo tempo em que Ele afirmava ser o próprio Pai?
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus.” (Jo.1.1)
Jesus sabe que teria que ter muita paciência para lhes incutir essa ideia; ...
“---- Há tanto tempo estou com voces, Filipe, e voce ainda não me
conhece? Quem vê a Mim vê o Pai” (vs.9)
Somente isso bastaria para que qualquer estudioso sincero da palavra de
Deus, se convencesse de que não há nenhuma dicotomia entre João 6.44
e 14.6.
Jesus sabe que esse é o momento certo para semear em suas mentes as
preciosas verdades de que Ele e o Pai estavam eternamente ligados pelos
laços indissolúveis da divindade e que por conta disso, entre Ele e seu Pai
não havia qualquer tipo de discórdia.
Ele vai afirmar: “Creiam que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim;
creiam ao menos por causa das mesmas obras.” (Jo.14.11)
Outro texto que exprime com muita clareza a íntima e harmoniosa relação
entre as obras do Pai e as obras do Filho, é o capítulo 17 de João.
“---- Pai é chegada a hora. Glorifica o teu Filho, para que o Filho glorifique
a ti, assim como lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, a fim de
que Ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.” (vs.1,2)
Mas o Filho ainda deve glorificar seu Pai, consumando na cruz, aquilo para
o qual Ele, enquanto Homem, viera realizar.
Até esse ponto, Jesus já havia realizado muitas obras em nome do Pai,
muitas das quais, não puderam ser registradas, como o próprio João
declara em seu evangelho: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que
Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, penso que nem no
mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” (Jo.21.25)
Deus deu a seu Filho autoridade sobre toda a humanidade, afinal de
contas; “Todas as coisas foram feitas por Ele, e, sem Ele, nada do que foi
feito se fez.” (Jo.1.3)
Todas as coisas, estão nas mãos santas de Cristo, isso inclui, é óbvio, todas
as pessoas, o que é confirmado pelo próprio Jesus quando disse que Deus
lhe deu “autoridade sobre toda a humanidade.”
Isso, no entanto, não significa que Ele veio salvar toda e qualquer criatura
da terra, ou que o Pai lhe tenha ordenado a cumprir essa missão.
A obra que o Pai lhe confiara, a saber; salvar àqueles que lhe foram dados,
fora realizada, mesmo que o Senhor, nessa ocasião, não tivesse ainda sido
crucificado, a cruz seria o ápice daquilo que Ele, como enviado de Deus,
realizaria em prol do homem.
“Manifestei o teu nome àqueles que Me deste do mundo. Eram teus, tu os
deste a Mim, e eles tem guardado a tua palavra.” (vs.6)
Isso indica que houve um trabalho por parte do próprio Cristo, por meio
do Espírito Santo, com o desígnio de convencê-los a crer no filho como seu
Salvador, esse entendimento, desqualificaria qualquer suposição de algo
automático, na relação de Cristo com esses a quem o Pai lhe deu.
Outro fato digno de nota, é o que Cristo revela acerca do status relativo
àqueles a quem o Pai lhe deu. Ou seja, todos esses, que foram dados por
Deus a Jesus, eram acima de tudo e antes de qualquer coisa,
‘propriedades’ do Pai.
Agora, quando Cristo afirma que esses a quem o Pai lhe deu, pertenciam a
Ele antes de serem dados ao filho, todos eles foram dados como eleitos ou
escolhidos de Deus para a salvação, em seu Filho, “antes da fundação do
mundo.” (Ef.1.3,4,5)
Mas só foi manifestado nesses últimos dias “em favor de voces”; não há
como confundir esse: “em favor de voces”, com toda e qualquer criatura
da face da terra, ou como diria Ezequiel Gomes; alguém/qualquer um.
“Agora eles reconhecem que todas as coisas que Me tens dado provém de
Ti, porque Eu lhes tenho transmitido as palavras que Me deste, e eles as
receberam, verdadeiramente reconheceram que saí de Ti e creram que Tu
Me enviaste.” (Jo.17.7,8)
Mais uma prova de que as palavras que Cristo afirma ter recebido do Pai,
foram a causa de todos eles terem crido no Filho, não há como tergiversar
sobre isso, como faz o sr. Gomes.
É exatamente por isso que Cristo agora intercede somente por esses;
“É por eles que Eu peço; não peço pelo mundo, mas por aqueles que me
deste, porque são teus.” (vs.9)
Não há motivo para que eu fique titubeando, entre aceitar uma ordus
salutis (ordem da salvação) que principie com Deus (6.44) e uma que,
supostamente começaria em Cristo (14.6).
“Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, enquanto eu vou
para junto de Ti.
Pai Santo, guarda-os em Teu nome, que Me deste, para que eles sejam
um, assim como nós somos um.
[...] Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal.”
(vs.11,12,15)
“Todo aquele que o Pai Me dá esse virá a Mim, e o que vem a Mim, de
modo nenhum o lançarei fora” (6.37);
Depois ficamos sabendo que o Mestre os recebeu; “Eram teus Tu os deste
a Mim, e eles tem guardado a Tua palavra.” (Jo.17.6);
E por fim, diante de sua iminente partida, o Senhor irá devolvê-los aos
cuidados do Pai;
Paulo aqui deixa muito claro que em Cristo e por amor, fomos
predestinados para Deus mesmo, com o propósito de sermos santos e
irrepreensíveis diante d'Ele.
“Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos
injustos, para conduzir voces a Deus...” (I Pe.3.18)
A esses a quem o Mestre os guardou por tê-los recebido do Pai, Ele vai
dizer;
“... Eu os protegi e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição,
para se cumprir a Escritura” (Jo.17.12)
Alguém poderia dizer que somente esses que estiveram juntos de Jesus,
com exceção de Judas, é que não se perderam, ou seja; seus discípulos
mais próximos.
“---- Não peço somente por estes, mas também por aqueles que vierem a
crer em Mim, por meio da palavra que eles falarem”
“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco. Preciso trazer também
estas
Aquilo que meu Pai Me deu é maior do que tudo, e da mão do Pai
ninguém pode arrebatar.” (Jo.10.16,28,29)
A vontade do Pai e a vontade do Filho, assim como, as obras do Pai e as
obras do Filho, estão indissoluvelmente, entrelaçadas.
“Porque Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a
vontade daquele que Me enviou.
---- Quem seriam esses a quem o Senhor quer que estejam com Ele, onde
Ele estiver?
---- Por que será que Cristo não universalizou sua intercessão?
---- Por que Ele não orou assim? ---- ‘Pai, a minha vontade é que onde eu
estou, estejam também todas as pessoas da face da terra’
---- Por que será que Jesus insiste em orar e interceder somente por
aqueles a quem o Pai lhe deu?
---- Não seria porventura, porque somente esses que foram dados pelo Pai
a Ele, é que foram eleitos e predestinados com esse propósito?
Por fim, o Senhor conclui: “Eu lhes fiz conhecer o Teu nome e ainda o farei
conhecer, a fim de que o amor com que Me amaste esteja neles, e eu
neles esteja.” (Jo.17.26)
Se Jesus não realizasse essa obra, ninguém poderia crer em Deus, no Filho
e no Espírito Santo.
Não haveria fé na terra, caso, tanto o Pai, quanto o Filho, por meio do
Espírito Santo, não estivessem ambos imbuídos desse propósito.
---- Porventura, não tem sido o mesmo Ezequiel Gomes que tem feito isso
insistente e arbitrariamente em seu livro enganoso?
Ele duvida daquilo que o próprio Mestre declarou em João 6, como sendo
uma ação soberana e inquestionável do Pai, ao dar salvíficamente ao Filho
todos a quem Ele deverá salvar por ordem direta de Deus.
---- Então, depois de tudo que lemos na palavra de Deus acerca desse
assunto, não devemos acreditar que “todo aquele que o Pai” dá
verdadeiramente a Jesus, não estaria salvo?
Quem faz isso, esperando que todos os seus leitores não tenham
envergadura intelectual e unção Espiritual para perceber todos os
equívocos em seu livro; é definitivamente o sr. Ezequiel, contraditório,
Gomes.
Quem jamais entendeu como a verdadeira dinâmica da graça se
desenvolve, de acordo com a palavra infalível de Deus, é ele, e não os
calvinistas.
Tensão é o que ele tem em relação a Paulo, por exemplo, quando este
declara:
Ou quem primeiro deu alguma coisa a Deus para que isso lhe seja
restituído?
Porque d'Ele, e por meio d'Ele, e para Ele são todas as coisas.
Por isso, Paulo faz perguntas que deveriam ser respondidas, como se se
pudesse identificar alguma criatura, na suposição de que Deus dela
dependesse, para entende-lo, aconselhá-lo ou dar-lhe algo que ainda não
possua.
Esse, “quem”, das perguntas de Paulo, não existe, e por não existir, é que;
“... ninguém será justificado diante de Deus por obras da lei...” (Rm.3.20)
Tudo que começou em Deus, passa pelo Filho, é mediado pelo Espírito
Santo, para depois culminar na própria pessoa de Deus; pois: “para Ele são
todas as coisas” (Rm.11.33)
Vamos mostrar agora, as razões pelas quais, a bíblia não chancela a ideia
de sinergismo na salvação do homem, como propõe nosso teimoso
oponente.
Tampouco o trabalho que o homem deve fazer com vistas à salvação deve
ser entendido como realmente antagônico e contraditório à natureza da
graça.”
Então, teríamos, de acordo com ele, o texto de Efésios 2.8-10 enfatizando
a graça, enquanto João 6.27, daria ênfase a uma suposta responsabilidade
humana, na questão da salvação.
Paulo vai dizer em Romanos: “Porque com o coração (mente) se crê para
justiça...” (10.10)
Quando, pela atuação eficaz do Espírito Santo, sou agraciado com o DOM
da FÉ, eu creio.
Deus não crê por mim, entretanto, pela mediação do Espírito, Ele mesmo
possibilita que eu creia em seu Filho.
“... JESUS sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem
iria traí-lo. ... Por causa disto é que falei para voces que ninguém poderá
vir a Mim, se não lhe for concedido pelo Pai” (6.64,65)
---- Como poderia o Senhor dar uma ordem, para que aquela multidão
cresse n'Ele, mesmo sabendo de antemão que não creriam, porque o Pai
não lhes havia concedido crer em seu Filho?
---- Poderia o Filho contrariar uma vontade do Pai, por querer salvar
aqueles a quem o Pai não lhe deu?
“---- Agora a minha alma está angustiada, e o que direi? “Pai salva-me
desta hora? Não, pois foi precisamente com este propósito que Eu vim
para esta hora.” (Jo.12.27)
Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais
Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”
“e isto não vem de voces é dom de Deus; não de obras, para que ninguém
se glorie.” (vs.8,9)
A ênfase sobre quem deveria receber todo o louvor pela redenção, não dá
margem para que se pudesse assumir uma relação de sinergia entre Deus
e homem com este propósito.
“E qual é a suprema grandeza do seu (de Deus) poder sobre nós, os que
cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.” (1.19)
Creram, não porque geraram sua própria fé, mas porque Deus exerceu
sobre eles “a eficácia da força do seu poder.”
---- Com base em que bíblia, voce produziu essa declaração estúpida?
Sim, porque na nossa bíblia, que contém 66 livros e é composta pelo velho
e novo testamentos, já demonstramos até aqui, que não existe a mínima
possibilidade de se assumir tal imbecilidade.
---- Que parte de “não darei a mais ninguém a minha glória”, o Ezequiel
não entendeu?
Conforme analisado no texto de Efésios, Paulo deixou claro que tudo que
Deus fez por meio de Jesus, foi; “para louvor da glória de sua graça”. (1.6)
Referindo-se a Adão, ele vai dizer que o pecado veio ao mundo “por um só
ser humano”.
A primeira ênfase recai sobre Adão, como sendo o único responsável pela
morte passar “a toda humanidade”; ele diz: “por um só ser humano
entrou o pecado no mundo”.
O dom é gratuito.
Isso significa também, que o homem não tomou parte na decisão de Deus
enviar seu dom.
Novamente, o apóstolo faz questão de frisar que “muitos morreram pela
ofensa de um só”, mas isso é contraposto pelo fato de que “a graça de
Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo” abundou sobre
muitos.
Eles irão afirmar que Adão é responsável pelos seus próprios pecados,
enquanto nós, somos os responsáveis pelos nossos.
Para eles, Deus seria injusto em condenar toda a raça humana pelo
pecado de um só.
---- Foi ele que pecou, não eu, não posso ser responsabilizado pelo pecado
de outro.
---- Eu morro, porque sou condenado pelo meu pecado e não pelo pecado
de Adão.
E ainda vão dizer que as criancinhas que morrem em tenra idade sem
terem cometido nenhum pecado, morrem por conta de terem herdado
uma condição espiritual corrupta e uma condição física debilitada de seus
pais.
Rejeitamos todos esses argumentos, com base na analogia de Paulo de
que somos considerados justos por meio de um só homem e não por nos
tornarmos nós mesmos justos diante de Deus.
Até agora, o apóstolo Paulo, não dá margem para inferir que a salvação
pela graça, derive de uma suposta sinergia entre Jesus e o homem, a
analogia empregada por ele, não permite essa conclusão.
“Se a morte reinou pela ofensa de um e por meio de um só, muito mais os
que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida
por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.” (vs.17)
“a morte reinou pela ofensa de um ... só”; a morte não reinou pela ofensa
de todos os pecadores da terra.
---- Seria cabível até aqui, inserir a ideia de sinergia entre Deus e homem
na questão da salvação?
“Portanto, assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os
seres humanos para condenação, assim também, POR UM SÓ ATO DE
JUSTIÇA, veio a graça sobre todos para a justificação que dá vida.” (vs.18)
Assim como o juízo que trouxe a condenação à toda raça, veio por “uma
só ofensa” (vs.18) de “um só ser humano” (vs.12); Adão; a justificação que
dá vida, também veio “por meio de um só, a saber Jesus Cristo.” (vs.17)
“por um só ato de justiça veio a graça”, mais claro que isso, impossível.
---- Como alguém, a quem Deus já sabe que está salvo, poderá perder a
salvação?
Perceba, que não há menção à santificação, pois esta não pode ser a
causa de salvação e sim seu efeito.
Cada pessoa tem um tipo de relação com Deus. E nessa relação, os graus
de comprometimento vão variar, de acordo com a vocação de cada um.
“Mas devemos sempre dar graças a Deus por voces, irmãos amados pelo
Senhor, porque Deus os escolheu desde o princípio para a salvação, pela
santificação do Espírito e fé na verdade.”
---- Como alguém a quem Deus, entregou ao Filho, para que Ele o salvasse,
não se salvará?
“assim como lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, a fim de que
Ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste [...] eu te glorifiquei na
terra realizando a obra que Me deste para fazer” (Jo.17.2,4)
A obra de salvação não foi concluída por homem algum em uma suposta
sinergia com Deus, mas por Aquele a quem unicamente pertence a glória
de nossa salvação; Cristo Jesus.
Se Jesus já concedeu a vida eterna a todos aqueles que o Pai lhe deu;
Vou deixar Jesus mesmo, responder essa pergunta: “Será que não Me é
lícito fazer o que quero com o que é meu?” (Mt.2015)
---- Que necessidade haveria de Jesus dizer que o Espírito Santo tem que
convencer aqueles em quem Ele atua?
Pelo que eu saiba, marionetes não precisam ser convencidas a fazer nada.
Insistir nisso, é tentar roubar a glória que somente a Deus pertence, e que
Ele “não dividirá com mais ninguém”
O Ezequiel cita alguns textos para tentar fundamentar a ideia de que não
há eleição incondicional e predestinação para a salvação, desde “antes da
fundação do mundo”, e que Jesus teria vindo com propósito de salvar
toda criatura da terra.
Vamos dar uma conferida para saber se esses textos dizem, o que o
Ezequiel quer que eles digam.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito,
para que todo o que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
(Jo.3.16)
A questão é;
---- todo homem teria o poder de crer em Jesus por si mesmo?
“... E creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.”
(At.13.48)
Esse texto tem sido usado pelos arminianos e pelagianos para dizer que
não há predestinação para a salvação, porque Deus deseja salvar toda
pessoa da terra.
O apóstolo nesse contexto, está exortando seu discípulo Timóteo para que
este faça intercessão, orações, súplicas “e ações de graças em favor de
todas as pessoas”.
Não conheço toda pessoa do mundo para que eu possa suplicar, orar,
interceder e oferecer ações de graças, em favor de cada uma.
Outro detalhe, é que se essa fosse a real intenção de Paulo, ele estaria se
contradizendo, pois aos Tessalonicenses ele diz; “Orem também para que
sejamos livres das pessoas perversas e más; porque a fé não é de todos.”
(II Ts.3.2)
Ele não quer que se faça distinção de pessoas por critérios de religião,
posição social, hierarquia, cor, nacionalidade, etnia etc.
Ele diz; “Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade”.
“... Pedro tomou a palavra e disse: Irmãos, voces sabem que, desde há
muito, Deus me escolheu entre voces para que da minha boca os gentios
ouvissem a palavra do evangelho e cressem.
E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o
Espírito Santo a eles, como também o havia concedido a nós.
E não estabeleceu DISTINÇÃO (grifo nosso) alguma entre nós e eles,
purificando-lhes o coração por meio da fé.” (15.7-9)
“... Deus ... deseja que todos; judeus e gentios (sem distinção) sejam
salvos”, e não que todos (sem exceção) sejam salvos.
Esse é o sentido correto do que Paulo quis transmitir, até porque ele foi o
apóstolo que mais escreveu sobre eleição e predestinação em todo o novo
testamento.
Outro texto muito utilizado pelos arminianos para tentar refutar o ensino
da eleição incondicional e da predestinação, é o da primeira epístola de
João, capítulo 2 verso 2:
Os arminianos, afirmam com base nesse texto, que Jesus não predestina
ninguém em especial, ao mesmo tempo em que predestinou, segundo
eles, o mundo inteiro para a salvação por meio de Jesus.
Jesus, daria oportunidade de salvação a toda pessoa do mundo.
Pois propiciação é ação de Jesus que expia pecados, ou seja, paga o preço
ou o salário do pecado por nós.
Ele não tem simplesmente a intenção de fazer isso, Ele, efetivamente, faz
isso,
Ou os arminianos aceitam que Jesus salvará toda pessoa do mundo (o que
eles não acreditam), ou aceitam que essa propiciação, está relacionada
com os eleitos de Deus, espalhados por todo mundo.
Este é o sentido do que João quis dizer quando afirma que Jesus é a
propiciação pelos pecados do “mundo inteiro”, pois Deus tem filhos em
todo o mundo.
“... Caifás ... profetizou que Jesus estava para morrer pela nação. E não
somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos
de Deus, que andam dispersos.” (Jo.11.51,52)
Eles vão dizer que este texto, assim como os demais, está chancelando a
ideia de que Deus deseja salvar toda pessoa da terra, pois, de acordo com
eles, Deus não quer “que ninguém pereça.”
Leiamos o verso 7 do mesmo capítulo:
“Pela mesma palavra, os céus e a terra que agora existem tem sido
guardados para o fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e da
destruição dos ímpios.”
---- Por que os ímpios já estão reservados para o Dia do Juízo e para a
própria destruição deles?
“Esses tais são fontes sem água, névoas levadas pela tempestade, para os
quais está RESERVADA a mais profunda escuridão.” (II Pe.2.17)
Pergunto;
---- Porventura Deus já sabe quem são esses para quem a destruição e a
mais profunda escuridão estão reservadas?
---- Se Deus já sabe quem são esses, assim como sabe também que não irá
salvá-los, poderão alguns dentre eles serem salvos?
Mas para elucidar de vez essa questão, precisamos antes, saber a quem
Pedro se dirige quando escreve sua epístola.
Mais à frente ele os exorta dizendo: “Por isso, irmãos, procurem, com
empenho cada vez maior, confirmar a vocação e a ELEIÇÃO de voces;
porque fazendo assim, voces jamais tropeçarão.” (vs.10)
Então, quando Pedro escreve que Deus “é paciente com VOCES, não
querendo que NINGUÉM pereça, mas que TODOS cheguem ao
arrependimento.” (grifos nossos)
A questão de Judas tem que ser tratada sob dois prismas; o de Deus e o do
homem.
Jesus, veio ao mundo, sabendo que essa traição, seria uma parte
importante da trama, que redundaria em sua crucificação e morte.
Isso, contudo, não significa, que esse agente, estaria de algum modo
indeterminado sob a ótica divina.
O sujeito a quem estava reservado o papel de traidor, estaria oculto na
esfera da ação e experiência humanas, todavia, absurdo seria admitir essa
ideia, ante o fato inexorável de que Deus é Onisciente, e com o agravante
de que tudo fora planejado por Ele mesmo.
“Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais
sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E
pagaram-lhe trinta moedas de prata. E desse momento em diante, busca
ele uma boa ocasião para o entregar.” (Mt.26.14-16)
O que torna essa ocorrência, intrigante é que Deus planejou tudo isso,
sem, no entanto, obriga-lo a fazer nada.
Todos queriam saber quem seria esse que teria coragem de entregar o
Homem mais puro e Santo que já havia pisado sobre a terra.
Em seguida, o Senhor vai afirmar algo, a respeito de Judas, que até então,
nunca se ouviu de sua boca acerca de ninguém mais:
“O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele
por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe
fora não haver nascido.” (Mt.26.24)
Em João 6.70, o Mestre, mais uma vez, se refere a Judas de uma maneira
chocante:
Isso indica que Jesus, no instante em que fez a escolha de Judas para fazer
parte do grupo dos primeiros discípulos, Ele, Obviamente, já sabia, que
não o estava escolhendo para salva-lo, mas, para o cumprimento de seu
papel profético determinado pelas escrituras.
O Senhor chama a Judas de “filho da perdição”, e diz que essa foi a razão
de não o ter protegido como aos demais, pois a escritura precisava se
cumprir.
Judas nunca foi filho da redenção, para o Mestre, ele era “diabo”, “filho da
perdição”, a respeito de quem afirmou que “melhor lhe fora não haver
nascido”.
E por último, ainda sobre Judas, convém ler algumas coisas que a profetisa
“inspirada” do Ezequiel Gomes escreveu a respeito de Judas Iscariotes:
Misericórdia Senhor!
---- Quer dizer que se Judas tivesse morrido antes de trair Jesus, para Ellen
White, ele estaria, supostamente, salvo?
---- Então, Ellen White está afirmando que havia um “desígnio” em expor
seu caráter perante o mundo?
---- Se foi de Deus, seria o caso dizer que para Ellen White, também houve
uma predestinação para a perdição, no caso de Judas.
---- Essa, é sem dúvida, uma declaração que coloca em xeque a inspiração
de Ellen White, pois, de modo algum, em nenhum lugar da bíblia, e em
nenhuma circunstância, Jesus, sequer, deixou ao menos uma pista de que
isso foi verdade em relação a Judas.
---- Como ficariam as palavras do próprio Mestre acerca dele, dando conta
de que; “melhor lhe fora não haver nascido” ou, de que ele desde o
momento de sua escolha, era um “diabo” ou ainda, “filho da perdição”?
Por último, e até que enfim; Ellen White diz algo acertado sobre Judas:
Duvido muito!
P. C. Albuquerque