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Modalidade: Pesquisa
Área (CNPq): 3.07.03.00-0 Saneamento Básico
Sub-área (CNPq): 3.07.03.04-2 Resíduos sólidos, Domésticos e Industriais
Itajaí (SC)
Outubro, 2021
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RESUMO
Os impactos ambientais causados pelos cemitérios tradicionais são grandes pontos a
serem analisados, pois muitos destes foram construídos em uma época em que as questões
ambientais não eram preocupações eminentes para a sociedade como são hoje. Neste
contexto, será realizado um diagnóstico ambiental da situação dos nove cemitérios
públicos de Itajaí/SC, onde, a partir desta etapa, será elaborado um Plano de Adequação
Ambiental para os cemitérios já consolidados, e um Sistema de Gestão Ambiental aos
futuros. Para auxiliar na elaboração dos Planos de Adequação e Sistema de Gestão
ambiental, serão utilizadas as ferramentas 5W1H e PDCA, respectivamente. Estas
ferramentas apresentam um método simples e eficaz para o gerenciamento e melhoria
contínua, visando o controle do processo e promovendo resultados promissores nas áreas
em que são aplicadas.
1. INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, os cemitérios foram considerados apenas como locais de
sepultamento de corpos humanos que não representavam qualquer perigo à saúde pública
e ao ambiente (SILVA et al., 2008). Hoje, é possível obter conhecimentos em vários
sentidos em relação aos cemitérios, e uma das maiores preocupações diz respeito aos
danos que esta construção pode ocasionar à saúde ambiental e consequentemente à saúde
da população (BOCCHESE et al., 2007).
De acordo com a Resolução CONSEMA nº98/2017, que “Aprova, nos termos do inciso
XIII, do art. 12, da Lei nº14.675, de 13 de abril de 2009, a listagem das atividades sujeitas
ao licenciamento ambiental, define os estudos ambientais necessários e estabelece outras
providências” a atividade cemiterial é passível de licenciamento ambiental por órgão
competente.
Sendo assim, o presente projeto visa analisar nove cemitérios públicos do município de
Itajaí. Por conseguinte, será realizada a elaboração de um Plano de Adequação aos
cemitérios consolidados, enquanto aos novos, será elaborado um Plano de Gestão
Ambiental, que poderá ser usado posteriormente como base pelo poder público.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
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Conforme Santos (2012), diversas atividades realizadas pelo homem introduzem direta
ou indiretamente substâncias ou energia no meio ambiente, alterando o seu equilíbrio.
Este fato acaba refletindo diretamente na saúde humana, nos seres vivos e no ecossistema.
Os cemitérios, assim como demais instalações que possam afetar as condições naturais
do solo e das águas subterrâneas, são classificadas como atividade com risco de
contaminação ambiental (KEMERICH et al., 2012). Quando implantados em terrenos de
baixo valor imobiliário ou em condições geológicas, hidrogeológicas e geotécnicas
inadequadas, podem proporcionar a ocorrência de impactos ambientais no meio onde está
inserido (PACHECO, 2006). De acordo com o mesmo autor, este cenário é comum no
Brasil, onde além de implantados de forma inadequada, as necrópoles públicas também
são operadas de forma negligente, apresentando impactos físicos primários como a
contaminação das águas subterrâneas de menor profundidade e águas superficiais e
impactos físicos secundários como a presença de mau cheiro proveniente da
decomposição dos cadáveres.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Cemitérios
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Segundo Soares (2003), o termo cemitério era pouco conhecido até a Idade Média,
quando começaram a enterrar os mortos nas igrejas, paróquias, conventos, colégios,
seminários e hospitais. Contudo, foi somente a partir do Século XVIII, que a palavra
começou a ter o sentido atual, quando por razões sanitárias, os sepultamentos passaram a
ser feitos ao ar livre, em cemitérios campais localizados distantes das áreas urbanas.
O objetivo deste tipo de cemitério é criar um ambiente natural para transmitir uma
sensação de paz e tranquilidade, por este motivo, vem sendo utilizado como uma forma
de integração dos cemitérios no ambiente urbano (SILVA, 2011).
Quanto os cemitérios verticais, estes são construções feitas verticalmente acima do nível
do solo em forma de edifícios. Nestes, os corpos são sepultados um por vez, em gavetas
que se posicionam lado a lado, formando andares e corredores por onde circulam os
visitantes (SILVA, 2011).
O impacto ambiental, de acordo com SPADOTTO (2002), tem seu significado atribuído
a qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causado por qualquer matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou
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De acordo com Hino (2015) em muitos municípios brasileiros são praticamente nulos os
estudos referentes a construção dos cemitérios, sejam pela falta de recursos financeiros
ou técnicos existentes para a implantação destes.
Segundo Bortolassi (2012) para a gestão ambiental, se faz importante entender que os
cemitérios mesmo não sendo muito lembrados, podem provocar a contaminação dos solos
e mananciais hídricos, porém, também existem outras questões ambientais relevantes,
como a disposição dos resíduos sólidos advindos das visitas pelos amigos e familiares aos
cemitérios, a poluição muitas vezes visual causada pela negligência aos túmulos e
também pelos resíduos de construção (muitas vezes abandonados nas proximidades da
sepultura).
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Silva (2011) em sua pesquisa realizada em 600 cemitérios no Brasil, constatou que 75%
dos casos de problemas de contaminação e poluição verificados, eram originários de
cemitérios públicos, com sérios problemas de locação, aspectos construtivos e da falta de
uma gestão ambiental, a qual envolve o gerenciamento dos resíduos gerados no local, EPI
utilizado pelos trabalhadores, limpeza, controle de vetores, dentre outros.
5. METODOLOGIA
5.1 Área de estudo
Serão disponibilizadas pelo INIS – Instituto Itajaí Sustentável, as análises dos poços de
monitoramento dos cemitérios realizadas nos anos de 2020 e 2021. Estas análises serão
comparadas com os limites estabelecidos na Resolução CONAMA 420/2009, que dispõe
sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de
substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas
contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Desta forma
será determinado os pontos que se encontram dentro dos limites estabelecidos, bem como
os pontos que não estão adequados a legislação.
Para elaborar o plano de adequação ambiental será utilizado a ferramenta 5W1H, este é
um instrumento para o gerenciamento de processo e melhoria contínua. Constitui-se em
um documento que identifica de forma organizada, as etapas, as responsabilidades, a
justificativa, o tempo, o local e o método por meio de um questionamento (what, who,
why, when, where, how) orientando as ações a serem realizadas para alcançar
determinado objetivo (BEZERRA et al., 2012).
O Sistema de gestão ambiental terá como base a ferramenta denominada Ciclo PDCA.
Segundo Campos (1996) o Ciclo PDCA é composto por quatro fases básicas sequenciais,
que são: Planejar (P), Fazer (D), Verificar (C) e Agir Corretivamente (A).
Sendo uma ferramenta completa e eficiente, o Ciclo PDCA apresenta uma técnica simples
que visa o controle de processo, podendo ser usada de forma contínua para o
gerenciamento das atividades de uma organização, visando a melhoria do processo. Na
prática, ele é um método que visa controlar e conseguir resultados eficazes e confiáveis
nas atividades de uma organização. Padroniza as informações do controle da qualidade,
evita erros lógicos nas análises, e torna as informações mais fáceis de entender
(BARBOSA et al., 2008).
Planejar (P): Nesta etapa será realizado o planejamento de todo o sistema, envolvendo:
definição dos requisitos legais aplicáveis, identificação ou elaboração da metodologia
para avaliação preliminar das áreas para instalação dos novos cemitérios, estabelecimento
da infraestrutura necessária e elaboração de procedimentos.
Fazer (D): serão elencadas todas as ações, conforme na etapa anterior, e para cada uma
destas estabelecer as necessidades e prazos para implantação.
Agir Corretivamente (A): será definida a metodologia a ser usada nos casos de medidas
corretivas, entre eles, mudança de procedimento, atualização de legislação, entre outras.
Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ag Set Out Nov Dez
Revisão
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Bibliográfica
Coleta de
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dados
Análise dos
dados
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Resultados X X X
Entrega X
7. REFERÊNCIAS
DENT, B.B; KNIGHT, M.J. Cemeteries: a special kind of landfill. National Center
for Groundwater Management. University of Tecnology. Sidney, Austrália. 2006.
SILVA, Renato José da. Cemitérios e as suas interações com o meio ambiente. 2011.
57 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2011.
SOARES, Adriana Nakanish. A última Morada – Um museu a céu aberto. 2003. TCC
(Graduação) – SENAC, 2011.