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NV-015AB-22
Cód.: 7908428802011
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Gabriela Coelho
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ISBN: 978-65-87525-98-3
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Edição:
Abril/2022
com você!
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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS............................................................................. 9
INTERTEXTUALIDADE........................................................................................................................ 12
GÊNEROS TEXTUAIS........................................................................................................................... 15
TIPOLOGIA TEXTUAL......................................................................................................................... 19
FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................................. 24
VARIEDADES LINGUÍSTICAS............................................................................................................. 24
TIPOS DE DISCURSO.......................................................................................................................... 25
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................... 26
ORTOGRAFIA....................................................................................................................................... 26
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CRASE.................................................................................................................................................. 64
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................. 65
COESÃO E COERÊNCIA....................................................................................................................... 65
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 69
REDAÇÃO...............................................................................................................................81
REDAÇÃO DISCURSIVA...................................................................................................................... 81
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HISTÓRIA............................................................................................................................ 107
A EXPANSÃO ULTRAMARINA PORTUGUESA DOS SÉCULOS XV E XVI......................................107
A AÇÃO DA IGREJA.........................................................................................................................................109
OS PARTIDOS POLÍTICOS...............................................................................................................................112
BRASIL IMPERIAL.............................................................................................................................114
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O SEGUNDO REINADO.....................................................................................................................................115
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SOCIOLOGIA...................................................................................................................... 117
RELAÇÕES ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE................................................................................117
CIDADANIA E DIVERSIDADE............................................................................................................120
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NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS................................................................. 127
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS........................................................................127
LEGISLAÇÕES................................................................................................................... 143
PENALIDADES APLICADAS ÀS INFRAÇÕES DE TRÂNSITO.........................................................143
INFORMÁTICA.................................................................................................................. 181
NOÇÕES DE INFORMÁTICA BÁSICA...............................................................................................181
E INTRANET.......................................................................................................................................210
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Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sem-
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos
você a estudar com afinco e dedicação, realizando a
LÍNGUA PORTUGUESA
seleção de exercícios finais, selecionados especial-
mente para que este material cumpra o propósito de
alcançar sua aprovação.
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO
RELAÇÕES LEXICAIS, CONSTRUÇÃO
DE TEXTOS
DE SENTIDO, EFEITOS DE SENTIDO
A interpretação e a compreensão textual são (SEMÂNTICA), DENOTAÇÃO (SENTIDO
aspectos essenciais a serem dominados por aque- LITERAL) E CONOTAÇÃO (SENTIDO
les candidatos que buscam a aprovação em seleções FIGURADO)
e concursos públicos. Trata-se de um assunto que
abrange questões específicas e de conteúdo geral nas DENOTAÇÃO
provas; conhecer e dominar estratégias que facilitem
a apreensão desse assunto pode ser o grande diferen- O sentido denotativo da linguagem compreende
cial entre o quase e a aprovação. Além disso, seja a com- o significado literal da palavra independente do seu
preensão textual, seja a interpretação textual, ambas contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais
guardam uma relação de proximidade com um assunto objetivo e literal associado ao significado que aparece
pouco explorado pelos cursos de português: a semânti- nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar
ca, que incide suas relações de estudo sobre as relações ênfase à informação que se quer passar para o recep-
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por
de sentido que a forma linguística pode assumir.
isso, é muito utilizada em textos informativos, como
Portanto, neste material, você encontrará recursos
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
para solidificar seus conhecimentos em interpretação ticos, entre outros.
e compreensão textual, associando a essas temáticas Ex.: O fogo alastrou-se por todo o prédio. (fogo:
as relações semânticas que permeiam o sentido de chamas)
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual- O coração é um músculo que bombeia sangue para
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada o corpo. (coração: parte do corpo)
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa
ser reconhecido por quem o lê. CONOTAÇÃO
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma
breve diferença entre os termos compreensão e O sentido conotativo compreende o significado
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interpretação textual.
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interpretação realiza ligações com o texto a partir sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios
publicitários e outros.
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Já a compreensão busca a análise de algo exposto Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou Você mora no meu coração.
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São palavras ou expressões que, empregados em censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
um determinado contexto, têm significados seme- céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
lhantes. É importante entender que a identidade dos cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
cerrar (fechar) serrar (cortar)
uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
o que pode não acontecer em outras situações. O cervo (veado) servo (criado)
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
cheque (ordem de
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade xeque (lance no jogo de xadrez)
pagamento)
de suas significações é diferente.
O emprego dos sinônimos é um importante recurso círio (vela) sírio (natural da Síria)
para a coesão textual, uma vez que essa estratégia reve- cito (forma do verbo citar) sito (situado)
la, além do domínio do vocabulário do falante, a capa-
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
cidade que ele tem de realizar retomadas coesivas, o
que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto. concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
Antonímia exotérico (que se expõe em
esotérico (secreto)
público)
São palavras ou expressões que, empregadas em
espectador (aquele que expectador (aquele que tem
um determinado contexto, têm significados opostos.
assiste) esperança, que espera)
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é espiar (observar) expiar (pagar pena)
casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo,
inserto (inserido, introduzido)
impreciso)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
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Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php.
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truída a partir dos sentidos opostos das palavras “prende” Parônimos são palavras que apresentam sentido
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e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto. diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
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z Absorver/absolver
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cia ou grafia, porém apresentam significados diferentes. É Tentaremos absorver toda esta água com
importante estar atento a essas palavras e a seus dois signi- esponjas. (sorver)
ficados. A seguir, listamos alguns homônimos importantes: Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis
de seus pecados. (inocentar)
acender (colocar fogo) ascender (subir)
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta) z Aferir/auferir
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido) Realizaremos uma prova para aferir seus
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) conhecimentos. (avaliar, cotejar)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
O empresário consegue sempre auferir lucros
em seus investimentos. (obter)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
z Cavaleiro/cavalheiro
z Cumprimento/comprimento
z Delatar/dilatar
Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando seu estômago. (alargar, estender)
z Dirigente/diligente
O dirigente da empresa não quis prestar declarações sobre o funcionamento da mesma. (pessoa que diri-
ge, gere)
Minha funcionária é diligente na realização de suas funções. (expedito, aplicado)
z Discriminar/descriminar
Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas. (descriminalizar, inocentar)
Polissemia (Plurissignificação)
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Hipônimo e Hiperônimo
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Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantêm uma ordem gradativa.
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A representação de sentido por meio de tabelas e gráficos está sempre presente em nosso cotidiano, principal-
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mente nos meios de comunicação, ainda mais com as redes sociais. Isso está ligado à facilidade com que podemos
analisar e interpretar as informações que estão organizadas de forma clara e objetiva e, além disso, ao fato de isso
não exigir o uso de cálculos complexos para a sua análise. A análise de gráficos auxilia na resolução de questões
não apenas de português, por isso, requer atenção.
LÍNGUA PORTUGUESA
Gráfico
Componentes de um gráfico:
z Título: na maioria dos casos, possuem um título que indica a que informação ele se refere;
z Fonte: a maioria dos gráficos contém uma fonte, ou seja, de onde as informações foram retiradas, com o ano
de publicação;
z Números: o mais importante, pois é deles que precisamos para comparar as informações dadas pelos gráficos.
Usados para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período);
z Legendas: ajuda na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca dife-
rentes informações. 11
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CIDADES MAIS POPULOSAS DO BRASIL
INTERTEXTUALIDADE
NÚMEROS DE HABITANTES
100%
90%
80%
70% Existem diversos mecanismos que são meios
60% importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à cons-
50%
40% trução de sentido dos gêneros textuais, dentre eles a
30% intertextualidade. Quando nos referimos à ideia de
20%
10% construção dos sentidos mediante o uso de gêneros
0%
Franceses Alemães Ingleses Espanhóis Outros Total textuais, destaca-se a estrutura, o propósito comu-
CIDADES nicativo e a função dos gêneros. Um outro elemento
Fonte: googleimages.com. Acesso em: 10/01/2021. importante para a compreensão textual é a intertex-
tualidade, que diz respeito à propriedade de um texto
Infográficos se relacionar com outros.
Para entender melhor a estrutura e a função do
Os infográficos são uma forma moderna de apre- termo intertextualidade, pode-se separar a palavra
sentar o sentido. Essa palavra une os termos info por partes: “inter” é de origem latina e refere-se à
(informação) e gráfico (desenho, imagem, representa- noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto,
ção visual), ou seja, um desenho ou imagem que, com e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras.
o apoio de um texto, informa sobre um assunto que Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir
não seria muito bem compreendido somente com um da qual podemos dar origem a um outro texto.
texto, auxiliando a compreensão do leitor. A intertextualidade está presente em nosso dia
Para interpretar os dados informativos em um a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da
infográfico, é preciso boa leitura, o que requer aten- internet e também da publicidade. A seguir, apresen-
ção aos detalhes. As representações nesse formato tamos um exemplo que resume a ideia de intertextua-
aliam ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo lidade que iremos trabalhar neste material:
ao leitor ser extremamente observador. Ter atenção
ao título, ao tema e a fonte das informações é vital
para uma boa análise e interpretação.
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bancas de concurso.
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INTERTEXTUALIDADE
Temática
Estilística
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm. Explícita
Implícita
12 Acesso em: 03 mai. 2022.
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PARÓDIA É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
A paródia é um tipo de intertextualidade estilística é nunca contentar se de contente;
em que o autor recupera o estilo de outro texto, seja é um cuidar que ganha em se perder.
verbal ou não-verbal. Muito comum em textos musi-
cais, nos quais são recuperados a melodia e o estilo do É querer estar preso por vontade;
interprete original da canção, porém, a paródia tam- é servir a quem vence, o vencedor;
bém é muito comum em textos visuais, como o exem-
é ter com quem nos mata, lealdade [...]
plo a seguir:
REFERÊNCIA
Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda
humorístico que pode variar, dependendo da sua fina- Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.
lidade textual. ed. São Paulo: Contexto, 2015.
Ainda que eu falasse a língua dos homens de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do
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E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a
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O amor é bom, não quer o mal das obras citadas, por isso, devemos mencioná-los nas
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Não sente inveja ou se envaidece citações que também seguem o padrão estabelecido
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É um contentamento descontente
z Citação direta:
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I Carta de São Paulo aos Coríntios “A confiabilidade das fontes citadas confere rele-
vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan-
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor”
LÍNGUA PORTUGUESA
anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que (BOAVENTURA, 2004, p. 81).
soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse
o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios z Citação indireta:
e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
maneira tal que transportasse os montes, e não Segundo Boaventura (2004, p. 81), “o respeito ao
tivesse amor, nada seria [...] trabalho acadêmico é diretamente proporcional
à credibilidade das fontes utilizadas”, por isso é
11 Soneto – Luis Vaz de Camões necessário atentar para os diversos tipos de citação
aqui mencionados.
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente; Dica
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer. A citação indireta é um tipo de paráfrase! 13
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ALUSÃO Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam
A alusão é um intertexto que faz referência a uma Aquelas sentimentalidades
obra de arte, a um fato histórico, a textos de conheci- E o seu orgulho dilatava-se
mento comum. A alusão pode ocorrer de forma explí-
Ao calor amoroso que saía delas
cita ou implícita.
Como um corpo ressequido
Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um ver-
dadeiro presente de grego. Que se estira num banho tépido
A expressão “presente de grego” faz alusão aos Sentia um acréscimo de estima por si mesma
fatos da Guerra de Troia, em que os gregos fingiram Disponível em: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47268/.
presentear os troianos com um cavalo de madeira que Acesso em: 6 dez. 2021.
fazia parte da estratégia grega para conseguir invadir
a cidade de Troia e destruí-la por dentro. Tradução
de várias obras de arte, em geral. Assim, a principal “(en)gatinhar” serve para designar uma pessoa que,
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te! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas Disponível em: https://bit.ly/34DFj5D. Acesso em: 6 dez. 2021.
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calor amoroso que saía delas, como um corpo res- Diante desse complexo léxico, como traduzir
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sequido que se estira num banho lépido; Sentia um expressões que até para um brasileiro podem ser difí-
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acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe ceis de compreender? Por isso, a tradução é um texto
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GÊNEROS TEXTUAIS
O QUE SÃO OS GÊNEROS TEXTUAIS? Disponível em: https://bit.ly/34yptsR. Acesso em: 5 nov. 2021.
Quando pensamos em uma definição para gêneros O gênero anúncio apresenta uma clara referên-
textuais, somos levados a inúmeros autores que bus- cia ao gênero contos de fadas; porém, a estrutura
caram definir e classificar esses elementos, e, inicial- desse gênero, que é, predominantemente, narrativo,
mente, é interessante nos lembrarmos dos gêneros foi modificada para que o propósito do anúncio fos-
literários que estudamos na escola. se alcançado — ou seja, persuadir o leitor e levá-lo
Podemos lembrar dos conceitos de tragédia e a adquirir os produtos da marca. No caso do gênero
comédia, que se referem aos clássicos da literatura anúncio publicitário, usar outros gêneros e modifi-
grega. Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de car sua estrutura básica é uma estratégia que é esta-
Ilíada ou de Odisseia, ambas de Homero? Mas o que belecida a fim de que a principal função do anúncio se
8
esses textos têm em comum? Inicialmente, pode-se ser cumpra, qual seja: vender um produto.
-2
dessas histórias respeita a um padrão textual estabe- gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e o
lecido e reconhecido na época em que foram escritas.
.8
De maneira análoga, quando pensamos em gêneros Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
-1
textuais, devemos identificar os elementos que caracte- Segundo esse autor, os gêneros têm a função de reali-
rizam textos, aparentemente, tão diferentes. Logo, da zar um objetivo ou objetivos; por isso, ele sustenta a
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mesma forma que comparamos as estruturas de Ilíada posição de que o propósito comunicativo é o critério
e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças entre uma
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nos levam a classificar cada um desses gêneros com do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
termos diferentes. Esse ponto de interseção é o que
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podemos estabelecer como os principais aspectos de textual, que resguarda características básicas do gêne-
classificação de um gênero textual. ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
Conforme Maingueneau, o ponto de interseção nado anteriormente, identificamos traços do gênero
que estabelece sobre qual gênero estamos tratando contos de fadas tanto na porção textual do anúncio
LÍNGUA PORTUGUESA
é indicado por “rotinas de comportamentos estereoti- que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pela
pados e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, imagem, que remete ao conto “Branca de Neve”.
mas que continuam sujeitos a uma variação contínua”2. Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
Logo, o primeiro elemento que precisamos iden- liam os falantes de uma comunidade a reconhecer
tificar para classificar um gênero é o papel social, o gênero e também a escrever nesse gênero quando
marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas” necessitarem. Isso é o que torna a característica da
humanas típicas de quem vive em sociedade e, por- prototipicidade tão importante no reconhecimento e
tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto na classificação de um gênero.
ser compreendido. Ademais, os traços estereotipados de um gênero
Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife- devem ser reconhecidos por uma comunidade, reafir-
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos mando o teor social desses elementos e estabelecendo
2 MAINGUENEAU, 2018, p. 71. 15
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a importância de um indivíduo adquirir o hábito da Essa configuração própria da notícia é reconhe-
leitura, pois, quanto mais se lê, a mais gêneros se é cida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia.
exposto. Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro-
Portanto, a partir de todas essas informações sobre totípico desse gênero:
os gêneros textuais, podemos afirmar que, de maneira
resumida, os gêneros textuais são ações linguísticas
situadas socialmente que servem a propósitos especí- Casal suspeito de assaltos é preso após Manchete
ficos e são reconhecidos pelos seus traços em comum. colidir carro na contramão enquanto fugia
A seguir, apresentamos uma tabela com as caracte- da polícia, em Fortaleza
rísticas básicas para a correta identificação dos gêne- Foram apreendidos três aparelhos celu- Lead
ros textuais: lares roubados e uma arma de fogo com
seis munições.
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO: Um casal suspeito de realizar assaltos foi
preso após capotar um carro ao dirigir na
z Ações sociais
contramão enquanto fugia da polícia na
z Ações com configuração prototípica
tarde deste domingo (13), no Bairro Hen-
z Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
rique Jorge, em Fortaleza. Corpo
z O propósito de uma ação social
Uma das vítimas, que preferiu não se iden- da notícia
z Divididos em classes
tificar, disse que os assaltantes dirigiam
em alta velocidade pelas ruas após abor-
Outra importante característica que devemos refor-
dar de forma fria os pertences. “A mulher
çar é que os gêneros textuais não são quantificáveis,
estava conduzindo o carro e o comparsa
pois existem inúmeros. Justamente pelo fato de os
dela abordava as pessoas colocando a
gêneros sofrerem com as relações sociais, que são instá-
arma na cabeça”, afirmou.
veis, não há um número exato de gêneros textuais que
possamos estudar, diferentemente dos tipos textuais. Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 5 nov. 2021.
GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS Na formulação de uma notícia, para que ela atinja
seu propósito de informar, é fundamental que o autor
Relação com aspectos Associação a aspectos
sociais linguísticos do texto seja guiado por estas perguntas a fim de tor-
nar seu texto imparcial e objetivo:
Não podem sofrer
Podem ser alterados alteração, sob pena de O quê?
serem reclassificados
Onde? MANCHETE
Estabelecem uma função Organizam os gêneros
social textuais
Quando?
8
CORPO DA Como?
de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos
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NOTÍCIA
gêneros mais comuns nas provas de concursos, com o Por quê?
.7
Notícia
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NOTÍCIA REPORTAGEM
Apresenta um fato de forma simples e objetiva
Questiona fatos e efeitos de um fato determinado
Objetivo é informar
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato
Apuração objetiva dos fatos
Apuração extensa
Conteúdo de curto prazo
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresentar en-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida (visto
trevistas, dados, imagens etc.
anteriormente)
Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 5 nov. 2021. Adaptado.
É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual e que, portan-
to, a reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém
pode apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais objeto de provas de
concurso com um dos gêneros mais comuns em provas de seleções: o artigo de opinião.
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Artigo de Opinião
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O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
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para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
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discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
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No artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, podemos
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defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor soluções para a
o
questão controversa.
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A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele terá que
st
gu
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
st
gu
ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
convencer o interlocutor (2011, p. 305).
LÍNGUA PORTUGUESA
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos saberes, como conhecimentos
enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que percebemos que nada é por acaso, pois a
cada escolha há uma intenção:
... toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem fundamenta-se na suposição de quem fala tem
certas intenções ao comunicar-se3.
Para darmos uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre ele. Por
isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao escolherem
3 KOCH, 2011, p. 22. 17
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um assunto, os autores devem considerar as diversas O início de um editorial é bem semelhante ao de
“vozes” já existentes sobre mesmo assunto e, dependen- um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central
do de sua intenção, apoiar ou negar determinadas vozes. ou o problema social a ser debatido no texto; poste-
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de riormente, segue-se à apresentação do ponto de vis-
um texto de opinião deve ser simples, direta e convin- ta defendido e conclui-se com a retomada da opinião
cente. Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primei- apresentada incialmente.
ra ser adequada para um artigo de opinião pessoal; A principal diferença entre editorial e artigo de
porém, ao escolher a terceira pessoa do singular, o opinião é que o editorial representa a opinião de uma
articulista consegue dar um tom impessoal ao seu tex- corporação, empresa ou instituição.
to, fazendo com que sua produção textual não fique Marcas linguísticas:
centrada só em suas próprias opiniões.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri- z Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte z Uso predominante do modo indicativo nas formas
estruturação: verbais;
z Linguagem clara, objetiva e impessoal.
z Identificação do tema, acompanhada de seus ante-
cedentes e alcance para situar a questão polêmica; O editorial, além de ser um gênero muito comum
z Tomada de posição — exposição de argumentos nas provas de interpretação textual em concursos
de modo a justificar a tese; públicos, também é, recorrentemente, cobrado por
z Reafirmação da posição adotada no início da pro- muitas bancas em provas de redação. Por isso, a
dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti- seguir, apresentamos um breve esquema para facili-
culadas e o texto é concluído. tar a escrita desse gênero.
so estar atento aos elementos de coesão que ligam as Parágrafo 3 vas de especialista da área). É preciso
-2
ideias do autor aos seus argumentos, porém, nos tex- trazer dados factuais, exemplos concre-
77
tos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais tos que ilustram a argumentação
.7
sente nas provas de língua portuguesa em concursos A seguir, apresentamos o último gênero textual
av
Até aqui, estudamos dois gêneros com predomi- gêneros cobrados em avaliações de língua portugue-
st
nância de sequência argumentativa. O terceiro será o sa. Seguindo esse critério, o próximo gênero estudado
gu
— A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,
86
para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a
.8
um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a cama seguinte figura, que demonstra como podemos identi-
39
das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com ficar os tipos textuais e suas principais características,
-1
vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do rígida que nos permite classificar os tipos textuais em
cinco categorias (Narrativo, Descritivo, Expositivo,
o
Uma última informação muito importante sobre tipos textuais que devemos considerar é que nenhum texto é
composto apenas por um tipo textual; o que ocorre é a existência de predominância de algumas sequências em
detrimento de outras, de acordo com o texto.
A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe de tipos textuais, reconhecendo suas principais característi-
cas e marcas linguísticas.
Narrativo
Os textos compostos predominantemente por sequências narrativas cumprem o objetivo de contar uma his-
tória, narrar um fato, por isso, precisam manter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão de algumas
estratégias, como a organização dos fatos a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão de um momento
de tensão, chamado de clímax, e um desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrativo pode ser caracterizado por sete aspectos, são eles:
z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilíbrio, o que demanda uma situação conflituosa;
z Complicação: Desenvolvimento da tensão apresentada inicialmente;
z Ações (para o clímax): Acontecimentos que ampliam a tensão;
z Resolução: Momento de solução da tensão;
z Situação final: Retorno da situação equilibrada;
z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre a resolução;
z Moral: Apresentação de valores morais que a história possa ter apresentado.
Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...” Vamos
lê-la e identificar essas características, bem como aprender a identificar outros pontos do tipo textual narrativo.
Resolução
Girava o mundo, mas acabou
gu
Descritivo
Dica
Atente-se a esta importante diferença entre
as sequências expositiva e argumentativa: a
argumentativa apresenta uma opinião pessoal,
enquanto a expositiva não abre margem para a
argumentação, já que o fato exposto é apresen-
tado como dado, ou seja, o conhecimento sobre
uma questão não é posto em debate — apresen-
Expositivo ta-se um conceito e expõem-se as característi-
cas desse conceito sem espaço para opiniões.
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo Marcas linguísticas do texto expositivo:
textual, é muito comum a presença de dados, informa-
ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilus- sença de verbos de estado;
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir: z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
organizam a informação;
8
e comparação;
.7
final do texto.
.8
39
MUNDO
o
Instrucional ou Injuntivo
textos injuntivos é a enumeração de passos a serem a comunicação: ela faz uso de formas de comunica-
77
cumpridos para a realização correta da tarefa ensina- ção como gestos, sinais, símbolos, cores luzes etc. (por
.7
da e também a fim de tornar a leitura mais didática. exemplo, quando se observa um semáforo de trânsito,
86
É importante lembrar que a principal marca com suas luzes vermelha, amarela e verde e se enten-
.8
linguística dessa tipologia é a presença de verbos de que se deve ou não avançar; ou ainda, quando se
39
conjugados no modo imperativo e em sua forma infi- ouve o apito de um agente de trânsito).
-1
nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar Já a linguagem verbal usa palavras para estabelecer
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio- a comunicação: esse uso pode se dar na forma oral ou na
o
av
nadas pelo gênero. forma escrita (como, por exemplo, em uma entrevista
st
entendida pelo leitor em um sentindo específico. A norma padrão diz respeito às regras organizadas
.8
a comunicação com o interlocutor. Pode ser encontra- res sociais, como a norma culta.
st
tópica e com a diastrática, pode ser também fonéti- reto, o narrador utiliza suas próprias palavras para
.7
que o indivíduo tenha se apossado. Dizer “veio”, com Observe o exemplo no seguinte trecho da obra Doutor
.8
a variação diafásica fonética. Um padre, em um Na estação, o tio pediu ao guarda que o deixasse
momento de descontração, brincando com alguém, passar pela grade para se despedir da mulher.
o
av
soa assassinada”, usa a variação diafásica lexical. Uma caraterística desse tipo de discurso é que será
gu
E, finalmente, um advogado dizer “Encontrei ele”, sempre feito na 3ª pessoa. Além disso, nesse tipo de
também num momento de descontração, no lugar de discurso são utilizados verbos de elocução (verbos que
o
av
“Encontrei-o” é usar a variação diafásica sintática. anunciam o discurso, tais como falou, disse, lembrou,
st
raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns; � Depois da sílaba EM, se � Depois da sílaba EM, se
.7
bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; CH: enxerido, enxada encher, encharcar
abdômen, hímen. � Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas
-1
z Dígrafos (RR, SS, SC, SÇ, XC): car-ro; ces-são; cons- z Acento grave (`): sinal com traço oblíquo para
-2
z Vogais iguais / grupo consonantal CC (Ç): Co-or-de- A em funções sintáticas diferentes, fenômeno cha-
.7
tm, ft, ct, ls): Ap-ti-dão; ad-vo-ga-do; dig-no; ab-sol- z Diacrítico til (~): indica nasalização em som vocá-
39
Não se separam:
av
st
gu
-lo-go; pneu.
CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO)
TONICIDADE SILÁBICA
LÍNGUA PORTUGUESA
SUBSTANTIVO
Quanto à tonicidade, as sílabas são divididas em
monossílabas (átonas e tônicas), oxítonas, paroxítonas Classificação, Formação, Flexão e Emprego
e proparoxítonas. Para reconhecermos a sílaba tônica
(forte) de uma palavra basta pronunciarmos o vocábu- Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
lo e notar qual sílaba é pronunciada com mais força. característica básica dessa classe é admitir um deter-
minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio-
Monossílabas Átonas nam-se em gênero, número e grau.
para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni- Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
77
formes. Os substantivos uniformes podem ser: fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral
.7
z Comuns-de-dois-gêneros: Designam seres huma- há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas
.8
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O aceitas meles e méis.
39
pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
-1
z Epicenos: Designam geralmente animais que Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs-
av
apresentam distinção entre masculino e feminino, tantivos que admitem até três formas de plural:
st
gu
A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação Classificação, Formação, Flexão e Emprego ,Locução
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma Adjetiva e Adjetivos que Indicam Nacionalidade
diminuição.
(Gentílicos)
z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi-
Os adjetivos associam-se aos substantivos garan-
xos aos substantivos indicar um grau aumentativo.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra, tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
fogaréu, boqueirão, poetastro. podem indicar:
z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi-
xos aos substantivos indicar um grau diminutivo. z Qualidade: professor chato;
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, z Estado: aluno triste;
pequenina, papelucho. z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- adjetivos, indicando as mesmas características deles.
vras, podendo assumir um valor: Elas são formadas por preposição + substantivo,
Afetivo: filhinha; referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
8
-2
letra maiúscula as inicias das palavras que designam: z Poder de aluno / discente;
.8
etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte, z Noite de inverno / hibernal ou invernal.
gu
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia É importante destacar que, mais do que “decorar”
av
xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores, uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
Gabinete da Vice-presidência, Organização das apresentar valor de posse.
Nações Unidas; Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
LÍNGUA PORTUGUESA
z Títulos de obras. Ex.: “Memórias póstumas de A abertura de conta pode ser realizada on-line.
Brás Cubas”. Caso a obra apresente em seu título Quando a locução adjetiva é composta pela prepo-
um nome próprio, como no exemplo dado, este sição “de”, pode ser confundida com a locução adver-
também deverá ser escrito com inicial maiúscula; bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante
z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB); posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial; porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.: zando o substantivo “abertura”.
Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente, Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra- bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
fados com maiúsculas apenas quando utilizados ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer demonstrando seu caráter adverbial. 29
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As locuções adjetivas também desempenham fun- Característica de um ser elevada ao último
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí-
numerais e orações substantivas. tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar. ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj.
Já as locuções adverbiais desempenham função de Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e absoluto analítico).
orações adjetivas com esses valores. O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. sintético);
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.
Característica de um ser relacionada com
Adjetivo de Relação
outros indivíduos da mesma classe: Superla-
tivo relativo, que pode ser de superioridade (o
No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer
mais) ou de inferioridade (o menos).
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorren-
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características: tes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os con-
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino inferioridade).
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- Importante! Ao compararmos duas qualidades de
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
de quem o descreve; (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
z Posição posterior ao substantivo: Os adjetivos de Ex.: A modelo é mais alta que magra.
relação sempre são posicionados após o substanti- Porém, se uma mesma característica referir-se
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial. a seres diferentes, empregamos a forma sintética
z Derivado do substantivo: Derivam-se do substan- (melhor, pior, menor etc.).
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria
— pai; mundial — mundo;
z Não admitem variação de grau: os graus com- Formação dos Adjetivos
parativo e superlativo não são admitidos. Ex.:
Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
mundial”. simples ou compostos.
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden- z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de
te americano (não é subjetivo; posicionado após o outras palavras e, a partir deles, é possível formar
substantivo; derivado de substantivo; não existe a
8
roteiro carnavalesco.
etc.;
86
Variação de Grau
39
2º pessoa do à noite.
Tu Te, ti, contigo
gu
singular
3º pessoa do Se, si, consigo, o, Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
Ele/Ela
singular a, lhe rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for-
LÍNGUA PORTUGUESA
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
nomes de tratamento e suas respectivas designações ao termo “suficiente”.
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial
da Presidência da República. Portanto, essas designa- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- a festa.
ro textual abordado for um gênero oficial.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações: z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
o substantivo, indicando grande, porém incerta,
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra- quantidade de algo.
tamento é importante destacar que o plural de
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas,
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na
Pronomes Demonstrativos
maioria das abreviaturas terminadas com a letra
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V.
Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
apontam elementos a que se referem as pessoas do
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
tíssimo Juiz;
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú-
textual.
blica nunca deve ser abreviado.
z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
Pronomes Indefinidos z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
8
Variáveis Invariáveis
.8
39
As palavras certo e bastante serão pronomes Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. z Indicar distância que se deseja manter.
5 Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
32 quanto-qual.htm. Acesso em: 6 dez. 2020.
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Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con- Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
fia nesses políticos. relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
z Referência ao tempo passado.
z Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias ser uma pessoa ou objeto personificado.
estive em São Paulo.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. O pronome relativo quem pode fazer referência a
algo subentendido: Quem cala consente (aquele que
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter cala).
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nessa
expressão utilizada. z Emprego do relativo quanto: Seu antecedente
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: deve ser um pronome indefinido ou demonstrati-
vo; pode sofrer flexões.
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
z Emprego do relativo cujo: Deve ser empregado
z Referência a um tempo muito remoto, um passa- para indicar posse e aparecer relacionando dois
do muito distante. termos que devem ser um possuidor e uma coisa
possuída.
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
tas abertas. Bons tempos aqueles!
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
z Referência a um afastamento afetivo.
matéria (coisa possuída).
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
ro com a coisa possuída.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
z Referência ao espaço textual, indicando o pri- cujo: Cujo o, cuja a
meiro termo de uma relação expositiva.
Não podemos substituir cujo por outro pronome
relativo.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
riu beber chá; aquela, refrigerante.
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
Dica gunta: “de quem/do que?”
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor
8
do que? Do filme).
função demonstrativa referencial. Veja:
77
quem? Do rapaz).
86
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- z Emprego do pronome relativo onde: Empregado
39
Pronomes Relativos
o
Uma das classes de pronomes mais complexas, os mindo as formas aonde e donde.
gu
pronomes relativos têm função muito importante na Ex.: Irei aonde você for.
língua, refletida em assuntos de grande relevância
o
nado anteriormente) chamamos de antecedente. sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
São pronomes relativos: guísticos, como o “queísmo”.
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, guém se lembra.
quantas; O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
z Invariáveis: Que, quem, onde, como. textual, desfazendo estruturas ambíguas.
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Pronomes Interrogativos
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.
cachorro que estava doente morreu. A caneta que Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
emprestei nunca recebi de volta. Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). 33
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Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Os pronomes devem ficar no meio dos verbos
Quantos anos tem seu pai? que estejam conjugados no futuro, caso não
O ponto de interrogação só é usado nas interroga- haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
interrogativa, indicada por verbos como perguntar, dos nossos estudantes.
indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos
são pronomes substantivos, pois substituem os subs- que atraem o pronome para ênclise:
tantivos, dando fluidez à leitura.
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- to honrada com esse título.
zação da atividade. O tempo estava instável).6 Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por
favor.
Pronomes possessivos Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
quanto sou importante.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
discurso e indicam posse: Casos proibidos:
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. isso, atente-se às nossas dicas.
.7
Estudo da posição dos pronomes na oração. As flexões verbais são marcadas por desinências,
-1
Casos que atraem o pronome para próclise: z Número-pessoal: Indicando se o verbo está no
st
Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.: bal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
Não me submeto a essas condições.
o
do verbo, servindo para indicar apenas a con- Eles/ vocês estão Estiveram
.7
86
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou consideradas anomalias morfológicas, por isso,
orações reduzidas. recebem essa classificação. Um exemplo bem
o
av
Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver- língua portuguesa, apenas dois verbos são classi-
gu
bos que funcionam como um verbo. ficados dessa forma, os verbos ser e ir, vejamos a
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de
o
PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
.7
INDICATIVO
86
ticípio irregular.
Ele/ você se senta Sentou-se
o
passear);
gu
z Reflexivos: são os verbos que apresentam pro- ER: Verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer,
nome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta- pôr);
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses IR: Verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir,
LÍNGUA PORTUGUESA
O “se” pode funcionar como item essencial na voz Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
-1
z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética “se” exerce função de conjunção integrante, ape-
gu
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran- nas ligando as orações, e poderá ser substituído
o
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos pela conjunção “caso”.
av
designado partícula apassivadora, nesse contexto. Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
gu
z Índice de indeterminação do sujeito: O “se” fun- z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor;
cionará nessa condição quando não for possível z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
identificar o sujeito explícito ou subentendido. z Ver: Antever, rever, prever;
38 Além disso, não podemos confundir essa função z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
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Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- ADVÉRBIO
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais. Classificação e Emprego
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais Advérbios são palavras invariáveis que modificam
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina- um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em
ção são, predominantemente, regulares. alguns casos, os advérbios também podem modificar
uma frase inteira, indicando circunstância.
PRESENTE — INDICATIVO Os grandes cientistas da gramática da língua por-
tuguesa apresentam uma lista exaustiva com as fun-
Eu Crio ções dos advérbios, porém, decorar as funções dos
Tu Crias advérbios, além de desgastante, pode não ter o resul-
Ele/Você Cria tado esperado na resolução de questões de concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às
Nós Criamos principais funções designadas por um advérbio e, a
Vós Criais partir delas, consiga interpretar a função exercida nos
Eles/Vocês Criam enunciados das questões que tratem dessa classe de
palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algu-
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- mas funções basilares exercidas pelo advérbio:
mente são irregulares e apresentam alguma modifi-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.
conjugação do verbo “passear”: z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.
PRESENTE — INDICATIVO z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.
z Modo: Assim, depressa, devagar etc.
Eu Passeio
Tu Passeias Novamente, chamamos sua atenção para a função
Ele/Você Passeia que o advérbio deve exercer na oração. Como disse-
Nós Passeamos mos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo
ou um outro advérbio, por isso, para identificar com
Vós Passeais mais propriedade a função denotada pelos advérbios,
Eles/Vocês Passeiam é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias
adverbiais expressas por advérbios, locuções adver-
Conjugação de Alguns Verbos
biais ou orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/
8
to de questões em concursos.
.7
nhado (modo).
39
Tu Aderes
av
st
Nós Aderimos
As locuções adverbiais, como já mostramos ante-
o
Vós Aderis
av
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa. Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
8
-2
Pouco menos - -
77
.7
86
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
.8
39
GRAU SUPERLATIVO
-1
o
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural, caso a
palavra aceite uma dessas flexões será adjetivo.
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
40 mente, é isso que as bancas de concurso cobram.
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z Eis: sentido de designação; NUMERAIS
z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação; São as palavras utilizadas para designar posição
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão; ou número.
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão. Ex.: Eu quero um pastel de carne.
Pedro ganhou a corrida em primeiro lugar.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas Milhares de pessoas compareceram ao evento.
expletivas ou de realce, geralmente formadas pela Os numerais podem ser classificados em cardinais,
forma ser + que (é que). A principal característica des- ordinais, multiplicativos e fracionários.
sas palavras é que podem ser retiradas sem causar
prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que � Cardinais: expressam quantidade exata de seres
faço as regras / Eu faço as regras. através da palavra
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, Ex.: Ganhei sete bombons ontem.
não, é porque etc. � Ordinais: como o próprio nome diz, expressão
ordem ou posição dentro de uma sequência.
Algumas Observações Interessantes Ex.: João ganhou a corrida em segundo lugar.
Esta foi a primeira vez que consegui compreendê-lo.
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado � Multiplicativos: expressam o número de vezes
após o verbo ou complemento verbal, caso venha des- pelo qual determinada quantidade é multiplicada.
locado, em geral, separamos por vírgulas. Dobro > duas vezes; triplo > três vezes; quádruplo
Em uma sequência de advérbios terminados com > quatro vezes...
o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a Ex.: Eu trabalho o dobro de horas que você.
terminação destacada. � Fracionários: expressam frações, divisões ou
Advérbios são palavras invariáveis que modificam diminuições proporcionais em quantidade.
um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em Ex.: Esse mês já gastei um terço do meu salário.
alguns casos, os advérbios também podem modificar
uma frase inteira, indicando circunstância. Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
ARTIGOS quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
Dúzia = conjunto de doze unidades;
São palavras que antecedem o substantivo, defi- Novena = período de nove dias;
nindo ou não o seu sentido. Podem ser classificados Década = período de dez anos;
em definidos e indefinidos. Século = período de cem anos;
Bimestre = período de dois meses.
Há apenas um artigo definido – o – e um arti-
go indefinido – um, que depois variam em gênero e
número (os, a, as) para artigos definidos e (uma, uns, PREPOSIÇÕES
umas) para os indefinidos. O artigo definido serve
8
Conceito
-2
� Indefinido entres os outros; verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Subconjunto de seres indefinidos; sem a presença da preposição, modificando a transiti-
o
�
av
� Contaram-me uma história antiga e duvidosa. As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
o
av
enquanto os numerais indicam número, ou seja, exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
quantidade. Veja o exemplo: (quando equivaler a “por causa de”).
Nas férias, pretendo ler um livro = Artigo indefi- Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
nido; pode ser um livro qualquer, aqui se trata do plos de uso em diferentes situações:
termo “livro” de forma mais geral.
Nas férias, vou ler apenas um livro = Numeral; a “A”
quantidade de livros a serem lidos nas férias é
apenas um. z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
7 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 41
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z Destino (em correlação com a preposição de): De z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
Santos à Bahia; dólares;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo; z Meio: Pagou a dívida em cheque;
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi
z Direção: Levantar as mãos aos céus; bom;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; mãos em concha;
z Lugar: Ir a Santa Catarina; z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Modo: Falar aos gritos; res em reais;
z Sucessão: Dia a dia; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Tempo: Nasci a três de maio; z Fim: Pedir em casamento;
z Proximidade: Estar à janela. z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Modo: Escrever em francês;
“Após” z Sucessão: De grão em grão;
z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar; z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
z Tempo: Logo após o almoço descansamos.
“Entre”
“Com”
z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
z Causa: Ficar pobre com a inflação; z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos; z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- discórdia.
nos para o futuro;
z Instrumento: Abrir a porta com a chave; “Para”
z Matéria: Vinho se faz com uva;
z Modo: Andar com elegância; z Consequência: Você deve ser muito esperto para
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; não cair em armadilhas;
comigo sempre é assim. z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
“Contra” z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
como nós estamos para as galinhas;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Direção: Olhar contra o sol; z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho z Destino ou direção: Olhe para frente!
contra o peito.
“Perante”
8
-2
“De”
77
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
gu
z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Meio: Viver de ilusões; z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm; z Tempo: Viver por muitos anos.
z Modo: Olhar alguém de frente;
z Preço: Caderno de 10 reais; “Sem”
z Qualidade: Vender artigo de primeira;
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
corajosa. dinheiro.
“Desde” “Sob”
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui; z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. Pedro II;
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
42 “Em” z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.
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“Sobre” a + os = aos
Contração: Quando, ao se ligarem, sofrem
z Assunto: Não gosto de falar sobre política; redução.
z Direção: Ir sobre o adversário; Veja a lista a seguir9, que apresenta as preposições
z Lugar: Cair sobre o inimigo. que se contraem e suas devidas formas:
São grupos de palavras que equivalem a uma Com o artigo definido ou pronome demonstra-
preposição. tivo feminino:
Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) /
Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva) a + a= à
A locução prepositiva na segunda frase substitui a + as= às
perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre-
positivas sempre terminam em uma preposição (há Com o pronome demonstrativo:
apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti-
do concessivo “não obstante”). a + aquele = àquele
Veja alguns exemplos: a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta- a + aquelas = àquelas
ram logo. a + aquilo = àquilo
z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
de finanças. z Preposição “de”:
z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu
nada grave. Com artigo definido masculino e feminino:
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt,
a língua é indispensável para que possamos pen- de + o/os = do/dos
sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos. de + a/as = da/das
z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos,
não passei no exame. Com artigo indefinido:
z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito
para com os mais velhos. de + um= dum
z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa de + uns = duns
um short. de + uma = duma
de + umas = dumas
Outros exemplos de locuções prepositivas:
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito Com pronome demonstrativo:
de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
8
-2
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a de + este(s)= deste, destes
77
fim de; por meio de; em virtude de. de + esta(s)= desta, destas
.7
de + isto= disto
86
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
77
Preposições
.7
que relaciona o significado da palavra ao seu contexto. z Adversativa: Colocam informações em oposição,
-1
É importante ressaltar que as preposições podem contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-
apresentar valor relacional ou podem atribuir um
o
valor nocional.
st
As preposições que apresentam um valor rela- Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
gu
cional cumprem uma relação sintática com verbos A culpa não foi a população, senão dos vereadores
o
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma Importante: A conjunção “e” pode apresentar
st
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
gu
bios, os quais também apresentarão função deverbal. da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida não deixava.
pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo z Alternativas: Ligam orações com ideias que não
complemento nominal). acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou,
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
gida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo Ex.: Estude ou vá para a festa.
advérbio). Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Importante: A palavra “senão” pode funcionar
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga, como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-
sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença. marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”).
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
nal é preponderante apresentam uma modificação no z Explicativas: Ligam orações, de forma que em
sentido da palavra à qual se liga. Elas não são com- uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, por-
44 ponentes obrigatórios na construção da sentença, que, pois, (se vier no início da oração), porquanto.
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Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a enxada! z Condicional: Iniciam uma oração com ideia de
Viva bem, pois isso é o mais importante. hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
Importante: “Pois” com sentido explicativo ini- que, a menos que, somente se etc.
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto
saudades. Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondido
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado sua mensagem.
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, Posso lhe ajudar, caso necessite.
pois, a subir.
z Proporcional: Ideia de proporcionalidade. À pro-
z Conclusiva: Ligam duas ideias, de forma que a porção que, à medida que, quanto mais...mais,
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo, quanto menos...menos etc.
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
destarte, pois (deslocado na frase). Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
ser aprovado.
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado. Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.
z Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para
Dica que, a fim de que etc.
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que Comprou um computador a fim de que pudesse
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso trabalhar tranquilamente.
concomitante acarreta em redundância.
z Temporal: Iniciam a oração expressando ideia de
Conjunções Subordinativas tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
logo que, desde que etc.
Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente do Futuro.
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
para terem o sentido apreendido.
Importante!
z Causal: Iniciam a oração dando ideia de causa. Os valores semânticos das conjunções não se
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que, prendem às formas morfológicas desses elemen-
uma vez que, como (equivale a porque) etc. tos. O valor das conjunções é construído contex-
tualmente, por isso, é fundamental estar atento
8
Conjunções Integrantes
av
e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que As conjunções integrantes fazem parte das orações
gu
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
maior), tanto... quanto etc.
o
Ela dança tanto quanto Carlos. z Quando é possível substituir o “que” pelo pronome
“isso”, estamos diante de uma conjunção integrante.
z Conformativa: Expressam a conformidade de
uma ideia com a da oração principal. Conforme,
LÍNGUA PORTUGUESA
z Concessiva: Iniciam uma oração com uma ideia Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
contrária à da oração principal. Embora, conquanto, quê? Isso).
ainda que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tives- bo e uma conjunção integrante.
se gostado.
Trabalhava, por mais que a perna doesse. Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado). 45
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Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). O radical é o elemento básico e que carrega o sig-
nificado das palavras, sendo fixo, independente das
INTERJEIÇÕES possíveis variações da palavra. Veja:
como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por acrescentados ao final das palavras para indicar suas
-2
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! Ex.: Eu como / Tu comes / Ele come (flexão de pes-
-1
plural).
gu
PALAVRAS
av
st
Vogais Temáticas
INTRODUÇÃO
gu
outras, sendo que estas novas são palavras derivadas. Palavras Compostas e Derivadas
.8
� Prefixal: palavras formadas a partir do acréscimo tas, que são aquelas que possuem mais que um radi-
o
de um ou mais prefixos à palavra primitiva. cal, podendo ou não ser separadas por hífen. Como o
av
Impaciente → palavra derivada prefixal de Separamos uma lista com alguns exemplos de
o
� Sufixal: palavras formadas a partir do acréscimo se preocupe em decorá-las. Veja se você já consegue
st
de um ou mais sufixos à palavra primitiva. identificar os dois radicais presentes nas palavras.
gu
Beija-flor;
LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS Bem-me-quer;
Cachorro-quente;
Separamos alguns radicais e prefixos de origem Cavalo-marinho;
latina que compõem as palavras da língua portuguesa Couve-flor;
para você conferir. Veja a seguir: Guarda-roupa;
Guarda-chuva;
Peixe-espada;
RADICAL SENTIDO EXEMPLO
Roda-viva;
Agri Campo Agricultor Passatempo;
Arbori Árvore Arborizar Pontapé;
Vaivém;
Beli Guerra Beligerante Varapau; 47
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Segunda-feira; Ex.: mula-sem-cabeça = mula sem cabeça; Pé-de-
Arco-íris; -moleque = pé de moleque.
Decreto-lei; z Encadear palavras é um recurso econômico propi-
Ano-luz; ciado pelo uso do hífen.
Fim de semana; Ex.: O lema de Liberdade, Igualdade e Fraternida-
Dia a dia; de = o lema Liberdade-Igualdade-Fraternidade.
Sala de jantar; z Espécies botânicas, zoológicas e produtos deriva-
Cão de guarda; dos se escrevem com hífen, independentemente de
ter ou não elemento de ligação. Exceção: girassol,
Cor de vinho;
madressilva, malmequer.
Café com leite.
Ex.: abóbora-menina, banana-menina, ando-
Já as palavras derivadas são aquelas que provêm rinha-do-mar, água-de-coco, azeite-de-dendê,
da mesma palavra (primitiva). Nesse caso, um mesmo formiga-branca.
radical forma um ou mais palavras. Veja os exemplos z Prefixos e falsos prefixos usam hífen antes de “h”,
a seguir: exceto re, co, des, in, an.
Pedra (palavra primitiva) – pedreiro (palavra Ex.: Anti-higiênico, contra-harmônico.
derivada); Arqui-hipérbole, semi-histeria.
Flor (palavra primitiva) – floricultura, florista Reaver, coerdeiro, deserdado, inumano, anistórico.
(palavras derivadas). z Quando prefixo, ou falso prefixo, termina com a
Abaixo, trouxemos uma tabela, para você conhe- mesma vogal que inicia o segundo elemento, usa-
cer melhor algumas palavras derivadas. -se hífen (exceto ree, pree, coo, proo).
Ex.: Contra-almirante, semi-interno, auto-observação.
Coopositor, reeducar, preencher.
PALAVRA PALAVRA DERIVADA
z Circum e pan recebem hífen antes de vogal, “m”,
PRIMITIVA
“n”.
Floração, flora, floral, floreado, floreio, Ex.: Circum-ambiente, pan-amazônico, circum-
Flor flóreo, florescente, floriano, floricultura, -murar, pan-mestiço.
florido, florista, florzinha z São separados por hífen: r-r, b-b, d-d, b-r, d-r.
Papel Papelada, papelão, papelaria, papeleiro, Ex.: Inter-resistente, sub-base, ad-digital, sub-re-
papelinho, papiro sistente, ad-rogar.
Pedra Pedreira, pedreiro, pedregulho, pedraria, z Compostos iniciados por “além”, “aquém”,
pedrinha, pedrisco “recém”, “sem” e “bem” recebem hífen.
Ex.: Além-Atlântico, além-fronteira, aquém-monta-
Bicicleta Bicicletaria, bicicletário, bicicletista
nha, recém-vindo, sem-fim, bem-vindo.
Água Aguaceiro, aguado, aguador z “Ex” (cessamento), “soto/sota” (= sub), “vice/vizo”
Café Cafeicultor, cafeína, cafezal, cafezinho antecedem hífen.
Ex.: Ex-ator, ex-namorado, soto-capitão, vice-rei,
Morte Imortal, mortal, morta, mortuário,
mortífero vizo-rei.
z Depois de “pró”, “pré” e “pós”, utiliza-se hífen.
8
-2
co; franco-germânico.
gu
CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE � O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre � O elemento que pratica ou recebe a ação expressa
os grandes grupos de palavras existentes na língua, pelo verbo;
como verbos, os substantivos ou adjetivos. Esses são � O termo que pode ser substituído por um pronome
grupos morfológicos. Ao combinar as palavras em fra- do caso reto;
ses, nós construímos um painel morfológicos. � O termo com o qual o verbo concorda.
As palavras normalmente recebem uma dupla clas-
sificação: a morfológica, que está relacionada à classe Ex.: A população implorou pela compra da vacina
gramatical a que pertence, e a sintática, relacionada à da COVID-19.
função específica que assumem em determinada frase.
No exemplo anterior, a população é:
Frase
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
Frase é todo enunciado com sentido completo. rou pela compra da vacina);
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um z O elemento que pratica a ação de implorar;
conjunto de palavras.
Ex.: Fogo! z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
Silêncio! implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano z O termo que pode ser substituído por um pronome
Ramos) do caso reto.
(Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Oração
Núcleo do Sujeito
Oração é o enunciado que se estrutura em torno de
8
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque) do determinada função sintática, que atua ou sofre a
.8
Sujeito: O povo
gu
� Composto: quando possui duas ou mais orações. As luzes e as cores são bem visíveis.
gu
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” Sujeito: As luzes e as cores
(Chico Buarque) Núcleo do sujeito: luzes/cores
� Chegou em casa e tomou banho.
Dica
LÍNGUA PORTUGUESA
Dias)
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
.7
Classificação do Predicado
contexto.
o
3ª pessoa do singular acompanhados do pronome z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
av
se, que atua como índice de indeterminação do nificativo se concentra em um nome (corresponde
st
Ex.: Não se vê com a neblina. O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
Entende-se que ninguém consegue ver nessa O predicado nominal tem por núcleo um nome
condição. (substantivo, adjetivo ou pronome).
Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo
Classificação do Sujeito quanto à Voz Mendes)
Predicado: são mais bonitas.
z Voz ativa (sujeito agente) Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado. Bilac)
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- Predicado: estão cheias de calafrios.
ce a ação na frase.
z Voz passiva sintética (sujeito paciente) É importante não confundir:
Ex.: Corta-se cabelo.
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação,
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do mas um estado momentâneo ou permanente que
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é
50 oração. o predicativo do sujeito.
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z Predicativo do sujeito, função exercida por subs- Verbo intransitivo: parou
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Predicativo do sujeito: atento
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Ex.: O garoto está bastante feliz. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Verbo de ligação: está. considerado predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bi-
Ex.: Seu batom é muito forte. lac)
Verbo de ligação: é. Verbo intransitivo: marchou
Predicativo do sujeito: muito forte. Predicativo do sujeito: desorientado
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
Predicado Verbal ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Ma-
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi- chado de Assis)
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do Verbo transitivo direto: achou
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os Objeto direto: o raciocínio
demais termos do predicado. Predicativo do objeto: exato
O verbo do predicado pode ser classificado em No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi- um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo. que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos
concluir que temos um caso de predicativo do obje-
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é
ge um complemento não preposicionado, o objeto o sujeito.
direto.
O que é o predicativo do objeto?
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
É o termo que confere uma característica, uma
Noel Rosa
qualidade ao termo a que se refere.
Verbo Transitivo Direto: Fazer.
A formação do predicativo do objeto se dá por um
Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
adjetivo ou por um substantivo.
Verbo Transitivo Direto: trouxe.
Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transi-
Predicativo do objeto: proveitoso
tivo indireto tem como necessidade o complemento
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
acompanhado de uma preposição para fazer sentido.
Predicativo do objeto: vitoriosa
Ex.: Nós acreditamos em você.
Para facilitar a identificação do predicativo do
Verbo transitivo indireto: acreditamos
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-
Preposição: em
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
fica é relacionar o predicativo ao nome.
Verbo transitivo indireto: obedeceu
O filme foi proveitoso.
Preposição: a (a + os)
8
Preposição: com
86
verbo de sentindo incompleto que exige dois com- ESTRUTURA DO PERÍODO (COORDENAÇÃO E
plementos: objeto direto (sem preposição) objeto
-1
SUBORDINAÇÃO) E ORAÇÕES
indireto (com preposição).
o
Verbo transitivo direto e indireto 1: contava a gramática de língua portuguesa, esses termos são
Objeto direto 1: anedotas divididos em:
o
av
Complementos Verbais
gu
Ocorre quando há dois núcleos significativos: Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto
um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
transitivo, predicativo do objeto). variações lo(s), la(s), no(s), na(s), quase sempre exer-
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes) cem função de objeto direto os pronomes oblíquos 51
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me, te, se, nos, vos também podem exercer essa fun- verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
ção sintática. o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram Por favor, entregue a carta ao proprietário da
quem? A minha pessoa”) casa 260.
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. Gosto de ti, meu nobre.
(= “Nunca tomeis quem? Vós”) Não troque o certo pelo duvidoso.
Convidaram-na para o almoço de despedida. (= Vamos insistir em promover o novo romance de
“Convidaram quem? Ela”) ficção.
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
Receberam quem? Nós) Objeto Indireto e o Uso de Pronomes Pessoais
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
ser objetos diretos. Normalmente aparecem antes do Pode ser representado pelos seguintes pronomes
pronome relativo que. oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro-
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: nomes o, a, os, as não exercerão essa função.
esse algo é o objeto direto) Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
feminino definido) comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
z Objeto direto preposicionado Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija z Objeto indireto pleonástico
preposição no seu complemento, algumas palavras
requerem o uso da preposição para não perder o sen- Ocorrência repetida dessa função sintática com o
tido de “alvo” do sujeito. objetivo de enfatizar uma mensagem.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
facultativos.
Exemplos com ocorrência obrigatória de COMPLEMENTO NOMINAL
preposição:
Não entendo nem a ele nem a ti. Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
Respeitava-se aos mais antigos.
ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
presença de um complemento nominal nos contextos
Amavam-se um ao outro.
de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
do do nome.
feita.” (Ciro dos Anjos)
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Exemplos com ocorrência facultativa de
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
preposição:
Para melhor identificar um complemento nomi-
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
nal, siga a instrução:
8
le templo.
-2
plemento verbal?
86
Ao povo ninguém engana. (complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
39
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
o
sente para indicar parte de um todo, quando assim ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
st
z Objeto direto pleonástico: É a dupla ocorrência É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
st
dessa função sintática na mesma oração, a fim de lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
gu
daquilo que expressa o substantivo. Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
.7
Notava-se o amor pelo seu trabalho. para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
39
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
o
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
st
circunstâncias. rumo.
gu
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
.7
Homem desesperado, João sempre perde o con- Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
.8
trole. explicativas.
39
temporais.
st
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- z Por coordenação e subordinação: orações for-
o
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para madas por períodos mistos.
av
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.
st
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima vas: funcionam como predicativos do sujeito da
77
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
-1
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale z Orações subordinadas substantivas apositivas:
av
(aposto)
av
Período Composto por Subordinação Só quero uma coisa: que você volte imediata-
st
qual, como, mais etc. z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
-2
conectivos;
que a importada. z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
.7
prepositiva.
indicam certo obstáculo em relação ao fato expres-
.8
conjunção
por mais que, se bem que etc.
Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
o
(desenvolvida)
� Orações subordinadas adverbiais condicionais:
st
tivas: são introduzidas por como, conforme, Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
gu
termos referentes.
Oração coordenada sindética adversativa da ante-
77
Períodos Mistos
39
CONCORDÂNCIA NOMINAL E
-1
dentro de um conjunto de orações que são subordina- Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
gu
das a uma oração principal. umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
o
Observe o exemplo:
st
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
sentido coletivo o verbo fica no singular. Ex.: A número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
multidão gritou entusiasmada. palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver- chegou. (Duas horas deram...)
bo posterior ao pronome relativo concorda com o Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? badaladas soaram)
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
8
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- dem-se casas de veraneio aqui.
.8
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
39
com o sujeito.
Flexiona-se ou não o infinitivo.
-1
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo
o
Veja agora uma lista com os casos mais abordados Define-se como a adaptação em gênero e número
em concursos: que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
� Sujeito posposto distanciado adjetivos, numerais).
Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi- O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
cal brasileira seres estranhos. gênero e número com o nome a que se referem.
� Verbos impessoais (haver e fazer) Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Muro alto. / Muros altos.
Havia problemas no setor.
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir Casos com Adjetivos
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
� Verbo na voz passiva sintética z Com função de adjunto adnominal: quando o
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta. adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
� Verbo concordando com o antecedente correto ver após os substantivos, poderá concordar com
as somas desses ou com o elemento mais próximo.
do pronome relativo ao qual se liga
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
Encontrei colégios e faculdades ótimos.
tinham experiência.
� Sujeito coletivo com especificador plural
Há casos em que o adjetivo concordará apenas
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
� Sujeito oracional
tencer somente a este.
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
singular) Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
to ou complemento no plural minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
atrito. (verbo no singular) Existem complicadas regras e conceitos.
Quando houver apenas um substantivo qualifica-
Casos Facultativos do por dois ou mais adjetivos pode-se:
Colocar o substantivo no plural e enumerar o adje-
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o tivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
estádio. francesa e alemã.
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
fizeram rir. os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z Fui eu quem faltou/faltei à aula. a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? língua inglesa, a francesa e a alemã.
8
-2
ciência. (1,5% corresponde ao singular) Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
.8
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
-1
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
av
a aprovação.
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
gu
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” Se um dos elementos for originalmente um subs-
77
� É proibido entrada / É proibida a entrada tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
.7
Se o sujeito vier determinado, a concordância do Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
86
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
.8
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- plural, pois ambos são adjetivos.
39
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
o
nhada está boa. Nesse caso, o termo composto não concorda com o
av
Pimenta é bom? / A pimenta é boa? O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
o
lufa-lufa – lufa-lufas;
V. T. I.: aspiram
av
reco-reco – reco-recos.
Objeto indireto: a um mês de férias
st
girassol – girassóis;
av
pontapé – pontapés;
st
�
-2
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
86
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti- Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
.8
vo indireto) indireto)
39
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- � Suceder; intransitivo; transitivo direto
-1
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + Ex.: Os produtos começaram a chegar.
39
palavra que não aceita artigo). “Os homens, dizendo em certos casos que vão falar
-1
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação com franqueza, parecem dar a entender que o
no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
o
Excelência.
o
� Locuções adverbiais formadas por palavras Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes.
gu
Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra. ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
.7
Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
86
forem femininos, normalmente não se usa crase. e por que buscar esse padrão é importante.
.8
Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para evitar Os textos não são somente um aglomerado de pala-
39
Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto) do tecido (tessitura) do texto são conhecidos como
o
Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de recursos coesivos que devem ser articulados de forma
av
Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com determinado contexto. A respeito disso, temos a coe-
Nomes de Lugares rência textual que está ligada diretamente à significa-
ção do texto, aos sentidos que ele produz para o leitor.
LÍNGUA PORTUGUESA
A coesão marcada por processos referenciais rela- sações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi
ciona termos e ideias a partir de mecanismos que
.8
inserem ou retomam uma porção textual. Os proces- Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de
sos marcados pela referenciação caracterizam-se pela
-1
nhecido pelo uso de algumas classes de palavras, das ram que perderam a eleição”. […].
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os
o
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces- EUA são o país mais atingido pela pandemia - são
st
sos referenciais que envolvem o uso de expressões 7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O
gu
anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles
“as expressões que retomam referentes já apresenta- fariam até que uma vacina aparecesse. Biden ata-
dos no texto por outras expressões são chamadas de cou o republicano dizendo que Trump “não tem um
anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir: plano para essa tragédia”. Já Trump começou sua
resposta atacando a China - “deveriam ter fechado
suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, estatísticas da Rússia e da própria China e, com pou-
que vivia de suas discretas lutas, no início de sua carrei- ca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho”
ra. Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem nesse momento dos EUA.
promissor, mas nunca se interessou realmente em evo-
Disponivel em: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-
luir, preferiu trabalhar para um agiota italiano chama-
debate-025314998.html. Acesso em: 6 dez. 2021. Adaptado.
do Tony Gazzo, com quem manteve uma certa amizade.
Gazzo gostava de Rocky por ele ser descendente de ita-
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
liano e o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamen-
peração da informação apresentada é feita a partir de
to, na primeira luta que fez com Apollo Creed.
muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes
66 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso destacados recupera o assunto informado e ajudam o
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leitor a construir seu posicionamento. É importante bus- Essas expressões recuperam informações median-
car sempre o elemento a que o pronome faz referência, te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
por exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado no uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
texto, refere-se ao termo “republicanos”, já o segundo, Vejamos um exemplo:
faz referência aos presidenciáveis que participavam do
debate. Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam
para uma parcela objetiva do texto, diferente do prono- Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel-
me “essa”, associado ao substantivo “tragédia” que recu- chior foi um cantor, compositor, músico, produtor,
pera uma parcela textual maior, fazendo referência ao artista plástico e professor brasileiro. Um dos mem-
momento de pandemia pelo qual o mundo passa. bros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner,
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a internacional, em meados da década de 1970.
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acesso em: 6
Não é possível saber qual dos homens estava dez. 2021. Adaptado.
acompanhado.
Por fim, destacamos que as classes de palavras rela- Todas as marcações em negrito fazem referência
cionadas neste capítulo com os processos de coesão não ao nome inicial Antônio Carlos Belchior. Os termos
podem ser vistas apenas sob a ótica descritiva-norma- que se referem a esse nome inicial são expressões
tiva, amplamente estudada nas gramáticas escolares. O nominalizadoras que servem para ligar ideias e cons-
interesse das principais bancas de concursos públicos é truir o texto.
avaliar a capacidade interpretativa e racional dos can-
didatos, dessa feita, a análise de processos coesivos visa Uso de Adjetivos
analisar a capacidade do candidato de reconhecer a que
e qual elemento está construindo as referências textuais. Os adjetivos também são considerados expressões
nominalizadoras que fazem referência a uma porção
Uso de Numerais textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo
acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor,
músico, produtor, artista plástico e professor” apre-
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de
senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
categorias gramaticais concorre para a progressão
Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações
textual, uma das classes gramaticais que auxilia esse
sobre essa personalidade, referida anteriormente.
processo é o uso de numerais.
É importante recordar que não podemos identifi-
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que
car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias
que ela está inserida. No exemplo mencionado, as
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati-
palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante-
ta, professor são substantivos que funcionam como
riores numa relação de coesão.
adjetivos e colaboram na construção textual.
8
meiro era para os professores, o segundo, para os alunos. Uso de Verbos Vicários
77
esperávamos.
ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o O verbo “acontecer” foi substituído na segunda
st
esses advérbios só podem ser associados a um referente se Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
gu
forem instaurados no discurso, isto é, se mantiverem asso- Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não
ciação com as pessoas que produzem as falas, assim, uma o fizemos”
pessoa que lê “hoje não haverá aula”, em um cartaz na por- Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por
LÍNGUA PORTUGUESA
CONDICIONAL
a partir de locuções que marcam tempo, conjunções, mos ser aprovados!
.7
FINAL
av
estudos.
av
nha cadeira de madeira, âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
39
procuro um livro feito de mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
lação” – Correto.
o
Uso de Paráfrase
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
86
Muitas coisas que quebraram meu coração, con- � Marcar invocação em correspondências
39
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- Comunico, por meio deste, que...
o
dicativo do sujeito:
av
ção. (errado)
gu
Os alunos precisam de, que os professores os aju- � Usado em discursos diretos, indica a mudança de
o
� Entre um substantivo e seu complemento nominal � Serve também para colocar em relevo certas
ou adjunto adnominal. expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
pelos alunos. (errado) colchetes:
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
passiva: ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
professor para a feira. (errado) vamos jantar. (oração intercalada)
� Entre o objeto e o predicativo do objeto: � Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
PARÊNTESES
USO DE PONTO E VÍRGULA
Têm função semelhante à dos travessões e das
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
70 e vírgula (;): mos, expressões ou orações.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) depois desceu as escadas apressadamente.)
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos � Para sugerir prolongamento da fala:
jantar. (oração intercalada) Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...
PONTO-FINAL � Para indicar hesitação:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
É o sinal que denota maior pausa. Usa-se: vergonha.
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal-
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de mente com outras intenções:
período. Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
Carlos Drummond de Andrade USO DAS ASPAS
� Nas abreviaturas
Ex.: apart. ou apto. = apartamento São usadas em citações ou em algum termo que
sec. = secretário precisa ser destacado no texto. Podem ser substituí-
a.C. = antes de Cristo das por itálico ou negrito, que têm a mesma função de
destaque. Usam-se nos seguintes casos:
Dica � Antes e depois de citações:
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
tos químicos não vêm com ponto final: afirma Dad Squarisi, 64.
Exemplos: km, m, cm, He, K, C. � Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
PONTO DE INTERROGAÇÃO conotativas:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
Marca uma entonação ascendente (elevação da que desejava.
voz) em tom questionador. Usa-se: Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual.
� Em frase interrogativa direta: � Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia? às vezes com ironia ou malícia
� Entre parênteses para indicar incerteza: Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”
que havia palavra melhor no contexto. sonoro.
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar � Para citar nomes de mídias, livros etc.
surpresa: Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou
!?) COLCHETES
8
-2
� E interrogações retóricas:
77
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro Representam uma variante dos parênteses, porém
.7
que não jogaremos comida fora à toa”). têm uso mais restrito. Usam-se nos seguintes casos:
86
.8
za elucidativa:
-1
� É empregado para marcar o fim de uma frase com Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
o
Ex.: Que linda mulher! � Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
st
Coitada dessa criança! a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
gu
� Aparece após uma interjeição: que pareça, o texto original é assim mesmo:
o
Ex.: Nossa! Isso é fantástico. Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
av
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra 3. (EXATUS — 2017) Marque a alternativa em que a lacu-
.8
s/ = sem
a) Gran_a
� Para separar o numerador do denominador nos
o
b) La_arto
av
� Nas datas:
o
� Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232 1º Os sons de dezembro não são tão suaves como quer
� Na indicação de dois anos consecutivos: o poeta – ao invés das mandolinas, ou dos alaúdes, são
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso. as que marcam o ritmo das cidades, nos
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: congestionamentos ao redor dos shopping centers e
Ex.: /s/ churrascarias. Mas o poeta não erra de todo. Apesar do
turbilhão de compras e comemorações, ou, quem sabe,
Embora não existam regras muito definidas sobre por isso mesmo, dezembro agrada feito aquelas histó-
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- rias de terror que, ansiosamente, as crianças insistem
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- em ouvir de novo e de novo. Imerso nos agridoces ritos
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. do fim de ano, o país apressa o passo ao encontro do
calendário, com ar de quem se esfalfa de trabalhar.
IDENTIFICAÇÃO E FUNÇÃO DO PARÁGRAFO 2º E há tanto por fazer! Sortear o amigo secreto, esco-
lher os presentes, estar presente à comemoração com
Um parágrafo é o conjunto de um ou mais períodos os colegas, levar as crianças a ver Papai Noel, escre-
72 cujas orações se prendem pelo mesmo grupo de ideias ver cartões de boas-festas, preparar a ceia de Natal,
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os parentes, planejar o réveillon... Não há cristão Segundo Renato Bandeira de Mello, geriatra e diretor
que aguente – mas não há cristão que dispense. Nada científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Geronto-
mais estafante, do que atravessar os corredores colo- logia (SBGG), a associação da vitamina D com a preven-
ridos dos shoppings, entre trenós de mentira e preços ção de doenças neurológicas surgiu porque a maioria
implacavelmente verdadeiros. Apenas num dia, 120 mil dos pacientes com doenças neurológicas, cardíacas e
pessoas desfilaram por um shopping de São Paulo. câncer apresentavam deficiência deste nutriente, o que
3º Pois dar e ganhar presentes representa “a celebra- poderia ser a causa dos problemas. No entanto, o novo
ção de um contrato essencial para a vida em socie- estudo afirma que não foi possível concluir se a vitamina
dade, que permite aos indivíduos localizarem-se no D tem potencial benéfico, indicando que os baixos níveis
mundo”, como o historiador J. A., 34, que pre- da substância são consequência e não causa da doença.
para uma tese sobre o significado das festas populares.
4º A própria correria de dezembro atende a uma neces- https://veja.abril.com.br/saude/vitamina-d-nao-previne-
sidade básica de todo mundo: a preparação da festa, alzheimeraponta- estudo/
o tempo consumido em atividades improdutivas, o
dinheiro deixado nas lojas. A estação do desperdício 6. (EXATUS — 2018) Observe o verbo em destaque no
enriquece a vida, ao interromper a rotina que impera período que segue: “No entanto, o novo estudo afir-
durante o ano todo. ma que não foi possível concluir se a vitamina D tem
5º Preparar-se, se não pra o próximo ano, ao menos pra potencial benéfico, indicando que os baixos níveis da
a última noite deste, é outra das tarefas inescapáveis de substância são consequência e não causa da doen-
dezembro. Tão absorvente é essa ocupação que, antes ça.” Sobre as regras de acentuação gráfica apresen-
ainda do Natal, as pessoas já dedicam atenção às ques- tadas pelo Novo Acordo Ortográfico, é correto afirmar
tões de onde, como e com quem passar o réveillon. que o verbo -tem, em destaque no período acima,
6º O que todos procuram, afinal, é uma identificação não recebeu acentuação, por obedecer a uma dessas
mais íntima com a família e os amigos, para despertar regras. Assinale a alternativa que apresenta a regra
o espírito de solidariedade habitualmente adormecido. que justifica a ausência do acento no verbo – tem:
Revista Isto É. 22 dez. 1982. Texto parcialmente reproduzido. a) Apenas permanece o acento circunflexo nas vogais
dobradas, como em vôo, vêem.
b) Fica extinto o uso de acento nas formas verbais, cuja
4. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa que preenche finalidade é determinar a 3ª pessoa do plural.
corretamente as lacunas do texto: c) O verbo -ter só receberá acento circunflexo se conju-
gado na terceira pessoa do plural.
a) buzinas – vizitar – teorisa. d) O acento diferencial foi abolido das palavras.
b) buzinas – visitar – teoriza.
c) buzinas – vizitar – teoriza. 7. (EXATUS — 2018) O texto acima tem o objetivo de:
d) businas – visitar – teorisa.
a) Informar sobre uma nova evidencia.
5. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa em que as b) Convencer que o uso da vitamina D traz prejuízo à
8
-2
a) invés – país – trenós. quisas não indiquem a sua implicação para a cura das
.8
c) histórias – espírito – básica. d) Convencer com uma evidencia, mas sem argumentos.
-1
Paulo Freire
av
periódico científico Nutricional Neuroscience revelou que 1º Rara tem sido a vez, ao longo de tantos anos de
gu
a vitamina D não ajuda a prevenir Parkinson e Alzheimer. prática pedagógica, por isso política, em que me tenho
A análise mostrou que não há evidências suficientes que permitido a tarefa de abrir, de inaugurar ou de encerrar
comprovem o potencial preventivo do nutriente contra encontros ou congressos.
LÍNGUA PORTUGUESA
doenças neurodegenerativas. No entanto, os pesquisa- 2º Aceitei fazê-lo agora, da maneira, porém, menos for-
dores indicam que a luz solar pode ser capaz de proteger mal possível. Aceitei vir aqui para falar um pouco da
contra a esclerose múltipla, Alzheimer e Parkinson, inde- importância do ato de ler.
pendente da produção de vitamina D. 3º Me parece indispensável, ao procurar falar de
Segundo especialistas, a prescrição de suplementos vita- tal importância, dizer algo do momento mesmo em
mínicos para idosos, com o intuito de prevenir doenças que me preparava para aqui estar hoje; dizer algo do
neurológicas, é uma prática comum. Mas os novos dados processo em que me inseri enquanto ia escrevendo
indicam que essa decisão não traz benefícios reais. este texto que agora leio, processo que envolvia uma
De acordo com a análise, a maioria dos dados atuais compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota
que apoiam o efeito neuroprotetor da vitamina D é na descodificação pura da palavra escrita ou da lin-
baseada em estudos pré-clínicos e observacionais guagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na
que não foram capazes de comprovar o potencial pre- inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a
ventivo do nutriente. leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não 73
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possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Quais afirmativas estão corretas?
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A
compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura a) Apenas II.
crítica implica a percepção das relações entre o texto b) Apenas I e II.
e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importân- c) Apenas III.
cia do ato de ler, em que senti levado – e até gostosa- d) Apenas I e III.
mente – a “reler” momentos fundamentais de minha e) I, II e III.
prática, guardados na memória, desde as experiências
mais remotas de minha infância, de minha adoles- Leia o texto a seguir para responder às questões 10, 11
cência, de minha mocidade, em que a compreensão e 12.
crítica da importância do ato de ler se veio em mim
constituindo. Ao ir escrevendo este texto, ia “toman- O homem que conheceu o amor
do distância” dos diferentes momentos em que o ato
de ler se veio dando na minha experiência existencial. Do alto de seus oitenta anos, me disse: “Na verdade,
Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em fui muito amado.”. E dizia isto com tal plenitude como
que me movia; depois, a leitura da palavra que nem quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre
sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura comi ostra ....à..... beira-mar.
da “palavra mundo”. Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a
4º A retomada da infância distante, buscando a com- humanidade e a petulância sagrada. Parecia um pin-
preensão do meu ato de “ler” o mundo particular em tor, que olhando o quadro terminado assina seu nome
que me ouvia – e até onde não sou traído pela memó- embaixo. Havia um certo fastio em suas palavras ges-
ria –, me é absolutamente significativa. Neste esforço tos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pron-
a que me vou entregando, re-crio, re-vivo, no texto que to para morrer, já que sempre estivera pronto para amar.
escrevo, a experiência vivida no momento em que ain- Aquele homem me confessou que amava sem nenhu-
da não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana ma coerção. Não lhe encostei .....a... faca no peito
em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas cobrando algo. Ele é que tinha algo a me oferecer. Foi
delas como se fossem gente, tal a intimidade entre muito diferente daqueles que não confessam seus
nós – à sua sombra brincava e em seus galhos mais sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau-de-ara-
dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos ra”: estão ali se afogando de paixão, levando choques
menores que me preparavam para riscos e aventuras de amor, mas não se entregam. E, no entanto, basta
maiores. A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu ler-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou guerri-
sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe lheiro do amor.
–, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi meu Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz
primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido
pé, Andrei, falei. Na verdade, aquele mundo especial ator dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros,
se dava a mim como o mundo de minha atividade per- ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano).
ceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas pri- Na Bíblia está que Abraão gerou Isac, Isac gerou Jacó
meiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum
8
-2
daquele contexto – em cuja percepção me experimen- deles disse: “Na verdade, fui muito amado.”.
77
tava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capa- Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele
.7
cidade de perceber – se encarnavam numa série de homem desfechou sobre mim aquela frase, me sen-
86
coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia ti não apenas como o filho que quer ser engenheiro
.8
apreendendo no meu trato com eles, nas minhas rela- como o pai. Senti-me um garoto de quatro anos, de
39
ções com meus irmãos mais velhos e com meus pais. calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero
-1
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 12. ed. São Paulo: Cortez, na verdade, fui muito amado.”. Se não pensasse isto,
av
1986. p. 11-3. não seria digno daquela frase que acabava de me ser
st
8. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa em que as que levou oitenta anos para se formar. É como se eu
o
palavras recebem acento gráfico pela mesma norma não visse o instante em que a lagarta se transformaria
av
gramatical: em libélula.
st
a) política – crítica – traído. se havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sem-
b) possível – sítio – política. pre disse de que o desejo nunca é preenchido, que se
c) importância – dóceis – série. o é, o é por frações de segundos, e que a vida é insatis-
d) daí – até – pé. fação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, por-
e) crítica – árvore – dóceis. que sobre o amor há muitas frases inquietantes por aí.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia.
9. (EXATUS — 2015) Analise as afirmativas referentes ao Porque nem todos sabem reconhecer quando são
texto: amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua
I - A leitura não se esgota na decodificação pura da cama, um banquete real está sendo servido e, sono-
palavra escrita, ler é algo que se integra à inteligência lento, olha noutra direção.
do mundo, ou seja, à compreensão crítica do mundo. 8º Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria
II - Ler o mundo consiste em apreender o significado ter-nos apresentado o personagem, também o quería-
daquilo que nos rodeia: o valor social e afetivo de nos- mos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a
sa realidade. reprimenda. Porque quando alguém está amando, já
III - A palavra que se aprende está vinculada à experiên- nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer,
74 cia da realidade de que ela fala. vendo-o passar: ame por mim, já que não pode se
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deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a 14. (EXATUS — 2015)
alguém que está indo ....à. Europa: por favor, na Itália,
coma e beba por mim. A VONTADE DO FALECIDO
Ver uma pessoa amando é como ler um romance de
amor. É como ver um filme de amor. Também se ama 1º Seu Irineu Boaventura não era tão bemaventurado
por contaminação na tela do instante. A estória é do assim, pois sua saúde não era lá para que se diga. Pelo
outro, mas passa das páginas e telas para a gente. contrário, seu Irineu ultimamente já tava até curvando
Reconhece-se a cinquenta metros um desamado, o a espinha, tendo merecido, por parte de vizinhos mais
carente. Mas reconhece-se a cem metros o bem-ama- irrelevantes, o significado apelido “Péna- Cova”. 2º Se
do. Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas havia expectativa em torno do passamento do seu Iri-
e pele. Sinos batem nas dobras de seu ser. Pássaros neu? Havia sim. O velho tinha os seus guardados. Não
pousam em seus ombros e frases. Flores está colorin- eram bens imóveis, pois seu Irineu conhecia de sobra
do o chão em que pisou. Altamirando, seu sobrinho, e sabia que, se compras-
O que ama é um disseminador. se terreno, o nefando parente se instalaria nele sem a
O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário menor cerimônia. De mais a mais, o velho era antigão:
à comunidade, que deveria ser declarado bem de uti- não comprava o que não precisava e nem dava dinhei-
lidade pública. ro por papel pintado. Dessa forma, não possuía bens
imóveis nem ações (...). A erva dele era viva. Tudo
Affonso Romano de Sant’Anna. guardado em pacotinhos, num cofrão verde que ele
tinha no escritório.
10. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa em que a 3º O sobrinho, embora mais mau-caráter do que o res-
palavra é acentuada pela mesma razão que “Bíblia”: to da família, foi o que teve a atitude mais leal, porque,
numa tarde em que seu Irineu tossia muito, perguntou
a) íris. assim de supetão:
b) estórias. 4º – Titio, se o senhor puser o bloco na rua, pra quem
c) queríamos. fica o seu dinheiro, hem?
d) aí. 5º O velho, engasgado de ódio, chegou a perder
e) páginas. tonalidade cadavérica e ficar levemente ruborizado,
respondendo com voz rouca: 6º – Na hora em que eu
11. (EXATUS — 2015) No primeiro parágrafo as aspas são morrer, você vai ver, seu cretino.
empregadas para: 7º Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu apa-
nhou um resfriado, do resfriado passou pneumonia,
a) destacar um tom coloquial. da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de
b) reforçar a ideia de que foi realmente amado. coma não passou mais. Levou pau e foi reprovado. (...)
c) indicar uma citação. 8º – Bota titio na mesa da sala de visitas – aconselhou
d) acentuar o valor significativo das palavras ditas pelo Altamirando; e começou o velório. Tudo que era parente
homem de oitenta anos. com razoáveis esperanças de herança foi velar o morto.
e) indicar um comentário à margem do que se afirma Mesmo parentes desesperançados compareceram ao
8
-2
12. (EXATUS — 2015) Analise as afirmativas referentes ao verde onde havia sessenta milhões em cruzeiros.
.7
II - Para o autor o que torna esse homem diferente é o fato 10 Tomou-se – isto sim – conhecimento de uma
39
dele declarar o seu amor abertamente. carta que estava cuidadosamente colocada dentro do
-1
III - O autor no sétimo parágrafo constrói uma imagem poéti- cofre, sobre o dinheiro. E na carta o velho dizia: “Que-
ro ser enterrado junto com a quantia existente nesse
o
IV - Segundo o autor algumas pessoas expressa certo cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com
st
arrependimento, por não reconhecer as demonstra- o suor do meu rosto, sem a ajuda de parente vaga-
gu
ções de amor da pessoa amada. bundo nenhum”. E, por baixo, a assinatura com firma
reconhecida para não haver dúvida: Irineu de Carvalho
o
Pinto Boaventura.
st
a) Apenas I e II. 11 Prá quê! Nunca se chorou tanto num velório sem
gu
Leia o texto as seguir para responder às questões 15, 16 15. (EXATUS — 2014) Em:
e 17. “-Moça?... (1) a senhora podia...(2)
- Não posso
Eu faço não com a cabeça - ...(3) dizer onde fica a “Praça XV”?”
Acerca da pontuação do trecho acima, informe se é
O homem se aproxima ao ponto de ônibus. Tem um verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma e, em segui-
papel na mão, lista, receita, não sei. Fala coisas que da, assinale a alternativa que apresenta a sequência
não entendo.
correta de cima para baixo:
Evito olhar o papel, evito olhar para ele, querendo afas-
( ) As reticências no primeiro caso, sugerem que o falan-
tá-lo com meu desinteresse. Quando percebo que quer
te está inseguro, tímido.
dinheiro faço que não com a cabeça. E continuo fazen-
( ) As reticências no segundo caso, indicam que a fala da
do não até que ele se afasta.
pessoa foi bruscamente interrompida pela da narradora-
Moça, chama-me o chão. Não é o chão, é uma pessoa
-personagem. ( ) As reticências no terceiro caso, indicam
acocorada junto da parede. Estou com pressa, respon-
que houve uma pausa na fala que havia sido interrompida.
do sem falar.
8
ponto de exclamação.
77
descansar de tudo o que me falta. I - O texto é uma denúncia contra a exclusão social a que
gu
avançadas pode ser uma oportunidade ou ameaça têm forte impacto na forma como um país envelhece.
39
ao bem-estar geral das populações, dependendo dos Desigualdades sociais e políticas públicas insuficien-
-1
problemas de saúde relacionados ao envelhecimen- tes impactam os países de baixa renda, onde o acesso
à saúde pode ser dificultado, assim como o controle
o
idade cronológica”, afirmou Angela Y. Chang, principal e a prevenção de doenças crônicas”, pontuou Speran-
st
autora e pós-doutoranda do Centro de Tendências e za. “Em países de baixa renda, por exemplo na Áfri-
gu
Previsões de Saúde da Universidade de Washington. ca, mesmo vivendo pouco em termos de longevidade,
adultos experimentam uma alta carga de doenças
o
menor e maiores gastos com saúde. Os líderes de Entre os países de alta renda, a diferença também
gu
governos e os que influenciam os sistemas de saúde pode ser grande. Com relação a isso, a médica res-
precisam considerar quando as pessoas começam a salta outro aspecto que interfere em como envelhecer,
sofrer os efeitos negativos do envelhecimento.” citando exemplos do Japão e dos Estados Unidos. No
país asiático, um idoso com 76 anos possui um perfil
LÍNGUA PORTUGUESA
almejados entre pessoas de variadas classes sociais c) Para a autora, escolher se queremos ou não estar com
77
e faixas etárias. Fazer boas escolhas, entretanto não é alguém é uma decisão individual e tranquila.
.7
fácil - o grande número de relações que ter- d) A autora expõe a maneira de as pessoas estabelece-
86
mina, não raro, de maneira dolorosa - pelo menos para rem relações afetivas e como essas relações podem
.8
um dos envolvidos. Para nossos avós o casamento e ter desdobramentos em suas vidas.
39
1 E
se torna ônus) e escolher se queremos ou não estar
gu
com alguém. 2 E
o
4 B
dade de tomarmos decisões (e arcar com elas). Filhos
ou dependência econômica já não prendem homens 5 D
e mulheres uns aos outros, e cada vez mais nos resta
descobrir moram, de fato, nossos desejos. E 6 C
não falo aqui do desejo sexual, embora este seja um
7 A
aspecto a ser considerado, mas do que realmente
, aspiramos para nossa vida. Mas para isso é preciso, 8 C
primeiro, localizar quais são as nossas faltas. E nos
relacionamentos a dois elas parecem ecoar por todos 9 E
os cantos.
10 B
Dividir corpos, planos, sonhos, experiências, espa-
ços físicos e talvez o mais precioso, o próprio tempo, 11 C
acorda nos seres humanos sentimentos complexos e
contraditórios. Passados os primeiros 18 ou 24 meses 12 E
da paixão intensa (um período de projeções),
13 B
78 nos quais a criatura amada parece funcionar como
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14 C
15 D
16 A
17 C
18 D
19 E
20 C
ANOTAÇÕES
8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
o
av
st
gu
LÍNGUA PORTUGUESA
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E só depois de exercitar esses primeiros procedimen-
tos é que se passa à produção de um trabalho comple-
to, buscando a eficiência do todo por intermédio do
agrupamento de cada uma das partes estudadas até a
formação de um bloco contínuo e completo.
REDAÇÃO
Importante!
O truncamento desse trabalho ocorrerá certa-
REDAÇÃO DISCURSIVA mente se o aprendiz não se dispuser a praticar
esses conceitos. É aí que começa a frustração
Vamos trabalhar neste material a redação discur- dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão
siva. Você irá estudar algumas características inova- tentar praticar a escritura da sua redação após
doras no conceito de produção de textos para quem terem terminado o estudo do livro didático e
quer atingir um melhor resultado em provas que exi- sentem muita dificuldade no momento do agru-
jam do candidato a habilidade de produzir um texto. pamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que
Neste material, serão apresentados os aspectos aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não
gerais da redação discursiva em sua estrutura textual,
for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
bem como todos os passos para a sua produção com
dificuldade como uma inabilidade pessoal.
eficiência. Porém, é importante dar atenção às dúvi-
das que geralmente são apresentadas pelos alunos
para que se possa dar solução aos principais proble- Como proposta de solução para essa dificuldade,
mas que eles relatam. vamos partir de um princípio em que se começa da
materialização do texto eficiente. Esse trabalho con-
Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? siste na elaboração de máscaras de redação, o que
proporciona a você um ponto de partida concreto na
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto produção de redações eficientes a partir de modelos
às provas que cobram dos candidatos habilidades na prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados
produção de questões discursivas. Alguns dizem se para qualquer tema proposto pela banca organizado-
sentirem tão despreparados que terminam por desis- ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi-
tir dos concursos que trazem a redação como critério nalidade e da criatividade de cada autor.
de classificação. As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza-
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e doras dos critérios de correção dos textos, tais como
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- progressão textual e sequencialização, coesão e conse-
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- quentemente coerência, além de atender naturalmen-
te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro
tuais como sites de comunicação e na elaboração de
8
caracteriza a postura displicente de como se escre- Outra finalidade dessa proposta é também a de
86
ve e a aceitação mútua de erros e desvios da norma desenvolver uma maior agilidade na projeção e na
.8
culta escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito construção da redação, otimizando o tempo de sua
39
para não ser cobrado por ele da mesma forma quando elaboração durante a prova. Antes disso, veja as res-
-1
errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia- postas a algumas dúvidas comuns quando o tema é
o
O maior problema é que isso gera um reforço nega- DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO PARA
gu
tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática CONCURSOS PÚBLICOS
o
tado é que, quando ocorre a exigência da produção Selecionamos dúvidas que frequentemente apare-
st
escrita, a prática que se tem não promove a eficiência cem sobre as redações para concursos públicos e que
gu
estrutura, apresentam-se as partes que o compõem. um resultado positivo na prova objetiva se não obti-
Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e ver sucesso em sua redação.
de como elaborá-las separadamente: como se constrói Os candidatos costumam dedicar seu tempo de
um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração; estudos à prova objetiva e deixar a redação por últi-
quais são os diferentes tipos de parágrafos. Também é mo. Na maioria das vezes, passam naquela e repro-
mostrado como podem ser os parágrafos que introdu- vam nesta. Não dá para subestimar a redação, é
zem, desenvolvem e concluem um texto dissertativo. preciso exercitar sempre. 81
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O que conta mais para um bom resultado: ter bons O que é Texto em Prosa?
conhecimentos sobre o assunto apresentado na
proposta ou ter bons conhecimentos em língua Como já dissemos, mas vale a pena repetir, texto
portuguesa? em prosa é aquele que naturalmente usamos para
escrever um bilhete, uma carta, nos comunicarmos
Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em em “e-mail” etc. Ele se constrói em estrutura linear
importância. No que diz respeito aos conhecimentos (linha cheia) por meio de parágrafos. É a forma
de língua portuguesa, estamos nos referindo à estru- comum de escrever. É contrária ao verso, que exige
tura e à linguagem do texto dissertativo. Subentende- uma elaboração estrutural e demonstra preocupação
-se que quem domina estes dois aspectos não tenha com rimas e arranjos vocabulares alheios à sintaxe.
dificuldades com a ortografia e outros aspectos gra- Veja um exemplo de texto em verso:
maticais que, em prova, inclusive, pouco peso tem.
A rosa de Hiroxima
Qual é a diferença entre tema e título? Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem Pensem nas meninas
caráter geral e abrangente, e propõe questões que Cegas inexatas
devem ser abordadas obrigatoriamente com objeti- Pensem nas mulheres
vidade pelo candidato. Essa objetividade é um fator Rotas alteradas
determinante para que sua composição fique delimita- Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
da àquilo que é possível desenvolver em sua redação.
Mas oh não se esqueçam
E o que é a delimitação do tema? É simples. É a
Da rosa da rosa
elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi-
Da rosa de Hiroxima
cionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o A rosa hereditária
número de linhas que é proposto para se desenvolver A rosa radioativa
o tema é limitado. Geralmente não passa de 30 linhas, Estúpida e inválida
por isso é preciso ser claro e direto no desenvolvimen- A rosa com cirrose
to da argumentação. A anti-rosa atômica
Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem Sem cor sem perfume
a função de apresentar e chamar a atenção sobre o Sem rosa sem nada.
assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar
que são poucas as instituições que solicitam que o Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/
candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido, poesias-avulsas/rosa-de-hiroxima. Acesso em: 5 nov. 2021.
não é para colocá-lo.
Agora um exemplo de texto em prosa:
Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr
em maiúscula? Hiroshima ou Hiroxima (em japonês: 広島市) é
uma cidade japonesa localizada na província de
8
-2
z A segunda forma permite que você coloque todas Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hiroshima. Acesso em: 5 nov.
st
Importante!
st
sadas por intermédio de palavras adjetivas sempre o barulho feito pelo trabalhador da madrugada, eli-
-2
z Os inocentes dormiam.
z Sangue e leite estão misturados;
st
z O líquido é grosso;
gu
ocorre porque não há passagem do tempo, isto é, não levantamento das características da narração, vamos
houve sucessão de fatos, tanto que o cenário é único reconhecer seus elementos:
e nada se altera, nada muda do começo ao fim, logo é
um texto que não apresenta progressão temporal. Por z Personagens: o leiteiro e o morador da cidade;
isso, o que predomina na leitura desse texto realmen- z Narrador: aquele que nos conta o fato;
te é a imagem; trata-se, então, de uma descrição. z Tempo: nesta madrugada;
z Lugar: nossa cidade;
Narração z Ação: assassinato. 83
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dessa tese: o respeito à vida e a vida como essência
Importante! de nossa natureza.
Observe que, nesse texto, não há progressão tem-
O que realmente diferencia a narração dos poral, pois não há mudança alguma, já que não exis-
outros tipos de texto é a progressão temporal, te uma sequência de fatos; não há também a criação
não se esqueça disso! de uma imagem de alguém ou de algo; mas há uma
evolução, um desenvolvimento da ideia apresentada
no início do texto em relação à vida humana, ao que
Dissertação chamamos de progressão dissertativa, afinal, a ideia
“progrediu”, a ideia inicial foi ficando sólida à medida
A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser que o texto se desenrolou.
cobrado em provas de concurso, tanto na argumenta- O que caracteriza definitivamente o texto disserta-
ção geral sobre temas diversos, quanto na exposição tivo, então, é a existência de uma ideia base apresen-
de seus conhecimentos em questões discursivas. tada, a tese e o seu desenvolvimento, culminando
Na dissertação, propõe-se uma tese sobre uma em seu fortalecimento por meio dos argumentos.
suposta verdade. Tal verdade deve ter existência Esse fortalecimento chama-se fundamentação. E, no
substancial, por isso é representada por uma pala- texto bem elaborado, a tese é tida como verdade pela
vra substantiva. A sustentação dessa verdade, por sua fundamentação, portanto podemos reconhecer nele a
vez, pode ser ilustrada por outras palavras substanti- progressão discursiva.
vas. Veja o texto a seguir: Por ora, vamos retomar o esquema anterior e
aprofundá-lo para que você não se esqueça de como
Dissertação é um trabalho baseado em estudo teó- diferenciar os três tipos de texto:
rico de natureza reflexiva, que consiste na orde- Descrição imagem – não há progressão temporal;
nação de ideias sobre um determinado tema. A Narração fato – há progressão temporal;
característica básica da dissertação é o cunho refle- Dissertação ideia – progressão discursiva.
xivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questio- Vamos pôr isso tudo em prática? Apresentamos a
nar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. seguir um exercício comentado de reconhecimento da
É desenvolver um raciocínio, desenvolver argu- tipologia textual.
mentos que fundamentem posições. É polemizar,
inclusive, com opiniões e com argumentos contrá-
rios aos nossos. É estabelecer relações de causa e
consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões, EXERCÍCIOS COMENTADOS
é apresentar um texto com organização lógica das
ideias. Basicamente um texto em que o autor mos- 1. Classifique os textos quanto à sua tipologia:
tra as suas ideias.
(1) Descrição, (2) Narração, (3) Dissertação.
Assim, podemos entender a dissertação, diferen-
ciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que a) Era uma noite muito bonita: parecia com o mundo. O
espaço escuro estava todo estrelado, o céu em eterna
8
veu sobre um determinado assunto. estilos de vida, dois registros intelectuais e afetivos,
-1
Além disso, todas as informações que forem apre- dois modelos de conduta cotidiana. ( )
sentadas sobre o assunto analisado serão os argu- c) “Após a reunião, o Presidente da República dirigiu-se
o
av
mentos que representarão a análise feita pelo autor. para a Esplanada dos Ministérios. No percurso, parou
st
Notem que os argumentos são os motivos que levaram para cumprimentar algumas pessoas que lhe acena-
gu
o autor a ter um posicionamento, uma ideia, uma tese vam. Neste momento, escorregou e foi auxiliado por
sobre o assunto. alguns seguranças da comitiva. “ ( )
o
av
Ex.: Não se pode mais tratar a vida humana como d) Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele
chapéu de feltro manchado, aquelas largas calças de
st
hora de se entender que é preciso ter respeito à vida brim cáqui, incontavelmente lavadas, aquele puído dos
como uma atitude existencial que deve ser encarada punhos de camisas já sem cor tudo combina admira-
como essência de nossa natureza, o que vai além das velmente com a enorme jaqueira do quintal, com a
generosa figueira da praça, com as teias do campaná-
próprias leis de um país.
rio da igreja. ( )
Atente-se para o que se pode destacar agora:
e) E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua
México. Já distraído de seus passados tropeços, mas,
z A verdade geral defendida, o nome do assunto =
tropeçando obstinadamente no inglês com que se
vida, especificamente a humana; entendiam - quando vê do outro lado da rua um preto
z Argumentos que sustentam essa verdade: respei- agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. ( )
to e essência. f) “Na medida que (sic) a caça é proibida no Brasil, não
se pode admitir a existência de uma Associação Brasi-
O substantivo vida representa a palavra-chave leira de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo
quanto à verdade defendida na tese do autor de que capítulo da Constituição Brasileira proíbe essas ativi-
“Não se pode mais tratar a vida humana como um sim- dades”. ( )
ples exemplo de existência biológica”. Essa verdade é
84 sustentada por dois argumentos positivos na defesa a) 1- descrição
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Nesse fragmento não há progressão temporal, Introdução
notem que, ao final da leitura do texto, temos a for-
mação da imagem da paisagem. A introdução do texto dissertativo é a apresenta-
b) 3 – dissertação ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis-
Nesse fragmento não há progressão temporal, tanto sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento
que não há fatos que se sucedem, tampouco a elabo- sobre o tema proposto pela banca. Esse momento
ração de uma imagem, o que percebemos pela leitu- é muito importante para o leitor, pois é aí que será
ra é a análise do comportamento da mulher diante mostrada a identificação de suas ideias com o tema. É
um bom momento para apresentá-lo aos argumentos
de um novo perfil seu “que emerge da ruptura de sua
sequencialmente ordenados de acordo com a progres-
antiga identidade”.
são que você dará a sua redação (progressão textual).
c) 2 – narração
A introdução deve ser clara e chamar a atenção
A leitura desse trecho revela uma sucessão de fatos
para dois itens básicos: os objetivos do texto e o pla-
do Presidente da República. Pessoal, essa não dava no do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar
para errar, lembram-se de quando falamos que a nar- alguma previsibilidade de seu projeto, você, autor,
ração é uma fofoca, esse fragmento mostra bem isso. deve expor os caminhos por que percorrerá em sua
d) 1 – descrição explanação. Lembre-se de que o leitor, corretor de seu
Sem progressão discursiva ou temporal, o trecho trabalho, é um professor experiente e é a organização
revela a criação da imagem das roupas dos velhinhos que mais o impressionará nesse momento. Por isso,
interioranos, notem como os adjetivos se destacam. não tenha medo de ser objetivo e previamente ilustra-
e) 2 – narração tivo quanto aos seus propósitos de trabalho.
Novamente, temos um trecho que mostra uma suces- Ex.: Parágrafo de introdução
são de fatos que nada mais são do que as ações de Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple-
um homem que caminha pela rua com seu chefe e vê mentando novos valores à vida do homem moder-
um amigo seu do outro lado da rua, “uma fofoca”. no principalmente no que diz respeito a sua vida
f) 3 – dissertação em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da
Encontramos outra vez um exemplo de fragmento dis- tecnologia em campos como o da educação (2) e o
sertativo, pois apresenta progressão discursiva em rela- dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda
muito além disso, atingindo vários outros espaços
ção à proibição da caça no Brasil. Note que o argumento
do cotidiano (4) da maioria das pessoas.
que se destaca nessa passagem para o fortalecimento da
ideia é a citação da Constituição Brasileira.
(1) A tese: a tecnologia vem implementando novos
Nosso próximo passo é trabalhar com a estrutura
valores à vida do homem moderno principalmente no
do texto para redação em concursos públicos. O que diz respeito a sua vida em sociedade;
foco será dado, logicamente, à modalidade da dis- (2), (3), (4) Os argumentos são levantados a fim
sertação, já que, como comentamos anteriormen- de sustentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia
te, esta é a principal forma de elaboração cobrada em campos como o da educação (2) / o dos serviços
8
pelas instituições.
-2
que muitos a denominaram “projeto arroz com fei- O desenvolvimento é a parte em que você deve
-1
jão”. Resposta: 1-3-2-1-2-3. expor os elementos que vão fundamentar sua tese que
pode vir especificada por intermédio de argumentos,
o
av
importantes para iniciarmos nossa produção de textos. desenvolver suas teorias, porém em redações de cur-
st
Começaremos com a estrutura do texto dissertativo. ta extensão o ideal é que cada parágrafo apresente
gu
A dissertação é um tipo de texto que se caracteriza objetivamente apenas um dos argumentos a serem
pela exposição e defesa de uma ideia que será analisa- desenvolvidos, ou ainda, que esses argumentos sejam
da e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal agrupados caso vários deles devam ser apresentados
para sustentar sua tese.
defesa, o autor do texto dissertativo trabalha com argu-
Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o
mentos, com fatos, com dados, os quais utiliza para
desenvolvimento da tecnologia em campos como o
reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias.
da educação”
Para atender a esse propósito, a dissertação deve
Alguns argumentam que é importante reconhecer
apresentar uma organização estrutural que conduza o papel das redes mundiais de informação para
REDAÇÃO
Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as São palavras referentes a outras que irão aparecer
inovações em vários outros espaços do cotidiano” no texto:
E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que
de muitas outras formas a tecnologia interfere
positivamente em nossas vidas. As relações sócias
se intensificaram depois do surgimento das várias Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o
redes de relacionamento tendo início com o Orkut e o xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender!
Facebook, permitindo que as pessoas se reencontrem
em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria mui- O pronome demonstrativo este apresenta um ele-
to esforço coletivo para tais eventos. Programas como mento do qual ainda não se falou = o xampu.
o Zoom e o Google Meet possibilitam que as pessoas
conversem e interajam em diferentes partes do mundo
z Coesão lexical: são palavras ou expressões
sem nenhum custo além dos já dispensados com seus
equivalentes.
provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos
filhos já pode vê-los ou aos netos, pela tela de um note-
A repetição de palavras compromete a qualidade
book ou celular, sempre que sentir saudade.
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator.
Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos:
Conclusão
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase -
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha
A conclusão é a retomada da ideia principal, que
vida por umas poucas horas dessa alegria.
agora deve aparecer de forma muito mais convin-
Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni-
8
Tendo em vista esses aspectos observados sobre Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor
-1
esse admirável mundo de facilidades técnicas, só nos procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre-
lações entre as partes:
o
tornou a vida do cidadão mais simples e confor- Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não
st
tável, mas outros campos da tecnologia também tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também
gu
nos orientam a qualquer direção, ou ainda diver- A interrogação representa a omissão do sujeito
av
sos dispositivos médicos portáteis, garantem a marechal que fica subentendido na oração.
st
z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti- Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo.
cos que o autor utiliza para expressar a coerência Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não
semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não tivemos Copa do Mundo.
existem técnicas científicas, faz-se de pequenos Esse (passado futuro): A próxima copa será em
fragmentos...” — como leitor do texto, você deve 2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos aconte-
entender que o pronome cuja foi empregado para cerem aqui em nosso país.
estabelecer posse entre obtenção e felicidade. Aquele (passado distante ou bastante vago):
Naquela época, não havia iluminação elétrica.
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o
emprego dos conectivos. z Fazendo referências contextuais (funções anafó-
rica e catafórica):
z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor,
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei- Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda
tor atento a isso consegue facilmente entender a se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este
estrutura do texto e relacionar bem as informações é o problema: estou dura. Pode também fazer uma
textuais. Além disso, percebendo se a linguagem do referência de especificação a um elemento já expres-
texto é figurada ou não, seu raciocínio interpretati- so (ref. anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao
vo deverá funcionar de uma determinada maneira, cinema.
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no
8
Se me ainda amas por amor, não ames: Aquele: refere-se à informação mais distante dele
-1
Trairias-me comigo. no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é
o
Período Composto
gu
continuarmos o estudo de coesão e coerência, devemos z Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pes-
av
relembrar alguns elementos gramaticais importantes: soa. Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é
st
ótimo;
gu
Pronome demonstrativo: indicam posição dos z Quem: refere-se à pessoa, sempre preposicionado.
seres em relação às pessoas do discurso, situan- Ex.: Esta é a aluna de quem falei;
do-o no tempo e/ou no espaço (função dêitica z Cujo (parecido com o possessivo): estabelece pos-
destes pronomes). Podem também ser empre- se. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo;
gados fazendo referência aos elementos do tex- z Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde
to (função anafórica ou catafórica). São eles: (em que) moro é movimentada.
terior ao cujo. mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos perío-
77
Conjunções Coordenativas, Locuções Conjuntivas, sequência lógica para que ele tenha sentido claro e
86
z Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain- Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa
-1
todavia, entretanto, no entanto, não obstante. justo presumir que quaisquer elementos da frase
– sejam orações, sejam termos dela–, coordenados
Ex.: Este candidato não estudou muito, mas foi
o
z Alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja... aliás, ensina a gramática de Chomsky – não se
gu
seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova. podem coordenar frases que não comportem cons-
z Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), tituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as
por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode causar ideias similares devem corresponder forma verbal
vício, portanto sua venda deve ser considerada similar. Isso é o que se costuma chamar paralelis-
ilícita; mo ou simetria de construção.
z Explicação: que, porque, pois (antes do verbo),
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arruma- Vejamos agora alguns exemplos de construções
rei toda esta bagunça. que apresentam erros de paralelismo:
fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá,
cultura culinária.
77
que (blá, blá, blá). cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após
o
Ainda convém chamar a atenção para mais um as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
av
ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá, reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
st
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
o
é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá). típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
av
3o Parágrafo:
Todos sabem o quanto, em nosso país, _____________
____________________. Verifica-se que____________________(,)
___________________ além de _____________________ forne-
Além disso, ______________________________. E soman-
cem (ou - resultam, culminam, têm como consequência...)
do-se a isso,_________________________ que _____________.
_________________________________________________________.
Daí__________________________________________________e
de______________________________________________________.
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é mos servem para repor a massa muscular perdida
77
saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras
.7
além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
-1
4o Parágrafo:
berá que a continuidade e a progressão textual foram
gu
Além disso,________________________________________. E
Levando-se em consideração esses aspectos __________ somando-se a isso,________________________________que_____
________________________ somos levados a acreditar que___ _____________________________. Daí_________________________
_________________________________________________________ ____e de__________________________________________________.
_______________________, mas também____________________.
Sendo assim ____________________________________________ 4o Parágrafo
_________________________________________________________.
Ainda convém lembrarmos__________________ (que é):______
_______________________. Esse______________________________
Teremos, após preencher o modelo: _______________________para_______________________. Essa(s)
Levando-se em consideração esses aspectos __________________________________________________________.
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o 5o Parágrafo
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Levando-se em consideração esses aspectos____________
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
somos levados a acreditar que___________________________,
8
assim_____________________________________________________.
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
.7
conduzindo a sequência textual a uma possível solu- Agora que vimos o processo de criação das más-
39
ção para os problemas propostos, ou ainda, podem caras, você poderá começar também seu trabalho de
-1
gerar simples constatações das verdades idealizadas. produção. Antes, porém, vamos apresentar mais dois
o
Você também pode contar com uma pequena lista de outros modelos de máscaras de redação que você pode-
av
frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. rá usar como base para suas próprias criações.
st
z Em virtude dos fatos mencionados; encadeamento das ideias, a coesão entre as orações
o
z Levando-se em consideração esses aspectos; tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara
st
z Dessa forma;
gu
3o Parágrafo
atingidos).
______________________________, ou quem saiba ______
77
____________________________________________________.
.7
_________________________________________________
86
Consequentemente_________________________________.
____________________________________________________
.8
____________________________________________________
39
___________________________________________________
-1
PARÁGRAFO DISSERTATIVO
av
organizar.
st
PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação) estrutura dos textos dissertativos. Para isso, traba-
lharemos as várias modalidades de parágrafos que
1° Tema: _____________________________________ podem ser utilizados para a elaboração de uma boa
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
2º Tese: ________________________________________ so projeto de máscaras e os vários arranjos que são
possíveis ao construí-las.
3°Argumentos: Parágrafo de Introdução
a) ___________________________
O parágrafo de introdução tem como uma de suas
b)____________________________ funções mais importantes a de apresentar a tese que
c) ____________________________ será defendida no decorrer da redação. É também
possível e bastante didático que você faça uma prévia
4° Conclusão dos argumentos que serão trabalhados na sustentação
dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado, logo
de saída, a acompanhar o ritmo do seu pensamento e
92 a sequência das suas argumentações.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Tipos diferentes de parágrafos de introdução: Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma
Declaração inicial: na declaração, afirma-se origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de
ou nega-se algo de início para em seguida justi- que seria fruto de uma combinação do arroz (de ori-
ficar-se e comprovar-se a assertiva com exem- gem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com
plos, comparações, testemunhos de autores etc. o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos índios.
Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo Outra versão afirma que esse prato foi a união do
aplicado à nossa proposta básica que é o pro- arroz com a feijoada, que tem origem africana ou por-
jeto arroz-com-feijão. Colocamos a disposição tuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos,
vazia e em seguida a estrutura já construída esse prato foi se popularizando por todo o país, passan-
do parágrafo que poderá ser utilizada por você do a ser uma parte quase que indispensável da refeição
sempre que desejar. dos brasileiros.
Divisão: o parágrafo de divisão, processo tam-
Modelo nº 1 bém quase que exclusivamente didático, por
causa das suas características de objetividade e
É fato notório que _____________________________ clareza, consiste em apresentar o tópico frasal
___________________________________________________ (frase que introduz o parágrafo) sob a forma
______________. Sabe-se que _______________________ de divisão ou discriminação das ideias a serem
________________________, além da _________________ desenvolvidas (normalmente, a divisão vem
__________________________________________________. precedida por uma definição, ambas no mes-
mo parágrafo ou em parágrafos distintos). Usa-
mos aqui como representação desse modelo o
Preenchendo o modelo, teremos: conceito de silogismo. Um silogismo é um ter-
mo filosófico com o qual Aristóteles designou
É fato notório que a alimentação do brasileiro é a argumentação lógica perfeita, constituída de
boa e tem tudo de que necessitamos para suprir os des- três proposições declarativas que se conectam
gastes de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboi- de tal modo que a partir das primeiras duas,
dratos do arroz e do feijão, as proteínas do bife e da chamadas premissas, é possível deduzir uma
salada, além da glicose do cafezinho preto com açúcar conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por
fornecem um completo abastecimento de energia soma- Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores.
da ao prazer.
Modelo nº 3
Definição: o parágrafo por definição é entendi- _____________ pode ser representado de duas
do como um método preferencialmente didático, maneiras diferentes: ___________ que é ___________
pois busca, por intermédio de uma explicação ____________ e ___________, que é __________________
clara e breve, a exposição do significado de uma _______________. Enquanto a primeira ___________se
ideia, palavra ou de uma expressão. É a forma apresenta __________________. Esta, por sua vez, rea-
8
de exposição dos diversos lados pelos quais se liza-se por intermédio de _________________________
-2
Uma definição é um enunciado que descreve um O silogismo pode ser representado de duas
-1
conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos maneiras diferentes: silogismo simples que é for-
o
associados.
Veja como em nosso parágrafo de exemplo explora- composto que é formado por diversos núcleos argu-
st
Será possível determinar qual é ______________ to em que os fatos ocorreram com a indicação
.8
que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- nos nossos dias atuais. Hoje, por outro lado, _______
gu
teínas devem compor essa alimentação e não há quase _______________________________ tornaram-se ________.
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato O resultado disso é que _______, na atualidade,
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções tornou-se_____________________.
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos
têm de recomposição de força e de energia.
Preenchendo o modelo, teremos:
Parágrafos de Desenvolvimento
No passado, quando pensávamos em alimenta-
Após o primeiro parágrafo que, como já vimos, ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência
pode apresentar a tese e também os argumentos prin- era muito maior comparada à que vemos nos nos-
cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor- sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses
dar os elementos que sustentarão essas afirmações alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio-
iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul-
recursos argumentativos que articularão o convenci- tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se
94 mento do leitor quanto à tese apresentada. um ritual de bem viver.
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Desenvolvimento por exploração de por- os chamados conectivos de comparação (quanto,
menores ou de enumerações: nesse modelo como, do que, tal qual).
de parágrafo, você tem por objetivo enumerar
características, relacionar aspectos importan- Por exemplo:
tes sobre algum assunto. A apresentação das
ideias pode ser ou não ordenada segundo uma
Modelo nº 5
ordem de importância. A ordem depende do
que você pretende enfatizar. No caso das _______________________, porque cada
qual tem seus próprios valores __________________.
Enquanto a __________________________________, as
Modelo nº 3 ________, por sua vez, _____________________________.
Entre os aspectos referentes a__________________
_______________________ três pontos merecem desta-
que especial. O primeiro é _________________________ Ao preenchermos o modelo, teremos:
__________; o segundo________________ e por fim ____
____________________________________________________. No caso das proteínas do bife e da salada que
comemos, seria melhor não generalizar, porque cada
qual tem seus próprios valores para a alimentação.
Ao preenchermos o modelo, teremos: Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem as
perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as verdu-
Entre os aspectos referentes à alimentação dos ras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxiliam
brasileiros, três pontos merecem destaque especial. O no processamento dos alimentos pelo nosso organismo
primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz ajudando na absorção dos nutrientes.
com feijão; o segundo diz respeito às proteínas pre-
sentes no bife com salada e por fim a glicose somada à Desenvolvimento por exploração de causa
cafeína no cafezinho preto com açúcar que fornecem um e consequência: Dentro de uma perspectiva
completo abastecimento de energia somada ao prazer. lógica e simples devemos compreender causa
como um fator como gerador de problemas e
Desenvolvimento por exploração de con- consequência como os problemas gerados pela
traste de ideias: na ordenação do parágrafo causa. Trabalhar com causas e consequências é
por exposição de contrastes entre si, você pode apresentar os aspectos que levaram ao proble-
se servir de comparações, ideias paralelas, ma discutido e as suas decorrências.
ideias diferentes e ideias opostas.
Modelo nº 4 Modelo nº 6
Muitos acreditam que __________________________ É de fundamental importância o ___________
________________________________________________, por ___________________________________________________
causa da _____________________________. Por outro __________ para___________________. Podemos men-
cionar, por exemplo, ____________________________
8
____________________________________________________.
86
car pode causar excitação e ansiedade quando consu- exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
st
mido em excesso, por causa da cafeína e da glicose a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
gu
presentes nele. Por outro lado, sabe-se também que tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
essas substâncias fornecem uma carga suplementar própria consumida durante o dia.
o
av
Parágrafo de Conclusão
sonolência indesejada.
gu
que você não deve colocar em dúvida os argu- É fato notório que ____________________________
86
que _____________________________________________,
39
além da __________________________________________.
-1
Modelo nº 2
o
_________________________(?) _______________________
st
que representa na verdade um conhecimento cultural mais se identifique. Isso para que, no momento de
somado às observações de médicos e nutricionistas, produção de sua redação, principalmente se ocorrer
o
av
a declaração foi a melhor alternativa, já que não se durante uma prova de concurso, você já esteja organi-
zado. Com isso, espera-se que você tenha a vantagem
st
uma fonte de conhecimento referencial. de partir direto para a elaboração de seu texto sem ter
de ficar parado buscando inspiração em um momento
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen-
em que todo segundo é importante.
volvimento mesclando os vários modelos apresen-
tados anteriormente. Ao mesmo tempo em que eles PROJETO DE TEXTO – ANÁLISE DE PROPOSTAS E
nos ofereciam diversas alternativas para a estrutura- RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS
ção de nosso projeto, também nos orientavam dando
caminhos a seguir na argumentação. É como se mon- Neste assunto, trabalharemos com a análise de
tássemos realmente um quebra-cabeça. algumas propostas de variadas instituições para mos-
REDAÇÃO
Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos trar as diferenças entre elas. Veremos também como
de desenvolvimento para esse projeto. Por enume- vêm sendo apresentados os temas e como agir dian-
te das diferentes exigências feitas nas últimas pro-
rações, o temporal e o por contraste. Forçamos um
vas de concursos. Depois passaremos ao trabalho de
pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só
orientação de como evitar erros comuns e como bus-
depois, completar nossa redação. Afinal de contas, car soluções para alguns problemas que venhamos
essa é a vantagem do projeto de máscaras. a enfrentar quando estivermos escrevendo a nossa
Veja como ficou: redação durante a prova. 97
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Observe que, antes de iniciar a apresentação do mais pontos serão perdidos, ou pior, serão desclassifi-
tema, há orientações claras da instituição aos candi- cados caso não se possa ler o que foi escrito.
datos para que não incorram em erros que possam Veja como as bancas trabalham com o possível erro
desclassificá-los ou que ainda não percam pontuações na transcrição de uma palavra. Você deve apenas passar
significativas na avaliação de seu texto. um traço sobre a palavra, a frase, o trecho ou o sinal grá-
Veja a proposta a seguir: fico e escrever em seguida o respectivo substituto.
Exemplo:
Prova Discursiva
Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito
z Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso dese-
felizes.
je, os espaço para rascunho indicado no presente
caderno.Em seguida, transcreva o texto para a ERROU? CORRIGIU!
folha de texto definitivo da prova discursiva,
no local apropriado, pois não será avaliado frag-
mento de texto escrito em local indevido.
z Qualquer fragmento de texto além da extensão máxi-
ma de linhas disponibilizadas será desconsiderado. Como última informação, eles alertam para que
z Na folha de texto definitivo, a presença de qual- não se usem parênteses com essa finalidade. Os
quer marca identificadora no espaço destinado à parênteses são elementos gramaticais de pontuação e
transição do texo definitivo acarretará a anulação como tal devem ser usados em sua indicação correta,
da sua prova discursiva. isolando termos pertinentes ao texto e é dessa forma
z Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00 que será avaliado seu uso.
pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuido Observe agora os textos motivadores para essa pro-
ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às posta e o tema que deve ser abordado obrigatoriamente:
margens e indicação de parágrafos) e estrutura tex-
tual (organização das ideias em texto estruturado). Direito à Saúde
esperam que seja corrigido assim mesmo. garantido mediante políticas sociais e econômicas
-2
Por determinação apresentada geralmente nos A saúde é um direito de todos porque sem ela
39
editais, os rascunhos não serão lidos. não há condições de uma vida digna, e é um dever
-1
Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade to à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado
st
de disputar a vaga para esse concurso, pois são desclas- crie condições de atendimento em postos de saúde,
gu
sificados como se não houvessem feito sua redação. hospitais, programas de prevenção, medicamentos
o
Como falam sobre um lugar apropriado para a etc., e, além disso, é preciso que esse atendimento seja
av
transcrição do texto e declaram que não considera- universal (atingindo a todos os que precisam) e inte-
st
rão fragmentos de textos escritos em lugar indevi- gral (garantindo tudo de que a pessoa precise).
gu
do, os candidatos deverão ficar atentos às margens A criação do SUS está diretamente relacionada à
e ao número de linhas disponibilizado. Ou seja, se tomada de responsabilidade por parte do Estado.
ultrapassadas as trinta linhas da folha, certamen- Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve
te a conclusão ficará fragmentada. Se a margem for promover e recuperar a saúde de todos os brasilei-
ultrapassada, aquela parte da palavra não será lida. ros, independentemente de onde morem, de tra-
O resultado dessas desatenções prejudicará toda a balharem ou não e de quais sintomas apresentem.
coerência do texto, além de comprometer a estrutura Infelizmente, esse sistema ainda não está completa-
dissertativa. mente organizado e ainda existem muitas falhas, no
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra- entanto seus direitos estão garantidos e devem ser
fia, que nem sempre aparecem nesse quadro inicial, cobrados para que sejam cumpridos.
mas que sempre servem como referência para todas as
provas. Lembrem-se sempre de que o corretor não é Internet: nev.incubadora.fapesp.br (com adaptações).
um perito do serviço de inteligência nacional, que bus-
ca meios científicos e investigativos para decodificar A humanização é um movimento com crescente e
informações relevantes de uma mensagem secreta. Por disseminada presença, assumindo diferentes sentidos
98 isso, se seu texto tiver problemas quanto à legibilidade, segundo a proposta de intervenção eleita. Aparece, à
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primeira vista, como a busca de um ideal, pois, sur- instituição em sua totalidade e rejeitar proposi-
gindo em distintas frentes de atividades e com signi- ções que não atendam às aspirações populares.
ficados variados, segundo os seus proponentes, tem
representado uma síntese de aspirações genéricas Agora, vamos criar uma tese que se encaixe com
por uma perfeição moral das ações e relações entre essas respostas, como por exemplo:
os sujeitos humanos envolvidos. Cada uma dessas Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
frentes arrola e classifica um conjunto de questões o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
práticas, teóricas, comportamentais e afetivas que como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
teriam uma resultante humanizadora. pirassem, nem pensassem; como se fossem um número
Nos serviços de saúde, essa intenção humanizado- em um gráfico de estatística e não existissem.
ra se traduz em diferentes proposições: melhorar a Agora vamos buscar, nas respostas que elabora-
relação médico-paciente; organizar atividades de mos, ações que promovam essa proposta de humani-
convívio, amenizadas e lúdicas, como as brinquedo- zação, como, por exemplo:
tecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao
teatro; garantir acompanhante na internação da crian- Treinar os profissionais de saúde para que
ça; implementar novos procedimentos na atenção recepcionam os pacientes com um atendimen-
psiquiátrica, na realização do parto — parto humani- to mais atencioso nesse momento carência;
zado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso Unificar as informações sobre o oferecimen-
— programa da mãe-canguru —; amenizar as condi- to de serviços apropriados aos pacientes, bem
ções do atendimento aos pacientes em regime de como oferecer meios de locomoção contínua
terapia intensiva; denunciar a “mercantilização” da aos que necessitam de buscar outras unidades
medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras que possam atendê-los;
proposições. Fiscalizar e avaliar continuamente a qua-
Internet: www.scielo.br lidade dos serviços oferecidos expondo os
resultados à população, além de apresentar
“A Necessidade de Humanização dos Serviços cronogramas dos projetos de evolução de
Públicos de Saúde” desenvolvimento científico e tecnológico a
serem implementados em prol da saúde.
z Compreendendo a proposta
Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
O primeiro passo, ao analisar os textos propos- palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
tos, é buscar os principais pontos de maior destaque Observe:
por eles abordados. Destacamos as palavras-chave Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
de cada parágrafo para construir uma síntese sobre o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
as principais ideias. Essa é uma atitude que também como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
pode ser tomada durante a análise das propostas, pois pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme-
é assim que poderá se construir a tese em sintonia ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para
com o tema. que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se
8
-2
O próximo passo é organizar essas informações, procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
77
relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res- unificar as informações sobre o oferecimento de
.7
ponder a uma pergunta feita a partir do tema. Veja serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
86
com as palavras que destacamos no texto: Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
av
Cobrar dos governantes condições dignas de mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
gu
atendimento por se tratar de um dever do esta- rentes instituições e diferentes propostas, assim como
o
Responsabilizar o governo pela proteção e redação, pois alguns aspectos devem ser observados
gu
z Por que é necessário humanizar os serviços 20 Dicas com Síntese de Alguns Aspectos de Grande
públicos? Relevância
Para garantir a todos o direito à saúde, já que se Reunimos aqui algumas informações importantes
trata de uma determinação de nossa constituição, para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas
prestando serviços de atendimento ao público; até já foram trabalhadas anteriormente, mas as retoma-
Para destacar que a humanização dos serviços remos para criar um procedimento de observação geral.
REDAÇÃO
Na margem esquerda da folha definitiva de reda- Uma das importantes regras de pontuação que
ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado determina o correto emprego da vírgula orienta que,
da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo +
letra e a demarcação da margem. complementos), não se deve usar vírgula para sepa-
rar termos que se complementam sintaticamente. Ou
seja, se estiverem com alguma dúvida quanto ao uso
de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais
fácil a compreensão da estrutura. Exemplo:
Ordem com termo deslocado:
Termo deslocado
(Complemento adverbial) Sujeito Verbo (Complemento verbal)
Na margem direita, a preocupação do candidato
aumenta, pois além de se preocupar com as questões
Hoje pela manhã, eu comprei um belo carro novo.
de divisão silábica e o correto emprego do hífen para
essa função, ele também deverá se preocupar em não
ultrapassar a linha demarcatória da margem.
8
Ordem direta:
-2
77
2 cm
86
Margens
posposto ao verbo (ênclise) e entremeio ao verbo
o
ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação. termos que exprimem sentido negativo, pronomes
relativos, indefinidos e demonstrativos são exem-
st
que se iniciará a escritura do parágrafo para que se plos de palavras capazes de atrair o pronome pes-
faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar- soal oblíquo átono para antes do verbo. Assim, não
gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já havendo nenhuma palavra atrativa antes do verbo
é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola, da oração, subentende-se que a colocação prono-
deixando um espaço de dois dedos. minal dar-se-á pela ênclise ou mesóclise, a depen-
der da construção sintática;
z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre
erradas têm maior valor. As opiniões pessoais pouco con-
Você deve apenas passar um traço sobre a palavra, tribuem para a sustentação de uma ideia. Por isso,
a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui- as afirmações apresentadas terão melhor aceita-
da o respectivo substituto. Exemplo: ção se trouxerem representações gerais de valor
Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito coletivo:
felizes.
Acredita-se em vez de Acredito
z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por Sabe-se em vez de Sei
100 parágrafo. Ou outras expressões generalizantes como:
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É de conhecimento geral... / Muitos entendem TEMAS GERAIS DE REDAÇÃO
que... / Muito se tem discutido sobre...
Tema 1: Prova Discursiva – PRF – 2019
z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca,
vista, o seu posicionamento diante do tema; por reduzir a tolerância com motoristas que dirigem
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas embriagados, colocou o Brasil entre os países com
próprios às funções dos cargos disputados, por isso legislação mais severa sobre o tema. No entanto, a
preste sempre atenção nos assuntos recorrentes atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos.
dos textos da prova; Um levantamento, por meio da Lei de Acesso à Infor-
z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a mação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com
menos que isso seja uma exigência do edital. crescimento contínuo desde 2008. O avanço das infra-
ções nos últimos cinco anos ficou acima do aumento
z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni-
da frota de veículos e de pessoas habilitadas: o núme-
mos e outros termos de recuperação.
ro de motoristas flagrados bêbados continua cres-
cendo, em vez de diminuir com o endurecimento das
que = o qual / a qual;
punições ao longo desses anos.
onde = em que , no qual / na qual.
Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
z 11° Vocabulário: procure sempre a clareza na
apropriação vocabular. A linguagem simples torna Nas estradas federais que cortam o estado de Per-
o texto mais fluente: pense em explicar seus argu- nambuco, durante o feriadão de Natal, a PRF registrou
mentos como se falasse a uma criança de 10 anos. cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e dois
Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga: feridos e sete mortos. Segundo a corporação, seis moto-
atualmente ou hoje em dia; ristas foram presos por dirigir bêbados e houve oitenta
z 12° Interferência positiva: se possível apresente e sete autuações pela Lei Seca. Os números são parte
propostas que deem solução aos problemas levan- da Operação Integrada Rodovia, deflagrada pela PRF.
tados na redação. Não fique apenas fazendo cons- Em 2017, foram registrados noventa acidentes. No ano
tatações óbvias; passado, a ação da polícia teve um dia a menos.
z 13° Não faça críticas ao governo: essa postura Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
é pobre e pouco criativa – é o que se chama de
lugar comum. É como se você fosse pedir emprego Considerando que os fragmentos de texto acima
em uma empresa e criticasse o patrão durante a têm caráter unicamente motivador, redija um texto
entrevista; dissertativo acerca do seguinte tema:
z 14° O rascunho é importante: é a sua garantia de
“O Combate às Infrações de Trânsito nas Rodovias
poder fazer uma revisão eliminando erros. Vale
Federais Brasileiras”
sempre a pena caprichar. Lembre-se de que é fun-
ção de quem escreve seduzir o leitor e o estímulo Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
8
-2
z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi- 1. Medidas adotadas pela PRF no combate às infra-
.7
cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.: ções; [valor: 7,00 pontos]
86
conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, 2. Ações da sociedade que auxiliem no combate às
.8
z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”, 3. Atitudes individuais para a diminuição das infra-
-1
“incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc; ções. [valor: 6,00 pontos]
o
z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres- Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF) dis-
sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe- põe que o Estado democrático se destina a assegurar o
o
doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
av
da linguagem oral devem ser evitados, bem como a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
st
Sem abrigos, grupos de imigrantes venezuela- relações sociais. [valor: 10,00 pontos]
39
nos voltaram a acampar na rodoviária e a ficar nas z Distintas relações do Brasil com os países vizinhos
-1
ruas de Manaus. A crise política, econômica e social e principais problemas presentes nas regiões fron-
na Venezuela, que desencadeou um fluxo migratório
o
para o Brasil, continua atraindo milhares de imigran- z Papel da área de inteligência na análise das ques-
st
tes para o país. Em busca de sobrevivência, indígenas tões relacionadas às fronteiras. [valor: 10,00 pontos]
gu
prietário da casa, indiciado no inquérito policial que Tema 9: Superior Tribunal de Justiça – Técnico
.7
Considerando a situação hipotética acima apresenta- 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião
-1
da, redija um texto dissertativo acerca do instituto da bus- e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem inter-
o
ca e apreensão no processo penal. Ao elaborar seu texto, ferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
av
aborde, fundamentadamente, os seguintes tópicos: informações e ideias por quaisquer meios e indepen-
st
dentemente de fronteiras.
gu
7,00 pontos]
st
imóvel, bem como no interior dos veículos estacio- advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista em direi-
nados na garagem. [valor: 3,00 pontos] to digital. “O que mais prejudica a liberdade de todos
é o abuso de alguns, a ofensa covarde e anônima, isso
Tema 7: Polícia Civil Goiás – Escrivão – 2016 não é democracia”. Os chamados crimes contra a honra
na Internet — que envolvem ameaça, calúnia, difama-
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no ção, injúria e falsa identidade — têm gerado cada vez
curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a mais processos judiciais. Um levantamento divulgado 103
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pelo Superior Tribunal de Justiça lista sessenta e cinco Tema 11: Tribunal Regional do Trabalho 8ª Região –
julgamentos recentes que resultaram em pagamento Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016
de indenizações, retirada de páginas do ar, responsa-
bilização de agressores e outras condenações em favor Considerando a integração da gestão da qualidade
das vítimas. Na opinião de Patrícia Peck, a falta de edu- no cotidiano das organizações, redija um texto disser-
cação e a impunidade contribuem para os excessos na tativo acerca do seguinte tema:
Internet. Segundo ela, “Sem educação em ética e leis,
corremos o risco de a liberdade de expressão e o anoni- “Ciclo PDCA”
mato digital se converterem em verdadeiros entraves à
evolução da sociedade digital, pois tornarão o ambien- Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir.
te da Internet selvagem e inseguro”.
z Conceitue o ciclo PDCA. [valor: 10,00 pontos]
Internet <www.cartacapital.com.br> (com adaptações)
z Cite e defina as quatro fases do ciclo PDCA. [valor:
15,00 pontos]
Considerando as ideias precedentes nos fragmen-
tos textuais apresentados anteriormente, redija um z Apresente o detalhamento das etapas da primeira
texto dissertativo a respeito do seguinte tema: fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]
“O Anonimato Digital e o Abuso do Direito à Tema 12: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Liberdade de Expressão” dos Territórios (TJDF) – Analista Judiciário – Área
Judiciária – 2015
Ao construir seu texto, apresente um exemplo de
situação em que emissão de opinião no meio digital Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma
pode significar abuso de direito e discuta maneiras de finalidade. A diferença entre elas reside no fato
prevenir ou coibir esse tipo de comportamento. de que, em se tratando de conduta dolosa, como regra,
Para ajudar na sua preparação, invista no curso existe uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-
on-line Oficina de Redação com a professora Flávia -se de conduta culposa, a finalidade é quase sempre
Rita. Nas aulas, a professora trabalha a abordagem de lícita. Nesse caso, os meios escolhidos e empregados
vários temas cobrados pela organizadora e você con- pelo agente para atingir a finalidade lícita é que são
ta com uma correção detalhada, que vai ajudar você a inadequados ou mal utilizados.
identificar os seus pontos fortes e fracos, para saná-los.
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com
Tema 10: Tribunal Regional do Trabalho 8ª Região – adaptações).
Analista Judiciário – Área Administrativa – 2016
Considerando que o fragmento de texto acima tem
Um tribunal regional eleitoral elaborou o seu pla- caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
no estratégico junto à cúpula de juízes. Do ponto de sertativo acerca dos crimes culposos.
Seu texto deve conter, necessariamente,
8
maioria dos servidores não tem conhecimento da mis- z Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo
.7
são, da visão de futuro, dos valores, nem sabe associar menos dois desses elementos; [valor: 12,00 pontos]
86
ao plano estratégico as atividades que executa no dia z Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e
.8
das cortes judiciais brasileiras; e considerando ainda Tema 13: Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande
gu
que, para o alcance da eficiência, é necessário que os do Sul – Analista Judiciário – Área Administrativa
o
sua forma de funcionamento e, sobretudo, dispo- A foto de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos
st
nham de um plano bem estruturado para executar de idade morto em uma praia da Turquia quando
gu
adequadamente a estratégia e garantir a qualidade sua família tentava imigrar para a Europa, comoveu
dos serviços prestados à população, redija um texto o mundo todo. E serviu para vários países europeus
dissertativo a respeito do plano estratégico do tribu- ampliarem sua quota de refugiados — não todos,
nal do caso hipotético descrito. Ao elaborar seu texto, naturalmente — e para a opinião pública internacio-
faça o que se pede a seguir: nal se conscientizar da magnitude do problema repre-
sentado pelas centenas de milhares, talvez milhões,
z Discorra sobre planejamento estratégico e sua de famílias que fogem da África e do Oriente Médio
finalidade. [valor: 10,00 pontos] para o mundo ocidental, onde, acreditam, encontra-
rão trabalho, segurança e uma vida digna e decente
z Defina missão, visão e valores organizacionais.
que seus países não lhe oferecem.
[valor: 10,00 pontos]
Considerando que o fragmento de texto acima tem
z Explique o que são objetivos estratégicos. [valor: caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
8,00 pontos] sertativo acerca do seguinte tema:
z Aponte as possíveis falhas na execução da estraté-
gia e as possíveis ações a serem adotadas para que a “As Atuais Correntes Migratórias: O Drama Humano
104 estratégia seja alcançada. [valor: 10,00 pontos] que Afronta a Consciência Universal”
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Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os Tema 16: Tribunal Regional Eleitoral Piauí – Analista
Judiciário – Área Administrativa – 2016
seguintes aspectos:
Nas últimas décadas, a administração pública bra-
z Os fatores que levam milhares de pessoas a enfren- sileira vem passando por algumas reformas, com vis-
tar a perigosa travessia do Mediterrâneo; [valor: tas ao aprimoramento do serviço público prestado e à
3,50 pontos] modernização da gestão. Entre essas reformas, destaca-
-se o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado
z O dilema moral vivido pela Europa entre receber (PDRAE), implantado no ano de 1995, sob a supervisão
ou rejeitar os imigrantes; [valor: 3,00 pontos] do então Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, como
forma de aproximar a administração pública brasileira
z O papel da opinião pública internacional na socie- da chamada administração gerencial.
dade contemporânea. [valor: 3,00 pontos] A partir dessas informações, redija um texto dis-
sertativo, atendendo ao que se pede a seguir.
Tema 14: STM – Analista Judiciário – Área
z Discorra sobre os aspectos da administração pública
Administrativa e da prestação dos serviços públicos que culmina-
ram na implantação do PDRAE. [valor: 2,50 pontos]
Na trajetória da administração pública brasileira, z Aponte, no mínimo, três objetivos do PDRAE
destacam-se o modelo burocrático, associado ao poder enquanto reforma de estado. [valor: 3,00 pontos]
z Apresente, no mínimo, quatro características da
racional-legal, e o modelo gerencialista, representado
administração pública gerencial. [valor: 4,00 pontos]
pela nova administração pública. Discorra sobre os
seguintes tópicos, relacionados a esses dois modelos: Tema 17: Tribunal Regional Eleitoral Piauí – Analista
Judiciário – Área Judiciária – 2016
z Contextos em que esses modelos surgiram; [valor:
No Brasil, a legislação sobre compras públicas
9,00 pontos]
foi inovada com a introdução da Lei n.º 12.462/2011,
z 2. Propósito de cada um desses modelos; [valor: conhecida como Lei do Regime Diferenciado de Con-
9,00 pontos]3. Princípios e práticas norteadores tratações Públicas (RDC), que foi regulamentada pelo
Decreto n.º 7.581/2011.
(apresente, ao menos, três para cada modelo).
Considerando essas informações, redija um texto
[valor: 20,00 pontos] dissertativo sobre a introdução do RDC no ordena-
mento jurídico brasileiro, abordando, fundamentada-
Tema 15: STM- Analista Judiciário – Área Judiciária mente, os seguintes aspectos:
O comandante de determinado quartel instaurou z A motivação para sua criação; [valor: 2,00 pontos]
8
inquérito policial militar para apurar desvios de mate- z Exigências aplicáveis ao objeto da licitação; [valor:
-2
2,00 pontos]
77
bilitar a ampla defesa e o contraditório. solução dos conflitos se dava pela atuação dos pró-
prios interessados: a força vencia a disputa. No
o
Supremo Tribunal Federal e na legislação e doutrina lei na busca da pacificação social. Assim, a jurisdição
pertinentes, redija um texto dissertativo acerca do garantiu ao Estado a legitimidade para agir em nome
pedido do advogado. do interesse público e, ao jurisdicionado, a segurança
jurídica para prosperar.
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os Redija um texto dissertativo acerca do clean code.
seguintes aspectos: Seu texto deverá abordar, necessariamente,
14,00 pontos]
z A abrangência e parametrização de funções; [valor:
z Finalidade do inquérito policial militar e o cabi- 12,00 pontos]
mento de alegações de nulidades nesse procedi- z A necessidade e tipos de comentários. [valor: 12,00
mento; [valor: 12,00 pontos] pontos]
z Possibilidade de deferimento do pedido do advo-
gado. [valor: 12,00 pontos] 105
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ANOTAÇÕES
8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
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entanto, acabou achando novas terras, vindo a ser
chamadas de América.
Para regular o processo da conquista de novas
terras, Portugal e Espanha recorreram ao papa Ale-
xandre VI, que promulgou a bula Inter Coetera. No
HISTÓRIA entanto, a discordância do rei português João II levou
ao Tratado de Tordesilhas em 1494, em que a oeste
da linha imaginária eram terras espanholas e a leste
eram terras portuguesas.
A EXPANSÃO ULTRAMARINA
PORTUGUESA DOS SÉCULOS XV E XVI
O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA
Os meios tradicionais de comércio realizados pelos AMÉRICA
europeus foram sendo colocados em xeque por algu-
mas mudanças sociopolíticas importantes, como o ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E
domínio do entreposto de Constantinopla pelos turco-
ESTRUTURA SOCIOECONÔMICA
-otomanos em 1453, o que dificultava o percurso via
Mar Mediterrâneo. Isso forçou a busca de novas rotas
Brasil Pré-Colonial (1500-1530)
comerciais pelo Oceano Atlântico.
Alguns fatores foram importantes para o sucesso
de portugueses e espanhóis no início da expansão O que foi, afinal, a “descoberta” de um Novo Mun-
do para a Europa, no século XV? O que tal “descoberta”
marítima:
implicava, para os “descobridores” e os “descobertos”?
z Uso da bússola (de origem chinesa); Esse “Novo Mundo” era assim considerado porque
z uUso do astrolábio (de origem árabe); antes essas terras não constavam nos mapas do mun-
z Uso da caravela, tipo de embarcação mais rápida do ocidental, tampouco se conhecia sua fauna, flora
do que suas predecessoras. e, sobretudo, sua população, que se mostrava radical-
mente diferente da humanidade conhecida pelo oci-
Além do fato de Constantinopla estar nas mãos dos dente. Tratava-se, afinal, de homens e mulheres que
turco-otomanos e das técnicas de navegação, alguns praticavam a poligamia, não trajavam roupas, viviam
outros motivos explicam o pioneirismo dos reinos em constantes guerras e, para horror dos europeus,
ibéricos: alguns comiam carne humana. Muito pouco espaço
se deu, na chamada descoberta, para efetivo conheci-
z Conquista de Ceuta dos mouros pelos portugueses mento e aproximação da população nativa das Amé-
no norte da África em 1415, que possibilitou o con- ricas. Tinha-se muita curiosidade, exotismo e uma
trole de um estratégico centro comercial; grande imaginação.
z Conquista de Granada dos mouros pelos espanhóis Em 1492, Cristóvão Colombo, comandando uma
em 1492, sendo um marco na retomada da Penín-
8
sula Ibérica; tivo para as Índias, sob ordens dos reis católicos Fer-
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tugueses e espanhóis.
encontrar uma rota para as Índias que tornasse pos-
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rio do que muitos imaginam, isso não foi acidental, mas tidade de ouro e prata.
sim previsível, já que os portugueses tinham noção da Sabe-se que desde o século XV os portugueses
existência de outras terras a oeste do Atlântico. já haviam se lançado em espaços africanos. Esse
Em 1492, foi a vez dos espanhóis buscarem essas movimento de aproximação se deu com o objetivo
novas rotas. Sob o patrocínio dos reis Fernando e de expulsar os mouros da Península Ibérica, mas a
Isabel, Cristóvão Colombo partiu em busca de uma manutenção do contato com o continente africano
rota alternativa às Índias, tendo a ideia de contornar permitiu que construíssem ali feitorias, promovendo,
o globo terrestre e chegar pelo extremo oriente. No por fim, sua colonização. Seria apenas em 1500 que, 107
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dando sequência ao seu desbravamento marítimo, do Maranhão, e o Governo do Sul, sediado no Rio de
Portugal se depararia com o Brasil, embora já em 1494 Janeiro, e composto pela região de Ilhéus até o Sul.
lusitanos e espanhóis tivessem assinado o chamado Reuniam-se regiões, ainda, que não pareciam com-
Tratado de Tordesilhas que dividia o Novo Mundo preender pertencerem ao mesmo espaço administra-
entre os dois Estados. tivo e político.
Inicialmente, Portugal não teve interesse imedia-
to em desbravar suas “novas” terras, uma vez que o A Era Açucareira
comércio oriental lhe era mais rentoso. Os primei- O açúcar não foi, nos primeiros anos de coloniza-
ros contatos permitiram a criação de um imaginário ção, apenas um produto produzido na colônia; ele era
sobre o ambiente da América Portuguesa, assim como responsável pelo surgimento de códigos, costumes e
da população que lá habitava: o lugar era um paraíso hábitos. Foi apenas no século XVI que se desenvolveu
na terra, no qual residiam todo tipo de monstros – de o hábito, na Europa, do consumo do açúcar feito da
alguma forma, “os indígenas canibais” eram vistos, cana, que passou de produto de requinte para um uso
também, como uma espécie monstruosa. frequente no cotidiano das pessoas.
Nos primeiros trinta anos após a chegada de Por- Como já foi exposto, depois dos primeiros trin-
tugal à América Portuguesa, a exploração econômica ta anos, reconheceu-se a necessidade de povoar, ao
deu-se pela exportação da madeira do pau-brasil, que menos, a faixa litorânea de terra da nova colônia,
era recolhido e movimentado por trabalho indígena. para assim evitar as invasões estrangeiras que come-
çavam a crescer. Contudo, já não se pretendia apenas
A ESCRAVIDÃO (AS FORMAS DE DOMINAÇÃO povoar a colônia; passava-se, também, a uma forma
ECONÔMICO-SOCIAIS) E AS FORMAS DE ATUAÇÃO de colonização que visava outro objetivo: o ganho
DO ESTADO PORTUGUÊS NA COLÔNIA monetário. O projeto colonial tomava contornos de
empresa colonial, exigindo maior investimento para
A Exploração do Pau-Brasil a produção de produtos que deveriam ser exportados
para o mercado europeu. A produção era, portanto,
Para a exploração do pau-brasil, a primeira fase da direcionada para fora da colônia.
chegada portuguesa é caracterizada pela instituição Formaram-se grandes centros produtivos, os cha-
das feitorias após a chegada da esquadra de Cabral mados latifúndios, que se dedicavam à produção de
em 22 de abril de 1500, até a instituição das capitanias apenas um produto em grande escala. Esse produto
hereditárias. Essas feitorias eram fortificações milita- seria, de início, a cana de açúcar. A partir de então, o
res que visavam garantir o domínio sobre uma área e empreendimento do açúcar seria estabelecido no Nor-
explorá-la. Foram construídas em Porto Seguro, Cabo deste da América Portuguesa.
Frio e Iguaçu, fazendo a extração não apenas de pau- Alguns pontos tornaram o empreendimento açu-
-brasil, mas também do jacarandá, que possuíam va- careiro mais feliz na região Nordeste: a proximidade
lor para a fabricação de embarcação, móveis, além da com a metrópole e o clima e a hidrografia eram funda-
tinta do pau-brasil para tecidos. A mão de obra empre- mentais para o transporte do produto internamente.
gada foi a indígena, que trocava produtos europeus Nesse momento, Portugal concentrou sua atenção no
em força de trabalho e permissão no uso da madeira; Brasil e no empreendimento açucareiro, estabelecen-
essa relação ficou conhecida como escambo.
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Capitanias Hereditárias e Governo Geral tentado controlar todo o processo de produção e mer-
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te sofria invasões de corsários de variadas naciona- exterior, do produto produzido na colônia portuguesa.
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lidades, ficando evidente para a Coroa a necessidade O tabaco também foi um produto importante para o
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de apossar-se efetivamente do território, uma vez sistema econômico colonial, visto que era um produto
-1
que apenas o tratado de Tordesilhas não frearia as importante a ser trocado por africanos a serem escravi-
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incursões e estabelecimentos não autorizados. Nesse zados, assim como a cachaça; não havia possibilidade
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sentido, foram criadas frentes colonizadoras inde- de tal produto disputar com o monopólio do açúcar.
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pendentes, que apresentavam pouca comunicação A partir do século XVI, toda a empresa colonial
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entre si, relacionando-se imediatamente apenas com seria sustentada pelo empreendimento do açúcar: a
formação de cidades e vilas, a divisão do território e
o
optou foram as chamadas capitanias hereditárias, for- a relação entre os grupos sociais. Até 1763, quando a
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ma de administração realizada em outros domínios capital passou para o Rio de Janeiro, era em Salvador
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lusitanos. A Coroa não tinha os recursos necessários que se desenvolviam as atividades administrativas.
para realizar a exploração de tão amplos domínios, Ainda assim, nos primeiros anos da colonização, o
por isso, doou lotes de terras a particulares que, com poder efetivo estava localizado na casa-grande e no
seus recursos econômicos e humanos, deveriam pri- engenho. Daí os senhores de engenhos terem tornado-
mar pelo desenvolvimento dos espaços. Esses lotes de -se o grupo social mais destacado, embora sua posição
terra eram hereditários. não adviesse de um arranjo hereditário, como era o
O território da América Portuguesa foi dividido caso da nobreza europeia.
em quinze lotes, sendo quatorze capitanias que, por No contexto colonial, no qual a economia era susten-
sua vez, eram administradas por doze donatários. O tada pelo trabalho forçado, ser branco e não desempe-
donatário era o responsável com poder proeminente nhar trabalho braçal já indicava alguma ascensão social,
e, além do uso da terra, também administrava o traba- pelo menos para o “povo”. Havia trabalhos que eram
lho indígena. As capitanias não se relacionavam entre desempenhados apenas por cativos, fossem eles indíge-
si e o distanciamento era evidente e preocupante, de nas ou africanos, por isso, nessa sociedade marcada pelo
modo que em 1572 a Coroa Portuguesa fragmentou escravismo, a cor se tornou logo um indicador social.
a administração em dois governos-gerais: o Governo Ademais, se a díade senhores e escravizados era
do Norte, que tinha como capital a cidade de Salvador central nessa sociedade constituída sob o empreen-
108 e era composto da Capitania da Baía até a capitania dimento açucareiro, havia também, ao redor, os
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agregados do senhor, pessoas que, embora não tives- que acontecia na Europa. Seu objetivo era espalhar a
sem relevância econômica, eram importantes para o fé católica pelo mundo. Os primeiros representantes
desempenho político e social dos senhores de enge- chegaram ao Brasil com o padre Manuel da Nóbrega
nho. Eram, sobretudo, parentes destituídos de terra, em 1549. Após desembarcarem na Bahia, ajudaram
comerciantes e homens livres que não possuíam auto- na fundação da cidade de Salvador.
nomia social e que viviam sob a proteção do senhor e Uma das estratégias adotadas por Manuel da
lhe davam influência política. Nóbrega na conversão dos gentios (catequese) foi a
construção de aldeias de catequização (aldeamentos),
Pecuária nos Sertões que se situavam próximas das vilas e cidades portu-
guesas. Essas aldeias eram habitadas pelos padres
Com o estabelecimento do governo-geral, foi ado- jesuítas e pelos índios a serem convertidos. No ano de
tada a prática de doar sesmarias (grandes porções 1553, José de Anchieta chegou ao Brasil. À frente do
de terra) destinadas à pecuária em áreas do interior. Colégio na vila de São Paulo, fez contato intenso com
Houve pecuária em vários locais onde se estabele- os grupos indígenas locais, o que auxiliou na elabora-
ceram colonos. No Nordeste, essa atividade ocupou ção de um guia de gramática e um dicionário; criou
uma vasta área do interior desde a Bahia até Piauí e inclusive o teatro jesuítico, entendido por especialis-
Goiás. São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul também tas como o primeiro empreendimento educacional da
eram núcleos importantes. Com o declínio do Ciclo do história do Brasil.
Ouro em Minas Gerais, a pecuária acabou sendo uma A partir da década de 1580, a missão realizava-se
importante atividade no atual sul do estado. por meio de visitas esporádicas aos grupos localizados
nas matas, e os padres não permaneciam muito tempo
A AÇÃO DA IGREJA entre os grupos. Na segunda metade do século XVIII, a
presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe.
Intensificação Metropolitana – Entradas, Bandeiras Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal
e Missões decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Bra-
sil por conta da grande autonomia política e econô-
Uma questão fundamental na colonização portu- mica que conseguiam com a catequese. A justificativa
guesa diz respeito ao trato dos indígenas pelos colonos, para tal ação veio da ocorrência das Guerras Guara-
pois enquanto estes queriam escravizar as populações níticas, onde os padres das missões do sul armaram
nativas, as missões jesuíticas procuravam protegê-los os índios contra as autoridades portuguesas em uma
do trabalho forçado e encaminhá-los à catequese. A sangrenta guerra.
concepção de trabalho das sociedades indígenas era
um tanto diferente da concepção europeia, já que não AS INVASÕES ESTRANGEIRAS E A EXPANSÃO
havia nessas sociedades interesse imediato por exce- TERRITORIAL
dentes e sua produção se caracterizava por uma con-
Interiorização e Formação das Fronteiras
cepção coletiva de fabrico e consumo.
Muitos indígenas, ao terem contato com os colo- Desde o início da chegada dos portugueses à Amé-
nizadores, foram se retirando para o interior, procu-
8
rando escapar do trabalho compulsório. Uma questão estrangeiras, de povos franceses, ingleses, holandeses,
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se mostrou central nesse contexto: a necessidade cris- entre outros. Contudo, o inconveniente não vinha
.7
tã de catequização das populações indígenas. Para apenas dos piratas, pois a França já havia tentado
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a Igreja, esses indivíduos eram importantes “novos quebrar o Tratado de Tordesilhas por duas vezes e os
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fiéis” que precisavam ser encaminhados. holandeses também não ficaram para trás.
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Muito embora se tenha encorpado o discurso que A primeira tentativa da França de colonização
-1
diz respeito à substituição do trabalho indígena pelo da América Portuguesa ficou conhecida como Fran-
o
trabalho, também compulsório, dos africanos, o que ça Antártica, e foi empreendida por Nicolas Durand
av
de fato se percebe nas pesquisas historiográficas é que de Villegagnon, que desembarcou no Rio de Janeiro
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uma ação não anulou a outra, pois ambas as popula- em 1555 e permaneceu lá por três anos: um período
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ções foram utilizadas como mão de obra forçada. curto, mas que trouxe muitas repercussões no que se
refere ao imaginário em relação aos grupos indíge-
o
indígena pode ser apontado pelas atividades dos bandei- nas. Em 1612, a França realizou a segunda invasão,
st
rantes, da região de São Paulo. Os bandeirantes adentra- dessa vez em São Luís, no Maranhão. Ali, tentaram
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vam o interior – os sertões – procurando por indígenas instalar a França Equinocial, começando por instituir
e assaltando as missões jesuítas que transportavam os uma feitoria na ilha de São Luís e se relacionando com
indígenas, onde eram criadas vilas em que trabalhavam as sociedades indígenas que habitavam a região.
A França Equinocial tinha apoio da Coroa francesa
e eram catequisados. Assim, as duas categorias, colonos
e se instituiu sob a autoridade de Daniel de la Tou-
e jesuítas, viam-se em constante litígio.
che, fundador do povoado de Saint Louis, que seria
Há que se dizer que a posição de defesa da Igreja,
apenas o território inicial de uma vasta extensão ocu-
em relação aos indígenas, freou, em alguma medida,
pada pelos franceses: desde o litoral maranhense até
as ações bandeirantes, fazendo a atenção voltar-se o espaço do que hoje é o atual Tocantins. Em 1615, os
HISTÓRIA
para o tráfico atlântico, que causava menos incômo- franceses foram expulsos pelas tropas lusitanas e o
do moral que o trabalho compulsório indígena que, é território ocupado por colonos portugueses que inse-
preciso reiterar, continuou a existir. riram a cultura de açúcar na região. Em 1626, os fran-
ceses tomaram o território da contemporânea Guiana
A Ação Missionária e a Educação Jesuítica Francesa e apenas aí tiveram êxito.
Se a França falhou na fundação de uma colônia
A Companhia de Jesus foi criada por Inácio de Loyo- duradoura na América Portuguesa, a Holanda teria
la em 1534, como resposta para a Reforma Protestante mais êxito em sua tentativa. A relação entre Holanda e 109
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Portugal nem sempre foi tranquila, e quando da crise para oeste do território, onde encontram ouro em
de sucessão da monarquia portuguesa, que entregava Cuiabá (1717) e em Goiás Velho (1721).
o trono português à Coroa espanhola, (ato conhecido Após o episódio, a Coroa Portuguesa reforçou o seu
como União Ibérica), Portugal assumiu, consequente- domínio com a tributação (a quinta sobre a onça de
mente, os inimigos da Coroa Espanhola, e entre eles ouro extraída), o impedimento de que vilas se tornas-
estavam os holandeses. Com as duas Coroas unidas, os sem cidades (exigindo mais autonomia), a construção
domínios coloniais também foram fundidos, ficando da Estrada Real (primeiro, entre Parati e Ouro Preto, e
sob o comando da Casa Real espanhola, na dinastia depois, entre Rio de Janeiro e Diamantina) e a mudan-
que ficou conhecida como “filipina”. ça da sede do governo-geral para o Rio de Janeiro
Em 1604, os holandeses atacaram Salvador, ima- (1763). O mercado interno tornou-se mais integrado
ginando que os portugueses não conseguiriam, pelo para o abastecimento da Capitania das Minas. Com o
tamanho da costa, impedir a ação. Essa primeira ten- declínio do ciclo do ouro por volta de 1770, a popula-
tativa falhou. Seria criada, então, a Companhia Holan- ção se espalhou, principalmente para o sul de Minas
desa das Índias Ocidentais, em 1621, formada por e para a Zona da Mata. Outra consequência foi a cul-
capital do Estado e investidores privados, cujos objeti- tural, com o florescimento das artes, em especial na
vos eram a tomada das áreas açucareiras e o controle arquitetura, com Aleijadinho.
do mercado de escravos na África.
Finalmente, em 1624, a capital foi ocupada por um Tratados de Limites
dia, mas retomada em seguida em ação coordenada
por Matias de Albuquerque (governador português A configuração dos limites territoriais alterou-se
vigente), evitando, assim, que as fazendas de cana e bastante após o Tratado de Tordesilhas de 1494. Duran-
os engenhos fossem tomados. Novo ataque aconteceu te a União Ibérica, quando as possessões de Espanha
em 1627, mas o objetivo parecia ser apenas a pilha- e Portugal foram fundidas, o respeito aos limites do
gem e não a ocupação da área.
território deixou de ser levado a sério. Porém, a ativi-
Como não conseguiam ocupar a capitania da Bahia, os
dade bandeirante e a atividade pecuária aumentavam
holandeses voltaram-se para Pernambuco, que tam-
o espaço ocupado por colonos ligados a Portugal.
bém era importante centro produtor de açúcar. Orga-
O Tratado de Utrecht, de 1713, teve como objeti-
nizados, 7.280 homens, em 65 embarcações, iniciaram
vo resolver esses problemas. Definiu que a Colônia
o ataque em 1630, e Olinda foi ocupada pelos holan-
de Sacramento, atual Uruguai, era posse portuguesa.
deses. Estes, por sua vez, investiram na colônia que
O Tratado de Madri, de 1750, devolveu a Colônia de
acabavam de conquistar: Maurício de Nassau foi feito
Sacramento aos espanhóis, enquanto estabelecia a
governador-geral do Brasil holandês e transformou
região dos Sete Povos das Missões (atual Rio Grande
substancialmente a área. Nassau reestabeleceu os
do Sul), do atual Centro-Oeste e boa parte da Amazô-
engenhos que haviam sido abandonados pelos colo-
nia como posses portuguesas. Essa decisão seria tam-
nos portugueses, recompôs o tráfico de escravizados,
forneceu crédito e obrigou o plantio para subsistência bém confirmada com o Tratado de Santo Ildefonso,
da capitania. Além disso, Nassau se mostrou tolerante em 1750, e com o Tratado de Badajós, em 1801.
na questão religiosa.
BRASIL COLÔNIA
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Cidade Maurícia, melhorando a situação da popula- A Arte e a Literatura da Fase Colonial III
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ções e sem acesso às devidas condições de higiene. A colonização das Minas foi o único empreendi-
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Foi também sob sua supervisão que se construíram as mento colonial de cunho urbano, e foi também aí que
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três primeiras pontes de grande proporção no territó- se desenvolveu um grupo ocupado com as produções
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rio colonial e criou-se um espaço que recolhia espé- artísticas e intelectuais. Os poetas da região considera-
o
cies variadas de fauna e flora. vam-se árcades, ligados à poesia bucólica que tinha
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Embora Nassau tenha feito uma administração como ideal a paisagem natural ocupada por pastores.
st
popular na região, acabou retornando à Europa em Seguiam, de modo geral, as regras do gênero literário
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1644, por conta das sucessivas pressões dos seus com- arcadismo, muito apreciado na Europa. Exprimiam
o
patriotas. A partir daí, deu-se um declínio do chamado questões próprias da região, como o conflito cada vez
av
Brasil holandês e as “guerras brasílicas”, que visavam mais evidente entre a empresa colonial e a população
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ram-se até 1654, quando as tropas portuguesas final- Nas Minas, havia uma população miscigenada, e
mente retomaram o espaço invadido. o ambiente urbano fazia com que escravizados e pro-
prietários por vezes convivessem com maior maleabi-
Ciclo do Ouro lidade do que no resto da colônia. Era ainda possível
um desempenho mais autônomo para os escraviza-
Os bandeirantes encontraram ouro na região de dos, que poderia levar, possivelmente, à sua alforria –
Minas Gerais por volta de 1698, o que levou a um gran- a região tinha o maior grupo de libertos da colônia – e
de fluxo migratório, em que milhares de portugueses à ascensão social.
se deslocaram para as minas, assim como se intensi- Esses grupos expressaram-se também por meio do
ficou o tráfico de escravizados da África (a população movimento Barroco, que trazia características pró-
da região chegou a 300 mil habitantes, em que 50% prias da experiência dessa população, sustentando
era de escravos). A vinda de forasteiros causou tensão artisticamente a sociedade que florescia no interior.
entre os bandeirantes paulistas e os “emboabas” por- É nesse contexto que surgiram artistas como Antô-
tugueses sobre o direito de exploração do ouro; assim, nio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, negro, mestre
eclodiu entre 1707 e 1709 a Guerra dos Emboabas. escultor e arquiteto, e Manuel da Costa Ataíde, pintor,
110 Derrotados e expulsos, os bandeirantes se deslocaram decorador e professor.
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república, contudo, foram violentamente reprimidos,
O PERÍODO JOANINO E O PROCESSO com prisões e condenações em praça pública.
Na Europa, cessada a agitação política entre portu-
DE INDEPENDÊNCIA gueses e franceses, a soberania lusa conseguiu, enfim,
gozar de certa estabilidade, e um forte movimento de
A PRESENÇA BRITÂNICA NO BRASIL pressões pôde ecoar a fim de que D. João retornasse
a Portugal. A relutância do rei em retornar causava
A presença britânica no Brasil já remonta ao perío- indignação na população lusa, num momento em que
do colonial, quando o Tratado de Methuen, assinado a metrópole passava por uma grave crise de produ-
em 1703, reforçou a tendência de dependência com ção agrícola e desvalorização do papel moeda. Essa
relação à Inglaterra no sentido de permitir que as agitação culminou na chamada Revolução Liberal do
manufaturas inglesas chegassem ao mercado portu- Porto, também conhecida como Regeneração de 1820.
guês, enquanto os produtos portugueses menos valo- O prolongamento da ausência régia na metrópole evi-
rizados, como vinho, chegavam ao mercado europeu. denciou que o “exercício da exclusiva vontade do rei”
Logo em sua chegada no Brasil, D. João VI abriu os não era mais cabível. Assim, profissionais liberais,
portos para a Inglaterra. Com isso, os produtos indus- advogados, médicos e comerciantes reuniram-se na
trializados chegaram ao Brasil, enquanto o Brasil cidade do Porto a fim de redigirem uma Constituição
passou a vender produtos agrícolas para o mercado que, embora conservadora, propunha a limitação do
inglês. Em 1810, os Tratados de Aliança e Amizade e poder do monarca e sua submissão à carta constitu-
de Comércio e Navegação abriram ótimas oportunida- cional. A Regeneração também inovava ao propor a
des para a instalação de empreendimentos britânicos transferência da soberania, antes circunscrita ao rei,
por meio de facilidades jurídicas e tarifárias. às chamadas Cortes. As pressões exercidas pelas Cor-
Vale destacar ainda que a Inglaterra apoiou o tes constituídas fizeram com que D. João retornasse
Brasil para que sua independência tivesse reconhe- com sua família a Portugal em abril de 1821, mas dei-
cimento da comunidade internacional. O papel da xou no Brasil seu filho, D. Pedro de Alcântara.
Inglaterra também se deu no sentido de forçar o Bra- A promulgação da Constituição proposta pela
assembleia constituinte de 1820 teria validade para
sil a abolir o tráfico de escravizados. O Brasil burlou
todos os portugueses, o que incluía os habitantes das
por algum tempo essa pressão, mas desde que a Lei
colônias portuguesas, inclusive na América. Algumas
Bill Aberdeen (1845) permitiu que a esquadra britâni-
medidas, no entanto, causaram profundo desconforto
ca afundasse qualquer navio negreiro, o Parlamento
nos grandes comerciantes do Brasil que, por sua vez,
se viu na necessidade de por fim ao sistema. Assim, já estavam acomodados sob os privilégios concedidos
em 1850, a Lei Eusébio de Queirós extinguiu o tráfico pela presença da corte na colônia.
de escravizados para o Brasil. O que sucede é que a presença da corte no Brasil
(1808-1820) foi moldando as consciências dos colonos
A TRANSFERÊNCIA DA CORTE, OS TRATADOS, AS a respeito da possibilidade de se constituir um gover-
PRINCIPAIS MEDIDAS DE D. JOÃO VI NO BRASIL E no real que permanecesse no Brasil. Assim, a ideia de
POLÍTICA JOANINA independência começa a ganhar força por volta de
1821, como uma reação à Regeneração de 1820, uma
8
-2
Quando a corte portuguesa embarca, fugindo vez que esta era entendida como uma revolução con-
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o faz porque tinha consciência dos acontecimen- colonos que ganharam com a presença da corte rei-
86
tos recentes na Europa, em um momento em que o vindicavam um governo no Brasil que, por sua vez,
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rável. Uma experiência ainda mais próxima acendeu Nacional brasileiro, a grande novidade revolucioná-
-1
o sinal vermelho e mostrara que os prognósticos eram ria. É nesta configuração que entra a figura do prínci-
corretos: o rei espanhol, Fernando VII, foi deposto do pe regente, futuro D. Pedro I.
o
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trono por Napoleão, em maio de 1808. A fuga da corte Outra determinação polêmica das Cortes era que
st
portuguesa foi um sucesso a curto prazo, contudo, a as províncias do Brasil se transformassem em provín-
gu
longo prazo ocasionou uma quebra de legitimidade cias portuguesas, o que gerou, segundo comenta D.
do Império português num momento em que os ares Pedro em carta a seu pai, “um choque mui grande nos
o
av
incômodo em algumas parcelas da população, sendo o a necessidade de se cumprir os decretos das Cortes ao
exemplo mais evidente a Revolução Pernambucana, mesmo tempo em que tinha que corresponder os inte-
que estourou na província de Pernambuco, em 1817. resses do povo do território onde ele se encontrava.
Antes da chegada da corte em 1808, essa província Ao passo que as Cortes foram convocadas com a fina-
ligava seu comércio diretamente a Portugal, posto que lidade de reorganizar o Império Português dentro da
as dificuldades logísticas, como rotas terrestres ou flu- dinâmica colonial, os colonos agrupavam-se cada vez
viais, impediam o estabelecimento de relações com mais em torno da ideia de separação.
o Rio de Janeiro. Somava-se ao fim desses benefícios Já em 1822, o príncipe regente também recebia
concedidos ao comércio pernambucano um período pressões a fim de que retornasse a Portugal, o que
HISTÓRIA
de graves secas e crises de abastecimento. gerou um episódio bastante curioso no dia 9 de janei-
O movimento revolucionário pautava a necessi- ro de 1822, o “Dia do Fico”, quando D. Pedro recebeu
dade de se combater a crise e recuperar os benefícios um requerimento que continha 8 mil assinaturas soli-
comerciais, assim como a possibilidade de se romper citando-o que ficasse no Brasil. Não sabemos ao certo
com a monarquia. Em partes, e por um curto período os quais foram as verdadeiras palavras proferidas pelo
revoltosos, homens livres, escravizados, ricos e pobres, jovem príncipe regente, contudo, consagrou-se na
saíram vitoriosos, uma vez que conseguiram destituir memória social a perspectiva de que ele ficaria a fim
o governo de Pernambuco e instalar brevemente uma de preservar os interesses da população brasileira. 111
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Um governo foi organizado por D. Pedro logo após A instabilidade política acentuou-se com a eclosão
esse evento, tendo entre as figuras proeminentes José de diversos movimentos separatistas nas províncias do
Bonifácio de Andrada e Silva, um moderado que fazia país, destacando-se: cabanada (1832-34, em Pernam-
campanhas por maior autonomia da colônia, mas não buco), cabanagem (1835-40, no Grão-Pará), Revolução
reivindicava uma separação radical. Foram convoca- Farroupilha (1835-45, no Rio Grande do Sul), sabinada
dos representantes de todas as províncias e, mais tar- (1837-38, na Bahia) e a balaiada (1838-41, no Mara-
de, uma assembleia legislativa e constituinte. nhão). Na preocupação de garantir a unidade do terri-
Já a politização da sociedade colonial com a che- tório, liberais e conservadores (antigos restauradores)
gada da corte em 1808 se deu em conteúdos bastante fizeram uma manobra constitucional e aclamaram D.
inovadores. Aspectos da recente Revolução Francesa Pedro II por meio do Golpe da Maioridade (1840).
(1779) estavam em alta, sobretudo na crítica ao mode- A consolidação do Império foi feita a partir de uma
lo estamental de sociedade, abrangendo novas for- manobra que envolvia o principal órgão na constituição
mas de se organizar a sociedade, também na crítica da monarquia parlamentar em 1847, a Chefia de Gabinete.
aos privilégios da nobreza e dos corpos sociais mais Embora a escolha viesse no parlamento entre o
altos. Depois da revolução de independência do Haiti Partido Conservador (saquaremas) e Partido Liberal
(1804), esses conteúdos se tornaram inescapáveis. Era (luzias), D. Pedro II possuía o poder de dissolver a che-
preciso apropriar-se de alguns elementos e fazer uma fia de gabinete e impor outro escolhido, mecanismo
revolução menos radical que a francesa e bem menos que ficou conhecido como parlamentarismo às aves-
radical que a de São Domingos, segundo a perspectiva sas. Todavia, como ambos concordavam com o poder
das elites coloniais brasileiras. centralizado na Monarquia e com a economia embasa-
A escravidão foi um elemento importante neste caso: da na escravidão, não havia muita diferença entre eles.
a dimensão do escravismo na América Portuguesa era
tão grande que foi capaz de influenciar todos os outros REVOLTAS, CONSPIRAÇÕES E REVOLUÇÕES,
aspectos da vida social, como valores, formas de pensar, EMANCIPAÇÃO E CONFLITOS SOCIAIS
de comportamento e práticas políticas. A independên-
cia, nesse sentido, muda a forma de compreender essa Movimentos e Tentativas Emancipacionistas —
sociedade: não era mais uma sociedade estamental legi- Rebeliões Coloniais
timada por Deus, embora o rico ainda fosse rico, mas
agora havia um parlamento e a escravidão tornou-se z Palmares
uma escravidão nacional, não mais portuguesa.
A chegada da corte também dinamiza fluxos
A resistência coletiva dos escravos originou os
econômicos internos, dado a necessidade de abaste-
cimento. Em verdade, essa dinâmica e a diversifica- chamados quilombos (em Angola, um tipo de acam-
ção da produção é anterior à chegada da corte, mas pamento militarizado) ou mocambos (que significava
se intensifica a partir de 1808. O Rio de Janeiro é um esconderijo). Na América portuguesa, os quilombos
epicentro que conecta São Paulo, Minas Gerais, Rio foram agrupamentos de escravizados fugidos, que
Grande de São Pedro (atualmente Rio Grande do Sul), tentavam escapar do violento sistema. Esses escra-
tanto é que foram as primeiras regiões a encamparem vizados se mantinham à margem da sociedade, em
o projeto de independência centrada na Figura de lugares de acesso difícil, sem, contudo, perderem as
8
Pedro I, justamente por esses auspícios econômicos, relações de proximidade com vilarejos e comunida-
-2
77
Importante!
39
da unidade em uma imensa porção de terra marca- cimento na história da América portuguesa, e
st
da por regionalismos e profundas diferenças sociais, ficava na Zona da Mata, onde hoje está o estado
gu
uma vez que as elites temiam que uma agitação social de Alagoas. O ambiente favoreceu o abrigo da
o
incluísse pobres e escravizados (80% da população). população do quilombo e as palmeiras lhes pos-
av
Freira de Andrade e das tropas lusas, sendo decretada z Revolta de Vila Rica
.7
Embora descontentes com as autoridades coloniais, os A motivação para a Revolta de Vila Rica, de 1720, é
.8
revoltosos não pretendiam, nesse movimento, romper encontrada nas práticas fiscais aplicadas pela Fazen-
39
descoberto na região das Minas e tem início o conflito com a administração. O governador da capitania rea-
gu
entre bandeirantes paulistas e emboabas, termo que giu com intensidade: fechou os caminhos de entrada
designava forasteiros, pela administração do territó- de Vila Rica e prendeu os protagonistas do levante,
rio aurífero. enviando-os ao Rio de Janeiro.
A Guerra dos Emboabas foi, sobretudo, uma con- Felipe dos Santos foi executado por conta de sua
tenda entre práticas e concepções políticas diversas: oratória que apoiava os revoltosos, tornando-o vítima
de um lado os paulistas e de outro os forasteiros. do suplício público.
Não se pode reduzir o conflito apenas aos desejos de
obtenção de terra e riqueza, existindo, ainda, ques- z Inconfidência Mineira
HISTÓRIA
Feita a delação, ocorreram seis denúncias, a derra- econômicas. Assim, a liderança de D. Pedro em 7 de
77
ma foi suspensa, os conspiradores foram presos e se setembro de 1822 era a garantia mais próxima da uni-
.7
abriu a “devassa”, busca por provas que iriam cons- dade em uma imensa porção de terra marcada por
86
tituir os autos do processo da Conjuração Mineira. Ao regionalismos e profundas diferenças sociais, as eli-
.8
final de três longos anos, os conjurados considerados tes temiam que uma agitação social incluísse pobres e
39
ficando por muito tempo na memória dos colonos: foi BRASIL IMPERIAL
gu
de diversos movimentos separatistas nas províncias tando a guerra até o assassinato de Lopez em 1870.
77
do país. Dentre eles, destacam-se: Mesmo vitorioso, o Brasil passou a enfrentar um pro-
.7
cesso de crise.
86
do externo.
-2
c) A colônia transforma-se em instrumento de poder da de Avis, Portugal passou por um processo de mudan-
.7
Pombal instituiu uma reforma que desagradou mui- b) A prosperidade material alcançada por meio desse
st
tos daqueles que viviam das regalias oferecidas pela conjunto de medidas ofereceu condições para o inves-
gu
a) Incentivou o desenvolvimento de uma indústria nacio- pelos italianos genoveses que, via Mar Mediterrâneo,
st
nal com pretensões de diminuir a dependência econô- introduziam as especiarias orientais na Europa.
gu
mica do país.
d) Nesse período, as principais rotas comerciais esta-
b) A expulsão dos jesuítas do Brasil.
c) A criação de várias companhias de comércio incumbi- vam voltadas no trânsito entre a Ásia (China, Pérsia,
das de dar maior fluxo às transações comerciais entre Japão e Índia) e as nações mercantilistas europeias.
a colônia e a metrópole.
d) O chamado Erário Régio tinha como papel controlar os 9 GABARITO
gastos do corpo de funcionários reais e, principalmen-
te, reduzir os seus gastos.
1 D
3. (EXATUS — 2014) Assinale a alternativa correta,
2 B
quanto às afirmativas abaixo, sobre a Insurreição
Pernambucana: 3 C
dos indivíduos de organizar, comunicar e comparti- Outro autor muito conhecido na disciplina, Pier-
-1
lhar para o grupo, significados sobre o mundo. re Bourdieu, também nos ajuda a pensar a tarefa da
sociologia. Ele afirma que a sociologia tem como tare-
o
uma criança pequena começa a andar, os cuidadores fa “revelar o que está escondido”. Ou seja, a sociologia
st
dessa criança começam com orientações sobre o espa- como uma ciência da sociedade não tem como objetivo
gu
ço que a cerca. “Não pode colocar a mão na tomada discutir obviedades, mas analisar as relações sociais
porque machuca.” Só nessa frase a criança já pode
o
aprender diferentes informações a partir da lingua- políticas e culturais, o que vai desde discutir as polí-
st
gem, para saber o que é cada coisa (mão, tomada), o ticas econômicas entre os países até quais são os ali-
gu
pontos de vistas, é só conversar com outras pessoas e co da apostila, é que a realidade é construída social-
.7
pronto. Porém, a sociologia é mais complexa que só mente pelos indivíduos, que vão incorporando seus
86
apresentar outras realidades ou outras visões sobre significados e gerando novos a partir da experiência
.8
a mesma realidade. A disciplina de sociologia segue social. Como vimos no exemplo acima, precisamos de
39
todo um rigor metodológico para analisar as relações trocas com outros indivíduos para que compartilhe-
-1
sociais em que estamos envolvidos. É importante mos e formemos sentidos sobre o mundo em que esta-
o
então pensarmos aqui que a sociologia é bem diferen- mos inseridos, nossas reflexões sobre o mundo, nossos
av
te do que costumamos chamar de “senso comum”. comportamento, nosso modo de vestir, tudo isso é for-
st
aprendemos com os grupos onde estamos inseridos. da classe econômica – enfim – de todos os grupos aos
st
Uma expressão clássica do senso comum que vemos quais vamos pertencendo desde que nascemos para
gu
por aí é a seguinte: “todo/a brasileiro/a gosta de sam- a formação do modo de agir e pensar dos indivíduos.
ba”. Muitas pessoas de fora se dizem surpreendidas Pensemos então no exemplo de um bebê que aca-
quando percebem que nem todo mundo que é brasi- ba de nascer e que tem indivíduos adultos no seu
leiro gosta de samba ou sabe sambar. entorno responsáveis pelo seu cuidado, sejam eles
Ao contrário do senso comum, a sociologia anali- seus pais, avós, cuidadores de alguma instituição (cre-
sa as relações sociais detalhadamente para responder che, orfanato). Nesses ambientes (seja qual formato
questões e não generaliza o comportamento para toda for), ocorre o que é chamado na sociologia de “socia-
a sociedade. Desse modo, o que mostramos no primei- lização primária”. É ali que esse bebê vai receber os
primeiros aprendizados sobre a vida, falados ou por
ro tópico da apostila não é que nossos comportamen-
ele observados. O modo como as pessoas se vestem,
tos são predeterminados e que agiremos de forma
como chamam as coisas, quem cozinha, horários, o
igual. O que a sociologia faz, na verdade, é elaborar que se come, como ele é chamado e como se chamam
questões sobre as relações sociais e, a partir de uma as outras pessoas.
observação detalhada tanto da relação quanto suas É na experiência do dia a dia que essa criança
trajetórias históricas e social, elaborar teorias (ou vai aprendendo sobre o mundo, os valores e regras,
118 novas lentes) para olharmos esses fenômenos. ela vai internalizando tudo isso e elaborando suas
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emoções e seus comportamentos. Aspectos como ren- no papel da família enquanto instituição, ela estabe-
da da família, composição familiar, valores religiosos lece normas e busca delimitar comportamentos dos
ou não, estrutura do ambiente etc., tudo isso compõe indivíduos para a convivência em sociedade. Peter
o “contexto social” que influenciará na socialização Berger e Brigitte Berger alertam, porém, que a lingua-
primária. Essa primeira experiência é formada, por- gem é a primeira instituição social da qual fazemos
tanto, pelos indivíduos que cercam essa criança e o parte, além de ser a mais fundamental delas, pois é
contexto social deles e esse é o único mundo que exis- a partir da linguagem que o indivíduo é inserido na
te, então não há muita divergência. dinâmica social mais extensa, que engloba todas as
A segunda fase desse processo é a chamada “socia- outras instituições sociais, incluindo aquele primeiro
lização secundária”, que seria o contado do indivíduo espaço de socialização que é o familiar.
com outras possibilidades de mundo, outras visões A instituição familiar é, em geral, aquela que irá
que podem divergir do mundo apresentado a ele na introduzir e preparar o indivíduo para vivenciar expe-
socialização primária. Nela, ele perceberá outros tipos riências em outras instituições. As famílias variam
de relação, outros tipos de família, outros modos de se entre si nas regras sociais que introduzem os indiví-
comportar, modos de falar que são distintos do que duos a depender da cultura em que existem. Assim,
ele aprendeu em um primeiro momento. aspectos como vestimentas, comportamento (a depen-
der de características como gênero e idade), como falar
Indivíduos e Instituições Sociais com outras pessoas, visões sobre o mundo e muitas
outras características são passadas nessa instituição.
Foi possível perceber que a socialização é um Posteriormente, é comum que o indivíduo seja
fator fundamental para a existência em sociedade. É introduzido na instituição educacional ou em uma
a partir da socialização que os indivíduos vão apren- instituição religiosa. No ambiente escolar, vamos
dendo comportamentos, cultura, perspectivas de vida aprender sobre regras gerais da sociedade, conheci-
etc. Além disso, ela é contínua. Ou seja, ela se inicia mentos que são selecionados e que compõe um cur-
quando o indivíduo nasce e só acaba quando ele mor- rículo geral. Mais uma vez, assim como no caso da
re. Desse modo, a socialização acontece em todos os família, essa instituição escolar tem características
ambientes aos quais temos acesso como a família, a que são particulares a depender se é pública ou parti-
escola, o trabalho etc. cular, o espaço físico onde ela está localizada. Então,
Esses espaços de socialização aos quais o indi- pensemos a partir dos óculos sociológicos: o que faz
víduo pertence simultaneamente chamamos de dela uma instituição social? O fato de ela, dentro de
“instituições sociais” e são essas instituições que esta- suas particularidades sociais e econômicas, instituir
belecerão regras que buscam colocar limites nos com- normas e regras aos quais os indivíduos que dela
portamentos que são ou não aceitáveis. Se pensarmos, fazem parte devem seguir.
por exemplo, na criança que tem na família o seu É neste mesmo sentido que a instituição religio-
primeiro local de socialização, a “instituição fami- sa é considerada uma instituição social. Pois, apesar
liar” será responsável por introduzir algumas regras das particularidades das variadas religiões existentes
sociais, comportamentos que são julgados como ade- na sociedade, um aspecto comum a elas é a criação
e propagação de dogmas, regras e comportamentos
8
de ambiente para ambiente, dependendo do contexto que seus seguidores devem seguir. Em alguns casos,
77
social que essa família pertence. Por exemplo: o ato há até sanções que o indivíduo pode sofrer caso não
.7
de falar alto pode ser completamente recriminado em cumpra as regras da instituição, como é o exemplo da
86
uma casa, enquanto em outra é algo habitual entre os igreja católica, que tem suas regras definidas no “códi-
.8
Desse modo, as instituições sociais têm a função de ção máxima de excomunhão (retirada da participação
-1
criar uma “margem” que irá delimitar e buscar con- religiosa) do fiel que for contra essas normas.
o
trolar quais são os comportamentos aceitos e quais Peter Berger e Brigitte Berger definem algumas
av
são considerados errados. Apesar dessa busca por das características que seriam próprias das institui-
st
controle ou da tentativa de limitar os comportamen- ções sociais. A exterioridade seria uma das primeiras
gu
tos, isso não quer dizer que as ações dos indivíduos características, pois a instituição social independe da
o
sejam predeterminadas e que não haja escolha por vontade individual em que ela exista ou não. Isso não
av
parte destes. quer dizer, é claro, que elas são eternas ou “naturais”.
st
termos de reprodução social, as instituições sociais característica, que é a da objetividade. Deste modo,
exercem uma função importante ao prepararem os além de continuar existindo independentemente da
indivíduos para conviverem em sociedade. vontade individual, a instituição é objetivamente cons-
tatada pelos indivíduos que vivem naquela sociedade.
O PAPEL DA FAMÍLIA, ESCOLA, VIZINHANÇA, Outro aspecto importante das instituições é a coer-
TRABALHO E DAS INTERAÇÕES SOCIAIS citividade. Isso quer dizer que, existindo de modo
exterior e objetivo, a instituição ainda pode se valer
A instituição familiar é, em geral, uma das primei- de regras e normas que coagem o indivíduo a agir de
ras instituições com a qual temos contato. Pensando acordo com o que é estabelecido. 119
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Outra característica, que se relaciona diretamente Conceitualizando os Direitos: o que são?
com a última, é a da autoridade moral que as insti-
tuições exercem, isto é, o potencial de gerar constran- Em toda sociedade existem padrões e estruturas
gimentos sociais pelos quais o indivíduo que opta por estabelecidas; os indivíduos precisam estar em con-
não seguir as regras acaba passando. dições mínimas de estarem inseridos nesses padrões
E, por último, temos a historicidade das institui- e de terem o mínimo da vida civilizada, que esteja
ções sociais. Como vimos, tudo o que vivenciamos dentro do parâmetro da sociedade. Os direitos estão
hoje é fruto de uma longa trajetória histórica e social associados diretamente ao cumprimento de deveres
que possibilitou as relações sociais que temos. Ou seja, por cada cidadão, que precisa estar ciente de suas res-
as instituições sociais têm um longo percurso de cons- ponsabilidades para com o Estado, o coletivo e o país
trução das suas normas, dos valores, da incorporação como um todo, realizando pagamento de impostos e
de sentido pelos indivíduos que por ela são afetados. demais obrigações que visam promover o bem-estar
da comunidade. Os direitos humanos, portanto, são
universais, inalienáveis e inegociáveis.
Os principais marcos históricos no que diz respei-
to ao reconhecimento e estabelecimento dos direitos
CIDADANIA E DIVERSIDADE humanos são a declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão, em 1789, e a Declaração Universal dos
CONCEITUALIZANDO A CIDADANIA Direitos Humanos pela ONU, em 1948.
O sociólogo inglês Thomas Humphrey Marshall Cidadania no Caso de Grupos Propensos à
(1893-1981) será um dos principais autores a se debru- Vulnerabilidade Social
çarem sobre o conceito de cidadania. Marshall divide
o conceito em três partes ou elementos: civil, político
No que diz respeito aos direitos de grupos sociais
e social.
que se encontram em situação de vulnerabilida-
O primeiro elemento é constituído pelos direitos
de social, existem leis no Brasil criadas não só para
necessários às liberdades individuais, que consistem
reconhecer problemas específicos, mas também para
no direito à propriedade, liberdade de imprensa,
garantir direitos básicos a determinados segmentos
liberdade de ir e vir, pensamento e fé e o direito à jus-
sociais. A sociedade brasileira é dividida por classes
tiça. As instituições relacionadas com os direitos civis
sociais, ou seja, marcada por uma profunda desigual-
são principalmente os tribunais de justiça. Um marco
importante da história que irá influenciar a conquista dade econômica e social que dificulta ou quase anula
desses direitos será o advento das ideias iluministas, acessos importantes a direitos básicos por parte de
que preconizam o homem e reconhecem este como pessoas pertencentes a classes mais baixas.
portador de direitos. A própria formação da estrutura brasileira, que
O segundo elemento diz respeito aos direitos políti- se deu a partir da dominação, exploração do traba-
cos, entendidos como o direito a participar e exercer o lho escravo e da violência colonial, deixaram pro-
poder político, seja na condição de eleitor para a esco- fundas marcas até os dias atuais, sendo sentidas por
lha de representantes do povo ou de se candidatar a grupos que são historicamente marginalizados. É o
caso, por exemplo, de negros e negras, que sofrem
8
Esses direitos estão associados às lutas políticas pro- cotidianamente com o racismo nas relações sociais e
77
tagonizadas por trabalhadores no final do século XIX, também com o racismo institucional, ou seja, quando
.7
que exigiam melhores condições de trabalho e que se as próprias estruturas públicas e privadas reprodu-
86
organizavam em organismos como partidos políticos zem práticas que discriminam pessoas pela cor e que
.8
e sindicatos para reivindicação de direitos trabalhis- inviabilizam o acesso dessas pessoas a esses espaços.
39
tas. As instituições associadas a esse elemento são o É importante destacar, pois, o estado de vulnerabi-
-1
sociais, compreendidos como o direito ao mínimo mercê de grupos paralelos e expostas à violência das
st
bem-estar econômico e a segurança, direito de parti- mais diversas possíveis. Também é o caso de mulhe-
gu
cipar da herança social e de se viver de acordo com res, crianças e adolescentes de periferias, que estão
sujeitas às mais diversas situações de exploração e
o
como o de se ter educação, moradia e lazer. As ins- violência, sendo necessária a elaboração de leis que
st
tituições que correspondem a esses elementos são o garantam segurança e proteção desses grupos.
gu
sistema educacional e os serviços sociais. Assim, destacam-se: a Lei nº 7.716, de 1989, que
Assim, para Marshall, mesmo que a cidadania não torna crime os preconceitos de raça e cor, sendo uma
tenha contribuído para a redução da desigualdade importante ferramenta de punição aos casos de racis-
social, ela foi fundamental para o desenvolvimento mo e discriminação racial, étnica e religiosa; a Lei
do caminho e progresso para as políticas igualitárias nº 11.340, de 2006, que cria mecanismos para coibir
do século XX. A cidadania, pois, exige um sentimento a violência doméstica contra a mulher presente nos
direto de participação e compreende a ideia de pes- termos do art. 226, da Constituição Federal — essa lei
soas livres, portadoras de direitos e protegidos por ficou conhecida como “Lei Maria da Penha”, e tam-
uma lei comum a todos e todas. O conceito de cida- bém dispõe sobre a criação de juizados de Violência
dania, mais uma vez, não é fixo e está em constante Doméstica e Familiar contra a Mulher; a Lei nº 8.069,
mudança ao longo do tempo. A luta para a ampliação de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
dos direitos já conquistados e a luta por mais direitos Adolescente (ECA) e dá outras providências de prote-
ainda a serem alcançados contribuem para o desen- ção a este setor; a Lei nº 10.741, de 2003, que dispõe
volvimento da cidadania. sobre o Estatuto do Idoso e dá medidas de proteção a
Ao longo da história, outros autores elaboram e esse setor; e a Lei nº 10.098, de 2000, que estabelece
ampliam o conceito de cidadania de acordo com a rea- critérios e normas que garantam a acessibilidade de
120 lidade social e histórica de cada país. pessoas com portadoras de deficiência.
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Desumanização e Coisificação do Outro Reprodução da Violência e da Desigualdade Social
A desumanização do outro nada mais é do que Existe uma relação direta entre desigualdade social
retirar as capacidades de ordem cognitiva e racional e a reprodução da violência na sociedade. De acordo
do outro, sua criatividade e individualidade, em últi- com o Mapa da Violência de 2019 (IPEA), foram regis-
ma instância, retirar a essência da outra pessoa, não a trados mais de 65 mil homicídios no Brasil somente no
considerando humana. ano de 2017, o maior número já registrado. O cenário
A coisificação do outro significa tornarmos e fica ainda pior quando há o recorte da faixa etária:
59,1% das mortes de homens entre 15 a 19 anos são
enxergarmos uma pessoa como uma coisa material,
causadas por homicídio.
a ser usada ao bel-prazer de interesses de outros que
Os dados também revelaram o aumento da vio-
a consideram apenas como um objeto para cumprir lência contra grupos sociais específicos, como negros,
determinada utilidade. LGBTs e mulheres, sendo essa última violência tipifi-
Podemos trazer aqui alguns fatos históricos que cada como feminicídio, quando a mulher é assassina-
exemplificam a desumanização e a coisificação do da somente pelo fato de ser mulher.
outro, como o processo de escravização indígena e Também foram observadas pelo Mapa da Vio-
negra pelos portugueses. A própria relação entre colo- lência as taxas de homicídios por regiões do Brasil,
nizador e colonizado pressupunha, necessariamente, sendo que as regiões Sudeste e Centro-Oeste apresen-
a desumanização e coisificação do outro para que o taram uma leve diminuição dos casos de homicídios,
seu domínio fosse justificado segundo as crenças e a há estabilidade na região Sul e aumento significativo
moral do colonizador, que não enxergavam negros nas regiões Norte e Nordeste, também consideradas
e indígenas como seres humanos, mas como coisas as regiões mais desiguais do país. É evidente que há
que cumpriam apenas o trabalho para a extração de outros fatores que contribuíram para esse crescimen-
riqueza para os colonizadores. to, mas não podemos desconsiderar as desigualdades
presentes entre as próprias regiões, sendo que umas
Também na nossa realidade atual, podemos elen-
apresentam maior concentração de riqueza e melho-
car alguns casos que exemplificam a ideia de desu-
res estruturas e oportunidades, enquanto outras são
manização e coisificação do outro, como o trabalho como centros de espoliação.
infantil análogo à escravidão, o tráfico de pessoas e a A desigualdade e a exclusão social são inerentes ao
exploração sexual de crianças e adolescentes. capitalismo, ao seu processo de concentração de capi-
tal. Esse processo desigual acaba por gerar massas de
pessoas vistas como descartáveis, que não conseguem
ocupar uma vaga emprego pela alta especialização
requerida pelo mercado e pela pouca qualificação que
possuem.
Essas massas de trabalhadores e jovens que não
conseguem um emprego formal ou que não perma-
necem na escola para trabalharem na informalidade
e ajudar a família acabam ficando de fora do mercado
e de melhores condições de ascensão social, tendo que
8
-2
cultura e à educação.
39
sem o poder de cautela, nada adiantaria o trâmite ro, estado físico ou mental, ou por circunstân-
77
regular do acesso à justiça. Nessa linha, decidiu o STF cias sociais, econômicas, étnicas e/ou culturais,
encontram especiais dificuldades em exercitar
.7
à justiça vem da teoria de Cappelletti e Garth em seu no, a pobreza, o gênero e a privação de liberdade. A
st
livro Acesso à Justiça (1998), em que apontaram três concreta determinação das pessoas em condição de
gu
ondas reformistas, evolucionistas ou de acesso. vulnerabilidade em cada país dependerá das suas
o
concessão de assistência judiciária aos pobres, par- O capítulo II aborda o efetivo acesso à justiça que
tindo-se da prestação sem interesse de remunera- deve ser conferido a esses grupos, especialmente: cul-
ção por parte dos advogados e, ao final, levando à tura jurídica; assistência legal e defesa pública; assis-
criação de um aparato estrutural para a prestação tência técnica; assistência qualificada, especializada e
da assistência pelo Estado; gratuita; intérprete; reforma legal dos procedimentos
z 2ª onda: Cappelletti e Garth (1998, p. 49-52) afir-
e requisitos legais para acesso à justiça; meios alter-
mam que depois veio a onda de superação do pro-
nativos para solução de conflitos; solução de conflitos
blema na representação dos interesses difusos,
nas comunidades indígenas.
saindo da concepção tradicional de processo como
algo restrito a apenas duas partes individualizadas O capítulo III foca na celebração de atos judiciais,
e ocasionando o surgimento de novas instituições, abordando a informação de tais atos, bem como aná-
como o Ministério Público; lise de notificações e requerimentos, condições para
z 3ª onda: Cappelletti e Garth (1998, p. 67-73) apon- comparecimento e sua dispensa, acessibilidade, pro-
tam que a terceira onda consiste no surgimento de teção à intimidade e aos dados pessoais etc.
uma concepção mais ampla de acesso à justiça, con- O capítulo IV volta-se à eficácia das regras, a ser bus-
siderando o conjunto de instituições, mecanismos, cada mediante cooperação internacional, investigação,
122 pessoas e procedimentos utilizados: estudos, sensibilização e formação de profissionais,
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novas tecnologias, manuais de boas práticas setoriais, � Princípio 1: O acesso à justiça como um direito
difusão e comissão de acompanhamento. humano fundamental é, ao mesmo tempo, o meio
de restaurar o exercício daqueles direitos que
Dica seriam desconhecidos ou violados;
� Princípio 2: O acesso à justiça não se esgota com
O inteiro teor das 100 Regras de Brasília pode ser a entrada de pessoas na instância judicial, mas se
acessado em no portal da ANADEP. Disponível estende por todas as etapas do processo;
em: https://www.anadep.org.br/wtksite/100-Re- � Princípio 3: O trabalho dos Defensores Públicos
gras-de-Brasilia-versao-reduzida.pdf. Acesso em: Oficiais é um aspecto essencial para fortalecer o
03 mai. 2022. acesso à justiça e consolidar a democracia;
� Princípio 4: O serviço estatal e de assistência jurí-
A Organização dos Estados Americanos destaca dica gratuita é essencial para a promoção e pro-
o papel da Defensoria Pública em propiciar o aces- teção do direito de acesso à justiça para todas as
so à justiça dos grupos vulneráveis, em especial nos pessoas, em particular aquelas que estão em uma
seguintes documentos: situação especial de vulnerabilidade;
Resolução 2.656, de 2011, Resolução 2.714, de � Princípio 5: Os Estados têm a obrigação de elimi-
2012, e Resolução 2.801, de 2013: por meio delas, nar os obstáculos que afetam ou limitam o acesso à
a Assembleia Geral vem “apoiar o trabalho que vêm defesa pública, de maneira a garantir acesso livre
desenvolvendo os Defensores Públicos Oficiais dos Esta- e completo à justiça;
dos do Hemisfério, que constitui um aspecto essencial do � Princípio 6: Sem prejuízo da diversidade dos sis-
temas jurídicos de cada país, é importante a inde-
fortalecimento do acesso à justiça e da consolidação da
pendência, autonomia funcional, financeira e/ou
democracia”; “afirmar a importância fundamental do
orçamentária da defesa pública oficial;
serviço de assistência jurídica gratuita prestado pelos
� Princípio 7: Como parte dos esforços para garan-
Defensores Públicos Oficiais para a promoção e a prote-
tir um serviço público eficiente, os Estados devem
ção do direito ao acesso à justiça de todas as pessoas, em
garantir respeito absoluto pelos Defensores Públi-
especial daquelas que se encontram em situação espe-
cos no exercício de suas funções, livre de interfe-
cial de vulnerabilidade em todas as etapas do processo”;
rências e controles indevidos de outros poderes do
reforçar a necessidade de se assegurar independência
Estado, que afetam sua autonomia funcional e cujo
e autonomia funcional, orçamentária, financeira e mandato é do interesse de seu réu;
técnica aos defensores; impor o dever dos Estados de � Princípio 8: A defesa pública não deve se limitar
promover a participação dos defensores públicos no à jurisdição criminal, mas, dentro da estrutura da
Sistema Interamericano de Direitos Humanos; incen- legislação de cada Estado, a assistência jurídica
tivar os Estados a constituírem sistema de assistência deve ser incluída em todas as jurisdições;
judiciária gratuita; incentivar a cooperação entre os � Princípio 9: Sem prejuízo da diversidade dos sis-
Estados para boas práticas na matéria. temas jurídicos de cada país, é importante que
Resolução 5.580, de 2017: nela, a Assembleia os Defensores Públicos desenvolvam, no âmbito
Geral vem “incentivar os Estados e as Instituições de de sua autonomia, instrumentos destinados à sis-
Defesa Pública Oficial das Américas a que desenvolvam
8
em seu trabalho cotidiano, e no âmbito de sua autono- tortura e outros tratamentos desumanos e cruéis
77
mia, conforme seja pertinente, boas práticas destina- e fatores degradantes que podem funcionar como
.7
das à aplicação de ferramentas, inclusive as das Regras ferramentas para estratégias e políticas de preven-
86
de Brasília sobre Acesso à Justiça das Pessoas em Con- ção com o objetivo fundamental de prevenir viola-
.8
Direito Internacional que lhe dê a mais ampla divul- nente do Estado, que tem como finalidade primordial
gação” e “incentivar os Estados e as instituições de a orientação jurídica e a defesa do cidadão em todos
defesa pública oficiais das Américas a que garantam os graus, caracterizando-se assim, por garantir o aces-
às mulheres o acesso efetivo e igualitário à justiça, so à justiça aos mais necessitados. Compete-lhe a pro-
sem discriminação de nenhuma natureza”. moção dos direitos humanos, a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
Por seu turno, a Resolução nº 226, de 2016, da e coletivos e a orientação jurídica dos cidadãos que
Comissão Jurídica Interamericana, apresenta 10 prin- não possuem recursos financeiros suficientes para a
cípios sobre a Defensoria Pública nas Américas: contratação de um advogado particular. 123
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O sistema judicial deve configurar-se como um ins- estabelecidos até 1967. De modo geral, concedia amplos
trumento para a defesa efetiva dos direitos das pes- poderes às Forças Armadas, como suspender direitos
soas em condição de vulnerabilidade. A Defensoria políticos, cassar mandatos legislativos, interferir nos
Pública, representando essas pessoas, tem um papel estados da federação, determinar eleições indiretas para
fundamental na realização do acesso à justiça, confor- governadores e prefeitos e instituir o bipartidarismo.
me vastamente reconhecido pela OEA. Em outubro de 1969, estando o Congresso fecha-
do desde a implementação do Ato Institucional nº 5
DIREITOS SOCIAIS NAS CONSTITUIÇÕES (AI-5), a Junta Militar impôs uma emenda constitu-
BRASILEIRAS cional reformando o texto de 1967; dentre as altera-
ções, constavam a implementação da pena de morte, o
A primeira Constituição brasileira foi a de 1824, banimento, a ampliação do estado de sítio de 60 para
e, para os padrões da época, foi considerada bastan- 180 dias ou tempo indeterminado, assim como a deter-
te “liberal”. A carta estabelecia que todos os homens minação de novas limitações ao exercício dos direitos
acima de 25 anos, com renda mínima anual de 100 políticos, liberdade de cátedra e expressão artística.
mil-réis, podiam votar, mas esse critério de renda não A Constituição de 1988, que é a vigente em nossos
era grande barreira, pois a maioria dos trabalhadores dias, é conhecida como Constituição Cidadã. O texto
ganhava mais que essa quantia. restabeleceu eleições diretas para presidente e demais
Analfabetos também possuíam direito a voto, e cargos executivos, reduziu o mandato para quatro
os libertos podiam votar nas eleições primárias. Essa anos, fortaleceu o Ministério Público, deu direito de
constituição, que foi mantida até o final do Império, voto aos analfabetos, assim como a pessoas a partir
não mexeu na questão da escravidão nem na estru-
dos 16 anos, diminuiu a jornada de trabalho para 44
tura da terra, sendo alguns aspectos alterados em
horas semanais, criou o abono de férias e o seguro-
meados do século XIX, assim como impôs uma grande
-desemprego, o décimo terceiro salário para aposen-
centralização dos poderes na mão do Imperador.
A Constituição republicana de 1891 definiu as tados, definiu como crimes inafiançáveis o racismo e
bases do novo regime nos termos do presidencialismo, a tortura, proibiu a censura, garantiu a liberdade de
do federalismo e do sistema bicameral. Na questão do expressão e aumentou significativamente os mecanis-
voto, foram mantidas as reformas restritivas imple- mos de participação popular direta.
mentadas no fim do Império, excluindo os analfabe-
tos. Esse é um aspecto fundamental, pois a maioria A LUTA PELA CONQUISTA DE DIREITOS PELOS
esmagadora da população era analfabeta e, portanto, CIDADÃOS: DIREITOS CIVIS, HUMANOS, POLÍTICOS
deveria ficar fora das eleições. A constituição introdu- E SOCIAIS
ziu o registro civil de nascimentos, casamentos e mor-
te, assim como separou o Estado da Igreja. Os direitos civis remetem à Declaração Universal
A Constituição seguinte foi promulgada em 1934. dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que
Nesse novo texto, o Executivo deveria ser submetido à procurava estabelecer o princípio de igualdade civil.
fiscalização do Legislativo, eliminava-se a maneira de Outro marco fundamental é o da Declaração dos
governar baseada em decretos, garantia-se a indepen- Direitos Humanos, de 1948. Referendado pela Organi-
dência do Tribunal de Contas, limitava-se o mandato
8
não foi incorporado à agenda de proteção social. Essa Estados Unidos, por exemplo, onde as leis de segre-
39
Constituição durou apenas três anos, uma vez que o gação racial prosseguiram nos anos posteriores à car-
-1
golpe de 1937 interrompeu completamente qualquer ta de 1948, vemos que a luta pelos direitos civis teve
outras marcas. Por isso, o nome de Martin Luther King
o
Findada a ditadura de Vargas, a carta de 1946 Direitos sociais são os direitos coletivos que o Estado
gu
preservaria as conquistas sociais obtidas no período deve ofertar por meio de políticas públicas; são exem-
anterior e realocaria a democracia enquanto aspec- plos: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia,
o
av
to fundamental da vida pública. Estabelecia eleições transporte, lazer, segurança, previdência social, pro-
st
diretas para o executivo e para o legislativo em todos teção à maternidade e assistência aos desemparados.
gu
Proposição I
Proposição II
86
.8
Proposição III
st
gu
as experiências individuais.
st
gu
Assinale:
126
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Subentende-se direito à saúde, na vedação à pena
de morte, proibição do aborto e, por fim, direito às
condições mínimas necessárias para uma existência
digna, conforme também prevê o princípio da digni-
dade da pessoa humana, apresentado no inciso III,
NOÇÕES SOBRE art. 1º, da CF, de 1988.
Note que, a constituição ao determinar o direito à
DIREITOS HUMANOS vida, possui dois aspectos, direito à integridade física
e psíquica.
Importante mencionar que o STF já se posicionou
sobre gravidez de feto anencéfalo, decidindo, em
julgamento de grande repercussão, que não constitui
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E crime a interrupção da gravidez nestes casos. Ainda, o
COLETIVOS julgamento somente autorizou a interrupção da gravi-
dez de feto portador de anencefalia, não se estenden-
Os direitos fundamentais estão localizados no do a nenhuma outra deficiência.1
título II, da CF, de 1988, do art. 5º ao art. 17, e estão É importante ressaltar também que o STF decidiu
pela legitimidade da realização de pesquisas com
classificados em cinco grupos: direitos individuais e
a utilização de células-tronco2 embrionárias, obti-
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade,
das de embriões humanos produzidos por fertilização
direitos políticos e direitos relacionados à existência,
in vitro e não utilizados no respectivo procedimento,
organização e participação em partidos políticos. atendidas as condições estipuladas no art. 5º, da Lei
Também são classificados em três dimensões de 11.105, de 2005, que estabelece as normas de segu-
direito, pois surgiram em épocas diferentes. rança e maneiras de fiscalização das atividades que
envolvam organismos geneticamente modificados.
DIREITOS DIREITOS DIREITOS Nesse sentido, o STF considerou que as mencionadas
FUNDAMENTAIS FUNDAMENTAIS FUNDAMENTAIS pesquisas não violam direito à vida, vejamos o dispo-
DE 1º DIMENSÃO DE 2º DIMENSÃO DE 3º DIMENSÃO
sitivo mencionado:
Direitos sociais,
Direitos civis e
econômicos e cul- Fraternidade Lei 11.105 de 25 de março de 2005
políticos
turais
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia,
a utilização de células-tronco embrionárias obtidas
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS E de embriões humanos produzidos por fertilização
COLETIVOS in vitro e não utilizados no respectivo procedimen-
to, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
Conforme prevê o art. 5º, da CF, de 1988, todos são
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer nature-
8
za, garantindo aos brasileiros direito à vida, à liberda- congelados na data da publicação desta Lei, depois
77
data de congelamento.
86
to dos genitores.
39
Entretanto, o art. 128, do Código Penal, prevê a autori- projetos à apreciação e aprovação dos respectivos
st
zação do aborto como exceção em duas hipóteses, são comitês de ética em pesquisa.
gu
eles como único meio para salvar a vida da mulher e § 3º É vedada a comercialização do material bioló-
no caso de gravidez resultante de estupro.
o
médico:
Liberdade de locomoção, localizada no inciso Liberar recursos; enviar defesa civil militar;
-2
z Estados podem:
86
rias deixam claro que o direito a locomoção não é um Parcelar dívidas; atrasar execução de gastos;
-1
Direito de Ir e Vir x Coronavírus (Covid-19) Agora que entendemos como funciona o estado
st
Aqui temos um tema muito comentado, o isola- locomoção que foi restringido.
Primeiramente, é importante mencionar que
o
de leis; assim, o poder público não pode atuar nem judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
77
contrário às leis, nem na ausência da lei. quando amparada em fundadas razões, devi-
.7
honra e da imagem das pessoas tem previsão no inci- ridade, e de nulidade dos atos praticados.
o
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, vimento ao recurso extraordinário em que se discutia,
à luz dos incisos XI, LV e LVI, art. 5º, da Constituição,
o
130 6 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011.
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b) desastre; telefônica em processos civis, administrativos, disci-
c) prestação de socorro; e plinares etc.
d) determinação judicial. Já o último requisito refere-se a uma lei que deve
prever as hipóteses e a forma em que pode ocorrer a
A interpretação adotada pelo STF seria no sentido interceptação telefônica, obrigatoriamente no âmbito
de que, se dentro da casa estivesse ocorrendo um cri- de investigação criminal ou instrução processual penal.
me permanente, seria viável o ingresso forçado pelas A regulamentação desse dispositivo veio com a
forças policiais, independentemente de determinação Lei 9.296, de 1996, que legitimou a interceptação das
judicial. Isso se daria porque, por definição, nos cri- comunicações como meio de prova, estendendo tam-
mes permanentes haveria um interregno entre a con- bém a sua regulamentação à interceptação de fluxo
sumação e o exaurimento. Nesse interregno, o crime de comunicações em sistemas de informática e tele-
estaria em curso. Assim, se dentro do local protegido o mática (combinação de meios eletrônicos de comuni-
crime permanente estivesse ocorrendo, o perpetrador cação com informática, e-mail e outros).
estaria cometendo o delito. Caracterizada a situação
de flagrante, seria viável o ingresso forçado no domi- Direito de Propriedade
cílio. (RE 603616/RO, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 5.11.2015 e DJe 13.11.2015)
Está amparado junto ao caput e inciso XXII, do art.
A inviolabilidade das correspondências e comu-
5º, bem como no inciso II, do art. 170, ambos da CF.
nicações tem como previsão o inciso XII, do art. 5º, da
CF, vejamos.
Art. 5º [...]
XXII - é garantido o direito de propriedade;
Art. 5º [...]
[...]
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
Art. 170 A ordem econômica, fundada na valoriza-
comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
cações telefônicas, salvo, no último caso, por
por fim assegurar a todos existência digna, con-
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
forme os ditames da justiça social, observados os
estabelecer para fins de investigação criminal ou
seguintes princípios:
instrução processual penal;
[...]
II - propriedade privada;
As correspondências são invioláveis, com exce-
ção nos casos de decretação de estado de defesa e
O direito de propriedade assegurado na constitui-
de sítio (arts. 136 e seguintes, da CF). É importante
ção como direito constitucional abrange tanto os bens
mencionar também que o STF já reconheceu a possi-
corpóreos quanto os incorpóreos.
bilidade de interceptar carta de presidiário, pois a
Bens corpóreos são os bens possuidores de exis-
inviolabilidade de correspondência não pode ser usa-
tência física, concretos e visíveis, como, por exemplo,
da como defesa para atividades ilícitas.7
uma casa, um automóvel etc. Já os bens incorpóreos
Possibilidade de interceptação telefônica: inter-
são bens abstratos que não possuem existência física,
ceptação telefônica é a captação e gravação de conver-
ou seja, não são concretos, mas possuem um valor
8
terceira pessoa sem o conhecimento de qualquer um econômico, como por exemplo, propriedade intelec-
77
dos interlocutores, conforme prevê exceção do inciso tual, direitos do autor etc.
.7
XII, do art. 5º, da CF, acima mencionado, que para ser Em relação à propriedade de bens incorpóreos,
86
lícita deve obedecer três requisitos: existe a específica proteção constitucional denomina-
.8
Ordem judicial
Para fins de investigação
como a proteção de marcas e patentes.
o
av
estabelecer
gu
direito de propriedade também não é um direito abso- NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS
av
Ainda, a interceptação telefônica dependerá de luto. Apesar da exigência de que a propriedade aten-
st
ordem judicial, conforme art. 1º, da Lei 9.926, de 1996. da uma função social, há outras hipóteses em que
gu
Art. 5º [...]
deve ser julgado pelos seus semelhantes. O tribunal
.7
públicos informações de seu interesse parti- é composto por um juiz togado e vinte cinco jurados
.8
cular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão que serão sorteados dentre os alistados.
39
a) a plenitude de defesa;
gu
solicitadas, com exceção nas hipóteses de proteção d) a competência para o julgamento dos crimes
por sigilo. Caso haja uma violação desse direito, que
st
ocorridos dentro de uma situação irregular, a qual arma de fogo de uso proibido ou restrito (art.
-2
perde seus efeitos após findar situação irregular que 157, § 2º-B);
77
Lei temporária vigorou até extinguir-se o prazo dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
86
de duração fixado pelo legislador, por exemplo, uma morte (art. 158, § 3º);
.8
mencionar e observar crimes de tortura, tráfico ilíci- IV - o crime de tráfico internacional de arma de
to de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18
o
direcionado;
gu
Art. 5º [...]
XLII - a prática do racismo constitui crime
Fique atento aos artigos mencionados acima e as
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
novidades legislativas, pois são temas utilizados com
reclusão, nos termos da lei;
frequência pelas bancas examinadoras.
Tem como objetivo proteger o direito de ir e vir, Agora passaremos à análise do mandado de segu-
ou seja, pode ser requerido sempre que alguém sofrer rança, sendo que este pode ser individual ou coletivo:
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou z Mandado de Segurança Individual
abuso de poder; está fundamentado no inciso LXVIII,
art. 5º, da CF, e arts. 647 a 667, do CPP, Previsto no inciso LXIX, art. 5º, da CF, e na Lei
Pode ser habeas corpus preventivo para evitar 12.016, de 2009, tem o objetivo de proteger direito
uma futura violação à liberdade, ou habeas corpus líquido e certo (requerido no prazo de 120 dias do
repressivo, o qual busca o fim de uma coação já conhecimento da lesão), devidamente comprovado
cometida. Importante frisar também que não existe a com provas documentais; não há prova testemunhal
necessidade de um advogado para entrar com a ação. nem pericial. Tem caráter subsidiário, ou seja, quando
não for caso de habeas corpus e nem habeas data.
z Sujeito ativo (impetrante): qualquer pessoa; Cabível quando existe abuso ou ilegalidade de
z Vítima (paciente): qualquer pessoa, brasileiro ou autoridade pública. A Súmula 625, do STF, dispõe
estrangeiro; que “Controvérsia sobre matéria de direito não impe-
z Sujeito passivo (coator): autoridade ou agen- de concessão de mandado de segurança”, ou seja, caso
te público que cometeu ilegalidade ou abuso de houver dúvida a respeito de interpretação da lei não
poder contra particular. impede o deferimento do mandado de segurança.
Não cabe Mandado de segurança nos seguintes
Habeas corpus também pode ser impetrado por casos:
estrangeiro (desde que na língua portuguesa) contra
particular. Atos meramente informativos;
Não cabe habeas corpus contra punição disciplinar Atos que transitaram em julgado;
militar, salvo se imposta pela autoridade competente. Ato administrativo que comporte recurso com
Destacamos a seguir algumas Súmulas importan- efeito suspensivo;
tes do STF sobre o tema: Ato judicial em fase recursal.
Súmula 395 Não se conhece de recurso de habeas
Atenção! Com referência aos atos que transitaram
corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das
em julgado, hoje, a jurisprudência entende por uma
custas, por não estar mais em causa à liberdade de
locomoção. possível mitigação da Súmula 268, do STF. Vejamos:
Súmula 431 É nulo o julgamento de recurso crimi-
nal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou No entanto, sendo a impetração do mandado de
publicação da pauta, salvo em habeas corpus. segurança anterior ao trânsito em julgado da
Súmula 692 Não se conhece de habeas corpus con- decisão questionada, mesmo que venha a aconte-
8
Súmula 693 Não cabe habeas corpus contra deci- suais, deverá ter seu mérito apreciado. (EDcl no MS
22.157/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Rel. p/
.8
processo em curso por infração penal a que a pena Acórdão Ministro Luis Felipe Salomão, julgado em
-1
imposição da pena de exclusão de militar ou de per- Agente ativo: pessoa física ou jurídica. Agentes
st
Súmula 695 Não cabe habeas corpus quando já Agente passivo: autoridade, pessoa física
extinta a pena privativa de liberdade. revestida de poder público. União, Estados e
o
av
da Lei 13.300, devem ser observadas as normas da cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas
-2
único, art. 24, da Lei 8.038, de 1990. z Liminar: Basta representar os requisitos “fumus
-1
Diferença entre direito à propriedade e direito XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de servi-
-1
lei;
av
conforme já estudado neste material; já o direito à XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
st
moradia é um direito social, localizado no caput do meio de normas de saúde, higiene e segurança;
gu
A segurança mencionada no art. 5º, da CF, refere-se XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
à segurança jurídica; já a segurança mencionada no desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
art. 6º, da CF, refere-se ao direito à segurança pública. creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
Direitos Sociais Para os Trabalhadores coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma
da lei;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
condição social:
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
I - relação de emprego protegida contra despedida
culpa;
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
complementar, que preverá indenização compensa-
relações de trabalho, com prazo prescricional de
tória, dentre outros direitos;
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
até o limite de dois anos após a extinção do contra-
involuntário;
to de trabalho;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
136
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XXX - proibição de diferença de salários, de exercí- VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
cio de funções e de critério de admissão por motivo votado nas organizações sindicais;
de sexo, idade, cor ou estado civil; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali-
XXXI - proibição de qualquer discriminação no zado a partir do registro da candidatura a cargo de
tocante a salário e critérios de admissão do traba- direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
lhador portador de deficiência; que suplente, até um ano após o final do mandato,
XXXII - proibição de distinção entre trabalho salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
manual, técnico e intelectual ou entre os profissio- Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
nais respectivos; cam-se à organização de sindicatos rurais e de
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou colônias de pescadores, atendidas as condições que
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba- a lei estabelecer.
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
de aprendiz, a partir de quatorze anos; aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
com vínculo empregatício permanente e o trabalha- dele defender.
dor avulso
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
ciais e disporá sobre o atendimento das necessida-
trabalhadores domésticos os direitos previstos
des inadiáveis da comunidade.
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
às penas da lei.
XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
Art. 10 É assegurada a participação dos trabalha-
lei e observada a simplificação do cumprimento
das obrigações tributárias, principais e acessórias, dores e empregadores nos colegiados dos órgãos
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari- públicos em que seus interesses profissionais
dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV ou previdenciários sejam objeto de discussão e
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência deliberação.
social. Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos empre-
gados, é assegurada a eleição de um representante
O mencionado dispositivo aborda os direitos dos destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes
o entendimento direto com os empregadores.
trabalhadores de uma forma genérica, pois todos são
tratados de forma específica em legislação especial.
Cabe ressaltar neste tópico que os examinadores As garantias deste último grupo de direitos sociais
das bancas costumam perguntar datas e questões estão divididas em: direito de associação sindical,
numéricas. Por exemplo, um tema sempre muito direito de greve e direito de representação.
cobrado em provas é sobre a prescrição trabalhista, Direito de associação sindical tem relação com o
ou seja, o prazo máximo para entrar com a reclama- princípio da liberdade de associação.
ção trabalhista após o término do contrato de trabalho Direito de greve, citado no art. 9º, não é o mesmo
para discutir os últimos cinco anos; ou seja, os crédi- direito de greve assegurado ao servidor público no
tos trabalhistas prescrevem nos últimos cinco anos. art. 37, da CF, ou seja, a greve mencionada no art. 9º é
8
z Prazo para entrar com reclamação trabalhista: 2 necessária lei para regulamentar o direito de greve.
77
anos. Prescrição dos créditos: últimos 5 anos. Já o direito de representação está presente no art.
.7
11, da CF.
86
TRABALHADORES DA NACIONALIDADE
-1
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, Ligação que une um indivíduo a cada território.
o
av
constituições.
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Públi- A nacionalidade é considerada pela CF, de 1988,
o
da CF.
II - é vedada a criação de mais de uma organização
gu
sindical, em qualquer grau, representativa de cate- O Brasil adota dois critérios para definir a aquisi-
goria profissional ou econômica, na mesma base ção da nacionalidade brasileira:
territorial, que será definida pelos trabalhadores
ou empregadores interessados, não podendo ser z Jus solis: atribui nacionalidade ao território onde
inferior à área de um Município; o indivíduo nasce;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- z Jus sanguinis: atribui a nacionalidade ao vínculo
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive sanguíneo.
em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, Brasileiro Nato
em se tratando de categoria profissional, será des-
contada em folha, para custeio do sistema con-
Conforme prevê o inciso I, art. 12, da CF, é conside-
federativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei; rado brasileiro nato:
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato; z Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas desde que estes não estejam a serviço de seu
negociações coletivas de trabalho; país 137
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No que diz respeito à necessidade de ambos os O Supremo Tribunal Federal entende que a natu-
genitores estrangeiros estarem a serviço do país, ralização extraordinária é ato declaratório do Brasil.
entende-se que deve haver a verificação do fato do Estrangeiro que provar os requisitos necessários,
deslocamento desse Estado (país) ao Brasil ter ocorri- ou seja, possuir 15 anos de residência ininterrupta e
do em virtude de interesse do seu país, ainda que um ausência de condenação penal, tem o direito subjetivo
deles não exerça função governamental, por exemplo: à naturalização. Negado este pedido, caberá Mandado
Pais argentinos, a serviço da Argentina – nesse de Segurança.
caso o filho nascido no Brasil não será brasileiro nato8. Importante mencionar também a leitura do Esta-
Pais argentinos a serviço do Uruguai – nesse caso tuto do Estrangeiro, a Lei nº 6.815, de 1980.
o filho nascido no Brasil será brasileiro nato, pois
os pais não estão a serviço de seu país (no exemplo, Perda da Nacionalidade
Argentina).
Conforme o § 4º, art. 14, da CF, de 1988, tanto o
z Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, brasileiro nato quanto o naturalizado poderão perder
desde que qualquer um deles esteja a serviço a sua nacionalidade.
do Brasil Existem dois instrumentos que podem ser usados
para decretar a perda da nacionalidade brasileira:
Neste caso, o termo a “serviço da República Fede-
rativa do Brasil” engloba a serviço da administração z S
entença Judicial transitada em julgado: alcança
direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e apenas o brasileiro naturalizado que feriu o inte-
Municípios. resse nacional. Neste caso, o indivíduo que perdeu
a nacionalidade poderá apenas readquiri-la por
z Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe meio de uma ação, chamada de Ação Rescisória;9
brasileira, desde que sejam registrados em repar- z
Brasileiro nato e naturalizado que adquire
tição brasileira competente (embaixada ou con-
voluntariamente outra nacionalidade: este ato
sulado) ou venham a residir no Brasil e optem,
engloba tanto a aceitação quanto o pedido da natu-
em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira
ralização oferecida por outro país. Neste caso, exis-
tem duas exceções, ou seja, existem dois casos em
O filho poderá optar pela nacionalidade brasileira
que é permitida a dupla cidadania:
observando três requisitos cumulativos:
R econhecimento da nacionalidade pela lei
I dade mínima: 18 anos;
estrangeira;
Residência no Brasil;
Imposição por outro país, como condição de
Obedecendo aos dois requisitos acima, deve-
permanência em seu território ou para exer-
-se optar a qualquer tempo pela nacionalidade
cício dos direitos civis. Exemplo: atletas/joga-
brasileira.
dores de futebol quando são “vendidos” e
8
nato. Vejamos:
86
z �Presidente da Câmara dos Deputados; nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu-
-1
z �Ministro do STF;
av
z �Ministro de Estado da Defesa. Importante frisar que o brasileiro nato não pode
ser extraditado. Se for o caso, deve ser entregue ao TPI
o
av
Ainda, a alínea "g", inciso I, art. 102, da CF, dispõe Nacionalidade brasileira
que o Supremo Tribunal Federal será o responsável Não ter direitos políticos cassados
por processar e julgar a extradição solicitada pelo Alistamento eleitoral
ELEGIBILIDADE
Estado estrangeiro. Domicilio eleitoral na circunscrição
correspondente
Expulsão Filiação partidária
Modo de tirar o estrangeiro do Brasil de modo A constituição também define a idade mínima que
coativo, por infração ou ato que o torne inconve- cada candidato, correspondente a seu cargo, deve ter:
niente à defesa e à conservação da ordem interna do
Estado. z Presidente + Vice Senador: 35 anos;
Neste caso, a União é responsável para legislar z Governador + Vice dos Estados e DF: 30 anos;
sobre expulsão, conforme o inciso XV, art. 22, da CF. z Deputado Federal, Estadual e Distrital, Prefeito +
Não ocorrerá a expulsão em duas hipóteses: dife- Vice e Juiz de Paz e 21 anos;
8
z Vereador: 18 anos.
77
sua guarda e dependência econômica. A perda ou a suspensão dos direitos políticos estão
-1
Refere-se ao estrangeiro que ingressou ou perma- mento por prazo indeterminado. Vejamos em quais
gu
neceu de forma irregular no território nacional, ou situações podem ocorrer perda ou suspensão, anali-
o
seja, é a devolução do estrangeiro por entrar no Brasil sando o art. 15, da CF, de 1988. NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS
av
sileiros no Brasil (inciso XV, art. 5º, da CF). Art. 15 É vedada a cassação de direitos políticos,
gu
os policiais, é no sentido de que devem se ater ao cum- Em razão de discriminação racial ou religiosa;
77
direitos humanos de todas as pessoas. O que se verifica é que ambas as condutas podem
st
Como já dito, caberá ao policial a proteção e res- crime apenado com reclusão de dois a oito anos.
o
peito à dignidade da pessoa, inclusive dos possíveis Assim, é importante observar, mais uma vez, que
av
Assim, deverão ser observadas todas as regras, de mento da lei deverá ser ética e comprometida com a
gu
forma que se combata a ocorrência de possível crime, ordem pública e cessação de violência, não podendo
sem que haja violação de outros direitos dos envolvi- ele, para tanto, utilizar-se de qualquer emprego de
dos ou de terceiros que por ventura estejam no espaço constrangimento ou violência e grave ameaça.
público no momento. Vale destacar que o policial civil, ainda que res-
Por sua vez, o art. 3º preceitua que: ponsável pela apuração de infrações, também deve-
rá pautar sua conduta profissional nessas normas de
Art. 3° Os funcionários responsáveis pela aplicação conduta e não poderá praticar qualquer ato de cons-
da lei só podem empregar a força quando estrita- trangimento, de violência ou grave ameaça sob pena
mente necessária e na medida exigida para o cum- de incorrer no crime de tortura.
primento do seu dever. Em continuidade, art. 6º preceitua o seguinte:
Esta regra de conduta é de extrema importância Art. 6° Os funcionários responsáveis pela aplicação
na administração de conflitos no espaço público. Isso da lei devem garantir a proteção da saúde de todas
porque aqueles a quem couber a aplicação da lei, no as pessoas sob sua guarda e, em especial, devem
caso, policiais, devem utilizar-se da força apenas e tão adotar medidas imediatas para assegurar-lhes cui-
140 somente quando for necessário. Ademais, somente dados médicos, sempre que necessário.
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Mais uma vez, o que se verifica é a preocupação Essa regra de grande importância é em relação ao
que a atuação dos responsáveis pelo cumprimento da uso de armas contra pessoas. Para administrar um
lei ocorra de forma protetiva, inclusive garantindo conflito em espaço público, muitas vezes, o policial
que serão prestados os cuidados médicos para aqueles fará uso de armas de fogo, pensando estar agindo em
que estejam sob sua guarda, como os condenados em cumprimento do seu dever legal.
cumprimento de pena, por exemplo. Ocorre que a diretriz apresentada define que
Outra das regras de conduta preceitua que: os agentes não devem utilizar-se de armas de fogo,
fazendo disparos contra a pessoa. Apenas poderão
Art. 7º Os funcionários responsáveis pela aplica- fazê-lo em caso de legítima defesa própria ou de ter-
ção da lei não devem cometer quaisquer atos de ceiros ou ainda em caso de perigo iminente de morte
corrupção. Também devem opor-se vigorosamente ou lesão grave.
e combater todos estes atos. Resta claro, portanto, que a utilização de arma de
fogo deverá ser realizada em situações estritamente
Assim, o art. 7º determina que os responsáveis pela necessárias e sempre com contenção, de forma que
aplicação da lei não devem cometer atos de corrupção não ocorra qualquer forma de excesso.
e não só: devem também se opor, caso tenham conhe-
cimento de qualquer ato desta natureza, combatendo- Não é legítimo o uso de armas de fogo contra
-o. Ou seja, não poderá o policial se omitir caso tenha pessoa em fuga que esteja desarmada ou que,
conhecimento que outrem possa estar de qualquer mesmo na posse de algum tipo de arma, não
forma praticando ato corruptivo. represente risco imediato de morte ou de lesão
Ainda sobre a atuação do policial no âmbito do grave aos agentes de segurança pública ou
espaço público, é necessário mencionar a Porta- terceiros
ria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de
2010, do Governo Federal, estabelecida em conjunto
A diretriz acima mencionada considera ilegítimo o
pelo Ministério de Justiça e Ministério das Relações
uso de armas de fogo quando em face de pessoa desar-
Internacionais.
mada ou que não represente qualquer risco de morte
O referido documento busca estabelecer as polí-
ou lesão grave, ainda que esteja na posse de arma.
ticas públicas de segurança em consonância com os
Certamente trata-se de outra regra de essencial
direitos humanos.
importância na administração de conflitos pela auto-
Essas normas devem ser observadas pelos poli-
ridade policial.
ciais federais, rodoviários federais, civis e militares,
bem como guardas municipais e demais autoridades
Não é legítimo o uso de armas de fogo contra
que, por força de lei, fazem uso de arma de fogo em
seu trabalho. veículo que desrespeite bloqueio policial em
A primeira das diretrizes trazida pelo diploma via pública, a não ser que o ato represente um
legal e que deve trilhar o trabalho dos agentes no uso risco imediato de morte ou lesão grave aos
da força define quais são os princípios que devem ser agentes de segurança pública ou terceiros
obedecidos em sua atuação:
8
z Legalidade: caberá ao agente agir em estrita determina que não é legítimo o uso de armas de fogo
contra veículo que ultrapasse bloqueio policial em via
.7
observância da lei;
86
z Necessidade: a atuação do agente, bem como o pública. Mais uma vez, a exceção refere-se apenas ao
.8
uso de armas de fogo, deverá ocorrer tão somen- caso em que o agente infrator, de fato, ofereça risco
39
te quando houver efetiva necessidade, em caso de de morte ou lesão grave ao agente de segurança ou
-1
sempre proporcional à situação que tenha se con- Os chamados “disparos de advertência” não são
st
figurado, de forma que não haja excessos e não considerados prática aceitável, por não atende-
gu
situação vivenciada, protegendo os envolvidos, ção de conflitos no espaço público diz respeito aos dis-
especialmente terceiros, de possíveis lesões decor- paros de advertência. Conforme a diretriz acima, não
rentes do uso da força; se trata de uma prática aceitável, pois, em decorrência
z Conveniência: a atuação policial com o uso de deles, as consequências não são previsíveis.
armas deve ocorrer apenas quando se mostrar
necessária e, portanto, é conveniente que se utili- O ato de apontar arma de fogo contra pessoas
ze de forma tão gravosa apenas para contenção da durante os procedimentos de abordagem não
situação. deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada
Ademais, ainda constam como diretrizes constan- Ainda, outra das diretrizes diz respeito à conduta
tes na Portaria: de apontar armas de fogo contra pessoas nos proce-
dimentos de abordagem. Trata-se de uma prática que
Os agentes de segurança pública não deverão dis- não deve ser considerada rotineira e não deve ser uti-
parar armas de fogo contra pessoas, exceto em lizada de forma indiscriminada.
casos de legítima defesa própria ou de terceiro Assim, é certo que todas as normas de conduta
contra perigo iminente de morte ou lesão grave e diretrizes sobre armas de fogo têm um ponto em 141
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comum: a preocupação com o respeito dos direitos das instituições livres de -vícios, valorizadas socialmente e
pessoas envolvidas, inclusive de possíveis suspeitos. detentoras de credibilidade histórica.
Denota-se, portanto, que, ocorrendo um conflito
no espaço público, caberá ao policial, em sua atuação, Estão CORRETAS:
observar tais diretrizes, de forma que sejam sempre
respeitados os direitos humanos e preservada a inte- a) Apenas as afirmativas I e II.
gridade física das pessoas presentes na situação. b) Apenas as afirmativas II e III.
c) Apenas as afirmativas I e III.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
membros da comunidade, em direitos e deveres. d) É um documento elaborado pela Assembléia Geral das
77
b) O polícia deve ter suas ações fundamentadas em prin- Nações Unidas, em 1950.
.7
humanos.
o
4 C
av
mativas abaixo:
LEGISLAÇÕES
§ 2° Ao proprietário caberá sempre a responsabi-
lidade pela infração referente à prévia regulariza-
ção e preenchimento das formalidades e condições
exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre,
conservação e inalterabilidade de suas caracterís-
ticas, componentes, agregados, habilitação legal e
PENALIDADES APLICADAS ÀS
compatível de seus condutores, quando esta for exi-
INFRAÇÕES DE TRÂNSITO gida, e outras disposições que deva observar.
aplicará uma penalidade. Leve isto para a prova. Lem- sabe o quanto esta carga pesa e se declarar o peso à
77
brando que a punição da autoridade de trânsito não menor no documento de embarque, está encobrindo
.7
Art. 257 As penalidades serão impostas ao condu- nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de
tor, ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao um embarcador ultrapassar o peso bruto total.
o
ou jurídicas expressamente mencionados neste so de peso bruto total, se o peso declarado na nota
Código. fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite
legal.
Podem ser penalizados: proprietários, condutores,
embarcadores e transportadores. Os embarcadores não têm como saber se a soma
da carga com a do outro embarcador ultrapassará o
§ 1° Aos proprietários e condutores de veículos limite de peso permitido para aquele veículo, mas o
LEGISLAÇÕES
§ 7° Quando não for imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou o proprietário do veículo terá o
prazo de 30 (trinta) dias, contado da notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o CON-
TRAN, e, transcorrido o prazo, se não o fizer, será considerado responsável pela infração o principal condutor ou,
em sua ausência, o proprietário do veículo. (Lei n° 14.071/20)
Mais um prazo para guardar: 30 dias para identificação de condutor nas autuações sem abordagem. Caso não
haja identificação, o proprietário será considerado responsável.
§ 8° Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo identificação do infrator e sendo o veículo de proprie-
dade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao proprietário do veículo, mantida a originada pela infração, cujo
valor é o da multa multiplicada pelo número de infrações iguais cometidas no período de doze meses.
Essa situação é regulada pela Resolução n° 710/2017. Se o proprietário for uma empresa, por exemplo, e não indicar
o condutor, o valor da multa será maior que o da infração cometida. Caso o condutor não seja identificado pela empre-
sa, além da multa original, a pessoa jurídica recebe a multa NIC (não indicação do condutor).
Com base nessa nova resolução, não será necessária a expedição de nova infração ou notificação para a aplica-
ção da penalidade extra. Exemplo: Um veículo de uma pessoa jurídica avança o sinal vermelho do semáforo (art.
208 CTB - infração gravíssima – 7 pontos – R$ 293,47) e não identifica o condutor infrator. O valor da multa será de:
8
-2
77
z Acréscimo de R$ 293,47, por não ter identificado o condutor (hipótese de ser a primeira multa de avanço de
86
z R$ 293,47 (1° multa) + R$ 293,47 (acréscimo por não indicar o condutor) = R$ 586,94 (total a ser pago).
39
-1
§ 9° O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no § 3° do art. 258 e no art. 259.
o
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o principal condutor do veículo, o qual, após
av
aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam. (Lei n° 13.495
st
de 2017)
gu
Art. 258 As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com sua gravidade, em quatro categorias:
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e qua-
renta e sete centavos); (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
II - infração de natureza grave, punida com multa no valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três
centavos); (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
III - infração de natureza média, punida com multa no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis centavos);
(Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centavos).
(Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
Art. 259 A cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos:
I - gravíssima - sete pontos;
II - grave - cinco pontos;
III - média - quatro pontos;
IV - leve - três pontos.
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Confira o resumo dessas infrações: por veículos de tração animal, propulsão humana ou
ciclomotores) é o órgão municipal de trânsito.
NATUREZA DA PONTOS NA Mas pelo fato de muitos municípios ainda não
VALOR terem municipalizado seu trânsito, quem acaba
INFRAÇÃO CNH
fazendo a fiscalização, com as respectivas autuações
Gravíssima 07 R$ 293,47 é a Polícia Militar, e por conta disso, quem acaba pro-
Grave 05 R$ 195,23 videnciando a autuação e arrecadação é o DETRAN do
estado. Cabe sempre ao DETRAN as multas relaciona-
Média 04 R$ 130,16
das ao registro e licenciamento do veículo e aquelas
Leve 03 R$ 88,38 referentes à habilitação do condutor.
ga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições, Art. 261. A penalidade de suspensão do direi-
77
dirigir veículo sem documentos de porte obrigatório, to de dirigir será imposta nos seguintes casos:
.7
deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
86
trinta dias, deixar o responsável de promover a bai- I - sempre que, conforme a pontuação prevista no
.8
xa do registro de veículo irrecuperável ou definitiva- art. 259 deste Código, o infrator atingir, no período
39
mente desmontado e deixar de atualizar o cadastro de de 12 (doze) meses, a seguinte contagem de pontos:
-1
dade também não atribuem pontuação porque já pos- b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração
gu
correspondente da multa é a Polícia Rodoviária Fede- 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos;
ral. Se foi em uma rodovia estadual, caberá ao DETRAN (Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
daquela UF aplicar e arrecadar o valor da multa, se a II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito)
Polícia Militar Rodoviária daquele estado não o fizer. meses, exceto para as infrações com prazo descrito
Se a infração foi constatada em um município e este no dispositivo infracional, e, no caso de reincidên-
estiver com seu trânsito municipalizado conforme pre- cia no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18
coniza a lei, então quem autuará e arrecadará os valo- (dezoito) meses, respeitado o disposto no inciso II
res referentes a determinadas multas (as multas por do art. 263. (Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
infrações de circulação, estacionamento, parada, exces- § 2° Quando ocorrer a suspensão do direito de
so de peso, dimensões e lotação e, ainda, as cometidas dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação será 145
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devolvida a seu titular imediatamente após cum- Hipóteses de Cassação da CNH
prida a penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3° A imposição da penalidade de suspensão do Art. 263 A cassação do documento de habilitação
direito de dirigir elimina a quantidade de pontos dar-se-á:
computados, prevista no inciso I do caput ou no § I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator
5° deste artigo, para fins de contagem subsequente. conduzir qualquer veículo;
(lei n° 14.071/20) II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses,
§ 5° No caso do condutor que exerce atividade das infrações previstas no inciso III do art. 162 e
remunerada ao veículo, a penalidade de suspen- nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
são do direito de dirigir de que trata o caput des-
III - quando condenado judicialmente por delito de
te artigo será imposta quando o infrator atingir o
trânsito, observado o disposto no art. 160.
limite de pontos previsto na alínea c do inciso I do
§ 1° Constatada, em processo administrativo, a
caput deste artigo, independentemente da natureza
irregularidade na expedição do documento de habi-
das infrações cometidas, facultado a ele participar
litação, a autoridade expedidora promoverá o seu
de curso preventivo de reciclagem sempre que, no
período de 12 (doze) meses, atingir 30 (trinta) pon- cancelamento.
tos, conforme regulamentação do CONTRAN. (lei n° § 2° Decorridos dois anos da cassação da Carteira
14.071/20) Nacional de Habilitação, o infrator poderá requerer
sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames
necessários à habilitação, na forma estabelecida
Temos aqui um novo instituto no CTB: curso pre-
pelo CONTRAN.
ventivo de reciclagem. Para instauração do processo
definido no caput, o condutor que, no período de 12
(doze) meses, for autuado por infrações cuja soma dos A cassação é a pior penalidade que uma autoridade
pontos atinja 30 (trinta) pontos, poderá requerer jun- de trânsito pode impor a um motorista. Significa a per-
to ao órgão de registro do documento de habilitação a da da CNH, obrigando o condutor a reiniciar o processo
participação no curso preventivo de reciclagem. Para de habilitação que só poderá ocorrer após 2 (dois) anos.
condutores que exerçam atividade remunerada a con- Saber as hipóteses de cassação da CNH é fundamental.
tagem de pontos para iniciar um processo de suspen-
são da CNH é sempre 40 pontos. HIPÓTESES DE CASSAÇÃO
Dirigir com CNH/PPD de categoria
§ 6° Concluído o curso de reciclagem previsto no Art. 162.,
diferente da do veículo (reincidência em
§ 5° o condutor terá eliminados os pontos que lhe III
12 meses)
tiverem sido atribuídos, para fins de contagem sub-
sequente. (Incluído pela Lei n° 13.154, de 2015) Permitir/Entregar veículo a condutor sem
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no CNH, suspenso, cassado, de categoria
§ 5º não poderá fazer nova opção no período de 12 Art. 163. e diferente da do veículo, com CNH vencida
(doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 164 há mais de 30 dias ou sem as devidas
2016) lentes corretivas
§ 8° A pessoa jurídica concessionária ou permissio- (Reincidência em 12 meses)
8
-2
nária de serviço público tem o direito de ser infor- Dirigir sob a influência de álcool ou de
77
mada dos pontos atribuídos, na forma do art. 259, qualquer outra substância psicoativa que
Art. 165.
.7
aos motoristas que integrem seu quadro funcional, determine dependência (reincidência em
86
condutores a fornecerem os dados relativos a pontua- CNH: dirigir suspenso e dirigir quando condenado
st
ção atribuída, por infrações cometidas dos motoristas judicialmente por delito de trânsito.
gu
há outras situações em que pode ser imposto o curso tos nas vias e na faixa de domínio das vias de circu-
39
de reciclagem no CTB. O curso de reciclagem é regula- lação, restituindo-os aos seus proprietários, após o
-1
cometeram infração de trânsito sujeita à pontua- pelo agente de trânsito, diferentemente das penalida-
des que são exclusivas da autoridade de trânsito. Não
st
comunicação ao cadastrado.
§ 4° A exclusão do RNPC dar-se-á: te artigo não elidem a aplicação das penalidades
I - por solicitação do cadastrado; impostas por infrações estabelecidas neste Código,
II - quando for atribuída ao cadastrado pontuação possuindo caráter complementar a estas.
por infração;
III - quando o cadastrado tiver o direito de dirigir Veja que as medidas administrativas são comple-
suspenso; mentares às penalidades. É possível aplicar pena-
IV - quando a Carteira Nacional de Habilitação do lidade sem aplicar a medida administrativa, não
cadastrado estiver cassada ou com validade venci- prejudicando a regularidade do auto de infração, con-
da há mais de 30 (trinta) dias; forme a resolução n° 561 de 2015. 147
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§ 3° São documentos de habilitação a Carteira O veículo com um condutor regularmente habi-
Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir. litado é liberado para regularização. Após sanada
§ 4° Aplica-se aos animais recolhidos na forma do a irregularidade, o condutor, munido do seu recibo,
inciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. comparece ao local predeterminado e apresenta a
irregularidade resolvida e recebe de volta o documen-
Os animais abandonados nas vias poderão ser reco- to que ficou retido (CRLV).
lhidos e, inclusive, leiloados, se for o caso, conforme
art. 271, X do CTB. Os veículos apreendidos ou removi- § 4° Não se apresentando condutor habilitado no
dos a qualquer título e os animais não reclamados por local da infração, o veículo será removido a depó-
seus proprietários, dentro do prazo de noventa dias, sito, aplicando-se neste caso o disposto no art. 271.
serão levados à hasta pública, deduzindo-se, do valor (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
arrecadado, o montante da dívida relativa a multas, § 5º A critério do agente, não se dará a retenção
tributos e encargos legais, e o restante, se houver, será imediata, quando se tratar de veículo de trans-
depositado na conta do ex-proprietário, na forma da porte coletivo transportando passageiros ou
lei, conforme art. 328 do CTB. veículo transportando produto perigoso ou pere-
cível, desde que ofereça condições de segurança
§ 5° No caso de documentos em meio digital, as para circulação em via pública.
medidas administrativas previstas nos incisos III, § 6° Não efetuada a regularização no prazo a que se
IV, V e VI do caput deste artigo serão realizadas por refere o § 2°, será feito registro de restrição admi-
nistrativa no Renavam por órgão ou entidade exe-
meio de registro no Renach ou Renavam, conforme
cutivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
o caso, na forma estabelecida pelo CONTRAN. (Lei
que será retirada após comprovada a regulariza-
n° 14.071 de 2020)
ção. (Incluído pela Lei n° 13.160, de 2015)
Remoção do Veículo
86
adulteração;
86
desse de recebê-la será considerada recebida para lo”. Não é um documento de porte obrigatório.
st
notificação será feita por edital. (Incluído pela Lei Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licen-
st
§ 9° Não caberá remoção nos casos em que a irre- casos previstos neste Código, quando:
gularidade for sanada no local da infração. (Lei n° I - houver suspeita de inautenticidade ou
14.071 de 2020) adulteração;
§ 10 O pagamento das despesas de remoção e estada II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
será correspondente ao período integral, contado
III - no caso de retenção do veículo, se a irregulari-
em dias, em que efetivamente o veículo permanecer
dade não puder ser sanada no local.
em depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses.
(Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
LEGISLAÇÕES
O CONTRAN disciplina o assunto por meio da Reso- LEI N° 11.340, 7 DE AGOSTO DE 2006
lução n° 432 de 2013. (LEI MARIA DA PENHA)
Art. 277 O condutor de veículo automotor envol- A Lei nº 11.340, de 2006, amplamente conhecida
vido em acidente de trânsito ou que for alvo de fis- por Lei Maria da Penha, nasceu por força de uma
calização de trânsito poderá ser submetido a teste, recomendação ao Brasil, feita pela Comissão de Direi-
exame clínico, perícia ou outro procedimento que, tos Humanos da Organização dos Estados Americanos
por meios técnicos ou científicos, na forma disci- (CIDH/OEA), no sentido de criar mecanismos para coi-
plinada pelo CONTRAN, permita certificar influên-
bir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
cia de álcool ou outra substância psicoativa que
determine dependência. (Redação dada pela Lei n° A Lei Maria da Penha tem essa denominação em
12.760, de 2012) homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, uma
§ 1° (Revogado). (Redação dada pela Lei n° 12.760, farmacêutica-bioquímica cearense, que sobreviveu a
8
§ 2° A infração prevista no art. 165 também poderá do: a primeira, com um tiro nas costas que a deixou
77
ser caracterizada mediante imagem, vídeo, cons- paraplégica, e a segunda, por eletrocussão no chuvei-
.7
tatação de sinais que indiquem, na forma disci- ro. Após 20 anos sem que houvesse o julgamento do
86
plinada pelo CONTRAN, alteração da capacidade agressor, Maria da Penha recorreu à CIDH/OEA, que
.8
administrativas estabelecidas no art. 165-A deste uma legislação protetiva contra a violência doméstica
e familiar contra a mulher.
st
2016)
st
Veja que qualquer cidadão pode ser convidado a sobre outros dispositivos legais, conforme veremos.
assoprar o etilômetro (bafômetro), mesmo que não A Lei Maria da Penha foi inovadora em muitos
esteja envolvido em acidente de trânsito. A tolerân- aspectos.
cia, hoje, é zero! Inclusive, é possível a autuação e pri-
são do cidadão que apresente sinais de embriaguez Principais Inovações da Lei Maria da Penha, Lei nº
(agressividade, sonolência, fala enrolada), embora 11.340, de 2006
possa haver a recusa do teste de etilômetro.
z Tipificou e definiu a violência doméstica e familiar
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, contra a mulher (art. 5º);
não submetendo veículo à pesagem obrigatória nos
z Definiu as formas de violência doméstica e fami-
pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a
liar contra a mulher: física, psicológica, sexual,
penalidade prevista no art. 209, além da obrigação
de retornar ao ponto de evasão para fim de pesa- patrimonial e moral (art. 7º);
gem obrigatória. z Determinou que a violência doméstica contra a
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor mulher independe de classe, raça, etnia, orienta-
à ação policial, a apreensão do veículo dar-se-á ção sexual, renda, cultura, nível educacional, ida-
150 tão logo seja localizado, aplicando-se, além das de e religião (art. 2º e art. 5º);
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Determinou que a renúncia à representação só z Vítima mulher;
pode ser feita em audiência especialmente desig- z Violência praticada nos termos do art. 5º da Lei nº
nada para tal finalidade (art. 16); 11.340, de 2006.
z Nos casos de violência doméstica e familiar contra
a mulher, proibiu as penas de prestação de cesta
básica ou outra prestação pecuniária, assim como Importante!
a possibilidade da substituição da pena pelo paga-
mento isolado de multa (art. 17); Em 5 de abril de 2022, a 6ª Turma do Superior
z Garantiu às mulheres em situação de violência Tribunal de Justiça firmou entendimento que a
doméstica e familiar o acesso à Defensoria Pública Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) é aplicá-
ou à Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da vel quando a vítima é mulher trans. No Julga-
lei, tanto em sede policial quanto judicial, devendo mento do Resp. 1.977.124, o STJ interpretou que
o tratamento ser específico e humanizado (art. 28); a proteção prevista no art. 5º, da Lei Maria da
z Possibilitou ao juiz o decreto de prisão preventiva Penha, se aplica ao gênero feminino (mulheres,
do agressor quando houver riscos à integridade crianças, jovens, adultas ou idosas e, também as
física ou psicológica da vítima (art. 20); trans) e não se baseia apenas no sexo biológico.
z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de Com tal decisão, portanto, a mulher trans deve
urgência que obrigam o agressor (art. 22), dentre ser considerada sujeito passivo para os termos
elas a suspensão da posse ou restrição do porte de da proteção integral prevista na Lei nº 11.340,
armas do agressor, assim como seu afastamento de 2006.
do lar e a proibição da aproximação e do contato;
Vale lembrar este assunto tem relevância não só
z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de
para o estudo da legislação penal especial mas,
urgência à ofendida (art. 23), dentre as quais o enca-
minhamento para programa de proteção; a recondu- também, para o estudo da criminologia, uma
ção ao domicílio após o afastamento do agressor etc. vez que se relaciona com a criminologia queer
(teoria que inclui nos estudos criminológicos os
Vamos então analisar os pontos mais relevantes da diversos tipos de violência cometidos contra as
Lei Maria da Penha. populações queer – lésbicas, gays, bissexuais
e transexuais, entre outras, que não sigam o
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A padrão normativo vigente).
MULHER
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violên- Veja que a incidência da Lei Maria da Penha inde-
cia doméstica e familiar contra a mulher qualquer pende da orientação sexual dos envolvidos, ou seja,
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause numa relação homoafetiva feminina haverá a apli-
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológi- cação dos dispositivos da Lei nº 11.340, de 2006. Em
co e dano moral ou patrimonial: relações homoafetivas masculinas não há previsão de
I - no âmbito da unidade doméstica, compreen- incidência da Lei Maria da Penha.
8
-2
dida como o espaço de convívio permanente de Vale ressaltar que o homem pode ser vítima de vio-
77
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as lência doméstica e familiar porém, não será aplicado a
esporadicamente agregadas;
.7
II - no âmbito da família, compreendida como a Conforme o art. 6º, a violência doméstica e fami-
comunidade formada por indivíduos que são ou se
.8
consideram aparentados, unidos por laços natu- lação dos direitos humanos:
rais, por afinidade ou por vontade expressa;
-1
direitos humanos.
Parágrafo único. As relações pessoais enuncia-
gu
sexual.
av
De acordo com art. 5º, não visa tratar de qualquer 11.340, de 2006:
gu
Em relação às formas de violência, previstas no Art. 10-A É direito da mulher em situação de vio-
art. 7º, vale uma leitura mais cuidadosa, uma vez lência doméstica e familiar o atendimento policial e
que a banca pode exigir a letra da lei. pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino -
Veja o esquema abaixo com as cinco formas de vio- previamente capacitados.
lência doméstica e familiar contra a mulher, acompa- § 1º A inquirição de mulher em situação de violên-
nhadas de alguns exemplos. cia doméstica e familiar ou de testemunha de vio-
lência doméstica, quando se tratar de crime contra
z Violência física a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:
I - salvaguarda da integridade física, psíquica
Qualquer conduta que ofenda a integridade ou e emocional da depoente, considerada a sua con-
a saúde corporal da mulher: dição peculiar de pessoa em situação de violência
Exemplos: tapas, socos, espancamento, atirar obje- doméstica e familiar;
tivos, apertar os braços, estrangular, lesionar com II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a
objetos como facas ou armas de fogo, queimar. mulher em situação de violência doméstica e
familiar, familiares e testemunhas terão con-
8
-2
Qualquer conduta que cause dano emocional e III - não revitimização da depoente, evitando
86
diminuição da autoestima, entre outras formas sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos
.8
pessoas ou parentes), vigilância constante. delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferen-
st
Qualquer conduta que atinja os direitos sexuais mentos próprios e adequados à idade da mulher em
st
Exemplos: estupro (inclusive entre marido e munha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;
mulher), impedir o uso de anticoncepcionais, II - quando for o caso, a inquirição será interme-
forçar a abortar, obrigar a se prostituir. diada por profissional especializado em violência
doméstica e familiar designado pela autoridade
z Violência patrimonial judiciária ou policial;
III - o depoimento será registrado em meio eletrôni-
Qualquer qualquer conduta que configure co ou magnético, devendo a degravação e a mídia
retenção, subtração, destruição parcial ou integrar o inquérito.
total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos O art. 10-A cuida do atendimento da vítima, que
ou recursos econômicos: deve ser feito pelos policiais e peritos especializados,
Exemplos: apropriar-se do salário, controlar o que deve ser prestado de forma ininterrupta e por
dinheiro, destruir documentos pessoais, causar servidores previamente capacitados, preferencial-
danos a objetos dos quais a vítima goste. mente do sexo feminino. A mulher vítima de violência
doméstica deve ser acolhida, protegida e respeitada
152 no ambiente policial.
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Art. 11 No atendimento à mulher em situação de III - proibição de determinadas condutas, entre
violência doméstica e familiar, a autoridade poli- as quais:
cial deverá, entre outras providências: a) aproximação da ofendida, de seus familia-
I - garantir proteção policial, quando necessário, res e das testemunhas, fixando o limite mínimo
comunicando de imediato ao Ministério Público e de distância entre estes e o agressor;
ao Poder Judiciário; b) contato com a ofendida, seus familiares e tes-
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou pos- temunhas por qualquer meio de comunicação;
to de saúde e ao Instituto Médico Legal; c) frequentação de determinados lugares a fim
III - fornecer transporte para a ofendida e de preservar a integridade física e psicológica da
seus dependentes para abrigo ou local seguro, ofendida;
quando houver risco de vida; IV - restrição ou suspensão de visitas aos
IV - se necessário, acompanhar a ofendida dependentes menores, ouvida a equipe de aten-
para assegurar a retirada de seus pertences dimento multidisciplinar ou serviço similar;
do local da ocorrência ou do domicílio familiar; V - prestação de alimentos provisionais ou
V - informar à ofendida os direitos a ela confe- provisórios.
ridos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclu-
VI – comparecimento do agressor a programas
sive os de assistência judiciária para o eventual
de recuperação e reeducação; e (Incluído pela
ajuizamento perante o juízo competente da ação
Lei nº 13.984, de 2020)
de separação judicial, de divórcio, de anulação de
VII – acompanhamento psicossocial do agres-
casamento ou de dissolução de união estável.
sor, por meio de atendimento individual e/ou em
grupo de apoio.
Ainda em relação à atuação do Delegado de Polí-
cia, devemos observar dois pontos importantes: a
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
representação pela prisão preventiva e o afastamento
(arts. 23 e 24)
do agressor do lar pela autoridade policial.
Em relação à prisão preventiva, conforme dispõe o
Art. 23 Poderá o juiz, quando necessário, sem pre-
art. 20, pode ser concedida em qualquer fase do inqué-
juízo de outras medidas:
rito policial ou da instrução criminal, sendo decretada
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a
de ofício pelo juiz, a requerimento do MP ou mediante
programa oficial ou comunitário de proteção ou de
representação da autoridade policial.
atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA seus dependentes ao respectivo domicílio, após
afastamento do agressor;
As medidas protetivas de urgência encontram-se III - determinar o afastamento da ofendida do lar,
previstas na Lei Maria da Penha à partir do art. 18. sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda
Os pontos mais relevantes no que diz respeito às dos filhos e alimentos;
medidas protetivas são: IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofen-
8
z Podem ser concedidas pelo juiz, a requerimento do dida em instituição de educação básica mais próxi-
-2
z Tem o prazo de até 48 horas após o recebimento essa instituição, independentemente da existência de
.7
pelo juiz para serem concedidas, mas podem ser vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
86
z Podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulati- sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
39
va, podendo ser substituídas, caso necessário; particular da mulher, o juiz poderá determinar,
-1
z A intimação ou notificação ao agressor não pode liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
o
ser entregue pela vítima (fato que era muito I - restituição de bens indevidamente subtraídos
av
duas categorias: as medidas protetivas de urgência de em comum, salvo expressa autorização judicial;
av
que obrigam o agressor (art. 22) e as medidas proteti- III - suspensão das procurações conferidas pela
st
A Lei nº 11.340, de 2006 optou por listar nos men- IV - prestação de caução provisória, mediante depó-
cionados artigos algumas medidas (mais comuns) sito judicial, por perdas e danos materiais decor-
rentes da prática de violência doméstica e familiar
fazendo a ressalva que outras podem ser tomadas. Veja
contra a ofendida.
abaixo quais são as medidas que a lei elenca (a lista é
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório
aberta, pode ser acrescida de outras), lembrando que
competente para os fins previstos nos incisos II e
podem ser aplicadas em conjunto ou separadamente.
III deste artigo.
LEGISLAÇÕES
A adoção deste dispositivo foi uma forma de O Estatuto do Idoso é dividido em 7 (sete) partes:
emprestar maior força à aplicação das medidas pro-
tetivas. Merece destaque o fato desse crime somente z Disposições Preliminares: estabelece os concei-
ser afiançável pelo juiz, afastando a hipótese de fiança tos iniciais e as regras de interpretação;
pelo Delegado de Polícia. z Direitos Fundamentais: elenca e disciplina os
Por fim, cabe destacar o que prevê o art. 41 da Lei direitos à vida, à liberdade, ao respeito e à dignida-
nº 11.340, de 2006: de, aos alimentos, à saúde, à educação, a cultura,
esporte e lazer, à profissionalização e ao trabalho,
Art. 41 Aos crimes praticados com violência domés-
à previdência social, à assistência social, à habita-
tica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 ção e ao transporte;
de setembro de 1995. z Medidas de Proteção: cuida dos meios de prote-
ção sempre que os direitos fundamentais dos ido-
Tendo em vista a gravidade dos crimes cometidos sos forem ameaçados ou violados;
contra a mulher nas situações da Lei Maria da Penha, z Política de Atendimento ao Idoso: disciplina
o legislador optou por afastar a incidência da Lei nº as linhas de ação da política de atendimento, as
9.099, de 1995, Lei dos Juizados Especiais, que benefi- entidades de atendimento ao idoso, os meios de
ciaria o agressor em vários aspectos. fiscalização dessas entidades, as infrações admi-
nistrativas, a apuração administrativa de infração
às normas de proteção ao idoso e a apuração judi-
8
(ESTATUTO DO IDOSO)
86
soas idosas;
sais, por serem inerentes à condição de pessoa, houve
-1
proteção especial não tem, como objetivo, relativizar consideração apenas a idade biológica da pessoa,
as peculiaridades sociais e culturais de determina- descartando qualquer outro critério para apuração,
do grupo, mas sim aumentar o alcance de proteção como o físico e o psicológico, por exemplo.
dos direitos humanos em razão das particularidades Importante: embora o Estatuto fixe a idade de 60
existentes. anos ou mais, isso não impede que outras leis fixem
Nesta ótica, a Constituição Federal de 1988 deu idades distintas, desde que estas não se refiram, exa-
amparo aos direitos da pessoa idosa, ao estabelecer tamente, à pessoa idosa, ou seja, devem ter relação
que compete aos filhos o dever de prestar auxílio e apenas com a idade e não com o fato de a pessoa ser
amparo aos pais na velhice, carência e enfermidade idosa. São exemplos importantes:
(art. 229), bem como é dever da família, da sociedade
e do Estado prestar assistência ao idoso, de modo a z 65 (sessenta e cinco) anos para ter direito ao bene-
garantir sua participação na comunidade, asseguran- fício do transporte coletivo público gratuito,
do-lhe o direito à vida, à dignidade e ao bem estar. conforme a Constituição;
Em razão dessa proteção constitucional, foi elabo- z 65 (sessenta e cinco) anos para ter direito ao Bene-
rada a Política Nacional do Idoso por meio da Lei nº fício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgâ-
154 8.842, de 1994. No entanto, o sistema de proteção da nica da Assistência Social;
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z 70 (setenta) anos, na data da sentença, para redu-
zir pela metade o prazo prescricional, conforme
o Código Penal.
Maior Prioridade
prioridade
O art. 2º é uma regra de interpretação extre- 60 anos ou
mamente importante, pois, mesmo tendo o Esta- 80 anos ou mais
mais
tuto o objetivo de trazer um sistema de proteção
específica para o idoso, ele não exclui a aplicação de
outras regras inerentes a todas as pessoas. Explican-
do melhor: os sistemas de proteção geral (aplicável Os arts. 4º e 5º, do Estatuto, prosseguem trazendo
a todas as pessoas) e o especial (aplicável a pessoas direitos protetivos ao idoso, afirmando que estas pes-
determinadas em razão de peculiaridades) não são soas não poderão sofrer qualquer tipo de negligência,
dicotômicos. Na realidade, eles se complementam. discriminação ou violência, e que a inobservância das
Como consequência, não é porque existe um sistema normas de prevenção terá como consequência a res-
de proteção próprio ao idoso que este será excluído da ponsabilização da pessoa física ou jurídica, em con-
proteção trazida pela Constituição Federal, por exem- formidade com o estabelecido em lei.
plo, no que tange aos direitos e garantias individuais O art. 6º, do Estatuto, por sua vez, apresenta o
e coletivos. Portanto, as pessoas idosas possuem todos instituto da delatio criminis (comunicação do crime).
os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, Trata-se da possibilidade de qualquer pessoa levar ao
sem prejuízo, porém, da proteção integral do Estatuto, conhecimento das autoridades públicas qualquer for-
que é mais específica e leva em consideração as pecu- ma de violação ao Estatuto.
liaridades desse grupo. Já o art. 7º remete à Lei nº 8.842, de 1994, que tra-
Neste mesmo sentido, está o art. 3º do Estatuto, ta sobre a Política Nacional do Idoso, dizendo que a
que deixa claro o caráter complementar do sistema responsabilidade por zelar pelo cumprimento dos
de proteção ao reafirmar que o idoso possui, além dos direitos dos idosos cabe aos Conselhos Nacionais,
direitos intrínsecos a todas as pessoas, um sistema Estaduais, Distritais e Municipais do Idoso.
próprio de proteção. O parágrafo primeiro apresenta Com relação aos Direitos Fundamentais, estes estão
as diversas garantias deste sistema especial de prote- elencados nos arts. 8º ao 42, do Estatuto, de modo a esta-
ção. São elas: belecer as diretrizes a respeito dos direitos à vida, à
liberdade, ao respeito e à dignidade, aos alimentos, à
Art. 3° [...] saúde, à educação, cultura, ao esporte e lazer, à pro-
I - atendimento preferencial imediato e indi- fissionalização e ao trabalho, à previdência social, à
vidualizado junto aos órgãos públicos e privados assistência social, à habitação e ao transporte.
prestadores de serviços à população; O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 8º
II - preferência na formulação e na execução de e 9º. Trata-se do direito de maior importância, pois é
políticas sociais públicas específicas; dele que decorrem os demais direitos. Como a vida é
inviolável, envelhecer de forma digna é uma conse-
8
cos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; quência e um direito personalíssimo, cuja proteção é
77
IV - viabilização de formas alternativas de um direito social. Além disso, é dever do Estado garan-
.7
participação, ocupação e convívio do idoso com as tir aos idosos a proteção não só à vida, como também
86
V - priorização do atendimento do idoso por sua públicas que possam permitir o envelhecimento sau-
39
lar, exceto dos que não a possuam ou careçam de Os direitos à liberdade, ao respeito e à dignida-
o
humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na a garantia desses direitos. A pessoa idosa é sujeita de
gu
prestação de serviços aos idosos; direitos civis, políticos, individuais e sociais, sendo
o
VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam dever de todas as pessoas zelarem por sua dignida-
av
a divulgação de informações de caráter educativo de, colocando-a a salvo de qualquer tratamento tido
st
Art. 15 [...]
I - cadastramento da população idosa em base territorial;
II - atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III - unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social;
IV - atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de
se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucra-
tivos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;
V - reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da saúde.
O Estatuto estabelece, no § 2º, do art. 15, a responsabilidade do Poder Público em fornecer gratuitamente aos
idosos medicamentos (como os de uso continuado), próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento,
habilitação ou reabilitação, bem como de assegurar aos idosos enfermos o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de
saúde, contratado ou conveniado, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos
sociais e de isenção tributária (§ 6º, art. 15).
Além disso, aos maiores de oitenta anos, o atendimento é preferencial aos demais idosos, salvo nos casos
de emergência (§ 7º, art. 15). O Estatuto assegura, também, ao idoso internado o direito a acompanhante, deven-
do o órgão de saúde disponibilizar as condições adequadas a sua permanência em tempo integral (art. 16). Ele
estabelece, ainda, algumas vedações, como: a discriminação dos idosos nos planos de saúde (cobrança de valores
diferenciados em razão da idade), a exigência do idoso enfermo comparecer perante os órgãos públicos etc. (§§
3º e 5º, art. 15).
Vale frisar que, o idoso tem o direito de optar pelo tratamento de saúde que considere mais favorável (art. 17).
8
Quando o idoso não puder optar pelo tratamento que lhe seja mais favorável, isso será feito (§ único, art. 17):
-2
77
.7
II - pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em tempo hábil;
.8
III - pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
39
familiar;
-1
IV - pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato
ao Ministério Público.
o
av
st
Ademais, o Estatuto determina que, em casos de violência praticada contra o idoso (suspeita ou confir-
gu
mação), os serviços de saúde públicos e privados deverão notificar compulsoriamente à autoridade sanitária e
comunicar qualquer um dos seguintes órgãos: autoridade policial, Ministério Público, Conselho Municipal do
o
av
Os arts. 20 a 25 disciplinam o direito à educação, cultura, esporte e lazer, de modo a respeitar sua peculiar
condição de idade. Para tanto, cabe ao Poder Público criar as oportunidades de acesso, adequando currículos,
metodologias e material didático aos programas educacionais destinados aos idosos (art. 21). Para que a partici-
pação dos idosos nas atividades culturais e de lazer ocorra adequadamente, o Estatuto estabelece descontos de,
pelo menos, 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais (art. 23).
156
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O direito à profissionalização e ao trabalho encon- Ademais, desconto de 50% (cinquenta por cento),
tra-se previsto nos arts. 26 a 28 do Estatuto. Trata-se no mínimo, no valor das passagens para os idosos que
do direito ao exercício de atividade profissional, em excederem as vagas gratuitas com renda igual ou infe-
respeito as suas condições físicas, intelectuais e psí- rior a 2 (dois) salários-mínimos (art. 40).
quicas, de modo a vedar a discriminação e a fixação de O Estatuto, no art. 41, também assegura ao idoso a
limite máximo de idade, inclusive para concursos públi- reserva de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacio-
cos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo namentos públicos e privados, posicionadas de forma
o exigir (art. 27). Ressalta-se, inclusive, que o primeiro a garantir a melhor comodidade ao idoso, nos termos
critério de desempate em concurso público é o crité- de legislação local, além de prioridade à segurança
rio etário, dando-se preferência ao de idade mais eleva- nos procedimentos de embarque e desembarque nos
da (§ único, art. 27). veículos do sistema de transporte coletivo.
Os arts. 29 a 32 disciplinam o direito à Previ- Para ajudar na assimilação do tema, organizamos
dência Social, de maneira que, para a concessão essa parte do conteúdo em tópicos:
dos benefícios de aposentadoria e pensão do Regime
Geral da Previdência Social, deve-se observar os crité- z Maior que 65 anos:
rios de cálculo que preservem o valor real dos salários
sobre os quais incidiram contribuição, garantindo-lhes Gratuidade dos transportes coletivos públicos
o devido reajuste (§ único, art. 29). urbanos e semi-urbanos;
O direito à Assistência Social, assim como o Reserva de 10% dos assentos nos transportes
direito à Previdência Social, integra o subsistema
coletivos.
da Seguridade Social e faz parte do rol dos direitos
sociais previstos no art. 6º, da Constituição Federal.
z Entre 60 e 65 anos:
No Estatuto, ele se encontra previsto nos arts. 33 a
36, garantindo o direito dos idosos que não possuam
Legislação local disporá sobre as condições
meios para prover sua subsistência (diretamente ou
para exercício da gratuidade nos meios de
por familiar), a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, ao
transporte.
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo (benefício
de prestação continuada, estabelecido na Lei Orgâni-
ca da Assistência Social — BPC/LOAS). z Estacionamentos públicos e privados:
Os arts. 37 e 38 tratam do direito à habitação, ou
seja, a moradia digna em família, natural ou substitu- Reserva de 5% (cinco por cento) das vagas, as
ta, desacompanhado (quando o idoso assim o desejar) quais deverão ser posicionadas de forma a
ou, ainda, em instituição pública ou privada. garantir a melhor comodidade ao idoso.
Além disso, a pessoa idosa goza de prioridade na
aquisição de moradia própria nos programas habita- z Transporte coletivo interestadual:
cionais (públicos ou subsidiados com recursos públi-
cos), observando, para tanto, o seguinte (art. 38): Legislação local disporá sobre as condições
para exercício da gratuidade nos meios de
8
-2
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das Desconto de 50%, no mínimo, no valor das pas-
.7
unidades habitacionais residenciais para atendi- sagens, para os idosos que excederem as vagas
86
III - eliminação de barreiras arquitetônicas e urba- Com relação às medidas de proteção, estas estão
o
nos serviços seletivos e especiais, quando prestados Caso ocorra ameaça ou violação, cabe ao Minis-
paralelamente aos serviços regulares aos maiores de tério Público ou ao Poder Judiciário, a requerimento
65 (sessenta e cinco) anos (art. 39), bastando apresen- daquele, determinar algumas medidas, entre as quais
tar qualquer documento pessoal que faça prova de se destacam (art. 45):
sua idade (§ 1º, art. 39). Para tanto, de acordo com o
Art. 45 [...]
§ 2º, do art. 39, devem ser reservados 10% (dez por
I - encaminhamento à família ou curador, mediante
cento) dos assentos para os idosos (identificados com
LEGISLAÇÕES
termo de responsabilidade;
a placa de reservado, preferencialmente, para idosos).
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
Aos idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) III - requisição para tratamento de sua saúde, em
anos incompletos, ficará a critério da legislação local a regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
concessão ou não da gratuidade (§ 3º, art. 39). IV - inclusão em programa oficial ou comunitário de
No caso de transporte coletivo interestadual, este auxílio, orientação e tratamento de usuários depen-
deve estabelecer (nos termos da legislação específi- dentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou
ca) a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veícu- à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
lo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) V - abrigo em entidade;
salários-mínimos. VI - abrigo temporário. 157
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Estatuto dispõe acerca das medidas específicas VII - oferecer acomodações apropriadas para rece-
de proteção, que podem ser aplicadas, isolada ou bimento de visitas;
cumulativamente, levando em conta os fins sociais a VIII - proporcionar cuidados à saúde, conforme a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos fami- necessidade do idoso;
liares e comunitários (art. 44). IX - promover atividades educacionais, esportivas,
No que se refere à política de atendimento ao culturais e de lazer;
idoso, de acordo com o art. 46, esta será feita por X - propiciar assistência religiosa àqueles que dese-
meio do conjunto articulado de ações governamentais jarem, de acordo com suas crenças;
XI - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
e não governamentais dos entes federativos (União,
XII - comunicar à autoridade competente de saú-
estados, Distrito Federal e municípios), tendo em vista
de toda ocorrência de idoso portador de doenças
as seguintes linhas de atendimento:
infecto-contagiosas;
XIII - providenciar ou solicitar que o Ministério
Art. 47 [...] Público requisite os documentos necessários ao
I - políticas sociais básicas, previstas na Lei nº 8.842, exercício da cidadania àqueles que não os tiverem
de 4 de janeiro de 1994; na forma da lei;
II - políticas e programas de assistência social, em XIV - fornecer comprovante de depósito dos bens
caráter supletivo, para aqueles que necessitarem; móveis que receberem dos idosos;
III - serviços especiais de prevenção e atendimento XV - manter arquivo de anotações onde constem
às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, data e circunstâncias do atendimento, nome do
abuso, crueldade e opressão; idoso, responsável, parentes, endereços, cida-
IV - serviço de identificação e localização de paren- de, relação de seus pertences, bem como o valor
tes ou responsáveis por idosos abandonados em de contribuições, e suas alterações, se houver, e
hospitais e instituições de longa permanência; demais dados que possibilitem sua identificação e
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa a individualização do atendimento;
dos direitos dos idosos;
XVI - comunicar ao Ministério Público, para as pro-
VI - mobilização da opinião pública no sentido da
vidências cabíveis, a situação de abandono moral
participação dos diversos segmentos da sociedade
ou material por parte dos familiares;
no atendimento do idoso.
XVII - manter no quadro de pessoal profissionais
com formação específica.
Assim como as políticas de atendimento, as enti-
dades de atendimento, que são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, deverão obser- Importante!
var as normas de planejamento e execução da Lei nº
8.842, de 1994 (Política Nacional do Idoso) (art. 48). Se a entidade descumprir as determinações
Cumpre mencionar que as entidades governamen- que constam no art. 50, ficará sujeita à pena de
tais e não governamentais de atendimento ao idoso multa. Se o fato constituir em crime, pode haver,
serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministé- ainda, a interdição do estabelecimento até que
rio Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em sejam cumpridas as exigências legais e os ido-
lei (§ único, art. 48). sos serão transferidos para outra instituição
8
-2
Para efetivação da proteção, o Estatuto do Idoso (os custos serão arcados pelo estabelecimento
77
INFRAÇÕES
.8
da relação com o descumprimento das seguintes obri- infração, que ocorre quando se deixa de cumprir
st
Aplicação subsidiária
Lavratura � Apresentação de
das Leis n° 6.437, de
24 horas da infração defesa
1977 e 9.784, de 1999
Por fim, o procedimento de apuração judicial da irregularidade, quer em entidade governamental, quer em
entidade não governamental de atendimento ao idoso, iniciará mediante petição fundamentada de pessoa inte-
ressada ou iniciativa do Ministério Público (art. 65). É cabível a liminar para afastamento provisório do dirigente
da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão
fundamentada depois de ouvido o Ministério Público (art. 66).
O dirigente da entidade deverá ser citado para oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias, podendo,
inclusive, juntar documentos e indicar as provas a produzir (art. 67). Após a apresentação da defesa, o juiz desig-
nará audiência de instrução e julgamento e deliberará sobre a necessidade de produção de outras provas (art. 68).
As alegações finais deverão ser prestadas pelas partes e pelo Ministério Público em 5 (cinco) dias, salvo manifes-
tação em audiência. Caso ocorra o afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental,
o juiz oficiará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, dando-lhe prazo de 24 (vinte e
quatro) horas para proceder à substituição (§§ 1º e 2º, art. 68).
No que se refere à parte atinente ao Acesso à Justiça, o Estatuto estabelece que se aplique, subsidiariamente,
o procedimento sumário, previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos no
Estatuto (art. 69). Assegura, ainda, prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos
atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, em qualquer instância (art. 71). Caso o idoso possua mais de oitenta anos, a ele será dada priori-
dade especial (§ 5º, art. 71).
Dica
8
A prioridade de tramitação não encerra com a morte do idoso, estendendo-se em favor do cônjuge ou com-
-2
CRIMES
.8
39
O Estatuto disciplina os crimes contra os idosos nos arts. 96 a 108. Antes, porém, estabelece três regras impor-
-1
tantes de interpretação:
o
av
Aplicação subsidiária da Lei nº 7.347, Aplicação do procedimento previs- Os crimes trazidos pelo Estatuto são
gu
de 1985 (Lei de Ação Civil Pública) no to na Lei nº 9.099, de 1995 (Lei dos de Ação Penal Pública Incondiciona-
o
que couber Juizados Especiais) aos crimes cuja da, ou seja, compete ao Ministério
av
Embora o Estatuto do Idoso estabeleça o rito sumaríssimo do juizado aos crimes cuja pena máxima privativa
de liberdade não exceda 4 (quatro) anos, a transação penal, que é medida despenalizadora, só é cabível aos crimes
de menor potencial ofensivo, ou seja, cuja pena máxima não ultrapasse 2 (dois) anos. Entende-se por transação
penal o acordo entre o acusado (autor do fato) e o Ministério Público, por meio do qual este último submete o acu-
LEGISLAÇÕES
sado ao cumprimento de determinada medida alternativa, com o objetivo de evitar a instauração de um processo,
sem, contudo, ocorrer a admissão de culpa.
Os arts. 181 e 182, do Código Penal, tratam de hipóteses de imunidade absoluta (art. 181) e relativa (art. 182).
Vejamos:
Art. 181 (CP) É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: 159
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I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; O parágrafo segundo traz uma hipótese de causa
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; de aumento de pena. Trata-se do fato de o agente que
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. pratica uma das condutas elencadas ser o responsável
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação
Portanto, qualquer crime praticado contra o idoso (idoso). O aumento de 1/3 da pena decorre da proxi-
(de caráter patrimonial ou não, com ou sem violência midade e do dever de cuidado para com a pessoa ido-
ou grave ameaça) é de ação pública incondicionada. sa. São exemplos: filhos, netos, curadores, cuidadores,
Salienta-se, por necessário, que o próprio art. 183, entre outros.
do Código Penal, já trazia essa previsão do art. 95, do
Estatuto, de forma expressa, ou seja, vedava a apli- Dica
cação da imunidade trazida pelos arts. 181 e 182, do
Código Penal, quando o crime é praticado contra pes- Embora a conduta do parágrafo segundo seja
soa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. mais reprovável que as anteriores, a ele também
Voltando ao Estatuto do Idoso, vamos, agora, ao são aplicadas as medidas despenalizadoras da
estudo dos crimes em espécie: Lei nº 9.099, de 1995, por se tratar de uma infra-
ção de menor potencial ofensivo (pena máxima
Art. 96 Discriminar pessoa idosa, impedindo ou inferior a dois anos).
dificultando seu acesso a operações bancárias,
aos meios de transporte, ao direito de contratar ou É de suma importância ressaltar as alterações
por qualquer outro meio ou instrumento necessá- recentes realizadas pela Lei nº 14.181, de 2021, conhe-
rio ao exercício da cidadania, por motivo de idade: cida por Lei do Superendividamento, que alterou dis-
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e positivos do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 2003)
multa. e do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de
1990), objetivando melhor disciplinar a sistemática de
Um ponto importante, nesse dispositivo, é rela- crédito ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o
tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como tratamento do superendividamento. Veja o que dispõe
discriminação toda distinção, exclusão ou restrição o § 3º, do art. 96, do Estatuto:
baseada na idade da vítima do delito. Aqui, o agente
(autor do fato) cria empecilhos (dificulta ou impede) Art. 96 [...]
seu acesso a operações bancárias, aos meios de trans- § 3º Não constitui crime a negativa de crédito
porte, ao direito de contratar ou ao exercício de sua motivada por superendividamento do idoso.
cidadania.
Cumpre esclarecer que a expressão “meios de O art. 96, do Estatuto do Idoso, prevê em seu caput
transporte”, trazida pelo Estatuto, é bem ampla, por como crime, entre outras condutas, impedir ou difi-
envolver todos os meios de transporte aéreos, terres- cultar o acesso da pessoa idosa a operações bancárias
tres, marítimos, sejam eles individuais ou coletivos, (como, por exemplo, negar um empréstimo a uma pes-
públicos ou privados. soa pelo simples fato dela estar com 60 anos ou mais).
Antes da alteração, muitas instituições financeiras
8
-se da faculdade legal de celebração dos negócios jurí- acabavam por conceder empréstimos para idosos já
77
dicos. Já a expressão “exercício da cidadania” guarda endividados e sem capacidade financeira suficiente,
.7
relação com tudo aquilo ligado ao status de indivíduo, com receio de serem penalizadas por negar o crédito.
86
ou seja, ao pleno gozo dos direitos políticos e civis. A inclusão do § 3º traz segurança para que as insti-
.8
O crime tipificado no art. 96, do Estatuto, é um tuições financeiras neguem crédito a fim de evitar o
39
crime comum, isto é, que pode ser praticado por superendividamento do idoso.
-1
qualquer pessoa, não exigindo qualidade especial do Os arts. 97, 98 e 99, do Estatuto, tratam, em síntese,
o
autor do delito. Porém, exige-se que a prática do crime da proteção à saúde física e psíquica do idoso. Compe-
av
tenha um especial fim: que a intenção seja motivada te a eles disciplinar as formas de violência que aten-
st
pela idade (dolo em razão da idade). tem contra a saúde do idoso, ou seja, aquelas que, por
gu
lhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por Art. 97 Deixar de prestar assistência ao idoso,
gu
Pena - reclusão, de um a cinco anos. pena será reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
77
.7
86
Lesão Corporal Gravíssima Art. 100 Constitui crime punível com reclusão de 6
(seis) meses a 1 (um) ano e multa:
.8
39
§ 2º Se resulta:
I - incapacidade permanente para o trabalho; II - negar a alguém, por motivo de idade, emprego
o
III perda ou inutilização do membro, sentido ou III - recusar, retardar ou dificultar atendimen-
st
Pena - reclusão, de dois a oito anos. sem justo motivo, a execução de ordem judicial
st
De volta aos artigos do Estatuto, observe o art. 98: V - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil objeto des-
Art. 98 Abandonar o idoso em hospitais, casas ta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
de saúde, entidades de longa permanência, ou con-
gêneres, ou não prover suas necessidades básicas, O crime do art. 100 traz várias formas de cometi-
quando obrigado por lei ou mandado: mento. Com exceção do inciso III, que pode ser prati-
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e cado por qualquer pessoa (crime comum), os demais
LEGISLAÇÕES
Art. 104 Reter o cartão magnético de conta ban- A proteção dos direitos das pessoas com deficiên-
o
av
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e resultado da forma como essas pessoas passaram a
av
O art. 104 traz hipótese de o credor, com o objetivo soas com deficiência foram encaradas de quatro modos
de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida, diferentes, conforme cada período temporal. A primeira
reter o cartão magnético do idoso. Trata-se de um cri- fase foi a de intolerância em relação às pessoas com defi-
me próprio (credor do idoso) e sujeito à aplicação das ciência, pois simbolizavam a impureza, o pecado, ou, até
medidas despenalizadoras da Lei nº 9.099, de 1995, mesmo, o castigo divino. A segunda foi a fase marcada
por se tratar de infração de menor potencial ofensivo. pela invisibilidade das pessoas com deficiência. Dela,
decorreu a terceira fase, marcada pelo assistencialismo
Art. 105 Exibir ou veicular, por qualquer meio de
e pautada na perspectiva médica e biológica de que a
comunicação, informações ou imagens depre-
ciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: deficiência era uma patologia e, como tal, deveria ser
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. curada. Por fim, a quarta fase voltou-se para os direitos
humanos, despontando os direitos à inclusão social, com
O crime do art. 105 atinge a honra do idoso, inde- ênfase na relação da pessoa com deficiência e do meio
pendentemente de este se sentir ofendido ou violado. em que ela está inserida.
Trata-se de crime comum ao qual, devido à pena míni- Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é
162 ma, caberá suspensão condicional do processo. fruto de uma construção histórica.
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A partir de 1993, a nomenclatura mudou para por-
tadores de necessidades especiais, pessoas com neces- LEI Nº 13.146, DE
sidades especiais, pessoas especiais, portadores de 2015
direitos especiais ou pessoas com deficiência.
Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o Parte Geral
Parte Especial
pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili-
Princípios e direitos
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com Meio de proteção
fundamentais
autonomia e participação.
Neste contexto, iniciou-se um sistema de proteção
internacional, exigindo dos Estados um tratamento Iniciando pela parte geral, os artigos de 1º a 3º
especializado para proteção aos direitos das pessoas da mencionada Lei introduzem o tema, estabelecen-
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção do suas disposições gerais. De acordo com o artigo
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direi- 1º, o objetivo da legislação é assegurar e promover o
tos das Pessoas com Deficiência de 2006. O texto desta exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorporado da pessoa com deficiência em iguais condições com
os demais, de modo a garantir sua inclusão social e
ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009
cidadania. Seu parágrafo único deixa claro que a Lei
pelo Decreto nº 6.949.
nº 13.146, de 2015 decorre da Convenção (juntamente
A importância do Decreto nº 6.949, de 2009 é imen-
com seus protocolos), sendo incorporada no ordena-
sa, uma vez que ele foi o primeiro tratado internacio-
mento jurídico brasileiro com status de Emenda Cons-
nal de direitos humanos a adotar a norma do artigo
titucional, conforme explanado.
5º, § 3º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o
O artigo 2º preocupou-se em dar o conceito de pes-
mesmo rito de aprovação cabível para as emendas
soa com deficiência. Em termos gerais, considera-se
constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres-
pessoa com deficiência aquela que possui impedi-
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos mento de longo prazo, sendo este de natureza física,
dos respectivos membros). mental, intelectual ou sensorial, que pode, de algu-
Como resultado, tal decreto passou a ter status de ma forma, causar barreiras ou obstruir sua partici-
norma constitucional (mesmo valor normativo das pação plena e efetiva na sociedade em igualdades
normas colocadas na Constituição Federal mesmo de condições com as demais pessoas.
sem fazer parte dela). Por esta razão, o Brasil necessi-
tou promover alterações legislativas para “assegurar e z Pessoa com Deficiência
promover o pleno exercício de todos os direitos huma-
nos e liberdades fundamentais por todas as pessoas Impedimento de longo prazo;
com deficiência”, em conformidade com o item 1 da Natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
8
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei plena e efetiva na sociedade em igualdades de
77
Convenção.
.8
Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em Além de conceituar pessoas com deficiência, o
39
mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146, art. 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como
-1
de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden- deve ser procedida a avaliação para caracterizar
tificar as ideias mais importantes da legislação, uma essas pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que
o
av
vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina a avaliação será realizada por uma equipe multipro-
st
“literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais fissional e interdisciplinar, de modo a considerar os
gu
de cada artigo com base em sua estrutura, não haven- aspectos que permeiam o indivíduo (todo o contexto
social). Para determinar ou não a deficiência, a equi-
o
derando os concursos anteriores, o estudo deve ter pe analisará três enfoques: biológico, psicológico e
st
especial atenção à parte relativa aos crimes e infra- social, considerando, para tanto:
gu
A Lei n° 13.146, de 2015 é dividida em duas par- O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que
compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen-
tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
tos normativos para a verificação da deficiência.
princípios da Convenção sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência, disciplinando, além desses, os
direitos fundamentais das pessoas com deficiência.
Importante!
Já a parte especial é composta dos meios de proteção,
quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual A competência é do Poder Executivo e não do
perante à lei e aos crimes e infrações administrativas. Poder Legislativo. 163
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O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação a) Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
e entendimento da legislação. São eles: nos espaços públicos e privados abertos ao público
ou de uso coletivo;
z Acessibilidade; b) Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-
z Desenho universal; cios públicos e privados;
z Tecnologia assistiva ou ajuda técnica; c) Barreiras nos transportes: as existentes nos sis-
temas e meios de transportes;
z Barreiras;
d) Barreiras nas comunicações e na informação:
z Comunicação;
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
z Adaptações razoáveis; mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
z Elemento de urbanização; o recebimento de mensagens e de informações por
z Mobiliário urbano; intermédio de sistemas de comunicação e de tecno-
z Pessoa com mobilidade reduzida; logia da informação;
z Residências inclusivas; e) Barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
z Moradia para a vida independente da pessoa com tos que impeçam ou prejudiquem a participação
deficiência; social da pessoa com deficiência em igualdade de
z Atendente pessoal; profissional de apoio escolar; condições e oportunidades com as demais pessoas;
z Acompanhante. f) Barreiras tecnológicas: as que dificultam ou
impedem o acesso da pessoa com deficiência às
Art. 3° [...] tecnologias.
I - Acessibilidade: possibilidade e condição de
alcance para utilização, com segurança e autono- Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que
mia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, impeça ou limite a participação social da pessoa com
edificações, transportes, informação e comunicação, deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
outros serviços e instalações abertos ao público, de nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul-
zona urbana como na rural, por pessoa com defi- dade de acesso às tecnologias (tecnológicas).
ciência ou com mobilidade reduzida.
Art. 3° [...]
Observe que a palavra-chave para entender o con- V - Comunicação: forma de interação dos cidadãos
ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu- que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusi-
lar com autonomia em espaços públicos e privados ve a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualiza-
de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia ção de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
para utilizar a tecnologia). comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples,
Art. 3° [...] escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz
II - Desenho universal: concepção de produtos, digitalizados e os modos, meios e formatos aumen-
ambientes, programas e serviços a serem usados tativos e alternativos de comunicação, incluindo as
tecnologias da informação e das comunicações.
8
Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pes-
.8
ser utilizado por todas as pessoas, independentemen- soa com deficiência possa gozar ou exercer, em igual-
39
Art. 3° [...]
av
ria, em todos os níveis e modalidades de ensino, em esta razão, merece a proteção especial, maior deve ser
77
instituições públicas e privadas, excluídas as técni- a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e
cas ou os procedimentos identificados com profis-
.7
promoção da igualdade presente na Convenção sobre z Conservar sua fertilidade, sendo proibida a esteri-
Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o §
st
lização compulsória;
gu
1º, do art. 4º preocupou-se em definir discriminação z Exercer o direito à família e à convivência familiar
em razão da deficiência como: e comunitária;
z Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à
Art. 4° [...]
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade
§ 1° Considera-se discriminação em razão da defi-
de oportunidades com as demais pessoas.
ciência toda forma de distinção, restrição ou exclu-
são, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou
o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhe- Dica
LEGISLAÇÕES
o acompanhante tem direito à preferência de atendi- condições e oportunidades com as demais pessoas.
77
mento, ao socorro, entre outros. Art. 15 O processo mencionado no art. 14 desta Lei
baseia-se em avaliação multidisciplinar das neces-
.7
86
deficiência. São eles que estudaremos neste momento. limitação funcional, buscando o desenvolvimento
o
sem qualquer discriminação ou custos adicionais, com de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com
-2
sem se submeter a qualquer tipo de discriminação ou tos ofertados aos demais clientes.
.7
violência, estabelecendo, portanto, o acesso igualitário. Art. 21 Quando esgotados os meios de atenção à
86
plexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso garantidos o transporte e a acomodação da pessoa
o
éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação para sua permanência em tempo integral.
st
tos relacionados aos direitos e às especificidades da panhante ou do atendente pessoal junto à pessoa
pessoa com deficiência, incluindo temas como sua com deficiência, cabe ao profissional de saúde res-
dignidade e autonomia. ponsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no
pessoa com deficiência, especialmente em serviços § 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde
de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida deve adotar as providências cabíveis para suprir
capacitação inicial e continuada. a ausência do acompanhante ou do atendente
LEGISLAÇÕES
mento possível de seus talentos e habilidades físicas, de de condições, a jogos e a atividades recreativas,
av
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas carac- esportivas e de lazer, no sistema escolar;
st
terísticas, interesses e necessidades de aprendizagem. XVI - acessibilidade para todos os estudantes, tra-
gu
O direito à moradia, cuja previsão encontra- § 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado
.7
-se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir
86
máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi- ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
.8
ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla- § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igual-
39
ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao dade de oportunidades com as demais pessoas, a
-1
Poder Público sua promoção e efetiva concretização. condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
igual remuneração por trabalho de igual valor.
o
av
Art. 31 A pessoa com deficiência tem direito à moradia § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
deficiência e qualquer discriminação em razão
st
não possua meios para prover sua subsistência acordo com a capacidade de lotação da edificação,
77
nem de tê-la provida por sua família o benefício observado o disposto em regulamento.
.7
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da § 1º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
86
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. go devem ser distribuídos pelo recinto em locais
.8
de acessibilidade.
to no art. 41. Trata de garantir à pessoa com deficiência
st
segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) pelos assentos reservados, esses podem, excepcio-
o direito à aposentadoria nos termos da Lei Comple- nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência
o
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garan- barreiras impostas a elas.
o
av
regras de acessibilidade.
39
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade Art. 63 É obrigatória a acessibilidade nos sítios
-1
de edificação ou de serviço, determinará a coloca- da internet mantidos por empresas com sede ou
o
ção, em espaços ou em locais de ampla visibilidade, representação comercial no País ou por órgãos
av
do símbolo internacional de acesso, na forma pre- de governo, para uso da pessoa com deficiência,
st
Art. 57 As edificações públicas e privadas de uso conforme as melhores práticas e diretrizes de aces-
coletivo já existentes devem garantir acessibilidade sibilidade adotadas internacionalmente.
o
av
à pessoa com deficiência em todas as suas depen- § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilida-
de em destaque.
st
no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
86
cios publicitários veiculados na imprensa escrita, Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto
-1
na internet, no rádio, na televisão e nos demais neste artigo, os procedimentos constantes do plano
o
veículos de comunicação abertos ou por assinatura específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
av
o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do pro- Do Direito à Participação na Vida Pública e Política
duto ou do serviço, sem prejuízo da observância do
o
av
disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 de O direito à participação na vida pública e políti-
st
setembro de 1990 . ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
gu
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, median- da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são
te solicitação, exemplares de bulas, prospectos,
garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei-
textos ou qualquer outro tipo de material de divul-
toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas
gação em formato acessível.
Art. 70 As instituições promotoras de congressos, de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
seminários, oficinas e demais eventos de natureza Regionais Eleitorais.
científico-cultural devem oferecer à pessoa com
deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia Art. 76 O poder público deve garantir à pessoa com
LEGISLAÇÕES
assistiva previstos no art. 67 desta Lei. deficiência todos os direitos políticos e a oportuni-
Art. 71 Os congressos, os seminários, as oficinas dade de exercê-los em igualdade de condições com
e os demais eventos de natureza científico-cultu- as demais pessoas.
ral promovidos ou financiados pelo poder público § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o
devem garantir as condições de acessibilidade e os direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
recursos de tecnologia assistiva. das seguintes ações:
Art. 72 Os programas, as linhas de pesquisa e os I - garantia de que os procedimentos, as instalações,
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de os materiais e os equipamentos para votação sejam
agências de financiamento e de órgãos e entidades apropriados, acessíveis a todas as pessoas e de fácil
integrantes da administração pública que atuem no compreensão e uso, sendo vedada a instalação de 173
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
seções eleitorais exclusivas para a pessoa com z Pena de detenção é aplicada a condenações mais
deficiência; leves, uma vez que o regime inicial de cumprimento
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar- será o semiaberto. A detenção admite os regimes de
-se e a desempenhar quaisquer funções públicas em cumprimento semiaberto e aberto, não admitindo o
todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso fechado.
de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a Vamos ao estudo dos crimes:
propaganda eleitoral obrigatória e os debates trans-
mitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina-
menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei; ção de pessoa em razão de sua deficiência:
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
para tanto, sempre que necessário e a seu pedido,
permissão para que a pessoa com deficiência seja
O crime do art. 88 pode ser praticado de três
auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
modos:
§ 2º O poder público promoverá a participação da
pessoa com deficiência, inclusive quando institucio-
nalizada, na condução das questões públicas, sem z Participação direta do agente na conduta deli-
discriminação e em igualdade de oportunidades, tuosa: Aqui, o agente age de modo a discriminar a
observado o seguinte: pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está
I - participação em organizações não governamen- no verbo praticar;
tais relacionadas à vida pública e à política do País e z Participação indireta do agente na conduta deli-
em atividades e administração de partidos políticos; tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia
II - formação de organizações para representar a de que ela pratique a discriminação: Aqui, temos
pessoa com deficiência em todos os níveis; dois agentes, um que desperta a atenção de outro
III - participação da pessoa com deficiência em para a prática do crime e outro que, efetivamente,
organizações que a representem. pratica o crime. A conduta está no verbo induzir;
z Participação indireta do agente na conduta delituosa
Da Ciência e Tecnologia ao reforçar ou encorajar uma pessoa a praticar a dis-
criminação: Diferentemente da conduta de induzir,
Por último, também é estabelecido, na Lei nº 13.146, aqui, a pessoa instigada já tinha a intenção de dis-
de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele está pre- criminar, havendo apenas um reforço/encorajamen-
visto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, estimular a to. Temos, também, dois agentes, um que reforça e
criação de cursos de pós-graduação na área de tecnologia outro que pratica. A conduta está no verbo instigar.
assistiva, bem como o desenvolvimento de outras ações
com o objetivo de formar recursos humanos qualificados
Direta : praticar
.7 – CONDUTAS
para a plena participação da pessoa com deficiência Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
39
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons- baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
av
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de tar o exercício pleno de direitos.
st
gu
são, a destruição do material apreendido. Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
86
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender, pro-
39
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. crastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno
-1
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou
o
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
av
cabível), todo o material apreendido será destruído. II – obstar inscrição em concurso público ou acesso
st
outro rendimento de pessoa com deficiência: ção à pessoa em razão de sua deficiência;
st
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. IV – recusar, retardar ou dificultar internação ou
gu
Segundo as disposições do Estatuto do Idoso: “Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos
a) Guilherme agiu corretamente, pois qualquer cidadão públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos servi-
deve comunicar violações dos direitos dos idosos; ços seletivos e especiais, quando prestados paralela-
8
c) Guilherme não deveria ter denunciado, e sim ingressa- Para ter acesso à gratuidade, é necessário
.8
d) Guilherme não deveria ter denunciado, e sim ingressa- b) possuir vale-transporte cedido pelo CRAS.
do com ação de alimentos por Leonardo em Vara do c) apresentar qualquer documento que comprove a
o
av
Idoso; idade.
st
e) Giuseppe e Giulia podem ingressar com ação judicial d) comprovar carência financeira.
gu
contra Guilherme, pois ele não é parente do idoso e e) haver assentos preferenciais no veículo para idosos.
não poderia ter feito a denúncia.
o
av
2. (FGV — 2022) O Estatuto do Idoso estabelece que a (Lei 10.741/2003), avalie se constituem obrigações
gu
b) o casamento contraído pelo incapaz de consentir ou 11. (FGV — 2019) A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
.7
manifestar sua vontade, de modo inequívoco, é nulo com Deficiência estabelece que em todas as áreas de
86
por ter assento em razões de ordem pública; estacionamento aberto ao público, de uso público ou
.8
c) o curador, cônjuge do curatelado, tem o dever de pres- privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser
39
tar contas da administração dos bens do curatelado, reservadas vagas próximas aos acessos de circulação
-1
qualquer que seja o regime de bens do casamento; de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos
o
d) a tomada de decisão apoiada introduzida pela Lei nº que transportem pessoa com deficiência com com-
av
13.146/2015 constitui um novo modelo jurídico de prometimento de mobilidade, desde que devidamente
st
instituída de ofício pelo juiz; a) os veículos estacionados nas vagas reservadas não
gu
e) apesar de desejável, a fixação da curatela compar- podem ser obrigados a exibir, em local de ampla visi-
tilhada só deve ocorrer quando ambos os reque- bilidade, a credencial de beneficiário, a ser confec-
rentes apresentarem interesse no exercício da cionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, para não
curatela, revelarem-se aptos ao exercício do munus e serem estereotipados;
as circunstâncias fáticas evidenciarem que a medida b) as citadas vagas devem equivaler a 2% (dois por
é a que melhor resguarda os interesses do curatelado. cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga
devidamente sinalizada e com as especificações de
LEGISLAÇÕES
9. (FGV — 2022) Médicos do hospital particular Alfa desenho e traçado de acordo com as normas técnicas
atenderam, na emergência, João, pessoa com defi- vigentes de acessibilidade;
ciência, e constataram que o paciente foi vítima de c) as frotas de empresas de táxi devem reservar 1%
violência praticada em razão de sua deficiência men- (um por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa
tal. A violência consistiu em ação praticada em local com deficiência e os veículos que estejam efetiva-
privado, que causou danos, bem como sofrimento físi- mente transportando pessoa com deficiência terão
co e psicológico em João. prioridade nas citadas vagas;
177
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adi- d) Estacionar o veículo na pista de rolamento das estra-
cionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com das, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das
deficiência é permitida, com o escopo de assegu- vias dotadas de acostamento.
rar e custear as adaptações tecnológicas necessárias e) Ficar o condutor ou passageiro sem usar o cinto de
nos veículos; segurança.
e) o poder público deve fomentar o aumento do núme-
ro dos veículos acessíveis à pessoa com deficiên- 16. (FGV — 2019) A condução de veículos automotores
cia nas frotas de empresas de táxi, mas não pode sob a influência de álcool é considerado crime de trân-
instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar tal sito se o condutor apresentar concentração igual ou
acessibilidade. superior a
12. (FGV — 2019) João é uma criança cuja fala e mobili- a) 0,0 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
dade, em consequência de lesões neurológicas, foram b) 0,1 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
gravemente comprometidas. c) 0,2 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
As opções a seguir exemplificam corretamente inicia- d) 0,3 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
tivas tomadas pela escola de João para se adequar ao e) 0,4 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
Estatuto da Pessoa com Deficiência, à exceção de uma.
Assinale-a. 17. (FGV — 2022) Em relação ao sujeito passivo dos deli-
tos de violência doméstica e familiar contra a mulher,
a) Adaptar o ambiente escolar para garantir o acesso a é correto afirmar que:
todos os espaços de estudo, esporte e lazer.
b) Disponibilizar professores para atendimento educa- a) há necessidade de demonstração de vulnerabilidade
cional especializado. concreta;
c) Desenvolver atividades que focalizem o potencial do b) a ausência de demonstração de relação de inferiorida-
aluno com deficiência, ao invés de suas limitações. de inviabiliza a responsabilização criminal;
d) Convidar a família do aluno com deficiência a partici- c) a hipossuficiência e a vulnerabilidade da mulher em
par das diversas atividades da comunidade escolar. contexto de violência doméstica e familiar é presumida;
e) Criar uma turma separada para os alunos com defi- d) em caso de subjugação feminina, a aplicação do sis-
ciência, com o objetivo de fornecer atendimento tema protetivo depende de demonstração específica;
personalizado. e) a organização social brasileira não é mais um sistema
hierárquico de poder baseado no gênero.
13. (FGV — 2022) Caso um motorista de ambulância dei-
xe de manter ligado, nas situações de atendimento 18. (FGV — 2022) Três gerações da família Silva viviam
de emergência, o sistema de iluminação vermelha sob o mesmo teto, o que decorria, principalmente, das
intermitente, o Código de Trânsito Brasileiro prevê dificuldades econômicas enfrentadas para que cada
núcleo familiar pudesse ter uma moradia independen-
a) uma infração leve, sem multa. te. Além disso, ainda moravam no local duas jovens, na
b) uma infração leve, com multa. faixa dos vinte anos, que foram acolhidas pela família,
8
-2
c) uma infração média, sem multa. sendo reconhecidas por João e Maria, o casal de ido-
77
d) uma infração média, com multa. sos dono da casa, como “filhas de criação”.
.7
e) uma infração grave, com multa. Nesse ambiente de convivência, Pedro, neto de João
86
14. (FGV — 2022) Considere as infrações de trânsito a ofensas verbais contra uma das referidas “filhas de
39
1 Estacionar veículo ao lado de outro em fila dupla. À luz das normas vigentes, a conduta de Pedro
av
com deficiência ou idosos, sem credencial que com- a) não pode ser considerada violência familiar e domés-
gu
As infrações 1 e 2 são, respectivamente, b) não pode ser considerada violência familiar e domés-
st
9 GABARITO
-1
o
av
1 A
st
gu
2 A
o
3 E
av
st
4 B
gu
5 C
6 E
7 A
8 E
LEGISLAÇÕES
9 D
10 E
11 B
12 E
13 D
179
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ANOTAÇÕES
8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
o
av
st
gu
180
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Até a versão 2003, os arquivos produzidos pelo
Microsoft Office eram identificados com extensões
de 3 letras, como DOC, XLS e PPT. Algumas questões
de concursos ainda apresentam estas extensões nas
INFORMÁTICA alternativas das questões.
Na versão 2007, o padrão XML (eXtensible Markup
Language) foi implementado para oferecer portabili-
dade aos documentos produzidos. As extensões dos
arquivos passaram a ser identificadas com 4 letras,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA BÁSICA
como DOCX, XLSX e PPTX.
Com o avanço dos recursos de computação na
Um pacote de aplicativos para escritório, é sem
dúvida, um dos mais úteis aplicativos que um com- nuvem, o Office foi disponibilizado na versão on-line,
putador pode ter instalado. Independente do perfil de que posteriormente se chamou 365, e é a versão atual
utilização do usuário, algum dos aplicativos disponí- do pacote. Com um novo formato de licenciamento,
veis em um pacote como o Microsoft Office, atendem a com assinaturas mensais e anuais, ao invés da venda
diferentes tarefas cotidianas. Das mais simples, até as de licenças de uso, a instalação do Office 365 no com-
mais complexas. putador disponibiliza a última versão do pacote para
A Microsoft chama o pacote Office de "suíte de pro- escritórios.
dutividade", e tem como "concorrente" o LibreOffice. Do ponto de vista prático, qual versão do Microsoft
O Microsoft Office possui alguns aplicativos que Office usar ou estudar?
trocaram de nomes ao longo do tempo. Atualmente Algumas bancas questionam as novidades das últi-
está na versão Office 365, que disponibiliza recursos mas versões disponíveis. Já outras bancas organizado-
via Internet (computação nas nuvens), com armaze-
ras, a versão é indiferente. O mais importante será o
namento de arquivos no Microsoft OneDrive.
conceito envolvido e sua aplicação na formatação de
Serviços adicionais de comunicação, como o Micro-
arquivos.
soft Outlook e Microsoft Teams, fazem parte do pacote
Microsoft Office 365.
LibreOffice
MICROSOFT
PROGRAMAS LIBREOFFICE
OFFICE Open Office BrOffice LibreOffice
LibreOffice
Editor de Textos Microsoft Word
Writer
O pacote Star Office deu origem ao Open Office, com
Planilhas de código aberto, livre e gratuito. O formato de arquivo
Microsoft Excel LibreOffice Calc
Cálculos (ODF – Open Document Format) é usado para os arqui-
8
-2
As extensões dos arquivos editáveis produzidos pacote com recursos especificamente úteis para os
pelos pacotes de produtividade são apresentadas na
-1
DE ARQUIVOS OFFICE
download e instalação em diversas plataformas. Está
o
Planilhas de
gu
volvidos em Visual Basic for Applications (VBA) to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
77
para a automatização de tarefas. os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
.7
segundo a orientação, o tamanho do papel e mar- O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
.8
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre dos blocos de conteúdo.
st
que forem usadas configurações diferentes, como O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
gu
margens, colunas, tamanho da página, orientação, exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
o
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras, tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.
av
Página
-2
Páginas car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
77
em Branco
parágrafos e nas páginas.
.7
Página
ções envolvem as definições de fontes e parágrafos,
39
cial, das tarefas que serão realizadas no documento, Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a
formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc
desde o início até a visualização do resultado final.
ou iniciar uma digitação.
-
77
Ctrl efeitos.
principal individual palavra
39
-1
Seleção Seleção
av
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:
Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).
Enter -
pode mudar a formatação.
77
.7
Shift+Enter -
a formatação atual.
.8
39
ícone Quebras.
gu
Quebras.
recuo.
185
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR
MICROSOFT WORD
- -
Texto oculto (definido na caixa Fonte,
Ctrl+D) abc
- - Hifens opcionais
- - Âncoras de objetos
Tabelas
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, são formadas
por células, e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
8
-2
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes
77
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
86
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo "extrapola" os limites da célula, e precisará alterar as
.8
WORD EXCEL
o
av
TABELA, FÓRMULAS
av
nualmente (F9).
TACHADO TEXTO Não tem atalho de teclado. Atalho: Ctrl+5.
QUEBRA DE LINHA MANUAL Shift+Enter. Alt+Enter.
Copia apenas a primeira formatação da
PINCEL DE FORMATAÇÃO Copia várias formatações diferentes.
origem.
Duplica a informação da célula
CTRL+D Caixa de diálogo Fonte.
acima.
CTRL+E Centralizar. Preenchimento Relâmpago.
CTRL+G Alinhar à Direita (parágrafo). Ir para...
Duplica a informação da célula à
CTRL+R Repetir o último comando.
esquerda.
F9 Atualizar os campos de uma mala direta. Atualizar o resultado das fórmulas.
186
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WORD EXCEL
F11 - Inserir gráfico.
Finaliza a entrada na célula e man-
CTRL+ENTER Quebra de página manual.
tém o cursor na célula atual.
ALT+ENTER Repetir digitação. Quebra de linha manual.
Finaliza a entrada na célula e posi-
SHIFT+ENTER Quebra de linha manual. ciona o cursor na célula acima da
atual, se houver.
SHIFT+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas. Inserir função.
Índices
Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por
diante. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá "Adicionar Texto" no índice principal (Sumário),
Marcar Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
8
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
-2
77
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
.7
Importante!
-1
o
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
av
st
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
gu
MICROSOFT EXCEL
gu
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas, desde a cria-
ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
para a operação.
INFORMÁTICA
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
As planilhas de cálculos não são banco de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em uma
planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote Microsoft
Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas em registros, separados
em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas. 187
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Conceitos Básicos Elaboração de Tabelas e Gráficos
Célula – unidade da planilha de cálculos, o encon- A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha
tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi- de dados, é o conjunto de valores armazenados nas
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a células. Estes dados poderão ser organizados (classi-
tecla SHIFT (assim como no sistema operacional). ficação), separados (filtro), manipulados (fórmulas
Coluna – células alinhadas verticalmente, nomea- e funções), além de apresentar em forma de gráfico
das com uma letra. (uma imagem que representa os valores informados).
Linha – células alinhadas horizontalmente, Para a elaboração, poderemos:
numeradas.
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta
iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido
na célula.
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór-
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
trada na barra de fórmulas.
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel.
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma-
Planilha – o conjunto de células organizado em
tados, ou seja, continuam com o valor original (na
uma folha de dados. Na versão atual são 65546 colunas
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma
(nomeadas de A até XFD) e 1048576 linhas (numeradas).
formatação específica.
Pasta de Trabalho – arquivo do Excel (extensão
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho
XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com
de teclado Ctrl+1 (Formatar Células).
quantidade de memória RAM disponível, nomeadas
z Também na caixa de diálogo Formatar Células,
como Planilha1, Planilha2, Planilha3).
encontraremos o item Personalizado, para criação
Alça de preenchimento – no canto inferior direi-
de máscaras de entrada de valores na célula.
to da célula, permite que um valor seja copiado na
direção em que for arrastado. No Excel, se houver 1
Formatos de Números, Disponível na Guia Página
número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma
Inicial
sequência será criada. Se for um texto, é copiado. Mas
texto com números é incrementado. Dias da semana,
8
Geral
-2
nome de mês e datas são sempre criadas as continua- 123 Sem formato especifico
77
ções (sequências).
Número
12
.7
4,00
do diversos valores para serem mesclados, o Excel
.8
Moeda
manterá somente o primeiro destes valores, e centra-
39
R$4,00
lizará horizontalmente na célula resultante.
-1
Contábil
o
av
Mesclar e Centralizar
Data Abreviada
gu
Mesclar através
04/01/1900
o
Mesclar Células
Data Completa
av
G H
Desfazer Mesclagem de Células quarta-feira, 4 de janeiro de 1900
st
gu
Hora
E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, 00:00:00
poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, Porcentagem
400,00%
disponível na guia Página Inicial:
1 Fração
z Mesclar e Centralizar – Une as células seleciona- 2 4
Faz a soma de
+ (mais) Adição = 18 + 2
18 e 2
Contábil Subtrai 5 do
R$4,00 - (menos) Subtração = 20 – 5
valor 20
Multiplica
O ícone % é para mostrar um valor com o forma- * Multiplica- 5 (multipli-
=5*4
to de porcentagem. Ou seja, o número é multiplica- (asterisco) ção cando) por 4
(multiplicador)
do por 100. Exibe o valor da célula como percentual
(Ctrl+Shift+%) Divide 25 por
/ (barra) Divisão = 25 / 10 10, resultando
em 2,5
FORMATO PORCENTAGEM
VALOR PORCENTAGEM E 2 CASAS % Faz 20 por cento,
ß,0 %
% ,0 0 (percentual)
Percentual = 20% ou seja, 20 divi-
dido por 100
1 100% 100,00%
Faz 3 elevado a
0,5 50% 50,00% Exponencia-
=3^2
2, 3 ao quadrado
8
^ (circun- ção =9
=8^(1
-2
cúbica de 8
86
0,004 0% 0,40%
.8
000
O ícone é o Separador de Milhares. Exibir o z ( ) parênteses
o
valor da célula com um separador de milhar. Este z ^ exponenciação (potência, um número elevado a
av
SEPARADOR
av
FORMATO
VALOR DE MILHARES Como resolver as questões de planilhas de cálculos?
st
CONTÁBIL
gu
000
z Leitura atenta do enunciado (português e interpre-
1500 R$1.500,00 1.500,00 tação de textos);
16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00 z Identificar a simbologia básica do Excel
(informática);
1 R$1,00 1,00 z Respeitar as regras matemáticas básicas
(matemática);
400 R$400,00 400,00
INFORMÁTICA
OPERADORES DE REFERÊNCIA
86
.8
Trava a célula
-1
na coluna A
o
Obtém o valor
st
caso seja
Expo- =2^3 é o
.8
11. flexo)
ção =POTÊNCIA(2;3).
-1
Retorna a
Raiz =4^(1/2) é o mes-
o
() ou os valo- = SOMA
de A1 e B1. & (E CONCATE- Juntar é igual a
parênteses res de uma (A1;B1)
o
de 3 e 5 an- NAR(A1;A2;A3).
prioritária.
st
por 2. Converte
“ (aspas) TEXTO o mesmo que
em texto
A função SE =TEXTO(150144).
tem 3 partes,
Separa-
; (ponto e =SE ( A1 = 5 e estas estão
dor de Erros
vírgula) ; 10 ; 11 ) separadas
argumentos.
por ponto e
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos,
INFORMÁTICA
vírgula.
especialmente no início dos estudos, é comum apa-
Executa uma recerem mensagens de erros nas células, decorren-
operação te da falta de argumentos nas fórmulas, referências
=SOMA(-
sobre as incorretas, erros de digitação, entre outros. Vamos
Espaço Intersecção. F4:H8
células em ver algumas das mensagens de erro mais comuns que
H6:K10)
comum nos
ocorrem nas planilhas de cálculos.
intervalos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Ras-
trear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria
de Fórmulas. Com este recurso, o usuário poderá ver 191
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setas na planilha indicando a relação entre as células, Mediana é o "valor no meio". Se temos uma
e identificar a origem das mensagens de erros. sequência de valores com quantidade ímpar, eles
A seguir, os erros mais comuns que podem ocor- serão ordenados e o valor no meio é a sua mediana.
rer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel: Por exemplo, os valores (5,6,9,3,4), ordenados são
(3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
z #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando divi- Se temos uma sequência de valores com quan-
dir um valor por 0. tidade par, a mediana será a média dos valores que
z #NOME? – indica que a fórmula possui um texto estão no meio. Por exemplo, os valores (2,13,4,10,8,1),
que o Excel 2007 não reconhece. ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A
z #NULO! – a fórmula contém uma interseção de média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
duas áreas que não se interceptam.
z #NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das célu-
inválido. las selecionadas.
z #REF! – indica que na fórmula existe a referência
para uma célula que não existe. =MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
z #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
errado de argumento. nas um será mostrado.
z ##### – indica que o tamanho da coluna não é sufi-
ciente para exibir seu valor. z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de
uma série, segundo o argumento apresentado.
Funções Básicas
Valores iguais ocupam posições diferentes.
z SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas
células selecionadas. =MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
las A1 até D6.
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição
dos valores numéricos informados em seus argumen- z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu-
tos. Se existirem células com textos, elas serão ignora- las selecionadas.
das. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis- =MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
tentes nas células A1, A2 e A3. área de A1 até D6.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
tentes nas células A1 até A5 z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da de uma série, segundo o argumento apresentado.
célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis- Valores iguais ocupam posições diferentes.
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz "triangulação",
8
-2
for atendida.
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na
st
gu
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- serão realizadas as duas operações, somente uma
gu
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15 delas, segundo o resultado do teste.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo- A função SE usa operadores relacionais (maior,
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen-
te) para construção do teste. As aspas são usadas para
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média textos literais.
nas células selecionadas e exibe o valor médio
encontrado. =SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da
célula A1 não é 10”)
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples =SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo- valor não é negativo”)
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma =SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células não é positivo”)
vazias não entram no cálculo da média.
É possível encadear funções, ampliando as áreas
z MED(valores) : informa a mediana de uma série de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
192 de valores. vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.
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=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
negativo”;”Valor é positivo”)) vazias existem no intervalo A1 até A8.
Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste), z SOMASE(células para testar;teste;células para
exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for
somar)
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
Efetua um teste nas células especificadas, e soma
rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
é menor que zero, só poderia ser maior do que zero, as correspondentes nas células para somar.
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é mesmos.
usado somente no início da digitação da célula.
As funções CONT são usadas para informar a =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
quantidade de células, que atendem às condições de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
especificadas. =SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
- CONT.NÚM - para contar quantas células pos-
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
suem números.
- CONT.VALORES - quantidade de células que estão menores que 3.
preenchidas.
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
estão preenchidas. células2; teste2)
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a
uma condição específica. Verifica as células que atendem aos testes e soma
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a as células correspondentes.
várias condições simultaneamente. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
mesmos.
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas
as células em um intervalo, exceto as células
vazias. z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
calcular a média)
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da Efetua um teste nas células especificadas, e calcula
contagem, informando quantas células estão preen- a média das células correspondentes.
chidas com valores, quaisquer valores. Os intervalos de teste e de média podem ser os
mesmos.
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em
um intervalo, exceto células vazias e células com
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_
texto.
8
índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
-2
77
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos. A função PROCV é utilizada para localizar o
86
ta quantas vezes aparece um determinado valor núm_índice_coluna. A última opção, que será VER-
-1
(número ou texto) em um intervalo de células (o DADEIRO ou FALSO, é usada para identificar se preci-
o
(V).
gu
do o valor 5. =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
st
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)
gu
z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
ção2): Esta função conta quantas vezes aparece A função PROCV é um membro das funções de pes-
um determinado valor (número ou texto) em um quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
intervalo de células (o usuário tem que indicar Use a função tirar ou a função arrumar para
qual é o critério a ser contado), atendendo a todas remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
as condições especificadas.
INFORMÁTICA
z ESQUERDA(texto;quantidade)
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
Extrai de uma sequência de texto, uma quanti-
A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
células existem no intervalo de B1 até B10 contendo dade de caracteres especificados, a partir do início
o valor 7. (esquerda).
computador.
39
z POTÊNCIA(base;expoente)
st
Eleva um número (base) ao expoente informado. z Os gráficos de Linhas representam valores com
gu
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16 linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha-
z MULT(número;número;número; ... )
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores,
Multiplica os números informados nos argumentos. 100% Empilhada com Marcadores e 3D.
FUNÇÕES LÓGICAS
Retorna VERDADEIRO se
E (Função E) todos os seus argumentos
forem VERDADEIROS
Retorna VERDADEIRO se
OU (Função OU) um dos argumentos for
VERDADEIRO
z Os gráficos de Pizza representam valores propor-
Inverte o valor lógico do
NÃO (Função NÃO) cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
argumento
194 Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza e Rosca.
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z Os gráficos de Barras representam dados de forma
semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon-
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas,
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D
Empilhadas e 3D 100% Empilhadas. z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos
de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Delineada, Contorno e Contorno Delineado.
ro da série de dados.
.7
86
.8
39
Coroplético.
av
to e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.
z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de
dados. São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha
no Eixo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada e a possibilidade de criação de uma Combinação
Personalizada.
Classificação de Dados
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
A classificação de dados alfanuméricos poderá ser "Classificar de A a
Classificar texto Z" em ordem crescente, ou "Classificar de Z a A" em ordem de-
crescente. É possível diferenciar letras maiúsculas e minúsculas.
Quando a coluna possui números, podemos "Classificar do menor para o
Classificar números
maior" ou "Classificar do maior para o menor"
Se houver datas ou horas, podemos "Classificar da mais antiga para a
Classificar datas ou horas
196 mais nova" ou "Classificar da mais nova para a mais antiga"
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CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
Se você tiver formatado manual ou condicionalmente um intervalo de
Classificar por cor de célula, cor de fonte ou células ou uma coluna de tabela, por cor de célula ou cor de fonte, po-
ícones derá classificar por essas cores. Também será possível classificar por
um conjunto de ícones criados ao aplicar uma formatação condicional.
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma or-
Classificar por uma lista personalizada dem definida pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valo-
res pelos quais você deseja classificar, como Alta, Média e Baixa.
Na caixa de diálogo Opções de Classificação, em Orientação, clique em
Classificar linhas
Classificar da esquerda para a direita e, em seguida, clique em OK.
Na caixa de diálogo Classificar, adicione mais de um critério para
Classificar por mais de uma coluna ou linha
ordenação.
Classificar uma coluna em um intervalo de Basta selecionar a coluna desejada, e na janela de diálogo, manter o
células sem afetar as demais item “Continuar com a seleção atual”.
MICROSOFT POWERPOINT
As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
.PPTX. Caso contenham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. E
ainda podemos trabalhar com os modelos (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, ele possui muitas semelhanças que
acabam ajudando quem está iniciando nele. Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar com
seções (divisões), é possível inserir números de slides, é possível comparar apresentações etc.
vas apresentações.
77
Importante!
st
gu
As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.
INFORMÁTICA
Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo. 197
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Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.
z SEÇÃO – divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá
ter "duas apresentações" dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público.
z TRANSIÇÕES – animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transi-
ções, grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo.
z ANIMAÇÃO – animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações
simultaneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias
de Animação.
Conceito de Slides
Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais de slides,
z Slide (modo de exibição Normal) – cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo.
8
z Slide Mestre – para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez.
-2
z Folhetos Mestre – para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos.
77
198
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Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO VÍDEO HIPERLINKS
uma pequena mudança em relação às versões ante- PPTX X X X X X
riores, com a inclusão do item Modo de Exibição de
PPSX X X X X X
Estrutura de Tópicos:
PDF - - - - X
ícone "Do Começo" na guia Apresentações de Slides, Ocultar Slide – Ocultar o slide atual da apresen-
-1
grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar tação. Ele não será mostrado durante a apre-
no ícone correspondente na barra de status, ao lado sentação de slides de tela inteira.
o
av
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de de slides em tela inteira na qual você possa
gu
exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não testar sua apresentação. A quantidade de tem-
será mostrada. A outra forma de iniciar uma apresen-
o
tação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando pode salvar esses intervalos para executar a
st
de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de dire- Gravar Apresentação de Slides – Gravar nar-
ção permitem mudar o slide em exibição. O Enter pas- rações de áudio, gestos do apontador laser ou
sa para o próximo slide. O ESC sai da apresentação de intervalos de slide e animação para reprodução
slides. durante a apresentação de slides.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão princi-
pal (esquerdo) do mouse exibirá um "laser pointer" na Álbum de Fotografias – criar ou editar uma
INFORMÁTICA
apresentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará apresentação com base em uma série de
a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final imagens. Cada imagem será colocada em um
deixa a tela preta (escura). slide individual.
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue
os princípios do editor de textos Word. E os comandos Ação – Adicionar uma ação ao objeto selecio-
também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como nado para especificar o que deve acontecer
PDF. quando você clicar nele ou passar o mouse
De acordo com o formato escolhido, alguns recur- sobre ele.
sos poderão ser desabilitados.
199
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Estrutura básica dos documentos
Inserir número do slide - o número do slide
reflete sua posição na apresentação. Os documentos do LibreOffice Writer possuem a
seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos
Inserir vídeo no slide - permite inserir um do Microsoft Word e conceitos:
videoclipe no slide.
z Documentos – arquivos ODT (Open Document
Inserir áudio no slide - permite inserir um clipe Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo
de áudio no slide. usuário. Os Modelos, com extensão OTT (Open
Template Text), contém formatações que serão
aplicadas aos novos documentos criados a partir
Gravação de tela – gravar o que está sendo
dele.
exibido na tela e inserir no slide.
z Páginas – unidades de organização do texto,
segundo o tamanho do papel e margens. Defini-
Formas – linhas, retângulos, formas básicas, ções estão no menu Formatar, item Estilo da Pági-
setas largas, formas de equação, fluxograma, na..., guia Página.
estrelas e faixas, textos explicativos e botões
de ação.
LIBREOFFICE WRITER
A4
A interface da versão 6 é mais "leve" que a interfa-
ce da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um
fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando
mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão
Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O LibreOffice Writer é integrado com os demais
programas do pacote, permitindo a inserção de fór- z Seção – divisão de formatação do documento,
mulas avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em onde cada parte tem a sua configuração. Sempre
uma tabela do documento de textos, por exemplo. que forem usadas configurações diferentes, como
O LibreOffice Writer grava documentos com a margens, colunas, tamanho etc., as seções serão
extensão ODT, mas também poderá gravar em outros usadas. Disponível no menu Inserir, item Seção...
formatos como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos z Parágrafos – formado por palavras e marcas de
que são gravados pelo programa, também poderão formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
ser abertos por ele. tação independente do parágrafo anterior, e do
parágrafo seguinte.
8
O que você faz no Word, você faz no Writer. Qua- de formatação atual permanece na próxima linha.
.8
se tudo tem correspondente entre os aplicati- z Palavras – formado por letras, números, símbolos,
39
vos. Alguns atalhos de teclado são diferentes, caracteres de formatação etc. Podemos definir a
-1
gráfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação Edição e Formatação de Textos
st
ortográfica é para correção automática de todos os A edição e formatação de textos consiste em apli-
erros do documento segundo as configurações prede- car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
terminadas pelo editor de textos Writer. parágrafos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela todos estes recursos, como o Microsoft Word.
tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto
contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou confi-
palavra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho)
guração aplicada.
ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado
verde). Já a autocorreção é um recurso diferente, que
Edição e Formatação de Fontes
permite substituir erros comuns, como a ausência de
maiúscula no início de uma frase, corrigir o uso aci- As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
dental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
maiúscula e minúscula), acentuação na palavra não todos os programas do computador.
(quando digitamos naõ), e principalmente a substitui- Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte
ção de símbolos por palavras, definidos pelo usuário, padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier
200 no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção. New, Verdana, são os mais comuns.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta
(Ctrl+M) , disponível na barra de formatação de Caracteres.
E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Dife-
rem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico
(atalho de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado
Ctrl+D – Double, que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como
texto tachado (riscado simples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e
sobrescrito
(como em km2 – atalho de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado de
palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Forma-
tar, Texto.
Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.
Exemplo de Texto
39
-1
Sombra - -
gu
o
Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).
Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situa-
ção. Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima
letra está disponível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.
Alinhar texto à
o
esquerda
st
gu
Repetir último
Ctrl+R Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
comando
1 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
2 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
3 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
4 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
5 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
202 6 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS
Maiúsculas e
Shift+F38 Maiúsculas e Minúsculas -
Minúsculas
Importante!
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma
relação com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
z Página;
z Títulos;
z Tabelas;
z Quadros;
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta.
8
-2
A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
77
Cabeçalhos
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.
INFORMÁTICA
7 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
8 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também. 203
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Inserir
Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.
MENU SIGNIFICADO
Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar,
Arquivo
imprimir, propriedades).
Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecio-
Editar
nar) e área de transferência do Windows/Linux.
Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização,
8
Exibir
-2
interface do usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom.
77
Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo
.7
Inserir atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos
86
gráficos, elementos visuais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé.
.8
39
Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e nume-
-1
Formatar
ração, tabulações etc. Permite alterar elementos editáveis do documento.
o
av
Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser
Estilos
st
organizadas em um índice.
gu
Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso.
o
Tabelas
Ao incluir uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida.
av
st
Formulários
dados padronizados.
Impressão
Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Pági-
nas específicas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas indivi-
204 duais, separadas por traço uma sequência de páginas).
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Coluna – células alinhadas verticalmente, nomea-
das com uma letra.
Linha – células alinhadas horizontalmente, nume-
radas com números.
Planilha – o conjunto de células organizado em uma
folha de dados. Writer representa com (ponto final).
Pasta de Trabalho – arquivo do Calc contendo
as planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de
memória RAM disponível, nomeadas como Planilha 1,
Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS.
Alça de preenchimento – no canto inferior direito
da célula, permite que um valor seja copiado na dire-
ção em que for arrastado. No Excel, se houver 1 núme-
ro, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência
será criada. No Calc, 1 número cria uma sequência
com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos
meses, estas opções criam listas predefinidas.
LIBREOFFICE CALC
extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é A formatação Condicional permite exibir células de
.8
um componente do ODF (Open Document Format). O diferentes cores e padrões, segundo condições estipuladas.
39
arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABA- Por exemplo, quando desejamos que os números negati-
-1
LHO, e poderá ser gravado no formato do Microsoft vos sejam vermelhos e os positivos em azul, é um caso.
o
Condiconal
ca sugere uma comparação, menosprezando um dos
itens, geralmente está errado.
dois ou mais valores em uma única sequência. =$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a
77
Exemplo: Planilha2.
.7
Fernando Nishimura
39
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:
st
trar o conteúdo.
av
Uma das poucas diferenças existentes entre o inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
gu
z SOMASE (valores;condição) : realiza a operação z CONT.VALORES (células) : esta função conta todas
de soma nas células selecionadas, se uma condição as células em um intervalo, exceto as células
for atendida. vazias.
portanto, 007
o
=MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6, =MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o
2 e 1? É o 2. “José” por “João”
=MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2
z PROCV (valor_procurado; matriz_tabela; núm_
até C2? (6+2+1)/3 = 3.
índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
INFORMÁTICA
z MÁXIMO (valores) : exibe o maior valor das célu- A função PROCV é utilizada para localizar o
las selecionadas. valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando
encontrar, retornar a enésima coluna informada em
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDA-
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- DEIRO ou FALSO, é usada para identificar se precisa ser
nas um será mostrado. o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).
Por exemplo:
z MAIOR (valores;posição) : exibe o maior valor de =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
uma série, segundo o argumento apresentado. =PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) 207
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A função PROCV é um membro das funções de pes-
quisa e Referência, que incluem a função PROCH. MENU SIGNIFICADO
Se PROCV não localizar valor_procurado, e pro- Classificação, filtro, filtro avançado, e
curar_intervalo for VERDADEIRO, ela usará o maior Dados demais opções de organização dos
valor que é menor do que o valor_procurado. dados.
z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente Oferece opções para organizar as
) : procura um valor na horizontal. Caso encon- Janela
janelas dos documentos.
tre, retorna a linha correspondente ao argu-
mento informado. E a busca poderá ser exata ou
aproximada. LIBREOFFICE IMPRESS
LibreOffice Impress.
.7
86
MENU SIGNIFICADO
.8
39
Arquivo mento do arquivo atual, aquele que Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffi-
está em primeiro plano. ce Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
o
av
Acesso aos controles sobre o que O LibreOffice Impress permite exportar uma
st
Exibir será mostrado na tela de edição, e apresentação ou desenho para diferentes formatos,
gu
MENU SIGNIFICADO
LEIAUTE. Permite a escolha do tipo de conteúdo Oferece comandos para o gerencia-
que será inserido no slide. Para não esquecer: é o Arquivo mento do arquivo atual, aquele que
esqueleto de cada slide da apresentação. O layout do está em primeiro plano.
slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos
objetos dentro de cada slide da apresentação. Acesso a recursos temporários (loca-
MODELOS. Permite a escolha do projeto visual que Editar lizar, substituir, selecionar) e área de
será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparên- transferência do Windows/Linux
cia da apresentação.
Acesso aos controles sobre o que será
TRANSIÇÃO. Permite a escolha do efeito visual que
mostrado na tela de edição, e como
será utilizado na passagem de um slide para outro sli- Exibir
será exibido. Cor, preto e branco, esca-
de. Para não esquecer: é a animação entre os slides da
la de cinza.
apresentação.
MESTRE. Permite a escolha da posição de todos os Adicionar qualquer objeto na apre-
elementos dentro de uma apresentação, assim como Inserir sentação atualmente editada. Se este
configurações específicas. Podemos configurar os objeto é atualizável, será um campo.
slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o
esqueleto de toda a apresentação. Mudar a aparência, mudar a configura-
Formatar ção, dar uma forma, alterar o que está
8
-2
Exibir em edição.
77
Slide mestre
39
Assim como nos demais aplicativos, o ícone soft PowerPoint. Contém as opções para manipulação
permite transformar um objeto inserido em um dos slides da apresentação, incluindo o item Transição
hyperlink. O ícone está disponível na Barra de Ferra- de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.
mentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:
Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso
autenticação
-2
A Internet é a rede mundial de computadores que Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,
gu
surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, mas também questionam Extranet. A conexão remota
o
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A Internet é transparente para o usuário. Qualquer
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
usuário poderá acessar a Internet sem ter conhecimento
técnico dos equipamentos que existem para possibilitar Firefox
a conexão. Software livre e multi-
plataforma que é leve,
Mozilla
intuitivo e altamente
FERRAMENTAS E APLICATIVOS COMERCIAIS expansível.
DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO,
DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA, DE
Chrome
PESQUISAS E DE REDES SOCIAIS Um dos mais populares
navegadores do merca-
Google
Nos concursos públicos e no dia-a-dia, estes são os do, multiplataforma e de
itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con- fácil utilização.
teúdo disponível na Internet.
As informações armazenadas em servidores, Safari Desenvolvido original-
sejam páginas web ou softwares como um serviço mente para aparelhos da
(SaaS – camada mais alta da Computação na Nuvem), Apple Apple, atualmente está
são acessadas por programas instalados em nossos disponível para outros
dispositivos. São eles: sistemas operacionais.
Opera
z Navegadores de Internet ou browsers, para con- Navegador leve com
teúdo em servidores web. proteções extras contra
z Softwares de correio eletrônico, para mensagens Opera
rastreamento e minera-
em servidores de e-mail. ção de moedas virtuais.
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
empresas e usuários.
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
Na Internet, as informações (dados) são arma-
Bing, para encontrar informações na rede mundial.
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os
z Grupos de Discussão, tanto no contexto de What-
servidores são computadores, que utilizam pastas ou
sApp e Telegram, como no formato clássico do
diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao
Facebook e Yahoo Grupos.
acessarmos uma informação na Internet, estamos
acessando um arquivo. Mas como é a identificação
Este tópico é muito prático, e nos concursos públi-
deste arquivo? Como acessamos estas informações?
cos são questionados os termos usados nos diferentes
Através de um endereço URL.
softwares, como "Histórico", para nomear a lista de
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que
informações acessadas por um navegador de Internet.
define o endereço de um recurso na rede. Na sua tra-
dução literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e
possui a seguinte sintaxe:
Importante! protocolo://máquina/caminho/recurso
8
-2
detalhes do seu navegador e as mensagens que cação que será usado na transferência de dados. Pode-
.7
são exibidas. Estes são os itens questionados rá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo
86
As informações armazenadas em servidores web que é um endereço na rede, e não um endereço local
st
são arquivos (recursos), identificados por um endere- como "/" no Linux ou ":\" no Windows.
gu
ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em "Máquina" é o nome do servidor que armazena a
um browser ou navegador de Internet. informação que desejamos acessar.
o
av
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet utili- "Caminho" são as pastas e diretórios onde o arqui-
st
Confira a seguir, os principais navegadores de "Recurso" é o nome do arquivo que desejamos acessar.
Internet disponíveis no mercado. Vamos conferir os endereços URL a seguir, e suas
características.
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
ENDEREÇO
Edge CARACTERÍSTICAS
Navegador padrão do URL FICTÍCIO
Windows 10, que substi-
INFORMÁTICA
Microsoft
tuiu o Microsoft Internet Usando o protocolo http, acessare-
Explorer. mos o servidor abc, que é comercial
(.com), no Brasil (.br). Acessaremos
a divisão multimídia (www) com ar-
Internet Navegador padrão do http://www.
quivos textuais, vídeos, áudios e ima-
Explorer Windows 7, um dos mais abc.com.br/
questionados em con- gens. O recurso acessado é o index.
Microsoft html, entendido automaticamente
cursos públicos, por ser
integrante do sistema pelo navegador, por não ter nenhuma
operacional especificação de recurso no fim.
211
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Conceitos e funções válidas para todos os
ENDEREÇO navegadores
CARACTERÍSTICAS
URL FICTÍCIO
mação dentro do recurso acessado (marcas) Cache ou arquivos temporários – cópia local dos
.7
caminho: /owa/
av
Quando o usuário digita um endereço URL no seu no navegador de Internet, sem a necessidade de pro-
gramas adicionais.
st
pelo link.
77
O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma suas características e protocolos. Confira.
39
FORMA DE
que o usuário não esteja on-line, a mensagem será CARACTERÍSTICAS
ACESSO
o
disponível até ela ser acessada novamente. Protocolo SMTP para enviar mensa-
st
como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi Cliente de E-mail gens são transferidas do servidor para
o cliente e são apagadas da caixa de
o
mensagens remota.
e se mantém usual até os dias de hoje.
st
213
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protocolo, linguagem e serviço para ser usado nas
redes de computadores.
De forma semelhante ao endereço URL para recur-
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
também possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o
Receber – POP3 Receber IMAP4 formato reduzido usuário@provedor no enunciado
das questões, ao invés do formato detalhado usuá-
rio@provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.
Usuário Usuário
CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – USUÁRIO@
PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
Cliente de e-mail Navegador de Internet
Antes do símbolo de @, identifica um
Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para Usuário
único usuário no serviço de e-mail.
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de Significa "at" (traduz-se "em" ou "no"), e
Internet e mantida no servidor de e-mails. separa a parte esquerda que identifica o
@ usuário, da parte à sua direita, que iden-
Os protocolos de e-mails são usados para a troca tifica o provedor do serviço de mensa-
de mensagens entre os envolvidos na comunicação. gens eletrônicas.
O usuário pode personalizar a sua configuração, mas Imediatamente após o símbolo de @,
em concursos públicos o que vale é a configuração identifica a empresa ou provedor que
padrão, apresentada neste material. armazena o serviço de e-mail (o ser-
Nome do domínio
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco- vidor de e-mail executa softwares
lo para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo como o Microsoft Exchange Server, por
cliente de e-mail para enviar para o servidor de men- exemplo).
sagens, e entre os servidores de mensagens do reme- Identifica o tipo de provedor, por exem-
tente e do destinatário. plo, COM (comercial), .EDU (educa-
POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o cional), REC (entretenimento), GOV
Categoria do
Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de domínio
(governo), ORG (organização não-gover-
e-mail para receber as mensagens do servidor remo- namental) etc., de acordo com as defi-
to, removendo-as da caixa de entrada remota. nições de Domínios de Primeiro Nível
(DPN) na Internet.
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol)
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é Informação que poderá ser omitida,
usado pelo navegador de Internet (sobre os protoco- quando o serviço está registrado nos
8
-2
los HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail, Estados Unidos. O país é informado por
País
77
transferindo cópias das mensagens para a janela do duas letras, como: BR, Brasil, AR, Argen-
.7
navegador e mantendo as originais na caixa de men- tina, JP, Japão, CN, China, CO, Colômbia
86
Dica
-1
o
Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail Quando o símbolo @ é usado no início, antes
av
SMTP
do nome do usuário, identifica uma conta em
st
Enviar – SMTP
gu
Enviar e Receber
rede social. Para o endereço URL do Instagram
Receber – POP3 IMAP4 https://www.instagram.com/novaconcursos/, o
o
av
Remetente Destinatário
Cliente
Webmail
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
preencher os campos disponíveis para destinatário(s),
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo título da mensagem, entre outros.
(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail, Para enviar a mensagem, é preciso que exista
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
os e-mails recebidos. um destinatário informado em um dos campos de
destinatários.
Uso do correio eletrônico Se um destinatário informado não existir no servi-
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida.
Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece-
usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se
de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado,
mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
zada na RFC5322. a mensagem tentará ser entregue depois.
RFC é Request for Comments, um documento de Conheça estes elementos na criação de uma nova
214 texto colaborativo que descreve os padrões de cada mensagem de e-mail.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commer-
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL
cial E-mail – e-mail comercial não solicitado). Essas
CAMPO CARACTERÍSTICAS mensagens são marcadas pelo filtro AntiSpam, que
procura identificar mensagens enviadas para muitos
Identifica o usuário que está en-
viando a mensagem eletrônica, o
destinatários ou com conteúdo publicitário irrelevan-
FROM (De) te para o usuário.
remetente. É preenchido automati-
camente pelo sistema.
Outras Operações com o Correio Eletrônico
Identifica o (primeiro) destinatário
da mensagem. Poderão ser es-
pecificados vários endereços de O usuário poderá sinalizar a mensagem, tanto as
destinatários neste campo, e serão mensagens recebidas como as mensagens enviadas.
TO (Para) separados por vírgula ou ponto-e- Ele poderá solicitar confirmação de entrega e confir-
-vírgula (segundo o serviço). Todos mação de leitura. A mensagem recebida poderá ser
que receberem a mensagem, co-
impressa, visualizar o código fonte ou ignorar mensa-
nhecerão os outros destinatários
informados neste campo. gens de um remetente.
Confira a seguir as operações "extras" para o uso
Identifica os destinatários da men- do correio eletrônico com mais habilidade e profissio-
sagem que receberão uma cópia do nalismo, facilitando a organização do usuário.
e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
CC (com cópia ou
Copy (cópia carbono).
cópia carbono) Ação e características
Todos que receberem a mensagem,
conhecerão os outros destinatários
informados neste campo. z Alta prioridade – Quando marca a mensagem
como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
Identifica os destinatários da men-
sagem que receberão uma cópia do to de exclamação vermelho no destaque do título.
BCC (CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind z Baixa prioridade – Quando o remetente marca a
cópia oculta ou cópia Carbon Copy (cópia carbono oculta). mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
carbono oculta) Todos que receberem a mensagem verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
não conhecerão os destinatários in-
taque do título.
formados neste campo.
z Imprimir mensagem – O programa de e-mail ou
SUBJECT (assunto)
Identifica o conteúdo ou título da navegador de Internet prepara a mensagem para
mensagem. É um campo opcional. ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
Anexar Arquivo: Identifica o(s) ar- ção do e-mail.
quivo(s) que estão sendo enviados z Ver código fonte da mensagem – As mensagens
junto com a mensagem. Existem possuem um cabeçalho com informações técnicas
ATTACH (anexo) restrições quanto ao tamanho do sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas.
anexo e tipo (executáveis são blo- z Ignorar – Disponível no cliente de e-mail e em
8
enviadas pastas.
alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as
77
da inserida no final.
z Lixo Eletrônico – Sinalizador que move a mensa-
39
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
o
salvas, estarão em pastas do servidor de correio ele- mensagens recebidas daquele remetente.
av
trônico, nominadas como "caixas de mensagens". z Tentativa de Phishing – Sinalizador que move a
st
A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o
gu
A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe- estar enviando links maliciosos que tentam captu-
av
receber e-mails do Yahoo Grupos. ponibilizada no mural da página do grupo, para con-
77
enviada para
das que foram enviadas pelos membros e redistribui
39
Grupos de todos os
para os demais participantes. discussão participantes
-1
e-mail do grupo
pela facilidade de acesso, associação e participação.
st
Usuários da Internet
gu
mensagem
O grupo poderá ser público e visível, ou
av
restrito e visível (qualquer um pode pe- Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam
st
Os sites de pesquisas ignoram pontuação, acen- permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos
77
tuação e não diferenciam letras maiúsculas de letras de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
.7
japonês
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con-
lista Páginas com o Lista telefôni-
o
Status de um voo
gu
concursos
Til (acento) Pesquisar sinônimos. conteúdo adulto serão exibidos normalmente.
~públicos
No Microsoft Bing, na página do buscador www.
Substituir termos na pesquisa,
para pesquisar "inscrições en- bing.com, acesse o menu no canto superior direito e
Asterisco cerradas", e "inscrições aber- inscrições * escolha o item Pesquisa Segura.
tas", e "inscrições suspensas" No Google, na página do site do buscador www.
etc.
google.com, acesse o menu Configurações no can-
celulares to inferior direito e escolha o item Configurações de
Cifrão Pesquisar por preço.
$1000
Pesquisa. 217
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Importante! REDES
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
As bancas costumam questionar funcionali-
dades do Microsoft Bing que são idênticas às O LinkedIn é uma
Empresas, em-
rede social para
funcionalidades do Google Buscas. Ao inserir o pregados, em-
conexões en-
nome do navegador da Microsoft na questão, a pregadores e
tre empresas e
banca procura desestabilizar o candidato com a candidatos.
empregados.
dúvida acerca do recurso questionado.
Facebook Wor-
Empresas que
kplace, usado por
Redes Sociais contratem o
empresas para
serviço e seus
conectar seus
As redes sociais se tornaram populares entre colaboradores.
colaboradores.
os usuários, ao oferecerem os pilares dos relacio-
namentos em formato digital: curtir, comentar e O Instagram é uma
compartilhar. rede social para Todos os usuá-
Teoricamente, elas se dividem em duas catego- compartilhamento rios de Internet e
rias: sites de relacionamento (redes sociais) e mídias de fotos, vídeos e empresas.
sociais. venda de produtos.
Na prática, estes conceitos acabam sendo sobre-
O Tumblr é uma rede
postos nas novas redes.
social para compar-
O modelo pode ser centralizado, descentralizado Todos os usuá-
tilhamento de con-
ou distribuído. rios de Internet e
teúdo como blogs
No modelo centralizado, as informações são exi- empresas.
(textos, imagens,
bidas para os usuários a partir de servidores de uma vídeos, links etc.)
empresa, de acordo com os parâmetros de cada usuá-
rio. Localização, idade, sexo, preferências políticas, e
todas as demais informações dadas pelos usuários no MÍDIAS
perfil da rede social, serão usadas para a apresentação CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
dos resultados na linha do tempo dele. O Twitter é um
exemplo centralizado, com distribuição de conteúdo Wordpress é um
Usuários de In-
semelhante à topologia Estrela, das redes de computa- portal de blogs
ternet com foco
dores, com um nó centralizador. que permite o ar-
em produção de
As redes sociais ou mídias descentralizadas são mazenamento de
conteúdo.
aquelas que, apesar de existirem nós maiores e prin- websites.
cipais, os usuários acessam apenas parte das informa-
O Youtube é um Produtores
ções disponíveis. Critérios informados nos perfis dos
8
ocultou para não ver mais nada relacionado, grupos sociais. consumidores.
.7
colaborativo.
av
dados de usuários pode comprometer a segurança concursos públicos, devido às atualizações que elas
st
da informação. Técnicas de Engenharia Social podem oferecem quase diariamente em seus recursos e ope-
gu
ser usadas para vasculhar as informações publicadas ração de algoritmos. Se comparar o Facebook de hoje
pelos usuários, à procura de conexões, relacionamen- com as regras e recursos do Facebook do ano passa-
tos, senhas, dados de documentos e outras informa- do, poderá ver a quantidade de funcionalidades que
ções que poderão ser usadas contra o usuário. foram alteradas.
Identidade confirmada
Transferência de Informação e Arquivos
Servidor
HTTPS – response (resposta) Web
Cada sistema operacional tem o seu sistema de
arquivos, para endereçamento das informações arma-
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente, O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro-
não é possível a comunicação ou leitura destes dados. vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
A família de protocolos TCP/IP procura normatizar o Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,
envio e recebimento das informações entre dispositivos
como em Segurança da Informação.
conectados em rede, através dos protocolos de transfe-
rência. Um protocolo é um padrão de comunicação, uma FTP – File Transfer Protocol – protocolo de trans-
8
ferência de arquivos.
-2
comunicação, que possibilita a transferência de dados. Opera com duas portas TCP, uma para dados (20) e
.7
z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo textos) ou bit a bit (arquivos executáveis).
-1
de transferência de hipertextos.
Os navegadores de Internet possuem suporte para
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure –
o
z FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe- O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado
st
rência de arquivos. ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma mais
gu
z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo rápida que nos navegadores de Internet.
o
Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail
Os softwares instalados no computador podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.
Softwares que realizam uma tarefa para a qual fora Compactador de arquivos, Desfragmentador de Discos,
Utilitários
projetado. Gerenciadores de Arquivos.
Software malicioso, que realiza ações que comprome- Vírus de computador, worms, cavalo de Troia, spywares,
Malware
tem a segurança da informação. phishing, pharming, ransomware etc.
Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
8
-2
extensão dele.
77
.7
EXTENSÃO COMENTÁRIOS
86
.8
.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, com baixa qualidade.
av
st
Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos
.mkv
gu
formatos.
o
.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime.
av
st
Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o
.mp3
gu
Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, por exemplo, o
.mpg
Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD.
.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade, desenvolvido pela Real Networks.
Internet
z Fluxo contínuo;
z Modo blocado;
z Modo comprimido.
Na transferência por fluxo contínuo, os dados são transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres.
Internet
No modo blocado, o arquivo é transferido como uma série de blocos precedidos por um cabeçalho especial.
Este cabeçalho é constituído por um contador (2 bytes) e um descritor (1 byte).
8
-2
77
.7
Internet
86
.8
39
-1
o
00 A 01 C 02 B
av
No modo comprimido, a técnica de compressão utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência de
o
av
caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os dados comprimidos e as informações de controle são os parâ-
st
Internet
Cliente
INFORMÁTICA
Dados únicos
Dados repetidos
Informações de
controle
Este foi um dos temas das questões do último concurso da Polícia Federal. A transferência de dados e arqui-
vos pelas redes de computadores deve ser questionado ainda mais nas próximas provas. 221
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT phishing (códigos maliciosos que procuram enganar
EDGE, INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX E o usuário, como páginas que pedem login/senha do
GOOGLE CHROME) cartão de crédito).
Outro recurso de proteção é usado para combater
Os navegadores de Internet reconhecem os proto- vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que
colos da família TCP/IP, que permite a comunicação favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar-
entre os dispositivos nas redes de computadores. São tilhar dados entre sites sem permissão do usuário.
exemplos de protocolos de transferência de dados: Ele substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o
HTTP (hipertextos), HTTPS (hipertextos de forma visualizador padrão de arquivos PDFs no Windows
segura), FTP (arquivos), SMTP (mensagens de correio 10. Foram adicionados recursos que permitem "Dese-
eletrônico), NNTP (grupos de discussão e notícias), nhar" sobre o conteúdo do PDF.
entre outros. Mantém as características dos outros navegado-
Ao navegar na Internet com um navegador ou bro- res de Internet, como a possibilidade de instalação de
wser, o usuário está em uma sessão de navegação. extensões ou complementos, também chamados de
A sessão de navegação poderá ser em janelas ou plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
em guias dentro das janelas. específicos para a navegação em determinados sites.
As guias ou abas podem ser iniciadas com o cli- As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
que em links das páginas visitadas, ou clique no link sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,
enquanto mantém a tecla CTRL pressionada, ou ata- consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
lho de teclado Ctrl+T para nova guia em branco, ou cli- como PDF no dispositivo do usuário.
que no link com o botão direito do mouse para acessar Coleções no Microsoft Edge, é um recurso exclusi-
o menu de contexto e escolher a opção “Abrir link em vo para permitir que a navegação inicie em um dis-
nova guia”. As guias ou abas podem ser fechadas com positivo e continue em outro dispositivo logado na
o atalho de teclado Ctrl+W ou Ctrl+F4. mesma conta Microsoft. Semelhante ao Google Con-
A janela de navegação "normal" é aberta com o tas, mas nomeado como Coleções no Edge, permite
atalho de teclado Ctrl+N, ou clique no link enquanto adicionar sugestões do Pinterest.
mantém a tecla SHIFT pressionada, ou clique no link Outro recurso específico do navegador é a repro-
com o botão direito do mouse para acessar o menu de dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site
contexto e escolher a opção “Abrir link em nova jane- Microsoft Bing (buscador da Microsoft).
la”. A janela poderá ser fechada com o atalho de tecla-
do Alt+F4. Se houver várias guias abertas na janela, Internet Explorer
com o atalho de teclado Alt+F4, todas serão fechadas.
Para reabrir uma guia ou janela que foi fechada, Foi o navegador padrão dos sistemas Windows,
pressione o atalho de teclado Ctrl+Shift+T. e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o
Os navegadores de Internet permitem a continua- questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no
ção da navegação nas guias que estavam abertas na Microsoft Edge, por questões de compatibilidade.
última sessão. Alterando as configurações do navega- A compatibilidade é um princípio no desenvolvi-
dor, na próxima vez que ele for executado, exibirá as mento de substitutos para os programas, que deter-
8
-2
últimas guias que foram acessadas na última sessão. mina que a nova versão ou novo produto, terá os
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Os navegadores de Internet não permitem a edi- recursos e irá operar como as versões anteriores ou
.7
é o mais popular para distribuição de conteúdo na O atalho de teclado para abrir uma nova janela de
.8
Internet, e pode ser editado por aplicativos específicos navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P.
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Os navegadores de Internet possuem mecanis- ramentas, também poderá ser acessado pelo Painel
mos internos que procuram proteger a navegação do de Controle do Windows, devido à alta integração do
o
av
usuário por sites, alertando sobre sites que tenham navegador com o sistema operacional.
st
c) Exibição.
.7
operacional. Todos os usuários do perfil poderão 3. (EXATUS — 2015) Analise o texto a seguir: “Seu traba-
-1
consultar as informações armazenadas. lho irá preencher grande parte do tempo da sua vida.
z Modo Normal conectado na conta Google – o nave-
o
gador armazena localmente as informações da isso é ter a certeza de ser um trabalho otimo. E a unica
st
navegação e sincroniza com outros dispositivos maneira de fazer um trabalho otimo é gostar muito do
gu
mas não acessa as informações da conta Google Quando o texto acima for editado no MS-Word as pala-
st
z Modo de Navegação Anônima – o navegador aces- melho, indicando que ocorreu um erro de ortografia.
sa a Internet e apaga os dados acessados quando a Para corrigir esse erro é necessário:
janela é fechada.
a) Posicionar o mouse sobre a palavra sublinhada, cli-
O navegador Google Chrome, quando conectado car com o botão esquerdo do mouse e escolher a
em uma conta Google, permite que a exclusão do his- opção Colar no menu suspensão que o MS-Word irá
tórico de navegação seja realizada em todos os dis- apresentar.
INFORMÁTICA
positivos conectados. Esta funcionalidade não estará b) Ir até a guia Exibição, clicar em Caixa de Texto no gru-
disponível, caso não esteja conectado na conta Google. po Texto e escolher a palavra escrita de forma correta
Um dos atalhos de teclado diferente no Google conforme as opções apresentadas.
Chrome em comparação aos demais navegadores c) Ir até a guia Revisão, clicar em Ortografia e Gramática
é F6. Para acessar a barra de endereços nos outros no grupo Revisão de texto e escolher a opção Dicioná-
navegadores, pressione F4. No Google Chrome o ata- rio de Sinônimos apresentada pelo MSWord.
lho de teclado é F6. d) Posicionar o mouse sobre a palavra sublinhada, clicar
Para verificar a versão atualmente instalada do com o botão direito do mouse e escolher a palavra
Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e depois
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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
corretamente acentuada na caixa que o MSWord irá a) Intranet.
apresentar. b) LAN.
e) Nenhuma das alternativas anteriores. c) Internet.
d) Extranet.
4. (EXATUS — 2014) Na maioria dos processadores de
texto (exemplo: Microsoft Word) é possível alterar o 8. (EXATUS — 2014) No software navegador Microsoft
alinhamento horizontal de um texto através de confi- Internet Explorer (8.0), pode-se alterar o servidor proxy,
gurações disponíveis no software. No exemplo abaixo através do seguinte caminho:
exposto, o seguinte tipo de alinhamento foi aplicado:
a) Arquivo -> Configurações Gerais -> Internet -> Lan ->
“O Clube Paineiras do Morumby, em São Paulo, rece- Proxy.
be, desde esse sábado (12), o qualifying do São b) Ferramentas -> Opções da Internet -> Conexões ->
Paulo Challenger de Tênis. A competição é realizada Configurações da Lan.
com recursos captados por meio da Lei de Incentivo c) Ferramentas -> Configurações da Internet -> Proxy.
ao Esporte e contará com a presença de tenistas de d) Ferramentas -> Opções da Internet -> Configurações
vários países da América do Sul e da Europa. O classi- da Lan -> Conexões.
ficatório será disputado durante todo o fim de semana
e vale quatro vagas na chave principal.” 9. (EXATUS — 2014) No aplicativo navegador Microsoft
Internet Explorer 11, pode-se escolher entre diferentes
a) Justificado. níveis de configuração para a zona da Internet. A des-
b) Centralizado.
crição abaixo remete ao seguinte nível:
c) Negrito.
d) Itálico.
- Bloqueia cookies de terceiros que não tenham uma
política de privacidade compacta
5. (EXATUS — 2014) O aplicativo Microsoft Word 2013,
- Bloqueia cookies de terceiros que salvam informa-
voltado ao processamento de textos, permite a adição
ções que podem ser usadas para contatado sem o seu
das margens superior, inferior, esquerda e direita a um
consentimento explícito
determinado documento. No caso de um texto que irá
- Bloqueia cookies internos que salvam informações
posteriormente necessitar de encadernação, pode ser
que podem ser usadas para contatado sem o seu con-
necessário a reserva de espaço adicional na margem
das páginas (de modo que o texto não seja afetado sentimento implícito
pela encadernação), neste caso, o seguinte tipo de
margem pode ser utilizada: a) Alto.
b) Médio-Alto.
a) Medianiz. c) Médio.
b) Mediatriz. d) Baixo.
8
c) Retrato.
-2
6. (EXATUS — 2014) No aplicativo Microsoft Excel 2013, lidade estão disponíveis em Configurações da Internet
86
9 GABARITO
o
av
st
gu
1 C
2 D
3 D
=MARRED(A 1; 12) 4 A
5 A
a) 228.
b) 224. 6 B
c) 18.
d) Nenhuma das alternativas anteriores. 7 C
8 B
7. (EXATUS — 2016) É um conglomerado de redes locais,
interconectadas e espalhadas pelo mundo inteiro, 9 B
através do protocolo de internet facilitando o fluxo de
10 A
224 informações espalhadas por todo o globo terrestre.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.