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Polícia Militar do Rio de Janeiro

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NV-015AB-22
Cód.: 7908428802011
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

PMERJ – Polícia Militar do Rio de Janeiro


Soldado

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Gabriela Coelho

REDAÇÃO • Nelson Sartori

GEOGRAFIA (EM VÍDEO) • Carla Kurz

HISTÓRIA • Jean Talvani

SOCIOLOGIA • Lucas Afonso

NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS • Samara Kich e Camila Cury

LEGISLAÇÃO • Ana Philippini e Diego Alves

INFORMÁTICA • Fernando Nishimura

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ISBN: 978-65-87525-98-3
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Edição:

Abril/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br
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APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento de seus estudos é determinante para sua
preparação de sucesso na busca pela tão almejada aprovação
em um cargo público. Por isso, pensando no máximo aproveita-
mento de seus estudos, este livro foi organizado considerando
os itens mais relevantes do último edital da PMERJ para o cargo
de Soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital; no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-
dando os principais itens do edital e reorganizando-os quando
necessário, de uma maneira didática para que você realmente
consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados
nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-
ritados da banca EXATUS, organizadora do último certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


8

de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-


-2
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sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas


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aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será


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um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensando


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no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Agora é


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com você!
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Otimize ainda mais a sua preparação com o conteúdo dispo-


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Gerais do Estado do Rio de Janeiro disponível em videoaulas,


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conforme os assuntos cobrados na última prova. Para acessar,


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basta seguir as orientações na próxima página.

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CONTEÚDO ON-LINE

Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

CONTEÚDO COMPLEMENTAR:

• Características Gerais do Estado do Rio de Janeiro

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VERSO DA APOSTILA

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS............................................................................. 9

RELAÇÕES LEXICAIS, CONSTRUÇÃO DE SENTIDO, EFEITOS DE SENTIDO (SEMÂNTICA),


DENOTAÇÃO (SENTIDO LITERAL) E CONOTAÇÃO (SENTIDO FIGURADO)..................................... 9

INTERTEXTUALIDADE........................................................................................................................ 12

GÊNEROS TEXTUAIS........................................................................................................................... 15

TIPOLOGIA TEXTUAL......................................................................................................................... 19

LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL.............................................................................................. 23

FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................................. 24

VARIEDADES LINGUÍSTICAS............................................................................................................. 24

TIPOS DE DISCURSO.......................................................................................................................... 25

ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................... 26

ORTOGRAFIA....................................................................................................................................... 26
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CLASSE DE PALAVRAS (SUBSTANTIVO, ARTIGO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO,


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ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO)................................................................ 27


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ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS...................................................................................... 46


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SINTAXE (FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO)............................................................................................. 48


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TERMOS ESSENCIAIS, INTEGRANTES E ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO............................................ 48


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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL............................................................................................ 57


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REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL ....................................................................................................... 62


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CRASE.................................................................................................................................................. 64

COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................. 65

COESÃO E COERÊNCIA....................................................................................................................... 65

PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 69

REDAÇÃO...............................................................................................................................81
REDAÇÃO DISCURSIVA...................................................................................................................... 81

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HISTÓRIA............................................................................................................................ 107
A EXPANSÃO ULTRAMARINA PORTUGUESA DOS SÉCULOS XV E XVI......................................107

O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA......................................................................107

ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA, ESTRUTURA SOCIOECONÔMICA..........................................107

A ESCRAVIDÃO (AS FORMAS DE DOMINAÇÃO ECONÔMICO-SOCIAIS) E AS FORMAS DE


ATUAÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS NA COLÔNIA.......................................................................................108

A AÇÃO DA IGREJA.........................................................................................................................................109

AS INVASÕES ESTRANGEIRAS E EXPANSÃO TERRITORIAL.......................................................................109

Interiorização e Formação das Fronteiras.................................................................................................... 109

O PERÍODO JOANINO E O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA........................................................111

A PRESENÇA BRITÂNICA NO BRASIL............................................................................................................111

A TRANSFERÊNCIA DA CORTE, OS TRATADOS, AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE D. JOÃO VI


NO BRASIL POLÍTICA JOANINA.....................................................................................................................111

OS PARTIDOS POLÍTICOS...............................................................................................................................112

REVOLTAS, CONSPIRAÇÕES E REVOLUÇÕES, EMANCIPAÇÃO E CONFLITOS SOCIAIS...........................112

Movimentos e Tentativas Emancipacionistas — Rebeliões Coloniais........................................................112

O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.............................................................................................114


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Reformas Pombalinas.................................................................................................................................... 114


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BRASIL IMPERIAL.............................................................................................................................114
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O PRIMEIRO REINADO E O PERÍODO REGENCIAL.........................................................................................114


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O SEGUNDO REINADO.....................................................................................................................................115
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Aspectos, Políticos, Administrativos, Militares, Culturais, Econômicos, Sociais e Territoriais..................115


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A POLÍTICA EXTERNA, A QUESTÃO ABOLICIONISTA, O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO,


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A CRISE DA MONARQUIA E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA..................................................................115


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SOCIOLOGIA...................................................................................................................... 117
RELAÇÕES ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE................................................................................117

DISTINÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO E PRIVADO..............................................................................118

CIDADANIA E DIVERSIDADE............................................................................................................120

O ESTADO E OS DIREITOS HUMANOS............................................................................................121

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NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS................................................................. 127
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS........................................................................127

DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS E COLETIVOS.................................................................................127

CONSIDERAÇÕES SOBRE A POLÍCIA E OS DIREITOS HUMANOS...............................................140

LEGISLAÇÕES................................................................................................................... 143
PENALIDADES APLICADAS ÀS INFRAÇÕES DE TRÂNSITO.........................................................143

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS A SEREM ADOTADAS PELA AUTORIDADE DE TRÂNSITO


E SEUS AGENTES..............................................................................................................................147

LEI N° 11.340, 7 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA)...................................................150

LEI N° 10.741, 1 DE OUTUBRO DE 2003 (ESTATUTO DO IDOSO).................................................154

LEI N° 13.146, 6 DE JULHO DE 2015 (ESTATUTO DA INCLUSÃO DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA)....................................................................................................................................162

INFORMÁTICA.................................................................................................................. 181
NOÇÕES DE INFORMÁTICA BÁSICA...............................................................................................181

APLICATIVOS PARA PROCESSAMENTO DE TEXTO, PLANILHAS ELETRÔNICAS E


8
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APRESENTAÇÕES: CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO........................................................182


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CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE EMPREGO DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS,


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APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS À REDE DE COMPUTADORES, INTERNET


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E INTRANET.......................................................................................................................................210
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Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sem-
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos
você a estudar com afinco e dedicação, realizando a

LÍNGUA PORTUGUESA
seleção de exercícios finais, selecionados especial-
mente para que este material cumpra o propósito de
alcançar sua aprovação.

INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO
RELAÇÕES LEXICAIS, CONSTRUÇÃO
DE TEXTOS
DE SENTIDO, EFEITOS DE SENTIDO
A interpretação e a compreensão textual são (SEMÂNTICA), DENOTAÇÃO (SENTIDO
aspectos essenciais a serem dominados por aque- LITERAL) E CONOTAÇÃO (SENTIDO
les candidatos que buscam a aprovação em seleções FIGURADO)
e concursos públicos. Trata-se de um assunto que
abrange questões específicas e de conteúdo geral nas DENOTAÇÃO
provas; conhecer e dominar estratégias que facilitem
a apreensão desse assunto pode ser o grande diferen- O sentido denotativo da linguagem compreende
cial entre o quase e a aprovação. Além disso, seja a com- o significado literal da palavra independente do seu
preensão textual, seja a interpretação textual, ambas contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais
guardam uma relação de proximidade com um assunto objetivo e literal associado ao significado que aparece
pouco explorado pelos cursos de português: a semânti- nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar
ca, que incide suas relações de estudo sobre as relações ênfase à informação que se quer passar para o recep-
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por
de sentido que a forma linguística pode assumir.
isso, é muito utilizada em textos informativos, como
Portanto, neste material, você encontrará recursos
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
para solidificar seus conhecimentos em interpretação ticos, entre outros.
e compreensão textual, associando a essas temáticas Ex.: O fogo alastrou-se por todo o prédio. (fogo:
as relações semânticas que permeiam o sentido de chamas)
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual- O coração é um músculo que bombeia sangue para
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada o corpo. (coração: parte do corpo)
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa
ser reconhecido por quem o lê. CONOTAÇÃO
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma
breve diferença entre os termos compreensão e O sentido conotativo compreende o significado
8

figurado e depende do contexto em que está inserido.


-2

interpretação textual.
77

A conotação põe em evidência os recursos estilísticos


Para muitos, essas palavras expressam o mesmo
dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
.7

sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste


86

tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e


material, ainda que existam relações de sinonímia
.8

poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase


entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor
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à expressividade da mensagem de maneira que ela


por um termo ao invés de outro reflete um sentido
-1

possa provocar sentimentos ou diferentes sensações


que deve ser interpretado no texto, uma vez que a no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
o
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interpretação realiza ligações com o texto a partir sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios
publicitários e outros.
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das ideias que o leitor pode concluir com a leitura.


gu

Já a compreensão busca a análise de algo exposto Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou Você mora no meu coração.
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uma expressão, e apresenta mais relações semânticas


O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
st

e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos


gu

linguísticos essencialmente relacionados à significa-


Quando escolhemos determinadas palavras ou
ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação expressões dentro de um conjunto de possibilidades
com a semântica. de uso, estamos levando em conta o contexto que
LÍNGUA PORTUGUESA

Sabendo disso, é importante separarmos os con- influencia e permite o estabelecimento de diferentes


teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou relações de sentido. Essas relações podem se dar por
compreensivo. Neste material, você encontrará um meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
forte conteúdo que relaciona semântica e interpreta- mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.
ção, contendo pontos sobre os assuntos: inferência;
figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex-
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na Importante!
compreensão e semântica, os principais tópicos são: Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e sões de um idioma.
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões que
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- cada falante seleciona do léxico para se comunicar.
guísticas e suas consequências para o sentido. 9
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Sinonímia cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)

São palavras ou expressões que, empregados em censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
um determinado contexto, têm significados seme- céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
lhantes. É importante entender que a identidade dos cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
cerrar (fechar) serrar (cortar)
uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
o que pode não acontecer em outras situações. O cervo (veado) servo (criado)
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
cheque (ordem de
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade xeque (lance no jogo de xadrez)
pagamento)
de suas significações é diferente.
O emprego dos sinônimos é um importante recurso círio (vela) sírio (natural da Síria)
para a coesão textual, uma vez que essa estratégia reve- cito (forma do verbo citar) sito (situado)
la, além do domínio do vocabulário do falante, a capa-
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
cidade que ele tem de realizar retomadas coesivas, o
que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto. concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
Antonímia exotérico (que se expõe em
esotérico (secreto)
público)
São palavras ou expressões que, empregadas em
espectador (aquele que expectador (aquele que tem
um determinado contexto, têm significados opostos.
assiste) esperança, que espera)
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é espiar (observar) expiar (pagar pena)
casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo,
inserto (inserido, introduzido)
impreciso)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
8

tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)


-2
77

tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)


.7
86

Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php.
.8

Acesso em: 5 nov. 2021.


39

Fonte: https://bityli.com/yozhvG. Acesso em: 5 nov. 2021.


Paronímia1
-1

A relação de sentido estabelecida na tirinha é cons-


o
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truída a partir dos sentidos opostos das palavras “prende” Parônimos são palavras que apresentam sentido
st

e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto. diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
gu

mos nos exemplos a seguir:


Homonímia
o
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z Absorver/absolver
st

Homônimos são palavras que têm a mesma pronún-


gu

cia ou grafia, porém apresentam significados diferentes. É „ Tentaremos absorver toda esta água com
importante estar atento a essas palavras e a seus dois signi- esponjas. (sorver)
ficados. A seguir, listamos alguns homônimos importantes: „ Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis
de seus pecados. (inocentar)
acender (colocar fogo) ascender (subir)
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta) z Aferir/auferir
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido) „ Realizaremos uma prova para aferir seus
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) conhecimentos. (avaliar, cotejar)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
„ O empresário consegue sempre auferir lucros
em seus investimentos. (obter)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
z Cavaleiro/cavalheiro

10 1 Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-paronimas. Acesso em: 03 mai. 2022.


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„ Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei participaram na batalha. (homem que anda de
cavalo)
„ Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar. (homem educado e cortês)

z Cumprimento/comprimento

„ O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50 metros. (tamanho, grandeza)


„ Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)

z Delatar/dilatar

„ Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
„ Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando seu estômago. (alargar, estender)

z Dirigente/diligente

„ O dirigente da empresa não quis prestar declarações sobre o funcionamento da mesma. (pessoa que diri-
ge, gere)
„ Minha funcionária é diligente na realização de suas funções. (expedito, aplicado)

z Discriminar/descriminar

„ Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
„ Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas. (descriminalizar, inocentar)

Polissemia (Plurissignificação)

Multiplicidade de sentidos encontrada em algumas palavras, dependendo do contexto. As palavras polissêmi-


cas guardam uma relação de sentido entre si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polissemia é encon-
trada no exemplo a seguir:

8
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.8

Fonte: https://bityli.com/EFbvZy. Acesso em: 5 nov. 2021.


39

Hipônimo e Hiperônimo
-1
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Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantêm uma ordem gradativa.
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Exemplo: hiperônimo – veículo; hipônimo – carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...


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EFEITOS DE SENTIDO DECORRENTES DO USO DE RECURSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM GÊNEROS


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DIFERENTES: GRÁFICOS E INFOGRÁFICOS


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A representação de sentido por meio de tabelas e gráficos está sempre presente em nosso cotidiano, principal-
gu

mente nos meios de comunicação, ainda mais com as redes sociais. Isso está ligado à facilidade com que podemos
analisar e interpretar as informações que estão organizadas de forma clara e objetiva e, além disso, ao fato de isso
não exigir o uso de cálculos complexos para a sua análise. A análise de gráficos auxilia na resolução de questões
não apenas de português, por isso, requer atenção.
LÍNGUA PORTUGUESA

Gráfico

Componentes de um gráfico:

z Título: na maioria dos casos, possuem um título que indica a que informação ele se refere;
z Fonte: a maioria dos gráficos contém uma fonte, ou seja, de onde as informações foram retiradas, com o ano
de publicação;
z Números: o mais importante, pois é deles que precisamos para comparar as informações dadas pelos gráficos.
Usados para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período);
z Legendas: ajuda na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca dife-
rentes informações. 11
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CIDADES MAIS POPULOSAS DO BRASIL

INTERTEXTUALIDADE
NÚMEROS DE HABITANTES
100%
90%
80%
70% Existem diversos mecanismos que são meios
60% importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à cons-
50%
40% trução de sentido dos gêneros textuais, dentre eles a
30% intertextualidade. Quando nos referimos à ideia de
20%
10% construção dos sentidos mediante o uso de gêneros
0%
Franceses Alemães Ingleses Espanhóis Outros Total textuais, destaca-se a estrutura, o propósito comu-
CIDADES nicativo e a função dos gêneros. Um outro elemento
Fonte: googleimages.com. Acesso em: 10/01/2021. importante para a compreensão textual é a intertex-
tualidade, que diz respeito à propriedade de um texto
Infográficos se relacionar com outros.
Para entender melhor a estrutura e a função do
Os infográficos são uma forma moderna de apre- termo intertextualidade, pode-se separar a palavra
sentar o sentido. Essa palavra une os termos info por partes: “inter” é de origem latina e refere-se à
(informação) e gráfico (desenho, imagem, representa- noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto,
ção visual), ou seja, um desenho ou imagem que, com e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras.
o apoio de um texto, informa sobre um assunto que Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir
não seria muito bem compreendido somente com um da qual podemos dar origem a um outro texto.
texto, auxiliando a compreensão do leitor. A intertextualidade está presente em nosso dia
Para interpretar os dados informativos em um a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da
infográfico, é preciso boa leitura, o que requer aten- internet e também da publicidade. A seguir, apresen-
ção aos detalhes. As representações nesse formato tamos um exemplo que resume a ideia de intertextua-
aliam ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo lidade que iremos trabalhar neste material:
ao leitor ser extremamente observador. Ter atenção
ao título, ao tema e a fonte das informações é vital
para uma boa análise e interpretação.

8
-2
77

Fonte: COLARES, 2020.


.7
86

Compreendida a ideia de intertextualidade e apre-


.8

sentada sua importância para a análise textual em


39

provas, questões e textos, faz-se necessário conhecer


-1

algumas das principais formas de realização da inter-


textualidade em textos e em gêneros utilizados por
o
av

bancas de concurso.
st

Antes, porém, é necessário apontar que, confor-


gu

me Koch e Elias (2015), todos os textos são, em algu-


ma medida, recuperadores de outros. Quando o leitor
o
av

acessa as ideias e reconhece essa intertextualidade,


st

estamos diante de um processo de intertextualidade


gu

stricto sensu. Quando não é possível acessar esse teor


intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato
sensu. Desenvolvemos o esquema a seguir para tornar
essa divisão mais didática:

INTERTEXTUALIDADE

Stricto Sensu Lato Sensu

Temática
Estilística
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm. Explícita
Implícita
12 Acesso em: 03 mai. 2022.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PARÓDIA É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
A paródia é um tipo de intertextualidade estilística é nunca contentar se de contente;
em que o autor recupera o estilo de outro texto, seja é um cuidar que ganha em se perder.
verbal ou não-verbal. Muito comum em textos musi-
cais, nos quais são recuperados a melodia e o estilo do É querer estar preso por vontade;
interprete original da canção, porém, a paródia tam- é servir a quem vence, o vencedor;
bém é muito comum em textos visuais, como o exem-
é ter com quem nos mata, lealdade [...]
plo a seguir:
REFERÊNCIA

A referência é um tipo de intertextualidade explí-


cita, muito comum e necessária em trabalhos acadê-
micos, pois ao mencionar uma obra ou autor e suas
ideias, o pesquisador deverá realizar as devidas refe-
rências, indicando os nomes dos títulos mencionados
ao final do trabalho.
Para realizar esse tipo de intertextualidade, deve-
mos seguir as regras da Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas – ABNT. A seguir, disponibilizamos um
Disponível em: https://www.pinterest.fr/pin/398920479485306676/. exemplo de referência com a indicação de uma das
Acesso em: 17 jan. 2022. obras citadas neste material:

Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda
humorístico que pode variar, dependendo da sua fina- Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.
lidade textual. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

PARÁFRASE As referências também são muito comuns em tex-


tos jurídicos, nos quais é praxe citar leis, decretos e
A paráfrase é uma estratégia intertextual que con-
demais documentos que sirvam de embasamento
siste em recuperar aspectos do tema do texto-fonte,
teórico.
o qual baseia a paráfrase. Dessa forma, a paráfrase é
considerada um tipo de intertextualidade temática.
CITAÇÃO
Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é
a música Monte Castelo, do grupo Legião Urbana, que
A citação também é um tipo de intertextualidade
versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I
carta de São Paulo aos Coríntios” e também dos versos explícita e diz respeito às formas de citação de uma
obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quan-
8

de Luís Vaz de Camões.


-2

do utilizamos as palavras de outros autores, devemos


77

Monte Castelo – Legião Urbana mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição


.7

fiel das palavras do autor do texto-fonte é chamada


86

Ainda que eu falasse a língua dos homens de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do
.8

E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a
39

seria citação passa a ser indireta.


-1

É só o amor, é só o amor Independentemente da maneira como citamos em


Que conhece o que é verdade
o

um texto, é imprescindível dar os créditos aos autores


av

O amor é bom, não quer o mal das obras citadas, por isso, devemos mencioná-los nas
st

Não sente inveja ou se envaidece citações que também seguem o padrão estabelecido
gu

O amor é o fogo que arde sem se ver pela ABNT.


É ferida que dói e não se sente
o
av

É um contentamento descontente
z Citação direta:
st

É dor que desatina sem doer


gu

I Carta de São Paulo aos Coríntios “A confiabilidade das fontes citadas confere rele-
vância ao trabalho acadêmico, cabendo, portan-
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos to, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor”
LÍNGUA PORTUGUESA

anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que (BOAVENTURA, 2004, p. 81).
soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse
o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios z Citação indireta:
e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
maneira tal que transportasse os montes, e não Segundo Boaventura (2004, p. 81), “o respeito ao
tivesse amor, nada seria [...] trabalho acadêmico é diretamente proporcional
à credibilidade das fontes utilizadas”, por isso é
11 Soneto – Luis Vaz de Camões necessário atentar para os diversos tipos de citação
aqui mencionados.
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente; Dica
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer. A citação indireta é um tipo de paráfrase! 13
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ALUSÃO Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam
A alusão é um intertexto que faz referência a uma Aquelas sentimentalidades
obra de arte, a um fato histórico, a textos de conheci- E o seu orgulho dilatava-se
mento comum. A alusão pode ocorrer de forma explí-
Ao calor amoroso que saía delas
cita ou implícita.
Como um corpo ressequido
Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um ver-
dadeiro presente de grego. Que se estira num banho tépido
A expressão “presente de grego” faz alusão aos Sentia um acréscimo de estima por si mesma
fatos da Guerra de Troia, em que os gregos fingiram Disponível em: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47268/.
presentear os troianos com um cavalo de madeira que Acesso em: 6 dez. 2021.
fazia parte da estratégia grega para conseguir invadir
a cidade de Troia e destruí-la por dentro. Tradução

EPÍGRAFE A tradução é uma espécie de paráfrase para mui-


tos autores, pois, como sabemos, há palavras e expres-
A epígrafe é uma pequena citação colocada no iní-
sões que só existem na língua de origem do escritor
cio de capítulos de livros, seções de trabalhos acadê-
micos ou de outros gêneros para manter uma relação original. Dessa forma, a tradução de textos em línguas
dessa citação com o assunto abordado na obra. diferentes é uma aproximação de sentidos, construída
Ex.: No início deste capítulo, poderíamos ter colo- a partir das leituras e do ponto de vista do tradutor.
cado a epigrafe: “Sei que às vezes uso palavras repe- Muitos escritores brasileiros são considerados como
tidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas” “literatura complexa” por manterem em seus tex-
(trecho da música “Quase sem querer” da banda tos expressões tão brasileiras que se tornam difíceis
Legião Urbana), para iniciar nosso debate sobre inter- de expressar em outras línguas, caso do mineiro de
textualidade e as possibilidades de escrevermos algo
Cordisburgo, Guimarães Rosa, que apresenta uma
completamente inédito em nosso contexto atual.
linguagem peculiar repleta de neologismos, como os
OUTROS POSSÍVEIS PROCESSOS destacados a seguir:
INTERTEXTUAIS MENOS COMUNS EM
CONCURSOS
Enxadachim:  Designa um trabalhador do campo,
que luta pela sobrevivência. A palavra reúne “enxa-
Bricolagem da” e “espadachim”.
Taurophtongo:  Significa mugido, sendo a palavra
A bricolagem é um tipo de intertextualidade que uma junção de dois termos gregos, relativos a touro
atua explicitamente no texto, pois se refere à mes- (táuros) e ao som da sala (phtoggos).
cla de vários elementos advindos de vários textos ou Embriagatinhar:  A mistura de “embriagado” e
8

de várias obras de arte, em geral. Assim, a principal “(en)gatinhar” serve para designar uma pessoa que,
-2

característica da bricolagem é o uso de outros frag-


77

de tão bêbada, chega a engatinhar.


mentos textuais para a formação de uma nova com- Velvo:  Adaptação do inglês  velvet, que significa
.7

posição textual. Esse recurso foi utilizado na letra da


86

“veludo”. Na linguagem de Guimarães Rosa, é o


canção “Amor I love you”, de Marisa Monte, na qual a
.8

nome dado para uma planta de folhas aveludadas.


cantora inseriu um trecho da obra “O primo Basílio”,
39

Circuntristeza:  Como a própria palavra sugere,


de Eça de Queiroz para compor a letra da música.
-1

refere-se à “tristeza circundante”.


o

“Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamen-


av

te! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas Disponível em: https://bit.ly/34DFj5D. Acesso em: 6 dez. 2021.
st

sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao


gu

calor amoroso que saía delas, como um corpo res- Diante desse complexo léxico, como traduzir
o

sequido que se estira num banho lépido; Sentia um expressões que até para um brasileiro podem ser difí-
av

acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe ceis de compreender? Por isso, a tradução é um texto
st

que entrava enfim uma existência superiormente


gu

intertextual, pois cabe ao tradutor adaptar e parafra-


interessante, onde cada hora tinha o seu intuito
diferente, cada passo conduzia um êxtase, e a alma sear trechos cuja complexidade só poderia ser alcan-
se cobria de um luxo radioso de sensações.” çada por falantes nativos.
Eça de Queirós – O Primo Basílio
Pastiche
Amor I Love You – Marisa Monte
É um tipo de intertextualidade que ocorre quando
Deixa eu dizer que te amo um modelo estrutural serve para inspirar um novo
Deixa eu pensar em você quadro, texto ou programa de TV. Um exemplo bem
Isso me acalma, me acolhe a alma típico deste último era o programa de TV “Os trapa-
Isso me ajuda a viver
lhões” em que o modelo humorístico criado pelo trio
[...]
Meu peito agora dispara “Os três patetas”, na década de 1960, inspirou progra-
Vivo em constante alegria mas no mundo todo.
É o amor que está aqui O pastiche também é comum em textos imagéticos,
14 Amor, I love you (x8) como o exemplo a seguir:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
textuais não têm apelo ao ambiente social e são
muito mais identificáveis por suas marcas linguísti-
cas. O fator social dos gêneros textuais também dire-
cionará outros aspectos importantes na classificação
desses elementos; justamente devido à dinâmica
social em que estão inseridos, os gêneros são passí-
veis de alterações em sua estrutura.
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo,
tornando o gênero completamente modificado, como
se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem-
plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam
a uma finalidade específica e momentânea, como
aconteceu com o anúncio apresentado a seguir, da
loja O Boticário:

Disponível em: https://bit.ly/3e8lV3V. Acesso em: 6 dez. 2021.

GÊNEROS TEXTUAIS
O QUE SÃO OS GÊNEROS TEXTUAIS? Disponível em: https://bit.ly/34yptsR. Acesso em: 5 nov. 2021.

Quando pensamos em uma definição para gêneros O gênero anúncio apresenta uma clara referên-
textuais, somos levados a inúmeros autores que bus- cia ao gênero contos de fadas; porém, a estrutura
caram definir e classificar esses elementos, e, inicial- desse gênero, que é, predominantemente, narrativo,
mente, é interessante nos lembrarmos dos gêneros foi modificada para que o propósito do anúncio fos-
literários que estudamos na escola. se alcançado — ou seja, persuadir o leitor e levá-lo
Podemos lembrar dos conceitos de tragédia e a adquirir os produtos da marca. No caso do gênero
comédia, que se referem aos clássicos da literatura anúncio publicitário, usar outros gêneros e modifi-
grega. Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de car sua estrutura básica é uma estratégia que é esta-
Ilíada ou de Odisseia, ambas de Homero? Mas o que belecida a fim de que a principal função do anúncio se
8

esses textos têm em comum? Inicialmente, pode-se ser cumpra, qual seja: vender um produto.
-2

levado a pensar que nada, além do fato de terem sido


77

A partir desses exemplos, já podemos enumerar


escritos pelo mesmo autor. Entretanto, a estrutura mais uma característica comum a todos os tipos de
.7
86

dessas histórias respeita a um padrão textual estabe- gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e o
lecido e reconhecido na época em que foram escritas.
.8

propósito de um gênero, para alguns autores, como


39

De maneira análoga, quando pensamos em gêneros Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
-1

textuais, devemos identificar os elementos que caracte- Segundo esse autor, os gêneros têm a função de reali-
rizam textos, aparentemente, tão diferentes. Logo, da zar um objetivo ou objetivos; por isso, ele sustenta a
o
av

mesma forma que comparamos as estruturas de Ilíada posição de que o propósito comunicativo é o critério
e Odisseia, é preciso buscar as semelhanças entre uma
st

de maior importância, pois é o que motiva uma ação e


gu

notícia e um artigo de opinião, por exemplo. é vinculado ao poder do autor.


Também é fundamental identificar as razões que Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
o
av

nos levam a classificar cada um desses gêneros com do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
termos diferentes. Esse ponto de interseção é o que
st

qual também pode ser reconhecido como estereótipo


gu

podemos estabelecer como os principais aspectos de textual, que resguarda características básicas do gêne-
classificação de um gênero textual. ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
Conforme Maingueneau, o ponto de interseção nado anteriormente, identificamos traços do gênero
que estabelece sobre qual gênero estamos tratando contos de fadas tanto na porção textual do anúncio
LÍNGUA PORTUGUESA

é indicado por “rotinas de comportamentos estereoti- que começa com a frase: “era uma vez...” quanto pela
pados e anônimos que se estabilizaram pouco a pouco, imagem, que remete ao conto “Branca de Neve”.
mas que continuam sujeitos a uma variação contínua”2. Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
Logo, o primeiro elemento que precisamos iden- liam os falantes de uma comunidade a reconhecer
tificar para classificar um gênero é o papel social, o gênero e também a escrever nesse gênero quando
marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas” necessitarem. Isso é o que torna a característica da
humanas típicas de quem vive em sociedade e, por- prototipicidade tão importante no reconhecimento e
tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto na classificação de um gênero.
ser compreendido. Ademais, os traços estereotipados de um gênero
Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife- devem ser reconhecidos por uma comunidade, reafir-
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos mando o teor social desses elementos e estabelecendo
2  MAINGUENEAU, 2018, p. 71. 15
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a importância de um indivíduo adquirir o hábito da Essa configuração própria da notícia é reconhe-
leitura, pois, quanto mais se lê, a mais gêneros se é cida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia.
exposto. Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro-
Portanto, a partir de todas essas informações sobre totípico desse gênero:
os gêneros textuais, podemos afirmar que, de maneira
resumida, os gêneros textuais são ações linguísticas
situadas socialmente que servem a propósitos especí- Casal suspeito de assaltos é preso após Manchete
ficos e são reconhecidos pelos seus traços em comum. colidir carro na contramão enquanto fugia
A seguir, apresentamos uma tabela com as caracte- da polícia, em Fortaleza
rísticas básicas para a correta identificação dos gêne- Foram apreendidos três aparelhos celu- Lead
ros textuais: lares roubados e uma arma de fogo com
seis munições.
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO: Um casal suspeito de realizar assaltos foi
preso após capotar um carro ao dirigir na
z Ações sociais
contramão enquanto fugia da polícia na
z Ações com configuração prototípica
tarde deste domingo (13), no Bairro Hen-
z Reconhecidos pelos membros de uma comunidade
rique Jorge, em Fortaleza. Corpo
z O propósito de uma ação social
Uma das vítimas, que preferiu não se iden- da notícia
z Divididos em classes
tificar, disse que os assaltantes dirigiam
em alta velocidade pelas ruas após abor-
Outra importante característica que devemos refor-
dar de forma fria os pertences. “A mulher
çar é que os gêneros textuais não são quantificáveis,
estava conduzindo o carro e o comparsa
pois existem inúmeros. Justamente pelo fato de os
dela abordava as pessoas colocando a
gêneros sofrerem com as relações sociais, que são instá-
arma na cabeça”, afirmou.
veis, não há um número exato de gêneros textuais que
possamos estudar, diferentemente dos tipos textuais. Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 5 nov. 2021.

GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS Na formulação de uma notícia, para que ela atinja
seu propósito de informar, é fundamental que o autor
Relação com aspectos Associação a aspectos
sociais linguísticos do texto seja guiado por estas perguntas a fim de tor-
nar seu texto imparcial e objetivo:
Não podem sofrer
Podem ser alterados alteração, sob pena de O quê?
serem reclassificados
Onde? MANCHETE
Estabelecem uma função Organizam os gêneros
social textuais
Quando?
8

Apesar de não existir um número quantificável


-2

CORPO DA Como?
de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos
77

NOTÍCIA
gêneros mais comuns nas provas de concursos, com o Por quê?
.7

fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo


86

na resolução de questões que envolvam esse assunto.


.8
39

Notícia
-1

É importante ressaltar que, com o advento das


o

A notícia é um gênero textual de caráter jornalís-


av

redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o


tico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de gênero notícia seja divulgado por meio de platafor-
st

maneira objetiva e imparcial. A notícia pode apresen-


gu

mas diferentes, como as redes sociais.


tar sequências textuais narrativas e descritivas na sua Isso democratiza a informação, porém também
o

composição linguística, por isso, é fundamental sem-


av

abre margem para a criação de notícias falsas que se


pre termos em mente as características basilares de
st

baseiam nesse esquema de organização das notícias


todos os principais tipos textuais, os quais tratamos
gu

para buscar alguma credibilidade do público. Por isso,


anteriormente.
atualmente, é muito importante atentar-se à fonte de
Como aprendemos no início deste capítulo, os gêne-
publicação das notícias.
ros textuais possuem características que os distinguem
O próximo gênero sobre o qual trataremos é a
dos tipos textuais, dentre elas o fato de terem um apelo
a questões sociais, um propósito comunicativo e apre- reportagem, que guarda sutis diferenças em compa-
sentarem uma configuração mais ou menos padrão que ração com a notícia, e que também é muito abordada
varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros. em provas de concursos.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta
essas características. Seu propósito comunicativo é Reportagem
informar uma comunidade sobre assuntos de interes-
se comum; por isso, a notícia deve ser comunicada com A reportagem é um gênero textual que, diferen-
imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a transmi- temente da notícia, além de oferecer informações
te apresente sua opinião sobre os fatos. Outra impor- acerca de um assunto, também apresenta os pontos
tante característica da notícia é a sua configuração de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter
prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhecido argumentativo; essa é a principal diferença entre os
16 por leitores de uma comunidade. gêneros notícia e reportagem.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser) imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse gênero a opi-
nião do meio que a divulga. Por isso, nesses textos, as sequências textuais mais encontradas são a narração e a
descrição, justamente com a finalidade de evitar apresentar um ponto de vista.
De maneira diferente, a reportagem apresenta as opiniões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões são o prin-
cipal “ingrediente” dos textos desse gênero, representado, predominantemente, pela sequência argumentativa.
É importante relembrarmos que o tipo textual argumentativo é organizado em três macropartes: tese, desen-
volvimento e conclusão. Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais de ampla reper-
cussão e interesse do público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia busca apenas a
divulgação da informação.
Diante disso, o suporte de veiculação das reportagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, como tele-
visão, computador, tablet, celular etc. As reportagens têm um caráter de “matérias especiais” em jornais de ampla
repercussão, mas também podem ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e jornais. Com o avanço do
uso das redes sociais, entretanto, elas têm sido os principais meios de divulgação desse gênero atualmente.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a reportagem apresenta informações mais detalhadas sobre um fato
e/ou fenômeno de grande relevância social. Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados que compõem
a matéria, a fim de que o leitor construa sua própria opinião sobre o tema.
A despeito dessas diferenças na construção dos gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guardam
semelhanças, como a busca pelas respostas às perguntas:
O quê? Como? Por quê? Onde? Quando? Quem?
Essas perguntas norteiam a escrita tanto da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da primeira por
seu caráter essencialmente informativo.

NOTÍCIA REPORTAGEM
Apresenta um fato de forma simples e objetiva
Questiona fatos e efeitos de um fato determinado
Objetivo é informar
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato
Apuração objetiva dos fatos
Apuração extensa
Conteúdo de curto prazo
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresentar en-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida (visto
trevistas, dados, imagens etc.
anteriormente)
Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 5 nov. 2021. Adaptado.

É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual e que, portan-
to, a reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém
pode apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais objeto de provas de
concurso com um dos gêneros mais comuns em provas de seleções: o artigo de opinião.
8
-2

Artigo de Opinião
77
.7

O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
86

para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
.8

discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
39

No artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. Por meio dessa discussão, podemos
-1

defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor soluções para a
o

questão controversa.
av

A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele terá que
st
gu

usar de informações, fatos e opiniões que serão seus argumentos.


Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:
o
av

O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia, influen-
st
gu

ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição
assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação
constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes que possam
convencer o interlocutor (2011, p. 305).
LÍNGUA PORTUGUESA

Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos saberes, como conhecimentos
enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que percebemos que nada é por acaso, pois a
cada escolha há uma intenção:

... toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem fundamenta-se na suposição de quem fala tem
certas intenções ao comunicar-se3.

Para darmos uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre ele. Por
isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao escolherem
3  KOCH, 2011, p. 22. 17
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
um assunto, os autores devem considerar as diversas O início de um editorial é bem semelhante ao de
“vozes” já existentes sobre mesmo assunto e, dependen- um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central
do de sua intenção, apoiar ou negar determinadas vozes. ou o problema social a ser debatido no texto; poste-
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de riormente, segue-se à apresentação do ponto de vis-
um texto de opinião deve ser simples, direta e convin- ta defendido e conclui-se com a retomada da opinião
cente. Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primei- apresentada incialmente.
ra ser adequada para um artigo de opinião pessoal; A principal diferença entre editorial e artigo de
porém, ao escolher a terceira pessoa do singular, o opinião é que o editorial representa a opinião de uma
articulista consegue dar um tom impessoal ao seu tex- corporação, empresa ou instituição.
to, fazendo com que sua produção textual não fique Marcas linguísticas:
centrada só em suas próprias opiniões.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri- z Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte z Uso predominante do modo indicativo nas formas
estruturação: verbais;
z Linguagem clara, objetiva e impessoal.
z Identificação do tema, acompanhada de seus ante-
cedentes e alcance para situar a questão polêmica; O editorial, além de ser um gênero muito comum
z Tomada de posição — exposição de argumentos nas provas de interpretação textual em concursos
de modo a justificar a tese; públicos, também é, recorrentemente, cobrado por
z Reafirmação da posição adotada no início da pro- muitas bancas em provas de redação. Por isso, a
dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti- seguir, apresentamos um breve esquema para facili-
culadas e o texto é concluído. tar a escrita desse gênero.

ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO EDITORIAL – ESTRUTURA TEXTUAL POR


Identificação da questão polêmica PARÁGRAFOS
Introdução
alvo de debate no texto Apresentação do tema (situando o leitor)
Tese do autor (posicionamento e já com um posicionamento definido.
Parágrafo 1
defendido) Ser didático ao apresentar o assunto ao
Tese contrária (posicionamentos de leitor
Desenvolvimento
terceiros) – Aceitação ou refutação Contextualização do tema, comparando-
Argumentos a favor da tese do au- -o com a realidade e trazendo as causas
tor do texto Parágrafo 2 e indicativos concretos do problema.
Fechamento do texto e reforço do Mais uma vez, posicionamento sobre o
Conclusão assunto
posicionamento adotado
Análise e as possíveis motivações que
No processo de escrita de qualquer texto, é preci- tornam o tema polêmico (ou justificati-
8

so estar atento aos elementos de coesão que ligam as Parágrafo 3 vas de especialista da área). É preciso
-2

ideias do autor aos seus argumentos, porém, nos tex- trazer dados factuais, exemplos concre-
77

tos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais tos que ilustram a argumentação
.7

atenção a esse processo; por isso, muito cuidado com


86

Conclusivo, com o posicionamento crí-


a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
.8

Parágrafo 4 tico final, retomando o posicionamento


A fim de mantermos a linha de pensamento nos
39

estudos de textos argumentativos, seguimos nossa inicial sem se repetir


-1

abordagem, apresentando outro gênero sempre pre-


o

sente nas provas de língua portuguesa em concursos A seguir, apresentamos o último gênero textual
av

públicos: o editorial. abordado neste material. Lembramos que o universo


st

de gêneros textuais é imenso, por isso, é impossível


gu

Editorial apresentar uma compilação de estudos com todos os


o

gêneros. Apesar disso, trouxemos aqui os principais


av

Até aqui, estudamos dois gêneros com predomi- gêneros cobrados em avaliações de língua portugue-
st

nância de sequência argumentativa. O terceiro será o sa. Seguindo esse critério, o próximo gênero estudado
gu

editorial, gênero muito marcante no âmbito jornalísti- é a crônica.


co e que expressa a opinião de um veículo de comu-
nicação. Neste tópico, nosso foco serão as principais Crônica
características do gênero editorial e as suas diferen-
ças em relação ao artigo de opinião. O gênero “crônica” é muito conhecido no meio lite-
rário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se
EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS tornaram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fer-
nando Veríssimo e Marina Colasanti.
Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de Também por ser um gênero curto de cunho social
um tema atual voltado para temas atuais, é muito usado em provas
Objetivos: esclarecer ou alertar os leitores sobre alguma de concurso para ilustrar questões de interpretação
temática importante textual e para contextualizar questões que avaliam a
Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de competência gramatical dos candidatos.
uma causa de interesse coletivo As crônicas apresentam uma abordagem cotidia-
Estrutura: também baseada em introdução, desenvolvi- na sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
18 mento e conclusão argumentativas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Essa crônica trata de um assunto bem atual: o
CRÔNICA
CRÔNICA NARRATIVA aumento da carga tributária que incide sobre o pre-
ARGUMENTATIVA
ço dos livros. A autora apresenta sua opinião e segue
Defesa de um ponto de
argumentando sobre a importância dos livros na
vista, relacionado ao as-
Limitam-se a contar fatos sociedade com um ponto de vista ladeado pela litera-
sunto em debate
do cotidiano tura, o que fortalece sua argumentação.
Uso de argumentos e
Pode apresentar um tom Para finalizar nossos estudos sobre gêneros tex-
fatos
humorístico
Também pode ser escrita tuais, é importante fazermos uma observação relevan-
Foco narrativo em 1ª ou 3ª
em 1ª ou 3ª pessoa te sobre o assunto. Para muitos autores, os gêneros não
pessoa
Uso de argumentos de apenas moldam formas de texto, mas formas de dizer
modo pessoal e subjetivo marcadas pelo discurso. Por isso, em algumas meto-
dologias, os gêneros serão tratados como “do discurso”.
Apesar de as formas de texto verbais serem o for-
mato mais comum na construção de uma crônica, Gêneros do discurso marcam o processo de intera-
atualmente, podemos encontrar crônicas veiculadas ção verbal. Como todo discurso materializa-se por meio
em outros formatos, como vídeo, formato muito divul- de textos, a nomenclatura gêneros textuais torna-se mais
gado nas redes sociais. adequada para essa perspectiva de estudos. Podemos dis-
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, tra- tinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as
ta-se de um texto com estrutura argumentativa padrão demandas sociais e culturais de estudo dos gêneros.
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito vei-
culado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero
que passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
Apresenta um teor opinativo forte, com observa-
ção dos fatos sociais mais atuais. Outra característica TIPOLOGIA TEXTUAL
presente nesse gênero é o uso de figuras de linguagem,
como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
do tom sarcástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O Tipos ou sequências textuais são unidades que estru-
que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em turam o texto. Para Bronckart4, “são unidades estrutu-
que podemos identificar as principais características rais, relativamente autônomas, organizadas em frases”.
desse gênero: Os tipos textuais marcam uma forma de organiza-
ção da estrutura do texto, que se molda a depender
O que é um livro? do gênero discursivo e da necessidade comunicativa.
O que é um livro? A pergunta se impõe neste Por exemplo, há gêneros que apresentam a predomi-
momento em que a isenção de impostos sobre o obje- nância de narrações (contos, fábulas, romances, his-
to primeiro da cultura e do conhecimento está em ris- tória em quadrinhos etc.). Já, em outros, predomina a
8

co. Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda


-2

argumentação (redação do Enem, teses, dissertações,


mais a leitura de quem tanto precisa dela.
77

Um livro é: artigos de opinião etc.).


.7

— A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,
86

para jovens estudantes e disse a eles que o ofício de inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a
.8

um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a cama seguinte figura, que demonstra como podemos identi-
39

das palavras, providenciar sua comida, vesti-las com ficar os tipos textuais e suas principais características,
-1

harmonia. tendo em vista que cada sequência textual apresenta


o

— A nave espacial que nos permite viajar no tempo


av

características próprias que pouco ou nada sofrem em


para a frente e para trás. Habitar o passado ao tempo
st

alterações, mantendo uma estrutura linguística quase


em que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de
gu

vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do rígida que nos permite classificar os tipos textuais em
cinco categorias (Narrativo, Descritivo, Expositivo,
o

presente, com todos os conhecimentos adquiridos e


av

as novas maneiras de viver. […] Instrucional e Argumentativo).


st

— Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte


gu

que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra


GÊNERO TEXTUAL
e música, prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora
da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do
LÍNGUA PORTUGUESA

alheio e ponto de encontro com nosso núcleo mais


profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, para
que cada um possa abrir a sua. FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO
— A selva na qual, entre rugidos e labaredas, dra-
gões enfrentam centauros. O pântano onde as hidras
agitam suas múltiplas cabeças.
— Todas as palavras do sagrado, todas elas foram A partir dessa imagem, podemos identificar que a
postas nos livros que deram origem às religiões e orientação gramatical mantida pelas frases apresenta
neles conservadas. marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predo-
Disponível em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 5 nov. 2021. minante que o texto deve manter, organizado pelas
Adaptado. marcas do gênero textual ao qual o texto pertence.
4  BRONCKART, 1999 apud CAVALCANTE, 2013. 19
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TIPO TEXTUAL
Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresentadas no texto. Também é chamado de sequência textual
GÊNERO TEXTUAL
Classifica-se conforme a função do texto, atribuída socialmente

Uma última informação muito importante sobre tipos textuais que devemos considerar é que nenhum texto é
composto apenas por um tipo textual; o que ocorre é a existência de predominância de algumas sequências em
detrimento de outras, de acordo com o texto.
A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe de tipos textuais, reconhecendo suas principais característi-
cas e marcas linguísticas.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Narrativo

Os textos compostos predominantemente por sequências narrativas cumprem o objetivo de contar uma his-
tória, narrar um fato, por isso, precisam manter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão de algumas
estratégias, como a organização dos fatos a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão de um momento
de tensão, chamado de clímax, e um desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrativo pode ser caracterizado por sete aspectos, são eles:

z Situação inicial: Envolve a “quebra” de um equilíbrio, o que demanda uma situação conflituosa;
z Complicação: Desenvolvimento da tensão apresentada inicialmente;
z Ações (para o clímax): Acontecimentos que ampliam a tensão;
z Resolução: Momento de solução da tensão;
z Situação final: Retorno da situação equilibrada;
z Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre a resolução;
z Moral: Apresentação de valores morais que a história possa ter apresentado.

Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...” Vamos
lê-la e identificar essas características, bem como aprender a identificar outros pontos do tipo textual narrativo.

Era um garoto que como eu


Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América
Não era belo, mas mesmo assim Situação inicial: predomínio de equilíbrio
8

Havia mil garotas afim


-2

Cantava Help and Ticket to Ride


77

Oh Lady Jane e Yesterday


.7

Cantava viva à liberdade


86

Mas uma carta sem esperar


.8
39

Da sua guitarra, o separou


-1

Fora chamado na América Complicação: início da tensão


Stop! Com Rolling Stones
o
av

Stop! Com Beatles songs


st

Mandado foi ao Vietnã


Clímax
gu

Lutar com vietcongs


o

Era um garoto que como eu


av

Amava os Beatles e os Rolling Stones


st

Resolução
Girava o mundo, mas acabou
gu

Fazendo a guerra no Vietnã


Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá
A mesma nota,
ra-tá-tá-tá Situação final /
Não tem amigos, não vê garotas Avaliação
Só gente morta caindo ao chão
Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã
[...]
No peito, um coração não há
Moral
Mas duas medalhas sim

20 Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/12886/. Acesso em: 5 nov. 2021.


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Essas sete marcas que definem o tipo textual nar- São exemplos de textos cujo tipo textual predomi-
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza- nante é a descrição: relato de viagem, currículo, anún-
ção linguística que são caracterizadas por: cio, classificados, lista de compras etc. Veja um trecho
da Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas
z Presença de marcadores temporais e espaciais; impressões a respeito de alguns aspectos do território
z Verbos, predominantemente, utilizados no passado; que viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.
z Presença de narrador e personagens.
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e
quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,
Importante! que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim
Os gêneros textuais que são, predominantemen- nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com
te, narrativos, apresentam outras tipologias tex- uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tin-
tuais em sua composição, tendo em vista que gida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor
nenhum texto é composto exclusivamente por natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas
uma sequência textual. Por isso, devemos sem- assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergo-
nhas tão nuas, e com tanta inocência assim descober-
pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
tas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.
dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-
de-caminha/. Acesso em: 6 dez. 2021.
Para sua compreensão, também é preciso saber o
que são marcadores temporais e espaciais. Note que, apesar da presença pontual da sequência
São formas linguísticas como advérbios, prono- narrativa, há predominância da descrição do cenário e
mes, locuções etc. utilizadas para demarcar um espaço dos personagens, evidenciada pela presença de adjetivos
físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais nar- (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas
rativos, esses elementos são essenciais para marcar o etc). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de rela-
equilíbrio e a tensão da história, além de garantirem to descritivo para manter a comunicação entre a Corte
a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais Portuguesa e os navegadores. Todavia, considerando as
e espaciais: Atualmente, naquele dia, nesse momento, emergências comunicativas do mundo moderno, a carta
aqui, ali, então... tornou-se um gênero menos usual e, aos poucos, substi-
Um outro indicador do texto narrativo é a pre- tuído por outros gêneros como, por exemplo, o e-mail.
sença do narrador da história. Por isso, é importante A sequência descritiva também pode se apresentar
aprendermos a identificar os principais tipos de nar- de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
rador de um texto: mos ver no cardápio a seguir:

Narrador: Também conhecido como foco narrativo é o


responsável por contar os fatos que compõem o texto
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes-
8
-2

soa. O narrador participa dos fatos


77

Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-


.7

soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,


86

porém não participa das ações


.8
39

Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em 3ª


-1

ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não


participa das ações, porém o fluxo de consciência do nar-
o
av

rador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa


st
gu

Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas


o

predominantemente narrativas, são eles: notícia, diá-


av

rio, conto, fábula, entre outros. É importante reafir-


st

mar que o fato de esses gêneros serem essencialmente


gu

narrativos, não significa que não possam apresentar


outras sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
LÍNGUA PORTUGUESA

classificação correta, é sempre essencial prestar aten-


ção nas marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do
tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
cas mais importantes da sequência textual classifica-
da como descritiva.

Descritivo

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas


Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/
nominais que dominam o texto. Os gêneros que utili- noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-
zam esse tipo textual, geralmente, utilizam a sequên- divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em:
cia descritiva como suporte para um propósito maior. 6 dez. 2021. 21
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Note que há presença de muitos adjetivos, locu- O infográfico acima apresenta as informações per-
ções e substantivos que buscam levar o leitor a ima- tinentes sobre o panorama mundial da situação da
ginar o objeto descrito. O gênero trazido apresenta a água no ano de 2016. O gênero foi construído com o
descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne objetivo de deixar o leitor informado a respeito do
etc) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin-
queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin-
está organizado de forma esquematizada em seções gir esse objetivo.
Assim como os tipos textuais apresentados ante-
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira
riormente, os textos expositivos também apresentam
que facilita a leitura (o pedido, no caso) do cliente.
uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
Organização do texto descritivo: outras sequências textuais, tendo em vista que, para
apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos
podem, muitas vezes, serem confundidos com textos
argumentativos, uma vez que existem textos argu-
mentativos que são classificados como expositivos,
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
argumentação.

Dica
Atente-se a esta importante diferença entre
as sequências expositiva e argumentativa: a
argumentativa apresenta uma opinião pessoal,
enquanto a expositiva não abre margem para a
argumentação, já que o fato exposto é apresen-
tado como dado, ou seja, o conhecimento sobre
uma questão não é posto em debate — apresen-
Expositivo ta-se um conceito e expõem-se as característi-
cas desse conceito sem espaço para opiniões.
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo Marcas linguísticas do texto expositivo:
textual, é muito comum a presença de dados, informa-
ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilus- sença de verbos de estado;
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir: z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
organizam a informação;
8

z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos;


-2

z Presença de figuras de linguagem, como metáfora


77

e comparação;
.7

z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao


86

final do texto.
.8
39

Os textos expositivos são comuns em gêneros cien-


-1

tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi-


o

dade nos leitores, como o exemplo a seguir:


av
st

VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIONARAM O


gu

MUNDO
o

08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43


av

Hedy Lamarr - conexão wireless


st
gu

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”


(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy Lamarr
foi a inventora de uma tecnologia que permitia controlar torpe-
dos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial, alterando
rapidamente os canais de frequência de rádio para que não
fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de trans-
missão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimento de
tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth.

Disponível em: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acesso em: 6 dez. 2021.


Adaptado.

Instrucional ou Injuntivo

O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é carac-


Disponível em: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/ terizado por estabelecer um “propósito autônomo”
infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua. (CAVALCANTE, 2013, p.73) que busca convencer
22 Acesso em: 6 dez. 2021. Adaptado. o leitor a realizar alguma tarefa. Esse tipo textual
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
é predominante em gêneros como: bula de remé-
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
dio, tutoriais na internet, horóscopos e também nos
manuais de instrução. É incontestável que...
A principal marca linguística dessa tipologia é a Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
presença de verbos conjugados no modo imperati- É mister / é fundamental / é essencial...
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e Observe o exemplo a seguir:
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
Para que possamos identificar corretamente essa “O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- tratamento das mais diversas doenças relacionadas
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de
exemplo a seguir: longe compensam o dinheiro gasto com essas doen-
ças. Além disso, as empresas têm grandes prejuízos
por causa de afastamentos de trabalhadores devido
Como faço para criar uma conta do Instagram? aos males causados pelo fumo. Portanto, é mis-
Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo: ter que sejam proibidas quaisquer propagandas de
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou cigarros em todos os meios de comunicação.”
Google Play Store (Android).
2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone para Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/
abri-lo. texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 6 dez. 2021.
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone Adaptado.
(Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira seu endereço
de e-mail ou número de telefone (que exigirá um código de Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen-
confirmação), toque em Avançar. Também é possível tocar em te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor,
Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua conta do ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin-
Facebook. do a estrutura argumentativa desse tipo textual.
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone,
crie um nome de usuário e uma senha, preencha as informa-
ções do perfil e toque em Avançar. Se você se cadastrar com o
Facebook, será necessário entrar na conta do Facebook, caso
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
tenha saído dela.
Disponível em: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso A linguagem, em termos bem simples, é a capacida-
em: 6 dez. 2021. Adaptado. de que nós, seres humanos, possuímos de expressar nos-
sos pensamentos, ideias, sentimentos e opiniões. Ou seja,
No exemplo dado, podemos destacar a presença de é um código utilizado para estabelecer comunicação.
verbos conjugados no modo imperativo, como baixe, Existem dois tipos principais de linguagem: a lin-
toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como guagem não verbal e a linguagem verbal. A lingua-
instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos gem não verbal não utiliza palavras para constituir
8
-2

textos injuntivos é a enumeração de passos a serem a comunicação: ela faz uso de formas de comunica-
77

cumpridos para a realização correta da tarefa ensina- ção como gestos, sinais, símbolos, cores luzes etc. (por
.7

da e também a fim de tornar a leitura mais didática. exemplo, quando se observa um semáforo de trânsito,
86

É importante lembrar que a principal marca com suas luzes vermelha, amarela e verde e se enten-
.8

linguística dessa tipologia é a presença de verbos de que se deve ou não avançar; ou ainda, quando se
39

conjugados no modo imperativo e em sua forma infi- ouve o apito de um agente de trânsito).
-1

nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar Já a linguagem verbal usa palavras para estabelecer
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio- a comunicação: esse uso pode se dar na forma oral ou na
o
av

nadas pelo gênero. forma escrita (como, por exemplo, em uma entrevista
st

na TV ou em um e-mail). Observe a tabela a seguir, que


gu

Argumentativo traz exemplos que ajudam a diferenciar a linguagem


não verbal da linguagem verbal (em suas duas formas).
o
av

O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais


st

complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul- LINGUAGEM NÃO


LINGUAGEM VERBAL — ORAL
gu

dade na identificação, bem como em sua análise. VERBAL


O texto argumentativo tem por objetivo a defesa Telefonemas
de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa Sinais de trânsito conversas
de uma tese e a apresentação de argumentos que Cores Discursos
LÍNGUA PORTUGUESA

visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex- Desenhos Aulas


Gestos Entrevistas etc.
tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios
Postura
científicos e filosóficos, dentre outros. LINGUAGEM VERBAL — ESCRITA
Placas
Outro aspecto importante dos textos argumentati- Pinturas Livros
vos é que eles são compostos por estruturas linguís- Bandeiras E-mails
ticas conhecidas como operadores argumentativos, Buzinas Jornais
que organizam as orações subordinadas, estruturas Músicas etc. Cartas
Leis etc.
mais comuns nesse tipo textual.
A seguir, apresentamos um quadro sintético com
algumas estruturas linguísticas que funcionam como A linguagem oral e a linguagem escrita são, pois, duas
operadores argumentativos e que facilitam a escrita e manifestações da linguagem verbal, cada uma com suas
a leitura de textos argumentativos: características próprias. A linguagem oral permite um 23
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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contato direto com o destinatário, é mais espontânea,
mais livre, não requer escolarização, renova-se perma- Importante!
nentemente; já na linguagem escrita, há maior distân-
Predomínio de uma função: observe que, quando
cia entre emissor e receptor, sendo o contato indireto e
requer escolarização e aprendizagem formal da escrita.
se trata de identificar uma determinada função
em um texto, dizemos que ela predomina naque-
le texto (ou em grande parte dele). Isso porque
dificilmente uma função ocorre isoladamente: o
mais comum é que em um texto se combinem
FUNÇÕES DA LINGUAGEM duas ou mais funções de linguagem.
FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA

Tem como objetivo transmitir sentimentos, emo-


ções e objetividades do emissor. O uso de verbos na
primeira pessoa do singular evidencia seu mundo
VARIEDADES LINGUÍSTICAS
interior, também é comum o uso de interjeições, reti-
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela
cências, ponto de exclamação e interrogação para
pode ser considerada um conjunto de dialetos. Alguém
reforçar a expressividade do emissor. Essa função é
já disse que em país algum se fala uma língua só, há
comum em poemas, diários, conversas cotidianas e
várias línguas dentro da língua oficial. No Brasil, não
narrativas de teor romântico ou dramático.
é diferente: pode-se até afirmar que cada cidadão tem
a sua. A essa característica da língua damos o nome de
FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA
variação linguística. De forma sintética, podemos divi-
dir de duas formas a língua “brasileira”: padrão formal
Tem como objetivo convencer e influenciar o com- e padrão informal, cada um desses tipos apresentando
portamento do receptor da mensagem. Essa função se suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:
caracteriza pela presença das formas tu, você, vocês
(explicitas ou subtendidas no texto), de vocativos e de
PADRÃO FORMAL
formas verbais no imperativo que expressam ordem,
sugestão, apelo etc. É predominante em textos publi-
Norma Culta
citários, propagandas, horóscopos, manuais de adver-
tências, tutoriais etc.
A norma culta da língua portuguesa é estabelecida
pelos padrões definidos conforme a classe social mais
FUNÇÃO REFERENCIAL
abastada, detentora de poder político e cultural. As
pessoas cujo padrão social lhes permite gozar de pri-
Tem como objetivo informar, referenciar algo. O vilégios na sociedade têm o poder de ditar, inclusive,
foco é o próprio assunto, o que faz dela uma função as regras da língua, direcionando o que é considerado
predominante nos noticiários, nos jornais, nos arti- permitido e aquilo que não é.
8
-2

gos, nas revistas, nos livros instrucionais, nos con-


77

tratos etc. A linguagem, nesse caso, transmite uma Norma Padrão


.7

mensagem direta, objetiva e impessoal, que pode ser


86

entendida pelo leitor em um sentindo específico. A norma padrão diz respeito às regras organizadas
.8

nas gramáticas, estabelecendo um conjunto de regras


39

FUNÇÃO FÁTICA e preceitos que devem ser respeitados na utilização


-1

da língua. A norma padrão apresenta um caráter mais


abstrato, tendo em vista que também considera fato-
o

Essa função serve para estabelecer ou interromper


av

a comunicação com o interlocutor. Pode ser encontra- res sociais, como a norma culta.
st

da em expressões de cumprimento, saudações, discur-


gu

sos etc. Língua Formal


o

A língua formal não está, diretamente, associada


av

FUNÇÃO METALINGUÍSTICA OU a padrões sociais, embora saibamos que a influência


st

METALINGUAGEM social exerce grande poder na língua, a língua formal


gu

busca formalizar em regras e padrões as normas de


Quando a linguagem é usada para explicar a pró- uma língua, a fim de estabelecer um preceito mais
pria linguagem. Dessa maneira, o emissor explica o concreto sobre a linguagem.
código utilizando o próprio código. Na categoria de tex-
tos, merecem destaque as gramáticas e os dicionários. PADRÃO INFORMAL

FUNÇÃO POÉTICA Coloquialismo

Diz respeito a qualquer traço de linguagem (foné-


Preocupa-se com a maneira como a mensagem será
tico, lexical, morfológico, sintático ou semântico) que
transmitida. Essa função, embora seja comum em poe-
apresenta formas informais no falar e/ou escrever.
sias, também pode ser encontrada em slogans publici-
tários, piadas, músicas, conversas cotidianas etc. Oralidade
O uso de figuras de linguagem para explorar o rit-
mo, a sonoridade, a forma das palavras realçam o sen- A oralidade marca as maneiras informais de se
tido da mensagem que se quer passar ao receptor que comunicar. Tais formas não são reconhecidas pela
24 a interpreta de maneira subjetiva. norma formal, e, por isso, são chamadas de registros
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam reali- Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido
zados apenas pela linguagem oral. estabelecido em algumas palavras ao longo dos anos.
Podemos citar alguns exemplos comuns, como as
Linguagem Coloquial palavras pharmácia — farmácia; vossa mercê — você.
Além dessas, a variação diacrônica também marca a
A linguagem coloquial marca formas fora do
padrão estabelecido pela gramática. Como sabemos, presença de gírias comuns em determinadas épocas,
existem alguns tipos de variação linguística, dentre como broto, chocante, carango etc.
elas, as mais comuns em provas de concurso são:

z Variação Diatópica ou Geográfica

A variação diatópica pode ocorrer com sons dife- TIPOS DE DISCURSO


rentes. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu
uma variação diatópica fonética, já que fonética sig- Veremos a seguir três tipos de discursos, o discurso
nifica aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre.
também, por exemplo, que, em Curitiba, PR, os jovens O discurso direto é aquele em que o narrador, que
chamam de penal o estojo escolar para guardar cane- pode ser onisciente (isto é, saber tudo sobre o enredo e
tas e lápis; no Nordeste, é comum usarem a palavra os personagens, revelando os sentimentos e pensamen-
cheiro para representar um carinho feito em alguém, tos mais íntimos, de um modo que vai além da própria
o que em outras regiões se chamaria de beijinho. imaginação) ou personagem (aquele que conta e partici-
Macaxeira, no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou pa dos fatos ao mesmo tempo) repete as falas de outro
o aipim. Essa variação denominamos de variação personagem, separando-as das suas. Para isso, o narra-
diatópica lexical, já que lexical significa relativo a dor usa marcas de pontuação que ajudam a identificar
vocabulário. quem está falando. Essas marcas podem ser: dois pontos,
aspas ou travessão de diálogo. Veja, abaixo, um exemplo
z Variação Diastrática ou Sociocultural retirado do livro Robur, O Conquistador, de Júlio Verne:
A variação diastrática, como também ocorre com
Nesse momento, Robur apareceu na ponte da aero-
a diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática,
nave e os dois colegas aproximaram-se dele.
dependendo do que seja modificado pelo falar do indi-
- Engenheiro Robur – disse tio Prudente -, eis-nos
víduo: falar adevogado, pineu, bicicreta, são exemplos
aqui nos confins da América! Parece-nos que esta
de variações diastráticas fonéticas. Usar presunto
brincadeira vai acabar...
no lugar de corpo de pessoa assassinada é variação
- Eu nunca brinco – respondeu Robur.
diastrática lexical. E falar “Houveram menas per-
cas” no lugar de “Houve menos perdas” é variação
Ou seja, no discurso direto é o próprio personagem
diastrática sintática.
que fala dentro da história.
z Variação Diafásica ou Estilística Por sua vez, o discurso indireto se dá quando
o narrador da história diz ou escreve o que outro
8

personagem disse. Melhor dizendo, no discurso indi-


-2

A variação diafásica, como ocorreu com a dia-


77

tópica e com a diastrática, pode ser também fonéti- reto, o narrador utiliza suas próprias palavras para
.7

ca, lexical e sintática, dependendo da liberdade de transmitir ou as falas de um ou de mais personagens.


86

que o indivíduo tenha se apossado. Dizer “veio”, com Observe o exemplo no seguinte trecho da obra Doutor
.8

o e aberto, não porque more em determinado lugar Jivago, de Boris Pasternak:


39

nem porque todos de sua camada social usem, é usar


-1

a variação diafásica fonética. Um padre, em um Na estação, o tio pediu ao guarda que o deixasse
momento de descontração, brincando com alguém, passar pela grade para se despedir da mulher.
o
av

dizer “presunto” para representar o “corpo de pes-


st

soa assassinada”, usa a variação diafásica lexical. Uma caraterística desse tipo de discurso é que será
gu

E, finalmente, um advogado dizer “Encontrei ele”, sempre feito na 3ª pessoa. Além disso, nesse tipo de
também num momento de descontração, no lugar de discurso são utilizados verbos de elocução (verbos que
o
av

“Encontrei-o” é usar a variação diafásica sintática. anunciam o discurso, tais como falou, disse, lembrou,
st

comentou, perguntou, respondeu, observou, exclamou,


gu

VARIAÇÃO DIAFÁSICA sentenciou, gritou, entre outros) e conjunções (uma vez


que, para que, a fim de que, para que, conforme etc.) que
Mudança no som, como veio
separam a fala do narrador das falas dos personagens.
(pronúncia com e aberto) e
A narração não é um tipo textual comum nas reda-
LÍNGUA PORTUGUESA

Diafásica fonética more (pronúncia com E fecha-


ções. O mais corriqueiro é que a banca examinadora
do, assemelhando-se quase à
exija que o candidato identifique diferentes discursos
pronúncia de i)
em uma questão de múltipla-escolha ou ainda que
Ocorre em contextos de in- transforme um discurso direto em indireto em algu-
formalidade, em que há mais ma questão aberta, conforme os exemplos abaixo.
Diafásica lexical
liberdade para usar gírias e
expressões lexicais diferentes DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
Ocorre com a alteração dos Ele disse que não come
Diafásica sintática elementos sintáticos, ocasio- Eu não como carne
carne
nando erros
Vou ao restaurante esta Ele disse que iria ao res-
z Variação Diacrônica noite taurante naquela noite 25
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His-tó-ria/ his-tó-ri-a
DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
Vá-cuo/ vá-cu-o
Ele falou que havia perdido Pá-tio/ pá-ti-o
Eu perdi a hora
a hora Antes de concluir, é importante mencionar o uso
Ele mencionou que não do acento nas formas verbais ter e vir:
Eu não conseguiria dormir
conseguiria dormir
Ele tem / Eles têm
Ele vem / Eles vêm
Segundo Celso Cunha, o discurso indireto livre
é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a
história, mas as personagens têm voz própria, de Perceba que, no plural, essas formas admitem o
acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo uso de um acento (^), portanto, atente-se à concordân-
assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso cia verbal quando usar esses verbos.
e as duas vozes se fundem. Ex.:

D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo teme-


rário. Para que estar catando defeitos no próximo? ORTOGRAFIA
Eram todos irmãos. Irmãos. (Graciliano Ramos)
EMPREGO DAS LETRAS

As regras de ortografia são muitas e, na maioria


ACENTUAÇÃO GRÁFICA dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
Muitas são as regras de acentuação das palavras vezes, é derivada de processos históricos de evolução
da língua portuguesa, para compreender essas regras, da língua.
faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e Por isso, vale sempre lembrar a dica de ouro do
respeitar a divisão das sílabas. aluno craque em ortografia: leia sempre! Somente a
Sempre buscando facilitar a vida do estudante, prática de leitura irá lhe garantir segurança no pro-
pensamos em uma forma de condensar o conteúdo cesso de grafia das palavras.
sobre acentuação e, em vez de ser necessário decorar Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
todas as regras, agora basta você se dedicar a uma guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras
delas: a regra de acentuação das palavras oxítonas. cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
à escrita correta. Veja:
REGRAS DE ACENTUAÇÃO
z É com X ou CH: empregamos X após os ditongos.
z Palavras monossílabas: acentuam-se os monossí-
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.
labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá,
chá; pé, fé, mês; nó, pó, só.
8

z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto-


-2

USAMOS X: USAMOS CH:


nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua-
77

raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns; � Depois da sílaba EM, se � Depois da sílaba EM, se
.7

a palavra não for derivada a palavra for derivada de


86

z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto-


nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: de palavras iniciadas por palavras iniciadas por CH:
.8
39

bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; CH: enxerido, enxada encher, encharcar
abdômen, hímen. � Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas
-1

xa, faixa de vocábulos que são


o

� Depois da sílaba inicial grafados com CH: recau-


av

Importante! ME se a palavra não for de- chutar, fechadura


st

rivada de vocábulo iniciado


gu

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em por CH: mexer, mexilhão


o

ditongo. Além da regra derivada das oxítonas, é


av

fundamental não esquecer dessa regra.


st

Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.


Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília,
gu

rádio etc. z É com G ou com J: usamos G em substantivos


terminados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem,
ferrugem;
z Palavras proparoxítonas: a regra mais simples e
fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio,
ser acentuadas. -úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio;
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger,
Porém, esse grupo de palavras divide uma polê- fugir;
mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns Usamos J em formas verbais terminadas em -jar
vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por- ou -jer. Ex.: viajar, lisonjear;
tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona Termos derivados do latim escritos com j;
ou proparoxítona. z É com Ç ou S: após ditongos, usamos, geralmente,
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas Ç, quando houver som de S e escrevemos S, quan-
palavras apresentam um ditongo crescente no final de do houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa;
suas sílabas, esse ditongo pode ser aceito ou pode ser z É com S ou com Z: palavras que designam nacio-
26 considerado hiato. É o que ocorre com as palavras: nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês
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e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; Monossílabas Tônicas
inglês; marquesa; duquesa.
Palavras que designam qualidade, cuja termina- Os monossílabos tônicos apresentam autonomia
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: fonética e, por isso, são proferidos, fortemente, nos
Embriaguez; lucidez; acidez. contextos de uso em que aparecem. É importante fri-
sar que nem todo monossílabo tônico será acentuado.
Essas regras para correção ortográfica das pala- Ex.: “Essa chance foi dada a nós”.
vras, em geral, apresentam muitas exceções, por isso
é importante ficar atento e manter uma rotina de lei- Oxítonas
tura, pois esse aprendizado é consolidado com essa
São chamadas assim as palavras que apresentam
prática. A verdade é que sua capacidade ortográfica
tonicidade na última sílaba, sendo, portanto, esta a
ficará melhor a partir da leitura e da escrita de textos,
sílaba mais forte.
por isso, recomendamos que se mantenha atualizado
Ex.: mo-co-tó, pa-ra-béns, vo-cê.
e leia fontes confiáveis de informação, pois além de
contribuir para seu conhecimento geral, sua habilida- Paroxítonas
de em língua portuguesa também aumentará.
São chamadas assim as palavras que apresentam a
DIVISÃO SILÁBICA sílaba tônica na penúltima sílaba.
Ex.: a-çú-car.
Antes de compreendermos os processos norteado-
res da divisão silábica, é importante identificar uma Proparoxítonas
sílaba. Sílaba é um grupo de palavras que se pronun-
cia em apenas uma emissão de voz, como a palavra São chamadas assim as palavras que apresentam a
“pá”, por exemplo. sílaba tônica na antepenúltima sílaba.
Para compreender o processo de formação silábi- Ex.: rá-pi-do.
ca e, consequentemente, reconhecer os números de
sílabas em uma palavra, é fundamental saber como Notações Léxicas
dividir a palavra em sílabas.
Esse processo é chamado de divisão silábica e São notações léxicas todos os sinais e símbolos
constitui a identificação e delimitação das sílabas de acessórios que servem para auxiliar a pronúncia das
cada palavra. As palavras classificam-se em monossí- palavras. Vejamos alguns exemplos:
labas (se apresentam apenas uma sílaba) ou polissíla-
z Acento agudo (´): sinal com um traço oblíquo para
bas (mais de uma sílaba). Veja alguns exemplos:
direita que indica sílaba tônica em palavras que
Separam-se:
precisam ser sinalizadas;
z Acento circunflexo (^): sinal que indica vogal tônica
z Hiatos: sa-í-da; va-zi-o; e fechada em palavras que precisam ser sinalizadas;
8

z Dígrafos (RR, SS, SC, SÇ, XC): car-ro; ces-são; cons- z Acento grave (`): sinal com traço oblíquo para
-2

-ci-ên-cia; cres-ça; ex-ce-ção; esquerda que representa a junção de duas vogais


77

z Vogais iguais / grupo consonantal CC (Ç): Co-or-de- A em funções sintáticas diferentes, fenômeno cha-
.7

-nar; ca-a-tin-ga/fic-ção; con-fec-cionar; mado de crase e que será melhor desenvolvido


86

z Encontros consonantais disjuntos (pt, dv, gn, bs, posteriormente;


.8

tm, ft, ct, ls): Ap-ti-dão; ad-vo-ga-do; dig-no; ab-sol- z Diacrítico til (~): indica nasalização em som vocá-
39

-ver; rit-mo; as-pec-to; con-vul-são. lico, não é considerado um sinal.


-1
o

Não se separam:
av
st
gu

z Ditongos e tritongos: Gló-ria/ U-ru-guai; CLASSE DE PALAVRAS


z Dígrafos (CH, LH, NH, GU, QU): cha-ve; ga-lho;
(SUBSTANTIVO, ARTIGO,
o
av

ni-nho; lin-gui-ça; quei-jo;


ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME,
st

z Encontros consonantais em sílaba inicial: psi-có-


VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO,
gu

-lo-go; pneu.
CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO)
TONICIDADE SILÁBICA
LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVO
Quanto à tonicidade, as sílabas são divididas em
monossílabas (átonas e tônicas), oxítonas, paroxítonas Classificação, Formação, Flexão e Emprego
e proparoxítonas. Para reconhecermos a sílaba tônica
(forte) de uma palavra basta pronunciarmos o vocábu- Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
lo e notar qual sílaba é pronunciada com mais força. característica básica dessa classe é admitir um deter-
minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio-
Monossílabas Átonas nam-se em gênero, número e grau.

Os monossílabos átonos são designados assim, pois Tipos de Substantivos


não apresentam autonomia fonética, sendo, portanto,
pronunciados de forma fraca em seus contextos de uso. A classificação dos substantivos admite nove tipos
Ex.: Essa chance nos foi dada. diferentes de substantivos. São eles: 27
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z Simples: Formados a partir de um único radical. Gênero e Significação
Ex.: vento, escola;
z Composto: Formados pelo processo de justaposi- Alguns substantivos uniformes podem aparecer
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo modificação no sentido. Veja, por exemplo:
substantivo. Ex.: pedra, dente;
z Derivado: Formados a partir dos derivados. Ex.: z A testemunha: Pessoa que presenciou um crime;
pedreiro, dentista; z O testemunho: Relato de experiência, associado a
z Concreto: Designam seres com independência religiões.
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
pendentemente de sua conotação espiritual ou Algumas formas substantivas mantêm o radical e
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro; a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
z Abstrato: Indicam estado, sentimento, ação, qua- significado:
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
em função de outros seres. A feiura, por exemplo, z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
depende de uma pessoa, um substantivo concreto z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora-
gem, liberalismo, feiura;
Além disso, algumas palavras na língua causam
z Comum: Designam todos os seres de uma espécie.
dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
Ex.: homem, cidade;
das em contextos informais com gêneros diferentes.
z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.:
Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
Pedro, Fortaleza;
a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele-
z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun- fonema; o trema.
to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada. Algumas formas que não apresentam, necessaria-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
É importante destacar que a classificação de um masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
substantivo depende do contexto em que ele está inse- sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.
rido. Vejamos:
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma Flexão de Número
pessoa = Próprio);
O amigo mostrou-se um judas (judas significando Os substantivos flexionam-se em gênero, de manei-
traidor = comum). ra geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas.
Porém, podem apresentar outras terminações:
Flexão de Gênero males, reais, animais, projéteis etc.
Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
Os gêneros do substantivo são masculinos e femi- das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma
8

paz / pazes. Porém, há exceções, como mal/males.


-2

para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni- Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
77

formes. Os substantivos uniformes podem ser: fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral
.7

/ corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também


86

z Comuns-de-dois-gêneros: Designam seres huma- há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas
.8

nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O aceitas meles e méis.
39

pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
-1

te / a cliente; O líder / a líder; plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.


o

z Epicenos: Designam geralmente animais que Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs-
av

apresentam distinção entre masculino e feminino, tantivos que admitem até três formas de plural:
st
gu

mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo


macho ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.
o

z Ancião: anciãos, anciões, anciães.


av

onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá


fêmea; girafa macho / girafa fêmea; z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
st
gu

z Sobrecomuns: Designam seres de forma geral e


Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne-
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
órgãos; órfão / órfãos.
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
Plural dos Substantivos Compostos
Já os substantivos biformes designam os substan-
tivos que apresentam duas formas para os gêneros Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
masculino ou feminino. Ex.: professor/professora. das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
Destacamos que alguns substantivos apresentam paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
formas diferentes nas terminações para designar for- terminada em L e que tem como plural “males”.
mas diferentes no masculino e no feminino: Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré. fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
Outros substantivos modificam o radical para corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
designar formas diferentes no masculino e no femini- Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
no. Estes são chamados de substantivos heteroformes: mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
28 Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. e méis.
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Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es. do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Ex.: capelães, capitães, escrivães. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
Contudo, há substantivos que admitem até três z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
formas de plural, como os seguintes: Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).

z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães; Atente-se ao seguinte: Em palavras com hífen,


z Ancião: anciãos, anciões, anciães; pode-se optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas.
z Vilão: vilãos, vilões, vilães. Portanto, são aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-
-presidente e vice-presidente; porém, é preciso man-
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas ter a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / compostos por hífen devem ser escritos com as iniciais
órgãos; órfão / órfãos. maiúsculas, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.

Variação de Grau ADJETIVO

A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação Classificação, Formação, Flexão e Emprego ,Locução
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma Adjetiva e Adjetivos que Indicam Nacionalidade
diminuição.
(Gentílicos)
z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi-
Os adjetivos associam-se aos substantivos garan-
xos aos substantivos indicar um grau aumentativo.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra, tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
fogaréu, boqueirão, poetastro. podem indicar:
z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi-
xos aos substantivos indicar um grau diminutivo. z Qualidade: professor chato;
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, z Estado: aluno triste;
pequenina, papelucho. z Aspecto, aparência: estrada esburacada.

Dica Locuções Adjetivas

O emprego do grau aumentativo ou diminutivo As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- adjetivos, indicando as mesmas características deles.
vras, podendo assumir um valor: Elas são formadas por preposição + substantivo,
Afetivo: filhinha; referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
8
-2

importantes para seu estudo:


O novo acordo ortográfico estabelece novas regras
77

para o uso de substantivos próprio, exigindo o uso da


.7

z Voo de águia / aquilino;


inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com
86

letra maiúscula as inicias das palavras que designam: z Poder de aluno / discente;
.8

z Conselho de professores / docente;


39

z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas z Cor de chumbo / plúmbea;


-1

reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa, z Luz da lua / lunar;


o

Cinderela; z Sangue de baço / esplênico;


av

z Nomes de cidades, países, estados, continentes z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;


st

etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte, z Noite de inverno / hibernal ou invernal.
gu

Ceará, Nárnia, Londres;


o

z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia É importante destacar que, mais do que “decorar”
av

das Crianças; formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun-


st

z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai- damental reconhecer as principais características de


gu

xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores, uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
Gabinete da Vice-presidência, Organização das apresentar valor de posse.
Nações Unidas; Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
LÍNGUA PORTUGUESA

z Títulos de obras. Ex.: “Memórias póstumas de A abertura de conta pode ser realizada on-line.
Brás Cubas”. Caso a obra apresente em seu título Quando a locução adjetiva é composta pela prepo-
um nome próprio, como no exemplo dado, este sição “de”, pode ser confundida com a locução adver-
também deverá ser escrito com inicial maiúscula; bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante
z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB); posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial; porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.: zando o substantivo “abertura”.
Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente, Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra- bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
fados com maiúsculas apenas quando utilizados ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer demonstrando seu caráter adverbial. 29
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As locuções adjetivas também desempenham fun- „ Característica de um ser elevada ao último
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí-
numerais e orações substantivas. tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar. ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj.
Já as locuções adverbiais desempenham função de Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e absoluto analítico).
orações adjetivas com esses valores. O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. sintético);
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.
„ Característica de um ser relacionada com
Adjetivo de Relação
outros indivíduos da mesma classe: Superla-
tivo relativo, que pode ser de superioridade (o
No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer
mais) ou de inferioridade (o menos).
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorren-
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características: tes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os con-
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino inferioridade).
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- Importante! Ao compararmos duas qualidades de
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
de quem o descreve; (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
z Posição posterior ao substantivo: Os adjetivos de Ex.: A modelo é mais alta que magra.
relação sempre são posicionados após o substanti- Porém, se uma mesma característica referir-se
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial. a seres diferentes, empregamos a forma sintética
z Derivado do substantivo: Derivam-se do substan- (melhor, pior, menor etc.).
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria
— pai; mundial — mundo;
z Não admitem variação de grau: os graus com- Formação dos Adjetivos
parativo e superlativo não são admitidos. Ex.:
Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
mundial”. simples ou compostos.

Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden- z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de
te americano (não é subjetivo; posicionado após o outras palavras e, a partir deles, é possível formar
substantivo; derivado de substantivo; não existe a
8

novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;


-2

forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-


z Derivados: são formados a partir dos adjetivos
77

ma petrolífera; economia mundial; vinho francês;


primitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo
.7

roteiro carnavalesco.
etc.;
86

z Simples: Os adjetivos simples apresentam um


.8

Variação de Grau
39

único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.;


z Compostos: são formados a partir da união de
-1

O adjetivo pode variar em dois graus: compara-


dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra-
o

tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas


av

respectivas categorias. sileiro, amarelo-ouro etc.


st
gu

z Grau comparativo: Exprime a característica de Dica


o

um ser, comparando-o com outro da mesma classe


O plural dos adjetivos simples é realizado da
av

nos seguintes sentidos:


mesma forma que o plural dos substantivos.
st
gu

„ Igualdade: Compara elementos colocando-os


em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto Plural dos Adjetivos Compostos
quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos
quanto simplórios; O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
„ Superioridade: Compara, evidenciando um tes regras:
elemento como superior ao outro. Mais do que,
melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente z Invariável:
do que o dinheiro;
„ Inferioridade: Compara, evidenciando um ele- „ Os seguintes adjetivos compostos: azul-mari-
mento como inferior ao outro. Menos do que, nho, azul-celeste, azul-ferrete;
pior do que. Ex.: Homens são menos engajados „ Locuções formadas de cor + de + substantivo,
do que mulheres. como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui;
„ Adjetivo + substantivo, como tapetes azul-tur-
z Grau superlativo: Em relação ao grau superlati- quesa, camisas amarelo-ouro.
vo, é importante considerar que o valor semântico
30 desse grau apresenta variações, podendo indicar: z Varia o último elemento:
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„ Primeiro elemento é palavra invariável, como z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
em mal-educados, recém-formados; direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor-
„ Adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-cla- mei-o sobre todas as questões.
ros, cabelos castanho-escuros. z Já os que se relacionam com o objeto indireto são:
Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados
Adjetivos Pátrios por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo
a ele).
Os adjetivos pátrios, também conhecidos como
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais
gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade
são pronomes substantivos, além disso, é importan-
de seres e objetos.
te saber que eu e tu não podem ser regidos por pre-
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de posição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós
um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama- podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função
zonense, fluminense, cearense. que exercem.
Curiosidade: O adjetivo pátrio “brasileiro” é for- Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados
mado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usa- com força e precedidos de preposição. Costumam ter
do para designar profissões. O gentílico que designa função de complemento:
nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que
comercializavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco
alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar (plural).
os nascidos em nosso país. z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco
(plural).
PRONOME z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s),
ela (s)
Classificação, Formação, Flexão e Emprego e
Colocação dos Pronomes Oblíquos Não devemos usar pronomes do caso reto como
objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”.
Pronomes são palavras que representam ou acom- Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é pos-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função sível usar os pronomes do caso reto como comple-
dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- mento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos
“todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos-
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei ape-
se, indefinição, quantidade, localização no tempo, no
nas ela na festa.
espaço e no meio textual, entre tantas outras funções.
Após a preposição “entre”, em estrutura de recipro-
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem
cidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
papel importante na análise sintática e também na
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
interpretação textual, pois colaboram para a comple-
mentação de sentido de termos essenciais da oração,
além de estruturar a organização textual, contribuindo Pronomes de Tratamento
8

para a coesão e também para a coerência de um texto.


-2

Os pronomes de tratamento são formas que expres-


77

Pronomes Pessoais sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-


.7

ticamente. As formas de pronomes de tratamento


86

Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- apresentam algumas peculiaridades importantes:


.8
39

curso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais infor-


z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a
-1

mações sobre eles:


2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a
o

esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa


av

PRONOMES DO PRONOMES DO do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a


PESSOAS
st

CASO RETO CASO OBLÍQUO Constituição.


gu

1º pessoa do z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo


o

Eu Me, mim, comigo a 3ª pessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do


singular
av

Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje


st

2º pessoa do à noite.
Tu Te, ti, contigo
gu

singular
3º pessoa do Se, si, consigo, o, Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
Ele/Ela
singular a, lhe rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for-
LÍNGUA PORTUGUESA

1ª pessoa do mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso


Nós Nos, conosco. e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
plural
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem
2º pessoa do ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
Vós Vos, convosco
plural reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
3º pessoa do Se, si, consigo, zes, reis, clérigos, entre outras.
Eles/Elas
plural os, as, lhes Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções
Os pronomes pessoais do caso reto costumam sociais que designam:
substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio- z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi ques e seus respectivos femininos;
com o namorado; Maura saiu comigo. z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais; 31
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z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do gover- Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
no e das Forças Armadas membros do alto escalão; indefinido).
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
respectivos femininos; A palavra bastante frequentemente gera dúvida
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes; quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra- do. Por isso, atente-se ao seguinte:
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
cerimonioso a comerciantes importantes; z Bastante (advérbio): Será invariável e equivalen-
z Vossa Santidade (V. S.): Papa; te ao termo “muito”.
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev-
ma.): Bispos. Ex.: Elas são bastante famosas.

Os exemplos apresentados fazem referência a pro- z Bastante (adjetivo): Será variável e equivalente
nomes de tratamento e suas respectivas designações ao termo “suficiente”.
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial
da Presidência da República. Portanto, essas designa- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- a festa.
ro textual abordado for um gênero oficial.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações: z Bastante (pronome indefinido): Concorda com
o substantivo, indicando grande, porém incerta,
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra- quantidade de algo.
tamento é importante destacar que o plural de
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas,
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na
Pronomes Demonstrativos
maioria das abreviaturas terminadas com a letra
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V.
Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
apontam elementos a que se referem as pessoas do
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
tíssimo Juiz;
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú-
textual.
blica nunca deve ser abreviado.
z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
Pronomes Indefinidos z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
8

Usamos este, esta, isto para indicar:


-2

e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:


77

z Referência ao espaço físico, indicando a proximi-


.7

PRONOMES INDEFINIDOS5 dade de algo ao falante.


86

Variáveis Invariáveis
.8
39

Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto


Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
como prova.
-1

Nenhum, nenhuma, nenhuns,


Ninguém
o

nenhumas z Referência ao tempo presente.


av
st

Todo, toda, todos, todas Quem


gu

Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês,


Outro, outra, outros, outras Outrem
pagarei a última prestação da casa.
o

Muito, muita, muitos, muitas Algo


av

z Referência ao espaço textual.


st

Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo


gu

Certo, certa, certos, certas Nada


Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro-
Vários, várias Cada curava um presente para o marido (o pronome refere-
Quanto, quanta, quantos, quantas Que -se ao último termo mencionado).
Este artigo científico pretende analisar... (o prono-
Tanto, tanta, tantos, tantas
me “este” refere-se ao próprio texto).
Qualquer, quaisquer Usamos esse, essa, isso para indicar:
Qual, quais
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
Um, uma, uns, umas
mento de algo de quem fala.

As palavras certo e bastante serão pronomes Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. z Indicar distância que se deseja manter.
5  Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
32 quanto-qual.htm. Acesso em: 6 dez. 2020.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con- Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
fia nesses políticos. relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
z Referência ao tempo passado.
z Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias ser uma pessoa ou objeto personificado.
estive em São Paulo.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. O pronome relativo quem pode fazer referência a
algo subentendido: Quem cala consente (aquele que
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter cala).
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nessa
expressão utilizada. z Emprego do relativo quanto: Seu antecedente
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: deve ser um pronome indefinido ou demonstrati-
vo; pode sofrer flexões.
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
z Emprego do relativo cujo: Deve ser empregado
z Referência a um tempo muito remoto, um passa- para indicar posse e aparecer relacionando dois
do muito distante. termos que devem ser um possuidor e uma coisa
possuída.
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
tas abertas. Bons tempos aqueles!
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
z Referência a um afastamento afetivo.
matéria (coisa possuída).
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
ro com a coisa possuída.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
z Referência ao espaço textual, indicando o pri- cujo: Cujo o, cuja a
meiro termo de uma relação expositiva.
Não podemos substituir cujo por outro pronome
relativo.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
riu beber chá; aquela, refrigerante.
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
Dica gunta: “de quem/do que?”
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor
8

O pronome “mesmo” não pode ser usado em


-2

do que? Do filme).
função demonstrativa referencial. Veja:
77

Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de


Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
.7

quem? Do rapaz).
86

esqueceu de preencher o gabarito.


.8

Correto: O candidato fez a prova, porém esque- z Emprego do pronome relativo onde: Empregado
39

ceu de preencher o gabarito. para indicar locais físicos.


-1

Pronomes Relativos
o

Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.


av

Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-


st

Uma das classes de pronomes mais complexas, os mindo as formas aonde e donde.
gu

pronomes relativos têm função muito importante na Ex.: Irei aonde você for.
língua, refletida em assuntos de grande relevância
o

O relativo “onde” pode ser empregado sem antecedente.


av

em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,


Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
é essencial conhecer adequadamente a função desses
st
gu

elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente.


Os pronomes relativos referem-se a um substantivo z Emprego de o qual: O pronome relativo “o qual”
ou a um pronome substantivo mencionado anterior- e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- do em substituição a outros pronomes relativos,
LÍNGUA PORTUGUESA

nado anteriormente) chamamos de antecedente. sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
São pronomes relativos: guísticos, como o “queísmo”.

z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, guém se lembra.
quantas; O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
z Invariáveis: Que, quem, onde, como. textual, desfazendo estruturas ambíguas.
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Pronomes Interrogativos

Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.
cachorro que estava doente morreu. A caneta que Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
emprestei nunca recebi de volta. Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). 33
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Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? „ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos
Quantos anos tem seu pai? que estejam conjugados no futuro, caso não
O ponto de interrogação só é usado nas interroga- haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
interrogativa, indicada por verbos como perguntar, dos nossos estudantes.
indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos
são pronomes substantivos, pois substituem os subs- que atraem o pronome para ênclise:
tantivos, dando fluidez à leitura.
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a „ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- to honrada com esse título.
zação da atividade. O tempo estava instável).6 „ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por
favor.
Pronomes possessivos „ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
quanto sou importante.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
discurso e indicam posse: Casos proibidos:

„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /


1ª pessoa Meu, minha, meus, minhas
Dá-me esse caderno! (certo).
SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua, teus, tuas
„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
3ª pessoa Seu, sua, seus, suas
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
1ª pessoa Nosso, nossa, nossos, nossas -se de nada (correto).
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa, vossos, vossas „ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
3ª pessoa Seu, sua, seus, suas (errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).

Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, VERBO


a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
a uma coisa. Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ain- Conjugação dos Verbos Regulares, Irregulares e
da que o pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a Defectivos, Verbos Abundantes, Classificação,
relação do pronome é com o objeto da posse. Formação, Flexão (Modos, Formas Nominais,
Outras funções dos pronomes possessivos: Tempos, Número, Pessoa e Voz)

z Delimitam o substantivo a que se referem; Certamente, a classe de palavras mais complexa e


z Concordam com o substantivo que vem depois importante dentre as palavras da língua portuguesa é
dele; o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações
z Não concordam com o referente; e os agentes desses atos, além de ser uma importante
8

classe sempre abordada nos editais de concursos; por


-2

z O pronome possessivo que acompanha o substan-


77

tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. isso, atente-se às nossas dicas.
.7

Os verbos são palavras variáveis que se flexionam


86

Colocação Pronominal em número, pessoa, modo e tempo, além da designação


.8

da voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.


39

Estudo da posição dos pronomes na oração. As flexões verbais são marcadas por desinências,
-1

que podem ser:


z Próclise: Pronome posicionado antes do verbo.
o
av

Casos que atraem o pronome para próclise: z Número-pessoal: Indicando se o verbo está no
st

singular ou plural, bem como em qual pessoa ver-


gu

„ Palavras negativas: Nunca, jamais, não. Ex.: bal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
Não me submeto a essas condições.
o

z Modo-temporal: Indica em qual modo e tempo


av

„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela- verbais a ação foi realizada.


st

tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.


gu

„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se Iremos apresentar essas desinências a seguir.


apresente como um rico investidor, ele nada Antes, porém, de abordarmos as desinências modo-
tem. -temporais, precisamos explicar o que são modo e
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: tempo verbais.
Em se tratando de futebol, Maradona foi um
ídolo. Modos
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na
esperança de sermos ouvidos, muito lhe Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma
agradecemos. relação enunciada pelo verbo.
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta-
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes! z Indicativo: O modo indicativo exprime atitude de
certeza.
z Mesóclise: Pronome posicionado no meio do ver-
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise: Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
34 6  Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 6. dez. 2021.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Subjuntivo: O modo subjuntivo exprime atitude Flexões Modo-temporais — Tempos Simples
de dúvida, desejo ou possibilidade.
MODO MODO
Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado. TEMPO
INDICATIVO SUBJUNTIVO
z Imperativo: O modo imperativo designa ordem, -e
convite, conselho, súplica ou pedido. (1ªconjugação)
Presente *
e -a ( 2ª e 3ª
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado. conjugações)
Pretérito -ra (3ª pessoa do
Tempos *
perfeito plural)
-va (1ª conjuga-
O tempo designa o recorte temporal em que a ação Pretérito
ção) -ia (2ª e 3ª -sse
verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar imperfeito
conjugações)
o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe Pretérito
a seguir: mais-que-per- -ra *
feito
z Presente: Futuro -rá e -re -r
Futuro do
Pode expressar não apenas um fato atual, como -ria *
pretérito
também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias
no mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e * Nem todas as formas verbais apresentam desi-
instala uma ditadura. nências modo-temporais.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais!
(equivalente a estudarei). Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos
(Indicativo)
z Passado:
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar:
„ Pretérito perfeito: Ação realizada plenamente Ter (presente do indicativo) + verbo principal
no passado. particípio.

Ex.: Estudei até ser aprovado; Ex.: Tenho estudado.

„ Pretérito imperfeito: Ação inacabada, que z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo


pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou
auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) +
durativa.
8

verbo principal no particípio.


-2
77

Ex.: Estudava todos os dias;


Ex.: Tinha passado.
.7
86

„ Pretérito mais-que-perfeito: Ação anterior à


.8

outra mais antiga. z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro do


39

indicativo) + verbo principal no particípio.


-1

Ex.: Quando notei (passado), a água já transborda-


o

ra (ação anterior) da banheira. Ex.: Terei saído.


av
st

z Futuro: z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar:


gu

Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal


o

„ Futuro do presente: indica um fato que deve no particípio.


av

ser realizado em um momento vindouro.


st

Ex.: Teria estudado.


gu

Ex.: Estudarei bastante ano que vem.


Flexões Modo-temporais — Tempos Compostos
„ Futuro do pretérito: Expressa um fato poste- (Subjuntivo)
LÍNGUA PORTUGUESA

rior em relação a outro fato já passado.


z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar:
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.
Ter (presente do subjuntivo) + Verbo principal
A partir dessas informações, podemos também
particípio.
identificar os verbos conjugados nos tempos simples
e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples
são formados por uma única palavra, ou verbo, conju- Ex.: (que eu) Tenha estudado.
gado no presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo
verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o ver- auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
bo auxiliar é o único a sofrer flexões. verbo principal no particípio.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-tempo-
rais dos tempos simples e compostos, respectivamente: Ex.: (se eu) Tivesse estudado. 35
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: Ter (futuro sim- z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio. de compreender, pois apresentam regularidade no
uso das desinências, ou seja, as terminações ver-
Ex.: (quando eu) Tiver estudado. bais. Da mesma forma, os verbos regulares man-
têm o paradigma morfológico com o radical, que
Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar.
As formas nominais do verbo são as formas no
infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
determinados contextos. São chamadas nominais pois INDICATIVO
funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios. Eu canto Cantei
Tu cantas Cantaste
z Gerúndio: Marcado pela terminação -ndo. Seu
valor indica duração de uma ação e, por vezes, Ele/ você canta Cantou
pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo. Nós cantamos Cantamos
Vós cantais Cantastes
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
Eles/ vocês cantam Cantaram
z Particípio: Marcado pelas terminações mais
comuns -ado, -ido, podendo terminar também em z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
-do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente alteração no radical e nas desinências verbais, por
ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocor-
número e gênero. re irregularmente, seguindo um paradigma pró-
prio para cada grupo verbal. Perceba como ocorre
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses. uma sutil diferença na conjugação do verbo estar
Quando cheguei, ela já tinha partido. que utilizamos como exemplo, isso é importante
Ele tinha aberto a janela. para não confundir os verbos irregulares com os
Ela tinha pago a conta. verbos anômalos. Ex.: Verbo estar.

z Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação


do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig- PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
nado. Pode ser pessoal ou impessoal: INDICATIVO
Eu estou Estive
„ Pessoal: O infinitivo pessoal é passível de con-
Tu estás Esteves
jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: Ele/ você está Esteve
Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem Nós estamos Estivemos
8

que ele ensina.


-2

Vós estais Estiveste


„ Impessoal: Não é passível de flexão. É o nome
77

do verbo, servindo para indicar apenas a con- Eles/ vocês estão Estiveram
.7
86

jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª


z Anômalos: esses verbos apresentam profundas
.8

conjugação; Partir - 3ª conjugação.


39

alterações no radical e nas desinências verbais,


-1

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou consideradas anomalias morfológicas, por isso,
orações reduzidas. recebem essa classificação. Um exemplo bem
o
av

usual de verbos dessa categoria é o verbo ser. Na


st

Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver- língua portuguesa, apenas dois verbos são classi-
gu

bos que funcionam como um verbo. ficados dessa forma, os verbos ser e ir, vejamos a
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de
o

conjugação o verbo ser:


av

trabalhar para pagar as contas.


st

Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos


gu

de encontrar uma solução. PRETÉRITO PERFEITO


PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
Dica Eu sou Fui
Não confunda locuções verbais com tempos Tu és Foste
compostos. O particípio formador de tempo Ele/ você é Foi
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
Nós somos Fomos
homem teria realizado sua missão.
Vós sois Fostes
Classificação dos Verbos Eles/ vocês são Foram
Os verbos são classificados quanto a sua forma de
As bancas costumam usar essa classificação para
conjugação e podem ser divididos em: regulares, irre-
gulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronomi- confundir os candidatos. Os verbos ser e ir são irre-
nais, reflexivos, impessoais e os auxiliares, além das gulares, porém, apresentam uma forma específica de
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- irregularidade, que ocasiona uma anomalia em sua
36 des de cada um a seguir: conjugação, por isso, são classificados como anômalos.
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z Abundantes: são formas verbais abundantes os O verbo ser para indicar hora, distância ou data
verbos que apresentam mais de uma forma de concorda com esses elementos.
particípio aceitas pela norma culta gramatical. O verbo fazer também poderá ser impessoal,
Geralmente, apresentam uma forma de particípio quando indicar tempo decorrido ou tempo climáti-
regular e outra irregular. Vejamos alguns verbos co. Ex.: Faz anos que estudo para concursos; Aqui faz
abundantes: muito calor.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin-
taticamente, classificamos como sujeito inexistente.
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Dica
Acender Acendido Aceso
O verbo ser será impessoal quando o espaço sin-
Afligir Afligido Aflito tático ocupado pelo sujeito não estiver preenchi-
do: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do
Corrigir Corrigido Correto verbo fazer, podendo ser impessoal também, o
Encher Enchido Cheio verbo IR: “vai uns bons anos que não vejo Mariana”

Fixar Fixado Fixo z Verbos Auxiliares: os verbos auxiliares são


empregados nas formas compostas dos verbos e
� Defectivos: são verbos que não apresentam algu- também nas locuções verbais. Os principais verbos
mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
um defeito na conjugação, por isso o nome. São
defectivos os verbos colorir, precaver, reaver. Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa concordância verbal, porém, o verbo principal deter-
do singular do presente do indicativo, bem como: mina a regência estabelecida na oração.
Aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, Apresentam forte carga semântica que indica
fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo- modo e aspecto da oração; tratamos mais desse assun-
rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer. to no tópico verbos auxiliares no final da gramática.
São importantes na formação da voz passiva
Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
analítica.
nos temporais também apresentam essa caracte-
rística, como latir, bramir, chover.
z Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos
� Pronominais: esses verbos apresentam um pro-
três formas nominais dos verbos:
nome oblíquo átono integrando sua forma verbal;
é importante lembrar que esses pronomes não
„ Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor
apresentam função sintática. Predominantemen-
durativo da ação e equivale a um advérbio ou
te, os verbos pronominas apresentam transitivida- adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando.
de indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se. „ Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go,
8

-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi-


-2

ficado em particípio regular e irregular, sendo


77

PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
.7

INDICATIVO
86

Eu me sento Sentei-me A norma culta gramatical recomenda o uso do par-


.8

ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com


39

Tu te sentas Sentaste-te os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par-


-1

ticípio irregular.
Ele/ você se senta Sentou-se
o

Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /


av

Nós nos sentamos Sentamo-nos Os traficantes foram expulsos pelos policiais.


st
gu

Vós vos sentais Sentastes-vos „ Infinitivo: Marca as conjugações verbais.


o
av

Eles/ vocês se sentam Sentaram-se


AR: Verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar,
st

passear);
gu

z Reflexivos: são os verbos que apresentam pro- ER: Verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer,
nome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta- pôr);
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses IR: Verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir,
LÍNGUA PORTUGUESA

verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao sair).


mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cum-
primentamos friamente. Dica
z Impessoais: são verbos que designam fenômenos
da natureza, como chover, trovejar, nevar etc. O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga-
ção, pois origina-se do verbo “poer”.
O verbo haver com sentido de existir ou marcando O mesmo acontece com verbos que deste derivam.
tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia
muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui Vozes Verbais
aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impes- As vozes verbais definem o papel do sujeito na
soais quando designam fenômeno climático ou tempo. oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação
Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos. verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: 37
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z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-
verbal. ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa
estar na voz ativa.
Ex.: O policial deteve os bandidos.
Outra importante característica do “se” como índi-
z Passiva: O sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
verbal. verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — estar na 3ª pessoa do singular.
passiva analítica; Ex.: Acredita-se em Deus.
Detiveram-se os criminosos — passiva sintética.
z Pronome reflexivo: Na função de pronome refle-
z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mes- xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci-
mo tempo, pois pratica e recebe a ação verbal. procidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O cipais características são:
menino se agrediu.
„ Sujeito recebe e pratica a ação;
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mes-
„ Funcionará, sintaticamente, como objeto direto
mo tempo, porém há uma ação compartilhada
ou indireto;
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti-
„ O sujeito da frase poderá estar explícito ou
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam
implícito.
e sofrem a ação.
Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga-
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se presente de aniversário (implícito).
cumprimentaram.
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun- z Parte integrante do verbo: Nesses casos, o “se”
ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos será parte integrante dos verbos pronominais,
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá
objeto direto. estar explícito ou implícito.
Importante! Não confunda os verbos pronomi-
nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha.
que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei-
xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um z Partícula de realce: Será partícula de realce o
pronome que faz parte integrante do seu significado,
8

“se” que puder ser retirado do contexto sem pre-


-2

diferentemente das vozes verbais, que acompanham


77

juízo no sentido e na compreensão global do texto.


o pronome “se” com função sintática própria.
.7

A partícula de realce não exerce função sintática,


86

Outras Funções do “Se” pois é desnecessária.


.8
39

O “se” pode funcionar como item essencial na voz Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
-1

passiva. Além dessa função, esse elemento também


o

acumula outras atribuições: z Conjunção: O “se” será conjunção condicional


av

quando sugerir a ideia de condição. A conjunção


st

z Partícula apassivadora: A voz passiva sintética “se” exerce função de conjunção integrante, ape-
gu

é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran- nas ligando as orações, e poderá ser substituído
o

sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos pela conjunção “caso”.
av

o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é


st

designado partícula apassivadora, nesse contexto. Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
gu

dar, será aprovado).


Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) —
“Se” (partícula apassivadora). Conjugação de Verbos Derivados
O “se” exercerá essa função apenas:
Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo
„ Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
primitivo; para trabalhar a conjugação desses verbos, é
„ Com verbos que concordam com o sujeito;
importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
„ Com a voz passiva sintética.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
Atenção: Na voz passiva, nunca haverá objeto mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
direto (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. relevantes em provas diversas:

z Índice de indeterminação do sujeito: O “se” fun- z Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor;
cionará nessa condição quando não for possível z Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
identificar o sujeito explícito ou subentendido. z Ver: Antever, rever, prever;
38 Além disso, não podemos confundir essa função z Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
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Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- ADVÉRBIO
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais. Classificação e Emprego
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais Advérbios são palavras invariáveis que modificam
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina- um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em
ção são, predominantemente, regulares. alguns casos, os advérbios também podem modificar
uma frase inteira, indicando circunstância.
PRESENTE — INDICATIVO Os grandes cientistas da gramática da língua por-
tuguesa apresentam uma lista exaustiva com as fun-
Eu Crio ções dos advérbios, porém, decorar as funções dos
Tu Crias advérbios, além de desgastante, pode não ter o resul-
Ele/Você Cria tado esperado na resolução de questões de concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às
Nós Criamos principais funções designadas por um advérbio e, a
Vós Criais partir delas, consiga interpretar a função exercida nos
Eles/Vocês Criam enunciados das questões que tratem dessa classe de
palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algu-
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- mas funções basilares exercidas pelo advérbio:
mente são irregulares e apresentam alguma modifi-
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.
conjugação do verbo “passear”: z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.
PRESENTE — INDICATIVO z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.
z Modo: Assim, depressa, devagar etc.
Eu Passeio
Tu Passeias Novamente, chamamos sua atenção para a função
Ele/Você Passeia que o advérbio deve exercer na oração. Como disse-
Nós Passeamos mos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo
ou um outro advérbio, por isso, para identificar com
Vós Passeais mais propriedade a função denotada pelos advérbios,
Eles/Vocês Passeiam é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias
adverbiais expressas por advérbios, locuções adver-
Conjugação de Alguns Verbos
biais ou orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/
8

Vamos agora conhecer algumas conjugações de função adequada dos advérbios:


-2

verbos irregulares importantes, que sempre são obje-


77

to de questões em concursos.
.7

z O homem morreu... de fome (causa); com sua


Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
86

família (companhia); em casa (lugar); envergo-


.8

nhado (modo).
39

PRESENTE — INDICATIVO z A criança comeu... demais (intensidade); ontem


-1

Eu Adiro (tempo); com garfo e faca (instrumento); às cla-


ras (modo).
o

Tu Aderes
av
st

Ele/Você Adere Locuções Adverbiais


gu

Nós Aderimos
As locuções adverbiais, como já mostramos ante-
o

Vós Aderis
av

riormente, são bem semelhantes às locuções adjeti-


st

Eles/Vocês Aderem vas. É importante saber que as locuções adverbiais


gu

apresentam um valor passivo.


A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”. Ex.: Ameaça de colapso.
São conjugados da mesma forma os verbos dispor, Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução
adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se
LÍNGUA PORTUGUESA

interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,


invertermos a ordem e inserirmos um verbo na voz
entrepor, supor.
passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:
Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e
PRESENTE — INDICATIVO
apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução
Eu Ponho destacada anteriormente é adverbial.
Tu Pões Ainda sobre esse assunto, perceba que em locu-
ções como esta: “Característica da nação”, o termo
Ele/Você Põe
destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não
Nós Pomos aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Vós Pondes Nação foi característica*: essa frase quebra a
estrutura gramatical da língua portuguesa, que não
Eles/Vocês Põem admite voz passiva em termos com função de posse, 39
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caso das locuções adjetiva, tornando tal estrutura agramatical, por isso, inserimos um asterisco (*) para indicar
essa característica.

Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.

Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa. Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?

De maneira geral as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
8
-2

Pouco menos - -
77
.7
86

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
.8
39

GRAU SUPERLATIVO
-1
o

NORMAL ABSOLUTO SINTÉTICO ABSOLUTO ANALÍTICO RELATIVO


av

Bem Otimamente Muito bem Inferioridade


st
gu

Mal Pessimamente Muito mal Superioridade


o

Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais


av
st

Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos


gu

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural, caso a
palavra aceite uma dessas flexões será adjetivo.
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, trata-se de um advérbio.

Palavras Denotativas

São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
40 mente, é isso que as bancas de concurso cobram.
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z Eis: sentido de designação; NUMERAIS
z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação; São as palavras utilizadas para designar posição
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão; ou número.
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão. Ex.: Eu quero um pastel de carne.
Pedro ganhou a corrida em primeiro lugar.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas Milhares de pessoas compareceram ao evento.
expletivas ou de realce, geralmente formadas pela Os numerais podem ser classificados em cardinais,
forma ser + que (é que). A principal característica des- ordinais, multiplicativos e fracionários.
sas palavras é que podem ser retiradas sem causar
prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que � Cardinais: expressam quantidade exata de seres
faço as regras / Eu faço as regras. através da palavra
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, Ex.: Ganhei sete bombons ontem.
não, é porque etc. � Ordinais: como o próprio nome diz, expressão
ordem ou posição dentro de uma sequência.
Algumas Observações Interessantes Ex.: João ganhou a corrida em segundo lugar.
Esta foi a primeira vez que consegui compreendê-lo.
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado � Multiplicativos: expressam o número de vezes
após o verbo ou complemento verbal, caso venha des- pelo qual determinada quantidade é multiplicada.
locado, em geral, separamos por vírgulas. Dobro > duas vezes; triplo > três vezes; quádruplo
Em uma sequência de advérbios terminados com > quatro vezes...
o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a Ex.: Eu trabalho o dobro de horas que você.
terminação destacada. � Fracionários: expressam frações, divisões ou
Advérbios são palavras invariáveis que modificam diminuições proporcionais em quantidade.
um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em Ex.: Esse mês já gastei um terço do meu salário.
alguns casos, os advérbios também podem modificar
uma frase inteira, indicando circunstância. Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
ARTIGOS quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
Dúzia = conjunto de doze unidades;
São palavras que antecedem o substantivo, defi- Novena = período de nove dias;
nindo ou não o seu sentido. Podem ser classificados Década = período de dez anos;
em definidos e indefinidos. Século = período de cem anos;
Bimestre = período de dois meses.
Há apenas um artigo definido – o – e um arti-
go indefinido – um, que depois variam em gênero e
número (os, a, as) para artigos definidos e (uma, uns, PREPOSIÇÕES
umas) para os indefinidos. O artigo definido serve
8

Conceito
-2

para indicar um ser definido entre outros e indicar


77

todo conjunto de seres.


São palavras invariáveis que ligam orações ou
.7

Ex.: A menina saiu contente. / Os garotos adoram


86

jogar futebol. outras palavras. As preposições apresentam funções


.8

importantes tanto no aspecto semântico quanto no


Já o artigo indefinido pode ser:
39

aspecto sintático, pois complementam o sentido de


-1

� Indefinido entres os outros; verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Subconjunto de seres indefinidos; sem a presença da preposição, modificando a transiti-
o


av

� Reforço de ideia. vidade verbal e colaborando para o preenchimento de


st

� Ex.: Uns gostam de cão, outros de gato. sentido de palavras deverbais7.


gu

� Contaram-me uma história antiga e duvidosa. As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
o
av

te, por, sem, sob, trás.


Importante!
st

Existem, ainda, as preposições acidentais, assim


gu

chamadas pois pertencem a outras classes grama-


Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas) ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
podem ser confundidos com o numeral. Como posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
dito, os artigos acompanham substantivos, equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
LÍNGUA PORTUGUESA

enquanto os numerais indicam número, ou seja, exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
quantidade. Veja o exemplo: (quando equivaler a “por causa de”).
Nas férias, pretendo ler um livro = Artigo indefi- Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
nido; pode ser um livro qualquer, aqui se trata do plos de uso em diferentes situações:
termo “livro” de forma mais geral.
Nas férias, vou ler apenas um livro = Numeral; a “A”
quantidade de livros a serem lidos nas férias é
apenas um. z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
7  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 41
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z Destino (em correlação com a preposição de): De z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
Santos à Bahia; dólares;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo; z Meio: Pagou a dívida em cheque;
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi
z Direção: Levantar as mãos aos céus; bom;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; mãos em concha;
z Lugar: Ir a Santa Catarina; z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Modo: Falar aos gritos; res em reais;
z Sucessão: Dia a dia; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Tempo: Nasci a três de maio; z Fim: Pedir em casamento;
z Proximidade: Estar à janela. z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Modo: Escrever em francês;
“Após” z Sucessão: De grão em grão;
z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar; z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
z Tempo: Logo após o almoço descansamos.
“Entre”
“Com”
z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
z Causa: Ficar pobre com a inflação; z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos; z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- discórdia.
nos para o futuro;
z Instrumento: Abrir a porta com a chave; “Para”
z Matéria: Vinho se faz com uva;
z Modo: Andar com elegância; z Consequência: Você deve ser muito esperto para
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; não cair em armadilhas;
comigo sempre é assim. z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
“Contra” z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
como nós estamos para as galinhas;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Direção: Olhar contra o sol; z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho z Destino ou direção: Olhe para frente!
contra o peito.
“Perante”
8
-2

“De”
77

z Lugar: Ele negou o crime perante o júri.


.7

z Causa: Chorar de saudade;


86

z Assunto: Falar de religião; “Por”


.8

z Matéria: Material feito de plástico;


39

z Conteúdo: Maço de cigarro; z Modo ou conformidade: Vamos escolher por


-1

z Origem: Você descende de família humilde; sorteio;


o

z Posse: Este é o carro de João; z Causa: Encontrar alguém por coincidência;


av

z Autoria: Esta música é de Chopin; z Conformidade: Copiar por original;


st
gu

z Tempo: Ela dorme de dia; z Favor: Lutar por seus ideais;


z Lugar: Veio de São Paulo; z Medida: Vendia banana por quilo;
o
av

z Definição: Pessoa de coragem; z Meio: Ir por terra;


st

z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
gu

z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Meio: Viver de ilusões; z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm; z Tempo: Viver por muitos anos.
z Modo: Olhar alguém de frente;
z Preço: Caderno de 10 reais; “Sem”
z Qualidade: Vender artigo de primeira;
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
corajosa. dinheiro.

“Desde” “Sob”

z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui; z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. Pedro II;
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
42 “Em” z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.
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“Sobre” a + os = aos
Contração: Quando, ao se ligarem, sofrem
z Assunto: Não gosto de falar sobre política; redução.
z Direção: Ir sobre o adversário; Veja a lista a seguir9, que apresenta as preposições
z Lugar: Cair sobre o inimigo. que se contraem e suas devidas formas:

Locuções Prepositivas z Preposição “a”:

São grupos de palavras que equivalem a uma „ Com o artigo definido ou pronome demonstra-
preposição. tivo feminino:
Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) /
Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva) a + a= à
A locução prepositiva na segunda frase substitui a + as= às
perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre-
positivas sempre terminam em uma preposição (há „ Com o pronome demonstrativo:
apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti-
do concessivo “não obstante”). a + aquele = àquele
Veja alguns exemplos: a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta- a + aquelas = àquelas
ram logo. a + aquilo = àquilo
z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
de finanças. z Preposição “de”:
z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu
nada grave. „ Com artigo definido masculino e feminino:
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt,
a língua é indispensável para que possamos pen- de + o/os = do/dos
sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos. de + a/as = da/das
z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos,
não passei no exame. „ Com artigo indefinido:
z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito
para com os mais velhos. de + um= dum
z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa de + uns = duns
um short. de + uma = duma
de + umas = dumas
Outros exemplos de locuções prepositivas:
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito „ Com pronome demonstrativo:
de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
8
-2

junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a de + este(s)= deste, destes
77

fim de; por meio de; em virtude de. de + esta(s)= desta, destas
.7

de + isto= disto
86

de + esse(s) = desse, desses


.8

Importante! de + essa(s)= dessa, dessas


39

Algumas locuções prepositivas apresentam de + isso = disso


-1

semelhanças morfológicas, mas significa- de + aquele(s) = daquele, daqueles


o

dos completamente diferentes. Observe estes de + aquela(s) = daquela, daquelas


av

exemplos8: de + aquilo= daquilo


st
gu

A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-


jamento inicial = Concordância. „ Com o pronome pessoal:
o
av

As decisões do público foram de encontro à pro-


de + ele(s) = dele, deles
st

posta do programa = Discordância.


de + ela(s) = dela, delas
gu

Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru-


tas = Substituição.
„ Com o pronome indefinido:
Ao invés de chegar molhado, chegou cedo =
Oposição.
LÍNGUA PORTUGUESA

de + outro(s)= doutro, doutros


de + outra(s) = doutra, doutras
Combinações e Contrações
„ Com advérbio:
As preposições podem se ligar a outras palavras de
outras classes gramaticais por meio de dois processos: de + aqui= daqui
combinação e contração. de + aí= daí
Combinação: Quando se ligam sem sofrer nenhu- de + ali= dali
ma redução.
a + o = ao z Preposição “em”:
8  Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
9  Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm. Acesso em: 6 dez. 2021. 43
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„ Com artigo definido: divergindo das preposições de valor relacional. As
preposições de valor nocional estabelecem uma noção
em + a(s)= na, nas de posse, causa, instrumento, matéria, modo etc. Veja-
em + o(s)= no, nos mos algumas na tabela a seguir:

„ Com pronome demonstrativo: VALOR NOCIONAL DAS


SENTIDO
PREPOSIÇÕES
em + esse(s)= nesse, nesses Posse Carro de Marcelo
em + essa(s)= nessa, nessas Lugar O cachorro está sob a mesa
em + isso = nisso
Votar em branco / Chegar aos
em + este(s) = neste, nestes Modo
gritos
em + esta(s) = nesta, nestas
em + isto = nisto Causa Preso por agressão
em + aquele(s) = naquele, naqueles Assunto Falar sobre política
em + aquela(s) = naquelas Origem Descende de família simples
em + aquilo = naquilo
Olhe para frente! / Iremos a
Destino
Paris
„ Com pronome pessoal:

em + ele(s) = nele, neles Assim como as preposições, as conjunções também


em + ela(s) = nela, nelas são invariáveis e também auxiliam na organização
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
z Preposição “per”: ções. Por manterem relação direta com a organização
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
„ Com as formas antigas do artigo definido (lo, coordenativas ou subordinativas.
la):
Conjunções Coordenativas
per + lo(s) = pelo, pelos
per + la(s) = pela, pelas As conjunções coordenativas são aquelas que
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda,
z Preposição “para” (pra):
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
„ Com artigo definido:
z Aditivas: Somam informações. E, nem, bem como,
para (pra) + o(s) = pro, pros não só, mas também, não apenas, como ainda,
para (pra) + a(s)= pra, pras senão (após não só).
8
-2

Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
77

Preposições
.7

O gato era o preferido, não só da filha, senão de


86

Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar o que toda família.


.8

significa Semântica. Semântica é a área do conhecimento


39

que relaciona o significado da palavra ao seu contexto. z Adversativa: Colocam informações em oposição,
-1

É importante ressaltar que as preposições podem contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-
apresentar valor relacional ou podem atribuir um
o

tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).


av

valor nocional.
st

As preposições que apresentam um valor rela- Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
gu

cional cumprem uma relação sintática com verbos A culpa não foi a população, senão dos vereadores
o

ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados (equivale a “mas sim”).


av

deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma Importante: A conjunção “e” pode apresentar
st

relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
gu

bios, os quais também apresentarão função deverbal. da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida não deixava.
pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo z Alternativas: Ligam orações com ideias que não
complemento nominal). acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou,
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
gida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo Ex.: Estude ou vá para a festa.
advérbio). Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Importante: A palavra “senão” pode funcionar
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga, como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-
sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença. marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”).
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
nal é preponderante apresentam uma modificação no z Explicativas: Ligam orações, de forma que em
sentido da palavra à qual se liga. Elas não são com- uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, por-
44 ponentes obrigatórios na construção da sentença, que, pois, (se vier no início da oração), porquanto.
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Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a enxada! z Condicional: Iniciam uma oração com ideia de
Viva bem, pois isso é o mais importante. hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
Importante: “Pois” com sentido explicativo ini- que, a menos que, somente se etc.
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto
saudades. Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondido
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado sua mensagem.
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, Posso lhe ajudar, caso necessite.
pois, a subir.
z Proporcional: Ideia de proporcionalidade. À pro-
z Conclusiva: Ligam duas ideias, de forma que a porção que, à medida que, quanto mais...mais,
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo, quanto menos...menos etc.
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
destarte, pois (deslocado na frase). Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
ser aprovado.
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado. Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.
z Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para
Dica que, a fim de que etc.

As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que Comprou um computador a fim de que pudesse
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso trabalhar tranquilamente.
concomitante acarreta em redundância.
z Temporal: Iniciam a oração expressando ideia de
Conjunções Subordinativas tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
logo que, desde que etc.
Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente do Futuro.
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
para terem o sentido apreendido.
Importante!
z Causal: Iniciam a oração dando ideia de causa. Os valores semânticos das conjunções não se
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que, prendem às formas morfológicas desses elemen-
uma vez que, como (equivale a porque) etc. tos. O valor das conjunções é construído contex-
tualmente, por isso, é fundamental estar atento
8

Ex.: Como não choveu, a represa secou.


-2

aos sentidos estabelecidos no texto.


77

Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a


z Consecutiva: Iniciam a oração expressando ideia
.7

procura? (Se = causal = já que)


86

de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de


Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto
.8

modo que, de forma que, de sorte que etc.


ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
39
-1

Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.


o

Conjunções Integrantes
av

z Comparativa: Iniciam orações comparando ações


st

e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que As conjunções integrantes fazem parte das orações
gu

nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
maior), tanto... quanto etc.
o

oração principal à outra, subordinada. Existem apenas


av

dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”.


st

Ex.: Corria como um touro.


gu

Ela dança tanto quanto Carlos. z Quando é possível substituir o “que” pelo pronome
“isso”, estamos diante de uma conjunção integrante.
z Conformativa: Expressam a conformidade de
uma ideia com a da oração principal. Conforme,
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Isso).


como, segundo, de acordo com, consoante etc.
z Sempre haverá conjunção integrante em orações
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado. substantivas e, consequentemente, em períodos
Amanhã chove, segundo informa a previsão do tempo. compostos.

z Concessiva: Iniciam uma oração com uma ideia Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
contrária à da oração principal. Embora, conquanto, quê? Isso).
ainda que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tives- bo e uma conjunção integrante.
se gostado.
Trabalhava, por mais que a perna doesse. Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado). 45
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Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). O radical é o elemento básico e que carrega o sig-
nificado das palavras, sendo fixo, independente das
INTERJEIÇÕES possíveis variações da palavra. Veja:

As interjeições também fazem parte do grupo de � Livro;


palavras invariáveis, tal como as preposições e as � Livrinho;
conjunções. Sua função é expressar estado de espíri- � Livreto.
to e emoções; por isso, apresentam forte conotação
semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a Perceba que, nos exemplos acima, existe uma base
uma frase. Ex.: Tchau! fixa, invariável em todas as palavras e é ela que carre-
As interjeições indicam relações de sentido diversas. ga o significado. Na palavra “livro”, o radical é “-livr”.
A seguir, apresentamos um quadro com os sentimentos Veja mais um exemplo:
e sensações mais expressos pelo uso de interjeições:
� Certo;
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO � Incerto;
� Incerteza;
Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
� Radical “-cert”.
Alívio Arre! Ufa! Ah!
Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva! Afixos ou Morfemas Derivacionais
Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
Os afixos seriam elementos complementares das
Repulsa Irra! Fora! Abaixo! palavras, podendo aparecer no seu início ou final,
Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena! mudando um pouco seu sentido e até formando novas
palavras. Quando o afixo aparece antes, é chamado de
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
prefixo, e quando aparece no final, sufixo. Veja se você
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau! consegue identificar os afixos nas palavras a seguir:
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
z Infeliz = prefixo “in”, acrescentado à palavra
“feliz”;
É salutar lembrar que o sentido exato de cada z Felizardo = sufixo “ardo”, acrescentado à palavra
interjeição só poderá ser apreendido diante do con- “feliz”.
texto. Por isso, em questões que abordem essa classe
de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a Desinências ou Morfemas Flexionais
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
expresso no texto. Abordaremos agora as desinências, lembre-se que
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati- alguns autores nomeiam como morfemas flexionais.
va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar Conceitualmente, as desinências são os morfemas
8

como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por acrescentados ao final das palavras para indicar suas
-2

exemplo, que são interjeições por excelência, mas que,


77

flexões. Podem ser de dois tipos:


dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
.7

Antes de concluirmos, é importante ressaltar o


86

� Desinência verbal: indica flexão de pessoa, núme-


papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
.8

ro, modo e tempos verbais.


39

que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! Ex.: Eu como / Tu comes / Ele come (flexão de pes-
-1

Ora bolas! Valha-me Deus! soa e tempo).


� Desinência nominal: indica flexão de gênero
o
av

(feminino ou masculino) e de número (singular ou


st

plural).
gu

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE Ex.: Menino / Menina = flexão de gênero


Garoto / Garotos = flexão de número
o

PALAVRAS
av
st

Vogais Temáticas
INTRODUÇÃO
gu

Agora falaremos de Vogal Temática!


A morfologia, dentro da linguística, é o estudo da
estrutura, formação e classificação das palavras, ana- Vogal temática é a vogal que fica junto ao radical
lisando-as de forma individual, sem olhar para sua da palavra. Elas podem ser divididas em três tipos, de
atuação dentro de uma oração ou período. acordo com sua conjugação:
Nesta seção, vamos aprofundar mais na estrutura
e formação das palavras, entendendo melhor como se 1ª conjugação: “ar” – amar;
organizam e os conceitos importantes dessa área. 2ª conjugação “er; - correr;
3ª conjugação “ir” – partir.
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Tema
Radical e Morfema Lexical
No tratante às estruturas das palavras, estudare-
O morfema é o menor elemento significativo da mos o tema.
palavra. Faz parte da estrutura lexical e gramatical da O tema é formado pelo radical + vogal temática.
46 palavra, constituindo o chamado radical. Para compreender o conceito, veja alguns exemplos:
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Estuda -> Estud a
RADICAL SENTIDO EXEMPLO
Corrige -> Corrig e
No primeiro exemplo, temos a palavra “estuda”, Cruci Cruz Crucificar
formada pelo radical “estud” mais a vogal temática Cultura Cultivar Apicultura
“a”. O tema, nesse caso, é: “estuda”. Utilizando a mes-
Fero Que contém ou produz Mamífero
ma dinâmica do primeiro exemplo, pense como fica-
ria a palavra “corrige”. Se você pensou em “corrig” Frater Irmão Fraterno
como radical e “e” como vogal temática, você acertou! Fugo Que foge Centrífugo
Nesse caso, o tema será “corrige”.
Herbi Erva Herbicida
Vogais e Consoantes de Ligação Loco Lugar Localizar
Mater Mãe Materno
Um assunto que deve ser estudado com bastante Morti Morte Mortífero
atenção é a vogal de ligação e a consoante de ligação.
As vogais de ligação são incluídas nas palavras para Pater Pai Paterno
facilitar sua pronúncia. Pade Pé Pedestre
Ex.: Bananeira; maresia; correria. Puer Criança Pueril
As consoantes de ligação, assim como as vogais, são
consoantes que facilitam a pronúncia das palavras. Quadri Quatro Quadrilátero
Ex.: Cafeteira; chaleira. Silvi Floresta Silvícola
É importante destacar que as vogais e consoantes Taur (i) Touro Taurino
de ligação não alteram o sentido das palavras. Trata-
-se de um elemento eufônico, ou seja, relacionado à Uxor Esposa Uxoricida
Fonologia da palavra. Vermi Verme Vermífugo
Voro Que come Carnívoro
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Processos de Composição
Agora que já aprendemos sobre a estrutura das
palavras, vamos passar ao processo de formação das
Pela composição, forma-se uma nova palavra, a
palavras. partir da junção de dois ou mais radicais.
Conceitualmente, o processo de formação das Ex.: Guarda-chuva.
palavras refere-se à maneira como os morfemas se Existem dois tipos de composição:
organizam para formarem as palavras. Há uma diver- Composição por aglutinação: quando, ao unir dois
sidade de maneiras de organização dos morfemas, radicais, um deles sofre alteração.
como veremos adiante. Planalto = plano + alto;
Embora = em + boa + hora.
Processos de Derivação Composição por justaposição: quando os radicais,
8
-2

ao se unirem, não sofrem alterações.


77

Através da derivação, um dos processos de forma- Girassol / passatempo / pé-de-galinha / guarda-sol.


.7

ção de palavras, formam-se novas palavras a partir de


86

outras, sendo que estas novas são palavras derivadas. Palavras Compostas e Derivadas
.8

A derivação pode ser:


39

Estudaremos neste tópico as palavras compos-


-1

� Prefixal: palavras formadas a partir do acréscimo tas, que são aquelas que possuem mais que um radi-
o

de um ou mais prefixos à palavra primitiva. cal, podendo ou não ser separadas por hífen. Como o
av

Ex.: Refazer → palavra derivada prefixal de exemplo abaixo:


st

“Fazer”; Ex.: Couve-flor, girassol etc.


gu

Impaciente → palavra derivada prefixal de Separamos uma lista com alguns exemplos de
o

“Paciente”. palavras compostas. É importante conhecer, mas não


av

� Sufixal: palavras formadas a partir do acréscimo se preocupe em decorá-las. Veja se você já consegue
st

de um ou mais sufixos à palavra primitiva. identificar os dois radicais presentes nas palavras.
gu

Ex.: Realmente → palavra derivada sufixal de Vejamos:


“Real”; Amor-perfeito;
Folhagem → palavra derivada sufixal de “Folha”. Arco-íris;
LÍNGUA PORTUGUESA

Beija-flor;
LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS Bem-me-quer;
Cachorro-quente;
Separamos alguns radicais e prefixos de origem Cavalo-marinho;
latina que compõem as palavras da língua portuguesa Couve-flor;
para você conferir. Veja a seguir: Guarda-roupa;
Guarda-chuva;
Peixe-espada;
RADICAL SENTIDO EXEMPLO
Roda-viva;
Agri Campo Agricultor Passatempo;
Arbori Árvore Arborizar Pontapé;
Vaivém;
Beli Guerra Beligerante Varapau; 47
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Segunda-feira; Ex.: mula-sem-cabeça = mula sem cabeça; Pé-de-
Arco-íris; -moleque = pé de moleque.
Decreto-lei; z Encadear palavras é um recurso econômico propi-
Ano-luz; ciado pelo uso do hífen.
Fim de semana; Ex.: O lema de Liberdade, Igualdade e Fraternida-
Dia a dia; de = o lema Liberdade-Igualdade-Fraternidade.
Sala de jantar; z Espécies botânicas, zoológicas e produtos deriva-
Cão de guarda; dos se escrevem com hífen, independentemente de
ter ou não elemento de ligação. Exceção: girassol,
Cor de vinho;
madressilva, malmequer.
Café com leite.
Ex.: abóbora-menina, banana-menina, ando-
Já as palavras derivadas são aquelas que provêm rinha-do-mar, água-de-coco, azeite-de-dendê,
da mesma palavra (primitiva). Nesse caso, um mesmo formiga-branca.
radical forma um ou mais palavras. Veja os exemplos z Prefixos e falsos prefixos usam hífen antes de “h”,
a seguir: exceto re, co, des, in, an.
Pedra (palavra primitiva) – pedreiro (palavra Ex.: Anti-higiênico, contra-harmônico.
derivada); Arqui-hipérbole, semi-histeria.
Flor (palavra primitiva) – floricultura, florista Reaver, coerdeiro, deserdado, inumano, anistórico.
(palavras derivadas). z Quando prefixo, ou falso prefixo, termina com a
Abaixo, trouxemos uma tabela, para você conhe- mesma vogal que inicia o segundo elemento, usa-
cer melhor algumas palavras derivadas. -se hífen (exceto ree, pree, coo, proo).
Ex.: Contra-almirante, semi-interno, auto-observação.
Coopositor, reeducar, preencher.
PALAVRA PALAVRA DERIVADA
z Circum e pan recebem hífen antes de vogal, “m”,
PRIMITIVA
“n”.
Floração, flora, floral, floreado, floreio, Ex.: Circum-ambiente, pan-amazônico, circum-
Flor flóreo, florescente, floriano, floricultura, -murar, pan-mestiço.
florido, florista, florzinha z São separados por hífen: r-r, b-b, d-d, b-r, d-r.
Papel Papelada, papelão, papelaria, papeleiro, Ex.: Inter-resistente, sub-base, ad-digital, sub-re-
papelinho, papiro sistente, ad-rogar.
Pedra Pedreira, pedreiro, pedregulho, pedraria, z Compostos iniciados por “além”, “aquém”,
pedrinha, pedrisco “recém”, “sem” e “bem” recebem hífen.
Ex.: Além-Atlântico, além-fronteira, aquém-monta-
Bicicleta Bicicletaria, bicicletário, bicicletista
nha, recém-vindo, sem-fim, bem-vindo.
Água Aguaceiro, aguado, aguador z “Ex” (cessamento), “soto/sota” (= sub), “vice/vizo”
Café Cafeicultor, cafeína, cafezal, cafezinho antecedem hífen.
Ex.: Ex-ator, ex-namorado, soto-capitão, vice-rei,
Morte Imortal, mortal, morta, mortuário,
mortífero vizo-rei.
z Depois de “pró”, “pré” e “pós”, utiliza-se hífen.
8
-2

Ex.: Pré-operatório, pós-graduação, pró-africano.


Uso do Hífen Conforme o Novo Acordo Ortográfico
77

z Antes de vogal e h, no advérbio mal, tem-se hífen.


.7

Ex.: mal-educado, mal-humorado, mal-aventurado.


O hífen é um sinal diacrítico de pontuação. Na lín-
86

Também mal como substantivo, no sentido de


gua portuguesa, é utilizado para conectar e formar
.8

doença, leva hífen.


palavras. Após o novo acordo ortográfico, ocorreram
39

Mal-americano (sífilis), mal-germânico (sífilis).


algumas mudanças na utilização do hífen nas pala-
-1

z Sufixos tupis, como: açu (grande), guaçu (grande),


vras. Estudaremos adiante quais as mudanças e vere- mirim (pequeno), ligam-se por hífen quando ante-
o

mos a aplicação das regras. Veja:


av

cedidos de vogal acentuada graficamente, ou para


preservar a pronúncia.
st

z Compostos formados por mais de um radical pátrio


gu

Ex.: Andá-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim.


(afro, anglo, euro, indo, luso, sino e etc.), locativo
o

ou gentílico, grafam-se com hífen.


av

Quando Não se Utiliza Hífen?


Ex.: Afro-brasileiro; anglo-brasileiro; euro-asiáti-
st

co; franco-germânico.
gu

z Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal


z Como exceção do uso do hífen, a nova ortografia e quando a segunda palavra começa em r ou s.
apresenta girassol, mandachuva, pontapé, para-
quedas, paraquedista, paraquedismo.
z Topônimos (nome derivados de nomes de lugares) Importante!
compostos usam hífen, quando iniciados por Grã,
Grão, por forma verbal ou quando tiverem inter- Essa regra não vale no caso de palavras ligadas
namente um artigo, com exceção de: Guiné-Bissau por hiper, inter e super.
e Timor-Leste. Ex.: Inter-regional (mantém-se o hífen).
Ex.: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Que-
bra-Costas, Albergaria-a-Velha.
z Os topônimos compostos, escritos sem hífen, têm Ex.: auto-retrato (incorreto) / autorretrato (correto).
seus gentílicos hifenizados.
Ex.: África do Sul = sul-africano; Rio Grande do Nor- z Quando o prefixo termina com uma vogal diferen-
te = norte-rio-grandense, rio-grandense-do-norte. te da que se inicia a segunda palavra, não se usa
z Os compostos com elemento de ligação, na nova o hífen.
48 ortografia, perderam o hífen. Ex.: auto-estima (incorreto) / autoestima (correto).
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z Em palavras compostas formadas por uma unida- TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
de também não se utiliza hífen.
Ex.: manda-chuva (incorreto) / mandachuva São aqueles indispensáveis para a estrutura básica da
(correto). oração. Costuma-se associar esses termos a situações ana-
lógicas, como um almoço tradicional brasileiro constituí-
É importante saber que o “r” e o “s” são dobrados do basicamente de arroz e feijão, por exemplo. São eles:
quando estão perto de vogais, mas não se juntam com sujeito e predicado. Veremos a seguir cada um deles.
consoantes.
Sujeito

É o elemento que faz ou sofre a ação determinada


SINTAXE (FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO) pelo verbo. O sujeito pode ser:

CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE � O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre � O elemento que pratica ou recebe a ação expressa
os grandes grupos de palavras existentes na língua, pelo verbo;
como verbos, os substantivos ou adjetivos. Esses são � O termo que pode ser substituído por um pronome
grupos morfológicos. Ao combinar as palavras em fra- do caso reto;
ses, nós construímos um painel morfológicos. � O termo com o qual o verbo concorda.
As palavras normalmente recebem uma dupla clas-
sificação: a morfológica, que está relacionada à classe Ex.: A população implorou pela compra da vacina
gramatical a que pertence, e a sintática, relacionada à da COVID-19.
função específica que assumem em determinada frase.
No exemplo anterior, a população é:
Frase
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
Frase é todo enunciado com sentido completo. rou pela compra da vacina);
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um z O elemento que pratica a ação de implorar;
conjunto de palavras.
Ex.: Fogo! z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
Silêncio! implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano z O termo que pode ser substituído por um pronome
Ramos) do caso reto.
(Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Oração
Núcleo do Sujeito
Oração é o enunciado que se estrutura em torno de
8

um verbo (explícito, implícito ou subentendido) ou de


O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
-2

uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode


77

porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O


apresentá-lo completo ou incompleto.
.7

núcleo indica a palavra que realmente está exercen-


Ex.: Você é um dos que se preocupam com a poluição.
86

“A roda de samba acabou” (Chico Buarque) do determinada função sintática, que atua ou sofre a
.8

ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo,


39

Período ou uma palavra com valor de substantivo, ou pronome.


-1

z O sujeito simples contém apenas um núcleo.


o

Período é o enunciado constituído de uma ou mais


av

orações. Classifica-se em: Ex.: O povo pediu providências ao governador.


st

Sujeito: O povo
gu

� Simples: quando possui apenas uma oração. Núcleo do sujeito: povo


z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído
o

Ex.: O sol surgiu radiante.


av

Ninguém viu o acidente. de dois ou mais termos.


st

� Composto: quando possui duas ou mais orações. As luzes e as cores são bem visíveis.
gu

Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” Sujeito: As luzes e as cores
(Chico Buarque) Núcleo do sujeito: luzes/cores
� Chegou em casa e tomou banho.
Dica
LÍNGUA PORTUGUESA

Para determinar o sujeito da oração, colocam-se


TERMOS ESSENCIAIS, INTEGRANTES as expressões interrogativas quem? ou o quê?
E ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO antes do verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao
PERÍODO SIMPLES — OS TERMOS DA ORAÇÃO governador.
Quem pediu uma providência ao governador?
Os termos que formam o período simples são dis- Resposta: A população (sujeito).
tribuídos em: essenciais (sujeito e predicado), inte- Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o
grantes (complemento verbal, complemento nominal outro.
e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal, O que iria de um lado para o outro?
adjunto adverbial e aposto). Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito). 49
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Tipos de Sujeito Importante notar que não há preposição entre
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em: “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.
Simples Precisa-se de cabelo.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, e
DETERMINADO Composto
não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é indeter-
Elíptico minado, marcado pelo índice de indeterminação “-se”.
Com verbos flexionados na 3ª
pessoa do singular z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Ex.: A minha saia azul está rasgada.
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
se (índice de indeterminação do ça da partícula -se.
sujeito)
Usado para fenômenos da Predicado
INEXISTENTE natureza ou com verbos
impessoais É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
z Determinado: quando se identifica a pessoa, o mos essenciais na oração, há casos em que a oração
lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em: não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
„ Simples: quando há apenas um núcleo. impossível existir uma oração sem sujeito.
Ex.: O [aluguel] da casa é caro. O predicado pode ser:
Núcleo: aluguel
Sujeito simples: O aluguel da casa z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
„ Composto: quando há dois núcleos ou mais. Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos. (José de Alencar)
Núcleos: sons, cores. Predicado: seguem sua marcha
Sujeito composto: Os sons e as cores z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
„ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não to (oração sem sujeito):
aparece na oração, mas é possível de ser iden- Ex.: Chove pouco nesta época do ano.
tificado devido à flexão do verbo ao qual se Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
refere.
Para determinar o predicado, basta separar o
Vi o noticiário hoje de manhã. sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
Sujeito: (Eu) do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
8

z Indeterminado: quando não é possível identificar


-2

Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves


o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
77

Dias)
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
.7

Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.


do por um índice de indeterminação do sujeito, a
86

Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)


partícula “se”.
.8

Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.


Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, não
39

se referindo a nenhuma palavra determinada no


-1

Classificação do Predicado
contexto.
o

Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.


av

Entende-se que alguém passou cedo. A classificação do predicado depende do significa-


st

Colocando-se verbos sem complemento direto do e do tipo de verbo que apresenta.


gu

(intransitivos, transitivos diretos ou de ligação) na


o

3ª pessoa do singular acompanhados do pronome z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
av

se, que atua como índice de indeterminação do nificativo se concentra em um nome (corresponde
st

sujeito. a um predicativo do sujeito).


gu

Ex.: Não se vê com a neblina. O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
Entende-se que ninguém consegue ver nessa O predicado nominal tem por núcleo um nome
condição. (substantivo, adjetivo ou pronome).
Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo
Classificação do Sujeito quanto à Voz Mendes)
Predicado: são mais bonitas.
z Voz ativa (sujeito agente) Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado. Bilac)
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- Predicado: estão cheias de calafrios.
ce a ação na frase.
z Voz passiva sintética (sujeito paciente) É importante não confundir:
Ex.: Corta-se cabelo.
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação,
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do mas um estado momentâneo ou permanente que
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é
50 oração. o predicativo do sujeito.
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z Predicativo do sujeito, função exercida por subs- Verbo intransitivo: parou
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Predicativo do sujeito: atento
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Ex.: O garoto está bastante feliz. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Verbo de ligação: está. considerado predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bi-
Ex.: Seu batom é muito forte. lac)
Verbo de ligação: é. Verbo intransitivo: marchou
Predicativo do sujeito: muito forte. Predicativo do sujeito: desorientado
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
Predicado Verbal ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Ma-
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi- chado de Assis)
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do Verbo transitivo direto: achou
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os Objeto direto: o raciocínio
demais termos do predicado. Predicativo do objeto: exato
O verbo do predicado pode ser classificado em No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi- um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo. que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos
concluir que temos um caso de predicativo do obje-
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é
ge um complemento não preposicionado, o objeto o sujeito.
direto.
O que é o predicativo do objeto?
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
É o termo que confere uma característica, uma
Noel Rosa
qualidade ao termo a que se refere.
Verbo Transitivo Direto: Fazer.
A formação do predicativo do objeto se dá por um
Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
adjetivo ou por um substantivo.
Verbo Transitivo Direto: trouxe.
Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transi-
Predicativo do objeto: proveitoso
tivo indireto tem como necessidade o complemento
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
acompanhado de uma preposição para fazer sentido.
Predicativo do objeto: vitoriosa
Ex.: Nós acreditamos em você.
Para facilitar a identificação do predicativo do
Verbo transitivo indireto: acreditamos
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-
Preposição: em
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
fica é relacionar o predicativo ao nome.
Verbo transitivo indireto: obedeceu
O filme foi proveitoso.
Preposição: a (a + os)
8

Ela era vitoriosa.


-2

Ex.: Os professores concordaram com isso.


Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
77

Verbo transitivo indireto: concordaram


dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
.7

Preposição: com
86

ligação (foi e era, respectivamente).


z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o
.8
39

verbo de sentindo incompleto que exige dois com- ESTRUTURA DO PERÍODO (COORDENAÇÃO E
plementos: objeto direto (sem preposição) objeto
-1

SUBORDINAÇÃO) E ORAÇÕES
indireto (com preposição).
o

Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou-


av

São vocábulos que se agregam a determinadas


tras.” (Machado de Assis)
st

estruturas para torná-las completas. De acordo com


gu

Verbo transitivo direto e indireto 1: contava a gramática de língua portuguesa, esses termos são
Objeto direto 1: anedotas divididos em:
o
av

Objeto indireto 1: lhe


Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
st

Complementos Verbais
gu

Objeto direto 2: outras


Objeto indireto 2: lhe. São termos que completam o sentido de verbos
z Verbo intransitivo (VI): É aquele capaz de cons- transitivos diretos e transitivos indiretos.
LÍNGUA PORTUGUESA

truir sozinho o predicado, que não precisa de com-


plementos verbais, sem prejudicar o sentido da z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
oração. panhado de preposição.
Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam. Ex.: Examinei o relógio de pulso.
Verbo intransitivo: adormeciam. Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
Predicado Verbo-nominal aqueles)

Ocorre quando há dois núcleos significativos: Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto
um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
transitivo, predicativo do objeto). variações lo(s), la(s), no(s), na(s), quase sempre exer-
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes) cem função de objeto direto os pronomes oblíquos 51
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me, te, se, nos, vos também podem exercer essa fun- verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
ção sintática. o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram Por favor, entregue a carta ao proprietário da
quem? A minha pessoa”) casa 260.
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. Gosto de ti, meu nobre.
(= “Nunca tomeis quem? Vós”) Não troque o certo pelo duvidoso.
Convidaram-na para o almoço de despedida. (= Vamos insistir em promover o novo romance de
“Convidaram quem? Ela”) ficção.
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
Receberam quem? Nós) Objeto Indireto e o Uso de Pronomes Pessoais
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
ser objetos diretos. Normalmente aparecem antes do Pode ser representado pelos seguintes pronomes
pronome relativo que. oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro-
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: nomes o, a, os, as não exercerão essa função.
esse algo é o objeto direto) Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
feminino definido) comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
z Objeto direto preposicionado Ex.: Você escreveu esta carta para mim?

Mesmo que o verbo transitivo direto não exija z Objeto indireto pleonástico
preposição no seu complemento, algumas palavras
requerem o uso da preposição para não perder o sen- Ocorrência repetida dessa função sintática com o
tido de “alvo” do sujeito. objetivo de enfatizar uma mensagem.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
facultativos.
Exemplos com ocorrência obrigatória de COMPLEMENTO NOMINAL
preposição:
Não entendo nem a ele nem a ti. Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
Respeitava-se aos mais antigos.
ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
presença de um complemento nominal nos contextos
Amavam-se um ao outro.
de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
do do nome.
feita.” (Ciro dos Anjos)
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Exemplos com ocorrência facultativa de
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
preposição:
Para melhor identificar um complemento nomi-
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
nal, siga a instrução:
8

le templo.
-2

Nome + preposição + quem ou quê


77

A escultura atrai a todos os visitantes. Como diferenciar complemento nominal de com-


Não admito que coloquem a Sua Excelência num
.7

plemento verbal?
86

pedestal. Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.


.8

Ao povo ninguém engana. (complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
39

Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. diretamente ao verbo “obedecia”)


-1

No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
o

valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-


av

sente para indicar parte de um todo, quando assim ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
st

for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa


gu

bebeu uma porção da água, e não ela toda. Agente da Passiva


o
av

z Objeto direto pleonástico: É a dupla ocorrência É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
st

dessa função sintática na mesma oração, a fim de lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
gu

enfatizar um único significado. raramente, da preposição de.


Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
Andrade) ser, estar, viver, andar, ficar.
z Objeto direto interno: Representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
mesmo significado.
Ex.: Riu um riso aterrador. Há termos que apesar de dispensável na estrutu-
Dormiu o sono dos justos. ra básica da oração são importantes para compreen-
Como diferenciar objeto direto de sujeito são do enunciado porque trazem informações novas.
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito) Esses termos são chamados acessórios da oração.
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passi- Adjunto Adnominal
va analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados. São termos que acompanham o substantivo,
z Objeto indireto: É complemento verbal regido de núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
52 preposição obrigatória, que se liga diretamente a especificar o elemento representado pelo substantivo.
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Categorias morfológicas que podem funcionar Não confunda!
como adjunto adnominal: Para conseguir distinguir adjunto adverbial de
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-
z Artigos; nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
z Adjetivos; o sentido seja parecido.
z Numerais; Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
z Pronomes; é um adjunto adnominal)
z Locuções adjetivas. Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
adjunto adverbial)
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
ficaram esquecidos no quarto. Aposto
Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus. São estruturas relacionadas a substantivos, prono-
O novo regulamento originou a revolta dos mes ou orações. O aposto tem como propósito expli-
funcionários. car, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. apontar algo, alguém ou um fato.
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto bicicleta.
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes Aposto: filha de D. Raimunda
exercem essa função sintática quando assumem Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
valor de pronomes possessivos. des obras.
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Aposto: Machado de Assis.

z Como diferenciar adjunto adnominal de com- Classifica-se nas seguintes categorias:


plemento nominal?
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
Quando o adjunto adnominal for representado Separa-se do substantivo a que se refere por uma
por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga ou dois-pontos.
a dica: Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
ontem, acabaram de voltar de férias.
„ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de
qual se liga for concreto. todos.
Ex.: A casa da idosa desapareceu. � Enumerativo: é usado para desenvolver ideias
Se indicar posse ou o agente daquilo que que foram resumidas ou abreviadas em um termo
expressa o substantivo abstrato. anterior. Mostra os elementos contidos em um só
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada. termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
8
-2

„ Será complemento nominal: se indicar o alvo riachos.


77

daquilo que expressa o substantivo. Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
.7

Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não preconceito, antipatia e arrogância.


86

foi respeitada. z Recapitulativo ou resumidor: É o termo usado


.8

Notava-se o amor pelo seu trabalho. para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
39

Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: malmente, por um pronome indefinido.


-1

Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
o

estavam empolgados com a feira.


av

Adjunto Adverbial Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste,


st

países africanos onde se fala português.


gu

Termo representado por advérbios, locuções � Comparativo: Estabelece uma comparação


o

adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- implícita.


av

na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
st

circunstâncias. rumo.
gu

� Circunstancial: Exprime uma característica


z Tempo: Quero que ele venha logo; circunstancial.
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida; Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
LÍNGUA PORTUGUESA

z Modo: O dia começou alegremente; apropriadas.


z Intensidade: Almoçou pouco; � Especificativo: É o aposto que aparece junto a um
z Causa: Ela tremia de frio; substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
z Companhia: Venha jantar comigo; especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as substantivos próprios.
roupas; Exs.: O mês de abril.
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; O rio Amazonas.
z Finalidade: Vivia para o trabalho; Meu primo José.
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; z Aposto da oração: É um comentário sobre o
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel; fato expresso pela oração, ou uma palavra que
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui; condensa.
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã; Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
z Origem: Descendia de nobres. preocupação. 53
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O noticiário disse que amanhã farpa muito calor - PERÍODO COMPOSTO
ideia que não me agrada.
z Distributivo: Dispõe os elementos equitativamente. Observe os exemplos a seguir:
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra A apostila de Português está completa.
para as perguntas. Um verbo: uma oração = período simples
Sua presença era inesperada, o que causou Português e matemática são disciplinas essen-
surpresa. ciais para ser aprovado em concursos.
Dois verbos: duas orações = período composto
Dica O período composto é formado por duas ou mais
orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
O aposto pode aparecer antes do termo a que se períodos simples e período compostos.
refere, normalmente antes do sujeito.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
na marcou uma geração. PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
Segundo o gramático Cegalla, quando o aposto O povo levantou-se cedo
se refere a um termo preposicionado, pode ele Era dia de eleição
para evitar aglomeração.
vir igualmente preposicionado.
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de Os que estão em negrito são os verbos.
tudo ele tinha medo.
O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial. Para não esquecer:
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) z Período simples é aquele formado por uma só
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa- oração;
mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial z Período composto é aquele formado por duas ou
de modo) mais orações.

z Diferença de aposto especificativo e adjunto Classifica-se nas seguintes categorias:


adnominal: Normalmente, é possível retirar a
preposição que precede o aposto. Caso seja um z Por coordenação: orações coordenadas assindé-
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura ticas
fica prejudicada.
Ex.: A cidade Fortaleza é quente. „ Orações coordenadas sindéticas: aditi-
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) vas, adversativas, alternativas, conclusivas,
O clima de Fortaleza é quente. explicativas.
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?)
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O z Por subordinação:
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
8
-2

adjetivo. „ Orações subordinadas substantivas: subjeti-


77

Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
.7

(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – adjetivo) pletivas nominais, predicativas, apositivas.


86

Homem desesperado, João sempre perde o con- „ Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
.8

trole. explicativas.
39

(aposto; núcleo: homem – substantivo) „ Orações subordinadas adverbiais: causais,


-1

comparativas, concessivas, condicionais, con-


o

Vocativo formativas, consecutivas, finais, proporcionais,


av

temporais.
st

O vocativo é um termo que não mantém relação


gu

sintática com outro termo dentro da oração. Não per- z Por coordenação e subordinação: orações for-
o

tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para madas por períodos mistos.
av

chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.
st

ja se comunicar. É um termo independente, pois


gu

não faz parte da estrutura da oração. Período Composto por Coordenação


Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha
consulta. As orações são sintaticamente independentes. Isso
Ela te diz isso desde ontem, Fábio. significa que uma não possui relação sintática com
verbos, nomes ou pronomes das demais orações no
z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati- período.
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
outro termo da oração. (Fernando Pessoa)
Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças. Oração coordenada 1: Deus quer
O aposto se relaciona sintaticamente com outro Oração coordenada 2: o homem sonha
termo da oração. Oração coordenada 3: a obra nasce.
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impe- Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da
cável. sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
Sujeito: a cozinha de lufe. Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
54 sujeito). porta da sala de Damasceno
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Oração coordenada sindética: mas nada ouvi. Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
Conjunção adversativa: mas nada impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite.
Orações Coordenadas Sindéticas z Orações subordinadas substantivas justapostas:
são introduzidas por advérbios ou pronomes inter-
As orações coordenadas podem aparecer ligadas rogativos (onde, como, quando, quanto, quem etc.)
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome roubadas.
sindética. Veremos agora cada uma delas: Não sei quem lhe disse tamanha mentira.
z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
simultaneidade. no infinitivo.
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras.
bém, mas ainda, bem como, como também, se- z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
não também, que (= e). exercem a função de sujeito. O verbo da oração
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
Os convidados não compareceram nem explica- ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
ram o motivo. rir a nenhum termo na oração.
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
traste ou ressalva em relação ao fato anterior. Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, cional) (or. sub. subst. subje.)
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- z Orações subordinadas substantivas objetivas
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. diretas: exercem a função de objeto direto de um
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a reto da oração principal.
morte.” (Laurindo Rabelo) Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
se excluem. subst. obj. dir.)
Conjunções constitutivas: [ou], [ou ... ou], [ora ... z Orações subordinadas substantivas completi-
ora], [que ... quer], [seja ... seja], [já ... já], [talvez vas nominais: exercem a função de complemento
... talvez]. nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
Ex.: Ora responde, ora fica calado. da oração principal.
Você quer suco de laranja ou refrigerante? Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica mento nominal)
sobre um raciocínio. Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início pl. nom.)
de frase). z Orações subordinadas substantivas predicati-
8
-2

Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima vas: funcionam como predicativos do sujeito da
77

semana. oração principal. Sempre figuram após o verbo de


.7

“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo ligação ser.


86

Mendes Campos) Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do


.8

z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem sujeito)


39

expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
-1

porquanto, pois. sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.)


o

Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale z Orações subordinadas substantivas apositivas:
av

a “pois”) funcionam como aposto. Geralmente vêm depois


st

Vamos almoçar de novo porque ainda estamos de dois-pontos ou entre vírgulas.


gu

com fome. Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata.


o

(aposto)
av

Período Composto por Subordinação Só quero uma coisa: que você volte imediata-
st

mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.)


gu

Formado por orações sintaticamente dependentes,


considerando a função sintática em relação a um ver- Orações Subordinadas Adjetivas
bo, nome ou pronome de outra oração.
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos de orações subordinadas: Desempenham função de adjetivo (adjunto adno-


minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São
z Substantivas; introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a
z Adjetivas; qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.)
z Adverbiais. As orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
explicativas e restritivas.
Orações Subordinadas Substantivas
z Orações subordinadas adjetivas explicativas:
São classificadas nas seguintes categorias: não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
tam uma explicação sobre o termo antecedente.
z Orações subordinadas substantivas conectivas: São consideradas termo acessório no período,
são introduzidas pelas conjunções subordinativas podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
integrantes que e se. das por vírgulas. 55
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Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, � Orações subordinadas adverbiais proporcio-
cria trinta gatos. nais: são introduzidas por à medida que, à pro-
z Orações subordinadas adjetivas restritivas: porção que, quanto mais, quanto menos etc.
especificam ou limitam a significação do termo Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
antecedente, acrescentando-lhe um elemento aprecio.
indispensável ao sentido. Não são isoladas por � Orações subordinadas adverbiais temporais:
vírgulas. são introduzidas por quando, enquanto, logo
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é que, depois que, assim que, sempre que, cada
incurável. vez que, agora que etc.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.
Dica
Para separar as orações de um período composto, é
Como diferenciar as Orações subordinadas necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
adjetivas restritivas das Orações subordinadas tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
adjetivas explicativas? (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
Ele visitará o irmão que mora em Recife. esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
visitar apenas o que mora em Recife) ções verbais. Exs.:
Ele visitará o irmão, que mora em Recife. [“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que oração
mora em Recife) [para fixar outros] – 2ª oração
[que os rodeiam] – 3ª oração
Orações Subordinadas Adverbiais [e se deleitem com a imaginação deles]. (M. de
Assis) – 4ª oração
Exprimem uma circunstância relativa a um fato Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
expresso em outra oração. Têm função de adjunto basta, pertencente à 1ª (oração principal).
adverbial. São introduzidas por conjunções subor- A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
dinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
seguintes grupos:
Orações Reduzidas
� Orações subordinadas adverbiais causais: são
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por- z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
que, visto que etc. nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por- z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
que ficamos sem gasolina. iniciadas por conjunções;
� Orações subordinadas adverbiais comparati- z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
vas: são introduzidas por como, assim como, tal por pronomes relativos;
8

qual, como, mais etc. z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
-2

Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)


77

conectivos;
que a importada. z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
.7

� Orações subordinadas adverbiais concessivas:


86

prepositiva.
indicam certo obstáculo em relação ao fato expres-
.8

Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.


so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
39

O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com


introduzidas por embora, ainda que, mesmo que,
-1

conjunção
por mais que, se bem que etc.
Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
o

Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.


av

(desenvolvida)
� Orações subordinadas adverbiais condicionais:
st

O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção


são introduzidas por se, caso, desde que, salvo se,
gu

contanto que, a menos que etc.


Orações Reduzidas de Infinitivo
o

Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal.


av

� Orações subordinadas adverbiais conforma-


st

tivas: são introduzidas por como, conforme, Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
gu

segundo, consoante. Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.


Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos.
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
são introduzidas por que (precedido na oração S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
anterior de termos intensivos como tão, tanto, Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de for- direta reduzida de infinitivo)
ma que, sem que. A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou. predicativa reduzida de infinitivo)
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) completiva nominal reduzida de infinitivo)
� Orações subordinadas adverbiais finais: indi- Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas substantiva apositiva reduzida de infinitivo)
por para que, a fim de que, porque e que (= para z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
que). pelas mãos.
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos O meu manual para fazer bolos certamente vai
56 tivessem bom estudo. agradar a todos.
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z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, z Orações subordinadas substantivas coordena-
continua jogando bola. das entre si
Sem estudar, não passarão. Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
Ele passou mal, de tanto comer doces. meus pais, nem que culpe meus parentes.
Oração principal: Espero
Orações Reduzidas de Gerúndio Oração coordenada 1: que você não me culpe
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais
Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo- Oração coordenada 3: nem que culpe meus
sitivas, adjetivas, adverbiais. parentes.

z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando


livre dos juros. Importante!
z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo O segredo para classificar as orações é perceber
ajudando um ao outro. (subjetiva) os conectivos (conjunções e pronomes relativos).
Agora ouvimos artistas cantando no shopping.
(objetiva direta)
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o � Orações subordinadas adjetivas coordenadas
coração. entre si
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
contou a verdade. cautelosa, não faz tudo sozinha.
Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
Orações Reduzidas de Particípio Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
cautelosa
Podem ser adjetivas ou adverbiais. � Orações subordinadas adverbiais coordenadas
entre si
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era Ex.: Não só quando estou presente, mas também
falsa. quando não estou, sou discriminado.
Nosso planeta, ameaçado constantemente por Oração subordinada adverbial 1: quando estou
nós mesmos, ainda resiste. presente
� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have- Oração subordinada adverbial 2: quando não
ria problemas. (condicional) estou
Dada a notícia da herança, as brigas começaram. � Orações coordenadas ou subordinadas no mes-
(causal/temporal) mo período
Comprada a casa, a família se mudou logo. Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram
seu papel, no entanto a realidade não é assim.
(temporal)
Oração principal: Presume-se
Oração subordinada subjetiva da principal: as
O particípio concorda em gênero e número com os
8

penitenciárias cumpram seu papel


-2

termos referentes.
Oração coordenada sindética adversativa da ante-
77

Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre-


rior: no entanto a realidade não é assim.
.7

quentes em provas de concurso.


86
.8

Períodos Mistos
39

CONCORDÂNCIA NOMINAL E
-1

São períodos que apresentam estruturas oracio-


VERBAL
o

nais de coordenação e subordinação.


av

Assim, às vezes aparecem orações coordenadas


st

dentro de um conjunto de orações que são subordina- Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
gu

das a uma oração principal. umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
o

cem a alguns princípios: um deles é a concordância.


av

Observe o exemplo:
st

1ª oração 2ª oração 3ª oração


A pequena garota andava sozinha pela cidade.
gu

O homem entrou na A: Artigo, feminino, singular;


e pediu que todos calassem.
sala Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
Garota: Substantivo, feminino, singular.
verbo verbo verbo
LÍNGUA PORTUGUESA

Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos


adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
z 1ª oração: oração coordenada assindética; número (singular) do substantivo.
z 2ª oração: oração coordenada sindética aditiva Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
em relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª cia: verbal e nominal.
oração;
z 3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta CONCORDÂNCIA VERBAL
em relação à 2ª oração.
É a adaptação em número – singular ou plural e pes-
Resumindo: período composto por coordenação e soa que ocorre entre o verbo e seu respectivo sujeito.
subordinação “De todos os povos mais plurais culturalmente,
As orações subordinadas são coordenadas entre si, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as
ligadas ou não por conjunção. quais insistem em desmentir que nosso país é cheio 57
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de ‘brasis’ – digamos assim –, ganha disparando dos z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
outros, pois houve influências de todos os povos aqui: de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
europeus, asiáticos e africanos.” obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um Mais de um aluno compareceu à aula.
sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo correspon- Mais de cinco alunos compareceram à aula.
dente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
Destrinchando o período, temos que os termos A expressão mais de um tem particularidades:
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
cado verbal. a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: Mais de um irmão se abraçaram.
Ex.: Prefiro natação a futebol. Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Verbo bitransitivo: Prefiro Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Objeto direto: natação vam presentes.
Objeto indireto: a futebol
Popularmente usa-se “do que” no lugar de “a”, z Quando o sujeito é formado de um número per-
o que tornaria a oração da seguinte forma: “Prefiro centual ou fracionário, o verbo concorda com o
natação do que futebol”. Porém, segundo a norma-pa- numerado ou com o número inteiro, mas pode
drão, a forma correta é como consta na imagem. concordar com o especificador dele. Se o numeral
vier precedido de um determinante, o verbo con-
Concordância Verbal com o Sujeito Simples cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
sujeito. Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário viver bem.
exorbitante. Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Diferentes situações: Os 30% da população não sabem o que é viver mal.

z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
sentido coletivo o verbo fica no singular. Ex.: A número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
multidão gritou entusiasmada. palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver- chegou. (Duas horas deram...)
bo posterior ao pronome relativo concorda com o Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
Brasil que se situam mais próximos do Meridiano? badaladas soaram)
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
8

da escola soou dez badaladas)


-2

verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós


77

quem resolveu a questão. z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o


verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
.7
86

Por questão de ênfase, o verbo pode também con- dem-se casas de veraneio aqui.
.8

cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
39

nós quem resolvemos a questão. interessada.


-1

z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o


verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
o

z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,


av

Majestade está preocupada?


demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / de
st

Suas Excelências precisam de algo?


vós, o verbo pode concordar com o pronome no plural
gu

z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou


ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resolviam essa
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
o

questão. / Alguns de nós resolvíamos essa questão.


av

z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-


st

Concordância Verbal com o Sujeito Composto


zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
gu

Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-


� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
ver artigo definido antes de uma palavra plura-
ticais diferentes
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
Unidos continuam uma potência.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
Estados Unidos continua uma potência.
garam ontem.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
de de Santos fica em São Paulo.”)
ou nenhum
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
ter o espírito esportivo.
Importante! � Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o singular
verbo fica no singular ou no plural. Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. davam. (preferencialmente no singular)
58 � Gradação entre os núcleos do sujeito
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Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
me acalmar. (preferencialmente no singular) trução adequada)
� Núcleos do sujeito no infinitivo São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde. (construção inadequada)
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
mitivo (nada, tudo, ninguém) Casos Especiais de Concordância Verbal
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, Concordância do Infinitivo
nem um nem outro
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui. z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão to esclarecido)
meu foco nos estudos. Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras implícito “nós”)
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
bem como, assim como, tanto quanto (dois pronomes implícitos: eu, nós)
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Até me encontrarem, vocês terão de procurar
final. muito. (preposição no início da oração)
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim (verbos pronominais)
como; não só... mas também etc.) Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua indicando tempo)
popularidade em alta. Estudo para me considerarem capaz de aprova-
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
co núcleo, o verbo fica no singular concordando Para vocês terem adquirido esse conhecimento, foi
com o núcleo único. Mas, se houver determinante muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal composto:
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o locução verbal de verbo auxiliar + verbo no particípio)
sujeito passa a ser composto. z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos ção verbal)
combustíveis aumentaram. Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
sendo sujeito do infinitivo)
Concordância Verbal do Ser
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
� Concorda com o sujeito
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
Ex.: Nós somos unha e carne.
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
� Concorda com o sujeito (pessoa)
com valor genérico)
8

Ex.: Os meninos foram ao supermercado.


-2

São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-


77

� Em predicados nominais, quando o sujeito for


dido de preposição de ou para)
representado por um dos pronomes tudo, nada,
.7

Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo)


86

isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor-


.8

dará com o predicativo (preferencialmente) ou


� Concordância do verbo parecer
39

com o sujeito.
Flexiona-se ou não o infinitivo.
-1

Ex.: No início, tudo é/são flores. Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o


Concorda com o predicativo quando o sujeito for
o

� equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-


av

que ou quem vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado


st

Ex.: Quem foram os classificados? de acordo com o sujeito, no plural)


gu

� Em indicações de horas, datas, tempo, distância Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo
o

logo o infinitivo será impessoal)


av

Ex.: São nove horas. � Concordância dos verbos impessoais


st

É frio aqui. São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica


gu

Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas? sempre na 3ª pessoa do singular.


� O verbo fica no singular quando precede termos Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, Fazia quinze anos que ele havia se formado.
menos etc. junto a especificações de preço, peso,
LÍNGUA PORTUGUESA

Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo


quantidade, distância. E também quando seguido auxiliar fica no singular)
do pronome o. Trata-se de problemas psicológicos.
Ex.: Cem metros é muito para uma criança. Geou muitas horas no sul.
Divertimentos é o que não lhe falta. � Concordância com sujeito oracional
Dez reais é nada diante do que foi gasto. Quando o sujeito é uma oração subordinada, o
� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora- verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser singular.
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
verbo concordará com o termo não preposiciona- Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
do entre eles. Ficou combinado que sairíamos à tarde.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Urge que você estude.
São eles que sempre chegam cedo. Era preciso encontrar a verdade. 59
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Casos mais Frequentes em Provas CONCORDÂNCIA NOMINAL

Veja agora uma lista com os casos mais abordados Define-se como a adaptação em gênero e número
em concursos: que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
� Sujeito posposto distanciado adjetivos, numerais).
Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi- O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
cal brasileira seres estranhos. gênero e número com o nome a que se referem.
� Verbos impessoais (haver e fazer) Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Muro alto. / Muros altos.
Havia problemas no setor.
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir Casos com Adjetivos
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
� Verbo na voz passiva sintética z Com função de adjunto adnominal: quando o
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta. adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
� Verbo concordando com o antecedente correto ver após os substantivos, poderá concordar com
as somas desses ou com o elemento mais próximo.
do pronome relativo ao qual se liga
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
Encontrei colégios e faculdades ótimos.
tinham experiência.
� Sujeito coletivo com especificador plural
Há casos em que o adjetivo concordará apenas
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
� Sujeito oracional
tencer somente a este.
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
singular) Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
to ou complemento no plural minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
atrito. (verbo no singular) Existem complicadas regras e conceitos.
Quando houver apenas um substantivo qualifica-
Casos Facultativos do por dois ou mais adjetivos pode-se:
Colocar o substantivo no plural e enumerar o adje-
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o tivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
estádio. francesa e alemã.
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
fizeram rir. os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z Fui eu quem faltou/faltei à aula. a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? língua inglesa, a francesa e a alemã.
8
-2

z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura


77

brasileira. z Com função de predicativo do sujeito


.7

z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a


86

ciência. (1,5% corresponde ao singular) Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
.8

z Chegaram/Chegou João e Maria. com a soma dos elementos.


39

z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
-1

aqui. Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-


o

z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
av

brasileira. sua vez concordará tanto com a soma dos elementos


st

quanto com o nome mais próximo.


gu

z O problema do sistema é/são os impostos.


Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
z Hoje é/são 22 de agosto.
o

vam abandonados a casa e o quintal.


av

z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos


Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
st

a aprovação.
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
gu

z Deixei os rapazes falar/falarem tudo


substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
Silepse de Número e de Pessoa (substitui-se por “eles”)
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Conhecida também como “concordância irregular, existem complicados”.
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos: Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
então é um adjunto adnominal.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando
do número da palavra referente, para concordar z Com função de predicativo do objeto
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
dade: todas as flores) tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do dância com o termo mais próximo.
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu- Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
60 diversas etnias, somos multiculturais. seus subordinados.
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Algumas Convenções Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
pais.
� Obrigado / próprio / mesmo Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. quais os pais.
A própria enfermeira virá para o debate. Silepse (também chamada concordância
Elas mesmas conversaram conosco. figurada)
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
Dica que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
O termo mesmo no sentido de “realmente” será linda!)
invariável. Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. com o estabelecimento aberto no final de semana.)
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
z Só / sós leiros, estamos esperançosos.)
Variáveis quando significarem “sozinho” / � Possível
“sozinhos”. Concordará com o artigo, em gênero e número, em
Invariáveis quando significarem “apenas, frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
somente”. Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas Conheci crianças as mais belas possíveis.
apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável. PLURAL DE COMPOSTOS
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
ficar a sós. Substantivos
� Quite / anexo / incluso
Concordam com os elementos a que se referem. O adjetivo concorda com o substantivo referen-
Ex.: Estamos quites com o banco. te em gênero e número. Se o termo que funciona
Seguem anexas as certidões negativas. como adjetivo for originalmente um substantivo fica
Inclusos, enviamos os documentos solicitados. invariável.
� Meio Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
Quando significar “metade”: concordará com o também é um substantivo; mantém-se no singular)
elemento referente. Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa. um substantivo; mantém-se no singular)
Quando significar “um pouco”: será invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora). Adjetivos
� Grama
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
do significar unidade de medida, é masculino. mo elemento concordará com o substantivo referente.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. Os demais ficarão na forma masculina singular.
8
-2

“A grama do vizinho sempre é mais verde.” Se um dos elementos for originalmente um subs-
77

� É proibido entrada / É proibida a entrada tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
.7

Se o sujeito vier determinado, a concordância do Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
86

verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
.8

seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- plural, pois ambos são adjetivos.
39

rão com o determinante. No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no


-1

Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
o

nhada está boa. Nesse caso, o termo composto não concorda com o
av

É proibido entrada de crianças. / É proibida a plural do substantivo referente, “folhas”.


st

entrada de crianças. Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.


gu

Pimenta é bom? / A pimenta é boa? O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
o

� Menos / pseudo bém pode ser um substantivo.


av

São invariáveis. O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma


st

Ex.: Havia menos violência antigamente. lógica de “musgo” do exemplo anterior.


gu

Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-


to é pseudo-objetivo. Dica
� Muito / bastante
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando modificam o substantivo: concordam com


ele. quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
Quando modificam o verbo: invariáveis. sempre invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele-
irritados. mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
tante irritados. Lista de Flexão dos Dois Elementos
Se ambos os termos puderem ser substituídos por
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- � Nos substantivos compostos formados por pala-
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis. vras variáveis, especialmente substantivos e
� Tal qual adjetivos:
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, segunda-feira – segundas-feiras;
com o substantivo posterior. matéria-prima – matérias-primas; 61
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couve-flor – couves-flores;
guarda-noturno – guardas-noturnos; REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
primeira-dama – primeiras-damas.
� Nos substantivos compostos formados por Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
temas verbais repetidos: relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
corre-corre – corres-corres; posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
pisca-pisca – piscas-piscas; advérbio) exige complemento preposicionado, esse
pula-pula – pulas-pulas. nome é um termo regente, e seu complemento é um
Nestes substantivos também é possível a flexão termo regido, pois há uma relação de dependência
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- entre o nome e seu complemento.
-piscas, pula-pulas. O nome exige um complemento nominal sempre
iniciado por preposição, exceto se o complemento
Flexão Apenas do Primeiro Elemento vier em forma de pronome oblíquo átono.
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
z Nos substantivos compostos formados por subs- foram leais.
tantivo + substantivo em que o segundo termo Observação: Complemento de “lhe”: predicativo
limita o sentido do primeiro termo: do sujeito (desprovido de preposição)
decreto-lei – decretos-lei; Pronome oblíquo átono: lhe
cidade-satélite – cidades-satélite; Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
público-alvo – públicos-alvo; sujeito (desprovido de preposição).
elemento-chave – elementos-chave.
Nestes substantivos também é possível a flexão REGÊNCIA VERBAL
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
públicos-alvos, elementos-chaves. Relação de dependência entre um verbo e seu
z Nos substantivos compostos preposicionados: complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; retas, isto é, com ou sem preposição.
pôr do sol – pores do sol; Há verbos que admitem mais de uma regência
fim de semana – fins de semana; sem que o sentido seja alterado.
pé de moleque – pés de moleque. Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
Flexão Apenas do Segundo Elemento Objeto direto: os favores recebidos.
Aquela moça não se esquecia dos favores recebi-
� Nos substantivos compostos formados por tema dos.
verbal ou palavra invariável + substantivo ou V. T. I.: se esquecia
adjetivo: Objeto indireto: dos favores recebidos.
bate-papo – bate-papos; No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
quebra-cabeça – quebra-cabeças; que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
8
-2

arranha-céu – arranha-céus; alterando seu significado.


77

ex-namorado – ex-namorados; Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.


.7

vice-presidente – vice-presidentes. (aspiramos = sorvemos)


86

� Nos substantivos compostos em que há repeti- V. T. D.: aspiramos


.8

ção do primeiro elemento: Objeto direto: ar poluídos.


39

zum-zum – zum-zuns; Os funcionários aspiram a um mês de férias.


-1

tico-tico – tico-ticos; (aspiram = almejam)


o

lufa-lufa – lufa-lufas;
V. T. I.: aspiram
av

reco-reco – reco-recos.
Objeto indireto: a um mês de férias
st

� Nos substantivos compostos grafados ligada-


gu

A seguir, uma lista dos principais verbos que


mente, sem hífen:
geram dúvidas quanto à regência:
o

girassol – girassóis;
av

pontapé – pontapés;
st

� Abraçar: transitivo direto


mandachuva – mandachuvas;
gu

Ex.: Abraçou a namorada com ternura.


fidalgo – fidalgos.
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço
� Nos substantivos compostos formados com � Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
grão, grã e bel: Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire-
grão-duque – grão-duques; to com sentido de “acariciar”)
grã-fino – grã-finos; A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
bel-prazer – bel-prazeres. no sentido de “ser agradável a”)
Não flexão dos elementos � Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos transitivo direto e indireto
formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor- Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não
re em frases substantivadas e em substantivos personificado)
compostos por um tema verbal e uma palavra Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
invariável ou outro tema verbal oposto: personificado)
o disse me disse – os disse me disse; Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
o leva e traz – os leva e traz; reto: refere-se a coisas e pessoas)
62 o cola-tudo – os cola-tudo. � Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
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Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
preposição a, rege indiferentemente objeto direto (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
e objeto indireto. disposição”)
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
direto) direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo � Informar: transitivo direto e indireto
indireto) Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
rege apenas objeto direto: sobre
Ajudaram o ladrão a fugir. Informaram o réu de sua condenação.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto Informaram o réu sobre sua condenação.
direto: Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Ajudei-o muito à noite. sa: objeto indireto, com a preposição a
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto Informaram a condenação ao réu.
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- � Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
sitivo direto com sentido de “angustiar”) reto, com as preposições em e por
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
como complemento) tivo direto e indireto
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- sitivo com sentido de “cortejar”)
vo direto com sentido de “respirar”) Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo indireto com sentido de “desejar muito”)
indireto no sentido de “desejar”) “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
Ex.: Transitivo direto ou indireto no sentido de “encantar-se”)
“prestar assistência” � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
O médico assistia os acidentados. Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
O médico assistia aos acidentados. Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar” � Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
Não assisti ao final da série. tivo direto e indireto
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
O verbo assistir não pode ser empregado no Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
particípio. indireto)
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
milhares de pessoas.” direto e indireto)
Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
8


-2

� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo transitivo direto e indireto


77

direto e indireto Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)


.7

Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
86

A jovem não queria casar com ninguém. (transiti- Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
.8

vo indireto) indireto)
39

O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- � Suceder; intransitivo; transitivo direto
-1

to e indireto) Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no


o

� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de sentido de “ocorrer”)


av

predicativo do objeto A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido


st
gu

Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire- de “vir depois”)


to com sentido de “convocar”)
o
av

Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre- REGÊNCIA NOMINAL


st

dicativo do objeto com sentido de “denominar,


gu

qualificar”) Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-


� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi- bios) exigem complementos preposicionados, exceto
reto; intransitivo quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
LÍNGUA PORTUGUESA

indireto com sentido de “ser difícil”) Advérbios Terminados em “mente”


A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”) Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo) regência dos adjetivos:
� Esquecer: admite três possibilidades análoga / analogicamente a
Ex.: Esqueci os acontecimentos. contrária / contrariamente a
Esqueci-me dos acontecimentos. compatível / compativelmente com
Esqueceram-me os acontecimentos. diferente / diferentemente de
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto; favorável / favoravelmente a
transitivo direto e indireto paralela / paralelamente a
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria. próxima / proximamente a/de
(transitivo direto com sentido de “acarretar”) relativa / relativamente a 63
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Preposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
Nomes a que se Referem Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase)
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
Alguns nomes regem preposições semelhantes à aquilo:
sua primeira sílaba. Vejamos: Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada
dependente, dependência de àquele outono.
inclusão, inserção em Por favor, entregue as flores àquela moça que está
inerente em/a sentada.
descrente de/em Dedique-se àquilo que lhe faz bem.
desiludido de/com � Com o pronome demonstrativo a antes de que ou
desesperançado de de:
desapego de/a Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
convívio com Referimo-nos à de preto.
convivência com � Com o pronome relativo a qual, as quais:
demissão, demitido de Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou
encerrado em de sair.
enfiado em As alunas às quais atribuí tais atividades estão de
imersão, imergido, imerso em férias.
instalação, instalado em
interessado, interesse em CASOS PROIBITIVOS
intercalação, intercalado entre
supremacia sobre Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para
melhor orientação de quando não usar a crase. Veja
mais detalhes sobre a forma correta de não cometer
equívocos:
CRASE � Antes de nomes masculinos
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da rial agrada a todos.” (MM)
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção O carro é movido a álcool.
da preposição a + artigo feminino definido a, ou da Venda a prazo.
junção da preposição a + os pronomes relativos aque- � Antes de palavras femininas que não aceitam
le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela artigos
marcação (`) + (a) = (à). Ex.: Iremos a Fortaleza
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine. Macete de crase:
Regra geral: haverá crase sempre que o termo Se vou a; Volto da = Crase há!
antecedente exija a preposição a e o termo conse- Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
8
-2

quente aceite o artigo a. Ex.: Vou à escola / Volto da escola.


77

Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo) Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza.


.7

Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi-


86

ge preposição). � Antes de forma verbal infinitiva


.8

Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + Ex.: Os produtos começaram a chegar.
39

palavra que não aceita artigo). “Os homens, dizendo em certos casos que vão falar
-1

Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação com franqueza, parecem dar a entender que o
no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
o

fazem por exceção de regra.” (MM)


av

dam no momento de identificação, conforme são mos- � Antes de expressão de tratamento


st

tradas a seguir. Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa


gu

Excelência.
o

CASOS CONVENCIONADOS � No a (singular) antes de palavra no plural, quando


av

a regência do verbo exigir preposição


st

� Locuções adverbiais formadas por palavras Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes.
gu

femininas: � Antes dos pronomes relativos quem e cuja


Ex.: Ela foi às pressas para o camarim. Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro. o pacote.
Espero vocês à noite na estação de metrô. Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prê-
Estou à beira-mar desde cedo. mio.
Locuções prepositivas formadas por palavras � Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-
femininas: ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
Ex.: Ficaram à frente do projeto. Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
� Locuções conjuntivas formadas por palavras contrato.
femininas: Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos suspeita de fraude.
vão aumentando. Eles estavam conservando a certa altura.
� Quando indicar marcação de horário, no plural Faremos a obra a qualquer custo.
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas. A campanha será disponibilizada a toda a
Fique atento ao seguinte: entre números teremos comunidade.
64 que de = a / da = à, portanto: � Antes de demonstrativos
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Ex.: Não te dirijas a essa pessoa z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase.
personalidades históricas z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin. ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos uma equivaler a a duas, não ocorre crase.
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
O pacote foi entregue a ti ontem. lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
por a este, a esta e a isto.
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
lado)
nomes de cidades quando esses termos estiverem
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal
acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
de justiça. tância de 200 metros do pico da montanha.
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância
sem determinante A compreensão da crase vai muito além da estética
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h. gramatical, ela serve também para evitar ambiguida-
Astronauta volta a Terra em dois meses. des comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Os pesquisadores chegaram a terra depois da Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
expedição marinha. pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
Vocês o observaram a distância. ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
CRASE FACULTATIVA advérbio de instrumento da ação de pintar.

Nestes casos, podemos escrever as palavras das


duas formas: utilizando o não a crase. Para entender
detalhadamente, observe as seguintes dicas: COLOCAÇÃO PRONOMINAL
� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem Este assunto já foi abordado em "Classe de pala-
se tem proximidade vras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome,
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara. verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição)".
� Antes de pronomes possessivos no singular
Ex.: Iremos a/à sua residência.
� Após preposição até, com ideia de limite
Ex.: Dirija-se até a/à portaria. COESÃO E COERÊNCIA
“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
às [ou as] lágrimas, e disse com mui estranho afe- RELAÇÕES ENTRE IDEIAS E RECURSOS E COESÃO
to.” (CBr. 1, 67)
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
CASOS ESPECIAIS zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e
8
-2

coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-


77

Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra. ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
.7

Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
86

forem femininos, normalmente não se usa crase. e por que buscar esse padrão é importante.
.8

Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para evitar Os textos não são somente um aglomerado de pala-
39

vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-


ambiguidades.
-1

das e organizadas harmoniosamente de maneira que


Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
o

direto) ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se


av

Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de chama de coesão textual.


st

instrumento) Os articuladores responsáveis por essa "costura"


gu

Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto) do tecido (tessitura) do texto são conhecidos como
o

Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de recursos coesivos que devem ser articulados de forma
av

instrumento) que garanta uma relação lógica entre as ideias, fazen-


st

do com que o texto seja inteligível e faça sentido em


gu

Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com determinado contexto. A respeito disso, temos a coe-
Nomes de Lugares rência textual que está ligada diretamente à significa-
ção do texto, aos sentidos que ele produz para o leitor.
LÍNGUA PORTUGUESA

z Regidos por preposições de, em, por: não se usa


crase COESÃO COERÊNCIA
Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
moro em Copacabana, passo por Copacabana) Utiliza-se de elementos Subjacente ao texto, en-
� Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase superficiais, dando-se ên- fatiza-se o conteúdo e a
Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia, fase na forma e na articu- produção de sentido/rela-
passo pela Bahia) lação entre as ideias. ção lógica.

Macetes Podemos usar uma metáfora muito interessante


quando se trata de compreender os processos de coe-
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído são e coerência.
por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um
a, com a, à moda de, durante a. prédio. Tal qual uma boa construção precisa de um bom 65
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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alicerce para manter-se em pé, um texto bem construí- em: 6 dez. 2021. Adaptado.
do depende da organização das nossas ideias, da forma
como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre- A partir da leitura, podemos perceber que todos
cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, os termos destacados fazem referência a um mesmo
a fim de defendermos nossas ideias adequadamente. referente: Rocky Balboa. O processo de referenciação
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin- utilizado foi o uso de anáforas que assumem variadas
cipais formas de marcação, em um texto, de processos formas gramaticais e buscam conectar as ideias do
que buscam organizar as ideias em um texto, princi- texto.
palmente, os processos de coesão que, como dissemos,
Já os processos referenciais catafóricos apontam
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti-
para porções textuais que ainda não foram mencio-
cas que os processos envolvendo a coerência.
Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo
características da coerência em um texto e como esse a seguir: “Os documentos requeridos para os candi-
processo liga-se, não apenas às formas gramaticais, datos são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em reservista”
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido,
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e Dica
estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico Em provas de concursos e seleções ainda se
que se encontra mais na mente que no texto”. encontra a terminologia “expressões referen-
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) ciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e no material. No entanto, é importante salientar
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- que, para linguistas e estudiosos, as anáforas
são. A autora afirma que a coerência: são os processos referenciais que recuperam e/
ou apontam para porções textuais.
[...] Não está no texto em si; não nos é possível
apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói Uso de Pronomes ou Pronominalização
[...] numa dada situação comunicativa, na qual o
leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni-
Utilizar pronomes para manter a coesão de um
tivos e interacionais e na materialidade linguística,
texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
confere sentido ao que lê (2013, p. 31).
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
A seguir, deteremo-nos aos processos de coesão a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste
importantes para uma boa compreensão e elaboração estudo os principais pronomes utilizados em recursos
textual. É importante destacar que esses processos textuais para manter a coesão.
de coesão não podem ser dissociados da construção A pronominalização é a base de recursos anafó-
de sentidos implícita no processo de organização da ricos e recupera porções textuais ou ainda um nome
coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar específico a que o autor faz referência no texto, veja-
seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos mos dois exemplos:
com fins estritamente didáticos.
8
-2
77

COESÃO REFERENCIAL O primeiro debate entre Donald Trump e Joe


.7

Biden foi quente, com diversas interrupções e acu-


86

A coesão marcada por processos referenciais rela- sações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi
ciona termos e ideias a partir de mecanismos que
.8

a indicação de Trump da juíza conservadora Amy


39

inserem ou retomam uma porção textual. Os proces- Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de
sos marcados pela referenciação caracterizam-se pela
-1

Ruth Bader Ginsburg. O presidente defendeu que


ação de referir, ou seja, são marcados pela constru-
tem esse direito, pois os republicanos têm maioria
o

ção de referentes em um texto, os quais se relacionam


av

no Senado [Casa que ratifica essa escolha] e criticou


com as ideias defendidas no texto. Esse processo é
st

os democratas, dizendo “que eles ainda não aceita-


marcado por vocábulos gramaticais e pode ser reco-
gu

nhecido pelo uso de algumas classes de palavras, das ram que perderam a eleição”. […].
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os
o

quais falaremos a seguir.


av

Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces- EUA são o país mais atingido pela pandemia - são
st

sos referenciais que envolvem o uso de expressões 7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O
gu

anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles
“as expressões que retomam referentes já apresenta- fariam até que uma vacina aparecesse. Biden ata-
dos no texto por outras expressões são chamadas de cou o republicano dizendo que Trump “não tem um
anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir: plano para essa tragédia”. Já Trump começou sua
resposta atacando a China - “deveriam ter fechado
suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, estatísticas da Rússia e da própria China e, com pou-
que vivia de suas discretas lutas, no início de sua carrei- ca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho”
ra. Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem nesse momento dos EUA.
promissor, mas nunca se interessou realmente em evo-
Disponivel em: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-
luir, preferiu trabalhar para um agiota italiano chama-
debate-025314998.html. Acesso em: 6 dez. 2021. Adaptado.
do Tony Gazzo, com quem manteve uma certa amizade.
Gazzo gostava de Rocky por ele ser descendente de ita-
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
liano e o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamen-
peração da informação apresentada é feita a partir de
to, na primeira luta que fez com Apollo Creed.
muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes
66 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso destacados recupera o assunto informado e ajudam o
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leitor a construir seu posicionamento. É importante bus- Essas expressões recuperam informações median-
car sempre o elemento a que o pronome faz referência, te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
por exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado no uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
texto, refere-se ao termo “republicanos”, já o segundo, Vejamos um exemplo:
faz referência aos presidenciáveis que participavam do
debate. Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam
para uma parcela objetiva do texto, diferente do prono- Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel-
me “essa”, associado ao substantivo “tragédia” que recu- chior foi um cantor, compositor, músico, produtor,
pera uma parcela textual maior, fazendo referência ao artista plástico e professor brasileiro. Um dos mem-
momento de pandemia pelo qual o mundo passa. bros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner,
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a internacional, em meados da década de 1970.
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acesso em: 6
Não é possível saber qual dos homens estava dez. 2021. Adaptado.
acompanhado.
Por fim, destacamos que as classes de palavras rela- Todas as marcações em negrito fazem referência
cionadas neste capítulo com os processos de coesão não ao nome inicial Antônio Carlos Belchior. Os termos
podem ser vistas apenas sob a ótica descritiva-norma- que se referem a esse nome inicial são expressões
tiva, amplamente estudada nas gramáticas escolares. O nominalizadoras que servem para ligar ideias e cons-
interesse das principais bancas de concursos públicos é truir o texto.
avaliar a capacidade interpretativa e racional dos can-
didatos, dessa feita, a análise de processos coesivos visa Uso de Adjetivos
analisar a capacidade do candidato de reconhecer a que
e qual elemento está construindo as referências textuais. Os adjetivos também são considerados expressões
nominalizadoras que fazem referência a uma porção
Uso de Numerais textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo
acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor,
músico, produtor, artista plástico e professor” apre-
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de
senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
categorias gramaticais concorre para a progressão
Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações
textual, uma das classes gramaticais que auxilia esse
sobre essa personalidade, referida anteriormente.
processo é o uso de numerais.
É importante recordar que não podemos identifi-
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que
car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias
que ela está inserida. No exemplo mencionado, as
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati-
palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante-
ta, professor são substantivos que funcionam como
riores numa relação de coesão.
adjetivos e colaboram na construção textual.
8

Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-


-2

meiro era para os professores, o segundo, para os alunos. Uso de Verbos Vicários
77

As formas destacadas são numerais ordinais que


.7

recuperam informação no texto, evitando a repetição


86

O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e


de termos e auxiliando no desenvolvimento textual. significa “fazer as vezes”, assim, os verbos vicários são
.8
39

verbos usados em substituição de outros que já foram


Uso de Advérbios
-1

muito utilizados no texto.


Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós
o

Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-


av

esperávamos.
ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o O verbo “acontecer” foi substituído na segunda
st

processo de coesão. As formas adverbias que marcam


gu

oração pelo verbo “foi”.


tempo e espaço podem também ser denominadas de
o

marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:


av

ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES


Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem... Percebam que
st

esses advérbios só podem ser associados a um referente se Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
gu

forem instaurados no discurso, isto é, se mantiverem asso- Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não
ciação com as pessoas que produzem as falas, assim, uma o fizemos”
pessoa que lê “hoje não haverá aula”, em um cartaz na por- Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por
LÍNGUA PORTUGUESA

ta de uma sala, compreenderá que a marcação temporal falta de interesse”


refere-se ao momento em que a leitura foi realizada. Por Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”
isso, esses elementos são conhecidos como dêiticos.
Independentemente de como são chamados, esses Uso de Elipse
elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
to, auxiliando também a construção da coesão textual. A elipse é uma forma de omissão de uma informa-
ção já mencionada no texto, geralmente, estudamos
Uso de Nominalização a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de
linguagem de uma gramática, neste material, iremos
As expressões que retomam ideias, nomes, já apre- nos deter a maiores aspectos da elipse também nes-
sentados no texto, mediante outras formas de expressão sa seção. Aqui é importante salientar as propriedades
podem ser analisadas como processos nominalizadores, recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro-
incluindo substantivos, adjetivos e outras classes nominais. pósito de manter a coesão textual 67
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Conforme Antunes (2005, p.118), a elipse como
O candidato não cumpriu sua pro-
recurso coesivo CONCLUSIVA messa. Ficamos, portanto, desapon-
tados com ele.
corresponde à estratégia de se omitir um termo,
uma expressão ou até mesmo uma sequência maior Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
(uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
anteriormente em outro segmento do texto, mas da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
recuperável por marcas do próprio contexto verbal. orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
Vejamos como ocorre, a partir do segmento ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
abaixo: sidade, como demonstra a conjunção “mas”.

“O Brasil evoluiu bastan- Conjunções Subordinativas


te desde o início do século
XXI. O país proporcionou a Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
inclusão social de muitas dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
pessoas. A nação obteve Sem elipse apresentadas num texto, porém, diferentemente
notoriedade internacional daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
por causa disso. A pátria, subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
porém, ainda enfrenta cer- para terem o sentido apreendido.
tas adversidades...” Exemplos de conjunções subordinativas atuando
“O Brasil evoluiu bastante na coesão:
desde o início do século XXI
e proporcionou a inclusão Como não havia estudado
social de muitas pessoas, CAUSAL suficiente, resolvi não fazer
Com elipse
por causa disso obteve no- essa prova.
toriedade internacional, po-
Falaram tão mal do filme que
rém ainda enfrenta certas CONSECUTIVA
ele nem entrou em cartaz.
adversidades...”
COMPARATIVA Trabalhou como um escravo.
COESÃO SEQUENCIAL Conforme o Ministro da Eco-
CONFORMATIVA nomia, os concursos não
A coesão sequencial é responsável por organizar a irão acabar.
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu- Ainda que vivamos um pe-
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- CONCESSIVA ríodo de poucos concursos,
mover a evolução do debate assumido pelo autor. A não podemos desanimar.
8
-2

coesão sequencial pode ser garantida, em um texto, Se estudarmos, conseguire-


77

CONDICIONAL
a partir de locuções que marcam tempo, conjunções, mos ser aprovados!
.7

desinências e modos verbais. Neste material, iremos


86

À proporção que aumenta-


nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que va seus horários de estudo,
.8

são utilizadas para garantir a progressão textual. PROPORCIONAL


39

mais forte o candidato se


tornava.
-1

Conjunções Coordenativas Estudava sempre com afin-


o

FINAL
av

co, a fim de ser aprovado.


st

As conjunções coordenativas são aquelas que


Quando o edital for publica-
gu

ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor


TEMPORAL do, já estarei adiantado nos
semântico independente. Na construção textual, elas
o

estudos.
av

são importantes, pois, com seus valores, adicionam


st

informações relevantes ao texto.


gu

Exemplos de conjunções coordenativas atuando Importante!


na coesão:
Não confundir:
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança:
Não apenas conversava com os de- “Física e Química são disciplinas afins”.
ADITIVA mais alunos como também atrapa- A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje-
lhava o professor.
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”.
Eram ideias interessantes, porém
ADVERSATIVA
ninguém concordou com elas.
Conjunções Integrantes
Superou o estigma que pregava “ou
ALTERNATIVAS estuda, ou trabalha” e conseguiu ser
aprovada. Na verdade, as conjunções integrantes fazem parte
das orações subordinadas, na realidade, elas apenas
Ao final, faça os exercícios, pois integram, ligam uma oração principal a outra, subor-
EXPLICATIVA é uma forma de praticar o que dinada. Como podemos notar, o papel dessas conjun-
aprendeu.
68 ções é essencialmente coesivo, tendo em vista que elas
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são “peças” que unem as orações. Existem apenas dois Os textos apresentados poderiam ser manchetes
tipos de conjunções integrantes: que e se. de jornais da capital cearense. A forma como o tex-
to se apresenta indica que a ênfase dada ao nome
dos times, em posições diferentes, cumpre um papel
Quando é possível substituir importante na progressão temática do texto.
Quero que a prova este-
o que pelo pronome isso, es- Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo
ja fácil.
tamos diante de uma conjun-
Quero = isso uso de expressões textuais bem características, como: em
ção integrante.
outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em
Sempre haverá conjunção resumo, em suma, em síntese etc. Essas expressões indi-
Perguntei se ele estava cam que algo foi dito e passará a ser ressignificado no tex-
integrante em orações subs-
em casa. to, garantindo a informatividade do texto.
tantivas e, consequentemen-
Perguntei = isso
te, em períodos compostos.
Uso de Paralelismo
COESÃO RECORRENCIAL
As ideias similares devem fazer a correspondência
Uso de Repetições entre si, a essa organização de ideias no texto, dá-se o
nome de paralelismo.
Quando as construções de frases e orações são
As recorrências de repetições em textos são comu-
semelhantes, ocorre o paralelismo sintático.
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa;
Quando há sequência de expressões simétricas no
sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro-
plano das ideias e coerência entre as informações, ocor-
fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala-
re o paralelismo semântico ou paralelismo de sentido.
vras e expressões!
No entanto, a repetição é um recurso coesivo
essencial para manter a progressão temática do tex- ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
to, isto é, para que o tema debatido no texto não seja JUNTAS
perdido, levando o escritor a fugir da temática, erro Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
muito pior do que o uso de repetições. tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.
Embora também não recomendemos as repetições
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
quado em um texto, por isso apresentamos, a seguir,
ca a qual a frase está inserida, vejamos um exemplo
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva.
em que houve quebra de paralelismo:
“É necessário estudar e que vocês se ajudem”
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES – Errado.
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem”
O candidato foi encontra- – Correto.
do com duzentos milhões Devemos manter a organização das orações, não
Marcar ênfase
de reais na mala, duzen- podemos coordenar orações reduzidas com orações
8
-2

tos milhões! desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá-


77

-las ou somente desenvolvidas ou somente reduzidas.


Marcar contraste Existem Políticos e políticos.
.7

No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é


86

“Agora que sentei na mi- a mesma, porém deixamos de analisar os pares no


.8

nha cadeira de madeira, âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
39

junto à minha mesa de mos o seguinte exemplo:


-1

madeira, colocada em “Por um lado, os manifestantes agiram corre-


tamente, por outro podem não ter agido errado”
o

cima deste assoalho de


av

Marcar a continuidade madeira, olho minhas – Incorreto.


st

temática estantes de madeira e “Por um lado, os manifestantes agiram correta-


gu

procuro um livro feito de mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
lação” – Correto.
o

polpa de madeira para es-


av

crever um artigo contra o “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma


st

foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto.


desmatamento florestal”
gu

“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma


Millôr Fernandes.
foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto.

Uso de Paráfrase
LÍNGUA PORTUGUESA

A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-


porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata- PONTUAÇÃO
do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar
sobre algo utilizando-se de outras palavras, confor- Outro tópico de dúvida trata da pontuação. Vere-
me Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra mos a seguir as regras sobre seus usos, para sanar
vez, em outro ponto do texto, embora com palavras mais essas dúvidas.
diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo: USO DE VÍRGULA

A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três


Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da
Castelão. Ceará no Castelão. voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e 69
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orações e esclarecer o significado da frase, afastando � Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas
qualquer ambiguidade. Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu,
Quando se trata de separar termos de uma mesma ficou triste.
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: � No lugar das conjunções coordenativas deslocadas
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan-
� Para separar os termos de mesma função to, exausto.
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta. � No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma)
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o
Usa-se a vírgula para separar os elementos de ouvinte.
enumeração. Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi sorvete.
arrastado pelo tsunami. � Em enumerações, portarias, sequências
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra o Procurador-Geral da República;
que já apareceu na frase) do verbo o Colégio de Procuradores da República;
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. o Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado,
filmes de terror. DOIS-PONTOS
� Para separar palavras ou locuções explicativas,
retificativas Marcam uma supressão de voz em frase que ainda
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 não foi concluída. Servem para:
anos.
� Para separar datas e nomes de lugar � Introduzir uma citação (discurso direto):
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985. Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
e, nem, ou. respostas”.
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. � Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
distributivo ou uma oração subordinada substan-
A vírgula também é facultativa quando o termo tiva apositiva
que exprime ideia de tempo, modo e lugar não for Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos: sores, jornalistas, médicos.
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. � Introduzir uma explicação ou enumeração após
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
em casa. saber, como.
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Ontem, choveu o esperado para o mês todo. Filosofia, Ciências... • Marcar uma pausa entre
orações coordenadas (relação semântica de oposi-
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações ção, explicação/causa ou consequência)
8
-2

Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um


77

� Entre o sujeito e o verbo homem culto.


.7

Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
86

ram a explicação. (errado) cautela.


.8

Muitas coisas que quebraram meu coração, con- � Marcar invocação em correspondências
39

sertaram minha visão. (errado) Ex.: Prezados senhores:


-1

� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- Comunico, por meio deste, que...
o

dicativo do sujeito:
av

Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica- TRAVESSÃO


st

ção. (errado)
gu

Os alunos precisam de, que os professores os aju- � Usado em discursos diretos, indica a mudança de
o

dem. (errado) discurso de interlocutor: Ex.:


av

Os alunos entenderam, toda aquela explicação. ― Bom dia, Maria!


st

(errado) ― Bom dia, Pedro!


gu

� Entre um substantivo e seu complemento nominal � Serve também para colocar em relevo certas
ou adjunto adnominal. expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
pelos alunos. (errado) colchetes:
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
passiva: ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
professor para a feira. (errado) vamos jantar. (oração intercalada)
� Entre o objeto e o predicativo do objeto: � Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
PARÊNTESES
USO DE PONTO E VÍRGULA
Têm função semelhante à dos travessões e das
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
70 e vírgula (;): mos, expressões ou orações.
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Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) depois desceu as escadas apressadamente.)
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos � Para sugerir prolongamento da fala:
jantar. (oração intercalada) Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...
PONTO-FINAL � Para indicar hesitação:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
É o sinal que denota maior pausa. Usa-se: vergonha.
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal-
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de mente com outras intenções:
período. Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
Carlos Drummond de Andrade USO DAS ASPAS
� Nas abreviaturas
Ex.: apart. ou apto. = apartamento São usadas em citações ou em algum termo que
sec. = secretário precisa ser destacado no texto. Podem ser substituí-
a.C. = antes de Cristo das por itálico ou negrito, que têm a mesma função de
destaque. Usam-se nos seguintes casos:
Dica � Antes e depois de citações:
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
tos químicos não vêm com ponto final: afirma Dad Squarisi, 64.
Exemplos: km, m, cm, He, K, C. � Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
PONTO DE INTERROGAÇÃO conotativas:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
Marca uma entonação ascendente (elevação da que desejava.
voz) em tom questionador. Usa-se: Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual.
� Em frase interrogativa direta: � Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia? às vezes com ironia ou malícia
� Entre parênteses para indicar incerteza: Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”
que havia palavra melhor no contexto. sonoro.
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar � Para citar nomes de mídias, livros etc.
surpresa: Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou
!?) COLCHETES
8
-2

� E interrogações retóricas:
77

Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro Representam uma variante dos parênteses, porém
.7

que não jogaremos comida fora à toa”). têm uso mais restrito. Usam-se nos seguintes casos:
86
.8

PONTO DE EXCLAMAÇÃO � Para incluir num texto uma observação de nature-


39

za elucidativa:
-1

� É empregado para marcar o fim de uma frase com Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
o

entonação exclamativa: Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”.


av

Ex.: Que linda mulher! � Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
st

Coitada dessa criança! a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
gu

� Aparece após uma interjeição: que pareça, o texto original é assim mesmo:
o

Ex.: Nossa! Isso é fantástico. Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
av

� Usado para substituir vírgulas em vocativos do.” (Machado de Assis)


st

enfáticos: � Para indicar os sons da fala, quando se estuda


gu

Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?” Fonologia:


� É repetido duas ou mais vezes quando se quer Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy]
marcar uma ênfase: � Para suprimir parte de um texto (assim como
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 parênteses)


metros em 20 segundos!!! Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
desceu as escadas apressadamente. ou
RETICÊNCIAS Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
São usadas para: vel segundo as normas da ABNT)

� Assinalar interrupção do pensamento: ASTERISCO


Ex.: ― Estou ciente de que...
― Pode dizer... � É colocado à direita e no canto superior de uma
� Indicar partes suprimidas de um texto: palavra do trecho para se fazer uma citação ou
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois comentário qualquer sobre o termo em uma nota
desceu as escadas apressadamente. (Também pode de rodapé: 71
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Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo e centro de interesse. Assim, um parágrafo é uma uni-
triste acrescido do sufixo -eza*. dade de sentido, inserida num todo textual coeso.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti- Como identificar um parágrafo? A primeira linha
vo, o que origina um novo substantivo. do parágrafo é iniciada um pouco à frente da margem
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão esquerda da folha, ponto onde se iniciam as restantes
ou lacuna em um texto, principalmente em substi- linhas do parágrafo.
tuição a um substantivo próprio: Exemplos de parágrafos:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami- Meu dia começou como habitualmente. Acordei,
nhado aos responsáveis. troquei de roupa, tomei o café da manhã e fui trabalhar.
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre- Chegando ao trabalho, algo inesperado aconteceu:
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto o escritório estava alagado. Todos os funcionários
é, cuja existência é provável, mas não comprovada: foram dispensados, porque não havia condições para
Ex.: Parecer, do latim *parescere. que fizéssemos nosso trabalho.
� Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
da gramática.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.
HORA DE PRATICAR!
USO DA BARRA
1. (EXATUS — 2019) Assinale a alternativa que apresen-
ta a grafia correta:
A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
a) A recisão do contrato deve ocorrer antes que o prazo
� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
legal expire.
substituída pela conjunção ou:
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta. b) Aquele texto sucita reflexões sobre a realidade dos
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta. idosos no mundo.
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separa- c) Há muitos fragrantes de agressões contra idosos no
ção das conjunções e/ou. Brasil.
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais d) A sociedade precisa enchergar o idoso com mais
e/ou escritos. atenção.
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela- e) A minirreforma previdenciária precariza direitos
ção entre si. fundamentais.
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
(plural/singular). 2. (EXATUS — 2019) Marque a alternativa em que a pala-
O carro atingiu os 220 km/h. vra está grafada corretamente:
� Para separar os versos de poesias, quando escritos
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas a) enchame.
barras para indicar a separação das estrofes. b) pagem.
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que c) expanção.
8
-2

passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon- d) giboia.


77

te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi- e) deslizamento.


.7

te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles


86

� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra 3. (EXATUS — 2017) Marque a alternativa em que a lacu-
.8

não foi escrita na sua totalidade:


na se completa com “j”:
39

Ex.: a/c = aos cuidados de;


-1

s/ = sem
a) Gran_a
� Para separar o numerador do denominador nos
o

b) La_arto
av

números fracionários, substituindo a barra da


fração: c) Ru_a
st

Ex.: 1/3 = um terço d) _anância


gu

� Nas datas:
o

Ex.: 31/03/1983 Leia o texto abaixo para responder às questões 4 e 5.


av

� Nos números de telefone:


st

Ex.: 225 03 50/51/52 Ritos de Dezembro


gu

� Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232 1º Os sons de dezembro não são tão suaves como quer
� Na indicação de dois anos consecutivos: o poeta – ao invés das mandolinas, ou dos alaúdes, são
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso. as que marcam o ritmo das cidades, nos
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: congestionamentos ao redor dos shopping centers e
Ex.: /s/ churrascarias. Mas o poeta não erra de todo. Apesar do
turbilhão de compras e comemorações, ou, quem sabe,
Embora não existam regras muito definidas sobre por isso mesmo, dezembro agrada feito aquelas histó-
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- rias de terror que, ansiosamente, as crianças insistem
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- em ouvir de novo e de novo. Imerso nos agridoces ritos
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. do fim de ano, o país apressa o passo ao encontro do
calendário, com ar de quem se esfalfa de trabalhar.
IDENTIFICAÇÃO E FUNÇÃO DO PARÁGRAFO 2º E há tanto por fazer! Sortear o amigo secreto, esco-
lher os presentes, estar presente à comemoração com
Um parágrafo é o conjunto de um ou mais períodos os colegas, levar as crianças a ver Papai Noel, escre-
72 cujas orações se prendem pelo mesmo grupo de ideias ver cartões de boas-festas, preparar a ceia de Natal,
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os parentes, planejar o réveillon... Não há cristão Segundo Renato Bandeira de Mello, geriatra e diretor
que aguente – mas não há cristão que dispense. Nada científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Geronto-
mais estafante, do que atravessar os corredores colo- logia (SBGG), a associação da vitamina D com a preven-
ridos dos shoppings, entre trenós de mentira e preços ção de doenças neurológicas surgiu porque a maioria
implacavelmente verdadeiros. Apenas num dia, 120 mil dos pacientes com doenças neurológicas, cardíacas e
pessoas desfilaram por um shopping de São Paulo. câncer apresentavam deficiência deste nutriente, o que
3º Pois dar e ganhar presentes representa “a celebra- poderia ser a causa dos problemas. No entanto, o novo
ção de um contrato essencial para a vida em socie- estudo afirma que não foi possível concluir se a vitamina
dade, que permite aos indivíduos localizarem-se no D tem potencial benéfico, indicando que os baixos níveis
mundo”, como o historiador J. A., 34, que pre- da substância são consequência e não causa da doença.
para uma tese sobre o significado das festas populares.
4º A própria correria de dezembro atende a uma neces- https://veja.abril.com.br/saude/vitamina-d-nao-previne-
sidade básica de todo mundo: a preparação da festa, alzheimeraponta- estudo/
o tempo consumido em atividades improdutivas, o
dinheiro deixado nas lojas. A estação do desperdício 6. (EXATUS — 2018) Observe o verbo em destaque no
enriquece a vida, ao interromper a rotina que impera período que segue: “No entanto, o novo estudo afir-
durante o ano todo. ma que não foi possível concluir se a vitamina D tem
5º Preparar-se, se não pra o próximo ano, ao menos pra potencial benéfico, indicando que os baixos níveis da
a última noite deste, é outra das tarefas inescapáveis de substância são consequência e não causa da doen-
dezembro. Tão absorvente é essa ocupação que, antes ça.” Sobre as regras de acentuação gráfica apresen-
ainda do Natal, as pessoas já dedicam atenção às ques- tadas pelo Novo Acordo Ortográfico, é correto afirmar
tões de onde, como e com quem passar o réveillon. que o verbo -tem, em destaque no período acima,
6º O que todos procuram, afinal, é uma identificação não recebeu acentuação, por obedecer a uma dessas
mais íntima com a família e os amigos, para despertar regras. Assinale a alternativa que apresenta a regra
o espírito de solidariedade habitualmente adormecido. que justifica a ausência do acento no verbo – tem:

Revista Isto É. 22 dez. 1982. Texto parcialmente reproduzido. a) Apenas permanece o acento circunflexo nas vogais
dobradas, como em vôo, vêem.
b) Fica extinto o uso de acento nas formas verbais, cuja
4. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa que preenche finalidade é determinar a 3ª pessoa do plural.
corretamente as lacunas do texto: c) O verbo -ter só receberá acento circunflexo se conju-
gado na terceira pessoa do plural.
a) buzinas – vizitar – teorisa. d) O acento diferencial foi abolido das palavras.
b) buzinas – visitar – teoriza.
c) buzinas – vizitar – teoriza. 7. (EXATUS — 2018) O texto acima tem o objetivo de:
d) businas – visitar – teorisa.
a) Informar sobre uma nova evidencia.
5. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa em que as b) Convencer que o uso da vitamina D traz prejuízo à
8
-2

palavras recebem acento gráfico pela mesma norma saúde.


77

gramatical: c) Apenas mostrar que a vitamina D é um nutriente


.7

importante e que deveria ser usada, ainda que, as pes-


86

a) invés – país – trenós. quisas não indiquem a sua implicação para a cura das
.8

b) alaúdes – última – próximo. doenças degenerativas.


39

c) histórias – espírito – básica. d) Convencer com uma evidencia, mas sem argumentos.
-1

d) calendário – própria – desperdício.


o

Leia o texto a seguir para responder às questões 8 e 9.


av

Leia o texto abaixo para responder às questões 6 e 7.


st

A importância do ato de ler


gu

Vitamina D não previne Alzheimer, aponta estudo


o

Paulo Freire
av

Uma revisão de estudos publicada recentemente no


st

periódico científico Nutricional Neuroscience revelou que 1º Rara tem sido a vez, ao longo de tantos anos de
gu

a vitamina D não ajuda a prevenir Parkinson e Alzheimer. prática pedagógica, por isso política, em que me tenho
A análise mostrou que não há evidências suficientes que permitido a tarefa de abrir, de inaugurar ou de encerrar
comprovem o potencial preventivo do nutriente contra encontros ou congressos.
LÍNGUA PORTUGUESA

doenças neurodegenerativas. No entanto, os pesquisa- 2º Aceitei fazê-lo agora, da maneira, porém, menos for-
dores indicam que a luz solar pode ser capaz de proteger mal possível. Aceitei vir aqui para falar um pouco da
contra a esclerose múltipla, Alzheimer e Parkinson, inde- importância do ato de ler.
pendente da produção de vitamina D. 3º Me parece indispensável, ao procurar falar de
Segundo especialistas, a prescrição de suplementos vita- tal importância, dizer algo do momento mesmo em
mínicos para idosos, com o intuito de prevenir doenças que me preparava para aqui estar hoje; dizer algo do
neurológicas, é uma prática comum. Mas os novos dados processo em que me inseri enquanto ia escrevendo
indicam que essa decisão não traz benefícios reais. este texto que agora leio, processo que envolvia uma
De acordo com a análise, a maioria dos dados atuais compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota
que apoiam o efeito neuroprotetor da vitamina D é na descodificação pura da palavra escrita ou da lin-
baseada em estudos pré-clínicos e observacionais guagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na
que não foram capazes de comprovar o potencial pre- inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a
ventivo do nutriente. leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não 73
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possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Quais afirmativas estão corretas?
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A
compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura a) Apenas II.
crítica implica a percepção das relações entre o texto b) Apenas I e II.
e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importân- c) Apenas III.
cia do ato de ler, em que senti levado – e até gostosa- d) Apenas I e III.
mente – a “reler” momentos fundamentais de minha e) I, II e III.
prática, guardados na memória, desde as experiências
mais remotas de minha infância, de minha adoles- Leia o texto a seguir para responder às questões 10, 11
cência, de minha mocidade, em que a compreensão e 12.
crítica da importância do ato de ler se veio em mim
constituindo. Ao ir escrevendo este texto, ia “toman- O homem que conheceu o amor
do distância” dos diferentes momentos em que o ato
de ler se veio dando na minha experiência existencial. Do alto de seus oitenta anos, me disse: “Na verdade,
Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em fui muito amado.”. E dizia isto com tal plenitude como
que me movia; depois, a leitura da palavra que nem quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre
sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura comi ostra ....à..... beira-mar.
da “palavra mundo”. Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a
4º A retomada da infância distante, buscando a com- humanidade e a petulância sagrada. Parecia um pin-
preensão do meu ato de “ler” o mundo particular em tor, que olhando o quadro terminado assina seu nome
que me ouvia – e até onde não sou traído pela memó- embaixo. Havia um certo fastio em suas palavras ges-
ria –, me é absolutamente significativa. Neste esforço tos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pron-
a que me vou entregando, re-crio, re-vivo, no texto que to para morrer, já que sempre estivera pronto para amar.
escrevo, a experiência vivida no momento em que ain- Aquele homem me confessou que amava sem nenhu-
da não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana ma coerção. Não lhe encostei .....a... faca no peito
em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas cobrando algo. Ele é que tinha algo a me oferecer. Foi
delas como se fossem gente, tal a intimidade entre muito diferente daqueles que não confessam seus
nós – à sua sombra brincava e em seus galhos mais sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau-de-ara-
dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos ra”: estão ali se afogando de paixão, levando choques
menores que me preparavam para riscos e aventuras de amor, mas não se entregam. E, no entanto, basta
maiores. A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu ler-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou guerri-
sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe lheiro do amor.
–, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi meu Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz
primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido
pé, Andrei, falei. Na verdade, aquele mundo especial ator dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros,
se dava a mim como o mundo de minha atividade per- ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano).
ceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas pri- Na Bíblia está que Abraão gerou Isac, Isac gerou Jacó
meiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum
8
-2

daquele contexto – em cuja percepção me experimen- deles disse: “Na verdade, fui muito amado.”.
77

tava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capa- Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele
.7

cidade de perceber – se encarnavam numa série de homem desfechou sobre mim aquela frase, me sen-
86

coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia ti não apenas como o filho que quer ser engenheiro
.8

apreendendo no meu trato com eles, nas minhas rela- como o pai. Senti-me um garoto de quatro anos, de
39

ções com meus irmãos mais velhos e com meus pais. calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero
-1

ser um homem de oitenta anos que diga: “Amei muito,


o

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 12. ed. São Paulo: Cortez, na verdade, fui muito amado.”. Se não pensasse isto,
av

1986. p. 11-3. não seria digno daquela frase que acabava de me ser
st

ofertada. E eu não poderia desperdiçar uma sabedoria


gu

8. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa em que as que levou oitenta anos para se formar. É como se eu
o

palavras recebem acento gráfico pela mesma norma não visse o instante em que a lagarta se transformaria
av

gramatical: em libélula.
st

Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanáli-


gu

a) política – crítica – traído. se havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sem-
b) possível – sítio – política. pre disse de que o desejo nunca é preenchido, que se
c) importância – dóceis – série. o é, o é por frações de segundos, e que a vida é insatis-
d) daí – até – pé. fação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, por-
e) crítica – árvore – dóceis. que sobre o amor há muitas frases inquietantes por aí.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia.
9. (EXATUS — 2015) Analise as afirmativas referentes ao Porque nem todos sabem reconhecer quando são
texto: amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua
I - A leitura não se esgota na decodificação pura da cama, um banquete real está sendo servido e, sono-
palavra escrita, ler é algo que se integra à inteligência lento, olha noutra direção.
do mundo, ou seja, à compreensão crítica do mundo. 8º Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria
II - Ler o mundo consiste em apreender o significado ter-nos apresentado o personagem, também o quería-
daquilo que nos rodeia: o valor social e afetivo de nos- mos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a
sa realidade. reprimenda. Porque quando alguém está amando, já
III - A palavra que se aprende está vinculada à experiên- nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer,
74 cia da realidade de que ela fala. vendo-o passar: ame por mim, já que não pode se
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a 14. (EXATUS — 2015)
alguém que está indo ....à. Europa: por favor, na Itália,
coma e beba por mim. A VONTADE DO FALECIDO
Ver uma pessoa amando é como ler um romance de
amor. É como ver um filme de amor. Também se ama 1º Seu Irineu Boaventura não era tão bemaventurado
por contaminação na tela do instante. A estória é do assim, pois sua saúde não era lá para que se diga. Pelo
outro, mas passa das páginas e telas para a gente. contrário, seu Irineu ultimamente já tava até curvando
Reconhece-se a cinquenta metros um desamado, o a espinha, tendo merecido, por parte de vizinhos mais
carente. Mas reconhece-se a cem metros o bem-ama- irrelevantes, o significado apelido “Péna- Cova”. 2º Se
do. Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas havia expectativa em torno do passamento do seu Iri-
e pele. Sinos batem nas dobras de seu ser. Pássaros neu? Havia sim. O velho tinha os seus guardados. Não
pousam em seus ombros e frases. Flores está colorin- eram bens imóveis, pois seu Irineu conhecia de sobra
do o chão em que pisou. Altamirando, seu sobrinho, e sabia que, se compras-
O que ama é um disseminador. se terreno, o nefando parente se instalaria nele sem a
O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário menor cerimônia. De mais a mais, o velho era antigão:
à comunidade, que deveria ser declarado bem de uti- não comprava o que não precisava e nem dava dinhei-
lidade pública. ro por papel pintado. Dessa forma, não possuía bens
imóveis nem ações (...). A erva dele era viva. Tudo
Affonso Romano de Sant’Anna. guardado em pacotinhos, num cofrão verde que ele
tinha no escritório.
10. (EXATUS — 2015) Assinale a alternativa em que a 3º O sobrinho, embora mais mau-caráter do que o res-
palavra é acentuada pela mesma razão que “Bíblia”: to da família, foi o que teve a atitude mais leal, porque,
numa tarde em que seu Irineu tossia muito, perguntou
a) íris. assim de supetão:
b) estórias. 4º – Titio, se o senhor puser o bloco na rua, pra quem
c) queríamos. fica o seu dinheiro, hem?
d) aí. 5º O velho, engasgado de ódio, chegou a perder
e) páginas. tonalidade cadavérica e ficar levemente ruborizado,
respondendo com voz rouca: 6º – Na hora em que eu
11. (EXATUS — 2015) No primeiro parágrafo as aspas são morrer, você vai ver, seu cretino.
empregadas para: 7º Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu apa-
nhou um resfriado, do resfriado passou pneumonia,
a) destacar um tom coloquial. da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de
b) reforçar a ideia de que foi realmente amado. coma não passou mais. Levou pau e foi reprovado. (...)
c) indicar uma citação. 8º – Bota titio na mesa da sala de visitas – aconselhou
d) acentuar o valor significativo das palavras ditas pelo Altamirando; e começou o velório. Tudo que era parente
homem de oitenta anos. com razoáveis esperanças de herança foi velar o morto.
e) indicar um comentário à margem do que se afirma Mesmo parentes desesperançados compareceram ao
8
-2

ato fúnebre. Horas antes do enterro, abriram o cofrão


77

12. (EXATUS — 2015) Analise as afirmativas referentes ao verde onde havia sessenta milhões em cruzeiros.
.7

texto: 9º – O velho tinha menos dinheiro do que eu pensava


86

I - O texto pertence ao gênero crônica. – disse alto o sobrinho.


.8

II - Para o autor o que torna esse homem diferente é o fato 10 Tomou-se – isto sim – conhecimento de uma
39

dele declarar o seu amor abertamente. carta que estava cuidadosamente colocada dentro do
-1

III - O autor no sétimo parágrafo constrói uma imagem poéti- cofre, sobre o dinheiro. E na carta o velho dizia: “Que-
ro ser enterrado junto com a quantia existente nesse
o

ca e traduz gestos de amor dedicados à pessoa amada.


av

IV - Segundo o autor algumas pessoas expressa certo cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com
st

arrependimento, por não reconhecer as demonstra- o suor do meu rosto, sem a ajuda de parente vaga-
gu

ções de amor da pessoa amada. bundo nenhum”. E, por baixo, a assinatura com firma
reconhecida para não haver dúvida: Irineu de Carvalho
o

Quais afirmativas estão corretas?


av

Pinto Boaventura.
st

a) Apenas I e II. 11 Prá quê! Nunca se chorou tanto num velório sem
gu

b) Apenas I e IV. se ligar pro morto. A parentada chorava pampas,


c) Apenas II, III e IV. mas não apareceu ninguém com peito para desrespeitar
d) Apenas I, II e III. vontade do falecido. Estava todo mundo vigiando todo
mundo, e lá foram aquelas notas novinhas arrumadas
LÍNGUA PORTUGUESA

e) I, II, III e IV.


o lado do corpo, dentro do caixão.
13. (EXATUS — 2019) A pontuação está correta na frase 12 Foi quase hora do corpo sair. Desde o momento
da alternativa: em que se tomou conhecimento do que a carta dizia,
que Altamirando imaginava um jeito de passar o mor-
to pra trás. Pensou, pensou e, na hora que iam fechar o
a) Espero, que você me telefone.
caixão, ele deu um grito de “pera aí”. Tirou os sessenta
b) O problema das enchentes, disse o prefeito, será
milhões de dentro do caixão, fez um cheque da mes-
prioritário.
ma importância, jogou lá dentro e disse “fecha”.
c) Muitos imigrantes da Guatemala, chegaram na Cidade
13 – Se ele precisar, mais tarde desconta o cheque
do México.
no Banco.
d) A sua fala no entanto causou, sérias complicações,
com a família. (Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. São Paulo,
e) Houve, uma, pessoa, que telefonou-lhe ontem. Moderna, 1986.) 75
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Quanto a pontuação do texto marque (V) para as ver- O cego vende lixas de unhas que não compro porque
dadeiras e (F) para as falsas: corto com tesouras. E agulhas de costura, que não
compro porque não são da marca que me agrada.
( ) As aspas usadas em “Pé-na-Cova” (1º parágrafo) Ou não vende nada, e não dou dinheiro, porque todo
podem ser substituídas por parênteses. dia passo por ele e se eu der dinheiro todo dia não há
dinheiro que chegue.
( ) Os dois pontos em “o velho dizia”: (10 parágrafo) Alô? Aqui é do Orfanato, será que a senhora poderia...
podem ser substituídos por ponto e virgula. Alô? Aqui é do Asilo, quem sabe, a senhora poderia...
Não posso. Não estou. Fecha a porta. Não atende.
( ) As vírgulas em “Altamirando, seu sobrinho” (2º pará- Madame está viajando. Aqui não mora ninguém com
grafo foram usadas para isolar aposto. esse nome. Não viu o aviso na porta? Cuidado com o
( ) A vírgula em “Titio, se o senhor...” (4º parágrafo) foi cão. Fale com o porteiro. Deixe recado. Passe outro
empregada para islar vocativo. dia.
O homem vem a mim no ponto de ônibus. Desvio o
A alternativa que preenche corretamente os parênte- olhar fingindo que não estou com medo. Ele me olha e
ses de cima para baixo é: pede, sabendo que não vou dar. E eu faço não com a
cabeça. E eu o odeio por me levar a fazer não. E não.
a) V – V – F – F. Faço não. Não. Com a cabeça.
b) F – V – F – V.
c) F – F – V – V. (Marina Colosanti, A cosa das palavras. Coleção Para gostar de lei.
d) V – F – V – V. São Paulo, Atica, 2002.)

Leia o texto as seguir para responder às questões 15, 16 15. (EXATUS — 2014) Em:
e 17. “-Moça?... (1) a senhora podia...(2)
- Não posso
Eu faço não com a cabeça - ...(3) dizer onde fica a “Praça XV”?”
Acerca da pontuação do trecho acima, informe se é
O homem se aproxima ao ponto de ônibus. Tem um verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma e, em segui-
papel na mão, lista, receita, não sei. Fala coisas que da, assinale a alternativa que apresenta a sequência
não entendo.
correta de cima para baixo:
Evito olhar o papel, evito olhar para ele, querendo afas-
( ) As reticências no primeiro caso, sugerem que o falan-
tá-lo com meu desinteresse. Quando percebo que quer
te está inseguro, tímido.
dinheiro faço que não com a cabeça. E continuo fazen-
( ) As reticências no segundo caso, indicam que a fala da
do não até que ele se afasta.
pessoa foi bruscamente interrompida pela da narradora-
Moça, chama-me o chão. Não é o chão, é uma pessoa
-personagem. ( ) As reticências no terceiro caso, indicam
acocorada junto da parede. Estou com pressa, respon-
que houve uma pausa na fala que havia sido interrompida.
do sem falar.
8

( ) Depois de “posso” deveria ser usado dois pontos ou


Não quero que limpem meu vidro. Não preciso de
-2

ponto de exclamação.
77

canetas esferográficas. Não vou comprar loteria hoje,


( ) A ausência do sinal de pontuação depois de “posso”,
.7

o bilhete caído não é um apelo da sorte, é uma malha


indica que uma das falas seguiu-se instantaneamente
86

a mais que chega até o - vasta rede.


a outra.
.8

O umbigo ainda pendente, o bebê mole no calor, larga-


39

do no colo da mãe, ao nível dos meus pés. Se eu com-


a) V, F, V, V, F.
-1

prar uma lata de leite em pó ela não terá água filtrada,


não terá mamadeira, não terá nada para usar o leite. b) F, V, F, F, F.
o
av

Então não compro. c) V,V,F,F,V.


d) F, F, V, V, V.
st

Traço a cidade na reta dos meus passos, na fuga a


gu

tantas mãos. Mas é difícil andar neste Pátio dos Mila-


gres, porque me falta uma perna. E é difícil enxergar, 16. (EXATUS — 2014) Analise as afirmativas referentes ao
o
av

porque me falta um olho. No Pátio da Cidade só quero texto:


st

descansar de tudo o que me falta. I - O texto é uma denúncia contra a exclusão social a que
gu

[...] estão submetidos milhões de brasileiros.


Vou eu ao corredor das ruas. II - O texto critica a insensibilidade de pessoas que se
Boa noite, sorrio para o porteiro da boate que me abre fecham em um individualismo egoísta e recusam-se
a porta. a contribuir para minorar o sofrimento das pessoas
Obrigada, sorrio para o chofer do táxi que me leva. míseras.
Até amanhã, despeço-me do maître que me serviu o III - O comportamento da narradora-personagem é meio
jantar. Eu tão gentil. alucinado, em uma posição defensiva, esquiva-se do
- Moça?... a senhora podia... problema e revela sua convicção de não ajudar, por ser
-Não posso inacessível às pessoas carentes.
-... dizer onde fica a “Praça XV”?
As mulheres, todos sabem, alugam criancinhas para Quais afirmativas estão corretas?
pedir esmolas na rua. Então não dou esmola para as
mulheres, que espancarão os meninos porque nada a) Apenas I e II.
ganharam. E as criancinhas, todos dizem, são pive- b) Apenas I e III.
tes em potencial. Então não dou esmolas, para que c) Apenas II e III.
76 prossigam. d) I, II e III.
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17. (EXATUS — 2014) Assinale a alternativa que caracteri- explora a idade cronológica e o ritmo em que o enve-
za corretamente o texto: lhecimento contribui para a deterioração da saúde.
O trabalho usou dados do estudo Global Burden of
a) É do gênero textual argumentativo, a narradora funda- Disease (GBD) 2017.
menta seu ponto de vista. Os pesquisadores mediram o que chamaram de “car-
b) É do gênero textual editorial que tem a finalidade de ga de doença relacionada à idade” (Dalys, na sigla
persuadir o leitor. em inglês). Segundo aponta o estudo, os países com
c) É do gênero textual conto por apresentar uma suces- a menor carga de doenças associadas ao envelheci-
são de acontecimento, envolvendo a narradora. mento foram Suíça, Cingapura, Coreia do Norte, Japão
d) É do gênero textual crônica que oscila entre a literatura e Itália.
e jornalismo. O estudo descobriu, por exemplo, que, em 2017, em
Papua-Nova Guiné, as pessoas tiveram a maior taxa
Leia o texto a seguir para responder às questões 18 e 19. mundial de problemas de saúde relacionados à idade,
com mais de 500 Dalys por 1.000 adultos. O número
A Idade em que Você Começa a Sentir os Sinais da é quatro vezes maior do que ocorreu na Suíça, com
Velhice Pode Depender de Onde Você Vive pouco mais de 100 Dalys por 1.000 adultos.
Estudo aponta que há uma lacuna de 30 anos entre os Nos Estados Unidos, a taxa era de 161,5 Dalys por
países com as maiores e menores idades em que as 1.000 adultos, o que colocava o país em 53º lugar,
pessoas experimentam os problemas de saúde de entre a Argélia, em 52º, com 161 Dalys por 1.000 adul-
alguém de 65 anos. tos, e o Irã, em 54º, com 164,8 Dalys por 1.000.
Usando a média global de pessoas de 65 anos como
Época - 17/03/2019 Com quantos anos alguém come- grupo de referência, Chang e outros pesquisadores
ça a sentir os efeitos da idade? Talvez 60 ou 65 não também estimaram as idades em que a população em
possa ser considerada uma resposta global. Um estu- cada país experimentou a mesma taxa de carga rela-
do publicado na última semana mostra que as idades cionada. Eles encontraram grande variação em quão
em que as pessoas sofrem os impactos de doenças e bem ou mal as pessoas envelhecem.
do envelhecimento diferem muito de país para país. O A partir disso, identificaram que os japoneses de 76
trabalho analisou não só a expectativa de vida média anos enfrentam a mesma carga de envelhecimento
de cada país, mas a forma com a qual se está enve- que pessoas de 46 anos em Papua Nova Guiné, país
lhecendo pelo mundo, se os anos estão sendo vividos que ficou em último lugar no ranking com 195 países
com saúde ou associados a incapacidades. e territórios. Os Estados Unidos, em que a idade foi
O estudo de pesquisadores da Universidade de
68,5 anos, ficaram em 54º lugar, entre o Irã (69 anos),
Washington aponta que há uma lacuna de 30 anos
Antígua e Barbuda (68,4 anos). Por trás das gran-
entre os países com as maiores e menores idades em
des variações no padrão de envelhecimento entre
que as pessoas experimentam os problemas de saú-
os países, com discrepância quanto ao impacto das
de de alguém de 65. Pesquisadores descobriram que
doenças e incapacidades, há muitos determinantes
pessoas de 76 anos de idade no Japão e 46 em Papua-
sociais envolvidos, como explica a geriatra Ana Cris-
Nova Guiné têm o mesmo nível de problemas compa-
8

tina Canêdo Speranza, presidente da seção estadual


-2

rados a uma pessoa de idade “média” de 65 (baseada


77

do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Geriatria


em uma média global do estudo).
e Gerontologia:
.7

“Essas descobertas discrepantes mostram que o


86

“Questões socioeconômicas, culturais e ambientais


aumento da expectativa de vida para idades mais
.8

avançadas pode ser uma oportunidade ou ameaça têm forte impacto na forma como um país envelhece.
39

ao bem-estar geral das populações, dependendo dos Desigualdades sociais e políticas públicas insuficien-
-1

problemas de saúde relacionados ao envelhecimen- tes impactam os países de baixa renda, onde o acesso
à saúde pode ser dificultado, assim como o controle
o

to que a população vivencia, independentemente da


av

idade cronológica”, afirmou Angela Y. Chang, principal e a prevenção de doenças crônicas”, pontuou Speran-
st

autora e pós-doutoranda do Centro de Tendências e za. “Em países de baixa renda, por exemplo na Áfri-
gu

Previsões de Saúde da Universidade de Washington. ca, mesmo vivendo pouco em termos de longevidade,
adultos experimentam uma alta carga de doenças
o

“Problemas de saúde relacionados à idade podem


av

levar à aposentadoria antecipada, força de trabalho relacionadas ao envelhecimento.”


st

menor e maiores gastos com saúde. Os líderes de Entre os países de alta renda, a diferença também
gu

governos e os que influenciam os sistemas de saúde pode ser grande. Com relação a isso, a médica res-
precisam considerar quando as pessoas começam a salta outro aspecto que interfere em como envelhecer,
sofrer os efeitos negativos do envelhecimento.” citando exemplos do Japão e dos Estados Unidos. No
país asiático, um idoso com 76 anos possui um perfil
LÍNGUA PORTUGUESA

Os efeitos citados pela pesquisadora incluem funções


prejudicadas e perda de capacidades físicas, mentais equivalente ao de um idoso de 69 nos EUA em termos
e cognitivas resultantes das 92 condições analisadas de nível de impacto de doenças, como mostra o estu-
— cinco das quais são comunicáveis e 81 não, junto a do. Essa variação poderia ser explicada em parte por
seis lesões. diferenças nos padrões de estilo de vida dentre estes
O estudo, intitulado “Medir o envelhecimento da popu- países, explicou a geriatra.
lação: uma análise do Estudo Global da Carga de “O estudo sugere que os limites de idade para iden-
Doenças 2017”, foi publicado na revista científica The tificar uma população idosa não deveriam ser fixa-
Lancet Public Health e é o primeiro deste tipo, segun- dos em 65 anos, já que o padrão de envelhecimento
do Chang, cujo centro fica no Instituto de Avaliação e é tão diferente entre os países”, concluiu, chamando
Métricas de Saúde da Universidade de Washington. As a atenção para o fato de que os dados apresentados
métricas tradicionais de envelhecimento examinam o trazem questões importantes para o desenvolvimento
aumento da longevidade. Esse estudo, por outro lado, e a adaptação de políticas públicas a partir do perfil de 77
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cada país, a fim de se garantir uma vida longa e saudá- bálsamo às nossas dores mais inusitadas, passamos
vel para todos os indivíduos. a ver o parceiro como ele realmente é: um outro. E
essa alteridade vezes agride, como se ele (ela)
https://epoca.globo.com/a-idade-em-que-voce-comeca-sentir-os- fosse diferente de nós apenas para nos irritar. Surge
sinaisda- velhice-pode-depender-de-onde-voce-vive-23530050
então a dúvida, nem sempre formulada: Continuar ou
desistir?
18. (EXATUS — 2019) Analise as afirmativas a seguir: Especialistas recorrem inúmeros estudos
I - O estudo publicado mostra que o envelhecimento da
sobre relacionamento afetivo para confirmar algo
população aos 60 ou 65 anos é um fenômeno mundial.
que, intuitivamente a maioria de nós já sabe: 1-Nada
II - Os pesquisadores apontaram alguns países com a
melhor do que dividir alegrias com quem amamos (afi-
menor carga de doenças associadas ao envelheci-
nal de que adianta estar junto se não é para ser bom?)
mento nos continentes asiático e europeu.
2-Educação e aquelas palavrinhas mágicas (obrigado,
III - Um dos motivos apontados como causa do envelheci-
por favor, desculpe) fazem bem em qualquer circuns-
mento é a influência genética.
tância, principalmente se acompanhadas da verda-
De acordo com o texto, estão incorretas as afirmativas:
deira gratidão pelos pequenos gestos da pessoa com
quem convivemos. 3- Intimidade não vem pronta, é
a) I, II e III.
b) I, apenas. conquistada a cada dia, quando partilhamos nossos
c) I e II, apenas. medos, segredos e dúvidas. 4-É possível aprender
d) I e III, apenas. agir de forma mais generosa consigo mesmo e com
e) II e III, apenas. nosso companheiro, e essa postura ajuda a preservar
o carinho, a admiração e o amor. Óbvio? Nem tanto...
19. (EXATUS — 2019) São causas citadas no texto que Se fosse, não haveria tanta gente em busca da felici-
impactam na forma como se envelhece, exceto: dade conjugal...

Gláucia Leal (Revista Mente e Cérebro)


a) Estilo de vida.
b) Baixa renda.
c) Questões ambientais. De acordo com as ideias do texto, marque a alternativa
d) Políticas públicas ineficientes. incorreta:
e) Perda da capacidade física e mental.
a) A autora defende a tese de que a manutenção dos
20. (EXATUS — 2016) relacionamentos amorosos não é fácil, embora seja
algo intensamente desejado pelas pessoas.
Felizes para sempre? Quem dera... b) A descoberta, passado o período de intensa paixão,
de que o outro é diferente de nós, e à necessidade de
Em tempos de tão pouca tolerância consigo mesmo reconhecer e aceitar essa diferença é um fator que
e com os outros, manter relacionamentos amorosos pode levar as pessoas a decidirem se querem manter
duradouros e felizes parece um dos objetivos mais ou romper um relacionamento amoroso.
8
-2

almejados entre pessoas de variadas classes sociais c) Para a autora, escolher se queremos ou não estar com
77

e faixas etárias. Fazer boas escolhas, entretanto não é alguém é uma decisão individual e tranquila.
.7

fácil - o grande número de relações que ter- d) A autora expõe a maneira de as pessoas estabelece-
86

mina, não raro, de maneira dolorosa - pelo menos para rem relações afetivas e como essas relações podem
.8

um dos envolvidos. Para nossos avós o casamento e ter desdobramentos em suas vidas.
39

sua manutenção, quaisquer que fossem as penas e


-1

os sacrifícios atrelados a eles, era um destino quase 9 GABARITO


o

certo e com pouca possibilidade de manobra. Hoje,


av

entretanto, convivemos com a dádiva (que por vezes


st

1 E
se torna ônus) e escolher se queremos ou não estar
gu

com alguém. 2 E
o

Um dos pesos que nos impõe a vida líquida (repleta


av

de relações igualmente líquidas, efêmeras), como 3 A


st

escreve o sociólogo Zygmunt Bauman, é a possibili-


gu

4 B
dade de tomarmos decisões (e arcar com elas). Filhos
ou dependência econômica já não prendem homens 5 D
e mulheres uns aos outros, e cada vez mais nos resta
descobrir moram, de fato, nossos desejos. E 6 C
não falo aqui do desejo sexual, embora este seja um
7 A
aspecto a ser considerado, mas do que realmente
, aspiramos para nossa vida. Mas para isso é preciso, 8 C
primeiro, localizar quais são as nossas faltas. E nos
relacionamentos a dois elas parecem ecoar por todos 9 E
os cantos.
10 B
Dividir corpos, planos, sonhos, experiências, espa-
ços físicos e talvez o mais precioso, o próprio tempo, 11 C
acorda nos seres humanos sentimentos complexos e
contraditórios. Passados os primeiros 18 ou 24 meses 12 E
da paixão intensa (um período de projeções),
13 B
78 nos quais a criatura amada parece funcionar como
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
14 C

15 D

16 A

17 C

18 D

19 E

20 C

ANOTAÇÕES

8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
o
av
st
gu

LÍNGUA PORTUGUESA

79
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st
gu
o
av
st
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E só depois de exercitar esses primeiros procedimen-
tos é que se passa à produção de um trabalho comple-
to, buscando a eficiência do todo por intermédio do
agrupamento de cada uma das partes estudadas até a
formação de um bloco contínuo e completo.
REDAÇÃO
Importante!
O truncamento desse trabalho ocorrerá certa-
REDAÇÃO DISCURSIVA mente se o aprendiz não se dispuser a praticar
esses conceitos. É aí que começa a frustração
Vamos trabalhar neste material a redação discur- dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão
siva. Você irá estudar algumas características inova- tentar praticar a escritura da sua redação após
doras no conceito de produção de textos para quem terem terminado o estudo do livro didático e
quer atingir um melhor resultado em provas que exi- sentem muita dificuldade no momento do agru-
jam do candidato a habilidade de produzir um texto. pamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que
Neste material, serão apresentados os aspectos aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não
gerais da redação discursiva em sua estrutura textual,
for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
bem como todos os passos para a sua produção com
dificuldade como uma inabilidade pessoal.
eficiência. Porém, é importante dar atenção às dúvi-
das que geralmente são apresentadas pelos alunos
para que se possa dar solução aos principais proble- Como proposta de solução para essa dificuldade,
mas que eles relatam. vamos partir de um princípio em que se começa da
materialização do texto eficiente. Esse trabalho con-
Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? siste na elaboração de máscaras de redação, o que
proporciona a você um ponto de partida concreto na
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto produção de redações eficientes a partir de modelos
às provas que cobram dos candidatos habilidades na prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados
produção de questões discursivas. Alguns dizem se para qualquer tema proposto pela banca organizado-
sentirem tão despreparados que terminam por desis- ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi-
tir dos concursos que trazem a redação como critério nalidade e da criatividade de cada autor.
de classificação. As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza-
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e doras dos critérios de correção dos textos, tais como
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- progressão textual e sequencialização, coesão e conse-
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- quentemente coerência, além de atender naturalmen-
te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro
tuais como sites de comunicação e na elaboração de
8

ponto importante é o de permitir ao candidato uma


-2

e-mail. Nesses expedientes ocorre o que chamam de


projeção bem aproximada da extensão do seu texto
77

“pacto da mediocridade”, sem intenção ofensiva, que


em número de linhas.
.7

caracteriza a postura displicente de como se escre- Outra finalidade dessa proposta é também a de
86

ve e a aceitação mútua de erros e desvios da norma desenvolver uma maior agilidade na projeção e na
.8

culta escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito construção da redação, otimizando o tempo de sua
39

para não ser cobrado por ele da mesma forma quando elaboração durante a prova. Antes disso, veja as res-
-1

errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia- postas a algumas dúvidas comuns quando o tema é
o

ções que mais se assemelham a códigos criptografa- redação.


av

dos do que à própria língua portuguesa.


st

O maior problema é que isso gera um reforço nega- DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO PARA
gu

tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática CONCURSOS PÚBLICOS
o

ideal da comunicação verbal normatizada. O resul-


av

tado é que, quando ocorre a exigência da produção Selecionamos dúvidas que frequentemente apare-
st

escrita, a prática que se tem não promove a eficiência cem sobre as redações para concursos públicos e que
gu

nessa categoria de comunicação. certamente pode ser a sua dúvida. Vejamos:

Como, em pouco tempo, desenvolver a habilidade da Qual o peso ou a importância da redação em um


escrita em quem tem dificuldade de passar para o concurso público?
papel o que tem na sua cabeça?
O peso da redação é muito grande, por isso, ela
Inicialmente, em um procedimento tradicional faz a diferença na aprovação. Nos concursos atuais,
de produção de textos, começa-se pela apresentação a redação se tornou o passaporte para o ingresso em
de exemplos de textos bem escritos, mostra-se sua grande parte das carreiras públicas, pois de nada vale
REDAÇÃO

estrutura, apresentam-se as partes que o compõem. um resultado positivo na prova objetiva se não obti-
Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e ver sucesso em sua redação.
de como elaborá-las separadamente: como se constrói Os candidatos costumam dedicar seu tempo de
um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração; estudos à prova objetiva e deixar a redação por últi-
quais são os diferentes tipos de parágrafos. Também é mo. Na maioria das vezes, passam naquela e repro-
mostrado como podem ser os parágrafos que introdu- vam nesta. Não dá para subestimar a redação, é
zem, desenvolvem e concluem um texto dissertativo. preciso exercitar sempre. 81
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O que conta mais para um bom resultado: ter bons O que é Texto em Prosa?
conhecimentos sobre o assunto apresentado na
proposta ou ter bons conhecimentos em língua Como já dissemos, mas vale a pena repetir, texto
portuguesa? em prosa é aquele que naturalmente usamos para
escrever um bilhete, uma carta, nos comunicarmos
Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em em “e-mail” etc. Ele se constrói em estrutura linear
importância. No que diz respeito aos conhecimentos (linha cheia) por meio de parágrafos. É a forma
de língua portuguesa, estamos nos referindo à estru- comum de escrever. É contrária ao verso, que exige
tura e à linguagem do texto dissertativo. Subentende- uma elaboração estrutural e demonstra preocupação
-se que quem domina estes dois aspectos não tenha com rimas e arranjos vocabulares alheios à sintaxe.
dificuldades com a ortografia e outros aspectos gra- Veja um exemplo de texto em verso:
maticais que, em prova, inclusive, pouco peso tem.
A rosa de Hiroxima
Qual é a diferença entre tema e título? Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem Pensem nas meninas
caráter geral e abrangente, e propõe questões que Cegas inexatas
devem ser abordadas obrigatoriamente com objeti- Pensem nas mulheres
vidade pelo candidato. Essa objetividade é um fator Rotas alteradas
determinante para que sua composição fique delimita- Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
da àquilo que é possível desenvolver em sua redação.
Mas oh não se esqueçam
E o que é a delimitação do tema? É simples. É a
Da rosa da rosa
elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi-
Da rosa de Hiroxima
cionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o A rosa hereditária
número de linhas que é proposto para se desenvolver A rosa radioativa
o tema é limitado. Geralmente não passa de 30 linhas, Estúpida e inválida
por isso é preciso ser claro e direto no desenvolvimen- A rosa com cirrose
to da argumentação. A anti-rosa atômica
Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem Sem cor sem perfume
a função de apresentar e chamar a atenção sobre o Sem rosa sem nada.
assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar
que são poucas as instituições que solicitam que o Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/
candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido, poesias-avulsas/rosa-de-hiroxima. Acesso em: 5 nov. 2021.
não é para colocá-lo.
Agora um exemplo de texto em prosa:
Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr
em maiúscula? Hiroshima ou Hiroxima (em japonês: 広島市) é
uma cidade japonesa localizada na província de
8
-2

Há duas possibilidades: Hiroshima. Fica no rio Ota (Otagawa), cujos seis


77

canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em tor-


no de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o
.7

z A primeira forma convencionada diz que só a pri-


86

estatuto de cidade em 1589. Serviu de quartel-gene-


meira palavra do título deve ser iniciada por letra ral durante a guerra sino-japonesa (1894-95). Em 6
.8

maiúscula, como em:


39

de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo


arrasada por uma bomba atômica: 250 mil pessoas
-1

É bom fazer redação com o Nélson! foram mortas ou feridas.


o
av

z A segunda forma permite que você coloque todas Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hiroshima. Acesso em: 5 nov.
st

as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção 2021. Adaptado.


gu

dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem senti-


o

do próprio), como preposições e artigos:


av

Importante!
st

É Bom Fazer Redação com o Nélson!


gu

Não se esqueça! Redação para concurso é em


prosa.
„ Nomes próprios são sempre com iniciais
maiúsculas;
„ Use pontuação significativa se for necessário, O que eu faço se errar uma palavra quando estiver
como interrogação e exclamação. O ponto final passando a limpo minha redação?
é dispensável.
Erro é erro, não dá para voltar no tempo. Porém,
É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma? muitas instituições orientam os candidatos a passar um
traço simples sobre a palavra e continuar escrevendo
A letra cursiva (letra de mão) só será necessária se como se nada houvesse acontecido. Geralmente, nesses
for uma exigência do edital. De uma maneira geral, o casos, o erro não é considerado. Sendo assim, não perca
que se pede é a legibilidade. tempo sofrendo e faça como no exemplo a seguir:
É importante sempre se lembrar de respeitar as Vamos começar nossa redassão redação agora.
regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja, maiúscula e Entendeu?
minúscula devem ser diferenciadas:
82 Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa <caligrafia>. TIPOLOGIA TEXTUAL
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em geral os textos são classificados em três modali- Vamos agora à narração. Assim como fizemos com
dades distintas quanto à tipologia textual. Dessa forma, a descrição, podemos também ilustrar como um fil-
o texto pode ser descritivo, narrativo ou dissertativo. me a elaboração do texto narrativo, pois aqui ocorre
É comum que um texto se apresente com tipos mistos a passagem do tempo registrando a ação apresenta-
de modalidades, mas a intencionalidade estrutural do da no texto, por isso, sempre apresentará progressão
texto deve ser preservada para garantir uma tipologia temporal, pois sempre haverá uma mudança, uma
predominante, isto é, o que importa é qual a intenção transformação do fato apresentado inicialmente.
do autor que predomina no todo do texto. A progressão temporal é uma sucessão de fatos e é
Podemos, então, pensar o seguinte: essa sucessão que nos revela o fato principal, ao que
Se na leitura do texto predomina a imagem de damos o nome de ação. Por essa razão é que dizemos,
alguém ou de algo, assim como acontece quando também, que a narração apresenta a revelação de um
olhamos uma foto, é porque o texto é descritivo; se fato, nesse caso, o fato principal, que para acontecer
predomina a revelação de um fato, o autor conta uma depende de fatos de menor importância que ele. Na
história, como uma fofoca, por exemplo, é porque esse narração, as informações importantes, portanto, estão
texto é narrativo; se, na leitura, predomina o desen- associadas aos verbos, sempre submissos a palavras
volvimento de uma ideia, principalmente se autor substantivas.
quiser convencer-nos de algo, como uma propaganda, É bom lembrar ainda que a narração apresenta
o texto é dissertativo. também elementos que a diferenciam dos demais
Para simplificar: tipos de texto. Esses elementos são:
Descrição  imagem;
Narração  fato; z Personagem ou personagens: com quem aconte-
Dissertação  ideia. ce algo, um fato;
Vamos aprofundar o reconhecimento de cada tipo. z Narrador: aquele que conta o que aconteceu, nar-
Para isso, vamos ver quais são as características de ra o fato;
cada modalidade para que você saiba diferenciá-los. z Tempo: quando aconteceu o fato;
z Lugar: cenário, onde o fato aconteceu;
Descrição z Ação: o que aconteceu.

Podemos ilustrar essa modalidade como uma


espécie de fotografia textual, em que o observador Importante!
absorve as informações por intermédio dos sentidos.
Esse desenho feito com as palavras representa o que Nem todos aparecem obrigatoriamente em um
o observador vê paralisado no tempo, por isso nada único texto, mas o que nunca falta à narração é
muda no desenvolvimento do texto. Dessa forma, não o personagem.
ocorre na representação do cenário (ou objeto) pro-
gressão temporal (sucessão de fatos), portanto não há
Ex.:  Um jovem leiteiro foi confundido com um
passagem do tempo.   assaltante e morto nesta madrugada com um tiro no
Na descrição, as principais informações são pas- coração. Um morador de nossa cidade, assustado com
8

sadas por intermédio de palavras adjetivas sempre o barulho feito pelo trabalhador da madrugada, eli-
-2

submissas a palavras substantivas.


77

minou o suposto marginal em nome da segurança dos


Ex.:  Na mistura do sangue com o leite das garra- que dormiam inocentes.
.7

fas quebradas, viam-se os fios castanhos do cabelo do


86

Vejamos como fica nosso esquema narrativo:


jovem embebidos naquele grosso líquido. Não devia
.8

ter mais de 20 anos, mas mostrava nas mãos calos que


39

z Um jovem leiteiro foi confundido com um assaltante;


foram cultivados parece que há muito mais tempo.
-1

z Um jovem leiteiro foi morto com um tiro no coração;


O que vemos nesse texto? Observe: z Um morador eliminou o suposto marginal;
o
av

z Os inocentes dormiam.
z Sangue e leite estão misturados;
st

z As garrafas estão quebradas;


gu

Os verbos garantem o dinamismo do texto, regis-


z Os cabelos são castanhos; trando o agente da ocorrência. Assim, entendemos
o

z O jovem tem aproximadamente 20 anos;


av

bem a diferença entre a descrição, que não apresenta


z Os cabelos estão embebidos; movimento, pois nela não há sucessão de fatos, e, por
st

z O líquido é grosso;
gu

isso, o tempo não passa: sem progressão temporal; e a


z As mãos eram calejadas; narração, que apresenta sucessão de fatos: com pro-
z Os calos foram cultivados. gressão temporal.
Importante é perceber que o traço de diferença
Por causa desses elementos descritivos, somos marcante entre os dois tipos de texto é a progressão do
levados a imaginar o cenário estático. tempo. Para confirmar a progressão nesse texto, basta
Observe que o todo do texto compõe uma imagem percebermos a mudança apresentada no contexto: o
que nós, leitores, conseguimos criar em nosso racio- leiteiro estava vivo, trabalhando, e agora está morto.
cínio, como se fosse uma foto. Note ainda que isso E, para completar a análise desse texto, a partir do
REDAÇÃO

ocorre porque não há passagem do tempo, isto é, não levantamento das características da narração, vamos
houve sucessão de fatos, tanto que o cenário é único reconhecer seus elementos:
e nada se altera, nada muda do começo ao fim, logo é
um texto que não apresenta progressão temporal. Por z Personagens: o leiteiro e o morador da cidade;
isso, o que predomina na leitura desse texto realmen- z Narrador: aquele que nos conta o fato;
te é a imagem; trata-se, então, de uma descrição. z Tempo: nesta madrugada;
z Lugar: nossa cidade;
Narração z Ação: assassinato. 83
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
dessa tese: o respeito à vida e a vida como essência
Importante! de nossa natureza.
Observe que, nesse texto, não há progressão tem-
O que realmente diferencia a narração dos poral, pois não há mudança alguma, já que não exis-
outros tipos de texto é a progressão temporal, te uma sequência de fatos; não há também a criação
não se esqueça disso! de uma imagem de alguém ou de algo; mas há uma
evolução, um desenvolvimento da ideia apresentada
no início do texto em relação à vida humana, ao que
Dissertação chamamos de progressão dissertativa, afinal, a ideia
“progrediu”, a ideia inicial foi ficando sólida à medida
A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser que o texto se desenrolou.
cobrado em provas de concurso, tanto na argumenta- O que caracteriza definitivamente o texto disserta-
ção geral sobre temas diversos, quanto na exposição tivo, então, é a existência de uma ideia base apresen-
de seus conhecimentos em questões discursivas. tada, a tese e o seu desenvolvimento, culminando
Na dissertação, propõe-se uma tese sobre uma em seu fortalecimento por meio dos argumentos.
suposta verdade. Tal verdade deve ter existência Esse fortalecimento chama-se fundamentação. E, no
substancial, por isso é representada por uma pala- texto bem elaborado, a tese é tida como verdade pela
vra substantiva. A sustentação dessa verdade, por sua fundamentação, portanto podemos reconhecer nele a
vez, pode ser ilustrada por outras palavras substanti- progressão discursiva.
vas. Veja o texto a seguir: Por ora, vamos retomar o esquema anterior e
aprofundá-lo para que você não se esqueça de como
Dissertação é um trabalho baseado em estudo teó- diferenciar os três tipos de texto:
rico de natureza reflexiva, que consiste na orde- Descrição  imagem – não há progressão temporal;
nação de ideias sobre um determinado tema. A Narração  fato – há progressão temporal;
característica básica da dissertação é o cunho refle- Dissertação  ideia – progressão discursiva.
xivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questio- Vamos pôr isso tudo em prática? Apresentamos a
nar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. seguir um exercício comentado de reconhecimento da
É desenvolver um raciocínio, desenvolver argu- tipologia textual.
mentos que fundamentem posições. É polemizar,
inclusive, com opiniões e com argumentos contrá-
rios aos nossos. É estabelecer relações de causa e
consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões, EXERCÍCIOS COMENTADOS
é apresentar um texto com organização lógica das
ideias. Basicamente um texto em que o autor mos- 1. Classifique os textos quanto à sua tipologia:
tra as suas ideias.
(1) Descrição, (2) Narração, (3) Dissertação.
Assim, podemos entender a dissertação, diferen-
ciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que a) Era uma noite muito bonita: parecia com o mundo. O
espaço escuro estava todo estrelado, o céu em eterna
8

apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um


-2

e muda vigília. E a terra embaixo com suas montanhas


entendimento lógico sobre o assunto que ele analisou.
77

e seus mares. ( )


Por isso dissemos inicialmente que é um texto que
.7

b) No esforço de se ajustarem ao novo perfil de mulher


apresenta uma ideia, ao que chamamos de tese, isto é,
86

que emerge da ruptura de sua antiga identidade, as


esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvol-
.8

mulheres se vêem obrigadas a compatibilizar dois


39

veu sobre um determinado assunto. estilos de vida, dois registros intelectuais e afetivos,
-1

Além disso, todas as informações que forem apre- dois modelos de conduta cotidiana. ( )
sentadas sobre o assunto analisado serão os argu- c) “Após a reunião, o Presidente da República dirigiu-se
o
av

mentos que representarão a análise feita pelo autor. para a Esplanada dos Ministérios. No percurso, parou
st

Notem que os argumentos são os motivos que levaram para cumprimentar algumas pessoas que lhe acena-
gu

o autor a ter um posicionamento, uma ideia, uma tese vam. Neste momento, escorregou e foi auxiliado por
sobre o assunto. alguns seguranças da comitiva. “ ( )
o
av

Ex.: Não se pode mais tratar a vida humana como d) Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele
chapéu de feltro manchado, aquelas largas calças de
st

um simples exemplo de existência biológica. Já está na


gu

hora de se entender que é preciso ter respeito à vida brim cáqui, incontavelmente lavadas, aquele puído dos
como uma atitude existencial que deve ser encarada punhos de camisas já sem cor tudo combina admira-
como essência de nossa natureza, o que vai além das velmente com a enorme jaqueira do quintal, com a
generosa figueira da praça, com as teias do campaná-
próprias leis de um país.
rio da igreja. ( )
Atente-se para o que se pode destacar agora:
e) E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua
México. Já distraído de seus passados tropeços, mas,
z A verdade geral defendida, o nome do assunto =
tropeçando obstinadamente no inglês com que se
vida, especificamente a humana; entendiam - quando vê do outro lado da rua um preto
z Argumentos que sustentam essa verdade: respei- agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. ( )
to e essência. f) “Na medida que (sic) a caça é proibida no Brasil, não
se pode admitir a existência de uma Associação Brasi-
O substantivo vida representa a palavra-chave leira de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo
quanto à verdade defendida na tese do autor de que capítulo da Constituição Brasileira proíbe essas ativi-
“Não se pode mais tratar a vida humana como um sim- dades”. ( )
ples exemplo de existência biológica”. Essa verdade é
84 sustentada por dois argumentos positivos na defesa a) 1- descrição
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Nesse fragmento não há progressão temporal, Introdução
notem que, ao final da leitura do texto, temos a for-
mação da imagem da paisagem. A introdução do texto dissertativo é a apresenta-
b) 3 – dissertação ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis-
Nesse fragmento não há progressão temporal, tanto sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento
que não há fatos que se sucedem, tampouco a elabo- sobre o tema proposto pela banca. Esse momento
ração de uma imagem, o que percebemos pela leitu- é muito importante para o leitor, pois é aí que será
ra é a análise do comportamento da mulher diante mostrada a identificação de suas ideias com o tema. É
um bom momento para apresentá-lo aos argumentos
de um novo perfil seu “que emerge da ruptura de sua
sequencialmente ordenados de acordo com a progres-
antiga identidade”.
são que você dará a sua redação (progressão textual).
c) 2 – narração
A introdução deve ser clara e chamar a atenção
A leitura desse trecho revela uma sucessão de fatos
para dois itens básicos: os objetivos do texto e o pla-
do Presidente da República. Pessoal, essa não dava no do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar
para errar, lembram-se de quando falamos que a nar- alguma previsibilidade de seu projeto, você, autor,
ração é uma fofoca, esse fragmento mostra bem isso. deve expor os caminhos por que percorrerá em sua
d) 1 – descrição explanação. Lembre-se de que o leitor, corretor de seu
Sem progressão discursiva ou temporal, o trecho trabalho, é um professor experiente e é a organização
revela a criação da imagem das roupas dos velhinhos que mais o impressionará nesse momento. Por isso,
interioranos, notem como os adjetivos se destacam. não tenha medo de ser objetivo e previamente ilustra-
e) 2 – narração tivo quanto aos seus propósitos de trabalho.
Novamente, temos um trecho que mostra uma suces- Ex.: Parágrafo de introdução
são de fatos que nada mais são do que as ações de Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple-
um homem que caminha pela rua com seu chefe e vê mentando novos valores à vida do homem moder-
um amigo seu do outro lado da rua, “uma fofoca”. no principalmente no que diz respeito a sua vida
f) 3 – dissertação em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da
Encontramos outra vez um exemplo de fragmento dis- tecnologia em campos como o da educação (2) e o
sertativo, pois apresenta progressão discursiva em rela- dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda
muito além disso, atingindo vários outros espaços
ção à proibição da caça no Brasil. Note que o argumento
do cotidiano (4) da maioria das pessoas.
que se destaca nessa passagem para o fortalecimento da
ideia é a citação da Constituição Brasileira.
(1) A tese: a tecnologia vem implementando novos
Nosso próximo passo é trabalhar com a estrutura
valores à vida do homem moderno principalmente no
do texto para redação em concursos públicos. O que diz respeito a sua vida em sociedade;
foco será dado, logicamente, à modalidade da dis- (2), (3), (4) Os argumentos são levantados a fim
sertação, já que, como comentamos anteriormen- de sustentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia
te, esta é a principal forma de elaboração cobrada em campos como o da educação (2) / o dos serviços
8

pelas instituições.
-2

sociais (3) / inovações atingindo vários outros espaços


77

Veremos a seguir como construir um texto coeren- do cotidiano (4).


.7

te e coeso, que tenha progressão argumentativa e,


86

principalmente, apresentaremos a você o trabalho Desenvolvimento


.8

com as máscaras de redação. Você descobrirá por


39

que muitos a denominaram “projeto arroz com fei- O desenvolvimento é a parte em que você deve
-1

jão”. Resposta: 1-3-2-1-2-3. expor os elementos que vão fundamentar sua tese que
pode vir especificada por intermédio de argumentos,
o
av

ESTRUTURA DISSERTATIVA – COESÃO, de pormenores, de exemplos, de citações, de dados


st

PARALELISMO E PROGRESSÃO DISCURSIVA estatísticos, de explicações, de definições, de confron-


gu

tos de ideias e contra argumentações. Você poderá


Neste assunto, trabalharemos alguns elementos usar tantos parágrafos quanto achar necessário para
o
av

importantes para iniciarmos nossa produção de textos. desenvolver suas teorias, porém em redações de cur-
st

Começaremos com a estrutura do texto dissertativo. ta extensão o ideal é que cada parágrafo apresente
gu

A dissertação é um tipo de texto que se caracteriza objetivamente apenas um dos argumentos a serem
pela exposição e defesa de uma ideia que será analisa- desenvolvidos, ou ainda, que esses argumentos sejam
da e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal agrupados caso vários deles devam ser apresentados
para sustentar sua tese.
defesa, o autor do texto dissertativo trabalha com argu-
Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o
mentos, com fatos, com dados, os quais utiliza para
desenvolvimento da tecnologia em campos como o
reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias.
da educação”
Para atender a esse propósito, a dissertação deve
Alguns argumentam que é importante reconhecer
apresentar uma organização estrutural que conduza o papel das redes mundiais de informação para
REDAÇÃO

as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto o favorecimento da construção do conhecimento.


ao reconhecimento da verdade proposta como tese. Hoje é possível visitar um museu, consultar uma biblio-
Compreende-se como estrutura básica de uma disser- teca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da
tação a divisão da exposição da argumentação em três internet, muito da sabedoria mundial pode ser alcança-
partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a da por qualquer pessoa que a deseje. Basta estar diante
conclusão. de um computador, ou de posse de um desses modernos
aparelhos celulares para se ligar a qualquer momento 85
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ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a São palavras referentes a outras que apareceram
qualquer momento em um desses dispositivos. no texto, a fim de retomá-las.

Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o


desenvolvimento da tecnologia em campos como o Ela = Dolores seu = Ela
dos serviços sociais”
Outro aspecto que merece destaque especial é quan- Ex.: Dolores e ra beleza única. Ela sabia do seu
to ao atendimento oferecido ao cidadão pelos poder de seduzir e o usava
órgãos do serviço público. Já é possível registrar
um boletim de ocorrências via computador ou ainda
agendar a emissão de passaportes junto às agencias da
Policia Federal em qualquer lugar do Brasil. Consultas o = poder
médicas podem ser marcadas em hospitais públicos ou
privados e os exames realizados podem ser consulta- z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como,
dos diretamente do banco de dados dessas entidades. a saber...

Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as São palavras referentes a outras que irão aparecer
inovações em vários outros espaços do cotidiano” no texto:
E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que
de muitas outras formas a tecnologia interfere
positivamente em nossas vidas. As relações sócias
se intensificaram depois do surgimento das várias Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o
redes de relacionamento tendo início com o Orkut e o xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender!
Facebook, permitindo que as pessoas se reencontrem
em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria mui- O pronome demonstrativo este apresenta um ele-
to esforço coletivo para tais eventos. Programas como mento do qual ainda não se falou = o xampu.
o Zoom e o Google Meet possibilitam que as pessoas
conversem e interajam em diferentes partes do mundo
z Coesão lexical: são palavras ou expressões
sem nenhum custo além dos já dispensados com seus
equivalentes.
provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos
filhos já pode vê-los ou aos netos, pela tela de um note-
A repetição de palavras compromete a qualidade
book ou celular, sempre que sentir saudade.
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator.
Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos:
Conclusão
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase -
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha
A conclusão é a retomada da ideia principal, que
vida por umas poucas horas dessa alegria.
agora deve aparecer de forma muito mais convin-
Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni-
8

cente, uma vez que já foi fundamentada durante o


-2

mo semântico da palavra amor, representando-a.


desenvolvimento da dissertação. Deve, pois, conter
77

de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a


.7

z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a


confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argu-
86

omissão de um termo facilmente identificável.


mentação básica empregada no desenvolvimento.
.8

Ex.: considerações finais


39

Tendo em vista esses aspectos observados sobre Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor
-1

esse admirável mundo de facilidades técnicas, só nos procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre-
lações entre as partes:
o

resta comentar que não foi só o computador que


av

tornou a vida do cidadão mais simples e confor- Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não
st

tável, mas outros campos da tecnologia também tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também
gu

contribuíram para isso. Os aparelhos de GPS, que galopava.


o

nos orientam a qualquer direção, ou ainda diver- A interrogação representa a omissão do sujeito
av

sos dispositivos médicos portáteis, garantem a marechal que fica subentendido na oração.
st

melhora da qualidade de vida de todos os homens


gu

do nosso tempo. z Conectivos principais:

ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS „ Preposições e suas locuções: em, para, de, por,


sem, com...
Coesão „ Conjunções e suas locuções: e, que, quando,
para que, mas...
Coesão pode ser considerada a “costura” textual, „ Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos,
a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos e pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...
dos parágrafos que fazemos com palavras. Para garan-
tir uma boa coesão no seu texto, você deve prestar Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver
atenção a alguns mecanismos. A seguir, em negrito, muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu iní-
há exemplos de períodos que podem ser melhorados cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da
utilizando os mecanismos de coesão: sociedade. Como exemplo, podemos citar a chegada
do homem à Lua, onde os EUA conseguiram com sua
z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo, propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, a
86 isso, ele... simpatia de grande parte da população do planeta.
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Coerência Empregos do Pronome Demonstrativo

Coerência textual é uma relação harmônica que se z Indicando localização no espaço:


estabelece entre as partes de um texto, em um contex-
to específico, e que é responsável pela percepção de Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o
uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais emprega para referir-se ao ser que está junto dele.
aspectos envolvidos nessa questão são: Ex.: Este é meu casaco! — a moça avisou, enquanto
o segurava.
z Coerência semântica Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o empre-
ga para referir-se ao ser que está junto do seu ouvinte.
Refere-se à relação entre significados dos elemen- Ex.: Passe-me essa jarra de suco, por favor. — pediu
tos da frase (local) ou entre os elementos do texto ela ao rapaz que sentara à sua frente.
como um todo: Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência
Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da será ao ser que está distante do falante e do ouvinte:
questão. — Não caberia aqui pensar em centro como As duas no portão não aguentavam de curiosidade,
bairro de uma cidade. quem seria aquele moço na esquina?
É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
do vocabulário. z Indicando localização temporal:

z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti- Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo.
cos que o autor utiliza para expressar a coerência Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não
semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não tivemos Copa do Mundo.
existem técnicas científicas, faz-se de pequenos Esse (passado futuro): A próxima copa será em
fragmentos...” — como leitor do texto, você deve 2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos aconte-
entender que o pronome cuja foi empregado para cerem aqui em nosso país.
estabelecer posse entre obtenção e felicidade. Aquele (passado distante ou bastante vago):
Naquela época, não havia iluminação elétrica.
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o
emprego dos conectivos. z Fazendo referências contextuais (funções anafó-
rica e catafórica):
z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor,
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei- Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda
tor atento a isso consegue facilmente entender a se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este
estrutura do texto e relacionar bem as informações é o problema: estou dura. Pode também fazer uma
textuais. Além disso, percebendo se a linguagem do referência de especificação a um elemento já expres-
texto é figurada ou não, seu raciocínio interpretati- so (ref. anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao
vo deverá funcionar de uma determinada maneira, cinema.
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no
8

como podemos ver neste texto de Fernando Pessoa:


-2

texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina.


77

Já sobre a fronte vã se me acinzenta Esse remédio é ótimo.


.7

O cabelo do jovem que perdi. Este: refere-se à última informação antecedente a


86

Meus olhos brilham menos. ele no texto;


.8

Já não tem jus a beijos minha boca.


39

Se me ainda amas por amor, não ames: Aquele: refere-se à informação mais distante dele
-1

Trairias-me comigo. no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é
o

quieta, esse fala pouco e aquela fala muito.


av

(Ricardo Reis/Fernando Pessoa)


st

Período Composto
gu

z Elementos importantes de coesão e coerência: para


o

continuarmos o estudo de coesão e coerência, devemos z Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pes-
av

relembrar alguns elementos gramaticais importantes: soa. Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é
st

ótimo;
gu

„ Pronome demonstrativo: indicam posição dos z Quem: refere-se à pessoa, sempre preposicionado.
seres em relação às pessoas do discurso, situan- Ex.: Esta é a aluna de quem falei;
do-o no tempo e/ou no espaço (função dêitica z Cujo (parecido com o possessivo): estabelece pos-
destes pronomes). Podem também ser empre- se. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo;
gados fazendo referência aos elementos do tex- z Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde
to (função anafórica ou catafórica). São eles: (em que) moro é movimentada.

ESTE (A/S), ESSE Têm função de pronome Atenção:


REDAÇÃO

(A/S), AQUELE (A/S) adjetivo


z Observe a palavra a que se refere o pronome rela-
ISSO, ISTO, AQUILO, Têm função de pronome tivo para evitar erros de concordância verbal. Ex.:
O (A/S) substantivo Lemos os livros que foram indicados pelo profes-
sor (que = os quais → livros);
MESMO, PRÓPRIO,
Quando são demonstrativos, z Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando
SEMELHANTE, TAL
são pronomes adjetivos a preposição exigida quando necessário. Ex.: Este
(E FLEXÕES)
é o livro a que me refiro; 87
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z O verbo referir-se pede a preposição a; por isso, z Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto...
ela aparece antes do que. Ex.: Esta é a obra por como, assim como, como. Ex.: Ele sempre se posi-
que tenho admiração. A preposição por foi exigida cionou como um líder;
pelo substantivo admiração; z Concessão: embora, conquanto, ainda que, mes-
z Os pronomes como, quando e quanto também mo que, se bem que, apesar de (+ infinitivo), em
podem ser relativos; que pese a (+ infinitivo), posto que, malgrado. Ex.:
z Os relativos compõem as orações subordinadas Embora não esteja me sentindo bem, assistirei à
adjetivas; aula até o final;
z As orações adjetivas podem ser explicativas — z Condição: se (às vezes prevalece a ideia de causa,
cujo conteúdo é explicativo, genérico, uma infor- outras vezes de tempo, ou ainda de oposição), caso,
mação a mais — ou restritivas — cujo conteúdo é desde que, a não ser que, a menos que (a ideia
de restrição, especificação, informação importante pode ser desdobrada em de concessão), contanto
no contexto. que, uma vez que. Ex.: Eles não conseguirão vaga
para esse ano letivo, a menos que haja alguma
As Orações Subordinadas Adjetivas e a Semântica desistência;
z Conformidade: conforme, como, segundo, con-
As orações adjetivas são iniciadas sempre por pro- soante. Ex.: Tudo aconteceu como eles imaginaram;
nomes relativos e podem ser de dois tipos: z Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, de
maneira que, de sorte que. Ex.: Tanto lutou, que
z Explicativa: O homem, que é racional, mata.  A progrediu muito na vida;
oração adjetiva deste caso não tem sentido restriti- z Finalidade: a fim de que, a fim de (+ infinitivo),
vo, pois todos os homens são racionais. que, porque, para que, para (+ infinitivo). Ex.: Faça
z Restritiva: O homem que fuma morre mais cedo. bem a sua parte do projeto para que não haja
 A or. adj. deste caso reporta-se apenas ao homem reclamações;
fumante. z Proporcionalidade: à proporção que, à medi-
da que, na medida em que, quanto mais, quanto
Emprego do cujo e do onde menos, conforme. Ex.: À medida que o progresso
avança, o romantismo diminui;
Este é o prédio onde z Tempo: quando (a ideia pode ser desdobrada em
ONDE Lugares. ideia de condição), enquanto, mal, logo que, assim
fica o 1º cartório.
que, sempre que, desde que, conforme. Ex.: Mal
Concorda com o ele chegou, todas o rodearam.
Esta é a jovem de
substantivo pos- cujo pai eu lhe falei.
CUJO terior e indica Paralelismo
SUBS . CUJO SUBS. que esse subs-
tantivo pertence Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio da
Este é o pai de cuja
POSSE a outro termo jovem eu lhe falei. organização textual, promovendo no texto coerência
substantivo an- em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Esse
8
-2

terior ao cujo. mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos perío-
77

dos, pois sua redação também deve apresentar uma


.7

Conjunções Coordenativas, Locuções Conjuntivas, sequência lógica para que ele tenha sentido claro e
86

Preposições e Locuções Prepositivas realmente dê a informação pretendida pelo seu autor.


.8

Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon


39

z Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain- Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa
-1

da, tampouco, (não só...) como também. Ex.: A água Moderna:


cristalina brota da terra e busca seu caminho por
o
av

entre as pedras; Se coordenação é, como vimos, um processo de


st

z Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, encadeamento de valores sintáticos idênticos, é


gu

todavia, entretanto, no entanto, não obstante. justo presumir que quaisquer elementos da frase
– sejam orações, sejam termos dela–, coordenados
Ex.: Este candidato não estudou muito, mas foi
o

entre si, devam – em princípio, pelo menos – apre-


av

aprovado; sentar estrutura gramatical idêntica, pois –como,


st

z Alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja... aliás, ensina a gramática de Chomsky – não se
gu

seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova. podem coordenar frases que não comportem cons-
z Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), tituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as
por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode causar ideias similares devem corresponder forma verbal
vício, portanto sua venda deve ser considerada similar. Isso é o que se costuma chamar paralelis-
ilícita; mo ou simetria de construção.
z Explicação: que, porque, pois (antes do verbo),
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arruma- Vejamos agora alguns exemplos de construções
rei toda esta bagunça. que apresentam erros de paralelismo:

z Paralelismo semântico: Em sua última viagem pe-


Conjunções Subordinativas Adverbiais
la América Latina como representante do governo
brasileiro, o presidente visitou Havana, a Repúbli-
z Causa: porque, como (somente no início do perío- ca Dominicana, Washington e o Presidente Barack
do), que, já que, visto que, por (+ infinitivo), graças Obama.
a, na medida em que, em virtude de (+ infinitivo),
em face de, desde que, uma vez que. Ex.: Como Observe que, nesse caso, o verbo “visitou” está
88 estava muito doente, foi ao médico; sendo empregado de maneira a sugerir que se pode
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visitar uma cidade da mesma forma como se visita Tema: A alimentação do brasileiro.
uma pessoa, ou seja, está empregado de forma errada, Tese: A comida dos brasileiros é muito saudável
já que ocorre um duplo sentido a esse verbo com essa e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia de
construção. trabalho.
Uma forma correta de representar a ideia preten- Argumentos: carboidratos no arroz com feijão;
dida pelo texto é: Em sua última viagem pela América proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do
Latina como representante do governo brasileiro, o cafezinho preto com açúcar.
presidente visitou Havana, a República Dominicana,
Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente 1º Parágrafo
Barack Obama.
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida
z Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou
bastante em todos os jogos, mas conseguiram se é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi-
tornar os campeões este ano. tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que
os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
Veja como a conjunção adversativa “mas” foi inde- bife com salada além da glicose no cafezinho preto
vidamente empregada dando uma ideia de que ser com açúcar fornecem um completo abastecimento de
campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer. energia somada ao prazer.
O correto nesse caso seria empregar uma conjunção
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia 2º Parágrafo
da vitória apresentada na segunda oração, como em:
Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, É de fundamental importância o consumo de
por isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) alimentos ricos no fornecimento de energia para a
conseguiu se tornar o campeão este ano. movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar,
por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
Progressão Textual abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
A progressão textual é o processo pelo qual o texto da energia própria consumida durante o dia.
se constrói a partir de elementos semânticos e grama-
ticais. Novas informações devem ser somadas e liga-
3º Parágrafo
das às informações anteriores e não apenas repetidas.
Deve haver a continuidade e a evolução dos concei-
tos já apresentados que podem ser conquistadas por Além disso, as proteínas da carne no bife que
intermédio dos elementos de coesão. comemos servem para repor a massa muscular per-
Veja uma simulação do projeto de máscaras de dida durante o trabalho. E somando-se a isso, há as
redação e observe na prática como a progressão tex- fibras das verduras e folhas que ajudam no proces-
tual ocorre: samento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a
Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, possibilidade de reafirmarmos o valor nutricional do
blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional
8

e de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa


-2

fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá,
cultura culinária.
77

blá) são a base do desenvolvimento desse problema. As


.7

consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só pode-


4º Parágrafo
86

rão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).


.8

O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).


39

Ainda convém lembrarmos outro hábito que


Além de (blá, blá, blá), também se pode especular
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado
-1

que (blá, blá, blá). cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após
o

Ainda convém chamar a atenção para mais um as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
av

ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá, reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
st

blá, blá). órgãos processadores da digestão no momento em que


gu

O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
o

é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá). típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
av

Sendo assim (blá, blá, blá).


st

Você pode perceber que, mesmo não abordando 5º Parágrafo


gu

assunto algum, há um encadeamento lógico da estru-


tura do texto que conduz a uma eficiência argumen- Levando-se em consideração esses aspectos
tativa que admite a idealização uma vasta margem de práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
desenvolvimentos sobre variados temas. ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
TEORIA DAS MÁSCARAS que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
tes nos causará debilidade além de insatisfação.
Depois de observar as dificuldades que as pessoas
Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
têm de se expressarem por meio da escrita, colocamos
REDAÇÃO

tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasileiro”


aqui soluções para esses problemas, sem a pretensão e que a partir desse tema tivéssemos que produzir uma
de criar fórmulas mágicas, mas sim de criar um refe- dissertação sobre ele. A primeira coisa a fazer seria a
rencial mais concreto e imediato. delimitação do tema, ou seja, deveríamos buscar com
O método aqui utilizado refere-se ao método Teo- objetividade uma tese, dentro desse tema, sobre a qual
ria das Máscaras. fôssemos capazes de argumentar, como esta:
Leia inicialmente o texto piloto desse projeto: “A comida dos brasileiros é muito saudável e tem
Projeto de dissertação: Exemplos arroz com feijão. tudo de que ele necessita para seu longo dia de trabalho”. 89
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O próximo passo seria o de levantar alguns argu- Observe como ficou a sequência completa do
mentos que sustentassem a tese proposta com valor segundo parágrafo:
de verdade. Veja como fizemos. Já que estávamos É de fundamental importância o consumo de ali-
falando da alimentação dos brasileiros, nada melhor mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
do que falarmos sobre seus pontos positivos, pontos mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
estes reconhecidos até por especialistas em alimenta- exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
ção mundial. O valor nutricional que compõe o nosso a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
prato mais popular. Isso mesmo, o “pf”, o “prato feito” tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
que encontramos em bares, pequenos restaurantes e, própria consumida durante o dia.
principalmente, na maioria das mesas do povo brasi-
leiro: o arroz com feijão, bife e salada, finalizado com Veja agora uma coletânea de frases que podem
um cafezinho preto. auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais:
Decompomos esse prato e identificamos seus prin-
cipais ingredientes, aqueles merecedores de destaque É de conhecimento geral que ... Todos sabem que,
como boa argumentação a favor de nossa tese. Mar- em nosso país, há tempos, observa- se...
camos o “carboidrato”, presente no arroz e no feijão, Cogita-se, com muita frequência, que...
como nosso primeiro ponto positivo. Depois foi a vez Muito se tem discutido, recentemente, acerca de...
das “proteínas” presentes no bife com salada e che- É de fundamental importância o (a)....
gamos, finalmente, à “cafeína” e ao “açúcar” presen- Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco-
tes no cafezinho. Pronto, já temos a primeira parte de brir as causas de....
nosso projeto organizado. Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...
O próximo passo é juntar tudo no primeiro pará-
grafo, de maneira organizada, de forma que as ideias Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o
sejam apresentadas em uma sequência que deixe cla- quarto também seguiram o mesmo princípio quanto
ro ao leitor sobre o que será falado e também qual às relações de coesão. As conjunções foram posicio-
será a sequência de argumentos que será apresentado nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de
para dar credibilidade a nossa tese. Veja o modelo do argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res-
primeiro parágrafo: pectivas estruturas vazias:

3o Parágrafo:
Todos sabem o quanto, em nosso país, _____________
____________________. Verifica-se que____________________(,)
___________________ além de _____________________ forne-
Além disso, ______________________________. E soman-
cem (ou - resultam, culminam, têm como consequência...)
do-se a isso,_________________________ que _____________.
_________________________________________________________.
Daí__________________________________________________e
de______________________________________________________.

Compare agora com o parágrafo preenchido com


a tese e com os argumentos e veja a amarração que Teremos, após preencher o modelo:
8

conseguimos: Além disso, as proteínas da carne no bife que come-


-2

Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é mos servem para repor a massa muscular perdida
77

saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras
.7

o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidra-


86

das verduras e folhas que ajudam no processamento dos


tos no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada
.8

alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de


39

além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
-1

tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os


A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
o

seguintes, impondo a eles estruturas programadas


av

com relação lógica de coerência e coesão. Você perce-


st

4o Parágrafo:
berá que a continuidade e a progressão textual foram
gu

sendo procuradas e construídas para dar evolução ao


o

texto e aos argumentos.


av

Ainda convém lembrarmos_________________________


No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de
st

(que é): ________________________________________________


apresentação que valoriza o primeiro argumento, depois
gu

___________. Esse _________________________________ para


fomos completando os espaços em branco que ligavam ______________________________. Essa (s) _________________
os argumentos entre si com relações preestabelecidas _________________________________________________________.
de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explicação
― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”.
Veja que, para manter a continuidade textual recupe- Teremos, após preencher o modelo:
rando sempre a ideia central do parágrafo, nos preocu- Ainda convém lembrarmos outro hábito que con-
pamos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse” tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio
fechando com uma conclusão sobre esse argumento. que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições.
Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece
nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro-
É de fundamental importância o_________________ cessadores da digestão no momento em que comemos.
_______________ para_____________________________________. Essas substâncias reprimem a sonolência típica da
Podemos mencionar, por exemplo, ______________que_____
hora do almoço nos mantendo despertos.
_____________________________, por causa de _____________
___________________________. Esse ________________________ Para os parágrafos de desenvolvimento, também
_________________________________________________________. podemos relacionar frases que você poderá escolher
90 para dar originalidade ao seu texto:
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z Ao se examinarem alguns; verifica-se que; Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
z Pode-se mencionar, por exemplo, como se deu a criação da primeira máscara:
z Em consequência disso; vê-se; a todo instante;
z Alguns argumentam que; MÁSCARA 01
z Além disso;
z Outro fator existente; 1o Parágrafo
z Outra preocupação constante;
z Ainda convém lembrar; Todos sabem o quanto, em nosso país,_______________
z Por outro lado; ______________Verifica-se que____________________________(,)
z Porém; mas; contudo; todavia; no entanto; entretanto. __________________________ além de_____________________
_________ fornecem (ou - resultam, culminam, têm como
Lembramos que esses exemplos são apenas suges- consequência)_________________________________________.
tões e que você poderá desenvolver construções que
atendam sua necessidade a partir de quando você for 2o Parágrafo
adquirindo experiência com a produção de textos.
Tanto quanto podemos criar padrões para a intro- É de fundamental importância o_________________
_____________________ para ______________________________.
dução e para o desenvolvimento de nossas redações,
Podemos mencionar, por exemplo,_______________________
também podemos criá-los para a conclusão de nossa que_________________________, por causa de________________
dissertação. _______________. Esse______________________________________.
Acompanhe a organização de nosso último
parágrafo: 3o Parágrafo

Além disso,________________________________________. E
Levando-se em consideração esses aspectos __________ somando-se a isso,________________________________que_____
________________________ somos levados a acreditar que___ _____________________________. Daí_________________________
_________________________________________________________ ____e de__________________________________________________.
_______________________, mas também____________________.
Sendo assim ____________________________________________ 4o Parágrafo
_________________________________________________________.
Ainda convém lembrarmos__________________ (que é):______
_______________________. Esse______________________________
Teremos, após preencher o modelo: _______________________para_______________________. Essa(s)
Levando-se em consideração esses aspectos __________________________________________________________.
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o 5o Parágrafo
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Levando-se em consideração esses aspectos____________
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
somos levados a acreditar que___________________________,
8

tes nos causará debilidade além de insatisfação.


-2

mas também_______________________________________ Sendo


Os aspectos conclusivos presentes nesse último
77

assim_____________________________________________________.
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
.7

gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As


86

frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,


.8

conduzindo a sequência textual a uma possível solu- Agora que vimos o processo de criação das más-
39

ção para os problemas propostos, ou ainda, podem caras, você poderá começar também seu trabalho de
-1

gerar simples constatações das verdades idealizadas. produção. Antes, porém, vamos apresentar mais dois
o

Você também pode contar com uma pequena lista de outros modelos de máscaras de redação que você pode-
av

frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. rá usar como base para suas próprias criações.
st

Vá observando como as máscaras garantem o


gu

z Em virtude dos fatos mencionados; encadeamento das ideias, a coesão entre as orações
o

z Por isso tudo; e a coerência com as várias possibilidades argumen-


av

z Levando-se em consideração esses aspectos; tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara
st

z Dessa forma;
gu

z Em vista dos argumentos apresentados;


z Dado o exposto;
z Por todos esses aspectos;
z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
logo; então.

Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão


com as seguintes frases:
REDAÇÃO

z somos levados a acreditar que;


z é-se levado a acreditar que;
z entendemos que;
z entende-se que;
z concluímos que;
z conclui-se que;
z é necessário que;
z faz-se necessário que. 91
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
MÁSCARA 02 (1º parágrafo) tese + argumentos
_________________________________________________
1o Parágrafo ____________________________________________________
____________________________________________________
Entre os aspectos referentes a _______________. ____________________________________________________
______________________ três pontos merecem desta- ____________________________________________________.
que especial. O primeiro é __________________________; (2º parágrafo) justificativas (por que isso
o segundo ________________ e por fim________________ ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos
(mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme-
2o Parágrafo lhantes ao seu argumento).
Construa o parágrafo unindo as informações
Alguns argumentam que_______________________ anteriores ao argumento “a)”
_______________________ para________________________ _________________________________________________
____________________________________________________
Isso porque _______________________________. Dessa ____________________________________________________
forma______________________________________________. ____________________________________________________
____________________________________________________.

3o Parágrafo

Outra preocupação constante é _______________ Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágrafos


___________________________________, pois____________ para os argumentos “b)” e “c)”
________________________. Como se isso não bastasse,
________________________ que _______________________
_________________________________________________
____________ Daí _______________________________ que
____________________________________________________
____________e que__________________________________.
____________________________________________________
____________________________________________________
4o Parágrafo
____________________________________________________.
_________________________________________________
Também merece destaque ______________________
____________________________________________________
o (a) qual __________________________________________
____________________________________________________
. Diante disso ________________________para que ____
____________________________________________________.
____________________________________________________.
Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
5o Parágrafo
dizendo que, se algum dos argumentos não for
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
Tendo em vista os aspectos observados __________
tentada, ou que os resultados propostos não serão
8

______________________ só nos resta esperar que ___


-2

atingidos).
______________________________, ou quem saiba ______
77

____________________________________________________.
.7

_________________________________________________
86

Consequentemente_________________________________.
____________________________________________________
.8

____________________________________________________
39

___________________________________________________
-1

Sugerimos a você que faça suas primeiras redações ___________________________________________________.


o

baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme


av

forem avançando as aulas, você poderá construir a


st

suas próprias máscaras personalizadas.


gu

Por fim, preparamos uma máscara de organização APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO


sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
o

PARÁGRAFO DISSERTATIVO
av

organizar.
st

Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com a


gu

PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação) estrutura dos textos dissertativos. Para isso, traba-
lharemos as várias modalidades de parágrafos que
1° Tema: _____________________________________ podem ser utilizados para a elaboração de uma boa
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
2º Tese: ________________________________________ so projeto de máscaras e os vários arranjos que são
possíveis ao construí-las.
3°Argumentos: Parágrafo de Introdução
a) ___________________________
O parágrafo de introdução tem como uma de suas
b)____________________________ funções mais importantes a de apresentar a tese que
c) ____________________________ será defendida no decorrer da redação. É também
possível e bastante didático que você faça uma prévia
4° Conclusão dos argumentos que serão trabalhados na sustentação
dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado, logo
de saída, a acompanhar o ritmo do seu pensamento e
92 a sequência das suas argumentações.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Tipos diferentes de parágrafos de introdução: Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma
„ Declaração inicial: na declaração, afirma-se origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de
ou nega-se algo de início para em seguida justi- que seria fruto de uma combinação do arroz (de ori-
ficar-se e comprovar-se a assertiva com exem- gem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com
plos, comparações, testemunhos de autores etc. o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos índios.
Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo Outra versão afirma que esse prato foi a união do
aplicado à nossa proposta básica que é o pro- arroz com a feijoada, que tem origem africana ou por-
jeto arroz-com-feijão. Colocamos a disposição tuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos,
vazia e em seguida a estrutura já construída esse prato foi se popularizando por todo o país, passan-
do parágrafo que poderá ser utilizada por você do a ser uma parte quase que indispensável da refeição
sempre que desejar. dos brasileiros.
„ Divisão: o parágrafo de divisão, processo tam-
Modelo nº 1 bém quase que exclusivamente didático, por
causa das suas características de objetividade e
É fato notório que _____________________________ clareza, consiste em apresentar o tópico frasal
___________________________________________________ (frase que introduz o parágrafo) sob a forma
______________. Sabe-se que _______________________ de divisão ou discriminação das ideias a serem
________________________, além da _________________ desenvolvidas (normalmente, a divisão vem
__________________________________________________. precedida por uma definição, ambas no mes-
mo parágrafo ou em parágrafos distintos). Usa-
mos aqui como representação desse modelo o
Preenchendo o modelo, teremos: conceito de silogismo. Um silogismo é um ter-
mo filosófico com o qual Aristóteles designou
É fato notório que a alimentação do brasileiro é a argumentação lógica perfeita, constituída de
boa e tem tudo de que necessitamos para suprir os des- três proposições declarativas que se conectam
gastes de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboi- de tal modo que a partir das primeiras duas,
dratos do arroz e do feijão, as proteínas do bife e da chamadas premissas, é possível deduzir uma
salada, além da glicose do cafezinho preto com açúcar conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por
fornecem um completo abastecimento de energia soma- Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores.
da ao prazer.
Modelo nº 3
„ Definição: o parágrafo por definição é entendi- _____________ pode ser representado de duas
do como um método preferencialmente didático, maneiras diferentes: ___________ que é ___________
pois busca, por intermédio de uma explicação ____________ e ___________, que é __________________
clara e breve, a exposição do significado de uma _______________. Enquanto a primeira ___________se
ideia, palavra ou de uma expressão.  É a forma apresenta __________________. Esta, por sua vez, rea-
8

de exposição dos diversos lados pelos quais se liza-se por intermédio de _________________________
-2

pode encarar um assunto. Pode apresentar tan- ____________________________________________________.


77

to o significado que o termo carrega no uso geral


.7

quanto aquele que o falante pretende determi-


86

nar para o propósito do seu discurso. Preenchendo o modelo, teremos:


.8
39

Uma definição é um enunciado que descreve um O silogismo pode ser representado de duas
-1

conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos maneiras diferentes: silogismo simples que é for-
o

mado por um único núcleo argumentativo e silogismo


av

associados.
Veja como em nosso parágrafo de exemplo explora- composto que é formado por diversos núcleos argu-
st

mentativos de elaboração complexa. Enquanto a pri-


gu

mos o conceito global e generalizado sobre o assunto.


Você perceberá como o modelo vazio traz a indu- meira teoria se apresenta pela estrutura filosófica
o

básica consagrada pela antiguidade. Esta, por sua


av

ção do assunto a ser definido. Vale lembrar que, como


vez, realiza-se por intermédio de vários silogismos
st

se trata de uma definição, a base dessa informação


desenvolvidos para atender às novas perspectivas de
gu

deve sustentar-se em uma verdade consagrada, dife-


rentemente do que vimos no exemplo anterior, já que sedução e convencimento.
a declaração inicial pode basear-se em uma posição
„ Alusão histórica: a elaboração de um parágra-
pessoal a ser defendida. fo por alusão histórica é um recurso que des-
perta sempre a curiosidade do leitor por meio
Modelo nº 2 de fatos históricos, lendas, tradições, crendices,
______________________________ é a denominação anedotas ou a acontecimentos de que o autor
dada a ________________________. Essa ____________ tenha sido participante ou testemunha (desen-
volve-se geralmente por meio da comparação
REDAÇÃO

___________________, mas a hipótese mais aceita é


a de que __________________________________________ com o presente ou retorno a ele). A vanta-
______. Outra versão afirma que esse ____________ gem desse método é o de podermos mostrar o
____________, que tem origem ____________. O que se desenvolvimento cronológico de um assunto,
sabe é que _______________________________________. expondo sua evolução no tempo. Ao se servir
de um fato histórico para sustentar uma tese,
lembre-se de que a história é a ciência que estu-
Preenchendo o modelo, teremos: da o homem e sua ação no tempo e no espaço, 93
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
concomitantemente à análise de processos e „ Tipos diferentes de parágrafos de desenvol-
eventos ocorridos no passado — e como ela é vimento: as possibilidades de ordenação do
uma ciência, tem, por conseguinte, um grande parágrafo são várias: exploração de aspectos
valor argumentativo. espaciais e temporais, enumeração de porme-
nores, apresentação de analogia, ou contraste,
Observe como isso é simples: citação de exemplos, apresentação de causas e
consequências.
Modelo nº 4
Desde a época da ________________ sabe-se que „ Desenvolvimento por exploração espacial:
___________________________________________________ ao argumentar, você pode se servir da exposi-
para ____________________________________. Principal- ção de informações relativas ao lugar em que
mente hoje em dia, reconhece-se que ____________ os fatos ocorreram.
_____________________________________________, além
de________________________________________________
____________________________________________________. Modelo nº 1
A cidade (ou região) em destaque é _____________,
que fica localizada em ____________, região nobre de
Preenchendo o modelo, teremos: ________ É aí onde se localiza ______________________
_____________ dessa região. Cercada por uma densa
floresta ___________________, foi bem no centro desse
Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
____________________________________________________.
que a alimentação dada a esses novos brasileiros era
boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir
os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em Preenchendo o modelo, teremos:
dia, principalmente, já se reconhece que os car-
boidratos do arroz e do feijão, as proteínas da carne A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da
e das verduras fornecem um completo abastecimento Serra, que fica localizada em Monte Mole, região
de energia somada ao prazer, justificando os hábitos nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das
do passado como responsáveis pelo tradição alimentar mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
que preservamos. medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado-
res dessa região. Cercada por uma densa floresta
„ Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por
de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san-
interrogação é colocada por intermédio de uma
tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou
pergunta a qual serve mais como recurso retó-
uma espécie de centro cultural da região por preservar
rico, uma vez que a questão levantada deve ser
até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his-
respondida pelo próprio autor. Seu desenvolvi- tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e
mento é feito por intermédio da confecção de reverenciada pelos devotos naobilicos.
8

uma resposta à pergunta.


-2
77

„ Desenvolvimento por exploração temporal:


.7

Modelo nº 5 nesse modelo o leitor é informado do momen-


86

Será possível determinar qual é ______________ to em que os fatos ocorreram com a indicação
.8

para_____________________________? (Resposta) ______ de datas e outros aspectos temporais. Pode-se


39

____________________________________________________. recorrer nesse momento aos artifícios empre-


-1

gados no próprio parágrafo de alusão histórica,


já que este também se serve de referências cro-
o
av

Preenchendo o modelo, teremos: nológicas como em:


st
gu

Será possível determinar qual é a melhor combi-


Modelo nº 1
o

nação de alimentos para atender às necessidades diá-


av

No passado, quando pensávamos em ____________,


rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá notávamos que ____________, comparada à que vemos
st

que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- nos nossos dias atuais. Hoje, por outro lado, _______
gu

teínas devem compor essa alimentação e não há quase _______________________________ tornaram-se ________.
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato O resultado disso é que _______, na atualidade,
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções tornou-se_____________________.
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos
têm de recomposição de força e de energia.
Preenchendo o modelo, teremos:
Parágrafos de Desenvolvimento
No passado, quando pensávamos em alimenta-
Após o primeiro parágrafo que, como já vimos, ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência
pode apresentar a tese e também os argumentos prin- era muito maior comparada à que vemos nos nos-
cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor- sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses
dar os elementos que sustentarão essas afirmações alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio-
iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul-
recursos argumentativos que articularão o convenci- tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se
94 mento do leitor quanto à tese apresentada. um ritual de bem viver.
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„ Desenvolvimento por exploração de por- os chamados conectivos de comparação (quanto,
menores ou de enumerações: nesse modelo como, do que, tal qual).
de parágrafo, você tem por objetivo enumerar
características, relacionar aspectos importan- Por exemplo:
tes sobre algum assunto. A apresentação das
ideias pode ser ou não ordenada segundo uma
Modelo nº 5
ordem de importância. A ordem depende do
que você pretende enfatizar. No caso das _______________________, porque cada
qual tem seus próprios valores __________________.
Enquanto a __________________________________, as
Modelo nº 3 ________, por sua vez, _____________________________.
Entre os aspectos referentes a__________________
_______________________ três pontos merecem desta-
que especial. O primeiro é _________________________ Ao preenchermos o modelo, teremos:
__________; o segundo________________ e por fim ____
____________________________________________________. No caso das proteínas do bife e da salada que
comemos, seria melhor não generalizar, porque cada
qual tem seus próprios valores para a alimentação.
Ao preenchermos o modelo, teremos: Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem as
perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as verdu-
Entre os aspectos referentes à alimentação dos ras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxiliam
brasileiros, três pontos merecem destaque especial. O no processamento dos alimentos pelo nosso organismo
primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz ajudando na absorção dos nutrientes.
com feijão; o segundo diz respeito às proteínas pre-
sentes no bife com salada e por fim a glicose somada à „ Desenvolvimento por exploração de causa
cafeína no cafezinho preto com açúcar que fornecem um e consequência: Dentro de uma perspectiva
completo abastecimento de energia somada ao prazer. lógica e simples devemos compreender causa
como um fator como gerador de problemas e
„ Desenvolvimento por exploração de con- consequência como os problemas gerados pela
traste de ideias: na ordenação do parágrafo causa. Trabalhar com causas e consequências é
por exposição de contrastes entre si, você pode apresentar os aspectos que levaram ao proble-
se servir de comparações, ideias paralelas, ma discutido e as suas decorrências.
ideias diferentes e ideias opostas.

Modelo nº 4 Modelo nº 6
Muitos acreditam que __________________________ É de fundamental importância o ___________
________________________________________________, por ___________________________________________________
causa da _____________________________. Por outro __________ para___________________. Podemos men-
cionar, por exemplo, ____________________________
8

lado, sabe-se também que _________________________


-2

____________________________________________________ que____________________, por causa ________________.


77

________________, quando muitas vezes _____________


.7

____________________________________________________.
86

Ao preenchermos o modelo, teremos:


.8
39

Ao preenchermos o modelo, teremos: É de fundamental importância o consumo de ali-


-1

mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-


Muitos acreditam que o cafezinho preto com açú- mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
o
av

car pode causar excitação e ansiedade quando consu- exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
st

mido em excesso, por causa da cafeína e da glicose a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
gu

presentes nele. Por outro lado, sabe-se também que tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
essas substâncias fornecem uma carga suplementar própria consumida durante o dia.
o
av

de energia nos deixando despertos logo após o almo-


ço, quando muitas vezes somos acometidos por uma
st

Parágrafo de Conclusão
sonolência indesejada.
gu

„ Desenvolvimento por exploração de ideias A conclusão de uma dissertação é o momento de


analógicas e comparação: para organiza- se mostrar que o objetivo proposto na introdução
ção das ideias, nossos redatores valem-se de foi atingido. É de fundamental importância que não
expressões que indicam confronto valendo-se ocorra contradição com a tese proposta no início de
do artifício de contrapor ideias, seres, coisas, sua redação, o que descaracterizaria toda a argumen-
fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto pode tação. Você, nesse momento, deve fazer uma síntese
ser de contrastes como de semelhanças. Ana- geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pon-
tos de partida do raciocínio. Pode também demons-
REDAÇÃO

logia e comparação são também espécies de


confronto. Veja o que diz Othon Garcia em trar que uma solução a um problema foi encontrada
Comunicação em prosa moderna: ou que uma proposta de solução pode ser alcança-
da, ou ainda que uma resposta a uma pergunta foi
A analogia é uma semelhança parcial que sugere encontrada.
uma semelhança oculta, mais completa. Na com- Esse momento pode também gerar um questio-
paração, as semelhanças são reais, sensíveis numa namento final, desde que não concorra com suas
forma verbal própria, em que entram normalmente exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser 95
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contemplada na conclusão para que ele não se sinta história mostrada durante o desenrolar do
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema. texto.
Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza-
dor da conclusão também colabora para a progressão Modelo nº 3
e continuidade textual. Tendo em vista os aspectos observados sobre
_________________, só nos resta esperar que
z Tipos diferentes de parágrafos de conclusão: ____________________________. Ou quem saiba ainda
podemos enumerar alguns exemplos de conclu- que ____________________________________ para que
sões satisfatórias que todos poderão usar em seus ______________________ Consequentemente ________
textos dissertativos. __________________________________________________.

„ Conclusão por síntese ou resumo: o primeiro


recurso com que trabalharemos será o do resu- Preenchendo o modelo, teremos:
mo ou síntese geral. Nesse caso, você retoma,
resumidamente, aquilo que explorou durante o Tendo em vista os aspectos observados sobre
texto: nossa alimentação, só nos resta esperar que se
garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de
Modelo nº 1
nossa combinação alimentar para que o mundo saiba
Levando-se em consideração esses aspectos
__________________ somos levados a acreditar que que no Brasil se come bem. Consequentemente será
não é apenas por ____________________________, mas possível a qualquer um balancear com eficiência e bai-
também _________________________________. Sendo xo custo do que se põe na mesa de sua casa.
assim,_____________________________________________.
Agora, basta começar a criar os próprios arranjos
e utilizar essas técnicas para compor redações eficien-
Ao preenchermos o modelo, teremos: tes que garantam seu sucesso em qualquer tipo de
concurso que peça a você um posicionamento especí-
Levando-se em consideração esses aspectos
fico sobre qualquer tema.
práticos do prato do brasileiro, somos levados a acre-
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
Construindo as Máscaras de Redação
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja
Sendo assim, a falta de qualquer um desses ingredien-
como arranjamos os modelos de maneiras diferentes.
tes nos causará debilidade além de insatisfação.
z Modelo n° 1: Introdução (declaração inicial)
8

„ Conclusão por questionamento: nesse mode-


-2

lo, você parte de um questionamento para


77

encerrar seu raciocínio. Mas não se esqueça de


.7

que você não deve colocar em dúvida os argu- É fato notório que ____________________________
86

mentos desenvolvidos em sua redação. __________________________________________. Sabe-se


.8

que _____________________________________________,
39

além da __________________________________________.
-1

Modelo nº 2
o

O que mais há para ser tomado como _________


av

_________________________(?) _______________________
st

acreditar que ____________________________________ z Modelo n° 2: desenvolvimento (pormenores ou


gu

_______________, mas também ____________________ de enumerações)


o

_______________________________(?) Certamente que


av

sim, pois _________________________________________.


st
gu

Entre os aspectos referentes a ___________________


três pontos merecem destaque especial. O primei-
Preenchendo o modelo, teremos: ro é ___________________________________; o segundo
_________________ e por fim ________________________.
O que mais há para ser tomado como positivo
e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos nos Modelo nº 2: desenvolvimento (temporal)
leva a acreditar que não é apenas por prazer que
No passado, quando pensávamos em _______,
somos seduzidos pela nossa culinária, mas tam-
notávamos que ___________________. era ____________
bém por tudo o que ela nos oferece para a manutenção
comparada à que vemos recentemente . Hoje, por
de nossa saúde. E a falta desses ingredientes mudará a
outro lado, _______________________________ torna-
saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
a carência de tais ingredientes nos causará debilidade ram-se _____________. O resultado disso é que ______,
além de insatisfação. na atualidade, tornou-se _________________________.

„ Conclusão por resposta, solução ou propos-


ta: levanta-se uma (ou mais) hipóteses ou suges- z Modelo n° 3: desenvolvimento (contraste de
96 tões do que se deve fazer para transformar a ideias)
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Muitos acreditam que ________________________ É fato notório que a comida dos brasileiros é mui-
_________________________________________, por cau- to boa e tem tudo de que eles necessitam para o seu
sa da ____________________________. Por outro lado, longo dia de trabalho. Sabe-se que o arroz-com-feijão
sabe-se também que______________________________ nos fornece um completo abastecimento de energia
_______________, quando muitas vezes _____________. somado ao prazer.
Entre os aspectos referentes a esse par con-
siderado completo que é o arroz com feijão, três
z Modelo n° 4: conclusão (síntese ou resumo) pontos merecem destaque especial. O primeiro
está na riqueza de carboidratos presentes nele e que
nos reabastece repondo a energia consumida duran-
te o dia; o segundo nos reporta ao sabor exótico e
Levando-se em consideração esses aspectos marcante que o alimento oferece, tornando-o sem-
______________ somos levados a acreditar que não é pre uma escolha positiva quanto ao prazer e por fim
apenas por _________________________________, mas deve-se levar em conta a vantagem do baixo custo
também____________. Sendo assim,______________. dessa combinação se comparado a outros alimen-
tos também computados como importantes para a
composição de uma alimentação rica.

Nova máscara No passado, quando pensávamos em alimen-


É fato notório que ____________________________ tação, notávamos que sua relação com sobrevi-
_________. Sabe-se que ___________________________, vência era muito maior comparada à que vemos
além da ____________________. Entre os aspectos recentemente. Hoje, por outro lado, a qualidade
referentes a ______________________________ três desses alimentos e a qualidade da saúde que eles pro-
pontos merecem destaque especial. O primeiro é porcionam tornaram-se o foco desse pensamento.
___________________; o segundo_____________________ O resultado disso é que comer, na atualidade,
e por fim ____________________________________. tornou-se um ritual de bem viver.
No passado, quando pensávamos em __________, Muitos acreditam que a comida presente em
notávamos que ___________________________ era nossas mesas é uma das mais saudáveis do mundo,
____________ comparada à que vemos recentemen- por causa da sua variedade e equilíbrio. Por outro
te. Hoje, por outro lado, _________________________ lado, sabe-se também que poderá engordar, quan-
tornaram-se _________________. O resultado do muitas vezes for consumida sem medida, com
disso é que ______, na atualidade, tornou-se inspiração apenas no sabor e no prazer que oferece.
__________________________. Muitos acreditam que Levando-se em consideração esses aspectos
________________________________, por causa da práticos do prato do brasileiro somos levados a
acreditar que não é apenas por prazer que somos
__________________________. Por outro lado, sabe-
seduzidos pela nossa culinária, mas também por
-se também que _________________, quando muitas
tudo o que ela nos oferece para a manutenção de
8

vezes _______________. Levando-se em considera-


nossa saúde. Sendo assim, concluímos que a falta
-2

ção esses aspectos _________________ somos levados


77

desse ingrediente em nossa mesa nos causará debili-


a acreditar que não é apenas por _________________ dade além de insatisfação.
.7

______________, mas também _____________________.


86

Sendo assim, _____________________________________.


.8
39

Com esses modelos apresentados, desejamos mos-


-1

trar como é possível programar e treinar nossos tra-


Observe que fizemos a opção por abrir nossa reda-
balhos de redação se exercitarmos essas habilidades.
o

ção com uma declaração inicial. Como abordamos um


av

Porém, é de fundamental importância que você bus-


tema geral, sem uma relevância científica notória e
st

que ou crie um modelo de máscara com o qual você


gu

que representa na verdade um conhecimento cultural mais se identifique. Isso para que, no momento de
somado às observações de médicos e nutricionistas, produção de sua redação, principalmente se ocorrer
o
av

a declaração foi a melhor alternativa, já que não se durante uma prova de concurso, você já esteja organi-
zado. Com isso, espera-se que você tenha a vantagem
st

compromete com a obrigatoriedade de recorrência a


gu

uma fonte de conhecimento referencial. de partir direto para a elaboração de seu texto sem ter
de ficar parado buscando inspiração em um momento
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen-
em que todo segundo é importante.
volvimento mesclando os vários modelos apresen-
tados anteriormente. Ao mesmo tempo em que eles PROJETO DE TEXTO – ANÁLISE DE PROPOSTAS E
nos ofereciam diversas alternativas para a estrutura- RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS
ção de nosso projeto, também nos orientavam dando
caminhos a seguir na argumentação. É como se mon- Neste assunto, trabalharemos com a análise de
tássemos realmente um quebra-cabeça. algumas propostas de variadas instituições para mos-
REDAÇÃO

Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos trar as diferenças entre elas. Veremos também como
de desenvolvimento para esse projeto. Por enume- vêm sendo apresentados os temas e como agir dian-
te das diferentes exigências feitas nas últimas pro-
rações, o temporal e o por contraste. Forçamos um
vas de concursos. Depois passaremos ao trabalho de
pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só
orientação de como evitar erros comuns e como bus-
depois, completar nossa redação. Afinal de contas, car soluções para alguns problemas que venhamos
essa é a vantagem do projeto de máscaras. a enfrentar quando estivermos escrevendo a nossa
Veja como ficou: redação durante a prova. 97
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Observe que, antes de iniciar a apresentação do mais pontos serão perdidos, ou pior, serão desclassifi-
tema, há orientações claras da instituição aos candi- cados caso não se possa ler o que foi escrito.
datos para que não incorram em erros que possam Veja como as bancas trabalham com o possível erro
desclassificá-los ou que ainda não percam pontuações na transcrição de uma palavra. Você deve apenas passar
significativas na avaliação de seu texto. um traço sobre a palavra, a frase, o trecho ou o sinal grá-
Veja a proposta a seguir: fico e escrever em seguida o respectivo substituto.
Exemplo:
Prova Discursiva
Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito
z Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso dese-
felizes.
je, os espaço para rascunho indicado no presente
caderno.Em seguida, transcreva o texto para a ERROU? CORRIGIU!
folha de texto definitivo da prova discursiva,
no local apropriado, pois não será avaliado frag-
mento de texto escrito em local indevido.
z Qualquer fragmento de texto além da extensão máxi-
ma de linhas disponibilizadas será desconsiderado. Como última informação, eles alertam para que
z Na folha de texto definitivo, a presença de qual- não se usem parênteses com essa finalidade. Os
quer marca identificadora no espaço destinado à parênteses são elementos gramaticais de pontuação e
transição do texo definitivo acarretará a anulação como tal devem ser usados em sua indicação correta,
da sua prova discursiva. isolando termos pertinentes ao texto e é dessa forma
z Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00 que será avaliado seu uso.
pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuido Observe agora os textos motivadores para essa pro-
ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às posta e o tema que deve ser abordado obrigatoriamente:
margens e indicação de parágrafos) e estrutura tex-
tual (organização das ideias em texto estruturado). Direito à Saúde

Inicialmente o candidato é orientado a usar a O direito à saúde é parte do conjunto de direitos


folha de rascunho e depois transcrevê-la para a folha chamados de direitos sociais, que têm como inspira-
definitiva. ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil,
Por quê? Porque muitos candidatos deixam para esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes disso,
fazer suas redações ao término da prova objetiva, o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para
quando a prova discursiva ocorre concomitante- trabalhadores com carteira assinada e suas famílias;
mente à esta, e acabam administrando mal o tempo. as outras pessoas tinham acesso a esses serviços como
Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações um favor e não como um direito. Na Constituinte de
diretamente na folha definitiva e têm de assumir os 1988, as responsabilidades do Estado foram repen-
riscos de cometer erros que não podem ser revertidos. sadas, e promover a saúde de todos passou a ser seu
Ou ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e dever: “A saúde é direito de todos e dever do Estado,
8

esperam que seja corrigido assim mesmo. garantido mediante políticas sociais e econômicas
-2

que visem à redução do risco de doença e de outros


77

agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e


.7

Importante! serviços para a promoção, proteção e recuperação”


86

(CF, art. 196).


.8

Por determinação apresentada geralmente nos A saúde é um direito de todos porque sem ela
39

editais, os rascunhos não serão lidos. não há condições de uma vida digna, e é um dever
-1

do Estado porque é financiada pelos impostos que são


o

pagos pela população. Dessa forma, para que o direi-


av

Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade to à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado
st

de disputar a vaga para esse concurso, pois são desclas- crie condições de atendimento em postos de saúde,
gu

sificados como se não houvessem feito sua redação. hospitais, programas de prevenção, medicamentos
o

Como falam sobre um lugar apropriado para a etc., e, além disso, é preciso que esse atendimento seja
av

transcrição do texto e declaram que não considera- universal (atingindo a todos os que precisam) e inte-
st

rão fragmentos de textos escritos em lugar indevi- gral (garantindo tudo de que a pessoa precise).
gu

do, os candidatos deverão ficar atentos às margens A criação do SUS está diretamente relacionada à
e ao número de linhas disponibilizado. Ou seja, se tomada de responsabilidade por parte do Estado.
ultrapassadas as trinta linhas da folha, certamen- Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve
te a conclusão ficará fragmentada. Se a margem for promover e recuperar a saúde de todos os brasilei-
ultrapassada, aquela parte da palavra não será lida. ros, independentemente de onde morem, de tra-
O resultado dessas desatenções prejudicará toda a balharem ou não e de quais sintomas apresentem.
coerência do texto, além de comprometer a estrutura Infelizmente, esse sistema ainda não está completa-
dissertativa. mente organizado e ainda existem muitas falhas, no
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra- entanto seus direitos estão garantidos e devem ser
fia, que nem sempre aparecem nesse quadro inicial, cobrados para que sejam cumpridos.
mas que sempre servem como referência para todas as
provas. Lembrem-se sempre de que o corretor não é Internet: nev.incubadora.fapesp.br (com adaptações).
um perito do serviço de inteligência nacional, que bus-
ca meios científicos e investigativos para decodificar A humanização é um movimento com crescente e
informações relevantes de uma mensagem secreta. Por disseminada presença, assumindo diferentes sentidos
98 isso, se seu texto tiver problemas quanto à legibilidade, segundo a proposta de intervenção eleita. Aparece, à
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primeira vista, como a busca de um ideal, pois, sur- instituição em sua totalidade e rejeitar proposi-
gindo em distintas frentes de atividades e com signi- ções que não atendam às aspirações populares.
ficados variados, segundo os seus proponentes, tem
representado uma síntese de aspirações genéricas Agora, vamos criar uma tese que se encaixe com
por uma perfeição moral das ações e relações entre essas respostas, como por exemplo:
os sujeitos humanos envolvidos. Cada uma dessas Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
frentes arrola e classifica um conjunto de questões o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
práticas, teóricas, comportamentais e afetivas que como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
teriam uma resultante humanizadora. pirassem, nem pensassem; como se fossem um número
Nos serviços de saúde, essa intenção humanizado- em um gráfico de estatística e não existissem.
ra se traduz em diferentes proposições: melhorar a Agora vamos buscar, nas respostas que elabora-
relação médico-paciente; organizar atividades de mos, ações que promovam essa proposta de humani-
convívio, amenizadas e lúdicas, como as brinquedo- zação, como, por exemplo:
tecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao
teatro; garantir acompanhante na internação da crian- „ Treinar os profissionais de saúde para que
ça; implementar novos procedimentos na atenção recepcionam os pacientes com um atendimen-
psiquiátrica, na realização do parto — parto humani- to mais atencioso nesse momento carência;
zado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso „ Unificar as informações sobre o oferecimen-
— programa da mãe-canguru —; amenizar as condi- to de serviços apropriados aos pacientes, bem
ções do atendimento aos pacientes em regime de como oferecer meios de locomoção contínua
terapia intensiva; denunciar a “mercantilização” da aos que necessitam de buscar outras unidades
medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras que possam atendê-los;
proposições. „ Fiscalizar e avaliar continuamente a qua-
Internet: www.scielo.br lidade dos serviços oferecidos expondo os
resultados à população, além de apresentar
“A Necessidade de Humanização dos Serviços cronogramas dos projetos de evolução de
Públicos de Saúde” desenvolvimento científico e tecnológico a
serem implementados em prol da saúde.
z Compreendendo a proposta
Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
O primeiro passo, ao analisar os textos propos- palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
tos, é buscar os principais pontos de maior destaque Observe:
por eles abordados. Destacamos as palavras-chave Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
de cada parágrafo para construir uma síntese sobre o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
as principais ideias. Essa é uma atitude que também como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
pode ser tomada durante a análise das propostas, pois pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme-
é assim que poderá se construir a tese em sintonia ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para
com o tema. que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se
8
-2

O próximo passo é organizar essas informações, procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
77

relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res- unificar as informações sobre o oferecimento de
.7

ponder a uma pergunta feita a partir do tema. Veja serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
86

uma possibilidade: te a qualidade dos serviços oferecidos.


.8

Daqui para frente você já sabe... é o arroz com fei-


39

z Como humanizar os serviços públicos de saúde?


jão, ou seja, os modelos que apresentamos extensa-
-1

Vamos agora produzir algumas possíveis respostas mente ao longo do material.


o

com as palavras que destacamos no texto: Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
av

análise de propostas, mas que compreendem pratica-


st

„ Cobrar dos governantes condições dignas de mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
gu

atendimento por se tratar de um dever do esta- rentes instituições e diferentes propostas, assim como
o

do reverter em benefícios à população os valo- dissemos que faríamos.


av

res arrecadados em impostos; Vamos passar agora para o acabamento de nossa


st

„ Responsabilizar o governo pela proteção e redação, pois alguns aspectos devem ser observados
gu

recuperação da saúde de todos; ou antes que fechemos a nossa redação.

z Por que é necessário humanizar os serviços 20 Dicas com Síntese de Alguns Aspectos de Grande
públicos? Relevância

„ Para garantir a todos o direito à saúde, já que se Reunimos aqui algumas informações importantes
trata de uma determinação de nossa constituição, para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas
prestando serviços de atendimento ao público; até já foram trabalhadas anteriormente, mas as retoma-
„ Para destacar que a humanização dos serviços remos para criar um procedimento de observação geral.
REDAÇÃO

públicos não é apenas uma aspiração de perfeição


moral, mas, antes de tudo, um programa de melho- z 1° Estética: grafia / alinhamento / paragrafação /
ria nas relações de convívio com os agentes de respeito às margens
saúde, promovendo o desenvolvimento de novos Essa serve para qualquer prova de concurso. Já
procedimentos de atendimento aos pacientes; falamos a respeito disso, mas é importante reforçar.
„ Para poder denunciar as especulações e a mer- A maioria das bancas exige que os candidatos
cantilização dos serviços médicos e criticar a apresentem uma escrita que permita a leitura clara 99
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
do texto sem a preocupação com o tipo de letra, res- Com os modelos que apresentamos, você pôde
peitando apenas questões de caixa alta (letra gran- observar que, para cada parágrafo de aproximada-
de marcando o início de frases e nomes próprios) e mente 5 linhas, usamos pelo menos 3 períodos. Com
caixa baixa (letra pequena compondo o restante da isso, conseguimos algumas vantagens, como a de ser
palavra). mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia e tam-
A segunda parte desse item aborda o respeito às bém a de isolar um possível erro dentro de um perío-
margens. É de fundamental importância a disposição do sem projetá-lo para o resto do parágrafo.
do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar
os limites impostos pelas margens direita e esquerda, (1)É de fundamental importância o ........................
nunca ultrapassando seus limites nem se distancian- ........................ ........................ ........................ ........................
do demasiadamente delas: para........................ ........................./(2) Podemos mencio-
nar, por exemplo, ................................................................
que........................ ........................, por causa ....................
.........................../ (3) Esse ........................ ........................do
Margens que........................ .........................

z 4° A ordem direta facilita na correta pontuação

Na margem esquerda da folha definitiva de reda- Uma das importantes regras de pontuação que
ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado determina o correto emprego da vírgula orienta que,
da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo +
letra e a demarcação da margem. complementos), não se deve usar vírgula para sepa-
rar termos que se complementam sintaticamente. Ou
seja, se estiverem com alguma dúvida quanto ao uso
de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais
fácil a compreensão da estrutura. Exemplo:
Ordem com termo deslocado:

Termo deslocado
(Complemento adverbial) Sujeito Verbo (Complemento verbal)
Na margem direita, a preocupação do candidato
aumenta, pois além de se preocupar com as questões
Hoje pela manhã, eu comprei um belo carro novo.
de divisão silábica e o correto emprego do hífen para
essa função, ele também deverá se preocupar em não
ultrapassar a linha demarcatória da margem.
8

Ordem direta:
-2
77

Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã.


.7

2 cm
86

Parágrafo z 5° Colocação pronominal: os pronomes pessoais


.8

oblíquos átonos podem ocupar três posições dis-


39

tintas na oração: anteposto ao verbo (próclise),


-1

Margens
posposto ao verbo (ênclise) e entremeio ao verbo
o

(mesóclise). Em regra, a posição que esses prono-


av

mes vão ocupar em determinada oração é estabe-


st
gu

lecida perante a presença ou ausência de palavras


O último item desse quesito trata da paragrafação, atrativas. Advérbios, conjunções subordinativas,
o
av

ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação. termos que exprimem sentido negativo, pronomes
relativos, indefinidos e demonstrativos são exem-
st

O candidato deverá deixar bem clara a distância em


gu

que se iniciará a escritura do parágrafo para que se plos de palavras capazes de atrair o pronome pes-
faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar- soal oblíquo átono para antes do verbo. Assim, não
gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já havendo nenhuma palavra atrativa antes do verbo
é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola, da oração, subentende-se que a colocação prono-
deixando um espaço de dois dedos. minal dar-se-á pela ênclise ou mesóclise, a depen-
der da construção sintática;
z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre
erradas têm maior valor. As opiniões pessoais pouco con-
Você deve apenas passar um traço sobre a palavra, tribuem para a sustentação de uma ideia. Por isso,
a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui- as afirmações apresentadas terão melhor aceita-
da o respectivo substituto. Exemplo: ção se trouxerem representações gerais de valor
Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito coletivo:
felizes.
Acredita-se em vez de Acredito
z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por Sabe-se em vez de Sei
100 parágrafo. Ou outras expressões generalizantes como:
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É de conhecimento geral... / Muitos entendem TEMAS GERAIS DE REDAÇÃO
que... / Muito se tem discutido sobre...
Tema 1: Prova Discursiva – PRF – 2019
z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca,
vista, o seu posicionamento diante do tema; por reduzir a tolerância com motoristas que dirigem
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas embriagados, colocou o Brasil entre os países com
próprios às funções dos cargos disputados, por isso legislação mais severa sobre o tema. No  entanto, a
preste sempre atenção nos assuntos recorrentes atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos.
dos textos da prova; Um levantamento, por meio da Lei de Acesso à Infor-
z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a mação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com
menos que isso seja uma exigência do edital. crescimento contínuo desde 2008. O avanço das infra-
ções nos últimos cinco anos ficou acima do aumento
z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni-
da frota de veículos e de pessoas habilitadas: o núme-
mos e outros termos de recuperação.
ro de motoristas flagrados bêbados continua cres-
cendo, em vez de diminuir com o endurecimento das
que = o qual / a qual;
punições ao longo desses anos.
onde = em que , no qual / na qual.
Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
z 11° Vocabulário: procure sempre a clareza na
apropriação vocabular. A linguagem simples torna Nas estradas federais que cortam o estado de Per-
o texto mais fluente: pense em explicar seus argu- nambuco, durante o feriadão de Natal, a PRF registrou
mentos como se falasse a uma criança de 10 anos. cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e dois
Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga: feridos e sete mortos. Segundo a corporação, seis moto-
atualmente ou hoje em dia; ristas foram presos por dirigir bêbados e houve oitenta
z 12° Interferência positiva: se possível apresente e sete autuações pela Lei  Seca. Os números são parte
propostas que deem solução aos problemas levan- da Operação Integrada Rodovia, deflagrada pela PRF.
tados na redação. Não fique apenas fazendo cons- Em 2017, foram registrados noventa acidentes. No ano
tatações óbvias; passado, a ação da polícia teve um dia a menos.
z 13° Não faça críticas ao governo: essa postura Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
é pobre e pouco criativa – é o que se chama de
lugar comum. É como se você fosse pedir emprego Considerando que os fragmentos de texto acima
em uma empresa e criticasse o patrão durante a têm caráter unicamente motivador, redija um texto
entrevista; dissertativo acerca do seguinte tema:
z 14° O rascunho é importante: é a sua garantia de
“O Combate às Infrações de Trânsito nas Rodovias
poder fazer uma revisão eliminando erros. Vale
Federais Brasileiras”
sempre a pena caprichar. Lembre-se de que é fun-
ção de quem escreve seduzir o leitor e o estímulo Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
8
-2

visual contribui para que haja uma boa impressão;


77

z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi- 1. Medidas adotadas pela PRF no combate às infra-
.7

cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.: ções; [valor: 7,00 pontos]
86

conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, 2. Ações da sociedade que auxiliem no combate às
.8

“justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc.; infrações; [valor: 6,00 pontos]


39

z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”, 3. Atitudes individuais para a diminuição das infra-
-1

“incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc; ções. [valor: 6,00 pontos]
o

são juízos de valor sem carga informativa, impre-


av

Tema 2: PF – Agente – 2018


cisos e subjetivos;
st
gu

z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres- Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF) dis-
sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe- põe que o Estado democrático se destina a assegurar o
o

doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
av

da linguagem oral devem ser evitados, bem como a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
st

o uso de “etc.” e as abreviações;


gu

dade e a justiça como valores supremos de uma socie-


z 18° Não se usam entre aspas palavras estrangei- dade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
ras sem correspondência na língua portuguesa: na harmonia social e comprometida, na ordem interna
hippie, status, dark, punk, chips etc.; e internacional, com a solução pacífica das controvér-
sias. A missão das forças policiais é garantir ao cidadão
z 19° Observe se não há repetição de ideias, falta de
o exercício dos direitos e das garantias fundamentais
clareza, construções sem nexo (conjunções mal
previstos na CF e nos instrumentos internacionais
empregadas), falta de concatenação (coesão) de
subscritos pelo Brasil (art. 5.º, § 2.º, da CF).
ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divaga-
O cumprimento dessa missão exige preparo dos inte-
ção ou fuga ao tema proposto;
REDAÇÃO

grantes das corporações policiais, que devem perseguir


z 20° Caso você tenha feito uma pergunta na tese incansavelmente a verdade dos fatos sem se afastar da
ou no corpo do texto, verifique se a argumenta-
estrita observância ao ordenamento jurídico vigente,
ção responde à pergunta. Se você eventualmente
que deve ser observado por todos, em respeito ao Estado
encerrar o texto com uma interrogação, esta pode
democrático de direito.
estar corretamente empregada desde que a argu-
mentação responda à questão. Se o texto for vago, Wlamir Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado democrático.
a interrogação será retórica e vazia. Internet: (com adaptações). 101
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Brasil se efetivou como um país democrático de II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a
direito após a promulgação da CF — também chama- quaisquer formas de discriminação;
da de Constituição Cidadã, por contar com garantias III - não criminalização da migração; […]
e direitos fundamentais que reforçam a ideia de um VI - acolhida humanitária; […]
país livre e pautado na valorização do ser humano. IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao
Com a ruptura do antigo sistema ditatorial, o Estado migrante e a seus familiares;
tinha a necessidade de resgatar a importância dos X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante
direitos humanos, negligenciados até então, porquan- por meio de políticas públicas;
XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços,
to, desde 1948, havia-se erigido a Declaração Interna-
programas e benefícios sociais, bens públicos, edu-
cional dos Direitos Humanos no mundo. Já no art. 1.º
cação, assistência jurídica integral pública, traba-
da CF, afirma-se a condição de Estado democrático de
lho, moradia, serviço bancário e seguridade social;
direito fundamentado em cidadania e dignidade da XII - promoção e difusão de direitos, liberdades,
pessoa humana. O Brasil, por ser signatário de tra- garantias e obrigações do migrante;
tados internacionais de direitos humanos, tem como XVII - proteção integral e atenção ao superior inte-
princípio, em suas relações internacionais, a preva- resse da criança e do adolescente migrante;
lência dos direitos humanos.
(Internet – www.planalto.gov.br)
Yara Gonçalves Emerik Borges. A atividade policial e os direitos
humanos. Internet: (com adaptações).
Tema 4: ABIN – Agente de Inteligência – 2017
A partir das ideias dos textos precedentes, que têm
Denominamos “cooperação descentralizada” as
caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
iniciativas de cooperação protagonizadas pelas admi-
sertativo acerca do seguinte tema:
nistrações locais e regionais, especialmente governos
“O Papel da Polícia Federal no Aprimoramento da municipais e estaduais. Essa cooperação descentralizada
Democracia Brasileira” expressa o surgimento, na América, de uma nova forma
de cooperação, a partir do envolvimento da sociedade
Em seu texto, fronteiriça e de atores políticos locais. Nesse tipo de coo-
peração, vê-se alto nível de articulação da comunidade
1. discorra sobre o papel constitucional e social da fronteiriça em detrimento do governo central.  
Polícia Federal e sua relação com os direitos huma-
nos; [valor: 4,00 pontos] Renata Furtado. 35 anos da lei da faixa de fronteira: avanços e
2. cite contribuições da Polícia Federal relevantes desafios à integração sul-americana. In: Revista Brasileira de
para a manutenção do Estado democrático de Inteligência, n.º 9. ABIN, 2015 (com adaptações).
direito, especialmente relacionadas aos direitos
humanos; [valor: 4,00 pontos] Tendo o fragmento de texto apresentado como
3. apresente sugestões de implantação de ações e(ou) referência inicial, redija um texto dissertativo a res-
projetos que possam contribuir futuramente para peito do papel dos governos municipal, estadual e
o aprimoramento da democracia brasileira. [valor: federal nas relações políticas e sociais nas áreas de
8
-2

4,40 pontos] fronteira do Brasil.  


77

Em seu texto, aborde os seguintes tópicos.


.7

Tema 3: PF – Papiloscopista – 2018


86

z A fronteira como espaço geopolítico e espaço de


.8

Sem abrigos, grupos de imigrantes venezuela- relações sociais. [valor: 10,00 pontos]
39

nos voltaram a acampar na rodoviária e a ficar nas z Distintas relações do Brasil com os países vizinhos
-1

ruas de Manaus. A crise política, econômica e social e principais problemas presentes nas regiões fron-
na Venezuela, que desencadeou um fluxo migratório
o

teiriças. [valor: 18,00pontos]


av

para o Brasil, continua atraindo milhares de imigran- z Papel da área de inteligência na análise das ques-
st

tes para o país. Em busca de sobrevivência, indígenas tões relacionadas às fronteiras. [valor: 10,00 pontos]
gu

venezuelanos da etnia Warao começaram a migrar


para Manaus desde o início de 2017. Adultos, idosos
o

Considerando que os fragmentos de texto apresen-


av

e crianças se abrigaram na rodoviária de Manaus e


tados têm caráter unicamente motivador, redija um
st

debaixo de um viaduto na Zona Centro-Sul. Enquanto


texto dissertativo acerca da entrada de imigrantes no
gu

o maior abrigo foi desativado no Amazonas, a chega-


Brasil, discutindo estratégias para a prevenção de cri-
da dos venezuelanos não indígenas só aumentou. As
mes e de violências envolvendo imigrantes no país,
condições precárias de vida em solo brasileiro podem
tanto na condição de agentes quanto na de vítimas.
favorecer a ocorrência de situações degradantes.
Órgãos federais e entidades religiosas anunciaram
Tema 5: ANVISA – Técnico Administrativo – 2016
medidas para cobrar ações concretas da prefeitura da
cidade e dos governos federal e estadual.
Historicamente, instruir os que não sabem, alimen-
Internet: (com adaptações). tar os famintos e cuidar dos doentes têm sido algumas
das missões diárias indicadas aos devotos de dife-
Lei n.º 13.445/2017 Art. 3.º rentes religiões. Em tempos modernos, a essas mis-
sões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio
A política migratória brasileira rege-se pelos ambiente, como revela, por exemplo, uma mensagem
seguintes princípios e diretrizes: escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades,
I - universalidade, indivisibilidade e interdependên- independentemente de suas crenças, a tomar medidas
cia dos direitos humanos; urgentes para frear as mudanças climáticas. Para o
102 representante máximo do catolicismo, “o cuidado da
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casa comum requer simples gestos cotidianos, pelos prisão temporária do dito indiciado. Para defender
quais quebramos a lógica da violência, da exploração, seus interesses, João constituiu um advogado que, na
do egoísmo, e manifestamos o amor em todas as ações primeira oportunidade, requereu ao delegado de polí-
que procuram construir um mundo melhor”. cia responsável acesso a todos os elementos de prova
no curso do IP, para permitir a ampla defesa de seu
O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações). cliente, de modo a se garantir, assim, o devido processo
legal.
Considerando que o fragmento de texto acima tem Acerca da situação hipotética apresentada e do IP,
caráter unicamente motivador, redija um texto dis- redija um texto dissertativo que atenda, de modo fun-
sertativo acerca do seguinte tema: damentado, às determinações e aos questionamentos
seguintes.
“Preservação do Ecossistema: Responsabilidade do
Estado, da Sociedade e de Cada Cidadão” z Apresente o conceito e a finalidade do IP. [valor:
2,00 pontos]
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
z Descreva as características do IP. [valor: 4,00
pontos]
z Relação entre os cuidados com o meio ambiente
e a preservação das condições sanitárias; [valor: z Comente sobre o valor probatório do IP. [valor:
12,00 pontos] 2,00 pontos]
z Atitudes individuais que podem reduzir os efeitos da z A instauração de IP é indispensável? [valor: 2,00
ação humana sobre o planeta; [valor: 13,00 pontos] pontos]
z Formas de atuação da sociedade para que os
z Na situação considerada, a prisão temporária de
governos cumpram compromissos relacionados à
João, nos moldes em que foi decretada — de ofício
preservação ambiental. [valor: 13,00 pontos]
— foi legal? [valor: 4,00 pontos]
Tema 6: Polícia Civil Goiás – Agente – 2016 z Na situação considerada, há fundamento legal
para o direito de acesso do defensor de João aos
No curso de uma investigação policial, atendendo elementos de prova no curso do IP? Em sua respos-
a representação da autoridade policial, foi autorizada ta, destaque o entendimento do Supremo Tribunal
judicialmente medida de busca e apreensão de bens Federal a respeito. [valor: 5,00 pontos]
e documentos, a ser realizada em endereço determi-
nado, conforme descrito no competente mandado. Tema 8: Polícia Civil do Maranhão – Escrivão – 2017
De posse do mandado, os agentes de polícia, acompa-
nhados da autoridade policial, chegaram ao sobredito Discorra sobre os princípios penais da reserva
imóvel somente no período noturno, devido a vários legal; da anterioridade da lei penal e da intranscen-
contratempos havidos no decorrer das diligências. dência da pena, abordando o conceito de cada um, sua
Confirmado o endereço, constatou-se a presença de natureza jurídica e seus objetivos.
8
-2

várias pessoas no interior do imóvel, entre elas, o pro-


77

prietário da casa, indiciado no inquérito policial que Tema 9: Superior Tribunal de Justiça – Técnico
.7

originou o mandado de busca e apreensão. Adicional- Administrativo – 2018


86

mente, constatou-se a existência de três veículos na


.8

garagem do imóvel. Declaração Universal dos Direitos Humanos (…) Art.


39

Considerando a situação hipotética acima apresenta- 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião
-1

da, redija um texto dissertativo acerca do instituto da bus- e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem inter-
o

ca e apreensão no processo penal. Ao elaborar seu texto, ferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
av

aborde, fundamentadamente, os seguintes tópicos: informações e ideias por quaisquer meios e indepen-
st

dentemente de fronteiras.
gu

z Natureza jurídica da busca e apreensão, seus obje-


o

tivos e suas características e normas gerais. [valor: Internet <www.unicef.org>


av

7,00 pontos]
st

Código Civil (…) Art. 187 Também comete ato ilí-


gu

z Requisitos para o cumprimento da busca e apreen-


são em suas modalidades domiciliar e pessoal. cito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
[valor: 6,00 pontos] manifestamente os limites impostos pelo seu fim eco-
nômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
z Relativamente à situação hipotética apresentada:
possibilidade jurídica de realização da diligência Internet: .<www.planalto.gov.br>
no horário noturno. [valor: 3,00 pontos]
z Relativamente à situação hipotética apresenta- “Não podemos confundir liberdade de expressão
da: possibilidade jurídica de realização de busca nas redes sociais com irresponsabilidade, senão o exer-
pessoal nas pessoas encontradas no interior do cício dessa liberdade torna-se abuso de direito”, alerta a
REDAÇÃO

imóvel, bem como no interior dos veículos estacio- advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista em direi-
nados na garagem. [valor: 3,00 pontos] to digital. “O que mais prejudica a liberdade de todos
é o abuso de alguns, a ofensa covarde e anônima, isso
Tema 7: Polícia Civil Goiás – Escrivão – 2016 não é democracia”. Os chamados crimes contra a honra
na Internet — que envolvem ameaça, calúnia, difama-
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no ção, injúria e falsa identidade — têm gerado cada vez
curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a mais processos judiciais. Um levantamento divulgado 103
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pelo Superior Tribunal de Justiça lista sessenta e cinco Tema 11: Tribunal Regional do Trabalho  8ª Região –
julgamentos recentes que resultaram em pagamento Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016
de indenizações, retirada de páginas do ar, responsa-
bilização de agressores e outras condenações em favor Considerando a integração da gestão da qualidade
das vítimas. Na opinião de Patrícia Peck, a falta de edu- no cotidiano das organizações, redija um texto disser-
cação e a impunidade contribuem para os excessos na tativo acerca do seguinte tema:
Internet. Segundo ela, “Sem educação em ética e leis,
corremos o risco de a liberdade de expressão e o anoni- “Ciclo PDCA”
mato digital se converterem em verdadeiros entraves à
evolução da sociedade digital, pois tornarão o ambien- Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir.
te da Internet selvagem e inseguro”.
z Conceitue o ciclo PDCA. [valor: 10,00 pontos]
Internet <www.cartacapital.com.br> (com adaptações)
z Cite e defina as quatro fases do ciclo PDCA. [valor:
15,00 pontos]
Considerando as ideias precedentes nos fragmen-
tos textuais apresentados anteriormente, redija um z Apresente o detalhamento das etapas da primeira
texto dissertativo a respeito do seguinte tema: fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]

“O Anonimato Digital e o Abuso do Direito à Tema 12: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Liberdade de Expressão” dos Territórios (TJDF) – Analista Judiciário – Área
Judiciária – 2015
Ao construir seu texto, apresente um exemplo de
situação em que emissão de opinião no meio digital Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma
pode significar abuso de direito e discuta maneiras de finalidade. A diferença entre elas reside no fato
prevenir ou coibir esse tipo de comportamento. de que, em se tratando de conduta dolosa, como regra,
Para ajudar na sua preparação, invista no curso existe uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-
on-line Oficina de Redação com a professora Flávia -se  de conduta culposa, a finalidade é quase sempre
Rita. Nas aulas, a professora trabalha a abordagem de lícita. Nesse caso, os meios escolhidos e empregados
vários temas cobrados pela organizadora e você con- pelo  agente para atingir a finalidade lícita é que são
ta com uma correção detalhada, que vai ajudar você a inadequados ou mal utilizados.
identificar os seus pontos fortes e fracos, para saná-los.
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com
Tema 10: Tribunal Regional do Trabalho  8ª Região – adaptações).
Analista Judiciário – Área Administrativa – 2016
Considerando que o fragmento de texto acima tem
Um tribunal regional eleitoral elaborou o seu pla- caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
no estratégico junto à cúpula de juízes. Do ponto  de sertativo acerca dos crimes culposos.
Seu texto deve conter, necessariamente,
8

vista administrativo, o plano foi bem elaborado,


-2

no entanto a estratégia não está sendo alcançada.  A


77

maioria dos servidores não tem conhecimento da mis- z Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo
.7

são, da visão de futuro, dos valores, nem sabe associar menos dois desses elementos; [valor: 12,00 pontos]
86

ao plano estratégico as atividades que executa no dia z Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e
.8

a dia do órgão. O mapa estratégico passou  a ser um


39

dolo eventual e suas diferenças; [valor: 12,00 pontos]


mero cartaz sem significado nas paredes do tribunal.
-1

Considerando que o princípio constitucional da z Os conceitos de culpa imprópria e tentativa. [valor:


o

eficiência vem ganhando cada vez mais destaque 14,00 pontos]


av

nos processos de gestão judiciária  e administrativa


st

das cortes judiciais brasileiras; e considerando ainda Tema 13: Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande
gu

que, para o alcance da eficiência, é necessário que os do Sul – Analista Judiciário – Área Administrativa
o

órgãos do  Poder Judiciário revisem suas estruturas,


av

sua forma de funcionamento e, sobretudo, dispo- A foto de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos
st

nham de um plano bem estruturado para  executar de idade morto em uma praia da Turquia  quando
gu

adequadamente a estratégia e garantir a qualidade sua família tentava imigrar para a Europa, comoveu
dos serviços prestados à população, redija um texto o mundo todo. E serviu para vários países  europeus
dissertativo a respeito  do plano estratégico do tribu- ampliarem sua quota de refugiados — não todos,
nal do caso hipotético descrito. Ao elaborar seu texto, naturalmente — e para a opinião pública internacio-
faça o que se pede a seguir: nal se conscientizar da magnitude do problema repre-
sentado pelas centenas de milhares, talvez  milhões,
z Discorra sobre planejamento estratégico e sua de famílias que fogem da África e do Oriente Médio
finalidade. [valor: 10,00 pontos] para o mundo ocidental, onde, acreditam,  encontra-
rão trabalho, segurança e uma vida digna e decente
z Defina missão, visão e valores organizacionais.
que seus países não lhe oferecem.
[valor: 10,00 pontos]
Considerando que o fragmento de texto acima tem
z Explique o que são objetivos estratégicos. [valor: caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
8,00 pontos] sertativo acerca do seguinte tema:
z Aponte as possíveis falhas na execução da estraté-
gia e as possíveis ações a serem adotadas para que a “As Atuais Correntes Migratórias: O Drama Humano
104 estratégia seja alcançada. [valor: 10,00 pontos] que Afronta a Consciência Universal”
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Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os Tema 16: Tribunal Regional Eleitoral Piauí – Analista
Judiciário – Área Administrativa – 2016
seguintes aspectos:
Nas últimas décadas, a administração pública bra-
z Os fatores que levam milhares de pessoas a enfren- sileira vem passando por algumas reformas, com vis-
tar a perigosa travessia do Mediterrâneo; [valor: tas ao aprimoramento do serviço público prestado e à
3,50 pontos] modernização da gestão. Entre essas reformas, destaca-
-se o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado
z O dilema moral vivido pela Europa entre receber (PDRAE), implantado no ano de 1995, sob a supervisão
ou rejeitar os imigrantes; [valor: 3,00 pontos] do então Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, como
forma de aproximar a administração pública brasileira
z O papel da opinião pública internacional na socie- da chamada administração gerencial.
dade contemporânea. [valor: 3,00 pontos] A partir dessas informações, redija um texto dis-
sertativo, atendendo ao que se pede a seguir.
Tema 14: STM – Analista Judiciário – Área
z Discorra sobre os aspectos da administração pública
Administrativa  e da prestação dos serviços públicos que culmina-
ram na implantação do PDRAE. [valor: 2,50 pontos]
Na trajetória da administração pública brasileira, z Aponte, no mínimo, três objetivos do PDRAE
destacam-se o modelo burocrático, associado ao poder enquanto reforma de estado. [valor: 3,00 pontos]
z Apresente, no mínimo, quatro características da
racional-legal, e o modelo gerencialista, representado
administração pública gerencial. [valor: 4,00 pontos]
pela nova administração pública. Discorra sobre os
seguintes tópicos, relacionados a esses dois modelos: Tema 17: Tribunal Regional Eleitoral Piauí – Analista
Judiciário – Área Judiciária – 2016
z Contextos em que esses modelos surgiram; [valor:
No Brasil, a legislação sobre compras públicas
9,00 pontos]
foi inovada com a introdução da Lei n.º 12.462/2011,
z 2. Propósito de cada um desses modelos; [valor: conhecida como Lei do Regime Diferenciado de Con-
9,00 pontos]3. Princípios e práticas norteadores tratações Públicas (RDC), que foi regulamentada pelo
Decreto n.º 7.581/2011.
(apresente, ao menos, três para cada modelo).
Considerando essas informações, redija um texto
[valor: 20,00 pontos] dissertativo sobre a introdução do RDC no ordena-
mento jurídico brasileiro, abordando, fundamentada-
Tema 15: STM- Analista Judiciário – Área Judiciária mente, os seguintes aspectos:

O comandante de determinado quartel instaurou z A motivação para sua criação; [valor: 2,00 pontos]
8

inquérito policial militar para apurar desvios de mate- z Exigências aplicáveis ao objeto da licitação; [valor:
-2

2,00 pontos]
77

riais na seção do almoxarifado. No curso do procedimen-


z Objetivos expressos na Lei do RDC; [valor: 2,50
.7

to, o encarregado indiciou um tenente, um sargento, um pontos]


86

cabo e um soldado, imputando-lhes a autoria dos fatos.


.8

z Diretrizes relativas às licitações e aos contratos


39

No indiciamento, os quatro constituíram o mesmo advo- administrativos. [valor: 3,00 pontos]


-1

gado para defendê-los, o qual, de imediato, solicitou ao


Tema 18: TJDF – 2015 
o

encarregado o acesso a todos os procedimentos realiza-


av

dos, tenham sido eles documentados ou não, para possi-


st

Quando não havia um Estado organizado, a


gu

bilitar a ampla defesa e o contraditório. solução dos conflitos se dava pela atuação dos pró-
prios  interessados: a força vencia a disputa. No
o

A respeito das informações descritas na situação


av

entanto, com a consolidação do Estado, atribuiu-se


hipotética acima e com base no entendimento do
st

ao Poder  Judiciário, imparcial, a função de aplicar a


gu

Supremo Tribunal Federal e na legislação e doutrina lei na busca da pacificação social. Assim, a jurisdição
pertinentes, redija um texto dissertativo acerca do garantiu ao Estado a legitimidade para agir em nome
pedido do advogado. do interesse público e, ao jurisdicionado, a segurança
jurídica para prosperar.
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os Redija um texto dissertativo acerca do clean code.
seguintes aspectos: Seu texto deverá abordar, necessariamente,

z Características do inquérito policial militar; [valor: z A escolha de nomenclatura de variáveis, métodos


e classes; [valor: 14,00 pontos]
REDAÇÃO

14,00 pontos]
z A abrangência e parametrização de funções; [valor:
z Finalidade do inquérito policial militar e o cabi- 12,00 pontos]
mento de alegações de nulidades nesse procedi- z A necessidade e tipos de comentários. [valor: 12,00
mento; [valor: 12,00 pontos] pontos]
z Possibilidade de deferimento do pedido do advo-
gado. [valor: 12,00 pontos] 105
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ANOTAÇÕES

8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
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st
gu
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106
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entanto, acabou achando novas terras, vindo a ser
chamadas de América.
Para regular o processo da conquista de novas
terras, Portugal e Espanha recorreram ao papa Ale-
xandre VI, que promulgou a bula Inter Coetera. No
HISTÓRIA entanto, a discordância do rei português João II levou
ao Tratado de Tordesilhas em 1494, em que a oeste
da linha imaginária eram terras espanholas e a leste
eram terras portuguesas.

A EXPANSÃO ULTRAMARINA
PORTUGUESA DOS SÉCULOS XV E XVI
O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA
Os meios tradicionais de comércio realizados pelos AMÉRICA
europeus foram sendo colocados em xeque por algu-
mas mudanças sociopolíticas importantes, como o ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E
domínio do entreposto de Constantinopla pelos turco-
ESTRUTURA SOCIOECONÔMICA
-otomanos em 1453, o que dificultava o percurso via
Mar Mediterrâneo. Isso forçou a busca de novas rotas
Brasil Pré-Colonial (1500-1530)
comerciais pelo Oceano Atlântico.
Alguns fatores foram importantes para o sucesso
de portugueses e espanhóis no início da expansão O que foi, afinal, a “descoberta” de um Novo Mun-
do para a Europa, no século XV? O que tal “descoberta”
marítima:
implicava, para os “descobridores” e os “descobertos”?
z Uso da bússola (de origem chinesa); Esse “Novo Mundo” era assim considerado porque
z uUso do astrolábio (de origem árabe); antes essas terras não constavam nos mapas do mun-
z Uso da caravela, tipo de embarcação mais rápida do ocidental, tampouco se conhecia sua fauna, flora
do que suas predecessoras. e, sobretudo, sua população, que se mostrava radical-
mente diferente da humanidade conhecida pelo oci-
Além do fato de Constantinopla estar nas mãos dos dente. Tratava-se, afinal, de homens e mulheres que
turco-otomanos e das técnicas de navegação, alguns praticavam a poligamia, não trajavam roupas, viviam
outros motivos explicam o pioneirismo dos reinos em constantes guerras e, para horror dos europeus,
ibéricos: alguns comiam carne humana. Muito pouco espaço
se deu, na chamada descoberta, para efetivo conheci-
z Conquista de Ceuta dos mouros pelos portugueses mento e aproximação da população nativa das Amé-
no norte da África em 1415, que possibilitou o con- ricas. Tinha-se muita curiosidade, exotismo e uma
trole de um estratégico centro comercial; grande imaginação.
z Conquista de Granada dos mouros pelos espanhóis Em 1492, Cristóvão Colombo, comandando uma
em 1492, sendo um marco na retomada da Penín-
8

frota espanhola que procurava um caminho alterna-


-2

sula Ibérica; tivo para as Índias, sob ordens dos reis católicos Fer-
77

z Procura por metais preciosos, em especial, o ouro


nando e Isabel, defrontou-se com o que chamariam
.7

e a prata, já que nos séculos XV e XVI esses metais


de continente americano e seria um dos primeiros a
86

eram usados como forma de acumular riqueza,


usar o termo canibal para qualificar os nativos.
.8

cunhar moedas e em trocas comerciais;


A Europa mantinha contato com os países do
39

z O ideal de evangelização para levar a fé cristã às


Oriente desde 1415, e os portugueses já haviam con-
-1

populações que não a conheciam era um projeto


tornado uma parte considerável da costa africana no
muito importante para os reinos católicos de por-
o

século XV. Ao final desse mesmo século, a questão era


av

tugueses e espanhóis.
encontrar uma rota para as Índias que tornasse pos-
st

sível continuar com o comércio de especiarias, metais


gu

Após a conquista de Ceuta, Portugal conseguiu


uma série de outros feitos, como a chegada à Ilha da preciosos, joias e sedas, uma vez que a rota oriental
o

estava sob o domínio turco islâmico, ou seja, interdi-


av

Madeira (1419) e à Ilha de Açores (1439). Ainda em


1434, Gil Eanes atravessou o Cabo do Bojador na Cos- tada para os cristãos.
st

Os europeus, sobretudo espanhóis e portugueses,


gu

ta Africana e, a partir daí, Portugal estabeleceu seus


entrepostos e fortalezas ao longo da costa atlântica de esperavam receber algum ressarcimento imediato
todo o continente africano. Quando em 1487, Barto- pelas suas viagens desbravadoras, e de início não per-
lomeu Dias atravessou o Cabo das Tormentas (da Boa ceberam grande potencial de exploração econômica
Esperança posteriormente), Portugal encontrou uma para a área “descoberta”. Continuaram as incursões
rota marítima para as Índias, formalizada com a via- ao Novo Mundo até serem descobertas, pelos espa-
gem de Vasco da Gama em 1498. nhóis, reservas de metais preciosos no território que
Dois anos depois, Pedro Álvares Cabral deu início à lhe cabia, deixando os portugueses ansiosos por des-
viagem que chegaria ao que hoje é o Brasil. Ao contrá- cobrir na sua parte da América também grande quan-
HISTÓRIA

rio do que muitos imaginam, isso não foi acidental, mas tidade de ouro e prata.
sim previsível, já que os portugueses tinham noção da Sabe-se que desde o século XV os portugueses
existência de outras terras a oeste do Atlântico. já haviam se lançado em espaços africanos. Esse
Em 1492, foi a vez dos espanhóis buscarem essas movimento de aproximação se deu com o objetivo
novas rotas. Sob o patrocínio dos reis Fernando e de expulsar os mouros da Península Ibérica, mas a
Isabel, Cristóvão Colombo partiu em busca de uma manutenção do contato com o continente africano
rota alternativa às Índias, tendo a ideia de contornar permitiu que construíssem ali feitorias, promovendo,
o globo terrestre e chegar pelo extremo oriente. No por fim, sua colonização. Seria apenas em 1500 que, 107
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dando sequência ao seu desbravamento marítimo, do Maranhão, e o Governo do Sul, sediado no Rio de
Portugal se depararia com o Brasil, embora já em 1494 Janeiro, e composto pela região de Ilhéus até o Sul.
lusitanos e espanhóis tivessem assinado o chamado Reuniam-se regiões, ainda, que não pareciam com-
Tratado de Tordesilhas que dividia o Novo Mundo preender pertencerem ao mesmo espaço administra-
entre os dois Estados. tivo e político.
Inicialmente, Portugal não teve interesse imedia-
to em desbravar suas “novas” terras, uma vez que o A Era Açucareira
comércio oriental lhe era mais rentoso. Os primei- O açúcar não foi, nos primeiros anos de coloniza-
ros contatos permitiram a criação de um imaginário ção, apenas um produto produzido na colônia; ele era
sobre o ambiente da América Portuguesa, assim como responsável pelo surgimento de códigos, costumes e
da população que lá habitava: o lugar era um paraíso hábitos. Foi apenas no século XVI que se desenvolveu
na terra, no qual residiam todo tipo de monstros – de o hábito, na Europa, do consumo do açúcar feito da
alguma forma, “os indígenas canibais” eram vistos, cana, que passou de produto de requinte para um uso
também, como uma espécie monstruosa. frequente no cotidiano das pessoas.
Nos primeiros trinta anos após a chegada de Por- Como já foi exposto, depois dos primeiros trin-
tugal à América Portuguesa, a exploração econômica ta anos, reconheceu-se a necessidade de povoar, ao
deu-se pela exportação da madeira do pau-brasil, que menos, a faixa litorânea de terra da nova colônia,
era recolhido e movimentado por trabalho indígena. para assim evitar as invasões estrangeiras que come-
çavam a crescer. Contudo, já não se pretendia apenas
A ESCRAVIDÃO (AS FORMAS DE DOMINAÇÃO povoar a colônia; passava-se, também, a uma forma
ECONÔMICO-SOCIAIS) E AS FORMAS DE ATUAÇÃO de colonização que visava outro objetivo: o ganho
DO ESTADO PORTUGUÊS NA COLÔNIA monetário. O projeto colonial tomava contornos de
empresa colonial, exigindo maior investimento para
A Exploração do Pau-Brasil a produção de produtos que deveriam ser exportados
para o mercado europeu. A produção era, portanto,
Para a exploração do pau-brasil, a primeira fase da direcionada para fora da colônia.
chegada portuguesa é caracterizada pela instituição Formaram-se grandes centros produtivos, os cha-
das feitorias após a chegada da esquadra de Cabral mados latifúndios, que se dedicavam à produção de
em 22 de abril de 1500, até a instituição das capitanias apenas um produto em grande escala. Esse produto
hereditárias. Essas feitorias eram fortificações milita- seria, de início, a cana de açúcar. A partir de então, o
res que visavam garantir o domínio sobre uma área e empreendimento do açúcar seria estabelecido no Nor-
explorá-la. Foram construídas em Porto Seguro, Cabo deste da América Portuguesa.
Frio e Iguaçu, fazendo a extração não apenas de pau- Alguns pontos tornaram o empreendimento açu-
-brasil, mas também do jacarandá, que possuíam va- careiro mais feliz na região Nordeste: a proximidade
lor para a fabricação de embarcação, móveis, além da com a metrópole e o clima e a hidrografia eram funda-
tinta do pau-brasil para tecidos. A mão de obra empre- mentais para o transporte do produto internamente.
gada foi a indígena, que trocava produtos europeus Nesse momento, Portugal concentrou sua atenção no
em força de trabalho e permissão no uso da madeira; Brasil e no empreendimento açucareiro, estabelecen-
essa relação ficou conhecida como escambo.
8

do um monopólio. Contudo, mesmo que a Coroa tenha


-2

Capitanias Hereditárias e Governo Geral tentado controlar todo o processo de produção e mer-
77

cantilização de açúcar, isso não ocorreu, uma vez que os


.7

O território da América Portuguesa frequentemen- holandeses eram responsáveis pela comercialização, no


86

te sofria invasões de corsários de variadas naciona- exterior, do produto produzido na colônia portuguesa.
.8

lidades, ficando evidente para a Coroa a necessidade O tabaco também foi um produto importante para o
39

de apossar-se efetivamente do território, uma vez sistema econômico colonial, visto que era um produto
-1

que apenas o tratado de Tordesilhas não frearia as importante a ser trocado por africanos a serem escravi-
o

incursões e estabelecimentos não autorizados. Nesse zados, assim como a cachaça; não havia possibilidade
av

sentido, foram criadas frentes colonizadoras inde- de tal produto disputar com o monopólio do açúcar.
st

pendentes, que apresentavam pouca comunicação A partir do século XVI, toda a empresa colonial
gu

entre si, relacionando-se imediatamente apenas com seria sustentada pelo empreendimento do açúcar: a
formação de cidades e vilas, a divisão do território e
o

a metrópole. O sistema administrativo pelo qual se


av

optou foram as chamadas capitanias hereditárias, for- a relação entre os grupos sociais. Até 1763, quando a
st

ma de administração realizada em outros domínios capital passou para o Rio de Janeiro, era em Salvador
gu

lusitanos. A Coroa não tinha os recursos necessários que se desenvolviam as atividades administrativas.
para realizar a exploração de tão amplos domínios, Ainda assim, nos primeiros anos da colonização, o
por isso, doou lotes de terras a particulares que, com poder efetivo estava localizado na casa-grande e no
seus recursos econômicos e humanos, deveriam pri- engenho. Daí os senhores de engenhos terem tornado-
mar pelo desenvolvimento dos espaços. Esses lotes de -se o grupo social mais destacado, embora sua posição
terra eram hereditários. não adviesse de um arranjo hereditário, como era o
O território da América Portuguesa foi dividido caso da nobreza europeia.
em quinze lotes, sendo quatorze capitanias que, por No contexto colonial, no qual a economia era susten-
sua vez, eram administradas por doze donatários. O tada pelo trabalho forçado, ser branco e não desempe-
donatário era o responsável com poder proeminente nhar trabalho braçal já indicava alguma ascensão social,
e, além do uso da terra, também administrava o traba- pelo menos para o “povo”. Havia trabalhos que eram
lho indígena. As capitanias não se relacionavam entre desempenhados apenas por cativos, fossem eles indíge-
si e o distanciamento era evidente e preocupante, de nas ou africanos, por isso, nessa sociedade marcada pelo
modo que em 1572 a Coroa Portuguesa fragmentou escravismo, a cor se tornou logo um indicador social.
a administração em dois governos-gerais: o Governo Ademais, se a díade senhores e escravizados era
do Norte, que tinha como capital a cidade de Salvador central nessa sociedade constituída sob o empreen-
108 e era composto da Capitania da Baía até a capitania dimento açucareiro, havia também, ao redor, os
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agregados do senhor, pessoas que, embora não tives- que acontecia na Europa. Seu objetivo era espalhar a
sem relevância econômica, eram importantes para o fé católica pelo mundo. Os primeiros representantes
desempenho político e social dos senhores de enge- chegaram ao Brasil com o padre Manuel da Nóbrega
nho. Eram, sobretudo, parentes destituídos de terra, em 1549. Após desembarcarem na Bahia, ajudaram
comerciantes e homens livres que não possuíam auto- na fundação da cidade de Salvador.
nomia social e que viviam sob a proteção do senhor e Uma das estratégias adotadas por Manuel da
lhe davam influência política. Nóbrega na conversão dos gentios (catequese) foi a
construção de aldeias de catequização (aldeamentos),
Pecuária nos Sertões que se situavam próximas das vilas e cidades portu-
guesas. Essas aldeias eram habitadas pelos padres
Com o estabelecimento do governo-geral, foi ado- jesuítas e pelos índios a serem convertidos. No ano de
tada a prática de doar sesmarias (grandes porções 1553, José de Anchieta chegou ao Brasil. À frente do
de terra) destinadas à pecuária em áreas do interior. Colégio na vila de São Paulo, fez contato intenso com
Houve pecuária em vários locais onde se estabele- os grupos indígenas locais, o que auxiliou na elabora-
ceram colonos. No Nordeste, essa atividade ocupou ção de um guia de gramática e um dicionário; criou
uma vasta área do interior desde a Bahia até Piauí e inclusive o teatro jesuítico, entendido por especialis-
Goiás. São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul também tas como o primeiro empreendimento educacional da
eram núcleos importantes. Com o declínio do Ciclo do história do Brasil.
Ouro em Minas Gerais, a pecuária acabou sendo uma A partir da década de 1580, a missão realizava-se
importante atividade no atual sul do estado. por meio de visitas esporádicas aos grupos localizados
nas matas, e os padres não permaneciam muito tempo
A AÇÃO DA IGREJA entre os grupos. Na segunda metade do século XVIII, a
presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe.
Intensificação Metropolitana – Entradas, Bandeiras Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal
e Missões decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Bra-
sil por conta da grande autonomia política e econô-
Uma questão fundamental na colonização portu- mica que conseguiam com a catequese. A justificativa
guesa diz respeito ao trato dos indígenas pelos colonos, para tal ação veio da ocorrência das Guerras Guara-
pois enquanto estes queriam escravizar as populações níticas, onde os padres das missões do sul armaram
nativas, as missões jesuíticas procuravam protegê-los os índios contra as autoridades portuguesas em uma
do trabalho forçado e encaminhá-los à catequese. A sangrenta guerra.
concepção de trabalho das sociedades indígenas era
um tanto diferente da concepção europeia, já que não AS INVASÕES ESTRANGEIRAS E A EXPANSÃO
havia nessas sociedades interesse imediato por exce- TERRITORIAL
dentes e sua produção se caracterizava por uma con-
Interiorização e Formação das Fronteiras
cepção coletiva de fabrico e consumo.
Muitos indígenas, ao terem contato com os colo- Desde o início da chegada dos portugueses à Amé-
nizadores, foram se retirando para o interior, procu-
8

rica, a costa da colônia fora alvo de inúmeras invasões


-2

rando escapar do trabalho compulsório. Uma questão estrangeiras, de povos franceses, ingleses, holandeses,
77

se mostrou central nesse contexto: a necessidade cris- entre outros. Contudo, o inconveniente não vinha
.7

tã de catequização das populações indígenas. Para apenas dos piratas, pois a França já havia tentado
86

a Igreja, esses indivíduos eram importantes “novos quebrar o Tratado de Tordesilhas por duas vezes e os
.8

fiéis” que precisavam ser encaminhados. holandeses também não ficaram para trás.
39

Muito embora se tenha encorpado o discurso que A primeira tentativa da França de colonização
-1

diz respeito à substituição do trabalho indígena pelo da América Portuguesa ficou conhecida como Fran-
o

trabalho, também compulsório, dos africanos, o que ça Antártica, e foi empreendida por Nicolas Durand
av

de fato se percebe nas pesquisas historiográficas é que de Villegagnon, que desembarcou no Rio de Janeiro
st

uma ação não anulou a outra, pois ambas as popula- em 1555 e permaneceu lá por três anos: um período
gu

ções foram utilizadas como mão de obra forçada. curto, mas que trouxe muitas repercussões no que se
refere ao imaginário em relação aos grupos indíge-
o

Um exemplo notável do processo de escravização


av

indígena pode ser apontado pelas atividades dos bandei- nas. Em 1612, a França realizou a segunda invasão,
st

rantes, da região de São Paulo. Os bandeirantes adentra- dessa vez em São Luís, no Maranhão. Ali, tentaram
gu

vam o interior – os sertões – procurando por indígenas instalar a França Equinocial, começando por instituir
e assaltando as missões jesuítas que transportavam os uma feitoria na ilha de São Luís e se relacionando com
indígenas, onde eram criadas vilas em que trabalhavam as sociedades indígenas que habitavam a região.
A França Equinocial tinha apoio da Coroa francesa
e eram catequisados. Assim, as duas categorias, colonos
e se instituiu sob a autoridade de Daniel de la Tou-
e jesuítas, viam-se em constante litígio.
che, fundador do povoado de Saint Louis, que seria
Há que se dizer que a posição de defesa da Igreja,
apenas o território inicial de uma vasta extensão ocu-
em relação aos indígenas, freou, em alguma medida,
pada pelos franceses: desde o litoral maranhense até
as ações bandeirantes, fazendo a atenção voltar-se o espaço do que hoje é o atual Tocantins. Em 1615, os
HISTÓRIA

para o tráfico atlântico, que causava menos incômo- franceses foram expulsos pelas tropas lusitanas e o
do moral que o trabalho compulsório indígena que, é território ocupado por colonos portugueses que inse-
preciso reiterar, continuou a existir. riram a cultura de açúcar na região. Em 1626, os fran-
ceses tomaram o território da contemporânea Guiana
A Ação Missionária e a Educação Jesuítica Francesa e apenas aí tiveram êxito.
Se a França falhou na fundação de uma colônia
A Companhia de Jesus foi criada por Inácio de Loyo- duradoura na América Portuguesa, a Holanda teria
la em 1534, como resposta para a Reforma Protestante mais êxito em sua tentativa. A relação entre Holanda e 109
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Portugal nem sempre foi tranquila, e quando da crise para oeste do território, onde encontram ouro em
de sucessão da monarquia portuguesa, que entregava Cuiabá (1717) e em Goiás Velho (1721).
o trono português à Coroa espanhola, (ato conhecido Após o episódio, a Coroa Portuguesa reforçou o seu
como União Ibérica), Portugal assumiu, consequente- domínio com a tributação (a quinta sobre a onça de
mente, os inimigos da Coroa Espanhola, e entre eles ouro extraída), o impedimento de que vilas se tornas-
estavam os holandeses. Com as duas Coroas unidas, os sem cidades (exigindo mais autonomia), a construção
domínios coloniais também foram fundidos, ficando da Estrada Real (primeiro, entre Parati e Ouro Preto, e
sob o comando da Casa Real espanhola, na dinastia depois, entre Rio de Janeiro e Diamantina) e a mudan-
que ficou conhecida como “filipina”. ça da sede do governo-geral para o Rio de Janeiro
Em 1604, os holandeses atacaram Salvador, ima- (1763). O mercado interno tornou-se mais integrado
ginando que os portugueses não conseguiriam, pelo para o abastecimento da Capitania das Minas. Com o
tamanho da costa, impedir a ação. Essa primeira ten- declínio do ciclo do ouro por volta de 1770, a popula-
tativa falhou. Seria criada, então, a Companhia Holan- ção se espalhou, principalmente para o sul de Minas
desa das Índias Ocidentais, em 1621, formada por e para a Zona da Mata. Outra consequência foi a cul-
capital do Estado e investidores privados, cujos objeti- tural, com o florescimento das artes, em especial na
vos eram a tomada das áreas açucareiras e o controle arquitetura, com Aleijadinho.
do mercado de escravos na África.
Finalmente, em 1624, a capital foi ocupada por um Tratados de Limites
dia, mas retomada em seguida em ação coordenada
por Matias de Albuquerque (governador português A configuração dos limites territoriais alterou-se
vigente), evitando, assim, que as fazendas de cana e bastante após o Tratado de Tordesilhas de 1494. Duran-
os engenhos fossem tomados. Novo ataque aconteceu te a União Ibérica, quando as possessões de Espanha
em 1627, mas o objetivo parecia ser apenas a pilha- e Portugal foram fundidas, o respeito aos limites do
gem e não a ocupação da área.
território deixou de ser levado a sério. Porém, a ativi-
Como não conseguiam ocupar a capitania da Bahia, os
dade bandeirante e a atividade pecuária aumentavam
holandeses voltaram-se para Pernambuco, que tam-
o espaço ocupado por colonos ligados a Portugal.
bém era importante centro produtor de açúcar. Orga-
O Tratado de Utrecht, de 1713, teve como objeti-
nizados, 7.280 homens, em 65 embarcações, iniciaram
vo resolver esses problemas. Definiu que a Colônia
o ataque em 1630, e Olinda foi ocupada pelos holan-
de Sacramento, atual Uruguai, era posse portuguesa.
deses. Estes, por sua vez, investiram na colônia que
O Tratado de Madri, de 1750, devolveu a Colônia de
acabavam de conquistar: Maurício de Nassau foi feito
Sacramento aos espanhóis, enquanto estabelecia a
governador-geral do Brasil holandês e transformou
região dos Sete Povos das Missões (atual Rio Grande
substancialmente a área. Nassau reestabeleceu os
do Sul), do atual Centro-Oeste e boa parte da Amazô-
engenhos que haviam sido abandonados pelos colo-
nia como posses portuguesas. Essa decisão seria tam-
nos portugueses, recompôs o tráfico de escravizados,
forneceu crédito e obrigou o plantio para subsistência bém confirmada com o Tratado de Santo Ildefonso,
da capitania. Além disso, Nassau se mostrou tolerante em 1750, e com o Tratado de Badajós, em 1801.
na questão religiosa.
BRASIL COLÔNIA
8

A administração do Brasil holandês por Nassau


-2

trouxe bons feitos para a região, como a criação da


77

Cidade Maurícia, melhorando a situação da popula- A Arte e a Literatura da Fase Colonial III
.7

ção da região, que antes se via em péssimas habita-


86

ções e sem acesso às devidas condições de higiene. A colonização das Minas foi o único empreendi-
.8

Foi também sob sua supervisão que se construíram as mento colonial de cunho urbano, e foi também aí que
39

três primeiras pontes de grande proporção no territó- se desenvolveu um grupo ocupado com as produções
-1

rio colonial e criou-se um espaço que recolhia espé- artísticas e intelectuais. Os poetas da região considera-
o

cies variadas de fauna e flora. vam-se árcades, ligados à poesia bucólica que tinha
av

Embora Nassau tenha feito uma administração como ideal a paisagem natural ocupada por pastores.
st

popular na região, acabou retornando à Europa em Seguiam, de modo geral, as regras do gênero literário
gu

1644, por conta das sucessivas pressões dos seus com- arcadismo, muito apreciado na Europa. Exprimiam
o

patriotas. A partir daí, deu-se um declínio do chamado questões próprias da região, como o conflito cada vez
av

Brasil holandês e as “guerras brasílicas”, que visavam mais evidente entre a empresa colonial e a população
st

à retomada do território pelos portugueses, prologa- mineira, a taxação excessiva e a censura.


gu

ram-se até 1654, quando as tropas portuguesas final- Nas Minas, havia uma população miscigenada, e
mente retomaram o espaço invadido. o ambiente urbano fazia com que escravizados e pro-
prietários por vezes convivessem com maior maleabi-
Ciclo do Ouro lidade do que no resto da colônia. Era ainda possível
um desempenho mais autônomo para os escraviza-
Os bandeirantes encontraram ouro na região de dos, que poderia levar, possivelmente, à sua alforria –
Minas Gerais por volta de 1698, o que levou a um gran- a região tinha o maior grupo de libertos da colônia – e
de fluxo migratório, em que milhares de portugueses à ascensão social.
se deslocaram para as minas, assim como se intensi- Esses grupos expressaram-se também por meio do
ficou o tráfico de escravizados da África (a população movimento Barroco, que trazia características pró-
da região chegou a 300 mil habitantes, em que 50% prias da experiência dessa população, sustentando
era de escravos). A vinda de forasteiros causou tensão artisticamente a sociedade que florescia no interior.
entre os bandeirantes paulistas e os “emboabas” por- É nesse contexto que surgiram artistas como Antô-
tugueses sobre o direito de exploração do ouro; assim, nio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, negro, mestre
eclodiu entre 1707 e 1709 a Guerra dos Emboabas. escultor e arquiteto, e Manuel da Costa Ataíde, pintor,
110 Derrotados e expulsos, os bandeirantes se deslocaram decorador e professor.
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república, contudo, foram violentamente reprimidos,
O PERÍODO JOANINO E O PROCESSO com prisões e condenações em praça pública.
Na Europa, cessada a agitação política entre portu-
DE INDEPENDÊNCIA gueses e franceses, a soberania lusa conseguiu, enfim,
gozar de certa estabilidade, e um forte movimento de
A PRESENÇA BRITÂNICA NO BRASIL pressões pôde ecoar a fim de que D. João retornasse
a Portugal. A relutância do rei em retornar causava
A presença britânica no Brasil já remonta ao perío- indignação na população lusa, num momento em que
do colonial, quando o Tratado de Methuen, assinado a metrópole passava por uma grave crise de produ-
em 1703, reforçou a tendência de dependência com ção agrícola e desvalorização do papel moeda. Essa
relação à Inglaterra no sentido de permitir que as agitação culminou na chamada Revolução Liberal do
manufaturas inglesas chegassem ao mercado portu- Porto, também conhecida como Regeneração de 1820.
guês, enquanto os produtos portugueses menos valo- O prolongamento da ausência régia na metrópole evi-
rizados, como vinho, chegavam ao mercado europeu. denciou que o “exercício da exclusiva vontade do rei”
Logo em sua chegada no Brasil, D. João VI abriu os não era mais cabível. Assim, profissionais liberais,
portos para a Inglaterra. Com isso, os produtos indus- advogados, médicos e comerciantes reuniram-se na
trializados chegaram ao Brasil, enquanto o Brasil cidade do Porto a fim de redigirem uma Constituição
passou a vender produtos agrícolas para o mercado que, embora conservadora, propunha a limitação do
inglês. Em 1810, os Tratados de Aliança e Amizade e poder do monarca e sua submissão à carta constitu-
de Comércio e Navegação abriram ótimas oportunida- cional. A Regeneração também inovava ao propor a
des para a instalação de empreendimentos britânicos transferência da soberania, antes circunscrita ao rei,
por meio de facilidades jurídicas e tarifárias. às chamadas Cortes. As pressões exercidas pelas Cor-
Vale destacar ainda que a Inglaterra apoiou o tes constituídas fizeram com que D. João retornasse
Brasil para que sua independência tivesse reconhe- com sua família a Portugal em abril de 1821, mas dei-
cimento da comunidade internacional. O papel da xou no Brasil seu filho, D. Pedro de Alcântara.
Inglaterra também se deu no sentido de forçar o Bra- A promulgação da Constituição proposta pela
assembleia constituinte de 1820 teria validade para
sil a abolir o tráfico de escravizados. O Brasil burlou
todos os portugueses, o que incluía os habitantes das
por algum tempo essa pressão, mas desde que a Lei
colônias portuguesas, inclusive na América. Algumas
Bill Aberdeen (1845) permitiu que a esquadra britâni-
medidas, no entanto, causaram profundo desconforto
ca afundasse qualquer navio negreiro, o Parlamento
nos grandes comerciantes do Brasil que, por sua vez,
se viu na necessidade de por fim ao sistema. Assim, já estavam acomodados sob os privilégios concedidos
em 1850, a Lei Eusébio de Queirós extinguiu o tráfico pela presença da corte na colônia.
de escravizados para o Brasil. O que sucede é que a presença da corte no Brasil
(1808-1820) foi moldando as consciências dos colonos
A TRANSFERÊNCIA DA CORTE, OS TRATADOS, AS a respeito da possibilidade de se constituir um gover-
PRINCIPAIS MEDIDAS DE D. JOÃO VI NO BRASIL E no real que permanecesse no Brasil. Assim, a ideia de
POLÍTICA JOANINA independência começa a ganhar força por volta de
1821, como uma reação à Regeneração de 1820, uma
8
-2

Quando a corte portuguesa embarca, fugindo vez que esta era entendida como uma revolução con-
77

estrategicamente de Lisboa em novembro de 1807, trária ao Brasil. Latente o conflito de interesses, os


.7

o faz porque tinha consciência dos acontecimen- colonos que ganharam com a presença da corte rei-
86

tos recentes na Europa, em um momento em que o vindicavam um governo no Brasil que, por sua vez,
.8

expansionismo de Napoleão Bonaparte parecia impa- evoluiu à percepção da necessidade de um Estado


39

rável. Uma experiência ainda mais próxima acendeu Nacional brasileiro, a grande novidade revolucioná-
-1

o sinal vermelho e mostrara que os prognósticos eram ria. É nesta configuração que entra a figura do prínci-
corretos: o rei espanhol, Fernando VII, foi deposto do pe regente, futuro D. Pedro I.
o
av

trono por Napoleão, em maio de 1808. A fuga da corte Outra determinação polêmica das Cortes era que
st

portuguesa foi um sucesso a curto prazo, contudo, a as províncias do Brasil se transformassem em provín-
gu

longo prazo ocasionou uma quebra de legitimidade cias portuguesas, o que gerou, segundo comenta D.
do Império português num momento em que os ares Pedro em carta a seu pai, “um choque mui grande nos
o
av

eram revolucionários. brasileiros”. O que o príncipe regente precisava fazer


A presença da corte no Brasil, ademais, causava
st

era se equilibrar num cenário instável no qual havia


gu

incômodo em algumas parcelas da população, sendo o a necessidade de se cumprir os decretos das Cortes ao
exemplo mais evidente a Revolução Pernambucana, mesmo tempo em que tinha que corresponder os inte-
que estourou na província de Pernambuco, em 1817. resses do povo do território onde ele se encontrava.
Antes da chegada da corte em 1808, essa província Ao passo que as Cortes foram convocadas com a fina-
ligava seu comércio diretamente a Portugal, posto que lidade de reorganizar o Império Português dentro da
as dificuldades logísticas, como rotas terrestres ou flu- dinâmica colonial, os colonos agrupavam-se cada vez
viais, impediam o estabelecimento de relações com mais em torno da ideia de separação.
o Rio de Janeiro. Somava-se ao fim desses benefícios Já em 1822, o príncipe regente também recebia
concedidos ao comércio pernambucano um período pressões a fim de que retornasse a Portugal, o que
HISTÓRIA

de graves secas e crises de abastecimento. gerou um episódio bastante curioso no dia 9 de janei-
O movimento revolucionário pautava a necessi- ro de 1822, o “Dia do Fico”, quando D. Pedro recebeu
dade de se combater a crise e recuperar os benefícios um requerimento que continha 8 mil assinaturas soli-
comerciais, assim como a possibilidade de se romper citando-o que ficasse no Brasil. Não sabemos ao certo
com a monarquia. Em partes, e por um curto período os quais foram as verdadeiras palavras proferidas pelo
revoltosos, homens livres, escravizados, ricos e pobres, jovem príncipe regente, contudo, consagrou-se na
saíram vitoriosos, uma vez que conseguiram destituir memória social a perspectiva de que ele ficaria a fim
o governo de Pernambuco e instalar brevemente uma de preservar os interesses da população brasileira. 111
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Um governo foi organizado por D. Pedro logo após A instabilidade política acentuou-se com a eclosão
esse evento, tendo entre as figuras proeminentes José de diversos movimentos separatistas nas províncias do
Bonifácio de Andrada e Silva, um moderado que fazia país, destacando-se: cabanada (1832-34, em Pernam-
campanhas por maior autonomia da colônia, mas não buco), cabanagem (1835-40, no Grão-Pará), Revolução
reivindicava uma separação radical. Foram convoca- Farroupilha (1835-45, no Rio Grande do Sul), sabinada
dos representantes de todas as províncias e, mais tar- (1837-38, na Bahia) e a balaiada (1838-41, no Mara-
de, uma assembleia legislativa e constituinte. nhão). Na preocupação de garantir a unidade do terri-
Já a politização da sociedade colonial com a che- tório, liberais e conservadores (antigos restauradores)
gada da corte em 1808 se deu em conteúdos bastante fizeram uma manobra constitucional e aclamaram D.
inovadores. Aspectos da recente Revolução Francesa Pedro II por meio do Golpe da Maioridade (1840).
(1779) estavam em alta, sobretudo na crítica ao mode- A consolidação do Império foi feita a partir de uma
lo estamental de sociedade, abrangendo novas for- manobra que envolvia o principal órgão na constituição
mas de se organizar a sociedade, também na crítica da monarquia parlamentar em 1847, a Chefia de Gabinete.
aos privilégios da nobreza e dos corpos sociais mais Embora a escolha viesse no parlamento entre o
altos. Depois da revolução de independência do Haiti Partido Conservador (saquaremas) e Partido Liberal
(1804), esses conteúdos se tornaram inescapáveis. Era (luzias), D. Pedro II possuía o poder de dissolver a che-
preciso apropriar-se de alguns elementos e fazer uma fia de gabinete e impor outro escolhido, mecanismo
revolução menos radical que a francesa e bem menos que ficou conhecido como parlamentarismo às aves-
radical que a de São Domingos, segundo a perspectiva sas. Todavia, como ambos concordavam com o poder
das elites coloniais brasileiras. centralizado na Monarquia e com a economia embasa-
A escravidão foi um elemento importante neste caso: da na escravidão, não havia muita diferença entre eles.
a dimensão do escravismo na América Portuguesa era
tão grande que foi capaz de influenciar todos os outros REVOLTAS, CONSPIRAÇÕES E REVOLUÇÕES,
aspectos da vida social, como valores, formas de pensar, EMANCIPAÇÃO E CONFLITOS SOCIAIS
de comportamento e práticas políticas. A independên-
cia, nesse sentido, muda a forma de compreender essa Movimentos e Tentativas Emancipacionistas —
sociedade: não era mais uma sociedade estamental legi- Rebeliões Coloniais
timada por Deus, embora o rico ainda fosse rico, mas
agora havia um parlamento e a escravidão tornou-se z Palmares
uma escravidão nacional, não mais portuguesa.
A chegada da corte também dinamiza fluxos
A resistência coletiva dos escravos originou os
econômicos internos, dado a necessidade de abaste-
cimento. Em verdade, essa dinâmica e a diversifica- chamados quilombos (em Angola, um tipo de acam-
ção da produção é anterior à chegada da corte, mas pamento militarizado) ou mocambos (que significava
se intensifica a partir de 1808. O Rio de Janeiro é um esconderijo). Na América portuguesa, os quilombos
epicentro que conecta São Paulo, Minas Gerais, Rio foram agrupamentos de escravizados fugidos, que
Grande de São Pedro (atualmente Rio Grande do Sul), tentavam escapar do violento sistema. Esses escra-
tanto é que foram as primeiras regiões a encamparem vizados se mantinham à margem da sociedade, em
o projeto de independência centrada na Figura de lugares de acesso difícil, sem, contudo, perderem as
8

Pedro I, justamente por esses auspícios econômicos, relações de proximidade com vilarejos e comunida-
-2
77

mas também políticos. des das proximidades.


Durante 1822, ocorreram diversos movimentos de
.7
86

oposição a Portugal, principalmente no Grão-Pará e


na Bahia. Entre diversas tendências, venceu aquela
.8

Importante!
39

que defendeu a construção de um Estado indepen-


dente, que mantivesse a escravidão e o poder das
-1

Palmares, surgido em 1597, foi a maior comu-


elites econômicas. Assim, a liderança de D. Pedro em
nidade de escravos fugidos que se tem conhe-
o

7 de setembro de 1822 era a garantia mais próxima


av

da unidade em uma imensa porção de terra marca- cimento na história da América portuguesa, e
st

da por regionalismos e profundas diferenças sociais, ficava na Zona da Mata, onde hoje está o estado
gu

uma vez que as elites temiam que uma agitação social de Alagoas. O ambiente favoreceu o abrigo da
o

incluísse pobres e escravizados (80% da população). população do quilombo e as palmeiras lhes pos-
av

sibilitaram sustento e possibilidade de se con-


st

OS PARTIDOS POLÍTICOS feccionar armadilhas, roupas e cobertas.


gu

Os partidos políticos foram formados no Brasil no


decorrer da formação do Império durante o século A partir de algum momento, Palmares passou
XIX. Quando D. Pedro I abdicou, seu filho, Pedro de a nomear uma confederação de comunidades com
Alcântara, ainda tinha apenas 5 anos de idade. A deci- diversos tamanhos que se vinculavam por acordos.
são foi de que o país fosse governado por regentes até Era também por acordo que escolhiam seus líderes,
que Pedro completasse 21 anos, porém, um golpe o além de contar com administração pública, leis e for-
levou ao poder aos 14. ma de governo própria, disposição militar e concep-
Os grupos políticos dividiam-se entre:
ções religiosas e culturais típicas que colaboravam
z Restauradores: favoráveis ao retorno de D. Pedro para a coesão do grupo.
I e, posteriormente, à coroação de D. Pedro II; Obviamente, as autoridades metropolitanas per-
z Liberais moderados: favoráveis às restrições aos cebiam um grande risco em Palmares: além da rela-
poderes monárquicos; ção ativa com vilas que mediavam a região, poderia
z Liberais exaltados: que defendiam o federalismo, incentivar o imaginário dos escravizados, acenando
com maior autonomia das províncias em relação para a fuga e resistência. Em 1612, deu-se a primeira
112 ao poder central. ação contra Palmares, e a última, em 1694. Durante
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1644 e 1645, período da ocupação holandesa, Palma- apoiar os emboabas com o intuito de sufocar os revol-
res foi crescendo, aproveitando contexto social e polí- tosos paulistas.
tico tumultuado para se favorecer.
As autoridades coloniais direcionavam frequente- z Revolta dos Mascates
mente à confederação missões de reconhecimento e
expedições para ataque, além das tentativas incessan- A revolta dos Mascates ocorreu no período de 1710
tes de desfazer ligações comerciais dos quilombolas e faz parte de um conjunto de eventos que se carac-
terizam pela ruptura com a ordem colonial. O início
com as comunidades próximas. Embora as ações das
do conflito deu-se quando os comerciantes de Recife,
autoridades portuguesas sempre acabassem fracas-
apelidados pejorativamente de mascates, clamaram
sadas, puderam ser finalmente favorecidas com as
pela autonomia do povoado que era, até então, com-
divisões internas que surgiriam dentro de Palmares, preendido como porto de Olinda, uma cidade já em
ocasionando sua derrocada. Nesse contexto, em 1678, decadência. A elite açucareira de Olinda reagiu vio-
Ganga Zumba e Zumbi indispuseram-se, criando uma lentamente ao pedido de autonomia de Recife, convo-
fissura em Palmares e dando início a anos violentos. cando a população pobre e criando milícias.
Ganga Zumba foi morto por considerar fazer um acor- A revolta durou menos de um ano. O grupo, for-
do com as autoridades coloniais e, por mais quinze mado majoritariamente pela população pobre e elite
anos, Zumbi conseguiu manter a liberdade e autono- açucareira, marchou contra Recife, forçando o gover-
mia dos quilombolas. Contudo, o estado de sítio fei- nador da capitania a fugir para a Bahia, o que deu aos
to pelas tropas coloniais, em 1694, ao Cerco Real do revoltosos controle de boa parte da região por um
Macaco, levou à derrota da comunidade e ao assas- tempo. O grupo de revoltosos, mais especificamente a
sinato de Zumbi. Embora tenha tido um final trágico, elite de Olinda, incorporou a sua pauta o propósito de
Palmares permaneceu no imaginário da população tornar Pernambuco independente, vislumbrando um
cativa, representando um ideal de resistência. regime republicano. Como plano alternativo, caso o
plano de independência falhasse, concebeu-se a cria-
z Revolta de Beckman ção de um protetorado francês, o que nunca ocorreu,
posto que a conjuntura delicada da França não torna-
O descontentamento com o governador Francisco va viável esse tipo de apoio.
de Sá Meneses era grande: havia sua aparente apatia Um ano depois, os comerciantes de Recife retoma-
pela situação de miséria no Maranhão e, ponto funda- ram o controle da capitania após combaterem no inte-
mental, havia a legislação a respeito da escravização rior com os revoltosos e receberem reforços de Lisboa.
indígena, questão que se relacionava com a ação jesuí- Ao final, os mascates saíram vitoriosos: a elite de Olin-
tica. No dia 25 de fevereiro de 1684, liderados pelos da foi derrotada, o controle da capitania recobrado,
irmãos Manuel e Tomás Beckman, os insurgentes Recife foi transformada em vila e se converteu em
tomaram a cidade de São Luís e instituíram uma jun- sede da capitania de Pernambuco. Apesar do fracasso
ta de governo com representantes dos latifundiários, da revolta, pela primeira vez se falou em autogoverno
do clero e do povo. Depois de conquistada a cidade, o ou se declarava a preferência pela forma republicana
movimento foi perdendo a adesão popular e terminou de governo, o que constitui um marco importante.
8
-2

em 1685, com a chegada do novo governador Gomes


77

Freira de Andrade e das tropas lusas, sendo decretada z Revolta de Vila Rica
.7

a prisão dos principais líderes e pondo fim à revolta.


86

Embora descontentes com as autoridades coloniais, os A motivação para a Revolta de Vila Rica, de 1720, é
.8

revoltosos não pretendiam, nesse movimento, romper encontrada nas práticas fiscais aplicadas pela Fazen-
39

da Real. Os revoltosos intentavam obrigar a Coroa a


com a Coroa portuguesa. Não ainda.
-1

suspender o estabelecimento das Casas de Fundição,


o

local onde o ouro era transformado em barras e se


z Guerra dos Emboabas
av

retirava a parte referente ao pagamento das taxa-


st

ções da Coroa. O conflito deu-se entre as autoridades


A Guerra dos Embobas está inserida dentro daqui-
gu

metropolitanas e a elite socioeconômica da região.


lo que os historiadores chamam de “revoltas nativis-
o

Os revoltosos faziam ações de pilhagem na região,


tas”, o que implica certo amor à pátria e desacordo
av

gritando frases que expressavam descontentamento


com a metrópole. No início do século XVIII, o ouro é
st

descoberto na região das Minas e tem início o conflito com a administração. O governador da capitania rea-
gu

entre bandeirantes paulistas e emboabas, termo que giu com intensidade: fechou os caminhos de entrada
designava forasteiros, pela administração do territó- de Vila Rica e prendeu os protagonistas do levante,
rio aurífero. enviando-os ao Rio de Janeiro.
A Guerra dos Emboabas foi, sobretudo, uma con- Felipe dos Santos foi executado por conta de sua
tenda entre práticas e concepções políticas diversas: oratória que apoiava os revoltosos, tornando-o vítima
de um lado os paulistas e de outro os forasteiros. do suplício público.
Não se pode reduzir o conflito apenas aos desejos de
obtenção de terra e riqueza, existindo, ainda, ques- z Inconfidência Mineira
HISTÓRIA

tões sociais e políticas mais profundas.


Os descobridores do ouro, bandeirantes paulistas, Formado por um grupo eclético e aliado à elite eco-
acreditavam que mereciam um trato especial, ou as nômica de Minas, homens e mulheres contestaram as
chamadas mercês, pelos serviços prestados à Coroa, relações coloniais, planejando um levante armado
como o desbravamento do território e consequente que declararia Minas uma República. No grupo havia
descoberta de metais preciosos, o que não ocorreu, cônegos eruditos, poetas, professores, inúmeros “letra-
gerando, por sua vez, ressentimento por parte dos dos” e membros da elite econômica. As pessoas envol-
paulistas. A guerra terminou em 1709, após a Coroa vidas na Inconfidência apontavam para a diversidade 113
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das atividades desenvolvidas em Minas e, portanto, a mais robusta e de cunho separatista que buscava auto-
possibilidade de autossuficiência da capitania. nomia de regiões coloniais. Exemplos são a Conjura-
O que levou esse grupo a de fato considerar a ção Mineira (1788-89) – sob os ideais do Iluminismo
rebelião consiste na articulação de fatores político- buscava a independência de Minas Gerais e fundação
-administrativos, econômicos e culturais. A política de uma república – e a Conjuração Baiana (1798), com
metropolitana continuava a taxar a capitania e seus ideais e propostas semelhantes à mineira, além da
habitantes, sem considerar que a produção aurífera luta pela abolição da escravidão. As guerras de inde-
havia decaído, insistindo na imposição da “derrama”. pendência dos EUA (1776) e do Haiti (1790), também
Além disso, a administração ficava quase inteiramente surgiam como símbolos de emancipação da colônia.
fora das mãos da elite local, o que causava desagrado. Com a invasão napoleônica à Espanha e a prisão
Supõe-se que a Conjuração começou a tomar for- do rei em 1807, D. João viu a possibilidade de o Impé-
ma na década de 1780, sendo que o projeto de autono- rio Português entrar em colapso como começava a
mia das Minas foi formalmente debatido em reuniões ocorrer com o Império Espanhol. Sendo assim, em
locais apenas em 1788. Na metade da década de 1780, um acordo com a Inglaterra “escondido” da França,
falava-se de uma “República Florente” e se evidencia- D. João saiu com a Família Real para o Brasil (1808),
va a capacidade de Minas de se tornar soberana. onde pretendia manter a unidade de seu império e
Tiradentes foi o mais ativo propagandista das fugir da prisão pelo exército napoleônico. Em terras
ideias da Conjuração: eloquente orador, fez as ideias brasileiras, o então príncipe regente, deu fim ao Pacto
de autonomia circularem por redes que aglutinavam Colonial (abrindo os portos para a Inglaterra), criou a
diferentes segmentos sociais, e esse é um fato essen- Imprensa Nacional, a Biblioteca Nacional, o Banco do
cial para a compreensão da punição severa que esse Brasil, além de outros órgãos administrativos, como a
personagem sofreria. junta de Comércio e Conselho da Fazenda.
A Conjuração teria início com um motim, que Em 1815, o Brasil foi elevado a Reino Unido de
deveria ocorrer no mês de fevereiro, em Vila Rica, no Portugal, Brasil e Algarves. Dois anos depois, nasceu
momento de imposição da derrama. Se saíssem vito- em Pernambuco o primeiro grande movimento pela
riosos, os conjurados irromperiam a rebelião por toda independência do Brasil, a Revolução Pernambucana,
a capitania, declarando a independência de Minas e a unindo oficiais, negociantes liberais e padres. Em Por-
implementação de uma República. tugal, eclodiu, em 1820, a Revolução Liberal do Por-
Os conjurados observavam atentamente a Revo- to, que exigia uma nova constituição e o retorno de
lução Americana e procuravam aprender com a D. João VI à Europa. Em meio a formação das Juntas
movimentação que acontecia no norte do continente, Constitucionais (nas quais o Brasil também possuía
entrevendo as possibilidades de uma República Confe- representantes), D. João deixa seu filho, D. Pedro,
derada. Pretendia-se exaurir a Corte e fazê-la negociar, como príncipe-regente e volta para Portugal.
contudo, Minas viu-se sozinha, tanto na colônia como Durante 1822, houve diversos movimentos de opo-
no cenário internacional. A Conjuração foi denuncia- sição a Portugal, principalmente no Grão-Pará e na
da por Joaquim Silvério dos Reis, ativo participante da Bahia. Entre diversas tendências, venceu aquela que
conjuração, que delatou a ação para receber o perdão defendeu a construção de um Estado independen-
das muitas dívidas que tinha com a Coroa. te, que mantivesse a escravidão e o poder das elites
8
-2

Feita a delação, ocorreram seis denúncias, a derra- econômicas. Assim, a liderança de D. Pedro em 7 de
77

ma foi suspensa, os conspiradores foram presos e se setembro de 1822 era a garantia mais próxima da uni-
.7

abriu a “devassa”, busca por provas que iriam cons- dade em uma imensa porção de terra marcada por
86

tituir os autos do processo da Conjuração Mineira. Ao regionalismos e profundas diferenças sociais, as eli-
.8

final de três longos anos, os conjurados considerados tes temiam que uma agitação social incluísse pobres e
39

culpados foram degradados para a África, houve o escravizados (80% da população).


-1

sequestro de seus bens e alguns foram condenados


o

à forca. Quanto a Tiradentes, sua pena foi aplicada


av

pela Coroa de modo a ser exemplar e espetacular,


st

ficando por muito tempo na memória dos colonos: foi BRASIL IMPERIAL
gu

enforcado no Rio de Janeiro, seu corpo esquartejado


o

e salgado, e os pedaços ficaram em exibição em pon- O PRIMEIRO REINADO E O PERÍODO REGENCIAL


av

tos estratégicos do Caminho Novo, sendo sua cabeça


st

exposta no centro de Vila Rica. Primeiro Reinado


gu

Entre 1822 e 1831, tem-se a primeira fase adminis-


O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL trativa do Império, conhecida como Primeiro Reina-
do. A Assembleia Constituinte eleita em 1823 desejava
Reformas Pombalinas a limitação dos poderes de D. Pedro I. Durante a Noite
da Agonia, o imperador cassou os deputados oposito-
D. José I, em 1750, coloca em prática as reformas res, impugnou as proposições constitucionais e outor-
de Estado de seu ministro, Marquês de Pombal. Desta- gou a Primeira Constituição Brasileira, em 1824. Ela
cam-se: a criação do Erário Régio (controlar os gastos estabelecia, entre outras coisas:
da Coroa), extinção das Capitanias Hereditárias (1759),
expulsão dos jesuítas e a instituição da derrama (para z Existência do poder moderador, que poderia sus-
evitar as fraudes causadas com a cobrança do quinto, pender o poder legislativo, executivo e judiciário;
passou a exigir que os mineradores da colônia pagas- z Poder hereditário;
sem um valor fixo de 1500 quilos de ouro por ano). z Voto censitário, calculado pela renda.
Com a instituição da derrama e imposições centra-
lizadoras da Coroa, movimentos revoltosos e levantes Em reação ao autoritarismo, eclodiu, em Pernambu-
114 convertem-se em uma categoria mais organizada, co, a Confederação do Equador, exigindo uma república
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liberal, a abolição da escravidão e a ampliação de direi- Com o golpe da maioridade, teve início o período
tos sociais. Esse movimento teve como principal líder conhecido como Segundo Reinado, que se estendeu
Frei Caneca, mas acabou sendo reprimido com sucesso. até 1889. Por meio de uma manobra conhecida como
Entre 1825 e 1828, ocorreu a Guerra da Cisplatina “parlamentarismo às avessas”, D. Pedro II exercia
entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do poder sobre a Chefia de Gabinete e sobre o Parlamen-
Rio da Prata. Após um desgastante e custoso conflito to. Embora o legislativo fosse dividido entre Partido Con-
(o Banco do Brasil chegou a falir), a independência do servador (saquaremas) e Partido Liberal (luzias), ambos
Uruguai foi reconhecida. A instabilidade política tam- tinham posições semelhantes, como a manutenção da
bém podia ser verificada em episódios como a Noite escravidão e a centralização de poder pelo imperador.
das Garrafadas, demonstrando a grande divergência O Segundo Reinado foi marcado também por uma
entre brasileiros e portugueses; juntava-se a isso a cri- fase de desenvolvimento econômico. O sucesso do ciclo
se econômica e a disputa pela sucessão do trono em do café (1830-1950) foi possível pelo fortalecimento da
Inglaterra e dos Estados Unidos como mercados consu-
Portugal, levando D. Pedro I à abdicação do trono em
midores, além de algumas condições internas:
7 de abril de 1831.

Período Regencial z A abertura de caminhos que ligavam o litoral ao


interior passando pelo Vale do Paraíba;
Segundo a Constituição de 1824, a abdicação de z A disponibilidade de terras herdadas da política de
D. Pedro I levaria ao trono seu filho D. Pedro II. No vigilância na época do ouro;
entanto, ele tinha apenas cinco anos de idade naquela z O sistema de transporte que foi modernizado com
ocasião. Então, o Parlamento buscou uma alternativa: a instalação das ferrovias a partir de 1860.
a regência. O período regencial durou de 1831 até
1840 e foi marcado por grandes conflitos regionais. O Império começou a sofrer com legislação interna-
Como vimos, os grupos políticos dividiam-se entre: cional inglesa para a proibição do tráfico, o que o levou
a aprovar duas medidas: a Lei Eusébio de Queirós,
z Restauradores: Defendiam o retorno de D. Pedro I que extinguia o tráfico atlântico de escravos, e a Lei de
e, posteriormente, a coroação de D. Pedro II; Terras, colocando que a terra só poderia ser adquirida
z Liberais moderados: Exigiam poderes monárqui- por meio de compra, excluindo futuros escravizados
cos com restrições; libertos e os imigrantes europeus que começaram a vir.
z Liberais exaltados: Favoráveis ao federalismo, Em 1864, teve início a Guerra do Paraguai, inicia-
com maior autonomia das províncias. da a partir da intervenção brasileira sobre os gover-
nos do Uruguai e da Argentina, desagradando os
Durante o período, foram criados: o Código de Pro- interesses paraguaios na Bacia Platina; em resposta,
cesso Criminal, a Guarda Nacional, o Ato Adicional os paraguaios invadiram o atual Mato Grosso do Sul.
(dando poder às assembleias regionais) e a Lei Feijó A guerra opôs os paraguaios, liderados pelo dita-
(que abolia o tráfico no papel, fazendo, entretanto, “vis- dor Solano Lopez, e a Tríplice Aliança, formada
ta grossa” para que ele ainda existisse na prática). por Brasil, Argentina e Uruguai. No entanto, o Brasil
acabou indo bem mais além que os outros dois, arras-
8

A instabilidade política acentuou-se com a eclosão


-2

de diversos movimentos separatistas nas províncias tando a guerra até o assassinato de Lopez em 1870.
77

do país. Dentre eles, destacam-se: Mesmo vitorioso, o Brasil passou a enfrentar um pro-
.7

cesso de crise.
86

z Cabanada (1832-34, Pernambuco): Lutava pela res-


.8

tauração da monarquia sob D. Pedro I e pelo fim da A POLÍTICA EXTERNA, A QUESTÃO


39

escravidão; ABOLICIONISTA, O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO,


-1

z Cabanagem (1835-40, Grão-Pará): Lutava por A CRISE DA MONARQUIA E A PROCLAMAÇÃO DA


o

melhores condições de vida para a população da REPÚBLICA


av

região e vitimou cerca de 30 mil pessoas;


st

Crise e Queda do Império


gu

z Revolução Farroupilha (1835-45, Rio Grande do


Sul): Lutava pela independência do estado e por
o

O conflito levou ao surgimento da Questão Militar,


av

melhores condições para os criadores de gado;


envolvendo os direitos sociais e políticos dos militares.
st

z Sabinada (1837-38, na Bahia): Lutava pela inde-


Com o surgimento do Partido Republicano em 1873,
gu

pendência da Bahia e pelo fim da escravidão;


uma ala mais radical do Partido Liberal passou a con-
z Balaiada (1838-41, Maranhão): Lutava contra a
testar a centralização monárquica. O movimento aboli-
desigualdade social e contra as injustiças cometi-
cionista ganhava cada vez maior repercussão em busca
das pelas elites.
da aprovação de leis que dessem fim à escravidão.
Ademais, houve uma quebra no elo com os conser-
Na preocupação de garantir a unidade do territó- vadores, quando o Império passou a recusar as inter-
rio, liberais e conservadores (antigos restauradores) venções do Vaticano sobre a Igreja no Brasil, episódio
fizeram uma manobra constitucional e aclamaram D. conhecido como Questão Religiosa.
Pedro II por meio do golpe da maioridade (1840).
HISTÓRIA

O rompimento definitivo viria com o fim da escra-


vidão. A partir da Lei do Ventre Livre, em 1871, e da
O SEGUNDO REINADO Lei dos Sexagenários, em 1883, a abolição parecia
inevitável. No entanto, os escravocratas radicalizaram
Aspectos, Políticos, Administrativos, Militares, sua oposição aos abolicionistas a partir de 1885, proi-
Culturais, Econômicos, Sociais e Territoriais bindo seus eventos e organizando ataques.
Diante da iminência de uma guerra civil, o Império
z Segundo Reinado (1840-1889) decidiu mediar o fim da escravidão com a Lei Áurea, 115
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em 13 de maio de 1888, perdendo o apoio dos cafei- II. Representou uma ação de confronto com os holan-
cultores do Vale do Paraíba, que ficaram conhecidos deses por parte dos portugueses, comandados prin-
como republicanos de última hora. Por fim, um golpe cipalmente por João Fernandes Vieira, um próspero
militar com o apoio de setores civis realizou a Procla- senhor de engenho de Pernambuco.
mação da República, em 1889. III. Nessa luta contra os holandeses, os portugueses
Em 15 de novembro de 1889, o golpe militar, com contaram com o importante auxílio de alguns africa-
ajuda de setores de elite, levou ao regime republicano.
nos libertos e também de índios potiguares.
Ficaria consagrada a expressão do jornalista flumi-
IV. A oposição dos portugueses aos holandeses ocor-
nense Aristides Lobo, que, referindo-se ao movimento
que derrubou a monarquia, escreveu: “O povo assis- reu em decorrência da intensificação da cobrança de
tiu bestializado, acreditando se tratar de uma parada impostos e também da cobrança dos empréstimos
militar”. realizados pelos senhores de engenho de origem por-
O país, que tinha acabado de por fim à monarquia, tuguesa com os banqueiros holandeses.
apresentava profundas questões sociais, políticas e
econômicas para resolver. Sem participação política a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
das massas, ficou a cargo de uma elite republicana- b) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
decidir os rumos do país. A Primeira República seria c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
apenas a primeira fase dos mais de 130 anos que mar-
d) Todas as afirmativas estão corretas.
cam esse sistema no Brasil.
4. (EXATUS — 2014) A Batalha do Jenipapo, ocorrida no
dia 13 de março de 1823, foi um confronto:
HORA DE PRATICAR!
a) Que evidencia as péssimas condições de vida da
1. (EXATUS — 2014) 0 sentido da colonização - A ativi- população mais pobre e domínio político e econômico
dade colonizadora europeia aparece como desdobra- dos grandes fazendeiros.
mento da expansão puramente comercial. Passou-se b) Considerado fundamental no processo de indepen-
da circulação para a produção, no caso português, dência e consolidação do território brasileiro.
esse movimento realizou-se através da agricultura c) Que se consistiu numa sublevação de caráter racial,
tropical. Os dois tipos de atividade, circulação e pro-
de escravos africanos, organizados em tomo de pro-
dução, coexistiram. Isso significa que a economia
colonial ficou atrelada ao comércio europeu. Segundo postas radicais para libertação dos demais escravos
Caio Prado Jr., o sentido da colonização era explícito: africanos.
d) Que teve início entre as elites militares, médicas e jor-
a) Como elemento da expansão mercantil da Europa, nalistas do atual município de Campo Maior, na provín-
regulado pelos interesses da nobreza. cia do Piauí.
b) Fornecer produtos tropicais e minerais para o merca-
8

do externo.
-2

5. (EXATUS — 2014) Após a deflagração da Revolução


77

c) A colônia transforma-se em instrumento de poder da de Avis, Portugal passou por um processo de mudan-
.7

metrópole, o fio condutor, a prática mercantilista, visa-


ças onde não podemos afirmar que:
86

ra essencialmente o poder da própria burguesia.


.8

d) Na centralização do poder como condição para os paí-


a) A nacionalização dos impostos, leis e exércitos favo-
39

ses saírem em busca de novos mèrcados.


receram a ascendência das atividades comerciais de
-1

2. (EXATUS — 2014) No plano interno, Marquês de sua burguesia mercantil.


o
av

Pombal instituiu uma reforma que desagradou mui- b) A prosperidade material alcançada por meio desse
st

tos daqueles que viviam das regalias oferecidas pela conjunto de medidas ofereceu condições para o inves-
gu

Coroa Portuguesa: timento em novas empreitadas mercantis.


o

c) Parte desse câmbio de mercadorias era intermediada


av

a) Incentivou o desenvolvimento de uma indústria nacio- pelos italianos genoveses que, via Mar Mediterrâneo,
st

nal com pretensões de diminuir a dependência econô- introduziam as especiarias orientais na Europa.
gu

mica do país.
d) Nesse período, as principais rotas comerciais esta-
b) A expulsão dos jesuítas do Brasil.
c) A criação de várias companhias de comércio incumbi- vam voltadas no trânsito entre a Ásia (China, Pérsia,
das de dar maior fluxo às transações comerciais entre Japão e Índia) e as nações mercantilistas europeias.
a colônia e a metrópole.
d) O chamado Erário Régio tinha como papel controlar os 9 GABARITO
gastos do corpo de funcionários reais e, principalmen-
te, reduzir os seus gastos.
1 D
3. (EXATUS — 2014) Assinale a alternativa correta,
2 B
quanto às afirmativas abaixo, sobre a Insurreição
Pernambucana: 3 C

I. A Insurreição Pernambucana ocorreu no contexto da 4 D


ocupação holandesa na Região Nordeste do Brasil, em
5 B
116 meados do século XVII.
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lidando com algo em constante mudança e que é tão
diverso – o indivíduo e a sociedade –, as ciências natu-
rais estão preocupadas com fenômenos universais.
Isso quer dizer que, enquanto há uma só explicação

SOCIOLOGIA que aprendemos para explicar um átomo na aula de


química (ciência natural), nas ciências humanas, exis-
tem diversas produções teóricas para discutir como
se dá o aprendizado infantil, quais são suas etapas e
processos. Essas explicações teóricas podem coexistir
RELAÇÕES ENTRE INDIVÍDUO E nas ciências humanas.
SOCIEDADE A SOCIOLOGIA COMO INSTRUMENTO PARA
PENSAR A SOCIEDADE E OS PROCESSOS SOCIAIS
O INDIVÍDUO NA SOCIEDADE E A SOCIOLOGIA
Aqui, utilizaremos uma categoria do sociólogo
A sociologia é conhecida como “a ciência da socie-
dade”. Mas o que seria exatamente uma ciência da Wright Mills: a imaginação sociológica. Mas ao invés
sociedade? Alguns autores e autoras se empenharam de pensarmos nela como uma imaginação, algo não
em responder a importância da sociologia em discutir palpável, quero propor que pensemos nela como um
coisas do nosso cotidiano, da criação de regras e de óculos. Isso mesmo. Talvez você não use óculos, mas
como as nossas relações sociais são construídas. Esse muito provavelmente você conhece alguém que usa
é um dos princípios básicos para entendermos juntos ou ao menos sabe para que serve. Quando aprender-
qual é o objeto de estudo da sociologia. mos sobre o trabalho de algum autor ou autora da
Nas ciências humanas, um dos consensos é que os sociologia, pensaremos no que o trabalho apresen-
indivíduos são seres sociais. Mas o que essa afirmação ta como um óculos para olharmos para determina-
quer dizer? Trata-se do fato de que, até onde a ciên- do fenômeno da sociedade. Isso porque esse mesmo
cia pôde perceber, diferentemente do que acontece autor, Wright Mills, ainda nesse mesmo texto, nos
com outros animais, os comportamentos humanos explica que a sociologia é a ciência que nos auxilia
não são derivados de uma “natureza” que existe nos
na compreensão de como o mundo se organiza e
indivíduos, mas sim do que eles aprendem a partir dos
ambientes onde estão inseridos. como os indivíduos se localizam nela ao analisar-
Tratando sobre isso, a socióloga Cristina Costa expli- mos os contextos sociais. Os contextos sociais seriam
ca que os outros animais, quando crescem isolados dos o entorno dos indivíduos e o modo como somos afe-
iguais à sua espécie, acabam por desenvolver os mes- tados por ele. As instituições, o emprego, a família,
mos comportamentos. Já no caso dos seres humanos, o lugar onde cresceu e estudou, o gênero: tudo isso
ao contrário, a maioria dos seus comportamentos só se afeta no modo como um indivíduo se comportará.
desenvolve a partir da troca social, do convívio, do que É por isso que a frase “Carolina era alguém à frente
costumamos chamar de “socialização”. do seu tempo” pode nos dar uma impressão errada.
Agora é importante pensarmos que não tratamos Se pararmos para pensar sociologicamente, Carolina
8

então de uma “socialização” apenas, mas várias for-


-2

pode ter um comportamento diferenciado e por isso


mas de socializações. Isso explica por que existe tanta
77

despertar a sensação de ruptura com o velho para o


diversidade cultural, por que a formação do compor-
.7

novo, mas as sociedades vão mudando tempo todo e


tamento dos indivíduos está fortemente ligada às
86

cada mudança é fruto de um processo social, sendo


experiências sociais que temos. Cristina Costa explica
.8

esse o alvo das perguntas sociológicas.


também que a cultura humana se dá pela capacidade
39

dos indivíduos de organizar, comunicar e comparti- Outro autor muito conhecido na disciplina, Pier-
-1

lhar para o grupo, significados sobre o mundo. re Bourdieu, também nos ajuda a pensar a tarefa da
sociologia. Ele afirma que a sociologia tem como tare-
o

Vamos pensar em um exemplo prático? Quando


av

uma criança pequena começa a andar, os cuidadores fa “revelar o que está escondido”. Ou seja, a sociologia
st

dessa criança começam com orientações sobre o espa- como uma ciência da sociedade não tem como objetivo
gu

ço que a cerca. “Não pode colocar a mão na tomada discutir obviedades, mas analisar as relações sociais
porque machuca.” Só nessa frase a criança já pode
o

como processos que envolvem questões econômicas,


av

aprender diferentes informações a partir da lingua- políticas e culturais, o que vai desde discutir as polí-
st

gem, para saber o que é cada coisa (mão, tomada), o ticas econômicas entre os países até quais são os ali-
gu

que é se machucar etc. mentos que encontramos tipicamente nas cafeterias


brasileiras. Isso quer dizer que a pergunta sociológica
não está apenas em descrever algum aspecto do coti-
Importante! diano, mas em compreender como ele se dá e quais
Desde o início da vida vamos aprendendo sobre são as normas e os valores sociais que aprendemos
o mundo a partir da linguagem e dos significa- que tornam possível que esse fenômeno aconteça.
dos que atribuímos a partir de símbolos. O quadrinho a seguir ajuda na atividade de ima-
SOCIOLOGIA

ginar o que iremos estudar aqui como um óculos que


possui lentes que nos possibilitam olhar o mundo de
DIFERENÇA ENTRE CIÊNCIAS HUMANAS X outras formas. Pensar nessas teorias deste modo nos
CIÊNCIAS NATURAIS ajuda a compreender melhor a tarefa da sociologia
em possibilitar olhar as relações que temos com o nos-
É importante pensarmos também na diferença so entorno como algo construído desde que nascemos
entre as ciências humanas (essas que se dedicam até o final da vida. Mas também possibilita que pense-
a estudar os indivíduos e suas relações) e as ciên- mos como o pensamento social vem mudando e como
cias naturais. Enquanto as ciências humanas estão essas “lentes” dos óculos também mudam, o que faz 117
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com que possamos ver uma determinada coisa sobre
outros pontos de vistas. DISTINÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO E
PRIVADO
A SOCIALIZAÇÃO DOS INDIVÍDUOS: A
INTERNALIZAÇÃO DAS REGRAS SOCIAIS E A
REPRODUÇÃO

Um dos consensos nas ciências humanas é que o


comportamento dos indivíduos é social e não natu-
ral. Ou seja, aprendemos a viver em sociedade de
acordo com a experiência que vamos vivenciando
desde o nascimento. Esse aprendizado é o que chama-
mos na sociologia (e em outras ciências também) de
“socialização”.
Para pensarmos nesse processo social, vamos ima-
ginar uma pessoa que vive no Brasil e que não con-
some muito conteúdo sobre cultura internacional
e, de repente, decide ir para Hong Kong. Apesar de
vivermos em um mundo globalizado, onde o compar-
tilhamento de cultura entre os países é muito rápido
(tecnologias, alimentação, produtos de higiene), de
modo que encontremos bastante coisas em comum, há
singularidades nos lugares. Uma delas, e que tem local
de destacada importância, é a linguagem, habilidade
essa que vamos aprendendo desde que nascemos e
que usamos sempre que queremos nos comunicar
com outro alguém.
Neste caso, esse indivíduo teria que anteriormente
aprender a linguagem para que conseguisse partici-
par de forma ativa das trocas culturais do novo país,
compartilhando assim dos significados que aqueles
indivíduos atribuem às relações do cotidiano e aos
objetos.
Esse processo de “socialização” foi investigado por
DIFERENÇA ENTRE A SOCIOLOGIA E O SENSO
diversos(as) autores(as) dentro da sociologia e aqui
COMUM
destacaremos alguns para que possamos compreen-
der como ele se dá.
8

Você pode estar pensando: se é para pensar outros


-2

A primeira questão, que já vimos no primeiro tópi-


77

pontos de vistas, é só conversar com outras pessoas e co da apostila, é que a realidade é construída social-
.7

pronto. Porém, a sociologia é mais complexa que só mente pelos indivíduos, que vão incorporando seus
86

apresentar outras realidades ou outras visões sobre significados e gerando novos a partir da experiência
.8

a mesma realidade. A disciplina de sociologia segue social. Como vimos no exemplo acima, precisamos de
39

todo um rigor metodológico para analisar as relações trocas com outros indivíduos para que compartilhe-
-1

sociais em que estamos envolvidos. É importante mos e formemos sentidos sobre o mundo em que esta-
o

então pensarmos aqui que a sociologia é bem diferen- mos inseridos, nossas reflexões sobre o mundo, nossos
av

te do que costumamos chamar de “senso comum”. comportamento, nosso modo de vestir, tudo isso é for-
st

mado a partir da nossa troca com outras pessoas. Pen-


gu

O senso comum seriam noções que vamos crian-


sando nisso, podemos pensar também na importância
do a partir da nossa experiência cotidiana e do que
o

da família, da escola, dos grupos religiosos, do bairro,


av

aprendemos com os grupos onde estamos inseridos. da classe econômica – enfim – de todos os grupos aos
st

Uma expressão clássica do senso comum que vemos quais vamos pertencendo desde que nascemos para
gu

por aí é a seguinte: “todo/a brasileiro/a gosta de sam- a formação do modo de agir e pensar dos indivíduos.
ba”. Muitas pessoas de fora se dizem surpreendidas Pensemos então no exemplo de um bebê que aca-
quando percebem que nem todo mundo que é brasi- ba de nascer e que tem indivíduos adultos no seu
leiro gosta de samba ou sabe sambar. entorno responsáveis pelo seu cuidado, sejam eles
Ao contrário do senso comum, a sociologia anali- seus pais, avós, cuidadores de alguma instituição (cre-
sa as relações sociais detalhadamente para responder che, orfanato). Nesses ambientes (seja qual formato
questões e não generaliza o comportamento para toda for), ocorre o que é chamado na sociologia de “socia-
a sociedade. Desse modo, o que mostramos no primei- lização primária”. É ali que esse bebê vai receber os
primeiros aprendizados sobre a vida, falados ou por
ro tópico da apostila não é que nossos comportamen-
ele observados. O modo como as pessoas se vestem,
tos são predeterminados e que agiremos de forma
como chamam as coisas, quem cozinha, horários, o
igual. O que a sociologia faz, na verdade, é elaborar que se come, como ele é chamado e como se chamam
questões sobre as relações sociais e, a partir de uma as outras pessoas.
observação detalhada tanto da relação quanto suas É na experiência do dia a dia que essa criança
trajetórias históricas e social, elaborar teorias (ou vai aprendendo sobre o mundo, os valores e regras,
118 novas lentes) para olharmos esses fenômenos. ela vai internalizando tudo isso e elaborando suas
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emoções e seus comportamentos. Aspectos como ren- no papel da família enquanto instituição, ela estabe-
da da família, composição familiar, valores religiosos lece normas e busca delimitar comportamentos dos
ou não, estrutura do ambiente etc., tudo isso compõe indivíduos para a convivência em sociedade. Peter
o “contexto social” que influenciará na socialização Berger e Brigitte Berger alertam, porém, que a lingua-
primária. Essa primeira experiência é formada, por- gem é a primeira instituição social da qual fazemos
tanto, pelos indivíduos que cercam essa criança e o parte, além de ser a mais fundamental delas, pois é
contexto social deles e esse é o único mundo que exis- a partir da linguagem que o indivíduo é inserido na
te, então não há muita divergência. dinâmica social mais extensa, que engloba todas as
A segunda fase desse processo é a chamada “socia- outras instituições sociais, incluindo aquele primeiro
lização secundária”, que seria o contado do indivíduo espaço de socialização que é o familiar.
com outras possibilidades de mundo, outras visões A instituição familiar é, em geral, aquela que irá
que podem divergir do mundo apresentado a ele na introduzir e preparar o indivíduo para vivenciar expe-
socialização primária. Nela, ele perceberá outros tipos riências em outras instituições. As famílias variam
de relação, outros tipos de família, outros modos de se entre si nas regras sociais que introduzem os indiví-
comportar, modos de falar que são distintos do que duos a depender da cultura em que existem. Assim,
ele aprendeu em um primeiro momento. aspectos como vestimentas, comportamento (a depen-
der de características como gênero e idade), como falar
Indivíduos e Instituições Sociais com outras pessoas, visões sobre o mundo e muitas
outras características são passadas nessa instituição.
Foi possível perceber que a socialização é um Posteriormente, é comum que o indivíduo seja
fator fundamental para a existência em sociedade. É introduzido na instituição educacional ou em uma
a partir da socialização que os indivíduos vão apren- instituição religiosa. No ambiente escolar, vamos
dendo comportamentos, cultura, perspectivas de vida aprender sobre regras gerais da sociedade, conheci-
etc. Além disso, ela é contínua. Ou seja, ela se inicia mentos que são selecionados e que compõe um cur-
quando o indivíduo nasce e só acaba quando ele mor- rículo geral. Mais uma vez, assim como no caso da
re. Desse modo, a socialização acontece em todos os família, essa instituição escolar tem características
ambientes aos quais temos acesso como a família, a que são particulares a depender se é pública ou parti-
escola, o trabalho etc. cular, o espaço físico onde ela está localizada. Então,
Esses espaços de socialização aos quais o indi- pensemos a partir dos óculos sociológicos: o que faz
víduo pertence simultaneamente chamamos de dela uma instituição social? O fato de ela, dentro de
“instituições sociais” e são essas instituições que esta- suas particularidades sociais e econômicas, instituir
belecerão regras que buscam colocar limites nos com- normas e regras aos quais os indivíduos que dela
portamentos que são ou não aceitáveis. Se pensarmos, fazem parte devem seguir.
por exemplo, na criança que tem na família o seu É neste mesmo sentido que a instituição religio-
primeiro local de socialização, a “instituição fami- sa é considerada uma instituição social. Pois, apesar
liar” será responsável por introduzir algumas regras das particularidades das variadas religiões existentes
sociais, comportamentos que são julgados como ade- na sociedade, um aspecto comum a elas é a criação
e propagação de dogmas, regras e comportamentos
8

quados ou não. Essa delimitação de regras vai variar


-2

de ambiente para ambiente, dependendo do contexto que seus seguidores devem seguir. Em alguns casos,
77

social que essa família pertence. Por exemplo: o ato há até sanções que o indivíduo pode sofrer caso não
.7

de falar alto pode ser completamente recriminado em cumpra as regras da instituição, como é o exemplo da
86

uma casa, enquanto em outra é algo habitual entre os igreja católica, que tem suas regras definidas no “códi-
.8

familiares. go de direito canônico” e que pode chegar até a san-


39

Desse modo, as instituições sociais têm a função de ção máxima de excomunhão (retirada da participação
-1

criar uma “margem” que irá delimitar e buscar con- religiosa) do fiel que for contra essas normas.
o

trolar quais são os comportamentos aceitos e quais Peter Berger e Brigitte Berger definem algumas
av

são considerados errados. Apesar dessa busca por das características que seriam próprias das institui-
st

controle ou da tentativa de limitar os comportamen- ções sociais. A exterioridade seria uma das primeiras
gu

tos, isso não quer dizer que as ações dos indivíduos características, pois a instituição social independe da
o

sejam predeterminadas e que não haja escolha por vontade individual em que ela exista ou não. Isso não
av

parte destes. quer dizer, é claro, que elas são eternas ou “naturais”.
st

Como vimos no primeiro capítulo, os aspectos das


gu

relações sociais são construídos socialmente. Neste


Dica
sentido, as instituições estão em constante mudança.
O papel das instituições sociais consiste, então, O que os autores querem dizer ao caracterizá-la como
em buscar estabelecer normas sociais e exercer exterior ao indivíduo é que, mesmo que em um dado
controle sobre a ação dos indivíduos. momento ele decida ficar alheio à instituição social,
ela continuará existindo.
Para Émile Durkheim, que está pensando em E isso se relaciona profundamente com a segunda
SOCIOLOGIA

termos de reprodução social, as instituições sociais característica, que é a da objetividade. Deste modo,
exercem uma função importante ao prepararem os além de continuar existindo independentemente da
indivíduos para conviverem em sociedade. vontade individual, a instituição é objetivamente cons-
tatada pelos indivíduos que vivem naquela sociedade.
O PAPEL DA FAMÍLIA, ESCOLA, VIZINHANÇA, Outro aspecto importante das instituições é a coer-
TRABALHO E DAS INTERAÇÕES SOCIAIS citividade. Isso quer dizer que, existindo de modo
exterior e objetivo, a instituição ainda pode se valer
A instituição familiar é, em geral, uma das primei- de regras e normas que coagem o indivíduo a agir de
ras instituições com a qual temos contato. Pensando acordo com o que é estabelecido. 119
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Outra característica, que se relaciona diretamente Conceitualizando os Direitos: o que são?
com a última, é a da autoridade moral que as insti-
tuições exercem, isto é, o potencial de gerar constran- Em toda sociedade existem padrões e estruturas
gimentos sociais pelos quais o indivíduo que opta por estabelecidas; os indivíduos precisam estar em con-
não seguir as regras acaba passando. dições mínimas de estarem inseridos nesses padrões
E, por último, temos a historicidade das institui- e de terem o mínimo da vida civilizada, que esteja
ções sociais. Como vimos, tudo o que vivenciamos dentro do parâmetro da sociedade. Os direitos estão
hoje é fruto de uma longa trajetória histórica e social associados diretamente ao cumprimento de deveres
que possibilitou as relações sociais que temos. Ou seja, por cada cidadão, que precisa estar ciente de suas res-
as instituições sociais têm um longo percurso de cons- ponsabilidades para com o Estado, o coletivo e o país
trução das suas normas, dos valores, da incorporação como um todo, realizando pagamento de impostos e
de sentido pelos indivíduos que por ela são afetados. demais obrigações que visam promover o bem-estar
da comunidade. Os direitos humanos, portanto, são
universais, inalienáveis e inegociáveis.
Os principais marcos históricos no que diz respei-
to ao reconhecimento e estabelecimento dos direitos
CIDADANIA E DIVERSIDADE humanos são a declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão, em 1789, e a Declaração Universal dos
CONCEITUALIZANDO A CIDADANIA Direitos Humanos pela ONU, em 1948.
O sociólogo inglês Thomas Humphrey Marshall Cidadania no Caso de Grupos Propensos à
(1893-1981) será um dos principais autores a se debru- Vulnerabilidade Social
çarem sobre o conceito de cidadania. Marshall divide
o conceito em três partes ou elementos: civil, político
No que diz respeito aos direitos de grupos sociais
e social.
que se encontram em situação de vulnerabilida-
O primeiro elemento é constituído pelos direitos
de social, existem leis no Brasil criadas não só para
necessários às liberdades individuais, que consistem
reconhecer problemas específicos, mas também para
no direito à propriedade, liberdade de imprensa,
garantir direitos básicos a determinados segmentos
liberdade de ir e vir, pensamento e fé e o direito à jus-
sociais. A sociedade brasileira é dividida por classes
tiça. As instituições relacionadas com os direitos civis
sociais, ou seja, marcada por uma profunda desigual-
são principalmente os tribunais de justiça. Um marco
importante da história que irá influenciar a conquista dade econômica e social que dificulta ou quase anula
desses direitos será o advento das ideias iluministas, acessos importantes a direitos básicos por parte de
que preconizam o homem e reconhecem este como pessoas pertencentes a classes mais baixas.
portador de direitos. A própria formação da estrutura brasileira, que
O segundo elemento diz respeito aos direitos políti- se deu a partir da dominação, exploração do traba-
cos, entendidos como o direito a participar e exercer o lho escravo e da violência colonial, deixaram pro-
poder político, seja na condição de eleitor para a esco- fundas marcas até os dias atuais, sendo sentidas por
lha de representantes do povo ou de se candidatar a grupos que são historicamente marginalizados. É o
caso, por exemplo, de negros e negras, que sofrem
8

cargos públicos e exercer o direito à manifestação.


-2

Esses direitos estão associados às lutas políticas pro- cotidianamente com o racismo nas relações sociais e
77

tagonizadas por trabalhadores no final do século XIX, também com o racismo institucional, ou seja, quando
.7

que exigiam melhores condições de trabalho e que se as próprias estruturas públicas e privadas reprodu-
86

organizavam em organismos como partidos políticos zem práticas que discriminam pessoas pela cor e que
.8

e sindicatos para reivindicação de direitos trabalhis- inviabilizam o acesso dessas pessoas a esses espaços.
39

tas. As instituições associadas a esse elemento são o É importante destacar, pois, o estado de vulnerabi-
-1

parlamento e os conselhos do governo. lidade em que se encontram moradores de áreas onde


não se faz presente o Estado, deixando essas pessoas à
o

O terceiro elemento está associado aos direitos


av

sociais, compreendidos como o direito ao mínimo mercê de grupos paralelos e expostas à violência das
st

bem-estar econômico e a segurança, direito de parti- mais diversas possíveis. Também é o caso de mulhe-
gu

cipar da herança social e de se viver de acordo com res, crianças e adolescentes de periferias, que estão
sujeitas às mais diversas situações de exploração e
o

os padrões de vida civilizada operantes na sociedade,


av

como o de se ter educação, moradia e lazer. As ins- violência, sendo necessária a elaboração de leis que
st

tituições que correspondem a esses elementos são o garantam segurança e proteção desses grupos.
gu

sistema educacional e os serviços sociais. Assim, destacam-se: a Lei nº 7.716, de 1989, que
Assim, para Marshall, mesmo que a cidadania não torna crime os preconceitos de raça e cor, sendo uma
tenha contribuído para a redução da desigualdade importante ferramenta de punição aos casos de racis-
social, ela foi fundamental para o desenvolvimento mo e discriminação racial, étnica e religiosa; a Lei
do caminho e progresso para as políticas igualitárias nº 11.340, de 2006, que cria mecanismos para coibir
do século XX. A cidadania, pois, exige um sentimento a violência doméstica contra a mulher presente nos
direto de participação e compreende a ideia de pes- termos do art. 226, da Constituição Federal — essa lei
soas livres, portadoras de direitos e protegidos por ficou conhecida como “Lei Maria da Penha”, e tam-
uma lei comum a todos e todas. O conceito de cida- bém dispõe sobre a criação de juizados de Violência
dania, mais uma vez, não é fixo e está em constante Doméstica e Familiar contra a Mulher; a Lei nº 8.069,
mudança ao longo do tempo. A luta para a ampliação de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
dos direitos já conquistados e a luta por mais direitos Adolescente (ECA) e dá outras providências de prote-
ainda a serem alcançados contribuem para o desen- ção a este setor; a Lei nº 10.741, de 2003, que dispõe
volvimento da cidadania. sobre o Estatuto do Idoso e dá medidas de proteção a
Ao longo da história, outros autores elaboram e esse setor; e a Lei nº 10.098, de 2000, que estabelece
ampliam o conceito de cidadania de acordo com a rea- critérios e normas que garantam a acessibilidade de
120 lidade social e histórica de cada país. pessoas com portadoras de deficiência.
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Desumanização e Coisificação do Outro Reprodução da Violência e da Desigualdade Social

A desumanização do outro nada mais é do que Existe uma relação direta entre desigualdade social
retirar as capacidades de ordem cognitiva e racional e a reprodução da violência na sociedade. De acordo
do outro, sua criatividade e individualidade, em últi- com o Mapa da Violência de 2019 (IPEA), foram regis-
ma instância, retirar a essência da outra pessoa, não a trados mais de 65 mil homicídios no Brasil somente no
considerando humana. ano de 2017, o maior número já registrado. O cenário
A coisificação do outro significa tornarmos e fica ainda pior quando há o recorte da faixa etária:
59,1% das mortes de homens entre 15 a 19 anos são
enxergarmos uma pessoa como uma coisa material,
causadas por homicídio.
a ser usada ao bel-prazer de interesses de outros que
Os dados também revelaram o aumento da vio-
a consideram apenas como um objeto para cumprir lência contra grupos sociais específicos, como negros,
determinada utilidade. LGBTs e mulheres, sendo essa última violência tipifi-
Podemos trazer aqui alguns fatos históricos que cada como feminicídio, quando a mulher é assassina-
exemplificam a desumanização e a coisificação do da somente pelo fato de ser mulher.
outro, como o processo de escravização indígena e Também foram observadas pelo Mapa da Vio-
negra pelos portugueses. A própria relação entre colo- lência as taxas de homicídios por regiões do Brasil,
nizador e colonizado pressupunha, necessariamente, sendo que as regiões Sudeste e Centro-Oeste apresen-
a desumanização e coisificação do outro para que o taram uma leve diminuição dos casos de homicídios,
seu domínio fosse justificado segundo as crenças e a há estabilidade na região Sul e aumento significativo
moral do colonizador, que não enxergavam negros nas regiões Norte e Nordeste, também consideradas
e indígenas como seres humanos, mas como coisas as regiões mais desiguais do país. É evidente que há
que cumpriam apenas o trabalho para a extração de outros fatores que contribuíram para esse crescimen-
riqueza para os colonizadores. to, mas não podemos desconsiderar as desigualdades
presentes entre as próprias regiões, sendo que umas
Também na nossa realidade atual, podemos elen-
apresentam maior concentração de riqueza e melho-
car alguns casos que exemplificam a ideia de desu-
res estruturas e oportunidades, enquanto outras são
manização e coisificação do outro, como o trabalho como centros de espoliação.
infantil análogo à escravidão, o tráfico de pessoas e a A desigualdade e a exclusão social são inerentes ao
exploração sexual de crianças e adolescentes. capitalismo, ao seu processo de concentração de capi-
tal. Esse processo desigual acaba por gerar massas de
pessoas vistas como descartáveis, que não conseguem
ocupar uma vaga emprego pela alta especialização
requerida pelo mercado e pela pouca qualificação que
possuem.
Essas massas de trabalhadores e jovens que não
conseguem um emprego formal ou que não perma-
necem na escola para trabalharem na informalidade
e ajudar a família acabam ficando de fora do mercado
e de melhores condições de ascensão social, tendo que
8
-2

ocupar os empregos mais precários e com baixos salá-


77

rios. Soma-se a isso a falta de moradia e a segregação


.7

vivenciada nas periferias do país, que não possuem


86

qualquer estrutura ou meios que garantam acessos à


.8

cultura e à educação.
39

É evidente, pois, que com o crescimento da desi-


-1

gualdade social, ocorre também o aumento da violên-


cia, seja nas cidades ou no campo, sendo este último
o
av

palco de assassinatos que decorrem da alta concentra-


Negros escravizados e presos por correntes.
st

ção de terras por fazendeiros, da expulsão de campo-


gu

neses e indígenas de seus territórios por jagunços e das


Fonte: Jornal Opção. ameaças a ativistas que lutam pelos direitos humanos.
o
av
st
gu

O ESTADO E OS DIREITOS HUMANOS


O DEVER DOS ESTADOS DE PROMOVER O ACESSO
À JUSTIÇA

O acesso à justiça não só é um direito fundamental,


SOCIOLOGIA

como também um princípio garantidor da eficácia dos


direitos humanos e dos outros direitos em geral. Isso
porque o acesso à justiça pode se tornar uma ferramen-
ta e uma garantia para o exercício dos demais direitos.
Alguns direitos, por sua imprescindibilidade,
merecem maior atenção do Estado e exigem uma
Trabalho análogo à escravidão em uma carvoaria. proteção especial para garantia de validação de seus
preceitos. A efetividade do acesso à justiça como
Fonte: Agência Brasil direito fundamental relaciona o cidadão ao Estado, 121
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atribuindo-lhe o dever de uma prestação jurisdicional [...] esse enfoque encoraja a exploração de uma
célere e satisfativa para todos. A violação do acesso à ampla variedade de reformas, incluindo alterações
justiça, assim como de outras normas constitucionais, nas formas de procedimento, mudanças na estru-
pode ser impedida ou combatida com as medidas pro- tura dos tribunais ou a criação de novos tribunais,
cessuais e extraprocessuais adequadas previstas na o uso de pessoas leigas ou para profissionais, tanto
legislação brasileira. como juízes quanto como defensores, modificações
no direito substantivo destinadas a evitar litígios ou
“O direito de acesso à justiça consiste na faculdade
facilitar sua solução e a utilização de mecanismos
de requerer a manifestação do Poder Judiciário sobre
privados ou informais de solução dos litígios. Esse
pretensa ameaça de lesão ou lesão a direito” (RAMOS,
enfoque, em suma, não receia inovações radicais
2017, p. 786). Vale notar também que: e compreensivas, que vão muito além da esfera de
representação judicial.
Concretiza-se, assim, o princípio da universalidade
da jurisdição ou inafastabilidade do controle judi-
Basicamente, a terceira onda volta-se à efetividade
cial, pelo qual o Poder Judiciário brasileiro não pode
da justiça, pois nada adianta acessar a justiça e não
sofrer nenhuma restrição para conhecer as lesões ou
se obter uma resposta adequada em tempo razoável.
ameaças de lesões a direitos. Esse direito é tido como
de natureza assecuratória, uma vez que possibilita a
garantia de todos os demais direitos, sendo oponível 100 REGRAS DE BRASÍLIA SOBRE ACESSO À JUSTIÇA
inclusive ao legislador e ao Poder Constituinte Deriva- DAS PESSOAS EM CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE E
do, pois é cláusula pétrea de nossa ordem constitucio- DESENVOLVIMENTOS NO ÂMBITO DA ORGANIZAÇÃO
nal. O direito de acesso à justiça possui duas facetas: DOS ESTADOS AMERICANOS RELACIONADOS À
a primeira é a faceta formal, e consiste no reconhe- DEFENSORIA PÚBLICA
cimento do direito de acionar o Poder Judiciário. A
segunda faceta é a material ou substancial, e consiste As “100 regras de Brasília” foram elaboradas em
na efetivação desse direito: (i) por meio do reconheci- 2008 durante a XVI Cúpula Judicial Ibero-americana,
mento da assistência jurídica integral e gratuita aos realizada em Brasília, como uma declaração de garan-
que comprovem a insuficiência de recursos (art. 5º, tia efetiva aos direitos humanos, principalmente pela
LXXIV); (ii) pela estruturação da Defensoria Pública facilitação do acesso à justiça, voltado às pessoas em
como instituição essencial à função jurisdicional do situação de maior vulnerabilidade.
Estado (art. 134); (iii) pela aceitação da tutela cole- O capítulo I, preliminar, trata dos destinatários das
tiva de direitos e da tutela de direitos coletivos (ver regras, notadamente, idade, incapacidade, pertinên-
abaixo), que possibilita o acesso à justiça de várias cia a comunidades indígenas, vitimização, migração e
demandas reprimidas (ver abaixo); e (iv) pela exigên- deslocamento interno, pobreza, gênero, demais mino-
cia de um devido processo legal em prazo razoável, rias, privados de liberdade.
pois não basta possibilitar o acesso à justiça em um Conceitua-se vulnerabilidade para fins de acesso à
ambiente judicial marcado pela morosidade e delon- justiça, nos termos das regras 3 e 4:
ga. Também não pode a lei criar obstáculos ao poder
geral de cautela do juiz, uma vez que este se justifica 3. Consideram-se em condição de vulnerabilidade
para assegurar o resultado útil do processo principal: aquelas pessoas que, por razão da sua idade, gêne-
8
-2

sem o poder de cautela, nada adiantaria o trâmite ro, estado físico ou mental, ou por circunstân-
77

regular do acesso à justiça. Nessa linha, decidiu o STF cias sociais, econômicas, étnicas e/ou culturais,
encontram especiais dificuldades em exercitar
.7

que o “poder de cautela, mediante o implemento de


86

liminar, é ínsito ao Judiciário” com plenitude perante o sistema de justiça os


direitos reconhecidos pelo ordenamento jurídico.
.8

(ADPF 172-MCREF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 10-6-


39

4. Poderão constituir causas de vulnerabilidade,


2009, Plenário, DJE de 21-8-2009). (RAMOS, 2017)
entre outras, as seguintes: a idade, a incapacidade,
-1

a pertença a comunidades indígenas ou a minorias,


o

A formação de um conceito sistemático de acesso a vitimização, a migração e o deslocamento inter-


av

à justiça vem da teoria de Cappelletti e Garth em seu no, a pobreza, o gênero e a privação de liberdade. A
st

livro Acesso à Justiça (1998), em que apontaram três concreta determinação das pessoas em condição de
gu

ondas reformistas, evolucionistas ou de acesso. vulnerabilidade em cada país dependerá das suas
o

características específicas, ou inclusive do seu nível


av

z 1ª onda: Cappelletti e Garth (1998, p. 31-32) de desenvolvimento social e econômico.


st

entendem que inicialmente surgiu uma onda de


gu

concessão de assistência judiciária aos pobres, par- O capítulo II aborda o efetivo acesso à justiça que
tindo-se da prestação sem interesse de remunera- deve ser conferido a esses grupos, especialmente: cul-
ção por parte dos advogados e, ao final, levando à tura jurídica; assistência legal e defesa pública; assis-
criação de um aparato estrutural para a prestação tência técnica; assistência qualificada, especializada e
da assistência pelo Estado; gratuita; intérprete; reforma legal dos procedimentos
z 2ª onda: Cappelletti e Garth (1998, p. 49-52) afir-
e requisitos legais para acesso à justiça; meios alter-
mam que depois veio a onda de superação do pro-
nativos para solução de conflitos; solução de conflitos
blema na representação dos interesses difusos,
nas comunidades indígenas.
saindo da concepção tradicional de processo como
algo restrito a apenas duas partes individualizadas O capítulo III foca na celebração de atos judiciais,
e ocasionando o surgimento de novas instituições, abordando a informação de tais atos, bem como aná-
como o Ministério Público; lise de notificações e requerimentos, condições para
z 3ª onda: Cappelletti e Garth (1998, p. 67-73) apon- comparecimento e sua dispensa, acessibilidade, pro-
tam que a terceira onda consiste no surgimento de teção à intimidade e aos dados pessoais etc.
uma concepção mais ampla de acesso à justiça, con- O capítulo IV volta-se à eficácia das regras, a ser bus-
siderando o conjunto de instituições, mecanismos, cada mediante cooperação internacional, investigação,
122 pessoas e procedimentos utilizados: estudos, sensibilização e formação de profissionais,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
novas tecnologias, manuais de boas práticas setoriais, � Princípio 1: O acesso à justiça como um direito
difusão e comissão de acompanhamento. humano fundamental é, ao mesmo tempo, o meio
de restaurar o exercício daqueles direitos que
Dica seriam desconhecidos ou violados;
� Princípio 2: O acesso à justiça não se esgota com
O inteiro teor das 100 Regras de Brasília pode ser a entrada de pessoas na instância judicial, mas se
acessado em no portal da ANADEP. Disponível estende por todas as etapas do processo;
em: https://www.anadep.org.br/wtksite/100-Re- � Princípio 3: O trabalho dos Defensores Públicos
gras-de-Brasilia-versao-reduzida.pdf. Acesso em: Oficiais é um aspecto essencial para fortalecer o
03 mai. 2022. acesso à justiça e consolidar a democracia;
� Princípio 4: O serviço estatal e de assistência jurí-
A Organização dos Estados Americanos destaca dica gratuita é essencial para a promoção e pro-
o papel da Defensoria Pública em propiciar o aces- teção do direito de acesso à justiça para todas as
so à justiça dos grupos vulneráveis, em especial nos pessoas, em particular aquelas que estão em uma
seguintes documentos: situação especial de vulnerabilidade;
Resolução 2.656, de 2011, Resolução 2.714, de � Princípio 5: Os Estados têm a obrigação de elimi-
2012, e Resolução 2.801, de 2013: por meio delas, nar os obstáculos que afetam ou limitam o acesso à
a Assembleia Geral vem “apoiar o trabalho que vêm defesa pública, de maneira a garantir acesso livre
desenvolvendo os Defensores Públicos Oficiais dos Esta- e completo à justiça;
dos do Hemisfério, que constitui um aspecto essencial do � Princípio 6: Sem prejuízo da diversidade dos sis-
temas jurídicos de cada país, é importante a inde-
fortalecimento do acesso à justiça e da consolidação da
pendência, autonomia funcional, financeira e/ou
democracia”; “afirmar a importância fundamental do
orçamentária da defesa pública oficial;
serviço de assistência jurídica gratuita prestado pelos
� Princípio 7: Como parte dos esforços para garan-
Defensores Públicos Oficiais para a promoção e a prote-
tir um serviço público eficiente, os Estados devem
ção do direito ao acesso à justiça de todas as pessoas, em
garantir respeito absoluto pelos Defensores Públi-
especial daquelas que se encontram em situação espe-
cos no exercício de suas funções, livre de interfe-
cial de vulnerabilidade em todas as etapas do processo”;
rências e controles indevidos de outros poderes do
reforçar a necessidade de se assegurar independência
Estado, que afetam sua autonomia funcional e cujo
e autonomia funcional, orçamentária, financeira e mandato é do interesse de seu réu;
técnica aos defensores; impor o dever dos Estados de � Princípio 8: A defesa pública não deve se limitar
promover a participação dos defensores públicos no à jurisdição criminal, mas, dentro da estrutura da
Sistema Interamericano de Direitos Humanos; incen- legislação de cada Estado, a assistência jurídica
tivar os Estados a constituírem sistema de assistência deve ser incluída em todas as jurisdições;
judiciária gratuita; incentivar a cooperação entre os � Princípio 9: Sem prejuízo da diversidade dos sis-
Estados para boas práticas na matéria. temas jurídicos de cada país, é importante que
Resolução 5.580, de 2017: nela, a Assembleia os Defensores Públicos desenvolvam, no âmbito
Geral vem “incentivar os Estados e as Instituições de de sua autonomia, instrumentos destinados à sis-
Defesa Pública Oficial das Américas a que desenvolvam
8

tematização e registro de casos de denúncia de


-2

em seu trabalho cotidiano, e no âmbito de sua autono- tortura e outros tratamentos desumanos e cruéis
77

mia, conforme seja pertinente, boas práticas destina- e fatores degradantes que podem funcionar como
.7

das à aplicação de ferramentas, inclusive as das Regras ferramentas para estratégias e políticas de preven-
86

de Brasília sobre Acesso à Justiça das Pessoas em Con- ção com o objetivo fundamental de prevenir viola-
.8

dição de Vulnerabilidade, com o objetivo de trabalhar


39

ções dos direitos humanos de pessoas privadas de


para a remoção dos obstáculos existentes para o acesso
liberdade, reconhecendo que os defensores públi-
-1

à justiça e o gozo de seus direitos”; “incentivar os Esta-


cos são atores fundamentais na prevenção, denún-
o

dos e as Instituições de Defesa Pública Oficial a buscar


cia e acompanhamento de vítimas de tortura e
av

o absoluto respeito ao trabalho dos defensores públicos


outro tratamento desumano, cruel e degradante;
st

no exercício de suas funções, livre de ingerência e con-


� Princípio 10: Levando em conta o sistema jurídico
gu

trole indevido por parte de outros poderes do Estado,


de cada Estado, eles devem promover a participa-
como medida para garantir o direito de acesso de todas
o

ção dos Defensores Públicos no Sistema Interame-


av

as pessoas à justiça, em especial aquelas que se encon-


ricano de Direitos Humanos, para que o direito à
st

trem em situação de vulnerabilidade”;


defesa técnica seja exercido e garantido desde a
gu

primeira ação do procedimento abordado contra


“tomar nota dos Princípios e Diretrizes sobre a Defe-
uma pessoa em nível nacional até, quando apro-
sa Pública nas Américas, aprovados por unanimi-
priado, a emissão da sentença pela Corte Intera-
dade pela Comissão Jurídica, mediante a resolução
CJI/RES. 226 (LXXXIX-O/16), os quais sistematizam mericana de Direitos Humanos.
e reforçam conceitos centrais das resoluções sobre
A Defensoria Pública é função essencial da Justi-
Defesa Pública, aprovadas por esta Assembleia
Geral, bem como solicitar ao Departamento de ça, individualizada da advocacia, e instituição perma-
SOCIOLOGIA

Direito Internacional que lhe dê a mais ampla divul- nente do Estado, que tem como finalidade primordial
gação” e “incentivar os Estados e as instituições de a orientação jurídica e a defesa do cidadão em todos
defesa pública oficiais das Américas a que garantam os graus, caracterizando-se assim, por garantir o aces-
às mulheres o acesso efetivo e igualitário à justiça, so à justiça aos mais necessitados. Compete-lhe a pro-
sem discriminação de nenhuma natureza”. moção dos direitos humanos, a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
Por seu turno, a Resolução nº 226, de 2016, da e coletivos e a orientação jurídica dos cidadãos que
Comissão Jurídica Interamericana, apresenta 10 prin- não possuem recursos financeiros suficientes para a
cípios sobre a Defensoria Pública nas Américas: contratação de um advogado particular. 123
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O sistema judicial deve configurar-se como um ins- estabelecidos até 1967. De modo geral, concedia amplos
trumento para a defesa efetiva dos direitos das pes- poderes às Forças Armadas, como suspender direitos
soas em condição de vulnerabilidade. A Defensoria políticos, cassar mandatos legislativos, interferir nos
Pública, representando essas pessoas, tem um papel estados da federação, determinar eleições indiretas para
fundamental na realização do acesso à justiça, confor- governadores e prefeitos e instituir o bipartidarismo.
me vastamente reconhecido pela OEA. Em outubro de 1969, estando o Congresso fecha-
do desde a implementação do Ato Institucional nº 5
DIREITOS SOCIAIS NAS CONSTITUIÇÕES (AI-5), a Junta Militar impôs uma emenda constitu-
BRASILEIRAS cional reformando o texto de 1967; dentre as altera-
ções, constavam a implementação da pena de morte, o
A primeira Constituição brasileira foi a de 1824, banimento, a ampliação do estado de sítio de 60 para
e, para os padrões da época, foi considerada bastan- 180 dias ou tempo indeterminado, assim como a deter-
te “liberal”. A carta estabelecia que todos os homens minação de novas limitações ao exercício dos direitos
acima de 25 anos, com renda mínima anual de 100 políticos, liberdade de cátedra e expressão artística.
mil-réis, podiam votar, mas esse critério de renda não A Constituição de 1988, que é a vigente em nossos
era grande barreira, pois a maioria dos trabalhadores dias, é conhecida como Constituição Cidadã. O texto
ganhava mais que essa quantia. restabeleceu eleições diretas para presidente e demais
Analfabetos também possuíam direito a voto, e cargos executivos, reduziu o mandato para quatro
os libertos podiam votar nas eleições primárias. Essa anos, fortaleceu o Ministério Público, deu direito de
constituição, que foi mantida até o final do Império, voto aos analfabetos, assim como a pessoas a partir
não mexeu na questão da escravidão nem na estru-
dos 16 anos, diminuiu a jornada de trabalho para 44
tura da terra, sendo alguns aspectos alterados em
horas semanais, criou o abono de férias e o seguro-
meados do século XIX, assim como impôs uma grande
-desemprego, o décimo terceiro salário para aposen-
centralização dos poderes na mão do Imperador.
A Constituição republicana de 1891 definiu as tados, definiu como crimes inafiançáveis o racismo e
bases do novo regime nos termos do presidencialismo, a tortura, proibiu a censura, garantiu a liberdade de
do federalismo e do sistema bicameral. Na questão do expressão e aumentou significativamente os mecanis-
voto, foram mantidas as reformas restritivas imple- mos de participação popular direta.
mentadas no fim do Império, excluindo os analfabe-
tos. Esse é um aspecto fundamental, pois a maioria A LUTA PELA CONQUISTA DE DIREITOS PELOS
esmagadora da população era analfabeta e, portanto, CIDADÃOS: DIREITOS CIVIS, HUMANOS, POLÍTICOS
deveria ficar fora das eleições. A constituição introdu- E SOCIAIS
ziu o registro civil de nascimentos, casamentos e mor-
te, assim como separou o Estado da Igreja. Os direitos civis remetem à Declaração Universal
A Constituição seguinte foi promulgada em 1934. dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que
Nesse novo texto, o Executivo deveria ser submetido à procurava estabelecer o princípio de igualdade civil.
fiscalização do Legislativo, eliminava-se a maneira de Outro marco fundamental é o da Declaração dos
governar baseada em decretos, garantia-se a indepen- Direitos Humanos, de 1948. Referendado pela Organi-
dência do Tribunal de Contas, limitava-se o mandato
8

zação das Nações Unidas (ONU), os direitos humanos


-2

presidencial em quatro anos e impedia-se a reeleição.


vieram no contexto de julgamento dos crimes contra
77

A estrutura do Estado pouco se alterou, mas houve


a humanidade praticados durante a Segunda Guerra
.7

a manutenção da estrutura da terra, a exclusão dos


86

Mundial. No entanto, quando olhamos para o caso dos


analfabetos do processo eleitoral e o trabalhador rural
.8

não foi incorporado à agenda de proteção social. Essa Estados Unidos, por exemplo, onde as leis de segre-
39

Constituição durou apenas três anos, uma vez que o gação racial prosseguiram nos anos posteriores à car-
-1

golpe de 1937 interrompeu completamente qualquer ta de 1948, vemos que a luta pelos direitos civis teve
outras marcas. Por isso, o nome de Martin Luther King
o

garantia constitucional, embora também possuísse


av

seu próprio texto. é tão emblemático quando falamos em igualdade civil.


st

Findada a ditadura de Vargas, a carta de 1946 Direitos sociais são os direitos coletivos que o Estado
gu

preservaria as conquistas sociais obtidas no período deve ofertar por meio de políticas públicas; são exem-
anterior e realocaria a democracia enquanto aspec- plos: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia,
o
av

to fundamental da vida pública. Estabelecia eleições transporte, lazer, segurança, previdência social, pro-
st

diretas para o executivo e para o legislativo em todos teção à maternidade e assistência aos desemparados.
gu

os âmbitos da federação, a liberdade de imprensa e Direitos políticos referem-se à garantia do exercício da


opinião, e incorporava os eleitores alfabetizados aci- soberania por meio do voto, de eleger e de ser eleito,
ma de 18 anos. O texto constitucional também regulou desde que se cumpra requisitos jurídicos para tal.
o fortalecimento dos partidos políticos, assim como a
independência dos sindicatos.
Os limites, contudo, ficavam evidentes na res-
trição do direito de greve, na não incorporação dos
trabalhadores rurais à legislação social, assim como
HORA DE PRATICAR!
não regulava a intromissão cada vez mais acentuada
dos militares na vida pública. Essa Constituição vigo- 1. (EXATUS — 2014) Assinale a única alternativa que não
rou por quase vinte anos, marcando um período de contem características corretas dos grupos sociais:
aumento significativo da participação política, cessa-
da com o golpe civil-militar de 1964 e formalmente a) Pluralidade de indivíduos; interação social; objetivo comum.
substituída em 1967. b) Interação social; objetivo comum; consciência coletiva.
A Constituição da Ditadura Militar tinha o propósi- c) Objetivo comum; consciência coletiva; continuidade.
to de institucionalizar o novo regime, e seu texto basi- d) Interação social; independência individual; singularida-
124 camente era a reunião dos diversos Atos Institucionais de de indivíduos.
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2. (EXATUS — 2014) Sobre a coerção social é correto c) Impreciso, pois não leva em conta a concentração de
afirmar: renda ao atestar a condição de desenvolvimento de
um país.
a) É a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, d) Preciso, pois em países considerados desenvolvidos,
levando-os a conformar-se às regras da sociedade com renda per capita alta, conclui-se que a
em que vivem independentemente de sua vontade e
escolha. 9 GABARITO
b) Está relacionado à crença na superioridade da cultu-
ra europeia, onde todos os povos subdesenvolvidos
deveriam se referir, para que um dia chegassem à evo- 1 B
lução social. 2 A
c) É um desenvolvimento da metodologia, próprio da
sociologia, uma ferramenta que dispõe os cientistas. 3 A
d) É o estudo das funções das sociedades não-europeias
4 A
naquilo que lhes é próprio e específico.
5 D
3. (EXATUS —2014) Sobre o conceito de marginalidade
na visão sociológica é correto afirmar:

a) É aquele que fica excluído dos processos de desen-


volvimento tecnológico e de rápido aumento de pro- ANOTAÇÕES
dutividade que caracterizam o modelo capitalista
dominante.
b) É o estudo das formas tradicionais de colonialismo e
imperialismo.
c) É o desenvolvimento técnico científico, político finan-
ceiro e de investimentos.
d) É a ciência da alteridade, isto é, a ciência que busca
investigar o outro, aquele que é essencialmente dife-
rente dos demais.

4. (EXATUS — 2014) Leia as seguintes proposições:

Proposição I

A sociedade comunitária geralmente é de limitada


diferenciação de papéis, com relações sociais dura-
8

douras, com contatos sociais primários.


-2
77
.7

Proposição II
86
.8

Sociedades societárias caracterizam-se pela acen-


39

tuada divisão do trabalho, com muitos papéis sociais,


-1

organizados numa complexa estrutura social.


o
av

Proposição III
st
gu

Na sociedade societária, o comportamento é regulado


pelo costume e as pessoas envolvidas compartilham
o
av

as experiências individuais.
st
gu

Assinale:

a) Estão corretas somente as proposições I e III.


b) Estão corretas somente as proposições I e II.
c) Estão corretas somente as proposições II e III.
d) Estão corretas as proposições I, II e III.
SOCIOLOGIA

5. (EXATUS — 2014) Um indicador econômico de deter-


minado país é a Renda Per Capita. Este indicador pode
ser classificado como:

a) Impreciso, pois a fórmula (RN/Pop - Renda Nacional


dividido pela população) atesta apenas a renda média
dos que podem comprovar sua renda.
b) Preciso, e é também denominado IDH (índice de
Desenvolvimento Humano). 125
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8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
o
av
st
gu

126
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Subentende-se direito à saúde, na vedação à pena
de morte, proibição do aborto e, por fim, direito às
condições mínimas necessárias para uma existência
digna, conforme também prevê o princípio da digni-
dade da pessoa humana, apresentado no inciso III,
NOÇÕES SOBRE art. 1º, da CF, de 1988.
Note que, a constituição ao determinar o direito à
DIREITOS HUMANOS vida, possui dois aspectos, direito à integridade física
e psíquica.
Importante mencionar que o STF já se posicionou
sobre gravidez de feto anencéfalo, decidindo, em
julgamento de grande repercussão, que não constitui
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E crime a interrupção da gravidez nestes casos. Ainda, o
COLETIVOS julgamento somente autorizou a interrupção da gravi-
dez de feto portador de anencefalia, não se estenden-
Os direitos fundamentais estão localizados no do a nenhuma outra deficiência.1
título II, da CF, de 1988, do art. 5º ao art. 17, e estão É importante ressaltar também que o STF decidiu
pela legitimidade da realização de pesquisas com
classificados em cinco grupos: direitos individuais e
a utilização de células-tronco2 embrionárias, obti-
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade,
das de embriões humanos produzidos por fertilização
direitos políticos e direitos relacionados à existência,
in vitro e não utilizados no respectivo procedimento,
organização e participação em partidos políticos. atendidas as condições estipuladas no art. 5º, da Lei
Também são classificados em três dimensões de 11.105, de 2005, que estabelece as normas de segu-
direito, pois surgiram em épocas diferentes. rança e maneiras de fiscalização das atividades que
envolvam organismos geneticamente modificados.
DIREITOS DIREITOS DIREITOS Nesse sentido, o STF considerou que as mencionadas
FUNDAMENTAIS FUNDAMENTAIS FUNDAMENTAIS pesquisas não violam direito à vida, vejamos o dispo-
DE 1º DIMENSÃO DE 2º DIMENSÃO DE 3º DIMENSÃO
sitivo mencionado:
Direitos sociais,
Direitos civis e
econômicos e cul- Fraternidade Lei 11.105 de 25 de março de 2005
políticos
turais
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia,
a utilização de células-tronco embrionárias obtidas
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS E de embriões humanos produzidos por fertilização
COLETIVOS in vitro e não utilizados no respectivo procedimen-
to, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
Conforme prevê o art. 5º, da CF, de 1988, todos são
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer nature-
8

mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já


-2

za, garantindo aos brasileiros direito à vida, à liberda- congelados na data da publicação desta Lei, depois
77

de, à igualdade, à segurança e à propriedade. de completarem 3 (três) anos, contados a partir da


.7

data de congelamento.
86

Direito à Vida § 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimen-


.8

to dos genitores.
39

A Constituição protege a vida, extrauterina e § 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde


-1

que realizem pesquisa ou terapia com células-tron-


intrauterina – neste caso, com a proibição do aborto.
o

co embrionárias humanas deverão submeter seus


av

Entretanto, o art. 128, do Código Penal, prevê a autori- projetos à apreciação e aprovação dos respectivos
st

zação do aborto como exceção em duas hipóteses, são comitês de ética em pesquisa.
gu

eles como único meio para salvar a vida da mulher e § 3º É vedada a comercialização do material bioló-
no caso de gravidez resultante de estupro.
o

gico a que se refere este artigo e sua prática implica


NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS
av

o crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de


st

Art. 128 Não se pune o aborto praticado por fevereiro de 1997.


gu

médico:

Aborto Necessário Importante!


As decisões do STF também são objeto de ques-
Art. 128 [...]
tionamento em provas.
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no Caso de Gravidez Resultante de Estupro Direito à Liberdade

Art. 128 [...] Trata-se de direito fundamental de primeira


II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é dimensão, ou seja, são os direitos fundamentais que
precedido de consentimento da gestante ou, quan- estão ligados ao valor liberdade, sendo eles: os direi-
do incapaz, de seu representante legal tos civis e os direitos políticos.
1 ADPF 54/DF Min Marco Aurélio, julgado em 11.04.2012, DJe 24.04.2013.
2 ADI 3.510/DF, rel. Min. Carlos Brito, julgamento em 29.05.2008, DJe em 05.06.2008 127
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Liberdade de pensamento, prevista no inciso IV, Se o direito à liberdade de locomoção é um direito
da CF, determina a livre manifestação do pensamento, fundamental de ir e vir, pode-se proibir que a pessoas
porém, é importante se atentar à parte final do inciso, se locomovam? Mas e a Constituição?
que veda o anonimato, por exemplo: um indivíduo vai No caso da Covid-19, em 18 de março de 2020, foi
até uma manifestação nas ruas com panos no rosto e aprovado pelo Congresso Nacional o decreto que colo-
comete atos ilícitos (como furto). ca o país em estado de calamidade pública, tendo em
Questão muito cobrada em provas. vista a situação excepcional de emergência de saúde.
Ainda sobre a liberdade de pensamento, é impor- Para você entender melhor, vamos estudar por etapas.
tante mencionar que no Brasil a denúncia anônima
O que é Calamidade Pública?
é permitida. Contudo, o poder público não pode ini-
ciar o procedimento formal tendo como base única O dicionário Aurélio assim define calamidade:
uma denúncia anônima. “desgraça pública; grande infortúnio; catástrofe”. Ou
O STF considerou desnecessária a utilização seja, é um estado anormal resultante de um desastre
de diploma de jornalismo e registro profissional no de natureza, pandemia ou até financeiro, situações
Ministério do Trabalho como condição para o exercí- em que o Governo Federal deve intervir nos outros
cio da profissão de jornalista, pois tem na sua essên- Entes Federativos (entenda entes: Estados, DF e Muni-
cia a manifestação do pensamento.3 cípios) para auxiliar no combate à situação.
Liberdade de consciência e crença está localiza- Conforme o Governo Federal, o reconhecimento
do nos incisos VI, VII e VIII, do art. 5º, da CF. É impor- do estado de calamidade pública estava previsto para
tante mencionar que o Brasil não tem religião oficial, durar até 31 de dezembro de 2020, prologando-se
sendo considerado um Estado laico que tem como até o início de 2021. Ele é necessário “em virtude do
base o pluralismo político. monitoramento permanente da pandemia Covid-19,
da necessidade de elevação dos gastos públicos para
Art. 5° [...] proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de perspectiva de queda de arrecadação”4
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul- Entenda a explicação sobre calamidade pública:
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote-
ção aos locais de culto e a suas liturgias; z D ecretado estado de Calamidade Pública, através
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de de aprovação das duas casas: Senado Federal e
assistência religiosa nas entidades civis e militares Câmara dos Deputados. Permite que o Executivo
de internação coletiva; gaste mais do que o previsto e desobedeça às metas
VIII - ninguém será privado de direitos por moti- fiscais para custear ações de combate à pandemia;
vo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou z O Governo Federal já pode determinar quais medi-
política, salvo se as invocar para eximir-se de obri- das de apoio serão tomadas, com base na lei com-
gação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir plementar 101, de 2020;
prestação alternativa, fixada em lei; z Governo Federal poderá:
8

Liberdade de locomoção, localizada no inciso „ Liberar recursos; enviar defesa civil militar;
-2

enviar kits emergenciais.


77

XV, da CF, é um tópico muito importante e está ligado


ao direito de ir e vir. Esse não é um direito absolu-
.7

z Estados podem:
86

to, pois temos os casos de prisão previstos na lei, ou


.8

seja, as diversas situações em que prisões são necessá-


39

rias deixam claro que o direito a locomoção não é um „ Parcelar dívidas; atrasar execução de gastos;
-1

direito absoluto. não precisa fazer licitações.


o
av

Direito de Ir e Vir x Coronavírus (Covid-19) Agora que entendemos como funciona o estado
st

de calamidade pública, vamos à análise do direito de


gu

Aqui temos um tema muito comentado, o isola- locomoção que foi restringido.
Primeiramente, é importante mencionar que
o

mento, ou seja, a proibição das pessoas de abrirem


av

nenhum direito fundamental pode ser considerado


suas próprias empresas, de permanecerem em praças,
st

absoluto (quando dizemos isso, significa que esse


lugares públicos, isto é, seu direito de ir e vir limitado.
gu

direito pode ser violado, desde que se cumpra


A seguir, acompanhe a diferença entre isolamento
alguns requisitos), e a proporcionalidade de cada
vertical e horizontal:
situação deve ser observada.
O interesse da coletividade deve ser sempre
observado e ter preferência em relação ao direito
Somente grupo de risco deve ficar
Vertical isolado em casa (idosos e pessoas do particular, com o objetivo de aplicar o denomina-
com problemas de saúde) do princípio da supremacia do interesse público
sobre o particular, que inclusive é um dos principais
Isolamento princípios do direito administrativo.
Aqui cabe mencionar também o art. 196, da CF, que
Toda população deve ficar isolada prevê o direito à saúde como sendo um dever do Esta-
Horizontal
em casa e empresas fechadas do (no sentido de nação politicamente organizada, ou
seja, é um dever do País/Governo Federal).
3 STF RE/511961, Min. Gilmar Mendes, 17.06.2009.
4 Disponível em https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/notas-oficiais/2020/copy_of_nota-a-imprensa. Acesso em: 10 out
128 2020.
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Art. 196 A saúde é direito de todos e dever do Esta- Igualdade na Lei x Igualdade Perante a Lei
do, garantido mediante políticas sociais e econômi-
cas que visem à redução do risco de doença e de A igualdade na lei obriga o legislador a tratar
outros agravos e ao acesso universal e igualitário todos da mesma forma ao criar as normas; já a igual-
às ações e serviços para sua promoção, proteção e dade perante a lei significa que quem administra o
recuperação. Estado também deve observar o princípio da igual-
dade, por exemplo, o poder executivo ao adminis-
Ainda, cabe mencionar o princípio da propor- trar e o poder judiciário ao julgar. Importante frisar
cionalidade, que tem como finalidade equilibrar os que o princípio da igualdade também tem efeitos aos
direitos individuais com os da sociedade, exatamente particulares.
como no caso que aqui estamos analisando.
Ou seja, no caso em tela, pode-se proibir, confor- Igualdade Formal x Igualdade Material
me os requisitos demonstrados na situação atual para
provas: direito de ir e vir é um direito fundamen- A igualdade formal, também chamada de igual-
tal, mas fique atento: não é um direito absoluto! No dade jurídica, significa que todos devem ser tratados
caso da violação desse direito em face do covid-19, da mesma forma. Já a igualdade material significa
foi observado o princípio da proporcionalidade tratar igual os iguais e os desiguais com desigualda-
e o princípio da supremacia do interesse público de, na medida de suas desigualdades, ou seja, é uma
sobre o particular. forma de proteção a certos grupos sociais, certos gru-
Lembrando que o desrespeito a qualquer medida pos de pessoas que foram discriminadas ao longo da
imposta configura como crime contra a saúde pública história do Brasil. Isso ocorre por meio das chamadas
prevista no art. 268, do Código Penal, que pune cri- ações afirmativas, que visam, por meio da política
minalmente a conduta de “infringir determinação do pública, reduzir os prejuízos. Por exemplo, temos o
poder público, destinada a impedir introdução ou pro- sistema de cotas para os afrodescendentes nas univer-
pagação de doença contagiosa”. sidades públicas. Sobre o tema, o STF já se posicionou
A liberdade de reunião, prevista no inciso XVI, pela constitucionalidade, e a decisão foi tomada no
do art. 5º, da CF, deve ser pacífica e sem armas, bem julgamento do Recurso Extraordinário (RE 597285),
como não deve frustrar outra reunião anteriormente com repercussão geral, em que um estudante questio-
convocada para aquele local. Tem preferência quem nava os critérios adotados pela UFRGS para reserva
avisar primeiro, chamado o aviso prévio à autoridade de vagas.5
competente, o que é diferente de autorização, pois a
Igualdade nos Concursos Públicos
reunião não depende de autorização.
Liberdade de associação tem previsão no inciso
Tem como base o também chamado princípio da
XVII até o XXI, do art. 5º, da CF. É importante men-
isonomia, o qual deve ser rigorosamente observado
8

cionar que todos esses incisos já foram cobrados em


sob pena de nulidade da prova a ser realizada pelo
-2

provas em geral. Cuidado com o texto constitucional,


77

respectivo concurso público.


como, por exemplo:
.7

Entretanto, alguns concursos exigem, por exem-


86

plo, idade, altura etc. Note que todas as exigências


Art. 5º [...]
.8

contidas no edital que façam distinção entre as pes-


39

XVII - é plena a liberdade de associação para fins


soas somente serão lícitas e constitucionais desde
-1

lícitos, vedada a de caráter paramilitar;


que preencham dois requisitos:
o
av

A expressão "plena", utilizada no dispositivo, tem o


z Deve estar previsto em lei – igualdade formal;
st

mesmo sentido de ser considera livre a liberdade de


gu

z Deve ser necessário ao cargo.


associação, desde que para fins lícitos.
o

Por conseguinte, o texto constitucional prevê a NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS


av

Por exemplo, concurso para contratação de agente


possibilidade de criação de associações e cooperati-
st

penitenciário para presídio feminino e o edital cons-


vas, independente de autorização. Ainda, só pode-
gu

tar que é permitido somente mulheres para investidu-


rão ser dissolvidas ou ter suspensas as atividades
ra do cargo.
por decisão judicial. Ninguém pode ser obrigado a Exemplo muito comentado também é sobre a proi-
associar-se ou permanecer associado. Por fim, o tex- bição de tatuagem contida nos editais de concurso
to constitucional autoriza, desde que expressamente público. Sobre o tema, o STF assim entendeu:
autorizada, a representação dos associados pelas enti-
dades associativas. Editais de concurso público não podem estabelecer
restrição a pessoas com tatuagem, salvo situa-
Igualdade ções excepcionais, em razão de conteúdo que vio-
le valores constitucionais.
Princípio da igualdade, previsto também no caput
do art. 5º, da CF, é muito importante, e, deste princí- Entenda como situação excepcional tatuagem que
pio, inúmeros outros decorrem diretamente, confor- viole os princípios constitucionais e os princípios do
me veremos a seguir. Estado brasileiro. Ex.: Tatuagem de suástica nazista.
5 RE 597285, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09.05.2012, DJe 21.05.2012. 129
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União Estável Homoafetiva Importante!
Tema muito comentado e, em 2011, o STF se posi- Memorize que como dia entende-se o período
cionou sobre o reconhecimento da união estável para das 6h às 18h.
casais do mesmo sexo, decisão tomada sob o argu-
mento que o inciso IV, art. 3º, da CF veda qualquer Note que existem exceções à inviolabilidade: fla-
discriminação em virtude de sexo, raça, cor e que, grante delito, desastre, prestação de socorro e deter-
nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou dis- minação judicial. Convém lembrar também que, de
criminado em função de sua orientação sexual. acordo com o magistério jurisprudencial do STF, o
“O sexo das pessoas, salvo disposição contrária, não conceito de “casa” é amplo, abarcando qualquer com-
se presta para desigualação jurídica”: conclui-se, por- partimento habitado (casa, apartamento, trailer ou
tanto, que qualquer depreciação da união estável barraca); qualquer aposento ocupado de habitação
homoafetiva colide, com o inciso IV, do art. 3º, da CF.6 coletiva (hotel, apart-hotel ou pensão), bem como
qualquer compartimento privado onde alguém exerça
Legalidade profissão ou atividade, incluindo as pessoas jurídicas.
O STF, em relevante julgamento com repercussão
geral (§ 3°, art. 102, da CF), firmou compreensão no
O princípio da legalidade está previsto no inciso II,
sentido de que pode ocorrer a inviolabilidade mes-
art. 5º, da CF, e preceitua que “ninguém será obrigado
mo no período noturno – fundamentada e devi-
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em vir-
damente justificada, se indicado que no interior na
tude de lei”. Note que, quando se fala em princípio da casa se está praticando algum crime, ou seja, em esta-
legalidade, se está falando no âmbito particular e não do de flagrante delito.
da administração pública. É importante frisar que, se o agente policial entrar
No tocante aos particulares, o princípio da lega- na residência e não constatar a ocorrência de crime
lidade quer dizer que apenas a lei tem legitimidade em flagrante, não haverá ilicitude na conduta dos
para criar obrigações de fazer, também chamadas de agentes policiais se forem apresentadas fundadas
obrigações positivas, e também as chamadas obriga- razões que os levaram a invadir aquela casa, o que,
ções de não fazer, chamadas obrigações negativas, e, sem dúvida, deve ser objeto de controle – mesmo que
nos casos em que a lei não dispuser obrigação algu- posterior – por parte da própria polícia e, claro, pelo
ma, é dado ao particular fazer o que bem entender, Ministério Público (a quem compete exercer o contro-
ou seja, não havendo qualquer proibição disposta em le externo da atividade policial, nos termos do inci-
lei, o particular está livre para agir, vigorando nesse so VII, art. 129, da CF) ou mesmo pelo Judiciário, ao
ponto o princípio da autonomia da vontade. analisar-se a legitimidade de eventual prova colhida
durante essa entrada à residência.
Em referência ao poder público, o conteúdo do
Sobre a entrada forçada em domicílio, o STF assim
princípio da legalidade é outro: tem a ideia de que o
considerou:
Estado se sujeita às leis e, ao mesmo tempo, de que
governar é atividade cuja realização exige a edição A entrada forçada em domicílio sem mandado
8
-2

de leis; assim, o poder público não pode atuar nem judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
77

contrário às leis, nem na ausência da lei. quando amparada em fundadas razões, devi-
.7

damente justificadas “a posteriori”, que indi-


86

Inviolabilidade quem que dentro da casa ocorre situação de


.8

flagrante delito, sob pena de responsabilidade


39

Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da disciplinar, civil e penal do agente ou da auto-


-1

honra e da imagem das pessoas tem previsão no inci- ridade, e de nulidade dos atos praticados.
o

so X, art. 5º, da CF; vejamos:


av

Essa a orientação do Plenário, que reconheceu a


st

Art. 5º [...] repercussão geral do tema e, por maioria, negou pro-


gu

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, vimento ao recurso extraordinário em que se discutia,
à luz dos incisos XI, LV e LVI, art. 5º, da Constituição,
o

a honra e a imagem das pessoas, assegurado o


av

direito a indenização pelo dano material ou moral


a legalidade das provas obtidas mediante invasão
st

decorrente de sua violação;


de domicílio por autoridades policiais sem o devido
gu

mandado de busca e apreensão. O acórdão impugna-


do assentou o caráter permanente do delito de tráfico
Essa proteção se refere às pessoas físicas ou jurí-
de drogas e manteve condenação criminal fundada
dicas, abrangendo inclusive a proteção necessária à em busca domiciliar sem a apresentação de mandado
própria imagem frente aos meios de comunicação em de busca e apreensão. A Corte asseverou que o texto
massa (televisão, jornais etc.). constitucional trata da inviolabilidade domiciliar e de
Inviolabilidade domiciliar tem previsão no inciso suas exceções no inciso XI, art. 5º (“a casa é asilo invio-
XI, do art. 5º, da CF: lável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
Art. 5º [...] delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém o dia, por determinação judicial”). Seriam estabeleci-
nela podendo penetrar sem consentimento do das, portanto, quatro exceções à inviolabilidade:
morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o Art. 5º [...]
dia, por determinação judicial; a) flagrante delito;

130 6 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) desastre; telefônica em processos civis, administrativos, disci-
c) prestação de socorro; e plinares etc.
d) determinação judicial. Já o último requisito refere-se a uma lei que deve
prever as hipóteses e a forma em que pode ocorrer a
A interpretação adotada pelo STF seria no sentido interceptação telefônica, obrigatoriamente no âmbito
de que, se dentro da casa estivesse ocorrendo um cri- de investigação criminal ou instrução processual penal.
me permanente, seria viável o ingresso forçado pelas A regulamentação desse dispositivo veio com a
forças policiais, independentemente de determinação Lei 9.296, de 1996, que legitimou a interceptação das
judicial. Isso se daria porque, por definição, nos cri- comunicações como meio de prova, estendendo tam-
mes permanentes haveria um interregno entre a con- bém a sua regulamentação à interceptação de fluxo
sumação e o exaurimento. Nesse interregno, o crime de comunicações em sistemas de informática e tele-
estaria em curso. Assim, se dentro do local protegido o mática (combinação de meios eletrônicos de comuni-
crime permanente estivesse ocorrendo, o perpetrador cação com informática, e-mail e outros).
estaria cometendo o delito. Caracterizada a situação
de flagrante, seria viável o ingresso forçado no domi- Direito de Propriedade
cílio. (RE 603616/RO, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 5.11.2015 e DJe 13.11.2015)
Está amparado junto ao caput e inciso XXII, do art.
A inviolabilidade das correspondências e comu-
5º, bem como no inciso II, do art. 170, ambos da CF.
nicações tem como previsão o inciso XII, do art. 5º, da
CF, vejamos.
Art. 5º [...]
XXII - é garantido o direito de propriedade;
Art. 5º [...]
[...]
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
Art. 170 A ordem econômica, fundada na valoriza-
comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
cações telefônicas, salvo, no último caso, por
por fim assegurar a todos existência digna, con-
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
forme os ditames da justiça social, observados os
estabelecer para fins de investigação criminal ou
seguintes princípios:
instrução processual penal;
[...]
II - propriedade privada;
As correspondências são invioláveis, com exce-
ção nos casos de decretação de estado de defesa e
O direito de propriedade assegurado na constitui-
de sítio (arts. 136 e seguintes, da CF). É importante
ção como direito constitucional abrange tanto os bens
mencionar também que o STF já reconheceu a possi-
corpóreos quanto os incorpóreos.
bilidade de interceptar carta de presidiário, pois a
Bens corpóreos são os bens possuidores de exis-
inviolabilidade de correspondência não pode ser usa-
tência física, concretos e visíveis, como, por exemplo,
da como defesa para atividades ilícitas.7
uma casa, um automóvel etc. Já os bens incorpóreos
Possibilidade de interceptação telefônica: inter-
são bens abstratos que não possuem existência física,
ceptação telefônica é a captação e gravação de conver-
ou seja, não são concretos, mas possuem um valor
8

sa telefônica, no momento em que ela se realiza, por


-2

terceira pessoa sem o conhecimento de qualquer um econômico, como por exemplo, propriedade intelec-
77

dos interlocutores, conforme prevê exceção do inciso tual, direitos do autor etc.
.7

XII, do art. 5º, da CF, acima mencionado, que para ser Em relação à propriedade de bens incorpóreos,
86

lícita deve obedecer três requisitos: existe a específica proteção constitucional denomina-
.8

da propriedade intelectual, que abrange os direitos de


39

autor e os direitos relativos à propriedade industrial,


-1

Ordem judicial
Para fins de investigação
como a proteção de marcas e patentes.
o
av

Interceptação telefônica criminal


Hipóteses e formas que a lei Desapropriação
st

estabelecer
gu

Como característica dos direitos fundamentais, o


o

direito de propriedade também não é um direito abso- NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS
av

Ainda, a interceptação telefônica dependerá de luto. Apesar da exigência de que a propriedade aten-
st

ordem judicial, conforme art. 1º, da Lei 9.926, de 1996. da uma função social, há outras hipóteses em que
gu

o interesse público pode justificar a imposição de


Art. 1º A interceptação de comunicações telefôni-
limitações.
cas, de qualquer natureza, para prova em investi-
Ao elaborar a Constituição, o legislador se preo-
gação criminal e em instrução processual penal,
observará o disposto nesta Lei e dependerá de cupou em atribuir tratamento especial à política de
ordem do juiz competente da ação principal, sob desenvolvimento urbano. Referente à desapropria-
segredo de justiça. ção de imóvel rural, somente é lícita para fins de
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interesse social, ou seja, imóvel rural que não esti-
interceptação do fluxo de comunicações em siste- ver cumprindo sua função social é desapropriado.
mas de informática e telemática. Nesse sentido, é importante verificar a importân-
cia do inciso XXIV, art. 5°, que determina o poder geral
O segundo requisito necessário exige que a pro- de desapropriação por interesse social. Ora, desde
dução desse meio de prova seja dirigida para fins de que seja paga a indenização mencionada nesse artigo,
investigação criminal ou instrução processual penal; qualquer imóvel poderá ser desapropriado por inte-
assim, não é possível a autorização da interceptação resse social para fins de reforma agrária.
7 STF. HC 70.814-5/SP, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 24.06.1994. 131
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Defesa do Consumidor no sentido de que não se exige do administrado a
demonstração da finalidade específica do pedido.
Conforme prevê o inciso XXXII, art. 5º, da CF, “o
estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumi- Direito Adquirido, Coisa Julgada e Ato Jurídico
dor”. Tema também mencionado no inciso V, art. 170, Perfeito
da CF, que estabeleceu como princípio fundamental
de nossa ordem econômica a “defesa do consumidor”. Assim prevê o inciso XXXVI, do art. 5º, da CF: “a
lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
Art. 170 A ordem econômica, fundada na valoriza-
ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem perfeito e a coisa julgada”. Entenda:
por fim assegurar a todos existência digna, con- Direito adquirido é aquele direito que cumpriu
forme os ditames da justiça social, observados os todos os requisitos previstos em lei, como por exem-
seguintes princípios: [...] plo, o homem que cumpriu todos os requisitos exi-
V - defesa do consumidor; gidos para concessão da aposentadoria por idade,
conforme determina o inciso I, § 7º, art. 201, da CF,
Assim que foi promulgada a Constituição em 1988, tem o direito adquirido para requerer seu benefício.
o legislador preocupou-se em estipular um prazo de
cento e vinte dias para que fosse elaborado o Código
Art. 201 [...]
de Defesa do Consumidor, exigência estipulada por
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral
meio do nº 48, da ADCT. (Ato das Disposições Consti-
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
tucionais Transitórias. São regras que estabelecem a
as seguintes condições:
harmonia da transição do regime constitucional ante-
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
rior – 1969, para o novo regime – 1988).
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser-
Entretanto, o prazo exigido não foi observado e o
Código de Defesa do Consumidor foi publicado ape- vado tempo mínimo de contribuição;
nas dois anos após a publicação da Constituição – Lei
8.078, de 1990. Ato jurídico perfeito é o ato já realizado, confor-
me a lei vigente ao tempo que se realizou, pois nes-
Direito de Informação te caso já cumpriu todos os requisitos conforme a lei
vigente na época, tornando-se, portanto, completo.
Instrumento de natureza administrativa derivado Coisa julgada ocorre no âmbito do processo judi-
do princípio da publicidade da atuação da adminis- cial, decisão judicial a qual não cabe mais recurso, tor-
tração pública, tem como objetivo a atuação transpa- nando-a imutável e indiscutível.
rente em decorrência da própria indisponibilidade
do interesse público, disciplinado nos incisos XXXIII e Júri Popular
LXXII, do art. 5º, da CF, e Lei 9.507, de 1997, que regula
o direito de acesso a informações e disciplina o rito
A nossa carta magna reconhece no seu inciso XXX-
processual do habeas data.
8

VIII a instituição do júri, que é visto como uma prerro-


-2

gativa democrática do cidadão, e que exige que o réu


77

Art. 5º [...]
deve ser julgado pelos seus semelhantes. O tribunal
.7

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos


86

públicos informações de seu interesse parti- é composto por um juiz togado e vinte cinco jurados
.8

cular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão que serão sorteados dentre os alistados.
39

prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabi-


-1

lidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres- Art. 5º [...]


cindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
o
av

organização que lhe der a lei, assegurados:


Direito de Certidão
st

a) a plenitude de defesa;
gu

b) o sigilo das votações;


O Estado é obrigado a fornecer as informações
o

c) a soberania dos veredictos;


av

solicitadas, com exceção nas hipóteses de proteção d) a competência para o julgamento dos crimes
por sigilo. Caso haja uma violação desse direito, que
st

dolosos contra a vida;


gu

é líquido e certo, o remédio constitucional cabível é o


mandado de segurança, tema que também será abor-
Destarte, a competência mencionada na alínea “d”
dado no título Garantias Constitucionais.
O direito de certidão tem previsão na alínea "b", não é absoluta, pois não abrange os crimes pratica-
inciso XXXIV, do art. 5º, da CF, e assegura a todos, inde- dos contra a vida perpetrados por detentores de foro
pendente do pagamento de taxas, o seguinte: especial por prerrogativa de função, que deverão ser
julgados por tribunais específicos conforme previsto
Art. 5º [...] na Constituição.
XXXIV - são a todos assegurados, independente- Ainda, o foro especial por prerrogativa de fun-
mente do pagamento de taxas: ção refere-se ao órgão competente para julgar ações
[...]
penais contra certas autoridades públicas, levando-se
b) a obtenção de certidões em repartições públi-
cas, para defesa de direitos e esclarecimento de em conta o cargo ou a função que elas ocupam, de
situações de interesse pessoal; modo a proteger a função e a coisa pública, ou seja,
por ligar-se à função e não à pessoa, essa forma de
Importante frisar aqui que, conforme entendi- determinar o órgão julgador competente não acompa-
132 mento dos Tribunais, já se consolidou o entendimento nha a pessoa após o fim do exercício do cargo.
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Princípio da Legalidade Penal e da Retroatividade da Crimes hediondos são aqueles que a legislação
Lei entende que geram maior reprovação por parte da
sociedade; assim, merecem uma rigidez maior. Não
O princípio da legalidade penal, com previsão no são necessariamente crimes cometidos com alto grau
inciso XXXIX, do art. 5º, da CF, também chamado de de violência ou crueldade, mas sim os crimes previs-
princípio da reserva legal, refere-se à aplicação do tos expressamente no art. 1º, da Lei 8.072, de 1990.
O homicídio qualificado é o primeiro mencionado
princípio da legalidade, de forma mais específica no
na legislação, ou seja, quando praticado em circuns-
âmbito do direito penal.
tância que revele perversidade – por exemplo, se o
Nesse sentido, crime será a conduta delituosa pre- crime é praticado por motivo fútil ou torpe.
vista exclusivamente em lei, da mesma forma que a O homicídio praticado por grupo de extermínio
cominação da pena, que não é admissível à configura- também está no rol dos crimes hediondos, mesmo que
ção de crime baseado nos costumes. cometido por uma só pessoa do grupo.

Art. 5º [...] Art. 5º [...]


XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, XLIV - constitui crime inafiançável e impres-
nem pena sem prévia cominação legal; critível a ação de grupos armados, civis ou mili-
tares, contra a ordem constitucional e o Estado
Princípio da retroatividade da lei tem previsão no Democrático;
inciso XL, do art. 5º, da CF. Consiste em analisar um
fato passado à luz de um direito presente, estabele- Entenda: prescrição é a perda do direito de punir
do Estado pelo seu não exercício em determinado lap-
ce que os fatos sejam apreciados com base na lei em
so de tempo.
vigor no tempo do crime. Assim, a lei aplicável é a lei
Em 2015, duas leis incluíram, no rol de cri-
do tempo do crime, ou seja, na regra geral, as normas mes hediondos, o assassinato de policiais e o
penais não retroagem, salvo se trouxerem algum feminicídio.
tipo de benefício para o réu. Em 2019, houve alterações na legislação penal e
processual diante da aprovação da Lei nº 13.964, tam-
Art. 5º [...] bém chamada de Pacote Anticrime; nessa oportuni-
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi- dade, houve a inclusão de crimes no rol dos crimes
ciar o réu; hediondos.
Veja quais foram os crimes incluídos:
Atenção, pois aqui temos um exemplo de "exce-
ção da exceção": Art. 1º [...]
Crimes praticados durante a vigência de lei tempo- II - roubo:
rária ou excepcional não podem ser beneficiados pela a) circunstanciado pela restrição de liberdade
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
retroatividade da lei mais benéfica.
b) circunstanciado pelo emprego de arma de
Lei excepcional é a lei criada para regular fatos fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
8

ocorridos dentro de uma situação irregular, a qual arma de fogo de uso proibido ou restrito (art.
-2

perde seus efeitos após findar situação irregular que 157, § 2º-B);
77

a motivou. III - extorsão qualificada pela restrição da liber-


.7

Lei temporária vigorou até extinguir-se o prazo dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
86

de duração fixado pelo legislador, por exemplo, uma morte (art. 158, § 3º);
.8

IX - furto qualificado pelo emprego de explo-


39

lei que fixa a tabela de preços de artigos de consumo.


sivo ou de artefato análogo que cause perigo
-1

comum (art. 155, § 4º-A).


Crimes
o

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo,


av

previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezem-


st

O legislador originário também se preocupou em bro de 2003;


gu

mencionar e observar crimes de tortura, tráfico ilíci- IV - o crime de tráfico internacional de arma de
to de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18
o

NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS


av

da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;


contra ordem constitucional.
V - o crime de organização criminosa, quando
st

direcionado;
gu

Art. 5º [...]
XLII - a prática do racismo constitui crime
Fique atento aos artigos mencionados acima e as
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
novidades legislativas, pois são temas utilizados com
reclusão, nos termos da lei;
frequência pelas bancas examinadoras.

A pena de reclusão é a pena prevista para os casos GARANTIAS CONSTITUCIONAIS


mais graves, para os quais o regime inicial será fecha-
do, em prisão de segurança máxima. É importante não confundir direitos fundamentais
com garantias fundamentais. Os direitos fundamentais
Art. 5º [...] são vantagens, proteção em favor das pessoas, como,
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e por exemplo, o direito de informação. Já as garantias
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor- fundamentais são instrumentos processuais para defe-
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas sa daqueles direitos, conhecidos como ações ou remé-
afins, o terrorismo e os definidos como crimes dios constitucionais, como, por exemplo: habeas data,
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os habeas corpus, Mandado de Segurança, Mandado de
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Injunção e a Ação Popular, conforme veremos a seguir. 133
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Habeas Corpus Mandado de Segurança

Tem como objetivo proteger o direito de ir e vir, Agora passaremos à análise do mandado de segu-
ou seja, pode ser requerido sempre que alguém sofrer rança, sendo que este pode ser individual ou coletivo:
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou z Mandado de Segurança Individual
abuso de poder; está fundamentado no inciso LXVIII,
art. 5º, da CF, e arts. 647 a 667, do CPP, Previsto no inciso LXIX, art. 5º, da CF, e na Lei
Pode ser habeas corpus preventivo para evitar 12.016, de 2009, tem o objetivo de proteger direito
uma futura violação à liberdade, ou habeas corpus líquido e certo (requerido no prazo de 120 dias do
repressivo, o qual busca o fim de uma coação já conhecimento da lesão), devidamente comprovado
cometida. Importante frisar também que não existe a com provas documentais; não há prova testemunhal
necessidade de um advogado para entrar com a ação. nem pericial. Tem caráter subsidiário, ou seja, quando
não for caso de habeas corpus e nem habeas data.
z Sujeito ativo (impetrante): qualquer pessoa; Cabível quando existe abuso ou ilegalidade de
z Vítima (paciente): qualquer pessoa, brasileiro ou autoridade pública. A Súmula 625, do STF, dispõe
estrangeiro; que “Controvérsia sobre matéria de direito não impe-
z Sujeito passivo (coator): autoridade ou agen- de concessão de mandado de segurança”, ou seja, caso
te público que cometeu ilegalidade ou abuso de houver dúvida a respeito de interpretação da lei não
poder contra particular. impede o deferimento do mandado de segurança.
Não cabe Mandado de segurança nos seguintes
Habeas corpus também pode ser impetrado por casos:
estrangeiro (desde que na língua portuguesa) contra
particular. „ Atos meramente informativos;
Não cabe habeas corpus contra punição disciplinar „ Atos que transitaram em julgado;
militar, salvo se imposta pela autoridade competente. „ Ato administrativo que comporte recurso com
Destacamos a seguir algumas Súmulas importan- efeito suspensivo;
tes do STF sobre o tema: „ Ato judicial em fase recursal.
Súmula 395 Não se conhece de recurso de habeas
Atenção! Com referência aos atos que transitaram
corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das
em julgado, hoje, a jurisprudência entende por uma
custas, por não estar mais em causa à liberdade de
locomoção. possível mitigação da Súmula 268, do STF. Vejamos:
Súmula 431 É nulo o julgamento de recurso crimi-
nal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou No entanto, sendo a impetração do mandado de
publicação da pauta, salvo em habeas corpus. segurança anterior ao trânsito em julgado da
Súmula 692 Não se conhece de habeas corpus con- decisão questionada, mesmo que venha a aconte-
8

cer, posteriormente, não poderá ser invocado o


-2

tra omissão de relator de extradição, se fundado em


seu não cabimento ou a sua perda de objeto, mas
77

fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava


preenchidas as demais exigências jurídico-proces-
.7

dos autos, nem foi ele provocado a respeito.


86

Súmula 693 Não cabe habeas corpus contra deci- suais, deverá ter seu mérito apreciado. (EDcl no MS
22.157/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Rel. p/
.8

são condenatória a pena de multa, ou relativo a


39

processo em curso por infração penal a que a pena Acórdão Ministro Luis Felipe Salomão, julgado em
-1

pecuniária seja a única cominada. 14.03.2019, DJe 11.06.2019)


Súmula 694 Não cabe habeas corpus contra a
o
av

imposição da pena de exclusão de militar ou de per- „ Agente ativo: pessoa física ou jurídica. Agentes
st

da de patente ou de função pública. políticos podem ser sujeitos ativo ou passivo;


gu

Súmula 695 Não cabe habeas corpus quando já „ Agente passivo: autoridade, pessoa física
extinta a pena privativa de liberdade. revestida de poder público. União, Estados e
o
av

DF ingressarão como litisconsortes necessá-


st

Habeas Data rios, por meio de seus procuradores; no caso do


gu

município, através de seu Prefeito;


A previsão no inciso LXXII, art. 5º, da CF, e Lei „ Liminar: cabimento conforme inciso III, art. 7º,
9.507, de 1997, regula o direito de acesso às informa- da Lei 12.016, de 2009, o juiz poderá determi-
ções e disciplina o rito processual do habeas data tem nar a suspensão do ato (que causou a violação
o objetivo de acessar e retificar informações do impe- do direito), desde que exista motivo relevante,
trante que estão em um órgão público ou de caráter vejamos:
público, como por exemplo: entidade privada de cará-
ter público = SPC/SERASA. Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
Note que, neste caso, precisa ser demonstrado [...]
que foram solicitadas as informações em um pri- III - que se suspenda o ato que deu motivo ao
meiro momento, ou seja, precisa-se esgotar a via pedido, quando houver fundamento relevante e
administrativa. do ato impugnado puder resultar a ineficácia da
A doutrina e jurisprudência admitem que cônjuge, medida, caso seja finalmente deferida, sendo facul-
ascendente, descendente ou irmão podem impetrar tado exigir do impetrante caução, fiança ou depósi-
habeas data em favor de terceiro, caso este esteja inca- to, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à
134 pacitado ou ausente. pessoa jurídica.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Mandado de Segurança Coletivo administrativa. Protege o patrimônio público contra,
por exemplo, obras superfaturadas.
Previsto no inciso LXX, art. 5º, da CF, e no art. 21, Ação popular pode ter duas formas, a preventiva,
da Lei 12.016, de 2009, tem o objetivo de proteger que é ajuizada antes da consumação dos efeitos do
certo grupo de pessoas (corporativo). Os requisitos e ato, e a repressiva, que visa corrigir os atos danosos
o prazo decadencial são os mesmos do Mandado de consumados.
Segurança individual.
z Agente ativo: Qualquer cidadão brasileiro. Se este
„ Agente ativo: partido político com represen- abandonar ação, outro cidadão poderá assumir.
tação no Congresso Nacional; ou organização
sindical, entidade de classe ou associação legal- O Ministério Público não pode propor, mas
mente constituída e em funcionamento há pelo pode assumir andamento e dar execução à decisão
menos um ano, em defesa de seus membros da ação popular (legitimidade extraordinária ou
ou associados; deve demonstrar pertinência superveniente).
temática;
„ Agente passivo: autoridade coatora; z Agente passivo: administrador da entidade que
„ Liminar: cabimento conforme inciso III, art. lesionou.
7º, e § 2º, art. 22, da Lei 12.016, de 2009. Basta
representar os requisitos “fumus boni iuris” e Lei 4.717, de 1965
“periculum in mora”. Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas
públicas ou privadas e as entidades referidas no
Súmulas importantes do STF sobre o tema: art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou
administradores que houverem autorizado, apro-
Súmula 629: A impetração de mandado de segu- vado, ratificado ou praticado o ato impugnado,
rança coletivo por entidade de classe em favor dos ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à
associados independe da autorização destes. lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
Súmula 630: A entidade de classe tem legitimação
para o mandado de segurança ainda quando a pre-
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para plei-
tensão veiculada interesse apenas a uma parte da
tear a anulação ou a declaração de nulidade de atos
respectiva categoria.
lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos
Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de
Mandado de Injunção sociedades de economia mista (Constituição, art. 141,
§ 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União
Tem previsão no inciso LXXI, art. 5º, da CF, e Lei represente os segurados ausentes, de empresas públicas,
13.300, de 2016 (Lei do Mandando de Injução) e é cabí- de serviços sociais autônomos, de instituições ou fun-
vel nas hipóteses em que não há lei específica regu- dações para cuja criação ou custeio o tesouro público
lamentando o direito. É importante frisar que, além haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
8

da Lei 13.300, devem ser observadas as normas da cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas
-2

incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Fede-


77

Lei do Mandado de Segurança, não tem lei específica


ral, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pes-
própria.
.7

soas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos


86

Assim, devem ser observadas as normas da Lei do cofres públicos.


.8

Mandado de Segurança, conforme prevê o parágrafo


39

único, art. 24, da Lei 8.038, de 1990. z Liminar: Basta representar os requisitos “fumus
-1

boni iuris” e “periculum in mora”.


Art. 24 [...]
o
av

Parágrafo único - No mandado de injunção e


Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não
st

no habeas data, serão observadas, no que couber,


substitui a ação popular.
gu

as normas do mandado de segurança, enquanto


Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem legiti-
não editada legislação específica.
o

midade para propor ação popular. NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS


av
st

z Aplicabilidade: falta de uma norma regulamen-


A Ação popular é isenta de custas judiciais e do
gu

tadora de direito, liberdade constitucional e das


ônus de sucumbência.
prerrogativas inerentes a nacionalidade, sobera-
Sobre o tema, vejamos também o § 4º, art. 5º, da
nia e cidadania. Buscar o exercício do direito para
Lei 4.717, de 1965:
uma pessoa ou certo grupo de pessoas.
Exemplo: Conseguir se aposentar ou exercer o
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é
direito de greve; competente para conhecer da ação, processá-la e
z Agente ativo: Qualquer pessoa; julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
z Liminar: Mandado de Injunção não tem liminar. judiciária de cada Estado, o for para as causas que
interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado
Ação Popular ou ao Município.
[...]
É um direito fundamental e individual de todo § 4º Na defesa do patrimônio público caberá à sus-
cidadão, fundamentado no inciso LXXIII, art. 5º, e pensão liminar do ato lesivo impugnado.
regulado pela Lei 4.717, de 1965, e tem como objeti-
vo a proteção do patrimônio público (erário), his- Ainda, é possível requerer a condenação por per-
tórico, cultural, do meio ambiente e da moralidade das e danos dos responsáveis pela lesão. Cabe a todos 135
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
os cidadãos a fiscalização da vida pública, auxiliando IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
o Estado na boa gestão da vida pública. unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
DIREITOS SOCIAIS mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
ne, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
Os direitos sociais têm previsão nos arts. 6º ao 11,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
da Constituição, e também podem ser encontrados no
V - piso salarial proporcional à extensão e à com-
título VIII, da Constituição Federal, que trata da ordem
plexidade do trabalho;
social. VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
São direitos que pertencem à segunda geração dos convenção ou acordo coletivo;
direitos fundamentais, ou seja, da dimensão que tra- VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
ta dos direitos da democracia e informação, e alguns para os que percebem remuneração variável;
doutrinadores também os chamam de liberdades VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
positivas, quando o Estado precisa deixar de ser omis- ração integral ou no valor da aposentadoria;
so com o objetivo de assegurar uma compensação IX - remuneração do trabalho noturno superior à
resultante da desigualdade entre as pessoas. do diurno;
Os direitos sociais exigem uma atuação do Estado X - proteção do salário na forma da lei, constituin-
em face da desigualdade social e tem aplicabilidade do crime sua retenção dolosa;
imediata. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a XI - participação nos lucros, ou resultados, desvin-
igualdade formal (ou também chamada de igualdade culada da remuneração, e, excepcionalmente, par-
jurídica, conforme prevê na CF, de 1988, significa que ticipação na gestão da empresa, conforme definido
todos devem ser tratados da mesma forma). em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente
Ainda, a Constituição dividiu os direitos sociais em
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
três espécies:
XIII - duração do trabalho normal não superior a
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
z D ireitos sociais destinados a toda sociedade (art. facultada a compensação de horários e a redução
6º, CF); da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
z Direitos sociais para os trabalhadores (art. 7°, CF); de trabalho;
z Direitos sociais coletivos dos trabalhadores (arts. XIV - jornada de seis horas para o trabalho realiza-
8º ao 11, CF). do em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
Direitos Sociais Destinados a Toda Sociedade XV - repouso semanal remunerado, preferencial-
mente aos domingos;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a XVI - remuneração do serviço extraordinário
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
o lazer, a segurança, a previdência social, a prote- normal;
ção à maternidade e à infância, a assistência aos XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
desamparados, na forma desta Constituição. menos, um terço a mais do que o salário normal;
8

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego


-2

e do salário, com a duração de cento e vinte dias;


77

Direitos garantidos para toda sociedade brasileira,


XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
.7

com exceção, por exemplo, da previdência social, pois


lei;
86

neste caso só terá benefício quem for contribuinte e


XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
.8

preencher todos os requisitos legais exigidos.


mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
39

Diferença entre direito à propriedade e direito XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de servi-
-1

à moradia: ço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da


Direito de propriedade é um direito individual,
o

lei;
av

conforme já estudado neste material; já o direito à XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
st

moradia é um direito social, localizado no caput do meio de normas de saúde, higiene e segurança;
gu

art. 6º, da CF, de 1988. XXIII - adicional de remuneração para as ativida-


Diferença entre direito à segurança, localiza- des penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
o
av

do no art. 5º (direito individual) e art. 6º (direito lei;


st

social): XXIV - aposentadoria;


gu

A segurança mencionada no art. 5º, da CF, refere-se XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
à segurança jurídica; já a segurança mencionada no desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
art. 6º, da CF, refere-se ao direito à segurança pública. creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
Direitos Sociais Para os Trabalhadores coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma
da lei;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
condição social:
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
I - relação de emprego protegida contra despedida
culpa;
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
complementar, que preverá indenização compensa-
relações de trabalho, com prazo prescricional de
tória, dentre outros direitos;
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
até o limite de dois anos após a extinção do contra-
involuntário;
to de trabalho;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
136
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XXX - proibição de diferença de salários, de exercí- VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
cio de funções e de critério de admissão por motivo votado nas organizações sindicais;
de sexo, idade, cor ou estado civil; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali-
XXXI - proibição de qualquer discriminação no zado a partir do registro da candidatura a cargo de
tocante a salário e critérios de admissão do traba- direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
lhador portador de deficiência; que suplente, até um ano após o final do mandato,
XXXII - proibição de distinção entre trabalho salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
manual, técnico e intelectual ou entre os profissio- Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
nais respectivos; cam-se à organização de sindicatos rurais e de
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou colônias de pescadores, atendidas as condições que
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba- a lei estabelecer.
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
de aprendiz, a partir de quatorze anos; aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
com vínculo empregatício permanente e o trabalha- dele defender.
dor avulso
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
ciais e disporá sobre o atendimento das necessida-
trabalhadores domésticos os direitos previstos
des inadiáveis da comunidade.
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
às penas da lei.
XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
Art. 10 É assegurada a participação dos trabalha-
lei e observada a simplificação do cumprimento
das obrigações tributárias, principais e acessórias, dores e empregadores nos colegiados dos órgãos
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari- públicos em que seus interesses profissionais
dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV ou previdenciários sejam objeto de discussão e
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência deliberação.
social. Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos empre-
gados, é assegurada a eleição de um representante
O mencionado dispositivo aborda os direitos dos destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes
o entendimento direto com os empregadores.
trabalhadores de uma forma genérica, pois todos são
tratados de forma específica em legislação especial.
Cabe ressaltar neste tópico que os examinadores As garantias deste último grupo de direitos sociais
das bancas costumam perguntar datas e questões estão divididas em: direito de associação sindical,
numéricas. Por exemplo, um tema sempre muito direito de greve e direito de representação.
cobrado em provas é sobre a prescrição trabalhista, Direito de associação sindical tem relação com o
ou seja, o prazo máximo para entrar com a reclama- princípio da liberdade de associação.
ção trabalhista após o término do contrato de trabalho Direito de greve, citado no art. 9º, não é o mesmo
para discutir os últimos cinco anos; ou seja, os crédi- direito de greve assegurado ao servidor público no
tos trabalhistas prescrevem nos últimos cinco anos. art. 37, da CF, ou seja, a greve mencionada no art. 9º é
8

autoaplicável (norma de eficácia contida), não sendo


-2

z Prazo para entrar com reclamação trabalhista: 2 necessária lei para regulamentar o direito de greve.
77

anos. Prescrição dos créditos: últimos 5 anos. Já o direito de representação está presente no art.
.7

11, da CF.
86

DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS


.8
39

TRABALHADORES DA NACIONALIDADE
-1

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, Ligação que une um indivíduo a cada território.
o
av

observado o seguinte: Grande parte dos países determina o modo de aqui-


I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
st

sição e perda da nacionalidade em suas respectivas


para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
gu

constituições.
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Públi- A nacionalidade é considerada pela CF, de 1988,
o

co a interferência e a intervenção na organização NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS


av

um direito fundamental, e tem previsão no título II,


sindical;
st

da CF.
II - é vedada a criação de mais de uma organização
gu

sindical, em qualquer grau, representativa de cate- O Brasil adota dois critérios para definir a aquisi-
goria profissional ou econômica, na mesma base ção da nacionalidade brasileira:
territorial, que será definida pelos trabalhadores
ou empregadores interessados, não podendo ser z Jus solis: atribui nacionalidade ao território onde
inferior à área de um Município; o indivíduo nasce;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- z Jus sanguinis: atribui a nacionalidade ao vínculo
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive sanguíneo.
em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, Brasileiro Nato
em se tratando de categoria profissional, será des-
contada em folha, para custeio do sistema con-
Conforme prevê o inciso I, art. 12, da CF, é conside-
federativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei; rado brasileiro nato:
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato; z Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas desde que estes não estejam a serviço de seu
negociações coletivas de trabalho; país 137
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No que diz respeito à necessidade de ambos os O Supremo Tribunal Federal entende que a natu-
genitores estrangeiros estarem a serviço do país, ralização extraordinária é ato declaratório do Brasil.
entende-se que deve haver a verificação do fato do Estrangeiro que provar os requisitos necessários,
deslocamento desse Estado (país) ao Brasil ter ocorri- ou seja, possuir 15 anos de residência ininterrupta e
do em virtude de interesse do seu país, ainda que um ausência de condenação penal, tem o direito subjetivo
deles não exerça função governamental, por exemplo: à naturalização. Negado este pedido, caberá Mandado
Pais argentinos, a serviço da Argentina – nesse de Segurança.
caso o filho nascido no Brasil não será brasileiro nato8. Importante mencionar também a leitura do Esta-
Pais argentinos a serviço do Uruguai – nesse caso tuto do Estrangeiro, a Lei nº 6.815, de 1980.
o filho nascido no Brasil será brasileiro nato, pois
os pais não estão a serviço de seu país (no exemplo, Perda da Nacionalidade
Argentina).
Conforme o § 4º, art. 14, da CF, de 1988, tanto o
z Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, brasileiro nato quanto o naturalizado poderão perder
desde que qualquer um deles esteja a serviço a sua nacionalidade.
do Brasil Existem dois instrumentos que podem ser usados
para decretar a perda da nacionalidade brasileira:
Neste caso, o termo a “serviço da República Fede-
rativa do Brasil” engloba a serviço da administração z S
entença Judicial transitada em julgado: alcança
direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e apenas o brasileiro naturalizado que feriu o inte-
Municípios. resse nacional. Neste caso, o indivíduo que perdeu
a nacionalidade poderá apenas readquiri-la por
z Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe meio de uma ação, chamada de Ação Rescisória;9
brasileira, desde que sejam registrados em repar- z
Brasileiro nato e naturalizado que adquire
tição brasileira competente (embaixada ou con-
voluntariamente outra nacionalidade: este ato
sulado) ou venham a residir no Brasil e optem,
engloba tanto a aceitação quanto o pedido da natu-
em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira
ralização oferecida por outro país. Neste caso, exis-
tem duas exceções, ou seja, existem dois casos em
O filho poderá optar pela nacionalidade brasileira
que é permitida a dupla cidadania:
observando três requisitos cumulativos:
„ R econhecimento da nacionalidade pela lei
„ I dade mínima: 18 anos;
estrangeira;
„ Residência no Brasil;
„ Imposição por outro país, como condição de
„ Obedecendo aos dois requisitos acima, deve-
permanência em seu território ou para exer-
-se optar a qualquer tempo pela nacionalidade
cício dos direitos civis. Exemplo: atletas/joga-
brasileira.
dores de futebol quando são “vendidos” e
8

representam times estrangeiros.


-2

A Constituição Federal, no § 3º, art. 12, determina


77

quais os cargos que são privativos para brasileiro


Atualmente, compete ao Ministro da Justiça decla-
.7

nato. Vejamos:
86

rar a perda e a requisição da nacionalidade.


Ainda, o inciso LI, art. 5º, da CF, dispõe que
.8

z �Presidente e Vice-Presidente da República;


39

z �Presidente da Câmara dos Deputados; nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu-
-1

z �Presidente do Senado Federal; ralizado, em caso de crime comum, praticado antes


da naturalização, ou se comprovado envolvimento
o

z �Ministro do STF;
av

z �Carreira Diplomática; em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na


st

z �Oficial das Forças Armadas; forma da lei.


gu

z �Ministro de Estado da Defesa. Importante frisar que o brasileiro nato não pode
ser extraditado. Se for o caso, deve ser entregue ao TPI
o
av

Naturalizados — Tribunal Penal Internacional, sendo que podem ser


st

entregues ao TPI os brasileiros natos, naturalizados e


gu

Neste caso, o indivíduo não tem vínculo nem de estrangeiros.


solo nem de sangue com o Brasil, mas quer tornar- Ainda, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Inter-
-se brasileiro, simplesmente por vontade, ou seja, é o nacional, Decreto-Lei nº 4388, de 2002, em seu art.
estrangeiro que optou pela nacionalidade brasileira 102, define a diferença entre a entrega e extradição.
(inciso II, art. 12, da CF). Vejamos:

z Estrangeiros provenientes de países de língua z P


or “entrega”, entende-se a entrega de uma pessoa
portuguesa devem ter um ano de residência no por um Estado ao Tribunal nos termos do presente
Brasil e idoneidade moral; Estatuto;
Ex.: Portugal, Angola, Cabo Verde etc. z
Por “extradição”, entende-se a entrega de uma
z Nacionalidade extraordinária: para os demais pessoa por um Estado a outro Estado, conforme
estrangeiros, deve-se ter 15 anos de residência previsto em um tratado, em uma convenção ou no
ininterrupta e ausência de condenação penal. direito interno.
8 Observe nos exemplos como pode ser cobrada a matéria na prova.
138 9 Ação rescisória é um meio processual que tem o objetivo de desconstituir ou revogar acórdão ou sentença transitada em julgado.
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CONSIDERAÇÕES REFERENTES À DIREITOS POLÍTICOS
NACIONALIDADE
Tem regras fixadas pela constituição no Capítulo
Extradição IV, referente à participação popular no processo polí-
tico, arts. 14 e seguintes da Constituição.
Entrega de um Estado (país) a outro Estado (país) Os direitos políticos conferidos à população brasi-
de pessoa acusada de delito ou já condenada. Note
leira são o sufrágio universal, o voto direto e secreto
que, conforme a Súmula 421, do STF, não há impedi-
e a participação em plebiscitos, referendos ou inicia-
mento à extradição o fato de o extraditado ser casado
com brasileira ou ter filho brasileiro. tivas populares.
Conforme prevê o inciso XV, art. 22, da CF, compete Sufrágio universal é o direito de homens e mulhe-
à União legislar sobre extradição. res naturalizados ou nascidos em um país de partici-
A Constituição brasileira também dispõe que par das eleições, ou seja:

Art. 5º [...] z Capacidade eleitoral ativa: direito de votar;


LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o z Capacidade eleitoral passiva: direito de ser votado.
naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
Condições de Elegibilidade
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro Conforme o § 3º, art. 14, da CF, são condições de
por crime político ou de opinião; elegibilidade, na forma da lei:

Ainda, a alínea "g", inciso I, art. 102, da CF, dispõe Nacionalidade brasileira
que o Supremo Tribunal Federal será o responsável Não ter direitos políticos cassados
por processar e julgar a extradição solicitada pelo Alistamento eleitoral
ELEGIBILIDADE
Estado estrangeiro. Domicilio eleitoral na circunscrição
correspondente
Expulsão Filiação partidária

Modo de tirar o estrangeiro do Brasil de modo A constituição também define a idade mínima que
coativo, por infração ou ato que o torne inconve- cada candidato, correspondente a seu cargo, deve ter:
niente à defesa e à conservação da ordem interna do
Estado. z Presidente + Vice Senador: 35 anos;
Neste caso, a União é responsável para legislar z Governador + Vice dos Estados e DF: 30 anos;
sobre expulsão, conforme o inciso XV, art. 22, da CF. z Deputado Federal, Estadual e Distrital, Prefeito +
Não ocorrerá a expulsão em duas hipóteses: dife- Vice e Juiz de Paz e 21 anos;
8

rentemente da extradição, a expulsão não será admiti-


-2

z Vereador: 18 anos.
77

da quando o indivíduo tiver cônjuge brasileiro (desde


que não esteja divorciado ou separado de fato) e o
.7

Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos


86

casamento tiver sido celebrado há mais de cinco anos,


.8

ou se houver filho brasileiro, desde que este esteja sob


39

sua guarda e dependência econômica. A perda ou a suspensão dos direitos políticos estão
-1

apresentadas no art. 15, da Constituição.


Deportação Como o nome já diz, a suspensão é o cancelamento
o
av

por um tempo determinado, já a perda é o cancela-


st

Refere-se ao estrangeiro que ingressou ou perma- mento por prazo indeterminado. Vejamos em quais
gu

neceu de forma irregular no território nacional, ou situações podem ocorrer perda ou suspensão, anali-
o

seja, é a devolução do estrangeiro por entrar no Brasil sando o art. 15, da CF, de 1988. NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS
av

de forma irregular. Assim, não há deportação de bra-


st

sileiros no Brasil (inciso XV, art. 5º, da CF). Art. 15 É vedada a cassação de direitos políticos,
gu

cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:


Art. 5º [...]
I - cancelamento da naturalização por sentença
XV - é livre a locomoção no território nacional em
transitada em julgado; Perda
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair II - incapacidade civil absoluta; Suspensão
com seus bens; III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos; Suspensão
Note que a deportação não tem relação com a prá- IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta
tica do estrangeiro em território brasileiro, mas, sim, ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
com o não cumprimento dos requisitos legais para sua VIII; Perda
entrada. V - improbidade administrativa, nos termos do art.
Não existe mais o instituto do banimento, que era 37, § 4º. Suspensão
o envio compulsório de brasileiros para o exterior.
Observe também que há vedação constitucional de Dica
seu reestabelecimento na alínea "d", do inciso XLVII,
art. 5º, da CF. Não existe a cassação dos direitos políticos. 139
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deverão fazê-lo naquilo que for necessário ao cumpri-
CONSIDERAÇÕES SOBRE A POLÍCIA mento do dever, o que deve levar em conta a necessi-
dade, proporcionalidade e motivação, princípios que
E OS DIREITOS HUMANOS devem trilhar a atuação do profissional.
A polícia, no exercício de suas funções, deve-
Art. 5º Nenhum funcionário responsável pela
rá observar os direitos humanos, o que, em âmbito aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar
nacional, significa dizer que sua atuação deve sempre qualquer ato de tortura ou qualquer outro trata-
respeitar os direitos fundamentais da pessoa. mento ou pena cruel, desumano ou degradante,
Isso porque, durante um conflito, caberá à autori- nem nenhum destes funcionários pode invocar
dade policial o controle da situação, a contenção de ordens superiores ou circunstâncias excepcionais,
possível violência e a retomada da ordem de forma tais como o estado de guerra ou uma ameaça de
que os direitos sejam respeitados e que seja protegida guerra, ameaça à segurança nacional, instabili-
a integridade física de todos. Quando o conflito ocorre dade política interna ou qualquer outra emergên-
no âmbito do espaço público, isso se torna ainda mais cia pública, como justificativa para torturas ou
essencial. outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
Diante disso, foram estabelecidas regras para degradantes.
determinar a forma como o trabalho da autoridade
policial deve ocorrer. Dentre elas, há o Código de Con- O art. 5º aborda expressamente a questão da tor-
duta para os funcionários responsáveis pela aplicação tura e afirma que nenhum dos responsáveis pela
da lei. Trata-se de um diploma aprovado pela Organi- aplicação da lei poderá tolerar, instigar ou infringir
zação das Nações Unidas (ONU) em 17 de dezembro de qualquer ato de tortura ou tratamento ou pena cruel,
1979, por meio da Resolução nº 34/169. desumano e degradante.
Exatamente como o nome, diz trata-se de um Sobre a tortura, é importante trazer à baila a Lei nº
diploma que estabelece diretrizes que devem ser 9.455, de 1997. Trata-se da lei que define as condutas
observadas e cumpridas por todos aqueles que são que são consideradas crimes de tortura.
responsáveis pela aplicação da lei, dentre eles, a força Segundo o art. 1º, da lei acima mencionada, cons-
policial.
tituem tortura quaisquer das duas condutas a seguir
O art. 1º determina que:
descritas:
Art. 1º Os funcionários responsáveis pela aplica-
z Constranger alguém com emprego de violência ou
ção da lei devem sempre cumprir o dever que a lei
lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
todas as pessoas contra atos ilegais, em conformi- mental:
dade com o elevado grau de responsabilidade que a
sua profissão requer. „ Com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
Aqui, verifica-se que a atuação de todos aqueles „ Para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
8

responsáveis pelo cumprimento das leis, dentre eles


-2

os policiais, é no sentido de que devem se ater ao cum- „ Em razão de discriminação racial ou religiosa;
77

primento da lei. Ou seja, devem combater atos ilegais,


.7

z Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou auto-


proteger à população, mas sua atuação também está
86

ridade, com emprego de violência ou grave amea-


estritamente vinculada ao cumprimento da lei.
.8

ça, a intenso sofrimento físico ou mental, como


39

Art. 2º No cumprimento do dever, os funcionários forma de aplicar castigo pessoal ou medida de


-1

responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar caráter preventivo.


o

e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os


av

direitos humanos de todas as pessoas. O que se verifica é que ambas as condutas podem
st

estar relacionadas à atuação do policial e constituem


gu

Como já dito, caberá ao policial a proteção e res- crime apenado com reclusão de dois a oito anos.
o

peito à dignidade da pessoa, inclusive dos possíveis Assim, é importante observar, mais uma vez, que
av

suspeitos de estarem infringindo a lei. a atuação do profissional responsável pelo cumpri-


st

Assim, deverão ser observadas todas as regras, de mento da lei deverá ser ética e comprometida com a
gu

forma que se combata a ocorrência de possível crime, ordem pública e cessação de violência, não podendo
sem que haja violação de outros direitos dos envolvi- ele, para tanto, utilizar-se de qualquer emprego de
dos ou de terceiros que por ventura estejam no espaço constrangimento ou violência e grave ameaça.
público no momento. Vale destacar que o policial civil, ainda que res-
Por sua vez, o art. 3º preceitua que: ponsável pela apuração de infrações, também deve-
rá pautar sua conduta profissional nessas normas de
Art. 3° Os funcionários responsáveis pela aplicação conduta e não poderá praticar qualquer ato de cons-
da lei só podem empregar a força quando estrita- trangimento, de violência ou grave ameaça sob pena
mente necessária e na medida exigida para o cum- de incorrer no crime de tortura.
primento do seu dever. Em continuidade, art. 6º preceitua o seguinte:

Esta regra de conduta é de extrema importância Art. 6° Os funcionários responsáveis pela aplicação
na administração de conflitos no espaço público. Isso da lei devem garantir a proteção da saúde de todas
porque aqueles a quem couber a aplicação da lei, no as pessoas sob sua guarda e, em especial, devem
caso, policiais, devem utilizar-se da força apenas e tão adotar medidas imediatas para assegurar-lhes cui-
140 somente quando for necessário. Ademais, somente dados médicos, sempre que necessário.
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Mais uma vez, o que se verifica é a preocupação Essa regra de grande importância é em relação ao
que a atuação dos responsáveis pelo cumprimento da uso de armas contra pessoas. Para administrar um
lei ocorra de forma protetiva, inclusive garantindo conflito em espaço público, muitas vezes, o policial
que serão prestados os cuidados médicos para aqueles fará uso de armas de fogo, pensando estar agindo em
que estejam sob sua guarda, como os condenados em cumprimento do seu dever legal.
cumprimento de pena, por exemplo. Ocorre que a diretriz apresentada define que
Outra das regras de conduta preceitua que: os agentes não devem utilizar-se de armas de fogo,
fazendo disparos contra a pessoa. Apenas poderão
Art. 7º Os funcionários responsáveis pela aplica- fazê-lo em caso de legítima defesa própria ou de ter-
ção da lei não devem cometer quaisquer atos de ceiros ou ainda em caso de perigo iminente de morte
corrupção. Também devem opor-se vigorosamente ou lesão grave.
e combater todos estes atos. Resta claro, portanto, que a utilização de arma de
fogo deverá ser realizada em situações estritamente
Assim, o art. 7º determina que os responsáveis pela necessárias e sempre com contenção, de forma que
aplicação da lei não devem cometer atos de corrupção não ocorra qualquer forma de excesso.
e não só: devem também se opor, caso tenham conhe-
cimento de qualquer ato desta natureza, combatendo- „ Não é legítimo o uso de armas de fogo contra
-o. Ou seja, não poderá o policial se omitir caso tenha pessoa em fuga que esteja desarmada ou que,
conhecimento que outrem possa estar de qualquer mesmo na posse de algum tipo de arma, não
forma praticando ato corruptivo. represente risco imediato de morte ou de lesão
Ainda sobre a atuação do policial no âmbito do grave aos agentes de segurança pública ou
espaço público, é necessário mencionar a Porta- terceiros
ria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de
2010, do Governo Federal, estabelecida em conjunto
A diretriz acima mencionada considera ilegítimo o
pelo Ministério de Justiça e Ministério das Relações
uso de armas de fogo quando em face de pessoa desar-
Internacionais.
mada ou que não represente qualquer risco de morte
O referido documento busca estabelecer as polí-
ou lesão grave, ainda que esteja na posse de arma.
ticas públicas de segurança em consonância com os
Certamente trata-se de outra regra de essencial
direitos humanos.
importância na administração de conflitos pela auto-
Essas normas devem ser observadas pelos poli-
ridade policial.
ciais federais, rodoviários federais, civis e militares,
bem como guardas municipais e demais autoridades
„ Não é legítimo o uso de armas de fogo contra
que, por força de lei, fazem uso de arma de fogo em
seu trabalho. veículo que desrespeite bloqueio policial em
A primeira das diretrizes trazida pelo diploma via pública, a não ser que o ato represente um
legal e que deve trilhar o trabalho dos agentes no uso risco imediato de morte ou lesão grave aos
da força define quais são os princípios que devem ser agentes de segurança pública ou terceiros
obedecidos em sua atuação:
8

Outra das regras em relação às armas de fogo


-2
77

z Legalidade: caberá ao agente agir em estrita determina que não é legítimo o uso de armas de fogo
contra veículo que ultrapasse bloqueio policial em via
.7

observância da lei;
86

z Necessidade: a atuação do agente, bem como o pública. Mais uma vez, a exceção refere-se apenas ao
.8

uso de armas de fogo, deverá ocorrer tão somen- caso em que o agente infrator, de fato, ofereça risco
39

te quando houver efetiva necessidade, em caso de de morte ou lesão grave ao agente de segurança ou
-1

conflito que justifique o uso da força; terceiro.


o

z Proporcionalidade: o uso da força deverá ser


av

sempre proporcional à situação que tenha se con- „ Os chamados “disparos de advertência” não são
st

figurado, de forma que não haja excessos e não considerados prática aceitável, por não atende-
gu

ocorram lesões aos envolvidos; rem aos princípios elencados na Diretriz nº 2 e


em razão da imprevisibilidade de seus efeitos
o

z Moderação: da mesma força que a proporcio- NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS


av

nalidade, a moderação justifica-se de forma que


st

a atuação policial se concentre em estancar a Outra regra de grande relevância na administra-


gu

situação vivenciada, protegendo os envolvidos, ção de conflitos no espaço público diz respeito aos dis-
especialmente terceiros, de possíveis lesões decor- paros de advertência. Conforme a diretriz acima, não
rentes do uso da força; se trata de uma prática aceitável, pois, em decorrência
z Conveniência: a atuação policial com o uso de deles, as consequências não são previsíveis.
armas deve ocorrer apenas quando se mostrar
necessária e, portanto, é conveniente que se utili- „ O ato de apontar arma de fogo contra pessoas
ze de forma tão gravosa apenas para contenção da durante os procedimentos de abordagem não
situação. deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada

Ademais, ainda constam como diretrizes constan- Ainda, outra das diretrizes diz respeito à conduta
tes na Portaria: de apontar armas de fogo contra pessoas nos proce-
dimentos de abordagem. Trata-se de uma prática que
„ Os agentes de segurança pública não deverão dis- não deve ser considerada rotineira e não deve ser uti-
parar armas de fogo contra pessoas, exceto em lizada de forma indiscriminada.
casos de legítima defesa própria ou de terceiro Assim, é certo que todas as normas de conduta
contra perigo iminente de morte ou lesão grave e diretrizes sobre armas de fogo têm um ponto em 141
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comum: a preocupação com o respeito dos direitos das instituições livres de -vícios, valorizadas socialmente e
pessoas envolvidas, inclusive de possíveis suspeitos. detentoras de credibilidade histórica.
Denota-se, portanto, que, ocorrendo um conflito
no espaço público, caberá ao policial, em sua atuação, Estão CORRETAS:
observar tais diretrizes, de forma que sejam sempre
respeitados os direitos humanos e preservada a inte- a) Apenas as afirmativas I e II.
gridade física das pessoas presentes na situação. b) Apenas as afirmativas II e III.
c) Apenas as afirmativas I e III.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

HORA DE PRATICAR! 4. (EXATUS — 2014) De acordo com o texto “Treze refle-


xões sobre Polícia e Direitos Humanos”, é INCORRETO
1. (EXATUS — 2014) Considerando o tema “Direitos afirmar que:
Humanos”, marque a alternativa incorreta:
a) O policial é, antes de tudo um cidadão, e na cidadania
a) Direitos humanos são os direitos básicos de todos os deve nutrir sua razão de ser. Irmana-se, assim, a todos
seres humanos. os membros da comunidade em direitos e deveres.
b) É evidente a importância dos Direitos Humanos para b) O uso legítimo da força se confunde com truculência.
a construção de um Estado democrático de direito, c) Polícia não funciona sem hierarquia. Há, contudo,
onde as instituições públicas, em particular a polícia, clara distinção entre hierarquia e humilhação, entre
exercem suas atividades com base nos princípios de ordem e perversidade.
respeito à dignidade humana. d) A polícia é, portanto, uma espécie de superego social
c) Os Direitos Humanos são um conjunto de valores que indispensável em culturas urbanas, complexas e de
admite interpretações e conotações diversas. Englo- interesses conflitantes, contenedora do óbvio caos a
bam uma gama ilimitada de direitos e deveres do que estaríamos expostos na absurda hipótese de sua
homem para com o homem e por extensão para com inexistência.
a natureza, pois dela depende a humanidade para sua
sobrevivência. 5. (EXATUS — 2014) Entre os diversos documentos que
d) São considerados Direitos Humanos apenas os direi- tratam dos direitos humanos e da cidadania, podemos
tos civis e políticos. citar a Declaração Universal dos Direitos do Homem. A
respeito deste documento, é incorreto afirmar que:
2. (EXATUS — 2014) Sobre polícia e os direitos humanos,
marque a alternativa incorreta: a) É uma recomendação da ONU aos países membros,
assinada em 1948.
a) A polícia é vista como uma instituição ontológica, b) Reconhece que toda pessoa tem direitos ao trabalho e
entretanto ela é composta por pessoas, policiais, que a escolha de emprego.
antes de tudo são cidadãos, e na cidadania devem c) Seus artigos contemplam, entre outros, o direito à -
nutrir sua razão de ser. Tornando-se iguais a todos os liberdade, a vida e a segurança pessoal.
8
-2

membros da comunidade, em direitos e deveres. d) É um documento elaborado pela Assembléia Geral das
77

b) O polícia deve ter suas ações fundamentadas em prin- Nações Unidas, em 1950.
.7

cípios éticos, técnicos e legais.


86

c) O policial é o agente público que mais representa a


9 GABARITO
.8

manifestação do Estado na preservação da segurança


39

e, mesmo agindo legitimamente, empregando a força,


-1

não pode descurar-se dos direitos fundamentais que 1 D


o

decorrem os direitos do ser humano, a sua dignidade.


av

d) Violar as regras especiais de tratamento a crianças e 2 D


st

adolescentes não é considerado violação dos direitos 3 A


gu

humanos.
o

4 C
av

3. (EXATUS — 2014) De acordo com o texto “Treze refle-


st

xões sobre Polícia e Direitos Humanos”, analise as afir- 5 C


gu

mativas abaixo:

I. Em termos de inconsciente coletivo, o policial exer-


ce função educativa arquetípica: deve ser “o mocinho”,
com procedimentos e atitudes coerentes com a “firme-
za moralmente reta”, oposta radicalmente aos desvios
perversos do outro arquétipo que se lhe contrapõe: o
bandido.
II. O policial, pela natural autoridade moral que porta,
tem o potencial de ser o mais marcante promotor dos
Direitos Humanos, revertendo o quadro de descrédito
social e qualificando-se como um personagem central
da democracia.
III. O zelo pelo respeito e a decência dos quadros poli-
ciais não cabe apenas ao Estado mas aos próprios
142 policiais, os maiores interessados em participarem de
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por permitir ou entregar, conforme for o caso, a dire-
ção do veículo àquele condutor que não está regular-
mente habilitado.

LEGISLAÇÕES
§ 2° Ao proprietário caberá sempre a responsabi-
lidade pela infração referente à prévia regulariza-
ção e preenchimento das formalidades e condições
exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre,
conservação e inalterabilidade de suas caracterís-
ticas, componentes, agregados, habilitação legal e
PENALIDADES APLICADAS ÀS
compatível de seus condutores, quando esta for exi-
INFRAÇÕES DE TRÂNSITO gida, e outras disposições que deva observar.

Penalidades Veículo autuado por estar transitando sem estar


devidamente licenciado (com débitos de anos anterio-
Art. 256 A autoridade de trânsito, na esfera das
res referentes às taxas de licenciamento e/ou seguro
competências estabelecidas neste Código e dentro
de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações obrigatório). Esta multa será de responsabilidade do
nele previstas, as seguintes penalidades: proprietário.
I - advertência por escrito;
II - multa; § 3° Ao condutor caberá a responsabilidade pelas
III - suspensão do direito de dirigir; infrações decorrentes de atos praticados na direção
IV - apreensão do veículo; (Revogado pela Lei n° do veículo.
13.281, de 2016)
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação; Numa ultrapassagem em faixa contínua, seria
VI - cassação da Permissão para Dirigir;
uma infração de conduta, nesse caso, o responsável
VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem.
é o condutor. De outro modo, se o veículo está com
§ 1° A aplicação das penalidades previstas neste
Código não elide as punições originárias de ilícitos os pneus sem condições de uso, lisos ou “carecas”, o
penais decorrentes de crimes de trânsito, conforme responsável pela infração é o proprietário do veículo.
disposições de lei.
§ 3° A imposição da penalidade será comunicada § 4° O embarcador é responsável pela infração rela-
aos órgãos ou entidades executivos de trânsito res- tiva ao transporte de carga com excesso de peso
ponsáveis pelo licenciamento do veículo e habilita- nos eixos ou no peso bruto total, quando simulta-
ção do condutor. neamente for o único remetente da carga e o peso
declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for
Tema recorrente em provas. Lembre-se que apenas inferior àquele aferido.
as autoridades de trânsito são as competentes para
aplicar as penalidades. Jamais um agente de trânsito Se o embarcador é o único remetente da carga ele
8
-2

aplicará uma penalidade. Leve isto para a prova. Lem- sabe o quanto esta carga pesa e se declarar o peso à
77

brando que a punição da autoridade de trânsito não menor no documento de embarque, está encobrindo
.7

elimina as punições das autoridades judiciárias por


do transportador a verdade sobre o peso e por isso
86

crime de trânsito. As imposições das penalidades são


deve ser o único responsável pela infração de excesso,
.8

comunicadas aos DETRANs para cadastro no RENA-


pois certamente o transportador não aceitaria trans-
39

CH e no RENAVAM. Lembrando que quem organiza e


portar esta carga com excesso.
-1

mantem o RENACH e RENAVAM é o DENATRAN.


o

§ 5° O transportador é o responsável pela infração


av

Responsabilidade pelas Penalidades


relativa ao transporte de carga com excesso de peso
st
gu

Art. 257 As penalidades serão impostas ao condu- nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de
tor, ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao um embarcador ultrapassar o peso bruto total.
o

§ 6° O transportador e o embarcador são solidaria-


av

transportador, salvo os casos de descumprimento


mente responsáveis pela infração relativa ao exces-
st

de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas


gu

ou jurídicas expressamente mencionados neste so de peso bruto total, se o peso declarado na nota
Código. fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite
legal.
Podem ser penalizados: proprietários, condutores,
embarcadores e transportadores. Os embarcadores não têm como saber se a soma
da carga com a do outro embarcador ultrapassará o
§ 1° Aos proprietários e condutores de veículos limite de peso permitido para aquele veículo, mas o
LEGISLAÇÕES

serão impostas concomitantemente as penalidades transportador que permite o embarque de todas as


de que trata este Código toda vez que houver res-
cargas tem esta possibilidade. Portanto, o transporta-
ponsabilidade solidária em infração dos preceitos
que lhes couber observar, respondendo cada um de dor sabe o quanto de carga já embarcou no veículo e
per si pela falta em comum que lhes for atribuída. se soma das cargas ultrapassará o limite de PBT/PBTC
ou se estas cargas estão bem distribuídas no veículo
Encontramos por exemplo, na regular habilita- afim de evitar excesso de peso por eixo.
ção do condutor, o art. 162, que prevê penalidades ao O legislador asseverou um rol de responsabilidade
condutor que dirigir sem a regular habilitação e na para cada indivíduo. Como de costume fiz um resumo
sequência, pelos artigos 163 e 164, pune o proprietário, para você memorizar: 143
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RESPONSÁVEL RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Prévia regularização e preenchimento das formalidades


e condições exigidas para o trânsito do veículo na
Proprietário via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas É possível, respondendo cada um de per si
características, componentes, agregados, habilitação pela falta em comum que lhes for atribuída
legal e compatível de seus condutores

Condutor Atos praticados na direção do veículo

Responsável pela infração relativa ao transporte de carga


com excesso de peso nos eixos ou no peso bruto total,
Embarcador (dono da
quando simultaneamente for o único remetente da carga São solidariamente responsáveis pela
mercadoria)
e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for infração relativa ao excesso de peso bruto
inferior àquele aferido total, se o peso declarado na nota fiscal,
Responsável pela infração relativa ao transporte de fatura ou manifesto for superior ao limite
Transportador (dono do carga com excesso de peso nos eixos ou quando a carga legal
caminhão) proveniente de mais de um embarcador ultrapassar o
peso bruto total

§ 7° Quando não for imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou o proprietário do veículo terá o
prazo de 30 (trinta) dias, contado da notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o CON-
TRAN, e, transcorrido o prazo, se não o fizer, será considerado responsável pela infração o principal condutor ou,
em sua ausência, o proprietário do veículo. (Lei n° 14.071/20)

Mais um prazo para guardar: 30 dias para identificação de condutor nas autuações sem abordagem. Caso não
haja identificação, o proprietário será considerado responsável.

§ 8° Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo identificação do infrator e sendo o veículo de proprie-
dade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao proprietário do veículo, mantida a originada pela infração, cujo
valor é o da multa multiplicada pelo número de infrações iguais cometidas no período de doze meses.

Essa situação é regulada pela Resolução n° 710/2017. Se o proprietário for uma empresa, por exemplo, e não indicar
o condutor, o valor da multa será maior que o da infração cometida. Caso o condutor não seja identificado pela empre-
sa, além da multa original, a pessoa jurídica recebe a multa NIC (não indicação do condutor).
Com base nessa nova resolução, não será necessária a expedição de nova infração ou notificação para a aplica-
ção da penalidade extra. Exemplo: Um veículo de uma pessoa jurídica avança o sinal vermelho do semáforo (art.
208 CTB - infração gravíssima – 7 pontos – R$ 293,47) e não identifica o condutor infrator. O valor da multa será de:
8
-2
77

z Primeira: Avanço de sinal vermelho=R$ 293,47;


.7

z Acréscimo de R$ 293,47, por não ter identificado o condutor (hipótese de ser a primeira multa de avanço de
86

semáforo nos últimos 12 meses);


.8

z R$ 293,47 (1° multa) + R$ 293,47 (acréscimo por não indicar o condutor) = R$ 586,94 (total a ser pago).
39
-1

§ 9° O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no § 3° do art. 258 e no art. 259.
o

§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o principal condutor do veículo, o qual, após
av

aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam. (Lei n° 13.495
st

de 2017)
gu

§ 11. O principal condutor será excluído do Renavam: (Lei N° 13495 de 2017)


o

I - quando houver transferência de propriedade do veículo;


av

II - mediante requerimento próprio ou do proprietário do veículo;


st

III - a partir da indicação de outro principal condutor.”


gu

Art. 258 As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com sua gravidade, em quatro categorias:
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e qua-
renta e sete centavos); (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
II - infração de natureza grave, punida com multa no valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três
centavos); (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
III - infração de natureza média, punida com multa no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis centavos);
(Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centavos).
(Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
Art. 259 A cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos:
I - gravíssima - sete pontos;
II - grave - cinco pontos;
III - média - quatro pontos;
IV - leve - três pontos.

144
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Confira o resumo dessas infrações: por veículos de tração animal, propulsão humana ou
ciclomotores) é o órgão municipal de trânsito.
NATUREZA DA PONTOS NA Mas pelo fato de muitos municípios ainda não
VALOR terem municipalizado seu trânsito, quem acaba
INFRAÇÃO CNH
fazendo a fiscalização, com as respectivas autuações
Gravíssima 07 R$ 293,47 é a Polícia Militar, e por conta disso, quem acaba pro-
Grave 05 R$ 195,23 videnciando a autuação e arrecadação é o DETRAN do
estado. Cabe sempre ao DETRAN as multas relaciona-
Média 04 R$ 130,16
das ao registro e licenciamento do veículo e aquelas
Leve 03 R$ 88,38 referentes à habilitação do condutor.

§ 4° Ao condutor identificado será atribuída pon- § 1° As multas decorrentes de infração cometida em


tuação pelas infrações de sua responsabilidade, nos unidade da Federação diversa da do licenciamento
termos previstos no § 3° do art. 257 deste Código, do veículo serão arrecadadas e compensadas na
exceto aquelas: (lei n° 14.071/20) forma estabelecida pelo CONTRAN.
I - praticadas por passageiros usuários do serviço
de transporte rodoviário de passageiros em viagens O CONTRAN regulamentou por meio da Resolução
de longa distância transitando em rodovias com a 155/04 os procedimentos relacionados ao registro das
utilização de ônibus, em linhas regulares intermu- infrações cometidas em todo território nacional.
nicipal, interestadual, internacional e aquelas em
viagem de longa distância por fretamento e turismo § 2° As multas decorrentes de infração cometida
ou de qualquer modalidade, excluídas as situações em unidade da Federação diversa daquela do licen-
regulamentadas pelo CONTRAN conforme disposto ciamento do veículo poderão ser comunicadas ao
no art. 65 deste Código; (lei n° 14.071/20) órgão ou entidade responsável pelo seu licencia-
II - previstas no art. 221, nos incisos VII e XXI do mento, que providenciará a notificação.
art. 230 e nos arts. 232, 233, 233-A, 240 e 241 deste
Código, sem prejuízo da aplicação das penalidades e
medidas administrativas cabíveis; (lei n° 14.071/20) Os convênios realizados entre os órgãos das diversas
III - puníveis de forma específica com suspensão do unidades da federação definirão se as notificações e a
direito de dirigir. (lei n° 14.071/20) arrecadação será feita pelo órgão autuador ou pelo órgão
do estado de registro, seja do veículo ou do condutor.
Aqui, há exceções: motoristas de ônibus de trans-
porte rodoviário de passageiros de longa distância § 4° Quando a infração for cometida com veículo
(linha intermunicipal, interestadual e internacional) licenciado no exterior, em trânsito no território
não será atribuída pontuação de infração cometida nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes
por passageiros, exceto a de cinto de segurança. de sua saída do País, respeitado o princípio de
Com a nova lei, portar no veículo placas de identi- reciprocidade.
ficação em desacordo com as especificações e modelos
estabelecidos pelo CONTRAN, trafegar com a cor ou Hipóteses de Suspensão da CNH
8

característica alterada. Transitar com veículo de car-


-2

ga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições, Art. 261. A penalidade de suspensão do direi-
77

dirigir veículo sem documentos de porte obrigatório, to de dirigir será imposta nos seguintes casos:
.7

deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
86

trinta dias, deixar o responsável de promover a bai- I - sempre que, conforme a pontuação prevista no
.8

xa do registro de veículo irrecuperável ou definitiva- art. 259 deste Código, o infrator atingir, no período
39

mente desmontado e deixar de atualizar o cadastro de de 12 (doze) meses, a seguinte contagem de pontos:
-1

registro do veículo ou de habilitação do condutor não (lei n° 14.071/20)


a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais
o

são passíveis de pontuação.


av

As infrações que possuem suspensão como penali- infrações gravíssimas na pontuação;


st

dade também não atribuem pontuação porque já pos- b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração
gu

suem um processo de suspensão a ser iniciado, não gravíssima na pontuação;


c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma
valendo como critério para somatório de pontos.
o

infração gravíssima na pontuação;


av

II - por transgressão às normas estabelecidas neste


st

Art. 260 As multas serão impostas e arrecadadas


Código, cujas infrações preveem, de forma específi-
gu

pelo órgão ou entidade de trânsito com circuns-


ca, a penalidade de suspensão do direito de dirigir.
crição sobre a via onde haja ocorrido a infração,
(Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
de acordo com a competência estabelecida neste
§ 1° Os prazos para aplicação da penalidade de
Código.
suspensão do direito de dirigir são os seguintes:
(Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
Se uma infração foi cometida em uma rodovia fede- I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a
ral, o órgão responsável para autuar e recolher o valor 1 (um) ano e, no caso de reincidência no período de
LEGISLAÇÕES

correspondente da multa é a Polícia Rodoviária Fede- 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos;
ral. Se foi em uma rodovia estadual, caberá ao DETRAN (Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
daquela UF aplicar e arrecadar o valor da multa, se a II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito)
Polícia Militar Rodoviária daquele estado não o fizer. meses, exceto para as infrações com prazo descrito
Se a infração foi constatada em um município e este no dispositivo infracional, e, no caso de reincidên-
estiver com seu trânsito municipalizado conforme pre- cia no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18
coniza a lei, então quem autuará e arrecadará os valo- (dezoito) meses, respeitado o disposto no inciso II
res referentes a determinadas multas (as multas por do art. 263. (Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
infrações de circulação, estacionamento, parada, exces- § 2° Quando ocorrer a suspensão do direito de
so de peso, dimensões e lotação e, ainda, as cometidas dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação será 145
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devolvida a seu titular imediatamente após cum- Hipóteses de Cassação da CNH
prida a penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3° A imposição da penalidade de suspensão do Art. 263 A cassação do documento de habilitação
direito de dirigir elimina a quantidade de pontos dar-se-á:
computados, prevista no inciso I do caput ou no § I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator
5° deste artigo, para fins de contagem subsequente. conduzir qualquer veículo;
(lei n° 14.071/20) II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses,
§ 5° No caso do condutor que exerce atividade das infrações previstas no inciso III do art. 162 e
remunerada ao veículo, a penalidade de suspen- nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
são do direito de dirigir de que trata o caput des-
III - quando condenado judicialmente por delito de
te artigo será imposta quando o infrator atingir o
trânsito, observado o disposto no art. 160.
limite de pontos previsto na alínea c do inciso I do
§ 1° Constatada, em processo administrativo, a
caput deste artigo, independentemente da natureza
irregularidade na expedição do documento de habi-
das infrações cometidas, facultado a ele participar
litação, a autoridade expedidora promoverá o seu
de curso preventivo de reciclagem sempre que, no
período de 12 (doze) meses, atingir 30 (trinta) pon- cancelamento.
tos, conforme regulamentação do CONTRAN. (lei n° § 2° Decorridos dois anos da cassação da Carteira
14.071/20) Nacional de Habilitação, o infrator poderá requerer
sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames
necessários à habilitação, na forma estabelecida
Temos aqui um novo instituto no CTB: curso pre-
pelo CONTRAN.
ventivo de reciclagem. Para instauração do processo
definido no caput, o condutor que, no período de 12
(doze) meses, for autuado por infrações cuja soma dos A cassação é a pior penalidade que uma autoridade
pontos atinja 30 (trinta) pontos, poderá requerer jun- de trânsito pode impor a um motorista. Significa a per-
to ao órgão de registro do documento de habilitação a da da CNH, obrigando o condutor a reiniciar o processo
participação no curso preventivo de reciclagem. Para de habilitação que só poderá ocorrer após 2 (dois) anos.
condutores que exerçam atividade remunerada a con- Saber as hipóteses de cassação da CNH é fundamental.
tagem de pontos para iniciar um processo de suspen-
são da CNH é sempre 40 pontos. HIPÓTESES DE CASSAÇÃO
Dirigir com CNH/PPD de categoria
§ 6° Concluído o curso de reciclagem previsto no Art. 162.,
diferente da do veículo (reincidência em
§ 5° o condutor terá eliminados os pontos que lhe III
12 meses)
tiverem sido atribuídos, para fins de contagem sub-
sequente. (Incluído pela Lei n° 13.154, de 2015) Permitir/Entregar veículo a condutor sem
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no CNH, suspenso, cassado, de categoria
§ 5º não poderá fazer nova opção no período de 12 Art. 163. e diferente da do veículo, com CNH vencida
(doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 164 há mais de 30 dias ou sem as devidas
2016) lentes corretivas
§ 8° A pessoa jurídica concessionária ou permissio- (Reincidência em 12 meses)
8
-2

nária de serviço público tem o direito de ser infor- Dirigir sob a influência de álcool ou de
77

mada dos pontos atribuídos, na forma do art. 259, qualquer outra substância psicoativa que
Art. 165.
.7

aos motoristas que integrem seu quadro funcional, determine dependência (reincidência em
86

exercendo atividade remunerada ao volante, na


12 meses)
.8

forma que dispuser o CONTRAN. (Incluído pela Lei


39

n° 13.154, de 2015) Disputar corrida, participar ou


Art. promover eventos automobilísticos não
-1

Se usufruir do curso preventivo de reciclagem 173.,174 e organizados; Demonstração de perícia e


o

175 manobra perigosa. (Reincidência em 12


av

não poderá lançar mão desse artifício no prazo de 12


meses)
st

meses. O parágrafo § 8° foi cobrado na prova da PRF


gu

em 2019. O parágrafo serve para autorizar os órgãos de


trânsito responsáveis pelo registro de habilitação dos
o

Além disso, também pode acarretar cassação da


av

condutores a fornecerem os dados relativos a pontua- CNH: dirigir suspenso e dirigir quando condenado
st

ção atribuída, por infrações cometidas dos motoristas judicialmente por delito de trânsito.
gu

pertencente aos quadros dessas pessoas jurídicas.


Art. 265 As penalidades de suspensão do direito
§ 9° Incorrerá na infração prevista no inciso II do de dirigir e de cassação do documento de habili-
art. 162 o condutor que, notificado da penalidade de tação serão aplicadas por decisão fundamentada
que trata este artigo, dirigir veículo automotor em
da autoridade de trânsito competente, em proces-
via pública. (Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
so administrativo, assegurado ao infrator amplo
§ 10. O processo de suspensão do direito de diri-
direito de defesa.
gir a que se refere o inciso II do caput deste artigo
deverá ser instaurado concomitantemente ao pro-
cesso de aplicação da penalidade de multa, e ambos Como é sabido, ninguém é penalizado sem o amplo
serão de competência do órgão ou entidade respon- direito de defesa. No CTB, a autoridade de trânsito
sável pela aplicação da multa, na forma definida assegurará o direito de defesa aos infratores para que
pelo CONTRAN. (lei n° 14.071/20) possam se justificar.
§ 11. O CONTRAN regulamentará as disposições
deste artigo. (Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016) Art. 266 Quando o infrator cometer, simultanea-
mente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplica-
146 das, cumulativamente, as respectivas penalidades.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Artigo auto explicativo, porém que vale a pena ter V - quando o cadastrado estiver cumprindo pena
em mente. privativa de liberdade.
§ 5° A consulta ao RNPC é garantida a todos os cida-
Advertência por Escrito dãos, nos termos da regulamentação do CONTRAN.
§ 6° A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 267 Deverá ser imposta a penalidade de adver- Municípios poderão utilizar o RNPC para conce-
der benefícios fiscais ou tarifários aos condutores
tência por escrito à infração de natureza leve ou
cadastrados, na forma da legislação específica de
média, passível de ser punida com multa, caso o
cada ente da Federação.”
infrator não tenha cometido nenhuma outra infra-
ção nos últimos 12 (doze) meses. (lei n° 14.071/20)
O Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC),
administrado pelo DENATRAN serve para estimular os
A advertência por escrito é uma penalidade pecu-
condutores a não praticar infrações, dando-lhe benefí-
liar e pouco conhecida. Antigamente, a autoridade de
cios fiscais ou tarifários aos condutores cadastrados, na
trânsito poderia impor (de ofício ou a pedido) a Adver-
forma da legislação específica de cada ente da Federação.
tência por Escrito em substituição à multa de forma
discricionária. No entanto, agora é obrigação da autori-
dade de trânsito, impor a advertência por escrito caso o
condutor não tenha cometido nenhuma outra infração
nos últimos 12 meses. Lembrando que tem que ser de MEDIDAS ADMINISTRATIVAS A SEREM
natureza leve ou média a infração cometida. ADOTADAS PELA AUTORIDADE DE
Curso de Reciclagem
TRÂNSITO E SEUS AGENTES
Quais são as Medidas Administrativas?
Art. 268 O infrator será submetido a cur-
so de reciclagem, na forma estabelecida pelo
Art. 269 A autoridade de trânsito ou seus agentes,
CONTRAN: na esfera das competências estabelecidas neste
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua Código e dentro de sua circunscrição, deverá ado-
reeducação; (lei n° 14.071/20) tar as seguintes medidas administrativas:
II - quando suspenso do direito de dirigir; I - retenção do veículo;
III - quando se envolver em acidente grave para o II - remoção do veículo;
qual haja contribuído, independentemente de pro- III - recolhimento da Carteira Nacional de
cesso judicial; Habilitação;
IV - quando condenado judicialmente por delito de IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
trânsito; V - recolhimento do Certificado de Registro;
V - a qualquer tempo, se for constatado que o con- VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento
dutor está colocando em risco a segurança do Anual;
trânsito; VII - (VETADO)
VI - em outras situações a serem definidas pelo VIII - transbordo do excesso de carga;
8
-2

CONTRAN. (lei n° 14.071/20) IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia


77

ou perícia de substância entorpecente ou que deter-


.7

O curso de reciclagem é uma penalidade imposta, mine dependência física ou psíquica;


86

precipuamente, a condutores suspensos. Entretanto, X - recolhimento de animais que se encontrem sol-


.8

há outras situações em que pode ser imposto o curso tos nas vias e na faixa de domínio das vias de circu-
39

de reciclagem no CTB. O curso de reciclagem é regula- lação, restituindo-os aos seus proprietários, após o
-1

do pela resolução n° 285, de 2008. pagamento de multas e encargos devidos.


XI - realização de exames de aptidão física, mental,
o
av

de legislação, de prática de primeiros socorros e de


Art. 268-A Fica criado o Registro Nacional Posi-
direção veicular. (Incluído pela Lei n° 9.602, de 1998)
st

tivo de Condutores (RNPC), administrado pelo


gu

órgão máximo executivo de trânsito da União, com


a finalidade de cadastrar os condutores que não As medidas administrativas podem ser realizadas
o
av

cometeram infração de trânsito sujeita à pontua- pelo agente de trânsito, diferentemente das penalida-
des que são exclusivas da autoridade de trânsito. Não
st

ção prevista no art. 259 deste Código, nos últimos


gu

12 (doze) meses, conforme regulamentação do confunda medidas administrativas com penalidades!


CONTRAN.
§ 1° RNPC deverá ser atualizado mensalmente. § 1° A ordem, o consentimento, a fiscalização, as
§ 2° A abertura de cadastro requer autorização pré- medidas administrativas e coercitivas adotadas
via e expressa do potencial cadastrado. pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão
§ 3° Após a abertura do cadastro, a anotação de por objetivo prioritário a proteção à vida e à inco-
informação no RNPC independe de autorização e de lumidade física da pessoa.
§ 2° As medidas administrativas previstas nes-
LEGISLAÇÕES

comunicação ao cadastrado.
§ 4° A exclusão do RNPC dar-se-á: te artigo não elidem a aplicação das penalidades
I - por solicitação do cadastrado; impostas por infrações estabelecidas neste Código,
II - quando for atribuída ao cadastrado pontuação possuindo caráter complementar a estas.
por infração;
III - quando o cadastrado tiver o direito de dirigir Veja que as medidas administrativas são comple-
suspenso; mentares às penalidades. É possível aplicar pena-
IV - quando a Carteira Nacional de Habilitação do lidade sem aplicar a medida administrativa, não
cadastrado estiver cassada ou com validade venci- prejudicando a regularidade do auto de infração, con-
da há mais de 30 (trinta) dias; forme a resolução n° 561 de 2015. 147
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3° São documentos de habilitação a Carteira O veículo com um condutor regularmente habi-
Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir. litado é liberado para regularização. Após sanada
§ 4° Aplica-se aos animais recolhidos na forma do a irregularidade, o condutor, munido do seu recibo,
inciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. comparece ao local predeterminado e apresenta a
irregularidade resolvida e recebe de volta o documen-
Os animais abandonados nas vias poderão ser reco- to que ficou retido (CRLV).
lhidos e, inclusive, leiloados, se for o caso, conforme
art. 271, X do CTB. Os veículos apreendidos ou removi- § 4° Não se apresentando condutor habilitado no
dos a qualquer título e os animais não reclamados por local da infração, o veículo será removido a depó-
seus proprietários, dentro do prazo de noventa dias, sito, aplicando-se neste caso o disposto no art. 271.
serão levados à hasta pública, deduzindo-se, do valor (Redação dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
arrecadado, o montante da dívida relativa a multas, § 5º A critério do agente, não se dará a retenção
tributos e encargos legais, e o restante, se houver, será imediata, quando se tratar de veículo de trans-
depositado na conta do ex-proprietário, na forma da porte coletivo transportando passageiros ou
lei, conforme art. 328 do CTB. veículo transportando produto perigoso ou pere-
cível, desde que ofereça condições de segurança
§ 5° No caso de documentos em meio digital, as para circulação em via pública.
medidas administrativas previstas nos incisos III, § 6° Não efetuada a regularização no prazo a que se
IV, V e VI do caput deste artigo serão realizadas por refere o § 2°, será feito registro de restrição admi-
nistrativa no Renavam por órgão ou entidade exe-
meio de registro no Renach ou Renavam, conforme
cutivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
o caso, na forma estabelecida pelo CONTRAN. (Lei
que será retirada após comprovada a regulariza-
n° 14.071 de 2020)
ção. (Incluído pela Lei n° 13.160, de 2015)

Em caso de recolhimento da CNH, PPD, CRLV e CRV


Quando o agente coloca um prazo razoável para a
digitais, haverá a necessidade de registro no Renach e
regularização e libera o veículo para regularização e
Renavam, tendo em vista a impossibilidade de reco-
posterior apresentação, não quer dizer que o veículo
lhimento físico digital.
esteja liberado para ficar transitando, neste período
fixado no recibo e sim que o trânsito deste veículo
Retenção do Veículo deve se restringir aos deslocamentos necessários para
conclusão da viagem que realizava quando abordado
Art. 270 O veículo poderá ser retido nos casos e autuado para a efetiva regularização do problema
expressos neste Código.
apresentado. Se terminado o prazo e o veículo não
§ 1° Quando a irregularidade puder ser sanada no
for apresentado efetivamente regularizado, o órgão
local da infração, o veículo será liberado tão logo
de trânsito responsável comunicará ao Detran com-
seja regularizada a situação.
petente onde o veículo está licenciado e solicitará a
§ 2° Quando não for possível sanar a falha no local
inclusão de uma restrição administrativa no registro
da infração, o veículo, desde que ofereça condições
do veículo, sendo esta retirada quando a irregularida-
8

de segurança para circulação, deverá ser liberado


-2

de existente no veículo for sanada.


77

e entregue a condutor regularmente habilitado,


mediante recolhimento do Certificado de Licen-
.7

Remoção do Veículo
86

ciamento Anual, contra apresentação de recibo,


assinalando-se ao condutor prazo razoável, não
.8

Art. 271. O veículo será removido, nos casos previs-


39

superior a 30 (trinta) dias, para regularizar a situa-


tos neste Código, para o depósito fixado pelo órgão ou
-1

ção, e será considerado notificado para essa finali-


dade na mesma ocasião. (lei n° 14.071 de 2020) entidade competente, com circunscrição sobre a via.
o
av

A remoção será uma medida a ser tomada pelo


st

A retenção do veículo poderá ser feita diante de


agente fiscalizador, quando houver previsão legal na
gu

uma irregularidade presenciada pelo agente fiscaliza-


dor. Ao reter o veículo, o agente, diante de uma irre- infração (ex.: licenciamento vencido), ou quando a
o

irregularidade for insanável no local e afetar a segu-


av

gularidade insanável, ao invés de recolher o veículo,


rança viária (ex.: todos pneus carecas).
st

pode recolher o CRLV/CLA e o contra recibo e dar um


gu

prazo para o condutor regularizar o problema. Se o


§ 1° A restituição do veículo removido só ocorre-
condutor não resolver, o veículo terá um registro de
rá mediante prévio pagamento de multas, taxas e
restrição administrativa no RENAVAM. despesas com remoção e estada, além de outros
Exemplo: um agente fiscalizador presencia um encargos previstos na legislação específica. (Incluí-
veículo com apenas um pneu “careca”. Pode-se, assim, do pela Lei n° 13.160, de 2015)
recolher o CRLV e dar um prazo para o condutor solu-
cionar o problema. Lembre-se que a irregularidade Para retirar o veículo removido é preciso pagar
presenciada tem que ser um problema que não ofere- os débitos obrigatórios (IPVA, Licenciamento, DPVAT,
ça riscos à segurança viária. O prazo para regularizar multas vencidas), além da cobrança de pátio e guin-
será dado e deve ser até 30 dias. cho, se for o caso.

§ 3° O Certificado de Licenciamento Anual será § 2° A liberação do veículo removido é condicio-


devolvido ao condutor no órgão ou entidade apli- nada ao reparo de qualquer componente ou equi-
cadores das medidas administrativas, tão logo o pamento obrigatório que não esteja em perfeito
veículo seja apresentado à autoridade devidamente estado de funcionamento. (Incluído pela Lei n°
148 regularizado. 13.160, de 2015)
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3° Se o reparo referido no § 2° demandar provi- § 11 Os custos dos serviços de remoção e estada
dência que não possa ser tomada no depósito, a prestados por particulares poderão ser pagos pelo
autoridade responsável pela remoção liberará o veí- proprietário diretamente ao contratado. (Incluído
culo para reparo, na forma transportada, mediante pela Lei n° 13.281, de 2016)
autorização, assinalando prazo para reapresenta- § 12 O disposto no § 11 não afasta a possibilida-
ção. (Redação dada pela Lei n° 13. 281, de 2016) de de o respectivo ente da Federação estabelecer a
§ 4° Os serviços de remoção, depósito e guarda de cobrança por meio de taxa instituída em lei. (Incluí-
do pela Lei n° 13.281, de 2016)
veículo poderão ser realizados por órgão público,
§ 13 No caso de o proprietário do veículo objeto do
diretamente, ou por particular contratado por lici-
recolhimento comprovar, administrativa ou judi-
tação pública, sendo o proprietário do veículo o cialmente, que o recolhimento foi indevido ou que
responsável pelo pagamento dos custos desses ser- houve abuso no período de retenção em depósito,
viços. (Redação dada pela Lei n° 13. 281, de 2016) é da responsabilidade do ente público a devolução
das quantias pagas por força deste artigo, segundo
O pátio e o guincho usados na remoção do veículo os mesmos critérios da devolução de multas indevi-
podem ser de propriedade de pessoa jurídica privada, das. (Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
devendo-se obedecer ao processo licitatório legal. O
órgão de trânsito autuador pode manter os serviços Interessante: o CTB admite a hipótese de erro do
de remoção (usar seu guincho), depósito (seu próprio agente público, permitindo assim restituição de valo-
pátio) e guarda (sua vigilância própria) ou contratar res pagos pelo proprietário vítima do erro.
todos estes serviços, ou parte deles, mediante proces-
so de licitação pública. Recolhimento da CNH
§ 5° O proprietário ou o condutor deverá ser noti-
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de
ficado, no ato de remoção do veículo, sobre as pro-
Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á
vidências necessárias à sua restituição e sobre o
mediante recibo, além dos casos previstos neste
disposto no art. 328, conforme regulamentação do
CONTRAN. (Incluído pela Lei n° 13.160, de 2015) Código, quando houver suspeita de sua inautentici-
dade ou adulteração.
O condutor ou o proprietário do veículo apreendido
ou removido, precisa ser avisado que caso não retire Quando o legislador fala, “além dos casos previs-
seu veículo da retenção/remoção em até 60 (sessenta) tos neste código”, ele está se referindo às previsões da
dias, poderá este ser levado à hasta pública (leilão). medida administrativa existente em várias infrações
constantes do capítulo XV, do CTB. Por exemplo, o agen-
§ 6° Caso o proprietário ou o condutor não este- te pode recolher a CNH vencida há mais de 30 dias.
ja presente no momento da remoção do veículo, a
autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias Recolhimento do CRV
contado da data da remoção, deverá expedir ao
proprietário a notificação prevista no § 5°, por Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro
remessa postal ou por outro meio tecnológico hábil dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos
8

que assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada,


-2

neste Código, quando:


77

a notificação poderá ser feita por edital. (Redação


I - houver suspeita de inautenticidade ou
dada pela Lei n° 13.281, de 2016)
.7

adulteração;
86

II - se, alienado o veículo, não for transferida sua


Mais um prazo: 10 dias para expedição de notifi-
.8

propriedade no prazo de trinta dias.


39

cação do proprietário: a contar da data de remoção.


-1

O Certificado de Registro do Veículo (CRV) é aquele


§ 7° A notificação devolvida por desatualização do
o

endereço do proprietário do veículo ou por recusa


conhecido como “recibo de compra e venda do veícu-
av

desse de recebê-la será considerada recebida para lo”. Não é um documento de porte obrigatório.
st

todos os efeitos (Incluído pela Lei n° 13.160, de


gu

2015) Recolhimento do CLA/CRLV


o

§ 8° Em caso de veículo licenciado no exterior, a


av

notificação será feita por edital. (Incluído pela Lei Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licen-
st

n° 13.160, de 2015) ciamento Anual dar-se-á mediante recibo, além dos


gu

§ 9° Não caberá remoção nos casos em que a irre- casos previstos neste Código, quando:
gularidade for sanada no local da infração. (Lei n° I - houver suspeita de inautenticidade ou
14.071 de 2020) adulteração;
§ 10 O pagamento das despesas de remoção e estada II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
será correspondente ao período integral, contado
III - no caso de retenção do veículo, se a irregulari-
em dias, em que efetivamente o veículo permanecer
dade não puder ser sanada no local.
em depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses.
(Incluído pela Lei n° 13.281, de 2016)
LEGISLAÇÕES

A Resolução CONTRAN 110/99 fixa o calendário


Aqui, o legislador deu uma “colher de chá” para o nacional para renovação do Licenciamento Anual
proprietário de veículo removido. Se seu veículo for de Veículos. Digamos que um PRF, por exemplo, do
removido para o pátio de algum órgão de trânsito, você Estado do Acre aborde um veículo com placas de São
só poderá pagar um máximo de 06 meses de diárias, ou Paulo. Assim, não deve ser considerada a tabela de
seja, por mais que seu veículo esteja há 01 (um) ano no licenciamento do veículo do Estado do Acre para efei-
pátio, o valor de pátio será de, no máximo, 06 meses. tos de comprovação de licenciamento, nem a tabela
do Estado de São Paulo, mas o calendário nacional,
conforme a resolução 110/99 do CONTRAN. 149
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Transbordo do Excesso de Carga penalidades em que incorre, as estabelecidas no
art. 210.
Art. 275. O transbordo da carga com peso exceden-
te é condição para que o veículo possa prosseguir Não é raro caminhoneiros não se submeterem à
viagem e será efetuado às expensas do proprietário pesagem do veículo em rodovias. O agente ao pre-
do veículo, sem prejuízo da multa aplicável. senciar a infração deve obrigar o infrator à pesagem
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo obrigatória. Não submeter veículo a pesagem é infra-
atender ao disposto neste artigo, o veículo será reco-
ção grave. Se, além disso, resolver fugir à abordagem
lhido ao depósito, sendo liberado após sanada a irre-
policial a infração é gravíssima.
gularidade e pagas as despesas de remoção e estada.

Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envol-


As Resoluções 210/06, 211/06 e 258/07 formam a
vendo veículo equipado com registrador instantâ-
base da regulamentação referente às dimensões de
neo de velocidade e tempo, somente o perito oficial
veículos, capacidades e limites de peso a ser transpor-
encarregado do levantamento pericial poderá reti-
tados nas vias públicas brasileiras.
rar o disco ou unidade armazenadora do registro.
Art. 276 Qualquer concentração de álcool por litro
de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o con- Os veículos envolvidos em acidentes com vítima que
dutor às penalidades previstas no art. 165. (Reda- possuam tacógrafo (Resolução N° 92/1999) devem ter o
ção dada pela Lei n° 12.760, de 2012) disco do tacógrafo analisado e investigado. O único pro-
Parágrafo único. O CONTRAN disciplinará as mar- fissional que pode retirar o disco para análise é o perito
gens de tolerância quando a infração for apurada da polícia científica designado para analisar o caso.
por meio de aparelho de medição, observada a
legislação metrológica. (Redação dada pela Lei n°
12.760, de 2012)

O CONTRAN disciplina o assunto por meio da Reso- LEI N° 11.340, 7 DE AGOSTO DE 2006
lução n° 432 de 2013. (LEI MARIA DA PENHA)
Art. 277 O condutor de veículo automotor envol- A Lei nº 11.340, de 2006, amplamente conhecida
vido em acidente de trânsito ou que for alvo de fis- por Lei Maria da Penha, nasceu por força de uma
calização de trânsito poderá ser submetido a teste, recomendação ao Brasil, feita pela Comissão de Direi-
exame clínico, perícia ou outro procedimento que, tos Humanos da Organização dos Estados Americanos
por meios técnicos ou científicos, na forma disci- (CIDH/OEA), no sentido de criar mecanismos para coi-
plinada pelo CONTRAN, permita certificar influên-
bir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
cia de álcool ou outra substância psicoativa que
determine dependência. (Redação dada pela Lei n° A Lei Maria da Penha tem essa denominação em
12.760, de 2012) homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, uma
§ 1° (Revogado). (Redação dada pela Lei n° 12.760, farmacêutica-bioquímica cearense, que sobreviveu a
8

de 2012) duas tentativas de homicídio por parte de seu mari-


-2

§ 2° A infração prevista no art. 165 também poderá do: a primeira, com um tiro nas costas que a deixou
77

ser caracterizada mediante imagem, vídeo, cons- paraplégica, e a segunda, por eletrocussão no chuvei-
.7

tatação de sinais que indiquem, na forma disci- ro. Após 20 anos sem que houvesse o julgamento do
86

plinada pelo CONTRAN, alteração da capacidade agressor, Maria da Penha recorreu à CIDH/OEA, que
.8

psicomotora ou produção de quaisquer outras pro-


39

entendeu que houve grave omissão no caso e con-


vas em direito admitidas. (Redação dada pela Lei n°
-1

denou o Brasil a indenizar a vítima, promover com


12.760, de 2012)
celeridade o julgamento do agressor e a implementar
o

§ 3° Serão aplicadas as penalidades e medidas


av

administrativas estabelecidas no art. 165-A deste uma legislação protetiva contra a violência doméstica
e familiar contra a mulher.
st

Código ao condutor que se recusar a se submeter


gu

a qualquer dos procedimentos previstos no caput


deste artigo. (Redação dada pela Lei n° 13.281, de INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI MARIA DA PENHA
o
av

2016)
st

Trata-se de uma lei que tem grande influência


gu

Veja que qualquer cidadão pode ser convidado a sobre outros dispositivos legais, conforme veremos.
assoprar o etilômetro (bafômetro), mesmo que não A Lei Maria da Penha foi inovadora em muitos
esteja envolvido em acidente de trânsito. A tolerân- aspectos.
cia, hoje, é zero! Inclusive, é possível a autuação e pri-
são do cidadão que apresente sinais de embriaguez Principais Inovações da Lei Maria da Penha, Lei nº
(agressividade, sonolência, fala enrolada), embora 11.340, de 2006
possa haver a recusa do teste de etilômetro.
z Tipificou e definiu a violência doméstica e familiar
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, contra a mulher (art. 5º);
não submetendo veículo à pesagem obrigatória nos
z Definiu as formas de violência doméstica e fami-
pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a
liar contra a mulher: física, psicológica, sexual,
penalidade prevista no art. 209, além da obrigação
de retornar ao ponto de evasão para fim de pesa- patrimonial e moral (art. 7º);
gem obrigatória. z Determinou que a violência doméstica contra a
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor mulher independe de classe, raça, etnia, orienta-
à ação policial, a apreensão do veículo dar-se-á ção sexual, renda, cultura, nível educacional, ida-
150 tão logo seja localizado, aplicando-se, além das de e religião (art. 2º e art. 5º);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Determinou que a renúncia à representação só z Vítima mulher;
pode ser feita em audiência especialmente desig- z Violência praticada nos termos do art. 5º da Lei nº
nada para tal finalidade (art. 16); 11.340, de 2006.
z Nos casos de violência doméstica e familiar contra
a mulher, proibiu as penas de prestação de cesta
básica ou outra prestação pecuniária, assim como Importante!
a possibilidade da substituição da pena pelo paga-
mento isolado de multa (art. 17); Em 5 de abril de 2022, a 6ª Turma do Superior
z Garantiu às mulheres em situação de violência Tribunal de Justiça firmou entendimento que a
doméstica e familiar o acesso à Defensoria Pública Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) é aplicá-
ou à Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da vel quando a vítima é mulher trans. No Julga-
lei, tanto em sede policial quanto judicial, devendo mento do Resp. 1.977.124, o STJ interpretou que
o tratamento ser específico e humanizado (art. 28); a proteção prevista no art. 5º, da Lei Maria da
z Possibilitou ao juiz o decreto de prisão preventiva Penha, se aplica ao gênero feminino (mulheres,
do agressor quando houver riscos à integridade crianças, jovens, adultas ou idosas e, também as
física ou psicológica da vítima (art. 20); trans) e não se baseia apenas no sexo biológico.
z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de Com tal decisão, portanto, a mulher trans deve
urgência que obrigam o agressor (art. 22), dentre ser considerada sujeito passivo para os termos
elas a suspensão da posse ou restrição do porte de da proteção integral prevista na Lei nº 11.340,
armas do agressor, assim como seu afastamento de 2006.
do lar e a proibição da aproximação e do contato;
Vale lembrar este assunto tem relevância não só
z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de
para o estudo da legislação penal especial mas,
urgência à ofendida (art. 23), dentre as quais o enca-
minhamento para programa de proteção; a recondu- também, para o estudo da criminologia, uma
ção ao domicílio após o afastamento do agressor etc. vez que se relaciona com a criminologia queer
(teoria que inclui nos estudos criminológicos os
Vamos então analisar os pontos mais relevantes da diversos tipos de violência cometidos contra as
Lei Maria da Penha. populações queer – lésbicas, gays, bissexuais
e transexuais, entre outras, que não sigam o
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A padrão normativo vigente).
MULHER

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violên- Veja que a incidência da Lei Maria da Penha inde-
cia doméstica e familiar contra a mulher qualquer pende da orientação sexual dos envolvidos, ou seja,
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause numa relação homoafetiva feminina haverá a apli-
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológi- cação dos dispositivos da Lei nº 11.340, de 2006. Em
co e dano moral ou patrimonial: relações homoafetivas masculinas não há previsão de
I - no âmbito da unidade doméstica, compreen- incidência da Lei Maria da Penha.
8
-2

dida como o espaço de convívio permanente de Vale ressaltar que o homem pode ser vítima de vio-
77

pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as lência doméstica e familiar porém, não será aplicado a
esporadicamente agregadas;
.7

lei Maria da Penha e sim, responderá por outros crimes.


86

II - no âmbito da família, compreendida como a Conforme o art. 6º, a violência doméstica e fami-
comunidade formada por indivíduos que são ou se
.8

liar contra a mulher constitui uma das formas de vio-


39

consideram aparentados, unidos por laços natu- lação dos direitos humanos:
rais, por afinidade ou por vontade expressa;
-1

III - em qualquer relação íntima de afeto, na


o

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a


qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
av

mulher constitui uma das formas de violação dos


ofendida, independentemente de coabitação.
st

direitos humanos.
Parágrafo único. As relações pessoais enuncia-
gu

das neste artigo independem de orientação


As formas de violência doméstica e familiar contra
o

sexual.
av

a mulher encontram-se dispostas no art. 7º da Lei nº


st

De acordo com art. 5º, não visa tratar de qualquer 11.340, de 2006:
gu

violência contra mulher, mas sim, a violência contra


a mulher ocorrida no âmbito da unidade doméstica, Art. 7° [...]
no âmbito da família, ou ainda em qualquer rela- I - a violência física, entendida como qualquer
conduta que ofenda sua integridade ou saúde
ção íntima de afeto.
corporal;
É importante saber que, para que haja a aplicação
II - a violência psicológica, entendida como
da Lei Maria da Penha, você deve observar se a situa-
qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
ção se configura em violência doméstica ocorrida
LEGISLAÇÕES

diminuição da autoestima ou que lhe prejudique


nos termos do art. 5º da lei. Assim, no caso de ex e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
namorado que agride a mulher por causa do fim do degradar ou controlar suas ações, comportamen-
namoro incide a Lei Maria da Penha. tos, crenças e decisões, mediante ameaça, constran-
Entretanto, se a violência ocorreu por motivo que gimento, humilhação, manipulação, isolamento,
não envolva o término do relacionamento, não inci- vigilância constante, perseguição contumaz, insul-
dem os dispositivos da Lei Maria da Penha. Ou seja, to, chantagem, violação de sua intimidade, ridicu-
para que se dê a aplicação da Lei nº 11.340, de 2006, larização, exploração e limitação do direito de ir e
devem estar presentes os seguintes pressupostos de vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
forma cumulativa: saúde psicológica e à autodeterminação; 151
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III - a violência sexual, entendida como qualquer z Violência moral
conduta que a constranja a presenciar, a manter
ou a participar de relação sexual não desejada, „ Qualquer conduta que configure calúnia, difa-
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da mação ou injúria:
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de
„ Exemplos: rebaixar a vítima por meio de xin-
qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
usar qualquer método contraceptivo ou que a force gamentos que atingem sua índole, tentar man-
ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prosti- char a reputação, expor a vida íntima.
tuição, mediante coação, chantagem, suborno ou
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de CONDUTAS DA AUTORIDADE POLICIAL
seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como Os artigos 10 ao 12-C trazem as principais condu-
qualquer conduta que configure retenção, subtra- tas que devem ser tomadas pelas autoridades policiais
ção, destruição parcial ou total de seus objetos, ins- ao enfrentar situações de violência doméstica contra
trumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
a mulher, entre elas a proteção policial; encaminha-
valores e direitos ou recursos econômicos, incluin-
do os destinados a satisfazer suas necessidades; mento ao hospital/IML; encaminhamento para assis-
V - a violência moral, entendida como qualquer tência jurídica; acompanhamento até o domicílio para
conduta que configure calúnia, difamação ou eventual retirada de bens. Destaque para a possibili-
injúria. dade do delegado de polícia afastar o agressor do lar,
domicílio ou local de convivência com a vítima, incluí-
Dica da pela Lei nº 13.827, de 2019.

Em relação às formas de violência, previstas no Art. 10-A É direito da mulher em situação de vio-
art. 7º, vale uma leitura mais cuidadosa, uma vez lência doméstica e familiar o atendimento policial e
que a banca pode exigir a letra da lei. pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino -
Veja o esquema abaixo com as cinco formas de vio- previamente capacitados.
lência doméstica e familiar contra a mulher, acompa- § 1º A inquirição de mulher em situação de violên-
nhadas de alguns exemplos. cia doméstica e familiar ou de testemunha de vio-
lência doméstica, quando se tratar de crime contra
z Violência física a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:
I - salvaguarda da integridade física, psíquica
„ Qualquer conduta que ofenda a integridade ou e emocional da depoente, considerada a sua con-
a saúde corporal da mulher: dição peculiar de pessoa em situação de violência
„ Exemplos: tapas, socos, espancamento, atirar obje- doméstica e familiar;
tivos, apertar os braços, estrangular, lesionar com II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a
objetos como facas ou armas de fogo, queimar. mulher em situação de violência doméstica e
familiar, familiares e testemunhas terão con-
8
-2

z Violência psicológica tato direto com investigados ou suspeitos e


77

pessoas a eles relacionadas;


.7

„ Qualquer conduta que cause dano emocional e III - não revitimização da depoente, evitando
86

diminuição da autoestima, entre outras formas sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos
.8

de prejuízo à saúde psicológica: âmbitos criminal, cível e administrativo, bem


39

„ Exemplos: ameaças, perseguição, constrangi- como questionamentos sobre a vida privada.


-1

mento, humilhação, manipulação, isolamento § 2º Na inquirição de mulher em situação de vio-


lência doméstica e familiar ou de testemunha de
o

(proibir de sair de casa ou de falar com outras


av

pessoas ou parentes), vigilância constante. delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferen-
st

cialmente, o seguinte procedimento


gu

z Violência Sexual I - a inquirição será feita em recinto especialmente


projetado para esse fim, o qual conterá os equipa-
o
av

„ Qualquer conduta que atinja os direitos sexuais mentos próprios e adequados à idade da mulher em
st

e reprodutivos: situação de violência doméstica e familiar ou teste-


gu

„ Exemplos: estupro (inclusive entre marido e munha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;
mulher), impedir o uso de anticoncepcionais, II - quando for o caso, a inquirição será interme-
forçar a abortar, obrigar a se prostituir. diada por profissional especializado em violência
doméstica e familiar designado pela autoridade
z Violência patrimonial judiciária ou policial;
III - o depoimento será registrado em meio eletrôni-
„ Qualquer qualquer conduta que configure co ou magnético, devendo a degravação e a mídia
retenção, subtração, destruição parcial ou integrar o inquérito.
total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos O art. 10-A cuida do atendimento da vítima, que
ou recursos econômicos: deve ser feito pelos policiais e peritos especializados,
„ Exemplos: apropriar-se do salário, controlar o que deve ser prestado de forma ininterrupta e por
dinheiro, destruir documentos pessoais, causar servidores previamente capacitados, preferencial-
danos a objetos dos quais a vítima goste. mente do sexo feminino. A mulher vítima de violência
doméstica deve ser acolhida, protegida e respeitada
152 no ambiente policial.
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Art. 11 No atendimento à mulher em situação de III - proibição de determinadas condutas, entre
violência doméstica e familiar, a autoridade poli- as quais:
cial deverá, entre outras providências: a) aproximação da ofendida, de seus familia-
I - garantir proteção policial, quando necessário, res e das testemunhas, fixando o limite mínimo
comunicando de imediato ao Ministério Público e de distância entre estes e o agressor;
ao Poder Judiciário; b) contato com a ofendida, seus familiares e tes-
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou pos- temunhas por qualquer meio de comunicação;
to de saúde e ao Instituto Médico Legal; c) frequentação de determinados lugares a fim
III - fornecer transporte para a ofendida e de preservar a integridade física e psicológica da
seus dependentes para abrigo ou local seguro, ofendida;
quando houver risco de vida; IV - restrição ou suspensão de visitas aos
IV - se necessário, acompanhar a ofendida dependentes menores, ouvida a equipe de aten-
para assegurar a retirada de seus pertences dimento multidisciplinar ou serviço similar;
do local da ocorrência ou do domicílio familiar; V - prestação de alimentos provisionais ou
V - informar à ofendida os direitos a ela confe- provisórios.
ridos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclu-
VI – comparecimento do agressor a programas
sive os de assistência judiciária para o eventual
de recuperação e reeducação; e (Incluído pela
ajuizamento perante o juízo competente da ação
Lei nº 13.984, de 2020)
de separação judicial, de divórcio, de anulação de
VII – acompanhamento psicossocial do agres-
casamento ou de dissolução de união estável.
sor, por meio de atendimento individual e/ou em
grupo de apoio.
Ainda em relação à atuação do Delegado de Polí-
cia, devemos observar dois pontos importantes: a
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
representação pela prisão preventiva e o afastamento
(arts. 23 e 24)
do agressor do lar pela autoridade policial.
Em relação à prisão preventiva, conforme dispõe o
Art. 23 Poderá o juiz, quando necessário, sem pre-
art. 20, pode ser concedida em qualquer fase do inqué-
juízo de outras medidas:
rito policial ou da instrução criminal, sendo decretada
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a
de ofício pelo juiz, a requerimento do MP ou mediante
programa oficial ou comunitário de proteção ou de
representação da autoridade policial.
atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA seus dependentes ao respectivo domicílio, após
afastamento do agressor;
As medidas protetivas de urgência encontram-se III - determinar o afastamento da ofendida do lar,
previstas na Lei Maria da Penha à partir do art. 18. sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda
Os pontos mais relevantes no que diz respeito às dos filhos e alimentos;
medidas protetivas são: IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofen-
8

z Podem ser concedidas pelo juiz, a requerimento do dida em instituição de educação básica mais próxi-
-2

Ministério Público ou a pedido da vítima; ma do seu domicílio, ou a transferência deles para


77

z Tem o prazo de até 48 horas após o recebimento essa instituição, independentemente da existência de
.7

pelo juiz para serem concedidas, mas podem ser vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
86

determinadas de imediato; Art. 24 Para a proteção patrimonial dos bens da


.8

z Podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulati- sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
39

va, podendo ser substituídas, caso necessário; particular da mulher, o juiz poderá determinar,
-1

z A intimação ou notificação ao agressor não pode liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
o

ser entregue pela vítima (fato que era muito I - restituição de bens indevidamente subtraídos
av

comum antes do advento da Lei Maria da Penha). pelo agressor à ofendida;


st

II - proibição temporária para a celebração de atos e


gu

As medidas protetivas de urgência dividem-se em contratos de compra, venda e locação de proprieda-


o

duas categorias: as medidas protetivas de urgência de em comum, salvo expressa autorização judicial;
av

que obrigam o agressor (art. 22) e as medidas proteti- III - suspensão das procurações conferidas pela
st

vas de urgência direcionadas à ofendida (art 23 e 24). ofendida ao agressor;


gu

A Lei nº 11.340, de 2006 optou por listar nos men- IV - prestação de caução provisória, mediante depó-
cionados artigos algumas medidas (mais comuns) sito judicial, por perdas e danos materiais decor-
rentes da prática de violência doméstica e familiar
fazendo a ressalva que outras podem ser tomadas. Veja
contra a ofendida.
abaixo quais são as medidas que a lei elenca (a lista é
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório
aberta, pode ser acrescida de outras), lembrando que
competente para os fins previstos nos incisos II e
podem ser aplicadas em conjunto ou separadamente.
III deste artigo.
LEGISLAÇÕES

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o


De acordo com art. 21, a vítima “ deverá ser notifica-
Agressor (Art. 22)
da dos atos processuais relativos ao agressor, especial-
mente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
Art. 22 [...]
I - suspensão da posse ou restrição do porte de sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou
armas, com comunicação ao órgão competente, nos do defensor público”.
termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; Para garantir a efetivação das medidas protetivas
II - afastamento do lar, domicílio ou local de de urgência, o juiz pode requisitar força policial (art.
convivência com a ofendida; 22, § 3º da Lei nº 11.340, de 2006). 153
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS pessoa idosa, no Brasil, somente foi aperfeiçoado com
PROTETIVAS DE URGÊNCIA a Lei nº 10.741, de 2003, também denominada “Esta-
tuto do Idoso”.
A Lei nº 13.641, de 2018 acrescentou o art. 24-A a Antes de iniciarmos o estudo desse Estatuto, é pre-
Lei Maria da Penha, que passou a tratar do crime de ciso ter em mente que, para melhor compreendê-lo,
descumprimento de decisão judicial e deferiu medi- é primordial entender sua estrutura e identificar as
das protetivas, com a seguinte redação: ideias mais importantes da legislação, uma vez que
as bancas tendem a cobrar o que se denomina “lite-
Art. 24-A Descumprir decisão judicial que defere ralidade das ideias”, ou seja, os pontos principais de
medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
cada artigo com base em sua estrutura, não havendo,
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
para tanto, a necessidade de decorá-los. Considerando
§ 1º A configuração do crime independe da competên-
cia civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. as peculiaridades envolvendo o concurso almejado, o
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas estudo deve ter especial atenção à parte relativa aos
a autoridade judicial poderá conceder fiança. crimes (arts. 93 a 108).
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação
de outras sanções cabíveis. NOÇÕES GERAIS DO DIREITO DO IDOSO

A adoção deste dispositivo foi uma forma de O Estatuto do Idoso é dividido em 7 (sete) partes:
emprestar maior força à aplicação das medidas pro-
tetivas. Merece destaque o fato desse crime somente z Disposições Preliminares: estabelece os concei-
ser afiançável pelo juiz, afastando a hipótese de fiança tos iniciais e as regras de interpretação;
pelo Delegado de Polícia. z Direitos Fundamentais: elenca e disciplina os
Por fim, cabe destacar o que prevê o art. 41 da Lei direitos à vida, à liberdade, ao respeito e à dignida-
nº 11.340, de 2006: de, aos alimentos, à saúde, à educação, a cultura,
esporte e lazer, à profissionalização e ao trabalho,
Art. 41 Aos crimes praticados com violência domés-
à previdência social, à assistência social, à habita-
tica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 ção e ao transporte;
de setembro de 1995. z Medidas de Proteção: cuida dos meios de prote-
ção sempre que os direitos fundamentais dos ido-
Tendo em vista a gravidade dos crimes cometidos sos forem ameaçados ou violados;
contra a mulher nas situações da Lei Maria da Penha, z Política de Atendimento ao Idoso: disciplina
o legislador optou por afastar a incidência da Lei nº as linhas de ação da política de atendimento, as
9.099, de 1995, Lei dos Juizados Especiais, que benefi- entidades de atendimento ao idoso, os meios de
ciaria o agressor em vários aspectos. fiscalização dessas entidades, as infrações admi-
nistrativas, a apuração administrativa de infração
às normas de proteção ao idoso e a apuração judi-
8

cial de irregularidades das entidades;


-2

LEI N° 10.741, 1 DE OUTUBRO DE 2003 z Acesso à Justiça: estabelece desde a tramitação


77

prioritária até as regras de proteção e o órgão com-


.7

(ESTATUTO DO IDOSO)
86

petente por sua promoção;


z Crimes: tipifica os crimes praticados contra as pes-
.8

Embora os direitos fundamentais sejam univer-


39

soas idosas;
sais, por serem inerentes à condição de pessoa, houve
-1

z Disposições Finais e Transitórias: cuida das


a necessidade de criação de mecanismos de proteção regras de transição e demais modificações legisla-
o

de alcance especial, levando em conta as peculiarida-


av

tivas feitas pelo Estatuto em outras leis.


des de determinados grupos, como o das mulheres, o
st

das crianças, o dos idosos, o das pessoas com deficiên-


gu

O conceito de pessoa idosa é encontrado no art.


cia, o dos grupos étnicos minoritários, como os indíge-
1º, do Estatuto. Considera-se idoso a pessoa com ida-
o

nas, ou em razão de raça, cor, descendência ou origem


av

de igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Trata-se,


nacional ou étnica, entre outros.
st

portanto, de um critério cronológico, por levar em


Cumpre esclarecer, no entanto, que o sistema de
gu

proteção especial não tem, como objetivo, relativizar consideração apenas a idade biológica da pessoa,
as peculiaridades sociais e culturais de determina- descartando qualquer outro critério para apuração,
do grupo, mas sim aumentar o alcance de proteção como o físico e o psicológico, por exemplo.
dos direitos humanos em razão das particularidades Importante: embora o Estatuto fixe a idade de 60
existentes. anos ou mais, isso não impede que outras leis fixem
Nesta ótica, a Constituição Federal de 1988 deu idades distintas, desde que estas não se refiram, exa-
amparo aos direitos da pessoa idosa, ao estabelecer tamente, à pessoa idosa, ou seja, devem ter relação
que compete aos filhos o dever de prestar auxílio e apenas com a idade e não com o fato de a pessoa ser
amparo aos pais na velhice, carência e enfermidade idosa. São exemplos importantes:
(art. 229), bem como é dever da família, da sociedade
e do Estado prestar assistência ao idoso, de modo a z 65 (sessenta e cinco) anos para ter direito ao bene-
garantir sua participação na comunidade, asseguran- fício do transporte coletivo público gratuito,
do-lhe o direito à vida, à dignidade e ao bem estar. conforme a Constituição;
Em razão dessa proteção constitucional, foi elabo- z 65 (sessenta e cinco) anos para ter direito ao Bene-
rada a Política Nacional do Idoso por meio da Lei nº fício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgâ-
154 8.842, de 1994. No entanto, o sistema de proteção da nica da Assistência Social;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z 70 (setenta) anos, na data da sentença, para redu-
zir pela metade o prazo prescricional, conforme
o Código Penal.
Maior Prioridade
prioridade
O art. 2º é uma regra de interpretação extre- 60 anos ou
mamente importante, pois, mesmo tendo o Esta- 80 anos ou mais
mais
tuto o objetivo de trazer um sistema de proteção
específica para o idoso, ele não exclui a aplicação de
outras regras inerentes a todas as pessoas. Explican-
do melhor: os sistemas de proteção geral (aplicável Os arts. 4º e 5º, do Estatuto, prosseguem trazendo
a todas as pessoas) e o especial (aplicável a pessoas direitos protetivos ao idoso, afirmando que estas pes-
determinadas em razão de peculiaridades) não são soas não poderão sofrer qualquer tipo de negligência,
dicotômicos. Na realidade, eles se complementam. discriminação ou violência, e que a inobservância das
Como consequência, não é porque existe um sistema normas de prevenção terá como consequência a res-
de proteção próprio ao idoso que este será excluído da ponsabilização da pessoa física ou jurídica, em con-
proteção trazida pela Constituição Federal, por exem- formidade com o estabelecido em lei.
plo, no que tange aos direitos e garantias individuais O art. 6º, do Estatuto, por sua vez, apresenta o
e coletivos. Portanto, as pessoas idosas possuem todos instituto da delatio criminis (comunicação do crime).
os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, Trata-se da possibilidade de qualquer pessoa levar ao
sem prejuízo, porém, da proteção integral do Estatuto, conhecimento das autoridades públicas qualquer for-
que é mais específica e leva em consideração as pecu- ma de violação ao Estatuto.
liaridades desse grupo. Já o art. 7º remete à Lei nº 8.842, de 1994, que tra-
Neste mesmo sentido, está o art. 3º do Estatuto, ta sobre a Política Nacional do Idoso, dizendo que a
que deixa claro o caráter complementar do sistema responsabilidade por zelar pelo cumprimento dos
de proteção ao reafirmar que o idoso possui, além dos direitos dos idosos cabe aos Conselhos Nacionais,
direitos intrínsecos a todas as pessoas, um sistema Estaduais, Distritais e Municipais do Idoso.
próprio de proteção. O parágrafo primeiro apresenta Com relação aos Direitos Fundamentais, estes estão
as diversas garantias deste sistema especial de prote- elencados nos arts. 8º ao 42, do Estatuto, de modo a esta-
ção. São elas: belecer as diretrizes a respeito dos direitos à vida, à
liberdade, ao respeito e à dignidade, aos alimentos, à
Art. 3° [...] saúde, à educação, cultura, ao esporte e lazer, à pro-
I - atendimento preferencial imediato e indi- fissionalização e ao trabalho, à previdência social, à
vidualizado junto aos órgãos públicos e privados assistência social, à habitação e ao transporte.
prestadores de serviços à população; O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 8º
II - preferência na formulação e na execução de e 9º. Trata-se do direito de maior importância, pois é
políticas sociais públicas específicas; dele que decorrem os demais direitos. Como a vida é
inviolável, envelhecer de forma digna é uma conse-
8

III - destinação privilegiada de recursos públi-


-2

cos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; quência e um direito personalíssimo, cuja proteção é
77

IV - viabilização de formas alternativas de um direito social. Além disso, é dever do Estado garan-
.7

participação, ocupação e convívio do idoso com as tir aos idosos a proteção não só à vida, como também
86

demais gerações; à saúde, por meio de efetivações de políticas sociais


.8

V - priorização do atendimento do idoso por sua públicas que possam permitir o envelhecimento sau-
39

própria família, em detrimento do atendimento asi- dável e em condições dignas.


-1

lar, exceto dos que não a possuam ou careçam de Os direitos à liberdade, ao respeito e à dignida-
o

condições de manutenção da própria sobrevivência; de estão disciplinados no art. 10 do Estatuto, o qual


av

VI - capacitação e reciclagem dos recursos estabelece, como obrigação do Estado e da sociedade,


st

humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na a garantia desses direitos. A pessoa idosa é sujeita de
gu

prestação de serviços aos idosos; direitos civis, políticos, individuais e sociais, sendo
o

VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam dever de todas as pessoas zelarem por sua dignida-
av

a divulgação de informações de caráter educativo de, colocando-a a salvo de qualquer tratamento tido
st

sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; como desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou


gu

VIII - garantia de acesso à rede de serviços de constrangedor.


saúde e de assistência social locais.
Conforme o § 1º, do art. 10, no que se refere ao
IX - prioridade no recebimento da restituição do
direito de liberdade, este compreende os seguintes
Imposto de Renda.
aspectos, dentre outros:

Dica Art. 10 [...]


LEGISLAÇÕES

I - faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públi-


O sistema especial de proteção dos direitos não
cos e espaços comunitários, ressalvadas as restri-
exclui o sistema geral de proteção, uma vez que
ções legais;
ambos se complementam. II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
Outra regra importante é trazida pelo parágrafo IV - prática de esportes e de diversões;
segundo, do art. 3º, prevendo que o idoso com mais V - participação na vida familiar e comunitária;
de 80 (oitenta) anos deve gozar de prioridade espe- VI - participação na vida política, na forma da lei;
cial, de modo a atender às suas necessidades de forma VII - faculdade de buscar refúgio, auxílio e
preferencial em relação aos demais. orientação. 155
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Com relação ao direito ao respeito, de acordo com o § 2º, do art. 10, ele versa sobre a inviolabilidade da inte-
gridade física, psíquica e moral do idoso, de modo a englobar a preservação de sua imagem, identidade, autono-
mia, valores, ideias e crenças, espaços e objetos pessoais.
Nos arts. 11 ao 14, estão disciplinados o direito aos alimentos. Por esses dispositivos, é assegurada aos idosos
a prestação de alimentos quando deles necessitarem, na forma estabelecida pelo Código Civil. Trata-se de uma
obrigação solidária, podendo a pessoa idosa optar entre os prestadores e, no caso de esses familiares não possuí-
rem condições econômicas de proverem o sustento dela, compete ao Poder Público esse provimento (âmbito da
Assistência Social).
O direito à saúde está previsto nos arts. 15 ao 19, do Estatuto. Trata-se de um direito universal, pois é garan-
tido às pessoas de modo geral, estando, também, arrolado na Constituição Federal como um direito social. Aos
idosos é garantida por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) a atenção integral da saúde, sendo-lhes assegurados
acesso universal e igualitário e ações e serviços para prevenção, promoção, proteção e recuperação à saúde, com
atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos (art. 15).
Para a prevenção e manutenção da saúde, o Estatuto estabelece as seguintes medidas (§ 1º, art. 15):

Art. 15 [...]
I - cadastramento da população idosa em base territorial;
II - atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III - unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social;
IV - atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de
se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucra-
tivos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;
V - reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da saúde.

O Estatuto estabelece, no § 2º, do art. 15, a responsabilidade do Poder Público em fornecer gratuitamente aos
idosos medicamentos (como os de uso continuado), próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento,
habilitação ou reabilitação, bem como de assegurar aos idosos enfermos o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de
saúde, contratado ou conveniado, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos
sociais e de isenção tributária (§ 6º, art. 15).
Além disso, aos maiores de oitenta anos, o atendimento é preferencial aos demais idosos, salvo nos casos
de emergência (§ 7º, art. 15). O Estatuto assegura, também, ao idoso internado o direito a acompanhante, deven-
do o órgão de saúde disponibilizar as condições adequadas a sua permanência em tempo integral (art. 16). Ele
estabelece, ainda, algumas vedações, como: a discriminação dos idosos nos planos de saúde (cobrança de valores
diferenciados em razão da idade), a exigência do idoso enfermo comparecer perante os órgãos públicos etc. (§§
3º e 5º, art. 15).
Vale frisar que, o idoso tem o direito de optar pelo tratamento de saúde que considere mais favorável (art. 17).
8

Quando o idoso não puder optar pelo tratamento que lhe seja mais favorável, isso será feito (§ único, art. 17):
-2
77
.7

I - pelo curador, quando o idoso for interditado;


86

II - pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em tempo hábil;
.8

III - pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
39

familiar;
-1

IV - pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato
ao Ministério Público.
o
av
st

Ademais, o Estatuto determina que, em casos de violência praticada contra o idoso (suspeita ou confir-
gu

mação), os serviços de saúde públicos e privados deverão notificar compulsoriamente à autoridade sanitária e
comunicar qualquer um dos seguintes órgãos: autoridade policial, Ministério Público, Conselho Municipal do
o
av

Idoso, Conselho Estadual do Idoso ou Conselho Nacional do Idoso.


st
gu

VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO


Suspeita ou confirmação Notificar Comunicar
Serviços de saúde públicos e privados Autoridade sanitária Autoridade policial
Ministério Público
Conselho Municipal do Idoso
Conselho Estadual do Idoso
Conselho Nacional do Idoso

Os arts. 20 a 25 disciplinam o direito à educação, cultura, esporte e lazer, de modo a respeitar sua peculiar
condição de idade. Para tanto, cabe ao Poder Público criar as oportunidades de acesso, adequando currículos,
metodologias e material didático aos programas educacionais destinados aos idosos (art. 21). Para que a partici-
pação dos idosos nas atividades culturais e de lazer ocorra adequadamente, o Estatuto estabelece descontos de,
pelo menos, 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais (art. 23).
156
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O direito à profissionalização e ao trabalho encon- Ademais, desconto de 50% (cinquenta por cento),
tra-se previsto nos arts. 26 a 28 do Estatuto. Trata-se no mínimo, no valor das passagens para os idosos que
do direito ao exercício de atividade profissional, em excederem as vagas gratuitas com renda igual ou infe-
respeito as suas condições físicas, intelectuais e psí- rior a 2 (dois) salários-mínimos (art. 40).
quicas, de modo a vedar a discriminação e a fixação de O Estatuto, no art. 41, também assegura ao idoso a
limite máximo de idade, inclusive para concursos públi- reserva de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacio-
cos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo namentos públicos e privados, posicionadas de forma
o exigir (art. 27). Ressalta-se, inclusive, que o primeiro a garantir a melhor comodidade ao idoso, nos termos
critério de desempate em concurso público é o crité- de legislação local, além de prioridade à segurança
rio etário, dando-se preferência ao de idade mais eleva- nos procedimentos de embarque e desembarque nos
da (§ único, art. 27). veículos do sistema de transporte coletivo.
Os arts. 29 a 32 disciplinam o direito à Previ- Para ajudar na assimilação do tema, organizamos
dência Social, de maneira que, para a concessão essa parte do conteúdo em tópicos:
dos benefícios de aposentadoria e pensão do Regime
Geral da Previdência Social, deve-se observar os crité- z Maior que 65 anos:
rios de cálculo que preservem o valor real dos salários
sobre os quais incidiram contribuição, garantindo-lhes „ Gratuidade dos transportes coletivos públicos
o devido reajuste (§ único, art. 29). urbanos e semi-urbanos;
O direito à Assistência Social, assim como o „ Reserva de 10% dos assentos nos transportes
direito à Previdência Social, integra o subsistema
coletivos.
da Seguridade Social e faz parte do rol dos direitos
sociais previstos no art. 6º, da Constituição Federal.
z Entre 60 e 65 anos:
No Estatuto, ele se encontra previsto nos arts. 33 a
36, garantindo o direito dos idosos que não possuam
„ Legislação local disporá sobre as condições
meios para prover sua subsistência (diretamente ou
para exercício da gratuidade nos meios de
por familiar), a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, ao
transporte.
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo (benefício
de prestação continuada, estabelecido na Lei Orgâni-
ca da Assistência Social — BPC/LOAS). z Estacionamentos públicos e privados:
Os arts. 37 e 38 tratam do direito à habitação, ou
seja, a moradia digna em família, natural ou substitu- „ Reserva de 5% (cinco por cento) das vagas, as
ta, desacompanhado (quando o idoso assim o desejar) quais deverão ser posicionadas de forma a
ou, ainda, em instituição pública ou privada. garantir a melhor comodidade ao idoso.
Além disso, a pessoa idosa goza de prioridade na
aquisição de moradia própria nos programas habita- z Transporte coletivo interestadual:
cionais (públicos ou subsidiados com recursos públi-
cos), observando, para tanto, o seguinte (art. 38): „ Legislação local disporá sobre as condições
para exercício da gratuidade nos meios de
8
-2

Art. 17 [...] transporte;


77

I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das „ Desconto de 50%, no mínimo, no valor das pas-
.7

unidades habitacionais residenciais para atendi- sagens, para os idosos que excederem as vagas
86

mento aos idosos; gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois)


.8

II - implantação de equipamentos urbanos comuni- salários-mínimos.


39

tários voltados ao idoso;


-1

III - eliminação de barreiras arquitetônicas e urba- Com relação às medidas de proteção, estas estão
o

nísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso;


disciplinadas nos arts. 43 ao 68, do Estatuto. Tratam-se
av

IV - critérios de financiamento compatíveis com os


dos meios aplicáveis sempre que os direitos dos ido-
st

rendimentos de aposentadoria e pensão.


gu

sos sofrerem ameaça ou violação por ação ou omissão


da sociedade ou do Estado, ou por falta, omissão ou
o

Por fim, os arts. 39 e 42 tratam do direito ao trans-


av

abuso da família, curador ou entidade de atendimen-


porte. O Estatuto assegura a gratuidade dos transpor-
to ou em razão de sua condição pessoal.
st

tes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto


gu

nos serviços seletivos e especiais, quando prestados Caso ocorra ameaça ou violação, cabe ao Minis-
paralelamente aos serviços regulares aos maiores de tério Público ou ao Poder Judiciário, a requerimento
65 (sessenta e cinco) anos (art. 39), bastando apresen- daquele, determinar algumas medidas, entre as quais
tar qualquer documento pessoal que faça prova de se destacam (art. 45):
sua idade (§ 1º, art. 39). Para tanto, de acordo com o
Art. 45 [...]
§ 2º, do art. 39, devem ser reservados 10% (dez por
I - encaminhamento à família ou curador, mediante
cento) dos assentos para os idosos (identificados com
LEGISLAÇÕES

termo de responsabilidade;
a placa de reservado, preferencialmente, para idosos).
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
Aos idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) III - requisição para tratamento de sua saúde, em
anos incompletos, ficará a critério da legislação local a regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
concessão ou não da gratuidade (§ 3º, art. 39). IV - inclusão em programa oficial ou comunitário de
No caso de transporte coletivo interestadual, este auxílio, orientação e tratamento de usuários depen-
deve estabelecer (nos termos da legislação específi- dentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou
ca) a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veícu- à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
lo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) V - abrigo em entidade;
salários-mínimos. VI - abrigo temporário. 157
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Estatuto dispõe acerca das medidas específicas VII - oferecer acomodações apropriadas para rece-
de proteção, que podem ser aplicadas, isolada ou bimento de visitas;
cumulativamente, levando em conta os fins sociais a VIII - proporcionar cuidados à saúde, conforme a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos fami- necessidade do idoso;
liares e comunitários (art. 44). IX - promover atividades educacionais, esportivas,
No que se refere à política de atendimento ao culturais e de lazer;
idoso, de acordo com o art. 46, esta será feita por X - propiciar assistência religiosa àqueles que dese-
meio do conjunto articulado de ações governamentais jarem, de acordo com suas crenças;
XI - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
e não governamentais dos entes federativos (União,
XII - comunicar à autoridade competente de saú-
estados, Distrito Federal e municípios), tendo em vista
de toda ocorrência de idoso portador de doenças
as seguintes linhas de atendimento:
infecto-contagiosas;
XIII - providenciar ou solicitar que o Ministério
Art. 47 [...] Público requisite os documentos necessários ao
I - políticas sociais básicas, previstas na Lei nº 8.842, exercício da cidadania àqueles que não os tiverem
de 4 de janeiro de 1994; na forma da lei;
II - políticas e programas de assistência social, em XIV - fornecer comprovante de depósito dos bens
caráter supletivo, para aqueles que necessitarem; móveis que receberem dos idosos;
III - serviços especiais de prevenção e atendimento XV - manter arquivo de anotações onde constem
às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, data e circunstâncias do atendimento, nome do
abuso, crueldade e opressão; idoso, responsável, parentes, endereços, cida-
IV - serviço de identificação e localização de paren- de, relação de seus pertences, bem como o valor
tes ou responsáveis por idosos abandonados em de contribuições, e suas alterações, se houver, e
hospitais e instituições de longa permanência; demais dados que possibilitem sua identificação e
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa a individualização do atendimento;
dos direitos dos idosos;
XVI - comunicar ao Ministério Público, para as pro-
VI - mobilização da opinião pública no sentido da
vidências cabíveis, a situação de abandono moral
participação dos diversos segmentos da sociedade
ou material por parte dos familiares;
no atendimento do idoso.
XVII - manter no quadro de pessoal profissionais
com formação específica.
Assim como as políticas de atendimento, as enti-
dades de atendimento, que são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, deverão obser- Importante!
var as normas de planejamento e execução da Lei nº
8.842, de 1994 (Política Nacional do Idoso) (art. 48). Se a entidade descumprir as determinações
Cumpre mencionar que as entidades governamen- que constam no art. 50, ficará sujeita à pena de
tais e não governamentais de atendimento ao idoso multa. Se o fato constituir em crime, pode haver,
serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministé- ainda, a interdição do estabelecimento até que
rio Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em sejam cumpridas as exigências legais e os ido-
lei (§ único, art. 48). sos serão transferidos para outra instituição
8
-2

Para efetivação da proteção, o Estatuto do Idoso (os custos serão arcados pelo estabelecimento
77

estabelece 3 (três) infrações administrativas. interditado).


.7
86

INFRAÇÕES
.8

ADMINISTRATIVAS A segunda infração está no art. 57 e refere-se ao


39

fato de o profissional de saúde ou o responsável por


-1

estabelecimento de saúde ou instituição de longa per-


o

manência ter deixado de comunicar à autoridade com-


av

Art. 56 Art. 57 Art. 58


petente os casos de crimes contra idoso de que tiver
st

conhecimento. Trata-se de uma infração com pena de


gu

multa, aplicada em dobro no caso de reincidência.


A primeira infração está prevista no art. 56 e guar-
o

O art. 58, do Estatuto, traz a terceira e última


av

da relação com o descumprimento das seguintes obri- infração, que ocorre quando se deixa de cumprir
st

gações pelas entidades de atendimento: as determinações do Estatuto sobre a prioridade no


gu

atendimento ao idoso, punida com pena de multa e


Art. 50 Constituem obrigações das entidades de multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano
atendimento:
sofrido pelo idoso.
I - celebrar contrato escrito de prestação de serviço
As regras atinentes à apuração administrativa de
com o idoso, especificando o tipo de atendimento,
infração às normas de proteção ao idoso estão dis-
as obrigações da entidade e prestações decorren-
ciplinadas nos arts. 59 a 63, do Estatuto. Nesta parte,
tes do contrato com os respectivos preços, se for o
caso; são estabelecidas atualizações monetárias anuais dos
II - observar os direitos e as garantias de que são valores das multas e o procedimento para a imposição
titulares os idosos; de penalidade administrativa por infração às normas
III - fornecer vestuário adequado, se for pública, e de proteção ao idoso, tendo início com requisição do
alimentação suficiente; Ministério Público ou auto de infração, elaborado por
IV - oferecer instalações físicas em condições ade- servidor efetivo e assinado por duas testemunhas (se
quadas de habitabilidade; possível) (art. 60).
V - oferecer atendimento personalizado; O procedimento de apuração tem início com o auto
VI - diligenciar no sentido da preservação dos vín- de infração, que deverá ser lavrado dentro de 24 (vin-
158 culos familiares; te e quatro) horas da verificação da infração, salvo
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motivo justificado. Após a lavratura do auto, o autuado terá prazo de 10 (dez) dias, contado da data da intimação
para a apresentação da defesa. De acordo com o art. 64, para a sua apuração, aplicam-se, subsidiariamente, as
disposições das Leis nº 6.437, de 1977, e nº 9.784, de 1999.

� Auto de infração 10 dias da intimação � Decisão

Aplicação subsidiária
Lavratura � Apresentação de
das Leis n° 6.437, de
24 horas da infração defesa
1977 e 9.784, de 1999

Por fim, o procedimento de apuração judicial da irregularidade, quer em entidade governamental, quer em
entidade não governamental de atendimento ao idoso, iniciará mediante petição fundamentada de pessoa inte-
ressada ou iniciativa do Ministério Público (art. 65). É cabível a liminar para afastamento provisório do dirigente
da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão
fundamentada depois de ouvido o Ministério Público (art. 66).
O dirigente da entidade deverá ser citado para oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias, podendo,
inclusive, juntar documentos e indicar as provas a produzir (art. 67). Após a apresentação da defesa, o juiz desig-
nará audiência de instrução e julgamento e deliberará sobre a necessidade de produção de outras provas (art. 68).
As alegações finais deverão ser prestadas pelas partes e pelo Ministério Público em 5 (cinco) dias, salvo manifes-
tação em audiência. Caso ocorra o afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental,
o juiz oficiará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, dando-lhe prazo de 24 (vinte e
quatro) horas para proceder à substituição (§§ 1º e 2º, art. 68).
No que se refere à parte atinente ao Acesso à Justiça, o Estatuto estabelece que se aplique, subsidiariamente,
o procedimento sumário, previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos no
Estatuto (art. 69). Assegura, ainda, prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos
atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, em qualquer instância (art. 71). Caso o idoso possua mais de oitenta anos, a ele será dada priori-
dade especial (§ 5º, art. 71).

Dica
8

A prioridade de tramitação não encerra com a morte do idoso, estendendo-se em favor do cônjuge ou com-
-2

panheiro(a) maior de 60 (sessenta) anos.


77
.7
86

CRIMES
.8
39

O Estatuto disciplina os crimes contra os idosos nos arts. 96 a 108. Antes, porém, estabelece três regras impor-
-1

tantes de interpretação:
o
av

ART. 93 ART. 94 ART. 95


st

Aplicação subsidiária da Lei nº 7.347, Aplicação do procedimento previs- Os crimes trazidos pelo Estatuto são
gu

de 1985 (Lei de Ação Civil Pública) no to na Lei nº 9.099, de 1995 (Lei dos de Ação Penal Pública Incondiciona-
o

que couber Juizados Especiais) aos crimes cuja da, ou seja, compete ao Ministério
av

pena máxima privativa de liberdade Público promover a ação indepen-


st

não ultrapasse 4 (quatro) anos dentemente da vontade da vítima,


gu

excluindo a aplicação dos arts. 181 e


182, do Código Penal

Embora o Estatuto do Idoso estabeleça o rito sumaríssimo do juizado aos crimes cuja pena máxima privativa
de liberdade não exceda 4 (quatro) anos, a transação penal, que é medida despenalizadora, só é cabível aos crimes
de menor potencial ofensivo, ou seja, cuja pena máxima não ultrapasse 2 (dois) anos. Entende-se por transação
penal o acordo entre o acusado (autor do fato) e o Ministério Público, por meio do qual este último submete o acu-
LEGISLAÇÕES

sado ao cumprimento de determinada medida alternativa, com o objetivo de evitar a instauração de um processo,
sem, contudo, ocorrer a admissão de culpa.
Os arts. 181 e 182, do Código Penal, tratam de hipóteses de imunidade absoluta (art. 181) e relativa (art. 182).
Vejamos:

Art. 181 (CP) É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: 159
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I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; O parágrafo segundo traz uma hipótese de causa
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; de aumento de pena. Trata-se do fato de o agente que
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. pratica uma das condutas elencadas ser o responsável
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação
Portanto, qualquer crime praticado contra o idoso (idoso). O aumento de 1/3 da pena decorre da proxi-
(de caráter patrimonial ou não, com ou sem violência midade e do dever de cuidado para com a pessoa ido-
ou grave ameaça) é de ação pública incondicionada. sa. São exemplos: filhos, netos, curadores, cuidadores,
Salienta-se, por necessário, que o próprio art. 183, entre outros.
do Código Penal, já trazia essa previsão do art. 95, do
Estatuto, de forma expressa, ou seja, vedava a apli- Dica
cação da imunidade trazida pelos arts. 181 e 182, do
Código Penal, quando o crime é praticado contra pes- Embora a conduta do parágrafo segundo seja
soa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. mais reprovável que as anteriores, a ele também
Voltando ao Estatuto do Idoso, vamos, agora, ao são aplicadas as medidas despenalizadoras da
estudo dos crimes em espécie: Lei nº 9.099, de 1995, por se tratar de uma infra-
ção de menor potencial ofensivo (pena máxima
Art. 96 Discriminar pessoa idosa, impedindo ou inferior a dois anos).
dificultando seu acesso a operações bancárias,
aos meios de transporte, ao direito de contratar ou É de suma importância ressaltar as alterações
por qualquer outro meio ou instrumento necessá- recentes realizadas pela Lei nº 14.181, de 2021, conhe-
rio ao exercício da cidadania, por motivo de idade: cida por Lei do Superendividamento, que alterou dis-
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e positivos do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 2003)
multa. e do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de
1990), objetivando melhor disciplinar a sistemática de
Um ponto importante, nesse dispositivo, é rela- crédito ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o
tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como tratamento do superendividamento. Veja o que dispõe
discriminação toda distinção, exclusão ou restrição o § 3º, do art. 96, do Estatuto:
baseada na idade da vítima do delito. Aqui, o agente
(autor do fato) cria empecilhos (dificulta ou impede) Art. 96 [...]
seu acesso a operações bancárias, aos meios de trans- § 3º Não constitui crime a negativa de crédito
porte, ao direito de contratar ou ao exercício de sua motivada por superendividamento do idoso.
cidadania.
Cumpre esclarecer que a expressão “meios de O art. 96, do Estatuto do Idoso, prevê em seu caput
transporte”, trazida pelo Estatuto, é bem ampla, por como crime, entre outras condutas, impedir ou difi-
envolver todos os meios de transporte aéreos, terres- cultar o acesso da pessoa idosa a operações bancárias
tres, marítimos, sejam eles individuais ou coletivos, (como, por exemplo, negar um empréstimo a uma pes-
públicos ou privados. soa pelo simples fato dela estar com 60 anos ou mais).
Antes da alteração, muitas instituições financeiras
8

Quanto à definição do “direito de contratar”, trata-


-2

-se da faculdade legal de celebração dos negócios jurí- acabavam por conceder empréstimos para idosos já
77

dicos. Já a expressão “exercício da cidadania” guarda endividados e sem capacidade financeira suficiente,
.7

relação com tudo aquilo ligado ao status de indivíduo, com receio de serem penalizadas por negar o crédito.
86

ou seja, ao pleno gozo dos direitos políticos e civis. A inclusão do § 3º traz segurança para que as insti-
.8

O crime tipificado no art. 96, do Estatuto, é um tuições financeiras neguem crédito a fim de evitar o
39

crime comum, isto é, que pode ser praticado por superendividamento do idoso.
-1

qualquer pessoa, não exigindo qualidade especial do Os arts. 97, 98 e 99, do Estatuto, tratam, em síntese,
o

autor do delito. Porém, exige-se que a prática do crime da proteção à saúde física e psíquica do idoso. Compe-
av

tenha um especial fim: que a intenção seja motivada te a eles disciplinar as formas de violência que aten-
st

pela idade (dolo em razão da idade). tem contra a saúde do idoso, ou seja, aquelas que, por
gu

ação ou omissão, lhes cause morte, dano ou sofrimen-


o

Art. 96 [...] to físico ou psicológico.


av

§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humi-


st

lhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por Art. 97 Deixar de prestar assistência ao idoso,
gu

qualquer motivo. quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situa-


ção de iminente perigo, ou recusar, retardar ou difi-
O parágrafo primeiro trouxe uma conduta equi- cultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou
parada à discriminação. Trata-se do tratamento de não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade
desdém, menosprezo ou humilhação contra a pes- pública:
soa idosa por quaisquer outros motivos que não os Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
disciplinados no caput (quais sejam: acesso a opera- multa.
ções bancárias, aos meios de transporte aos meios, ao
direito de contratar ou ao exercício de sua cidadania). O crime do art. 97, do Estatuto, é um crime pra-
ticado por omissão — deixar de prestar assistência
Art. 96 [...] quando se tem a possibilidade de fazê-lo sem qual-
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a quer risco pessoal —, podendo ser cometido de três
vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabi- formas distintas.
lidade do agente. A primeira refere-se à conduta omissa quando o
idoso está em iminente perigo, isto é, o perigo que
160 está prestes a ocorrer.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A segunda forma ocorre quando o agente recusa, do convívio familiar, de carinho ou de afeto. Como a
retarda ou dificulta, sem justa causa, a assistência pena máxima excede dois anos, não caberá transação
à saúde do idoso, sem que exista qualquer tipo de penal, mas é cabível a suspensão condicional do proces-
impedimento. so1, já que a pena mínima não ultrapassa 1 (um) ano.
A terceira forma de incriminação é a conduta de
não pedir socorro à autoridade pública. Art. 99 Expor a perigo a integridade e a saúde,
Importante: o fato de o agente não prestar assis- física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condi-
tência ao idoso devido ao risco a sua integridade ções desumanas ou degradantes ou privando-o de
não o exime de pedir socorro a uma autoridade alimentos e cuidados indispensáveis, quando obri-
competente. gado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo
Cabe mencionar que, considerando a pena máxima ou inadequado:
cabível, trata-se de uma infração de menor potencial Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e
ofensivo e, portanto, sujeita às medidas despenaliza- multa.
doras da Lei nº 9.099, de 1995.
O crime do art. 99 também é próprio, de modo que
Art. 97 [...] o acusado necessita ter um vínculo de cuidado com
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, o idoso. A exposição a perigo deve ser concreta, ou
se da omissão resulta lesão corporal de natureza seja, é preciso provar que o idoso ficou, efetivamente,
grave, e triplicada, se resulta a morte. exposto a uma situação de perigo. Trata-se, também,
de infração de menor potencial ofensivo, sendo cabí-
O parágrafo único traz uma hipótese de causa de vel aplicação das medidas despenalizadoras previstas
aumento de pena devido ao resultado. No caso de a na Lei nº 9.099, de 1995.
omissão resultar lesão corporal grave, a pena será
aumentada de metade. Caso resulte em morte, ela Art. 99 [...]
será triplicada. § 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza
Observe o que os parágrafos 1º e 2º, do art. 129, do grave:
Código Penal, dispõem sobre a lesão corporal de natu- Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
reza grave (sentido amplo):
O parágrafo primeiro traz uma hipótese de crime
Lesão Corporal Grave em Sentido Estrito qualificado pelo resultado, de modo a alterar o pata-
mar da pena. No caso de o fato resultar lesão corporal
Art. 129 [...] grave, a pena será reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º Se resulta:
I - incapacidade para as ocupações habituais, por Art. 99 [...]
mais de trinta dias; § 2º Se resulta a morte:
II - perigo de vida; Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função; O parágrafo segundo disciplina outra qualificado-
8

IV - aceleração de parto: ra pelo resultado. No caso de o fato resultar morte, a


-2

Pena - reclusão, de um a cinco anos. pena será reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
77
.7
86

Lesão Corporal Gravíssima Art. 100 Constitui crime punível com reclusão de 6
(seis) meses a 1 (um) ano e multa:
.8
39

Art. 129 [...] I - obstar o acesso de alguém a qualquer cargo


público por motivo de idade;
-1

§ 2º Se resulta:
I - incapacidade permanente para o trabalho; II - negar a alguém, por motivo de idade, emprego
o

II - enfermidade incurável; ou trabalho;


av

III perda ou inutilização do membro, sentido ou III - recusar, retardar ou dificultar atendimen-
st

função; to ou deixar de prestar assistência à saúde, sem


gu

IV - deformidade permanente; justa causa, a pessoa idosa;


o

V - aborto: IV - deixar de cumprir, retardar ou frustrar,


av

Pena - reclusão, de dois a oito anos. sem justo motivo, a execução de ordem judicial
st

expedida na ação civil a que alude esta Lei;


gu

De volta aos artigos do Estatuto, observe o art. 98: V - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil objeto des-
Art. 98 Abandonar o idoso em hospitais, casas ta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
de saúde, entidades de longa permanência, ou con-
gêneres, ou não prover suas necessidades básicas, O crime do art. 100 traz várias formas de cometi-
quando obrigado por lei ou mandado: mento. Com exceção do inciso III, que pode ser prati-
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e cado por qualquer pessoa (crime comum), os demais
LEGISLAÇÕES

multa. incisos são hipóteses de crime próprio (I e II pela pes-


soa responsável pela admissão; IV e V pelas pessoas
O art. 98 traz uma modalidade de crime próprio, ou que obstarem ordem judicial ou requisição do Minis-
seja, aquele que somente será cometido por quem pos- tério Público). Para todos os delitos previstos nesse
sui dever de cuidado (obrigação legal ou convencional), artigo, cabem as medidas despenalizadoras, por se
como no caso de filho que abandona a mãe, privando-a tratar de infrações de menor potencial ofensivo.
1  Devido à pena da infração penal, ao oferecer a denúncia, poderá o Ministério Público propor a suspensão do processo por até 4 (quatro)
anos, no caso de o acusado não possuir outro processo criminal ou de não ter sido condenado por outros crimes, propondo o cumprimento de
determinadas condições em troca do benefício. 161
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Art. 101 Deixar de cumprir, retardar ou frus- Art. 106 Induzir pessoa idosa sem discernimen-
trar, sem justo motivo, a execução de ordem to de seus atos a outorgar procuração para fins de
judicial expedida nas ações em que for parte ou administração de bens ou deles dispor livremente:
interveniente o idoso: Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
multa.
O crime do art. 106, do Estatuto, exige um especial
fim de agir, ou seja, o agente tem a finalidade de admi-
O crime do art. 101 refere-se ao descumprimento
nistrar ou dispor livremente dos bens do idoso.
na execução de ordem judicial expedida nas ações
em que for parte ou interveniente o idoso, ou seja,
Art. 107 Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar,
qualquer tipo de ação que tenha como parte ou inter-
contratar, testar ou outorgar procuração:
veniente a pessoa idosa. Também é crime próprio e
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
sujeito às medidas despenalizadoras, por ser uma
infração de menor potencial ofensivo.
O art. 107 tipifica a conduta de coação em que a
Art. 102 Apropriar-se de ou desviar bens, proven- vítima é pessoa idosa e o agente a coage a doar, con-
tos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, tratar, testar ou outorgar procuração. Trata-se de cri-
dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: me comum.
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 108 Lavrar ato notarial que envolva pessoa
O crime tipificado no art. 102 pode ser praticado idosa sem discernimento de seus atos, sem a
de dois modos: apropriação ou desvio. Entende-se por devida representação legal:
apropriação quando o agente faz da coisa alheia como Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, proventos,
pensões, benefícios ou qualquer outro rendimento do O crime do art. 108 trata de pessoa idosa sem dis-
idoso. Já no desvio, o agente dá um destino diferente a cernimento para a prática de seus atos, cuja conduta
bem, proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro (lavratura de ato notarial) é realizada sem o repre-
rendimento da pessoa idosa. As duas condutas são sentante legal. Trata-se de crime próprio (praticado
punidas com pena de reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) somente pela pessoa responsável pela lavratura do
anos. Trata-se de crime comum e, devido à pena míni- ato no cartório).
ma ser inferior a um ano, cabe suspensão do processo.
Cumpre mencionar, por fim, que o art. 109, do
Estatuto, embora não esteja disciplinado na parte
Art. 103 Negar o acolhimento ou a permanência
do idoso, como abrigado, por recusa deste em outor- relativa aos crimes, trata do crime de atentado ou
gar procuração à entidade de atendimento: empreendimento. Ocorre quando o agente impede ou
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. embaraça ato do representante do Ministério Público
ou de qualquer outro agente fiscalizador.
O art. 103 traz o crime de negar a estadia à pessoa
8

idosa com base no fato de ter o idoso se recusado a


-2

outorgar procuração para que a entidade administre


77

seus bens ou valores, com a finalidade de custear a


LEI N° 13.146, 6 DE JULHO DE 2015
.7
86

estadia do idoso no local. Trata-se de crime comum e


infração de menor potencial ofensivo, sujeito, portan- (ESTATUTO DA INCLUSÃO DA PESSOA
.8
39

to, às medidas despenalizadoras. COM DEFICIÊNCIA)


-1

Art. 104 Reter o cartão magnético de conta ban- A proteção dos direitos das pessoas com deficiên-
o
av

cária relativa a benefícios, proventos ou pensão do


cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen-
idoso, bem como qualquer outro documento com
st

objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimen-


te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa
gu

to de dívida: parcela da população faz parte de um discurso atual,


o

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e resultado da forma como essas pessoas passaram a
av

multa. ser percebidas.


st

É possível visualizar, ao longo da história, que as pes-


gu

O art. 104 traz hipótese de o credor, com o objetivo soas com deficiência foram encaradas de quatro modos
de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida, diferentes, conforme cada período temporal. A primeira
reter o cartão magnético do idoso. Trata-se de um cri- fase foi a de intolerância em relação às pessoas com defi-
me próprio (credor do idoso) e sujeito à aplicação das ciência, pois simbolizavam a impureza, o pecado, ou, até
medidas despenalizadoras da Lei nº 9.099, de 1995, mesmo, o castigo divino. A segunda foi a fase marcada
por se tratar de infração de menor potencial ofensivo. pela invisibilidade das pessoas com deficiência. Dela,
decorreu a terceira fase, marcada pelo assistencialismo
Art. 105 Exibir ou veicular, por qualquer meio de
e pautada na perspectiva médica e biológica de que a
comunicação, informações ou imagens depre-
ciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: deficiência era uma patologia e, como tal, deveria ser
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. curada. Por fim, a quarta fase voltou-se para os direitos
humanos, despontando os direitos à inclusão social, com
O crime do art. 105 atinge a honra do idoso, inde- ênfase na relação da pessoa com deficiência e do meio
pendentemente de este se sentir ofendido ou violado. em que ela está inserida.
Trata-se de crime comum ao qual, devido à pena míni- Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é
162 ma, caberá suspensão condicional do processo. fruto de uma construção histórica.
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A partir de 1993, a nomenclatura mudou para por-
tadores de necessidades especiais, pessoas com neces- LEI Nº 13.146, DE
sidades especiais, pessoas especiais, portadores de 2015
direitos especiais ou pessoas com deficiência.
Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o Parte Geral
Parte Especial
pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili-
Princípios e direitos
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com Meio de proteção
fundamentais
autonomia e participação.
Neste contexto, iniciou-se um sistema de proteção
internacional, exigindo dos Estados um tratamento Iniciando pela parte geral, os artigos de 1º a 3º
especializado para proteção aos direitos das pessoas da mencionada Lei introduzem o tema, estabelecen-
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção do suas disposições gerais. De acordo com o artigo
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direi- 1º, o objetivo da legislação é assegurar e promover o
tos das Pessoas com Deficiência de 2006. O texto desta exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorporado da pessoa com deficiência em iguais condições com
os demais, de modo a garantir sua inclusão social e
ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009
cidadania. Seu parágrafo único deixa claro que a Lei
pelo Decreto nº 6.949.
nº 13.146, de 2015 decorre da Convenção (juntamente
A importância do Decreto nº 6.949, de 2009 é imen-
com seus protocolos), sendo incorporada no ordena-
sa, uma vez que ele foi o primeiro tratado internacio-
mento jurídico brasileiro com status de Emenda Cons-
nal de direitos humanos a adotar a norma do artigo
titucional, conforme explanado.
5º, § 3º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o
O artigo 2º preocupou-se em dar o conceito de pes-
mesmo rito de aprovação cabível para as emendas
soa com deficiência. Em termos gerais, considera-se
constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres-
pessoa com deficiência aquela que possui impedi-
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos mento de longo prazo, sendo este de natureza física,
dos respectivos membros). mental, intelectual ou sensorial, que pode, de algu-
Como resultado, tal decreto passou a ter status de ma forma, causar barreiras ou obstruir sua partici-
norma constitucional (mesmo valor normativo das pação plena e efetiva na sociedade em igualdades
normas colocadas na Constituição Federal mesmo de condições com as demais pessoas.
sem fazer parte dela). Por esta razão, o Brasil necessi-
tou promover alterações legislativas para “assegurar e z Pessoa com Deficiência
promover o pleno exercício de todos os direitos huma-
nos e liberdades fundamentais por todas as pessoas „ Impedimento de longo prazo;
com deficiência”, em conformidade com o item 1 da „ Natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
8

Convenção. „ Causar barreiras ou obstruir sua participação


-2

Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei plena e efetiva na sociedade em igualdades de
77

nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à condições com as demais pessoas.


.7
86

Convenção.
.8

Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em Além de conceituar pessoas com deficiência, o
39

mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146, art. 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como
-1

de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden- deve ser procedida a avaliação para caracterizar
tificar as ideias mais importantes da legislação, uma essas pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que
o
av

vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina a avaliação será realizada por uma equipe multipro-
st

“literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais fissional e interdisciplinar, de modo a considerar os
gu

de cada artigo com base em sua estrutura, não haven- aspectos que permeiam o indivíduo (todo o contexto
social). Para determinar ou não a deficiência, a equi-
o

do, para tanto, a necessidade de decorá-los. Consi-


av

derando os concursos anteriores, o estudo deve ter pe analisará três enfoques: biológico, psicológico e
st

especial atenção à parte relativa aos crimes e infra- social, considerando, para tanto:
gu

ções administrativas por ser esse o ponto mais cobra-


do pelas bancas examinadoras. z Os impedimentos nas funções e nas estruturas do
Feitas essas considerações iniciais, bons estudos! corpo;
z Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM z A limitação no desempenho de atividades e a
DEFICIÊNCIA restrição de participação.
LEGISLAÇÕES

A Lei n° 13.146, de 2015 é dividida em duas par- O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que
compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen-
tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
tos normativos para a verificação da deficiência.
princípios da Convenção sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência, disciplinando, além desses, os
direitos fundamentais das pessoas com deficiência.
Importante!
Já a parte especial é composta dos meios de proteção,
quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual A competência é do Poder Executivo e não do
perante à lei e aos crimes e infrações administrativas. Poder Legislativo. 163
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O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação a) Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
e entendimento da legislação. São eles: nos espaços públicos e privados abertos ao público
ou de uso coletivo;
z Acessibilidade; b) Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-
z Desenho universal; cios públicos e privados;
z Tecnologia assistiva ou ajuda técnica; c) Barreiras nos transportes: as existentes nos sis-
temas e meios de transportes;
z Barreiras;
d) Barreiras nas comunicações e na informação:
z Comunicação;
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
z Adaptações razoáveis; mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
z Elemento de urbanização; o recebimento de mensagens e de informações por
z Mobiliário urbano; intermédio de sistemas de comunicação e de tecno-
z Pessoa com mobilidade reduzida; logia da informação;
z Residências inclusivas; e) Barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
z Moradia para a vida independente da pessoa com tos que impeçam ou prejudiquem a participação
deficiência; social da pessoa com deficiência em igualdade de
z Atendente pessoal; profissional de apoio escolar; condições e oportunidades com as demais pessoas;
z Acompanhante. f) Barreiras tecnológicas: as que dificultam ou
impedem o acesso da pessoa com deficiência às
Art. 3° [...] tecnologias.
I - Acessibilidade: possibilidade e condição de
alcance para utilização, com segurança e autono- Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que
mia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, impeça ou limite a participação social da pessoa com
edificações, transportes, informação e comunicação, deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
outros serviços e instalações abertos ao público, de nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul-
zona urbana como na rural, por pessoa com defi- dade de acesso às tecnologias (tecnológicas).
ciência ou com mobilidade reduzida.
Art. 3° [...]
Observe que a palavra-chave para entender o con- V - Comunicação: forma de interação dos cidadãos
ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu- que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusi-
lar com autonomia em espaços públicos e privados ve a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualiza-
de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia ção de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
para utilizar a tecnologia). comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples,
Art. 3° [...] escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz
II - Desenho universal: concepção de produtos, digitalizados e os modos, meios e formatos aumen-
ambientes, programas e serviços a serem usados tativos e alternativos de comunicação, incluindo as
tecnologias da informação e das comunicações.
8

por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-


-2

ção ou de projeto específico, incluindo os recursos VI - Adaptações razoáveis: adaptações, modifi-


77

de tecnologia assistiva. cações e ajustes necessários e adequados que não


.7

acarretem ônus desproporcional e indevido, quando


86

Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pes-
.8

ser utilizado por todas as pessoas, independentemen- soa com deficiência possa gozar ou exercer, em igual-
39

te de ter ou não alguma deficiência. dade de condições e oportunidades com as demais


-1

pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais.


VII - Elemento de urbanização: quaisquer compo-
o

Art. 3° [...]
av

nentes de obras de urbanização, tais como os refe-


III - Tecnologia assistiva ou ajuda técnica:
rentes a pavimentação, saneamento, encanamento
st

produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,


gu

para esgotos, distribuição de energia elétrica e de


metodologias, estratégias, práticas e serviços que
gás, iluminação pública, serviços de comunicação,
o

objetivem promover a funcionalidade, relacio-


abastecimento e distribuição de água, paisagismo e
av

nada à atividade e à participação da pessoa com


os que materializam as indicações do planejamento
st

deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à


urbanístico.
gu

sua autonomia, independência, qualidade de vida e


VIII - Mobiliário urbano: conjunto de objetos
inclusão social.
existentes nas vias e nos espaços públicos, super-
postos ou adicionados aos elementos de urbaniza-
Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter- ção ou de edificação, de forma que sua modificação
minado produto ou serviço às necessidades da pessoa ou seu traslado não provoque alterações substan-
com deficiência, para que possa exercê-lo de forma ciais nesses elementos, tais como semáforos, pos-
autônoma. tes de sinalização e similares, terminais e pontos
de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de
Art. 3° [...] água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques
IV - Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, ati- e quaisquer outros de natureza análoga.
tude ou comportamento que limite ou impeça a IX - Pessoa com mobilidade reduzida: aque-
participação social da pessoa, bem como o gozo, la que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
a fruição e o exercício de seus direitos à acessibi- movimentação, permanente ou temporária, geran-
lidade, à liberdade de movimento e de expressão, à do redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade,
comunicação, ao acesso à informação, à compreen- da coordenação motora ou da percepção, incluindo
são, à circulação com segurança, entre outros, clas- idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de
164 sificadas em: colo e obeso.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
X - Residências inclusivas: unidades de oferta do Para facilitar na fixação desse conceito, vamos
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assis- esquematizá-lo para você:
tência Social (SUAS) localizadas em áreas residen-
ciais da comunidade, com estruturas adequadas,
que possam contar com apoio psicossocial para o Distinção em razão da deficiência
atendimento das necessidades da pessoa acolhi-
da, destinadas a jovens e adultos com deficiência,
em situação de dependência, que não dispõem de Distinção
condições de autossustentabilidade e com vínculos Restrição
familiares fragilizados ou rompidos. Exclusão

As residências inclusivas têm caráter de assis-


tência para aquelas pessoas com deficiência que são Ação Omissão
dependentes, porém não possuem vínculos familiares
capazes de lhes dar suporte.

Art. 3° [...] Impedir, prejudicar ou anular o reconhecimento


XI - Moradia para a vida independente da pes- ou o exercício dos direitos e das liberdades
soa com deficiência: moradia com estruturas fundamentais de pessoa com deficiência.
adequadas capazes de proporcionar serviços de
apoio coletivos e individualizados que respeitem e
ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos
com deficiência. Importante esclarecer que a igualdade trazida pela
Lei nº 13.146, de 2015 não é impositiva, ou seja, as ações
afirmativas constante da Lei não são obrigatórias às pes-
Diferentemente da residência inclusiva, a mora-
soas com deficiência, pois, se elas não quiserem se bene-
dia proporciona serviços de apoio ao deficiente que
ficiar dos direitos elencados, não serão obrigadas. Por
ampliarão o seu grau de autonomia.
exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada a se
inscrever para as vagas reservadas, podendo concorrer
Art. 3° [...]
XII - Atendente pessoal: pessoa, membro ou não às vagas de ampla concorrência se assim desejar.
da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou O artigo 5º, por vez, trata da proteção da pessoa
presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com com deficiência, de modo a afastar toda forma de
deficiência no exercício de suas atividades diárias, tortura ou outro mecanismo de redução da dignida-
excluídas as técnicas ou os procedimentos identifi- de da pessoa humana ao assegurar a proteção contra
cados com profissões legalmente estabelecidas. negligência, discriminação, exploração, violência, tor-
XIII - Profissional de apoio escolar: pessoa que tura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou
exerce atividades de alimentação, higiene e locomo- degradante. Seu parágrafo único traz um importante
ção do estudante com deficiência e atua em todas conceito: especialmente vulneráveis. Considerando
as atividades escolares nas quais se fizer necessá- que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por
8
-2

ria, em todos os níveis e modalidades de ensino, em esta razão, merece a proteção especial, maior deve ser
77

instituições públicas e privadas, excluídas as técni- a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e
cas ou os procedimentos identificados com profis-
.7

idosos quando estes possuem deficiência.


86

sões legalmente estabelecidas. Importante é, também, o artigo 6º da Lei, que con-


XIV - Acompanhante: aquele que acompanha a
.8

cedeu às pessoas com deficiência plena capacidade


39

pessoa com deficiência, podendo ou não desempe-


para o exercício de seus direitos, inclusive para:
nhar as funções de atendente pessoal.
-1
o

z Casar ou constituir união estável;


DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
av

z Exercer direitos sexuais e reprodutivos;


st

z Exercer o direito de decidir sobre o número de


gu

Os arts. 4º a 9º tratam do tema igualdade e não


filhos e de ter acesso a informações adequadas
discriminação, consubstanciados no princípio da
o

sobre reprodução e planejamento familiar;


av

promoção da igualdade presente na Convenção sobre z Conservar sua fertilidade, sendo proibida a esteri-
Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o §
st

lização compulsória;
gu

1º, do art. 4º preocupou-se em definir discriminação z Exercer o direito à família e à convivência familiar
em razão da deficiência como: e comunitária;
z Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à
Art. 4° [...]
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade
§ 1° Considera-se discriminação em razão da defi-
de oportunidades com as demais pessoas.
ciência toda forma de distinção, restrição ou exclu-
são, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou
o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhe- Dica
LEGISLAÇÕES

cimento ou o exercício dos direitos e das liberdades


Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015,
fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo
a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimen- as pessoas com deficiência eram tidas, em
to de tecnologias assistivas. regra, como absoluta ou relativamente incapa-
zes pelo Código Civil. Atualmente, a regra é que
Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a elas são plenamente capazes, só sendo consi-
recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento deradas relativamente incapazes se, por causa
de tecnologias assistivas, tanto pelo próprio Estado, transitória ou permanente, não puderem exprimir
como pelo particular. sua vontade. 165
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O artigo 7º trouxe o dever de vigilância geral apli- constitucionalmente a todas as pessoas. Por conseguin-
cável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem te, a pessoa com deficiência tem o direito de lutar pela
comunicar às autoridades qualquer tipo de ameaça sua vida, competindo ao Estado o dever de adotar toda
ou violação aos direitos da pessoa com deficiência. e qualquer medida para assegurar seu pleno exercício.
Ressalta-se que seu parágrafo único dispõe que, uma Importante assinalar que a pessoa com deficiência
vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie
Ministério Público deve ser informado para que adote de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que
as providências para o devido cumprimento da Lei, é indispensável seu livre consentimento para a rea-
inclusive na forma penal. lização de qualquer procedimento, exceto nos casos
O artigo 8º estabelece que é dever Estado, da de atendimento de emergência em saúde e risco de
sociedade e da família assegurar a efetivação dos morte e nos casos em que se encontra impossibilitada
direitos das pessoas com deficiência. de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este
Encerrando a parte relativa à igualdade, o 9º dis- supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes-
põe sobre o atendimento prioritário, com as finali- soas submetidas ao instituto da Curatela).
dades de: Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público
a proteção das pessoas com deficiência em situações
z Proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações
z Atendimento em todas as instituições e serviços de de risco, como nos casos de estado de emergência ou
atendimento ao público; calamidade pública.
z Disponibilização de recursos, tanto humanos
quanto tecnológicos, que garantam atendimento Do Direito à Habilitação e à Reabilitação
em igualdade de condições com as demais pessoas;
z Disponibilização de pontos de parada, estações e O direito à habilitação e reabilitação está disci-
terminais acessíveis de transporte coletivo de pas- plinado nos arts. 14 ao 17, dizendo respeito à garantia
sageiros e garantia de segurança no embarque e de se adotar medidas que promovam a recuperação
no desembarque; física, cognitiva e psicológica, bem como a proteção,
z Acesso a informações e disponibilização de recur- à reabilitação e a reinserção social das pessoas com
sos de comunicação acessíveis; deficiência.
z Recebimento de restituição de imposto de renda;
z Tramitação processual e procedimentos judiciais e Art. 14 O processo de habilitação e de reabilitação
administrativos em que for parte ou interessada, é um direito da pessoa com deficiência.
em todos os atos e diligências. Parágrafo único. O processo de habilitação e de
reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento
Com exceção da restituição de imposto de renda e de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões
da tramitação processual prioritária, todos os demais físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudi-
itens relativos ao atendimento prioritário são exten- nais, profissionais e artísticas que contribuam para
sivos ao acompanhante da pessoa com deficiência a conquista da autonomia da pessoa com deficiên-
ou ao seu atendente pessoal. Como consequência, cia e de sua participação social em igualdade de
8
-2

o acompanhante tem direito à preferência de atendi- condições e oportunidades com as demais pessoas.
77

mento, ao socorro, entre outros. Art. 15 O processo mencionado no art. 14 desta Lei
baseia-se em avaliação multidisciplinar das neces-
.7
86

sidades, habilidades e potencialidades de cada pes-


DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
soa, observadas as seguintes diretrizes:
.8
39

I - diagnóstico e intervenção precoces;


Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com II - adoção de medidas para compensar perda ou
-1

deficiência. São eles que estudaremos neste momento. limitação funcional, buscando o desenvolvimento
o

Veja-os a seguir: de aptidões;


av

III - atuação permanente, integrada e articulada de


st

z Direitos Fundamentais políticas públicas que possibilitem a plena partici-


gu

pação social da pessoa com deficiência;


o

„ Vida; IV - oferta de rede de serviços articulados, com


av

„ Habitação e Reabilitação; atuação intersetorial, nos diferentes níveis de com-


st

„ Saúde; plexidade, para atender às necessidades específicas


gu

„ Educação; da pessoa com deficiência;


„ Moradia; V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
„ Trabalho; pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
„ Assistente Social; respeitadas a organização das Redes de Atenção à
„ Previdência Social; Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do
„ Cultura, esporte, turismo e lazer; Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 16 Nos programas e serviços de habilitação e
„ Transporte;
de reabilitação para a pessoa com deficiência, são
„ Mobilidade;
garantidos:
„ Acessibilidade.
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recur-
sos para atender às características de cada pessoa
Do Direito à Vida com deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10 ao III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os demais materiais e equipamentos adequados e apoio técni-
direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum outro. O co profissional, de acordo com as especificidades de
166 direito à vida é inviolável, sendo, inclusive, garantido cada pessoa com deficiência;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IV - capacitação continuada de todos os profissio- IV - campanhas de vacinação;
nais que participem dos programas e serviços. V - atendimento psicológico, inclusive para seus
Art. 17 Os serviços do SUS e do Suas deverão pro- familiares e atendentes pessoais;
mover ações articuladas para garantir à pessoa VI - respeito à especificidade, à identidade de gêne-
com deficiência e sua família a aquisição de infor- ro e à orientação sexual da pessoa com deficiência;
mações, orientações e formas de acesso às políticas VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direi-
públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar to à fertilização assistida;
sua plena participação social. VIII - informação adequada e acessível à pessoa
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput com deficiência e a seus familiares sobre sua con-
deste artigo podem fornecer informações e orienta- dição de saúde;
ções nas áreas de saúde, de educação, de cultura, IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o
de esporte, de lazer, de transporte, de previdência desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais;
social, de assistência social, de habitação, de tra- X - promoção de estratégias de capacitação permanen-
balho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito, te das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis
de promoção, proteção e defesa de direitos e nas de atenção, no atendimento à pessoa com deficiência,
demais áreas que possibilitem à pessoa com defi- bem como orientação a seus atendentes pessoais;
ciência exercer sua cidadania. XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares
de locomoção, medicamentos, insumos e fórmu-
Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques- las nutricionais, conforme as normas vigentes do
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste- Ministério da Saúde.
ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento § 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos às instituições privadas que participem de forma
responsáveis por prestar informações e orientações complementar do SUS ou que recebam recursos
adequadas com relação às políticas públicas dispo- públicos para sua manutenção.
níveis, de modo a favorecer a plena participação das Art. 19 Compete ao SUS desenvolver ações destina-
pessoas com deficiência. das à prevenção de deficiências por causas evitá-
veis, inclusive por meio de:
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do
Do Direito à Saúde
puerpério, com garantia de parto humanizado e
seguro;
O direito à saúde encontra-se estabelecido nos II - promoção de práticas alimentares adequadas e
arts. 18 a 26. Trata-se de um direito universal, pois saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, pre-
estabelece garantias às pessoas de modo geral, estan- venção e cuidado integral dos agravos relacionados
do, também, arrolado na Constituição Federal como à alimentação e nutrição da mulher e da criança;
um direito social. III - aprimoramento e expansão dos programas de
Salienta-se que o direito à saúde da pessoa com imunização e de triagem neonatal;
deficiência contempla o acesso a um atendimento IV - identificação e controle da gestante de alto
integral, ou seja, em todos os níveis de complexidade, risco.
seja de caráter preventivo ou para fins de tratamento, Art. 20 As operadoras de planos e seguros privados
8

sem qualquer discriminação ou custos adicionais, com de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com
-2

direito ao acompanhante, em ambientes acessíveis, deficiência, no mínimo, todos os serviços e produ-


77

sem se submeter a qualquer tipo de discriminação ou tos ofertados aos demais clientes.
.7

violência, estabelecendo, portanto, o acesso igualitário. Art. 21 Quando esgotados os meios de atenção à
86

saúde da pessoa com deficiência no local de resi-


.8

dência, será prestado atendimento fora de domi-


39

Art. 18 É assegurada atenção integral à saúde da


pessoa com deficiência em todos os níveis de com- cílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
-1

plexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso garantidos o transporte e a acomodação da pessoa
o

universal e igualitário. com deficiência e de seu acompanhante.


av

§ 1º É assegurada a participação da pessoa com Art. 22 À pessoa com deficiência internada ou em


st

deficiência na elaboração das políticas de saúde a observação é assegurado o direito a acompanhante


gu

ela destinadas. ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a insti-


o

§ 2º É assegurado atendimento segundo normas tuição de saúde proporcionar condições adequadas


av

éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação para sua permanência em tempo integral.
st

dos profissionais de saúde e contemplarão aspec- § 1º Na impossibilidade de permanência do acom-


gu

tos relacionados aos direitos e às especificidades da panhante ou do atendente pessoal junto à pessoa
pessoa com deficiência, incluindo temas como sua com deficiência, cabe ao profissional de saúde res-
dignidade e autonomia. ponsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no
pessoa com deficiência, especialmente em serviços § 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde
de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida deve adotar as providências cabíveis para suprir
capacitação inicial e continuada. a ausência do acompanhante ou do atendente
LEGISLAÇÕES

§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destina- pessoal.


dos à pessoa com deficiência devem assegurar: Art. 23 São vedadas todas as formas de discrimi-
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados nação contra a pessoa com deficiência, inclusive
por equipe multidisciplinar; por meio de cobrança de valores diferenciados por
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre planos e seguros privados de saúde, em razão de
que necessários, para qualquer tipo de deficiência, sua condição.
inclusive para a manutenção da melhor condição Art. 24 É assegurado à pessoa com deficiência o
de saúde e qualidade de vida; acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, trata- privados, e às informações prestadas e recebidas,
mento ambulatorial e internação; por meio de recursos de tecnologia assistiva e de 167
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
todas as formas de comunicação previstas no inci- condições de igualdade, promovendo a conquista e
so V do art. 3º desta Lei. o exercício de sua autonomia;
Art. 25 Os espaços dos serviços de saúde, tanto IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como
públicos quanto privados, devem assegurar o aces- primeira língua e na modalidade escrita da língua
so da pessoa com deficiência, em conformidade portuguesa como segunda língua, em escolas e
com a legislação em vigor, mediante a remoção classes bilíngues e em escolas inclusivas;
de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, V - adoção de medidas individualizadas e coletivas
de ambientação de interior e de comunicação que em ambientes que maximizem o desenvolvimento
atendam às especificidades das pessoas com defi- acadêmico e social dos estudantes com deficiência,
ciência física, sensorial, intelectual e mental. favorecendo o acesso, a permanência, a participa-
Art. 26 Os casos de suspeita ou de confirmação de ção e a aprendizagem em instituições de ensino;
violência praticada contra a pessoa com deficiên- VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de
cia serão objeto de notificação compulsória pelos novos métodos e técnicas pedagógicas, de mate-
serviços de saúde públicos e privados à autoridade riais didáticos, de equipamentos e de recursos de
policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos tecnologia assistiva;
dos Direitos da Pessoa com Deficiência. VII - planejamento de estudo de caso, de elabora-
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consi- ção de plano de atendimento educacional especia-
dera-se violência contra a pessoa com deficiência lizado, de organização de recursos e serviços de
qualquer ação ou omissão, praticada em local acessibilidade e de disponibilização e usabilidade
público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
sofrimento físico ou psicológico. VIII - participação dos estudantes com deficiência e
de suas famílias nas diversas instâncias de atuação
Do Direito à Educação da comunidade escolar;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cultu-
O direito à educação está previsto nos arts. 27 ao
rais, vocacionais e profissionais, levando-se em
30, além de fazer parte do rol dos direitos sociais, pre- conta o talento, a criatividade, as habilidades e os
vistos no art. 6º da Constituição Federal, de 1988. interesses do estudante com deficiência;
Na Lei nº 13.146, de 2015, o direito à educação X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos
deve ser garantido por meio de um sistema educa- programas de formação inicial e continuada de
cional inclusivo, que deve atender, com qualidade professores e oferta de formação continuada para
e de modo satisfatório, as pessoas com deficiência. O o atendimento educacional especializado;
objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação XI - formação e disponibilização de professores
dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que para o atendimento educacional especializado, de
advenham dessa condição e favorecer a sua integra- tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér-
ção na comunidade. pretes e de profissionais de apoio;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e
de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma
Dica a ampliar habilidades funcionais dos estudantes,
É a escola que deve se adaptar ao aluno, bus- promovendo sua autonomia e participação;
8
-2

XIII - acesso à educação superior e à educação pro-


cando compreender suas necessidades e carac-
77

fissional e tecnológica em igualdade de oportunida-


terísticas e não o contrário.
.7

des e condições com as demais pessoas;


86

XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos


Art. 27 A educação constitui direito da pessoa com
.8

de nível superior e de educação profissional técnica


deficiência, assegurados sistema educacional inclusi-
39

e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com


vo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda
-1

deficiência nos respectivos campos de conhecimento;


a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvi- XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualda-
o

mento possível de seus talentos e habilidades físicas, de de condições, a jogos e a atividades recreativas,
av

sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas carac- esportivas e de lazer, no sistema escolar;
st

terísticas, interesses e necessidades de aprendizagem. XVI - acessibilidade para todos os estudantes, tra-
gu

Parágrafo único. É dever do Estado, da família, balhadores da educação e demais integrantes da


o

da comunidade escolar e da sociedade assegurar comunidade escolar às edificações, aos ambientes e


av

educação de qualidade à pessoa com deficiência, às atividades concernentes a todas as modalidades,


st

colocando-a a salvo de toda forma de violência, etapas e níveis de ensino;


gu

negligência e discriminação. XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;


Art. 28 Incumbe ao poder público assegurar, criar, XVIII - articulação intersetorial na implementação
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar de políticas públicas.
e avaliar: § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o
e modalidades, bem como o aprendizado ao longo disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII,
de toda a vida; XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo,
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de
visando a garantir condições de acesso, permanên- qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades
cia, participação e aprendizagem, por meio da oferta e matrículas no cumprimento dessas determinações.
de serviços e de recursos de acessibilidade que elimi- § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes
nem as barreiras e promovam a inclusão plena; da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste
III - projeto pedagógico que institucionalize o aten- artigo, deve-se observar o seguinte:
dimento educacional especializado, assim como os I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na
demais serviços e adaptações razoáveis, para aten- educação básica devem, no mínimo, possuir ensi-
der às características dos estudantes com deficiên- no médio completo e certificado de proficiência na
168 cia e garantir o seu pleno acesso ao currículo em Libras; (Vigência)
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II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando III - em caso de edificação multifamiliar, garantia
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas
aula dos cursos de graduação e pós-graduação, unidades habitacionais no piso térreo e de acessibi-
devem possuir nível superior, com habilitação, lidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
prioritariamente, em Tradução e Interpretação em IV - disponibilização de equipamentos urbanos
Libras. (Vigência) comunitários acessíveis;
Art. 29 (VETADO). V - elaboração de especificações técnicas no projeto
Art. 30 Nos processos seletivos para ingresso e per- que permitam a instalação de elevadores.
manência nos cursos oferecidos pelas instituições § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste
de ensino superior e de educação profissional e tec- artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência
nológica, públicas e privadas, devem ser adotadas beneficiária apenas uma vez.
as seguintes medidas: § 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiên- de financiamento devem ser compatíveis com os rendi-
cia nas dependências das Instituições de Ensino mentos da pessoa com deficiência ou de sua família.
Superior (IES) e nos serviços; § 3º Caso não haja pessoa com deficiência interes-
sada nas unidades habitacionais reservadas por
II - disponibilização de formulário de inscrição de
força do disposto no inciso I do caput deste artigo,
exames com campos específicos para que o candi-
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas
dato com deficiência informe os recursos de acessi-
às demais pessoas.
bilidade e de tecnologia assistiva necessários para
Art. 33 Ao poder público compete:
sua participação;
I - adotar as providências necessárias para o cum-
III - disponibilização de provas em formatos acessí-
primento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
veis para atendimento às necessidades específicas
II - divulgar, para os agentes interessados e benefi-
do candidato com deficiência; ciários, a política habitacional prevista nas legisla-
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e ções federal, estaduais, distrital e municipais, com
de tecnologia assistiva adequados, previamente soli- ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.
citados e escolhidos pelo candidato com deficiência;
V - dilação de tempo, conforme demanda apresen- Do Direito ao Trabalho
tada pelo candidato com deficiência, tanto na reali-
zação de exame para seleção quanto nas atividades O direito ao trabalho, disciplinado nos arts. 34
acadêmicas, mediante prévia solicitação e compro- e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso.
vação da necessidade; Como consequência, permite-se que a pessoa com
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escri- deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto
tas, discursivas ou de redação que considerem a sin- à profissão ou ao trabalho que deseja desempenhar.
gularidade linguística da pessoa com deficiência, no
domínio da modalidade escrita da língua portuguesa;
Disposições Gerais
VII - tradução completa do edital e de suas retifica-
ções em Libras.
Art. 34 A pessoa com deficiência tem direito ao tra-
balho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente
Do Direito à Moradia acessível e inclusivo, em igualdade de oportunida-
8
-2

des com as demais pessoas.


77

O direito à moradia, cuja previsão encontra- § 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado
.7

-se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir
86

máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi- ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
.8

ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla- § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igual-
39

ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao dade de oportunidades com as demais pessoas, a
-1

Poder Público sua promoção e efetiva concretização. condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
igual remuneração por trabalho de igual valor.
o
av

Art. 31 A pessoa com deficiência tem direito à moradia § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
deficiência e qualquer discriminação em razão
st

digna, no seio da família natural ou substituta, com


gu

de sua condição, inclusive nas etapas de recruta-


seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou
mento, seleção, contratação, admissão, exames
em moradia para a vida independente da pessoa com
o

admissional e periódico, permanência no emprego,


av

deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.


ascensão profissional e reabilitação profissional,
st

§ 1º O poder público adotará programas e ações


bem como exigência de aptidão plena.
gu

estratégicas para apoiar a criação e a manutenção


§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à partici-
de moradia para a vida independente da pessoa
pação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação
com deficiência. continuada, planos de carreira, promoções, bonifi-
§ 2º A proteção integral na modalidade de residên- cações e incentivos profissionais oferecidos pelo
cia inclusiva será prestada no âmbito do Suas à empregador, em igualdade de oportunidades com
pessoa com deficiência em situação de dependência os demais empregados.
que não disponha de condições de autossustenta- § 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência
LEGISLAÇÕES

bilidade, com vínculos familiares fragilizados ou acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.


rompidos. Art. 35 É finalidade primordial das políticas públi-
Art. 32 Nos programas habitacionais, públicos ou cas de trabalho e emprego promover e garantir
subsidiados com recursos públicos, a pessoa com condições de acesso e de permanência da pessoa
deficiência ou o seu responsável goza de priorida- com deficiência no campo de trabalho.
de na aquisição de imóvel para moradia própria, Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
observado o seguinte: empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das o cooperativismo e o associativismo, devem prever a
unidades habitacionais para pessoa com deficiência; participação da pessoa com deficiência e a disponibili-
II - (VETADO); zação de linhas de crédito, quando necessárias. 169
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Do Direito à Assistência Social Art. 42 A pessoa com deficiência tem direito à cul-
tura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade
O direito à assistência social encontra-se con- de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe
templado nos arts. 39 e 40, além de fazer parte do rol garantido o acesso:
dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição I - a bens culturais em formato acessível;
Federal de 1988. II - a programas de televisão, cinema, teatro e
A assistência social faz parte do subsistema da outras atividades culturais e desportivas em for-
Seguridade Social, juntamente com a saúde e a previ- mato acessível; e
dência social. Por assistência social entende-se o con- III - a monumentos e locais de importância cultural
junto de medidas institucionalizadas de assistência e a espaços que ofereçam serviços ou eventos cultu-
gratuita a ser prestada a quem dela necessitar. rais e esportivos.
São seus objetivos: habilitar e reabilitar as pessoas § 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual
com deficiência; reintegrá-las à vida comunitária; em formato acessível à pessoa com deficiência, sob
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de
garantir um benefício mensal àqueles que não têm
proteção dos direitos de propriedade intelectual.
meios de prover a sua manutenção (hipossuficiente).
§ 2º O poder público deve adotar soluções desti-
Veja os artigos em sua literalidade:
nadas à eliminação, à redução ou à superação de
Art. 39 Os serviços, os programas, os projetos e os barreiras para a promoção do acesso a todo patri-
benefícios no âmbito da política pública de assis- mônio cultural, observadas as normas de acessi-
tência social à pessoa com deficiência e sua família bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio
têm como objetivo a garantia da segurança de ren- histórico e artístico nacional.
da, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do Art. 43 O poder público deve promover a participa-
desenvolvimento da autonomia e da convivência ção da pessoa com deficiência em atividades artísti-
familiar e comunitária, para a promoção do acesso cas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas,
a direitos e da plena participação social. com vistas ao seu protagonismo, devendo:
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiên- I - incentivar a provisão de instrução, de treinamen-
cia, nos termos do caput deste artigo, deve envol- to e de recursos adequados, em igualdade de opor-
ver conjunto articulado de serviços do âmbito tunidades com as demais pessoas;
da Proteção Social Básica e da Proteção Social II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos
Especial, ofertados pelo Suas, para a garantia de e nos serviços prestados por pessoa ou entidade
envolvida na organização das atividades de que
seguranças fundamentais no enfrentamento de situa-
trata este artigo; e
ções de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de
III - assegurar a participação da pessoa com deficiên-
vínculos e ameaça ou violação de direitos.
cia em jogos e atividades recreativas, esportivas, de
§ 2º Os serviços socioassistenciais destina-
lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema esco-
dos à pessoa com deficiência em situação de
lar, em igualdade de condições com as demais pessoas.
dependência deverão contar com cuidadores Art. 44 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,
sociais para prestar-lhe cuidados básicos e ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con-
instrumentais. ferências e similares, serão reservados espaços
Art. 40 É assegurado à pessoa com deficiência que
8

livres e assentos para a pessoa com deficiência, de


-2

não possua meios para prover sua subsistência acordo com a capacidade de lotação da edificação,
77

nem de tê-la provida por sua família o benefício observado o disposto em regulamento.
.7

mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da § 1º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
86

Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. go devem ser distribuídos pelo recinto em locais
.8

diversos, de boa visibilidade, em todos os setores,


39

Do Direito à Previdência Social próximos aos corredores, devidamente sinalizados,


-1

evitando-se áreas segregadas de público e obstru-


O direito à previdência social, também integrante ção das saídas, em conformidade com as normas
o

do subsistema da Seguridade Social, encontra-se previs-


av

de acessibilidade.
to no art. 41. Trata de garantir à pessoa com deficiência
st

§ 2º No caso de não haver comprovada procura


gu

segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) pelos assentos reservados, esses podem, excepcio-
o direito à aposentadoria nos termos da Lei Comple- nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência
o

ou que não tenham mobilidade reduzida, observa-


av

mentar nº 142 de 8 de maio de 2013 — redução de até


10 (dez) anos de contribuição, conforme o grau da defi- do o disposto em regulamento.
st

§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este arti-


gu

ciência aferido em avaliação médica e social.


go devem situar-se em locais que garantam a aco-
Art. 41 A pessoa com deficiência segurada do Regi- modação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
me Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº da, resguardado o direito de se acomodar proxima-
142, de 8 de maio de 2013. mente a grupo familiar e comunitário.
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saí-
Lazer das de emergência acessíveis, conforme padrões
das normas de acessibilidade, a fim de permitir
a saída segura da pessoa com deficiência ou com
O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao
mobilidade reduzida, em caso de emergência.
lazer está estabelecido nos arts. 42 ao 45, tendo, como
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no
um de seus principais objetivos, a promoção isonômi- caput deste artigo devem atender às normas de
ca à inclusão e participação da pessoa com deficiência acessibilidade em vigor.
na vida em sociedade em todos os seus aspectos. § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas
Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa
170 maior pelo ingresso de pessoas com deficiência. com deficiência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiên- ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por
cia não poderá ser superior ao valor cobrado das todas as pessoas.
demais pessoas. § 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput
Art. 45 Os hotéis, pousadas e similares devem ser deste artigo devem dispor de sistema de comunica-
construídos observando-se os princípios do dese- ção acessível que disponibilize informações sobre
nho universal, além de adotar todos os meios de todos os pontos do itinerário.
acessibilidade, conforme legislação em vigor. § 2º São asseguradas à pessoa com deficiência priori-
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão dis- dade e segurança nos procedimentos de embarque e de
ponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de desembarque nos veículos de transporte coletivo, de
seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, acordo com as normas técnicas.
1 (uma) unidade acessível. § 3º Para colocação do símbolo internacional de
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste arti- acesso nos veículos, as empresas de transporte
go deverão ser localizados em rotas acessíveis. coletivo de passageiros dependem da certificação
de acessibilidade emitida pelo gestor público res-
Do Direito ao Transporte e à Mobilidade ponsável pela prestação do serviço.
Art. 49 As empresas de transporte de fretamento e
O direito ao transporte e à mobilidade está disci- de turismo, na renovação de suas frotas, são obri-
plinado nos arts. 46 ao 52. Tal direito objetiva comba- gadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48
ter, de modo concreto, a manifestação de barreiras na desta Lei. (Vigência)
vida da pessoa com deficiência. Art. 50 O poder público incentivará a fabricação de veí-
culos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans,
Art. 46 O direito ao transporte e à mobilidade da de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi- Art. 51 As frotas de empresas de táxi devem reser-
da será assegurado em igualdade de oportunidades var 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis
com as demais pessoas, por meio de identificação à pessoa com deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de
e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras 2019) (Vigência)
ao seu acesso. § 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de ou de valores adicionais pelo serviço de táxi presta-
transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, do à pessoa com deficiência.
em todas as jurisdições, consideram-se como inte- § 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos
grantes desses serviços os veículos, os terminais, as fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos
estações, os pontos de parada, o sistema viário e a veículos a que se refere o caput deste artigo.
prestação do serviço. Art. 52 As locadoras de veículos são obrigadas a
oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pes-
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições des-
soa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
ta Lei, sempre que houver interação com a matéria
veículos de sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, de
nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a
2019) (Vigência)
autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no
de serviços de transporte coletivo. mínimo, câmbio automático, direção hidráulica,
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de vidros elétricos e comandos manuais de freio e de
8

acesso nos veículos, as empresas de transporte embreagem.


-2

coletivo de passageiros dependem da certificação


77

de acessibilidade emitida pelo gestor público res-


Da Acessibilidade
.7

ponsável pela prestação do serviço.


86

Art. 47 Em todas as áreas de estacionamento aberto


O direito à acessibilidade encontra-se previsto
.8

ao público, de uso público ou privado de uso coletivo


39

nos arts. 53 ao 62. Seu objetivo é conceder igualdade


e em vias públicas, devem ser reservadas vagas pró-
-1

de condições e acesso, liberdade, autonomia e inde-


ximas aos acessos de circulação de pedestres, devi-
pendência às pessoas com deficiência, competindo ao
o

damente sinalizadas, para veículos que transportem


av

pessoa com deficiência com comprometimento de


Poder Público amoldar e adaptar todas as suas esfe-
ras com o objetivo de garantir tratamento igualitário
st

mobilidade, desde que devidamente identificados.


gu

§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garan- barreiras impostas a elas.
o
av

tida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada


Art. 53 A acessibilidade é direito que garante à pes-
st

e com as especificações de desenho e traçado de acordo


soa com deficiência ou com mobilidade reduzida
gu

com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.


§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas viver de forma independente e exercer seus direitos
de cidadania e de participação social.
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a cre-
Art. 54 São sujeitas ao cumprimento das dispo-
dencial de beneficiário, a ser confeccionada e for-
sições desta Lei e de outras normas relativas à
necida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão
acessibilidade, sempre que houver interação com a
suas características e condições de uso.
matéria nela regulada:
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanís-
LEGISLAÇÕES

artigo sujeita os infratores às sanções previstas no tico ou de comunicação e informação, a fabricação


inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setem- de veículos de transporte coletivo, a prestação do
bro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) . respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
vinculada à pessoa com deficiência que possui com- II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão,
prometimento de mobilidade e é válida em todo o autorização ou habilitação de qualquer natureza;
território nacional. III - a aprovação de financiamento de projeto com
Art. 48 Os veículos de transporte coletivo terrestre, utilização de recursos públicos, por meio de renún-
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os cia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou ins-
portos e os terminais em operação no País devem trumento congênere; e 171
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IV - a concessão de aval da União para obtenção de Art. 60 Orientam-se, no que couber, pelas regras de
empréstimo e de financiamento internacionais por acessibilidade previstas em legislação e em normas
entes públicos ou privados. técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de
Art. 55 A concepção e a implantação de projetos 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257, de 10 de julho
que tratem do meio físico, de transporte, de infor- de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 :
mação e comunicação, inclusive de sistemas e tec- I - os planos diretores municipais, os planos dire-
nologias da informação e comunicação, e de outros tores de transporte e trânsito, os planos de mobi-
serviços, equipamentos e instalações abertos ao lidade urbana e os planos de preservação de sítios
público, de uso público ou privado de uso coleti- históricos elaborados ou atualizados a partir da
vo, tanto na zona urbana como na rural, devem publicação desta Lei;
atender aos princípios do desenho universal, tendo II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis
como referência as normas de acessibilidade. de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário;
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
regra de caráter geral. IV - as atividades de fiscalização e a imposição de
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o sanções; e
desenho universal não possa ser empreendido, deve V - a legislação referente à prevenção contra incên-
ser adotada adaptação razoável. dio e pânico.
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclu- § 1º A concessão e a renovação de alvará de fun-
são de conteúdos temáticos referentes ao desenho cionamento para qualquer atividade são condicio-
universal nas diretrizes curriculares da educação nadas à observação e à certificação das regras de
profissional e tecnológica e do ensino superior e na acessibilidade.
formação das carreiras de Estado. § 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilita-
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pes- ção equivalente e sua renovação, quando esta tiver
quisa a serem desenvolvidos com o apoio de orga- sido emitida anteriormente às exigências de acessi-
nismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências bilidade, é condicionada à observação e à certifica-
de fomento deverão incluir temas voltados para o ção das regras de acessibilidade.
desenho universal. Art. 61 A formulação, a implementação e a manu-
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas tenção das ações de acessibilidade atenderão às
deverão considerar a adoção do desenho universal. seguintes premissas básicas:
Art. 56 A construção, a reforma, a ampliação ou a I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e
mudança de uso de edificações abertas ao público, reserva de recursos para implementação das ações; e
de uso público ou privadas de uso coletivo deverão II - planejamento contínuo e articulado entre os
ser executadas de modo a serem acessíveis. setores envolvidos.
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das Art. 62 É assegurado à pessoa com deficiência,
atividades de Engenharia, de Arquitetura e correla- mediante solicitação, o recebimento de contas,
tas, ao anotarem a responsabilidade técnica de pro- boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos
jetos, devem exigir a responsabilidade profissional em formato acessível.
declarada de atendimento às regras de acessibili-
dade previstas em legislação e em normas técnicas Do Acesso à Informação e à Comunicação
pertinentes.
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emis-
8

O direito ao acesso à informação e à comunica-


-2

são de certificado de projeto executivo arquitetô-


ção está disposto nos arts. 63 ao 73 da Lei. Trata-se de
77

nico, urbanístico e de instalações e equipamentos


temporários ou permanentes e para o licenciamen- dispositivos cujo escopo é ampliar a ideia de acessibi-
.7

to ou a emissão de certificado de conclusão de obra lidade à informação, de maneira a contemplar qual-


86

ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às quer serviço ou produto.


.8

regras de acessibilidade.
39

§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade Art. 63 É obrigatória a acessibilidade nos sítios
-1

de edificação ou de serviço, determinará a coloca- da internet mantidos por empresas com sede ou
o

ção, em espaços ou em locais de ampla visibilidade, representação comercial no País ou por órgãos
av

do símbolo internacional de acesso, na forma pre- de governo, para uso da pessoa com deficiência,
st

vista em legislação e em normas técnicas correlatas. garantindo-lhe acesso às informações disponíveis,


gu

Art. 57 As edificações públicas e privadas de uso conforme as melhores práticas e diretrizes de aces-
coletivo já existentes devem garantir acessibilidade sibilidade adotadas internacionalmente.
o
av

à pessoa com deficiência em todas as suas depen- § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilida-
de em destaque.
st

dências e serviços, tendo como referência as nor-


gu

mas de acessibilidade vigentes. § 2º Telecentros comunitários que receberem


Art. 58 O projeto e a construção de edificação de uso recursos públicos federais para seu custeio ou sua
privado multifamiliar devem atender aos preceitos de instalação e lan houses devem possuir equipamen-
acessibilidade, na forma regulamentar (Regulamento) tos e instalações acessíveis.
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o
pelo projeto e pela construção das edificações a que § 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10%
se refere o caput deste artigo devem assegurar (dez por cento) de seus computadores com recur-
percentual mínimo de suas unidades internamente sos de acessibilidade para pessoa com deficiência
acessíveis, na forma regulamentar. visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equi-
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para pamento, quando o resultado percentual for infe-
a aquisição de unidades internamente acessíveis a rior a 1 (um).
que se refere o § 1º deste artigo. Art. 64 A acessibilidade nos sítios da internet de
Art. 59 Em qualquer intervenção nas vias e nos que trata o art. 63 desta Lei deve ser observada
espaços públicos, o poder público e as empresas para obtenção do financiamento de que trata o inci-
concessionárias responsáveis pela execução das so III do art. 54 desta Lei.
obras e dos serviços devem garantir, de forma segu- Art. 65 As empresas prestadoras de serviços de tele-
ra, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessi- comunicações deverão garantir pleno acesso à pessoa
172 bilidade das pessoas, durante e após sua execução. com deficiência, conforme regulamentação específica.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 66 Cabe ao poder público incentivar a oferta de auxílio à pesquisa devem contemplar temas volta-
aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com aces- dos à tecnologia assistiva.
sibilidade que, entre outras tecnologias assistivas, Art. 73 Caberá ao poder público, diretamente ou em
possuam possibilidade de indicação e de ampliação parceria com organizações da sociedade civil, promo-
sonoras de todas as operações e funções disponíveis. ver a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras,
Art. 67 Os serviços de radiodifusão de sons e ima- de guias intérpretes e de profissionais habilitados em
gens devem permitir o uso dos seguintes recursos, Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem.
entre outros:
I - subtitulação por meio de legenda oculta; Da Tecnologia Assistiva
II - janela com intérprete da Libras;
III - audiodescrição.
Os arts. 74 e 75 referem-se à tecnologia assistiva,
Art. 68 O poder público deve adotar mecanis-
mos de incentivo à produção, à edição, à difusão, conceituando-a como qualquer forma de apoio neces-
à distribuição e à comercialização de livros em sário à promoção da autonomia e independência da
formatos acessíveis, inclusive em publicações da pessoa com deficiência. Cabe ao Poder Público a res-
administração pública ou financiadas com recur- ponsabilidade de desenvolver um plano específico de
sos públicos, com vistas a garantir à pessoa com medidas, a ser renovado no período de quatro anos,
deficiência o direito de acesso à leitura, à informa- para facilitar a criação e promoção dessas tecnologias.
ção e à comunicação. Além disso, tais procedimentos deverão ser avaliados,
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive pelo menos, a cada dois anos.
para o abastecimento ou a atualização de acervos
de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de Art. 74 É garantido à pessoa com deficiência acesso
educação e de bibliotecas públicas, o poder público a produtos, recursos, estratégias, práticas, proces-
deverá adotar cláusulas de impedimento à partici- sos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que
pação de editoras que não ofertem sua produção maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e
também em formatos acessíveis. qualidade de vida.
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos Art. 75 O poder público desenvolverá plano especí-
digitais que possam ser reconhecidos e acessados fico de medidas, a ser renovado em cada período de
por softwares leitores de telas ou outras tecnolo- 4 (quatro) anos, com a finalidade de: (Regulamento)
gias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclu-
leitura com voz sintetizada, ampliação de caracte-
sive com oferta de linhas de crédito subsidiadas,
res, diferentes contrastes e impressão em Braille.
específicas para aquisição de tecnologia assistiva;
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos
adaptação e a produção de artigos científicos em
de importação de tecnologia assistiva, especial-
formato acessível, inclusive em Libras.
mente as questões atinentes a procedimentos alfan-
Art. 69 O poder público deve assegurar a disponi-
degários e sanitários;
bilidade de informações corretas e claras sobre os
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à pro-
diferentes produtos e serviços ofertados, por quais-
quer meios de comunicação empregados, inclusi- dução nacional de tecnologia assistiva, inclusive por
ve em ambiente virtual, contendo a especificação meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e
correta de quantidade, qualidade, características, de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
8

IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia pro-


-2

composição e preço, bem como sobre os eventuais


dutiva e de importação de tecnologia assistiva;
77

riscos à saúde e à segurança do consumidor com


deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de
.7

no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
86

de setembro de 1990 . produtos distribuídos no âmbito do SUS e por


.8

§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anún- outros órgãos governamentais.


39

cios publicitários veiculados na imprensa escrita, Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto
-1

na internet, no rádio, na televisão e nos demais neste artigo, os procedimentos constantes do plano
o

veículos de comunicação abertos ou por assinatura específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
av

devem disponibilizar, conforme a compatibilidade menos, a cada 2 (dois) anos.


st

do meio, os recursos de acessibilidade de que trata


gu

o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do pro- Do Direito à Participação na Vida Pública e Política
duto ou do serviço, sem prejuízo da observância do
o
av

disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 de O direito à participação na vida pública e políti-
st

setembro de 1990 . ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
gu

§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, median- da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são
te solicitação, exemplares de bulas, prospectos,
garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei-
textos ou qualquer outro tipo de material de divul-
toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas
gação em formato acessível.
Art. 70 As instituições promotoras de congressos, de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
seminários, oficinas e demais eventos de natureza Regionais Eleitorais.
científico-cultural devem oferecer à pessoa com
deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia Art. 76 O poder público deve garantir à pessoa com
LEGISLAÇÕES

assistiva previstos no art. 67 desta Lei. deficiência todos os direitos políticos e a oportuni-
Art. 71 Os congressos, os seminários, as oficinas dade de exercê-los em igualdade de condições com
e os demais eventos de natureza científico-cultu- as demais pessoas.
ral promovidos ou financiados pelo poder público § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o
devem garantir as condições de acessibilidade e os direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
recursos de tecnologia assistiva. das seguintes ações:
Art. 72 Os programas, as linhas de pesquisa e os I - garantia de que os procedimentos, as instalações,
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de os materiais e os equipamentos para votação sejam
agências de financiamento e de órgãos e entidades apropriados, acessíveis a todas as pessoas e de fácil
integrantes da administração pública que atuem no compreensão e uso, sendo vedada a instalação de 173
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seções eleitorais exclusivas para a pessoa com z Pena de detenção é aplicada a condenações mais
deficiência; leves, uma vez que o regime inicial de cumprimento
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar- será o semiaberto. A detenção admite os regimes de
-se e a desempenhar quaisquer funções públicas em cumprimento semiaberto e aberto, não admitindo o
todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso fechado.
de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a Vamos ao estudo dos crimes:
propaganda eleitoral obrigatória e os debates trans-
mitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina-
menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei; ção de pessoa em razão de sua deficiência:
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
para tanto, sempre que necessário e a seu pedido,
permissão para que a pessoa com deficiência seja
O crime do art. 88 pode ser praticado de três
auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
modos:
§ 2º O poder público promoverá a participação da
pessoa com deficiência, inclusive quando institucio-
nalizada, na condução das questões públicas, sem z Participação direta do agente na conduta deli-
discriminação e em igualdade de oportunidades, tuosa: Aqui, o agente age de modo a discriminar a
observado o seguinte: pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está
I - participação em organizações não governamen- no verbo praticar;
tais relacionadas à vida pública e à política do País e z Participação indireta do agente na conduta deli-
em atividades e administração de partidos políticos; tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia
II - formação de organizações para representar a de que ela pratique a discriminação: Aqui, temos
pessoa com deficiência em todos os níveis; dois agentes, um que desperta a atenção de outro
III - participação da pessoa com deficiência em para a prática do crime e outro que, efetivamente,
organizações que a representem. pratica o crime. A conduta está no verbo induzir;
z Participação indireta do agente na conduta delituosa
Da Ciência e Tecnologia ao reforçar ou encorajar uma pessoa a praticar a dis-
criminação: Diferentemente da conduta de induzir,
Por último, também é estabelecido, na Lei nº 13.146, aqui, a pessoa instigada já tinha a intenção de dis-
de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele está pre- criminar, havendo apenas um reforço/encorajamen-
visto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, estimular a to. Temos, também, dois agentes, um que reforça e
criação de cursos de pós-graduação na área de tecnologia outro que pratica. A conduta está no verbo instigar.
assistiva, bem como o desenvolvimento de outras ações
com o objetivo de formar recursos humanos qualificados
Direta : praticar
.7 – CONDUTAS

e estruturar as diretrizes dessa área de conhecimento.


A partir do art. 78, inicia-se a parte especial. Nela,
constam disposições acerca do direito de acesso à Indireta : induzir
8

Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e


-2

a tipificação de determinadas condutas, como crimes


ART.88
77

ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe- Indireta : instigar


te ao Poder Público realizar as adaptações e propor-
86

cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários


.8

para a plena participação da pessoa com deficiência Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
39

no âmbito do Poder Judiciário. tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como


-1

Quanto ao reconhecimento igualitário perante a discriminação toda distinção, exclusão ou restrição


o

lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons- baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
av

tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de tar o exercício pleno de direitos.
st
gu

2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno


exercício de suas capacidades. Art. 88 [...]
o

§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-


av

ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade


st

CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS


do agente.
gu

Os crimes e as infrações administrativas estão


O parágrafo primeiro traz uma hipótese de causa
dispostos nos art. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape-
de aumento de pena. Trata-se do fato de o agente, que
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os
praticou uma das condutas elencadas, ser o responsá-
demais apresentam pena de reclusão.
vel (legal ou não) por aquele que sofreu a discrimina-
ção. O aumento de 1/3 da pena decorre da proximidade
z Detenção e reclusão são modalidades de penas e do dever de cuidado para com a pessoa com deficiên-
privativas de liberdade; cia. São exemplos: pais, tutores, curadores, guardiões,
z Pena de reclusão é aplicada a condenações mais professores, médicos, cuidadores, entre outros.
severas, por ser a única a admitir o regime inicial
de cumprimento fechado. Essa modalidade admite Art. 88 [...]
os três regimes de cumprimento: § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
te artigo é cometido por intermédio de meios de
„ Fechado; comunicação social ou de publicação de qual-
„ Semiaberto; quer natureza:
174 „ Aberto. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri- I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven-
me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou
da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de II – por aquele que se apropriou em razão de ofício
meios de comunicação social ou de publicação de ou de profissão.
qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
de, chegando ao conhecimento de um número maior O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau-
de pessoas. sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que
Atenção: A qualificadora altera o patamar da pena praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa
(penas mínima e máxima constantes do tipo penal — com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro-
preceito secundário) em razão de novas elementares fissão para o cometimento do crime.
acrescentadas, o que faz com que ele seja um tipo
derivado autônomo ou independente. Por outro lado, Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em
a causa de aumento (majorante) é apenas uma hipóte- hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen-
se para que a pena possa ser aumentada. to ou congêneres:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e
Art. 88 [...] multa.
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi- prover as necessidades básicas de pessoa com defi-
do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena ciência quando obrigado por lei ou mandado.
de desobediência:
I – recolhimento ou busca e apreensão dos exempla- O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa com
res do material discriminatório; deficiência, de modo a dar amparo e proteção a essas
II – interdição das respectivas mensagens ou pági- pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua vida. Refe-
nas de informação na internet. re-se ao fato de o agente deixar de prestar assistência,
mesmo quando possui o dever de cuidado e proteção.
O parágrafo terceiro dispõe a consequência do O crime do art. 91 pode ser praticado por duas con-
crime cometido por intermédio de meios de comu- dutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o agente
nicação social ou de publicação de qualquer nature- fica na posse ou utiliza-se de cartão magnético ou meio
za. Trata-se de medida para evitar a propagação da eletrônico ou documento pessoal, com a finalidade
discriminação, uma vez que, verificada a ocorrência de obter vantagem indevida para si ou para outrem.
de discriminação da pessoa com deficiência por estes Exemplo: utilização de carteira de passe livre em trans-
meios, é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério porte coletivo com a intenção de não pagar a passa-
Público ou a pedido deste, determinar o recolhimento gem. Trata-se de crime mais brando do que o do art.
de todo o material em que está descrita a discrimina- 89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pessoa com
ção. No caso de divulgação em site de internet, pode-se deficiência, mas aferir vantagem com a sua situação.
determinar a retirada do ar da página ou do conteúdo. Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8°, da
Art. 88 [...] Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
8
-2

§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito soas com deficiência. Vejamos:


77

da condenação, após o trânsito em julgado da deci-


.7

são, a destruição do material apreendido. Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
86

(dois) a 5 (cinco) anos e multa:


.8

Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender, pro-
39

acontecer com o material apreendido ou bloqueado. crastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno
-1

Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou
o

tou todos os meios de defesa e não há mais recurso grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
av

cabível), todo o material apreendido será destruído. II – obstar inscrição em concurso público ou acesso
st

de alguém a qualquer cargo ou emprego público,


gu

Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven- em razão de sua deficiência;


III – negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
o

tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer


av

outro rendimento de pessoa com deficiência: ção à pessoa em razão de sua deficiência;
st

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. IV – recusar, retardar ou dificultar internação ou
gu

deixar de prestar assistência médico-hospitalar e


O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de ambulatorial à pessoa com deficiência;
V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten-
ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa
alude esta Lei;
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem,
VI – recusar, retardar ou omitir dados técnicos
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren- indispensáveis à propositura da ação civil pública
dimento da pessoa com deficiência.
LEGISLAÇÕES

objeto desta Lei, quando requisitados.


Já no desvio, o agente dá um destino diferente § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
ao bem, proventos, pensões, benefícios ou qualquer deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
outro rendimento da pessoa com deficiência. As duas agravada em 1/3 (um terço).
condutas são punidas com pena de reclusão de 1 (um) § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios
a 4 (quatro) anos. subjetivos para indeferimento de inscrição, de
aprovação e de cumprimento de estágio probatório
Art. 89 [...] em concursos públicos não exclui a responsabilida-
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um de patrimonial pessoal do administrador público
terço) se o crime é cometido: pelos danos causados. 175
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou 3. (FGV — 2019) Segundo o Estatuto do Idoso, as ins-
dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em tituições de educação superior ofertarão às pessoas
planos privados de assistência à saúde, inclusive idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida,
com cobrança de valores diferenciados. cursos e programas de:
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgên-
cia e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço). a) profissionalização;
b) graduação;
A nova redação dada ao artigo acrescentou ao inciso I c) aperfeiçoamento;
a conduta de cobrar valores adicionais por parte da insti- d) especialização;
tuição de ensino. Exemplos clássicos são as mensalida- e) extensão.
des diferenciadas para alunos autistas (com valores a
mais). O inciso II se refere à discriminação com relação 4. (FGV — 2022) Nos casos em que idosos percam
a emprego, trabalho ou promoção. O inciso III ao atendi- a condição plena do autocuidado, tornando-se pro-
mento médico e ambulatorial. O inciso IV à omissão de gressivamente mais dependentes, uma das opções
dados quando estes são essenciais à propositura de ação oferecidas pelo poder público, conforme o Estatuto
civil pública ou quando houver requisição. do Idoso, é a assistência integral na modalidade de
A Lei nº 13.146, de 2015, acrescentou parágrafos ao Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI),
art. 8º, da Lei nº 7.853, de 1989, estabelecendo causas desde que:
de aumento de pena ao crime.
Por fim, é importante mencionar que todos os cri- a) o idoso não queira permanecer junto a sua família e
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de possa arcar com os custos da internação;
Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete b) o idoso não tenha vínculo familiar ou que sua famí-
ao Ministério Público promover a ação independente- lia, ou ele próprio, não tenha condições de prover sua
mente da vontade da vítima. subsistência;
c) a família do idoso não tenha condições de mantê-lo
em seu convívio, já que nenhum dos parentes possui
capacitação e treinamento adequados;
HORA DE PRATICAR! d) o Município onde reside o idoso tenha equipamento
voltado para essa finalidade;
1. (FGV — 2022) Leonardo, 80 anos, é acamado e foi aban- e) o idoso seja beneficiário de algum programa oficial de
donado em casa sozinho pelos filhos Giulia e Giuseppe. assistência social.
Ao saber da dinâmica, Guilherme, que é vizinho do ido-
so, comunicou o fato ao Ministério Público. 5. (FGV — 2021) Leia o fragmento a seguir.

Segundo as disposições do Estatuto do Idoso: “Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos
a) Guilherme agiu corretamente, pois qualquer cidadão públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos servi-
deve comunicar violações dos direitos dos idosos; ços seletivos e especiais, quando prestados paralela-
8

b) Guilherme não poderia ter procedido dessa forma,


-2

mente aos serviços regulares.”


77

pois apenas familiares podem apresentar denúncias Estatuto do Idoso.


em nome dos idosos;
.7
86

c) Guilherme não deveria ter denunciado, e sim ingressa- Para ter acesso à gratuidade, é necessário
.8

do com ação de alimentos por Leonardo em Vara de


39

Família; a) adquirir o cartão da Metrofor.


-1

d) Guilherme não deveria ter denunciado, e sim ingressa- b) possuir vale-transporte cedido pelo CRAS.
do com ação de alimentos por Leonardo em Vara do c) apresentar qualquer documento que comprove a
o
av

Idoso; idade.
st

e) Giuseppe e Giulia podem ingressar com ação judicial d) comprovar carência financeira.
gu

contra Guilherme, pois ele não é parente do idoso e e) haver assentos preferenciais no veículo para idosos.
não poderia ter feito a denúncia.
o
av

6. (FGV — 2021) Segundo previsto no Estatuto do Idoso


st

2. (FGV — 2022) O Estatuto do Idoso estabelece que a (Lei 10.741/2003), avalie se constituem obrigações
gu

prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão das entidades de atendimento ao idoso:


efetivadas por meio
I. Fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimen-
a) de cadastramento da população idosa em base tação suficiente.
territorial. II. Oferecer atendimento personalizado.
b) de política de assistência social, em caráter supletivo, III. Propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem,
para aqueles que necessitarem. de acordo com suas crenças.
c) do Conselho Municipal do Idoso, que estabelecerá a
forma destes serviços. Está correto o que se afirma em
d) do Estado, mediante efetivação de políticas sociais
públicas. a) I, apenas.
e) da UPA mais próxima da sua residência, que fornecerá b) II, apenas.
requisição para tratamento em ambulatório, hospital c) III, apenas.
ou domicílio. d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
176
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7. (FGV — 2022) Marta, pessoa com deficiência, é parte Consoante dispõe o Estatuto da Pessoa com Deficiên-
em processo administrativo que tramita junto à Secre- cia (Lei nº 13.146/2015), o caso em tela
taria de Segurança Pública do Estado Alfa.
a) não será objeto de notificação compulsória pelo hos-
De acordo com o Estatuto da Pessoa com deficiência pital, porque se trata de unidade de saúde privada.
(Lei nº 13.146/2015), Marta b) não será objeto de notificação compulsória pelo hos-
pital, porque a violência aconteceu em local privado.
a) tem direito a receber atendimento prioritário, sobretu- c) será objeto de notificação compulsória pelo hospital
do com a finalidade de tramitação do referido proces- apenas à autoridade policial, desde que o paciente
so administrativo, em todos os atos e diligências. manifeste seu direito de representação.
b) tem direito a receber atendimento prioritário, exclusi- d) será objeto de notificação compulsória pelo hospital
vamente no momento de distribuição do referido pro- à autoridade policial e ao Ministério Público, além dos
cesso administrativo. Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
c) não tem direito a receber atendimento prioritário na e) será objeto de notificação compulsória pelo hospi-
tramitação do referido processo administrativo, mas tal apenas à unidade de saúde mental mais próxima,
seu prazo recursal é contato em dobro. independentemente de o paciente manifestar seu
d) não tem direito a receber atendimento prioritário na direito de representação.
tramitação do referido processo administrativo, mas é
isenta de custas processuais. 10. (FGV — 2022) A respeito da inclusão da pessoa com
e) tem direito a receber atendimento prioritário, de deficiência no trabalho, avalie as afirmativas a seguir.
maneira que o referido processo administrativo seja
concluído no prazo máximo de 30 (trinta) dias, per- I. Deve ser oferecido aconselhamento e apoio aos
mitida uma única prorrogação. empregadores, com vistas à definição de estra-
tégias de inclusão e de superação de barreiras,
8. (FGV — 2022) O Estatuto da Pessoa com Deficiência, inclusive atitudinais.
como ficou conhecida a Lei nº 13.146/2015, repre- II. Deve ser avaliada a possibilidade de participação de
senta relevante instrumento para a consolidação da organizações da sociedade civil.
proteção da dignidade da pessoa portadora de defi- III. Deve ser dada prioridade ao atendimento da pessoa
ciência psíquica, anatômica ou fisiológica, buscando a com deficiência com maior dificuldade de inserção no
inclusão social e a diminuição das barreiras para inte- campo de trabalho.
gração à vida social. A curatela passa, assim, a assu-
mir caráter excepcional, aplicada apenas quando e na Está correto o que se afirma em
medida da necessidade.
a) I, apenas.
Sobre a matéria, é correto afirmar que: b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
a) com a nova sistemática introduzida pela Lei nº d) II e III, apenas.
13.146/2015, não se aplicam os impedimentos matri- e) I, II e III.
8
-2

moniais às pessoas portadoras de deficiência mental;


77

b) o casamento contraído pelo incapaz de consentir ou 11. (FGV — 2019) A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
.7

manifestar sua vontade, de modo inequívoco, é nulo com Deficiência estabelece que em todas as áreas de
86

por ter assento em razões de ordem pública; estacionamento aberto ao público, de uso público ou
.8

c) o curador, cônjuge do curatelado, tem o dever de pres- privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser
39

tar contas da administração dos bens do curatelado, reservadas vagas próximas aos acessos de circulação
-1

qualquer que seja o regime de bens do casamento; de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos
o

d) a tomada de decisão apoiada introduzida pela Lei nº que transportem pessoa com deficiência com com-
av

13.146/2015 constitui um novo modelo jurídico de prometimento de mobilidade, desde que devidamente
st

índole promocional das pessoas com deficiência, que identificados.


gu

reconhece a possibilidade de qualquer pessoa res-


ponsabilizar-se, de acordo com suas possibilidades,
o

Nesse contexto, a mencionada lei dispõe que:


av

por seus atos. Por sua relevância, a medida pode ser


st

instituída de ofício pelo juiz; a) os veículos estacionados nas vagas reservadas não
gu

e) apesar de desejável, a fixação da curatela compar- podem ser obrigados a exibir, em local de ampla visi-
tilhada só deve ocorrer quando ambos os reque- bilidade, a credencial de beneficiário, a ser confec-
rentes apresentarem interesse no exercício da cionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, para não
curatela, revelarem-se aptos ao exercício do munus e serem estereotipados;
as circunstâncias fáticas evidenciarem que a medida b) as citadas vagas devem equivaler a 2% (dois por
é a que melhor resguarda os interesses do curatelado. cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga
devidamente sinalizada e com as especificações de
LEGISLAÇÕES

9. (FGV — 2022) Médicos do hospital particular Alfa desenho e traçado de acordo com as normas técnicas
atenderam, na emergência, João, pessoa com defi- vigentes de acessibilidade;
ciência, e constataram que o paciente foi vítima de c) as frotas de empresas de táxi devem reservar 1%
violência praticada em razão de sua deficiência men- (um por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa
tal. A violência consistiu em ação praticada em local com deficiência e os veículos que estejam efetiva-
privado, que causou danos, bem como sofrimento físi- mente transportando pessoa com deficiência terão
co e psicológico em João. prioridade nas citadas vagas;

177
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adi- d) Estacionar o veículo na pista de rolamento das estra-
cionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com das, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das
deficiência é permitida, com o escopo de assegu- vias dotadas de acostamento.
rar e custear as adaptações tecnológicas necessárias e) Ficar o condutor ou passageiro sem usar o cinto de
nos veículos; segurança.
e) o poder público deve fomentar o aumento do núme-
ro dos veículos acessíveis à pessoa com deficiên- 16. (FGV — 2019) A condução de veículos automotores
cia nas frotas de empresas de táxi, mas não pode sob a influência de álcool é considerado crime de trân-
instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar tal sito se o condutor apresentar concentração igual ou
acessibilidade. superior a

12. (FGV — 2019) João é uma criança cuja fala e mobili- a) 0,0 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
dade, em consequência de lesões neurológicas, foram b) 0,1 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
gravemente comprometidas. c) 0,2 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
As opções a seguir exemplificam corretamente inicia- d) 0,3 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
tivas tomadas pela escola de João para se adequar ao e) 0,4 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
Estatuto da Pessoa com Deficiência, à exceção de uma.
Assinale-a. 17. (FGV — 2022) Em relação ao sujeito passivo dos deli-
tos de violência doméstica e familiar contra a mulher,
a) Adaptar o ambiente escolar para garantir o acesso a é correto afirmar que:
todos os espaços de estudo, esporte e lazer.
b) Disponibilizar professores para atendimento educa- a) há necessidade de demonstração de vulnerabilidade
cional especializado. concreta;
c) Desenvolver atividades que focalizem o potencial do b) a ausência de demonstração de relação de inferiorida-
aluno com deficiência, ao invés de suas limitações. de inviabiliza a responsabilização criminal;
d) Convidar a família do aluno com deficiência a partici- c) a hipossuficiência e a vulnerabilidade da mulher em
par das diversas atividades da comunidade escolar. contexto de violência doméstica e familiar é presumida;
e) Criar uma turma separada para os alunos com defi- d) em caso de subjugação feminina, a aplicação do sis-
ciência, com o objetivo de fornecer atendimento tema protetivo depende de demonstração específica;
personalizado. e) a organização social brasileira não é mais um sistema
hierárquico de poder baseado no gênero.
13. (FGV — 2022) Caso um motorista de ambulância dei-
xe de manter ligado, nas situações de atendimento 18. (FGV — 2022) Três gerações da família Silva viviam
de emergência, o sistema de iluminação vermelha sob o mesmo teto, o que decorria, principalmente, das
intermitente, o Código de Trânsito Brasileiro prevê dificuldades econômicas enfrentadas para que cada
núcleo familiar pudesse ter uma moradia independen-
a) uma infração leve, sem multa. te. Além disso, ainda moravam no local duas jovens, na
b) uma infração leve, com multa. faixa dos vinte anos, que foram acolhidas pela família,
8
-2

c) uma infração média, sem multa. sendo reconhecidas por João e Maria, o casal de ido-
77

d) uma infração média, com multa. sos dono da casa, como “filhas de criação”.
.7

e) uma infração grave, com multa. Nesse ambiente de convivência, Pedro, neto de João
86

e Maria, com dezoito anos de idade, proferiu diversas


.8

14. (FGV — 2022) Considere as infrações de trânsito a ofensas verbais contra uma das referidas “filhas de
39

seguir. criação”, causando-lhe intenso sofrimento psicológico.


-1
o

1 Estacionar veículo ao lado de outro em fila dupla. À luz das normas vigentes, a conduta de Pedro
av

2 Estacionar veículo nas vagas reservadas às pessoas


st

com deficiência ou idosos, sem credencial que com- a) não pode ser considerada violência familiar e domés-
gu

prove tal condição. tica contra a mulher, em razão da ausência de laço


o

natural com a “filha de criação”.


av

As infrações 1 e 2 são, respectivamente, b) não pode ser considerada violência familiar e domés-
st

tica contra a mulher, já que a “filha de criação” somen-


gu

a) média e grave. te mantém vínculo com João e Maria.


b) média e gravíssima. c) não pode ser considerada violência familiar e domés-
c) grave e média. tica contra a “filha de criação”, pois ele é mais jovem
d) grave e grave. que ela, não podendo subjugá-la psicologicamente.
e) grave e gravíssima. d) pode ser considerada violência familiar e doméstica,
pois praticada no âmbito da família à qual estava inte-
15. (FGV — 2019) As opções a seguir apresentam infra- grada a “filha de criação” que sofreu as ofensas.
ções de trânsito consideradas gravíssimas, à exceção e) pode ser considerada violência familiar e doméstica,
de uma. Assinale-a. desde que a “filha de criação” que sofreu as ofensas
esteja residindo há mais de um ano com a família.
a) Transitar com validade da Carteira Nacional de Habili-
tação vencida há mais de trinta dias. 19. (FGV — 2022) A Lei nº 11.340/2006 cria mecanismos
b) Transportar crianças em veículo automotor sem para coibir a violência doméstica e familiar contra
observância das normas de segurança especiais. a mulher, dispõe sobre a criação dos Juizados de
c) Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e dá
178 substância psicoativa. outras providências.
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De acordo com a mencionada Lei Maria da Penha, é
direito da mulher em situação de violência doméstica 14 E
e familiar o: 15 E

a) pronto atendimento pericial feito pelo policial militar 16 D


que atender à ocorrência, com imediata emissão do
17 C
auto de exame de corpo de delito;
b) atendimento policial e pericial especializado, ininter- 18 D
rupto e prestado por servidores, preferencialmente do
sexo feminino, previamente capacitados; 19 B
c) decreto do afastamento do agressor do lar, nos casos
de violência física, a ser feito, em qualquer hipótese, 20 D
pelo policial militar que atender à ocorrência;
d) encaminhamento à perícia exclusivamente pela auto-
ridade judicial, com nomeação de perito e auxiliares
do perito pelo juízo criminal; ANOTAÇÕES
e) depoimento assistido por assistentes sociais e psicó-
logos, que não pode ser tomado em sede policial e
deve ser realizado apenas em juízo.

20. (FGV — 2022) Em relação ao sistema protetivo da Lei


Maria da Penha, é correto afirmar que:

a) o descumprimento de medidas protetivas judicial-


mente impostas não pode ser utilizado para justificar
a negativação vetorial da pena-base, por constituir
ilícito autônomo;
b) por constituir ilícito autônomo, o descumprimento de
medidas protetivas não pode justificar a aplicação de
medida prisional cautelar;
c) as medidas protetivas de urgência são ontológica e
funcionalmente incompatíveis com as medidas cau-
telares alternativas, não comportando a substituição
de umas pelas outras;
d) evidenciada a periculosidade em concreto do agente,
diante do descumprimento das medidas protetivas,
fica demonstrada a insuficiência da cautela, a ensejar
a decretação de preventiva;
8
-2

e) há pertinência na realização da audiência de justifica-


77

ção ainda que o procedimento tenha sido arquivado


.7

e as medidas protetivas tenham sido revogadas, visto


86

ser cabível a admoestação verbal.


.8
39

9 GABARITO
-1
o
av

1 A
st
gu

2 A
o

3 E
av
st

4 B
gu

5 C

6 E

7 A

8 E
LEGISLAÇÕES

9 D

10 E

11 B

12 E

13 D
179
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ANOTAÇÕES

8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
o
av
st
gu

180
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Até a versão 2003, os arquivos produzidos pelo
Microsoft Office eram identificados com extensões
de 3 letras, como DOC, XLS e PPT. Algumas questões
de concursos ainda apresentam estas extensões nas
INFORMÁTICA alternativas das questões.
Na versão 2007, o padrão XML (eXtensible Markup
Language) foi implementado para oferecer portabili-
dade aos documentos produzidos. As extensões dos
arquivos passaram a ser identificadas com 4 letras,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA BÁSICA
como DOCX, XLSX e PPTX.
Com o avanço dos recursos de computação na
Um pacote de aplicativos para escritório, é sem
dúvida, um dos mais úteis aplicativos que um com- nuvem, o Office foi disponibilizado na versão on-line,
putador pode ter instalado. Independente do perfil de que posteriormente se chamou 365, e é a versão atual
utilização do usuário, algum dos aplicativos disponí- do pacote. Com um novo formato de licenciamento,
veis em um pacote como o Microsoft Office, atendem a com assinaturas mensais e anuais, ao invés da venda
diferentes tarefas cotidianas. Das mais simples, até as de licenças de uso, a instalação do Office 365 no com-
mais complexas. putador disponibiliza a última versão do pacote para
A Microsoft chama o pacote Office de "suíte de pro- escritórios.
dutividade", e tem como "concorrente" o LibreOffice. Do ponto de vista prático, qual versão do Microsoft
O Microsoft Office possui alguns aplicativos que Office usar ou estudar?
trocaram de nomes ao longo do tempo. Atualmente Algumas bancas questionam as novidades das últi-
está na versão Office 365, que disponibiliza recursos mas versões disponíveis. Já outras bancas organizado-
via Internet (computação nas nuvens), com armaze-
ras, a versão é indiferente. O mais importante será o
namento de arquivos no Microsoft OneDrive.
conceito envolvido e sua aplicação na formatação de
Serviços adicionais de comunicação, como o Micro-
arquivos.
soft Outlook e Microsoft Teams, fazem parte do pacote
Microsoft Office 365.
LibreOffice
MICROSOFT
PROGRAMAS LIBREOFFICE
OFFICE Open Office BrOffice LibreOffice
LibreOffice
Editor de Textos Microsoft Word
Writer
O pacote Star Office deu origem ao Open Office, com
Planilhas de código aberto, livre e gratuito. O formato de arquivo
Microsoft Excel LibreOffice Calc
Cálculos (ODF – Open Document Format) é usado para os arqui-
8
-2

vos produzidos, como ODT (Text – documento de


77

Apresentações Microsoft LibreOffice


texto), ODS (Sheet – planilha de cálculos) e ODP (Pre-
.7

de Slides PowerPoint Impress


sentation – apresentação de slides).
86

O projeto BrOffice.org desenvolveu e ofereceu o


.8
39

As extensões dos arquivos editáveis produzidos pacote com recursos especificamente úteis para os
pelos pacotes de produtividade são apresentadas na
-1

brasileiros. É comum ver esta informação no conteúdo


tabela a seguir. programático dos editais de concursos (BrOffice.org),
o
av

além das questões que já foram aplicadas pelas bancas.


st

EXTENSÕES MICROSOFT O LibreOffice é o pacote atual, disponível para


LIBREOFFICE
gu

DE ARQUIVOS OFFICE
download e instalação em diversas plataformas. Está
o

Editor de Textos DOCX ODT na versão 7 (dezembro/2020), e possui recursos seme-


av

lhantes às versões anteriores, com uma interface


st

Planilhas de
gu

XLSX ODS redesenhada (clean), seguindo a tendência minimalis-


Cálculos
ta de outras aplicações (site Google, ícones do Micro-
Apresentações soft Office, ícones de app’s no smartphone etc).
PPTX ODP
de Slides Do ponto de vista prático, qual versão do LibreOffi-
ce usar ou estudar?
As extensões do Microsoft Office, para arquivos No site do LibreOffice você poderá fazer o down-
load gratuito. É recomendável verificar se o edital
INFORMÁTICA

editáveis, terminam em X, em referência ao conteúdo


formatado com XML, que foi introduzido na versão pede uma versão específica (como LibreOffice 5) ou
2007. As extensões do LibreOffice iniciam com OD, em se pede várias versões (LibreOffice 5 ou superior). Se
referência ao Open Document, do Open Office. for uma versão específica, serão questionados ícones
e atalhos de teclado apenas dela. Se for uma versão
Microsoft Office específica com o “ou superior” complementando,
então serão questionados os recursos válidos para
Office 2003 Office 2007 Office 365 todas as versões, e você poderá usar a última versão
disponível para estudos. 181
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Grande parte das questões de concursos públicos Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão
procuram questionar as diferenças entre os aplica- ser editados pelas versões antigas do Office, desde que
tivos. Questiona-se, por exemplo, a respeito de um instale um pacote de compatibilidade, disponível para
recurso que é acionado com um atalho de teclado no download no site da Microsoft.
Microsoft Word, mas que no LibreOffice Writer tem Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
um atalho de teclado diferente. podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
Word, desde a versão 2013, possui um recurso que
permite editar um arquivo PDF como se fosse um
documento do Word.
APLICATIVOS PARA O Microsoft Word pode gravar o documento no for-
PROCESSAMENTO DE TEXTO, mato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar
documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
PLANILHAS ELETRÔNICAS E Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:
APRESENTAÇÕES: CONCEITOS E
MODOS DE UTILIZAÇÃO z Faz a gravação automática dos dados editados
enquanto o arquivo não tem um nome ou local de
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E armazenamento definidos. Depois, se necessário, o
APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT E usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”.
LIBREOFFICE) z Faz a gravação automática de auto recuperação
dos arquivos em edição que tenham nome e local
MICROSOFT WORD definidos, permitindo recuperar as alterações que
não tenham sido salvas.
Estrutura Básica dos Documentos z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-
vamento automático”, associado à conta Microsoft,
Os documentos produzidos com o editor de textos para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica: ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-
vamento será realizado.
z Documentos – arquivos DOCX criados pelo Microsoft
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha- padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
dos com outros usuários para edição colaborativa. e por ser portável, também poderá ser editado pelo
z Os Modelos (Template), com extensão DOTX, con- Microsoft Word.
têm formatações que serão aplicadas aos novos Ao iniciar a edição de um documento, o modo
documentos criados a partir dele. O modelo é usa- de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
do para a padronização de documentos.
Impressão”. O documento será mostrado na tela da
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM
mesma forma que será impresso no papel.
(Document Template Macros – modelo de docu-
O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
8

mento com macros). As macros são códigos desen-


-2

volvidos em Visual Basic for Applications (VBA) to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
77

para a automatização de tarefas. os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
.7

z Páginas – unidades de organização do texto, barra de título continua sendo exibida.


86

segundo a orientação, o tamanho do papel e mar- O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
.8

visualizar o documento como ele seria exibido se esti-


39

gens. As principais definições estão na guia Layout,


mas também encontrará algumas definições na vesse publicado na Internet como página web.
-1

guia Design. Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de


o

z Seção – divisão de formatação do documento, Títulos serão mostrados, auxiliando na organização


av

onde cada parte tem a sua configuração. Sempre dos blocos de conteúdo.
st

que forem usadas configurações diferentes, como O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
gu

margens, colunas, tamanho da página, orientação, exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
o

cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras, tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.
av

as seções serão usadas. Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que


st

z Parágrafos – formado por palavras e marcas de


gu

faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemen-


formatação. Finalizado com Enter, contém forma- to da interface do Microsoft Office.
tação independente do parágrafo anterior e do
parágrafo seguinte. Acesso Rápido
z Linhas – sequência de palavras que pode ser um Guia Atual Guias ou Abas Item com Listagem
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
finalizado com Quebra de Linha, a configuração
atual permanece na próxima linha.
z Palavras – formado por letras, números, símbolos,
caracteres de formatação etc.

Os arquivos produzidos nas versões anteriores do


Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui-
vos de formato DOC são abertos em Modo de Compa- Caixa de Diálogo do Grupo
Ícone com Opções
Grupo
tibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar
todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar
182 como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX. Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o ata-
Tarefas iniciais. O início do
lho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão documento, acesso à Área de
2007, ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmen- Página Inicial Transferência, formatação de
fontes, parágrafos. Formata-
te ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a ção do conteúdo da página.
preferência do usuário.
Tarefas secundárias. Adicio-
A Faixa de Opções contém guias, que organizam os nar um objeto que ainda não
Inserir
ícones em grupos. existe no documento. Tabela,
Ilustrações, Instantâneos.
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE Configuração da página. For-
Layout da Página matação global do documen-
Recortar to, formatação da página.

Reúne formatação da página e


Design
Copiar plano de fundo.
Área de Índices e acessórios. Notas de
Transferência Referências rodapé, notas de fim, índices,
Colar
sumários etc.

Pincel de Mala direta. Cartas, envelo-


Página Formata- Correspondências pes, etiquetas, e-mails e dire-
Inicial ção tório de contatos.
Nome da Correção do documento. Ele
Calibri (Corp
fonte está ficando pronto... Ortogra-
Tamanho Revisão fia e gramática, idioma, contro-
da fonte le de alterações, comentários,
Fonte comparar, proteger etc.
Aumentar
fonte Visualização. Podemos ver o
Exibir resultado de nosso trabalho.
Diminuir
Será que ficou bom?
fonte

Folha de Edição e Formatação de Textos


Rosto
A edição e formatação de textos consiste em apli-
8

Página
-2

Páginas car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
77

em Branco
parágrafos e nas páginas.
.7

Os estilos fornecem configurações padronizadas


86

Quebra de para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata-


.8

Página
ções envolvem as definições de fontes e parágrafos,
39

sendo úteis para a criação dos índices ao final da edi-


-1

Inserir Tabelas Tabela ção do documento. Os índices são gerenciados através


o
av

das opções da guia Referências.


st

No Microsoft Word estão disponíveis na guia Pági-


Imagem
gu

na Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no


menu Estilos.
o
av

Imagens Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuá-


Ilustrações
st

Online rio poderá copiar a formatação de um local e aplicar


gu

em outro local no mesmo documento, ou em outro


Formas arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o
"modelo de formatação no texto", clique no ícone da
guia Página Inicial e clique no local onde deseja apli-
car a formatação.
As guias possuem uma organização lógica, sequen- O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
INFORMÁTICA

cial, das tarefas que serão realizadas no documento, Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a
formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc
desde o início até a visualização do resultado final.
ou iniciar uma digitação.

BOTÃO/GUIA DICA Seleção

Comandos para o documento Através do teclado e do mouse, como no sistema


Arquivo atual. Salvar, salvar como, im-
operacional, podemos selecionar palavras, linhas,
primir, Salvar e enviar.
parágrafos e até o documento inteiro. 183
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO
vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
Seleciona todos os programas do computador.
Selecionar Nomes de fontes, como Calibri (fonte padrão do
- Ctrl+T o
tudo Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New,
documento
Verdana são os mais comuns. Atalho de teclado para
Botão 1 clique na Posiciona formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
-
principal palavra o cursor A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acio-
nada com o atalho Ctrl+D.
Botão 2 cliques Seleciona
- Ao lado, um número indica o tamanho da fonte:
principal na palavra a palavra
8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser,
Seleciona digite o valor específico para o tamanho da letra.
Botão 3 cliques
- o Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para
principal na palavra
parágrafo mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente
pelo teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e
Botão 1 clique na Selecionar Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
-
principal margem a linha Estilos são formatos que modificam a aparência
Seleciona do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho
Botão 2 cliques Ctrl+I) e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modi-
- o
principal na margem ficam a fonte em si, como texto tachado (riscado sim-
parágrafo
ples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O
Seleciona – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho
Botão 3 cliques
- o Ctrl+Shift+mais)
principal na margem
documento A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos
Seleciona podem ser combinados, como negrito-itálico, itáli-
Selecionar co-sublinhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-
- Shift+Home até o início
até o início -sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes
da linha
entre si.
Seleciona Concorrentes entre si significa que você escolhe o
Selecionar
- Shift+End até o final efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simul-
até o final
da linha taneamente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCU-
LAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito
Seleciona
independente, que pode ser combinado com outros. Já
Ctrl+Shif- Selecionar até o
- as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo
t+Home até o início início do
não, devem ser individuais.
documento
Finalizando, temos o sublinhado. Ele é um estilo
Seleciona simples, mas comporta-se como efeito dentro de si
8

Ctrl+Shif- Selecionar até o mesmo. Temos então Sublinhado simples, Sublinha-


-2

-
77

t+End até o final final do do duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras


.7

documento (sem considerar os espaços entre as palavras) etc. São


86

os estilos de sublinhados, que se comportam como


Botão Seleção Palavra por
.8

Ctrl efeitos.
principal individual palavra
39
-1

Seleção de Edição e Formatação de Parágrafos


o

Botão Seleção um ponto


av

Shift Os parágrafos são estruturas do texto que são fina-


principal bloco até outro
st

local lizadas com Enter.


gu

Um parágrafo poderá ter diferentes formatações.


Botão prin- Confira:
o

Seleção Seleção
av

cipal pres- Ctrl+Alt


bloco vertical
st

sionado z Marcadores – símbolos no início dos parágrafos.


gu

Seleção z Numeração – números, ou algarismos romanos,


Botão prin- vertical, ou letras, no início dos parágrafos.
Seleção z Aumentar recuo – aumentar a distância do texto
cipal pres- Alt iniciando
bloco em relação à margem.
sionado no local do
cursor z Diminuir recuo – diminuir a distância do texto
em relação à margem.
z Alinhamento – posicionamento em relação às
Teclas de atalhos e seleção com mouse são impor- margens esquerda e direita. São 4 alinhamen-
tantes, tanto nos concursos como no dia-a-dia. Experi- tos disponíveis: Esquerda, Centralizado, Direita e
mente praticar no computador. No Microsoft Word, se Justificado.
você digitar =rand(10,30) no início de um documento z Espaçamento entre linhas – distância entre as
em branco e apertar Enter, ele criará um texto "aleató- linhas dentro do parágrafo.
rio" com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Nele, z Espaçamento antes – distância do parágrafo em
você pode praticar à vontade. relação ao anterior.
z Espaçamento depois – distância do parágrafo em
184 Edição e Formatação de Fontes relação ao seguinte.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Sombreamento – preenchimento atrás do parágrafo.
z Bordas – linhas ao redor do parágrafo.

Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)

Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:

z Recuo – distância do texto em relação à margem.


z Realce – marca-texto, preenchimento do fundo das palavras.
z Sombreamento – preenchimento do fundo dos parágrafos.
z Folha de Rosto – primeira página do documento, capa.
z SmartArt – diagramas, representação visual de dados textuais.
z Orientação – posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem.
z Quebras – são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas.
z Sumário – índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR


MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização


8

Quebra de Parágrafo – muda de parágrafo e


-2

Enter -
pode mudar a formatação.
77
.7

Quebra de Linha – muda de linha e mantém


86

Shift+Enter -
a formatação atual.
.8
39

Quebra de página – muda de página, no lo-


-1

cal atual do cursor. Disponível na guia Inse-


Ctrl+Enter ou Ctrl+Return rir, grupo Páginas, ícone Quebra de Página, Quebra de página
o
av

e na guia Layout, grupo Configurar Página,


st

ícone Quebras.
gu

Quebra de coluna – indica que o texto


o

continua na próxima coluna. Disponível na


av

Ctrl+Shift+ Enter Quebra de coluna


guia Layout, grupo Configurar Página, ícone
st
gu

Quebras.

Separador de Estilo – usado para modificar


Ctrl+Alt+ Enter -
o estilo no documento.

Insere uma marca de tabulação (1,25cm).


TAB Se estiver no início de um texto, aumenta o
INFORMÁTICA

recuo.

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

185
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CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR
MICROSOFT WORD

- -
Texto oculto (definido na caixa Fonte,
Ctrl+D) abc
- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, são formadas
por células, e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
8
-2

As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes
77

itens são aqueles questionados em provas de concursos.


.7

Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
86

linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo "extrapola" os limites da célula, e precisará alterar as
.8

configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.


39

Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.


-1

WORD EXCEL
o
av

Somente o conteúdo da primeira


st

TABELA, MESCLAR Todos os conteúdos são mantidos.


célula será mantido.
gu

Em inglês, com referências direcionais Em português, com referências posi-


o

TABELA, FÓRMULAS
av

=SUM(ABOVE). cionais =SOMA(A1:A5).


st

Recalcula automaticamente e ma-


TABELAS, FÓRMULAS Não recalcula automaticamente.
gu

nualmente (F9).
TACHADO TEXTO Não tem atalho de teclado. Atalho: Ctrl+5.
QUEBRA DE LINHA MANUAL Shift+Enter. Alt+Enter.
Copia apenas a primeira formatação da
PINCEL DE FORMATAÇÃO Copia várias formatações diferentes.
origem.
Duplica a informação da célula
CTRL+D Caixa de diálogo Fonte.
acima.
CTRL+E Centralizar. Preenchimento Relâmpago.
CTRL+G Alinhar à Direita (parágrafo). Ir para...
Duplica a informação da célula à
CTRL+R Repetir o último comando.
esquerda.
F9 Atualizar os campos de uma mala direta. Atualizar o resultado das fórmulas.
186
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
WORD EXCEL
F11 - Inserir gráfico.
Finaliza a entrada na célula e man-
CTRL+ENTER Quebra de página manual.
tém o cursor na célula atual.
ALT+ENTER Repetir digitação. Quebra de linha manual.
Finaliza a entrada na célula e posi-
SHIFT+ENTER Quebra de linha manual. ciona o cursor na célula acima da
atual, se houver.
SHIFT+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas. Inserir função.

Índices

Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.

z Sumário – principal índice do documento.


z Notas de Rodapé – inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
citações e expressões.
z Notas de Fim – inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé.
z Citações e Bibliografia – permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados.
z Legendas – inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações.
z Índice – para marcação manual das entradas do índice.
z Índice de Autoridades – formato próprio de citação, disponível na guia Referências.

Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por
diante. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá "Adicionar Texto" no índice principal (Sumário),
Marcar Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
8

Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
-2
77

forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
.7

local, retorna para o local de origem.


86
.8
39

Importante!
-1
o

A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
av
st

conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
gu

matação de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).


o
av
st

MICROSOFT EXCEL
gu

As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas, desde a cria-
ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
para a operação.
INFORMÁTICA

O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
As planilhas de cálculos não são banco de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em uma
planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote Microsoft
Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas em registros, separados
em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas. 187
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conceitos Básicos Elaboração de Tabelas e Gráficos

Célula – unidade da planilha de cálculos, o encon- A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha
tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi- de dados, é o conjunto de valores armazenados nas
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a células. Estes dados poderão ser organizados (classi-
tecla SHIFT (assim como no sistema operacional). ficação), separados (filtro), manipulados (fórmulas
Coluna – células alinhadas verticalmente, nomea- e funções), além de apresentar em forma de gráfico
das com uma letra. (uma imagem que representa os valores informados).
Linha – células alinhadas horizontalmente, Para a elaboração, poderemos:
numeradas.
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta
iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido
na célula.
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór-
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
trada na barra de fórmulas.
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel.
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma-
Planilha – o conjunto de células organizado em
tados, ou seja, continuam com o valor original (na
uma folha de dados. Na versão atual são 65546 colunas
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma
(nomeadas de A até XFD) e 1048576 linhas (numeradas).
formatação específica.
Pasta de Trabalho – arquivo do Excel (extensão
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho
XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com
de teclado Ctrl+1 (Formatar Células).
quantidade de memória RAM disponível, nomeadas
z Também na caixa de diálogo Formatar Células,
como Planilha1, Planilha2, Planilha3).
encontraremos o item Personalizado, para criação
Alça de preenchimento – no canto inferior direi-
de máscaras de entrada de valores na célula.
to da célula, permite que um valor seja copiado na
direção em que for arrastado. No Excel, se houver 1
Formatos de Números, Disponível na Guia Página
número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma
Inicial
sequência será criada. Se for um texto, é copiado. Mas
texto com números é incrementado. Dias da semana,
8

Geral
-2

nome de mês e datas são sempre criadas as continua- 123 Sem formato especifico
77

ções (sequências).
Número
12
.7

Mesclar – significa simplesmente “Juntar”. Haven-


86

4,00
do diversos valores para serem mesclados, o Excel
.8

Moeda
manterá somente o primeiro destes valores, e centra-
39

R$4,00
lizará horizontalmente na célula resultante.
-1

Contábil
o
av

Mesclar e Centralizar R$4,00


st

Mesclar e Centralizar
Data Abreviada
gu

Mesclar através
04/01/1900
o

Mesclar Células
Data Completa
av

G H
Desfazer Mesclagem de Células quarta-feira, 4 de janeiro de 1900
st
gu

Hora
E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, 00:00:00
poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, Porcentagem
400,00%
disponível na guia Página Inicial:
1 Fração
z Mesclar e Centralizar – Une as células seleciona- 2 4

das a uma célula maior e centraliza o conteúdo da Científico


nova célula. Este recurso é usado para criar rótu- 102 4,00E+00
los (títulos) que ocupam várias colunas. Texto
z Mesclar através – Mesclar cada linha das células ab 4
selecionadas em uma célula maior.
z Mesclar células – Mesclar (unir) as células selecio- As informações existentes nas células poderão ser
nadas em uma única célula, sem centralizar. exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem-
z Desfazer Mesclagem de Células – desfaz o procedi- plo, na verdade é um número formatado como data.
188 mento realizado para a união de células. Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre Quando um número na casa decimal possui valor
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumen-
de Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o tar casas decimais. Se não possuir, então será acres-
símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, centado zero.
o alinhamento é "justificado" e o símbolo de R$ posi- Quando um número na casa decimal possui valor
ciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredonda-
decimal. do para cima ou para baixo, ao diminuir as casas deci-
mais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função
Moeda ARRED, para arredondar.
R$4,00
Simbologia Específica

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a


seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o signifi-
cado e alguns exemplos de aplicação.

OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS


Símbolo Significado Exemplo Comentários

Faz a soma de
+ (mais) Adição = 18 + 2
18 e 2
Contábil Subtrai 5 do
R$4,00 - (menos) Subtração = 20 – 5
valor 20

Multiplica
O ícone % é para mostrar um valor com o forma- * Multiplica- 5 (multipli-
=5*4
to de porcentagem. Ou seja, o número é multiplica- (asterisco) ção cando) por 4
(multiplicador)
do por 100. Exibe o valor da célula como percentual
(Ctrl+Shift+%) Divide 25 por
/ (barra) Divisão = 25 / 10 10, resultando
em 2,5
FORMATO PORCENTAGEM
VALOR PORCENTAGEM E 2 CASAS % Faz 20 por cento,
ß,0 %
% ,0 0 (percentual)
Percentual = 20% ou seja, 20 divi-
dido por 100
1 100% 100,00%
Faz 3 elevado a
0,5 50% 50,00% Exponencia-
=3^2
2, 3 ao quadrado
8

^ (circun- ção =9
=8^(1
-2

2 200% 200,00% flexo) Cálculo de Faz 8 elevado a


/3)
77

raízes 1/3, ou seja, raiz


100 10000% 10000,00%
.7

cúbica de 8
86

0,004 0% 0,40%
.8

Ordem das Operações Matemáticas


39
-1

000
O ícone é o Separador de Milhares. Exibir o z ( ) parênteses
o

valor da célula com um separador de milhar. Este z ^ exponenciação (potência, um número elevado a
av

comando alterará o formato da célula para Contábil outro número)


st

sem um símbolo de moeda. z * ou / multiplicação (função MULT) ou divisão


gu

z + ou - adição (função SOMA) ou subtração


o

SEPARADOR
av

FORMATO
VALOR DE MILHARES Como resolver as questões de planilhas de cálculos?
st

CONTÁBIL
gu

000
z Leitura atenta do enunciado (português e interpre-
1500 R$1.500,00 1.500,00 tação de textos);
16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00 z Identificar a simbologia básica do Excel
(informática);
1 R$1,00 1,00 z Respeitar as regras matemáticas básicas
(matemática);
400 R$400,00 400,00
INFORMÁTICA

z Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso


(raciocínio lógico).
27568 R$27.568,00 27.568,00
OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES
ß,0 ,00
Os ícones são usados para Aumentar casas
,00 à,0 Símbolo Significado Exemplo Comentários
decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo Se o valor de A1 for
mais casas decimais) ou Diminuir casas decimais = SE (A1 > 5 maior que 5, então
> (maior) Maior que
(Mostrar valores menos precisos exibindo menos ; 15 ; 17 ) mostre 15, senão
mostre 17
casas decimais). 189
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OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES OPERADORES DE REFERÊNCIA
Se o valor de A1 for Soma de A1 até
= SE (A1 < 3 menor que 3, então : (dois Significa = SOMA B4, ou seja, A1,
< (menor) Menor que
; 20 ; 40 ) mostre 20, senão pontos) ATÉ (A1:B4) A2, A3, A4, B1,
mostre 40. B2, B3, B4.
Se o valor de A1 Executa uma
for maior ou igual a operação sobre
>= (maior Maior ou = SE (A1 >= Intersecção =SOMA(F4:H8
7, então mostre 5, Espaço as células em
ou igual) igual a 7;5;1) ($) H6:K10)
senão comum nos
mostre 1. intervalos.
Se o valor de A1 for
<= (me- menor ou igual a 5,
Menor ou = SE (A1 <= Princípios dos Operadores de Referência
nor ou então mostre 11,
igual a 5 ; 11 ; 23 )
igual) senão
mostre 23. z O símbolo de cifrão transforma uma referência
relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou
Se o valor de A1 for
<> (me- $A1 ) ou em referência absoluta ( $A$1 )
= SE (A1 <> diferente de 1, então
nor e Diferente z O símbolo de exclamação busca o valor em outra
1 ; 100 ; 8 ) mostre 100, senão
maior)
mostre 8. planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro
Se o valor de A1 arquivo. Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2
= SE (A1 = 2 for igual a 2, então
= (igual) Igual a
; 10 ; 50 ) mostre 10, senão O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes
mostre 50. na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos.
Todas as bancas organizadoras questionam fórmulas
Princípios dos Operadores Relacionais com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referên-
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que cias mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP,
para o cargo de Papiloscopista da Polícia Civil de São
outro valor ao mesmo tempo. Paulo, em 2018.
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na
é igual a zero, é vazio. célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito células H3 até H9, assinale a alternativa com o valor
que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel
diretamente na fórmula, use <>
2010, em sua configuração original, exibida na figura:
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito
diretamente na fórmula, use >=

O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito


8
-2

diretamente na fórmula, use <=


77
.7

OPERADORES DE REFERÊNCIA
86
.8

Símbolo Significado Exemplo Comentários


39

Trava a célula
-1

na coluna A
o

=$A1 Trava a célula


Travar uma
av

$ (cifrão) =A$1 na linha 1


célula
st

=$A$1 Trava a célula


gu

A1, ela não


mudará
o
av

Obtém o valor
st

! (exclama- de A3 que está


Planilha = Planilha2!A3
gu

ção) na planilha a) –R$ 960,00


Planilha2.
b) –R$ 100,00
Informa o nome c) R$ 400,00
de outro arquivo d) R$ 500,00
[] Pasta de =[Pasta2]Pla-
do Excel, onde
(colchetes) Trabalho nilha1!$A$2
deverá buscar o
e) R$ 360,00
valor.
A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2
Informa o ca-
=’C:\Fernan- minho de outro inserida na célula H2 possui referências mistas.
doNishimura\ arquivo do Excel, O símbolo de cifrão transforma uma referência

Caminho [pasta2. onde deverá en- relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 )
(apóstrofo)
xlsx]Plani- contrar o arqui- ou em referência absoluta ( $A$1 )
lha1’!$A$2 vo para buscar o O símbolo de $ serve para fixar uma posição na
valor.
referência (endereço da célula). A posição que ele esti-
Soma 15 e 4 e ver acompanhando não mudará.
; (ponto e = SOMA (15 ;
Significa E 6, resultando Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma
vírgula) 4;6)
em 25.
190 referência relativa. A1
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se temos um símbolo de $, temos uma referência
mista. $A1 ou A$1 Importante!
E se temos dois símbolos de cifrão, temos uma As fórmulas e funções começam com o sinal de
referência absoluta. $A$1 igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao Excel substituirá pelo sinal de igual.
copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque SÍMBOLOS PARA TEXTOS
mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), Símbolo Significado Exemplo Comentários
mas permanecemos na mesma coluna H (não preci-
Apresenta o texto
sando mudar a letra G da segunda parte da fórmula). “ (aspas Fernando.
Texto exato = “Fernando”
duplas) Se usado em tes-
tes, é “igual a”.
Exibe os zeros
não significati-
‘ (após- Número como
‘0001 vos, 0001 como
trofo) texto.
texto (ex.: placa
de carro).
Exibe “Fernan-
do Nishimura”
= “Fer-
& (“E” co- (sem as aspas),
Concatenar. nando ”&”
mercial) o resultado da
Nishimura”
junção dos textos
individuais.

O símbolo & é usado para concatenar dois con-


teúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em
Na célula H6, teremos a fórmula =$F6-G$2 15A45. Poderemos usar a função CONCATENAR, ou
a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do
SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES símbolo &.
Símbolo Significado Exemplo Comentários
CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO
Faz a soma EXCEL
de 15 e 3.
Símbolo Significado Exemplo Comentários
Compara
Início de = 15 + 3 o valor de =15+7 é o
+ (sinal
fórmula, = SOMA ( A1 com 5, SOMA Adição mesmo que
de mais)
8

= (igual) função ou 15 ; 3 ) e caso seja =SOMA(15;7).


-2
77

compara- =SE ( A1 = 5 verdadeiro, * Multipli- =12*3 é o mesmo


MULT
.7

ção. ; 10 ; 11 ) mostra 10, (asterisco) cação que =MULT(12;3).


86

caso seja
Expo- =2^3 é o
.8

falso, mostra ^ (circun-


POTÊNCIA nencia- mesmo que
39

11. flexo)
ção =POTÊNCIA(2;3).
-1

Retorna a
Raiz =4^(1/2) é o mes-
o

data atual do RAIZ


av

Identifica quadrada mo que =RAIZ(4).


computador.
uma função = HOJE ( )
st

Faz a soma =A1&A2&A3


gu

() ou os valo- = SOMA
de A1 e B1. & (E CONCATE- Juntar é igual a
parênteses res de uma (A1;B1)
o

Faz a soma comercial) NAR textos =CONCATE-


operação = (3+5) / 2
av

de 3 e 5 an- NAR(A1;A2;A3).
prioritária.
st

tes de dividir =”150144” é


gu

por 2. Converte
“ (aspas) TEXTO o mesmo que
em texto
A função SE =TEXTO(150144).
tem 3 partes,
Separa-
; (ponto e =SE ( A1 = 5 e estas estão
dor de Erros
vírgula) ; 10 ; 11 ) separadas
argumentos.
por ponto e
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos,
INFORMÁTICA

vírgula.
especialmente no início dos estudos, é comum apa-
Executa uma recerem mensagens de erros nas células, decorren-
operação te da falta de argumentos nas fórmulas, referências
=SOMA(-
sobre as incorretas, erros de digitação, entre outros. Vamos
Espaço Intersecção. F4:H8
células em ver algumas das mensagens de erro mais comuns que
H6:K10)
comum nos
ocorrem nas planilhas de cálculos.
intervalos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Ras-
trear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria
de Fórmulas. Com este recurso, o usuário poderá ver 191
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setas na planilha indicando a relação entre as células, Mediana é o "valor no meio". Se temos uma
e identificar a origem das mensagens de erros. sequência de valores com quantidade ímpar, eles
A seguir, os erros mais comuns que podem ocor- serão ordenados e o valor no meio é a sua mediana.
rer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel: Por exemplo, os valores (5,6,9,3,4), ordenados são
(3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
z #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando divi- Se temos uma sequência de valores com quan-
dir um valor por 0. tidade par, a mediana será a média dos valores que
z #NOME? – indica que a fórmula possui um texto estão no meio. Por exemplo, os valores (2,13,4,10,8,1),
que o Excel 2007 não reconhece. ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A
z #NULO! – a fórmula contém uma interseção de média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
duas áreas que não se interceptam.
z #NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das célu-
inválido. las selecionadas.
z #REF! – indica que na fórmula existe a referência
para uma célula que não existe. =MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
z #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
errado de argumento. nas um será mostrado.
z ##### – indica que o tamanho da coluna não é sufi-
ciente para exibir seu valor. z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de
uma série, segundo o argumento apresentado.
Funções Básicas
Valores iguais ocupam posições diferentes.
z SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas
células selecionadas. =MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
las A1 até D6.
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição
dos valores numéricos informados em seus argumen- z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu-
tos. Se existirem células com textos, elas serão ignora- las selecionadas.
das. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis- =MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
tentes nas células A1, A2 e A3. área de A1 até D6.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
tentes nas células A1 até A5 z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da de uma série, segundo o argumento apresentado.
célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis- Valores iguais ocupam posições diferentes.
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz "triangulação",
8
-2

operando apenas áreas quadrangulares.


=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
77

=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1


las A1 até D6.
.7

com B1 e C1 até C3.


86

=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com


z SE(teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e
.8

3 e o valor A1 duas vezes.


retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
39

outro caso seja falso.


-1

z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação


o

de soma nas células selecionadas, se uma condição


Esta função é muito solicitada em todas as bancas.
av

for atendida.
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na
st
gu

primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na


A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
o

que seja somado)


av

ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais


st

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- serão realizadas as duas operações, somente uma
gu

res de A1 até A5 que sejam maiores que 15 delas, segundo o resultado do teste.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo- A função SE usa operadores relacionais (maior,
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen-
te) para construção do teste. As aspas são usadas para
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média textos literais.
nas células selecionadas e exibe o valor médio
encontrado. =SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da
célula A1 não é 10”)
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples =SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo- valor não é negativo”)
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma =SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células não é positivo”)
vazias não entram no cálculo da média.
É possível encadear funções, ampliando as áreas
z MED(valores) : informa a mediana de uma série de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
192 de valores. vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.
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=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
negativo”;”Valor é positivo”)) vazias existem no intervalo A1 até A8.

Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste), z SOMASE(células para testar;teste;células para
exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for
somar)
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
Efetua um teste nas células especificadas, e soma
rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
é menor que zero, só poderia ser maior do que zero, as correspondentes nas células para somar.
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é mesmos.
usado somente no início da digitação da célula.
As funções CONT são usadas para informar a =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
quantidade de células, que atendem às condições de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
especificadas. =SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
- CONT.NÚM - para contar quantas células pos-
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
suem números.
- CONT.VALORES - quantidade de células que estão menores que 3.
preenchidas.
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
estão preenchidas. células2; teste2)
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a
uma condição específica. Verifica as células que atendem aos testes e soma
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a as células correspondentes.
várias condições simultaneamente. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
mesmos.
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas
as células em um intervalo, exceto as células
vazias. z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
calcular a média)
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da Efetua um teste nas células especificadas, e calcula
contagem, informando quantas células estão preen- a média das células correspondentes.
chidas com valores, quaisquer valores. Os intervalos de teste e de média podem ser os
mesmos.
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em
um intervalo, exceto células vazias e células com
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_
texto.
8

índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
-2
77

=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no


.7

intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos. A função PROCV é utilizada para localizar o
86

valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando


.8

z CONT.SE(células;condição): Esta função con- encontrar, retornar à enésima coluna informada em


39

ta quantas vezes aparece um determinado valor núm_índice_coluna. A última opção, que será VER-
-1

(número ou texto) em um intervalo de células (o DADEIRO ou FALSO, é usada para identificar se preci-
o

usuário tem que indicar qual é o critério a ser


av

sa ser o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado


contado)
st

(V).
gu

=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan- Por exemplo:


o

tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-


av

do o valor 5. =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
st

=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)
gu

z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
ção2): Esta função conta quantas vezes aparece A função PROCV é um membro das funções de pes-
um determinado valor (número ou texto) em um quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
intervalo de células (o usuário tem que indicar Use a função tirar ou a função arrumar para
qual é o critério a ser contado), atendendo a todas remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
as condições especificadas.
INFORMÁTICA

z ESQUERDA(texto;quantidade)
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
Extrai de uma sequência de texto, uma quanti-
A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
células existem no intervalo de B1 até B10 contendo dade de caracteres especificados, a partir do início
o valor 7. (esquerda).

z CONTAR.VAZIO (células) : conta as células vazias =ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern


de um intervalo. ando” 193
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z DIREITA(texto;quantidade)
FALSO (Função Retorna o valor lógico
FALSO) FALSO
Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade
de caracteres especificados, a partir do final. VERDADEIRO (Função Retorna o valor lógico
VERDADEIRO) VERDADEIRO
=DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”.
Retornará um valor que
z CONCATENAR(texto1;texto2; ... ) você especifica se uma fór-
SEERRO (Função
mula for avaliada para um
SEERRO)
erro; do contrário, retornará
Junta os textos especificados em uma nova
o resultado da fórmula
sequência.

=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá-


rio”) – exibe “Escrevente Técnico Judiciário”. Importante!
Foram apresentadas muitas funções neste mate-
z INT(valor)
rial, não é verdade? Existem milhares de funções
Extrai a parte inteira de um número.
no Microsoft Excel e LibreOffice Calc. Em concur-
sos públicos, estas são as mais questionadas.
=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor
3,14159 exibe 3.
Gráficos
z TRUNCAR(valor;casas decimais)
Além da produção de planilhas de cálculos, o
Exibe um número com a quantidade de casas deci- Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos
mais, sem arredondar. com os dados existentes nas células.
Gráficos são a representação visual de dados
=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como
decimais – valor 3,14159 exibe 3,141. gráficos "comuns" ou gráficos dinâmicos.
Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
z ARRED(valor;casas decimais) micas, são construídos com dados existentes em uma
ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
Exibe um número com a quantidade de casas deci- informações para a produção de relatórios completos.
mais, arredondando para cima ou para baixo.
z Os gráficos de Colunas representam valores em
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colu-
nas: Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D
8

decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.


-2

Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada e


77

z HOJE() – Exibe a data atual do computador. 3D.


.7
86

z AGORA() – Exibe a data e hora atuais do


.8

computador.
39

z DIA(data) – Extrai o número do dia de uma data.


-1

z MÊS(data) – Extrai o número do mês de uma data.


z ANO(data) – Extrai o número do ano de uma data.
o
av

z DIAS(data1;data2) - Informa a diferença em dias


st

entre duas datas.


gu

z DIAS360(data1;data2) – Informa a diferença em


dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias)
o
av

z POTÊNCIA(base;expoente)
st

Eleva um número (base) ao expoente informado. z Os gráficos de Linhas representam valores com
gu

=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16 linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha-
z MULT(número;número;número; ... )
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores,
Multiplica os números informados nos argumentos. 100% Empilhada com Marcadores e 3D.

FUNÇÕES LÓGICAS

Retorna VERDADEIRO se
E (Função E) todos os seus argumentos
forem VERDADEIROS

Retorna VERDADEIRO se
OU (Função OU) um dos argumentos for
VERDADEIRO
z Os gráficos de Pizza representam valores propor-
Inverte o valor lógico do
NÃO (Função NÃO) cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
argumento
194 Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza e Rosca.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os gráficos de Barras representam dados de forma
semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon-
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas,
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D
Empilhadas e 3D 100% Empilhadas. z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos
de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

z Os gráficos de Área representam dados de forma


semelhante ao gráfico de Linhas, mas com preen-
chimento até a base (eixo X). São opções dos grá-
z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a
ficos de Área: Área, Área Empilhada, Área 100%
evolução de itens. São exemplos de gráficos de
Empilhada, Área 3D, Área 3D Empilhada e Área 3D
Radar: Radar, Radar com Marcadores e Radar
100% Empilhada.
Preenchido.

z Os gráficos de Dispersão representam duas séries


z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-
de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e
Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.

z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao


8
-2

gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-


77

ro da série de dados.
.7
86
.8
39

z O gráfico do tipo Mapa, exibe a informação de


-1

acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa


o

Coroplético.
av

z Os gráficos do tipo Histograma são usados para


st

séries de valores com evolução, como idades da


gu

população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-


grama: Histograma e Pareto.
o
av
st
gu

z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-


jam organizados em preço na alta, preço na baixa
e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para proje-
de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta- ção de valores.
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
INFORMÁTICA

to e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as varia-


ções dos valores ao longo do tempo. 195
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em ordem decrescente.

z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de
dados. São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha
no Eixo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada e a possibilidade de criação de uma Combinação
Personalizada.

Classificação de Dados

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados.


Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), números (dos menores para os maiores ou dos maiores
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma ou
mais colunas. Você também poderá classificar por uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por
formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de classificação
é identificada por coluna, mas você também poderá identificar por linhas.
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, a classificação poderá ser de texto, números, datas ou horas,
por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por uma lista personalizada, linhas, por mais de uma coluna ou linha, ou
por uma coluna sem afetar as demais.
8
-2
77
.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
o
av
st
gu

CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
A classificação de dados alfanuméricos poderá ser "Classificar de A a
Classificar texto Z" em ordem crescente, ou "Classificar de Z a A" em ordem de-
crescente. É possível diferenciar letras maiúsculas e minúsculas.
Quando a coluna possui números, podemos "Classificar do menor para o
Classificar números
maior" ou "Classificar do maior para o menor"
Se houver datas ou horas, podemos "Classificar da mais antiga para a
Classificar datas ou horas
196 mais nova" ou "Classificar da mais nova para a mais antiga"
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
Se você tiver formatado manual ou condicionalmente um intervalo de
Classificar por cor de célula, cor de fonte ou células ou uma coluna de tabela, por cor de célula ou cor de fonte, po-
ícones derá classificar por essas cores. Também será possível classificar por
um conjunto de ícones criados ao aplicar uma formatação condicional.
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma or-
Classificar por uma lista personalizada dem definida pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valo-
res pelos quais você deseja classificar, como Alta, Média e Baixa.
Na caixa de diálogo Opções de Classificação, em Orientação, clique em
Classificar linhas
Classificar da esquerda para a direita e, em seguida, clique em OK.
Na caixa de diálogo Classificar, adicione mais de um critério para
Classificar por mais de uma coluna ou linha
ordenação.
Classificar uma coluna em um intervalo de Basta selecionar a coluna desejada, e na janela de diálogo, manter o
células sem afetar as demais item “Continuar com a seleção atual”.

MICROSOFT POWERPOINT

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
.PPTX. Caso contenham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. E
ainda podemos trabalhar com os modelos (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, ele possui muitas semelhanças que
acabam ajudando quem está iniciando nele. Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar com
seções (divisões), é possível inserir números de slides, é possível comparar apresentações etc.

EXTENSÃO TIPO DE ARQUIVO CARACTERÍSTICAS


PPT Apresentação editável. Versão 2003 ou anterior.
PPS Apresentação executável. Versão 2003 ou anterior.
POT Modelo de apresentação. Versão 2003 ou anterior.
PPTX Apresentação editável. Versão 2007 ou superior.
Versão 2007 ou superior, que não necessita de pro-
PPSX Apresentação executável.
gramas para ser visualizada.
POTX Modelo de apresentação. Recursos para padronização de novas apresentações.
8

Recursos para padronização e automatização de no-


POTM Modelo de apresentação com macros.
-2

vas apresentações.
77

Formato do LibreOffice Impress, que pode ser editado


.7

ODP Open Document Presentation.


86

e salvo pelo Microsoft PowerPoint.


.8

Formato de documento portável, sem alguns recursos


PDF/XPS Portable Document Format.
39

multimídia inseridos na apresentação de slide.


-1
o
av

Importante!
st
gu

Apresentações de slides é um tópico pouco questionado em provas de concursos. Conhecendo os conceitos


do Microsoft PowerPoint, você poderá aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.
o
av
st
gu

As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.
INFORMÁTICA

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo. 197
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.

z SLIDE – unidade de edição, como uma página da apresentação.


z SLIDE MESTRE – slide com o modelo de formatação que será usado pelos slides da apresentação atual.
z DESIGN – aparência do slide ou de toda a apresentação. O design combina cores, estilos e padrões para que a
aparência tenha um visual harmonizado. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada objeto inserido no
slide.
z LAYOUT – disposição dos elementos dentro do slide. Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide de
título é apresentado. O usuário poderá alterar para outro layout. Cada slide da apresentação poderá ter um
layout diferente.

Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação


Seção Conteúdo

Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com


Legenda Legenda

Figura 2. Layout de slide

z SEÇÃO – divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá
ter "duas apresentações" dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público.
z TRANSIÇÕES – animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transi-
ções, grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo.
z ANIMAÇÃO – animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações
simultaneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias
de Animação.

Conceito de Slides

Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais de slides,

z Slide (modo de exibição Normal) – cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo.
8

z Slide Mestre – para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez.
-2

z Folhetos Mestre – para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos.
77

z Anotações Mestras – para alterar o design e layout das folhas de anotações.


.7
86
.8
39
-1
o
av
st
gu
o
av
st
gu

Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de slides

198
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO VÍDEO HIPERLINKS
uma pequena mudança em relação às versões ante- PPTX X X X X X
riores, com a inclusão do item Modo de Exibição de
PPSX X X X X X
Estrutura de Tópicos:
PDF - - - - X

z Normal – no modo de exibição Normal, minia- MP4 X X X X X

turas dos slides ou os tópicos aparecerão no lado JPG/PNG - - - - -


esquerdo, o slide atual aparecerá no centro (sendo
possível sua edição) e na área inferior da tela apa- Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )
recerá a área de anotações. Ajustar à janela encai-
xa o slide na área. O formato PDF é portável, e poderá ser usado em
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos – qualquer plataforma. Praticamente todos os progra-
para editar e alternar entre slides no painel de mas disponíveis no mercado reconhecem o formato
estrutura de tópicos. Útil para a criação de uma PDF.
apresentação a partir dos tópicos de um documen- Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costu-
to do Microsoft Word. mam ser questionados em provas.
z Classificação dos Slides – no modo de exibição
Classificação de Slides, apenas miniaturas dos sli-
des serão mostradas. Estas miniaturas poderão Para entrar em modo de apresentação de slides
ser organizadas, arrastando-as. As operações de do começo, devemos pressionar F5.
slides estão disponíveis, como Excluir slide, Ocul-
A outra forma de iniciar uma apresentação de
tar slide etc. Mas não é possível editar o conteúdo.
slides é a partir do Slide Atual, pressionando
Somente após duplo clique será possível a edição
Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apresen-
do conteúdo.
tação de Slides.
z Anotações – Exibir a página de anotações para
editar as anotações do orador da forma como fica- Apresentar on-line – Transmitir a apresentação
rão quando forem impressas. de slides para visualizadores remotos que pos-
z Modo de Exibição de Leitura – Exibir a apresen- sam assisti-la em um navegador da Web.
tação como uma apresentação de slides que cabe Apresentação de Slides Personalizada – Criar
na janela. A barra de título do PowerPoint conti- ou executar uma apresentação de slides perso-
nuará sendo exibida. nalizada. Uma apresentação de slides persona-
lizada exibirá somente os slides selecionados.
Noções de Edição e Formatação de Apresentações Este recurso permite que você tenha vários
conjuntos de slides diferentes (por exemplo,
A preparação de uma apresentação de slides segue uma sucessão de slides de 30 minutos e outra
uma série de recomendações quanto à quantidade de de 60 minutos) na mesma apresentação.
texto, quantidade de slides, ao tempo da apresentação
Configurar Apresentação de Slides – Configurar
etc.
8

opções avançadas para a apresentação de sli-


-2

Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro.


des, como o modo de quiosque (em que a apre-
77

O questionamento é sobre como fazer, onde configu-


sentação reinicia após o último slide, e continua
.7

rar, como apresentar etc.


em loop até pressionar ESC), apresentação sem
86

Para entrar em modo de apresentação de slides do


narração, vários monitores, avançar slides etc.
.8

começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o


39

ícone "Do Começo" na guia Apresentações de Slides, Ocultar Slide – Ocultar o slide atual da apresen-
-1

grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar tação. Ele não será mostrado durante a apre-
no ícone correspondente na barra de status, ao lado sentação de slides de tela inteira.
o
av

do zoom. Testar Intervalos – Iniciar uma apresentação


st

A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de de slides em tela inteira na qual você possa
gu

exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não testar sua apresentação. A quantidade de tem-
será mostrada. A outra forma de iniciar uma apresen-
o

po utilizada em cada slide é registrada e você


av

tação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando pode salvar esses intervalos para executar a
st

Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apresentação apresentação automaticamente no futuro.


gu

de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de dire- Gravar Apresentação de Slides – Gravar nar-
ção permitem mudar o slide em exibição. O Enter pas- rações de áudio, gestos do apontador laser ou
sa para o próximo slide. O ESC sai da apresentação de intervalos de slide e animação para reprodução
slides. durante a apresentação de slides.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão princi-
pal (esquerdo) do mouse exibirá um "laser pointer" na Álbum de Fotografias – criar ou editar uma
INFORMÁTICA

apresentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará apresentação com base em uma série de
a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final imagens. Cada imagem será colocada em um
deixa a tela preta (escura). slide individual.
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue
os princípios do editor de textos Word. E os comandos Ação – Adicionar uma ação ao objeto selecio-
também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como nado para especificar o que deve acontecer
PDF. quando você clicar nele ou passar o mouse
De acordo com o formato escolhido, alguns recur- sobre ele.
sos poderão ser desabilitados.
199
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Estrutura básica dos documentos
Inserir número do slide - o número do slide
reflete sua posição na apresentação. Os documentos do LibreOffice Writer possuem a
seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos
Inserir vídeo no slide - permite inserir um do Microsoft Word e conceitos:
videoclipe no slide.
z Documentos – arquivos ODT (Open Document
Inserir áudio no slide - permite inserir um clipe Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo
de áudio no slide. usuário. Os Modelos, com extensão OTT (Open
Template Text), contém formatações que serão
aplicadas aos novos documentos criados a partir
Gravação de tela – gravar o que está sendo
dele.
exibido na tela e inserir no slide.
z Páginas – unidades de organização do texto,
segundo o tamanho do papel e margens. Defini-
Formas – linhas, retângulos, formas básicas, ções estão no menu Formatar, item Estilo da Pági-
setas largas, formas de equação, fluxograma, na..., guia Página.
estrelas e faixas, textos explicativos e botões
de ação.

LIBREOFFICE WRITER
A4
A interface da versão 6 é mais "leve" que a interfa-
ce da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um
fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando
mais parecido com o Word 2016.
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão
Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).
O LibreOffice Writer é integrado com os demais
programas do pacote, permitindo a inserção de fór- z Seção – divisão de formatação do documento,
mulas avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em onde cada parte tem a sua configuração. Sempre
uma tabela do documento de textos, por exemplo. que forem usadas configurações diferentes, como
O LibreOffice Writer grava documentos com a margens, colunas, tamanho etc., as seções serão
extensão ODT, mas também poderá gravar em outros usadas. Disponível no menu Inserir, item Seção...
formatos como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos z Parágrafos – formado por palavras e marcas de
que são gravados pelo programa, também poderão formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
ser abertos por ele. tação independente do parágrafo anterior, e do
parágrafo seguinte.
8

z Linhas – sequência de palavras que pode ser um


-2
77

parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for


Importante!
.7

finalizado com Quebra de Linha, a configuração


86

O que você faz no Word, você faz no Writer. Qua- de formatação atual permanece na próxima linha.
.8

se tudo tem correspondente entre os aplicati- z Palavras – formado por letras, números, símbolos,
39

vos. Alguns atalhos de teclado são diferentes, caracteres de formatação etc. Podemos definir a
-1

formatação do texto no menu Formatar, item Tex-


alguns nomes de comandos são diferentes, mas
to (nas versões anteriores era Caractere). E pode-
o

a maioria dos itens são iguais.


av

mos escolher em Texto. A novidade na versão 5 é


st

que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos


gu

abc e efeitos disponíveis no editor.


O botão é usado para fazer a verificação orto-
o
av

gráfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação Edição e Formatação de Textos
st

ortográfica o atalho é Shift+F7. A auto verificação


gu

ortográfica é para correção automática de todos os A edição e formatação de textos consiste em apli-
erros do documento segundo as configurações prede- car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
terminadas pelo editor de textos Writer. parágrafos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem
O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela todos estes recursos, como o Microsoft Word.
tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto
contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou confi-
palavra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho)
guração aplicada.
ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado
verde). Já a autocorreção é um recurso diferente, que
Edição e Formatação de Fontes
permite substituir erros comuns, como a ausência de
maiúscula no início de uma frase, corrigir o uso aci- As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
dental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
maiúscula e minúscula), acentuação na palavra não todos os programas do computador.
(quando digitamos naõ), e principalmente a substitui- Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte
ção de símbolos por palavras, definidos pelo usuário, padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier
200 no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção. New, Verdana, são os mais comuns.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.
Se quiser, digite o valor específico que deseja.
Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.
Shift+F3 para alternar pelo teclado.
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta
(Ctrl+M) , disponível na barra de formatação de Caracteres.
E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Dife-
rem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico
(atalho de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado
Ctrl+D – Double, que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como
texto tachado (riscado simples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e
sobrescrito
(como em km2 – atalho de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado de
palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Forma-
tar, Texto.
Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.

ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Negrito Ctrl+N Ctrl+B (Bold) Exemplo de Texto

Itálico Ctrl+I Ctrl+I (Italic) Exemplo de Texto

Sublinhado (simples) Ctrl+S Ctrl+U (Underline) Exemplo de Texto

Sublinhado duplo - - Ctrl+D (Double) Exemplo de Texto

Tachado (simples) - - Exemplo de Texto

Tachado duplo Fonte (Ctrl+D) Formatar, Texto Exemplo de Texto


8
-2
77

Sobrelinha - - - Exemplo de Texto


.7
86

Sobrescrito Ctrl+Shift+mais Ctrl+Shift+P


.8

Exemplo de Texto
39
-1

Subscrito Ctrl+ igual Ctrl+Shift+B Exemplo de Texto


o
av
st

Sombra - -
gu
o

Contorno - - Exemplo de Texto


av
st
gu

Aumentar tamanho Ctrl+Shift+ponto Ctrl + ] Exemplo de Texto

Diminuir tamanho Ctrl+Shift+vírgula Ctrl + [ Exemplo de Texto

Maiúsculas EXEMPLO DE TEXTO


INFORMÁTICA

Minúsculas exemplo de texto

Alternar (Circular caixa) Shift+F3 Shift+F3 Exemplo de Texto

Versalete - Ctrl+Shift+K - EXEMPLO DE TEXTO

Limpar formatação - Ctrl+M Exemplo de Texto


201
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Cor da Fonte - - Exemplo de Texto

Realce de Texto - - Exemplo de Texto

Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).

Atalhos de Teclado dos Editores de Textos

Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situa-
ção. Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima
letra está disponível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.

ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS

Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)

Ctrl+B Salvar Negrito (Bold) Negrito (Bold)

Ctrl+D1 Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -

Ctrl+E Centralizar Centralizar Ctrl+Shift+E

Ctrl+F - Localizar (Find) Localizar na página

Ctrl+G2 Alinhar texto à direita Ir para (Go To) Ctrl+Shift+R

Ctrl+H Localizar e Substituir

Ctrl+I Itálico Itálico Itálico


8
-2
77

Ctrl+J3 Justificado Justificado Ctrl+Shift+J


.7
86

Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink Barra de endereços do navegador


.8

Ctrl+L4 Localizar Alinhar texto à esquerda (Left) Ctrl+Shift+L


39
-1

Ctrl+M Aumentar recuo5 Limpar formatação direta Ctrl+\


o
av

Ctrl+N6 Negrito Novo documento (New) -


st

Ctrl+O Novo documento Abrir documento (Open) Abrir documento (Open)


gu

Alinhar texto à
o

Ctrl+Q Sair do LibreOffice (Quit) -


av

esquerda
st
gu

Repetir último
Ctrl+R Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
comando

Ctrl+S Sublinhado Salvar documento (Save) Salvar página web

Ctrl+U Localizar e Substituir Sublinhado (Underline) Sublinhado (Underline)

1 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
2 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
3 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
4 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
5 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
202 6 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS

Ctrl+Y Ir para Repetir último comando Repetir último comando

Ctrl+igual7 Subscrito Ctrl+Shift+B Ctrl+vírgula

Ctrl+Shift+mais Sobrescrito Ctrl+Shift+P Ctrl+ponto final

Ctrl+Shift+V Colar Especial Colar Especial Colar sem formatação

Ctrl+Alt+Shift+V Colar sem formatação

Maiúsculas e
Shift+F38 Maiúsculas e Minúsculas -
Minúsculas

Importante!
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma
relação com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.

No LibreOffice Writer, o atalho F5 aciona o Navegador, que permite a navegação para:

z Página;
z Títulos;
z Tabelas;
z Quadros;
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta.
8
-2

A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
77

de 4 cliques na seleção. Confira:


.7
86

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO


.8
39

- Ctrl+A Selecionar tudo Seleciona o documento


-1

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor


o
av

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra


st
gu

Botão principal - 3 cliques na palavra Selecionar a frase


o

Botão principal - 4 cliques na palavra Seleciona o parágrafo


av
st
gu

Cabeçalhos

Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
isto, use as seções para dividir a formatação do documento.
Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
formas geométricas, hiperlinks, entre outros.
INFORMÁTICA

7  O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
8  O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também. 203
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Inserir

Cabeçalho e rodapé Cabeçalho

Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO

Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar,
Arquivo
imprimir, propriedades).

Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecio-
Editar
nar) e área de transferência do Windows/Linux.

Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização,
8

Exibir
-2

interface do usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom.
77

Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo
.7

Inserir atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos
86

gráficos, elementos visuais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé.
.8
39

Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e nume-
-1

Formatar
ração, tabulações etc. Permite alterar elementos editáveis do documento.
o
av

Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser
Estilos
st

organizadas em um índice.
gu

Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso.
o

Tabelas
Ao incluir uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida.
av
st

Permite a edição e programação de formulários diretamente no documento aberto, para entrada de


gu

Formulários
dados padronizados.

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os


Ferramentas
próximos arquivos editados pelo aplicativo.

Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos em edição.

Impressão

Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Pági-
nas específicas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas indivi-
204 duais, separadas por traço uma sequência de páginas).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Coluna – células alinhadas verticalmente, nomea-
das com uma letra.
Linha – células alinhadas horizontalmente, nume-
radas com números.
Planilha – o conjunto de células organizado em uma
folha de dados. Writer representa com (ponto final).
Pasta de Trabalho – arquivo do Calc contendo
as planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de
memória RAM disponível, nomeadas como Planilha 1,
Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS.
Alça de preenchimento – no canto inferior direito
da célula, permite que um valor seja copiado na dire-
ção em que for arrastado. No Excel, se houver 1 núme-
ro, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência
será criada. No Calc, 1 número cria uma sequência
com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos
meses, estas opções criam listas predefinidas.

Havendo a possibilidade disponível na impresso-


ra, serão impressas de um lado da página, ou frente e
verso automático, ou manual. Ao contrário do Word,
que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o
Writer divide em guias as opções da impressão.

LIBREOFFICE CALC

O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação


de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante Mesclar células – significa simplesmente juntar. O
ao Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças LibreOffice Calc permite que o usuário escolha a forma
(que já foram questionadas em concursos públicos). como as células serão mescladas. Ao clicar no ícone
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser na barra de ferramentas, a caixa de diálogo “Mesclar
criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Goo- células” será exibida.
gle Planilhas. O arquivo produzido em um aplicativo A célula pode receber diferentes formatações, espe-
poderá ser editado por outro programa, pois são com- cialmente na exibição de valores numéricos. Para a exi-
patíveis entre si. bição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A formação
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em de células, linhas e colunas possibilita definir bordas,
qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmen- sombreamento, e padrões que serão aplicados a estas.
te. O LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do Uma opção muito utilizada no Calc, e também no
8

Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande


-2

Excel sem problemas, e o local de armazenamento não


(muitas células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e
77

influencia nos recursos disponíveis no aplicativo.


podemos marcar o intervalo (Definir) que será consi-
.7

O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a


derado na impressão.
86

extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é A formatação Condicional permite exibir células de
.8

um componente do ODF (Open Document Format). O diferentes cores e padrões, segundo condições estipuladas.
39

arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABA- Por exemplo, quando desejamos que os números negati-
-1

LHO, e poderá ser gravado no formato do Microsoft vos sejam vermelhos e os positivos em azul, é um caso.
o

Office, todas as versões.


av

Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia


st

com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas Formatar


gu

na parte inferior da tela de visualização. Cada planilha


o

é independente das demais, e usamos o sinal de ponto


av

final para referenciar dados em outras planilhas.


st

As colunas são identificadas por letras, nomeadas de


gu

A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui


1024 colunas). As linhas são numeradas com números,
de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Micro-
soft Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor
ou pior. Cuidado com as comparações. Quando a ban-
INFORMÁTICA

Condiconal
ca sugere uma comparação, menosprezando um dos
itens, geralmente está errado.

Conceitos Básicos Geranciar...

Célula – unidade da planilha de cálculos, o encon-


tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi-
dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a
tecla SHIFT (assim como no sistema operacional). 205
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A formatação condicional pode apresentar visualmen- Exemplo: =SE(A1>=A2; "A1 é maior ou igual a A2";
te as diferenças existentes nos dados da planilha de cálcu- "A2 é maior que A1") – teste e exibe uma mensagem.
los. É um recurso útil e muito questionado em provas. z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos,
sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes,
Simbologia Específica para comparação.
Exemplo: =SE(A1<=A2; "A1 é menor ou igual
z Coluna+Linha formato de referência de cada célu- a A2"; "A2 é menor que A1") – teste e exibe uma
la da planilha. Colunas com letras, linhas com mensagem.
números. O formato de referência é idêntico no z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti-
Excel e Calc. vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o
Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1. símbolo ≠ Usado em testes, para comparação.
z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou Exemplo: =SE(A1<>A2; "Valores diferentes"; "São
faz uma comparação dentro de um teste. iguais") – teste e exibe uma mensagem.
Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1 z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores,
com o valor em A2. expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel
=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) – efetua um tes- e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na
te e exibe uma mensagem. matemática, apenas parênteses.
z + (sinal de mais) Adição, ou início de fórmula/ z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma
função. função ou separador de células em uma referência.
Exemplo: +A1+A2 – efetua a soma do valor em A1 Pode significar E em uma referência de valores.
com o valor em A2. Exemplos: =SE(A1<>A2; "Valores diferentes"; "São
z - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/ iguais") – separando os três argumentos da função.
função com inversão de resultado. =SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu-
Exemplo: -A1+A2 – efetua a soma do valor em A1 mentos que serão somados.
com o valor em A2, invertendo o resultado. z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de
z * (asterisco) multiplicação. faixa de células.
Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valo-
em A1 pelo valor em A2. res na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3,
z / (barra "normal") divisão. C1 e C2.
Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1 z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
pelo valor em A2. Exemplo: =SE(A1<>A2; "Valores diferentes";
z ^ (acento circunflexo) Exponenciação. "São iguais") – as mensagens são exibidas como
Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do digitadas.
valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2. z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-
z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o formando a referência relativa em referência mista
valor em formato de porcentagem. Não faz o cálcu- ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
lo. Para fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
resultado (por cento, por 100). Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
8
-2

dois ou mais valores em uma única sequência. =$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a
77

Exemplo: Planilha2.
.7

=”Fernando”&”Nishimura” z # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem,


86

=15&30 apenas um) Erro.


.8

Fernando Nishimura
39

1530 Mensagens de Erros


-1

z . (ponto final) Significa Planilha.


Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 – efetua
o

Seguem abaixo os erros mais comuns que podem


av

a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:
st

valor de A2 que está em Planilha2.


gu

z ##### A célula não é larga o suficiente para mos-


o

trar o conteúdo.
av

Importante! z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante


st

Uma das poucas diferenças existentes entre o inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter-
gu

Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma valo de valores definido.


como referenciam planilhas. No Excel é o ponto z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula
de exclamação, no Calc é o ponto final. resulta em um valor que não corresponde à sua
definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-
la contém um texto em vez de um número.
z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes, z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma
para comparação. fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani-
Exemplo: =SE(A1>A2; "A1 é maior"; "A2 é maior") – lha que contém uma célula referenciada.
efetua um teste e exibe uma mensagem. z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi
z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes, possível avaliar um identificador, por exemplo,
para comparação. não foi possível encontrar uma referência válida,
Exemplo: =SE(A1<A2; "A1 é menor"; "A2 é menor") um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu-
– efetua um teste e exibe uma mensagem. na/linha, uma macro, um separador decimal incor-
z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos, reto, suplemento não encontrado.
sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes, z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação
206 para comparação. de divisão / quando o denominador é 0.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Funções Básicas =MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
las A1 até D6.
z SOMA (valores) : realiza a operação de soma nas
células selecionadas. z MÍNIMO (valores) : exibe o menor valor das célu-
las selecionadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-
tentes nas células A1, A2 e A3. =MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis- área de A1 até D6.
tentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da z MENOR (valores;posição) : exibe o menor valor de
célula A1, com 34 (valor literal) e B3. uma série, segundo o argumento apresentado.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
tentes, de A1 até B4. O LibreOffice Calc não faz "trian- =MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
gulação", operando apenas áreas quadrangulares. las A1 até D6.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores
A1 com B1 e C1 até C3. z SE (teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor-
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro
com 3 e o valor A1 duas vezes. caso seja falso.

z SOMASE (valores;condição) : realiza a operação z CONT.VALORES (células) : esta função conta todas
de soma nas células selecionadas, se uma condição as células em um intervalo, exceto as células
for atendida. vazias.

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- =CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da


res de A1 até A5 que sejam maiores que 15. contagem, informando quantas células estão preen-
chidas com valores, quaisquer valores.
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sinta-
z CONT.NÚM (células) : conta todas as células em
xe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja
um intervalo, exceto células vazias e células com
somado).
texto.
z MEDIA (valores) : realiza a operação de média
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
nas células selecionadas e exibe o valor médio
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
encontrado.
z CONT.SE (células;condição) : Esta função conta quan-
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples
tas vezes aparece um determinado valor (número ou
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
8

res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma


-2

indicar qual é o critério a ser contado)


77

célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células


vazias não entram no cálculo da média.
.7

=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-


86

tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-


.8

z MED (valores): obtém o valor da mediana. A do o valor 5.


39

mediana é o valor que está "no meio" dos valores


-1

ordenados informados z TEXTO (células;formato) : exibe um valor numéri-


co no formato especificado por uma máscara.
o
av
st

=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,


gu

portanto, 007
o

z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto) : per-


av

mite trocar no texto informado, iniciando na posi-


st
gu

ção início, o novo_texto, até o limite de caracteres.

=MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6, =MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o
2 e 1? É o 2. “José” por “João”
=MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2
z PROCV (valor_procurado; matriz_tabela; núm_
até C2? (6+2+1)/3 = 3.
índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
INFORMÁTICA

z MÁXIMO (valores) : exibe o maior valor das célu- A função PROCV é utilizada para localizar o
las selecionadas. valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando
encontrar, retornar a enésima coluna informada em
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDA-
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- DEIRO ou FALSO, é usada para identificar se precisa ser
nas um será mostrado. o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).
Por exemplo:
z MAIOR (valores;posição) : exibe o maior valor de =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
uma série, segundo o argumento apresentado. =PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) 207
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A função PROCV é um membro das funções de pes-
quisa e Referência, que incluem a função PROCH. MENU SIGNIFICADO
Se PROCV não localizar valor_procurado, e pro- Classificação, filtro, filtro avançado, e
curar_intervalo for VERDADEIRO, ela usará o maior Dados demais opções de organização dos
valor que é menor do que o valor_procurado. dados.
z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente Oferece opções para organizar as
) : procura um valor na horizontal. Caso encon- Janela
janelas dos documentos.
tre, retorna a linha correspondente ao argu-
mento informado. E a busca poderá ser exata ou
aproximada. LIBREOFFICE IMPRESS

Precedência dos operadores O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após


anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos
Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel
que estamos apresentando um PowerPoint, mesmo
usam precedência de operadores matemáticos para a
que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
resolução das fórmulas.
Os softwares de edição de slides (Microsoft Power-
A ordem de prioridade é parênteses, depois expo-
Point, LibreOffice Impress, Google Apresentações) per-
nenciação (ou potência), depois multiplicação e divi-
são, e por último, adição e subtração. mitem a criação de uma apresentação de slides para
^ Exponenciação A primeira operação que deve exibição para um público.
ser executada Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher
* Multiplicação A próxima operação a ser executa- um modelo de apresentação para criação de um novo
da, assim como a Divisão. arquivo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e
/ Divisão escolher um arquivo que está gravado em um local de
+ Adição Após realizar exponenciação, multiplica- armazenamento permanente, para ser aberto e edita-
ção e divisão, faça a adição/subtração. do naquela sessão de trabalho.
- Subtração.
- Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for
realizado, faça a inversão do sinal.
Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos opera-
dores matemáticos.
P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multipli-
cação, divisão, adição e subtração.
Diferentemente da interface do Microsoft Excel,
que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos
e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em
menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para
compreender a sequência de comandos e menus do
8
-2

Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e


77

LibreOffice Impress.
.7
86

MENU SIGNIFICADO
.8
39

Oferece comandos para o gerencia-


-1

Arquivo mento do arquivo atual, aquele que Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffi-
está em primeiro plano. ce Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).
o
av

Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress


Acesso a recursos temporários (lo-
st

(formato ODP – Open Document Presentation) podem


Editar calizar, substituir, selecionar) e área
gu

ser abertos pelo Microsoft PowerPoint.


de transferência do Windows/Linux. Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
o
av

Acesso aos controles sobre o que O LibreOffice Impress permite exportar uma
st

Exibir será mostrado na tela de edição, e apresentação ou desenho para diferentes formatos,
gu

como será exibido. incluindo os citados no enunciado da questão.

Adicionar qualquer objeto no arquivo


Inserir atualmente editado. Se este objeto é
atualizável, será um campo.

Mudar a aparência, mudar a configu-


Formatar ração, dar uma forma, alterar o que
está em edição.

Opções de controle da planilha de


Planilha
dados no Calc.
Os modos de exibição permitem alternar entre
Oferece comandos para o gerencia-
a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de
mento do aplicativo, alterando as
Ferramentas Tópicos), Notas (Anotações do apresentador) e Orga-
configurações em todos os próximos
nizador de Slides (classificação de slides – miniaturas
arquivos editados pelo aplicativo.
208 para organização).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Correio – abre o aplicativo de e-mail padrão
para o envio de uma mensagem eletrônica.
Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides
Documento – para algum local do docu-
mento atual, como uma Tabela, Seção ou
Quadro.

Novo Documento – para qualquer outro


arquivo editável do pacote LibreOffice.

Diferentemente da interface do Microsoft Power-


Point, que é baseada na Faixa de Opções com guias,
grupos e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada
em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas
para compreender a sequência de comandos e menus
do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice
Writer e LibreOffice Calc.

MENU SIGNIFICADO
LEIAUTE. Permite a escolha do tipo de conteúdo Oferece comandos para o gerencia-
que será inserido no slide. Para não esquecer: é o Arquivo mento do arquivo atual, aquele que
esqueleto de cada slide da apresentação. O layout do está em primeiro plano.
slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos
objetos dentro de cada slide da apresentação. Acesso a recursos temporários (loca-
MODELOS. Permite a escolha do projeto visual que Editar lizar, substituir, selecionar) e área de
será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparên- transferência do Windows/Linux
cia da apresentação.
Acesso aos controles sobre o que será
TRANSIÇÃO. Permite a escolha do efeito visual que
mostrado na tela de edição, e como
será utilizado na passagem de um slide para outro sli- Exibir
será exibido. Cor, preto e branco, esca-
de. Para não esquecer: é a animação entre os slides da
la de cinza.
apresentação.
MESTRE. Permite a escolha da posição de todos os Adicionar qualquer objeto na apre-
elementos dentro de uma apresentação, assim como Inserir sentação atualmente editada. Se este
configurações específicas. Podemos configurar os objeto é atualizável, será um campo.
slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o
esqueleto de toda a apresentação. Mudar a aparência, mudar a configura-
Formatar ção, dar uma forma, alterar o que está
8
-2

Exibir em edição.
77

Oferece comandos para o gerencia-


.7
86

mento do aplicativo, alterando as


Ferramentas
configurações em todos os próximos
.8

Slide mestre
39

arquivos editados pelo aplicativo.


-1

Iniciar a apresentação, configurar a


o

Apresen- apresentação, Cronometrar, Interação,


av

tação de Animação personalizada, Transição


st

slides de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar


gu

uma apresentação personalizada.


o
av

Oferece opções para organizar as ja-


Janela
st

nelas dos documentos.


gu

Elementos do slide mestre...


Menu Slide

Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na ver-


são 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui
opções similares à guia Apresentação de Slides do Micro-
INFORMÁTICA

Assim como nos demais aplicativos, o ícone soft PowerPoint. Contém as opções para manipulação
permite transformar um objeto inserido em um dos slides da apresentação, incluindo o item Transição
hyperlink. O ícone está disponível na Barra de Ferra- de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.
mentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:

Internet – endereço URL ou endereço FTP.


209
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Slide

Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso

Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se


conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica

A navegação na Internet é possível através da com-


binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
camadas ou 4 camadas).
Menu Apresentação de Slides A Internet conecta diversos países e grandes cen-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas
Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as de backbones. São conexões de alta velocidade que
opções e comandos para controle da apresentação. Foi
permitem a troca de dados entre as redes conectadas.
mantido nas versões seguintes.
O usuário não consegue se conectar diretamente no
Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresenta-
ção a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a par- backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou
tir do slide atual. Esta é uma alteração importante, uma operadora de telefonia através de um modem, e
pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, a empresa se conecta na "espinha dorsal".
e agora é como no PowerPoint, com dois atalhos de Após a conexão na rede mundial, o usuário deve
teclado diferentes. utilizar programas específicos para realizar a navega-
ção e acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores.

CONCEITO USO COMENTÁRIOS

Conhecida como nuvem, e tam-


bém como World Wide Web, ou
WWW, a Internet é um ambiente
Conexão entre
Internet inseguro, que utiliza o protoco-
computadores
lo TCP para conexão em con-
junto a outros para aplicações
específicas.

Ambiente seguro que exige iden-


tificação, podendo estar restrito
a um local, que poderá acessar
Conexão com
Intranet a Internet ou não. A Intranet uti-
8

autenticação
-2

liza o mesmo protocolo da Inter-


CONCEITOS BÁSICOS E MODOS
77

net, o TCP, podendo usar o UDP


DE EMPREGO DE TECNOLOGIAS, também.
.7
86

FERRAMENTAS, APLICATIVOS E Conexão remota segura, prote-


.8

PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS Conexão entre gida com criptografia, entre dois


39

Extranet dispositivos dispositivos, ou duas redes. O


À REDE DE COMPUTADORES,
-1

ou redes acesso remoto é geralmente su-


INTERNET E INTRANET portado por uma VPN.
o
av
st

A Internet é a rede mundial de computadores que Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,
gu

surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, mas também questionam Extranet. A conexão remota
o

para proteger os sistemas de comunicação em caso de


av

segura que conecta Intranet’s através de um ambiente


ataque nuclear, durante a Guerra Fria.
st

inseguro que é a Internet, é naturalmente um resulta-


Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta-
gu

do das redes de computadores.


dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que
procuravam proteger as informações secretas de
ambos os países e seus blocos de influência.
Internet, Intranet e Extranet
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced
Research Projects Agency, era um modelo de troca e Redes de
computadores
compartilhamento de informações que permitisse a
descentralização das mesmas, sem um "nó central",
garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó
Internet Intranet Extranet
fosse desligado.
A troca de mensagens começou antes da própria Rede mundial de Rede local de Acesso remoto
computadores acesso restrito seguro
Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio
a Internet como conhecemos e usamos.
Utiliza os mesmos
Ela passou a ser usada também pelo meio educa- Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca- Internet
dêmica. No início dos anos 90 ela se tornou aberta e Padrão de
Família TCP/IP
Criptografia em
210 comercial, permitindo o acesso de todos. comunicação VPN

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Internet é transparente para o usuário. Qualquer
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
usuário poderá acessar a Internet sem ter conhecimento
técnico dos equipamentos que existem para possibilitar Firefox
a conexão. Software livre e multi-
plataforma que é leve,
Mozilla
intuitivo e altamente
FERRAMENTAS E APLICATIVOS COMERCIAIS expansível.
DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO,
DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA, DE
Chrome
PESQUISAS E DE REDES SOCIAIS Um dos mais populares
navegadores do merca-
Google
Nos concursos públicos e no dia-a-dia, estes são os do, multiplataforma e de
itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con- fácil utilização.
teúdo disponível na Internet.
As informações armazenadas em servidores, Safari Desenvolvido original-
sejam páginas web ou softwares como um serviço mente para aparelhos da
(SaaS – camada mais alta da Computação na Nuvem), Apple Apple, atualmente está
são acessadas por programas instalados em nossos disponível para outros
dispositivos. São eles: sistemas operacionais.

Opera
z Navegadores de Internet ou browsers, para con- Navegador leve com
teúdo em servidores web. proteções extras contra
z Softwares de correio eletrônico, para mensagens Opera
rastreamento e minera-
em servidores de e-mail. ção de moedas virtuais.
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
empresas e usuários.
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
Na Internet, as informações (dados) são arma-
Bing, para encontrar informações na rede mundial.
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os
z Grupos de Discussão, tanto no contexto de What-
servidores são computadores, que utilizam pastas ou
sApp e Telegram, como no formato clássico do
diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao
Facebook e Yahoo Grupos.
acessarmos uma informação na Internet, estamos
acessando um arquivo. Mas como é a identificação
Este tópico é muito prático, e nos concursos públi-
deste arquivo? Como acessamos estas informações?
cos são questionados os termos usados nos diferentes
Através de um endereço URL.
softwares, como "Histórico", para nomear a lista de
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que
informações acessadas por um navegador de Internet.
define o endereço de um recurso na rede. Na sua tra-
dução literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e
possui a seguinte sintaxe:
Importante! protocolo://máquina/caminho/recurso
8
-2

Ao navegar na Internet, comece a observar os "Protocolo" é a especificação do padrão de comuni-


77

detalhes do seu navegador e as mensagens que cação que será usado na transferência de dados. Pode-
.7

são exibidas. Estes são os itens questionados rá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo
86

em concursos públicos. de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text


.8

Transfer Protocol Secure – protocolo seguro de trans-


39

ferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocolo


-1

Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação – protocolo de transferência de arquivos), entre outros.


"://" faz parte do endereço URL, para identificar
o
av

As informações armazenadas em servidores web que é um endereço na rede, e não um endereço local
st

são arquivos (recursos), identificados por um endere- como "/" no Linux ou ":\" no Windows.
gu

ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em "Máquina" é o nome do servidor que armazena a
um browser ou navegador de Internet. informação que desejamos acessar.
o
av

Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet utili- "Caminho" são as pastas e diretórios onde o arqui-
st

za os mesmos protocolos, linguagens e serviços da Internet. vo está armazenado.


gu

Confira a seguir, os principais navegadores de "Recurso" é o nome do arquivo que desejamos acessar.
Internet disponíveis no mercado. Vamos conferir os endereços URL a seguir, e suas
características.
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
ENDEREÇO
Edge CARACTERÍSTICAS
Navegador padrão do URL FICTÍCIO
Windows 10, que substi-
INFORMÁTICA

Microsoft
tuiu o Microsoft Internet Usando o protocolo http, acessare-
Explorer. mos o servidor abc, que é comercial
(.com), no Brasil (.br). Acessaremos
a divisão multimídia (www) com ar-
Internet Navegador padrão do http://www.
quivos textuais, vídeos, áudios e ima-
Explorer Windows 7, um dos mais abc.com.br/
questionados em con- gens. O recurso acessado é o index.
Microsoft html, entendido automaticamente
cursos públicos, por ser
integrante do sistema pelo navegador, por não ter nenhuma
operacional especificação de recurso no fim.
211
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conceitos e funções válidas para todos os
ENDEREÇO navegadores
CARACTERÍSTICAS
URL FICTÍCIO

Usando o protocolo https, acessare- Modo normal de navegação – as informações serão


mos o servidor abc, que é comercial registradas e mantidas pelo navegador. Histórico de
https://mail. Navegação, Cookies, Arquivos Temporários, Formulá-
(.com) e pode estar registrado nos
abc.com/ rios, Favoritos e Downloads.
Estados Unidos. Acessaremos o dire-
caixas/inbox/
tório caixas, subdiretório inbox. Aces-
saremos o serviço mail no servidor.

Usando o protocolo de transferência


ftp://ftp.abc. de arquivos ftp, acessaremos o servi-
gov.br/edital. dor ftp da instituição governamental
pdf (gov) brasileira (br) chamada abc, que
Modo de navegação anônima – as informações de
disponibiliza o recurso edital.pdf.
navegação serão apagadas quando a janela for fecha-
da. Apenas os Favoritos e Downloads serão mantidos.
Outra forma de analisar um endereço URL é na
sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites
na Internet, nos deparamos com aquelas combinações
de símbolos que não parecem legíveis. Mas como tudo
na Internet está padronizado, vamos ver as partes de
um endereço URL "completão".
Confira:
Dados de formulários – informações preenchidas
esquema://domínio:porta/caminho/recurso?
em campos de formulários nos sites de Internet.
querystring#fragmento
Favoritos – endereços URL salvos pelo usuário
Onde "esquema" é o protocolo que será usado na para acesso posterior. Os sites preferidos do usuário
transferência. poderão ser exportados do navegador atual e impor-
"Domínio" é o nome da máquina, o nome do site. tados em outro navegador de Internet.
":" e "porta", indica qual, entre as 65536 portas TCP Downloads – arquivos transferidos de um servidor
será usada na transferência. remoto para o computador local. Os gerenciadores de
"Caminho" indica as pastas no servidor, que é um downloads permitem pausar uma transferência ou
computador com muitos arquivos em pastas. buscar outras fontes caso o arquivo não esteja mais
"Recurso" é o nome do arquivo que está sendo disponível.
Uploads – arquivos enviados do computador local
acessado.
para um servidor remoto.
"?" é para transferir um parâmetro de pesquisa, Histórico de navegação – são os endereços URL
usado especialmente em sites seguros. acessados pelo navegador em modo normal de
8
-2

"#" é para especificar qual é a localização da infor- navegação.


77

mação dentro do recurso acessado (marcas) Cache ou arquivos temporários – cópia local dos
.7

Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm arquivos acessados durante a navegação.


86

ail?path=/mail/inbox#open Pop-up – janela exibida durante a navegação para


.8

esquema: https:// funcionalidades adicionais ou propaganda.


39

domínio: outlook.live.com Atualizar página – acessar as informações armaze-


-1

nadas na cópia local (cache).


porta: 5012
Recarregar página – acessar novamente as infor-
o

caminho: /owa/
av

mações no servidor, ignorando as informações arma-


recurso: hotmail
st

zenadas nos arquivos temporários.


querystring: path=/mail/inbox
gu

Formato PDF – os arquivos disponíveis na Internet


fragmento: open no formato PDF podem ser visualizados diretamente
o
av

Quando o usuário digita um endereço URL no seu no navegador de Internet, sem a necessidade de pro-
gramas adicionais.
st

navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –


gu

servidor de nomes de domínios) será contactado para


traduzir o endereço URL em número de IP. A infor- Recursos de sites, combinados com os navegadores
mação será localizada e transferida para o navegador de Internet
que solicitou o recurso.
Cookies – arquivos de texto transferidos do ser-
vidor para o navegador, com informações sobre as
preferências do usuário. Eles não são vírus de com-
putador, pois códigos maliciosos não podem infectar
Servidor DNS arquivos de texto sem formatação.
Feeds RSS – quando o site oferece o recurso RSS, o
navegador receberá atualizações para a página assi-
Internet nada pelo usuário. O RSS é muito usado entre sites
Endereço URL
Usuário para troca de conteúdo.
Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas Certificado digital – os navegadores podem utilizar
os dados são armazenados em servidores web com números de chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja,
IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a aceitam certificados digitais para validação de cone-
212 navegação na Internet. xões e transferências com criptografia e segurança.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Corretor ortográfico – permite a correção dos tex-
O Microsoft Outlook Express foi o cliente
tos digitados em campos de formulários, a partir de
de e-mail padrão das antigas versões do
dicionários on-line disponibilizados pelos desenvolve- Windows. Ainda aparece listado nos editais
dores dos navegadores. de concursos, porém não pode ser utilizado
nas versões atuais do sistema operacional.
Atalhos de teclado
Webmail. Quando o usuário utiliza um nave-
gador de Internet qualquer para acessar sua
z Para acessar a barra de endereços do navegador, caixa de mensagens no servidor de e-mails,
pressione F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome é F6. ele está acessando pela modalidade webmail.
z Para abrir uma nova janela, pressione Ctrl+N.
z Para abrir uma nova janela anônima, pressione
Ctrl+Shift+N. No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P. O Microsoft Outlook possui recursos que permitem
z Para fechar uma janela, pressione Alt+F4. o acesso ao correio eletrônico (e-mail), organização
z Para abrir uma nova guia, pressione Ctrl+T. das mensagens em pastas, sinalizadores, acompanha-
z Para fechar uma guia, pressione Ctrl+F4 ou Ctrl+W. mento, e também recursos relacionados a reuniões e
z Para reabrir uma guia fechada, pressione compromissos.
Ctrl+Shift+T. Os eventos adicionados ao calendário poderão ser
z Para aumentar o zoom, o usuário pode pressionar enviados na forma de notificação por e-mail para os
Ctrl + = (igual) participantes.
z Para reduzir o zoom, o usuário pode pressionar O Outlook possui o programa para instalação no
Ctrl + - (menos) computador do usuário e a versão on-line. A versão
z Definir zoom em 100% – Ctrl+0 (zero) on-line poderá ser gratuita (Outlook.com, antigo Hot-
z Para acessar a página inicial do navegador mail) ou corporativa (Outlook Web Access – OWA,
– Alt+Home integrante do Microsoft Office 365).
z Para visualizar os downloads em andamento ou
concluídos – Ctrl+J.
z Localizar um texto no conteúdo textual da página
Usuário
– Ctrl+F.
z Atualizar a página – F5
z Recarregar a página – Ctrl+F5
@

Nos navegadores de Internet, os links poderão ser


Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor
abertos de 4 formas diferentes. de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador
de Internet
z Clique - abre o link na guia atual
z Clique + CTRL - abre o link em uma nova guia Formas de acesso ao correio eletrônico
z Clique + SHIFT - abre o link em uma nova janela
z Clique + ALT - faz download do arquivo indicado Podemos usar um programa instalado em nosso
8

dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador


-2

pelo link.
77

de Internet para acessarmos as mensagens recebi-


das. A escolha por uma ou por outra opção vai além
.7

Ferramentas e aplicativos de correio eletrônico


86

da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem


.8

O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma suas características e protocolos. Confira.
39

forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo


-1

FORMA DE
que o usuário não esteja on-line, a mensagem será CARACTERÍSTICAS
ACESSO
o

armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo


av

disponível até ela ser acessada novamente. Protocolo SMTP para enviar mensa-
st

O correio eletrônico (popularmente conhecido gens e POP3 para receber. As mensa-


gu

como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi Cliente de E-mail gens são transferidas do servidor para
o cliente e são apagadas da caixa de
o

um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,


av

mensagens remota.
e se mantém usual até os dias de hoje.
st

Protocolo IMAP4 para enviar e para re-


gu

PROGRAMA CARACTERÍSTICAS ceber mensagens. As mensagens são


Webmail copiadas do servidor para a janela do
O Mozilla Thunderbird é um cliente de navegador e são mantidas na caixa de
e-mail gratuito com código aberto que po- mensagens remota.
derá ser usado em diferentes plataformas.

O eM Client é um cliente de e-mail gratuito


para uso pessoal no ambiente Windows e
INFORMÁTICA

Mac. Facilmente configurável. Tem a versão


Pro, para clientes corporativos.

O Microsoft Outlook, integrante do pacote


Microsoft Office, é um cliente de e-mail que
permite a integração de várias contas em
uma caixa de entrada combinada.

213
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
protocolo, linguagem e serviço para ser usado nas
redes de computadores.
De forma semelhante ao endereço URL para recur-
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
também possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o
Receber – POP3 Receber IMAP4 formato reduzido usuário@provedor no enunciado
das questões, ao invés do formato detalhado usuá-
rio@provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.

Usuário Usuário
CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – USUÁRIO@
PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS

COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
Cliente de e-mail Navegador de Internet
Antes do símbolo de @, identifica um
Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para Usuário
único usuário no serviço de e-mail.
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de Significa "at" (traduz-se "em" ou "no"), e
Internet e mantida no servidor de e-mails. separa a parte esquerda que identifica o
@ usuário, da parte à sua direita, que iden-
Os protocolos de e-mails são usados para a troca tifica o provedor do serviço de mensa-
de mensagens entre os envolvidos na comunicação. gens eletrônicas.
O usuário pode personalizar a sua configuração, mas Imediatamente após o símbolo de @,
em concursos públicos o que vale é a configuração identifica a empresa ou provedor que
padrão, apresentada neste material. armazena o serviço de e-mail (o ser-
Nome do domínio
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco- vidor de e-mail executa softwares
lo para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo como o Microsoft Exchange Server, por
cliente de e-mail para enviar para o servidor de men- exemplo).
sagens, e entre os servidores de mensagens do reme- Identifica o tipo de provedor, por exem-
tente e do destinatário. plo, COM (comercial), .EDU (educa-
POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o cional), REC (entretenimento), GOV
Categoria do
Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de domínio
(governo), ORG (organização não-gover-
e-mail para receber as mensagens do servidor remo- namental) etc., de acordo com as defi-
to, removendo-as da caixa de entrada remota. nições de Domínios de Primeiro Nível
(DPN) na Internet.
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol)
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é Informação que poderá ser omitida,
usado pelo navegador de Internet (sobre os protoco- quando o serviço está registrado nos
8
-2

los HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail, Estados Unidos. O país é informado por
País
77

transferindo cópias das mensagens para a janela do duas letras, como: BR, Brasil, AR, Argen-
.7

navegador e mantendo as originais na caixa de men- tina, JP, Japão, CN, China, CO, Colômbia
86

sagens do servidor remoto. etc.


.8
39

Dica
-1
o

Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail Quando o símbolo @ é usado no início, antes
av

SMTP
do nome do usuário, identifica uma conta em
st

Enviar – SMTP
gu

Enviar e Receber
rede social. Para o endereço URL do Instagram
Receber – POP3 IMAP4 https://www.instagram.com/novaconcursos/, o
o
av

nome do usuário é @novaconcursos.


st
gu

Remetente Destinatário
Cliente
Webmail
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
preencher os campos disponíveis para destinatário(s),
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo título da mensagem, entre outros.
(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail, Para enviar a mensagem, é preciso que exista
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
os e-mails recebidos. um destinatário informado em um dos campos de
destinatários.
Uso do correio eletrônico Se um destinatário informado não existir no servi-
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida.
Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece-
usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se
de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado,
mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
zada na RFC5322. a mensagem tentará ser entregue depois.
RFC é Request for Comments, um documento de Conheça estes elementos na criação de uma nova
214 texto colaborativo que descreve os padrões de cada mensagem de e-mail.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commer-
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL
cial E-mail – e-mail comercial não solicitado). Essas
CAMPO CARACTERÍSTICAS mensagens são marcadas pelo filtro AntiSpam, que
procura identificar mensagens enviadas para muitos
Identifica o usuário que está en-
viando a mensagem eletrônica, o
destinatários ou com conteúdo publicitário irrelevan-
FROM (De) te para o usuário.
remetente. É preenchido automati-
camente pelo sistema.
Outras Operações com o Correio Eletrônico
Identifica o (primeiro) destinatário
da mensagem. Poderão ser es-
pecificados vários endereços de O usuário poderá sinalizar a mensagem, tanto as
destinatários neste campo, e serão mensagens recebidas como as mensagens enviadas.
TO (Para) separados por vírgula ou ponto-e- Ele poderá solicitar confirmação de entrega e confir-
-vírgula (segundo o serviço). Todos mação de leitura. A mensagem recebida poderá ser
que receberem a mensagem, co-
impressa, visualizar o código fonte ou ignorar mensa-
nhecerão os outros destinatários
informados neste campo. gens de um remetente.
Confira a seguir as operações "extras" para o uso
Identifica os destinatários da men- do correio eletrônico com mais habilidade e profissio-
sagem que receberão uma cópia do nalismo, facilitando a organização do usuário.
e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
CC (com cópia ou
Copy (cópia carbono).
cópia carbono) Ação e características
Todos que receberem a mensagem,
conhecerão os outros destinatários
informados neste campo. z Alta prioridade – Quando marca a mensagem
como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
Identifica os destinatários da men-
sagem que receberão uma cópia do to de exclamação vermelho no destaque do título.
BCC (CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind z Baixa prioridade – Quando o remetente marca a
cópia oculta ou cópia Carbon Copy (cópia carbono oculta). mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
carbono oculta) Todos que receberem a mensagem verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
não conhecerão os destinatários in-
taque do título.
formados neste campo.
z Imprimir mensagem – O programa de e-mail ou
SUBJECT (assunto)
Identifica o conteúdo ou título da navegador de Internet prepara a mensagem para
mensagem. É um campo opcional. ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
Anexar Arquivo: Identifica o(s) ar- ção do e-mail.
quivo(s) que estão sendo enviados z Ver código fonte da mensagem – As mensagens
junto com a mensagem. Existem possuem um cabeçalho com informações técnicas
ATTACH (anexo) restrições quanto ao tamanho do sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas.
anexo e tipo (executáveis são blo- z Ignorar – Disponível no cliente de e-mail e em
8

queados pelos webmails). Não são


-2

enviadas pastas.
alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as
77

próximas mensagens recebidas do mesmo reme-


.7

O conteúdo da mensagem de e-mail, tente serão excluídas imediatamente ao serem


86

Mensagem poderá ter uma assinatura associa- armazenadas na Caixa de Entrada.


.8

da inserida no final.
z Lixo Eletrônico – Sinalizador que move a mensa-
39

gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio


-1

As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
o

salvas, estarão em pastas do servidor de correio ele- mensagens recebidas daquele remetente.
av

trônico, nominadas como "caixas de mensagens". z Tentativa de Phishing – Sinalizador que move a
st

A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o
gu

recebidas, lidas e não lidas. serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem


o

A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe- estar enviando links maliciosos que tentam captu-
av

tivamente enviadas. rar dados dos usuários.


st

A pasta Itens Excluídos contém as mensagens z Confirmação de Entrega – O servidor de e-mails do


gu

apagadas. destinatário envia uma confirmação de entrega,


A pasta Rascunhos contém as mensagens salvas e informando que a mensagem foi entregue na Cai-
não enviadas.
xa de Entrada dele com sucesso.
A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que
z Confirmação de Leitura – O destinatário pode
o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe-
confirmar ou não a leitura da mensagem que foi
ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que
enviada para ele.
ocorre quando enviamos uma mensagem no app
INFORMÁTICA

WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.


A mensagem permanece com um ícone de relógio, A confirmação de entrega é independente da con-
enquanto não for enviada. firmação de leitura. Quando o remetente está elabo-
Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde são rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar
direcionadas as mensagens sinalizadas como lixo. as duas opções simultaneamente. Se as duas opções
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails forem marcadas, o remetente poderá receber duas
não solicitados, que geralmente são enviados para confirmações para a mensagem que enviou, sendo
um grande número de pessoas. Quando o conteúdo uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem próprio destinatário. 215
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quais são as vantagens de um grupo?

Servidor Exchange Servidor Gmail


z Os participantes podem enviar uma mensagem,
Enviar e-mail que será enviada para todos os participantes.
O servidor confirma a
com confirmação
entrega do e-mail na caixa
z Permite reunir pessoas com os mesmos interesses.
de entrega
de entreda do destinatário z Organizar reuniões, eventos e conferências.
Recebendo a z Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com
confirmação de entrega
possibilidade de acesso aos conteúdos que foram
Destinatário
enviados antes do seu ingresso no grupo.
Webmail
Remetente
Cliente Neste momento você irá se perguntar: “mas isto o
Facebook, WhatsApp e até o Telegram já fazem, não é
Figura 6. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de mesmo?”.
Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails Verdade.
do destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na
Os antigos grupos de discussão foram o modelo
Caixa de Entrada do e-mail do destinatário.
a ser seguido para o desenvolvimento dos grupos do
Enviar e-mail Facebook, dos grupos no comunicador WhatsApp e
no Telegram. Nos grupos de Facebook o participante
envia um post, ou anúncio, ou arquivo, e todos podem
Servidor Exchange Servidor Gmail
Enviar e-mail
consultar na página o que foi compartilhado. Nos gru-
com confirmação O destinatário pos de WhatsApp e Telegram também, e todos podem
de leitura confirma a leitura
da mensagem consultar o grupo no aplicativo.
Recebendo a
confirmação de leitura
Como funcionam os grupos de discussão?
Remetente
Cliente
Destinatário O usuário envia um e-mail para um endereço defi-
Webmail
nido e faz a assinatura. Outras formas de associação
Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de incluem o pedido diretamente na página do grupo ou
Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do
conteúdo do e-mail.
o link recebido em um convite por e-mail.
Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu
e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem.
Grupos de Discussão
Poderá optar por um resumo das mensagens, ou resumo
Existem serviços na Internet que possibilitam a semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lem-
troca de mensagens entre os assinantes de uma lista brando que nos anos 90/2000, os e-mails tinham tama-
de discussão. O Grupos do Google é o último serviço nho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
em atividade, segundo o formato original. O envio para um endereço único permite a distri-
Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro buição para os assinantes da lista de discussão. Uma
cópia da mensagem e anexos se houverem, será dis-
8

de 2019, e os membros não poderão mais enviar ou


-2

receber e-mails do Yahoo Grupos. ponibilizada no mural da página do grupo, para con-
77

Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou sultas futuras.


.7

Fórum de Discussão são denominações equivalentes


86

para um serviço que centraliza as mensagens recebi- Mensagem


.8

enviada para
das que foram enviadas pelos membros e redistribui
39

Grupos de todos os
para os demais participantes. discussão participantes
-1

Os grupos de discussão do Facebook surgiram den- Mensagem enviada


inscritos no
grupo
o

tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente para o endereço de de discussão


av

e-mail do grupo
pela facilidade de acesso, associação e participação.
st

Usuários da Internet
gu

Quem não é inscrito


ITEM CARACTERÍSTICAS no grupo não recebe a
Usuário participante
o

mensagem
O grupo poderá ser público e visível, ou
av

restrito e visível (qualquer um pode pe- Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam
st

Privacidade mensagens através de um hub que centraliza e distribui para os


dir para participar), ou secreto e invisível
gu

(somente convidados podem ingressar). demais participantes.

Proprietário Criador do grupo. A qualquer momento o usuário poderá desistir e


Participantes convidados pelo proprie- sair do grupo, tanto pela página como por um endere-
Gerentes ou
tário para auxiliar na moderação das ço de e-mail próprio (unsubscribe).
Moderadores
mensagens e gerenciamento do grupo. A principal diferença entre um grupo de discussão
Em grupos no Facebook, pode ser o e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada
Administrador criador ou gerente/moderador convi- com a exibição do endereço dos participantes. Em um
dado pelo dono do grupo. grupo de discussão, cada membro tem acesso a um
endereço que enviará cópia para todos os participan-
Como receberá as mensagens. Pode- tes do grupo, e nas mensagens respondidas, aparece o
rá ser uma por uma, ou resumo das endereço original do remetente.
mensagens por e-mail, ou e-mail de Apesar de o tópico aparecer em diversos editais
Assinatura
resumos (com os tópicos recebidos de concursos, faz vários anos que não são aplicadas
no grupo), ou nenhum e-mail (para lei- questões sobre o tema, em todos os concursos, inde-
216 tura na página do grupo). pendentemente da banca organizadora.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica SÍMBOLO USO EXEMPLO
Os Grupos de Discussão (com as características Dois pontos Intervalo de datas ou preço.
campeão
e funcionalidades originais) desapareceram ao 1980..1990
longo do tempo, sendo substituídos pelos gru- Arroba Pesquisar em redes sociais. @novaconcursos
pos nas redes sociais (com novos recursos e Pesquisar nas marcações de
Hashtags #informática
integração com os perfis delas). Este é um tópi- postagens.
co que deverá ser questionado cada vez menos,
assim como Redes Sociais.
COMANDO USO EXEMPLO

Sítios de Busca e Pesquisa Resultados de apenas um livro site:www.


site:
site. uol.com.br
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm Somente um tipo de apostila
filetype:
como finalidade apresentar os resultados de endereços arquivo. filetype:pdf
URLs com as informações solicitadas pelo usuário. define: Definição de um termo. define:smtp
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft
intitle: No título da página. intitle:concursos
Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-
quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê, No endereço URL da
inurl: inurl:nova
Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a página.
acessibilidade das informações existentes na Internet, Pesquisa o horário em
time: time:japan
indexando em diretórios os conteúdos disponíveis. determinado local.
Os sites de pesquisas foram incorporados aos nave- related:uol.com.
gadores de Internet, e na configuração dos browsers related: Sites relacionados.
br
temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite
cache: Versão anterior do site. cache:uol.com.br
a busca dos termos digitados diretamente na barra de
endereços do cliente web. Esta funcionalidade trans- Páginas que contenham link:
link:
forma a nossa barra de endereços em uma omnibox link para outras. novaconcursos
(caixa de pesquisa inteligente), que preenche com os Informações de um deter- location:méxico
location:
termos pesquisados anteriormente e oferece suges- minado local. terremoto
tões de termos para completar a pesquisa.
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como bus-
Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
cador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome
têm o Google Buscas como buscador padrão. As confi- suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
gurações podem ser personalizadas pelo usuário. O site de pesquisas Google também oferece respos-
Os sites de pesquisas incorporam recursos para ope- tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-
rações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens, rece mecanismos similares.
notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-li- As possibilidades são quase infinitas, pois os assis-
ne, efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um
tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
8

idioma para outro, entre inúmeras funcionalidades.


-2

Os sites de pesquisas ignoram pontuação, acen- permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos
77

tuação e não diferenciam letras maiúsculas de letras de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
.7

minúsculas, mesmo que sejam digitadas entre aspas.


86

E além de todas estas características, os sites de PEDIDO USO EXEMPLO


.8

pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-


39

traduzir maçã para


bolos) para refinar os resultados e comandos para traduzir ... para ... Google Tradutor.
-1

japonês
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con-
lista Páginas com o Lista telefôni-
o

cursos públicos, estes são os itens mais questionados.


av

telefônica:número telefone. ca:99999-9999


Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
st

de concursos públicos, esta parte você consegue pra- Cotação da bolsa


gu

código da ação GOOG


ticar, até no seu smartphone. Comece a usar os sím- de valores.
o

bolos e comandos nas suas pesquisas na Internet, e Previsão do


av

clima localidade clima são paulo


visualize os resultados obtidos. tempo.
st

Status de um voo
gu

SÍMBOLO USO EXEMPLO código do voo ba247


(viagens).
Pesquisa exata, na mesma
“Nova
Aspas duplas ordem que forem digitados
Concursos” Os resultados apresentados pelas pesquisas do
os termos.
site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura
Menos ou concursos
Excluir termo da pesquisa. filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando
traço –militares
a sua exibição. Quando desativado, os resultados de
INFORMÁTICA

concursos
Til (acento) Pesquisar sinônimos. conteúdo adulto serão exibidos normalmente.
~públicos
No Microsoft Bing, na página do buscador www.
Substituir termos na pesquisa,
para pesquisar "inscrições en- bing.com, acesse o menu no canto superior direito e
Asterisco cerradas", e "inscrições aber- inscrições * escolha o item Pesquisa Segura.
tas", e "inscrições suspensas" No Google, na página do site do buscador www.
etc.
google.com, acesse o menu Configurações no can-
celulares to inferior direito e escolha o item Configurações de
Cifrão Pesquisar por preço.
$1000
Pesquisa. 217
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante! REDES
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
As bancas costumam questionar funcionali-
dades do Microsoft Bing que são idênticas às O LinkedIn é uma
Empresas, em-
rede social para
funcionalidades do Google Buscas. Ao inserir o pregados, em-
conexões en-
nome do navegador da Microsoft na questão, a pregadores e
tre empresas e
banca procura desestabilizar o candidato com a candidatos.
empregados.
dúvida acerca do recurso questionado.
Facebook Wor-
Empresas que
kplace, usado por
Redes Sociais contratem o
empresas para
serviço e seus
conectar seus
As redes sociais se tornaram populares entre colaboradores.
colaboradores.
os usuários, ao oferecerem os pilares dos relacio-
namentos em formato digital: curtir, comentar e O Instagram é uma
compartilhar. rede social para Todos os usuá-
Teoricamente, elas se dividem em duas catego- compartilhamento rios de Internet e
rias: sites de relacionamento (redes sociais) e mídias de fotos, vídeos e empresas.
sociais. venda de produtos.
Na prática, estes conceitos acabam sendo sobre-
O Tumblr é uma rede
postos nas novas redes.
social para compar-
O modelo pode ser centralizado, descentralizado Todos os usuá-
tilhamento de con-
ou distribuído. rios de Internet e
teúdo como blogs
No modelo centralizado, as informações são exi- empresas.
(textos, imagens,
bidas para os usuários a partir de servidores de uma vídeos, links etc.)
empresa, de acordo com os parâmetros de cada usuá-
rio. Localização, idade, sexo, preferências políticas, e
todas as demais informações dadas pelos usuários no MÍDIAS
perfil da rede social, serão usadas para a apresentação CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
dos resultados na linha do tempo dele. O Twitter é um
exemplo centralizado, com distribuição de conteúdo Wordpress é um
Usuários de In-
semelhante à topologia Estrela, das redes de computa- portal de blogs
ternet com foco
dores, com um nó centralizador. que permite o ar-
em produção de
As redes sociais ou mídias descentralizadas são mazenamento de
conteúdo.
aquelas que, apesar de existirem nós maiores e prin- websites.
cipais, os usuários acessam apenas parte das informa-
O Youtube é um Produtores
ções disponíveis. Critérios informados nos perfis dos
8

portal de vídeos com de conteúdo


-2

usuários, postagens que ele curtiu, postagens que ele


recursos de redes multimídia e
77

ocultou para não ver mais nada relacionado, grupos sociais. consumidores.
.7

dentro das redes sociais etc. O Facebook é um exem-


86

plo de rede descentralizada, onde as conexões pes- Usuários co-


O Wikipedia é um
.8

soais são expandidas para o grupo. laboradores e


39

site para publica-


As redes sociais distribuídas são aquelas que voluntários que
ção de conheci-
-1

dependem das conexões de um usuário para ter aces- contribuem com


mento no formato
so a outras conexões. O LinkedIn é um exemplo, que novos conteúdos e
o

colaborativo.
av

prioriza as conexões conhecidas e as conexões rela- revisões.


st

cionadas, independente dos grupos onde o usuário


gu

está participando no momento.


Em todas as redes sociais, a superexposição de Redes sociais é um tópico pouco questionado em
o
av

dados de usuários pode comprometer a segurança concursos públicos, devido às atualizações que elas
st

da informação. Técnicas de Engenharia Social podem oferecem quase diariamente em seus recursos e ope-
gu

ser usadas para vasculhar as informações publicadas ração de algoritmos. Se comparar o Facebook de hoje
pelos usuários, à procura de conexões, relacionamen- com as regras e recursos do Facebook do ano passa-
tos, senhas, dados de documentos e outras informa- do, poderá ver a quantidade de funcionalidades que
ções que poderão ser usadas contra o usuário. foram alteradas.

REDES ACESSO A DISTÂNCIA A COMPUTADORES,


CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO E ARQUIVOS,
SOCIAIS
APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA
O Facebook é a Todos os usuá-
maior rede social da rios de Internet e Nas redes de computadores, os dados são arquivos
atualidade. empresas. disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servido-
res web, com páginas web para serem acessadas por
O Twitter é uma
Ativistas, artis- um navegador (browser) web. Ou ainda servidores de
rede social para
tas, empresas e arquivos FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
publicações curtas
políticos. O acesso à distância a computadores será realiza-
e rápidas.
218 do utilizando o paradigma cliente servidor, onde um
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
será o servidor que fornecerá o acesso ou arquivos e HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos
Porta TCP 80
outro dispositivo será o cliente que estiver acessando.
HTTP – request (requisição)
Protocolo seguro

Cliente HTTP – response (resposta)


Servidor
Web Web

Usuário final Servidor remoto


HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure –
protocolo seguro de transferência de hipertextos.
O acesso a distância a computadores deverá ser rea-
Opera pela porta TCP 443
lizado de forma segura, com uso de VPN (Virtual Private
Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML
Network), que implementa protocolos seguros na cone-
xão, evitando monitoramento dos dados por terceiros. etc.
Protocolo mais utilizado para navegação segura,
Intranet
Protocolo seguro Extranet Intranet tanto na Internet como na Intranet.
Conexão As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos-
segura
suem comandos adicionais (scripts) que complemen-
Conexão tam a exibição de conteúdo específico.
segura
Matriz Internet Filial Utiliza criptografia, acionando camadas adicionais
como SSL e TLS na conexão.
Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo Seguro
que definem a Extranet. de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
Extranet é uma conexão segura entre ambientes
seguros, usando uma infraestrutura pública e insegura.
A troca de dados entre o cliente e o servidor será rea- HTTPS – request (requisição)

lizada por protocolos de transferência. Todas as redes Cliente


Web
utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços. HTTPS – certificado digital

Identidade confirmada
Transferência de Informação e Arquivos
Servidor
HTTPS – response (resposta) Web
Cada sistema operacional tem o seu sistema de
arquivos, para endereçamento das informações arma-
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente, O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro-
não é possível a comunicação ou leitura destes dados. vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
A família de protocolos TCP/IP procura normatizar o Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,
envio e recebimento das informações entre dispositivos
como em Segurança da Informação.
conectados em rede, através dos protocolos de transfe-
rência. Um protocolo é um padrão de comunicação, uma FTP – File Transfer Protocol – protocolo de trans-
8

ferência de arquivos.
-2

linguagem comum aos dois dispositivos envolvidos na


77

comunicação, que possibilita a transferência de dados. Opera com duas portas TCP, uma para dados (20) e
.7

Alguns dos principais protocolos de transferência outra para comandos (21).


86

de arquivos são: Transfere qualquer tipo de informação.


.8

Pode transferir em modo byte a byte (arquivos de


39

z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo textos) ou bit a bit (arquivos executáveis).
-1

de transferência de hipertextos.
Os navegadores de Internet possuem suporte para
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure –
o

protocolo seguro de transferência de hipertextos. acesso aos servidores FTP.


av

z FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe- O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado
st

rência de arquivos. ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma mais
gu

z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo rápida que nos navegadores de Internet.
o

simples de transferência de e-mail. Pode utilizar criptografia.


av

O modo anônimo caiu em desuso, e poucos servi-


st

Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter-


gu

dores FTP ainda aceitam conexão anônima.


net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que
envolvem as redes de computadores. Mensagens de FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos
erros, problemas de conexão, instabilidades e proble- Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)

mas de segurança da informação tornam-se mais claros


FTP – Comando OPEN (iniciar
para quem conhece os protocolos e seu funcionamento. transferência)
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo
de transferência de hipertextos.
INFORMÁTICA

FTP – Comando PUT (para upload,


Opera pela porta TCP 80 adicionar arquivos)
Transfere arquivos HTML (Hyper Text Markup
Language – linguagem de marcação de hipertextos). FTP – Comando GET (para download,
baixar arquivos)
Protocolo mais utilizado para navegação, tanto na
Internet como na Intranet. Servidor
Cliente FTP – dados transferidos para a
As tags (comandos) HTML são interpretadas pelo solicitação GET Web
Web
navegador de Internet, que exibe o conteúdo.
Arquivos HTML podem ser produzidos em editores FTP – comando CLOSE
de textos sem formatação (como o Bloco de Notas) ou em (finalizar transferência)
editores de textos completos (como o Microsoft Word). 219
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo simples de transferência de e-mail.
Pode operar pelas portas TCP 25, 587, 465, ou 2525.
A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é bloqueada pela maioria dos servidores, para evitar spam.
A porta 587 é a padrão, com suporte para TLS (camada adicional de segurança).
A porta 465 foi atribuída para SMTPS (SMTP sobre SSL), mas foi reatribuída e depreciada.
A porta 2525 não é uma porta oficial, mas muito usada por provedores para substituir a porta 587, quando ela
estiver bloqueada.
Transfere a mensagem de e-mail do cliente para o servidor, e de um servidor para outro servidor.
SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência Simples de E-mail
– Porta TCP 25, 587, 465, ou 2525

SMTP – enviar SMTP – enviar


e-mail e-mail

Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail

Aplicativos de áudio, vídeo e multimídia

Os softwares instalados no computador podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.

CATEGORIA CARACTERÍSTICA EXEMPLO

Sistemas Operacionais, que oferecem uma plataforma


Básico Windows e Linux.
para execução de outros softwares.

Programas que permitem ao usuário criar e manipular


Aplicativo Microsoft Office e LibreOffice, reprodutores de mídias.
seus arquivos.

Softwares que realizam uma tarefa para a qual fora Compactador de arquivos, Desfragmentador de Discos,
Utilitários
projetado. Gerenciadores de Arquivos.

Software malicioso, que realiza ações que comprome- Vírus de computador, worms, cavalo de Troia, spywares,
Malware
tem a segurança da informação. phishing, pharming, ransomware etc.

Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
8
-2

extensão dele.
77
.7

EXTENSÃO COMENTÁRIOS
86
.8

.avi Audio Video Interleave. Formato de vídeo padrão do Windows.


39
-1

.3gp Formato de vídeo popular entre aparelhos smartphones


o

.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, com baixa qualidade.
av
st

Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos
.mkv
gu

formatos.
o

.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime.
av
st

Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o
.mp3
gu

Windows Media Player ou Groove Music para reprodução.

Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, por exemplo, o
.mpg
Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD.

.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade, desenvolvido pela Real Networks.

.wav Formato de áudio Wave, sem compactação com baixa amostragem.

.wma Windows Media Audio, formato de áudio padrão do Windows.

.wmv Windows Media Video, formato de vídeo padrão do Windows.

As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados.


Os metadados são usados para diferentes funções, como identificação da fonte, dados sobre duração da trans-
missão, verificação da qualidade etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os metada-
220 dos do MP3 para exibir as informações editadas sobre autor, disco, nome da música etc.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os fluxos de dados devem ser analisados na forma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar a
qualidade e quantidade de dados trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e áudio transferidos de um servidor remoto para o disposi-
tivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em pacotes
de dados para serem enviados pelo canal com protocolos TCP. Estes pacotes de dados são os contêineres.

Internet

A transferência de arquivos poderá ser realizada de três formas:

z Fluxo contínuo;
z Modo blocado;
z Modo comprimido.

Na transferência por fluxo contínuo, os dados são transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres.

Internet

Fluxo contínuo – os dados são enviados na forma de um fluxo de caracteres

No modo blocado, o arquivo é transferido como uma série de blocos precedidos por um cabeçalho especial.
Este cabeçalho é constituído por um contador (2 bytes) e um descritor (1 byte).
8
-2
77
.7

Internet
86
.8
39
-1
o

00 A 01 C 02 B
av

Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor


st
gu

No modo comprimido, a técnica de compressão utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência de
o
av

caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os dados comprimidos e as informações de controle são os parâ-
st

metros desta transferência.


gu

Internet
Cliente
INFORMÁTICA

Dados únicos

Dados repetidos

Informações de
controle

Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor

Este foi um dos temas das questões do último concurso da Polícia Federal. A transferência de dados e arqui-
vos pelas redes de computadores deve ser questionado ainda mais nas próximas provas. 221
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT phishing (códigos maliciosos que procuram enganar
EDGE, INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX E o usuário, como páginas que pedem login/senha do
GOOGLE CHROME) cartão de crédito).
Outro recurso de proteção é usado para combater
Os navegadores de Internet reconhecem os proto- vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que
colos da família TCP/IP, que permite a comunicação favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar-
entre os dispositivos nas redes de computadores. São tilhar dados entre sites sem permissão do usuário.
exemplos de protocolos de transferência de dados: Ele substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o
HTTP (hipertextos), HTTPS (hipertextos de forma visualizador padrão de arquivos PDFs no Windows
segura), FTP (arquivos), SMTP (mensagens de correio 10. Foram adicionados recursos que permitem "Dese-
eletrônico), NNTP (grupos de discussão e notícias), nhar" sobre o conteúdo do PDF.
entre outros. Mantém as características dos outros navegado-
Ao navegar na Internet com um navegador ou bro- res de Internet, como a possibilidade de instalação de
wser, o usuário está em uma sessão de navegação. extensões ou complementos, também chamados de
A sessão de navegação poderá ser em janelas ou plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
em guias dentro das janelas. específicos para a navegação em determinados sites.
As guias ou abas podem ser iniciadas com o cli- As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
que em links das páginas visitadas, ou clique no link sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,
enquanto mantém a tecla CTRL pressionada, ou ata- consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
lho de teclado Ctrl+T para nova guia em branco, ou cli- como PDF no dispositivo do usuário.
que no link com o botão direito do mouse para acessar Coleções no Microsoft Edge, é um recurso exclusi-
o menu de contexto e escolher a opção “Abrir link em vo para permitir que a navegação inicie em um dis-
nova guia”. As guias ou abas podem ser fechadas com positivo e continue em outro dispositivo logado na
o atalho de teclado Ctrl+W ou Ctrl+F4. mesma conta Microsoft. Semelhante ao Google Con-
A janela de navegação "normal" é aberta com o tas, mas nomeado como Coleções no Edge, permite
atalho de teclado Ctrl+N, ou clique no link enquanto adicionar sugestões do Pinterest.
mantém a tecla SHIFT pressionada, ou clique no link Outro recurso específico do navegador é a repro-
com o botão direito do mouse para acessar o menu de dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site
contexto e escolher a opção “Abrir link em nova jane- Microsoft Bing (buscador da Microsoft).
la”. A janela poderá ser fechada com o atalho de tecla-
do Alt+F4. Se houver várias guias abertas na janela, Internet Explorer
com o atalho de teclado Alt+F4, todas serão fechadas.
Para reabrir uma guia ou janela que foi fechada, Foi o navegador padrão dos sistemas Windows,
pressione o atalho de teclado Ctrl+Shift+T. e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o
Os navegadores de Internet permitem a continua- questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no
ção da navegação nas guias que estavam abertas na Microsoft Edge, por questões de compatibilidade.
última sessão. Alterando as configurações do navega- A compatibilidade é um princípio no desenvolvi-
dor, na próxima vez que ele for executado, exibirá as mento de substitutos para os programas, que deter-
8
-2

últimas guias que foram acessadas na última sessão. mina que a nova versão ou novo produto, terá os
77

Os navegadores de Internet não permitem a edi- recursos e irá operar como as versões anteriores ou
.7

ção de arquivos PDF de forma nativa. O formato PDF produtos de origem.


86

é o mais popular para distribuição de conteúdo na O atalho de teclado para abrir uma nova janela de
.8

Internet, e pode ser editado por aplicativos específicos navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P.
39

como o Microsoft Word. As Opções de Internet, disponível no menu Fer-


-1

Os navegadores de Internet possuem mecanis- ramentas, também poderá ser acessado pelo Painel
mos internos que procuram proteger a navegação do de Controle do Windows, devido à alta integração do
o
av

usuário por sites, alertando sobre sites que tenham navegador com o sistema operacional.
st

conteúdo malicioso, download automático de códigos,


gu

arquivos que são potencialmente perigosos se execu- Mozilla Firefox


tados, entre outras medidas.
o
av

O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que,


st

como os demais browsers, possibilita o acesso ao con-


gu

Importante! teúdo armazenado em servidores remotos, tanto na


Internet como na Intranet.
Os navegadores possuem mais recursos em
É um navegador com código aberto, software livre,
comum do que diferenças. As bancas costu-
que permite download para estudo e modificações.
mam perguntar os itens que são diferentes ou Possui suporte ao uso de applets (complementos de
exclusivos. terceiros), que são instalados por outros programas
no computador do usuário, como o Java.
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização
Microsoft Edge
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan-
Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão
to, caso utilize o modo de navegação privativa, estes
no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o
dados não serão sincronizados.
kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma
Assim como nos outros navegadores, é possível
série de itens semelhantes ao Google Chrome.
definir uma página inicial padrão, uma página inicial
Integrado com o filtro Microsoft Defender SmartS-
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar
creen, permite o bloqueio de sites que contenham
a navegação das guias abertas na última sessão.
222
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela “Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen-
permite copiar para a Área de Transferência do com- dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram
putador, parte da imagem da janela que está sendo instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta- mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
mente pelo navegador. com as mesmas credenciais de login.
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles O Google Chrome permite a personalização com
oferecem pequenas dicas para que você possa apro- temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
veitar ao máximo o Firefox. Também pode aparecer das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
novidades sobre produtos Firefox, missão e ativismo
da Mozilla, notícias sobre integridade da internet e
muito mais.
HORA DE PRATICAR!
Google Chrome
1. (EXATUS — 2015) As teclas de atalho do teclado que
O navegador mais utilizado pelos usuários da são utilizadas para copiar, recortar e colar no MS-Word,
Internet é oferecido pela Google, que mantém servi- são, respectivamente:
ços como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube),
entre muitos outros. a) CTRL + C; CTRL + W; CTRL + A.
Uma das pequenas diferenças do navegador em b) SHIFT + C; SHIFT + X; SHIFT + V.
relação aos outros navegadores é a tecla de atalho c) CTRL + C; CTRL + X; CTRL + V.
para acesso à Barra de Endereços, que nos demais é d) CTRL + C; CTRL + R; CTRL + C.
F4 e nele é F6. Outra diferença é o acesso ao site de e) ALT + C; ALT + X; ALT + V.
pesquisas Google, que oferece a pesquisa por voz se
você acessar pelo Google Chrome. 2. (EXATUS — 2015) Os botões da figura abaixo fazem
Outro recurso especialmente útil do Chrome é o parte da Guia do MS-Word versão 2013:
Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla-
do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador
não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas
poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.
Alguns recursos do navegador são "emprestados"
do site de buscas, como a tradução automática de
páginas pelo Google Tradutor.
É possível compartilhar o uso do navegador com
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que
cada uma tenha suas próprias configurações e arqui-
vos. O navegador Google Chrome possui níveis dife-
rentes de acessos, que podem ser definidos quando o a) Página inicial.
8
-2

usuário conecta ou não em sua conta Google. b) Referências.


77

c) Exibição.
.7

z Modo Normal – sem estar conectado na conta Goo- d) Revisão.


86

gle, o navegador armazena localmente as informa- e) Nenhuma das alternativas anteriores.


.8

ções da navegação para o perfil atual do sistema


39

operacional. Todos os usuários do perfil poderão 3. (EXATUS — 2015) Analise o texto a seguir: “Seu traba-
-1

consultar as informações armazenadas. lho irá preencher grande parte do tempo da sua vida.
z Modo Normal conectado na conta Google – o nave-
o

E a unica maneira de ser realmente satisfeito quanto a


av

gador armazena localmente as informações da isso é ter a certeza de ser um trabalho otimo. E a unica
st

navegação e sincroniza com outros dispositivos maneira de fazer um trabalho otimo é gostar muito do
gu

conectados na mesma conta Google. que faz”. (Steve Jobs, 2005).


z Modo Visitante – o navegador acessa a Internet,
o
av

mas não acessa as informações da conta Google Quando o texto acima for editado no MS-Word as pala-
st

registrada. vras otimo e unica irão aparecer sublinhadas em ver-


gu

z Modo de Navegação Anônima – o navegador aces- melho, indicando que ocorreu um erro de ortografia.
sa a Internet e apaga os dados acessados quando a Para corrigir esse erro é necessário:
janela é fechada.
a) Posicionar o mouse sobre a palavra sublinhada, cli-
O navegador Google Chrome, quando conectado car com o botão esquerdo do mouse e escolher a
em uma conta Google, permite que a exclusão do his- opção Colar no menu suspensão que o MS-Word irá
tórico de navegação seja realizada em todos os dis- apresentar.
INFORMÁTICA

positivos conectados. Esta funcionalidade não estará b) Ir até a guia Exibição, clicar em Caixa de Texto no gru-
disponível, caso não esteja conectado na conta Google. po Texto e escolher a palavra escrita de forma correta
Um dos atalhos de teclado diferente no Google conforme as opções apresentadas.
Chrome em comparação aos demais navegadores c) Ir até a guia Revisão, clicar em Ortografia e Gramática
é F6. Para acessar a barra de endereços nos outros no grupo Revisão de texto e escolher a opção Dicioná-
navegadores, pressione F4. No Google Chrome o ata- rio de Sinônimos apresentada pelo MSWord.
lho de teclado é F6. d) Posicionar o mouse sobre a palavra sublinhada, clicar
Para verificar a versão atualmente instalada do com o botão direito do mouse e escolher a palavra
Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e depois
223
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gustavo gustavo - 139.886.777-28, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
corretamente acentuada na caixa que o MSWord irá a) Intranet.
apresentar. b) LAN.
e) Nenhuma das alternativas anteriores. c) Internet.
d) Extranet.
4. (EXATUS — 2014) Na maioria dos processadores de
texto (exemplo: Microsoft Word) é possível alterar o 8. (EXATUS — 2014) No software navegador Microsoft
alinhamento horizontal de um texto através de confi- Internet Explorer (8.0), pode-se alterar o servidor proxy,
gurações disponíveis no software. No exemplo abaixo através do seguinte caminho:
exposto, o seguinte tipo de alinhamento foi aplicado:
a) Arquivo -> Configurações Gerais -> Internet -> Lan ->
“O Clube Paineiras do Morumby, em São Paulo, rece- Proxy.
be, desde esse sábado (12), o qualifying do São b) Ferramentas -> Opções da Internet -> Conexões ->
Paulo Challenger de Tênis. A competição é realizada Configurações da Lan.
com recursos captados por meio da Lei de Incentivo c) Ferramentas -> Configurações da Internet -> Proxy.
ao Esporte e contará com a presença de tenistas de d) Ferramentas -> Opções da Internet -> Configurações
vários países da América do Sul e da Europa. O classi- da Lan -> Conexões.
ficatório será disputado durante todo o fim de semana
e vale quatro vagas na chave principal.” 9. (EXATUS — 2014) No aplicativo navegador Microsoft
Internet Explorer 11, pode-se escolher entre diferentes
a) Justificado. níveis de configuração para a zona da Internet. A des-
b) Centralizado.
crição abaixo remete ao seguinte nível:
c) Negrito.
d) Itálico.
- Bloqueia cookies de terceiros que não tenham uma
política de privacidade compacta
5. (EXATUS — 2014) O aplicativo Microsoft Word 2013,
- Bloqueia cookies de terceiros que salvam informa-
voltado ao processamento de textos, permite a adição
ções que podem ser usadas para contatado sem o seu
das margens superior, inferior, esquerda e direita a um
consentimento explícito
determinado documento. No caso de um texto que irá
- Bloqueia cookies internos que salvam informações
posteriormente necessitar de encadernação, pode ser
que podem ser usadas para contatado sem o seu con-
necessário a reserva de espaço adicional na margem
das páginas (de modo que o texto não seja afetado sentimento implícito
pela encadernação), neste caso, o seguinte tipo de
margem pode ser utilizada: a) Alto.
b) Médio-Alto.
a) Medianiz. c) Médio.
b) Mediatriz. d) Baixo.
8

c) Retrato.
-2

d) Paisagem. 10. (EXATUS — 2014) No aplicativo navegador Microsoft


77

Internet Explorer 11, as seguintes opções de acessibi-


.7

6. (EXATUS — 2014) No aplicativo Microsoft Excel 2013, lidade estão disponíveis em Configurações da Internet
86

tomando como base a planilha abaixo e utilizando a -> Avançadas, exceto:


.8
39

fórmula exposta, o seguinte valor será obtido:


a) Tocar sons do sistema.
-1

b) Habilitar navegação guiada.


o

c) Redefinir nível de zoom para novas janelas e guias.


av

d) Sempre expandir texto alternativo para imagens.


st
gu

9 GABARITO
o
av
st
gu

1 C

2 D

3 D

=MARRED(A 1; 12) 4 A

5 A
a) 228.
b) 224. 6 B
c) 18.
d) Nenhuma das alternativas anteriores. 7 C

8 B
7. (EXATUS — 2016) É um conglomerado de redes locais,
interconectadas e espalhadas pelo mundo inteiro, 9 B
através do protocolo de internet facilitando o fluxo de
10 A
224 informações espalhadas por todo o globo terrestre.
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