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Ficha de Exercícios – Parte A

Microeconomia
2.º Semestre, 1.º ano, Ano letivo 2022/2023

Licenciatura em Política, Economia e Sociedade, Iscte-Sintra

Exercícios estruturados

1. No antigo país Massa, apenas são produzidas duas mercadorias: esparguete


(S) e almôndegas (M). Há duas tribos em Massa, os Tivoli e os Frivoli. Sozinhos,
os Tivoli conseguem produzir todos os meses 30 quilos de esparguete e
nenhuma almôndega, ou 50 quilos de almôndegas e nenhum esparguete, ou
qualquer combinação intermédia. Os Frivoli, por si só, conseguem produzir
todos os meses 40 quilos de esparguete e zero de almôndegas, ou 30 quilos de
almôndegas e zero de esparguete, ou qualquer combinação no meio.

a) Assuma que todas as fronteiras de possibilidades de produção (FPP)


são linhas rectas. Desenhe um diagrama mostrando a FPP mensal para
os Tivoli e outro mostrando a dos Frivoli. Mostre como as calculou.

b) Que tribo tem vantagem comparativa na produção de esparguete?


E na produção de almôndegas?

Em 100 d.C. os Frivoli descobrem uma nova técnica para fazer almôndegas que
duplica a quantidade que conseguem produzir todos os meses.

c) Desenhe a nova FPP mensal dessa tribo.

d) Após a inovação, que tribo tem agora uma vantagem absoluta na


produção de almôndegas? E na produção de esparguete? Qual tem
vantagem comparativa na produção de almôndegas? E na produção de
esparguete?

2. Agricultores na Milholândia pressionam com sucesso o seu Governo a


decretar um preço mínimo (price floor) para a sua mercadoria. O preço mínimo
é fixado em 10€ acima do preço de equilíbrio. As curvas iniciais da produção e
oferta agrícola na Milholândia são as seguintes: P = 100 - Q e P = Q, onde o preço
é em euros e a quantidade é medida em toneladas.

a) Desenhe a curva da procura e da oferta neste mercado. Qual é o preço


de equilíbrio e quantidade sem o preço mínimo?

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b) Qual é então o nível do preço mínimo neste mercado, se o preço
mínimo for fixado em 10€ acima do preço de equilíbrio?

c) Quantas unidades do produto agrícola serão procuradas e fornecidas a


este preço mínimo?

d) Suponha que o Governo compra o excedente neste mercado quando o


preço mínimo for implementado. Qual será o custo para o Estado da
compra deste excedente?

e) Dado o preço mínimo, quais são as despesas que os consumidores


fazem quando compram esta mercadoria? Não inclua no seu cálculo o
custo para o governo da compra do excedente.

f) Qual é a perda de peso morto (deadweight loss) associada a este limite


dos preços? [Assuma que os agricultores mais eficientes são aqueles
que vendem o bem no mercado].

g) Seria possível que esta perda de eficiência fosse ainda maior? Como?

3. Suponha que a procura de mercado do leite é dada por Q=100-2P e a oferta é


dada por Q=2P, onde a quantidade é expressa em milhares de litros de leite.

a) Encontre o preço de equilíbrio de mil litros de leite e a quantidade de


equilíbrio.

b) Calcule o excedente do produtor e o excedente do consumidor.

c) Descubra o novo equilíbrio de mercado depois de o Governo impor um


price ceiling de 20. Qual seria o preço que os consumidores estariam
dispostos a pagar pela quantidade de equilíbrio?

d) Calcule e desenhe a perda de eficiência (deadweight loss) que resulta


da regulação de preços imposta pelo Governo.

e) Calcule e desenhe o novo Excedente do Consumidor.

4. Imagine que a procura de um bem é descrita por Q = 100-2P e a oferta por Q


= 10P-20.

a) Qual é o excedente do consumidor? E do produtor?

b) Qual é a quantidade transacionada se o parlamento aprovar uma lei


que impõe um preço máximo de 20? E se a lei mudasse o valor para 8?

c) Calcule a escassez que resulta dessa lei.

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d) Quantifique a variação do bem-estar dos consumidores e dos
produtores desse bem.

e) Sabemos que esta lei não é eficiente. Quantifique a sua ineficiência.

f) Suponha que esta lei incentiva os produtores menos eficientes a


inovarem nos seus processos de produção, de modo a conseguirem
entrar neste mercado regulado. Por conseguinte, no longo prazo, a
curva da oferta desloca-se. Qual seria a nova curva de oferta se esta
levasse o mercado a um equilíbrio eficiente?

g) Essa inovação tecnológica foi suficiente para recuperar o bem-estar


inicial (antes da aprovação da lei)?

h) Explique como é que a regulação de um preço mínimo pode levar à


melhoria do bem-estar dos intervenientes deste mercado. Na sua
resposta, refira quem é beneficiado ou prejudicado, fazendo a distinção
entre o curto e o longo prazo.

5. É implementado um controlo de rendas na Cidade Metropolitana, onde


todas as unidades de habitação são idênticas. Sabe que antes da política ser
implementada, a procura por arrendamento na Cidade Metropolitana é dada
pela equação P = 1,000 – 0,1Q e a oferta por P = 200 + 0,3Q.

a) Qual é o equilíbrio de mercado antes da política?

b) Sabendo que a política irá levar a uma escassez de 4000 casas,


deduza qual foi a renda máxima imposta para cada casa.

c) Quem é que beneficia desta política? Identifique os beneficiários em


termos de quantidade de casas arrendadas.

d) À custa de quem? Isto é, quem é que sai prejudicado com esta


política?

e) Os consumidores, como um todo, ficam a ganhar ou a perder?

f) Quantifique as variações de bem-estar para os seguintes quatro


grupos: 1 – senhorios que continuam no mercado; 2 - senhorios que
saem do mercado; 3 - inquilinos que continuam no mercado; 4 –
inquilinos que saem do mercado. Represente as variações 1 e 2 num
gráfico e as outras duas noutro gráfico.

g) Quantifique a perda eficiência (DWL) desta política. Seria possível


ela ser ainda maior? Como?

h) Imagine que a lei, para além do controlo de rendas, (i) só permitisse


celebrar contratos privados com os inquilinos dispostos a pagar até
900€, (ii) mas, ao mesmo tempo, o Estado disponibilizava 1000 novas
casas públicas aos inquilinos mais pobres (dispostos a pagar até 800€
de renda)? Qual seria o excedente do consumidor? O excedente

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total/social seria maior ou menor quando comparado com o simples
controlo de rendas?

6. Considere o mercado de trabalho em Utopia. É-lhe dito que o salário de


equilíbrio neste mercado é de 10€ por hora e que a quantidade de trabalho de
equilíbrio neste mercado é de 1.000 horas de trabalho. Além disso, sabe que
com um salário de 14€ por hora, são exigidas 600 horas de trabalho e são
fornecidas 1.400 horas de trabalho. Os trabalhadores da Utopia pressionam
com sucesso o Governo da Utopia para a implementação de um salário
mínimo. Este limiar de preços resulta em 1.200 horas de trabalho fornecido e
800 horas de trabalho exigido.

a) Utilize a informação acima para descobrir a curva da procura de


mão-de-obra em Utopia (assuma que é linear).

b) Faça o mesmo para obter a curva da oferta.

c) Qual foi o salário mínimo por hora definido pelo Governo?

d) Descreva os efeitos desta política, referindo quem saí prejudicado


ou beneficiado.

e) Desenhe num gráfico o bem-estar que os empregadores perdem e a


componente dessa perda que é ganha pelos os trabalhadores.

e) Quantifique a variação do bem-estar dos trabalhadores em Utopia.

7. Quando o rendimento do Zé aumenta 10%, o seu consumo trimestral de


ravioli diminui de 40 unidades para 25 unidades, enquanto o seu consumo de
bacalhau aumenta de 20 unidades para 45.

a) Qual é a elasticidade-rendimento da procura do Zé por ravioli?

b) Qual é a elasticidade-rendimento da procura do Zé por bacalhau?

c) Para o Zé, algum destes bens é elástico em relação ao rendimento?

d) Algum destes bens é inelástico a respeito do rendimento?

e) Para o Zé, alguns destes bens é uma necessidade? E um luxo?

f) Algum destes bens é inferior para o Zé?

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Soluções
1.

a)

Tivoli Frivoli
S (esparguete) 30 40
M (almôndegas) 0 0
S (esparguete) 0 0
M (almôndegas) 50 30

Ao vermos as situações extremas produzindo o máximo possível de cada bem


(ou seja, não produzindo nada do outro), sabemos a interseção no eixo das
ordenadas (y, vertical) e das abscissas (x, horizontal).

É indiferente qual é o bem que escolhemos para pôr no eixo do y e do x. Mas o


declive será sempre o custo de oportunidade de produzir o bem x.

Passando a tabela para um gráfico da FPP de cada uma das tribos:


Começamos por marcar as situações extremas (M, S) = (50, 0) e (0, 30) no caso
de Tivoli. Sabemos que as FPP são retas, logo apenas temos de unir os dois
pontos.

O declive duma reta será sempre = ∆y/∆x.


Temos dois pontos logo é só calcular:

Tivoli: declive = ∆y/∆x = (0-50) / (30-0) = (50-0)/(0-30) = -5/3

Frivoli: declive = ∆y/∆x = (0-30) / (40-0) = (30-0)/(0-40) = -4/3

Logo, as FPP são:

FPPT: M = 50 – (5/3) S  5/3 S = 50 – M  S = (3*50)/5 – (3/5)M


 S = 30 – (3/5)M

FPPF: M = 30 – (3/4) S  S = 40 – (4/3)M

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b) A tribo tem vantagem comparativa se o custo de oportunidade (CO) de
produzir esse bem é inferior ao do outro país. O declive da FPP, se o y=M, é
igual ao CO de produzir o bem x=S (e vice-versa). Logo, os Frivoli têm vantagem
comparativa na produção de esparguete S (3/4 < 5/3), o que implica que os
Tivoli têm vantagem comparativa em almondegas (M).

c) FPPF: M = 2x [30 – 3/4 S] <=> M = 60 – 6/4 S

d) vantagem absoluta na produção de:

almôndegas M -> Frivoli (40>30 como dantes)

esparguete S -> Frivoli (60 depois da inovação > 50)

vantagem comparativa na produção de:

almôndegas M -> Tivoli (3/5 < 4/6)

esparguete S -> Frivoli (6/4 < 5/3)

2.

a) procura: P =100 –Qd => Qd =100 − P

oferta: P = Qs

Equilíbrio: Qs = Qd

Q = 100 – Q <=> Q* = 50 ton => P* = 50€

b) P_min = P* + 10 = 60€

6
c) Qd = 100 – P  Qd = 100 – 60 = 40

Qs = P = 60

d) Excedente = Qs - Qd = 60 – 40 = 20 ton

Despesa do Gov. = Excedente * P_min = 20*60 = 1200€

e) Despesa consumidores = Qd * P_min = 40*60 = 2400€

(60−40) . (50−40)
f) DWL = = 100
2

g) Sim, poderia. A perda de eficiência (DWL) seria ainda maior se os produtores


que vendem as quantidades transacionadas não forem aqueles com menor
custo de oportunidade em vender cada quantidade, isto é, aqueles que são
mais eficientes em cada transação.

3.

a) Qd = Qs 100-2P = P/2 P*=40 => Q*=20

b) CS = (50-40)*20/2 = 100

PS = 40*20/2=400

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c) price ceiling = P máx. = 20

=> Qs = P/2 = 20/2 = 10

Eq. : Qs = Qd  10 = 100 – 2P P=45 é o preço que os consumidores estariam


dispostos a pagar para comprar 10 unidades.

Mas preço de mercado = 20€:

Qd = 100 – 2P = 100 – 2(20) = 60 e consumidores desejam 60 unidades.


=> price ceiling causa uma escassez de oferta = Qd – Qs = 60-10 = 50.

Logo, com o price ceiling o equilíbrio (Q* = 10; P*=20) não é eficiente.

d) DWL = (45-20)*(20-10) / 2 = 125€

e) CS_2 = (50-45)*10/2 = 275€

4.

a) Procura: Qd = 100-2P  P = 50 – 1/2Qd -> gráfico

Oferta: Qs = 10P-20  P =2 + (1/10)Qs -> gráfico

Eq. : Qs = Qd  100-2P = 10P-20  P* = 10 => Q* = 10*(10)-20 = 100-2(10) = 80

CS = (50-10)*80/2 = 1600

PS = (10-2)*80/2 = 320

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b) . price ceiling = 20€ > P*=10€ => não tem efeito porque não impede o P de
chegar ao P*

Logo, a quantidade transacionada é a quantidade de equilíbrio Q* = 80

. price ceiling = 8€ < P*=10€ => tem efeito

A esse preço, produtores só vão oferecer Qs(8) = 10(8)-20 = 60

c) Só existe escassez com a alteração da lei para o preço máximo de 8€.

Porque, como vimos, a esse preço abaixo do de equilíbrio os produtores só


estão disponíveis para oferecer 60, apesar dos consumidores procurarem
Qd(8) = 100-2(8) = 84

Escassez = Qd – Qs = 84-60 = 24

d) CS_2 = (50-20)*60/2 + (20-8)*60 = 1800/2 + 1200 + 480 = 1620€

Variação de 1600 – CS_1 = 1620 – 1600 = +20€

PS_2 = (8-2)*60/2 = 180€

Variação de PS_2 - PS_1 = 180 - 320 = -140€

e) DWL = (20-8)*(80-60)/2 = 120€

= +20 -140 = -120€ de variação do bem-estar total (produtores e consumidores)

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f) Como a lei impõe um preço mínimo de 8€ e com a oferta inicial temos uma
situação de escassez (P*>Pmin), a curva da oferta tem de expandir. Para
originar um equilíbrio de mercado eficiente, a interseção entre a procura e
essa nova curva de oferta terá de acontecer no ponto (84, 8).

Nova oferta terá o mesmo declive, não sabemos é qual será a nova ordenada
na origem (b):

P = b + (1/10)Qs 

Isto é o preço 8 terá de corresponder a uma quantidade oferecida igual à


quantidade procurada a esse preço: Qd(8) = 100 – 2(8) = 84

P = b + (1/10)Qs  8 = b + (1/10)*84  b = -0,4

Nova oferta: P = -0,4 + (1/10)Qs -> gráfico

g) CS_3 = (50-8)*84/2 = 1764

> CS_1= 1600 em +164€

PS_3 = (8*4) + (84-4)*8/2 = 32 + 320 = 352

> PS_1 = 320 em +32€

Excedente total = CS_3 + PS_3 = 2116€ que é superior ao TS inicial


(1600+320=1920€) em exatamente +164+32= +196€.

[Se assumirmos que os produtores mais eficientes aceitariam pagar para


vender, então iriam fazê-lo até às primeiras 4 unidades. Isto porque a
ordenada na origem da nova curva de oferta é -0,4, e ao preço zero estariam
dispostos a oferecer 0 = -0,4 +(1/10)Qs  Qs = 4 unidades. Neste caso o
excedente do produtor seria superior, contando com o triângulo a preços
negativos:
0,4*4 / 2 = 0,8]

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h) Inicialmente a regulação do preço mínimo beneficiou uma parte dos
consumidores, mas à custa dos produtores (menos eficientes) e dos
consumidores (com menos disponibilidade para pagar) porque não
encontravam vendedores (assim que já tivessem sido transacionadas 60
unidades). No longo prazo, esta regulação incentivou a inovação tecnológica
que expandiu a oferta até um novo equilíbrio eficiente que originou um nível
de bem-estar (para os intervenientes deste mercado) superior ao inicial. Isto
acontece porque, com a inovação, os produtores inicialmente menos
eficientes passam a ser capazes de produzir a mesma quantidade com menos
custos. Ou seja, todos os consumidores, incluindo aqueles com menos
disponibilidade para pagar, passam a encontrar esses vendedores agora
capazes de cobrar apenas 8€.

5.

a) Procura: P = 1000 – 0,1Qd  Qd/10 = 1000 –P  Qd = 10.000 – 10P

Oferta: P = 200 + 0,3Qs  0,3Qs = P – 200  Qs = P/0,3 + 200/0,3 


Qs = 3,(3)P – 666,(6)

Eq. : Qs = Qd  P/0,3 - 200/0,3 = 10.000 – 10P 

P/0,3 + 10P =10.000 + 200/0,3 

P/0,3 + (0,3)*10P/(0,3) = (0,3)10.000/(0,3) + 200/0,3 

(P+3P)/0,3 = (3000 + 200)/0,3 

4P / 0,3 = 3200 / 0,3 

P* = 800 => Q* = 10.000 – 10(800) = 2000

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b) Escassez = Qd – Qs = 4.000 

[10.000 – 10P] – [P/0,3 - 200/0,3] = 4000 

10.000 – 10P – P/0,3 +200/0,3 = 4000 

10.000 – 4000 + 200/0,3 = 10P + P/0,3 

6000*0,3/0,3 + 200/0,3 = (10*0,3/0,3)P + (1/0,3)P 

(1800 + 200)/0,3 = [(3 + 1)/0,3]P 

P = 2000 / 4 = 500 = P máx. => renda máxima imposta foi de 500€

c) Com o P máx de 500€, senhorios estariam dispostos a arrendar até:

Qs(500) = 500/0,3 – 20’0/0,3 = 300/0,3 = 1000 casas.

Quem beneficia deste controlo de rendas são os primeiros


consumidores/inquilinos a encontrar casas para arrendar até ao milésimo
contrato de arrendamento.

d) Quem saí prejudicado são todos os senhorios/produtores, incluindo


aqueles que continuam no mercado de arrendamento porque aceitam cobrar
uma renda igual ou inferior a 500€ (à renda máxima). Para além deles, são
ainda prejudicados os inquilinos/consumidores que não encontram casas no
mercado de arrendamento a partir do momento em que tiverem sido
celebrados mil contratos.

e) Para sabermos o bem-estar dos inquilinos como um todo, temos de calcular


o excedente do consumidor antes e depois da política. Os excedentes iniciais
são:

CS_1 = (1000-800)*2000/2 = 200.000€

PS_1= (800-200)*2000/2 = 600.000€

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O máximo que os consumidores estão dispostos a pagar pelo arrendamento
até 1000 contratos é:

Procura : P(1000) = 1000 – 0,1(1000) = 900€

À renda de 500€ a quantidade procurada de casas é Qd(500) = 10.000 – 10(500)


= 5.000

Logo, os novos excedentes são:

CS_2 = (1000-900)*1000/2 + (900-500)*1000 = 450.000€ (+250 mil €)

PS_2 = (500-200)*1000/2 = 150.000€ (-450 mil €)

Ou seja, os inquilinos enquanto grupo, ficam a ganhar (+250 mil €) com o


controlo de rendas.

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f) A variação de bem-estar para cada um dos 4 grupos:

1 – senhorios que continuam no mercado (a oferecer mil casas), antes


cobravam uma renda de 800€ e agora apenas de 500€:
(800-500)*(2000-1000) = 300.000€ que perdem (-300 mil € de bem-estar) e são
transferidos para o grupo 3.

2 – senhorios que saem do mercado e estariam dispostos a cobrar uma renda


entre 500€ e 800€ para as próximas mil casas:
(800-500)*(2000-1000)/2 = 150.000€ que não recebem (-150 mil € de bem-estar)

3 – inquilinos que continuam no mercado, são aqueles que estão dispostos a


pagar entre 1000€ e 900€ de renda, ganham o que os seus senhorios perderam
com o controlo de rendas: (+300 mil € de bem-estar).

4 – inquilinos que saem do mercado, que são aqueles que estariam dispostos a
pagar uma renda entre 900€ e 800€ para as próximas mil casas, perdem:
(900-800)*(2000-1000)/2 = 50.000 (-50 mil € de bem-estar)

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g) Sabemos que o bem-estar total diminuiu com certeza, já que existe uma
perda de eficiência de:

DWL = (900-500)*(2000-1000) /2 = 400*1000/2 = 200.000€


(= variações dos excedentes = +250 mil € - 450 mil €).

Sim, ela poderia ser ainda maior se os primeiros mil contratos de


arrendamento não fossem celebrados com os inquilinos com maior
disponibilidade para pagar.

h) CS_e = (900-800)*1000 /2 + (800-500)*1000 + (800-500)*1000 /2 = 50 + 300 +


150 mil = 500 mil €. PS_2 = 150 mil €. Total = 650 mil€ > 600 mil € (maior).

6.

Procura de trabalho : empregadores


Oferta de trabalho : trabalhadores
Salário por hora : P
Horas trabalhadas : Q

a) e b)
Equilíbrio: Qd = Qs  P*=10 e Q*=1000
2 pontos da curva => descobrimos a reta:
Qd (14) = 600  P(600) = 14
Qs (14) = 1400  P(1400) = 14

Qd(Pmin) = 80
Qs(Pmin) = 1200

Declive D: ∆y/∆x = (14-10) / (600-1400) = 4/-400 = -1/100


Declive S: ∆y/∆x = (14-10) / (1400-1000) = 4/400 = 1/100

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Ordenada na origem D (b1):
P(600) = 14  b1 –(1/100)(600) = 14  b1 = 14+6=20

Curva Procura: P = 20 – (1/100)Qd  Qd = 2000 – 100P

Ordenada na origem S (b2):


P(1400) = 14  b2 +(1/100)(1400) = 14  b2= 0

Curva Oferta: P = Qs/100  Qs = 100P

c) Pmin = ?
Qd(Pmin) = 800  2000 – 100Pmin = 800  100Pmin = 1200  Pmin = 12

d) 12 > 10  Pmin > P* => Pmin tem efeito => excesso de oferta
excesso de oferta de trabalho = desemprego involuntário.

Irá haver uma perda de eficiência, reduzindo o Excedente Total.


O “excedente do consumidor” é o bem-estar dos empregadores, que irá ser
inferior do que na situação de equilíbrio.
O “excedente do produtor” é o bem-estar dos trabalhadores, que irá ser
superior à situação de equilíbrio, ganhando parte do bem-estar perdido pelos
empregadores.

Mas há uma parte dos dois excedentes que é totalmente perdida (DWL).

e)

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7.
a) Elasticidade-rendimento da procura = εR
= (variação da Quantidade procurada em %) / (variação do Rendimento em %)
= ∆Qd% / ∆R%

∆Qd% = (Q2-Q1)/Q1 *100


∆R% = (R2-R1)/R1 *100 = +10% em ambos os casos

a) Ravioli:
∆Qd% = (Q2-Q1)/Q1 *100 = (25-40)/40 * 100 = -37,5%

εRr = -37,5% / 10% = -3,75

b) Bacalhau:
∆Qd% = (Q2-Q1)/Q1 *100 = (45-20)/20 * 100 = +125%

εRb = 125%/ 10% = +12,5

c) Ambos os bens são elásticos para o Zé, porque a quantidade procura


varia mais do que a variação do rendimento. A elasticidade, em valor
absoluto, é maior que 1.

d) Um bem é inelástico se a elasticidade em valores absolutos estiver entre


0 e 1. Logo, nenhum dos bens é inelástico em relação ao rendimento
para o Zé.

e) Para o Zé, nenhum dos bens é uma necessidade porque os valores


absolutos das elasticidades-rendimento são superiores a 1. Um bem de
necessidade é aquele que em que a quantidade procurada não é muito
sensível ao rendimento. Para ele, o bacalhau é um bem de luxo porque
a sua elasticidade-rendimento é muito elevada (>10). Isto significa que
quando o rendimento aumenta a sua procura por bacalhau aumenta 12
vezes mais em termos percentuais. Mas também quer dizer que se o seu
rendimento diminuir ele vai abdicar imenso desse bem (a redução da
procura por bacalhau é muito superior à redução do rendimento).

f) Ravioli é um bem inferior para o Zé porque a sua elasticidade-


rendimento é negativa. Isto é, quando o rendimento aumenta / diminui
ele irá procurar menos / mais quantidade de ravioli.

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Escolha múltipla

1. A elasticidade-preço da procura (em valores absolutos) do bem A,

a. Aumenta se houver mais bens que possam ser facilmente


substituídos pelo bem A.

b. Diminui se houver outros bens que possam ser facilmente


substituídos pelo bem A.

c. Aumenta se o bem for uma necessidade.

d. Diminui se os consumidores tiverem mais tempo para adaptar o seu


padrão de consumo.

2. Se soubermos que a elasticidade de preço da procura de pizzas na Telehut é


igual a -3, o que podemos recomendar ao gerente desse restaurante?

a. O aumento dos preços irá aumentar a receita total da empresa.

b. A redução dos preços aumentará a receita total, uma vez que o efeito
de preço é mais forte do que o efeito de quantidade.

c. A redução dos preços irá aumentar a receita total, uma vez que o
efeito de quantidade é mais forte do que o efeito de preço.

d. Não dispomos de informação suficiente para fazer uma previsão tão


assertiva sobre a receita total.

3. O que podemos inferir da seguinte afirmação: “a elasticidade-preço


cruzada entre a procura dos bens A e B é -2.”?

a. A procura de ambos os bens é relativamente elástica.

b. A procura de ambos os bens aumenta mais rapidamente do que o


rendimento.

c. Os consumidores consideram estes dois bens como


complementares, como por exemplo automóveis e gasolina.

d. Os consumidores consideram estes dois bens como substitutos,


como por exemplo duas marcas de água mineral.

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4. Ao ler sobre a procura de alimentos, encontramos frequentemente a
expressão “a procura de produtos alimentares é inelástica em relação ao
rendimento na maioria dos países, incluindo em Portugal”. Qual é a
implicação desta afirmação para os agricultores?

a. Quando o rendimento dos consumidores aumenta 10% (por exemplo,


devido ao crescimento económico), a quantidade de produtos agrícolas
vendidos irá aumentar em mais de 10%.

b. Quando o rendimento dos consumidores aumenta 10% (por exemplo,


devido ao crescimento económico), a quantidade de produtos agrícolas
vendidos irá diminuir em mais de 10%.

c. Quando o rendimento do consumidor aumenta 10%, a quantidade de


produtos agrícolas vendidos irá aumentar em menos de 10%.

d. Isto significa que a curva da procura dos produtos agrícolas que os


agricultores vendem é muito inelástica, o que lhes permite aumentar os
preços.

5. Segundo a tabela em baixo, o custo de oportunidade de produzir os


primeiros dois aviões é igual a _____ comboios?
Tabela: Estrutura da Fronteira de Possibilidades de Produção

Alternativas A B C D E F

Aviões Produzidos 0 1 2 3 4 5

Comboios Produzidos 30 28 24 18 10 0

a) 18

b) 24

c) 6

d) 8

6. Segundo a mesma tabela, estando na situação B, qual é o custo de


oportunidade de produzir mais 3 aviões?

a) 28 comboios

b) 18 comboios

c) 10 comboios

d) 1 avião

19
7. Segundo a mesma tabela, o custo de oportunidade de produzir os primeiros
18 comboios é igual a _____ aviões?

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

8. Olhando para a figura em baixo, e assumindo que não existem trocas


comerciais com o exterior, o ponto E é apenas possível se, e só se:

a. o governo eliminar o desemprego.

b. o governo diminuir os impostos.

c. o país experienciar um crescimento económico.

d. a diminuição da utilização da tecnologia aumentar o custo de produção.

9. Olhando para a mesma figura, o custo de oportunidade de produzir mais


dez milhões de chávenas de café é _____ no ponto B do que no ponto C e é
_____ no ponto A.

a. impossível; menor

b. maior; nulo

c. menor; maior

d. menor; nulo

20
10. A fronteira da possibilidade de produção tipicamente não é uma reta, mas
sim uma curva como na figura acima porque:

a. os recursos que estão disponíveis não são igualmente adequados para


todos os tipos de produção.

b. os recursos são escassos, pelo que custam mais.

c. o crescimento económico conduz à ineficiência.

d. embora os recursos tenham muitas utilizações, a actual combinação de


recursos é ineficiente.

Considere a seguinte figura para as próximas perguntas:

11. Uma melhoria na tecnologia utilizada para colher bananas (por exemplo,
um apanhador de bananas mais rápido e menos dispendioso) poderia ser
representada na figura como um movimento de:

a. A para C.

b. B para A.

c. C para A.

d. B para E.

12. As expectativas entre os fornecedores de bananas de que o preço das


bananas será significativamente mais elevado num futuro muito próximo
poderiam ser representadas na figura como um movimento de:

a. A para B.

b. B para A.

c. A para C.

d. B para E.

21
13. Uma queda nos preços dos inputs (por exemplo, mão-de-obra, fertilizantes
e combustível) utilizados para produzir e transportar bananas poderia ser
representada na figura como um movimento de:

a. A para B.

b. B para A.

c. C para A.

d. E para B.

14. Um aumento do preço das bananas poderia ser representado na figura


como um movimento de:

a. A para B.

b. B para A.

c. C para A.

d. E para B.

15. A madeira é responsável por uma grande parte dos custos de produção da
maioria dos novos projetos de construção de casas. Se o preço da madeira
aumentar ao mesmo tempo que os rendimentos da maioria dos consumidores
diminuem, seria de esperar que a variação do preço de equilíbrio da habitação
(um bem normal) fosse _____, e que a quantidade de equilíbrio _____.

a. negativa; suba

b. ambígua; desça

c. negativa; caia, suba ou permaneça na mesma

d. positiva; desça

16. Se o preço da farinha (um ingrediente importante na produção de pão)


subir ao mesmo tempo que aumenta o número de consumidores no mercado,
então:

a. tanto o preço de equilíbrio como a quantidade de equilíbrio aumentarão.

b. a quantidade de equilíbrio irá diminuir, mas o preço de equilíbrio pode


diminuir, aumentar, ou permanecer o mesmo.

c. tanto o preço de equilíbrio como a quantidade de equilíbrio irão diminuir.

d. o preço de equilíbrio aumentará, mas a quantidade de equilíbrio pode


diminuir, aumentar, ou permanecer na mesma.

22
17. Se o preço da farinha (um ingrediente importante na produção de pão)
subir ao mesmo tempo que aumenta o número de consumidores no mercado,
mas sabendo que o primeiro efeito é muito superior ao segundo, então:

a. o preço de equilíbrio aumentará, mas a quantidade de equilíbrio irá


diminuir.

b. a quantidade de equilíbrio irá diminuir, mas o preço de equilíbrio pode


diminuir, aumentar, ou permanecer o mesmo.

c. tanto o preço de equilíbrio como a quantidade de equilíbrio irão diminuir.

d. tanto o preço de equilíbrio como a quantidade de equilíbrio aumentarão.

18. Suponhamos que o preço dos minerais raros está a aumentar (este é um dos
principais componentes da maioria dos smartphones). Como consequência,
toda a gente espera que o preço dos smartphones aumente no próximo ano.
Por conseguinte, é muito provável que as pessoas:

a. comprem mais smartphones este ano.

b. observem preços mais elevados para os smartphones este ano.

c. comprem a mesma quantidade de smartphones, uma vez que esta


expectativa não terá qualquer efeito sobre os consumidores este ano.

d. decidam esperar e comprar os smartphones no próximo ano.

19. A Salumé está disposta a pagar 100€ pelo primeiro par de sapatos, 80€ pelo
segundo par, 50€ pelo terceiro, e 30€ pelo quarto. Se os sapatos custarem 50€,
e assumindo que ela compra sapatos quando está indiferente entre comprar
ou não, a Salumé comprará _____ pares de sapatos, e o seu excedente do
consumidor será _____.

a. quatro; 110€

b. três; 180€

c. três; 80€

d. quatro; 80€

20. A Constança e a Gabriela estão a fazer compras juntas no centro comercia,


à procura de novas sandálias. A Constança está disposta a pagar 90€, e a
Gabriela está disposta a pagar 50€ por um par de sandálias. Qual é o ganho em
termos de excedente do consumidor quando o preço desce de 59€ para 40€?

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a. 10€

b. 29€

c. 31€

d. 60€

Soluções: Escolha múltipla

1. A
2. C
3. C
4. C
5. C
6. B
7. B
8. C
9. D
10. A
11. A
12. D
13. D
14. B
15. B
16. D
17. A
18. B
19. C
20. B

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