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SEMINÁRIO TEOLÓGICO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS DO CEARÁ

RESUMO DO LIVRO O PREFEITO DE JERUSALÉM, DE J.R. GRETZ

DISCIPLINA: Liderança cristã


PROFESSOR: Pr. Francisco Maia
ALUNA: Fabiana Vieira

FORTALEZA
2017
Resumo do livro O prefeito de Jerusalém. Segredos de Neemias para os líderes de hoje.

Trata-se de uma obra de ficção que descreve a amizade entre Noêmio e Tobias, dois
estranhos que se conhecem em um avião num voo para Recife, e como a história bíblica de
Neemias influenciou positivamente a vida pessoal e profissional de Noêmio. No entanto, o
livro tem seu foco na história de Neemias, o prefeito de Jerusalém, e em sua habilidade em
organizar e administrar tal cidade para a reconstrução dos seus muros no ano 444 a.C.

O enredo se inicia com a conversa entre Noêmio e Tobias dentro de um avião, durante
um voo. Ao entrar na aeronave, Tobias aparenta estar estressado. Ele e Noêmio começam a
conversar e Tobias percebe que eu companheiro de viagem está com um livro chamado “O
prefeito de Jerusalém”. Tobias pergunta se o assunto é político ou religioso, ao que Noêmio
responde que se trata de um livro sobre talentos humanos. Tobias desabafa sobre sua situação
de vida, que não está nada bem, e Noêmio lhe dá um conselho: “Só com bastante
determinação, coragem, bom senso e fé em Deus é que podemos atravessar esses apertos.”
(GRETZ, 1997, p. 16). Noêmio conta ao novo amigo que também já tinha passado por
situações como as que Tobias estava passando, mas ler a história de Neemias o havia ajudado
a enfrentar os problemas de outra maneira. Tobias quis saber o que havia de tão interessante a
história de Neemias e, a partir de então, os dois travam uma longa conversa sobre o prefeito
de Jerusalém.

Noêmio começa a contar a história de Neemias, sobre seu ofício de copeiro na corte do
rei Artaxerxes e como estrategicamente ele conseguiu a licença do rei para ir até a cidade
onde estavam enterrados seus pais (Jerusalém) a fim de reedificar os seus muros. Noêmio
revela a seu amigo como o exemplo de Neemias o havia ajudado a adquirir estratégias para
falar com o diretor da empresa onde trabalhava e pedir o cargo de gerente regional da empresa
na região Nordeste. Noêmio explicou a Tobias que estava preparado para correr o risco,
inclusive tecnicamente: “Pedir a ajuda de Deus é muito importante, mas temos que fazer a
nossa parte também. Não adiantaria eu convencer o diretor no calor do momento se depois
não conseguisse discutir o assunto ao ser sabatinado.” (GRETZ, 1997, p. 30).

A viagem dos dois personagens prossegue. Enquanto Noêmio contempla o céu e as


nuvens através da janela do avião, aproveitando para fazer a mesma oração de Neemias
(“concede-me que eu seja bem-sucedido, Senhor”), Tobias está todo atrapalhado tentando
comer, pensar, fazer cálculos e escrever, tudo ao mesmo tempo. Após isso, Noêmio continua
contando a história de Neemias a Tobias, de como ele chegou ao seu destino mantendo-se
discreto, sem comentar com ninguém o que tinha ido fazer em Jerusalém. Neemias resolveu
ficar três dias apenas observando e analisando a situação. Noêmio relatou como o exemplo de
Neemias o havia influenciado quando foi transferido de cidade e de função: “Ao apresentar-
me para as pessoas sem ainda dominar totalmente o trabalho que iria desempenhar, procurei
ouvir bastante, perguntar, analisar a situação, estudar.” (GRETZ, 1997, p. 36).
A espera de Neemias e o fato de analisar a situação na cidade de Jerusalém o ajudaram
a falar como um dos habitantes quando chegou o momento de manifestar o que havia ido
fazer no local: “Vocês estão vendo a miséria em que nos encontramos. Jerusalém está
assolada e suas portas queimadas a fogo. Vamos, portanto, edificar novamente esses muros. E
vamos voltar a ser um povo próspero e respeitado!” (GRETZ, 1997, p. 38). Neemias, com
entusiasmo, convocou a população de Jerusalém para o desafio de reedificar os muros da
cidade; soube motivá-los de forma a criar um novo estado de espírito nas pessoas. É relevante
a lição que o autor tira da liderança de Neemias:

1ª) Observou, estudou, meditou


2ª) Planejou
3ª) Gerou expectativa e interesse
4ª) Comunicou-se com todos
5ª) Mostrou-se como um deles
6ª) Conscientizou
7ª) Desafiou
8ª) Motivou
9ª) Encorajou
10ª) Obteve adesão
11ª) Pôs em prática (gretz, 1997, p. 39)

Baseado na atitude de Neemias, Noêmio mostra para Tobias que viver sem correr
riscos nos leva a uma vida limitada e sem graça, e que a história de Neemias é um exemplo de
coragem. Ele vivia comodamente no palácio do rei Artaxerxes, mas não hesitou quando
chegou o momento de seguir um novo rumo. Noêmio contou que houve oposição ao trabalho
de Neemias, mas nem por isso ele ceder. O personagem conta também como o exemplo do
prefeito de Jerusalém o deu coragem para assumir um novo desafio na vida profissional.

Noêmio continua relatando a história de Neemias a Tobias e lembra que muita gente
se juntou ao mutirão de reconstrução do muro sob a liderança eficiente de Neemias. Este, com
muita sabedoria, cuidou para que cada voluntário fosse alocado em setores de trabalho
próximos às suas casas, valorizando a qualidade de vida de cada trabalhador. Surgiram novas
ameaças dos inimigos de Neemias ao seu projeto de reedificação dos muros. Ao ser
provocado verbalmente, ele reage e demonstra ira através de suas palavras. O personagem
Noêmio comenta que é importante colocar a raiva para fora, desabafando no momento certo,
para que não haja acúmulo de emoções más e elas acabem sendo descarregadas em outro
momento, em pessoas que não têm culpa dos problemas pelos quais a pessoa furiosa está
passando. Diante da ameaça de ataque dos inimigos, Neemias expõe suas armas e as sugere a
todo o povo de Jerusalém: a) confiança, b) organização, c) coragem, d) comprometimento, e)
flexibilidade, f) prontidão, g) atenção, h) comunicação, i) união. (GRETZ, 1997, p. 64).

Noêmio continua contando detalhes da história de Neemias, fala de como seus


inimigos continuavam ameaçando a vida de Neemias, de como ele conseguiu discernir uma
armadilha que estavam armando para matá-lo: Sambalá, Tobias e Gesém subornaram o falso
profeta Semaías para que este atraísse Neemias ao meio do templo para que fosse morto.
Neemias teve o discernimento de que se tratava de uma cilada, porque somente o sacerdote
poderia ter acesso àquele lugar do templo. O personagem que conta a história comenta com
seu companheiro de voo como ele aprendeu com mais este exemplo de Neemias, pois ciladas
acontecem todos os dias, e é preciso ter discernimento e autocontrole para encarar situações
difíceis sem perder a lucidez e, assim, conseguir livrar-se dos perigos.

O muro é concluído em 52 dias. No entanto, Neemias percebeu que, além do muro, era
preciso reconstruir a identidade e a autoestima de seu povo. O trabalho ainda não estava
terminado. Por isso, Neemias “planejou sua segunda etapa: depois de levantar o muro de
pedras, ele precisava agora consolidar sua obra, levantando o muro emocional e fortalecendo
espiritualmente seu povo.” (GRETZ, 1997, p. 92).

Antes de prosseguir com a viagem de Noêmio e Tobias e saber o quanto estavam


aprendendo com o prefeito de Jerusalém, o autor do livro abre um parêntesis para falar sobre a
cidade de Jerusalém e sua situação através dos tempos. Para ilustrar, Gretz coloca Neemias
em cena tendo um sonho ao dormir. Nele, reis pastores saem do Egito rumo à terra de Canaã.
Com medo de ataques assírios, fundam uma cidade a qual chamaram de Urusalim (“lugar de
paz”, “habitação segura”). No sonho, Israel conduzia algumas tribos pelo deserto e, ao ir em
busca de terras mais férteis, foram escravizados pelo Faraó. Neemias viu em sonho a
conquista de Canaã e as guerras travadas pelos guerreiros de Josué, a luta de Davi contra
Golias, viu Davi unindo as doze tribos e Jerusalém crescendo como importante capital dos
hebreus durante alguns séculos. Viu também Salomão e toda sua glória e a construção de
castelos e templos suntuosos. Ao morrer Salomão, o povo enfraqueceu devido à divisão das
tribos, começando uma sequencia de derrotas e destruição, que foi até aquele momento da
história vivido por Neemias.

O sonho de Neemias avança para o futuro e ele presencia mais cenas de guerra e
destruição. Contempla as obras majestosas do rei Herodes, mas fica profundamente triste pelo
destino do povo. Neemias fica emocionado ao ver Jesus aos doze anos, sua ida à Jerusalém e
sua desenvoltura entre os doutores no templo; vê cenas de seu ministério, seu julgamento e
sua crucificação. O sonho se torna sombrio, como um pesadelo, e ele contempla novamente o
povo sendo perseguido e dispersado pelos romanos, e novamente a destruição de Jerusalém.
Neemias abre os olhos, em sobressalto, e teme pelo seu povo, por quem tanto lutara para
consolidar a identidade da nação. Mas uma voz interna lhe dizia que iria valer a pena, que a
história ainda não havia terminado. As visões de Neemias continuam: ele vê a guerra de 613,
em que Jerusalém é tomada pelos persas; a conquista de Jerusalém pelos romanos em 623; em
637 a cidade em poder dos árabes; as Cruzadas após o ano de 1077; Jerusalém tomada
novamente em 1099 e passando 80 anos sob o governo de um rei cristão.

A viagem de Neemias em sonho pela história do povo judeu chega ao ano de 1542,
quando os muros de Jerusalém são novamente reconstruídos. Ele vê recomeçar lentamente a
migração de judeus para a Palestina em 1882, ao ser fundada uma colônia judaica na cidade
de Jafta. Em 1909, a formação do primeiro kibutz, uma fazenda coletiva, naquela região, e
mais de 40 mil judeus se deslocando para lá em apenas seis anos. A partir de 1917, quando a
Grã-Bretanha ocupa a Palestina, ele vê crescer um movimento para reconstrução do Estado de
Israel.

Ainda na visão, Neemias é transportado para a Assembleia da ONU no amo de 1947


na qual é elaborado um plano de partilha para a divisão da região entre árabes e judeus. Ele
imagina que a partir daquele momento haverá paz entre os povos, mas se frustra ao
contemplar, no avanço da visão, ataques e guerras entre essas duas nações. Ao presenciar
tanta violência, Neemias procura as Escrituras, mas se dá conta de que existem novos livros
que não conhecia em seu tempo. Ele abre sem pretensão, ao acaso, e lê uma frase que diz:
“não vai ficar pedra sobre pedra...”. Fica admirado com essa frase e muda a página para o fim
do livro, para ver como terminará a história. Então, Neemias lê Apocalipse 21.1-4, a
passagem sobre o novo céu e a nova terra, a Jerusalém que desce do céu, o tabernáculo de
Deus entre os homens! Ele desperta assustado e percebe que aquela sua obra de reedificação
do muro era apenas uma gota d’água em um imenso oceano; aquilo o faz entender que sua
pequena obra é uma parte importante de todo aquele mosaico sem fim.

Voltando à viagem de Noêmio e Tobias pelo céu do Nordeste e pela história de


Neemias, os dois seguem conversando sobre o prefeito de Jerusalém, com uma pequena pausa
para falar sobre a beleza das praias do litoral nordestino e fazer comentários sobre a
escravidão e a proclamação da República no Brasil. Noêmio continua o relato sobre Neemias
contando como ele soube liderar delegando funções a Hanani e Hananias. Neemias organizou
as famílias ao fazer um recenseamento e, para defender as tradições religiosas dos judeus e
mantê-los unidos e confiantes, afastou alguns sacerdotes que não provaram sua ascendência
hebraica.

Após isso, era hora de comemorar o sucesso da reconstrução do muro. Todos os


habitantes de Jerusalém estavam regozijantes, a autoestima havia sido recuperada e também a
alegria de fazer parte da nação judaica. Esdras, o escriba, selecionou alguns textos e os leu
diante do povo, que chorou de emoção. Neemias relembrou ao povo que se tratava de um dia
festivo, que, por isso, eles não deveriam se entristecer, pois a alegria do Senhor era a força
deles. Noêmio aproveita para contextualizar essa situação específica do povo de Jerusalém
para o ambiente de uma empresa; frisou para o seu companheiro de viagem o quanto é
importante uma empresa promover a comemoração de datas festivas entre os funcionários e a
relevância do endomarketing para o sucesso da empresa com os clientes.

A seguir, eles continuam tratando na conversa sobre o âmbito empresarial, sobre como
é importante uma empresa que se comunica bem com os seus funcionários, assim como
Neemias se comunicava com o povo de Jerusalém e, principalmente, com aqueles designados
para guardar as portas da cidade. Noêmio fala sobre a necessidade que houve em repovoar a
cidade, que com pouca gente habitando lá estaria desprotegida. Neemias resolveu o caso
fazendo um trato com as famílias que viviam fora da cidade para que houvesse um sorteio e
os contemplados fossem morar em Jerusalém.

Seguindo com a história de Neemias, Noêmio contou que a estratégia do prefeito de


Jerusalém começou no seu treinamento pessoal: quando surgiu a oportunidade de pedir as
cartas ao rei, ele estava preparado para ser um bom administrador, engenheiro e mestre de
obras: “o sucesso de uma pessoa é consequência de sua habilidade estratégica, e não política.”
(GRETZ, 1997, p. 141). É nesse momento que aparece outro personagem, o prefeito de uma
cidade do sertão pernambucano, dizendo que aprendeu bastante com a história contada por
Noêmio sobre o prefeito de Jerusalém. Ele contou que estava vindo de um curso para líderes
promovido em São Paulo e que havia feito importantes anotações sobre as características do
bom prefeito. São elas:

Conhecer muito bem o seu município;


Conhecer bem os municípios vizinhos;
Promover atrativos para os visitantes;
Sintonizar-se com os anseios dos habitantes;
Envolver a população nos programas municipais;
Comunicar-se com todos os setores da comunidade
Enfrentar os problemas de frente;
Planejar dando ênfase à qualidade de vida da população;
Manter uma equipe eficaz e comprometida. (GRETZ, 1997, p. 143).

Ao se aproximar o fim da viagem, o prefeito pernambucano começou a relembrar a


história da região no tempo do governo holandês e das marcas positivas que Maurício de
Nassau havia deixado na cidade de Recife durante seu governo que resistiam até aquele
momento. Assim como Nassau havia sido importante para a região de Pernambuco, Noêmio
relembrou como Neemias havia sido notável para o governo de Jerusalém. Ele se tornou um
grande líder; depois de concluída sua primeira etapa, ele fez com que todos os líderes do povo
assinassem uma aliança a fim de preservar os princípios de conduta da nação judaica.

A partir disso é que surge entre os três personagens o assunto de como é importante
termos um muro de proteção na nossa vida, que se traduz pelo cuidado com a saúde, o estudo,
o aprimoramento profissional, a firmeza pessoal. Tobias pergunta a Noêmio se não é melhor
estar aberto, compartilhar, ao que o amigo contesta que o muro, assim como o de Jerusalém,
tem portas para todos os lados e que Tobias pode se comunicar com que quiser. Porém é
preciso ter cuidado com o que entra se quiser ter paz: “Ter seu muro construído e bem
conservado é ser uma pessoa preparada. Com amor, fé, vontade, firmeza, equilíbrio, saúde,
autoconfiança, entusiasmo, prosperidade, alegria de viver.” (GRETZ, 1997, p. 173).

O penúltimo capítulo do livro descreve o momento do pouso do avião no aeroporto, a


chegada de Noêmio, Tobias e do prefeito da cidade pernambucana a Recife. Tobias tem
muitas perguntas ainda, mas aprendeu que é impossível encontrar todas as respostas, ainda
que a viagem durasse mais três horas. Aprendeu também que a vida, assim como um muro,
vai sendo construída pedra por pedra, dia após dia. Tobias fica ansioso para saber o final da
história de Neemias, e seu novo amigo, Noêmio, lhe presenteia o livro para que ele mesmo
leia como terminou. Tobias descobre que Neemias estava cheio de alegria, porque havia
cumprido sua missão. Neemias olha a cidade através da colina e agradece a Deus,
relembrando todas as etapas daquela empreitada e as dificuldades e barreiras que superou.

Neemias contempla a cidade pela última vez enquanto medita no monte das
Oliveiras. Observa o muro reconstruído, os campos e as casas com seu povo
novamente confiante. Olha o céu amanhecendo na direção de Belém e imagina que
uma estrela-guia ainda surgirá naqueles horizontes, anunciando um novo tempo.
(GRETZ, 1997, p. 185).

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