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Neemias Reconstrói os Muros de Jerusalém

 Daniel Conegero
A Bíblia registra que Neemias reconstruiu os muros de Jerusalém
juntamente com o povo em apenas 52 dias. A obra de reconstrução dos
muros ocorreu em 445 a.C. e foi um verdadeiro milagre operado por Deus.

Neemias foi alguém dedicado e comprometido com a vontade do Senhor.


Mas embora ele tenha sido uma pessoa exemplar em muitos aspectos, todo
o empreendimento de reconstrução dos muros de Jerusalém foi fruto da
ação divina.

Para entendermos melhor o significado do que foi a reconstrução dos


muros de Jerusalém no tempo de Neemias, é útil recuarmos um pouco mais
na história do povo hebreu. Então, num panorama geral, vamos analisar o
testemunho bíblico desde antes do momento em que Neemias reconstrói os
muros de Jerusalém.
Por que os muros de Jerusalém foram destruídos?
A cidade de Jerusalém foi conquistada pelo rei Davi, que a transformou em
sua capital política e religiosa. Enquanto duraram os reinados de Davi e de
Salomão, o povo da aliança esteve unido num só reino com a capital em
Jerusalém – naquele tempo uma cidade gloriosa.
Mas depois da morte do rei Salomão, a nação de Israel foi dividida em duas
partes quando as tribos do norte resolveram se rebelar contra o governo de
Jerusalém. Daí surgiram os reinos de Israel, ao norte, e de Judá, ao sul.
Ambos os reinos falharam em guardar os mandamentos do Senhor. O reino
de Israel foi o primeiro a cair com sua capital em Samaria. Em 722 a.C. os
assírios conquistaram o Reino do Norte e exilaram o povo (2 Reis 17).
Séculos depois, o mesmo também aconteceu com o reino de Judá. Entre
605 e 586 a.C. o exército da Babilônia sob a liderança do rei
Nabucodonosor marchou contra o Reino do Sul e conquistou Jerusalém.
Por causa de sua infidelidade ao Senhor, o reino de Judá foi arrasado.
Jerusalém foi invadida, saqueada e destruída, e a maior parte de seu povo
foi levado cativo pelos babilônios. A partir de então teve início um longo
período de cativeiro na Babilônia, e Jerusalém ficou praticamente
abandonada em ruínas.
Durante o período de cativeiro, o poder de governo do maior império do
mundo conhecido passou dos babilônios para os persas. Tudo isso, claro,
ocorreu de acordo com o plano de Deus. O novo grande imperador era o rei
Ciro, a quem Deus usou como um instrumento em sua mão para permitir
que o seu povo finalmente retornasse à Jerusalém.
Em cerca de 539 a.C. o primeiro grupo de exilados retornou a Jerusalém
sob a liderança de Zorobabel para reconstruir o templo e restabelecer o
calendário nacional de Judá (Esdras 1-6). Mais tarde, em aproximadamente
458 a.C., Esdras liderou um segundo grupo. E finalmente em 445 a.C.
ocorreu o terceiro retorno de exilados para a reconstrução dos muros de
Jerusalém.
Neemias pede para reconstruir os muros de Jerusalém
O Império Persa tinha uma política liberal com relação às nações
subjugadas. Mas isso não significava que distúrbios da ordem eram
tolerados ou que os povos vassalos tinham vida fácil. Muito pelo contrário!
O livro de Ester narra a perigosa perseguição enfrentada pelos judeus nesse
período.
Porém, nos dias de Artaxerses I – que era filho do rei Assuero – o Senhor
agiu em favor de conceder que os muros de Jerusalém fossem
reconstruídos. Para tanto, ele usou Neemias, o copeiro de Artaxerxes I. A
Bíblia diz que Neemias recebeu notícias sobre a situação de abandono que
Jerusalém enfrentava. Os muros da cidade estavam destruídos, e seus
portões estavam queimados.
Então Neemias ficou profundamente triste e orou e jejuou ao Senhor a esse
respeito. Isso aconteceu no final de 446 a.C. Cerca de quatro meses depois,
já em 445 a.C., o rei persa notou a tristeza de Neemias. Depois de explicar
a Artaxerxes I que o motivo de sua tristeza era pelo fato de Jerusalém estar
assolada, o imperador perguntou a Neemias qual era o seu pedido. O texto
bíblico diz que Neemias orou ao Senhor e em seguida solicitou permissão a
Artaxerxes I para retornar a Judá e reconstruir os muros de Jerusalém.

A reconstrução dos muros de Jerusalém foi um milagre


O pedido de Neemias para reconstruir os muros de Jerusalém era
complicado de muitas formas. Em primeiro lugar, naquela época os muros
e os portões eram símbolos da força e da estabilidade de uma cidade. Então
não raramente, quando uma cidade era conquistada tão logo seus portões
eram retirados, e seus muros, derrubados. Isso significa que a reconstrução
dos muros de Jerusalém podia ser interpretada como uma ameaça ao
domínio central da Pérsia.

Em segundo lugar, parece que aborrecer um imperador persa era uma séria
ameaça à vida. Isso explica o temor de Neemias quando Artaxerxes I lhe
questionou sobre o seu semblante triste (Neemias 2:2). Então pedir que o
imperador persa permitisse a reconstrução dos muros de uma cidade
conquistada, e ainda financiasse a reconstrução, certamente era algo muito
perigoso (Neemias 2:8).

Em terceiro lugar, Neemias ocupava uma posição importante na corte


persa. Ele era responsável por servir o vinho do rei. Essa era uma grande
responsabilidade, porque numa época em que havia muitas conspirações
nas cortes, o copeiro era alguém que podia evitar que o rei fosse
envenenado. O problema é que o pedido de Neemias implicava em sua
ausência na corte de Artaxerxes I, algo que, de certa forma, parece ter
preocupado o rei (Neemias 2:6).

Neemias reconstrói os muros de Jerusalém


Mesmo com todas as impossibilidades, a reconstrução dos muros de
Jerusalém foi autorizada. Isso não se deu por causa do carisma ou da
importância de Neemias, mas porque a “boa mão de Deus” era com ele
(Neemias 2:8).
Além disso, quando Neemias reconstruiu os muros de Jerusalém ele
também precisou enfrentar muita oposição. Mesmo com a autorização do
rei persa, Sambalate e Tobias, governadores d’além do Eufrates, não
ficaram satisfeitos com o fato de Jerusalém ser reconstruída.
Mas toda oposição à reconstrução dos muros de Jerusalém fracassou. Os
opositores foram derrotados não pelos méritos estratégicos de Neemias,
mas porque Deus frustrou os desígnios deles (Neemias 4:15).
Por fim, em apenas 52 dias os muros de Jerusalém foram reconstruídos.
Tudo isso aconteceu por causa da soberana mão do Senhor. Neemias foi
um instrumento usado pelo Senhor, mas em última análise, foi Deus quem
realizou tudo. O próprio Neemias reconhecia claramente essa verdade, e
jamais quis a glória para si por ter liderado aquele empreendimento. Ele
mantinha seus olhos o tempo todo na providência do Senhor no governo de
todas as coisas e na execução do seu propósito através do esforço humano
(Neemias 1:10; 2:8,18 7:5).

TEMA: 5 PILARES PARA RECONSTRUÇÃO


TEXTO: NEEMIAS 1-2
INTRODUÇÃO:
Neemias foi usado por Deus para reconstruir os muros de Jerusalém e
restaurar o povo espiritualmente.

Podemos entender que um ministério de restauração é de grande


importância, por isso, houve um preço a ser pago para a obra ser feita.

Nessa oportunidade, vamos falar de 5 Pilares para a Reconstrução:

I- CORAÇÃO AQUEBRANTADO (NEEMIAS 1:4)


“E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e
lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos
céus”.
A) SENTE A DOR DO PRÓXIMO
“ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei”.
B) FAZ A SUA PARTE
“estive jejuando e orando perante o Deus dos céus”.
II- PESSOAS HUMILDES (NEEMIAS 1:6)
“Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para
ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite,
pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos
filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu
pai temos pecado”.
A) RECONHECE SEU ERRO
“faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido
contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado”.
III- CORAÇÃO VOLUNTÁRIO (NEEMIAS 2:3-5)
3. E disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu
rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e
tendo sido consumidas as suas portas a fogo?
4. E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus,
5. E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua
presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus
pais, para que eu a reedifique.
A) SE COLOCA À DISPOSIÇÃO
“me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a
reedifique”.
IV- PESSOAS DE VISÃO (NEEMIAS 2:7-8)
7. Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os
governadores dalém do rio, para que me permitam passar até que chegue
a Judá.
8. Como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, para
que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, para o muro da
cidade e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei mas deu, segundo
a boa mão de Deus sobre mim.
A) VÊ O QUE PRECISA SER FEITO
“dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me
permitam passar até que chegue a Judá”.

“para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, para o


muro da cidade e para a casa em que eu houver de entrar”.
V- ESTAR NA DIREÇÃO DE DEUS (NEEMIAS 2:12)
“E de noite me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei a
ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém; e
não havia comigo animal algum, senão aquele em que estava montado”.
A) SABER A HORA DE FALAR
“não declarei a ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer
em Jerusalém”.
A) FAZ O QUE DEUS QUER
“Deus me pôs no coração para fazer”.

RESTAURANDO OS PILARES DA IGREJA

NEEMIAS 2. 18
“Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável”...; então
disseram:
Levantemo-nos, e edifiquemos. “E esforçaram as suas mãos para o bem”.
Estamos findando 2010 e nos preparando para receber dentro de mais
alguns minutos 2011, e não podemos esquecer como a mão de Deus fora
sobre nós. Vidas foram salvas, lares foram restaurados, famílias inteiras
tiveram suas esperanças renovadas, etc.
Contudo algumas coisas precisam ser melhoradas, alguns valores e os
nossos pilares precisam ser restaurados. Creio que com a graça de Deus
vamos conseguir.
Para isso vamos precisar de algumas atitudes básicas em 2011; vejamos:
I – Atitudes básicas para uma reconstrução
1 – Tomar consciência da necessidade da reconstrução
Neemias tomou consciência da situação, buscou informações. Em 2011 se
você desejar algum tipo de mudança em sua vida, a primeira coisa é tomar
consciência dos fatos a sua volta.
Neemias 1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de
Quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, Que veio
Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos
judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de
Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na
província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém
fendido e as suas portas queimadas a fogo. E sucedeu que, ouvindo eu estas
palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando
e orando perante o Deus dos céus.
2 – Está inconformado a situação atual
E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e
lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos
céus.
Tendo Neemias tomado conhecimento dos fatos não cruzou os braços, não
fez promessas vazias para si mesmo, promessas tão comum em inicio de
ano novo. Ele realmente estava inconformado com aquela situação.
3 – Ter disposição para promover a reconstrução
Ne 2. 17, 18 Então lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos,
que Jerusalém está assolada, e que as suas portas têm sido queimadas a
fogo; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não sejamos
mais um opróbrio. Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora
favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito; então
disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para
o bem.
Neemias poderia ficar ali no palácio, desfrutando da casa do Rei, esperando
que outros se levantassem para mudar a situação, mas ele não esperou. Ele
se dispôs a mudar a situação.
Poderia dizer que o problema não seria dele, que teriam outros mais
capacitados, mas ele não agiu desta forma.
4 – Coragem para enfrentar as adversidades
Ne 2. 19, 20 – O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo
amonita, e Gesém, o árabe, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e
disseram: Que é isto que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei? Então
lhes respondi, e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar: e
nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes
parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém.
Ne 4. 2 – E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e
disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isto? Sacrificarão?
Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que
foram queimadas?
Como ter coragem?
Tendo certeza de que não estamos sós nesta obra.
Consciência de que obra está dentro do propósito de Deus.
O mundo tentará nos desestimular jogando em nosso rosto nossas
debilidades e até mesmo nos apontando fracassos, mas lembrem-se: só
fracassa quem tenta e só tenta quem tem coragem!
5 – Saber aonde que chegar
Ne 4. 6, 7 – Porém edificamos o muro, e todo o muro se fechou até sua
metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar. E sucedeu
que, ouvindo Sambalate e Tobias, e os árabes, os amonitas, e os asdoditas,
que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as
roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo
Neemias sabia muito bem o que inquietava seu coração e o que fazer para
se livrar destas inquietações.
A pergunta é: você sabe o que te inquieta, e o que fazer para mudar essa
situação. Seja o que for Deus é contigo, Jesus sempre estará a sua
disposição para ajudá-lo nesta obra.
Finalmente,
Todas essas atitudes estavam presentes na vida de Neemias e precisam está
presentes em nossa vida: consciência do problema ou pecado, estar
inconformado a situação atual, ter disposição para promover mudança,
coragem para enfrentar as adversidades e saber aonde que chegar, a fim de
que cumpramos o propósito da igreja em reconstruir seus pilares. Neste
ponto conclamo a todos os membros e simpatizantes desta obra, para juntos
mudar a nossa realidade, no que diz respeito à vida de santidade, e a
misericórdia para com as pessoas, em suas fraquezas e necessidades; bem
como em nossas atitudes de relacionamentos. E não só a Igreja, mas
também, na vida pessoal, no que tange ao desenvolvimento de nossa plena
salvação.

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