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CONSTITUCIONAL
Professor: Luís Pedro Dias Pereira Coutinho
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• Marcelo Rebelo de Sousa: A matéria regida pelo Direito constitucional pode ser
genericamente de nida como a respeitante à estrutura, aos ns e às funções do Estado,
bem como à organização, titularidade, exercício e controlo do poder político a todos os
níveis.
• Jorge Miranda: O direito constitucional é a parcela da ordem jurídica que rege o próprio
Estado enquanto comunidade e enquanto poder.
Para uma orientação antropocêntrica, o Direito Constitucional deve ser deslocado do Estado
para a pessoa humana. Podemos considerar apologista desta doutrina Paulo Otero. Contudo, se a
pessoa é, sem dúvida, o m de todo o Direito (e, logo por isso também o é, do Direito
Constitucional) e se tudo numa “Constituição limitada” deve estar orientado à garantia da liberdade,
daí não se segue forçosamente que a pessoa venha a ser “o eixo central do fenómeno constitucional”
CORRENTE ADOTADA
Para uma terceira corrente, o eixo do Direito Constitucional passa pelo “estatuto do
político”. Segundo o professor José Melo Alexandrino, o primeiro m do direito constitucional é
garantir a liberdade, pois, “a liberdade é o m, a constituição o instrumento”. Não se pode reduzir a
matéria do direito constitucional ao Estado, pois aí faltariam coisas fundamentais: a própria ideia de
Constituição, direitos fundamentais e a garantia jurídica da Constituição. O professor José Melo
Alexandrino refuta Paulo Otero: a pessoa humana é o m de todo o Direito, mas não pode ser
vista como o objeto do Direito Constitucional; e também refuta a doutrina clássica: não se pode
reduzir ao Estado, pois faltariam a própria ideia de Constituição, os direitos fundamentais e a
garantia jurídica da Constituição.
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• Pelas normas que de nem os direitos fundamentais das pessoas perante o Estado, sejam
eles direitos de liberdade ou direitos sociais
Em todo o caso, quando se fala em Direito constitucional, há que ter presente que podemos
estar a referir-nos a duas coisas distintas: (a) podemos estar a referir-nos ao conjunto de normas
constitucionais em vigor; ou (b) podemos estar a referir-nos à disciplina cientí ca que estuda as
matérias reguladas por essas normas
• Politicidade - assinala desde logo a natureza política do objeto, mas também a natureza
simultaneamente jurídica e política de muitas estruturas, processos, normas e instituições
constitucionais e as tensões entre essas várias dimensões
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• Abertura - sendo uma ordem incompleta, ela está de certo modo aberta aos valores
(abertura axiológica), às estruturas políticas, económicas, sociais e culturais (abertura
estrutural), mas também a outras normas e interpretações (abertura normativa) e ao futuro
(abertura temporal); no fundo, permite uma sensibilidade de adaptação face à realidade
É um ramo do Direito que tem como objeto as normas É uma disciplina cientí ca transversal, ou seja, que está na
constitucionais. charneira entre a Ciência do Direito Constitucional e a
Ciência Política.
Lida com normas jurídicas positivas concretas. Lida com conceitos, teorias e problemas relativos ao
fenómeno constitucional.
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CAPÍTULO I - O CONSTITUCIONALISMO
O primeiro problema que temos pela frente é o de saber o que devemos entender por
constitucionalismo, uma realidade, segundo alguns autores, constitui uma das maiores aquisições da
humanidade dos últimos mil anos
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O constitucionalismo tem necessariamente estes dois lados entrelaçados, uma vez que, a
debilitação do poder do Estado corresponde a uma equivalente debilitação do constitucionalismo, ou
seja, um Estado fraco nem consegue garantir a liberdade nem realizar o bem comum
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• A rmação da igualdade dos indivíduos, que deixam de ser entendidos como parte de
grupos e classes diferentes
• Parte-se de um estado de natureza (que é imaginado de diferentes formas por Hobbes,
Locke e Rousseau) em vez de se partir das realidades existentes na sociedade
• Reconhece e proclama os direitos naturais como direitos morais (direitos do homem)
• Através da matriz hobbesiana, recusa a moderação e o equilíbrio dos poderes
(Hobbes), valoriza a vontade geral, o princípio da soberania ilimitada e a democracia
direta (Rousseau)
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• Através da sua matriz lockeana, há uma visão menos radical da igualdade, requer a
separação dos poderes, nomeadamente a separação entre o poder de fazer a lei e o poder
de governar (Locke), coloca como m da sociedade política a conservação dos direitos
naturais e concebe ainda a Constituição como um conjunto de princípios de que o
primeiro é a liberdade (Kant)
• Surge uma nova democracia, a democracia constitucional que aceita ser disciplinada
juridicamente pela Constituição
• Este constitucionalismo recupera a grande ideia da supremacia da Constituição,
acrescentando-lhe o primado dos direitos fundamentais sobre o poder político do
Estado
• Com a supremacia da Constituição (poderes limitados) é essencial introduzir o controlo
da constitucionalidade
• Democracia pluralista
• Renovação do princípio da igualdade, quer com o sufrágio universal, quer com a
constitucionalizarão dos direitos sociais, quer com a crescente atenção às diferenças
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Distinção entre rei e tirano: o dever do rei promover a justiça e a equidade é absoluto, sendo a
violação da equidade que produz a tirania; por sua vez, contra o tirano, era possível o direito de
resistência
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Ensinou que o príncipe deve agir para o bem da comunidade, de modo equitativo e justo; o
tirano é aquele que se torna chefe de uma facção que destrói a constituição e contra o qual se admite
também o direito de resistência. Recuperou o ideal da constituição mista e do poder temperado
Hobbes: o m último, a causa nal e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e
domínio dos votos)
Locke: nenhuma dúvida subsiste de que o Estado é criado para preservar e garantir a liberdade, a
vida e a propriedade
Rousseau: o contrato social é celebrado para tentar preservar a liberdade primitiva, continuando,
antes como depois, a liberdade a ser o supremo bem (quanto mais o Estado cresce mais a liberdade
diminui)
Kant: vê a liberdade como um direito inato, único e originário- primeiro princípio da Constituição
Republicana
Textos Políticos: Declaração de independência dos Estados Unidos de 1776 e a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão de 178
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• Não pode acolher a concepção subjacente ao estado de direitos humanos, nem o seu amplo
conteúdo
• Os direitos humanos estão muito mais desprotegidos do que os direitos garantidos ao nível
nacional (direitos fundamentais), pois só aí por regra podem ser efectivamente protegidos
• Prefere falar em Estado Constitucional e não em Estado de direitos humanos, pela mesma
razão que entende que só se pode falar em constitucionalismo nacional e não em
constitucionalismo global
Hobbes: Poder político limitado pelo m de garantir a segurança dos súbditos, mas também
pela equidade. Racionalização do poder político (igual submissão de todos à mesma lei)
Montesquieu: Poder político limitado pelo direito, pelo pluralismo social e pela moderação,
e também pelos controlos recíprocos que devem existir entre os vários poderes. Racionalização do
poder político (racionalização dos regimes políticos, doutrina da separação de poderes)
Rousseau: até certo ponto o poder político está limitado pela soberania do povo, que pode
exprimir-se em qualquer momento. Racionalização do poder político (vontade geral, regra da
maioria, democracia directa, referendo, participação de todos os cidadãos na feitura da lei)
Kant: poder político limitado pelo principio da liberdade, que lhe impõe a garantia dos
direitos, a moderação e recusa do despotismo. Racionalização do poder politico (principio da
maioria, doutrina de separação de poderes)
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CONSTITUCIONALISMOS
O CONSTITUCIONALISMO BRITÂNICO
Quanto ao sistema de governo, continuamos a entender como adequada quali cação como
sistema parlamentar de gabinete
• Os principais órgãos que compõem este sistema de governo são: o Monarca; o Governo
(havendo dentro dele a distinguir entre o Gabinete, o Primeiro-Ministro e o Ministério, ou
Governo em sentido amplo; dentro do Gabinete, por sua vez, pode ainda existir um
conselho mais restrito, o “Inner Cabinet”); um Parlamento bicameral, composto pela
Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, com Pares temporais e espirituais; o
Supremo Tribunal do Reino Unido, criado na reforma de 2005, em substituição da
instância superior que até então funcionava no seio da Câmara dos lordes
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XX, o líder do partido mais votado (ou aquele que entretanto lhe suceder, em caso de
demissão da liderança do partido) nas eleições para a Câmara dos Comuns, não
carecendo de uma investidura ou de um voto de con ança para entrar em funções; os
ministros de entre os membros da Câmara dos Comuns, sendo ainda habitual que alguns
deles sejam membros da Câmara dos lordes
• A Coroa é o símbolo da unidade nacional, não dispondo o Rei de poderes efetivos, tendo
perdido designadamente o direito de veto e tendo os seus antigos poderes passado a ser
materialmente exercidos pelo Primeiro-Ministro e pelo Parlamento; o Primeiro-Ministro
tornou-se muito mais do que um “primeiro entre iguais”; dentro do Governo sobressai o
Gabinete, onde têm assento, além do Primeiro-Ministro, os ministros seniores mais
importantes e onde são tomadas as decisões políticas fundamentais; o Governo depende
da con ança do Parlamento, que o pode derrubar, tendo em 2011 sido xadas novas
regras nesse domínio, designadamente a regra segundo a qual passou a caber à Câmara
dos Comuns a aprovação de uma moção de antecipação das eleições pelo voto 2/3 dos
deputados, deixando, por sua vez, de provocar a demissão do Governo situações como a
de o mesmo sofrer uma derrota importante no Parlamento, sem prejuízo do que vier a
resultar da prática; o Governo desempenha a função política, a função administrativa e,
sob delegação do Parlamento, ainda a função legislativa; a Câmara dos Comuns é a
dominante, no exercício das funções política, legislativa e de scalização, tendo hoje a
Câmara dos Lordes essencialmente um poder de retardar a aprovação de leis pelo período
de um ano ou por três meses, caso se trate de diplomas de natureza nanceira
• Quanto à separação dos poderes, formalmente, parece não haver separação, uma vez
que tudo é feito “em nome do Rei”; funcionalmente, não há como reconhecer a existência
de uma clara divisão de poderes, quer entre o poder judicial e os demais poderes, quer
entre o poder de decretara a lei e o poder executivo, como cou bem patente nos dois
casos até agora marcantes sobre o Brexit; cabe ainda referir a separação vertical de
poderes, entre as diversas estruturas territorial do Reino Unido, bem como a separação
entre a maioria e a oposição, entre a maioria e o Governo-sombra
Quanto aos direitos e liberdades, apesar de haver um conjunto de textos históricos e também
de textos mais recentes (como o importante Human Rights Act de 1998) sobre a matéria a proteção
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fundamental continua a advir do costume e do common law, mas também do enraizamento profundo
dos direitos na cultura e na opinião pública
CONSTITUCIONALISMO NORTE-AMERICANO
Podemos dizer que a matriz dominante no constitucionalismo norte-americano é a matriz
moderada ou lockeana: reconhecimento de valores anteriores ao Estado, primado da Constituição,
governo das leis e não dos homens, direitos fundamentais como limites do poder do Estado, divisão e
equilíbrio de poderes, controlo da constitucionalidade das leis
Quanto à forma de Estado, os Estados Unidos são um Estado federal, ou seja, uma forma de
Estado composto, havendo uma dupla estrutura do poder político no território (a do Estado federal e
a dos 50 estados federados) e uma sobreposição de Constituições (a do Estado federal e das
Constituições dos estados federados); o federalismo norte-americano é um federalismo perfeito.
Quanto ao regime político, é caracterizado por uma democracia constitucional
Passando agora à organização do poder político, existe um sistema de governo presidencial (ou
presidencialismo)
• Os principais órgãos que integram o sistema de governo são: o Presidente dos Estados
Unidos, que escolhe e demite os seus secretários; um Parlamento bicameral
(Congresso), composto pela Câmara dos Representantes e pelo Senado; e o Supremo
Tribunal
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Em matéria de direitos e liberdades, logo em 1789 prevaleceu a corrente que defendia que a
Constituição deveria a nal enunciar expressamente os direitos fundamentais dos cidadãos, como Bill
of Rights que veio a ser complementada por outros aditamentos como o 13º, de 1865, que proibia a
escravatura, o 14º adiamento, de 1868, que reforçou as garantias da igualdade e do devido processo
legal, ou os 15º, 19º, 24º, ou 26º Aditamentos, ampliando o direito de voto. Por outro lado, não pode
ser ignorado o papel do Supremo Tribunal, especialmente na revelação de direitos não enumerados
no Bill of Rights (como sucede com o direito à privacidade, o direito da mulher ao aborto, o direito a
morrer, os direitos da homossexualidade ou outros direitos que envolvem a família)
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CONSTITUCIONALISMO FRANCÊS
No constitucionalismo francês da atualidade, con uem diversas matrizes, designadamente a
rousseauniana (na ideia de lei como expressão da vontade geral, na soberania popular e no
referendo) e a do constitucionalismo liberal, a que se junta ainda uma componente bonaportista
(visível no per l do Presidente da República)
• O Presidente da República é eleito por sufrágio universal por um mandato de cinco anos,
podendo ser reeleito apenas uma vez; a Assembleia Nacional, principal câmara do
Parlamento, é eleita por sufrágio universal para uma legislatura de cinco anos; o Senado
representa as unidades territoriais e é eleito por sufrágio indireto por seis anos, com
renovação parcial a três anos; salvo as inerências, os membros do Conselho
Constitucional são designados em um terço pelo Presidente da República, pelo presidente
da Assembleia Nacional e pelo Presidente do Senado
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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA RAQUEL LOURENÇO
CONSTITUCIONALISMO ALEMÃO
Trata-se de uma constituição rígida, assistida por um sistema concentrado de Justiça
Constitucional e soerguida sobre os princípios republicano e democrático, o primado dos direitos
fundamentais de liberdade, a cláusula do Estado social e a consagração do federalismo como modelo
de organização territorial. A constituição é garantida por um Tribunal Constitucional, que
protagoniza uma scalização atenta da constitucionalidade dos atos jurídico-públicos de acordo com
um modelo concentrado.
O Presidente da República é eleito por uma Convenção Federal integrada pelos membros de
Bundestag (câmara baixa) e por igual número de representantes nomeados pelos estados federados. É
designado por um mandato de 5 anos, sem possibilidade de ser reeleito. O presidente constitui uma
instituição secundária, exercendo funções representativas de natureza honorí ca e protocolar, bem
como poderes certi catórios ou notariais de decisões do Governo e do Parlamento. Não dispõe de
direito de veto sobre as leis que promulga, pese a circunstância de as poder devolver se estas carem
inquinadas por vícios orgânico-formais. O mesmo se diga do poder que lhe é atribuído de rati cação
de tratados. Cumpre destacar 3 faculdades onde dispõe de uma estreita margem de discricionariedade
condicionada:
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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA RAQUEL LOURENÇO
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o Ao reforço da sua posição ante o Parlamento, já que apenas pode ser destituído
pelo Presidente, após a aprovação de uma moção de censura nos termos expostos que
tem de envolver um compromisso entre partidos oposicionistas de ideologias
contrárias que terão de acordar entre si, um candidato a chanceler;
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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA RAQUEL LOURENÇO
Na tradição francesa, o poder constituinte era apresentado como sendo um poder originário,
autónomo, omnipotente e inesgotável: originário, por nenhum outro poder anterior lhe servir de
fundamento, dizendo-se mesmo que era lógica e cronologicamente anterior à Constituição;
autónomo, na medida em que pode dispor de forma independente e incondicional sobre a ordenação
da vida política da comunidade; omnipotente, por não estar subordinado a nenhuma regra de forma
ou de fundo; inesgotável, por não desaparecer com a aprovação da Constituição, mas continuar
permanentemente “operacional”
Na tradição britânica, tanto a ideia de contrato social como a limitação do poder político pelo
Direito já punham de algum modo em causa a característica da omnipotência, hoje francamente
recusada pela doutrina: para Jorge Miranda, haveria a distinguir 3 tipos de limites ao poder
constituinte: (i) os limites transcendentes; (ii) os limites imanentes (que decorrem da própria
identidade do Estado); e (iii) os limites heterónimos; para Marcelo Rebelo de Sousa, haveria
sobretudo dois tipos de limites: os condicionantes estruturais e os condicionantes de valor
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Nas formas democráticas, o povo pode intervir de distintos modos: (i) através da eleição de
representantes para a Assembleia que discute, elabora e vota uma Constituição (democracia
representativa); (ii) através de uma assembleia em que participem todos os cidadãos interessados
(democracia direta); ou (iii) através da aprovação por voto popular em referendo de uma
Constituição previamente elaborada por um órgão representativo ou por este constituído (democracia
semidireta)
REFERENDO VS PLEBISCIT
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