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Bairro

São Bernardo
UNIBH – Estoril
Teorias Urbanas – TIG – Processos
Turma ARQ2BN-Esa – Noite
Natalia Achcar – Alicia Rodrigues – Luciana Lelis

Bianca Reis de Deus


Bruna Constâncio Dezidério
Fernanda Menezes
Isabela Cristina Aganette
Laís Moreira de Castro
Luiz Fernando Nunes Coelho
Misa Carolina Meireles de Oliveira
Rafaela Francisca Barra Amaral
Planejamento

O surgimento de Belo Horizonte


antes conhecida por curral Del
Rey, deu-se por volta de 1701.
Mesmo estando em obras, foi
inaugurada em 1897, mas só
teve o nome “Belo Horizonte”
oficializado em 1901.
Fig. 1: Antigo Curral D’el Rei

Planejada por arquitetos, técnicos e com direção do engenheiro Aarão Reis, constituía-se em
uma divisão de três áreas: área urbana, suburbana e área rural. Obedecendo as leis de
ordenamento e simetria, com integração de suas funções urbanas, bem como modernidade da
circulação e higienização.
Inicialmente concebida para ser ocupada por 200 mil habitantes, e expandiria-se do centro para
periferia. Pelo plano de Belo Horizonte, as principais avenidas seriam a Av. Afonso Pena e a Av.
Do contono , que faria o contorno da área urbana planejada, como ambas se tornaram.
Conforme anexo retirado da UNICEB, o setor suburbano, era previsto ser ocupado por
construções de baixa qualidade e casas de campo, porém não haveria tanta exigência de
infra-estrutura. A área rural, seria composta pelas grandes fazendas ou sítios, que seria de onde
viria a agricultura que abasteceria a cidade.
Inegavelmente, o planejamento de Belo Horizonte veio de
influências européias, como Paris, e deixando de lado o
barroco que era tão presente na antiga capital Ouro Preto.
Passaram-se anos, e a capital que já estava sendo habitada
pelos antigos moradores do arraial, recebia mais pessoas,
como funcionários públicos, trabalhadores e imigrantes
estrangeiros. O crescimento e desenvolvimento da capital
ainda possui traços do planejamento inicial, a partir do
centro, Praça Sete, Avenida Afonso Pena, e Avenida do
Contorno, foi se expandindo ao seu redor, criando seus
bairros, e também o que hoje é a região metropolitana de Fig.2: Planta Geral da Cidade de Minas, organizada
pela Comissão Construtora da Nova Capital,
Belo Horizonte. coordenada pelo engenheiro Aarão Reis, 1895

Antes dessas divisões conhecidas hoje como bairros, a região norte era conhecida como
Povoado do Onça. Muitos bairros surgiram desse pequeno povoado, como o bairro São
Bernardo e Primeiro de Maio, que foram os primeiros a serem habitados nessa região. As
fazendas localizadas na Bacia do Ribeirão do Onça, teve grande importância para o
desenvolvimento da região, e no fornecimento de materiais utilizados para a construção da
capital, e nos alimentos que abasteciam a cidade.
Com o decorrer do tempo, e o grande desenvolvimento da capital, essas fazendas foram
urbanizadas, e subdivididas por bairros, como por exemplo: Providência, Floramar, Guaraní,
Minaslândia, e Heliópolis, que estão situadas ao norte de Belo Horizonte. As grandes vias foram
mais bem planejadas sendo abastecidas com transportes públicos, o fornecimento de serviços
como água, luz e esgotos.
O projeto e a proposta urbanística de zoneamento de Aarão Reis, visava a linearidade,
a geometrização, a salubridade, a comodidade. Era clara a busca da a hierarquização
dos espaços e do aspecto de beleza. Sincronia com ideias iluministas, como os problemas
das cidades industrias. Mas o engenheiro , não deixou de lado também algumas
influência do barroco. O tipo de zoneamento proposto, trazia a intervenção técnica no
espaço e a racionalidade do processo, ao mesmo tempo em que revela a busca da
harmonia em benefício do progresso social. As formas de apropriação deste modelo
levaram historicamente a um tipo de ocupação que revelou a hierarquização social e
usufruto diferenciado e altamente excludente do espaço de Belo Horizonte.
Higienização
A preservação do meio ambiente e a saúde pública estão diretamente ligadas e higienização.
Por isso é tão importante em uma cidade, que sejam mantidas as regras e normas que visam
condições melhores de vida e consciência ambiental e sustentabilidade bem em colaboração
com o Poder Executivo.
As normas de higienização da cidade, tem como uma das leis, de acordo com a portaria 83/2000
estabelecimento de características de localização, sejam elas construtivas ou para uso de abrigo
externo de armazenamento de resíduo sólido em edificações e estabelecimentos de serviço de
saúde. A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) é a responsável por todo o controle de
limpeza na cidade, foi criada em 1973, tem como prestação de serviços, a coleta de lixo nos
bairros, a varrição das ruas, capina, aterramento de resíduos, coleta seletiva, e a reciclagem de
entulho, bem como tudo que se relaciona com a limpeza e higienização da cidade e dos bairros.
As estatísticas mostram que cerca 2 mil toneladas de
resíduos, 300 toneladas de deposições clandestinas,
e 18 toneladas de matérias recicláveis são coletados
por dia em Belo Horizonte. Sendo que são varridos
mais de 1.900km de sarjetas, e outros tipos de
limpeza, como o recolhimento de animais mortos,
pneus, entulho de construção civil, limpeza de
córregos também faz parte desse processo de
limpeza urbana. Fig.3: Vista do Ribeirão do Onça e acumulo de resíduos
na margem do rio.
História do Bairro São Bernardo
O bairro localiza-se na regional norte de Belo Horizonte, próximo ao aeroporto da Pampulha,
fazendo divisas com a vila Aeroporto, São Tomás e bairro Heliópolis.
Quando surgiu o Bairro São Bernardo de fato, era ocupado por pequenos criadores rurais de
cabras. Em 1927, a Prefeitura de Belo Horizonte tinha como intuito abrigar moradores da
Pedreira Prado Lopes, mas causou indignação nesses moradores por ser um lugar muito
afastado da região central. Essa região acabou fazendo parte do Campo de Aviação Militar,
onde hoje é o Aeroporto da Pampulha, mas aos poucos foi sendo invadida, e em 1967 a
Prefeitura decidiu vender todos os lotes para as pessoas que ali moravam, regularizando o
local. Segundo informações retiradas pelo site da prefeitura Municipal de Belo Horizonte, o
nome do bairro fora uma homenagem ao Santo Bernardo de Claraval, que foi um monge
nascido na França, mas também já foi nomeado como Jardim Roma. Antes, a fazenda do
Senhor Clemente da Rocha era localizada ali, mas em 1946 a mesma se desfez por conta dos
propósitos da Prefeitura, e depois do loteamento privado. O primeiro registro oficial do bairro
São Bernardo é datado de 21 de Maio de 1941, pela empresa imobiliária São Bernardo, que
cita o local denominado Embiras, no Distrito de Venda Nova, numa área de 26.970 m2.
Fig. 4: Moradores do bairro entrevistados e empresários da mesma área.

De acordo com alguns entrevistados, naquela época a comunidade não tinha ruas,
somente trilhas e caminhos para circular. A região também não tinha água e nem
energia elétrica. Moradora Josefa Vicentina Paiva, residente hoje na Rua Dr. Souza
Gomes, lembra que a água foi instalada na comunidade em 1958 e logo em
seguida chegou a energia elétrica. Aos poucos, foram sendo ampliadas as
melhorias, como saneamento básico e abertura de ruas.
O número de moradores foi crescendo, e em 1959 foram construídas casas para a
população carente da cidade, mas sem a devida regularização do terreno. Em
1962, foram abertas algumas ruas e começou a circular no bairro a primeira
jardineira, de propriedade do Sr. Hélio, conhecida como Carro 2. Depois a jardineira
foi substituída por um ônibus que circulava de duas em duas horas, a linha 111.
De acordo com a pesquisa histórica feita pelo Centro Cultural São Bernardo, no ano de 1962, na
administração do então prefeito Jorge Carone, foram doados lotes para pessoas vindas de
varias regiões da cidade. No início alguns moradores foram morar em casas de tábua, pois não
tinham melhores condições, outros ficaram temporariamente no grupo escolar que havia na
comunidade.
Em 1964, a imobiliária que era proprietária do loteamento doou à Sociedade São Vicente de
Paulo uma área para construção da igreja Matriz do bairro. Movimentados pela igreja, os
moradores formaram um grupo para lutar por melhorias na comunidade, criando a Aliança
Progressista do Bairro São Bernardo, comitê criado em 29 de junho de 1965, posteriormente
registrado tendo como presidente o Sr. Waldomiro Gomes de Almeida.

A Aliança lutou para conseguir a


instalação da linha de ônibus,
pavimentação, instalação do posto
médico, gabinete dentário e outros
benefícios. Em 01 de julho de 1972 foi
fundada a Associação de Amigos do
bairro São Bernardo, com a finalidade
de promover trabalho beneficente,
voltado para melhorias sociais e
assistência à comunidade, que
resultou em criação de creche,
implantação de redes de esgotos e
Fig.5: Lotes doados e moradias do bairro.
outros benefícios.
Em 1970, o riacho existente no bairro foi utilizado para receber o esgoto pluvial e sanitário. Na
região foram instaladas torneiras públicas para utilização da população. Após essa data e
até os dias de hoje os moradores sofrem bastante com inundações do córrego Pampulha,
que chega a invadir as casas situadas em seu entorno.

Nos dias atuais, o bairro São Bernardo


possui posto médico, centro
comunitário, centro cultural, igrejas,
escolas, creches, associação
comunitária, centro de recuperação
de alcoólatras, times de futebol, bares,
restaurantes, praças, avenidas,
transporte urbano, serviços de água,
luz, esgoto e telefone, além de área
Fig.6: Vista do Ribeirão do Onça e
comercial. Centro Cultural

Importante destacar a presença do Centro Cultural São Bernardo – CCSB, que nasceu da
mobilização da comunidade para transformar um antigo Posto de Policiamento Ostensivo -
PPO em espaço cultural. Esta mobilização se fez através de discussões, eventos, oficinas e
reuniões entre representantes da comunidade e do poder público municipal. A inauguração
do CCSB deu-se em 18 de dezembro de 1994, em parceria entre a então Secretaria Municipal
de Cultura e a Administração Regional Norte. Em 07 de novembro de 2004 foi inaugurada a
nova sede, com auditório para 100 pessoas, sala de oficinas, biblioteca, banheiros, camarim,
cozinha, administração e área externa.
Nos esportes, o futebol tem grande expressão
na região do São Bernardo, Vila Aeroporto e
São Tomás, com vários times amadores. Entre
eles, cita-se o time São Bernardo, com estádio
próprio na vila, o Estádio Benito J. de Oliveira -
Benezão, onde os times disputam
campeonatos regionais e as crianças e jovens
participam de projetos esportivos. Esses
projetos ajudam no desenvolvimento do
bairro, e atribuem valores a sociedade, que
precisa de interações, e um convívio
saudável.
Fig.7: Estádio São Bernardo.

Fig. 8 – Indutores de Crescimento ao longo do tempo Bairro São Bernardo


Acessos e Vias principais
Os acessos para o bairro são pela Av. Waldomiro Lobo, Av. Cristiano Machado
e Rua Maria Amélia Maia, que são as principais ruas e avenidas. As demais ruas
do bairro se interligam e dão acesso somente umas as outras. A Av. Cristiano
Machado é de grande importância para São Bernardo, pois é uma das
principais vias e permite acesso à varias outras regiões, além do acesso para o
metrô.
A Fig. 10: Av. Antônio Carlos
Legenda:
Acessos

Vias principais
C
Área sem asfalto

B Fig. 11: Waldomiro Lobo

Fig. 9: Mapa de Acessos e Vias C Fig. 12: Rua Caetano Dias


Fonte: Acessos e Vias principais /Fonte: Map data © OpenStreetMap contributors, CC-BY-SA | Esri,
HERE, DeLorme, USGS, METI/NASA (Mapa Editado pelo grupo)
Legislação: Zoneamento e Restrições Legais

As lei de zoneamento e restrições legais de Belo Horizonte tem um histórico antigo tendo
como principais datas 1976, 1985, 1996, 2000, 2010.
Em 1976 surge a lei 2662 que delimita o
zoneamento de BH e parcelamento do
solo, também categorias de uso e modelos
de assentamentos e delimitam áreas para
vias públicas e projetos especiais. As
normas de uso e ocupação do solo de BH e
outras providências eram dispostas pela lei
2662, na qual foi revogada pela lei 4.034 de
1985.
Sendo que o bairro são Bernardo se
encontra em área de ZR-3 (Zona de média
densidade). Nesta lei não havia
detalhamento e aprofundamento, por
exemplo: afastamento frontal, lateral,
fundo e coeficiente de aproveitamento.
Esta lei seria revigorada pela lei 4034 de
1985. Fig. 13: Mapa Uso e Ocupação
Em 1985 uma nova revisão resultará na criação da lei 4034, agora o bairro São Bernardo se
encontra numa nova área de ZR-3, ZEU, ZC-3, SE-4, SE-2. Nesta nova lei teremos novos
tópicos:

1. Tipos de zoneamento: Zona residencial (ZR), Zona comercial (ZC), Zona industrial (ZI),
Setores especiais (SE), Zona de expansão urbana (ZEU), Zona rural.
2 .Parcelamento do solo: será feito inciso que abrangera o loteamento e desmembramento
sendo a prefeitura responsável, determinando novos setores: comercial, serviço, industrial,
serviços de uso coletivo.
3. Assentamentos: sendo que as edificações estarão submetidas ao anexo 1 e 2 desta lei.

Mapa consolidado da Lei de


Parcelamento, Ocupação e
Uso do Solo de 1985.
Fonte: portalpbh.pbh.gov.br
Editado pelo grupo

Fig. 14: Mapa Uso e Ocupação


Em 1996 terá a criação da lei 7165, na qual irá ser um instrumento de desenvolvimento
de BH, sob aspecto físico, social, econômico e administrativo, com o objetivo de
desenvolvimento sustentável e de orientação do poder público e da iniciativa privada.
Determinando:

• Funções da propriedade
• Desenvolvimento urbano
• Diretrizes urbanas (multas previstas na lei 8137/00)
• Meio ambiente (primeira vez pensada)
• Política habitacional
• Diretrizes especiais: política das favelas e política da Pampulha.

Também em 1996 temos a lei 7166 que e a regulação urbana e zoneamento, que irá
determinar zoneamento, parcelamento e uso, e ocupação do solo de BH que conterá
todas as zonas atuais: ZPAM, ZAR, ZAP, ZC, ZA, ZEIS e ZE.

Agora temos abrangência e aprofundamento das instruções de politica urbana:

• Direito de construir • Ocupação do solo


• Parcelamento do solo • Coeficiente de aprofundamento
• Loteamento • Taxa de ocupação
• Sistema viário • Afastamento
• Desmembramento • Penalidades especificas
No ano de 2000, a lei 8137 é aprovada criando alterações nas leis 7165/96 e
7166/96. Alterando: diretrizes da seção I da política de desenvolvimento econômico,
subseção x da política do saneamento, subseção XII da política habitacional das
favelas. Acrescentando aos bairros Santa Tereza e Isidoro determinando novos
parâmetros urbanísticos: gestão urbana, plano urbanístico, disposições gerais.

E por fim em 2010 uma nova revisão e feita sobre a lei 7165/96 aplicando alterações
nos capítulos:

• Dos objetivos estratégicos


• Das diretrizes: da política de desenvolvimento econômico, da transferência do direito
de construir.
• Da operação urbana: das disposições urbanas, da operação urbana simplificada.
• Revogação do cap. IV
Dentre estas alterações estão vários acréscimos:
Parâmetros Urbanístico de 1976
ZR-3

Taxa de área permeável -


Coeficiente de aproveitamento 1,5%
Afastamento frontal 3m

Afastamento lateral -

Afastamento de fundo -

Parâmetros Urbanístico de 1985


SE-4 ZR-3 ZEU ZC-3 SE-2
Taxa de área permeável - - - - -
Coeficiente de 1% 2% 1% - 1%
aproveitamento
Afastamento frontal 3m 3m 3m 3m 3m
Afastamento lateral - - - 6m -
Afastamento de fundo - - - - -

Parâmetros Urbanístico de 1996/2010


ZAP ZAR-2 ZEIS-1 ZE ZPAM
Taxa de área permeável 1,7% 1% - - 0,05%
Coeficiente de 20% 20% - - 95%
aproveitamento
Afastamento frontal 3m 3m 3m 3m -
Afastamento lateral 1,5 m 1,5 m 1,5 m 1,5 m -

Afastamento de fundo 1,5 m 1,5 m 1,5 m 1,5 m -


Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo

A LEI Nº 7.166, DE 27 DE AGOSTO DE 1996 com revisão de


2010 estabelece normas e condições para parcelamento, • Zona de Preservação Ambiental – ZPAM
ocupação e uso do solo urbano no município. • Zona de Adensamento Restrito – ZAR-2
O bairro São Bernardo está disposto em cinco tipos de • Zona de Adensamento Preferencial – ZAP
zoneamentos determinados pelo plano diretor de Belo • Zona de Especial Interesse Social – ZEIS-1
Horizonte e pela lei Nº 7.166, os quais são: • Zona de Grandes Equipamentos – ZE

Fig. 15: Mapa Uso e Ocupação

Mapa consolidado da Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo. Fonte :portalpbh.pbh.gov.br Editado pelo grupo
Zona de Preservação Ambiental – ZPAM
LEI Nº 7.166, DE 27 DE AGOSTO DE 1996
Art. 6º - São ZPAMs as regiões que, por suas características e pela tipicidade da vegetação, destinam-se à
preservação e à recuperação de ecossistemas, visando a:
I - garantir espaço para a manutenção da diversidade das espécies e propiciar refúgio à fauna;
II - proteger as nascentes e as cabeceiras de cursos d'água;
III - evitar riscos geológicos.
§ 1º - É vedada a ocupação do solo nas ZPAMs de propriedade pública, exceto por edificações destinadas,
exclusivamente, ao seu serviço de apoio e manutenção.
Parágrafo único renumerado como § 1º e com redação dada pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 21)

§ 2º - As áreas de propriedade particular classificadas como ZPAMs poderão ser parceladas, ocupadas e utilizadas,
respeitados os parâmetros urbanísticos previstos nesta Lei e assegurada sua preservação ou recuperação,
mediante aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM.
§ 2º acrescentado pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 21)

Zona de Adensamento Restrito – ZAR-2

Art. 8º - São ZARs as regiões em que a ocupação é desestimulada, em razão de ausência ou deficiência de
infraestrutura de abastecimento de água ou de esgotamento sanitário, de precariedade ou saturação da
articulação viária interna ou externa ou de adversidade das condições topográficas:
ZARs-2, regiões em que as condições de infraestrutura e as topográficas ou de articulação viária exigem a restrição
da ocupação.

Zona de Adensamento Preferencial – ZAP

Art. 10 - São ZAPs as regiões passíveis de adensamento, em decorrência de condições favoráveis de infraestrutura
e de topografia.

Zona de Especial Interesse Social – ZEIS-1

Art. 12 - São ZEISs as regiões edificadas, em que o Executivo tenha implantado conjuntos habitacionais de interesse
social ou que tenham sido ocupadas de forma espontânea, nas quais há interesse público em ordenar a
ocupação por meio de implantação de programas habitacionais de urbanização e regularização fundiária,
urbanística e jurídica:
I - ZEISs-1, regiões ocupadas desordenadamente por população de baixa renda, nas quais existe interesse público
em promover programas habitacionais de urbanização e regularização fundiária, urbanística e jurídica, visando à
promoção da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e à sua integração à malha urbana;

Parágrafo único - As ZEISs ficam sujeitas a critérios especiais de parcelamento, ocupação e uso do solo, visando à
promoção da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e à sua integração à malha urbana.
Zona de Grandes Equipamentos – ZE

Art. 13 - São Zonas de Grandes Equipamentos - ZEs - as regiões ocupadas ou destinadas a usos de especial
relevância na estrutura urbana, nas quais é vedado o uso residencial.
Caput com redação dada pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 25)

§ 1º - A lei que estabelecer novas ZEs deve fixar os parâmetros urbanísticos a que estarão sujeitas.

§ 2º - Passam os terrenos de propriedade pública situados na ZE, quando alienados, a ser classificados sob o
zoneamento que, dentre os lindeiros, ocupe maior extensão limítrofe.

Restrições e delimitações do plano diretor de Belo Horizonte com redação dada pela Lei nº 9.959

Do Loteamento

Art. 21 - Nos loteamentos, é obrigatória a transferência ao Município de, no mínimo, 15% (quinze por cento) da
gleba, para instalação de equipamentos urbanos e comunitários e espaços livres de uso público, além da área
correspondente à implantação do sistema de circulação do loteamento.
Caput com redação dada pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 32)

Do Afastamento Frontal

Art. 51 - O afastamento frontal mínimo das edificações é equivalente a uma distância fixa definida em função da
classificação viária da via lindeira à testada do terreno, da seguinte forma:
I - vias de ligação regional e arteriais, 4,00m (quatro metros);
II - demais vias, 3,00m (três metros).

Dos Afastamentos Laterais e de Fundo

Art. 54 - Os afastamentos mínimos laterais e de fundo dos pavimentos são os seguintes:


I - 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) para os pavimentos com H menor que 6,00m (seis metros);
II - 2,30m (dois metros e trinta centímetros) para os pavimentos com H maior que ou igual a 6,00m (seis metros) e
menor que ou igual a 12,00m (doze metros);
III - os previstos na tabela do Anexo VII para os pavimentos com H maior que 12,00m (doze metros).

§ 1º - Entende-se por H a distância vertical, em metros, entre a laje de cobertura de cada pavimento e a laje de
piso do primeiro pavimento acima da cota altimetria média do passeio lindeiro ao alinhamento do lote.
DA OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 42 - Podem ser construídas edificações em lote ou conjuntos de lotes que atendam uma das seguintes
condições:
I - fazer parte de parcelamento aprovado;
II - ter existência anterior a 19 de dezembro de 1979 comprovada por meio de documentos, como registro em
cartório, escritura ou contrato de compra e venda.

Parágrafo único - Para que neles seja admitida a edificação, os lotes previstos no inciso II devem ter frente mínima
de 5,00m (cinco metros), voltada para logradouro público aprovado.

Art. 44 - O Executivo poderá exigir que os proprietários de terrenos lindeiros às vias constantes do Anexo V desta Lei
respeitem recuo de alinhamento de 10,00 m (dez metros), mediante redução da área computada para efeito de
incidência do IPTU, com base na alínea “b” do inciso III do art. 46 do Plano Diretor do Município
Caput com redação dada pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 47)

Parágrafo único - De acordo com o traçado básico do alargamento das vias, pode o Executivo permitir recuos de
alinhamento inferiores ao estabelecido no caput.
Art. 44-A - É facultado aos proprietários de terrenos situados em áreas de projetos prioritários indicados no Anexo II
do Plano Diretor do Município de Belo Horizonte construir edificações, desde que observadas as seguintes
exigências:
I - o terreno faça parte de loteamento regularmente aprovado pela Prefeitura;
II - o terreno não tenha sido declarado de utilidade publica para fins de desapropriação;
III - a edificação tenha caráter provisório ou temporário, e
Inciso IV revogado pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 175, XV)

§ 1º - Os terrenos de que trata este artigo ficam submetidos aos seguintes parâmetros e critérios de ocupação e uso
do solo:
I - o Coeficiente de Aproveitamento Básico é de 0,8 (oito décimos), prevalecendo entre este valor e o do CAb do
zoneamento em que o imóvel se insere, aquele que for mais restritivo;
II - a área total a ser edificada não pode exceder 1.000 m² (um mil metros quadrados);
III - a altura máxima da edificação é de 8,00 m (oito metros);
IV - fica vedada a aplicação do instrumento da Outorga Onerosa do Direito de Construir para os terrenos de que
trata o caput deste artigo.
§ 1º acrescentado pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 48)

§ 2º - Após definido pelo Executivo o projeto básico a ser implantado em Área de Projeto Viário Prioritário, as
restrições de uso e ocupação do solo de que trata este artigo deixarão de incidir sobre os lotes não atingidos no
projeto, passando a vigorar os parâmetros do zoneamento em que o imóvel se insere.
§ 2º acrescentado pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 48)
§ 3º - Após executado o projeto a que se destina, a Área de Projeto Viário Prioritário ficará descaracterizada,
deixando de submeter-se ao disposto neste artigo.
§ 3º acrescentado pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 48)
Art. 44-A acrescentado pela Lei nº 8.137, de 21/12/2000 (Art. 63)

Do Coeficiente de Aproveitamento

Art. 45 - O potencial construtivo é calculado mediante a multiplicação da área total do terreno pelo Coeficiente
de Aproveitamento Básico do zoneamento em que se situa.
Caput com redação dada pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 49)

§ 6º - Não serão computadas, para efeito de cálculo do CA, as vagas de estacionamento adicionais exigidas em
processo de licenciamento ambiental ou urbanístico.
§ 6º acrescentado pela Lei nº 9.959, de 20/7/2010 (Art. 50)
Principais Equipamentos urbanos

Legenda:

Regional Norte

Regional Norte - Zoonose

Centro Cultural
Igrejas

Agência de Correios
Escolas
Associação Comunitária
Centro Médico

O Mapa mostra os principais espaços/equipamentos


públicos do bairro São Bernardo. Pode-se constatar
a maior concentração de estabelecimentos
urbanos no lado oeste do mapa, sendo que o
número de igrejas é predominante em relação
aos equipamentos citados.

Fig.16: Equipamentos Urbanos/ Fonte: Map data © OpenStreetMap contributors, CC-BY-SA | Esri, HERE, DeLorme, USGS, METI/NASA
(Mapa Editado pelo grupo)
Processos de Transformação

Fig. 19: PANORAMA de Belo Horizonte: atlas histórico - Belo Horizonte. Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e
Culturais. Belo Horizonte, 1997. (Coleção Centenário) – pág 58

O Bairro São Bernardo, que antes era conhecido como Embiras, era uma fazenda que
pertencia à família do Sr. Clemente da Rocha. A população local era formada,
predominantemente, por pequenos criadores rurais.
Na imagem, datada de 1936, observa-se a presença de casas na região embora, seja
ocupado em maior parte por vegetação
Observa-se poucas alterações na região, exceto pelo pequeno aumento na ocupação do espaço
mediante a construções residenciais em Embiras.

Fig. 20: PANORAMA de Belo Horizonte: atlas histórico - Belo Horizonte. Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais.
Belo Horizonte, 1997. (Coleção Centenário) – pág 64
Em 1946, foi realizado o loteamento de uma parte do antigo Parque da Aviação, que
atualmente pertence ao bairro São Bernardo. A imagem acima foi criada a partir de
fotografias de 1953. Nota-se a criação de lotes e divisão das ruas.

Fig. 21 - PANORAMA de Belo Horizonte: atlas histórico - Belo Horizonte. Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e
Culturais. Belo Horizonte, 1997. (Coleção Centenário) – pág 74
De acordo com o Relatório do Prefeito (Coleção Relatórios anuais de atividades da Prefeitura de Belo
Horizonte - 1960)², no ano de 1960 foram construídas mais de 200 casas germinadas, inclusive as obras de
urbanização (rede de esgoto, rede de água potável e pluvial, poços artesianos, entre outros). O traçado do
Bairro São Bernardo na imagem acima, aos poucos se aproxima do atual.

Fig.22: PANORAMA de Belo Horizonte: atlas histórico - Belo Horizonte. Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais.
Belo Horizonte, 1997. (Coleção Centenário) – pág 80
Uso

Legenda:
Área Verde
Casa/Sobrado
Comercial
Comercial/Serviços

Edifício Multifamiliar
Galpão
Industrial
Institucional
Indeterminado

Lazer

Lotes Vagos
Residencial Unifamiliar

Residencial/Comercial
Usos Coletivos

Através de levantamentos de dados estatísticos fornecidos pela


Prefeitura de Belo Horizonte e observações do espaço, foi constatado
que cerca de 90% das edificações são residenciais. E a maioria da
população do Bairro São Bernardo é de classe econômica baixa. Na
região há o predomínio de pequenos comércios e serviços, um centro
cultural, um campo de futebol e a praça, além de três escolas.

Fig.17: Mapa de Usos do Solo /Fonte: Map data © OpenStreetMap contributors, CC-BY-SA | Esri, HERE, DeLorme, USGS, METI/NASA
(Mapa Editado pelo grupo)
Altimetria

O mapa representa o
levantamento de dados
baseado na visita
técnica ao local (bairro
São Bernardo) e
visualização por meio de
satélite. As construções
residenciais e
comerciais, que
ocupam o bairro São
Bernardo na sua grande
maioria, são imóveis de
apenas um pavimento
(como apresenta o
mapa). A área possui
condições favoráveis
para levantamento de
construções
estruturadas, de acordo
com o mapa de uso do
solo. Em análise, vale
ressaltar que parte do Legenda:
terreno próximo ao
1 pavimento
córrego é desfavorável
de ocupação e mesmo 2 pavimentos
assim a população 3 – 5 pavimentos
apropriou do espaço.

Fig.17: Equipamentos Urbanos/ Fonte: Map data © OpenStreetMap contributors, CC-BY-SA | Esri, HERE,
DeLorme, USGS, METI/NASA (Mapa Editado pelo grupo)
Cheios e Vazios

Mapa construído
baseado em dados
colhidos em visita técnica
e mapeamento por meio
de satélite, é possível
observar que em relação
ao todo (toda a área de
limite do bairro São
Bernardo) a grande parte
do espaço está ocupado
por construções
residenciais e comerciais.
Boa parte da área que
não é propícia a
construção (Zona de
Adensamento Restrito –
ZAR-2) que é
desestimulada por falta
de estrutura é quase 100%
ocupada pelos habitantes
do bairro. Legenda:
A área de vegetação
possui grande Limite do Bairro
concentração em apenas
um espaço do bairro, e no Área Construída
decorrer do bairro a Área livre
vegetação é escassa.

Fig.18: Fonte - Arquivo disponibilizado pelo professor Rodrigo Ribas - Editado pelo grupo
Mapas Mentais
Bibliografia
- Lei n° 7.166/96 com alterações introduzidas pela Lei n° 9.959/10. Em:
<www.portalpbh.pbh.gov.br>. Acesso em: 17 Setembro. 2015.

- Lei nº 8137 de 21 de dezembro de 2000. LEI Nº 2662, de 29 de novembro de 1976. LEI


4034/1985 Mapa consolidado da Lei de de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo de
1985. Em: <www.cmbh.mg.gov.br>. Acesso em: 17 Setembro. 2015.

- LEI Nº 2662, de 29 de novembro de 1976. Em: <www.leismunicipais.com.br>. Acesso em: 17


Setembro. 2015.

- Esri, HERE, DeLorme, USGS, METI/NASA. Equipamentos Urbanos/ Fonte: Map data ©
OpenStreetMap contributors, CC-BY-AS. Google Earth. Acesso em: 14 Setembro 2015.

- Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Disponível em:


<http://www.pbh.gov.br/historia_bairros/NorteCompleto.pdf> Acesso em 15 de agosto de
2015.

- Secretaria Municipal de Educação. Disponível em:


<portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade> Acesso em 15 de agosto de 2015.

- Fundação Municipal de Cultura. Disponível em:< www.pbh.gov.br/cultura/> Acesso em 15


de agosto de 2015.

- Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte. Disponível em:


<www.acervoarquivopublico.pbh.gov.br/> Acesso em 15 de agosto de 2015.

- Associação Cultural do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte – ACAP-BH Disponível


em:< http://docplayer.com.br/1977711-Belo-horizonte-arquivo-publico-da-cidade-de-belo-
horizonte.html> Acesso em 15 de agosto de 2015.

- Histórico: Vila São Bernardo e Vila Aeroporto. Disponível em:


<http://bhanapaula.blogspot.com.br/2012/11/sao-bernardo-e-vila-aeroporto.html>
Acesso em 15 de agosto de 2015.

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