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A Igreja e a tribulação.

Recentemente em um grupo do face, ambiente em que a maioria das pessoas


em redes sociais não quer ouvir, só quer falar, não quer entender e sim dar sua
opinião, dizer o que acha, me deparei com um número razoável de pessoas
cristãs que creem que a igreja vai passar pela tribulação.

As explicações da grande maioria assustam, percebe-se que muitos


argumentam por lógica humana, por dedução a partir de raciocínio lógicos,
quando Deus não opera no limite do pensamento humano.

Pessoas que não entendem o significado de perdão e sua abrangência a partir


de Isaías 53 e os evangelhos.

Há uma dificuldade de compreender que o livro de apocalipse trata de juízo, do


derramar da ira de Deus sobre ímpios e injustos, logo, não é possível dizer que
as passagens bíblicas sobre os livramentos dados a Noé e Ló não se aplicam a
igreja, os justificados, pois Deus não age de maneiras diferentes quanto a um
mesmo assunto.

Vejam, estamos falando do caráter de Deus e como ela trata temas e situações
de maneira justa e equânime. Se em tempo de juízo da parte Dele, Ele poupou
os justos (Noé e Ló), assim, quando dos castigos da grande tribulação, O Senhor
não vai poupar aqueles que por Ele foram justificados em Jesus Cristo?

Essa pergunta tem que ter uma resposta fundamentada na Palavra de forma
consistente para quem crê que a igreja passara pela tribulação, terá explicar
porque Deus não faz hoje o que fez ontem, quando se trata temas e assuntos
idênticos.

É inegável que o dilúvio e a destruição de Sodoma e Gomorra tem plena conexão


com juízos Deus como os previstos na tribulação, é Jesus quem faz essa
relação, é Ele que diz que assim como foram os dias deles seriam para os dias
daqueles que estiverem no fim dos tempos.

Lemos seguinte em João 5:24 – ‘Em verdade, em verdade vos asseguro: quem
ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra
em juízo, mas passou da morte para a vida.’
Na concordância Strong, a palavra juízo no texto significa julgamento, ser
julgado, punido, punição.

Em Cristo, aquele que Nele crê, não receberá punição, tanto quanto a
eternidade(salvação) quanto a juízos sobre ímpios, pois a igreja está julgada em
Jesus e a sua pena foi satisfeita na cruz, paga pelo sacrifício expiatório de Cristo,
expiar/propiciar, tanto no hebraico quanto no grego se referem a apaziguamento,
o sacrifico apazigua, a obra vicária de Cristo não deixa que a nossa ‘ofensa seja
vista’, Jesus não só cobre os nossos pecados, ele os retira da presença de Deus,
propicia misericórdia para a alma pecadora.

Ou seja, a penalidade que está sob o ser humano é retirada em Jesus, quando
este O aceita, e assim, não há mais sobre ele uma sentença a ser aplicada. E
por isso que não entra mais em juízo, não passa por julgamento condenatório.

Nós, como igreja, a luz da passagem citada, não podemos passar pela
tribulação, que é um tempo determinado para julgamento daquelas cujas
ofensas estão a vista e na presença de Deus, pois rejeitam a verdade e escolhem
viver como aqueles dos dias de Noé e Ló que foram destruídos.

Os juízos da tribulação, apocalipse 16:7, são julgamentos condenatórios. E como


vimos em João 5:24, em Jesus, a igreja não passa mais por juízo (é a mesma
palavra grega usada).

A igreja, o cristão, o homem e a mulher de Deus vão passar por aflições, terríveis
até, e que são inerentes a vida, somos avisados que no mundo teríamos aflições,
que seríamos perseguidos e desprezados pelo mundo, e que essa dor e
‘tribulação’ é por servimos a Deus através de Jesus pela fé.

Não estamos falando dessas lutas do cristão e da igreja neste mundo. Por
exemplo, temos os sete mil que não dobraram seus joelhos a baal, que além de
sofreram as consequências pela sua fé em Deus, passaram pelos sofrimentos
do castigo determinado por Deus ao reino do norte, que foi uma disciplina para
a nação, disciplina que não visava eliminar a nação, como aconteceu com
Sodoma e Gomorra, como também para os cananeus, povo que Deus deu ordem
a Israel para eliminá-los.
Daniel e seus amigos eram tementes a Deus, mas foram levados cativos para a
Babilônia, o povo a época passava por disciplina, por um procedimento corretivo
que punia o reino por sua desobediência, muitos justos sofreram e foram
afligidos e atribulados, mas essas angústias estão longe de se assemelharem
com a tribulação dos tempos finais, que são julgamentos, penalidades aplicadas
a quem deve, e em Cristo a igreja não deve mais, (Colossenses 1: 12-14 e 2:13-
14).

Assim lemos em Colossenses 1:14 – ‘Em quem temos a redenção pelo seu
sangue, a saber, a remissão dos pecados; ´

Redenção significa resgatar, tomar de volta mediante preço, liberar, é o que diz
o dicionário Strong, vejamos:
‘629 apolýtrōsis (de 575 /apó , "de" e 3084 /lytróō , "resgatar") - propriamente,
redenção - literalmente, "comprar de volta, recomprar ( recuperar ) o que foi
anteriormente perdido ( perdido )".

A palavra original para redenção ´composta de duas palavras, lytroo significa em


Strong o seguinte:
3084 lytróō (cognato de 3083/ lytron , "um preço de resgate ")
– Propriamente, liberar (libertar) pagando o resgate total; "para liberar, mediante
recebimento de resgate" (Dicionário Vine);
(figurativamente) restaurar "algo de volta, na posse de seu dono legítimo – ou
seja, resgatar do poder e posse de um possuidor estrangeiro" (Wm. Barclay).

Ou seja, redenção significa que fomos comprados de volta, resgatados de quem


não tinha direito de nos possuir, mediante preço, e com isso, ocorre a remissão
dos pecados, que quer dizer perdão dos pecados.

O verso anterior, Col. 1:13, vai dizer que fomos retirados do império das trevas
e transportados para o reino do Filho do seu amor.

Ora, se a tribulação será julgamento de Deus sobre o império da trevas, e de


quem faz parte dele, como nós, a igreja, que estamos no reino do filho do seu
amor, resgatados pelo Sangue de Jesus, perdoados, recuperados para Deus,
vamos ser punidos ou experimentar punição que será exclusiva para o mundo
debaixo do príncipe deste mundo?
Em Colossenses 2:14 lemos que a cédula que era contra nós foi paga na cruz e
que Jesus triunfou sobre os principados e potestades despojando-os(tomando
deles o que eles possuíam).

Como nós, a igreja, que estamos nas mãos de Deus, pois Ele em Jesus nos
tomou para Ele, para o Seu Reino, vamos depois sermos entregues para castigo
quando nenhuma condenação há para queles que estão em Cristo Jesus?

Lembremos que o tempo da tribulação é período de condenação para aqueles


que rejeitaram a Deus e estão debaixo do governo do anticristo, este que será
morto pela vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo.

De novo, Deus por várias vezes julgou a Israel, mas, o propósito do castigo não
era pôr fim a uma era, a uma cultura ou a um povo, como aconteceu nos dias de
Ló e Noé, por exemplo.

O Ministério Portas Abertas regularmente nos informa do martírio e do sofrimento


da igreja perseguida, que é atacada constantemente, vemos em nossos dias
como ser cristão está cada dia mais difícil, a igreja primitiva foi severamente
perseguida, mas essas aflições são por causa da fé em Jesus.

A tribulação prevista em Apocalipse está fundada no castigo que será infligido


por Deus a um mundo mal que rejeita O Cristo, que não quer serví-lo, bem como
é um tempo em que Deus fará justiça contra a impiedade humana, e isso trará
grandíssima dor, morte e destruição, pois Deus exercerá juízo sobre a terra.

A igreja, por amar e servir o seu Deus, não será afligida com castigos judiciais,
condenações que vão se abater sobre a humanidade caída, pois o grande
sofrimento que cairá sobre o mundo é por causa dos seus atos maus.

A tribulação trata de fazer juízo e justiça contra a impiedade humana, contra as


ações maldosas deles, e não se relaciona com as aflições comuns da vida que
Jesus falou que a igreja passaria, pois o tempo de angústia que virá não é por
causa do amor da igreja por seu Deus, mas por causa da maldade dos corações
impenitentes dos que rejeitam a vontade do Senhor.
Como foi nos dias de Noé e de Ló, tempo de imensa maldade daqueles homens,
um terrível juízo, maior do que aquele, será derramado como consequência da
mesma vida maligna, e aqueles que tiveram uma vida santa e santificada serão
poupados, como foram Noé e Ló, assim também será com a igreja quando do
arrebatamento, 1 Tessalonicenses 4:17.

Com a igreja ‘fora do caminho’, o mal praticado na terra receberá a paga de sua
desobediência, que é toda ira de Deus, descrita no apocalipse, e esse juízo não
é destinado a igreja ou aos santos de Deus, consequentemente.

Os santos que são relatados após o capítulo 4 de apocalipse, são aqueles que
durante a tribulação vão entender e reconhecer tudo que o que a igreja pregou
é verdade, a saída da igreja do mundo não significa a saída do conhecimento de
Deus e da obra de Jesus da história, isto está registrado, a mensagem do
evangelho não se apagará da terra porque a igreja não está presente.

Ora, todos nós sabemos da história da inconfidência Mineira(Tiradentes) e o que


eles fizeram, mas eles estão mortos, mas a seus feitos ainda são contados e
conhecidos.

Os feitos de Deus, de Jesus, do Espírito Santo através da igreja não


desaparecerão da consciência de todas as pessoas e nem do mundo com o
arrebatamento dela, pelo contrário, muitas pessoas ao virem os prédios das
igrejas vão se lembrar do que os crentes pregavam e vão se arrepender, e
quando virem que muitos crentes desapareceram então, e ao serem informados
que o arrebatamento descrito na bíblia aconteceu, vão se arrepender e crer no
evangelho, muitos vão lembrar do que ouviam em pregações, a bíblia não vai
ser arrebatada ou vai sumir do planeta.

Lembremos, o evangelho é o poder de Deus, e continuará sendo mesmo depois


do arrebatamento dela.

Voltando, o Juízo descrito no versículo citado de João 5, não é corretivo


disciplinar, mas o de cumprimento de uma sentença condenatória, quem não
tem Jesus está eliminado da presença de Deus para sempre, entre em juízo
condenatório, em destruição e não em castigo disciplinar.
Um pai corrige a um filho que ama, e quando o castiga não tem a intenção de
lhe tirar a vida, de pôr fim a sua existência, porém, o põe em disciplina para que
mude as suas atitudes, e fazê-lo aprender a se comportar.

Diz Paulo o seguinte em Romanos 8:15 – ‘Porque não recebestes o espírito de


escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.’

E em Hebreus 12:6 temos que : “pois o Senhor disciplina a quem ama, e educa
todo aquele a quem recebe como filho”. BKJ

Em Provérbios 3:12 lemos o seguinte: ‘porque o Senhor repreende aquele a


quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.’

No evangelho de Joao, cap. 1:12 o apóstolo escreve que: ‘Mas, a todos quantos
o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem
no seu nome;’

O povo dos dias de Noé e Ló foram condenados, o povo de Israel, porém, sempre
foram castigados como filho.

Ora, a igreja é composta de filhos adotivos, tornados filhos pelo poder Deus
através de Jesus, a quem como um pai quer bem para os seus, logo, Ele vai
corrigir e disciplinar em amor com a intenção corretiva e não destrutiva.

O que aprendemos com o juízo dos dias de Noé e de Ló é que o castigo tinha o
propósito de destruir aquele povo ímpio, bastar ler Lucas 17: 26-29, e é muito
sério o que está escrito, leiamos:

‘Pois, assim como aconteceu nos dias de Noé, também será nos dias do Filho
do homem. As pessoas viviam comendo, bebendo, unindo-se em matrimônio e
sendo prometidas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então
sobreveio o dilúvio e os destruiu a todos. Da mesma forma ocorreu nos dias de
Ló. O povo dedicava-se a comer e beber, comprar e vender, plantar e construir.
Todavia, no dia em que Ló abandonou Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e
destruiu a todos.’
Foram destruídos, olhemos o que diz a concordância Strong sobre a palavra
destruir no grego:

622 /apóllymi ("violentamente/perecer completamente") implica destruição


permanente (absoluta), ou seja, cancelar (remover); "morrer, com a implicação
de ruína e destruição " ( L & N , 1, 23.106); causar a perda ( perecer totalmente
) por experimentar um fim miserável.

O povo dos dias de Noé e Ló foram condenados para plena destruição, para
eliminação e ruina completa e permanente, não foi permitido que restasse
alguma coisa deles, isso é muito sério.

Porém, essa destruição não foi aplicada sobre Noé e Ló e suas famílias, pois o
justificado não é punido com o ímpio quando este recebe juízo definitivo, Noé e
Ló tipificam a igreja neste caso.

o povo de Israel nunca foi castigado neste nível de destruição (Jeremias 31:36).
Assim também será com a igreja, nós podemos ser disciplinados por Deus,
porém, nunca para a destruição, como será na tribulação.

Vejamos essa passagem: ‘... como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo
se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água,
pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.’ Efésios 5:25-27

A igreja de Cristo não tem culpa para ser julgada no tempo apocalíptico, a igreja
como corpo de Cristo, não terá que suportar ou passar por juízo destrutivo, pois
Jesus na Cruz pagou o preço da justiça exigida por Deus,(colossenses 1:14 e
2:14), logo, por qual razão passaremos pela tribulação?

Ora, se Jesus Se entregou pela igreja, e é notório que é para salvá-la, protegê-
la e etc., e Jesus diz que aquele que guarda os Seus mandamentos não entra
em juízo, ou seja, não passa por condenação, castigo ou julgamento, qual o
fundamento que justifique a igreja sofrer no período de tribulação, tempo este
que é comparado por Jesus aos dias de Noé e Ló, e eles não passaram pelo
juízo daqueles dias.
Se Deus os poupou, por que a igreja comprada pelo sangue de Jesus, amada e
perdoada, passará por uma sessão cruenta de castigos?

‘E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai sobre
a terra as sete taças da ira de Deus.’ Apocalipse 16:1

A tribulação é o julgamento de Deus sobre um mundo que o rejeita.

Tribulação é tempo de juízo sobre os pecados dos que rejeitam o evangelho, é tempo
de condenação e castigo. O castigo que nos traz a paz e que me perdoa e te perdoa, e
nos tira da ira de Deus foi derramada sobre Jesus, leiamos Isaias 53.

Não vamos passar pela tribulação porque a igreja não passa por juízo, ela foi justificada,
justificados não são punidos, olha isso:

‘aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também
justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Romanos 8:30,

e estes:

‘Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.


Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre
os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.’ Romanos 8:33,34

‘Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus
Cristo;‘ Romanos 5:1

‘Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não
andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.’ Romanos 8:1

Então, os textos abaixo mostram que Deus não vai derramar juízo sobre quem pertence
a igreja.

Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a
vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece. João 3:36

'e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber,
Jesus, que nos livra da ira vindoura. ' 1 Tess. 1:10 –
'Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso
Senhor Jesus Cristo, Que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos juntamente com ele." 1 Tessalonicenses 5:9,10.

Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; Colossenses 3:6

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