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O Desejo Material Um Estudo Sobre o Pape
O Desejo Material Um Estudo Sobre o Pape
O DESEJO MATERIAL
C. G. Jung
R. Arnheim
DEDICATÓRIA
Resumo 7
Introdução 10
3 . 1 . O material da arte 67
4. Conclusão 150
lustrações 155
Bibliografia 171
RESUMO
Para compreender a complexidade da relação do artista com a
manual.
forma que esta terá, mas são reinventados pelo artista, seja com a
técnicas.
representativas.
INTRODUÇÃO
-12-
matéria.
divina. Este processo foi ainda considerado, por outros, como vindo
da mente do artista.
visuais.
criação que pode ser extraída dos textos de Charles S. Peirce. Esta
período moderno mas, com isto, não pretendemos dizer que faremos
artistas modernos.
entendamos a arte como uma forma e uma matéria formada. Embora não
investigação.
o documento escrito. Ele pretende mostrar que “não pode haver uma
interesses, mas ele diz que “o diálogo do artista com sua obra
material:
e da escultura”.
limitando e consolidando sua área que coincidia “com tudo o que era
(Francastel,1973:80).
-20-
que não compartilha com a teoria da Forma destes dois autores pois
a forma não deve ser considerada “como uma coisa em si. As Formas
(Francastel,1973:75).
-21-
pirâmides, fala dela mesma e somente dela mesma. Não é mais uma
pois, na obra, não existe “nada de físico que não seja significado
forma-conteúdo.
(Venturi,1968:15).
forma, ele age como artista, isto é como criador não apenas de
particularizadas”.
maneira como elementos estão organizados, por isto, quem cria uma
forma tem o “desígnio de inventar uma nova ordem na qual ele imporá
uma certa disposição das partes tanto aos elementos materiais como
(Francastel,1973:10).
espectadores”.
termo” (Francastel,1990:234).
“mesmo sendo possível manejar seu corpo sem fazer caso de sua
plástica” (Francastel,1990:234).
diferenciadas”.
-27-
Bachelard,1991:1).
precedentes” (Pareyson,1989:139).
forma aos objetos e às ideias. Ele cria mitos, lhes dá uma figura
sistema.
sonhar, mas pretende dar vida a uma forma que viva de per si,
ordenados plasticamente”.
(Francastel,1973:92).
como a uma atuação sobre a matéria, sendo, desta maneira, uma ação,
pois esta “não só abre ao homem uma pequena janela sobre não se
sabe qual vago infinito; ela guia incessantemente sua mão e seu
de suas mãos.”
palavras” (Francastel,1973:60).
arte com um estudo que Georges Friedmann fez em 1946 onde mostra
mesmo ocorre com a obra de arte: ela deve ser, também, encarada,
Francastel,1973:32).
fica claro quando percebemos que o artista cria uma nova estrutura
(1990:4) que “uma linha é um conceito que tanto pode ser um risco
objeto figurativo.
-36-
frase de Francastel:
seus esforços”.
(Arnheim,1976:10).
damos a ele com Freud que, ao contrário dos românticos, procura uma
criação, como podemos ver nas citações abaixo. Mesmo assim, procura
escritor, “dois outros contos com os quais Gradiva parece ter tido
devaneios.
enquanto artista ele não poderá ser entendido senão a partir de seu
ato criador”.
-41-
(Santaella,1985:9).
(Peirce,1974:54).
propósito.
recepção, como podemos, então, dizer que este processo gera obras
obras que são realmente executadas. Estas obras podem ser etapas da
touro, e sim seu corpo inteiro estão desviados com relação à cena,
que não existe mudança no processo pois este estaria definido desde
êxito”.
(Salles,1991:5).
razão para isto “é que este existe num sistema mecânico, no sentido
essencial no processo”.
somente “por seus atos, por suas obras, cada forma de pensamento
processo, é ainda vaga, mas ele é confiante nesta vaguidão que ele
sabe que contém o futuro trabalho de arte. Ele parte deste caótico
pode tender para algo e ser reconhecida como fazendo assim, sem
-50-
causação final não seja mal entendida, é importante colocar que ela
difere de uma lei que poderia ser expressa pela expressão: toda vez
que A, então B’. Este tipo de lei é apontado por Peirce “como um
incerteza.
como ele será alcançado diz respeito a uma causação de força bruta,
a causação eficiente.
-51-
com a forma que a intenção assumirá que, por sua vez, “depende de
uma compulsão atuando para fazer com que a situação comece a mudar
processo” (Salles,1991:5).
nossa paciência”.
(CP 4.172).
arte.
-54-
nascimento desta ideia, tem-se dado o nome de insight que pode ser
(Laurentiz,198:6).
indivíduos e para as obras” pois “do mesmo modo que cada homem
só tem valor na medida em que é servido por meios que deverão ser
(Matisse,1988:128).
madeira”.
êxito” (Pareyson,1989:141).
criação. Sabem que não é possível conceber seu trabalho “como uma
gravura. Ele afirma que “todo diálogo com a imagem vai acontecendo
coisa que é para ser feita com os olhos abertos, manipulando coisas
(Pareyson,1989:124).
(Arnheim,1989:78).
ferramentas e técnicas.
como modelo; sua natureza provém, contudo, “dos meios em que são
materiais”.
o processo criativo.
técnica da arte.
O MATERIAL DA ARTE
-69-
(Ostrower,1987:31).
individuais” (Laurentiz,1988:104).
servi-la” (Pareyson,1989:124).
(Laurentiz,1989:67).
parte seu instrumento todas as vezes que realiza uma obra. A cada
simultaneamente” (Francastel,1973:116).
inclinação.
pelo seu uso comum, este também contém algo de artístico. “Assim
trabalhos. (Fig. 6 e 7)
lidamos com uma obra pronta, a matéria não pode ‘em impedir nem
(Bachelard,1991,35).
pois, como dissemos antes, ele só consegue fazer dela aquilo que
(Pareyson,1989:125).
vontade”.
(Pareyson, 1989:124).
-79-
intenção.
intenção definida, esta, por mais consistente que seja, pode mudar
deve ser concebido num sentido limitado; ele pode incluir ações,
diz, com relação à pintura, que “um certo tipo de visão apropriado
intenção.
arte de uma obra. Hoje, com certeza, isto é um fato aceito, nem
nome “bastante conveniente para essas coisas que não eram obras de
quem pintasse com sangue. Pode-se pintar com o que se quiser, com
(Apollinaire,1988:236).
(Venturi,1968:238).
artista que determinam, por sua vez, a forma da obra, já que esta
(Pareyson,1989:123).
funções que não são próprias da sua substância, assim, por exemplo,
elementos.
um todo, não com o seu simples uso mas sim utilizando suas
23).
semelhança perfeita”.
(Sogabe,1990:25).
-89-
Matisse pintava “de uma maneira que utilizava todo o braço”, de tal
contornos apropriados”.
“pode-se fazer uma obra muito colorida com negro e branco, ou com
preto e branco sejam cores, pois em muitos casos podem ser vistos
natureza. Ela passa “de luz para cor. Chega à tela sob a forma de
um criptograma. Até que seja posta em relação com tudo o mais que
que entra na arte. Uma obra não é colorida na medida em que ela
mais adequado: tradução. A luz deve ser traduzida nas cores das
tintas porque “em uma paisagem o céu pode ser mil vezes mais
mais relação com as tintas que com a cor do modelo, mesmo quando a
intenção é realista.
a construção.
instituições.
LIMITAÇÕES CULTURAIS
atribuindo a esta uma superfície lisa. Rodin mostra que esta ideia
(Read,1977:72)
obstáculo, determinando o que pode ser feito com ela, por outro, ao
novos desafios
(Gabo,1989:335).
uma luva aos propósitos dos artistas pop. No final dos anos 50
(Sogabe,1990:43).
abordaremos a seguir.
obra de arte.
estes dois elementos. Por isto um “novo conteúdo exige uma nova
acabado”.
efeito dramático”.
(Venturi,1968:126).
-102-
acabamento”.
a uma certa distância. “Não enfiem o nariz nos meus quadros”, teria
Gombrich,1986:171).
pela natureza, do seu amor pelo aspecto real desse campo inglês que
(Venturi,1968:150).
fatigar-me, mas não por esse acabado que os imbecis admiram. O que
(APUD Venturi,1968:193).
(Sogabe,1990:24).
materiais.
O MATERIAL E O IMAGINÁRIO
experiência e fenômeno.
artista, impedindo que este faça, com o material, tudo o que possa
tradição que limitam os materiais que possam ser usados, bem como
seus usos.
-107-
contemplativa.
-108-
e passiva” (Pessanha,1968:XV).
matéria que, ao mesmo tempo, resiste e cede como uma carne amante e
rebelde”.
elementos materiais.
longo de uma inclinação mais comum; seguirá essa involução que nos
pela ação.
(Ostrower,1987:32).
sociais”.
matéria”.
porque a terra, “ao contrário dos outros três elementos, tem como
constante” (Bachelard,1991:8).
-113-
com toda a sua força, com toda a sua matéria terrestre, podem-se
(Bachelard,1991:20).
dominar”. Seres que exigem nossa ação pois “o mundo resistente nos
(Bachelard,1991:25).
resistência é material”.
do contra "que não se contenta com a pancada, com o choque, mas que
ação.
que não podemos aceitar sem algo que nos ajude a enfrentar esta
de provocação, sua dureza ofende, uma ofensa que não vingará sem
poli-lo”.
fazer”.
(Mchale,1968:15).
(Mchale,1968:15).
(Leroy-Gourhan,1971:44).
tecnologias eletro-eletrônicas.
também, a execução.
precisão.
ligam” (Leroy-Gourhan,1971:55).
de ferramentas. (Quadro 1)
são adaptadas para o seu uso e um machado não deve ter o mesmo
fundamental uma vez que, na relação com esta, assim como ocorre com
especial, não apenas para desenhar mas também para ferir um arco de
discutido anteriormente.
mas o tear tem suas próprias regras: para produzir uma curva ou uma
(Arnheim,1989:133).
tão simples, pois foi o próprio homem quem optou por todas estas
específica”.
vaso poderia ser feito sem a roda de oleiro, pois teríamos, neste
caso, outro vaso de outro tipo que, se fosse circular, com certeza
que um vaso pode adquirir ao ser executado numa roda de oleiro, não
aos materiais fluidos: “os sólidos cujo estado não varia recebem o
enfim que, a todos os momentos de seu estado, são flexíveis mas não
meio elementar
= ferramenta e produto
matéria
agir sobre o ferro com a intenção de obter um produto, que pode ser
materiais antigos que antes não podiam ser usados sem dificuldade”.
(Rudel,1980:20).
(Leroy-Gourhan,1971:161).
uma ponte de aço com os mesmos métodos usados pelos romanos para
(Francastel,1973:53).
materiais, determina a ferramenta que pode ser feita com ela. Vemos
quebrar” (Leroy-Gourhan.,1971:51).
não depende senão da arte” que é, para o homem, “um dos caminhos
a técnica seria apenas uma atividade vã; sem a técnica a arte não
todas as artes, é ilusionismo, e que seus meios tal como seus fins
(Francastel,1973).
ao mesmo tempo, negar o fio que a liga com a arte e dizer que a
(Duffrene,1980:167).
à arte” (Pareyson,1989:128).
“pode existir sem a arte, enquanto, pelo contrário, a arte não pode
passar sem ele”. Por isto “o artista consegue ser tanto mais
-144-
(Pareyson,1989:129).
a sua afinidade com uma outra técnica pela qual se teria uma
cadeira”.
(Francastel,1973:3).
procedimentos, para nós, nada mais são que simples meios de levar o
sugere, que é que determina que esta sugestão seja aceita? Mais uma
quem sabe fazê-los nascer da matéria que lhe foi entregue pela
(Francastel,1973:55).
1825 por George Stephenson. “Seu impacto sobre a vida econômica foi
visual” (Ramirez,1976:53).
que ocorrem durante uma viagem de trem, Estas foram relatadas por
antes”.
escolhido.
significa, sem dúvida, que qualquer forma pode lhe ser imposta”
(Scott,1975:165).
formais, pois até que esta seque, “somente um volume limitado pode
mesma”, pois a forma deve ser oca, tendo uma parede delgada. caso
por contato e entrelaçamento. Embora esta seja uma forma que revela
expressivas”.
desenho. Somente com uma parede branca, a sarjeta suja e seus dedos
ele seria capaz de fazer um desejo que se tornasse ouro puro -Das
voce pode imaginar alguém mais pondo seus dedos em ouro puro e
fazer unir desenho que se tornasse pura sujeira”. Mas sem dúvida as
obra.
-156-
FIGURAS
-157-
(Quadro 1)
Classificação das
ferramentas de percussão
Leroy-Gourhan
-158-
(Figura 1)
Pablo Picasso
26 de junho de 1937
-159-
(Figura 2)
Pablo Picasso
Mulher Chorando
1937
-160-
(Figura 3)
Pablo Picasso
Estudo de composição
1 de maio de 1937
-161-
(Figura 4)
Pablo Picasso
Guernica
1937
-162-
(Figura 5)
Mauro Ishikawa
1990
-163-
(Figura 6)
Christian Renonciat
Figura 7
-164-
(Figura 7)
Claes Oldemburg
1964
-165-
(Figura 8)
Códice de Manesse
séc. XIV
-166-
(Figura 9)
Jonh Flannagan
Jonas
-167-
(Figura 10)
Constantin Brancussi
O bejo
-168-
(Figura 11)
Jonh Constable
O carro de feno
Estudo
1821
-169-
(Figura 12)
Jonh Constable
O carro de feno
Estudo
1821
-170-
(Figura 13)
Jules Struppeck
Os Sectários do Clan
Versão Argila
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(Figura 14)
Jules Struppeck
Os Sectários do Clan
Versão Madeira
BIBLIOGRAFIA
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