O documento analisa as obras Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos de Lima Barreto. As obras abordam a experiência do autor em um hospício e a violência da sociedade da época contra os "alienados". O Cemitério dos Vivos é um romance incompleto baseado nas anotações de Lima Barreto durante sua internação. As obras retratam a realidade dos hospícios no século XX de forma crítica.
O documento analisa as obras Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos de Lima Barreto. As obras abordam a experiência do autor em um hospício e a violência da sociedade da época contra os "alienados". O Cemitério dos Vivos é um romance incompleto baseado nas anotações de Lima Barreto durante sua internação. As obras retratam a realidade dos hospícios no século XX de forma crítica.
O documento analisa as obras Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos de Lima Barreto. As obras abordam a experiência do autor em um hospício e a violência da sociedade da época contra os "alienados". O Cemitério dos Vivos é um romance incompleto baseado nas anotações de Lima Barreto durante sua internação. As obras retratam a realidade dos hospícios no século XX de forma crítica.
LIMA BARRETO – DIÁRIO DO HOSPÍCIO E O CEMITÉRIO DOS VIVOS
1953 Informações básicas
• Em sua primeira edição, o Diário
do Hospício aparecia junto às obras Diário Íntimo e Cemitério dos Vivos. Já em 1956, a obra foi reorganizada por Francisco Barbosa, com a ajuda de Antonio Houaiss e M. Cavalcanti Proença. • Obra incompleta, “Cemitério dos Vivos” foi postado postumamente, com frases e diálogos incompletos. E apesar de estarem em uma coletânea, são obras diferentes. • Lima Barreto (1881-1922) foi um importante escritor brasileiro da fase Pré- Modernista da literatura. Nome completo: Afonso Henriques Lima Barreto. Diário do hospício • Em Diário do Hospício, Lima Barreto faz uma autoanálise sobre a “loucura” que deseja compreender, mas não consegue. Além disso, o autor revela as agruras daqueles que eram classificados como alienados e aborda, ainda, a violência da sociedade da época. Já no romance inacabado O cemitério dos vivos, o escritor transpôs uma narrativa ficcional sobre a mesma vivência no manicômio. Infelizmente, o autor veio a falecer sozinho dentro de sua casa, em decorrência de um ataque cardíaco, em 1922. Suas obras foram publicadas após o falecimento, e o autor nunca chegou a presenciar a dimensão da sua fama. Diário do hospício • “Penso assim, às vezes, mas, em outras, queria matar em mim todo o desejo, aniquilar aos poucos a minha vida e sumir-me no todo universal. Esta passagem várias vezes no Hospício e outros hospitais deu-me não sei que dolorosa angústia de viver que me parece ser sem remédio a minha dor.”
• “No começo, eu gritava, gesticulava,
insultava, descompunha; dessa forma, vi-as familiarmente, como a coisa mais natural deste mundo. Só a minha agitação, uma frase ou outra desconexa, um gesto sem explicação denunciavam que eu não estava na minha razão.” Cemitério dos vivos
• Cemitério dos Vivos é um romance inacabado de Lima
Barreto, baseado nas anotações feitas num Diário quando o escritor esteve internado no Hospício da Praia Vermelha. As “Anotações para o Cemitério dos Vivos” foram sugeridas por meu editor, e aceitas imediatamente, como complemento do meu livro “Ouvindo Vozes” por dois motivos: compartilhar os escritos de Lima Barreto para os jovens estudantes de hoje; e – o que encantou meu editor – mostrar as semelhanças de um hospício no século XXI e àquele de quase cem anos atrás. • Quanto ao espaço, basta viajarmos para outros lugares e países. São muito iguais. Disposição panóptica, celas, grades, banheiros sem privacidade, refeitório sem talheres. Roupas iguais de cores semelhantes. Eu mesmo as nominei de “azul hospício” ou “cinza manicômio”, aquelas roupas de brim impessoal. Em comum as grades de ferro que aferrolham o tempo e o espaço no manicômio. Mas desde o final da década de 1980, um movimento se opôs ao velho, longevo e perverso manicômio. O movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira, que aprendeu com o movimento da Reforma italiana de Basaglia. Seu lema: “por uma sociedade sem manicômio”. O movimento visava a ultrapassagem do hospital psiquiátrico. Cemitério dos vivos
• O pensamento hegemônico, na época em que
Lima Barreto produziu os seus livros, era o darwinismo social, conceito que justificava cientificamente o racismo. Num claro sinal de autonomia intelectual, o escritor tratou o racismo e o negro na literatura com olhar mais contundente, o que fez ele sair do comum, sobretudo por se autodeclarar um intelectual negro numa cena marcada pela hegemonia europeia. Cemitério dos vivos
• Esse período que não chegou a constituir um
movimento literário foi denominado de Pré- Modernismo. Entre outros autores do Pré-Modernismo destacam-se "Euclides da Cunha" e "Monteiro Lobato". Embora os autores do Pré-Modernismo ainda estivessem presos aos modelos do romance realista- naturalista, se observa na obra de Lima Barreto, a busca por uma linguagem mais simples e coloquial.