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na camisa
Quer saber mais?
- - - página 23
ÍNDICE
QUEM SOMOS NÓS? . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
A TEORIA DA PIXAR . . . . . . . . . . . . . . . 4
POEMA ANÔNIMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
UMA HISTÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
LAS AVENTURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
DEMOCRACIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
AMANHÃ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
SE O CORPO É MEU . . . . . . . . . . . . . . . . 17
NO ÔNIBUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
JSN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
APRESENTAÇÃO
1
QUEM SOMOS
NÓS?
ILUSTRADORA
NOVOS ROSTOS DO
JORNAL!
ILUSTRADORA
LÍVIA OLÍVIA
Oi! Meu nome é Lívia Hostalácio, sou Oiee! Sou a Olívia do segundo ano, talvez
ilustradora no jornal (a única que não faz você já tenha me visto por aí com um
desenhos digitais, mas vou fazer isso moletom todo colorido e umas “tintas
funcionar!). Tenho 16 anos e estudo na jogadas'', acabei de entrar no jornal como
escola do Sebrae. Gosto muito de viajar, sair ilustradora e adoro desenhar(meio óbvio já
com os amigos e às vezes também apenas que sou ilustradora kk). Bom, eu gosto de
ficar em casa assistindo uma série ou lendo muitas coisas na verdade, principalmente
um livro (por dia). Desde sempre a arte, em relacionadas a arte, são as coisas que
qualquer de suas formas, foi uma forma que enfeitam minha vida: músicas de quase
eu achei de me expressar e de mostrar o todos os tipos, ela traz tantos sentimentos;
mundo como eu o via. Como a perfeccionista dança (sempre que tiver algo de just dance
que sou, em minha cabeça eu sempre na escola estarei lá); culinária e suas
imagino coisas mirabolantes e nem sempre combinações inesperadas; livros,
minhas mãos conseguem acompanhar principalmente de romance para dar aquele
minha mente. Estou ansiosa para mostrar quentinho no coração; cinema com mundos
para vocês, em todas as minhas incríveis; animes e mangás; etc. Estou
imperfeições, um vislumbre da minha sempre disposta a aprender mais, e espero
imaginação. Nos vemos por aí! descobrir muitas coisas ainda nessa
história com vários plots que a vida é, sendo
parte dela essa experiência no jornal junto
ILUSTRADORA
de vocês<3.
BELLA
ESCRITOR
Eii! Meu nome é Bella com dois l 's estou no
segundo ano e sou ilustradora e cronista do FABRIZZIO
Jornal. Gosto de MPB no geral e também de
The Cure e The Smiths. Adoro desenhar e Me chamo Fabrizzio. Já quis ser ninguém
escrever, são minhas formas de me e já quis ser todo mundo. O que eu quero?
expressar e de me sentir mais livre. Gosto de Um palco sem plateia? Um paradoxo. Ser
acordar cedo e de ver o sol nascer, gosto de anónimo e amado. Odeio o silêncio mas
caminhar pela cidade para observar as evito o aplauso. Que ideia interessante essa
pessoas, gosto de ver jornal e estou sempre de se definir, não? Sou formado pelo que
com meu all star chuck 70 preto de cano acho que você acha de mim sobre o que eu
alto. Espero que com minhas formas de arte acho de você. Eu não sei quem sou. Não sou
eu consiga tocar as pessoas e fazer elas você, então devo ser eu, mas, Deus, que
sentirem a arte, fazer elas se sentirem vazio isso é.
arte também. 4
3
REPORTAGEM Por Fonseca
4
REPORTAGEM Por Fonseca
Agora, em Toy Story, nos entramos em uma Mas como os animais ganharam essa
parte da Teoria com um pouco mais do meu inteligência? Bem, algumas pessoas adeptas à
toque pessoal. Nessa obra conseguimos Teoria da Pixar falam que isso aconteceu pela
perceber que os brinquedos possuem vida, mas magia da bruxa que se espalhou pelo mundo.
essa vida vai enfraquecendo e se perdendo Existem também pessoas que acreditam que
conforme as crianças param de lembrar-se eles simplesmente conseguiram desenvolvê-la
deles. Esse fato se exemplifica quando vemos do nada, um certo nível de inteligência não tão
Wheezy, o pinguim, fraco e esquecido na grande quanto á dos humanos, que
prateleira no segundo filme da franquia. desenvolveram máquinas e fala, mas uma
Por esses e outros fatos que serão falados mais inteligência grande o suficiente para
adiante, cheguei à conclusão de que, no desenvolver uma personalidade. Porém, os
Universo Pixar, a memória e carinho humano filmes, como são contados pela perspectiva
se equivalem à vida. desses animais, dão a impressão de que eles
são muito mais parecidos com humanos do que
Red: Crescer é Uma Fera se passa em 2002, e realmente são. Há também o pensamento de
nele vemos um fenômeno que já vimos em que alguns animais possuem almas, o que
Valente, quando Mei Mei e sua família se poderia explicar a sua inteligência.
transformam em pandas vermelhos gigantes
por causa de magia de séculos atrás. Como os
ursos em Valente, conseguimos perceber que a
raiva faz a pessoa agir menos racionalmente,
como o grande urso Mor’du que causou a perda
da perna do pai de Merida, e Ming, mãe de Mei
Mei, que acabou destruindo um estádio.
De um jeito ou de outro, nossos próximos Porém, tudo que começa precisa ter um fim,
filmes, Divertidamente, Viva: A Vida É Uma e o fim da era das máquinas vem com o fim do
Festa e Soul, mostram a importância da petróleo na Terra, nos levando a Wall-E, onde o
energia e da memória humana para o Universo pequeno robô e uma barata são os únicos
Pixar. Em Divertidamente, ganhamos habitantes em um planeta morto, repleto de
conhecimento de como a energia, a mente lixo e abandonado por humanos. Nesse filme,
humana e a memória funcionam nesse percebemos a grande presença de uma
universo. Em Viva, somos apresentados ao empresa chamada Buy‘n’Large (a qual está
conceito de uma vida pós morte, que é sendo mostrada desde Toy Story), e como ela
sustentada pela crença humana de origem acabou tomando todo o planeta até ele se
mexicana, e percebemos que, quanto mais tornar inviável para a habitação humana.
memórias existem sobre uma pessoa, mais Wall-E, o único robô que ainda funciona,
“viva” ela estará depois de morrer. Porém, continua seu trabalho tentando limpar o
quando essas memórias se vão, a última vida planeta, se diferenciando de outros por seu
da pessoa vai com ela. Por outro lado, em Soul, amor por coisas humanas como filmes e
descobrimos o que existe antes da vida, como bugigangas que ele coleciona. Assim, ele
para cada pessoa é dada uma personalidade e conseguiu não só realizar seu trabalho, mas
como temos uma pequena visão do que vem também viver. Porém, após anos e anos
antes do pós vida definitivo. Nesse filme, sozinho em completo caos, os humanos voltam
também percebemos que a energia e a vontade à Terra e começaram a reconstruí-la.
de viver de Joe são o que o leva a sobreviver ao
seu acidente e voltar a sua vida. Com isso, vem Vida De Inseto, no qual
observamos muitos vestígios de humanos,
Sabendo da importância dessas duas coisas porém nenhum indivíduo de fato aparece,
(a memória e a energia humana), somos indicando que, provavelmente, os insetos
levados a muitos e muitos anos no futuro, onde foram os primeiros seres a conseguir se
vemos um mundo completamente dominado adaptar ao planeta.
por máquinas em Carros. Esses carros
tomaram posições muito humanas na
sociedade que construíram, o que pode ser
atribuído à memória e energia de seus antigos
donos, que os levaram a ganhar vida e
personalidade. Isso explicaria a disposição dos
continentes no mundo de Carros e a sua
história que, pelo que vemos, é a mesma do
restante dos filmes Pixar, provando que essa
franquia acontece no mesmo planeta e no
mesmo universo dos outros filmes.
6
REPORTAGEM Por Fonseca
7
REFLEXÃO Por Faggioni
POEMA ANÔNIMO
******* ***
******* ***, não só “*******”, por que dessas já tem bastante, e você é
indiscutivelmente única. Mas também não ******* ******** ***, pois você odeia seu
nome do meio.
Honestamente, você é mais sobrenome que apelido, complexa, formal, além do
ordinário. Talvez devesse ser só ***, mas eu te conheço, você me conhece e sua
complexidade não me assusta.
Então é isso, ******* ***.
É incrível como parecemos ter os mesmos nomes, como se os ecos de quem já
fomos ainda nos assombrassem, mesmo que tenhamos virado pessoas
completamente diferentes nestes últimos quatro anos.
Ambos sabemos que mudamos de nome neste tempo, mesmo que as letras ainda
sejam as mesmas.
Talvez seja isso que nos mantém tão unidos. Dezenas de nomes diferentes são
descobertos quando os meses passam e as máscaras são trocadas. Mudamos
tanto, por isso é sempre fresco, novo, estranho e assombroso conhecermos um ao
outro de novo e de novo e de novo, sem amarras, chantagens, obrigações.
Nós somos interessantes, nós somos únicos, conectados, opostos e iguais.
Somos o paradoxo mais lindo que já encontrei.
Você me conhece como a palma da sua mão, eu te leio como um poema em caixa
alta, Arial, negrito, fonte 18. Conectados profundamente, sim, mas continuamos
mistérios, totais e estranhos.
No fundo, teci palavras confusas demais, talvez vazias, talvez simples demais,
talvez compliquei sem necessidade, mas tudo isso pra te dizer que você é
indescritível, que descubro uma nova ******* diariamente.
Você é meu paradoxo preferido, *******.
9
CASOS Por Luana Evellyn
Avisos:
Suicídio
Morte
Sangue
Sequestro
F
‘Qual o seu nome?’, ele me pergunta com
sutileza. Com essa frase tão comum ele faz
oi numa terça-feira quente – dessas de com que me sinta notada, me sinta alguém,
outubro, quando o ar abafado e os bocejos mas de qualquer forma sinto aquela
são o mais interessante que o dia guarda – sensação de que falar dói, de que palavras
que me ocorreu certo caso, que você achará são pesadas demais pra sair da minha boca.
merecedor de prosa. Estava em meu ‘O meu é Miguel’. Olho para janela e sinto
trabalho, uma loja de jóias, quando ocorreu vontade de me jogar na rodovia, não para
um assalto a mão armada. Por sorte (ou escapar dele, mas para que possa acabar
não) a polícia estava perto e iria chegar ao com meu sofrimento. Não sentiria dor, o
local rapidamente. De longe, se ouvia o pior já passou, já havia se passado dias e
cantar da sirene e o homem, que segundos dias da minha vida e, assim, me via
antes estava confiante, entrou em estado de morrendo aos poucos. Agora seria real,
aflição. Precisava de um refém. Pegou as estaria livre. Puxei a maçaneta e empurrei a
peças mais importantes da loja, logo porta, estava trancada. ‘O que você está
agarrou meu braço, me levantou e me jogou fazendo?’, pergunta Miguel com furor.
no carro. Encolho-me e começo a chorar horrores,
não consigo parar.
Não senti medo, não senti raiva, me
sentia apenas… vazia. Um sentimento que já Horas depois, chegamos numa casa
se prolongava há várias estações. Há grande, nada discreta. Estava entre soluços,
tempos não quero dormir, ou não acordar Miguel me ajuda a descer do carro. Subimos
nunca mais. Um sentimento de culpa sem para o último andar onde tinha um quarto
saber o motivo, vontade de rir e de chorar. neutro, sem fotos ou pertences pessoais,
Meus olhos se enchem de lágrimas e provavelmente de visitas. Vendo que ainda
novamente sinto culpa – desta vez por estar estava em prantos, ele me dá um abraço e
triste, mesmo sabendo que existem pessoas diz que vai ficar tudo bem. Sinto uma
em situações piores. Não tinha motivos sensação de conforto em estar nos seus
para me desesperar. Pensar quieta, braços, sinto seu coração batendo junto ao
desabafar com as paredes e forçar um meu. Durante aqueles segundos sinto paz.
sorriso já fazia parte de minha rotina Quando ele me solta sinto frio, o vazio me
diária. Você percebe que não há nada a abraça novamente. Ele sai e tranca a porta,
perder quando o vazio já te preenche. sinto meus olhos pesados, durmo.
10
CASOS Por Luana Evellyn
Nos dois dias que se seguiram, tivemos Nos dias subsequentes, senti uma
longas conversas, parecia nos conhecermos liberdade muito maior em relação a casa e
melhor que a maioria das pessoas. Já também em relação a Miguel. Ele confiava
estava conquistando sua confiança e talvez em mim, descobri que o produto roubado
um pouco de liberdade. Porém, chegou uma ainda estava na casa e que dentro de quatro
hora que tive um choque de realidade tão dias viriam nos buscar com as joias.
grande que simplesmente surtei, e não parei Fizemos planos para viajar e ostentar
de chorar e gritar. Miguel tentou me acolher aquela grana. Estava tudo combinado e eu
em seus braços, mas não foi suficiente. estava de acordo, ou era o que ele pensava.
Ofereceu-me um calmante, contudo, a única
coisa capaz de melhorar minha situação Na noite anterior ao grande dia, me
seriam duas porções de aço injetadas levantei da cama e fingi buscar água. Ao
diretamente no cérebro por meio de um invés dela, voltei com uma pistola. Eu já
revólver calibre 38. Optei por não guardar havia feito aulas de tiro e sabia atirar.
essa informação para mim, falei com Fiquei cerca de dez minutos admirando
sinceridade olhando no fundo de seus olhos Miguel, com certeza um dos homens mais
castanhos e reparando em seus cabelos belos que já havia visto, e, lembrando de
negros que claramente estavam há um bom todos os poucos momentos que tive ao lado
tempo sem ver uma tesoura. Senti sua da pessoa que mais amei.
respiração cada vez mais forte e rápida. Ele,
então, sem aparente motivo, mordeu meus Fazer isso enquanto ele dormia seria
lábios com ousadia e de seu toque jorraram covardia, então, o chamei. Ainda sonolento,
luzes de mil sóis cantando em uníssono, e de me perguntou o que estava acontecendo. Ao
seu beijo nasceram demônios de fogo, anjos abrir os olhos e ver aquela arma em minha
tocando sua voz na alvorada dos tempos mão, toma um susto e começa a me
sabendo que a criação valia a pena. Suas questionar se realmente queria fazer
mãos são tudo que meu mundo precisava aquilo, e eu queria. Talvez pela vontade de
ter. eternizar aquele amor do jeito que estava
antes de virar ruína ou só por sede de
sangue… não sei. Empunhei a 38 e vi pela
primeira vez uma demonstração de
fraqueza de sua parte, pedindo zelo por sua
vida. Senti prazer naquilo. Puxei o gatilho.
Jamais considerei o prazer e a felicidade
como um fim, e deixo esse tipo de satisfação
para quem julgar que fiz o correto. Senti-me
completa, não existia nenhum vestígio do
antigo vazio que me dominava
anteriormente. Peguei as joias e o dinheiro
que havia encontrado e saí da casa.
11
CASOS Por Luana Evellyn
13
12
CRÔNICA Por Sabina
canadiense-uruguaya (ni
Uruguaya) en Brasil
Bueno. Tal vez me conocen, tal vez no
me conocen. Me llamo Sabina, vengo de
Canadá y tengo padres de origen
Uruguaya. Nunca esperé extrañar tanto a mi
familia, ya que quería hacer un
Como lo escribí en el título, este texto intercambio para independizarme y ser
trata de mi experiencia de estudiante más autónoma. El asunto ahora es que,
extranjera… ¿De qué manera puedo irónicamente, la extraño muchísimo.
empezar? Toda esta idea, esa de hacer un Sí, Brasil es un país de América latina y sí,
intercambio, empezó un año y medio mi familia es latinoamericana, pero es
antes. La razón que me motivó a hacer bastante diferente de lo que conozco. Es
uno es bastante simple: salir del país y raro, es como si estuviera en casa, con
descubrir nuevas cosas. ¡Nada más pedía! muchas cosas que son familiares, pero al
El asunto es este: tener un plan e idealizar mismo tiempo no.
ese plan por muchos meses es una cosa.
Estar viviendo ese plan y vivir todas las Por ejemplo, amo muchísimo hacer
emociones incluidas en ese sueño son postres y dulces. Hace poco, decidí hacer
otra cosa. una torta para mi familia anfitriona,
para mostrarles que les estoy muy
Es decir, nada va como lo que tengo agradecida por todo lo que a mí
planeado en mi cabeza. Nada tiene un me hacen.
solo lado. ¿Lo que es normal, no? ¡Así es la
vida! Una cosa que sí estoy aprendiendo Hacer repostería siempre fue algo
rápido es que como estudiante sencillo para mí. Nunca tuve mayores
extranjera, sobre todo una que tiene una complicaciones ni cometí grandes
cultura bastante mezclada, nunca paran equívocos. Lo que me olvidé es que las
las sorpresas. cosas son diferentes aquí.
Bueno, primero no cociné la torta en la Otra cosa es que, como el idioma es tan
casa de mi familia anfitriona, no. La diferente pero al mismo tiempo tan
cociné en la casa de una pariente… Y ay ay parecido al español, al principio fue
ay. Casi le prendí fuego al apartamento a realmente muy “pedo-de-cerebro”
causa del caramelo que se derramó en el intentar entender portugués con mi
horno. ¡Casi me quedo como Deadpool! cerebro ya bastante lleno de español,
francés e inglés.
En ese momento, no fue nada gracioso,
obviamente. Pero encuentro mejor reírme Apenas empecé mi aventura y ya me
de eso ahora, sobre todo porque, al final, pasaron muchísimas cosas. ¡Ni me
es un poco gracioso. Es decir, ¡cómo algo imagino las otras que me pasarán!
así le pasa a un estudiante de intercambio
al principio de su intercambio!
14
TEXTO ARGUMENTATIVO DE OPNIÃO Por Sam
Uma ideia incrível. Deixe a maioria ser a voz de Deus. Perfeito. Mas nunca
funcionou na prática. Governos ditadores, tiranos que não representam o povo
continuam presentes até os dias atuais, eleitos em Estados Democráticos. O estado
em que nosso país se encontra é péssimo, pessoas discutem entre o podre e o
estragado. Brigam e convergem-se através de opiniões vazias defendendo pessoas
como deuses, mesmo que estes não hesitassem em escolher si próprios à sua
população.
Não existe democracia, votamos em quem nos é oferecido, não em quem nos
representa. Nossas opções são estúpidas e os candidatos são iguais. As mesmas
pessoas com discursos diferentes. O seu voto não vale nada. Ou você vota pois
concorda com o discurso populista de seu cachorrinho no poder, ou é um alienado
que o trata como se ele fosse perfeito, sem perceber que o cachorrinho é você.
Não recomendo uma revolução, pois esta seria apenas pior para nós, civis. Peço
apenas que reflita sobre o seu direito de voto, e como este se difere do seu direito de
escolha. Nunca seremos livres se nos recusarmos a enfrentar a verdade como a cinza
realidade que é. Já passou da hora de pararmos de ser vendidos.
15
POEMA Por Bernardo Vianna Pinto
Mata-me o caos da
revolta original. Que
se revolta!
E ele vem de lá!
o besouro e o santo.
Vem do mesmo lugar, "Lúbrico''.
16
REFLEXÃO Por Iza Fróis
SE O CORPO É MEU,
O PODER SOBRE ELE
TAMBÉM NÃO DEVERIA SER?
Controle sobre o corpo feminino é algo E já que o controle não nos pertence
que há séculos faz parte da estrutura mais, quem é seu dono? De quem é o
social de poder em que vivemos, sendo o direito de dizer aquilo que nosso corpo
domínio sobre eles uma forma pode ou não fazer, o que ele deve aceitar
encontrada para nos controlar, ou não, mesmo que o nosso cérebro
tornando-nos propriedade alheia. diga o contrário?
17
REFLEXÃO Por Iza Fróis
Este é um teste essencial que toda pessoa trabalhadora do Brasil já passou. Com
exceção, claro, dos ricos burgueses que ficam enchendo a pança de comida e os
cofres de dinheiro.
Chegando ao ônibus, o coitado já mal parava em pé! Suas pernas tremiam e ele
suava de ansiedade. E se perdesse o ônibus? E se estivesse no ponto errado?
Quanto tempo demoraria para chegar? Essas são perguntas comuns a todos que
pegam ônibus pela primeira vez. Com o tempo vamos nos acostumando.
Miguel não sabe quanto tempo ficou esperando. Ficava olhando o relógio de
minuto a minuto e o tempo parecia não passar e nem sinal do ônibus...
Por fim ele chegou. Miguel estendeu o braço e o ônibus parou. Abrindo-se as
portas, não perdeu tempo; pulou logo para dentro!
Mas não muito depois disso, Miguel começou a sentir algo estranho. Aquela
sensação que temos quando somos vigiados: um nó na garganta, uma ansiedade
medrosa que nos faz sentir culpados e inseguros. Tentou olhar ao seu redor, em
busca de algo que justificasse tamanha estranheza... e achou! Uma mulher o
fitava com um olhar penetrante e sedutor. Uma mulher claramente mais velha
que Miguel, com roupas bregas e chinelo. Viu também uma outra mulher, essa
mais jovem, de cabelos claros, porém com cara de poucos amigos. Também o
olhava.
Não demorou muito até que se desse conta de que todos olhavam para ele!
Miguel tentou fechar os olhos e abri-los de novo, mas isso não parecia mudar a
realidade. Dizia para si mesmo que aquilo era coisa de sua cabeça. Sempre fora
tímido e por isso tentava se convencer de que os olhares voltados para ele eram
nada além de sua própria paranoia.
Começou a correr os olhos pelo ambiente agora mais agitado e com respiração
ofegante; percebeu que havia uma senhora de cabelos grisalhos olhando
fixamente para ele. Um velho carrancudo, mulheres que pareciam estar em seus
quarenta anos procuravam seu olhar como onças em uma caçada. Meninas e
meninos, bem-vestidos até, mas feios, também ficavam dissecando Miguel com
seus olhares.
Dane-se a passagem, pensou. Puxou a corda e deu sinal para sair. Pulo logo no
próximo ponto.
20
CRÔNICA Por Pedro Etienne
A lojista, assim que ele entrou, ajeitou o cabelo e fechou a porta. Os clientes da
loja também pareciam cortejar Miguel. Começaram cercá-lo e afundá-lo em
perguntas. Ofereciam-lhe roupas e miçangas. Miguel queria desaparecer.
Foi neste momento que chegou um homem de capuz assaltando a loja. Chegou
com uma arma e pediu para que todos se abaixassem. Usou Miguel como refém,
apontando-lhe a arma na cabeça.
– Não quero nada com você a não ser te ajudar! – disse o bandido dando-lhe o
colar e tirando o capuz da face. Era um rapaz como Miguel. Talvez um pouco mais
bonito devido a seus cachos castanhos e queixo perfeito.
– Como assim?
– Pessoas bonitas como nós, que andamos de ônibus, temos que disfarçar nosso
rosto. Caso contrário, é pedir para ser perseguido.
– É bonito o suficiente para quem anda de ônibus. Você é o mais próximo do que
eles teriam de mim. Use isto – disse entregando o capuz. – Ninguém vai ver seu
rosto. Não precisa cobrir toda a face, mas só a boca e o nariz já tá bom.
Depois daquele dia Miguel aprendeu a lição. Nunca mais pegou transporte
público em metrópole sem capuz.
21
TEXTO Por Iza Fróis
Lápis no papel
estampa na camisa
Depois de tanto tempo sonhando com
a desejada e aclamada camisa do Jornal
Sem Nome, ela finalmente estava por vir.
De uma forma demorada e caótica? Com
certeza. Mas ainda sim ela estava por
vir.
Após uma reunião ou duas para
decidirmos sobre cor da camisa, como
seria o traço da estampa, paleta de cores,
possíveis fornecedores e onde ficariam Tivemos uma chuva de ideias e
as logos na escola, decidimos fazer uma discussões sobre a estética da estampa, o
dinâmica para criar a estampa da que achávamos que ela deveria possuir e
camisa. E quando eu digo criar, estou o que não deveria. Aparentemente havia
dizendo literalmente fazer do zero, uma nuvem de inspiração pairando
porque a estampa final ficou total e dentro daquela sala naquele dia, pois
completamente diferente da ideia inicial chegamos facilmente a um consenso de
que tínhamos. que todos que quisessem ou tivessem
uma ideia, a desenharia, para depois
votarmos na que mais bem
representaria o jornal e todos nós, mas
sem saber o autor da ideia em questão.
Desenhistas, escritores, fotógrafos,
redatores, todos que tinham uma ideia,
sabendo desenhar ou não, se
encontravam sentados no chão, em uma
cadeira ou em uma mesa, com uma
Era uma sexta-feira às 14:30. Nós música de fundo e um cronômetro na
estávamos reunidos em umas das salas tela. Com papel em mãos, deixamos a
de espanhol para uma reunião, assim imaginação fluir para a ponta de nossos
como todos os dias, com “Camisa” sendo lápis. A sala ficou em um completo
o assunto de urgência, pois ainda não silêncio. Foi um pouco assustador:
tínhamos a estampa que iria representar “reuniões do jornal” e “silêncio” nunca
o jornal, e isso era basicamente a única são usados na mesma frase.
coisa que faltava. 22
TEXTO Por Iza Fróis
Após aquele momento único e histórico Até que um desenho foi escolhido para
tudo voltou ao seu devido lugar, pois se tornar a estampa, eleito pela maioria
chegara a hora da votação. Com os presente e pela democracia que rege as
desenhos no chão e nós em volta, cada nossas decisões, o desenho de Bernardo
um votou em um desenho, apenas não Viana irá estampar e representar o
podendo votar no seu próprio. Assim Nosso Jornal Sem Nome, marcado pela
fomos excluindo os que receberam individualidade de cada um que faz e já
menos votos e continuamos até fez parte dele.
sobrarem apenas os melhores para a
votação final.
" Começamos todos a desenhar em uma competição para escolher qual seria
o desenho para a blusa. Procuramos algumas inspirações e, dentre várias
delas, chegamos a um desenho de Junji Ito. Existem algumas coisas na forma
que eu desenho que se assemelham muito às características dos desenhos dele,
então comecei a experimentar quais conceitos caberiam melhor no desenho,
como algumas espirais, textura aquática, raios e outros temas. Ao final, eu
havia produzido algo do qual tinha gostado, mas ainda faltava alguma coisa.
Foram mais algumas tentativas tentando trazer flores, atualidades e espirais
até chegar ao resultado final, o qual julguei bom o suficiente.
"
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Por Bernardo Viana Pinto
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NOVEMBRO 2022 | EDIÇÃO 5
CHEGAMOS AO FIM
ESSE É UM PROJETO CRIADO POR ALUNOS, PARA OS
ALUNOS, COM MUITA DEDICAÇÃO E ESFORÇO.
ESPERAMOS QUE GOSTEM!
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NOVEMBRO 2022 | EDIÇÃO 5
CRÉDITOS
REVISÃO E CORREÇÃO:
Helena Zschaber
Fernanda Pinton
Ana Carolina Albuquerque
Rafael Bastos
Anna Rosa
Bernardo Viana
ILUSTRAÇÕES:
Bianca Rodrigues
Clara Moreira
Duda de Freitas
Bernardo Viana
DESIGN DA EDIÇÃO:
Bárbara Viegas
FOTOGRAFIAS:
Bianca Corradi
ORIENTAÇÃO GERAL:
Camila Abreu
Daniela Arreguy
Helena Zschaber
Marina Bentes
Bianca Corradi
Davi Duarte