Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
5/5 - (2 votes)
Como o próprio nome sugere, a CNV propõe uma nova forma de expressar nossos desejos e
necessidades, optando por um caminho conciliador e pacífico.
Anos mais tarde, a comunicação não violenta rompeu fronteiras e chegou a diversos países,
o que transformou sua visão sobre a educação, segurança, gestão pública e empresarial,
levando até mesmo humanização a tratamentos de saúde.
Quer saber mais sobre a CNV? Então, você veio ao lugar certo.
Continue lendo este artigo para conferir sua origem, finalidade, benefícios e dicas para
colocar essa abordagem em prática.
|1
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Boa leitura!
A CNV acredita que toda forma de comunicação humana tem por objetivo demonstrar
necessidades universais.
|2
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Ou seja, que existe uma reivindicação por trás de cada mensagem que emitimos, mesmo
que esteja encoberta por gritos, ofensas, julgamentos e agressões verbais ou físicas.
Diante desse cenário, o mais comum é que as pessoas reajam de um jeito negativo, tentando
se defender e mascarar suas falhas.
Começa por assumir que somos todos compassivos por natureza e que
estratégias violentas – se verbais ou físicas – são aprendidas, ensinadas e
apoiadas pela cultura dominante.
Isso significa que, em um ambiente leve e acolhedor, a tendência é que todos se expressem
de maneira positiva, com maior abertura ao diálogo e compreensão quanto às opiniões
divergentes.
Assim, podemos dizer que a CNV se concentra não apenas no conteúdo da mensagem, mas
também no modo como ela é transmitida.
Uma de suas bases é a aceitação da vulnerabilidade, pois essa é uma das principais
ferramentas para criar empatia.
Imagine, por exemplo, que um coordenador de departamento precisa pedir que um analista
faça um relatório.
Ele, então, se dirige até a mesa do subordinado para explicar do que se trata e estabelecer
um prazo para entrega.
Porém, o analista recebe uma notificação no celular enquanto está conversando com o
coordenador, e resolve verificar do que se trata.
Extremamente incomodado com a postura do colega, o líder reclama, dizendo algo como:
“Você nunca presta atenção no que eu falo! Estou cansado disso”.
|3
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Claro que a postura do analista não foi muito profissional, mas seu superior poderia ter se
expressado de um jeito diferente.
Talvez dizendo algo como: “Por favor, preste atenção. Quando você fica olhando o celular,
sinto que não se importa com o que estou dizendo”.
Provavelmente, o retorno do analista seria mais brando, como uma explicação sobre por
que ele estava de olho no celular.
|4
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Na época, a cultura da segregação racial ainda era bastante difundida nos Estados Unidos,
mas algumas escolas se propuseram a mudar essa realidade.
No entanto, era necessário adotar uma postura pacífica para melhorar a convivência e
promover a integração entre negros e brancos, e foi pensando nisso que Rosenberg
desenvolveu a CNV.
Reforçando a capacidade de ouvir sem julgar a outra pessoa, a teoria teve grande
importância na mediação de conflitos entre professores, alunos, funcionários e a
comunidade no entorno das escolas.
Graças às novas técnicas, cada indivíduo pode encontrar pontos em comum e se colocar no
lugar do outro, entendendo melhor suas necessidades, reações e comportamento.
Mas os estudos que culminaram na criação da comunicação não violenta começaram bem
mais cedo.
De acordo com registros, Rosenberg enfrentou episódios violentos desde a infância, o que
sustentou seu interesse pelas causas das atitudes agressivas.
Porém, ele não se sentia motivado pelos ganhos financeiros e acabou abandonando a clínica.
Chegou a ser motorista de táxi, empregando o tempo livre para idealizar maneiras efetivas
para a promoção de atributos pacíficos durante a expressão e transmissão de mensagens.
Além do título, o pesquisador encontrou ali um mentor – o psicólogo Carl Rogers -, que
fortaleceu os estudos que resultariam na CNV.
Por fim, sua dedicação à mediação de conflitos nas escolas americanas foi o impulso que
faltava para transformar seu projeto em algo tangível e que pode ser ensinado a qualquer
pessoa.
Ao longo das décadas seguintes, a comunicação não violenta foi amplamente divulgada,
|5
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
|6
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Mediação de conflitos
Promoção da empatia
Construção de ambientes acolhedores
Abertura ao diálogo
Redução de agressões físicas e verbais
Manutenção de relacionamentos saudáveis
Gestão otimizada de equipes
Fortalecimento de uma cultura de parceria e trabalho em equipe
Humanização no atendimento por profissionais de saúde e outras áreas
Auxílio em tratamentos de recuperação após traumas e dependência.
Também ajuda a perceber o impacto das nossas ações nas pessoas que nos cercam e, muitas
vezes, têm reações defensivas se pensarem que estão sendo acusadas ou cobradas.
Essas reações costumam ser bastante influenciadas pelas emoções, e não por um raciocínio
lógico, o que aumenta sua intensidade.
Raiva, mágoa e medo são algumas das emoções capazes de provocar atitudes drásticas
quando não compreendidas, filtradas e redirecionadas.
Quando adotada dentro de uma equipe em uma empresa, por exemplo, a comunicação não
violenta favorece a manifestação de todos os colaboradores e lideranças, pois cria um
ambiente acolhedor.
Isso não significa que não haverá debates ou discussões, e, sim, que será mais fácil chegar
a um consenso.
|7
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
A comunicação não violenta não evita discussões, mas ajuda a criar uma cultura de respeito
e empatia
|8
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Pilar da consciência
Portanto, antes de aplicar a comunicação não violenta, é preciso olhar para si mesmo sem
julgamentos e identificar suas forças e fraquezas.
Ou seja, avaliar como tem sido nossa comunicação conosco e com os demais, tendo como
guias a colaboração, compaixão, autenticidade e coragem.
Pilar da linguagem
A linguagem – seja ela verbal ou não verbal – tem o poder de unir ou afastar as pessoas,
de gerar e solucionar conflitos.
Entender essa máxima é essencial para praticar a CNV, pois a linguagem está no cerne de
qualquer tipo de comunicação, viabilizando a transmissão de uma mensagem e a troca de
informações.
Daí a importância de pensar não só antes de agir, mas também antes de falar.
Pilar da comunicação
Vale começar nos perguntando se estamos, de fato, ouvindo, ou apenas esperando a nossa
vez de falar e tentar convencer os demais de que nosso ponto de vista é o correto.
Tenha em mente que opiniões distintas são comuns e que não precisam se tornar pretexto
para um conflito.
Você não precisa concordar com todos e nem todos precisam concordar com você.
|9
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Pilar da influência
Essa última etapa tem a ver com aceitar que nem tudo está sob o nosso controle, e
dividir o poder com quem está ao nosso redor.
Se pararmos para pensar, veremos que muitos conflitos não terminam porque os envolvidos
querem os meios de influência somente para si, querem dominar os demais.
Quando aprendem a partilhar esse controle, cada um pode assumir sua responsabilidade e,
junto aos demais, construir uma solução viável.
| 10
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Uma das melhores formas de começar é reconhecer os julgamentos para, então, separá-
los da realidade e dos fatos.
Para explicar melhor, recorde o último episódio em que você viu alguém pela primeira vez.
Se estava vestindo calça jeans e tênis em uma reunião de trabalho, você pode ter ficado com
a impressão de que é uma pessoa desleixada, mas há uma série de outras possibilidades
para isso.
Será que ele trabalha em uma empresa na qual pode se vestir de forma casual? Precisou ir
para a reunião na última hora e não estava preparado? Não foi avisado previamente sobre o
encontro?
Desse modo, o outro pode revelar as necessidades dele e, junto a nós, apresentar respostas
para um conflito.
| 11
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
A comunicação não violenta pode ajudar desde relações familiares e pessoais até discussões
mais sérias e contenciosas
O psicólogo foi chamado para tentar a conciliação entre uma tribo cristã e uma
muçulmana, ambas envolvidas numa disputa violenta por territórios e mercados na Nigéria.
A situação era grave, pois um quarto dos 400 integrantes daquela comunidade haviam sido
mortos por causa do confronto.
Para piorar, três indivíduos presentes na reunião sabiam que estavam diante do
assassino de seus filhos.
| 12
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
“Quais são suas necessidades nesta situação e o que vocês querem dos integrantes do outro
grupo?”
E o segundo retrucou: “Vocês estão tentando nos dominar e nós não vamos mais tolerar
isso”.
“Você está querendo dizer que sente raiva porque tem necessidade de segurança e que para
consegui-la, preferiria que os conflitos fossem resolvidos por meios não violentos?”
E o primeiro chefe disse que sim, era isso o que ele estava tentando expressar, entretanto,
havia falado de forma equivocada e agressiva.
O segundo líder, então, o questionou, aos gritos, sobre a razão por que ele havia matado seu
filho.
E Marshall Rosenberg explicou que aquele problema seria abordado em breve, mas que
agora era o momento de expressar sentimentos e necessidades.
Chefe, ouvi seu adversário dizer que sente raiva, muita raiva porque tem
necessidade de que os conflitos sejam resolvidos por meios outros que não a
violência, em nome da segurança de todos. Dá para você confirmar que ouviu
estas palavras, de modo que eu fique seguro de que está havendo comunicação
entre nós?
Mas aquele líder precisou ser questionado mais duas vezes para que começasse a ouvir o
que a outra tribo precisava.
Assim, com a mediação, foram, aos poucos, trocando as agressões por uma conversa para
solucionar o conflito.
| 13
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
De repente, um dos chefes que havia permanecido calado se levantou e falou: “Se
soubermos nos comunicar da forma que você está nos ajudando a fazer, não precisaríamos
nos matar”.
Como sempre a prática ajuda a alcançar a perfeição: exercite a comunicação não violenta
Quanto mais você praticar, mais simples se torna a técnica, e menos conflitos e agressões
serão provocados.
Pensando nisso, trazemos dicas para praticar a CNV no seu dia a dia.
Confira:
| 14
Comunicação Não Violenta: o que é, benefícios e como praticar
Conclusão
Gostou de se aprofundar na comunicação não violenta?
Seguindo os conselhos de Marshall Rosenberg e nossas dicas, você está pronto para iniciar
o exercício da CNV, com ganhos pessoais e profissionais.
| 15