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Módulo III - Planilha Orçamentária
Módulo III - Planilha Orçamentária
E OBRAS DE ENGENHARIA
ESAF
Escola de Administração Fazendária
Ficha técnica
Coordenação de Produção
Equipe de produção DIEAD/ESAF
Sumário
3.1 A Planilha Orçamentária: principais conceitos e como ela deve ser exigida.......... 4
Encerramento......................................................................................................... 24
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
MÓDULO 3
Ambas as normas foram substituídas pelo conjunto de normas ABNT NBR 16636. A
norma técnica ABNT NBR 16636-1:2017 – Elaboração e desenvolvimento de serviços
técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos – Parte 1: Diretrizes
e terminologia, traz, no seu item 3 (Termos e definições), o subitem 3.40, conceituando
orçamento:
1
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13532:1995 – Elaboração de projeto de edifica-
ções – Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
4
3.40 - Elaboração de orçamento
2
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Portaria Segecex nº 33, de 7 de dezembro de 2012. Aprova revisão do Roteiro de
Auditoria de Obras Públicas, declarando-o documento público, revoga suas versões anteriores, e dá outras providências.
Brasília: TCU, 2012.
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As avaliações expeditas podem ser feitas com base em custos históricos, índices,
gráficos, estudos de ordens de grandeza, correlações ou comparação com projetos
similares. Podem, por exemplo, ser utilizados índices específicos conhecidos no
mercado, a exemplo do CUB, para avaliação expedida do custo de construção de
edificações. O CUB é o custo por unidade de área construída para alguns tipos de
projetos padronizados estabelecidos pela ABNT NBR 12721:2006 – Versão Corrigida
2:2007 – Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e
outras disposições para condomínios edifícios – Procedimento. Outros exemplos de
estimativas de custo são o custo por MW (megawatt) de potência instalada, no caso
de usinas termoelétricas, ou a estimativa de custo de rodovias mediante o uso de um
custo médio por quilômetro de rodovia construída.
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detalhamento já foi contratada, o que propiciará a geração de muitos dados, embora
não definitivos, para servirem de base para o orçamento. Dessa forma, estarão dis-
poníveis para o orçamentista dados como os custos dos serviços de engenharia que
já foram contratados, especificações preliminares de equipamentos de processo e
de utilidades e listas preliminares de materiais. Também poderá dispor de dados so-
bre o tipo de fundações e plantas arquitetônicas das edificações. Apesar do menor
grau de incerteza do orçamento preliminar, o orçamentista ainda pode fazer uso de
levantamentos expeditos de algumas quantidades e atribuição de custos para alguns
serviços.
Volume total de
=
aço (kg) concreto (m³) =
²) = Peso de
r m as (m volume d
e área construída x 0,16
de fo (m ³ ) x 100
Área e de 2 concreto
m )x1
volu eto (m³
r
conc
Á
Volume de remoção reb rea de
de entulho = volume o
de a co = á
lven re
de demolição x 2 aria a
x2
7
O orçamento detalhado é elaborado com base
nas composições de custos unitários e extensa
pesquisa de preço dos insumos. Esse tipo de or-
çamento procura chegar a um valor bem próximo
do custo real da obra, com uma reduzida mar-
gem de incerteza e a sua elaboração ocorre nas
fases de Projeto Básico ou Executivo, ou seja, o
orçamento detalhado só é justificável se o proje-
to apresentar elevado grau de desenvolvimento, o
que possibilitará a obtenção de listas completas
de materiais. A sua função é servir de base para
a licitação da obra, podendo também ser uma
ferramenta para o controle de custos de implan-
tação do empreendimento. Eventuais aditivos de
contrato, quando da execução da obra, deverão
sempre se pautar nesse tipo de orçamento (BRASIL, 2012, p. 30).
8
Saiba Mais
Tipo de Faixa de
Fase de projeto Cálculo do preço Precisão
orçamento
3
IBRAOP – INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS. Orientação Técnica IBR nº 004/2012. Florianó-
polis: Ibraop, 2012. p. 4.
9
3.1.2 Como deve ser o orçamento vinculado ao projeto?
Saiba Mais
10
Para que possamos entender a aplicação do Decreto nº 7.983/2013 aos orçamentos
das obras públicas, é necessário retomar alguns conceitos previstos no seu texto:
11
Art. 3º O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto
os serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a partir das
composições dos custos unitários previstas no projeto que integra o edital de
licitação, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes nos custos
unitários de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil – Sinapi, excetuados os itens caracterizados como mon-
tagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção
civil (BRASIL, 2013)4.
4
BRASIL. Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013. Estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de referência
de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, e dá outras provi-
dências. Diário Oficial da União, Brasília, 2013.
5
BAETA, André A. Pachioni P. – Orçamento e controle de preços de obras públicas –. São Paulo: Pini, 2012. p. 62.
12
Fique Ligado
Saiba que é bastante comum, até mesmo entre fiscais de projetos e obras
da Administração Pública, o erro na interpretação desses dois conceitos.
Muitas vezes entende-se o orçamento sintético como sendo apenas um
resumo dos itens globais de uma obra (mobilização, infraestrutura, supra-
estrutura, instalações, etc.) que, por conta da palavra “sintético” do seu
nome, transmite a ideia de síntese e, por consequência, confere ao orça-
mento analítico a ideia de uma relação completa de itens que permitiria a
“análise” dos custos da obra. Efetivamente, o orçamento sintético é a peça
que contém a relação completa dos custos unitários de referência (ou de
serviço), e que pela sua soma é definido o valor da obra (ou projeto). O
orçamento analítico é peça que contém a relação completa das composi-
ções de custos unitários, ou seja, o detalhamento de cada um dos custos
unitários de serviço apresentados no orçamento sintético.
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as composições de custos dos orçamentos da Administração, e têm de ser apresen-
tadas com, no mínimo, três cotações para cada item (BRASIL, 2011)7.
7
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 1.266/2011 – TCU – Plenário. Brasília: TCU, 2011.
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3.1.3 Preço: conceito e forma de composição
Pela análise do projeto é possível a listagem dos serviços previstos e a sua quanti-
ficação. A etapa seguinte é o cálculo do custo unitário de cada serviço, o orçamento
analítico, com a apresentação das composições de custos unitários. O orçamento
analítico permitirá a consolidação do orçamento sintético e a aplicação do BDI. Con-
forme o Decreto nº 7.983/2013, sobre o custo global de referência (advindo do orça-
mento sintético), deve ser aplicada a taxa de BDI contendo, minimamente, os seguin-
tes itens:
15
Há ainda outros itens que poderão integrar o BDI, representando as despesas
aplicadas à realidade de cada tipo de empresa, como as despesas administrativas e
as despesas financeiras. A primeira refere-se ao desembolso quando da contratação
de serviços com alocação de postos de trabalho. A segunda, “aos gastos relacionados
à perda decorrente da defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da
receita correspondente” (BRASIL, 2001)8.
Importante
Há, no entanto, itens não recomendados para inclusão no BDI
(MENDES, 2013, p. 42), quando da elaboração do orçamento de
referência pela Administração, embora possam constar do BDI
ofertado pela licitante no momento da licitação. São eles: o
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Ao incluí-los, a licitante deve
apresentá-los de forma destacada na composição do BDI.
8
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Revista do TCU, Brasília, v. 32, n. 88, abr./jun. 2001.
9
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Nota Técnica n° 3/2009 – SCI. Brasília: STF, 2009. p. 4.
16
Observe
PV = CD (1 + %BDI)
onde:
17
Esses equipamentos e materiais podem ser, por exemplo, máquinas de ar-condicio-
nado, elevadores, grupos geradores, divisórias, mobiliário, estabilizadores e nobreaks,
ou seja, todos aqueles cuja fabricação ou montagem tenham processo que não seja
de domínio da licitante (ou contratada), e que, dada a sua especificidade, tenham for-
necedores que detenham tal domínio.
O Acórdão nº 2.452/2017 – TCU – Plenário informa que uma taxa de BDI acima do
limite referencial da Administração Pública não representa, por si só, superfaturamento,
desde que o preço contratado (preço de venda) esteja compatível com o preço de
mercado.
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3.1.4 O lançamento do percentual do ISS na planilha de composição do BDI
Por essa razão deve-se ter muito cuidado quando do seu lançamento na composição
do BDI. Além de ter variação de alíquota conforme o município, ainda pode haver va-
riação da incidência da alíquota. Alguns municípios têm na sua legislação a previsão
de incidência da alíquota sobre todo o orçamento (material e mão de obra previstos
na planilha orçamentária). Outros, no entanto, fazem incidir tal alíquota somente so-
bre a mão de obra, isentando sua incidência sobre materiais.
Nesses casos, para efeitos de facilitação do cálculo do BDI e para que não se incorra
em erro ou descuido no percentual do ISS a ser considerado, o que poderia configurar
o enriquecimento da contratada, exigindo eventualmente a revisão de contrato, é feito
cálculo de uma alíquota proporcional do ISS, que, considerada somente sobre a mão
de obra, pode ser lançada diretamente na planilha do BDI que será aplicado a todos
os itens da planilha orçamentária.
19
Observe
onde:
VMO (sem BDI) = soma dos valores da mão de obra sem a incidên-
cia do BDI;
20
Tabela 1 – Exemplo de ISS lançado de forma incorreta na planilha de cálculo do BDI
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Tabela 2 – Exemplo de ISS lançado de forma correta na planilha de cálculo do BDI
22
Fique Ligado
Observe que, no exemplo em questão, para o valor aproximado da obra de
R$ 5.000.000,00, equivalente a um prédio de 3.300 m², de padrão médio, o
erro na estimativa do seu preço seria aproximadamente de R$ 150.000,00.
Caso a obra a ser construída tivesse área total de 33.000 m², ou seja, dez
vezes maior que a do nosso exemplo, o erro no valor do orçamento pelo
simples equívoco na forma de lançamento do ISS seria da ordem de R$
1.580.000,00.
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Encerramento
Neste Módulo 3 destacou-se exclusivamente a ela-
boração de planilhas orçamentárias, devido à sua
importância dentro do processo licitatório. Tratou-
-se inicialmente do orçamento de referência da Ad-
ministração para a contratação das suas obras, cuja
forma de elaboração é definida em decreto da Presi-
dência da República.
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