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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL

Crimes Contra a Honra – Calúnia – Injúria


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

CRIMES CONTRA A HONRA – CALÚNIA – INJÚRIA

Calúnia: pune a conduta do agente que, de maneira falsa, imputa fato crimi-
noso a terceiro. Se o agente conseguir provar que o que diz é verdade, acaba o
problema. O problema, na calúnia, é a imputação falsa de um fato definido como
crime. Existem situações excepcionais em que o agente prova a verdade daquilo
que disse, mas, mesmo assim, responde pela calúnia.
O professor apresenta as situações em que não é possível dizer a verdade:
1ª situação → Quando o agente imputar a terceiro fato perseguido por ação
penal privada em que ainda não tenha ocorrido condenação transitada em jul-
gado.
Exemplo: João imputou a Pedro o delito de dano (art. 163). De acordo com o
art. 167, o delito de dano é perseguido por ação penal privada. Nessa situação,
enquanto não transitar em julgado a condenação de Pedro na ação penal refe-
rente ao crime de dano, João não pode se valer da exceção da verdade para
escapar da responsabilização.

Código Penal
Dano
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Ação penal
Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somen-
te se procede mediante queixa.

2ª situação → Quando o crime for praticado contra o Presidente da Repú-


blica ou Chefe de Governo estrangeiro. Ainda que seja possível provar os fatos
imputados, deve o agente ser responsabilizado pela imputação feita.
3ª situação → Quando o agente imputar a terceiro fato perseguido por ação
penal pública em que já tenha ocorrido a absolvição transitada em julgado.
Exemplo: João imputou a Pedro o delito de furto (art. 155), que é perseguido
por ação penal pública. Nessa situação, se já tiver sido prolatada sentença abso-
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lutória transitada em julgado, ainda que João tenha informação não analisada no
processo e que comprove a imputação por ele realizada, será responsabilizado
pela calúnia.

Código Penal
Furto
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso
noturno.
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.

Injúria: injuriar alguém (art. 140), ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.


Injuriar significa ofender, insultar. Ao contrário dos dois delitos anteriores, o que
se pune no delito de injúria é justamente a emissão de conceitos negativos (que
podem ser vagos, genéricos e difusos) sobre determinada pessoa.

Atenção!
Quando a ofensa é dirigida a funcionário público no exercício das funções, o
crime praticado é o desacato!

Sujeito ativo: trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer
pessoa. A manifestação do advogado, no exercício de sua atividade, em juízo ou
fora dele, é acobertada por imunidade nos crimes de difamação e injúria.
Sujeito passivo: trata-se de crime comum, podendo ser qualquer pessoa.
Pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo do crime de injúria, porque não
possui honra subjetiva (bem jurídico tutelado) a ser atacada.
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Tipo subjetivo: pune-se somente o dolo. E o dolo nos crimes contra a honra
deve ser específico, o agente deve agir com o animus injuriandi, ou seja, inten-
ção de ofender a dignidade ou decoro da vítima. Não haverá o crime se a inten-
ção do agente era apenas a de brincar (animus jocandi), aconselhar (animus
consulendi), narrar o fato (animus narrandi) – próprio da testemunha –, corrigir
(animus corrigendi) ou defender direito (animus defendendi).

Atenção!
Não se pune o crime praticado a título de dolo eventual.

Bem jurídico tutelado: honra subjetiva, que diz respeito à sua autoestima,
dignidade e decoro.
Consumação: como protege a honra subjetiva, somente se consuma quando
os fatos chegam ao conhecimento da vítima, ainda que tenham sido divulgados
a terceiros em momento anterior. Consuma-se independentemente da efetiva
ocorrência do dano à sua dignidade ou decoro (crime formal).

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Paulo Igor.

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